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LUCRO REAL E PRESUMIDO IRPJ E CSLL Setembro a Novembro de 2013 Rômulo Albuquerque Silva

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LUCRO REAL E PRESUMIDO IRPJ E CSLL

Setembro a Novembro de 2013

Rômulo Albuquerque Silva

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Curso Intensivo Lucro Real e Presumido – IRPJ E CSLL – Realização Set a Nov 2013

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SUMÁRIO

1. LUCRO REAL ................................................................................................................... 3

1.1. Empresas Obrigadas à Apuração do Lucro Real ........................................................ 3

1.2. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO ....................................................................................... 4

1.3. OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO ................................................................. 4

1.4. Lucro Real Trimestral .................................................................................................. 4

1.5. Regime da Estimativa Mensal ..................................................................................... 5

1.6. Real Trimestral e Estimativa: Vantagens X Desvantagens ......................................... 5

1.7. REGIME DA ESTIMATIVA .......................................................................................... 6

1.8. Conceito de Receita Bruta .......................................................................................... 6

1.9. Percentuais do Lucro Estimado .................................................................................. 7

1.10. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$120.000,00 ................. 8

1.11. Atividades Imobiliárias ............................................................................................. 9

1.12. Comercialização de Veículos Usados ...................................................................... 9

1.13. Cálculo do IR Estimado ......................................................................................... 10

1.14. Cálculo do Adicional Mensal .................................................................................. 10

1.15. Exemplos de Adicional ........................................................................................... 10

1.16. Deduções do Imposto ............................................................................................ 11

1.17. Exemplo do Cálculo da Estimativa Mensal ............................................................ 11

1.18. BALANÇO DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO DO IR/CSLL ......................................... 12

1.19. Como Praticar a Suspensão ou Redução .............................................................. 12

1.20. Apuração do Lucro Real Intermediário (Balanço de Suspensão/Redução) ........... 12

1.21. Cálculo da Suspensão ou Redução ....................................................................... 13

1.22. Compensação do Imposto pago Anteriormente ..................................................... 13

1.22.1. Quadro-resumo da Suspensão/Redução ........................................................ 16

1.22.2. Recolhimentos da estimativa à maior em 2000: ............................................. 17

1.23. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL ........................................................... 18

1.24. Objetivo do LALUR ................................................................................................ 18

1.25. Finalidade do LALUR ............................................................................................. 18

1.26. Lucro Real.............................................................................................................. 18

1.27. Época de Escrituração ........................................................................................... 19

1.28. ADIÇÕES E EXCLUSÕES PERMITIDAS AO LUCRO REAL ................................ 19

1.28.1. Adições ao Lucro Líquido ................................................................................ 20

1.28.2. Exclusões e Compensações do Lucro Líquido ................................................ 21

1.29. EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO .......................................................................... 22

1.30. Exemplo de Escrituração da Parte A ..................................................................... 23

1.31. Escrituração da Parte B ......................................................................................... 24

1.31.1. Contas Suscetíveis de Controle ...................................................................... 24

1.31.2. Exemplo de Escrituração da Parte "B" do Lalur .............................................. 25

1.32. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS ......................................................... 25

1.33. DEDUÇÕES DO IRPJ / INCENTIVOS FISCAIS .................................................... 26

1.33.1. Quadro Resumo dos Incentivos Fiscais .......................................................... 27

2. LUCRO PRESUMIDO ..................................................................................................... 29

2.1. EMPRESAS IMPEDIDAS AO LUCRO PRESUMIDO ............................................... 29

2.2. APURAÇÃO TRIMESTRAL ...................................................................................... 30

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2.3. FORMALIZAÇÃO DA OPÇÃO .................................................................................. 30

2.3.1. Opção definitiva a partir de 1999 ........................................................................ 31

2.4. BASE DE CÁLCULO ................................................................................................. 31

2.5. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO ........................................................... 31

2.5.1. Conceito de Receita Bruta .................................................................................. 31

2.6. Adoção do Regime de Caixa ..................................................................................... 32

2.7. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA DA ATIVIDADE ......................................................................................................................... 32

2.8. Percentual reduzido de apuração do lucro presumido .............................................. 34

2.9. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$ 120.000,00 ................ 34

2.10. Atividades Imobiliárias ........................................................................................... 35

2.11. Comercialização de Veículos Usados .................................................................... 35

2.11.1. Obrigações Acessórias – documentos hábeis ................................................. 36

2.12. DEMAIS RECEITAS E GANHOS DE CAPITAL E OUTROS ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO .......................................................................................................... 36

2.13. OUTROS VALORES QUE DEVEM SER ACRESCIDOS À BASE DE CÁLCULO . 37

2.14. CÁLCULO DO IMPOSTO E ADICIONAL............................................................... 38

2.14.1. Alíquota ........................................................................................................... 38

2.15. Deduções do Imposto ............................................................................................ 38

2.16. Impossibilidade de Dedução de Incentivos Fiscais ................................................ 38

2.17. Exemplo de Cálculo do Imposto Trimestral............................................................ 39

2.18. RECEITAS FINANCEIRAS .................................................................................... 40

2.19. ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA ................................................................. 40

2.20. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO ................................... 40

2.21. RECOLHIMENTO DO ADICIONAL ....................................................................... 42

3. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LUCRO PRESUMIDO ....................................................... 42

3.1. REGIME DE APURAÇÃO – COMPETÊNCIA OU CAIXA ......................................... 42

3.1.1. Regime de Caixa ................................................................................................ 42

3.2. BASE DE CÁLCULO ................................................................................................. 42

3.3. Prestadora de serviços – Percentual desde 01/09/2003 ........................................... 43

3.4. ALÍQUOTA DA CSLL ................................................................................................ 44

3.5. Exemplo de Calculo do Imposto ................................................................................ 44

3.6. DEDUÇÕES DO IMPOSTO TRIMESTRAL .............................................................. 45

3.7. RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSLL (PRESUMIDO) .......................................... 46

3.7.1. Divisão em quotas .............................................................................................. 46

3.7.2. Antecipação do Imposto Devido ......................................................................... 46

4. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS ......................................................................................... 47

4.1. PREVISÃO NO CONTRATO SOCIAL ...................................................................... 47

4.2. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS AO TITULAR, SÓCIO OU ACIONISTA DA PESSOA JURÍDICA ................................................................................. 48

4.3. Calculo Distribuição de Lucros e Dividendos no Lucro Presumido ........................... 49

4.4. Cálculo da Distribuição de Lucros ............................................................................. 49

4.5. IMPEDIMENTO PARA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS/ DIVIDENDOS ...................... 49

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1. LUCRO REAL

As pessoas jurídicas podem optar pela tributação do lucro, na forma do Lucro Presumido ou Pelo Lucro Real, e em algumas vezes pelo Lucro Arbitrado. Algumas atividades e acima de um determinado faturamento, as empresas devem tributar suas receitas na forma do Lucro Real. O lucro a ser tributado será sobre o montante do lucro líquido ajustado, pelas adições, exclusões e compensações permitidas pelo Imposto de renda.

Qualquer empresa pode optar, sem qualquer restrição, pela tributação com base no lucro real. Aliás, este é o regime próprio de incidência do Imposto de Renda, pois, neste regime se demonstra o resultado efetivo apurado no exercício da atividade.

Para que a empresa possa optar por outro regime deverá verificar a possibilidade de enquadramento.

Os demais regimes têm por característica a forma simplificada de apuração e escrituração com possibilidade, em certos casos, de redução da carga tributária.

1.1. Empresas Obrigadas à Apuração do Lucro Real

a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja acima de R$ 48.000.000,00; (R$ 78.000.000,00 a partir de 2014, conforme dispõe o art. 7º da Lei 10.814/2013)

b) Instituições financeiras, empresas de seguros privados, de capitalização, de previdência privada e equiparadas;

c) que tenham lucros ou rendimentos oriundos do exterior;

d) que gozem de benefícios fiscais de isenção/redução do imposto de renda;

e) que no decorrer do ano tenham efetuado a suspensão ou redução do imposto;

f) empresas de fomento mercantil – “Factoring”;

g) Empresas de construção civil com registro de custo orçado.

h) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009, convertida na Lei nº 12.249/2010)

Nota: Tais empresas não poderão optar por outro regime, por exemplo: lucro presumido ou Simples Nacional (Art. 14 da Lei nº. 9.718/98; art. 246 do RIR/99).

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1.2. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO

As empresas que apuram o lucro real, durante o ano calendário poderão adotar como forma de cálculo do Imposto de Renda da CSLL, o Lucro Real Trimestral ou o Lucro Real Anual (estimativa mensal).

No lucro real trimestral os recolhimentos efetuados são definitivos, ou seja, não estarão sujeitos a ajustes no encerramento do ano-calendário.

O regime da estimativa tem por característica ser uma forma de antecipação mensal de IR/CSLL, resultando, portanto, em cálculos provisórios cujos recolhimentos serão ajustados com o IR/CSLL apurados no encerramento do período-base, normalmente em 31/dezembro. (Artigo 2º, § 6º da IN SRF nº. 93/97)

Uma vez exercida a opção pelo pagamento mensal do imposto calculado por estimativa, a empresa deverá apurar o Lucro Real em 31 de dezembro do respectivo ano-calendário.

A diferença constatada entre o tributo (imposto ou contribuição) apurado com base no Lucro Real em 31.12. XX e a soma dos pagamentos mensais feitos por estimativa no mesmo ano-calendário:

a) quando positiva será paga em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano seguinte;

b) quando negativa será compensada com o tributo mensal a ser pago a partir do mês de janeiro do ano seguinte (ou será objeto de restituição).

1.3. OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO

A opção pela forma de tributação se dá com o primeiro recolhimento do imposto no ano-calendário através do código informado no DARF.

Uma vez efetuada a opção o regime adotado é definitivo para todo o ano-calendário, ou seja, não poderá ser alterado. (Arts. nºs. 17 e 35, § 2º da IN SRF nº. 93/97 e Art. 13, § 1º da Lei nº. 9.718/98)

1.4. Lucro Real Trimestral

Adotado este regime, a pessoa jurídica deverá ao final de cada período-base (trimestral), apurar o lucro líquido, nos termos da legislação comercial e fiscal, o que vai lhe exigir escrituração contábil completa.

Este lucro líquido será transportado para o LALUR para fins ajustes e assim chegando-se à determinação do lucro real, base de cálculo do IR.

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Por sua vez, seguindo o mesmo sistema, a CSLL será calculada sobre o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões e compensações que lhe são próprias, na forma definida pela legislação em vigor.

1.5. Regime da Estimativa Mensal

O regime da estimativa mensal caracteriza-se pela forma simplificada de recolhimento. Uma vez definida a receita bruta, sobre ela aplicam-se os percentuais de presunção de lucro, os mesmos previstos para o regime do lucro presumido. A esta base deverão ser acrescidas as demais receitas e ganhos de capital.

Neste regime vigora o sistema de suspensão ou redução do IRPJ e CSLL que certamente vai exigir da empresa rígida organização contábil para que se possa comprovar com base em escrituração completa, que o imposto já pago excede o devido no período em curso ou, simplesmente, comprovar que não se deve imposto no período em curso.

Para quem está apurando o lucro real, este sistema de suspensão/redução é uma das principais formas de planejamento tributário a ser adotada durante o ano-calendário. É um sistema facultativo, podendo ser adotado quando melhor convier ao contribuinte.

1.6. Real Trimestral e Estimativa: Vantagens X Desvantagens

REAL TRIMESTRAL

VANTAGENS DESVANTAGENS

· imposto é pago trimestralmente e pode ser parcelado em três quotas;

· Se o lucro for menor que o lucro estimado, e haja previsão segura da inexistência de prejuízos;

· No caso de saldo negativo, poderá ser corrigido a partir do mês seguinte.

· no caso de lucro real maior que o estimado, não terá alternativa;

· deverá escriturar o diário, inventário e o Lalur trimestralmente;

· apurando prejuízo-fiscal, a compensação nos trimestres seguintes estará limitada a 30% do lucro.

ESTIMATIVA MENSAL

VANTAGENS DESVANTAGENS

· Poderá suspender ou reduzir o · Se não for comparado com o lucro

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imposto mensal se o lucro for menor ou apurar prejuízos-fiscais;

· Se o lucro real for maior poderá desconsiderá-lo e simplesmente recolher o imposto com base no lucro estimado;

· É um sistema simplificado de apuração. Toma-se por base as receitas.

· Os resultados negativos se compensarão automaticamente com os positivos, pois os balancetes são apurados de forma acumulada.

real poderá ser recolhido imposto maior que o efetivamente devido;

· imposto pago na forma de antecipação não é corrigido durante o ano;

· No caso de saldo negativo só será corrigido a partir do ano seguinte;

· sistema de suspensão exige escrituração regular por ocasião de cada balancete que for utilizado para suspensão e redução.

1.7. REGIME DA ESTIMATIVA

No regime da estimativa a base de cálculo é formada pelo somatório do lucro estimado e demais receitas e ganhos de capital.

O lucro é calculado da seguinte forma:

a) aplicando os percentuais de presunção sobre a receita bruta; ou, opcionalmente,

b) com base no balancete de suspensão que vai demonstrar o lucro acumulado do período-base.

1.8. Conceito de Receita Bruta

A receita bruta sobre o qual se aplicam os percentuais de presunção compreende o produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações por conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (por exemplo: comissões), observando-se que:

a) não se incluem na receita bruta:

a.1) o IPI (se a empresa for contribuinte deste imposto) cobrado destacadamente do comprador, do qual o vendedor dos bens é mero depositário;

a.2) o ICMS por substituição tributária, cobrado pelo contribuinte substituto que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;

a.3) as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS cobradas, pelo contribuinte substituto que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;

b) devem ser excluídos da receita bruta:

b.1) as vendas canceladas (devoluções); e

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b.2) os descontos incondicionais concedidos (que consta da NF e não depende de evento futuro);

1.9. Percentuais do Lucro Estimado

ATIVIDADE GERADORA DA RECEITA PERCENTUAL

· Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural

1,6%

· Venda de mercadorias e produtos (exceto revenda de combustível para consumo), seja indústria ou revenda

· Transporte de cargas

· Serviços hospitalares, auxílio diagnóstico e terapia, patologia

clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina

nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes

serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda

às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa.

· Atividade Rural

· Atividades Imobiliárias (incorporação e loteamento)

· Construção por empreitada, quando houver fornecimento de todo material indispensável à execução da obra (ADN COSIT 06/97, derrogado pela IN SRF n. 539/2005)

· Outras atividades (exceto prestação de serviços para a qual não esteja previsto percentual específico)

8,0%

· Serviços de transporte (exceto o de cargas)

· Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissão regulamentada) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00.

· Instituições financeiras a entidades a elas equiparadas

16%

· Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas

· Intermediação de negócios, inclusive representação comercial e corretagem (de Seguros, imóveis, etc.)

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· Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza

· Factoring

· Construção por empreitada, quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou material insuficiente para execução da obra.

32%

À base de cálculo da estimativa, deverão ser somadas as demais receitas e ganhos de capital, no mês em que forem auferidos. Podemos citar, entre outros:

a) juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras, inclusive os incidentes sobre valores restituídos ou compensados;

b) descontos financeiros obtidos;

c) receita de locação de bens permanentes, quando este não for o objetivo social da empresa, deduzido dos encargos necessários à sua percepção;

d) variações monetárias ativas;

e) ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente;

OBS: Não devem ser somadas a base de cálculo os rendimentos de aplicações financeiras,

recuperação de créditos que não representem ingresso de novas receitas, reversão de provisões,

lucros e dividendos recebidos, ajuste da equivalência patrimonial, juros sobre o capital próprio.

(Arts. 4º, 6º e 7º da IN SRF nº 93/97)

1.10. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$120.000,00

As empresas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, que não sejam de profissão regulamentada e cuja receita bruta não exceder a R$120.000,00, poderão utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto, o percentual de 16%.

Diferença de Imposto: a empresa ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto, apurada em relação a cada mês transcorrido, quando houver utilizado o percentual de 16% e a receita bruta acumulada ano período exceder o limite de R$120.000,00. A diferença de imposto deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrer o excesso. Quando paga no prazo previsto acima, a diferença será recolhida sem acréscimos.

Exemplo:

Dados hipotéticos relativos aos meses de janeiro a abril de 2001.

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Mês Receita Bruta – R$ Acumulado Percentual

Jan/2006 20.000,00 20.000,00 16%

Fev/2006 30.000,00 50.000,00 16%

Mar/2006 40.000,00 90.000,00 16%

Abr/2006 50.000,00 140.000,00 32%

Até o mês de março de 2001 a empresa utilizou o percentual de 16% sobre o valor da receita bruta de R$90.000,00. A partir do mês de abril de 2001 passou a utilizar o percentual de 32%, tendo em vista que o valor acumulado ultrapassou o limite de R$120.000,00.

Assim, deverá ser recolhida a diferença de imposto, relativa a utilização do percentual de 16% (32%-16% = 16%), ou seja:

Cálculo da Diferença de Imposto

Jan a Mar/2006 Valores - R$ % Base de Cálculo do IR

Base de Cálculo Acumulada 90.000,00 16 14.400,00

Diferença de Imposto Devida: R$14.400,00 x 15% = R$2.160,00

No exemplo em tela, a diferença deverá ser recolhida, juntamente com o imposto do mês de abril de 2006, até o último dia do mês de maio de 2006 (Art. 3º §4º da IN SRF nº 93/97).

1.11. Atividades Imobiliárias

As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo às unidades imobiliárias vendidas. O lucro estimado será calculado aplicando-se o percentual de 8% sobre o valor das receitas recebidas(§ 7º do art. 3º e inciso I do art. 5º da IN SRF nº 93/97).

1.12. Comercialização de Veículos Usados

A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores deverá observar que, nas operações de venda de veículos usados, o

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valor a ser computado na determinação da base de cálculo será apurado segundo o regime aplicável às operações de consignação.

Assim, na determinação da base de cálculo, será computada a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição constante da nota fiscal de entrada (IN SRF nº 152/98).

1.13. Cálculo do IR Estimado

Sobre a base de cálculo determinada na forma dos itens anteriores incide o Imposto de Renda determinado pela aplicação da alíquota de 15%. (Art. 8º da IN SRF nº 93/97)

1.14. Cálculo do Adicional Mensal

Estará sujeita à incidência do adicional a parcela a parcela de lucro excedente a R$ 20.000,00 multiplicada pelo número de meses do período de apuração. (Art. 8º, § único, da IN SRF nº 93/97)

1.15. Exemplos de Adicional

a) Regime da estimativa – cálculo com base na receita bruta/demais receitas:

Admitindo-se a base de cálculo _________________________________ R$ 12.000,00

IRPJ = 15% sobre R$ 12.000,00 __________________________________ R$ 1.800,00

Admitindo-se a base de cálculo _________________________________ R$ 24.000,00

IRPJ normal = 15% sobre R$ 24.000,00 ____________________________ R$ 3.600,00

IRPJ Adicional = 10% sobre R$ 4.000,00 ___________________________ R$ 400,00

IRPJ a recolher _______________________________________________ R$ 4.000,00

b) Regime da estimativa – cálculo com base em balancete de redução/suspensão em julho de 2005 (7 x R$20.000,00 = R$140.000,00 = limite do adicional):

Admitindo-se a base de cálculo _________________________________ R$ 110.000,00

IRPJ = 15% sobre R$ 110.000,00 _________________________________ R$ 16.500,00

Admitindo-se a base de cálculo _________________________________ R$ 170.000,00

IRPJ normal = 15% sobre R$ 170.000,00 ___________________________ R$ 25.500,00

IRPJ Adicional = 10% sobre R$ 30.000,00 __________________________ R$ 3.000,00

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IRPJ a recolher _______________________________________________ R$ 28.500,00

1.16. Deduções do Imposto

A pessoa jurídica tributada com base na estimativa mensal pode deduzir do imposto apurado:

a) o Imposto de Renda Retido da Fonte, ou pago pela própria empresa, conforme o caso, sobre receitas computadas na determinação da base de cálculo, pagas ou creditadas à empresa por pessoas jurídicas a título de:

a.1) remuneração pela prestação de serviços profissionais;

a.2) remuneração pela prestação de serviços de limpeza e conservação, vigilância e locação de mão-de-obra;

a.3) comissões e corretagens, etc.;

a.4) remuneração de serviços de propaganda e publicidade;

a.5) importâncias recebidas de entidades da administração pública federal;

a.6) juros remuneratórios do capital próprio;

a.7) outras remunerações sujeitas ao IRRF.

b) o saldo de imposto pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores, que ainda não tenham sido objeto de compensação.

O imposto de renda pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores poderá ser atualizado monetariamente, se pago a partir de 1º de janeiro de 1996, acrescido de juros equivalentes à taxa Selic.

1.17. Exemplo do Cálculo da Estimativa Mensal

A empresa que tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa(dessa forma obrigada à apuração do Lucro Real). Admitam-se os seguintes dados, para o mês de janeiro de 2001:

- Receita Bruta da Atividade Comercial ___________________________ R$ 400.000,00

- Receita Bruta da Prestação se Serviços em Geral _________________ R$ 50.000,00

- Receita de aluguel de um imóvel da empresa ____________________ R$ 6.000,00

- Lucro na venda de um veículo do imobilizado ____________________ R$ 14.000,00

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Cálculos

Receita Bruta Ajustada R$400.000,00 x 8%............................................................................R$32.000,00

R$50.000,00 x 32%............................................................................R$16.000,00

=Subtotal(Lucro Estimado)................................................................R$48.000,00

Acréscimos à base de cálculo: Receita de Aluguel...........................................................................R$6.000,00 Lucro na Venda de Veículo.........................................R$14.000,00.........R$20.000,00 Base de Cálculo da Estimativa............................................................R$68.000,00 Imposto: 15% x R$68.000,00................................................................R$10.200,00 Adicional: 10% x R$48.000,00(*)...........................................................R$4.800,00 = Imposto Devido............................................................................R$15.000,00

(*)Parcela da Base de Cálculo Mensal que excedeu a R$20.000,00

(R$68.000,00 – R$20.000,00 = R$48.000,00)

1.18. BALANÇO DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO DO IR/CSLL

O sistema de suspensão ou redução do imposto (IR/CSLL) é próprio do regime da estimativa. Portanto não se fala em suspensão/redução em outro regime de tributação.

Será possível suspender ou reduzir o IRPJ e a CSLL de cada mês desde que se demonstre através de balanço ou balancete do período a inexistência de lucro tributável, ou que o valor pago excede o valor do imposto devido.

Note-se que a opção pelo sistema de tributação deve ser o mesmo para IRPJ e para CSLL. Isto quer dizer que a vantagem deve ser aferida em relação aos dois tributos.

1.19. Como Praticar a Suspensão ou Redução

Os balanços/balancetes deverão ser levantados com observância das lei comerciais e fiscais e transcritas no livro diário.

A demonstração do lucro real do período abrangido deverá ser transcrita na parte “A” do LALUR. (Art. 35 da Lei nº 8.981/95).

1.20. Apuração do Lucro Real Intermediário (Balanço de Suspensão/Redução)

O balanço/balancete deverá compreender o período transcorrido dentro do ano-calendário. Assim para definirmos o período de abrangência deveremos observar as seguintes circunstâncias:

a) Período de abrangência de empresa constituída até o ano anterior:

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• de 01.01 a 31.01 para suspensão/redução do imposto apurado em janeiro;

• de 01.01 a 28.02 para suspensão/redução do imposto apurado em fevereiro;

• de 01.01 a 31.07 para suspensão/redução do imposto apurado em julho.

• e assim, sucessivamente, à critério da empresa.

b) Empresa que foi constituída durante o ano-calendário. Ex., 23.02.2005

• de 23.02 a 28.02 para suspensão/redução do imposto apurado em fevereiro;

• de 23.02 a 30.04 para suspensão/redução do imposto apurado em abril;

• de 23.02 a 30.06 para suspensão/redução do imposto apurado em junho.

• de 23.02 a 30.07 para suspensão/redução do imposto apurado em julho.

• e assim, sucessivamente, à critério da empresa.

Na hipótese em que a empresa optar pela estimativa e não reunir os elementos necessários para adotar este regime de suspensão/redução, deverá obrigatoriamente recolher com base na receita bruta.

1.21. Cálculo da Suspensão ou Redução

Os valores apurados com base neste sistema servem única e exclusivamente para definir a situação tributária daquele período.

Se a empresa pretende suspender/reduzir o pagamento de períodos subsequentes deverá levantar novo balancete, desconsiderando aqueles levantados anteriormente.

O novo balancete será exigido inclusive quando a empresa já tiver demonstrado saldo de imposto a recuperar demonstrado em meses anteriores.

1.22. Compensação do Imposto pago Anteriormente

Do imposto apurado com base no resultado acumulado poderão ser deduzidos os créditos da pessoa jurídica:

a) o imposto pago em períodos anteriores (IR/CSL estimado);

b) o IRRF:

b1) sobre receitas;

b2) aplicações financeiras(somente no Bal.Susp./Red),

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c) o saldo negativo (IR/CSL) de ano-calendário anterior;

d) o IR/CSL pago a maior ou indevidamente.

Exemplo de Suspensão Integral:

Lucro real apurado com base no resultado acumulado em 30.06.2001:

1º PASSO - Cálculo do IRPJ e do Adicional:

IRPJ = 15% sobre R$ 360.000,00 _________________________________ R$ 54.000,00

Adicional = 10% sobre R$ 240.000,00 _____________________________ R$ 24.000,00

IRPJ a pagar __________________________________________________ R$ 78.000,00

2º PASSO - Verificar os créditos existentes em 30.06.2005:

Imposto pago por estimativa ____________________________________ R$ 80.000,00

Imposto retido na fonte ________________________________________ R$ 2.000,00

Total dos créditos _____________________________________________ (R$ 82.000,00)

3º PASSO - Verificar resultado __________________________________ (R$ 4.000,00)

Nesta situação poderá ser efetuada a suspensão integral do IRPJ tendo em vista que os créditos (imposto já pago) supera o devido no período em curso.

Exemplo de Redução:

Aproveitando dados do exemplo anterior supondo que a estimativa de junho resulte no imposto a pagar de R$ 10.000,00:

1º PASSO - Calcular IRPJ: considerando que seja ___________________ R$ 90.000,00

2º PASSO - Créditos existentes: considerando que sejam ____________ R$ 82.000,00

3º PASSO - Verificar resultado comparando os dois sistemas, assim:

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PELO SISTEMA DA ESTIMATIVA PELO SISTEMA DE SUSPENSÃO

-Valor a ser recolhido competência 07/01 .................R$10.000,00

-Valor das antecipações já efetuadas ...................R$82.000,00

Somatório das antecipações...... R$92.000,00

-Valor devido no período em curso............R$90.000,00

-Valor das antecipações já efetuadas ........R$82.000,00

-Valor a ser recolhido...............R$ 8.000,00

Se optar pelo recolhimento com base na estimativa deverá ser recolhida a

importância de R$ 10.000,00, que somada aos créditos de R$ 82.000,00 totalizará antecipações de R$ 92.000,00;

Contudo, se optar pela tributação com base no resultado acumulado deverá ser

recolhido mais R$ 8.000,00, que corresponde a diferença entre o devido R$ 90.000,00 e o que já foi antecipado R$ 82.000,00.

Vantagem Tributária

Tanto na suspensão como na redução o valor que deixou de ser pago, fica no caixa da empresa a custo zero podendo ser utilizado livremente em suas atividades operacionais, ou até em investimentos.

Exemplo de Desconsideração do Balancete:

1º PASSO - Calcular o IRPJ: considerando que seja _________________ R$ 100.000,00

2º PASSO - Créditos existentes: considerando que sejam ____________ R$ 82.000,00

3º PASSO - Verificar resultado conforme segue:

PELO SISTEMA DA ESTIMATIVA PELO SISTEMA DE SUSPENSÃO

-Valor a ser recolhido competência 07/01 ..........R$10.000,00

-Valor das antecipações já efetuadas ........R$82.000,00

Somatório das antecipações................................. R$

-Valor devido no período em curso......................R$100.000,00

-Valor das antecipações já efetuadas .............R$82.000,00

-Valor a ser recolhido........................................R$

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92.000,00

18.000,00

Se optar pelo recolhimento com base na estimativa deverá ser recolhida a

importância de R$ 10.000,00, que somada aos créditos de R$ 82.000,00 totalizará antecipações de R$ 92.000,00;

Contudo, se optar pela tributação com base no resultado acumulado deverá ser

recolhido mais R$ 18.000,00, que corresponde a diferença entre o devido R$ 100.000,00 e o que já foi antecipado R$82.000,00.

Desvantagem: Nesta hipótese o resultado acumulado gera um imposto a pagar superior àquele apurado com base na estimativa. Isto que dizer que o lucro estimado está sendo mais vantajoso devendo o balancete ser desconsiderado, e efetuar o recolhimento de R$ 10.000,00.

Se a situação persistir até o final do ano, a diferença de imposto a pagar poderá ser paga no ano seguinte, até 31.01.2001 sem acréscimos ou até 31.03.2006 acrescido de juros SELIC.

1.22.1. Quadro-resumo da Suspensão/Redução

Mês Estimativa(RB) Lucro Real Acumulado

Janeiro 12.000,00 8.000,00 Redução

Fevereiro 10.000,00 20.000,00-8.000,00= 12.000,00 RB

Março 15.000,00 25.000,00-18.000,00= 7.000,00 Redução

Abril 12.000,00 35.000,00-25.000,00= 10.000,00 Redução

Maio 12.000,00 30.000,00-35.000,00= 5.000,00(-) Suspensão

Junho 10.000,00 50.000,00-35.000,00= 15.000,00 RB

Julho 12.000,00 (Prej.) 0 -45.000,00= Suspensão

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45.000,00(-)

1.22.2. Recolhimentos da estimativa à maior em 2000:

Janeiro R$ 8.000,00 Julho -

Fevereiro R$ 10.000,00 Agosto -

Março R$ 7.000,00 Setembro -

Abril R$ 10.000,00 Outubro -

Maio - Novembro -

Junho R$ 10.000,00 Dezembro (prejuízo) (R$ 45.000,00)

- A partir de 01.01.2001, o valor de R$ 45.000,00 passou a ser considerado pagamento à maior (saldo negativo de IRPJ), podendo a partir desta data ser corrigido pela taxa SELIC, e pode ser utilizado para compensação com a estimativa nos períodos subsequentes. Recolhimentos da estimativa à menor em 2.005:

Janeiro R$ 8.000,00 Julho -

Fevereiro R$ 10.000,00 Agosto -

Março R$ 7.000,00 Setembro -

Abril R$ 10.000,00 Outubro -

Maio - Novembro -

Junho R$ 10.000,00 Dezembro (com base na rec. Bruta)

R$10.000,00

R$ 55.000,00

- em 31.12.00 deu um IRPJ de R$80.000,00 – R$ 55.000,00 = R$25.000,00

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1.23. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL

As pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real, devem obrigatoriamente escriturar o Livro Lalur, para demonstrar o lucro real ajustado.

1.24. Objetivo do LALUR

Este livro fiscal tem por finalidade apurar a base de cálculo do IRPJ nas empresas enquadradas no regime do Lucro Real.

1.25. Finalidade do LALUR

O Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) existe para assegurar a separação entre a escrituração comercial e a fiscal, prevista no § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A).

Conforme afirmado na Exposição de Motivos que acompanhou o Projeto do Decreto-lei nº 1.598/77, é necessária a separação entre essas duas escriturações porque as informações sobre a posição e os resultados financeiros das sociedades são regulados na lei comercial com objetivos diversos dos que orientam a legislação tributária, e a apuração de resultados e as demonstrações financeiras exigidas pela lei comercial não devem ser distorcidas em razão de conveniências ou imperativos da legislação tributária.

No LALUR serão lançados os ajustes do lucro líquido do período-base, será transcrita a demonstração do lucro real e será efetuado o controle de deduções e compensações. Este livro tem por finalidade também manter os registro de controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos-base subsequentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral com base na receita bruta, bem como dos demais valores que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e não constem da escrituração comercial.

Neste livro deve-se manter os registro de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos períodos-base subsequentes, dos dispêndios com o programa de alimentação ao trabalhador, vale-transporte e outros previstos no Regulamento do Imposto de Renda.

1.26. Lucro Real

A expressão “lucro real” corresponde ao próprio lucro tributável, cujo ponto de partida é o lucro contábil, denominado de “lucro líquido”. Segundo o art. 247 do Decreto nº 3.000/99 o “lucro real é o lucro líquido do período-base ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este decreto”.

O lucro tributável baseado no lucro contábil pode ser assim demonstrado:

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LUCRO REAL

Lucro líquido (contábil)

Resultado operacional

(+) resultado não-operacional

(-) participações nos lucros antes da provisão para IRPJ

(+) Adições

(+) débitos não-dedutíveis

(+) outras adições conforme livro de apuração do lucro real

(-) Exclusões

(-) créditos não tributáveis

(-) outras exclusões conforme livro de apuração do lucro real

(-) Compensações (-) compensações de prejuízos-fiscais

(=) LUCRO REAL Ajustado das adições, exclusões e compensações

1.27. Época de Escrituração

a) Trimestralmente: para quem optou pelo lucro real trimestral;

b) Anualmente: para quem optou pelo lucro real anual;

c) No mês em que for levantado o balancete para fins de suspensão ou redução do imposto (neste caso, somente parte “A”).

Formalidades Legais

Não precisa ser autenticado em nenhuma repartição (Junta Comercial ou Receita Federal).

Deve conter:

a) termo de abertura e encerramento;

b) data e assinatura do sócio gerente/diretor e do contabilista responsável pela escrituração contábil/fiscal da empresa.

1.28. ADIÇÕES E EXCLUSÕES PERMITIDAS AO LUCRO REAL

Lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária, conforme art. 247 do RIR/1999.

A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período na escrituração mercantil, com observância das leis comerciais, inclusive no que se refere à constituição da provisão para o Imposto de Renda.

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1.28.1. Adições ao Lucro Líquido

Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período (Art. 249 do RIR/1999 e Majur SRF):

I) Provisão para a CSLL;

II) resultado negativo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial;

III) valor da reserva de reavaliação, baixada durante o período, cuja contrapartida não tenha sido computada no resultado desse mesmo período, nas hipóteses em que deva ser adicionada ao lucro líquido, para fins de determinação do lucro real;

IV) valor das provisões não dedutíveis na determinação do lucro real, exceto as seguintes:

a) provisão para pagamento de férias e 13º salário;

b) provisões técnicas das companhias de seguro e capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável;

V) o valor das despesas não dedutíveis computados no resultado:

a) contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços; (VIDE ALTERAÇÕES LEI Nº 11.941/2009)

b) despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção de bens e serviços;

c) despesas com alimentação dos sócios, acionistas e administradores;

d) contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros, planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;

e) as doações, exceto as efetuadas em favor de instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa e entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e seus dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, observados os limites fixados na legislação.

VI) a parcela dos lucros decorrentes de contratos com entidades governamentais, excluídos na determinação da base de cálculo da contribuição em período anterior, proporcional ao valor das receitas recebidas no período de apuração, inclusive mediante resgate ou alienação sob qualquer forma de títulos públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para quitação desses créditos (Art. 3º da Lei nº 8.003/1990 e art. 18 da Lei nº 9.711/1998);

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VII) os encargos de depreciação, amortização e exaustão e o custo dos bens baixados a qualquer título, correspondente à correção complementar pela diferença IPC/BTNF, debitados ao resultado do período de apuração;

VIII) o valor da reserva de correção especial do Ativo Permanente (Art. 2º da Lei nº 8.200/1991) proporcional ao valor dos bens submetidos a essa correção especial, realizados no período mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa por perecimento;

IX) as despesas com brindes;

X) os juros remuneratórios do capital próprio, produzidos na apuração do resultado na forma do art. 9º da Lei nº 9.249/1995, bem como o Imposto de Renda incidente na Fonte sobre esses juros, assumido pela empresa, no caso de sua capitalização ou manutenção em conta de reserva para esse fim.

1.28.2. Exclusões e Compensações do Lucro Líquido

Na determinação do lucro real poderão ser excluídos do lucro líquido do período (Art. 250 do RIR/1999):

I) o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;

II) os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita;

III) o valor das provisões não dedutíveis que tenham sido adicionadas na determinação da base de cálculo de período de apuração anterior e que tenham sido baixadas no período de apuração por utilização ou reversão;

IV) a parcela dos lucros decorrentes de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento de bens ou serviços celebrados com entidades governamentais, proporcional ao valor das receitas desses contratos, computadas na apuração do resultado e não recebidas até a data do encerramento do trimestre;

V) a parcela dos lucros decorrentes de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento de bens ou serviços celebrados com entidades governamentais, quando os créditos com essas pessoas jurídicas forem quitados pelo Poder Público com títulos de sua emissão, inclusive com Certificados de Securitização, emitidos especificamente para essa finalidade;

Nota: No caso de subcontratação de parte da empreitada ou fornecimento, o direito ao diferimento caberá também à empreiteira ou fornecedora, na proporção da sua participação na receita a receber.

VI) a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil de bens e direitos recebidos a título de devolução de participação no capital social de outra sociedade, que tenha sido creditada ao resultado (Art. 22, § 4º da Lei nº 9.249/1995);

VII) os rendimentos e ganhos de capital auferidos no Exterior, por pessoa jurídica domiciliada no Brasil, desde que devidamente computados no seu resultado;

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VIII) a reversão do saldo remanescente da provisão para o Imposto de Renda sobre o lucro inflacionário com tributação diferida, quando houver sido exercida a opção para a tributação antecipada com o benefício da redução da alíquota do imposto;

IX) a parcela compensável de créditos oriundos da mudança das alíquotas para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/Pasep, devidas pelas pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do art. 22, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, correspondente a qualquer período de apuração posterior a 31 de dezembro de 1998.

1.29. EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO

Resultado do Período antes do LALUR ____________________________ R$ 66.809,04

I Provisão para a CSLL _________________________________________ R$ 4.849,58

II Multas registradas

Pago multa guia recolhimento n/data ____________________________ R$ 43,71

Pago multa guia recolhimento n/data ____________________________ R$ 29,14

III Despesas Indedutíveis

Pagto NF 25474 Restaurante Vila Maria Ltda __________________________ R$ 294,14

Pagto NF 1058 Café Colônia Ltda ___________________________________ R$ 29,30

Pagto NF 1245 Dissoft Vision Ltda ___________________________________ R$ 70,00

Pagto NF 539 Restaurante Churrascaria Lazaro Ltda ____________________ R$ 23,53

Pagto NF 45796 Posto Vanguarda Ltda _______________________________ R$ 23,53

Pagto NF 2340 Borcato borracharia Ltda ______________________________ R$ 46,36

Pagto NF 256879 Restaurante Vila Maria Ltda _________________________ R$ 260,94

IV Dividendos recebidos

Dividendos Participação Química Nacionaliza S/A________________________ R$ 183,54

Dividendos Participação Balsamo do Campo S/A ___________________________R$ 1.117,71

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1.30. Exemplo de Escrituração da Parte A

PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO Folha 1

DATA H I S T O R I C O - NATUREZA DOS AJUSTES ADIÇÕES EXCLUSÕES

31/12/2005 CSLL, registrada na conta 3.3.1.02.001

31/12/2005 Provisão para a Contribuição Social 4.849,58

31/12/2005 Multas registradas na conta 3.1.2.05.009

05/11/2001 Pagto multa guia recolhimento 72,85

31/12/2005 Despesas Indedutíveis registradas na conta 3.1.2.04.017

05/04/205 Pagto NF 25474 Restaurante Vila Maria Ltda 294,14

15/06/2005 Pagto NF 1058 Café Colônia Ltda 29,30

1706/2005 Pagto NF 1245 Dissoft Vision Ltda 70,00

10/11/2005 Pagto NF 539 Restaurante Churrascaria Lazaro Ltda 23,53

14/11/2005 Pagto NF 45796 Posto Vanguarda Ltda 23,53

27/11/2005 Pagto NF 2340 Borcato borracharia Ltda 46,36

04/12/2005 Pagto NF 256879 Restaurante Vila Maria Ltda 260,94 747,80

31/12/2005 Dividendos recebidos registrados na conta 3.1.8.05.010

31/12/205 Dividendos Participação Química Nacionaliza S/A 183,54

31/12/2005 Dividendos Participação Balsamo do Campo S/A 1.117,71 1.301,25

TOTAL DAS ADIÇÕES E EXCLUSÕES 5.670,23 1.301,25

DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL R E S U L T A D O D O P E R Í O D O 61.959,46

A D I Ç Õ E S

Provisão para a CSLL 4.849,58

Multas Indedutíveis 72,85

Despesas Indedutíveis 747,80

T O T A L A D I Ç Õ E S 5.670,23

E X C L U S Õ E S

Recebimento de Dividendos 1.301,25 66.809,04

T O T A L E X C L U S Õ E S 1.301,25

COMPENSAÇÕES

Prejuízo Fiscal de 2000 12.444,20 LUCRO REAL

Curitiba, 31 de Dezembro de 2.005 53.884,24

_____________________________

José Salvador Saúde Roberto Pessoa

Responsável Contador CRC/PR 9999.99

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1.31. Escrituração da Parte B

O registro de controle é efetuado na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real. Na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real, concomitantemente com os lançamentos de ajuste efetuados na Parte A do referido livro no encerramento de cada período de apuração, serão efetuados os controles dos valores que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos de apuração subsequentes, utilizando-se uma folha para cada conta ou fato que requeira controle individualizado.

A coluna D/C do livro destina-se a indicar a natureza devedora (D) ou credora (C) do saldo apurado. Portanto, os saldos que devam ser adicionados ao lucro líquido de exercícios subsequentes terão letra D, e os que devam ser excluídos terão letra C.

1.31.1. Contas Suscetíveis de Controle

Os valores que devam influenciar a determinação do lucro real de período de apuração futuro e que não são controlados na escrituração comercial devem ser agrupados em contas distintas, segundo a sua natureza, tais como:

- prejuízos fiscais a compensar;

- depreciação acelerada incentivada;

- lucro inflacionário acumulado;

- provisões não dedutíveis;

- lucro não realizado decorrente de contrato a longo prazo com empresa pública, etc.;

- perdas excedentes aos ganhos auferidos no mercado de renda variável.

Os incentivos fiscais aproveitáveis em períodos subsequentes, passíveis de dedução do Imposto de Renda devido na Declaração de Ajuste, embora não constituam valores a serem excluídos do lucro líquido, deverão ser controlados na Parte B do Lalur.

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1.31.2. Exemplo de Escrituração da Parte "B" do Lalur

PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LIQUIDO EM EXERCÍCIOS FUTUROS FOLHA 26

CONTA : Conta: Prejuízo Fiscal Ano Calendário 2000

Para efeitos de Correção Monetária Controle de Valores

DATA H I STÓRICO Mês de Valor a Coeficiente Débito Crédito Valor Corrigido D/C

Ref. Corrigir

31/12/2000 Prejuízo Fiscal apurado no exercício 12/00 12.444,20 12.444,20 C

31/12/2005 Prejuízo fiscal compensado no exercício 12/05 12.444.20

D

1.32. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS

A partir de 1.995 o lucro real de cada período-base poderá ser reduzido em função da compensação de prejuízos fiscais em, no máximo, 30%. A mesma limitação se aplica em relação à base de cálculo da CSLL.

As pessoas jurídicas poderão compensar os prejuízos fiscais apurados em períodos-base anteriores, observadas as normas pertinentes à compensação que as autorizam:

De acordo com o art. 42 da Lei n.º 8981/95, o lucro real de cada período-base (lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda) poderá ser reduzido em função da compensação de prejuízos fiscais em, no máximo, 30% (trinta por cento).

Exemplo:

Lucro Líquido do Período Base __________________________________ R$ 500.000,00

Adições ______________________________________________________ R$ 200.000,00

Exclusões ____________________________________________________ (R$100.000,00)

Lucro real antes da compensação de prejuízos fiscais _______________ R$ 600.000,00

Nesta hipótese, o limite máximo para a compensação de prejuízos de períodos-base anteriores é de 30% de R$ 600.000,00, ou seja, R$ 180.000,00 e, portanto, se o saldo de prejuízos fiscais a compensar:

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- não ultrapassar R$180.000,00, poderá ser totalmente compensado; e

- se ultrapassar esse limite, o excedente não poderá ser compensado neste período-base, devendo permanecer registrado na conta de controle da parte B do LALUR, para ser compensado com o lucro real que vier a ser apurado nos períodos-base subsequentes, sempre respeitado o limite de 30%.

A parcela de prejuízos fiscais apurados até 31.12.94, que não for compensada em virtude dessa limitação, poderá ser compensada nos anos-calendário subsequentes, sem limite de prazo desde que nesta data fossem ainda passíveis de compensação, na forma da legislação então aplicável.

Nota: Não confundir com apuração do lucro real com base em balanço ou balancete de suspensão ou

redução do imposto mensal, hipótese em que os prejuízos gerados no próprio ano-calendário em

curso são, integral e automaticamente, compensados.

Se por ocasião da suspensão ou redução do imposto do período em curso houver aproveitamento de prejuízos fiscais do ano calendário anterior, deve-se respeitar a limitação de 30% do Lucro Real Acumulado.

1.33. DEDUÇÕES DO IRPJ / INCENTIVOS FISCAIS

A partir do ano-calendário de 1998 os incentivos fiscais de dedução do IR estão dispostos da seguinte forma:

PAT: reduzido para 4% do IRPJ normal (até 1997 o limite era 5%);

PDTI – PDTA: Programa de desenvolvimento tecnológico industrial ou agropecuário: foi reduzido para 4% do IRPJ normal (até 1997 estava limitado a 8%);

OPERAÇÕES DE CARÁTER CULTURAL E ARTÍSTICO: foi reduzido para 4% do IRPJ normal (até 1997 o limite era 5%);

ATIVIDADE AUDIOVISUAL: foi mantida a dedução de até 3% do IRPJ normal;

DOAÇÕES AOS CONSELHOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA: foi mantida a dedução de até 1% do IRPJ normal;

INCENTIVO AO DESPORTO: poderão ser deduzidos do imposto de renda devido, apurado em cada período de apuração, trimestral ou anual, pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. (limite de 1%)

PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À ATENÇÃO ONCOLÓGICA – PRONON E PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À ATENÇÃO DA SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. - PRONAS/PCD – até 4% do imposto

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devido, observado o limite global de que trata o § 7o, e o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995. (Medida Provisória nº 563/2012)

Limites de Dedução Global

Observado o limite específico de cada incentivo, deve ser respeitado ainda o limite global de 4%, com exceção ao incentivo ao Desporto que não é considerado neste limite.

Dedução do Imposto Devido

Os incentivos fiscais poderão ser deduzidos do IRPJ normal apurado durante o ano de acordo com a opção de tributação da pessoa jurídica:

(a)balanço trimestral;

(b)regime da estimativa; ou,

(c)balancetes de suspensão/redução.

1.33.1. Quadro Resumo dos Incentivos Fiscais

INCENTIVO FISCAL

CÁLCULO DO INCENTIVO LIMITES BASE LEGAL

INDIVIDUAL GLOBAL

PAT

15% da despesa líquida ou 15% de R$ 1,99 x nº refeições fornecidas, o que for menor

4%

4%

Arts. 504, I, 526, 540, 543 e 581 a 588 do RIR/99 PDTI ou PDTA

15% dos dispêndios com o PDTI/PDTA incorridos no período

4%

OPERAÇÕES CULTURAIS

Projetos aprovados com base arts. 25 e 26 da Lei nº 8.383/91: 30% patrocínios e 40% das doações

4% 4%

Arts. 475 a 489 e 543 do RIR/99; Decretos nºs 1.493 e 1.494/95; IN/SE – MinC/SRF nº 1/95; e Ins SRF nºs 56/94 e

Projetos aprovados com base no art. 18 da Lei nº 8.383/91, com as alterações da MP nº 1.589/97 e edições posteriores da MP nº 1.739/98 e MP nº 1.871/99: até 100% do somatório das

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doações e patrocínios 62/95

ATIVIDADE AUDIOVISUAL

Valores efetivamente aplicados na aquisição primária de certificados de investimento em projetos aprovados Min. Cultura

3%

DOAÇÕES CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Doações efetivamente realizados

1% NÃO HÁ

Arts. 543 e 591 do RIR/99; e IN SRF nº 86/94.

INCENTIVO AO ESPORTE (DESPORTO)

Projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte

1% NÃO HÁ

Art. 1º da Lei 11.438/2006; Decreto nº 6.180/2007

FUNDO NACIONAL DO IDOSO

Dedução do Imposto de Renda devido, em cada período de apuração, do total das doações feitas aos Fundos Nacional, Estaduais ou Municipais do Idoso devidamente comprovadas.

1%

somado àquele relativo às doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, não poderá ultrapassar 1% do imposto devido.

Art. 1º da Lei nº 12.213/2010

PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ –

Dedução do imposto de renda em relação à prorrogação da licença-maternidade.

total da remuneração da empregada pago no período de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como

Instrução Normativa RFB nº 991, de 21 de janeiro de 2010.

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despesa operacional.

PRONON E - PRONAS/PCD

Programa nacional de apoio à atenção oncológica.

Programa nacional de apoio à atenção da saúde da pessoa com deficiência.

cinquenta por cento das doações e quarenta por cento dos patrocínios, vedada a dedução como despesa operacional.

4% Lei nº 12.715/2012.

2. LUCRO PRESUMIDO

Embora não seja a forma mais adequada sob o ponto de vista econômico, pois se baseia em mera presunção de lucro, a tributação pelo Imposto de Renda segundo as regras do lucro presumido é, na verdade, bastante prática e simplificada, o que tem despertado o interesse de um número cada vez maior de empresas, principalmente daquelas impedidas de optar pelo Simples.

2.1. EMPRESAS IMPEDIDAS AO LUCRO PRESUMIDO

Empresas impedidas de optar pelo lucro presumido por serem obrigadas à apuração do lucro real: (art. 246 do RIR/99)

a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja acima de R$ 48.000.000,00; (R$ 78.000.000,00 a partir de 2014, conforme dispõe o art. 7º da Lei 10.814/2013)

b) instituições financeiras, empresas de seguros privados, de capitalização, de previdência privada e equiparadas;

c) que tenham lucros ou rendimentos oriundos do exterior;

d) que gozem de benefícios fiscais de isenção/redução do imposto de renda;

e) que no decorrer do ano tenham efetuado a suspensão ou redução do imposto;

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f) empresas de fomento mercantil – “Factoring”.

g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009, convertida na Lei nº 12.249/2010)

2.2. APURAÇÃO TRIMESTRAL

A partir de 1997, o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas passou a ser determinado trimestralmente, com base no lucro real, presumido ou arbitrado apurado em períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano (art. 1º da Lei nº 9.430/96), ressalvada a alternativa de apuração com base na estimativa mensal para empresas sujeitas a apuração do lucro real anual.

1º Trimestre Período de Apuração: 31 de março

2º Trimestre Período de Apuração: 30 de junho

3º Trimestre Período de Apuração: 30 de setembro

4º Trimestre Período de Apuração: 31 de dezembro

2.3. FORMALIZAÇÃO DA OPÇÃO

Podem optar pelo lucro presumido todas as pessoas jurídicas não obrigadas a apuração do Imposto com base no lucro real.

A opção pela tributação com base no lucro presumido será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário e será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário (art. 26 da Lei nº 9.430/96).

Assim, considera-se formalizada a opção mediante a indicação, no campo 04 do DARF, do código de receita próprio do imposto apurado nesse regime de tributação (2089).

Portanto, em relação ao ano-calendário de 2001, a opção será manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto apurado no primeiro trimestre cujo vencimento se deu em 30/04/2001.

Janeiro /Fevereiro /Março

Abril/ Maio/ Junho

Julho/ Agosto/ Setembro

Outubro/Novembro/Dezembro

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A pessoa jurídica que iniciar atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção pelo lucro presumido com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido relativo ao período de apuração de início de atividade (art. 26, § 2º da Lei nº 9.430/96).

Não impede o exercício da opção pela tributação com base no lucro presumido o fato de a empresa não ter efetuado o pagamento nos prazos legais ou ter pago com insuficiência. Ocorrida este hipótese, o débito deverá ser pago com os acréscimos legais cabíveis.

2.3.1. Opção definitiva a partir de 1999

Até 31.12.1998 era admitido que a pessoa jurídica alterasse sua opção, de lucro presumido para lucro real, em relação ao mesmo ano-calendário (Lei nº 9.430/96, art. 26, §§ 3º e 4º).

Todavia, de acordo com o § 1º do art. 13 da Lei nº 9.718/98, incorporado ao § 1º do art. 516 do RIR/99, a partir do ano-calendário de 1999 a opção pela tributação com base no lucro presumido passa a ser definitiva em relação a todo o ano-calendário.

2.4. BASE DE CÁLCULO

O lucro presumido será apurado, trimestralmente, pela soma das seguintes parcelas (arts. 25, 51 e 53 da Lei nº 9.430/96):

1. o valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção indicados no quadro a seguir, sobre a receita bruta da atividade auferida em cada trimestre; e

2. demais receitas e ganhos de capital e outros acréscimos á base de cálculo.

2.5. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO

2.5.1. Conceito de Receita Bruta

A receita bruta sobre o qual se aplicam os percentuais de presunção compreende o produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações por conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (por exemplo: comissões), observando-se que (Art. 5º da IN SRF 93/97 e Art. 224 e 519 do RIR/99):

a) não se incluem na receita bruta:

a.1) o IPI (se a empresa for contribuinte deste imposto) cobrado destacadamente do comprador, do qual o vendedor dos bens é mero depositário;

a.2) o ICMS por substituição tributária, cobrado pelo contribuinte substituto que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;

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a.3) as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS cobradas, pelo contribuinte substituto que figura como mero depositário do imposto cobrado antecipadamente;

b) devem ser excluídos da receita bruta:

b.1) as vendas canceladas (devoluções); e

b.2) os descontos incondicionais concedidos (que consta da NF e não depende de evento futuro);

2.6. Adoção do Regime de Caixa

Alternativamente ao regime de competência, é admitido que, para efeito de determinação do lucro presumido, a receita de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços com recebimento a prazo ou em parcelas seja reconhecia segundo o regime de caixa, ou seja, somente no mês do efetivo recebimento, desde que observadas as seguintes regras (IN SRF nº 104/98):

a) que escriture apenas o livro Caixa: deve emitir a nota fiscal por ocasião da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço e indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento;

b) pessoa jurídica que mantenha escrituração contábil: deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica e indicar nessa conta, em cada lançamento, a nota fiscal a que corresponder o recebimento.

2.7. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA DA ATIVIDADE

ATIVIDADE GERADORA DA RECEITA

PERCENTUAL

· Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural

1,6%

· Venda de mercadorias e produtos (exceto revenda de combustível para consumo), seja indústria ou revenda

· Transporte de cargas

· Serviços hospitalares, auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência

8,0%

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Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

· Atividade Rural

· Atividades Imobiliárias (incorporação e loteamento)

· Construção por empreitada, quando houver fornecimento de todo material indispensável à execução da obra (ADN COSIT 06/97, derrogado pela IN SRF n. 539/2005)

· Outras atividades (exceto prestação de serviços para a qual não esteja previsto percentual específico)

· Serviços de transporte (exceto o de cargas)

· Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissão regulamentada) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00

16%

· Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas

· Intermediação de negócios, inclusive representação comercial e corretagem (se Seguros, imóveis, etc.)

· Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza

· Construção por empreitada, quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou seja, sem o emprego de materiais

32%

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2.8. Percentual reduzido de apuração do lucro presumido

Regra prática para verificar quando pode reduzir o percentual de 32% para 16%

(quando não há um percentual específico)

1ª Condição Não ser profissão regulamentada

2ª Condição Ser exclusivamente prestação de serviços

3ª Condição Receita Bruta até R$ 120.000,00

2.9. Prestadoras de Serviço com Receita Bruta Anual de até R$ 120.000,00

As empresas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, que não sejam de profissão

regulamentada e cuja receita bruta não exceder a R$120.000,00, poderão utilizar, para

determinação da base de cálculo do imposto, o percentual de 16% (Art.36 da IN SRF Nº 93/97 e Art.

519 do RIR/99).

Diferença de Imposto: a empresa ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto, apurada em

relação a cada trimestre transcorrido, quando houver utilizado o percentual de 16% e a receita

bruta acumulada ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00. A diferença de imposto deverá

ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre em que ocorrer o excesso.

Exemplo:

Ano de 2009 Receita Bruta – R$ Receita Acumulada Percentual

1º Trimestre 90.000,00 90.000,00 16%

2º Trimestre 110.000,00 200.000,00 32%

No primeiro trimestre de 2009, a empresa utilizou o percentual de 16% sobre o valor da receita

bruta acumulada de R$ 90.000,00 para determinar o valor do imposto. A partir do 2º trimestre de

2001, passou a utilizar o percentual de 32%, tendo em vista que o valor acumulado ultrapassou o

limite de R$ 120.000,00.

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Nesta hipótese a empresa deverá recolher a diferença de imposto utilizando o percentual de 16%

sobre o valor da receita bruta do 1º trimestre de 2009. A diferença calculada na forma abaixo

deverá ser recolhida até o último dia do mês de julho de 2009, sem qualquer acréscimo legal.

Cálculo da Diferença de Imposto

1º Trimestre Valores - R$ % Base de Cálculo do IR

Base de Cálculo 90.000,00 16 14.400,00

Diferença de Imposto Devida: R$ 14.400,00 x 15% = R$ 2.160,00

2.10. Atividades Imobiliárias

As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo às unidades imobiliárias vendidas.

O lucro presumido será calculado aplicando-se o percentual de 8% sobre o valor das receitas recebidas (§ 7º do art. 3º e inciso I do art. 5º da IN SRF nº 93/97).

2.11. Comercialização de Veículos Usados

A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores deverá observar que, nas operações de venda de veículos usados, o valor a ser computado na determinação da base de cálculo será apurado segundo o regime aplicável às operações de consignação. (art. 5º da Lei nº. 9.716 de 1998)

Assim, na determinação da base de cálculo, será computada a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição constante da nota fiscal de entrada (IN SRF nº 152/98).

Exemplo:

Receita da venda de veículos no trimestre R$ 300.000,00

(-) Valor total pago pelos veículos vendidos no trimestre R$ 200.000,00 -

(=) Receita auferida (equiparada à consignação) R$ 100.000,00

Se for somente esta a receita auferida no trimestre, o lucro presumido será assim determinado:

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Faturamento bruto – Cancelamentos 100.000,00

Lucro Presumido % 32% 32.000,00 Mais

Receitas Financeiras Bruta 0,00 Aluguéis recebidos 0,00 Variação monetária ativa 0,00 Juros recebidos de clientes 0,00 Descontos Obtidos 0,00 Juros s/ PL recebidos 0,00 Variação cambial Ativa 0,00 Ganho de Capital 0,00 Outras receitas eventuais 0,00 (=) 32.000,00

IRPJ 15% 4.800,00

AIR 10% excedente R$ 20.000,00 mês R$ 60.000,00 trimestre R$ 240.000,00 anual

xxxxxxxx

OBS: esta atividade (venda de veículos usados, por ser equiparado à consignação) poderá utilizar

percentual reduzido em 16% até R$ 120.000,00 no ano-calendário.

2.11.1. Obrigações Acessórias – documentos hábeis

A compra desses veículos será documentada mediante Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A , emitida pelo alienante, se este for obrigado a sua emissão.

Quando o alienante for pessoa física ou pessoa jurídica não obrigada a emissão de nota fiscal, esta será emitida pelo adquirente.

Na posterior revenda, deverá ser emitida Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A pelo alienante.

2.12. DEMAIS RECEITAS E GANHOS DE CAPITAL E OUTROS ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO

Deverá ser adicionado ao lucro presumido (Art.521 do RIR/99 e Art.36 da IN SRF nº 93/97):

a) os ganhos de capital auferidos na venda de ativos, que correspondem à diferença positiva verificada no trimestre entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil do bem, corrigido monetariamente até 31.12.95, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exclusão;

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b) os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e os ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável, quando do resgate, cessão ou alienação do título; (IN RFB n. 1.022/2010)

c) demais receitas ou resultados, tais como:

c.1) variações monetárias ativas, descontos financeiros obtidos e juros ativos (não decorrentes de aplicações financeiras);

c.2) juros equivalentes à taxa SELIC relativos a tributos a recuperar;

c.3) os juros sobre o capital próprio que houverem sido pagos ou creditados por outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia;

c.4) rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladas, controladoras, coligadas ou interligadas;

c.5) receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;

c.6) multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;

c.7) valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos (exceto se comprovar não os ter deduzido em período anterior);

c.8) ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão.

2.13. OUTROS VALORES QUE DEVEM SER ACRESCIDOS À BASE DE CÁLCULO

A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base no lucro real deverá adicionar, também, à base de calculo do imposto correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pelo lucro presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida e controlados na parte B do LALUR (art. 54 da Lei nº 9.430/96 e Art. 520 do RIR/99), tais como:

a) lucro inflacionário a tributar;

b) lucro não realizado decorrente de contratos com entidades governamentais;

c) lucro não realizado relativo a vendas de bens do ativo permanente com recebimento do preço em prazo que ultrapassa o ano-calendário seguinte ao da contratação.

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2.14. CÁLCULO DO IMPOSTO E ADICIONAL

2.14.1. Alíquota

O imposto trimestral devido deve ser calculado, em reais, mediante aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo (Art. 541 do RIR/99).

O adicional incide sobre a parcela do lucro presumido trimestral excedente a R$ 60.000,00, mediante aplicação da alíquota de 10% (Art. 542 do RIR/99).

2.15. Deduções do Imposto

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido pode deduzir do imposto apurado em cada trimestre (Art. 526 do RIR/99):

a) o Imposto de Renda Retido da Fonte, ou pago pela própria empresa, conforme o caso, sobre receitas computadas na determinação da base de cálculo, pagas ou creditadas à empresa por pessoas jurídicas a título de:

a.1) remuneração pela prestação de serviços profissionais;

a.2) remuneração pela prestação de serviços de limpeza e conservação, vigilância e locação de mão-de-obra;

a.3) comissões e corretagens, etc.;

a.4) remuneração de serviços de propaganda e publicidade;

a.5) rendimentos de aplicações financeiras;

a.6) importâncias recebidas de entidades da administração pública federal;

a.7) juros remuneratórios do capital próprio;

a.8) outras remunerações sujeitas ao IRRF.

b) o saldo de imposto pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores, que ainda não tenham sido objeto de compensação.

2.16. Impossibilidade de Dedução de Incentivos Fiscais

A partir de 1º.01.1998 deixou de ser permitida qualquer dedução, a título de incentivo fiscal, do imposto apurado com base no lucro presumido (Art. 10 da Lei nº 9.532/97).

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2.17. Exemplo de Cálculo do Imposto Trimestral

Admitamos que uma empresa optante pela tributação com base no lucro presumido apresente os seguintes dados no 1º trimestre de 2009:

Receita da venda de produtos de fabricação própria:

Total das vendas (inclusive IPI) _________________________________ R$ 1.210.000,00

(-) IPI _______________________________________________________ R$ 110.000,00

Receita de vendas _____________________________________________ R$ 1.100.000,00

(-) Devoluções recebidas (líquidas IPI) ____________________________ R$ 30.000,00

Receita de venda a ser considerada ______________________________ R$ 1.070.000,00

Receita de prestação de serviços ________________________________ R$ 300.000,00

Ganho de capital na venda ativo permanente______________________ R$ 25.000,00

Rendimentos de aplicação financeiras ____________________________ R$ 2.500,00

IRRF s/ rendimentos de aplicação financeira ______________________ R$ 500,00

Com base nesse dados, e considerando-se os percentuais de 8% e 32%, respectivamente, para receita de venda de produtos e para a de prestação de serviços, teríamos:

a) Apuração da lucro presumido da atividade

a.1) Receita da venda de produtos: 8% de R$ 1.070.000,00 __________ R$ 85.600,00

a.2) Receita de prestação serviços: 32% de R$ 300.000,00 __________ R$ 96.000,00

Lucro Presumido da atividade __________________________________ R$ 181.600,00

b) Determinação da base de cálculo do imposto

b.1) Lucro presumido da atividade _______________________________ R$ 181.600,00

b.2) Ganho da capital na alienação bem do Ativo Permanente _______ R$ 25.000,00

b.3) Rendimentos de aplicação financeira ________________________ R$ 2.500,00

Base de cálculo do IR trimestral _________________________________ R$ 209.100,00

c) Cálculo do imposto a pagar relativo ao 1º trimestre de 2009

c.1) Imposto normal (R$ 209.100,00 x 15%) ________________________ R$ 31.365,00

c.2) Adicional (R$ 149.100,00* x 10%) ____________________________ R$ 14.910,00

Total do imposto devido _______________________________________ R$ 46.275,00

c.3) (-) IRRF __________________________________________________ R$ 500,00

Imposto líquido a pagar ________________________________________ R$ 45.775,00

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* base de cálculo do adicional: lucro presumido que excedeu a R$ 60.000,00.

2.18. RECEITAS FINANCEIRAS

Quando houverem receitas financeiras, ganhos de capital e demais receitas não operacionais, deve-se aplicar a alíquota de 15% para o cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e de 9% para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o valor bruto destas receitas. Porem, caso a empresa venha a apurar “lucro presumido”, superior a R$ 60.000,00, no trimestre, deve ainda calcular o valor do Adicional de Imposto de Renda. Aplica-se então a alíquota de 10% sobre o excesso.

Nota: A Instrução Normativa nº 93, de 24 de dezembro de 1997, artigo 38, parágrafo 1º, dispõe sobre o adicional de 10% (dez por cento) sobre a parcela que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

2.19. ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA

Na forma do art. 228, 542 e 543 do Regulamento de Imposto de Renda, a parcela do lucro presumido ou real que exceder o valor da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, ficará sujeita à incidência do adicional do imposto à alíquota de 10% .

O adicional, sem nenhuma dedução, será pago juntamente com o imposto devido, nos mesmos prazos e código.

Esse adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão, cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.

A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas.

O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade rural (Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.

Referente a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL, não há a incidência do adicional de imposto que trata os arts. 228, 242 e 243 do Regulamento do Imposto de Renda.

2.20. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO

Exemplo de cálculo do adicional de imposto de renda, para uma empresa com atividade de comércio de mercadorias, com a base presumida de 8% sobre a Receita Bruta da atividade da empresa no trimestre. Neste mesmo trimestre a empresa obteve um ganho liquido na alienação de um bem do Ativo Imobilizado no valor de R$ 100.000,00, conforme disposto na planilha a seguir:

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Receita Bruta 4.500.000,00

Base Presumida 8%

Lucro Presumido da Atividade 360.000,00

Ganho de Capital 100.000,00

Lucro Presumido Total 460.000,00

IRPJ Normal (15%) 69.000,00

Calculo do Adicional

Lucro Presumido Total 460.000,00

(-) Limite de Isenção 60.000,00

Base do Adicional 400.000,00

Adicional de IRPJ (10%) 40.000,00

Imposto de Renda a Recolher: Somatório do IRPJ Normal (15%) e do Adicional de IRPJ (10%)

IRPJ Normal (15%) 69.000,00

Adicional de IRPJ (10%) 40.000,00

Imposto de Renda a Recolher 109.000,00

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2.21. RECOLHIMENTO DO ADICIONAL

O recolhimento do imposto adicional deverá ser feito juntamente com o imposto normal devido no período, com mesmo vencimento e período de apuração.

3. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – LUCRO PRESUMIDO

As pessoas jurídicas submetidas à tributação do IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado e as demais entidades dispensadas de escrituração contábil (exceto empresas optantes pelo simples) ficam sujeitas à apuração trimestral da Contribuição Social Sobre o Lucro.

A base de cálculo da CSLL devida por essas pessoas jurídicas corresponderá ao resultado presumido apurados em cada trimestre.

3.1. REGIME DE APURAÇÃO – COMPETÊNCIA OU CAIXA

Relativamente aos limites estabelecidos em conformidade com a legislação do Imposto de Renda, a receita bruta auferida no ano anterior será considerado segundo o regime de competência ou caixa, observado o critério da base no lucro presumido (Lei nº. 9.718, de 1998, art. 13, § 2º).

3.1.1. Regime de Caixa

Utilizando o regime de caixa, pessoa jurídica que adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de vendas de bens ou direitos ou de prestação de serviços com recebimento a prazo ou em parcelas, devendo:

I – se mantiver escrituração do livro caixa

a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço.

b) Indicar, no livro caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento;

II – se mantiver escrituração contábil:

b) na forma da legislação comercial, controlar os recebimentos e pagamentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder ao recebimento.

3.2. BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo da CSLL, devida mensalmente por estimativa corresponderá ao somatório dos seguintes valores, apurados em cada mês (art. 88 e 89 da IN SRF nº. 390 de 2004):

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I – 12% da receita bruta da venda de mercadorias;

II – 32% prestação de serviços;

III – ganho de capital, (lucros) obtidos na alienação de bens de ativo permanente e de aplicação em ouro não caracterizado como ativo financeiro;

IV – rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável;

V – demais receitas do capital próprio, pagos ou creditados por sociedade da qual a empresa seja sócia ou acionista.

3.3. Prestadora de serviços – Percentual desde 01/09/2003

Desde 01/09/2003, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no mês sobre o lucro das empresas optantes pela estimativa mensal e das pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades (art. 22 da Lei nº. 10.684/2003):

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes, inclusive de carga;

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestação de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes da venda mercantil a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

A base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro líquido corresponderá ao somatório abaixo:

• 12% ou 32% ( * ) da receita bruta mensal; • ( + ) Ganhos líquidos e rendimentos nominais em aplicações financeiras de renda

fixa e variável • ( + ) Ganhos de capital na venda de bens de direitos;

• ( + ) Demais receitas e resultados positivos ( = ) SOMATÓRIO (BASE DE CÁLCULO)

( * ) O percentual de 32% será utilizado para fatos geradores corrigidos a partir do mês de setembro de 2003, pela pessoa jurídica que tenha a atividade de factoring e para as seguintes atividades (Lei nº. 10.684, de 30-05-2003);

a) Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte;

b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direito de

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qualquer natureza;

3.4. ALÍQUOTA DA CSLL

a) Pessoa Jurídica em Geral

No cálculo da CSLL aplica-se a seguinte alíquota:

9% relativamente aos fatos geradores ocorridos desde 01/02/2000 (art. 6º, II, da MP nº. 2.158/2001 e reedições posteriores e art. 37 da Lei nº. 10.637/2002), conforme demonstrado na tabela de evolução das alíquotas da CSLL desde 1992.

b) Instituições Financeiras

A partir de 1º de maio de 2008 as seguintes entidades abaixo utilizarão 15% de alíquota para a CSLL: (Instrução Normativa RFB nº 810, DOU de 22.01.2008)

- pessoas jurídicas de seguros privados;

- pessoas jurídicas de capitalização;

- os bancos de qualquer espécie;

- distribuidoras de valores mobiliários;

- corretoras de câmbio e de valores mobiliários;

- sociedades de crédito, financiamento e investimentos;

- sociedades de crédito imobiliário;

- administradoras de cartões de crédito;

- sociedades de arrendamento mercantil;

- administradoras de mercado de balcão organizado;

- cooperativas de crédito;

- associações de poupança e empréstimo;

- bolsas de valores e de mercadorias e futuros;

- entidades de liquidação e compensação.

Obs: Corretoras autônomas de seguros e empresas de Factoring continuam em 9%.

3.5. Exemplo de Calculo do Imposto

Admitindo que uma empresa optante pela tributação com base no lucro presumido apresente os seguintes dados no 1º trimestre de 2009:

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Receita da venda de produtos de fabricação própria:

Total das vendas (inclusive IPI) _________________________________ R$ 1.210.000,00

(-) IPI _______________________________________________________ R$ 110.000,00

Receita de vendas _____________________________________________ R$ 1.100.000,00

(-) Devoluções recebidas (líquidas IPI) ____________________________ R$ 30.000,00

Receita de venda a ser considerada ______________________________ R$ 1.070.000,00

Receita de prestação de serviços ________________________________ R$ 300.000,00

Ganho de capital na venda ativo permanente______________________ R$ 25.000,00

Rendimentos de aplicação financeiras ____________________________ R$ 2.500,00

Determinação da base de cálculo do imposto:

12% da receita bruta de venda (R$1.070.000,00) ___________________ R$ 128.400,00

32% da receita bruta de serviços (R$ 300.000,00) __________________ R$ 96.000,00

Ganho da capital na alienação bem do Ativo Permanente ___________ R$ 25.000,00

Rendimentos de aplicação financeira _____________________________ R$ 2.500,00

Base de cálculo da CSLL trimestral _______________________________ R$ 251.900,00

Cálculo da CSLL a pagar relativo ao 1º trimestre de 2009

R$ 251.900,00 x 9% ____________________________________________ R$ 22.671,00

3.6. DEDUÇÕES DO IMPOSTO TRIMESTRAL

Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido no período de apuração:

I – no caso de apuração com base no lucro presumido:

a) a contribuição social sobre lucro líquido pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na determinação da sua base de cálculo;

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b) o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores; através de Per/Dcomp;

c) a contribuição social sobre lucro líquido retido na fonte por órgãos públicos;

d) do saldo negativo do CSLL de trimestres anteriores;

3.7. RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSLL (PRESUMIDO)

O Imposto de Renda (código 2089) e a CSLL (código 2372) devidos, devem ser recolhidos até o último dia último do mês subsequente ao do período de apuração.

3.7.1. Divisão em quotas

À opção do contribuinte, poderá ser parcelado em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, e deverão ser pagas até o último dia dos meses subsequentes ao de encerramento do período competente.

Nenhuma quota poderá ser inferior a R$ 1.000,00, isto é, o imposto inferior a R$ 2.000,00 deverá ser pago em quota única.

As quotas estarão sujeitas ao acréscimos de juros, correspondentes a taxa SELIC, incidentes a partir do segundo mês subsequente ao do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

3.7.2. Antecipação do Imposto Devido

Alternativamente o contribuinte pode optar por antecipar os tributos ao fisco, recolhendo antes da data efetiva do pagamento para assim proporcionar um fluxo de caixa e não estar com um imposto alto a ser recolhido em uma única data.

Neste sentido, o contribuinte deve fazer as apurações mensalmente, podendo recolher o tributo em qualquer data, até o dia efetivo de seu vencimento origina. Não esquecendo que esta não é uma nova forma de apuração de impostos, sendo tão somente uma forma de fluxo de caixa, devendo, na guia do DARF, constar a data de vencimento e apuração original dos impostos.

Exemplo:

A empresa “XYZ”, obteve no mês janeiro do ano calendário, um faturamento de R$ 350.000,00, com a atividade de comércio de mercadorias.

O empresário pode optar por efetuar o pagamento do tributo devido de forma antecipada, seguindo estes critérios:

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Empresa “DELTA” – Revenda de Mercadorias

1º Trimestre Faturamento

Janeiro R$ 350.000,00

Cálculo do Imposto parcial do Trimestre

IRPJ CSLL

R$ 350.000,00 X 8% = R$ 28.000,00 * R$ 350.000,00 X 12% = R$ 42.000,00

Imposto Devido Imposto Devido

R$ 28.000,00 X 15% = R$ 4.200,00 R$ 42.000,00 X 9% = R$ 3.780,00

* Aconselha-se o cálculo do Adicional do Imposto de renda no último mês do trimestre, visto que o faturamento nos meses seguintes pode vir a diminuir. Caso o contribuinte recolha o Adicional antecipadamente, pode incorrem em recolhimento de imposto a maior, ficando condicionado ao Per/Dcomp, para poder compensar estes valores.

4. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS

4.1. PREVISÃO NO CONTRATO SOCIAL

Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada ao término da cada exercício social, em 31 de dezembro, o administrador prestará contas justificadas de sua administração, procedendo à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, os lucros ou perdas apurados. (Art. 1.065, CC/2002)

Quando não houver previsão no Contrato Social os sócios deliberarão o modo de sua remuneração conforme trata o Art. 1.071, IV .CC/2002 .

O código civil também determina que seja nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas ( Art. 1.008) é ainda salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. (Art. 1.007).

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Na Sociedade Anônima conforme Lei nº 6.404/76, Art. 132, II, anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos.

4.2. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS AO TITULAR, SÓCIO OU ACIONISTA DA PESSOA JURÍDICA

Não estão sujeitos ao imposto de renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a sócios, acionistas ou titular de empresa individual. (IN SRF Nº 093/97 Art. 48.)

A isenção do imposto de renda não abrange os valores pagos a outro título, tais como "pro labore", aluguéis e serviços prestados. IN SRF Nº 093/97 Art. 48

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderá distribuir, sem incidência de imposto renda na fonte, o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica (inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, PIS/ Pasep)

A pessoa jurídica poderá distribuir parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no parágrafo anterior, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado.

A parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de período-base não encerrado, que exceder ao valor apurado com base na escrituração, será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita a incidência do imposto de renda calculado segundo o disposto na legislação específica, com acréscimos legais.

Nota: Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente, bem assim quando se tratar de lucro que não tenha sido apurado em balanço, a parcela excedente será submetida à tributação, que, no caso de beneficiário pessoa física, dar-se-á com base na tabela progressiva mensal. (IN SRF nº 93, de 1997, art. 48, § 4º).

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4.3. Calculo Distribuição de Lucros e Dividendos no Lucro Presumido

FATURAMENTO: R$ 20.000,00

PROVISÃO DE IMPOSTOS

IRPJ - Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 15% ) = 960,00

CSLL -Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 9% ) = 576,00

PIS ( 20.000,00 X 0,65%)= 130,00

COFINS – ( 20.000,00 X 3% ) = 600,00

4.4. Cálculo da Distribuição de Lucros

Base de calculo do lucro presumido ( 32% do faturamento ) = 6.400,00

Total provisão de imposto ( IRPJ + CSSL + PIS + COFINS ) = 2.266,00

Lucro distribuível independentemente do lucro líquido contábil ( 6.400,00 – 2.266,00)= 4.134,00

OBS: No lucro arbitrado será a mesma sistemática de cálculo. (art. 48, § 2º, da IN SRF nº 093/1997)

4.5. IMPEDIMENTO PARA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS/ DIVIDENDOS

Conforme dispõe o Decreto-lei nº. 368, de 19 de dezembro de 1.968, no art. 1º inciso II, a sociedade tiver débito salarial, não poderá distribuir lucros, bonificações, dividendos ou interesses a seus sócios titulares, acionistas ou membros de órgãos fiscais ou consultivos.

O art. 889 do RIR/99 preceitua que as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão:

I - distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas;

II - dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.

FIM

Elaborado por Rômulo Albuquerque Silva - Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-Graduado em Gestão Tributária – Consultor nas áreas de Tributos Federais, Legislação Societária e Contabilidade; Diretor da Versus Treinamentos Empresariais; gestor do SESCAP – CONSULTORIA & LEGISLAÇÃO; Redator e editor de publicações periódicas; Palestrante e colaborador de renomadas instituições focadas em treinamento/desenvolvimento empresarial, seminários e mesas redondas; Membro de Centro de estudos em matéria tributária e contábil de renomadas instituições.