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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente (PPGSaSA) Luis Paulo Ruas CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES Diamantina 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente (PPGSaSA)

Luis Paulo Ruas

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO

GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ESTABELECIMENTOS

HOSPITALARES

Diamantina

2019

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Luis Paulo Ruas

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO

GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ESTABELECIMENTOS

HOSPITALARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Harriman Aley Morais Coorientadora: Profª. Luciana de Freitas Campos

Diamantina

2019

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Luis Paulo Ruas

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO

GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ESTABELECIMENTOS

HOSPITALARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Harriman Aley Morais Coorientadora: Profª. Luciana de Freitas Campos Data de aprovação 28/01/2019.

Profa. Dra. Bethania Alves de Avelar Freitas

Instituto de Ciência e Tecnologia - ICT

Profa. Dra. Orlene Veloso Dias

Departamento de Enfermagem - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Unimontes

Prof. Dr. Altamir Fernandes de Oliveira

Faculdade de Ciências Agrárias - UFVJM

Prof. Dr. Harriman Aley Morais (Orientador)

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - UFVJM

Diamantina

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me agraciar com a saúde mental necessária a condução

dos meus projetos e a força física e psicológica para resistir às adversidades costumeiras em

batalhas onde a conquista é grandiosa como foi a conclusão de mais esta etapa acadêmica em

minha vida. Agradeço a minha Família, em especial a minha esposa Heidy pela compreensão

e ajuda nas noites em claro e nas tantas vezes que ficamos privados de outros momentos em

família ou mesmo da companhia um do outro, em prol das aulas que tive que assistir em outra

cidade, ou mesmo para a escrita de um artigo, preparação de um seminário e por diversas

vezes na construção deste estudo. Deus coloca em nossas vidas verdadeiros anjos, pois sabe

das nossas limitações humanas e minha esposa foi mais uma vez o anjo que me deu a força

necessária para superar meus limites. Agradeço aos colaboradores que gentilmente se

dispuseram a dedicar tempo e escorços na participação desta pesquisa por também

compreenderem a importância das possíveis respostas que a ciência nos permitiria com a

condução da pesquisa e sua relevância para o nosso contexto regional. Agradeço aos

professores, na pessoa da Prof. Renata Aline, por todo conhecimento generosamente

compartilhado conosco nas disciplinas do programa de mestrado e de forma especial aos meu

orientador Harriman Aley Morais e minha co-orientadora Luciana de Freitas Campos por toda

a paciência e dedicação na construção deste trabalho. Frequentemente ouço as pessoas me

falarem que tenho muita sorte, mas prefiro acreditar que Deus em sua infinita misericórdia

coloca em meus caminhos as pessoas certas para tornar possível a realização dos meus

projetos. Cuidando de cada detalhe Deus tornou real o meu sonho de ser Mestre. Serei

eternamente grato a cada um que me ajudou durante esse período.

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RESUMO

Os serviços prestados pelos estabelecimentos de saúde são de relevância social podendo

impactar diretamente na vida dos indivíduos e de uma comunidade, sendo necessário que os

serviços ali prestados sejam de qualidade. A utilização da qualidade como ferramenta de

gestão já se encontra instituída como obrigatoriedade dos serviços de saúde pela RDC

(Resolução da Diretoria Colegiada) 63/2011. A água é insumo essencial em diversas práticas

realizadas dentro dos estabelecimentos hospitalares, desde procedimentos relacionados à

higienização, até práticas terapêuticas como a hemodiálise, assim o gerenciamento da

qualidade deste insumo é fundamental para garantir a segurança dos pacientes. O presente

estudo trata-se de uma pesquisa de avaliação do gerenciamento da qualidade da água utilizada

em Hospitais. Foi construído um Instrumento de Avaliação (IA) dividido em três

componentes sendo eles estrutura, processo e resultado atendendo a determinação da RDC

63/2011 e sob a perspectiva do teórico Avedis Donabedian. Para a validação do IA foi

utilizado o método de Delphi com análise estatística do Índice de Validação de Conteúdo

(IVC) e Inter-Rater Agreement (IRA). O processo de validação foi realizado por um grupo de

especialistas envolvidos em diferentes etapas do manejo dos recursos hídricos que analisaram

os itens de cada um dos componentes em três rodadas utilizando a escala de LIKERT para

avaliar cada componente do IA. Ao término do processo, apenas os itens considerados

consensuais permaneceram no instrumento e foram representados esquematicamente através

de um Modelo Lógico de Avaliação (MLA) que também foi submetido ao processo de

validação com relação ao encadeamento lógico dos itens, utilizando a mesma metodologia

analítica. Quando observados os itens validados e os estudos disponíveis na literatura foi

possível verificar que muitos hospitais não possuem um gerenciamento da qualidade da água

adequado conforme a percepção dos especialistas, mostrando fragilidades que podem tornar a

água fonte potencial de risco a saúde dos pacientes. Espera-se que o MLA validado neste

estudo seja utilizado pelos gestores dos hospitais para obtenção de um diagnóstico útil nos

processos de tomada de decisão, com o objetivo de otimizar os recursos humanos materiais e

financeiros demandados para o gerenciamento da qualidade da água garantindo assim um

produto que atenda aos requisitos de qualidade necessários.

Palavras-chave: Qualidade da água. Gestão de qualidade. Avaliação. Evento Adverso

Modelo Lógico.

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ABSTRACT

The services provided by health facilities are of social relevance and can have a direct impact

on the lives of both individuals and a community, so the services provided there need to be of

proper quality. The use of quality control as a management tool is already established as

compulsory for health services by the RDC (Directors' Collegiate Resolution) 63/2011. Water

is an essential input in several practices performed within hospital facilities, from procedures

related to hygiene to therapeutic practices such as hemodialysis, so the management of the

quality of this input is fundamental to guarantee patient safety. This study is a research

intended to evaluate the quality management of the water used in Hospitals. An Evaluation

Instrument (IA) was created and split into three components: structure, process and result,

taking into account the determination of RDC 63/2011 and from the perspective of theorist

Avedis Donabedian. For the validation of the IA, the Delphi method was used with statistical

analysis of the Content Validation Index (IVC) and Inter-Rater Agreement (IRA). The

validation process was carried out by a group of experts, involved in different stages of water

resource management, who analyzed the items of each component in three rounds using the

LIKERT scale to evaluate each component of the IA. At the end of the process, only the items

considered consensual remained in the instrument and were represented schematically

through a Logical Model of Evaluation (MLA), which was also submitted to the validation

process of the logical sequence of items, using the same analytical methodology. After the

validated items and the studies available in the literature were observed, it became possible to

verify that many hospitals do not have adequate water quality management according to the

experts' perceptions, showing weaknesses that may cause water to become a potential source

of health risk for patients. It is expected that the MLA validated in this study will be used by

hospital managers to obtain a useful diagnosis in the decision-making processes, with the

objective of optimizing the human and material resources required for water quality

management, thus ensuring a product that meets the required quality.

Keywords: Water quality. Quality management. Evaluation. Assessment. Adverse Event.

Logical Model.

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CME Central de Materiais Esterilizados

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

EA Evento Adverso

HLCM Hospital de NiñosLuis Calvo Mackenna

IAPP Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Previdenciários

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS Ministério da Saúde

NSP Núcleo de Segurança do Paciente

OMS Organização Mundial de Saúde

PAS Organização Pan Americana de Saúde

PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SMS Secretaria Municipal de Saúde

SRS Superintendência Regional de Saúde

UFC Unidade Formadora de Colônia

UTI Unidade de Terapia Intensiva

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16

2.1. Geral ................................................................................................................................. 16

2.2. Específicos ........................................................................................................................ 16 3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 17

3.1 A qualidade nos serviços de saúde .................................................................................. 17

3.2 Água ................................................................................................................................... 20

3.2.1 Água potável ................................................................................................................... 21

3.2.2 Água purificada ............................................................................................................. 22

3.3 Modelo Lógico de Avaliação ............................................................................................ 24

3.4 Método de Delphi e Inter-Rater Agreement .................................................................... 25 4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 26

4.1. Local do estudo ................................................................................................................ 27

4.3 Elaboração do instrumento de avaliação do gerenciamento da qualidade da água ... 27

4.4 Validação do instrumento de avaliação: Método Delphi .............................................. 28

4.5 Análise de dados ............................................................................................................... 29

4.6 Aspectos éticos .................................................................................................................. 30 5 RESULTADOS .................................................................................................................... 31

5.2 Primeira rodada Delphi ................................................................................................... 31

5.3 Segunda rodada Delphi .................................................................................................... 34

5.4 Terceira rodada Delphi .................................................................................................... 34 6 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 37

6.1 Componente Estrutura .................................................................................................... 37

6.2 Componente Processo ...................................................................................................... 41

6.3 Componente Resultado .................................................................................................... 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 45 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47 APÊNDICE A – TCLE .......................................................................................................... 54 ANEXO A – TERMO DE INSTITUIÇÃO CO-PARTÍCIPE ............................................ 56 ANEXO B – PARECER DO CEP ......................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

A água é essencial nos processos de cuidado dentro de um ambiente hospitalar e sua

utilização deve ser gerenciada para que não se torne fonte de possíveis eventos adversos (EA).

O uso da água geralmente é associado apenas aos processos de higienização do piso ou para

ingestão, tendo os padrões potabilidade como referência de qualidade, entretanto diversas são

as aplicações e especificações em processos que podem afetar diretamente o paciente como a

sua utilização na hemodiálise ou na geração de vapor para esterilização de produtos.

A gestão da qualidade ainda está distante da realidade dos serviços, se mostrando

incipiente nas práticas das instituições de saúde. A cultura punitiva no tratamento de eventos

adversos nos serviços de saúde, aliado ao medo dos profissionais e a pressão social que

geralmente circunda casos de eventos que geram danos aos pacientes, são alguns dos fatores

que dificultam a introdução da qualidade como ferramenta efetiva de gestão nas instituições

de saúde. Os hospitais apresentam características peculiares que tornam complexos os

processos de gestão da qualidade, entretanto já é instituído como dever legal que os mesmos

estabeleçam procedimentos e práticas pautadas na melhoria contínua.

As instituições hospitalares do município onde o presente estudo foi realizado

convergem com a situação supracitada e apresentam diversas fragilidades nos processo de

gestão da qualidade, inclusive com relação à água. Considerando o fato de o município ser um

polo macrorregional de saúde do estado, por onde circulam cerca de um milhão de pessoas,

entre população fixa e flutuante, o impacto dos eventos adversos no cuidado em saúde

representa fator de relevância que deve ser estudado nas suas múltiplas complexidades. Com

relação à qualidade da água em especial, cabe destacar nesse contexto, o fato de que muitos

serviços e procedimentos que dependem diretamente da qualidade deste insumo para obter

sucesso são ofertados em limitadas regiões do estado, como é o caso dos serviços de

hemodiálise.

Uma correta avaliação e detecção dos principais problemas que envolvem o processo

de gerenciamento da qualidade da água pode subsidiar tomadas de decisão por parte dos

gestores hospitalares que trarão impacto direto na qualidade dos serviços prestados com

redução dos diversos eventos adversos relacionados à utilização da água e ainda, a otimização

dos recursos financeiros, uma vez que a falta de gestão pode gerar gastos com análises

desnecessárias ou até mesmo que se substituem, além de aumentar o tempo de vida de

equipamentos como as autoclaves, dentre outros tantos benefícios para os fluxos de trabalho

dentro dos hospitais.

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2 OBJETIVOS

2.1. Geral

Construir e validar instrumento de avaliação do gerenciamento da qualidade da água

em estabelecimentos hospitalares.

2.2. Específicos

Construir e validar um Instrumento de Avaliação do gerenciamento da qualidade da

água nos hospitais.

Construir e validar um Modelo Lógico/Teórico de Avaliação do gerenciamento da

qualidade da água nos hospitais.

Confrontar os itens validados com as informações disponíveis na literatura sobre

processos de avaliação da qualidade da água.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Partindo da definição da palavra qualidade que, de acordo com o dicionário Houaiss

da língua portuguesa (HOUAISS; VILLAR, 2009), é a “propriedade que determina a essência

ou a natureza de um ser ou coisa” podemos dizer que desde os primórdios da civilização, o

homem sempre procurou o que mais se adequasse as suas necessidades, fossem estas de

ordem material, intelectual, social ou espiritual (FERNANDES, 2011; BARÇANTE, 2017)

ou, em outras palavras, sempre buscou “a qualidade”.

Embora a concepção de qualidade tenha se modificado ao longo do tempo, tendo se

tornado um termo de uso comum sendo, por isso, difícil de ser precisamente definido, era uma

expressão de uso mais corriqueiro nas áreas industrial e empresarial (FERNADES, 2011;

SILVA; MACHADO, 2011; BARÇANTE, 2017). Porém, durante o surgimento da Gestão da

Qualidade Total, em meados das décadas de 1960-1970, surge a preocupação das empresas

com a qualidade em atividades não ligadas à produção propriamente dita, ou seja, as primeiras

preocupações com as pessoas, com ambiente social (que favorece as ações das pessoas) e com

o meio ambiente (que interfere no ambiente social) (BARÇANTE, 2017) e, neste contexto, o

conceito de qualidade extrapola a área industrial e passa a ser aplicado também na área de

serviços, inclusive na área de saúde.

Desta maneira, neste referencial, serão abordados alguns aspectos relativos à qualidade

nos serviços de saúde, com ênfase na gestão da qualidade da água hospitalar, pontos estes

norteadores do desenvolvimento desta pesquisa.

3.1 A qualidade nos serviços de saúde

A inserção da qualidade como ferramenta de gestão na área da saúde data da segunda

metade da década de 1960 tendo como alguns dos fatores motivadores o contexto social

aliado aos avanços da ciência e da tecnologia que, consequentemente, elevaram os custos em

saúde. Para Mezomo (2001), as bases que alicerçam a filosofia de qualidade em serviços de

saúde derivam das que já eram adotadas na indústria com excelentes resultados e tem como

cerne a melhoria contínua da qualidade com foco nos pacientes pela excelência, efetividade e

eficiência dos serviços ofertados.

De acordo com Bonato (2011), é sabido que o termo qualidade passou a fazer parte da

vida da população brasileira por meio dos veículos de comunicação nas décadas de 1980 e

1990, o que forçou as empresas a sofrerem verdadeiras transformações na intenção de

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permanecerem sustentáveis e ativas. As empresas passaram a planejar, rever processos e

verificar constantemente a execução das ações implantando melhorias contínuas e

reorganizando a forma de gestão. As primeiras iniciativas rumo a qualidade das instituições

foram no ramo de produtos entretanto, consequentemente, foram contemplados as áreas de

prestação de serviços como, por exemplo, o da Saúde.

Ainda segundo Bonato (2011), é necessário compreender a forma como se efetiva a

qualidade nos diferentes níveis de cuidado em saúde, bem como os diferentes processos de

avaliação, na perspectiva de diferentes atores sociais que neste contexto devem ser

protagonistas. A crítica é necessária e ilumina as práticas em saúde sendo esse um processo

que se retroalimenta apresentando importante contribuição para a existência, concretude e

historicidade do setor.

Apesar de a palavra qualidade se apresentar frequente em diversas discussões não é

unanime sua definição, pois a percepção do termo é carregada de valores o que,

consequentemente, torna impossível equalizar um conceito que contemple o dinamismo

causado pelas diversas expectativas (ALVES, 2007). Apesar disso é importante registrar uma

das definições mais aceitas na gestão dos serviços de saúde onde Donabedian (1992) sugere

que na saúde a qualidade pode ser definida como um conjunto de atributos que inclui um

nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, um mínimo de risco ao paciente,

um alto grau de satisfação por parte dos usuários, considerando os valores sociais existentes.

Outro importante fator que sempre esteve atrelado à qualidade nos serviços de saúde

foram os movimentos de acreditação e credenciamento hospitalar. A definição de parâmetros

mínimos e uma lógica de avaliação conduziram os serviços de saúde a condições consideradas

ideais para a época, como, por exemplo, os padrões para o credenciamento hospitalar,

definidos pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Previdenciários (IAPP). Os referidos

padrões possuíam exigências com relação à planta física (23 itens), equipamentos (10 itens) e

organização (10 itens).

Em 1970, o Ministério da Saúde (MS) inseriu, através de instrumentos normativos, o

tema qualidade e avaliação hospitalar no contexto das instituições brasileiras, e em 1989 a

Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a considerar os processos de acreditação como

ferramenta estratégica no desenvolvimento da qualidade na América Latina o que culmiou na

publicação do Manual de Padrões de Acreditação para América Latina no ano de 1992,

através de convênio celebrado com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS),

Federação Latino Americana de Hospitais e Ministério da Saúde (FELDMAN; GATTO;

CUNHA, 2005).

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Com a evolução e constante crescimento do arsenal tecnológico utilizado para o

cuidado com a saúde a função de regulação do estado exercido pela vigilância sanitária, ocupa

cada vez mais, um importante papel na garantia da qualidade dos produtos e serviços de saúde

que muitas vezes podem se mostrar altamente iatrogênicos e críticos para determinar o

sucesso nos resultados. A função do órgão de regulação é estratégica na transformação do

antigo modelo assistencial de saúde através da edição de normas oficiais que moldam as

condições mínimas a serem seguidas pelos estabelecimentos direcionando suas práticas sobre

a ótica da qualidade (LUCCHESE, 2001).

No Brasil, a implantação da qualidade nos serviços de saúde sempre enfrentou

diversos obstáculos, em especial a falta de cultura de gestão voltada à melhoria contínua,

entretanto, com o advento da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 63 de 2011, tornou-se uma obrigação legal dos

estabelecimentos de saúde o cumprimento de requisitos mínimos de boas práticas para o

funcionamento dos serviços de saúde, com introdução da obrigação de institucionalizar a

Garantia da Qualidade como ferramenta de gestão. Ainda de acordo com a referida legislação,

os estabelecimentos devem garantir, dentre outras, a qualidade da água necessária ao

funcionamento de suas unidades (BRASIL, 2011).

Outra iniciativa do MS no intuito de melhorar a qualidade dos serviços de saúde

prestados a população foi a introdução do conceito de segurança do paciente por meio da

Portaria 529 de 1° de Abril de 2013 que estabelece o Programa Nacional de Segurança do

Paciente (PNSP). O referido programa fomenta nas instituições a necessidade de criação de

um Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) para o tratamento de possíveis EA através de

ações sistêmicas, multiprofissionais e que sejam pautadas em instrumento de gestão da

qualidade e melhoria contínua. Outro avanço proporcionado pelo PNSP foi a exigência de que

os serviços de saúde utilizassem a gestão de risco nos processos avaliativos e de tomadas de

decisão (BRASIL, 2013).

O tratamento adequado dos EA tem se tornado um norte a ser seguido na construção

de práticas de melhoria contínua nos ambientes hospitalares, incluindo aqueles que de alguma

forma envolvam a água. Em estudo de coorte realizado por Roque et al. (2016), foi avaliada a

ocorrência de EA, o impacto deles sobre o tempo de permanência e a mortalidade na Unidade

de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de ensino do Rio de Janeiro no ano de 2012. No

estudo os EA foram classificados em cinco categorias em função da origem e das

características comuns cabendo destaque para a categoria “infraestruturas / edifícios/

instalações” (desabastecimento de água encanada) que teve como evento adverso o

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desenvolvimento de quadro de acidose metabólica em consequência de falha no tratamento

dialítico por falta de abastecimento de água encanada. Os pesquisadores concluíram que os

EA geraram impacto no tempo de internação e na mortalidade dos pacientes, demostrando a

importância do fortalecimento da cultura de segurança do paciente bem como do

compromisso de que essa prática seja exercida em todos os níveis de atenção à saúde para

oferta de serviços dentro de um padrão de qualidade.

3.2 Água

A água é um elemento essencial à vida do homem estando, desde sempre, associada a

sua condição de saúde. Por muito tempo os critérios utilizados na seleção deste insumo eram

relacionados, basicamente, as suas características organolépticas tornando praticamente

impossível a detecção de doenças de veiculação hídrica, entretanto, ao longo dos anos, o uso

da água e seu manejo foram sendo aperfeiçoados. Em meados do século XIX passando para o

século XX, foram descritos os primeiros processos de tratamento da água que consistia em

remoção de partículas em suspensão através dos métodos de filtração e decantação, utilizados

até os dias atuais nas estações de tratamento de água (FARIAS, 2014).

A gestão dos recursos hídricos e a garantia da qualidade da água conforme a finalidade

de uso, constituem um dos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, destacando a

preocupação do poder público com relação à importância, não apenas da disponibilidade deste

insumo, mas também da necessidade de uma vigilância constante quanto aos cuidados

devidos para manutenção dos padrões de qualidade (BRASIL, 1997).

A água é insumo essencial em diversas práticas realizadas dentro dos estabelecimentos

hospitalares, desde procedimentos relacionados à higienização até práticas terapêuticas como

a hemodiálise. Portanto é necessário que este insumo tenha características físico-químicas e

microbiológicas específicas, a depender da aplicação e em conformidade com o que define as

legislações que regulamentam cada utilização. Na perspectiva que interessa este trabalho, a

água pode ser definida como potável e/ou purificada sendo que dentre as formas de

purificação observam-se osmose reversa, deionização, destilação, dentre outras que

produzirão água com diferentes características físico-químicas e microbiológicas. As

especificações de potabilidade e pureza, necessárias, dependerão das aplicações que este

insumo tiver nos estabelecimentos e o gerenciamento do seu controle de qualidade é

imprescindível para a segurança dos pacientes e o sucesso das práticas de cuidado.

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3.2.1 Água potável

O anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de Setembro de 2017 do

Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, possui as seguintes

definições:

Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição (BRASIL, 2017). Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a este Anexo, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana (BRASIL, 2017).

O controle de qualidade da água potável para consumo humano e a constante

vigilância de seus padrões, são de extrema importância e a negligência destas ações pode

representar um risco à saúde dos pacientes. Em um estudo realizado por Coria et al. (2016),

com pacientes internados na Unidade de Imunocomprometidos de segunda infância do

Hospital de Niños Luis Calvo Mackenna (HLCM) foram encontrados 07 casos de pacientes,

de um total de 351 internados, acometidos pelo microrganismo miscrosporidia spp

representado um percentual de 1,9 % de acometimento. Os autores atribuíram o surto a

ausência de gerenciamento e cuidado com a água utilizada na unidade hospitalar, bem como

ausência de manutenção do sistema de abastecimento. Na descrição do surto os autores

destacaram medidas de controle como suspensão da utilização da água das torneiras para

higienização das mãos, utilização de água industrializada estéril para crianças

imunodeprimidas e controle de qualidade da água com medição prévia de parâmetros como

pH e cloro residual livre. O estudo evidencia que a importância da qualidade da água é um

problema ainda não resolvido e as unidades hospitalares apresentam em geral estruturas de

distribuição e armazenamento muito antigas e os programas de limpeza e manutenção não são

realizados principalmente por falta de previsão de recursos econômicos. Os resultados

apresentados elucidam o quão grave pode ser um EA fruto da ausência do gerenciamento

deste recurso hídrico, essencial e de tantas e diversas aplicações nas unidades hospitalares.

Múltiplas são as possibilidades de contaminação da água, desde a etapa de tratamento

até a distribuição por meio de biofilmes, lixiviação, vazamentos, crescimento microbiano

através de deficiência no sistema de manutenção e abastecimento. É preocupante o

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crescimento microbiano no recurso hídrico, em especial no ambiente hospitalar, considerando

a condição de saúde dos pacientes que já se encontram debilitados e a característica de alguns

microorganismos como é o caso das micobacterias, frequentemente relacionadas a surtos de

doenças e que podem permanecer no sistema de abastecimento por muitos anos. Outros

microorganismos frequentemente encontrados são Legionellassp, Pseudômonas aeruginosas e

Aspergillus.

O Anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de Setembro de 2017 do

Ministério da Saúde, define os padrões de potabilidade a serem observados para a água de

consumo humano com especificações de padrão microbiológico, padrão de turbidez, padrão

de substâncias químicas que representam risco a saúde, especificação de tempo de contato

mínimo para desinfecção por cloração observando a concentração do cloro residual livre, pH

e temperatura da água, padrão de radioatividade, padrão de cianotoxinas e padrão

organoléptico de potabilidade. Como exemplo vejamos a tabela1 com os padrões

microbiológicos definidos pela referida portaria.

Tabela 1 – Padrão microbiológico da água para consumo humano

Tipo de água Parâmetro VMP

Água para consumo humano Escherichia coli Ausência em

100 mL

Água tratada

Na saída do tratamento

Coliformes totais Ausência em

100 mL

No sistema de distribuição

(reservatórios e rede)

Escherichia coli Ausência em

100 mL

Coliformes totais

Sistemas ou soluções alternativas coletivas que abastecem menos de 20.000 habitantes

Apenas uma amostra, entre as

amostras examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo

Sistemas ou soluções alternativas coletivas

que abastecem a partir de 20.000 Habitantes

Ausência em 100 mL em 95% das

amostras examinadas no mês.

Fonte: BRASIL (2017)

3.2.2 Água purificada

Quanto aos critérios de pureza, diversas são as especificações deste insumo, de acordo

com cada aplicação, a se observar o que define os regulamentos sanitários em vigor no país e

as exigências técnicas. A água pode apresentar diferentes especificações, ainda que dentro de

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um mesmo setor ou unidade do hospital conforme pode ser observado na Central de Materiais

Esterilizados.

A Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA RDC 15 de 15 de Março de 2012,

que dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá

outras providências, define em seu Artigo 68 que a água utilizada para a etapa de enxague dos

produtos deve obedecer aos padrões de potabilidade com exceção dos produtos para saúde

considerado críticos utilizados em cirurgias de implantes ortopédicos, oftalmológicos,

cirurgias cardíacas e neurológicas, que conforme o parágrafo único do mesmo artigo, deve ser

realizado com água purificada. Na RDC 15/2012 pode se observar a exigência da realização

de alguns testes no monitoramento da qualidade da água conforme disposto artigo 74 que

especifica a necessidade das dosagens de dureza da água, pH, íons cloreto, cobre, ferro,

manganês e a carga microbiana nos pontos de enxágue da área de limpeza. O Artigo 95 da

mesma norma define ainda que a água utilizada na geração do vapor das autoclaves deve

obedecer às especificações do fabricante do equipamento (ANVISA, 2011).

A água se apresenta ainda como uma das principais matérias primas utilizadas no

preparo de medicamentos, por exemplo, o que justifica a necessidade de que a mesma seja

monitorada de forma constante quanto a suas características físico-químicas e

microbiológicas. Um processo de purificação que não remova as impurezas de forma

eficiente, dentro das especificações farmacopeicas e das demais literaturas, pode apresentar

risco potencial na integridade das formulações e consequentemente a saúde dos

pacientes/clientes que utilizarem estes produtos (MORENO et al., 2011).

Em um estudo realizado por Moreno et al. (2011), foram avaliadas 30 amostras de

água utilizada para manipulação de medicamentos e pode se observar que: as análises

microbiológicas revelaram que a contagem total de microrganismos aeróbios apresentou

valores acima da especificação exigida (máximo de 100 UFC/ml) em 20% das amostras

analisadas, além da constatação da presença de coliformes totais/fecais e de Pseudomonas

aeruginosa, 16,7% e 10%, respectivamente. Os parâmetros físico-químicos que apresentaram

maior índice de não conformidade foram: pH (10,0%), condutividade (15%), cloreto (13,3%),

sulfato (6,7%), amônia (10,0%) e substâncias oxidáveis (13,3%). Os resultados obtidos

mostram a necessidade de um monitoramento e de um aprimoramento dos processos de

obtenção de água purificada com intuito de ofertar uma matéria prima dentro dos padrões

legais para produção de produtos farmacêuticos.

A água utilizada no equipamento de hemodiálise pode apresentar outro risco à saúde

dos pacientes quando não tem sua qualidade gerenciada. Em um estudo realizado por

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Tomoike et al. (2014), os resultados bacteriológicos se mostraram, quase que em sua

totalidade, dentro dos padrões exigidos pelas legislações, entretanto no mês de fevereiro o

aparelho nº2 apresentou valor de 295 UFC/ml acima do permitido que é 200 UFC/ml,

retornando aos valores normais nos meses seguintes. Apesar de apenas uma amostra ter se

mostrado fora das especificações o resultado é preocupante uma vez que o referido estudo foi

feito em pacientes internados em leito de UTI e estes apresentam por vezes, características

fisiológicas como: vulnerabilidade imunológica, instabilidade hemodinâmica, dentre outras

características clínicas, diferentes dos demais pacientes, compondo um grupo de maior

susceptibilidade a eventos adversos.

3.3 Modelo Lógico de Avaliação

A literatura apresenta um entendimento harmônico da definição de modelo lógico como

sendo uma representação gráfica e sistemática de eventos / processos / serviços reais com

relação lógica e causal dos elementos que o compõe. Apesar do consenso na definição, os

autores estipulam características diferentes ao modelo lógico com variações, dentre outras,

dos elementos que compõem a ferramenta (SOUSA, 2016).

Os componentes do modelo lógico podem variar conforme a realidade em que o

processo de avaliação será realizado na intenção de que seja obtido um instrumento de

avaliação adequado às necessidades do serviço a ser avaliado maximizando os benefícios da

metodologia (MCDAVID; HAWTHORN, 2006).

Os componentes do modelo lógico, deste estudo, se baseiam na proposta do teórico

Avedis Donabedian (1980), que estabelece três fundamentos operacionais básicos para

qualidade nos serviços de saúde, sendo eles a Estrutura, o Processo e o Resultado. Os

componentes são entendidos conforme descrito na tabela 2.

Tabela 2 – Descrição dos componentes do modelo lógico

COMPONENTE DESCRIÇÃO

Estrutura Compreende as características referentes aos tipos de serviços prestados, ou seja, recursos materiais (instalações, equipamentos, recursos financeiros), recursos humanos e organização institucional;

Processo

Inclui o processo que se realiza para prestar e receber serviços. Neste item serão consideradas as atividades que constituem ações específicas, para as quais os recursos são usados visando geração de produtos e resultados. Poderão ser agrupados ainda no componente de processos os produtos oriundos da execução das atividades como, por exemplo, um indicador que possibilite mensurar a qualidade do serviço.

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25

Resultado São as mudanças e benefícios promovidos em pacientes e demais envolvidos devido ao serviço prestado.

Fonte: MCDAVID; HAWTHORN, 2006; SOUSA, 2016; DONABEDIAN 1980

McDavide e Hawthorn (2006) destacam que a representação visual do modelo lógico

possibilita demonstrar esquematicamente como um serviço pretende funcionar estabelecendo

a relação de como os recursos são convertidos em atividades e como essas produzem os

resultados esperados.

Knowlton e Phillips (2012) propõem uma maneira de se ler o modelo lógico de

avaliação com intuito de vislumbrar com maior clareza o encadeamento dos itens de cada

componente ou mesmo entre itens de um mesmo componente, quando for o caso. O referido

modelo é conhecido como “Se...Então...”.Cassiolato e Gueresi (2010), também explicam o

referido modelo utilizando as conexões Se e Então entre os itens. A aplicação da referida

metodologia nos itens e componentes do modelo lógico deste estudo podem ser lidas da

seguinte forma: “Se eu tenho tal infraestrutura, então consigo executar tais processos; Se eu

executo tais processos, então obtenho tais resultados”.

O modelo lógico foi avaliado por um grupo de especialistas diretamente envolvidos em

alguma das etapas de gerenciamento da qualidade da água nas instituições hospitalares,

denominados Stakeholders ou partes interessadas. A participação deste grupo tem por

objetivo principal incorporar os conhecimentos práticos ao conhecimento científico, dentro do

processo de avaliação, sendo que os atores podem representar interesses individuais, coletivos

ou mesmo das instituições que estejam de alguma forma envolvidas no processo avaliativo

(FURTADO, 2001).

Para realizar a validação do modelo lógico optou-se pelo Método de Delphi,

tradicionalmente utilizado para obtenção de consenso entre especialistas de um assunto

(COUTINHO et al., 2013).

3.4 Método de Delphi e Inter-Rater Agreement

O Método de Delphi consiste na aplicação de um questionário a um grupo de

especialistas, preservando-lhes o anonimato no intuito de se obter um consenso sobre

determinada opinião. O questionário é aplicado em sucessivas rodadas, sendo que os

participantes recebem feedback do resultado da rodada anterior, após tratamento estatístico.

Conforme as contribuições e a avaliação realizada pelos estakeholders durante a aplicação do

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método o questionário pode sofrer alterações com inclusão ou exclusão de questões ou ainda

com alteração do conteúdo das referidas questões (VERGARA, 2010).

Segundo Oliveira et al., (2008), o Método de Delphi é uma ferramenta de obtenção de

consenso onde é possível reduzir a influência de um especialista sobre outro, graças ao

anonimato dos participantes, o que permite obtenção de posicionamento muitas vezes

oprimidos em metodologias presenciais como oficinas. Outra vantagem apontada pelo autor é

a otimização do tempo quando o questionário é aplicado utilizando ferramentas da internet.

Wright e Giovinazzo (2000) apontam que o número adequado para obtenção de

consenso entre especialistas é de 10 a 30 com uma média de desistência de 30 a 50%.

Para o presente estudo foram selecionados, intencionalmente, 16 especialistas de áreas

diretamente relacionadas com a gestão da qualidade da água nos estabelecimentos

hospitalares, sendo eles: Autoridades sanitárias da Gerência de Vigilância Sanitária do

município responsável pelas inspeções nos hospitais; Diretores dos hospitais; Gerentes da

qualidade dos hospitais e os Operadores dos sistemas de água dos hospitais.

Para o tratamento estatístico dos resultados obtidos com aplicação do Método de

Delphi, a literatura apresenta diferentes propostas, sendo que neste estudo foi utilizado o

proposto por Bellucci Júnior e Matsuda (2012), que consiste na utilização do Índice de

Validação de Conteúdo (IVC) associado ao Inter-rater Agreement (IRA), que possibilita uma

análise de variância entre as respostas dos especialistas.

Medina et al. (2005) utiliza o modelo lógico como ferramenta de avaliação de

programas e serviços com foco no entendimento e apresentação visual da organização e

comportamento dos processos, inclusive no ambiente hospitalar, obtendo produtos passíveis

de serem utilizados como subsídio para a gestão (CAVALCANTE et al., 2013). Cabe destacar

que grande parte dos estudos que utilizam a proposta de consenso de especialistas para

validação do modelo lógico, opta por utilizar o Método de DELPHI para validação (SOUSA,

2016; VITORINO et al., 2017) o que diminui uma série de vieses possíveis no processo de

busca de um consenso entre especialistas. Apesar da solidez da metodologia não foi

identificado o emprego da mesma em estudos com objetivo de avaliar a gestão da qualidade

da água no ambiente hospitalar como o presente estudo se propõe.

4 METODOLOGIA

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O presente estudo, trata-se de uma avaliação de caráter metodológico que abordou as

seguintes etapas: elaboração de instrumento de avaliação (IA) da qualidade da água; validação

do IA pelo Método Delphi; e elaboração de modelo lógico para avaliar a qualidade da água

em hospitais.

4.1. Local do estudo

O estudo foi realizado em um município que possui uma área de 3.568,941 km2, cuja

população no último censo era de 391.915 habitantes, com uma população estimada, em 2018,

de 404.804 pessoas (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,

2018).

De acordo com o Plano Diretor de Regionalização de Saúde do Estado (MINAS

GERAIS, 2014), o município é considerado o polo da macrorregional Norte de Minas,

subdividida em nove regiões que, administrativamente, constituem a Superintendência

Regional de Saúde de Montes Claros (regiões de Coração de Jesus; Francisco Sá;

Janaúba/Monte Azul; Montes Claros/Bocaiúva e Salinas/Taiobeiras) e as Gerências Regionais

de Saúde (GRS) de Januária (Brasília de Minas/São Francisco; Januária e Manga) e de

Pirapora (não se divide em regiões e envolve sete municípios).

O município ainda acumula a função de polo microrregional, que congrega 53

municípios com uma população estimada em 1.095.314 habitantes, por oferecer os serviços de

saúde ambulatoriais e hospitalares de maior nível de complexidade, e por apresentar estrutura

de equipamentos urbanos e de saúde, de maior densidade tecnológica (MONTES CLAROS,

2017).

4.3 Elaboração do instrumento de avaliação do gerenciamento da qualidade da água

A elaboração do IA foi baseada na “Tríade de Qualidade de Donabedian” composta por

três dimensões (estrutura, processo e resultado) (DONABEDIAN, 1980), observando-se,

ainda, o artigo 5º da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63, da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (BRASIL, 2011), segundo o qual “o serviço de saúde deve desenvolver

ações no sentido de estabelecer uma política de qualidade envolvendo estrutura, processo e

resultado na sua gestão dos serviços”. Além disso, a primeira versão do IA foi criada com

base em entrevistas com os profissionais diretamente envolvidos no gerenciamento da

qualidade da água, que apontaram itens que julgavam necessários para realizar tal avaliação,

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sendo também consideradas as determinações definidas na legislação sanitária (BRASIL,

2017), assim como em levantamento bibliográfico sobre o processo de gerenciamento da

qualidade da água.

Neste sentido, o instrumento foi elaborado como um formulário, na ferramenta gratuita

Google Form®, contendo 27 itens que fazem parte dos componentes estrutura (n = 13),

processo (n = 10) e resultado (n = 4). Além de garantir o anonimato dos participantes,

característica essencial a esse estudo, essa ferramenta também possibilitou governabilidade e

comodidade dos mesmos com relação ao local e horário de participação, considerando que o

formulário pode ser respondido em qualquer equipamento que forneça acesso à internet.

4.4 Validação do instrumento de avaliação: Método Delphi

Para a validação do IA, adotou-se o Método Delphi, conforme proposto por vários

autores (BELLUCCI JÚNIOR e MATSUDA, 2012; FELDMAN; CUNHA; D’INNOCENZO,

2013; AMAYA et al., 2016; SOUSA, 2016; ALPENDRE et al., 2017; PEDROSA;

OLIVEIRA; MACHADO, 2018; PEGORARO et al., 2018).

Nesta etapa foram convidados 16 profissionais (stakeholders) de áreas diretamente

relacionadas com a gestão da qualidade da água nos estabelecimentos hospitalares, sendo eles:

autoridades da Gerência de Vigilância Sanitária responsáveis pelas inspeções nos hospitais;

diretores, gerentes da qualidade e operadores dos sistemas de água dos hospitais.

As pessoas que aceitaram participar da pesquisa receberam, online, a primeira versão

do IA, com 27 itens a serem analisados, com base numa escala do tipo Likert, polarizada em

cinco pontos: 1) discordo totalmente; 2) discordo; 3) não discordo, nem concordo; 4)

concordo; 5) concordo totalmente. Os itens que após análise de validação de conteúdo foram

considerados consensuais, permaneceram no IA e não passaram por nova avaliação, enquanto

que os itens não consensuais foram retirados ou adaptados para nova avaliação.

No mesmo formulário, os especialistas ainda poderiam contribuir na última questão de

cada componente, designada como “avaliação global”, considerando as possibilidades de os

itens serem suficientes, estarem em excesso ou falta. As sugestões de inclusão eram

submetidas à avaliação nas rodadas seguintes, já as sugestões de exclusão de um item eram

consideradas se a análise de conteúdo apontasse para um limite próximo de não consenso. Os

itens com sugestão de adequação da escrita não foram reavaliados em nova rodada. As

contribuições que não se aplicavam ao contexto do estudo foram consideradas “não

aplicáveis”, sendo os colaboradores informados sobre o motivo.

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Nesta pesquisa, definiu-se que o IA seria submetido a três rodadas do Método Delphi,

para posterior elaboração do modelo lógico para avaliação da qualidade da água nos

ambientes hospitalares em estudo.

4.5 Análise de dados

Para o tratamento estatístico dos resultados obtidos com aplicação do Método de

Delphi, foi utilizado Índice de Validação de Conteúdo (IVC) associado ao Inter-rater

Agreement (IRA) ou Índice de Concordância Interavaliadores, conforme proposto por

Bellucci Júnior e Matsuda (2012).

O cálculo do IVC (Equação 1) foi realizado com o intuito de verificar a tendência das

respostas para concordância ou para discordância, sendo o ponto de corte considerado 80%,

conforme definido em outros estudos (BELLUCCI JÚNIOR e MATSUDA, 2012; SOUSA,

2016; PEGORARO et al., 2018).

(1)

Em um segundo momento, realizou-se a extensão das medidas dos itens consensuais,

pelo método IRA (ALTMAN, 1990), conforme sugerido por outros autores (BELLUCCI

JÚNIOR e MATSUDA, 2012; SOUSA, 2016), utilizando-se para cálculo a variância do

instrumento ( ), por item de avaliação e por componente, conforme a Equação 2:

(2)

Após o cálculo do IRA, sua confiabilidade foi estimada adotando-se a classificação

proposta por Altman (1990), conforme a Tabela 3.

Tabela 3 – Escala de confiabilidade do Inter-rater Agreement Valor do IRA Força do Consenso

< 0,20 Pobre 0,21 – 0,40 Fraco 0,41 – 0,60 Moderado 0,61 – 0,80 Bom 0,81 – 1,00 Muito Bom

𝐼𝑉𝐶 = (𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜 + 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠

𝑋 100

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30

Fonte: Altman (1990).

4.6 Aspectos éticos

Conforme o parecer n° 2.549.863 do Comitê de Ética e Pesquisa/UFVJM (ANEXO

B), de acordo com a metodologia proposta, não houve avaliação do projeto pelo referido

Comitê, tendo em vista o inciso VII do art. 1º da Resolução nº 510 do Conselho Nacional de

Saúde (BRASIL, 2016), segundo o qual não há necessidade de registro e nem de avaliação a

“pesquisa que objetiva o aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e

contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados que possam

identificar o sujeito”.

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31

5 RESULTADOS

5.2 Primeira rodada Delphi

A primeira versão do modelo lógico de avaliação (APÊNDICE A) continha 27 itens

divididos entre os componentes estrutura, processo e resultado. Verificou-se três itens não

consensuais entre os especialistas, com valores de IVC inferiores a 80% (TABELA 5), sendo

eles: equipe multidisciplinar constituída por atores de diferentes etapas do processo de

gerenciamento da qualidade da água (componente estrutura), registro de manutenção

preventiva e corretiva das instalações prediais (componente processo) e indicadores de

consumo (componente resultado).

Tabela 5 – Resultado do consenso dos especialistas referente aos itens da primeira versão do modelo lógico

ITEM IVC (%) Variância IRA ESTRUTURA

Projeto hidráulico com mapeamento dos reservatórios bem como as fontes de abastecimento e os setores abastecidos por cada um

87,5 0,53 0,74

Especificação dos materiais da tubulação e reservatório 93,8 0,40 0,80 Profissional habilitado e capacitado para gerenciar os recursos hídricos.

87,5 1,07 0,47

Recursos humanos em quantidade suficiente para garantir a execução do programa de gerenciamento da qualidade da água

87,5 0,80 0,60

Insumos necessários para o monitoramento de cloro, condutividade e temperatura

100,0 0,12 0,94

Equipamento necessário à oferta de água dentro das especificações necessárias (abrandador – bomba de cloro, sistema de cloração, equipamento de purificação, sistema de controle do pH e filtro de partículas)

87,5 1,06 0,47

Escritório da Qualidade estruturado e atuante 81,3 0,92 0,54 Documento definindo as especificações de potabilidade da água

100,0 0,12 0,94

Documento definindo as especificações de pureza da água conforme a utilização

100,0 0,16 0,92

Procedimento para coleta e transporte da água 100,0 0,27 0,87 Procedimento operacional padrão de higienização semestral dos reservatórios

93,8 0,63 0,69

Documento contemplando as periodicidades de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos

81,3 0,66 0,67

Equipe multidisciplinar constituída por atores de diferentes etapas do processo de gerenciamento da qualidade da água

75,0 0,70 0,65

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Tabela 5 – Resultado do consenso dos especialistas referente aos itens da primeira versão do modelo lógico (continuação) ITEM IVC (%) Variância IRA

PROCESSO Laudos de análise dentro das especificações e periodicidades definidas

100,0 0,12 0,94

Gerenciamento dos resultados de análise da água, por setor e considerando as exigências legais bem como as especificações dos equipamentos e processos.

87,5 0,53 0,74

Registro de treinamento dos funcionários envolvidos no processo de gerenciamento da qualidade da água

81,3 0,66 0,67

Registro de manutenção corretiva dos equipamentos. 87,5 0,53 0,73 Registro de manutenção preventiva e corretiva das instalações prediais.

75,0 0,76 0,62

Registro de tratamento de não conformidades relacionadas a água

93,8 0,33 0,83

Registro de monitoramento da qualidade da água – controle interno

93,8 0,40 0,80

Indicador de adesão das práticas de gestão da qualidade da água

81,3 0,90 0,55

Indicador de consumo de água 68,8 0,93 0,53 Mapeamento do processo com mecanismo de barreira entre as etapas

87,5 0,76 0,62

RESULTADO Avaliação dos resultados pela instituição considerando as exigências legais e especificações técnicas necessárias para cada aplicação

100,0 0,23 0,89

Gerenciamento dos eventos adversos incluindo os relacionados a água

100,0 0,20 0,90

Indicadores de adesão das práticas de gerenciamento da qualidade da água

87,5 0,80 0,60

Indicadores de consumo da água 68,8 0,93 0,53 IVC: índice de validação do conteúdo; IRA: inter-rater agreement.

Fonte: Dados da pesquisa.

Ao término da avaliação dos itens de cada componente, os especialistas apontaram a

necessidade de inclusão de novos itens ou a alteração no texto de alguns itens já presentes no

modelo lógico (Quadro 1). Quando pertinente, o pesquisador apresentou feedback da

aceitação ou não das modificações propostas, sendo permitido aos especialistas comentarem o

feedback na busca de validar uma opinião mesmo quando não aplicados apenas os critérios

estatísticos.

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Quadro 1 – Contribuições para modificação de itens na primeira rodada de Delphi COMPONENTE

AVALIADO CONTRIBUIÇÃO DOS ESPECIALISTAS

ESTRUTURA

“Procedimento para coleta e transporte da água. O item não ficou claro, se refere a coleta de amostra para teste? “Sugiro acrescentar um plano de contingência de qualidade da água em hospitais”. “Apresenta questionamentos suficientes e pertinentes ao que se propõe, talvez, de modo a contribuir acrescentaria um ou duas questões referentes a organização institucional”.

PROCESSO

“Indicadores de adesão das práticas de gestão da qualidade da água” e “Indicadores de consumo da água” – “Penso que deverá ficar no componente resultado.” – Feedback do pesquisador: “A proposta foi acatada sendo que os referidos itens, já considerados consensuais na primeira rodada, serão remanejados para o componente resultado.”

“O grupo que compõe as avaliações de processos, achei confuso em alguns itens, como: especificações dos equipamentos. Como assim, as especificações da água que o equipamento exige?” – Feedback do pesquisador: “O texto do item foi readequado para o seguinte: Gerenciamento dos resultados de análise da água, por setor e considerando as exigências legais bem como as especificações da água exigidas por cada tipo de equipamentos e ainda considerando as especificidades dos processos.” “Registro de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos. Está na etapa Estrutura.” – Feedback do pesquisador: “Os itens são diferentes considerando o fato de que no componente estrutura o item é referente a procedimento definindo a periodicidade das manutenções, enquanto o item do componente processo se trata dos registros de realização das manutenções.”

RESULTADO

“Sugiro acrescentar que os indicadores com série histórica mínima de 3 pontos de medição”. “Sugiro item sobre ciclos de melhoria, ferramentas de avaliação de resultados”. Considero que há faltas. Sugiro a adoção de métodos de divulgação dos indicadores para todos os profissionais da instituição.

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5.3 Segunda rodada Delphi

Nesta etapa, os itens incluídos a partir da primeira rodada ou aqueles que foram

adequados (e que geraram novas questões) foram submetidos a nova avaliação pelos

especialistas, sendo os resultados apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 – Resultado da validação de consenso dos especialistas referente aos itens da segunda versão do modelo lógico

ITEM IVC VARIÂNCIA IRA ESTRUTURA

Procedimento Operacional Padrão para coleta de água especificando os pontos de coleta, com justificativa para a referida determinação bem como os cuidados necessários para evitar contaminação da amostra no ato da coleta

100,0 0,16 0,92

Procedimento Operacional Padrão para transporte da amostra de água até o local de análise de forma a garantir a ausência de contaminação nesta etapa

93,8 0,40 0,80

Plano de Contingencia para garantir o abastecimento de água da instituição em caso de falta de água nas fontes convencionalmente utilizadas ou identificação de contaminação na água das mesmas.

100,0 0,12 0,94

Organograma definindo as reponsabilidades pelas diversas etapas de gerenciamento da qualidade da água nos hospitais

93,8 0,36 0,82

RESULTADO Indicadores com série histórica mínima de 03 pontos de medição

100,0 0,20 0,90

Indicadores de melhoria contínua 100,0 0,20 0,90 Divulgação dos indicadores para todos os profissionais da instituição

93,8 0,40 0,80

IVC: índice de validação do conteúdo; IRA: inter-rater agreement,

Fonte: Dados da pesquisa.

Verificou-se que todas as modificações realizadas foram consideradas consensuais

pelos especialistas (IVC > 80%) e, neste sentido, os itens foram incluídos ao formulário para a

última roda de avaliação.

5.4 Terceira rodada Delphi

Na última etapa, os especialistas avaliaram a versão final do IA, se posicionando em

relação à avaliação global de cada componente (estrutura, processo e resultado), conforme

apresentado na Tabela 7.

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Tabela 7 – Resultado da avaliação de consenso dos especialistas referente aos itens da terceira versão do modelo lógico

ITEM IVC VARIÂNCIA IRA ESTRUTURA

Foram listados todos os itens necessários ao componente estrutura para o correto gerenciamento da qualidade da água em hospitais

100,0 0,12 0,94

PROCESSO Foram listados todos os itens necessários ao componente processo para o correto gerenciamento da qualidade da água em hospitais

100,0 0,17 0,91

RESULTADO Foram listados todos os itens necessários ao componente resultado para o correto gerenciamento da qualidade da água em hospitais

100,0 0,17 0,91

IVC: índice de validação do conteúdo; IRA: inter-rater agreement,

Fonte: Dados da pesquisa.

Considerando-se que os todos os itens foram considerados consensuais (IVC > 80%),

eles foram dispostos esquematicamente estabelecendo a relação causal entre eles, conforme

mostrado na Figura 1, sendo esta versão do modelo lógico enviada aos especialistas na

terceira rodada, sendo que algumas ponderações dos especialistas sobre este modelo estão

apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Contribuições para modificação de itens na terceira rodada de Delphi Contribuição dos especialistas Feedback dos pesquisadores

“Os componentes estão bem traçados, no que diz respeito ao gerenciamento da qualidade da água em hospitais, Acredito, que instituições que atenda esses requisitos estejam habilitadas a servir uma água de boa qualidade para os funcionários e os pacientes, Como sugestão, acrescentaria em Processo, um registro de troca dos filtros de água (Quando houver a necessidade de filtro) pois troca periódica está ligada diretamente ao fornecimento de uma água com boa qualidade,

O registro de troca de filtro se encontra contemplado no item “Registro de Manutenção Corretiva dos Equipamentos”, considerando o fato de que a referida troca é uma manobra imprescindível para o correto funcionamento do equipamento,

“O Escritório da Qualidade estruturado e atuante é importante para execução dos demais itens relacionados a documentação, POP etc, Destaca-se, todavia, que podemos ter todo o processo de gestão da qualidade da água estruturado, sem necessariamente ter Escritório da Qualidade,”

De fato, a possibilidade existe, contudo, o item permanecerá inalterado pelo fato de ser considerado consensual entre os especialistas com IVC de 81,3 e sem sugestão de exclusão antes da etapa de encadeamento lógico,

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Figura 1 – Modelo Lógico submetido a avaliação dos especialistas na terceira

rodada

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6 DISCUSSÃO

6.1 Componente Estrutura

Os itens do componente estrutura mostraram alto grau de consenso entre os

especialistas cabendo destacar, a princípio, o item “Projeto hidráulico com mapeamento dos

reservatórios bem como a fonte de abastecimento e os setores abastecidos por cada um” (IVC

87,5 e IRA 0,74) obteve valores que demonstram uma força de consenso considerada muito

boa. Tavares et al.(2014) em relação a avaliação e gestão do risco em organizações de saúde,

recomendam que os sistemas de gestão da qualidade da água em ambiente hospitalar deve

conter identificação de todos os equipamentos que compõe os sistemas de tratamento, sistema

de distribuição predial e demais materiais.

Estudos como o conduzido por Santos (2017), mostram que a água de fonte

subterrânea está sujeita a ações antrópicas que podem comprometer consideravelmente a sua

qualidade, em especial para aplicação em ambiente hospitalar. Alguns exemplos são os casos

de lançamento de cargas de esgoto no solo e no sistema hídrico e poços com pouca

profundidade, especialmente aqueles com profundidade inferior a 06 metros, pois são mais

vulneráveis devido a alterações em função da concentração de nitrato, coliformes totais e

coliforme termotolerantes.

O item “Recursos Humanos em quantidade suficiente para garantir a execução do

programa de gerenciamento da qualidade da água”, foi considerado consensual entre os

especialistas (IVC de 87,5 e IRA de 0,60) e na montagem do Modelo Lógico de Avaliação foi

relacionado casualmente com os itens “Profissional habilitado e capacitado para gerenciar os

recursos hídricos” e “Organograma definindo as reponsabilidades pelas diversas etapas de

gerenciamento da qualidade da água nos hospitais”, sendo o último acrescentado através da

contribuição dos especialistas. Com relação aos Recursos Humanos a RDC 63/2011

estabelece em seu artigo 30 que os serviços de saúde devem possuir equipe multiprofissional

dimensionada de acordo com o seu perfil de demanda.

Em estudo realizado por Oliveira e Matsuda (2015), para verificar as vantagens e

dificuldades da acreditação hospitalar sob a perspectiva do gestor é apontado a dificuldade de

manutenção de Recursos Humanos por longos períodos no ambiente hospitalar o que gera alta

rotatividade no quadro de pessoal e como consequência causa impacto direto da gestão da

qualidade dos serviços prestados. Em consonância com o apontado podemos verificar o

estudo de Lima e Kuganct (2009) que destacam alguns indicadores que dificultam a gestão de

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Recursos Humanos em ambiente hospitalar, sendo eles o absenteísmo, rotatividade,

formação/titulação/produção científica, acidentes de trabalho/doenças ocupacionais/licenças e

satisfação e insatisfação no trabalho.

Com relação ao componente estrutura é importante, ainda, destacar o item “Escritório

da Qualidade estruturado e atuante” que foi considerado consensual pelos especialistas (IVC

de 81,3 e IRA de 0,54) e alocado no Modelo Lógico de Avaliação, estabelecendo conexão

com os itens relativos a documentos que estabeleçam especificação de pureza e potabilidade

da água potável e purificada e com os itens referentes a procedimentos operacionais padrão

das diversas etapas de utilização do recurso hídrico. O Escritório da Qualidade ocupa posição

estratégica na utilização da qualidade como ferramenta de gestão conforme exigência da RDC

63/2011.

Um estudo realizado por Graf (2016), avaliou a implementação de escritório da

qualidade em um hospital de pequeno porte e apontou a importância deste setor na efetivação

das estratégias de qualidade destacando a necessidade de apoio da alta gestão e perfil

adequado dos profissionais para alcance dos objetivos a que se propõe o escritório da

qualidade. O referido estudo destaca a importância de processos e fluxos padronizados e bem

definidos e divulgados entre os colaboradores para alcance de resultados com qualidade e

menor impacto das individualidades dos profissionais de saúde. Graf (2016) destaca o fato de

não ter sido possível observar impacto financeiro direto com a implantação do escritório da

qualidade o que pode enfraquecer o apoio da alta gestão, que é considerado como fator

imprescindível para efetivação das ações voltadas a qualidade.

O achado chama a atenção para a semelhança com a percepção de um dos especialistas

da investigação em curso: O escritório da Qualidade estruturado e atuante é importante para

a execução dos demais itens relacionados a documentação, POP etc. Destaca-se todavia que

podemos ter todo o processo de gestão da qualidade da água estruturado, sem

necessariamente ter Escritório da Qualidade.

Paradoxalmente no estudo apresentado por Rego e Porto (2002) ao avaliar a

implantação de Sistemas da Qualidade em instituições hospitalares e as implicações para a

enfermagem, os autores mostram a possibilidade de impacto positivo não apenas no aspecto

financeiro, mas como valorização do ser humano o que pode gerar progresso pessoal,

profissional e consequentemente institucional. Impacto esse muitas vezes difícil de ser

mensurado objetivamente no aspecto financeiro a curto prazo. As diferentes percepções com

relação a figura do Escritório da Qualidade se reflete no valor de IRA 0,54, encontrado neste

estudo, que demonstra que a força de consenso entre os especialistas é considera moderada.

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Os documentos definindo as especificações de potabilidade e de pureza da água foram

considerados consensuais entre os especialistas (IVC de 100 e IRA de 0,94 e 0,92

respectivamente).

Segundo Wanczinski et al. (2011) as especificações são importantes para o correto

gerenciamento da água purificada considerando a complexidade de um processo de

purificação, que pode por vezes envolver diferentes sistemas e tecnologias, muitas vezes

combinados, para obter um produto final que esteja plenamente adequado as especificações

legais e conforme a finalidade de uso. Outra contribuição de Wanczinski et al. (2011), tange a

importância que um gerenciamento adequado das especificações e resultados tem na decisão

pelo sistema de tratamento. As análises realizadas pelos referidos autores destaca que padrões

como a condutividade se mostram “não conformes”, quando a água é submetida apenas ao

processo de destilação, entretanto mostra resultados favoráveis quando a água é submetida ao

processo de deionização, evidenciando que o sistema utilizado para tratar a água tem impacto

direto no produto.

O encadeamento proposto no Modelo Lógico de Avaliação deste estudo entre os itens

de especificação de pureza e potabilidade da água com o item “Laudos de analise dentro das

especificações e periodicidades definidas” presente no componente processo, reforça o que

demonstra a literatura com relação a importância destes itens no gerenciamento da qualidade

da água.

O item procedimento operacional padrão para higienização semestral dos reservatórios

considerado consensual pelos especialistas (IVC de 93,8 e IRA de 0,69) converge para uma

exigência consolidada pela legislação, mas é importante distinguir que são duas questões

distintas, uma se refere a prática de higienização dos reservatórios (evidenciada por registro) e

outra ao procedimento orientando a referida prática. A RDC 63/2011 define a periodicidade

semestral para limpeza dos reservatórios, contudo salienta-se que nada opsta que as

instituições realizem a limpeza em uma periodicidade menor (BRASIL, 2011).

Estudo realizado por Norete El al. (2018) avaliou a qualidade da água utilizada em

quiosques de praia, observando que 70% dos estabelecimentos realizavam a limpeza dos

reservatórios semestralmente e estes utilizavam água proveniente do sistema de abastecimento

público, ao passo que os demais estabelecimentos, abastecidos com fontes alternativas,

realizavam a higienização a cada dois meses demostrando preocupação com a qualidade da

água.

Quando observados os resultados das análises da água do estudo de Norete et al.

(2018) é possível verificar claramente variações na qualidade entre as amostras de água

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40

quando provindas de diferentes sistemas de abastecimento, como por exemplo a contagem de

bactérias heterotróficas. Das amostras analisadas a que obteve resultado com maior população

de bactérias heterotróficas foi a amostra n° 11, com valor de 2,3 x103 UFC/ml, acima do

limite recomendado pela legislação (500UFC/ml) sendo que a fonte de abastecimento do

quiosque correspondente a amostra era um poço subterrâneo. Segundo a portaria de

consolidação n° 5 a contagem de bactérias heterotróficas é indicador de integridade do

reservatório e da rede de distribuição da água (BRASIL, 2017).

Apesar de os hospitais cumprirem com a legislação ao higienizar os reservatórios

semestralmente é necessária análise crítica no sentido de verificar a necessidade de diminuir o

tempo entre as higienizações, em função da fonte de abastecimento de água conforme

observado no estudo de Norete et al. (2018) com quiosques de praia.

A coleta adequada da amostra a ser analisada é fator imprescindível no adequado

gerenciamento da qualidade da água e o item que contempla essa recomendação foi

considerado consensual entre os especialistas (IVC 100 e IRA de 0,92) demostrando a força

do consenso na categorização máxima (muito bom). Uma das questões a ser considerada na

coleta adequada, segundo o item, é o ponto de coleta.

Decker e Palmore (2014) sugerem que as instituições de saúde contemplem em seus

processos de gerenciamento da qualidade da água uma análise crítica dos pontos de

fornecimento da água que geram maior risco, tendo para tanto, um conjunto de fatores lógicos

como os pontos de estagnação do fluxo da água que tendenciam a formação de biofilmes ou

mesmo pontos alimentados por sistema de distribuição de arquitetura complexa que pode ser

mais vulnerável a colonização microbiana.

Outro aspecto que pode determinar a qualidade da água é a condição do encanamento

que conduz a água. Neste sentido Bigoni et al. (2014) demonstraram que tubulações com

presença de corrosão podem causar alterações nas características físico-químicas da água,

como variação de turbidez e aumento na concentração de ferro e alterações microbiológicas

como ligeiro aumento na população de Escherichia coli e Streptococcifaecalis.

Os resultados do estudo realizado por Silva et. al. (2010) reforçam a importância da

tubulação, bem como da escolha do ponto de coleta no resultado da qualidade da água. Ao

analisar amostras de água de pontos de coleta de diferentes setores de um Hospital (caixa

d’água, cozinha, cisterna, centro cirúrgico, lactário e clínica médica) os autores puderam

observar valores de Coliformes Totais apenas na torneira da cozinha, na seguinte quantidade:

1º Amostra (segunda-feira) 57.500 UFC/100ml, 2º Amostra (terça-feira) 6.100 UFC/100ml e

3º Amostra (quinta-feira) 500 UFC/100ml. Os achados indicam ainda a diferença entre os

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valores a depender do dia da coleta, sendo que os autores atribuíram resultado da segunda

feira (57.500 UFC/ml) ao tempo de contato que a água ficou com a tubulação durante o fim

de semana, período em que a torneira não foi utilizada.

A garantia do fornecimento da água foi outro fator considerado importante de forma

consensual pelos especialistas através do item “Plano de Contingência para garantir o

abastecimento de água da instituição em caso de falta de água nas fontes convencionalmente

utilizadas ou identificação de contaminação na água das mesmas” (IVC 100 e IRA 0,94) se

mostrando o consenso de maior força na segunda rodada de validação do Modelo Lógico de

Avaliação. A garantia de fornecimento se encontra prevista como obrigação no artigo 40 da

RDC 63/2011 em que é caraterizada como insumo crítico nos serviços de saúde. Para Tavares

et al. (2014) é necessário a manutenção do abastecimento da água no ambiente hospitalar

visto que procedimentos como a higienização das mãos são imprescindíveis para o controle da

infecção hospitalar, compondo uma das etapas prioritárias para garantir a segurança do

paciente.

6.2 Componente Processo

O item “Laudos de análise dentro das especificações e periodicidades definidas” foi

considerado consensual entre os especialistas (IVC de 100,0 e IRA de 0,94). Nos relatórios de

inspeção dos hospitais é possível observar a informação de que as instituições não utilizam os

resultados para monitorar a qualidade da água. Segundo Montanarri et al. (2009), é

importante o monitoramento adequado e regular da água utilizada em ambiente hospitalar,

mesmo quando os resultados se mostram dentro das especificações, considerando o fato de

que as contaminações podem representar risco à saúde dos pacientes.

Os especialistas foram consensuais ao definir que o item “Registro de manutenção

corretiva dos equipamentos” deve compor o modelo lógico de avaliação da qualidade da água

(IVC de 87,5 e IRA de 0,73). Por sua vez o item “Registro de Manutenção Corretiva e

Preventiva das instalações Prediais” figurou como o único item não considerado consensual

na primeira rodada de avaliação, conforme análise dos especialistas (IVC de 75). No entanto,

o item foi mantido no Modelo Lógico de Avaliação, uma vez que a RDC 63/2011 define, no

seu artigo 42, que o serviço de saúde deve realizar ações de manutenção preventiva e

corretiva das instalações prediais, de forma própria ou terceirizada (ANVISA, 2011).

No tocante as manutenções o processo de validação mostrou indícios de incoerência,

pois no componente estrutura, os especialistas validaram o item “Documento contemplando

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as periodicidades de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos” com IVC de 81,3.

Uma possível explicação pode ser ilustrada na seguinte fala de um dos especialistas: Registro

de Manutenção Preventiva e Corretiva dos equipamentos (Está na etapa Estrutura). A

semelhança no texto dos itens e as variações dos termos “equipamentos”, “prediais”,

“corretiva” e “preventiva” pode ter confundido o julgamento dos especialistas.

Souza et al. (2012), avaliaram a implantação de um serviço de engenharia clínica em

um hospital público brasileiro e constatou que com a efetivação destes serviços pode se

observar um aumento imediato seguido de uma estabilização na quantidade de manutenções

corretivas o que consequentemente, aumentou a disponibilidade dos equipamentos bem como

sua vida útil, reduzindo o custo final com serviços terceirizados e com a necessidade de

reposição e equipamentos além de impactar na qualidade do serviço prestado aos pacientes.

Amorin et al. (2013) analisaram a prestação de serviços de manutenção em

estabelecimento de saúde e identificaram que dos 122 estabelecimentos que fizeram parte da

amostra apenas 14,8% apresentaram a sistemática de manutenção preventiva e corretiva das

instalações e dos equipamentos, unicamente 45,9% monitoravam a limpeza e desinfecção dos

reservatórios de água e só 16,4% monitoravam a análise e o controle da potabilidade da água

periodicamente, demostrando como esse conjunto de fatores, considerados críticos na

qualidade da água, frequentemente se encontram associados e podem se comportar de forma

sinérgica e potencializar o risco de EA associados à utilização deste insumo hídrico.

Os especialistas consideraram o item “Registro de monitoramento da qualidade da

água – Controle interno” necessário no Modelo Lógico de Avaliação do Gerenciamento da

Qualidade da Água no ambiente hospitalar, (IVC de 93,8 e IRA de 0,80). Os mecanismos de

controle interno devem ser correspondentes às aplicações da água assim como a finalidade

dos monitoramentos para assegurar a qualidade da água. Um exemplo de exigência definida

na legislação é o monitoramento de cloro residual livre que de acordo com a portaria de

consolidação n°05/2017 deve ser feito diariamente, para o controle de qualidade da água que

tem como fonte a solução alternativa coletiva (BRASIL, 2017).

Outro exemplo é o caso de instituições que possuem o Serviço de Hemodiálise. Essas

devem, obrigatoriamente, monitorar diariamente cor, turvação, sabor, odor, cloro residual

livre e pH conforme determinação da RDC 11/2014 (ANVISA, 2014). Estudos como o

conduzido por Fluck et al. (1999) apresentam achados de pacientes em Centros de

Hemodiálise que apresentam anemia causada pela hemólise por exposição à cloramina

decorrente do aumento da quantidade de cloro na água do sistema de abastecimento, valores

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de cloro abaixo do recomendado pela legislação também pode apresentar risco a saúde dos

pacientes (JOVINO et al., 2017).

Jovino et al. (2017), demonstram que ao dosar os valores de cloro foram observados

resultados de valor muito baixo ou zero e quando verificada a condição microbiológica da

água constatou-se presença de Coliformes totais em 50% das amostras analisadas e presença

de Escherichia Coli em 38%, permitindo associação direta entre os resultados considerando o

fato de o cloro ser o principal agente sanitizante utilizado na água.

O item “Mapeamento do processo com mecanismos de barreira entre as etapas”,

considerado consensual (IVC 87,5 e IRA 0,62) estabeleceu encadeamento lógico com o item

“Registro de tratamento de não conformidade relacionado a água” (IVC 93,8 e IRA 0,83) que

por sua vez estabeleceu conexão com o item “Gerenciamento do eventos adversos incluindo

os relacionados a água” (IVC 100 e IRA 0,90) do componente resultado. Os itens demostram

a importância de gerenciar os desvios no intuito de garantir uma melhoria contínua e a

segurança do paciente.

A baixa cultura de tratamento de EA é uma das realidades que dificulta a efetivação

das práticas de gestão de risco propostas pela portaria 529 de 2013 (BRASIL, 2013). Em

estudo realizado por Siman et al. (2017) foi identificado que 67,7% dos profissionais de

saúde de um hospital nunca preencheram uma ficha de notificação de evento adversos.

Massoco e Melleiro (2015) encontraram resultado que converge para o achado

supracitado apontando que 76,8% dos profissionais de saúde de um hospital nunca

preencheram uma ficha de EA e ainda que 50% dos profissionais acreditam que os erros

podem ser utilizados contra eles e 47% consideram que o profissional é que será evidenciado

e não o erro. Os achados merecem atenção, pois ilustram um comportamento prevalente e

que deve ser tratado a nível institucional com fito de que a subnotificação diminua e seja

possível a utilização da qualidade como ferramenta de gestão conforme obrigação

estabelecida na RDC 63/2011 (ANVISA, 2011).

6.3 Componente Resultado

O Componente Resultado teve cinco itens considerados consensuais entre os

especialistas, sendo que quatro destes são referentes a indicadores, “Indicador de adesão as

praticas de gerenciamento da qualidade da água” (87,5 e IRA 0,60), “Indicador de melhoria

contínua” (IVC 100 e IRA 0,90), “Indicador de série histórica mínima de 03 pontos de

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medição” (IVC 93,8 e IRA 0,80), destacando que os três últimos foram incluídos no Modelo

Lógico de Avaliação com a contribuição dos especialistas.

Estudo realizado por Escrivão (2000) comparou a utilização de indicadores por 24

hospitais públicos da região metropolitana de São Paulo e observou que apesar de a grande

maioria utilizar esta ferramenta no processo de gestão os mesmos não se mostram totalmente

eficazes. Segundo a perspectiva dos diretores dos hospitais, o fato ocorre devido a ausência de

adequação dos indicadores a realidade de cada hospital, a baixa divulgação dos resultados e a

inexistência de um mecanismo de comparação e troca de experiência entre as instituições.

Para Moura et al. (2009) a correta utilização dos indicadores como ferramenta de

gestão requer uma cultura de melhoria contínua institucionalizada no hospital, caso contrario

a ferramenta terá apenas caráter fiscalizatório ou punitivo. Os autores destacam que no estudo

foi possível observar a resistência de alguns colaboradores das instituições com relação a

implantação dos indicadores, apontando o desconhecimento e a não compreensão da

importância da ferramenta como os principais motivadores deste comportamento. O achado

por Moura et al.(2009) corrobora com o item referente a divulgação dos indicadores, validado

no Modelo Lógico de Avaliação deste estudo.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta investigação foi possível validar um modelo lógico adequado a ser utilizado na

Avaliação do Gerenciamento da Qualidade da Água no ambiente hospitalar, sob a perspectiva

de especialistas envolvidos em diferentes etapas, essenciais no fornecimento deste recurso

dentro dos padrões de qualidade necessários. A transposição da experiência prática dos

especialistas para o campo científico, aliada ao referencial teórico deste estudo e com a

utilização de uma metodologia científica apropriada possibilitou a obtenção de um produto

aplicável e correspondente a proposta deste estudo.

O processo de validação se mostrou altamente eficaz e contou com participação ativa

dos especialistas, especialmente nos campos dedicados a contribuição de forma livre. O

anonimato garantido pela ferramenta de aplicação dos questionários, associado a autonomia e

comodidade de organização do momento e local adequado para participar da pesquisa são

alguns dos possíveis fatores que contribuíram para a adesão dos atores e, consequentemente, a

construção de um Modelo Lógico de Avaliação com diversas possibilidades de discussão.

Muitos dos itens considerados consensuais e que permaneceram no Modelo Lógico de

Avaliação deste estudo, são proposições legais estabelecidas por instrumentos normativos,

(Leis, Portarias, Resoluções e outras) como a necessidade de higienização semestral de

reservatórios de água, análises físico-químicas e microbiológicas dentre outros. Por outro

lado, alguns itens apontados pelos especialistas são comuns em processos de acreditação ou

mesmo característicos de ferramentas utilizadas em processos de gestão bem estruturados

como, por exemplo, o mapeamento de processos com definição de barreiras e a utilização de

indicadores.

A dificuldade de construir um documento de gestão da qualidade da água que

contemple todas as aplicações e estabeleça de forma lógica como se darão os controles de

qualidade foi uma questão possível de ser percebida no decorrer do processo de validação, o

que ficou perceptível quando observadas algumas manifestações de dúvidas dos especialistas

com relação a um item ou outro que não fazem parte da rotina de trabalho dos mesmos.

Contudo a metodologia utilizada permitiu contribuição mutua, entendimento, construção e

validação de um instrumento adequado a avaliação do gerenciamento da qualidade da água

utilizada nos hospitais.

A efetiva utilização do Modelo Lógico de Avaliação como ferramenta de gestão

permitirá aos serviços um diagnóstico real da atual situação do Gerenciamento da Qualidade

da Água nos Hospitais com possibilidade de visualizar, esquematicamente, os possíveis

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desdobramentos das fragilidades ou dos pontos positivos, considerando o encadeamento

lógico apresentado entre os itens dos componentes estrutura, processo e resultado.

O constante processo de avaliação dos serviços é necessário para se ter informações de

qualidade que sirvam de subsídio para as tomadas de decisão a nível gerencial. A otimização

de recursos humanos, materiais e financeiros demandados no gerenciamento da qualidade da

água pode representar alto ganho na qualidade do produto e redução de custos durante o

processo além de maximizar a segurança do paciente.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – TCLE

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ANEXO A – TERMO DE INSTITUIÇÃO CO-

PARTÍCIPE

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ANEXO B – PARECER DO CEP

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