16
Os grupos empresariais das empreiteiras brasileiras e a política externa brasileira para a região durante os governos Lula (2003-2011) Luiza Tesser Donida 1 RESUMO Os projetos de integração regional priorizados durante os governos Lula (2003- 2011), como a União das Nações Sul Americanas (UNASUL), por exemplo, refletiram diretrizes que a política externa brasileira do correspondente período tomou quanto às políticas de alinhamentos internacionais com países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Esse alinhamento possibilitou que grandes empresas brasileiras, principalmente as do ramo de construção civil e infraestrutura, conseguissem adentrar em mercados latino-americanos, os quais são menos competitivos, de maneira que obtiveram grandes receitas. Assim, a incorporação dos projetos da Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana (IIRSA) ao Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) da UNASUL, levados a cabo durante os governos Lula, se transformaram em um palco para a promoção da importância da integração física latino-americana, com a justificativa de aumentar a competitividade comercial dos países da região, no entanto foi por meio desta, que se ajudou a promover a transnacionalização de muitas empresas brasileiras na região. Logo, com este trabalho pretende-se explorar a atuação do grupo de interesse brasileiro, das empresas de construção civil e infraestrutura, como consequência do direcionamento da política externa brasileira para a América Latina durante os governos Lula. Palavras-chaves: Integração regional, política externa brasileira e empresas de construção civil e infraestrutura. RESUMEN Los proyectos de integración regional priorizados durante los gobiernos Lula (2003- 2011), por ejemplo la Unión de Naciones Sudamericanas (UNASUR), reflejaban las directrices de la política exterior brasileña del período correspondiente, consideradas como el alineamiento político internacional con los países en desarrollados y subdesarrollados. Esta alineación posibilitó que las grandes empresas brasileñas, principalmente las de construcción y de infraestructura, consiguieran ingresar en los mercados latinoamericanos, los cuales son menos competitivos, y obtener así importantes ganancias. Por lo tanto, la incorporación de los proyectos de la Iniciativa de Integración Regional Sudamericana (IIRSA) al Consejo Suramericano de Infraestructura y Planificación (COSIPLAN) de la UNASUR, llevados a cabo durante los gobiernos de Lula, se convirtieron en un escenario para promover la importancia 1 Graduanda de Relações Internacionais e Integração da Universidade Federal da Integração Latino- Americana (UNILA). E-mail: [email protected].

Luiza Tesser Donida1 - congresso2017.fomerco.com.br · refletiram diretrizes que a política externa brasileira do correspondente período ... os quais são menos ... com seus créditos

  • Upload
    donhan

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Os grupos empresariais das empreiteiras brasileiras e a política externa

brasileira para a região durante os governos Lula (2003-2011)

Luiza Tesser Donida1

RESUMO

Os projetos de integração regional priorizados durante os governos Lula (2003-2011), como a União das Nações Sul Americanas (UNASUL), por exemplo, refletiram diretrizes que a política externa brasileira do correspondente período tomou quanto às políticas de alinhamentos internacionais com países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Esse alinhamento possibilitou que grandes empresas brasileiras, principalmente as do ramo de construção civil e infraestrutura, conseguissem adentrar em mercados latino-americanos, os quais são menos competitivos, de maneira que obtiveram grandes receitas. Assim, a incorporação dos projetos da Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana (IIRSA) ao Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) da UNASUL, levados a cabo durante os governos Lula, se transformaram em um palco para a promoção da importância da integração física latino-americana, com a justificativa de aumentar a competitividade comercial dos países da região, no entanto foi por meio desta, que se ajudou a promover a transnacionalização de muitas empresas brasileiras na região. Logo, com este trabalho pretende-se explorar a atuação do grupo de interesse brasileiro, das empresas de construção civil e infraestrutura, como consequência do direcionamento da política externa brasileira para a América Latina durante os governos Lula.

Palavras-chaves: Integração regional, política externa brasileira e empresas de construção civil e infraestrutura.

RESUMEN

Los proyectos de integración regional priorizados durante los gobiernos Lula (2003-2011), por ejemplo la Unión de Naciones Sudamericanas (UNASUR), reflejaban las directrices de la política exterior brasileña del período correspondiente, consideradas como el alineamiento político internacional con los países en desarrollados y subdesarrollados. Esta alineación posibilitó que las grandes empresas brasileñas, principalmente las de construcción y de infraestructura, consiguieran ingresar en los mercados latinoamericanos, los cuales son menos competitivos, y obtener así importantes ganancias. Por lo tanto, la incorporación de los proyectos de la Iniciativa de Integración Regional Sudamericana (IIRSA) al Consejo Suramericano de Infraestructura y Planificación (COSIPLAN) de la UNASUR, llevados a cabo durante los gobiernos de Lula, se convirtieron en un escenario para promover la importancia

1 Graduanda de Relações Internacionais e Integração da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). E-mail: [email protected].

de la integración física en América Latina, con la justificación de aumentar la competitividad comercial de los países de la región, lo que, además ayudó a promover la transnacionalización de muchas empresas brasileñas en esta. De esta forma, el presente trabajo tiene como objetivo explorar la actuación de este grupo de interés brasileño, las empresas de construcción civil e infraestructura, como consecuencia del direccionamiento de la política exterior de Brasil hacia América Latina durante los dos gobiernos de Lula.

Palabras-claves: Integración regional, política exterior brasileña y empresas de construcción civil e infraestructura.

INTRODUÇÃO

A política externa brasileira buscou ao longo dos anos promover o

desenvolvimento econômico brasileiro e concomitantemente a isso manter a

preservação de sua autonomia política (SOARES DE LIMA, 2005; LAFER, 2001; PT,

2002 apud VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

A procura pela melhora da imagem brasileira no cenário internacional

durante o governo de Lula da Silva veio acompanhada do fortalecimento dos laços

políticos e econômicos com os países em desenvolvimento e subdesenvolvidos

(SOARES DE LIMA, 2005; LAFER, 2001; PT, 2002 apud VIGEVANI; CEPALUNI,

2007).

A agenda da política externa do respectivo governo priorizou temáticas como

a integração regional o que ajudou a consumar o interesse nacional brasileiro. O

interesse brasileiro, dito aqui como “nacional”, aprofundou o processo de

internacionalização das empresas brasileiras e os mecanismos de integração

regional foram muito importantes para essa consolidação. O Conselho Sul-

americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) foi primordial para a

conscientização da importância da integração física na região e por meio dessa

instância o Brasil conseguiu dar legitimidade as suas ações nesse processo.

Digamos que o Brasil enxergou na América do Sul um espaço de expansão

e de desenvolvimento de sua economia, se utilizando de sua diplomacia e de seu

discurso para buscar uma confluência político-ideológica na região, vendo, portanto

no discurso da necessidade de integração regional uma maneira de instaurar o

desenvolvimento na região e que ao mesmo tempo atuou como componente de

legitimação da atuação brasileira nesta (HONÓRIO, 2013).

O COSIPLAN em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES), com seus créditos para as empresas brasileiras

prestadoras de serviço, e os órgãos de integração regional possibilitou expandir o

capital de empresas brasileiras. Desta forma as grandes empresas brasileiras de

construção civil e infraestrutura ganharam com essa tática de financiamento do

governo federal.

Logo, com este trabalho pretende-se explorar a atuação desse grupo

empresarial como consequência do direcionamento da política externa brasileira

para a América Latina durante os governos Lula. Isso será apresentado neste artigo

em partes. Este inicia com uma sessão que vai dar conta de desenhar o contexto

histórico dos anos de 1990 e a política externa do governo Lula, na seguinte sessão

se comentará sobre a presença brasileira na América do Sul e o financiamento da

integração física nessa região, num terceiro momento será apontada a presença

brasileira na região e por último se apresentará uma conclusão deste trabalho.

OS ANOS 1990: DA POLÍTICA EXTERNA DE FHC A LULA DA SILVA

A política externa brasileira manteve a tradição de buscar a concretização do

interesse nacional tentando sempre cultivar estratégias para inserir positivamente o

Brasil no cenário internacional. Os meios pelos quais o Brasil optou para conseguir

se inserir nesse cenário foram diferentes no decorrer dos anos, mas, de maneira

geral seguiram propósitos comuns que se baseavam na busca pelo desenvolvimento

econômico do país, ao mesmo tempo em que se procurava preservar certa

autonomia política do mesmo (SOARES DE LIMA, 2005; LAFER, 2001; PT, 2002

apud VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

O Brasil sofreu com o aprofundamento do neoliberalismo e com as reformas

acordadas no Consenso de Washington em 1989, todas as reformas advindas desse

consenso vieram a aprofundar a concepção liberalizante sobre o papel do Estado na

economia (PECEQUILO, 2008). Podemos constatar que a política externa dos

países latinos-americanos, posterior aos anos de 1988, refletiram em suas agendas

temáticas que incidiam sobre a necessidade da realização de uma transição

democrática, a proteção ambiental, os direitos sociais e a defesa de direitos

humanos, sob o aspecto político e sob o econômico a realização de reformas liberais

de abertura de mercados e o aprofundamento da integração latino-americana

(VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

Essas reformas que surgiram a partir de então vieram a afetar

negativamente a política externa dos países periféricos, incluindo aqui o Brasil, visto

que a liberalização comercial desprotegeu a economia nacional dando menos

autonomia a esses países e agravando o bem estar social dos mesmos, mesmo que

politicamente tenha trazido temas importantes para conformar a agenda da política

externa brasileira.

No Brasil o governo presidencial de Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi

um célebre marco desse movimento neoliberal. Esse movimento que influenciou na

política externa do país foi marcado pela busca de atração de investimento externo,

pela consequente privatização de empresas e pela busca de projeção internacional,

participando ativamente de fóruns internacionais consensuais com a ordem vigente,

na participação ativa de regimes internacionais e no estabelecimento de fortes

relações com os Estados Unidos e com a União Europeia (VIGEVANI; CEPALUNI,

2007).

Segundo Vigevani e Cepaluni (2007) a política externa do governo FHC foi

marcada pela ideia de “autonomia pela participação”, onde há a uma tranquila

adesão dos regimes internacionais, tentando intervir nos princípios e nas regras

desses regimes, porém sem ocasionar a perda da faculdade de gerir a política

externa do país em questão.

Depois de um longo período dessas reformas liberalizantes o

incontentamento popular cresceu em peso ocasionando a eleição de políticos com

“viés de esquerda” em alguns países latino-americanos, como o caso de Néstor

Kirchner na Argentina, Hugo Chávez na Venezuela, Tabaré Vásquez no Uruguai e

Luís Inácio Lula da Silva no Brasil (CASTAÑA, 2006 apud PECEQUILO, 2008).

No caso brasileiro a subida ao poder presidencial de Lula da Silva provocou

mudanças no ambiente doméstico e no plano da política externa. No plano da

política externa os objetivos norteadores continuaram os mesmos: a busca pelo

desenvolvimento e pela autonomia do país, todavia as estratégias para conseguir

alcançar seus objetivos mudaram. Iniciou-se um processo de mudança dos

parceiros brasileiros, no sentido de buscar fortalecer parcerias com outros países,

que como o Brasil, estão em fase de desenvolvimento ou em subdesenvolvimento

(VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

Nos dois governos Lula de Silva notamos que o Brasil teve se esforçado

para atuar com protagonismo dentro das relações sul-sul, de modo a apoiar a busca

pelo desenvolvimento dos países periféricos, agindo em conjunto com outros países

que possuem uma renda mediana na América-Latina, na Ásia e na África (HIRST;

DE LIMA; PINHEIRO, 2010). Também buscava com isso aumentar a presença do

Brasil em negociações econômicas globais (HIRST; DE LIMA; PINHEIRO, 2010).

O Brasil tentou assim estreitar laços políticos, comerciais e de cooperação

técnica com os países do sul-global, buscando diversificar seus aliados, porém

manteve os Estados Unidos como um importante parceiro (PECEQUILO, 2008).

A política externa do governo de Lula da Silva ficou marcada segundo

Vigevani e Cepaluni (2007), diferentemente da de FHC, pela ideia da “autonomia

pela diversificação”, que seria baseada na adesão dos princípios e das normas

internacionais por meio da propagação das alianças Sul-Sul. Essa estratégia reflete

a crença de que o estreitamento das relações com países do sul global fortaleceria o

poder de barganha desses países.

A ação internacional brasileira nesse meio tempo foi acompanhada por um

movimento significativo do empresariado brasileiro, onde houve a ampliação de seus

mapas de investimento, com preponderância nos países em desenvolvimento. Uma

das causas desse processo se explica pelas novas relações instigadas pelo Brasil

com os outros países periféricos (HIRST; DE LIMA; PINHEIRO, 2010). Situação que

foi facilitada após os atentados de 11 de setembro de 2001, pois como a atenção da

agenda internacional ficou voltada para o combate ao terrorismo e para os países da

eurásia, as potencias hegemônicas, principalmente os Estados Unidos, diminuíram a

atenção sobre os outros países do sul global proporcionando aos mesmos maior

margem de manobra para que pudessem se articular (SARAIVA, 2010 apud

HONÓRIO, 2013).

A política externa do governo Lula da Silva também ficou marcada, além da

construção das coalizões com os países do sul, por provocar o alargamento da

agenda internacional em questão de temas e atores, onde a política externa passou

a ser sensível a elementos sociais (HIRST; DE LIMA; PINHEIRO, 2010). Tais

mudanças na construção da política externa brasileira estão relacionadas com troca

da equipe burocrática responsável pelo seu planejamento, bem como, pelos atores

internos que se modificaram ao longo dos governos.

Essa política externa do governo Lula pode também ser considerada como

uma retomada da política terceiro mundista do governo de Ernesto Geisel

(VIGEVANI; CEPALUNI, 2007) . Em tal governo já havia a busca por maior equilíbrio

internacional, pelo fortalecimento das relações bilaterais, multilaterais e o

adensamento das relações diplomáticas com os países do terceiro mundo e também

tentava evitar a concretização de acordos que pudessem comprometer em longo

prazo o desenvolvimento do Brasil (VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

Faz-se importante notar que durante o período da administração de Lula da

Silva, no que toca ao desenvolvimento das alianças com os países em

desenvolvimento, pode-se perceber que além da ampliação dos interesses

econômicos que eram buscados com essas coalizões, houve o compartilhamento

entre esses países de uma identidade comum que os fez prezar pela concretização

de uma ordem social e econômica mais igualitária e justa (VIGEVANI; CEPALUNI,

2007).

O papel mais ativo do Brasil no cenário internacional, que aconteceu durante

o governo de Lula da Silva, fez com que houvesse mais expectativas e cobranças

sobre a representação brasileira na liderança pela busca de transformações do

cenário internacional vigente (VIGEVANI; CEPALUNI, 2007). Entretanto, para que

esse papel atribuído ao Brasil se consolidasse seria necessário que o mesmo se

equipasse de maior capacidade estatal (VIGEVANI; CEPALUNI, 2007).

Um meio encontrado pelo Brasil, nesse período, que tentou afirmar o seu

protagonismo estava na sua participação ativa nos órgãos de integração, assim que,

esta era uma das grandes temáticas e estratégia que a agenda da política externa

brasileira se usou nesse governo. Esta questão, a integração, será destaca nas

próximas sessões desse artigo, com ênfase em como a integração física

proporcionou a consolidação do interesse de certos grupos empresariais brasileiros.

A AMÉRICA DO SUL NA AGENDA BRASILEIRA E O FINANCIAMENTO DA

INTEGRAÇÃO FÍSICA NA REGIÃO

O Brasil no período da administração Lula da Silva fortaleceu os laços com

os países da América do Sul, através do amadurecimento econômico, político e

comercial. Essa aproximação fez com que os países dessa região acabassem se

transformando em parceiros políticos e econômicos importantes para o Brasil

(PORTAL BRASIL, 2011 apud SANTOS, 2013).

Alguns fatores devem ser lembrados para se entender a ocorrência dessa

aproximação, entre esses fatores estão o positivo quadro econômico brasileiro, a

menor presença dos Estados Unidos na região e o contexto internacional favorável

com a ascensão chinesa (SANTOS, 2013).

Nota-se que a conformação de uma sólida plataforma continental, através da

integração regional sul-americana, já vista como importante nos governos anteriores

ao governo de Lula da Silva e já a viam como um mecanismo essencial para a

conquista do crescimento regional e nacional em relação à vulnerabilidade em que

se encontravam os países sul-americanos (PECEQUILO, 2008).

Um dos grandes conteúdos dentro do eixo de integração regional que foi

muito enfatizada no governo Lula da Silva, foi o tema da integração de infraestrutura,

transportes, comunicações e energias. No período do FHC já se tomava como

importante essa temática, mas, com Lula da Silva é que ela ganha maior peso na

agenda da política externa brasileira.

Durante o governo de FHC conjuntamente com o Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), na Cúpula de Brasília em setembro de 2000, se propõe uma

ação para a integração de infraestrutura na região. Esse plano de ação leva o nome

de Iniciativa para a Integração de Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).

Os princípios que guiaram essa iniciativa estavam baseados: 1) nos eixos de

desenvolvimento e integração; 2) na coordenação entre a iniciativa pública e privada

3) na sustentabilidade social, ambiental e econômica; 4) na convergência normativa

e no regionalismo aberto; 5) em tecnologias da informação e 6) no aumento do valor

agregado da produção (HONÓRIO, 2013).

Muitos estudiosos constatavam que o projeto IIRSA seria nada mais que

uma iniciativa para promover a integração das economias latinas com o comércio

internacional e não entre elas (SANTOS, 2013). Inicialmente o portfólio da IIRSA

era composto por 335 projetos de infraestrutura, presumindo um investimento de

US$ 37 bilhões no decorrer de cinco anos (CCTIIRSA, 2011 apud SANTOS, 2013).

Com o passar do tempo a IIRSA foi sendo incorporada a um projeto político

maior de integração regional. Esta passou a estar anexada ao Conselho Sul-

Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) que é órgão integrante da

União das Nações Sul- Americanas (UNASUL)2 (SANTOS, 2013).

A UNASUL por muitos estudiosos é conhecida como um processo de

integração regional respaldada pelo “regionalismo pós-liberal” (SANAHUGA, 2008

apud SANTOS, 2013). Esse regionalismo é entendido como opositor ao

“regionalismo aberto”, onde o foco deste último é a integração econômica, no qual

se observa que em paralelo a ocorrência da integração econômica entre os países

pertencentes ao bloco há a comercialização desses com outro(s) país(es) não

membro(s) do bloco. Podemos então dizer que o regionalismo aberto designa uma

postura coesa e positiva à globalização econômica, tendo nesses processos de

integração uma preparação, um “ajustamento” dessas economias para que as

mesmas adentrem de maneira assertiva nos mercados globais (GUDYNAS, 2008).

Já no regionalismo pós-liberal a agenda da integração não se baseia

somente na integração econômica. Nesse regionalismo há a primazia da agenda

política no processo, há mecanismos que buscam proporcionar maior participação

social, tem-se mais preocupação com a redução das assimetrias entre os estados-

partes, também há a retomada de políticas desenvolvimentistas nas economias

nacionais, se dá prioridade a ampliação do papel do estado e há maior preocupação

com as dimensões sociais da integração (SANAHUJA 2008 apud SANTOS, 2013).

Uma das grandes questões que surgiram junto a UNASUL e a questão de

integração física foi o financiamento dos projetos de infraestrutura. Assim que, com

o intuito de amortecer a dependência das instituições financeiras internacionais, que

são administradas pelos países desenvolvidos como o FMI e o Banco Mundial, os

governos dos países sul-americanos acordaram em buscar fontes de financiamento

locais para tais projetos, isso foi possível devido a um quadro econômico avantajado

na maioria desses governos e de uma sintonia política entre eles (SANTOS, 2013).

Porém, mesmo com o quadro econômico favorável, as atuais Instituições

Financeiras Regionais (IFR), que estão para os projetos de integração sul-

americana, possuem suas debilidades de custeios e a principal delas ainda é a

2 Em 2008 a Comunidade Sul-Americana de Nações (CASA), uma iniciativa de integração regional entre os 12 países sul-americanos, se transforma em UNASUL (HONÒRIO,2013).

insuficiente quantidade de ativos financeiros para suprir a demanda atual dos custos

da integração. Todavia, a as suas vantagens em tê-las já que priorizam ações de

integração regional na América Latina, ou em sub-regiões dela, e se estruturam

nessa localidade dando mais poder a região, visto que os processos de decisão

estão sob as autoridades locais. De maneira geral as IFR visam prioritariamente a

financiamentos convencionais, como a expansão empresarial privada, a cooperação

técnica e os projetos de infraestrutura e energia (GUDYNAS, 2008).

Entre as maiores IFR que possuem o mandato para atuar em toda América

Latina estão o Banco Latino Americano de Exportações (Bladex) e o Fundo Latino-

Americano de Reservas (FLAR) (GUDYNAS, 2008). A Corporação Andina de

Fomento (CAF) embora se vincule a região andina tem expandido suas ações e em

conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também pode ser

considerada como uma IFR que abrange a região latino-americana (GUDYNAS,

2008). Já entre os bancos e fundos sub-regionais estão o Caribbean Development

Bank (CBD), o Banco Centroamericano de Integración Económica (BCIE) e o Fundo

Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA). Por fim, há dois

bancos nacionais que também bancam os processos de integração na região, que

são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES) e

o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social da Venezuela (BANDES)

(GUDYNAS, 2008).

A grande maioria do financiamento dos projetos de integração no âmbito do

COSIPLAN passou a ser realizado por conta do BNDES e da CAF (SANTOS, 2013).

Enquanto que durante a IIRSA as instituições que mais estavam responsáveis pelo

aporte econômico eram a CAF, o BID e o FONPLATA (SANTOS, 2013).

Segundo Santos (2013) além do BNDES o Brasil contou com o Banco do

Brasil para atuar como financiador dos projetos de integração física, por meio do

Programa de Financiamento as Exportações brasileiras de bens e serviços

(PROEX), tendo este grande desenvoltura durante os governos de Lula da Silva. De

mais a mais o Brasil aumentou sua participação como investidor da CAF e o

aumento dessa participação veio a beneficiar substancialmente os empresários

brasileiros do ramo de engenharia e construção civil, visto que este é o principal foco

de financiamento dessa instituição (HONÓRIO, 2013).

Os fundos do BNDES são advindos de dotações orçamentárias da União, do

Fundo de Amparo ao trabalhador, das suas próprias operações e de captações no

exterior e contou com significativos empréstimos do Tesouro Nacional até certo

momento (SANTOS, 2013). Vale lembrar que para conseguir empréstimo do BNDES

é indispensável que a empresa prestadora do serviço contratado seja brasileira e se

ressalva que este é uma estatal vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, da

Indústria e do Comércio Exterior do Brasil (MDIC) (GUDYNAS, 2008).

O BNDES contou com restruturações que ampliaram seus mecanismos de

financiamento as exportações brasileiras aumentando seu papel na área de

comércio exterior (SANTOS, 2013). A partir de 2003 passou a ter a missão de

fortalecer a integração regional (HONÓRIO, 2013). Portanto, o BNDES proporcionou

o aumento dos fluxos comerciais brasileiros ajudando a projetar empresas

brasileiras no exterior (SANTOS, 2013). Assim vemos que a ingerência pública no

auxílio às exportações provoca um aumento significativo da competitividade das

empresas nacionais e do crescimento econômico do Estado (CATERMOL, 2010).

O BNDES possui duas linhas de financiamento às exportações: a Pré-

embarque e Pós-embarque. A primeira fornece fundos para a produção das

empresas exportadoras e a segunda auxilia no apoio à comercialização

(CARTEMOL, 2010).

Os maiores gastos do BNDES foram para as obras de integração física na

região aumentando assim a presença das empreiteiras brasileiras nesta (SANTOS,

2013). Entre essas empreiteiras estão a Norberto Odebrecht, o Grupo Camargo

Correia, a OAS, a Andrade Gutierrez e a Queiroz Galvão. Sendo estas grandes

financiadoras das campanhas eleitorais da elite política brasileira (SANTOS, 2013).

As despesas que o BNDES teve com a América do Sul passaram de US$

550 milhões bianuais até 2004 para US$ 1,74 bilhão entre 2007 a 2008 (HONÓRIO,

2013 apud CARVALHO, 2011). Este chegou a disponibilizar um montante de US$ 8

bilhões em 2009 para obras de infraestrutura na América do Sul (HONÓRIO, 2013).

Podemos exemplificar alguns projetos de infraestrutura e intercomunicações

financiados pelo BNDES. Na Argentina a instituição financiou muitos gasodutos que

ao todo corresponderam a um investimento de US$ 690 milhões, entre eles está o

gasoduto de interconexão com o Brasil. No Chile custeou a presença de empresas

brasileiras no novo sistema de transporte público por meio da disponibilização de

US$ 250 milhões para a compra de ônibus brasileiros. Na Venezuela executou um

papel chave no aporte de uma ponte sobre o Rio Orinoco e pensa em uma segunda

extensão e no Peru tem bancado obras no segmento do corredor de estradas que

vão desde o Acre-BR, passam a Amazônia do Peru, os Andes e alcança os portos

de Ilo, San Juan e Matarani no Oceano Pacífico (GUDYNAS, 2008).

Esse banco custeou cerca de 80 projetos de infraestrutura na região em

2010, chegando ao montante de US$ 10 milhões, onde as principais empresas

financiadas eram a OAS, Queiroz Galvão e Odebrecht - Segundo o que retrata o

documento sobre o balanço da política externa brasileira de 2003 a 2010 elaborado

pelo Ministério de Relações Exteriores (HONÓRIO, 2013).

O BNDES em comparação com as outras instituições de financiamento

regionais é o que tem mais condições de custear grandes empréstimos, tal arranjo o

torna um condutor da internacionalização das empresas brasileiras (GUDYNAS,

2008). Esta instituição não garante somente empréstimos, co-participa de aquisições

e fusões de empresas em outros Estados e também instala fundos de investimentos

(GUDYNAS, 2008). Algumas das atuações mais comuns da instituição estão

relacionadas com a compra de bônus ou ações de empresas brasileiras para o

financiamento do crescimento destas, agindo como financiadora e controladora de

aquisições, ou até mesmo outorgando empréstimos por onde as empresas

brasileiras compram empresas em outros Estados (GUDYNAS, 2008).

Em paralelo ao ativo funcionamento do BNDES no governo Lula da Silva, se

observou que este focou na busca por tentativas de promoção do desenvolvimento

que conseguissem cumprir com a função de institucionalizar a região ao redor de

uma identidade regional (HONÓRIO, 2013). Entretanto, a presença da América do

Sul, nos discursos diplomáticos do governo estudado, estavam muito mais

relacionada com o objetivo do Brasil em conseguir mais poder e autonomia do que

em construir novas ideias de governança global e de identidade regional

(SPEKTOR, 2010 apud HONÓRIO, 2013).

Podemos assim dizer que o protagonismo da integração regional, a ênfase

nas Relações Sul-Sul, o engrandecimento da alocação brasileira no cenário

internacional, a expansão dos mercados, a projeção de empresas nacionais no

exterior, entre outros, são listados como as motivações brasileiras que levaram o

país a investir na região sul-americana durante a administração Lula da Silva

(SANTOS, 2013).

A região sul-americana absorve hoje cerca de 20% das exportações

brasileiras que diferentemente de outras regiões retém bens e serviços de alto valor

agregado (NUNES, 2011 apud SANTOS, 2013). Algumas características se fazem

relevantes para entender o porquê desse número, entre elas estão a proximidade

cultural e geográfica, os acordos comerciais e os marcos regulatórios (SANTOS,

2013). Igualmente, a falta de outras grandes empresas de infraestrutura na região, a

falta de opção a outros meios de financiamento e a não existências de cláusulas

bancárias do BNDES se transformam em agentes facilitadores da presença

brasileira na região (SANTOS, 2013).

E por essas e outras, há a fomentação da abertura de mercado as grandes

empreiteiras brasileiras. Quando se leva em conta esses elementos se entende a

que se deve essa presença do Brasil na região. Na próxima sessão está mapeada a

atuação das empresas brasileiras para melhor entendimento dessa presença.

MAPEAMENTO DAS GRANDES EMPREITEIRAS BRASILEIRAS

A partir da criação de fóruns internacionais regionais conjuntamente com os

blocos de integração regional, se arquitetou um espaço para a discussão dos

problemas enfrentados pelos países sul-americanos e consequentemente neste

espaço se buscou meios para resolver os problemas encontrados.

Uma das dificuldades encontradas nesses territórios foi a falta de

interconexão física entre as regiões, nesse sentido surgiram instâncias e projetos

para pensar e desatar tal inconveniente. Como já dito o principal projeto que buscou

trabalhar para resolver esse problema foi a IIRSA , posteriormente o COSIPLAN.

O COSIPLAN passou a ser então um centro de projeção para as

empreiteiras brasileiras, e os projetos que anteriormente foram desenvolvidos pela

IIRSA, estavam direcionados a fomentar condições para que empresas

nacionai/transnacionais e o agronegócio aumentem seus lucros, tendo acesso a

mais mercados e melhorando o escoamento dos recursos através dos grandes

corredores de exportação que viriam atravessar o continente (COUTO, 2008).

Ademais de prevalecer a certos grupos empresariais e burocratas notamos

que, mesmo esses projetos sendo financiados por IFRs terminaram por não romper

com a essência daqueles que eram financiados pelas IFIs, pois acabaram sendo

projetos vinculados ao melhoramento da economia globalizada, não quebrando

assim com a lógica dos projetos financiados por essas últimas instituições.

Cabe evidenciar que até o final da década de 1990 prevalecia no leque das

exportações brasileiras para a região bens de capital de maneira individual, hoje

prevalece as exportações de bens e serviços, atribuídos aos projetos de

infraestrutura no continente (CARTEMOL, 2010). As grandes empreiteiras

brasileiras, como é o caso da Odebrecht, da Camargo Corrêa e da Andrade

Gutierrez, vem exercendo um papel fundamental na concretização dessas novas

exportações. Vale comentar que essas empresas não só tiveram um aumento de

sua presença no plano internacional, mas, também no interno (COUTO, 2008).

A Camargo Corrêa além de seguir a área de engenharia tem a sua própria

fábrica de cimentos, controla a Alpargata Calçados, é acionista da Siderúrgica

Usiminas, da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) e ainda da

Concessionária de Energia do Estado de São Paulo CPFL Energia, sem contar que

controla grandes extensões de rodovias nacionais (COUTO, 2008). A Andrade

Gutierrez também é acionista da prestadora de serviços de energia Light, da

concessionária de rodovias CCR e controla a empresa de comunicações Telemar

(COUTO, 2008). Por fim, a Odebrecht ademais da área de engenharia é o maior

grupo petroquímico da América ao controlar a empresa Braskem (COUTO, 2008).

Uma das consequências da ação concentradora de capitais dessas

empresas permite que estas pautem políticas públicas e compitam

internacionalmente com custos mais baixos. Estar atento aos dados mencionados é

fundamental para que possamos notar o tamanho do poder econômico que essas

empresas de base brasileira possuem. Para poder visualizar de maneira mais nítida

a presença dessas grandes empreiteiras na região, há na sequencia uma tabela que

identifica a empresa, o país e o projeto e os custos e financiamentos que

proporcionam a promoção da interconexão regional promovida pelo COSIPLAN.

TABELA 01 – EMPRESAS BRASILEIRAS E AS OBRAS DE INFRAESTRUTURA

NA REGIÃO

FONTE: Elaboração própria a partir dos dados da BICECA e o relatório anual das

empresas; valores aproximados apud COUTO, 2008.

Com a tabela retratada e os outros dados apresentados, no decorrer desse

artigo, que demostram o poder econômico das empresas brasileiras, desse ramo

comercial, podemos perceber o poder econômico e político que as mesmas

possuem na região. Desse modo com o a tabela apresentada notamos que os

projetos definidos pela IIRSA/COSIPLAN foram grandes ativadores da presença

brasileira na região sul-americana e que as IFR tiveram grande papel para que

houvesse a promoção dessas empreiteiras brasileiras.

CONCLUSÃO

A política externa do governo Lula da Silva apresentou mudanças na

condução da mesma quando comparada ao governo anterior. Esta optou por

estreitar as relações com os países do sul global e por meio dela conseguir um

maior poder de barganha nas negociações com os países do norte. Além disso,

essa administração aprofundou o processo de internacionalização de grandes

empresas de base brasileira no exterior, principalmente as de construção civil e

infraestrutura. Entre essas empresas se destacam a Andrade Gutierrez, a Camargo

EMPRESA PAÍS E PROJETO CUSTOS E FINANCIAMENTO

Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Corrêa

Peru: Rodovia Interoceânica Sul

US$ 810 milhões, destes US$ 420 milhões financiados pelo BNDES e o restante pela CAF

Andrade Gutierrez e Odebrecht

Peru: Rodovia Interoceânica Norte

US$ 200 milhões, créditos do BID e da CAF e o governo peruano auxiliou com isenções fiscais

Camargo Corrêa. Colômbia: Hidrelétrica PORCE III

US$ 900 milhões, destes US$ 200 milhões do BID e o restante das Empresas Públicas de Medellín

Odebrecht e Camargo Corrêa

Colômbia: Ferrovia Del Carare

US$ 650 milhões do BNDES

Andrade Gutierrez Equador: Aeroporto Internacional de Quito

US$ 600 milhões, BID, bancos de financiamento à exportação do Canadá e dos EUA e o Overseas Private Investment Corporation

Odebrecht e Camargo Corrêa

Bolívia: Corredor Santa Cruz-Porto Suarez

US$ 200 milhões. A CAF e a PROEX do Banco do Brasil financiaram os trechos que as empresas brasileiras fizeram parte da construção

Correa e a Norberto Odebrecht, todas estas empresas são financiadoras das

campanhas políticas da elite política brasileira.

Neste artigo, se mostrou a existência de congruência entre o interesse

nacional brasileiro, a internacionalização das empresas brasileiras e os organismos

de integração regional, apresentando com isso que em prol da concretização desse

interesse o Brasil intensificou a temática de infraestrutura nos projetos de integração

(HONÓRIO, 2013). Para além dos mecanismos de integração regional se

transformarem em uma plataforma para a concretização desse interesse, as

instituições de financiamento de integração também se voltaram para este fim,

valendo aqui destacar a atuação do BNDES como a principal fonte de financiamento

na região, onde este se transformou em um importante mecanismo da política

externa brasileira.

Como consequência desse cenário a região sul-americana se tornou em um

grande destino do investimento brasileiro nos últimos anos e foi neste espaço que

estas empresas conseguiram retirar grandes receitas, entre outros motivos devido a

falta de concorrência no ramo. Desse modo devemos entender que as empresas

brasileiras de construção civil e infraestrutura são atores internos que moldaram e

lucraram com a política externa do governo Lula da Silva.

REFERÊNCIAS

COUTO, A. B. A atuação das grandes empreiteiras brasileiras na integração de infra-estrutura na América do Sul. In: VERDUM, R.(Ed.). Financiamento e Megaprojetos: uma interpretação da dinâmica regional sul-americana. Brasília: INESC, 2008. p. 81-88. CATERMOL, F. O BNDES e o apoio às exportações. In: ALÈM, A. C; GIAMBIAGI, F. (Ed.). O BNDES em um Brasil em transição. Rio de Janeiro: BNDES, 2010. p. 162-176. GUDYANAS, E. Financiamentos e Megaprojetos: uma Interpretação da Dinâmica Regional Sul-Americana. In: VERDUM, R.(Ed.). Financiamento e Megaprojetos: uma interpretação da dinâmica regional sul-americana. Brasília: INESC, 2008. p. 23-47.

HIRST, M.; DE LIMA, M. R. S.; PINHEIRO, L. A política externa brasileira em tempos de novos horizontes e desafios. Nueva Sociedad, p. 22-41, dez 2010. HONÓRIO, K. S. O significado da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA) no regionalismo sul-americano (2000-2012): um estudo sobre a iniciativa e a participação do Brasil.133 f. Dissertação (Mestrado Em Relações Internacionais) - Programa De Pós-Graduação San Tiago Dantas, São Paulo, p. 70 -85/ 90-95, 2013. PECEQUILO, C. S. A política externa do Brasil no século XXI: os eixos combinados de cooperação horizontal e vertical. R B P I, v. 2, nº 51, p. 136-152, 2008. SANTOS, M. A presença Brasileira na América do Sul: ações e instrumentos de política externa. Análisis Político, Bogotá, nº 77, p. 195 -210, 2013. VIGEVANI, T.; CEPALUNI, G. A política externa de Lula da Silva: a estratégia de autonomia pela diversificação. Contexto Internacional. Rio de Janeiro, v. 29, nº 2, p. 273-335, 2007.