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Governança Participativa: estratégias como fortalecimento de Desenvolvimento Eduina Bezerra França Cleane Santos Nunes Resumo: A geografia por meio do espaço geográfico busca superar a dicotomia Sociedade e Natureza contribuindo para que haja um ordenamento territorial equilibrado e uma governança eficiente. Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo geral analisar a inclusão social para qualidade da democracia e do ordenamento territorial na perspectiva de Governança Participativa. Trata-se de uma de revisão bibliográfica baseada em dois artigos publicados em revistas norte-americanas, à luz especificadamente das concepções de Kess Konnings (2004) e Johanna Speer (2012), que investigaram em prospectivas diferentes o processo de Governança participativa, mas que se complementam e definem-se em ideias centrais como o papel da cidadania e sociedade civil na democracia, e a includente atuação da sociedade nas tomadas de decisões, ressignificando o sentido de governança. Para tanto, busca-se compreender os mecanismos da governança participativa, a sua efetividade e os impactos nas políticas públicas que auxiliam de forma direta no fortalecimento e desenvolvimento do território. Em suma, a governança participativa deve estar atrelada a sociedade civil, aos funcionários, as instituições privadas e públicas e ao governo para aderir uma governança de fato significante e com respaldo na melhoria dos serviços, na qualidade e bem-estar social e nas respostas eficazes mediante as tomadas de decisões. Palavras-chaves: Governança Participativa. Sociedade. Ordenamento territorial. Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO); Universidade Federal de Sergipe (UFS). Colaboradora Grupo de Pesquisa em Gestão Territorial de Ambientes Costeiros (IFS); Colaboradora do Laboratório de Estudos Ambientais e Cartográficos (UNEAL). E-mail: [email protected] Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO); Universidade Federal de Sergipe (UFS). Colaboradora do Projeto de Pesquisa Sistemas Ambientais Costeiros e Ocupação Econômica do Nordeste (UFS). E-mail: keununes- [email protected].

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Governança Participativa: estratégias como fortalecimento de

Desenvolvimento

Eduina Bezerra França

Cleane Santos Nunes

Resumo: A geografia por meio do espaço geográfico busca superar a dicotomia Sociedade e Natureza contribuindo para que haja um ordenamento territorial equilibrado e uma governança eficiente. Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo geral analisar a inclusão social para qualidade da democracia e do ordenamento territorial na perspectiva de Governança Participativa. Trata-se de uma de revisão bibliográfica baseada em dois artigos publicados em revistas norte-americanas, à luz especificadamente das concepções de Kess Konnings (2004) e Johanna Speer (2012), que investigaram em prospectivas diferentes o processo de Governança participativa, mas que se complementam e definem-se em ideias centrais como o papel da cidadania e sociedade civil na democracia, e a includente atuação da sociedade nas tomadas de decisões, ressignificando o sentido de governança. Para tanto, busca-se compreender os mecanismos da governança participativa, a sua efetividade e os impactos nas políticas públicas que auxiliam de forma direta no fortalecimento e desenvolvimento do território. Em suma, a governança participativa deve estar atrelada a sociedade civil, aos funcionários, as instituições privadas e públicas e ao governo para aderir uma governança de fato significante e com respaldo na melhoria dos serviços, na qualidade e bem-estar social e nas respostas eficazes mediante as tomadas de decisões.

Palavras-chaves: Governança Participativa. Sociedade. Ordenamento

territorial.

Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO); Universidade Federal de Sergipe (UFS). Colaboradora Grupo de Pesquisa em Gestão Territorial de Ambientes Costeiros (IFS); Colaboradora do Laboratório de Estudos Ambientais e Cartográficos (UNEAL). E-mail: [email protected] Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO); Universidade Federal de Sergipe (UFS). Colaboradora do Projeto de Pesquisa Sistemas Ambientais Costeiros e Ocupação Econômica do Nordeste (UFS). E-mail: [email protected].

1. Introdução

A Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico, buscando

compreender a dinâmica do espaço produzido e transformado, direta ou

indiretamente, pela ação do homem. O que implica considerar que a Geografia

estuda a sociedade e a natureza, envolvidos pela dinamização dos

movimentos, que consequentemente resulta no processo de (des) organização

do espaço terrestre e na própria compreensão socioespacial, das relações

sociais no território.

No Brasil, a desigualdade social e a exclusão social continuam a

prejudicar a qualidade da democracia e o fortalecimento do desenvolvimento. A

fim de diminuir essas adversidades, estudos estão sendo pautados como

estratégias de descentralização, tendo como base a governança participativa

como possível solução em escala local. Neste sentido, o presente trabalho

mostrará especificadamente à luz de dois artigos publicados em revistas norte-

americanas resultados e reflexões mediante a governança participativa com

objetivo geral de analisar a inclusão social como forma para atingir a qualidade

da democracia e do ordenamento territorial na perspectiva de Governança.

Esta pesquisa é de cunho qualitativo centrada em revisão bibliográfica

sobre governança participativa, onde fez-se necessária a leitura de

governança, governança participativa, capital social, política pública, e

descentralização. Nas concepções especificadamente de Kess Konnings

(2004) e Johanna Speer (2012), foram pontuados exemplos significativos de

governança participativa como subsídio para uma democracia mais eficiente e

com fortalecimento no desenvolvimento local.

Assim, o presente fundamentalizara-se em três momentos, o primeiro

compreendendo os mecanismos da Governança Participativa por meio do

planejamento, acompanhamento, tomada de decisão e o processo avaliativo; o

segundo viabiliza as experiências de governança participativa para um

ordenamento efetivo; e o terceiro fomentará a ideia geral, consistindo em

analisar as evidências científicas sobre as condições e os impactos de

Governança participativa nos resultados que compete às políticas pública.

Em suma, os mecanismos de governança participativa têm sido

pertinentes para o processo de descentralização democrática, fortalecimento

da qualidade no serviço e bem-estar social, estímulo do capital social, garantia

do desenvolvimento local e aumento da legitimidade de um governo capaz de

prevenir a exclusão social. No entanto, é preciso que haja a participação da

sociedade civil, funcionários, atores sociais, instituições públicas e privadas

junto na tomada de decisões com o governo para que a descentralização

possa dar respaldo na melhoria do serviço e bem-estar social.

2. Governança Participativa: estratégias de fortalecimento de

Desenvolvimento

2.1 Governança participativa: medidas de descentralização de políticas

públicas

Descentralizar é redistribuir recursos, espaços de decisões,

competências e responsabilidades, podendo ocorrer sem que tenha sido

estabelecido pela Federação, baseia-se na difusão de poderes em vários

centros, cuja autoridade é definido pelo sufrágio universal. “Essa redistribuição

poderia ocorrer entre instâncias governamentais, entre poderes estatais e entre

o estado e a sociedade”. (AFFONSO, 2000,p.130).

Para tanto, “a constituição de 1988, por esta via, abriu caminho para que

a participação social nos processos decisórios de políticas públicas fosse

efetivada, a partir das descentralizações de atribuições e recursos financeiros. ”

(FREITAS, 2016, p.21). Possibilitando a governança participativa como

premissa includente e decisória.

Nesse sentido, a governança participativa vem como medida de

descentralizar o poder governamental em que consiste na participação dos

cidadãos frente ao processo de políticas públicas, permitindo que a população

atue ativamente no planejamento, implementação e monitoramento. (SPEER,

2012). Em linhas gerais,

[...] a governança participativa se dá pela interação entre as instituições públicas e a sociedade civil, os mecanismos de participação já mencionados, combinam elementos participativos e representativos em maior ou menor grau. Para serem viabilizados, é imprescindível, a articulação de uma sociedade civil organizada com um Poder Executivo comprometido, pois ele requer compromissos de ambos: os políticos devem estabelecer um programa que cede o controle sobre dotações orçamentárias relevantes para um processo de tomada de decisão participativa e a sociedade civil deve aproveitar esse processo de tomada de decisão como oportunidade política para avançar nas prioridades de desenvolvimento e serviços públicos. (FREITAS, 2016, p.33).

Havendo para tanto, uma redemocratização ou democratização

deliberativa de tomada de decisões, uma vez que, as formas deliberativas e de

contestações que ocorre por meio de governança participativa é de levar

melhores resultados das políticas públicas e tomadas de decisões estatais

transparentes, assim sendo a governança participativa é crucial para aumentar

a responsabilidade e a capacidade de respostas dos governos locais. (SPEER,

2012).

A governança participativa (GP) preponderante atua em instâncias

locais, na categoria lugar, pois, a participação da sociedade tende a ser mais

incisiva, permitindo o engajamento de diversos atores sociais permeando “o

aumento da cidadania por meio da inclusão de movimentos sociais e atores

socialmente excluídos, reduzindo dessa forma a tensão gerada pelo problema

de representação e da legitimidade de políticas públicas. ” (SIMIONE;

CKAGNAZAROFF, 2017, p.66).

Conforme Koonings (2004), a descentralização fortalece a democracia a

medida em que as estruturas e culturas locais estão se tornando mais

acessíveis e sensíveis aos cidadãos em especial aos mais desfavorecidos.

Essa medida de GP compete a descentralização de poder e eficiência

administrativa, correspondendo a uma melhoria na efetividade e gerenciamento

do território permitindo que a sociedade pontue de forma decisória o seu papel

enquanto estado democrático.

2.2 Governança Participativa: a luz das experiências de Kees

Koning e Johanna Speer

Kess Koonings(2004),1 relata em seu artigo “Strengthening Citizenship in

Brazil’s democracy: local participatory governance in Porto Alegre”, a

desigualdade, exclusão social e divisão social na América Latina e em especial

no Brasil como impactos ainda hoje de prejuízos à qualidade na democracia.

Apontando que houve um avanço notável de esquerda, especialmente pelo

Partido dos Trabalhadores (PT), tanto em termos de sucesso eleitoral quanto

pelas políticas públicas e habilidades administrativas, particularmente a nível

local.

Neste sentido a análise proponhe, avaliar o significado da incorporação

social e da cidadania para a qualidade da democracia no Brasil, utilizando

como exemplo a cidade de Porto Alegre na evolução da dinâmica do sistema

de “orçamento participativo”.

1 Kess Koonings professor de Estudos Brasileiros na Universidade de Amsterdã e e

professor Associado em Estudos de Desenvolvimento e Estudos Latino-Americanos no

departamento de Antropologia da Universidade de Utrecht. Sua pesquisa sobre o Brasil incluiu

desenvolvimento econômico e social regional no Rio Grande do Sul e na Bahia, política urbana

e governança participativa em Porto Alegre, transição militar e democrática e - atualmente -

violência urbana e insegurança no Rio de Janeiro. Além disso, seus interesses de pesquisa

incluem pobreza e exclusão social, etnia e economia política de desenvolvimento no Brasil e na

América Latina.

Destacando a relevância da governança descentralizada como uma

base potencial da consolidação democrática que oferece possibilidades para

aumentar a responsabilidade, a participação dos cidadãos, o pluralismo, a

distribuição de poder e o desempenho administrativo.

A descentralização pode fortalecer a democracia na medida em que as

estruturas e culturas políticas locais estão se tornando mais sensíveis aos

cidadãos, especialmente os mais desfavorecidos. [...] a descentralização das

instâncias decisórias e administrativas surge como alternativa necessária para

superação da crise2, pois conferiria maior autonomia local aos projetos de

desenvolvimento [...] (ORTEGA, 2008, p.36)

Conforme Koonings (2004), a avaliação do papel da experiência em

relação ao desempenho do orçamento participativo se fez necessário a partir

de efeitos positivos na prestação de bens e serviços públicos permeando a

qualidade da governança em meio a participação dos cidadãos, visto como

“espaço público” compartilhado pelo estado local e organizações locais.

Refletindo sobre a qualidade democrática brasileira: uma vez que, a

partir do momento que a população se organiza e tem representação utilizando

como exemplo Porto Alegre3 com lideranças de comunidades, políticas,

planejadores e servidores públicos reunindo-se em prol de discutir, planejar,

decidir sobre assuntos voltados para a melhoria e o bem-estar social, torna a

governança eficiente, participativa, eficaz.

Trazendo pontos relacionados entre democracia política, mobilização

popular, participação e cidadania, em especial no Brasil, com dois pontos

fundantes: o primeiro consistindo na mobilização eleitoral havendo uma

coligação partidária que conseguiu dar sentido prático ao discurso ideológico e

programático de promover a participação popular e a justiça social; o segundo

viabilizando o sistema participativo criado inicialmente em estreita colaboração

com o movimento das bases historicamente ligadas a aliança de governo.

2 Crise de governabilidades de Democracias. 3 Área de Estudo da pesquisa do artigo citado.

Mostrando que o exercício da cidadania civil mediante a consolidação

democrática é envolver o estado no processo de mobilização, organização e

política, onde teve como principal exemplo a experiência do “orçamento

participativo” em Porto Alegre, que fortalece a democracia através da

disseminação de tais experiências a níveis locais, servido como modelo para

outros lugares.

Concluindo que a governança participativa local pode fortalecer a

democracia e produzir resultados em termos de reformas sociais, com base de

melhoria em uma agenda renovada de descentralização política e

administrativa, consolidando uma democracia formal.

Joanna Speer (2012)4, nessa mesma perspectiva de pontuar

governança participativa em seu artigo ‘Participatory governance reform: a

good stategy for increasing governament responsiveness and improving public

services?’ Aponta mecanismo de boa governança por meio da participação

cidadã nos planejamentos, implementação, acompanhamentos,

monitoramentos e avaliações, estes mecanimos são defenidos como arranjos

institucionais que visam facilitar a participação do cidadão no processo de

política pública. Seus estudos sobre a implementação de governança

participativa bem sucedida caracterizam-se pela presença de alta capacidade e

motivação sobretudo entre funcionários públicos e cidadãos.

Nesse sentido, a governança participativa inclui a qualidade de

governança por meio da geração de benefícios de políticas públicas, incluindo

maior responsabilidade, maior capacidade de resposta do governo e melhores

serviços públicos;

Tendo em vista ainda que de acordo com Speer (2012), as

reivindicações são positivas, porém limitadas. Indicando que ativar e motivar a

população (funcionários públicos (FFI), sociedade civil) é nortear mecanismos

4 Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (desde 09/2011). Até 08/2011 Ph.D. Estudante e Junior Research Fellow no Projeto de Pesquisa Conjunta "Making Rural Services Work for the Poor"

de responsabilização. Mostrando que sua pesquisa é comparativa, afim de

verificar se os arranjos de governança participativa podem aumentar a

capacidade de respostas do governo e qualidade nos serviços. Evidenciando

assim que a descentralização democrática é crucial para aumentar a

responsabilidade e a capacidade de respostas locais.

Corroborando com Konnings (2004), a desigualdade e a exclusão social

prejudicam a qualidade da democracia. Assim sendo, a governança

participativa seria mediante seus estudos o desencadeamento que contribui

para a implementação efetiva e o funcionamento de mecanismos participativos

de governança na prática, porém, é preciso que os atores da sociedade civil

junto com os funcionários públicos estejam dispostos e capazes de contribuir e

cumprir seus compromissos e serviços.

2.3 Governança Participativa: Evidências científicas sobre condições e

impactos que competem as políticas públicas

A pesquisa científica “[...] é um modo científico para se obter

conhecimento, ou seja, um processo formal e sistemático de desenvolvimento

do método científico e de técnicas e metodologias. ” (ANDRADE; SCHMIDT,

2015, p.13).

Nesse sentido, é pertinente frisar algumas considerações que

fundamentam as condições e mostram resultados nas experiências de

pesquisadores que estudaram o processo de governança participativa de forma

empírica em algumas localidades concluindo em sua maioria que existe duas

condições principais, na primeira os atores da sociedade civil precisam estar

dispostos e capazes de contribuir para a tarefa do governo em mãos, na

segunda, os funcionários públicos precisam estar interessados em governança

participativa. (SPEER, 2012).

De modo geral, a maioria das pesquisas encontradas, artigos

consultados, dissertações, in lócus citados no presente denotam que o

Orçamento Participativo em instâncias locais tem tido impactos positivos, que

consiste em um processo participativo de planejamento do orçamento público

havendo atuação dos cidadãos incentivados a participar de reuniões públicas

para propor, debater, determinar junto com os governantes situações prioritária

acerca da distribuição de bens públicos, das políticas públicas a serem

adotadas e da deliberação sobre prioridades orçamentárias. (ALMEIDA, 2015)

Cabe salientar também que embora existam vários resultados positivos,

até agora não há provas para apoiar a alegação de que a governança

participativa provoca melhorias no desempenho do governo, na qualidade no

serviço e no bem-estar. (SPEER, 2012). Além disso os resultados positivos

expressos dizem respeito apenas a questão local.

Freitas (2016), em sua dissertação de mestrado pesquisou governança

participativa em duas cidades do estado de Minas Gerais e percebeu que ao

classificar-se o nível de participação social na implementação das políticas

públicas, no que se refere ao processo orçamentário, observou que os

municípios apontados na pesquisa possuem um sistema de governança

debilitado, em que não há participação efetiva das comunidades nos processos

decisórios.

A maioria dos entrevistados alega que esta participação é instável apoiando-se no discurso de que o interesse da população na participação da pública de seus municípios ainda é muito reduzido, ficando aquém das necessidades reais da sociedade. Apesar de atentarem para a implantação de alguns mecanismos de participação, como a execução de audiências públicas, reconhecem a necessidade de melhoria dessa participação, principalmente associada à execução orçamentária, e evidenciam também a falta de espaço dos conselhos, pois as decisões já vêm engessadas. (FREITAS, 2016, p.65).

Almeida (2015), em sua tese pesquisou sobre gestão democrática na

formação de políticas e públicas e trabalhou sistematicamente com Orçamento

Participativo, o que o levou a perceber que “[...] o fortalecimento destes

arranjos institucionais participativos se dá com base na coordenação de

interesses, inclusão de minorias e na mediação de conflitos, aliado a um

processo de facilitação de diálogos para construção de consensos. ” (p.99).

Assim compreende-se que os mecanismos de governança participativas

são definidas como arranjos institucionais que visam [...] facilitar a participação

dos cidadãos comuns no processo de política pública. (SPEER, 2012). No

entanto, é preciso que a sociedade esteja apta e motivada a participar para que

haja atuação na tomada de decisões e resultados na efetividade em escala

local e posteriormente pensando no âmbito regional. (fig.1)

Fig – 1 Fluxograma mental: Governança participativa como estratégia de boa

governança

Elaboração: Eduina Bezerra França, 2017.

3. Conclusão

Em suma, como medida de eficiência para minimizar o desenvolvimento

desigual, a governança participativa mediante o orçamento participativo vem

como medida de efetividade e melhoramento pontuados na experiência e

prática no Brasil a exemplo em espacial de Porto Alegre primeira cidade

brasileira a trabalhar com GP, abordado por Koonings no presente artigo.

Sendo, portanto, uma solução que deve estar atrelada a sociedade civil,

aos funcionários, as instituições privadas e públicas e ao governo para aderir

uma governança significante e com respaldo na melhoria dos serviços, na

qualidade e bem- estar social e nas respostas eficazes mediante as tomadas

de decisões em escala local.

Entretanto, essa medida ainda é inexistente se tratando de uma escala

maior, ou seja, em escala regional, cabendo apenas refletir sobre qual solução

seria viável para diminuir ou sanar esse desenvolvimento desigual por vezes,

excludentes.

Referências

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federação brasileira na encruzilhada. Economia e sociedade, Campinas, (14).

127-152, jun. 2000

ALMEIDA, Rafael Alves de. Gestão democrática na formatação de políticas

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Desenvolvimento), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2015

ANDRADE, Aparecido Ribeiro de; SCHMIDT, Lisandro Pezzi. Metodologias de Pesquisa em Geografia. Paraná: UNICENTRO, 2015.

FREITAS, Roberto Lúcio Corrêa de. Governança Participativa No Âmbito Do

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ORTEGA, Antonio César. Territórios deprimidos: desafios para as políticas de desenvolvimento rural. Campinas- SP: editora Alínea, Uberlândia- MG: Edufu, 2008.

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SPPER, Johanna. Participatory governance reform: a good strategy for increasing government responsiveness and improving public services? World development, vol 40, no. 12, pp.2379-2398, 2012