Lukacs e Heller

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    Lukcs e Heller: a centralidade do trabalho

    Sergio Lessa - [email protected]

    IO debate contemporneo envolvendo a categoria trabalho e sua centralidade para o mundo dos homens se transformou, em pouco mais de uma dcada, em um tema obrigatrio das cincias sociais e da filosofia. E no por acaso: este talvez seja o item da agenda contempornea que melhor polarize os impasses tericos e polticos dos nossos dias. Por um lado, aqueles que questionam a vigncia hoje da centralidade poltica da classe operria conceberam esta oportunidade como propcia para refutarem os fundamentos tericos marxistas; por outro lado, entre os que afirmam a centralidade poltica dos operrios, concebeu-se o enfrentamento com as novas teorizaes que questionavam o marxismo como uma tarefa poltica de defesa da categoria trabalho enquanto central para a sociabilidade. Seria um absurdo querer negar as implicaes polticas desta disputa terica: a prpria discusso demonstrou ter ela uma faceta inegvel e diretamente poltica. Giovani Alves2 argumentou com reconhecida competncia sobre este aspecto, e no necessrio que nos alonguemos sobre isto nesta introduo. Contudo, sem desprezar o significado dos aspectos polticos aqui presentes, nos parece inquestionvel que esta questo no se esgota na esfera poltica; ou, dito de outro modo, o debate acerca da centralidade da categoria trabalho para o mundo dos homens possui um aspecto filosfico-ontolgico que se relaciona, mas no se esgota, na poltica. O incio deste debate pode ser datado: se a publicao por Gorz de Adeus ao Proletariado - para alm do socialismo3 inicia a associao mais direta da vertente sociolgica deste debate ao seu aspecto poltico, desde 1945, na Frana, Georges Friedmann questionava O va le travail human?4e, desde o final da dcada de 1960, se desdobrou, no interior da ento conhecida como Escola de Budapeste, um acirrado debate entre Lukcse seus discpulos envolvendo os manuscritos de sua Ontologia5; e uma das questes decisivas neste debate era justamente a avaliao da funo social do trabalho no mundo dos homens. O desenvolvimento da vertente filosfica deste debate, com uma relativa autonomia frente ao debate diretamente poltico, terminou por conduzir J. Habermas a produzir o que provavelmente se constituiu na mais sofisticada e melhor acabada defesa dos fundamentos do mundo democrticoburgus neste final de sculo: a sua Teoria do Agir Comunicativo6. Sob uma postura aparentemente crtica da sociedade contempornea, Habermas defendeu como as mais adequadas mediaes para a vida civilizada tanto a negociao de um consenso social, no plano poltico ideolgico, como o mercado, no plano econmico. Seriam eles (consenso e mercado) limites e possibilidades insuperveis histria humana. Como sobre isto j nos detivemos em outro lugar7, nos limitaremos aqui a indicar esta nossa avaliao. Enquanto Habermas evolua nessa direo, passando dos seus escrito na dcada de 1960, com a mediao de Para a Reconstruo do Materialismo Histrico8, para a Teoria do Agir Comunicativo -- e informado do que ocorria em Budapeste, no crculo mais ntimo de Lukcs, por Agnes Heller, que j ento se aproximava do terico alemo -- uma rica disputa se articulava entre Lukcs e seus alunos e, aps a morte do filsofo hngaro em 1971, entre estes e alguns lukcsianos radicados na Itlia ou na Frana. Esta disputa envolveu, entre outras questes, a funo social do trabalho na sociabilidade contempornea, tomada na sua vertente mais abstratamente filosfica -- e, uma vez mais, as ressonncias polticas aqui se fizeram presentes, mas de modo algum compreendem a todas as facetas do debate. Em 1996 faremos 25 anos da morte de Lukcs, e talvez valha a pena para informar o debate, mas tambm como homenagem ao filsofo hngaro, relembrar alguns momentos iniciais desta que se tornaria, uma dcada depois, a questo terica mais candente nas Cincias Sociais dos nossos dias. II O ponto de partida central da ontologia marxiana, que os homens, para existirem, devem ser capazes de se reproduzirem enquanto seres humanos; e que a forma especfica desta reproduo dada por uma peculiar relao dos homens com a natureza atravs do trabalho. A categoria do trabalho emerge, desta forma, como categoria central do ser social.No por acaso, portanto, a refutao da centralidade ontolgica do trabalho enquanto categoria fundante do ser social tem sido uma constante nas tentativas de refutao do pensamento marxiano. O mundo dos homens seria muito mais do que as determinaes imanentes da esfera do trabalho, e a postulao marxiana da categoria do trabalho enquanto fundante do ser social seria por demais parcial para dar conta da totalidade do mundo dos homens.

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    Gyrgy Lukcs e Agnes Heller possivelmente tenham travado um dos momentos mais interessantes do debate acerca desta problemtica. Um debate, todavia, bastante curioso, pois travado em sua maior parte aps a morte de Lukcs, nos inmeros escritos em que alguns dos antigos alunos de Lukcs, da chamada Escola de Budapeste, romperam com o seu antigo mestre. sabido, pelas prprias informaes transmitidas pelos alunos de Lukcs, em um famoso exemplar da revista italiana Aut-Aut9 que, aps a redao de Per una Ontologia dellEssere Sociale, travou-se um intenso debate entre eles e Lukcs. A resposta do filsofo hngaro veio atravs da redao dos Prolegomini allOntologia dellEssere Sociale, onde Lukcs reafirma, sob uma nova redao, todos os aspectos fundamentais de sua ontologia.10 Com isto, Lukcs rejeitou como improcedentes as crticas realizadas pelos seus alunos. Em 1981, dez anos aps a morte de Lukcs, Heller publicou um artigo em que sintetizou suas crticas ao filsofo hngaro no que diz respeito s questes relativas centralidade ontolgica do trabalho. Possivelmente tenha sido esta a crtica mais contundente, pela sua conciso exemplar e pela sua radicalidade terica, Paradigma della produzione e paradigma del lavoro" desta concepo de Lukcs. Sua forma e seu contedo so paradigmticos das tentativas de refutao "pela esquerda" do filsofo hngaro. Por isso, talvez no seja intil, ainda que uma dcada aps a publicao do artigo de Heller, nos voltarmos ao exame dos seus argumentos.11 No artigo Paradigma della produzione e paradigma del lavoro12 Heller argumenta que o paradigma do trabalho, isto , a aplicao do "modelo estrutural da atividade de trabalho a todos os tipos de atividade humana"13, foi adotado por Marx apenas nos Manuscritos de 1844. No Capital, Marx teria substitudo o paradigma do trabalho pelo paradigma da produo,14o qual "no comporta a concepo de uma homologia estrutural de todas as atividades da vida humana com o 'modelo' do trabalho"15: "No mbito do paradigma da produo(,) o sujeito individual torna-se um epifenmeno, enquanto que no paradigma do trabalho o processo de trabalho singular (o processo de trabalho do sujeito singular) serve de modelo estrutural... O ator singular age de acordo com a essncia genrica e a essncia genrica se exprime em todas as atividades individuais." Disto deduz Heller que "... o paradigma da produo no apenas difere do paradigma do trabalho, como ainda a sua contradio lgica, em especial no que diz respeito aplicao histria."16 Isto posto, Heller se volta contra Lukcs: "A reconstruo lukcsiana do modelo do trabalho fundamentalmente aristotlica17. ... O trabalho descrito como combinao entre nexo da finalidade e nexo causal." Tanto o momento da prvia ideao como o desencadeamento de nexos causais objetivos so atribudos a atos de indivduos singulares. "Todas as outras relaes humanas so por estrutura homlogas a este `one-manshow'".18 Disto decorre, segundo Heller, as seguintes conseqncias: 1) Em primeiro lugar, "...todas as aes e relaes devem ser derivadas mediante a analogia com as aes individuais. A sociedade deve ser um edifcio construdo por elementos cartesianos." 2) "...tal concepo reducionista, j que um tipo particular de posio teleolgica deve derivar todos os (outros) tipos" -- e por esta razo no serve de apoio para o desenvolvimento de nenhuma "lei do desenvolvimento histrico". 3) Para contornar as dificuldades surgidas deste reducionismo cartesiano, Lukcs introduz, segundo Heller, o paradigma da produo atravs das categorias de generidade em-si e para-si, onde a generidade para-si seria a inteira produo da humanidade genrica. "Assim, para poder reafirmar uma filosofia da histria, Lukcs introduz o paradigma da produo como se fosse simplesmente a conseqncia do paradigma do trabalho, o que no . Este o motivo pelo qual a Ontologia do Ser Social resulta ser uma tentativa incoerente e autocontraditria de replasmar o marxismo com base no paradigma do trabalho."19 Para Heller, em suma, "O paradigma da produo constitui a intersubjetividade como mera expresso do desenvolvimento de uma fora quase-natural; o paradigma do trabalho constitui a intersubjetividade a partir dos atos individuais de posio teleolgica. O primeiro um positivismo historicizado, o segundo um cartesianismo materialista."(113) A nosso ver, o equvoco central das colocaes de Heller est em desconsiderar, por completo, que, segundo Lukcs, entre a categoria do trabalho e o conjunto da praxis humano-social, h a mediao de um complexo de determinaes sociais, que o pensador hngaro denominou categoria da reproduo social.

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    Trabalho, Reproduo e Totalidade Social Postular a categoria do trabalho como categoria fundante do ser social -- e, por esta razo -- como protoforma das aes humanas, uma coisa. Reduzir a processualidade concreta do ser social to somente categoria do trabalho, algo bastante distinto. Vejamos o cerne da argumentao de Lukcs a propsito. Segundo Lukcs, com o incremento da capacidade humana em transformar a natureza, tem incio o desenvolvimento do gnero que, em linhas gerais, passa pela diviso do trabalho, pela diviso da sociedade em classes sociais e pelo desenvolvimento de relaes genricas e materiais (como o mercado, o capital, etc.) que articulam cada vez mais intensamente a generalidade humana (Gattungsmssigkeit). 20 Para o que agora nos interessa, deste complexo problemtico fundamental que, ao se complexificarem as relaes sociais, so exigidas dos indivduos posies teleolgicas cada vez mais articuladas, sociais. Isto termina por explicitar as peculiaridades de um tipo de posio teleolgica que no mais a posio tpica de trabalho, mas que, todavia, imprescindvel ao mesmo medida em que o trabalho assume uma forma cada vez mais cooperativo-social. Nos referimos s posies que tm por objetivo influenciar nas posies teleolgicas de outros indivduos, tendo em vista a realizao de certas tarefas em comum.21 Este desenvolvimento o solo gentico do desdobramento de novas mediaes sociais, que no mais pertencem diretamente ao reino da produo. Pensemos, como exemplos, em fenmenos como o direito, a arte, a ideologia, etc.22

    Repetimos: Lukcs insiste seguidamente sobre o fato de que tais complexos sociais, ainda que tenham a sua gnese e o seu desenvolvimento impulsionados pelas necessidades postas pela reproduo material, no mais se relacionam com a transformao da natureza, via trabalho, seno de forma mediada. O peso destes complexos parciais no desenvolvimento social global tende a aumentar conforme avana a sociabilidade. Da sexualidade alimentao, da filosofia esfera econmica, o avano da sociabilidade impulsiona-os a se desenvolverem, acentuando tanto a peculiaridade de ser de cada um -- e, portanto, a heterogeneidade e a contraditoriedade internas da formao social -- como tambm explicitando suas legalidades especficas e seus elementos constitutivos. Em definitivo, no contexto da ontologia lukcsiana, nem a praxis social global redutvel ao trabalho, nem as posies teleolgicas se limitam quelas de ordem primria. 23 Nas palavras de Lukcs, entre "o modelo e suas variaes posteriores, muito mais complexas, h uma relao de identidade entre identidade e noidentidade."24 Tal situao de fato, pela qual h uma identidade final que se desdobra concretamente atravs de momentos de heterogeneidade, a base ontolgica para que, entre os atos de trabalho enquanto tais e a totalidade da formao social, se interponha um complexo mediador que Lukcs denomina reproduo.25 Salienta Lukcs, saciedade, que a reproduo uma categoria do ser social ontologicamente distinta do trabalho e que, sem sua mediao, o desenvolvimento social no poderia se dar. Pois, se o trabalho a categoria fundante do ser social, a reproduo a categoria que determina o qu e o como do desenvolvimento social concreto, isto , que determina os rumos concretos da histria, a sucesso ao longo do tempo das diferentes formaes sociais.26 Seria, aos olhos de Lukcs, um absurdo tentar explicar, por exemplo, as formas concretas que assumiu a complexa passagem do feudalismo ao capitalismo exclusivamente pelas transformaes da esfera do trabalho. Sem dvida alguma, estas transformaes foram fundamentais. Todavia, elas apenas puderam exercer a sua efetiva influncia sobre o conjunto do tecido social, naquele momento histrico, atravs de diversas mediaes sociais que compem, justamente, aquilo que Lukcs denomina reproduo social. Isto nos conduz ao cerne da contestao possvel, de um perspectiva lukcsiana, s colocaes de Heller. Nos referimos determinao, por Lukcs, do momento predominante (bergreifeindes Moment) do processo de sociabilizao.27 Com o surgimento e desenvolvimento de formas de sociabilidades cada vez mais complexas, vimos que entre o trabalho e a totalidade social se interpe, uma categoria social cada vez mais densa que a reproduo. E ento, argumentamos que esta categoria que determina as formas concretas de evoluo das formaes sociais existentes. Portanto, categoria da reproduo parece caber o papel de momento predominante no desdobramento concreto das formaes sociais. E isto, de fato, assim. Pois, as necessidades concretas para a reproduo do gnero vo se exprimindo de formas cada vez mais sociais, cada vez mais mediadas, de tal maneira que, para a efetivao do prprio trabalho, da reproduo diretamente material, so cada vez mais decisivas

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    determinaes que brotam no mais diretamente do trabalho enquanto tal, mas da processualidade social global. Isto nada mais significa seno que o papel ontolgico fundante da categoria do trabalho se expressa concretamente atravs de mediaes sociais cada vez desenvolvidas -- que o ser-precisamente-assim de cada formao social, determinado na esfera da reproduo, a expresso concreta, particularizada, da prioridade ontolgica do trabalho em cada momento histrico.28 Portanto, ao contrrio do que afirma Agnes Heller, entre o que ela chama de paradigma do trabalho e paradigma da produo, em Lukcs no h qualquer relao de oposio lgica ou ontolgica. Entre a esfera do trabalho enquanto tal, e a esfera da produo, se interpem mediaes sociais genricas que fazem o trnsito concreto entre a singularidade dos atos de trabalho, nas suas imediaticidades, e a universalidade da processualidade social. Desta perspectiva, no h, em absoluto, qualquer incoerncia interna em Per una Ontologia dell Essere Sociale. Por isso, sua argumentao de que a totalidade lukcsiana no passaria de um justaposio de elementos cartesianos, nos parece sem fundamento. Vale lembrar que, para o filsofo francs, o todo nada mais que a soma das partes, e estas se reduziriam a elementos bsicos, indivisveis, elementares, em fim. J a totalidade social, em Lukcs, uma sntese peculiar -- cujo fundamento ontolgico a dialtica teleologia/causalidade posta a existir pelo trabalho -- de atos humanos singulares. Tais, atos singulares, todavia, apenas podem compor tal movimento de sntese, apenas podem adentrar totalidade social e ao seu movimento concreto, medida em que so mediados socialmente pelo serprecisamente-assim da reproduo social. Isto nada mais seno a reafirmao da tese marxiana de que o trabalho um ato social e que, por isso, apenas pode existir em sociedade.29 Por fim, nos parece improcedente a afirmao de Heller segundo a qual a histria no pode ser compreendida se tomarmos o trabalho como protoforma da praxis social. As investigaes de Lukcs a respeito indicam exatamente o contrrio. Isto , a fertilidade terica de uma abordagem da ontologia do ser social a partir da categoria do trabalho -- desde que consideremos, como o faz Lukcs, que a prioridade ontolgica da categoria do trabalho se afirma atravs de crescentes mediaes sociais - - e no como uma a determinao direta que simplesmente reduz todas as aes humanas a posies teleolgicas de ordem primria.

    III Considerado de uma perspectiva que apenas o tempo possibilita, as ressonncias diretamente polticas deste debate se tornam pblicas: Heller, Feher e vrios dos antigos alunos de Lukcs romperam, no apenas com seu antigo professor, mas com o marxismo e, com diferenas importantes entre eles, verdade, terminaram por se aproximarem ao iderio poltico neo-liberal. Outros lukcsianos, como Tertulian na Frana, Oldrini na Itlia, e no Brasil Jos Paulo Netto, Ricardo Antunes, de algum modo se alinham com a centralidade ontolgica do trabalho tal como postulada por Lukcs. Novamente, no desejamos neste artigo desconhecer estas ressonncias polticas, mas nos parece importante assinalar, para a riqueza e rigor que o tema exige, que o debate em vrios dos seus momentos mais importantes no tem se limitado exclusivamente a esta esfera. E que uma das contribuies mais significativas para os aspectos filosfico-tericos dele pode ser encontrada nos escritos pstumos do filsofo hngaro.

    NOTAS1 Publicado em revista Razes, Ps-Graduao Economia Rural, UFPB, V.13, pp. 112-123, Campina Grande, 1996. 2Alves, G. A vigncia do capital. Crise capitalista e problemas terico metodolgicos do pensamento social centrado na categoria trabalho. Rev. Temticas, Unicamp, 2 semestre 1993. 3. Ed. Forense Universitria, 1 ed. brasileira 1982. Na Frana foi publicado em 1980 pela Ed. Galile. 4 Ed. Gallimard, 13 edio, 1950. 5 Publicados pela primeira vez na Itlia, sob os ttulos Per una Ontologia dellEssere Sociale (Ed. Riuniti, 1976,81) e Prolegomini allontologia dellEssere Sociale (Ed. Guerini e Associati, 1991). 6 Publicado em 1981 na Alemanha e em 1987 pela editora Taurus, Madrid. 7- Sobre isto, conferir Lessa, S. Habermas e a centralidade do mundo da vida, Servio Social e Sociedade, n46, dez. 1994 e do mesmo autor A centralidade do trabalho na Ontologia de G. Lukcs, tese doutoramento em Cincias Sociais, Unicamp, 1994.8 Publicado parcialmente no Brasil em 1990 pela Brasiliense 9 - n 157-58 de janeiro/abril de 1977. 10 - Introduzione de Nicolas Tertulian aos Prolegomini allOntologia dell Essere Sociale, (Ed. Guerini, Milano, 1990) de Gyrgy Lukcs.

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    11 - O isolamento em que o debate nacional acerca de Lukcs se encontra do mesmo debate que se trava na Europa e na Amrica do Norte estarrecedor. Mesmo neste perodo de to difcil sobrevivncia do marxismo enquanto corrente terica significativa para o pensamento contemporneo, no so poucos os pesquisadores, nem ruim a qualidade, do que tem sido publicado no exterior acerca da obra lukcsiana. Exemplar desta situao o quase completo desconhecimento, em nosso pas, deste artigo de Heller. Neste sentido, alm da exposio dos nexos fundamentais da articulao entre trabalho e ser social em Lukcs, esperamos que este artigo contribua para despertar nos estudiosos de Lukcs a importncia, e a urgncia, de rompermos o isolamento em que nos encontramos. 12 - Heller, A. "Paradigma della produzione e paradigma del lavoro", Critica Marxista #4, Editori Riuniti, Roma, 1981. 13 - Idem, pg. 103. 14 - Idem, pg. 105. 15 - Idem, pg. 105. 16 - Idem, pg. 106. 17 - Mas, logo na pgina seguinte reconhece o fundamental: "Isto significa que Lukcs restringe o paradigma aristotlico da teleologia ao paradigma do trabalho."(Idem, pg. 111) Esta a ruptura ontolgica fundamental entre a ontologia aristotlica e a de Lukcs, que no que concerne ao trabalho e, por extenso, compreenso da complexa relao entre a natureza e o ser social. Afirmar que Lukcs um aristotlico e, igualmente, reconhecer que h uma ruptura fundamental entre a Lukcs e Aristteles no que concerne categoria ontolgica da teleologia, , pelo menos problemtico. Pois, ao contrrio do que afirma Heller, esta ruptura entre Lukcs e Aristteles est longe de ser apenas "uma tentativa de modernizar" o pensador grego.(Idem, pg.111) 18 - Idem, pg. 110. 19 - Idem, pg. 122.20 - Lukcs, G. Per una Ontologia, op. cit., vol II, pgs.287- 322/CLXXXVIII-CCXXVIII. Tratamos desta problemtica em Sociabilidade e Individuao - Ed. UFAL, 1995. Por generidade Lukcs entende a universalidade do gnero humano a cada momento existente, historicamente determinada 21 - Lukcs, Per una ontologia..., vol II, pg.155/XXVI. 22 - Cf. Vaisman, E. O Problema da ideologia em Lukcs. Dissertao de mestrado, CCHLA, Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa-PB, 1986, em especial o Captulo I - "Ser Social e Teleologia".23 - Cf. Lessa, S., op. cit.. 24 - Lukcs, G. Per una Ontologia..., op. cit., vol II, pg.76. 25 - Lessa, S., op. cit.. 26 - Lukcs, Per una Ontologia..., op. cit.,vol II, pg.145/XIII. 27 - Lessa, S. op. cit.. 28 - Lukcs, G. Per una Ontologia ..., op. cit.,vol II, pg.141/IX.29 - Lukcs, G. Per una Ontologia..., op. cit, vol II, 182/LXI.

    RAIZES, POS-GRAD. ECONOMIA RURAL UFPB, v. 13, p. 112-123, 1996

    Autor:Sergio Lessa [email protected] Prof. do Depto. de Filosofia da UFAL e membro das editorias das revistas Crtica Marxista e Prxis. Website: www.sergiolessa.com

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