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:.iewm -v -y r lumjnw . ..,.¦ \ {-Y.%:;; Ano 3.° N.° 127 Ci*l «afow e Aries ÍT .M rua em HorehU» j Entram Calilmaco e li- ~J i,uuo..." assim come- ça a gejüaUssimn comediu na qual Calilmaco, aconselhado pe- ".o criactô Ugurio e ajudado po.- Frate Timóteo, confcssor da bc- Ia Lucrécín, consegue passar uma noite com a dama pan arranjar um filho ao numimo- n:o estéril tío burrissimo Messer Nicla. O autor dessa comédia, talvez a mais alegre e a inaib «subversiva de todos os tempos. è o homem que arrasta pelos s.:c,-u'os a reputação de pedante latlntzado, diplomata pérfido e preceptor tíe tiranos: Maquia- ve!. •Na verdade, o comcdiõgraro- poiiiico ensinou aos homem u que .sempre fizeram sem pie- na consciência do que fizeram. Acreditando na penhahência imutável das qualidades huma- nas. tirou dos historiadores ro- manos r.s leis conforme a.-, quais agem politicamente os ho- mens, os do passado, os do presente e os do futuro, Pari chegar a tanto era preciso abo- Jir iodas as '•imaginações vás-' dos milênios, inclusive a na •virtude" dos príncipes e do.; seu* povos. pela rua inteli- gência superior, uma das maio- res de todos os tempos. Maquio- \el conseguiria atingir tão com- pleta independência espiritual do observador agudo dos dra- mas. paixões e comédias da hu - rnanidade. Essa poderosa inte- Jhènçju do patrício dc Dante e Ml-íut-l Augelò descobriu às mesmas "leis de compurtamen- to" nos alos do tirano, do dc- ?,!,?.c:ogo e de imu mulher infiel. E escreveu a comédia "Mahdra- gola". Infelizmente não se rèpre- «ema a peça, hoje em dia. Ta)- vez por isso um autor moder- no que deve muitos êxitos teu- trais à dramatização dos seu< próprios romances, tenha resol- vido aplicar, no caso, o proces- so inverso: transformar a "Man- dragola" em romance para ar- ranjar-lhe o êxito que também acompanha sempre os roman- ees de Somerset Maugham. "Then and Now", o novo ro- mance de Maugham, recebeu na exelente tradução de Erico Veríssimo, editada pela Livra* ila Globo, o título "Maquiavel e a dama", c isso muito acer- t.uiamentc, em virtude da modl- íicacáo feliz que Maugham In- tvoduziu: o herói da aventura, galante, no romance, ê o pró- prio Maquiavel que teria reali- *ado a façanha erótica Quando embaixador dc Florença em Imola, junto ao terrível César Borgia. em situação política mie muito sc parece com a cia rossa éooca «then and now" Daí o lema bem maquiavéliano oue abre o romance: "Plus ca °hange, ulus c'est Ia même .•hose". Mas isso se aplica ieual- mente aos negócios do Estado fl nos do amor. As mulheres também são. semnre, iguais. E "ís a outra modificação intro» <'u:dda nor Mauo.iiam o arar.- ,,f! 'hniomnta perde o .1ô<ro: Ò 0'ifrn. m^r, „,„•,. lymtQ mw ,^_ ">a sou lucrar na cama da bela hsi%miÍ1m?%é^ raaKmn «r -»-«*«-«-«-æ ... , ., , ,,^ «„,, ,-m ¦ i mu7..¦ ^^^*r~**-1-~-g->>"<^*>-— m - ¦_¦/ ^r Sm} Pm**-****-«f«i ^^^^**mmwmsmmeMmm^mmm^Êmmmm^L^mm\±M t «•> i_^^^k^^^ K ²w w ,«f*M V-™^«»^»^»»^»^«»»»t. v«^m.*,» ^m ««ff«mn ^^^^^^^^^^^^ -^^^^fcfc_ MAUGHAM VERSUS MAQUIAVEL OTTO MARIA CJRPUAVX senhora. Voltando, com coração amargurado pela decepção, para Florença, Maquiavel recupera sua superioridade ao avistar do alto da colina a cúpula ae Brunelleschi sua cidade, v, o espírito florcntino Inspira- lhe a vingança que tránsfór- ma a derrota em comédia. Seu- ta na mesa dos negócios do Es- tado c começa a escrever: "Um i rua cm Florença. Entram Cal- limaco e Ligúrio..." O romance dc Maugham fi brilhante comédia: Maquiavel tem de experimentar, no pró- prlo corpo, a excelência da sua doutrina dc que "plus ça chan- ire, plus c'est Ia même chose". Os tiranos e as mulheres serão sempre assim. Deste modo ê.ü perde o jogo erótico -- enquaw - to Maugham perde o jugo polí- tico. A situação angustiosa "then and now''. transformou- se ao romancista num orna- mento de arabescos histórico-; cm torno da intriga erótica. Maquiavel. porém, usou o en- rêdo erótico para definir uma situação política. Nenhuma palavra na "Man- dragola". alude aos problemas políticos dc que, conforme Ma.- qulavel, a doutrina do "Prín- cipe" seria a única solução. Nu entanto podia-se afirmar, con- toda razão, que a "Mandragola" é a comédia da sociedade cor- rupía da qual o "Príncipe" é a tragédia. Zombam e "font 1'amour" à sombra da cúpula de Brunelleschi; mas o céu está cheio de nuvens sinistras. A transformação da comedia em romance dissipou-as. Afinal. Imola não é Florença e. sim ape- nas o teatro tíe uma farsa eró- tica: Maquiavel c a dama. Co- mo foi possível isto? O Maquiavel dc Maugham não é o Callimaco da comédia.. ' Mas ê êle, pelo menos, o Ma- quiavei da história? Ou ape- nas o Maquiavel da "lenda isc- >l gra" do maquiavelismo? O di- plomata experto que sabia con- tar histórias indecentes, ou en- tão o exilado, como Dante, que sabia traçar os rumos da His- tória? A chave para resolver- se esse pequeno, problema é o conceito da "virtú". Durante séculos e milênios o gênero humano acreditava na "Virtude" como inspiradora dos grandes feitos, sobretudo na vi- da pública. Maquiavel porém compreendeu que deveria ser assim mas não é. E modificou o conceito, atribuindo o exila político à "virtü" que siguifi- ca para êle inteligência e iôr- ça (com um pouco, não pouco, de astúcia e violência). Ora, hoje em dia não se usa mais a palavra "virtude" que tem sa- bor demuralismo hipócrita; Va- léry tem dito coisas excelentes s»3bre a decadência da velha palavra, numa ocasião ouando Academia Francesa, distribuiu } ~:m ¦ Dcníngo. 5 6-1949 o "Prsx «le Vet lu". Não se acre- dita mal'» em virtude alguma. Somerset Maugham tampouco acredita. -Mi.i Thompson", talvez a melhor de suas obras (conhecida entre nós. no palco, -onio -Chuva"), 6 a hUiòria do 'esmoronamento da.virtude d»: •m missionário. A "vlrtú", qtio 'oi para Maquiavel uma íôrçjt, ;remeiula, é para Maughaur ima fraque*» falirei. Daí su explica pane do grande ôxií » de Maugham em época que náo acredita mais em virtude: mas daí também se explicam algumas restrições que Uva fizeram. Pois, a reputação de Mau* ííham è tampouco indiscutida como a de Maquiavel. E sc j romancista inglês representa como meio diplomata e far* sante o pensador italiano, este poderia responder assim como respondeu Rivarol à advertência de Mirabeau: -Vous devez. dl- ?ia Mirabeau, obsêrver ia dif* ferénce qu'íl y a entre nos dcu:C réputations!" o Rivaral res- pondendo: "Ah, monsieur, jj n'eusse jamais osé vous le di-« re". Maugham tem fama d«« grande narrador mas tombem, entre out-as. de homem oue nâu acredita na virtude nem em na* da "materialisia" sem filo* scíia, cemo êle mesmo resumo no "Summing Up" e poe Isso seus romances não terion'. sentido superior, tamuouco co-» mo tem sentido a própria vida. na sua obra-prima "Of Humau Jondage". Assim explicam *am- bem a inquietação geográiict; do romancista, viajando de paiü para país. ate para a Oceania da "Chuva" e agora para a Irá- lia de Maquiavel. Enquanto esto ficou sempre fiel & sua eidadd advertindo na própria "Man- dragola" quê não gosta de "per- dere Ia Cupola di veduta". Pol-i a viagem, tampouco como <** rima, c uma solução. Daí não custa nada. a Mau- gham. a transferir o teatro tiú "Mandragola", de Florença pa-» ra Imola. A paisagem com nj cúpula dc Brunelleschi, vista du nlto da colina, é para êle üm espetáculo de turismo. Partf Maquiavel. a mesma paisagen: é o teatro da tragédia de Dan- te c Miguel Ângelo, das des- graças do "Plus ça change, plu:* c'est même chose" do espe- táculo histórico. Maugham pc- rém acredita tampouco em cúpulas como cm virtudes. Para. êle, "plus ça change..." não 6 uma verdade histórica mas sini apenas uma alusão política <3 no fundo um axioma erótico. Nesse sentido, a comédia; "Mandragola" é grande peça trágica e "Then and Noív" um. pequeno romance humorístico» Naquela não ha, pomo sd observou, nenhuma personagem honesta, senão o próprio autoií que ganhou, o processo peraníu o tribunal da História. Nó';ro* mance, Maquiavel perdeu o mro-« cesso erótico, mas na ¦ reíúkladí? "ah, monsieur, je nfeusse jamais osé vous le dire" foi Maugham que perdeu o 4%% novelístico. SK'' * i ¦$ WEB K ã .ttt 1 .:i:i I j ia, :mm

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{-Y.%:;;Ano 3.° — N.° 127 Ci*l

«afow e AriesÍT

.M rua em HorehU»j Entram Calilmaco e li-

~J i,uuo..." — assim come-ça a gejüaUssimn comediu naqual Calilmaco, aconselhado pe-".o criactô Ugurio e ajudado po.-Frate Timóteo, confcssor da bc-Ia Lucrécín, consegue passaruma noite com a dama — panarranjar um filho ao numimo-n:o estéril tío burrissimo MesserNicla. O autor dessa comédia,talvez a mais alegre e a inaib«subversiva de todos os tempos.è o homem que arrasta peloss.:c,-u'os a reputação de pedantelatlntzado, diplomata pérfido epreceptor tíe tiranos: Maquia-ve!.

•Na verdade, o comcdiõgraro-poiiiico só ensinou aos homemu que .sempre fizeram sem pie-na consciência do que fizeram.Acreditando na penhahênciaimutável das qualidades huma-nas. tirou dos historiadores ro-manos r.s leis conforme a.-,quais agem politicamente os ho-mens, os do passado, os dopresente e os do futuro, Parichegar a tanto era preciso abo-

Jir iodas as '•imaginações vás-'dos milênios, inclusive a fé na•virtude" dos príncipes e do.;seu* povos. Só pela rua inteli-gência superior, uma das maio-res de todos os tempos. Maquio-\el conseguiria atingir tão com-pleta independência espiritualdo observador agudo dos dra-mas. paixões e comédias da hu -rnanidade. Essa poderosa inte-Jhènçju do patrício dc Dante eMl-íut-l Augelò descobriu àsmesmas "leis de compurtamen-to" nos alos do tirano, do dc-?,!,?.c:ogo e de imu mulher infiel.E escreveu a comédia "Mahdra-gola".

Infelizmente não se rèpre-«ema a peça, hoje em dia. Ta)-vez por isso um autor moder-no que deve muitos êxitos teu-trais à dramatização dos seu<próprios romances, tenha resol-vido aplicar, no caso, o proces-so inverso: transformar a "Man-dragola" em romance para ar-ranjar-lhe o êxito que tambémacompanha sempre os roman-ees de Somerset Maugham.

"Then and Now", o novo ro-mance de Maugham, recebeuna exelente tradução de EricoVeríssimo, editada pela Livra*ila Globo, o título "Maquiavele a dama", c isso muito acer-t.uiamentc, em virtude da modl-íicacáo feliz que Maugham In-tvoduziu: o herói da aventura,galante, no romance, ê o pró-prio Maquiavel que teria reali-*ado a façanha erótica Quandoembaixador dc Florença emImola, junto ao terrível CésarBorgia. em situação políticamie muito sc parece com a ciarossa éooca — «then and now"Daí o lema bem maquiavélianooue abre o romance: "Plus ca°hange, ulus c'est Ia même.•hose". Mas isso se aplica ieual-mente aos negócios do Estadofl nos do amor. As mulherestambém são. semnre, iguais. E— "ís a outra modificação intro»<'u:dda nor Mauo.iiam — o arar.-,,f! 'hniomnta perde o .1ô<ro: Ò0'ifrn. m^r, „,„•,. lymtQ mw ,^_">a sou lucrar na cama da bela

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MAUGHAM VERSUS MAQUIAVELOTTO MARIA CJRPUAVX

senhora. Voltando, com coraçãoamargurado pela decepção, paraFlorença, Maquiavel recuperasua superioridade ao avistar doalto da colina a cúpula aeBrunelleschi — sua cidade, v,o espírito florcntino Inspira-lhe a vingança que tránsfór-ma a derrota em comédia. Seu-ta na mesa dos negócios do Es-tado c começa a escrever: "Um irua cm Florença. Entram Cal-limaco e Ligúrio..."

O romance dc Maugham fibrilhante comédia: Maquiaveltem de experimentar, no pró-prlo corpo, a excelência da suadoutrina dc que "plus ça chan-ire, plus c'est Ia même chose".Os tiranos e as mulheres serãosempre assim. Deste modo ê.üperde o jogo erótico -- enquaw -to Maugham perde o jugo polí-tico. A situação angustiosa"then and now''. transformou-se ao romancista num orna-mento de arabescos histórico-;

cm torno da intriga erótica.Maquiavel. porém, usou o en-rêdo erótico para definir umasituação política.

Nenhuma palavra na "Man-dragola". alude aos problemaspolíticos dc que, conforme Ma.-qulavel, a doutrina do "Prín-cipe" seria a única solução. Nuentanto podia-se afirmar, con-toda razão, que a "Mandragola"é a comédia da sociedade cor-rupía da qual o "Príncipe" éa tragédia. Zombam e "font1'amour" à sombra da cúpula deBrunelleschi; mas o céu estácheio de nuvens sinistras. Atransformação da comedia emromance dissipou-as. Afinal.Imola não é Florença e. sim ape-nas o teatro tíe uma farsa eró-tica: Maquiavel c a dama. Co-mo foi possível isto?

O Maquiavel dc Maughamnão é o Callimaco da comédia.. 'Mas ê êle, pelo menos, o Ma-quiavei da história? Ou ape-nas o Maquiavel da "lenda isc-

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gra" do maquiavelismo? O di-plomata experto que sabia con-tar histórias indecentes, ou en-tão o exilado, como Dante, quesabia traçar os rumos da His-tória? A chave para resolver-se esse pequeno, problema é oconceito da "virtú".

Durante séculos e milênios ogênero humano acreditava na"Virtude" como inspiradora dosgrandes feitos, sobretudo na vi-da pública. Maquiavel porémcompreendeu que deveria serassim mas não é. E modificouo conceito, atribuindo o exilapolítico à "virtü" que siguifi-ca para êle inteligência e iôr-ça (com um pouco, não pouco,de astúcia e violência). Ora,hoje em dia não se usa maisa palavra "virtude" que tem sa-bor demuralismo hipócrita; Va-léry tem dito coisas excelentess»3bre a decadência da velhapalavra, numa ocasião ouandot« Academia Francesa, distribuiu

} ~:m ¦

Dcníngo. 5 6-1949

o "Prsx «le Vet lu". Não se acre-dita mal'» em virtude alguma.Somerset Maugham tampoucoacredita. -Mi.i Thompson",talvez a melhor de suas obras(conhecida entre nós. no palco,-onio -Chuva"), 6 a hUiòria do'esmoronamento da.virtude d»:•m missionário. A "vlrtú", qtio'oi

para Maquiavel uma íôrçjt,;remeiula, é para Maughaurima fraque*» falirei. Daí su

explica pane do grande ôxií »de Maugham em época quenáo acredita mais em virtude:mas daí também se explicamalgumas restrições que já Uvafizeram.

Pois, a reputação de Mau*ííham è tampouco indiscutidacomo a de Maquiavel. E sc jromancista inglês representacomo meio diplomata e far*sante o pensador italiano, estepoderia responder assim comorespondeu Rivarol à advertênciade Mirabeau: -Vous devez. dl-?ia Mirabeau, obsêrver ia dif*ferénce qu'íl y a entre nos dcu:Créputations!" — o Rivaral res-pondendo: "Ah, monsieur, jjn'eusse jamais osé vous le di-«re". Maugham tem fama d««grande narrador mas tombem,entre out-as. de homem oue nâuacredita na virtude nem em na*da — "materialisia" sem filo*scíia, cemo êle mesmo resumono "Summing Up" — e poeIsso seus romances não terion'.sentido superior, tamuouco co-»mo tem sentido a própria vida.na sua obra-prima "Of HumauJondage". Assim explicam *am-bem a inquietação geográiict;do romancista, viajando de paiüpara país. ate para a Oceaniada "Chuva" e agora para a Irá-lia de Maquiavel. Enquanto estoficou sempre fiel & sua eidaddadvertindo na própria "Man-dragola" quê não gosta de "per-dere Ia Cupola di veduta". Pol-ia viagem, tampouco como <**rima, c uma solução.

Daí não custa nada. a Mau-gham. a transferir o teatro tiú"Mandragola", de Florença pa-»ra Imola. A paisagem com njcúpula dc Brunelleschi, vista dunlto da colina, é para êle ümespetáculo de turismo. PartfMaquiavel. a mesma paisagen:é o teatro da tragédia de Dan-te c Miguel Ângelo, das des-graças do "Plus ça change, plu:*c'est lá même chose" do espe-táculo histórico. Maugham pc-rém acredita tampouco emcúpulas como cm virtudes. Para.êle, "plus ça change..." não 6uma verdade histórica mas siniapenas uma alusão política <3no fundo um axioma erótico.

Nesse sentido, a comédia;"Mandragola" é grande peçatrágica e "Then and Noív" um.pequeno romance humorístico»Naquela não ha, pomo já sdobservou, nenhuma personagemhonesta, senão o próprio autoiíque ganhou, o processo peraníuo tribunal da História. Nó';ro*mance, Maquiavel perdeu o mro-«cesso erótico, mas na ¦ reíúkladí?— "ah, monsieur, je nfeussejamais osé vous le dire" — foiMaugham que perdeu o 4%%novelístico. K''

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LAMiiAM-Mi-: m macacos

t* a nova gernçao de es-eritores brasileiro*-, nfto

#ontraria, dns orelhas A cauda,/•sra comusfio ambulante que«ti o 8r. J«urt u«;o Filho. Pedn*Kogo conforme o regime políticoo edu^adm- conforme •»*. cii-«unstáneitu., o homem do ru-

mhHio lttn»««>. e que um ia sua••eiva de bogre A educação li-fteraria, devo hoje rachar os**eá|oik nos dentes ao ver, tiofama* nos poema* e nos roman-Jcem. esses rapaaes que preferemJSer James Joyce e MareeiIfteiMt a consertar moiores <!•

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explosão ou a raciocinar como<M ratos da.; experiências deStiorndike. Julgando ser capaiúe medir a inteligência huma-

¦ na, como se a massa cinzentat fosse uma solida manta de criar-ique gaúelH}, iwbnuo no circulo«le Binct. sempre sonhara ele.

,«o lado de um mundo sem la-'tiin e sem sonetos, uma moci-alado submei-sa em laboratório-m usinas, respirando quimica aJbebendo fSstca ao invés dc umJaun pilcquo puxado a álcool«Jau Alagoas. Mas, com a nova/geração de escritores brasilei-tos pela popa, e depois de pas-tar quase vinte anos ewrtvendo inúteis c contraditórios ca-tatáus, esse teórico du educa-•ção do Estado Novo será força-**k> a reconhecer:

Estrepei-me!Soubesse ler e distinguir no

<que leu o verbo da batata, te-ria com facilidade concluídoque — e quem o diz é o jesuíta

tJLindtrorski — embora o ôvo sc-!Ja um só. a clara é uma col*sa e a gema coisa bem diíc-rente. Fizesse na leitura a suaanálise, e isso ê, bem difícil pa-ra quem troca Chestcrton ootfPieron, melnor lavasse as mãoi

^quando as mergulhava nos di-"vertidos psicólogos, c concluiriaque, acima dos reflexas e abai-ato das pelancas, o demônio que•reina como um ditador é a vo-*r.çáo. E a vocação, queira oupaSo o pedagogo dc cérebro co-;lorido, é um troço ainda tão

/ Jncscrutável quanto certos pc-jriorios dos seus próprios livros.»«Culpa, pois, deste demônio —Ino qual ele nâo podia acredi-nar já que re sentia capaz deKmedir os miolos assim comocertos felizardos medem as bar-

trigas das "messes" -— lemos|hoje, uma geração em fiôr que.r-prlmeiro título de glória, traaFesta medalha:

Ter vencido o preconce!-Ho, a burrice, a coação dc umi sistema pedagógico que via nu

Lumingo. 5 6-194'.

otimé* don mmhnwntmUm a geração em

DIMM A VIANA

flor

anc hànàiiu. uni pecado mor-Apesar do esforço dos que adesejavam metida, em macacão

(le mecânico c em avental doi-oUcirio, don que negam à«acolá uma basr literária, con-urgulu ela saltar sobre a bitoJa, e, reproduzindo o feito dasgerações que estudaram a HU-ratura, conquistar uma ikxsíçiiointelectual nue se Ilustra per-feitnmentc cm sua atividade,«le Iodas as h«>ra.s. Nó*, os ho-inens dc quarenta para cima.tivemos poetas nas Cátedras.Trremos professores negros, co-mo aquele de uma personagemdc José Geraldo Vieira, quechoravam quando ensinavam ageografia africana. Tivemosleitores dc Montaipie depois»las matemáticas, declamadoresde 8hakespenrc após a botáni-ea. Esta geração, porém, emmatéria de arte e espirito, sópode contar realmente com umacoisa:

— O micróbio literário. qiKsc mexia no sangue, eomo umaconseqüência atávica.

Longe ia ò tempo de CastroAlves declamando das tribunaspopulares, de Tobias Barrou olutando sozinho contra a or-ciem e o mundo. Embora maisperto, também longe o tempodo verbalismo de Coelho Neto.dos folhetim na Imprensa, daindJstinção que as donas de ca-sa faziam entre um poeta e umdoido varrido. Longe ainda otempo rias modernistas, Tristãoe Schimidt carregando GraçaAranha nos ombros como hoi«os irulos do sr. Lourenço Fi-iho carregam Ademir ou a mu-Jata do morro de Jacarézinho.Fechada em escolas enxutas,ouvindo chatas professores quodesprezam a ficção como tra-balho indigno de um crâniobem pensante, vitima da ma-ma de um cconomismo que ca-da dia mais encarece o feijão,e a roupa lavada — a nova go-ração de escritores brasileiros,para nascer, e vingar, teve quo

WmWmmmM WKÊÊmmm -iam

ajLcliui'e/hlesOkítNTAÇÃO

DEJORGE LACERDA

COLABCPÁ0ORES :Adornas Pilho, Afranio Couünho, Alcântara Silveira, AlceuAmoroso Lima, Almeida Fischer, Almeida Sales, AlphonsusR1Tf^vnS-fíih,°\A1Yaro PònçáLvièíí, Aníbal .Machado, ÀhorBatia Maciel, Antônio Rangel Bandeira, Ascendino LeiteS^ff0,5^'"1' Augustfo Meyer Batista da Costa;Bieno AíioJi, Brito Broca. Carlos Drummond de Andradftdof An?nRlSrtÍ0'

Ce?^ McireIes' Gbristiano Martins, CTroTrLÍS,n*Clanss« "spector. Cláudio T. Barbosa, DaltonÍ2S^rSSESür,Roch,a' 5aI?% mtè» ***** 6. cie QueirozffiS?

Grfmc;svEu)]'aI° Canabrava, Fernando Ferreira doLoanda, Fran*:Lm do Oliveira G^Mn FPt— r-X,- tMunhoz cia Rocha, Guerreiro Smo? GuluvoBa^tiK'Sn?/r^%m^lX1} ^mrt F?^s, Herman Lima, JaymeAtioiu da Câmara, João Conde, Joaquim Ribeiro, J. p Mo-

Castro JríS\Sn?n° yic,ra' J^^imeão Loa). Josnê dcm l^vLarm^f-% L<r°ny ÚC 01ÍVeÍra M^^ Ledoso Lmí JaSSdes Jeles* ,-7°^ de -^*»o>, Lúcio Cardo-dâra S««S?S ;ManueÜ£p de Qmelas, Manuel Ban-

¦ Shí? K°ndf RC1S' Muri0 da Síiva Brito. M;irio

Juniòr pin-VÍ ; Mafía ^Tpeaux> Pí,,-,í0 K™^ PeregrinoS !S,\ « Í-P Aimeida- Ren20 Ma.s.sarani. Ribeiro Couto£°

™ **. de -VMWdei Hoccr Bastido. Rogerk? aJZ,«oíancj Corbisier, Rosário Fusco, Rubem Biafora Santa

V^ / ' T^sso. da SlJveira- Temistocles Linhares, ThiérsMartins Moreira, Dmberto Peregrino, Vicente Ferreira daSilva, Wilson Figueiredo Xavier Placer.^LUSTRADORES í

^if? CeS4;bÍ?ltt1' Annando Pacheco, Athos Bulcão, Mar-ciei, Payga Ostrower, libere Camargo, Luiz Jardim, Noemia,Oswaldo Goeldi, Paulo O. Flores, PauJo- Vincent; RehinaKatz. Pex cy Deane, Santa Rosa, Van Rogger e Yllen Kcrr.

*e exilar d«i cemitério cientifi-• o e buscar, nas ruas, o ambi-ente que o clima unlvenucárbi.uiit oíerecia Nâo è, por Isso,mesmo, unm geração de douto-res. Mas, por i**o mesmo, tuma Rrraçôo culta.

Sem iiMsiit;. nas escolas, foiprocura-los nos balc«k*f do« II-vrelrOS, cm cosa de Muno deAiuu-ade, no quarto de ManuelBandeira, na língua inglesa.tanto quanto na língua tntnct-sa. Um desses rapazes, Rai-mundo Soura lentas, comove-lia o Ministério da EdueagiuInteiro. Reprovados nos test««do ar. Lourenço Pilho, — cseria interessante indagar, ho-jc. pelo destino dos criançasque Daqueles testes foramaprovadas - preferiram dc-monstrar o QU6 valiam em li-vras que têm feito cocar o ban-riulho dos colegas mais velhos.Clarice Uspoctor ousa Joyce rmVernáculo. Roland C*(cbislertransfigura o insalo estreito eabre em linhas amplas a críü-ca polititnt e social. Brcno Ac-cloly impnrgnaria o conto daum ví.-ionansmo até então des-conhecioo entre nor,. Mas, se-ria sobretudo, na poesia quoesta geração daria as cartas:•— Jogo franco, sem truques!

Evidentemente, a inspiraçãopoítica vinha com os ossos «a primeira mamádeira. Mas.lã que os teóricos da educaçãoimoral e lisica tmham elimi-nado do currículo a desgraçado verso — tão inútil, tão re-trógado, tão jesuitico — fo-ram as poetas desta geração emflor bclier a aprendiíagem no.jgrandes e melliores poetas do,um pé atrás. Apesar da pre-Sença de P.ail Valery, este ar-quiteto que é João Cabral doM. Neto não pode ser lido semque pensemos em Carlos Dru-mmond de Andrade. O velhoManuel Bandeira está no olharde quase todos eles. O maisrecente que surge, Nertan Ma-cedo, de Alcântara, tão moçomas tão forte, tranca-se pordentro em admirável protestocontra a lua. E as aulas doMario Andrade — ao que meparece, e ainda durante muitos,anos, o mais jovem membro detodas as gerações — platônica-mente, articuladas cm plenaavenida São João, são sensíveisnos magníficos poemas de Dan-tas Mota. No entanto, e talve»por ser o mafs lírico, hX umdele.f que se basta a si mes-mo como uma autarquia. LedoIvo.

No ensaio, no romance, noconto, lia poesia, a nova gera-ção brasileira de escritores, an-tí-reformisia acima de tudo,embora continue a usufruir osbons efeitos da masorcá modernistá, já define a sua po-sJçáo como uma exigência maiorpela forma. Não deseja ali-inentar~.se longe das vitaminas.comer um ralo ming&u de pu-ba. O que combate è pouco,quase nada. em verdade náocombate. Querendo realizar.ignora o que não lhe parececerto. E acha imensamente en-graçada a obsessão do sucessoem número de tiragens, a mu-nia do searismo literário quoleva muitas vezes uni sujeitodc boas qualidades, como o Sr.Mario Donato, a atolar-se Ir-runediaveimtnte numa luxariade cadela. Contra o público,viciado se necessário, contraas elites de chapéu coco. con-tra o esnobismo dos rosetado-res, não savrifica em hipõtléscialguma a fidelidade ã mensa-gem para se tornar agradávelaos tabus de todos os credos —c? talvez por isso mesmo foi cjunse resolveu abrir inúmeras Ja-nelas:

— E lancem ao mundo sua*próprias revistas;

Um fenômeno singular e que,nós, os velhos, não víamos d«2sdeos áureos tempos do módcmls-

mo. Hoje, uma. Amanha, ou*ira. Plnalmrmr, como umainJeore braba sem trrapvutlcique a detenha, as revistas des-•ws novos sc alastraram — sem-pre para infelicidade do srl/mrrnço pfiho e dos srus Ura-nos — no lombo do paísinteiro. Para os qua-reutôes, uma v«>rdadelra águado juventn. Todos os jioros io-ram invadldoi. E me*ano ucatucalamidade que a crise da cul*mra - consequénctei sem a menor divida, (iírá Raymond Wc-clcr. de um ensino que acaboupor se amarrar em um nó delingüiça — extraordinária «?a consciénpiu quo revelam nadiscussão, oa tomada dc ati-tude, na firmeza das mãos emtrapezio tslo oscilante e tão ai-to. O instinto literário super ta caturra experiência dos ;uj-(íãos bem engomados. A serie-dade, porém, náo permite qu«3riam dor, dinossauros assim co-mo Chestcrton ria dos Inimigosda Igreja. E, em sua neccssi-dade, de colaborar na restaura-Çfto do equilíbrio, suportammesmo todos os estilos, acade-mico e revolucionário, como pedras úteis no trabalho comum.O batismo poete náo ser cristão,mas exprime o couro de gadopuro. "Orfeu", eom o africanoFernando Ferreira de I^nanda cFred Pinheiro, e que tanta en-crença tem provocado, já con-voca a atenção dos lisboetas «-.antes que velhos esertbas inrií-genas alcancem o Chiado |ftl)or lá discutem os novos. L*o grupo da -Revista Branca",Saldanha Coelho, no comando,cuja cór, já define, ao invésde uma renaição militar, a pazno fundo, cie todos os conlh-• tos. "Renovação*¦; ali de Nite-rói. "Joaquim" e 'José". A-Clã", cie Fortaleza e o "Luardo Norte"', do Recife. "Bando"e -Quixote". "Caderno daBahia'* e "Tentativa". Essas,as que lenho aqui sobre a me-sa, ao alcance dos dedos —mas, sei perfeitamente que ou-trás correm pagoá como exte-riorizando unia vingança con-tra os pedagogos que queiramver esses rapazes cheirandoamoníaco e agitando xaropes,impotente diante disso que lheparecerá uma tromba ci'água,certamente, o sr. Lourenço Fi-lho põe as mãos no juizo:— Que praga, a literatura!

No entanto apesar dos peda-gogós que náo levavam a serioo credo cie André Gide — o de-monio participa dc qualquerarte, — apesar das reformase contra-reform.s dos que Jui-garam ser possível extinguir nosangue de uma geração a pai-xao literária, a verdade e. que.diante desses escritores no-vos. não podemos ctuvi-

«lar do qu,. .poderão tercapazes «>, nossos netos, o». •!!¦«.. é rycftcivamcnic for-ie pura que uno se inuiamiiaK ok meniuos que hoje aiuiaiuue vwwfpedü em Copacabana.que vêem Carlít«»s no «inemi-nha de Jardel - depiu, (|0iHfinpKr <le;,ia ireniçao ^_ rjr.fjr-^i naturalmente do peNI-Uew dos prUattOK»-**. i\m »riKsbiemaa, da su*. oposiflio •:»-.iiiilwtll ao ideal na 3rtt.U ter ar ír. *Poderio

con-• ra esta geração rm. flor queentao já seranào ga.su qoan*.lo a minha, condenar.- inuiioaixm seus wiihos, censurar hni-meras de suus realizações, Ma»,«•strjam »*erUw de que moiihe-cerão o seu trinulo rMiiauadoro seu enorme êxito no instan-<c em que preferiram viver uoiund«i da poesia a lutar com aenergia atômica.

E nao me vinham dizer combase esta tática na crise do H-vro. «» da giomâtlca. na delia-CIO da ciilUua geral e na In-nação de um stuni-analfabetla-mo, que n arte liUTúria se es-Uoia i>t»r ausência de oxigênio.Faltará, quando muito, o ch&Oda pirâmide. A mania pedagd-gica de um cjentiflcisino su-perfieial. de um tecnlclsmo tãomagro quanto o corpo dos íeusteóricos, e que devia ter for-necído o material desse chão.produziu efetivamente, o que aiestá: rapaz.'':, (pie lamais ouvi-mm falar cm álgebra, quoconfundem Castro Alves com oBarão de Maná, que julgam e.qualidade de um romance peladevassidào, pela obscenidade,pela pornografia perfeitamentocabeluda. O vértice, porém, úindiscutível, Náo seja a arts-tocracla dos gregos, concordo,mas. há um vértice Incontesta-vel. E nele re integra esta no-va geração brasileira do éserl-tores. Salvou-se, enquanto sal-vava a nossa melhor tradiçãoliterária, precisamente porqiuise .resolveu ao que a muitospais teria parecido uma lou-cura:

— Ler Machado de Assis aoinvés de submeter-se aos leuesde Binct!

Vendo-a, pois-, não possaocultar a rrunha admiração, onão posso deixar de julgá-la co-mo uma geração bem mai.i re-voluclonárla que a minha. Re-volucionária não porque serebele contra a ordem soeiaináo porque conduza dinamites,nâo porque se entregue aos agi-tadores que respiram pólvora,nâo porque ambicloiie reformarna arte a. sua mansidão de boicm digestão. Mas revoluciona-na porque em um tempo doconflitos, em uma época dc de-snjustameriío. em um mundosem tcHia.s na cabeça, executao trabalho o desempenha a suatarefa com ama responsabili-dade de patriarca, uma discipH-na de soldado, tuna nobreza.depároco. D oue importa náo_ónegar o que ficou feito. ' nãoé ironizar o oue se está fazen-cio, não é ousar! com ignoran-cia violar cerJiõs túmulos bemfechados. Mas o oue importaé fn-ier. E fazer bem. Por issomesmo é quo não posso evitara denominação tão moderna:

— Uma geração de bons epe-ráríos l -.

V

ílomenagens à memóriade Mario de And rude

Esteve, recentemente ém S.Paulo, o sr. Renato Almeida,secretário Geral da ComissãoNacional rfc Folclore, a vànvi-íí: do Centro de Pesquisas Foi-clóricas Mario de Andrade, afluí de abrir a serie de confe-rendas que promove ó$té ano.r.c7ido falado sabre "A Músicafolclórica", no auditório da Bi-blioteca Municipal.

Sm nome da Cóiriissâõ Na-Cional de Folclore do /beco osr. Renato Almeida, acòmpff-nhado pelo prof. Rosslni Tava-res Lima, Secretário Geral da.Sub-Comümo Fattlista às Foi-crore. e velos membros do Ccn-tro de Pesquisas Mário de An-tímáe, depositou no túmulo deMário de Andrade uma coroa.

/

Em festa folclórica havidano Conservatório Dramático eMusical de São Paulo, foi o $KRenato Almeida convidado u.inaugurar o retraio do saudò-so autor de "Macunama". noMuseu do Centro de Pesautsai,que lhe guarda o nome

O Secretário Geral da Co-thissâQ Nacional de Folclore,durante sua permanência tmSão Paulo, assistiu a reuniõesda Sub-Comissão Paulista, âoCentro de Pesquisas Mário daAndrade, que lhe conferiu o il-iiiió de Sacio Honorário, e a'0Centro Folclórico do Grêmioda Estudantes da Faculdade MArquitetura e Urbanismo d'iUniversidade de S; Paulo.

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fimínsío, 36-1949¦*!. UJTttAS E AIITIÍS

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«RU lllijrjmodificapccüvas

Acaba cie aparecer em Lon-saíasi. w» «•¦*•£ esLÍ,e^ Ü í,Jíun- fi,n ""aàuçtto

;,.... Mnrlon. «> romance 4a-»i . ae Jaie Uils do R%>, Rela-ia.i Brlt-.li Boolc News" pUbli-

"Bstc romance brasileiro apre-un um estudo compreensivo de* jovem nourôuco que-rcdda en?urea, cidade dc um remoto dis-•o do Brasil. e soíre de ?«£?.i*«e. O enredo - n históri* *«

***" • «-»«*«,

A próxima visita ao hrn*H /. ,. *.' /••(lAli i(t> CSillOTJohn Lchnanii

r.ira a e-ni c*mit^Ti ,\; dCs!t m:! de Junho, che

amnn, Irmão dn $£ »'&S5ee^lS JohiL '^Pfnn romwLsta tnmàí. ? -ue jo^TtS? ^í"ícus livro- tniiiu-iíio. ,,., iü Um vários dennnn m io Ki S?

" mm**, John Leh-áritánlco<Thi BrUMi Cem . Í^ÇS^ d,° Conselhü

< w ff/tmi? fanimodo na^fvai £ H^df

'J****™** e sinistra

de um verdadeiro^S^SiirSS^^i^^*^ Trat?"s8ao cm português r,^Vnaturi'm' ' e Wa apari"to ínvulgur para o pubS '

°.Um acom*imcn-

O turca romance dc Sinclair Lézvtscn^^nfíidLiíSs1^f^ipa^^;l»ces « cn-publicar tVm wvo%S

°Th0S? id50tna' acaba dc

UMÒ-se d:. ta ve" «El Un^ GoÍs^er». Afãs-da vida ámScnn? i7&S&?*** *problemaS modernos» hisíortó^ iS'^gc3á?e^?M ^ apresòntilnéculo atrás Coitodo llí iÍ^ESS^*1* Um«ovo oue cntâo nascia. 1Uceít?ln^° mundor.^n-.iaadímrr^^.u, , enarjo-;• cm que se

*a e o capitalismo ma-coma-nos a história das lu-frr?n!U'n h°mCm a procura

::i. LeKJrirtiísia,Ias; duvidas1:1 Í3 é da cinauiüdatí

'> /. :> í* r>j**j ri*.,

poçídia:

; ':.-S-.v.í*\ W-: '•'••S.^v.-.-:':

LTa POUCO exibiram •>„ „,^ Jtòn?Va:en 'e£"4St

^ S Um .íamoso romance

ccí-t.o a*?ont^e- co-ii"-o i«?íÍC0 tonuCc--o no Brasil,

vido d^ Vaiaça 0. seguTuí j confessa ter ou-CÍÍÍ4uSiè?Í C?S;Pcpau Jimén^" hâoJilí*eWÍljt* " °0ni Um tra^e í-1^

Kshria dr Edison Rçgis.Jjm simpática edição de -o--t^r%Se5ba. dc 9WSfier. o livro de

?í? ,° í/CAT'"t0 c os »tfmeroi»nwedosos para a fixação de no-ZJ-alZZ P°éticos Uln aos mãàrn* £ "w/cantes talentos h-

Cal q,craçao "lals nova. Tra-ji-se realmente, de uma estréialumtravel, pelo que ela remclènla«* originalidade, de co>w£«Z'rntono autêntico, dc per/ei ae

ndoTr<10 C,Urc a *m ' o1(1 5*'«< caleaoria ,ãIo í^0 lwro ^"e íc distingue ve-«v^fi&ssss&r*pessm'c pc,a •*•Nof<os poemas dc Ledo Ivo

/(7'(V//'" aniversário de LÈTR ÍS F//A^/V-W

'"""«- mo„S!lgem |Sg| '¦°Ceb"",OS ! -Meu caro Jorge Lacerda. '

rí^vo1 do feScitalS! " .^P0 c,e t«namitlr-ihç umTjras aSra peJo ,t'rcei',o aniversário dc LE-

l«ós sempre Í?l , r fl 'f1s de arto ° Utefãtura'; te-mos bem* informnri r iiclal para que noa mantenha^tánte c Io ?SÍ'Ifa a 0!)jlli''^ ^ um leitor!,e!lJ menos PvaS-H^°lec^a^?' oplhiffo ^è tem.

Colega leal è sincero admirador.'/.ir,Z)4^¥Á« C.i r.4LCANTl-

O quarta, voltam- d» "Diário" de Mi,,,,,;

/ orgaTorga, em que o eseritor r,^ **i. „ ",,,no • de Minuelespirito, aci siiji idade ^ iS, nl?',Sina °"üdeaí tícComo sempre, aTiSnos iníf Sdinlf nai opiniões:tivo. nas

'«tias in

"rm n veken„íte,Ccth'0 c ,níít1»-

portuguesa» num ÒtíST^Lí?*11?^ ,H*Jíl u*rrs4Bâo e de eflte^toeSo^un^r^ti^46 l:i'mpreen-»nf, em que. a «£ S wl^01 ne?à0 vo»w-tercaladoa prosaT^erso SLSS}?ior^ ftpíl^"'m in-mais beiw Sr* de Mimí?i^K^08 , algumfll! da*dia se afirma comaTumSSLS?^' nUjo rom<? dla "Bucsa conten:po?ànea lKM?iUe da ute«tura portn-

/H*« </í« 0/fíVW rtè /v/(/.í ,-//,„.t-ãr/íiy intimas

«ncdllos que pela nímêln? vS ??* P°!^n' documento.sco. «Eça de €3^^071,$ «"«W-ca ao publi-«lha; e o tllúlo dó v" Sn? e!>fo»r^f d°P0rsuanldade de apreciar um £' S*5^ Ulnos a °PO*t**-íntima do escritor a^ JSrJn,-tc &íl conc^:idêncin^aio crítico-biosí fie,"

° obie%*™ fl™mmUÜ cn'

Oaspar Simões so cUou d, níi? ?" «««-'«..'Joãoses documentos que cilíítíSü"?! dü#roniIlnc^a ès-Hoje o.s descendente 1 i?L w nnun n?g^os.blico em líí^ecm^r1n%« aWfçntftm"no aò l)li"bre o autor dos -MÍ ns" Mn fíSU,?p^ Verdadc ¦»-a famUla não qucrl? cr," oue «^Z lndica quc ° 1"-'lesse material que N>Jc e í^"U?,m *SC aPr°veitassemente muito dinheiro. ' Ihe vae* dar cert«:Obras de poetas brasileiros em edições dc

hxò na França

^rtilelrMf^^ ^P^nâüca••4Í?Sí ~ frn7lca vem (l^en-UCn H,°^raiidcs cslor<'os «o sen-Imât f0rn"Z mal" "»»«*** dOj-Íf*.„ ¦7:^<?• em abril Passado,èft Tsfc n3 iscola Superior dêSíS trtcJ íc Park> »°°o Pairo-

Ál °n° ^loaixadòr Carlos Mar-

onsaluida de documentos da

aa £ mgi&gfc C0ÍÍ°IaHÍrancc^ fsti empenha.

edições cípeáltihltr%% m^ÍZ^/Í™* c''arte.',' "? . • T 'or «ornes célebre^nas

fazendo nart* d-i^ **í«.>« •-¦o'tio» «&BMA&e«ÍTL& <*gelada a t<

*

* No nümtro de março do «Jour.nardei PoèUfe'' *Bn«,eln!o „ £í?LliZ\n ^,8a M^,ot d« av in-Jutou «tudo gUáctotO mas com-preensivo da poesia de Cc%jiia

• áfr «h flT?° d!l fmdU^ <•«itlLí !,utü • para ° ír™<*»-w.versos da nossa maior bdetísa —

juc prefiro aliás chamar de gmn-de poeta - perderam um pouca" ^mU'U5H*!Undídad0 mmÍCÍii> »£S!..w5S?V*ím °id!oma dei'. ln?:. c?,m,do. o elemento de

Rea pa riça a de Ciaria Uspcctòr

uma da, telffUiS^e^S^ íf ílfinn°u com<'

brasileira, e seu El S»í2£toas íigurHS da fic^°

do hvro. que promete fttfrfíf? SÍUada" arò ° titulí>

''Mistério Mayuzinc

Por iniciativa ria Revista do r.ir-.hn c acirculação ^Mistério MogaSn? nSiif-A-' éstá enique .seleciona as moihnll í• V*' «mbhcacao mensalda edlclo rv^JS

melhores historias policiai... Trate-se

e So^Sda^m^^ ™ 5&tuguês. francês, espanhol, alemão e por-

í /// /; Vl üsstcá"O Romance Ruso" d» \i^u-, *. iecmsiderado como um livro cíl^co pSbSC' 'França, em fin« rir. c.-^„> ^-f-co. Publicado na

cao f|qs -RO';!1/!*?" ,;,^r R/c^i/Tir^c,^,^^;^ Metdexemplares dè t ande\ b,™ Ã df íntos c c"WentaÇões das obras de foet^^nH0'^ mtT^ cdí~

Frederico Sdimfd,t etc Bandeira, Augusto

"•/ Deusa Franca"

de laoer W^É^f Éf ^ £^« Cm cdi<*°

"Xoçnes Praticam* Direi!o Comer,lul"

Dois Romances de John Dos Passí)*

mm mâtmÊfnsotuidu por -Paralelo «V^S»*!

si r>;lnií°a 9mtimidade ao nos-ivJ'i\W$?àor de analisar, sob um"íac !^"!npl°- U obra origina s!stina e estranha personalidade de umdos maiores escritores de npssptè™

IS}J> auto,, obra da Md^oü^JoÉaZa^r" thih«- mm a tfscrelm

Poderoso escritor' ,n riSS Tf$* ^retanto uni

mm* cujo «orne | S ^'flno ,f/a ^nica no-nvrama literário mundial r«mamehte no pa-'«to? no^oSe^fg^ rom«™es d« fénoio' h-dado.sa traduçék dci%a\r ?**** a9°ni ^ ™£

. ma* amSsa acima S™"', eS^° de^ados 'língua portuguesa ül/h(hl '°01 »arí>-' dos leitores dc

L'stc volume vai ser um dai nróvi hda Editora A Noite .Tradução úSe^oBv^. '•<¦ sucesso de urraria

çamehtoá

entrei n-S, ?'t -T" ' ?~ T™M SerrW %"rar- ,.?^ ^*- Vcncudos volumes dos ultimes temooiE um hvro escrito com inteligência c ^ n S5Sendereçado ás noivas e rin^e*L~ s^nsiDiüdade, edé a* pnS,!ÍT • aí> do casas- contendo des-

o «SP1-^ maís •<;utis a recei^ de cozinhas ai.te a? decoração, comportamento socíaÍ h-, r^-v • ' *«*> «vro foi publteaSo pela MiWral Noí™""1' f='*'!n

Mcmoriam" dc Ce.udliiEscritures de seis nações -oFrança, índia. Japão, Coréa Chi-

bre o Mahatma Gandhi em ümnumero especial da revista "Prau-ce-Asie?', editada em Saigon, con-Sd0na

memória do pensador"ndu. O vasto âmbito dessa cola-boraçao internacional é e.voressi-io testemunho da irradiação dopensamento de Gandhi.R«Wn Come- dc Ia Cerna regreisa à ¦

Espanhathn Trans/er"

/.*^- *s*a.^ Ií»

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»í£ffi da iíShf S^ mi>iS de dEZ anriescritor Ramoi Gonuí de t n £gres'sar a M^rid oQXeguerias, qüé S dtm, S^* ° autor dtíBuenos Aires, haví cèll££,?ín \f"C l°nipo eiufé denominado «ElWhbl^â°#^ Madrid um c:^-"de se veuniau! cserho ís ,' g&&

Pucrta dt>1 s^-fiuerra civil perdeu Sdrl

' taL ° que de*Joi-s «*»café iitei-ário 6 us seus caraçterSticos du

Movimento das bibliotecas do SAFSBiblSecas1^^1"^^^^ do movimento dfMtes do «APS Tb h-ro' .duTSí1'!11 T* Resta«^terôi, e de juiz op SS2

Indu:sülal do Barreto, em Ni-o mês dè aS Toi oIT" deieÍtüreS dUrantóclu&do-se nes c tóL?i 4^

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Págir.4 — *?- Domingo, 5-6-1949

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centro de Peaqulsaa Foi-clúriuu. Mário de Andra-de promoveu, no Coiwer-

,»v«tório Dramático e Musical do)&, Paulo, onde funciona, um: espetáculo comovcdor. Foi o, concerto dc uma banda de alu-«.nos, que recebeu o nome duIMajor Aniíio, velho o tradlcio-nal mestre dc bandas paulistas,o em que n executou um pio-grama dc musica de velhos?tem-.' dobrados, mai ui kn , eu-iferetés, modinhas, chotls. mar»jehas c u'a magnífica Rnpsó-dia do Major Antão, |>eça ver-dadeirameme primorosa no í€-aicto.

Era um prazer ouvir aquelaimusica que soava como repor-•eu lindo coisas que nos* enche-wram os ouvidos em criança,[principalmente das que somos

Ida roça e nos habituamos a co-

«hecer música jiclo.s dobradoso palas marchas das bandas,•nos dias dc festa, nas manifes-taçóes jwliticas. nas retretasdos coretos dc praça ou nasprocissões. A banda é uma ve-lha tradição brasileira c, como•observou Oliveira Viana, é une.dos raros atestados do espiritoassociativo brasileiro. Dc fato,algumas há antiquissimas, qua-

•.se centenárias, sobrevivendo atantas sociedades c empreendi-mentos que desapareceram ouapenas vegetam artiíicialmcn-,le. As velhas bandas, as Erato,Diana, Lira, Carlos Gomes, Eu-terpe. continuam i>elo tempotafora e é interessante, quandoIas observamos, notar sempre o

Kande número dc jovens, que

cs garante a pcrpcuiidadc.j A minha infância foi encan-tfada pela Lira, de Santo Anto-fcnio de Jesus, regida, desde en-fl.ão, pelo maestro Sotcr, clari-mete famoso e compositor def.mui tos dobrados c chotis, quejainda hoje recordo com a maisilirica das emoções. E me lem-,bro de que, em outras cidadesda Bahia, como cm Santo Ama-

no ou Nazaré, onde a eompe-itição entre duas bandas era as-ütinto sério e divergência que..separava até famílias, nasgrandes festas iam as duas paraseus palanques e tocavam in-íCessantemehte, sem que nenhu-ma quisesse deixar o local an-les da outra, porque seria con-

.íissão de derrota. Em geral, os•TOaiorais da terra acabavamjaor entender-se c saiam as'/luas ao mesmo tempo, tocan-do sempre até regressarem àssuas sedes, exaustos todos o¦com os beiços arrebentados ciefenlo soprar.

i As cidades menores tinhamMSbarangas e as apelidades fu-[rlosas, com sua meialada estri**i^dentc e forte. Nas capitais,j-eram a.s bandas militares quekinham os privilégios e nelasapareceram mestres ilustres,pcomo os Wanderley na Bahia,•?ou o major Antão em S. Paulo...-Aliás, grandes compositores se¦•ocuparam também com bandasre Francisco Braga foi, por mui-«o tempo, diretor das Bandasutía Marinha.

A iniciativa de organizar uma[Banda no Conservatório de S.iíPaulo, dirigida pelo tenenteAntônio Bento da Cunha, pro-iessor da Cadeira de Instru-•mentos de Sopro dessa escola,i§ das mais louváveis, não SÓpela valorização de um pode-2'oso elemento da nossa cultu-&a e formação musical, como•ainda, para contrabalançar aHítanolatria, a que se referiaMário de Andrade. Seja dito,$w>rem, que apesar disso, o pia-UO nlo desbancou a banda. NoÜBterior, mesmo nos tempos emHpie o transporte dos pianos era&NWS0 « se fasift no ioffibo <lo

BANDAS, CHARANGAS E FURIOSAS

burro, já o número dc moçasque e aprendia era muito grau-de. Entretanto, a banda con-tinuou com seu prestígio e nin-da hoje o guarda inalterável.

Ouvindo k* diçáo, com

'RENATO AIMlillM

trava, desde logo na lírica, dc-!><>>. »-•¦ processos. Aquelasvalsas e polcoí., aqueles euterc-tes c ii ... u;i.... aquela.*; mar-chás e dobrados soavam com »poesia dc nossa melodia, det-

das de danças em terreiros nasnoites lie nostafl festas. Esta-va tombem e*í«tt nom nostale,!-ca táo intimamente ligada ápoesia popular, cheia de quei-xiimo.»: t* vezes apaixonadas, co-

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Desenho de OSWALD DE ANDRADE, FILHO

um programa todo èle de ve-lhas peças populares, estava apensar que toda a tradição mu-sical brasileira ali se coriceh?

sa melodia de longas frases que mo as que transparecem nasVila Lobos transpôs genialmen- modinhas. E estava o nossote para a sua música, dessas ritmo, com suas variedades sin-melodias de serestas e cie ro- copadas, sua dínamogenia ca-

FRANCE, BARRES, LOTI

UMA CONTROVÉRSIA QUE CONTINUA

Há pouco tenipo, noticiamos,neste suplemento, a celeuma,causada na França, por um m-quérito literário realizado aoensejo do 25.° aniversário damorte de Anatole France. Com-cidindo essa comemoração comduas outras idênticas, no te-cante a Barres e a Loti. per- ,guntou-se ao mundo literário \se os três escritores mortos ti-nham possibilidade de deixar o'purgatório onde atualmente seencontram.

Conseguiria algum deles sairda zona de silêncio e de som-bra em que foi mergulhado, lo-go depois da morte? Surgiramrespostas variadissimas, comoera de se prever. Alguns "cri-ticos da nova geração mostra-ram-so extremamente durospara com eles, o que deu moti-vo a réplicas vivazes, por parteile ftdjnjradorcs remrnciscentes.

Ainda agora, o debate contt-nua. No último número ae"Les Nouvelles Litteraires", Ar-mand Pierhal escreve: "Pro-curam mostrar-nos que France,Loti e Barres se tornaram"inatuais". Toda obra com-porta elementos da época, quesão perecíveis. Mas, além des-tes, as grandes obras contémvalores eternos de beleza e deverdade, que fazem com queelas durem. Tais valores sãoimediatamente presentes e, so-bre isto, inalteráveis. Os quenão têm o senso deles, nâovêem, nas grandes obras, senãoo elemento perecível, e, com to-da a inocência, declaram: "Es-ta obra é morta"."France, Loti e Barres pos-.suem este dom, que é o maisraro: uma música pessoal dafrase. Esta música pessoal nftoa teve lua escritor tia impor-

tància de Sainte-Beuvc. Nãoporque fosse um crítico, poisencontramos a música írancia-na em ,rLa Vie Litteraire", domesmo modo que sentimos, noseditoriais de Mauriac, a pulsa-ção de sua frase.

Essa música não é so melo-dia, mas também ritmo, freml-to, misteriosa palpitacão. Frê-mito que a frase de Pascal pos-sui, e que, entretanto, a de Des-cartes — também um grandeespírito — desconhece.

Parafraseando Proust, dlre-mos: "Só a música faz o grau-de escritor". Aqueles que nãotêm ouvido para tal música nãopoderão compreender a dife-rençs.

Loti, France e Barres sãograndes escritores e permanece-ráo, a despeito das opiniõescontraditórias que sobre elespossamos, recolber*

racterbitica e £cu convite per-jrétuo ao movimento o ao re»quebro. E estava também otimbre de nossos (natrumentot,wibrctudo nos conjuntos urba-I»'*'. COm 'Ml'. !!:•'.'. ¦ 1 ilü ..,.ias, Mia . clarinetas mavlosoi •seus i»; !<m . estridentes, numavariedade deliciosa dc colorido.E ali estavam os trombone«roucos enquanto os pratos vi-brantes iam clareando o bati-do (Un bombos surdos.

Todos os elementos da mu-«Ica brasileira apareciam mu-dos naquele programa, que ter-minava com uma deliciosoItap-Midia do Major Antão. cmque aproveita velhas danças,toadas paulistas, cantos de pas-sarínho e vozes da natureza,com uma frescura e uma es-pontaneldsde realmente admi-laveis e. revelando nfto apenasprofunda emoção artístico, mosuma agudèza musical cxccpcio-nal e rara. E nfto faltavammesmo certos recursos para darás partituras uma realidademaior, como, na Rapsódia ouno delicioso Cateretê Paulista,de José Pinto, o emprego do'Kilmeado, tal e qual sc fa;: nadança, na velha dança que dl-sem que foram os jesuítas qiu:ensinaram os curumins para as.suas festas.

O Centro dc Pesquisas Foi-Clórícas Mario dc Andrade, qurja conta com tantos serviçosproveitosos á nossa música po-pular, através de trabalhos epesquisas utilísslmas — maisLsso é outra conversa ¦— reall-zou com sua Banda Major An-tão u:n grande serviço á revive-céncia da nossa arte popular.A necessidade cie criarmos umambiente não apenas de esiu-do, mas dc amor pela tradiçãooopular, a fim de evitarmos asua regressão, a cujo favor tu-do conspira, é essencial e ar.-tes de tudo cabe a nós. folclo-ristas, realizar essa tarefa. Nâonos bastará colher, e salvar omaterial para o estudo dos mu-.•seus ou dos laboratórios de mu-sica ou dc fónética. Isso seráutíl mas muito melancólico.Necessitamos ao revés salvaressa tradição na nossa própriaalma, na receptividade de nos-so lirismo, na permanência cienossa emoçí.o.

Oferece o folclore dois aspec-tos a considerar devidamente— o social, em que t.mos derealizar estudos científicos, o oartístico, em que devemos res-guardar emotivamente, a p»irc-za das criações de nosso povo,que lhe marca o modo de ser.Na música não nos basta co-hhecer as constáncias melo-ri-tímicas, as escalas ou o jeitodo povo tocar ou cantai*. Aci-ma de tudo está o lirismo tra-dicional do povo, que é a per-manéncia da própria naciona-lidade. O folclore tem de serobra de ciência c obra de amor,de verificação e pesquisa, decultivo e de enlevo.

Foi isso que compreendeuclaramente o Centro de Pesqui-sas Folclóricas Mário de An-clrade, quando organizou aBanda Major Antão. Eu evo-cava então a figura de Mário.que a ouviria com entusiasmo ocomoção, porque nela se cor-porificava muito da sua mag-nífica atividade, dessa ativida-de que êle não pôde prosse-guir, mas que, sob o seu nomeglorioso, está sendo continuadopelos que lhe seguem a lição,sobretudo a lição de um amorprofundo à terra. Esse amorse cria na compreensão c noconhecimento. A Banda doMajor Antão era um pouco daalma lírica do Brasil que, na-quela noite, ressoava aos nos-Sós ouvidos encantados..

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Domingo, 5 6-194VLETRAS « ARTES

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MARINHA- MARIANO KRULL?(Trad. dc MANUEL

tSTAVA O PÁSSARO AL íONDE LUZ MAIS AMFlO O ÜIA.O BICO NO AR ESPETADO,CANTO E PLUMA, NADA MAIS !O QUE E' PLUMA E Fõ?A CANTO— FUÇA AZUL QUE O MAR REFRESCA -ZO SOL MUDA EM CHAMARADA.ONDE O CANTO, ORA FULCOR ?ONDE ? E ONDE ESTA LUZ DE PLUMA rO PÁSSARO JA' ABALARA;SOMENTE A VELA DO TRINO -A CORTAR A SOLIDÃO »

BANDEIRA)ESTAS ONDE O VAO ESTAVA \DE TUA FIGURA NACUATALHADO NACUA: FAZENDO-TF

ENTRE A TUA AUSÊNCIA E FALA '

NOVA DE SOL, NOVA DE ONDA '

(SOBRE O DISCO DO SILÊNCIO "

A DATA JUSTA DOMAR-RECISTRO DE TUA VOZCRIVADO NA TRANSPARÊNCIA >MARGENS DE TUA FIGURA— ABSOLUTA DE MILAGRE — ?ESTÁTUA QUE SE ETERNIZACONJUGANDO PARA SEMPREO RECLAMO DO MOMENTOHIMEN ROMPIDO DA ETERNA

Íl

ARis — maio, Via S.A.F..•* Louis Jouvet já esteve noRio com sua companhiapara que precisemos apresenta-Io aqui. Sábe-se nüo ser êle so-mente um "metteur-en-.scéne"e um ator de raro talento, mastambém um escritor, havendoja publicado varias obras ctendo sobre o teatro os pon-tos de vista mais largos*

Fui vé-lo no Teatro dei-Athenée. onde ele represên-ta, neste momento, o "knod"de Jules Romains. o Rio dei-xou cm LouLs Jouvet umaótima recordação, e o grandeartista se compraz sempre emevocar sua permanência naterra carioca, as amizades que«i íes. Como eu lhe mostras-se nm dos números mais re-pentes de "Letras e Artes".começou » bombardear-mecom toda sorte de perguntassoore o teatro atual no Bra-su. antes que eu, por mihlia^z. pudesse interrogá-lo.

INTERPRETAÇÃO DEMÓLtÈRE

si,Km^' ,VVC ^rtürüdade cie^bmcter-ll,e

as minhas quês-

LOUIS JOUVET"LETRAS E ARTES'',

ENTRANHA VIRGEM DO MAR !

FALA AEM PARIS

O grande ator francês aborda palpitantesatualidade teatral

problemas da

,w • „ sr foi ° Primeiro,depois dc três séculos, a re-presentar de novo a "L'Eeo-le.de Pemmes" e fê-lo num cs-Ptoculo contínuo, sem lnter-valos. Corresponderá isso, nom|açao de Molière, ou, ao con-

modernizar Molière. Tratava-^ribre,^o, de melhor com-

ea tl\T^M tíC °bras de críU-ter «*m

d0 ## tcmP° «• «ei«

SS^ Molière desejariaauto? £™UT° ******** um

' walldades dramáticas.„.-i

o aitok i: o -.víi:tti:ikEN-SCfeNEM *

_— Quo pensa da colabora-ção entre o autor e o "metleur-en-scène"?

Jouvet responde com a pre-cisão e a brevidade que lheüão peculiares, em que se no-ta um tom meio iz-ônico e meioserio, ao mesmo tempo:

— Isso depende cio autor.Muita pente escreve peças,mas um legítimo autor drama-tico, que compreende verdadei-lamente o que é o teatro, jáé quase um "motteur-en-scène", e este não tem maisdo que escutá-lo e advinhâ-Io. Tal o caso de um Girau-doux. Elo não escrevia somen-te em termos de teatro: via eouvia. Bastava-me ler nos seusolhos.

TEATRO 1>E VANGUARDAQue pensa do teatro devanguarda? Tem recebido ma-

nuscritos de autores* desse se-tor?

O setor vanguarda do tea-tro não me. interessa. Já lhedisse que nunca procuro omoderno. Há muito ainda quefazer para meüiorar noiso tea**tro, para purificá-lo^ torná-loclássico, enfim. Deüra a ou-tro a tarefa de se entregar» experiências sobre a elastá-cidade do teatro, a ihe expie-rar as fronteiras. Recebaaqui uma infinidade de manuserttos, Mas pmwo. sobre-

'LOUIS WI7MITZER

tudo, descobrir urti autor ver-dadeiramente dramático, quese aproxime, pela qualidade,de um Giraudoúx ou um Ro-mains. £ o que me interessa.Foi assim, como sabe, que vima descobrir Giraudoúx em3928. Ele me trouxe '-Sies-íriecr. compreéndeino-nos 'enáo deixamos mais de coiabo-rar um com o outro, fi umGiraudoúx que eu procuro en-tre os autores jovens e náoum Antonüi Artaud. Acho ha-ver muita tendência para con-fundir-se o teatro com a lite-ratara, fi um mal do qualsofre , atualmente, o teatro,ameaçado de um lado pela in-trusão da literatura e do ou-tro pelas deserções em favordo cinema.

— Gosta de fazer entrar amúsica nas suas pecas?-— Sim, mas sem abusar de-Ia. Já colaborei com Mühaud.Poulenc, Joubert. Precisamoster cuidado para não trans-formarmos o teatro em ópera

ou em filme. O teatro é uma es-tidxação da vida e na vida nãose canta todo o tempo. A mu-sica deve ser dosada com mui-ta proporção; deve servir p«-ra sublinhar certos silênciosdar a chave de certas emoções,'mas nâo açambarcar o esi»e-t*euk». *^A CRITICA TEATRAL K OSHOMENS »K TEATRO

^Z 1Bm "Pourberies de Sca-m e senhor coiafc»roU wm

Jean Louis Barrault. Fdt asua primeira colaboração?

— A peça, como sabe. íoivivamente atacada e tivemosde defender-nos contra a cri-tica do '-Figaro lattéraire".Por que não deixam aos ho-mens de teatro a tarefa dedecidir se a interpretação éjusta? Gente que nada conhe-ce de Molière ataca-nos cmnome deste último, fi desen-corajador!

E Jouvet se entristece aoacentuar esse fato.— Por que se limita, atual-

mente, a um repertório Romai-ns. Giraudoúx, Claudel. Mo-lière?

—¦ Não me limito. O caso êo seguinte: Sempre montei to-da sorte de peças em minhavida de ator: Achard, Savoir,Martin du Gard, Dostoiewskie muitos outros. Mas procurocada vez mais a qualidade ea possibilidade de construçãocênica, fi o que, primordial-mente, me interessa na peca:construir, organizar. Por quehei de ocupar-me de peças emque sei que a perfeição ficoumuito longe de ser atiugida?

O CINEMA E O TEATROO cinema interessa-o tan>to quanto o teatro?O cinema não me inte«ressa absolutamente, fi moexpediente para compensar 03dispendios de minhas monta-

«ens teatrais. Nem gosto d«ver-me num filme. Acho tudo.

aquilo ódio*. Prepara-50 «íim da película antes do co*meço, um trecho posterior an*tes do anterior. Recomeça-sea mesma cena dez vezes. Tudaali me parece estranho a ver-dadeira representação, ao dra-ma. £ um mundo técnico,acústico, elétrico, que sei eu?que prevalece. Um continuatruque: vão-se colocando jie-dacinhos sobre pedacinhos. \.fabricação industrial, enfim, jMas o senhor já traba*liou nuns vinte filmes. prè*tende continuar?

Certamente. Alguns fie,'mes. como '-Drole de Drama'*"Quãi des Orfèvres*' tive-iram grande êxito. Isso ajudameu teatro. Espero trabalhaeem dois novos filmes, pro.túmamente.O TEATRO EM OUTROS

PAÍSES¦— No decorrer de suas nu*merosas "tournées" o senhóaesteve em contato com o tea-tro de vários países. Quaisos que lhe pareceram mataadiantados?

— fi uma questão meio ea\^baraçosa. Cada pais tem umteatro adaptado ao seu cará*ter, a sua mentalidade. Porexemplo; cada pais adapta demaneira diferente "L*Ecoledes Fenunes^:QS_tchecqs es*pantaram-me pela sua ori^N~naüdade. Na Inglaterra, a ati*vldade teatral é muito grande,mas não se pode falar daevolução ali. Quanto aos ato*res, há talentos por toda par*te: assinalei vários no Brasil..Em Nova York representa-s*"La Folie du Chaillot" atual-mente. Dixem bem e disemmal da peça. O certo é quea maneira por que a interpre*

tam ali nenhuma identidadetem com a nossa interpretaçãoda mesma obra.

FORMAÇÃO ARTÍSTICA '— Qual a sua "escola" 1**

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Diante de um ikhnuh como'•Oi hrmqucrio*", tle Conven»try Pfttmore, puni expressãotte erintttuiissutii» utuor «o Deu*que o ititiiittu nitsci icorritii, for-ná>sc mais» patente a minha..: .h ..•• a respeito tln p;«íade Tagore: u rormldavcl poe-ta du "Ohanjali" tem tuna«ima de formaçfto crista; seuDeu* i* o mesmo riu Patmoro ude Claudel. rie Prancls Thomp-con e Verlainç: não o Deus ti»i"!.1! mu hrnmilnico, fundi-do c disperso im realidade to-tal rio mundo, mas o penatranscendente, de essência di-versa da nossa precária es-setichi, mus Inflnitaraònto pre-aente, tto mesmo temi», nnfibra mais lenuo ri»* que níu-ua è ser.

£n\ "Os brinquedos", comoem outros de seus poemas,Patmoro c irmito gêmeo de Ta-Cure. Em ambos, o mesmo ae-licadíssimo, tiuitüco toque defcelcaa, envolvendo numa cs-p«ícle rie elerea fosforcsoênclav.na substAncla profunda de««•ntlmento humano. Em uni-h >s, o fervor de Deus rcsultan-ü i numa surprcoudontc alqul-i dn, quo minério bruto Uac tperiênein quotidiana laz oo tro mais sutil e mais fino.••Meu íillilnho, que tem nost hos um olhar pensativo, ei * movimento.* o nus palavras. ; maneiras tranqüilas rio umaj. «soa grande, porque i>ela kc-i ma ve/. desobedeceu í. minha3t i, foi por mim castigado o semji ett beijo repelido, ixms* estámorta n Mia mãe. que era pa-cante. Depois, temendo quea mámia o impedisse de der-x. ir, fui vê-lo na cama, onde

encontrei profundamente£ lormccido, com us pálpebrasc rradas c os cüios ainda umi-v is do ultimo soluço. Bcjei-o.e no lugar rie suas lá-?.; imãs deixei as minhas. Per-

ic. .sobre uma mesa arrasta-» . liara junto ria cabeceira.

; havia arrumado uo alcan-t ! de sua mão uma caixa rie

,*has c um selxo rie veiot» ru-1 os, um pedaço rie viriro ar-i rionriatlo que encontrara ..af aia. uma jjarrafa cheia riomyúnulus e riois "sòüS'

l.t.TI! iS ti ARTES Domingo, 5 6* 194'.!

P A T M O R E

franceses, óuldadosarnento riis*jHHitiA, paru consolar o seutriste coração, lá nessa noitequando ergui minha ornç&o aDeus, chorei, t- dlsso-lho: "Ah,quando, no fim, estivermos os-tendidos, a respiração suspen-*a, sem mais vos ofender, nnmorte, e vos iembrardes o«que brinquedos fizemos as nos-sas rüégriàs, e quão frucamentuaprendemos o vosso i randumandamento de bondade, en-tão, não menos paternalmcn-te do quo eu, que rio vosso 11-mo me formastes, abandonarei*vossa cólera e dircis: "Tenhopena destas jwbrcs crianças!"

Tão simples o poema. Porémtáo carregado cie angustia ver*(ladeira. E rie tão doloroso masconfiante aiariu ã paternidadedivina. Assim canta Pntmorc.K assim canta o poeta hindu.Qualquer rias odes de "TheUnkhówn Eras" comparadaedm qualquer rias canções rie•Gitaujalí", atestaria a irien-tidarie éssscncinl rie inspira-ção entre os riois aédos, dopoVOSi raças c civilizações tãodiferentes, como são as da In-glaterra e ria índia.

O fenômeno levanta fundasmeditações sobre o jxxlcr uni-íicudor ria fé cristã. Os q*.|i lc-ram minha pagina tle pslcolo-yia rie Tagore sabem que nãoé levianamente, òu por in-fundada e apriorística ilação,que atribuo ao poeta máximoria índia atual uma stlma.erl.s-tianis-sima: Tagore foi educa-rio em princípios religiosos Ter-vorosamente lançados cm rir-f-uhição por Deyendranath Ta-gore, seu pai, c um rios inti-mcrâvcfs fundadores de reli-

TASSO DA SILVEIRA

t;lao da ascética e mística ter-ra do CHluges. E Devcnriranuthlundlra os seus princípios pro-prlos com os de um eompa-nltcno do aventura espiritual,ti quul era um coniiecedor per-leito da doutrina ue Cristo,ltabinriranulli, pois, recebeu duberço, de mistura, possivclmcn-to, ainda, com velhos eonccp-ções bramanlsticas, o núcleoí;ubst.Mclal cristão de sua for-inação espiritual, Mais tardepOs-SC em contato fundo como Ocidente. E duí resultou opleno florescimento do senti*mento transccndcntalistn rieDeus c da compreensão decenlido de amor uo Deus eris-tão, que tâo funriamcntalmen*le, ressoam nos seus poemas,sufocando nos mesmas a vo<-milenãria da índia panteistn,para lhes aar jniro timbre demisticismo ocidental.

Outro problema que os can*tos de Patmorc evocam c osuscitado por Brémonti em tor-no tias relações entre a poe-cia o a prece.Patmorc, cuja viria foi umauma rias faces desse problema.Estabeleceu que prece o poe-sia tem intima afinidade, porsurgirem ambas, surpreendei.-temente sempre, rie misteriosacatharsis, — de uma irrupçãoisubitãnca cie fonte interior,— rie criação, se se trata depoesia, rie graça divina, se setrata rie oração. Mas não eui-dou de determinar — o queteria, feito por ele. cio !maisoito interesse estético e meta-íisieo — as diferenças espe-cificas, a essencial diversidade,não obstante a afinidade refe-riria*, entre prece c poesia.

Pai moro. cuja viria foi purorealização cristã, malgradoa retardada conversão, a iiíic-ja, tirava ardentemente coniüardentemente compunha osseus |XM'tna.s palpitantes aotcntlmcnto de Deus. Mas nao••¦<¦ confundiam na sua almapoesia c prece. Por mal.* queem ambas ele se tlirigtsse, cumu mesmo Ímpeto incontido, aunicsiiiKslnu) m i s e r 1 cordiouoCriador, as suas orações erampuramente orações, como adi-vínhamos, pela própria can-ção, de "Os brinquedos", qu«as sabia far.er: um total c.--guimento dn alma a Delis, nusolidão, c no silencio, na des-nudeis absoluta, do mais sim-pies pensamento rie desejocriador humano. E os »euspoemas eram ansiedade de He-lesa, -— eram, pois, a total rc-núncio da prece, o homem m-rerforindo com o seu destinode liberdade, o que vale dizer:rom o seu destino de criar.r>c sorte que a mesma simih-tudo com Deus, que ihc permi-Ma a fusão extrema na oração,rie certo modo o contrapunhaa Deus, no exercício tio suafaculdade criadora.

Podemos conceber que omais profundo impulso de Paumore — poeta, como de todopoeta crente, -- ainda umClaudel, um Prancis Thomp-son.um Yerlaine, uma Gcrtru-de von le Fort. — fos::e o do,nesse movimento de contra-,posição, que significa o instai)-te rie criação ria beleza, a nu-lar quanto possível a afirma-çâo diferencial, rio sorte aaproximar infinitamente apoesia ria prece. Dai as subtl-

liMuimis e etercaa unogens, tesforço do desnudamento dumiiiénn, a delicadeza extretnnmi vibração oxprcsslonnl dospoemas de Patmore, que. umi*profundamente do que quai-quer dos outras poetas catou*toa citados, conseguiu atingi,urjucia umbiciontiua anulaçãoü.i "diferença"...

Patmoro e, de fato, exem-phir nesie sentido; Na brevebiografia que o poeta inglêstt.tçou, Vatery lairbnud nosia/, notar que, so o.» poemasde Patmoro ostao cheios <u>.sun persontUidade, a sua pc:>-sua e.-.ta deles ausento. "Sa-blamcute, escreve Valcry, qpoeta escondeu sua vida, uan-do-nos u flor e o fruto do seubelo espirito, uuardando-lima . ouiiu.i para os seus, c paracie só c seu Deu:, a "raiz uu*.-lera". A este voluntário au-ientar-.se c que aludo, — a>-cética dccnninação de humi.-dado, que tira ao ato criadoro Sentido do orgulho que aImensa frogDidado humana moinfundiu, dclxando-lhc apenasa significação de dom de Deus-- o que, |>or lim. apaga a "di-ferença" - e jmv isso me :.:ottunsnutinrio-llte um poder ueeficácia extraordinário.

Patmoro e. de lato, exem-plar neste .sentido, ia d.zc::uo.Turias as odes rio seu maio:1canto -- aquele "Eros desce-nhecido", em oue atingiu .»plenitude rio seu gênio ,>:eu-co, ¦— são tecidas, não »»bs-t;inte a sua densa suostauda,tle pensamento e rie expei. ••-ila, rie .sugestões quinto-.-ei-ciadas, rie significados que u -irapassam a torio momento aesfera tio que e so terreno, uemaneira que, em verdade, u,forma ê nele um cristal ter.ue<ie transhuirie/. maravilhosa.A forma, disse mal: não a;}i-nas a forma, mas a forma eu matéria rios seus poen.r.s:turio o que, neles, não é ort»-çâo, porém arte. tle modo ta:.por sua delicadeza infinita, sendelgaça c .-e exclui, que aofundo fica apenas quase aalma perdida na contempla-çáo rie Deus.

Quase apenas a prece.

*Jã \ ¦ ii \ :i inorcnlnhaI m "amor (em fogõl*' i ln-V. J v,\ freguesia — apre-

p. iva a pleno félègo Tlllu do un--j< Juntu à .s»a banca, em frente,;i< mercado da »ila dr Canoas num-vj. i de íiira.

\rossado> pela Cãnícula ri»- s<>-¦r«'nOro aparei iam. um a um, oso <iai)iiiir<>* para so desalterarero»-m a preciosa "genglblrra", suayj rdadeira denomlua'çS.0 e, não,;u nela Inadequada «j«e dera nati ha de Tlliu para melhorar suaJU-ia. Sua mãe, a Velha Caiu, é«(. e se dava ã indústria dnmést.i-ea d<» refresco, cjue é o produto risfirmèuiãç&O do an.maz, ao qual s*«•'ieionam cremor de lártaro, ge:>-#;bre e outros "simples".

Após haver leito hom ne:;òelo,grtardoii a mesa e o vasilhame na¦\«-nda de uni seu amigo, apanhouos animais no pátio interno e ris-eoii em direção â farmácia do 1.1vério para se pro»cr de mais "tem-j»eros" para nova fabricação da«ttamada b«*hlda.

Não pegava Tlliu no pesado, II-Xiltando-se sua capacidade deAção ao desempenho dessa e tle••«•itras incumbências de pequenoi.-inee. tais como as de "positivo*fr/mensaçeiro), condutor de mu-Xher "dama" e carregador de amo»-trás de "cometa.". ,

Do entusiasmo de Caiu, entãomoça roadurona, por uma parada«»ne o sargento Abogastrò logrour- alizar com seu reduzido destaca--«lento no Brejo, saiu esse frutopecaminoso, \ principio enfezado<. remelento, aos poucos foi apru-fiando, graças aos desyelos mater-3» )S e ã ajuda rio padrinho, eapi-lio Teréneio, bondoso ealio elei-t irai, poniue, o sargento, como setijz, "mascou funip o tomou iu-J>IO"

A mudança de mãe e filho para" o município de Canoas teve lu-•_',ir em Conseqüência da últimaaventura pitoresca do rapaz 110JUrejo, cuja narração se segue.

Capitão Teréneio, que sempretüspcnsou proteção ao ' rapaz, ,n?fim de alguns anos, capacitou-se«!e que não era mais possível car-regá-lo nas costas, eneobrindo-lheÁs malandragens, a menos que searriscasse a perder seu préstlslo#(e flhftfc acatado ^aquele pequenohorgo.

Tiílu já havia feito muitas mi-''jsérja.s e a Última era demais, n«jue o **brf-?roir a procurar "a coma.-

FOGO FATUOConto de iliRS/.ÍXI DOS \IXJOS

,:£M vi .frjj igjè^ç^

dre para uma conversa séria. Cala•» recebeu com a habitual acolhi-da:

-— Cal compadre! quem é vivosempre aparece. Como vai a "obrl-pação"?Vai perrengando comadre.

Calíi apanhou uin trapo c comele tirou o pó vermelho do tam-borete, onde se assentou Terên-cio. Após a troca de ali;umas ira-m:s banais, abordou o assunto:

Comadre, o afilhado carecerie tomar outro caminho. Já "va-riiou" de mais da conta, o que temmerecido muito cuidado de minhaparte, de fôrmas que acho que jáe tempo de arranjar um casameu-to para éle. Com a responsabillda-de de pai de família, é capaz ti»mudar de vida.

Eu já pensei nisso também."Mas, assim de "supre", pode nãodar certo. Não convém "avexar".Com o tempo e o "adjutório dau-cê" nós podemos arranjar umamoça que mereça "êle". NSo éprá gabar não, mas meu filho temmuitas "qualidade" boa. E' "so-mentes" puxar por êle.

Para Caiu, o "menino" Tiliuera o mais bonito, mais "ativo",mais inteligente. O caso, porém,exigia solução Imediata, de sorteque, sem menoscabar as qualida-ites atribuídas ao "menino", ca-pilão Teréneio foi direto ao pon-to nevrálgico, deixando de mar-Sem as sticcptibilidarics maternas:

-— Prá resumir, comadre, nósprecisamos de casar o afilhado ojá. li u fina apareceu tle "cntôjo" eManoel Serrote, apertando comcln, ficou sabendo que o "mal fei-to" foi do rapa/.. Ficou "irado",deu de mão As armas e queriaporque queria vir á vila fazer Um•estrago" nele. Sc náo fõ-ise I).aíiqqclina acalmar o marída, com,muito trabalho, tava a dç&gráca'feita. .Màs iião evitou que /|fis'*J«-saneasse a moça com :um:#&urrárie cabresto,-a ponto de ;ftpr.Jf«cama.* Veio um. ."positivo", ^riícrfi:tado" para me

'pôr ao' par do aCÒn-íecjmehió; "trazehdo até tirM caV

ta do Manoel para eu dar um jt 1*to nisso, "cuja" está comigo e, euposso lêr para a senhora.

Caiu mal se conteve para ouviro resto do tremendo libelo contraseu filho. Indignada e certa rieqttc tudo aquilo não passava riuuma deslavada mistificação pariapanhar o Tiliu, fez um barulhados diabos, olhos soltando chispasde fogo, levantou-se de súbitoandou pela sala, batucou, tirou a"mecha" da boca, cuspiu de ban-da e, finalmente, explodiu:

— iH-safôro dessa "cambadi"}Mas comigo cies não,faz farinhanãoí I)c jeitos a nenhum. "In an-tes" quero ver meu filho mortonão falo com soberba —¦ bateu amSo direita nas bochechas, — doque casar com aquela slrigaltn!Uai um "tempão" que já conheçoa tradição dela. Ela não é o queancê pensa não, Ela "malmente"moça "titulada". "Dêsna" de doisanos que o pai "devera de" botaela prá fora de casa.

Continuou bufando: — Deixaêsse Serrote vir prá cá que eu cs-coro êle com quele estoque queancê está vendo na peredo — oapontou com o Indicador parauma arma branca pendurada. —Só se eu não fosse filha do finadoNocolau do Agreste. Tem graçadevera! Agora eu tenho um tristefilho, desperdiça êle com uma...uma não falando com pou-co ensirto cumpadre, uma mulher"dama". Deixe êle vir que nós de-bate c debate hão. Hum!

Ao fim dessa escaldante elo-eucão, o' capitão' Terênclo nadapôde objetar, deu por encerra-da a conversa c rumou para casa.No caminho, entretanto, rnmlnavatljma trama, da qual.se sairia ai-rCíamcnte para continuar a fazerJfls a sua merecida fama para dl*rímir contendas, fossem quais fos*sem os processos empregados pa*ia alíngirseu objetivo. Se bempeniou. melhor agiu.

O. afilhado Já estava .lhe dandomuitos cuidados. üterecia-sc-lheensejo ítarír libertar-se dele "de iJraá

ti\i&t

ter. Poi ao sítio rie Manoel Ser-rote, som quem teve reservada alonga conferência. Após conviveu-te argumentação, obteve adlamen-to da execução da sentença prole-rida pelos dois na sala, qual sòrJa* morte do Tiliu. Isso somente te-ria lugar após a Semana-Santa.Naqueles dias não ficaria bem fa-Vfcr o "serviço". Não seria tambémdecente a qulxotada de um des-forço pessoal praticado pelo pró-prio Serrote, já nessa época fa-rendeiro abastado, muito bemconceituado e de largo prestigio.Ficou, assim, combinado dar n"trabalho" de empreita ao Mardo-quçu, para quem pedira prefere»-cia por se tratar de pessoa de res-ponsahilidade, além de que, dlií-creca c ciosa do seu oficio.

Despediu-se do Manoel Serrote,que o abraçou comovido:

Lhe fico muito agradecidoCapitão pelos "consolo" e bonsconselho.

Pode deixar por conta doMardoqueu que você vai ficarbem servido.

Se Deus quiser. Dá lembran-ca a dona Azullna.

—-Será lembrado.Capitão Teréneio lavrara um

tento. O resto não foi difícil, po-rém, inteiramente diferente doque estava ajustado. Em segredapreparou a fuga de Tiliu, o quonão foi' fácil conseguir de Calü,que deu sua aquiescência com acondição de acompanhá-lo aindaque fôsse para o melo do infer-no. E anoiteceram para não maisamanhecerem no Brejo, mãe e fi-lho que fugiram para o distantemunicípio de Canoas. Foram reco-mendados a um fazendeiro de Sa-nharó, que a ambos dispensouboa acolhida, instalando-os emsuas terras. Alguns anos depois «1que se passa aquela cena do mer-tado da vila. Vamos de novo acompanhar os passos do bonlfrate.

Rlzérlo, prazenteiro e brinca-lháo, acolheu-os sollando-lhe umade suas habituais pjtòtó, esta a!u-<

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" ' *¦«•„¦ ..',;i(-.*':

rlva ao hábito inveterado tic TI-Uu:

oi.í Tiliu rio Rrejol Jã "aju-dou missa" hoje'.*

llihornão seu Rlzério. Eslnudescansando esses riias; isso é pránão falar com ".soberba" porqltominha tenção, é deixa "ela" denma vez prá satisfazer a mãe, .|»etem rezado multo, lüi vim ê pr.tcomprar os "simples".

Ki.érlo 6 atendeu, mas nâo odeixou sair sem outra piada, «ttt»~o pós cismado:

Se encontrar Rufina pela rs-tra da «16 lembrança da mittiuparte.

Kuflna havia morrido mesesapôs a triste ocorrência do Bre,oem conseqüência rie um mau se.-cesso. Tiliu partiu deveras eneaüs-trado com a brincadeira.

Quase a lusco-fujcò, havendo játransposto dois terços do camin>»ipara Sanhaió, foi atraído por umtentador cheiro de cachaça que <»vento soprava de uma Venda abeira da estrada. Ia Tlliu maçam-búzio, entregue á vocação do pa*-«;ado, Já .propenso a afogar suasmágoas no perau da cotreia, masainda Indeciso em virtude da pro-messa formal, de não beber, feif ia sua mãe. Mas o "meladinlio".que marchava de rédea frouxa,resolveu o impasse tomando a dl-reçáo da hitácula. Já há variouanos trabalhando para seu amo oconhecendo suas manhas, se na-bituara àquela parada, onde esta-ctonava amarrado ao mòtifSo, pa-ciente c resignadamente, comobom cavalo de cachacciro. enquan-to êle "relava" o balcão horas es-quecidas bebericando e contandopotocas. Sc bem deliberou o "me-ladinho", melhor agiu o seu nonoembarafustando-se pela venda ndeixando, naquele açodamento, osanimais à vontade. O cavalo per-maneceu mas o jegue, que não ti-nha preceito, tomou rumo de casa.

Lá ficou pela noite a dentrotrocando talagadas c càyaqueandocom outros fregueses. Aos poucosa prosa foi esmorecendo, com «aprimeiros cantos de galo e os com-panheiros se dispersando, cadaqual tomando caminho diferente.Sem preocupar-so com a falta rie»jegue que, nó seu pensar, teriacertamente tomado o caminho <3tfrasa, Tlliu apertou a cilha da se-Ia e montou no seu cavalo, rn]"logo pegou o passo cadência **> riis

(Conclui na 15* páff) .

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¦':' ¦ -fí. . •

WÈ$$xÊeI$íÈ*

jS'. '. '.*Ss,!i . ¦

üominfo. 5*6*1949anmmo - ^«^

MBJJ ESTIMADO ronfradc

João Luso assina, ha v»-riuH ano»,, m Revista cia

Semana, um» seção (Ir rrillrs dr livros, < ruir» própria.nrnir. náo: hrrvr eoinrniarlnaua-r srmprr amável. >rm urrj,ntonlaa ntt« paixões

ítirny de t«uurmnni observou,certa %c». que. sr » critica ne-

: <»n.i r neceesàrla, noana con-««uta drvr .ser. ar preferencia«oiivocar » imaginação par» aslestas de gloria..'0*0 Luso, rm mrlo sfeuin detld» literária, parrre \bm} p4„.Utlu o m-u comportamento drrr«mM» p»r ris» recomenda-

cao.ACtiho por éle um velho anie-

00 qur o irmpo sempre ucrn-lunu. Or minha geração tal-vci seja ro 0 untro que lhe......iiuimmi a vasta ODrj| m|b|jcada rm Urro. Srl. assim, de«o.i,ciência plena, o qur há draperiavel mi boa pari,- «j..«imlo qur lhe fluiu da pena ,„.qi'.«ta.

iscmprc o julguei romn » es-entor eleranle - Jamais ,.„.mu a purista. No entanto, h»dois meses sofro a lastima dcve-le considerar-se Mm trama-uirgo, ao jeito dos Impertlncu-^Ja.íM,?m de -W««tllho.sjramaticais. qur são «, ho-mi 1* de fraque ou raeeiia daliteratura,

sc Luso quisesse srr pur.,-Ia apenas para uso pe-soal —aioua qae bem: • Calista Uni"f-?; cm*w»*»va o rstlloM*e entendia. Mas nio é ls*o qur•corre: João Luso quer rmpu-njar, numa sanearei rrssur-«4ca* de juventude. • podreyarapau de Osório Duque Es-«rada. Postou-se então o ve-lho mestre na sua esquiua dailustrada Revista da Semana e-di, hojr. distribui fteres,. comJ»traé, ojratahâo de espinho*

ae^ramnJea* * "*" ~ ***

espetem ase no carne 00 ae'«arnío* «M-utr*» de manducará**álw «Toanaoun m ¦ «•¦¦ - ¦•'- —

•ais ilustrado*. waaeOaaa "en-*** erros de mmátli ¦ * _¦-** até ai moda haverá, rf.«•v«saaseojOe, a ccnonrnr. Será• < ~r*pale da exatidão ou oempenho «Je TTraanlmiHixi T_qne levara o «Meritor a indi-«r a leia. o llngaaj.r alheio.li ««estão e qne. na parte «Je»-ftira, Joio é: no peéprto es«Io do artista du letra», «ana-•«Has cincas" se evidenciam raeora Imperdoáveis. Nao com-Emendemos realmente eomoum romancista, fora dos diãlo-£<*. pode escrever eomo falam•«pessoas que não sabem fa-

Por essa sentença atrabiliá-« *, e evidente q.1(. lWM">ra reduzir-mr à condição dr"»> escritor sr,. noção dr seuOilclc».

Ainda bem qu -. ho rabo caJôUtía, I uso ÍJfTolou aquiloQnr. considera os meus "-n-«W.T!?'• K ludo a<l««o ^tá«rtr^ ngorosamrnlr certò, com1««e sflo dr minha intimidadr»> atenção à pessoa dr JoãoJirfl

csrreTÍ---" ««w rarU po-rv : ?ni .*»*lW -«mia ou

fanW* qBe m* e^ln, d^«»ol-»*mente ar^uidosreítS?^1' dírBlit* um» «»«-< in^ * -WWicaçâo da earta.<»"co semanas depois de ter

utl.es? 00: vem nml acooana-^** »-«»naa refnUeão «ir H^^, 10a f «aJ «loaÜcnrã^•P^tto de seu nntor*ramrt»*3nar uor mui maZT^L.a

'¦VHIHWIII.0. '1U«.^u»j, W»**#«>T»-&:r*^í-?!jií... i£rju« jt :<«»!>.?L unrcito do gramaturgo

Vigiou — 7

SS '," »««nlo ragai ou „ri..wpiUoaa taronraaooeoSr. |K.rir,|am,.IUt. q||r"^n, Io» s,.^ ,IPII.Uuv ¦

•• alrni. u<n julhtóino. ja :n-Cobrado a Unem. M,„M ,,a.Bina, » In** do tininc da uer.«HUfttl.. Km rrrto irrrho/ a«?uprrssao «*as palavras — -a,toalhas das" - QUe farlam JgquênclH ao irxio: -praiihasdosjUlares". i>ua, ou tréjjduiidanrlas Mas isso. rm obra,uierariaa, r comum.ssim». Nem!•»vera escritor isento ric ma-«iilas drssa rspérir

Admiro-mr. porem, qiu» „mrunfrude tomo João l.uso, qtirtmi a ««.perlriiria de sru ofi-«,«». venha ar«ulr-me dr taisrnuiteoos, romo se drlrs estive-ra imaculada a .sua beta obraCorrcJ» tiarçao. «a HSMrasubrr a imitação dos Anti/íos"»Uvcrtc-nos que .Sá de Mlran-•j», l-rrrrira r JÜIogo Brrnar-U'* r«»ram «raiidrs poeUA."*Ias tirm por ín-m. a, p^.

-WM escaparamA culpa original: tem suas.... faltas.tem seu» altos e baião*.#. ^ t*w -wiilroa.«>nde da ro* focinhos nm,_. pedante-.i.moora nem srmprr ae tratede am pedante, eomo no tuse

^«oepcional 4e meu confradeJemm Ihko. que ao entantoa«oima de -peo^ntescas" ai-tomas de minhas eipresoôeN aregjs facilmente se comprovaK« sete itens podem ser ar-rolados a* arfnioãos capitai*

g -w-*» Ivvnntan contra »as4m*~ »He Menu

o 1J-e fiuer

J0$l li' MONTEI.!.O

sr João i.um» desconfia daprocrdfiici» da informarão ,,„,.«mil Ibr prrsio. roíisultr o ti.liu,qnarto do "Oloeoãrtam Medlaeet in rimar lj»tiiiluil.s-. pãftm».»!. ].m oiilrará ai dois rxrm-PIon claríssimos, a que ru pov,,,arrrvermar um tereriro. com olatim da Vulgata. do l.lbrr ISal-morum: "Quoiilam tu lliumuialuceniam mram. Domine: Oeinmeus. iilumina tenebras nuas"Vrja «Kora o meu Ilustre COU-frade, para melhor rlare/a drslarsimslcao. romo foi qur o padr.-oai* Ferreira dr Aimrida tra-riuilii para o portuj-ues o Uiin.cia >ulgaU; "forque tu aceiuic.ras minha candeia: o Senhor«nru Ilcus alumiará as minhastrevas". £ aftora roufira evsatradução com a qur foi frita j>oium dos clãssicot, da língua opadre Antônio Pereira dr Fi-ffueiredo: "I*oi* tu. Senhor. nlu-miaò a minha candeia. Ksclair-OO, mru ItVus, as rainhas tre-Ainda vou mais adiante, nu

paciente propósito de íaxrr ru-irar pelo* olhos de João l.ie,„qne "alluminare". dr que saiua forma portuguesa • aJumiar",também significa acender.**••• c*f»« •4>*> fvnle sabe.saoe francês. E não andará es-

qaeeMo de que "allumer" —.forma correspondente á parto-«nesa aluraiar — «jew preci-»«»ente este «afniflondo: arrn-der. Para melhor alumlar-lhr oentendimento, copio aqui o ver-bete "allumer . do Ihitionual

re Et.vaMiociqae de Ia LanguePmnealsen. de Oscar Bleeh.—* *— volume, página 21:ponulairr alluminare.arique illuminare".

Los© quererá mais, para

,tt> r,rios. •* naafeoi *u m,,ía?der,r,avil- ¦*¦¦ B l«2h'*£££££?* í« «.

Mas l.avo. que dr,c«„heHa oNrntido dr acender tl« verboalomiar - tallU r |u;rr^qnem ihe indiem. aV„í^

lrúTZn ° 5 drU ** «-•«•

«as criaturas acuadas F ii,.«rodlria sequer a «JWm

SS" 2 í0^»* =»"«"»iar e acen-

Kssa lógica de encomenda sAM parece rom as do Santo Oh-<.-0.l!!,and,, ,Bert" •,,Uf«««- ro-..-•eira iara queimar um crls-tao novo....^í0 Ih' «^M -ul^dadr..'«"o Luso. para restringir Jns hturjicos o verbo alumiar»Oue potestadr lhe hai,.* a.espirito, para aombar de rmaveneranda pessoa ?

terKaeu.'?< " 5?" ** r*"wVrslnhos dr Antônio Nobre-

»uma qur ru não lenha o queia*ter. .«das. par» íhe **r agra.ila»r|. atendo »«« ,,,» mc pede*m lugar dr ritar-lhr os at«-NaoJeaa, um a uni. num riem-•Wario dt oHovo litu-lhr, fieima *r/. simplifhaiido a rro-»usU. a Academia mtrira. uur;o»írr,u o prion-iro prrnimIrancisro .\|vPi". .m m, Mexreleiii,. Uvn, ••J)»l„nirio drWrbos r Rrt,mr>- d(( ffg°?fe» --en^ndes. n. ^jdicionário, a paçim de n. j»•J. edição, sr pwlr verificar que« verbo acndlr. im arrpção drl"rstar socorro «embora eumiihcm conheça r«.rmplo cmioh'w?rr' f* <*'»-">. *•«•**""oo>eU« durto

Looreei-ase tio ju Li mento «iaAcademia, ,Mra aí..;Ur „ JlÇji-do prol Fraruivco rernandes^»ci acha ro... Joio l.uso,que andei acerta Io?III —» EMPREGO DO VER.

BO ROOeAR

'• Acendei ritinhos. as ».»-a. . liai.Alunuai '

Velas de cera nas lane-Alumiai :

OO Hi dea.1.1

Mvro.«Tente,

í?* -*«* n-aroaaler a r««

** «ar saah

¦»*. Talvoi Joio Loao esteja¦» çalegoria daqueles en«tad*>.

?I ÍP*1 C#"to "Os errosÍül *^TM "¦• ***** -50SOS-*nm e eternas, os «ales. ae pos-'•veis, efêmeros deoeoMes"I — ALUMIAR TAMBÉM

SICNIFICA ACENDERHá, no cancioneiro popular0*>rturuês. uma quadra * desteteor, incJuida numa coletâneade trovas de Agostinho deCaninos e Alberto d'Oüveira:

"Eu quis faacr um cii-arro.r ra não perder o costume.E reparei que não tinhaTabaco, papel nem lume".

Na linguagem oral do Mara-nhao -- terra onde se guardamj*s melhores tradiçóes da boaUngna portuguesa _ é comu-nissima a expressão ceder'olume , no sentido de ceder ofósforo ou a brasa de um ei-garro para acender-se outro.A palavra "lume" acha-se di-doimrisada com a significaçãode fósforo. Quem tiver dúvidasconsulte o verbete próprio noNovo Dicionário da LínguaPortuguesa", de Cândido de Fi-gueiredo.

Pergunto eu agora: do snbs-tantívo "loase" qne verbo se po-*?\tmm*r J-*» -««v^nir-lhe

»«; üas^aaaente êate: hnadar.?!£*** *******, dentro do «ri-•*C*rt^Í oãVotaT^unliãal Éon* á^aunT*aoa\ovmuãar«\ m> ¦

statéttea, pexonar á Kngna por-JrWtgnaJi^oeeasofor-

o

_ Formato, agora, duas perguu-tao: l.« —. Haverá dúvida de que"atamtar- signifique tambémacender? %* — k lume. com oeseonplo da fraseoiogia correntee ainda do cancioneiro porto*«fj-ja. não se emprega para de-«amnr o fogo que se comunieaa noa cigarro?

Nos glossãrios portugueses,dais, peto menos, consignam overbo "alumiai" com a .ságnlfl-cação de "acender": o \£x Au-lette e o de Frei Douiiugos Viri-

'•*"'• ar ii *** **-*•••¦• aa oon*rssmssm^ taieaa ao piinoun on-f^^:*l (PMtfilt* • m

•on-oe «a palavra "Joelhoverbo respectivo: aiaotnar

Ras virtude da eioadênoia aa-terier ée verbo «ao ioYooaa, tor-•*-S~«lon oMBBHaMMb fl aoainm «a«m*nfA^.

irão primitiva de wllnnunmr*.

^j^eaaaoaaaju-pilw «ai.voi ae a verbo "àYaoaaaare" oV•ano «num a foram naaaaar "ai-luminnee'% n&o i«n»Tliajjx. noaP^SantPWS.

ra.Km plena consciência, poriaH-to, foi que, na elaboração dt-

meu romance "A Lu/ da KstrelaMorai", empreguei o verbo alu-miar na significação de acender.nesta expressão: "alumiou o ei-garro".

Oue far. João Luso, ao ler meulivro?

Apenas isto: louvacio na suainseiência para suspeitar dc mi-nha ignorância, impugna a c.\>pressão, sem qualquer autorida-de «o assunto e sem qualquerreflexão, na critica com que Üicdistinguiu, na sua coluna da Re-vista da Semana.

O gramaturso, nessa sua nota.não esclarecia. 110 entanto, omotivo por que me impugnaraa expressão. Duas hipótesesocorriam: ou que Luso, de me-morta enfraquecida, suspeitasseda invemaculidade da palavraoa qae. sem leitura ou medita-eão, desconhecesse o sentido queca, com a autoridade dos elas-:deoa. lhe emprestara.

Para atender a ambas as hi-oôteses. citei-lhe o verbete doIWrJenári© dc Oomingos Vieira è"stea versos de el-rei 11. »«ar-íe, no "Leal Conselheiro":

"Manda o teu messegeiroBo oeu alto, Spritu Santo.MQa'esc*lar«ea e alumee

THIni qae nom mereço[tanto".

No «rôfario testo de meu ro-•ns mais de uma paa-—- -i*aa evidenciou qne não

•en desconhecida a signi-•** laoma de "siumiar",

i-r~—-» •• «enroenée desteo\2\ÍL,ML ****** xvntt

Aproveite ainda a luãilea eagarre o almniader que. no Oi.SS? de ntmúnsm Vi*"««Ü,*

* a7«*edor: enfie-lhetUltl*Umtui< *• WUndrau el«dh

* «ompetente Mão d*.fudas para os serviço* do ai-tar-mnr! ..•':***• Ja qae • meu e<MÍtit>j«L»

££«**• normal, medke u*JV5-»

» reoeeiie do -airsj*..£* » H** qner «hoer •pii.r•ara eims" e veja^o) eonso M«ne João Lnao o naii «

**r* o*»«vo. Lato! •;> asitatuue está lá! Ue* lMfnt ^^•35 lzt: íf? '^ —Vo7:,c0 VERB0 ACü°^TRANSITIVAMENTE EM-

PRECADOA cvpressão - .C<MOO

íosseacudi-,a"-pwtniniem_?r?S?ã* »»"¦ dos capítulos deA Luz da Fstrcla Morta". nà«.lííradou também a« patadaípurista dc João Luso. líiSi*wl»» carta que lhe entreguei «exemplos nos quais me apoiarapara dar objeto direto ;».o verbnacudir, na actpção dc "prestarsocorro". Dm, de Bucíides daLunlia, nos "Sertões": ".xcudi-iim-no os companheiros" Ou-tro, de Júlio Ribeiro, a quemiludido dc Figueiredo, aos"Problemas de Linguagem"considera como doutíssimo gra-matieo: "Se o nio acudissem.tinha-se afogado" ("\ Carne").

Julguei que Luso, com eaoesdots exemplos claríssimos, pas-sasse uagoento na eoceira vor-nacnHsta...Kngano meu: Los* quer aai-**~r,lc •«-*» *>««aria. KnriM-

dos da Cnnha e J«U« oVaottanao lhe servem. K dnpiü «oe<tar várias ninipiian do \««nclir e ano na» voai a»Pffe-me êse «ne ame dêums colhidos nos aoadsmuoiMMachado de Assis, Rui ülarbo-w. Olavo Rikvc, Alberto doOliveira, Raimando CorreiaJfaão Ribeiro, Vicente de Car-valha, Amadeu Amaral. An§ns-to de Lima, Ramas Oatoão «

ItnRo bem, João %mm «rool••• l#a> fRnao,: aalMi • •>*•«•-

!'ara descrever os anjos de«Juro que sc- achavam em ^tadr um altar. d5i, verbos ,„«.uriM-reram na rlaboraei,, „ejneu h»ro: roAmi e circundarF escrevi. para f,,Jr unU4 r^mlidade que estav, dentro demeu crânio e da | treio queainda sou a mehior autorida-•>» uns anjos ,le ouro querodeavam o altar ...Pos-me logo JoJQ Luso • de-das eaturra sób.. • rrrbo r».

que macula.Supúx que meu caro confra,de desconhecesse » sentido dc*l-ietaç.,0 que lhe .or» empees!«-.do. E abri-lhe o meu Iler-,tulano, neste p»>„ de «F.mí

co o presbilero : Veremos o«c

*«r ctado esemp»ol fore«d2*^m exphcar-sr. investe-sc doreataSS"!?4 ***«****> con-tesUndo-me com estas oai.>ras: •Fscrevcr-M.

que aEua-

2rn7f: *•"; Vk,b' CWn,es «•*5P de qoe se irata não cer-

dele »e««.om.aí«i.Sinto moito íér dc acabar.

ria *T * ** «**•»-*>«» é ama questão como a

riena ficar sem respostaEm todo caso é João L«s«que fala c eu devo a João La-*». velho batalhador das «e-<ras, a horoena5rm da mii.a*atenção.Você estatui qwc „ verbo í ro-Uear" su podc M.r empregadorir.sde que implique numa i;'riarir volta total: ,>e!a frente. »,e-Ias costas, á direita c à es-querda.Se vocf e^i-c isso dc mim,João Luso. so vejo no caso umsintoma.- você ainda náo leuCambes. Se o houvesse lidoteria encontrado um exemplacl»ro, claríssimo, contra a Lndoutrina, no canto terceiro, cs-•role sexta, de Os Lusíadas.":

"Jar. a soberba Europa, a.. quem rociei»1 ela parte do Arturo e do

[Ocidente,t om suas salsas ondas o(«SC**.»*,n >*»• austral o mar me-

tdittrràneo".

Até hoje ninguém se lembro**r «mpagnar em nome de boa*»<*»»*««» èase rodeia- ea-

a paríe leste da Iara*»a fleon fora dète —¦ édente.

Nao eooneio a deselegãntfade sugerir a João Luso quoooasuUe a mana. Além de en*ropeu de nasoinaente, mea eon-frade tem viajado moito e aa*•f g^ograMa. JDos loaiáihn i

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Ü3 domínios do Jcqo Condo Hoje suo gg-dídos para que LETRAS E ARTES presteaqui uma homenagem go: pintores paulk-tas, oro expondo na Rio, nos Salões cio Mi-nlstérlo da Educccoo.

'

\ i JL mos qtm cornos nos desconhecemoj quase, o essa esplêndida mostra deano promovida pzlo Galeria Domus, vemrovelúr-nos uma pintura digna do ser vis*ta, wj.m padrão excepcionãf^b equilíbrio,gravitando sertánrieníè em torno do verdà-de;ros problemas plásticos.

A nota dominante é a ucúàaúa do con-junto, muito embora cada artista sina oprocure a sua linha individual.

Mão há relação específica entre a for-ma de um Bonadei, vigoroso em suas sín-teses e a de um Rebolo Gcnzaíes, mais mi-nücipso e sensível, ou en^rc o flamejante '

' jT A S^^**^SSÊÊW^fWaVM

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'^'lW.iÍ*K*XV3»/«*rt.^*ík' ¦ y *y*JiW»Mtg4í^aw*^'',';»'rp&tpngtttZjy- w^Ki^«.*<*^v<.^v«t«».tiM»^«abBiwr««y, .»»¦.. JM

Aldo poli

NOg^^^íff^f^''|S22^|1r'^^ M '

RI SANTA itóSA• •>•»« *,,¦

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Fióvio doCorvolhoc o nosso velho D- Cr.. u'' h°I^ autentico paulista- Dorftn'^rí uma atmosfera c^ „M T^ ' p »«"''UwtwíU ti n r.f l.*i /T**"r.*** /**i t-í ..^.^.1*r , , .t-,1 .!„ "iJ a*fe ^ue realizoo unidade •uv ^-poniosü e oue outpn^írn

¦. . * u Ull° C;-coía com os suas cons-ciementos íormdçiores de üru*-

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5 - qije acima de tudo estamos¦ gmmos pintores, conscientes^ o P^náo juvenil da origino-

e Volni P°^fÍÇf lcu,vá-;°- a iodos Zanini,o vo.p», Mohúfv p nr-w n.,; ^- '

ciano N(y»Z 1 ¦ n Quinno e Gra-wano, f\oemta, hnda flor de DO^sia oSijva, tlor pura da terra.

desrSrtT0*1'0 ICOm °3 Pintores Paulistasaesperta-nos salutar confiança no futurado nossos artes, al^m ón pvlm^u •riednHp o »™„ exemplo ae se-do Rio °n,a que traz acs i^ens

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Pigina — 10 LETRAS E iRTES. «!r»!."^(W-"*ir!it-.-.- % •%-,-

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Domingo. 5 6 1949

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VOANDO PARA O RIOVoaram pura o Rio Imune-

ro* quadros de pintores pau-listas que. (traços nos proprle-•'-." da Galeria Donui v u

boa vontade do Ministério duEducação. esteo expostos nosMlIÕC* Clt-vr tM-lt» edifício pilbll-co onde moureja 0 |>oetn CarlosDrummond de Andrade.

Esta i- umu CXOO! .içáfi ba.Muli-te biteressantc, quer sob o jion-to de vista da quantidade comoda qualidade, pois são apreseu-lados telas de Di Cavalcanti.Graclano, Rebolo. Pennacchi.Volpi, Tàrsllá, Noemiá, Flaviode Carvalho, Lucy Cílti Ferreira.Lúcia Suané», Zanini. Bonndei.Curnicelh. Odctle de Freitas.Yolanda Mohally c outros. Porela poderão or> cariocas avaliasc» estòrço dos paulistas no terre-no dos artes plásticas, ao mes-mo tem|K) que os critico-; dirãoa Ultima palavra sobre a elvi-mnda "Escola dc S. Paulo".

CONFERENCISTAS DEFORAS. Paulo no Um de maio con-

tou com ví-rios conferenclstas deoutras terras que paro aqui vic-ram encantar os paulistas, uns.com .sua verve, outros com suasabedoria e finalmente outroscom a simples presença.

Assinalamos primeiramente asconferências do escritor portu-guès Hernaiu Cidade que. a con-vtte do Departamento de Cultu-rr< é Ação Social da Reitoria daUniversidade de Sáo Paulo, falouno salão da Faculdade de Pilo-.•"'•fia sobre "A poesia modernaportuguesa; Fernando Pc.-soa.«Vse Regio e Miguel Torga'' e arespeito de "O maior século daHistória: O* Lusíadas*. Henia-ni Cidade, nue é professor de 14-1 fratura Portuguesa da Univer-sídaric de Lisboa, conseguiuprender a atenção de «randepú-blico que acorreu para vé-!; em vi-lo.

Também grande público tem

ALCÂNTARA SILVEIRA

Ação de p das e danos contra "Letras c Artes"Ditem que um antigo presidente do Republica, tendo nomeado todas o% parentes «are cai-

gos públicos, ostumavo y-ipond-.- aos seu ^tnimigot; "A Juvnco começa por cata " Ora,

uma ve* que a Justiça deve comc<ar par com. quero foier uma reclamação contra este supte-mento Aliás a reclamação e minha, do Mick Carnicelli c do rcvhta "Invettigacóe»" Oroda-»c que "Letras e Artes", no seu último nu-iero da mès d«- maio, reprodutiu uma cabeça deJoyce, de autoria de Mick Carnicelli, feito cipscialmcnte para o meu artifo "Uma sentença ju-dicial sobre "Utytscs" publicada no numero dc abril dc 1*4V dc "Investigações", sem duer dconde havia tido tirado. .

Como *c ve, o situação que ic criou entre nós três, dc um lado, c do outro o "Letras eAfim", c deveras lamentável c embaraçosa Como náo estamos na tempo tia auelo, a únicaalternativa será propor uma ação judicial reclamando perdas e lono-. da suplemento, uma in.deniiacão que deverá ser estipulada em milhões dc cruceiros, além de custas, honorários de ad-vogados, juros de moro, toso dc qualquer coisa, «elo penitenciário e de educação e saúde etc. . .Esta é a vingança mais suave que resolve mos odotar, uma vei que a primeira idéia (oban-danada mais tarde) era i de k pedir cm Juito o cabeça do Jorge LocvJo, numa bandeja dcprata "Olho par alho, cabeça por cabeça'" era o grito dc guerra. Mas como esse negóciode "cabeça por cabeça" dá idéia d* corrida dc cavalos, a idéia toí posta de lado De manei-ra que a único sa«da foi mesmo o indcnixoçào, pois estamos certos de que ainda poderemos nafinal da demanda, sair pela seião livre dos jor nais gritando "Ainda há Jwites em Berlim!"(Mas há, ein?. . .)

tido Agripiuo Orieco cm sua"tournée" pelas salas de «cm-leiencia da capital paulis'a pororde tem discorrido -sobre váriostemas. Seus assistentes tem-se

«•"contado com a "verve'* doconhecido escritor que não perdeu.sa para por na mu os podeesdes medalhões...

l*or outro lado aplausos uaotosam negados a José Lin-- cioPego quando terminou .sua con-fcrénciii sobre Joaquim Nabaco.realizada no salão da BibliotecaMunicipal, sob o% auspício1* doDepartamento Municipal d"-Cultura O romeixcista foi. de-^ois. alvo de significativa home-r.agem por parte da GamavaBrasileira do Livro, cujos mem-ovos se reuniram ao teu rsdo*numa mesa de almoço.

Também muito aplaudido / »iErieo Veríssimo que. lambem aconvite do Departamento Mu-nicipal de Cultura, discorreu so-

bre 'Reflexõe; sobre a arte dccontar histórias'".CONFERENCISTAS DE

CASAForam muitos o» coníerencis-

ta: ca da casa. isto C. de S. Pauío. Assinalemos apenas alguns.iá qie não è possível mencionai•odos os que. diante de uma n'a-teia. abrem a boca nesta Cam-tal Artística.

Mencionemos a conicrência aePlínio Salgado que íalou nu

Teatro Municipal*' com a pre-sença do Presidente da Assem-

b'« ia Legislativa e o repteser-tar.tc do Governador do fc-.udosenoti entusiásticamente apl.ni--tlulo pela grande assistência q». elotou completamente a no.Síaprincipal casa dc espetáculos.

Miguel Reolc falou no "Cen-tro de Debates de Assuntos Eco-nómicos Cnsper Libero" sobre'^Filosolia e Politica do PadrePeijó — o pensador e o políticounia revisão necessária", ien-

do sua conferência sido ampla-mente debatida pela' OSSlsten-tes.

Também falou no mesmo'Centro de Debates". EtòiaitdCorbisier que teceu considera-ções .sóbr,e a futura lei do inqut-liiMto. Também este conterei*-cisu foi amplamente aparteadedurante as debates qm- cararfte-riram aquele centro de estu-

das.Dulce Soles Cunha continuou,

na BtMioteca Municipal, seucurso sobre literatura brasilei-ra, que tem reunido sempre boaassistência, principalmente depessoas que desejam iniciar-seno assunto.

Oiwskl de Andrade lalou noClube de Poesia, em continua-ção á série em que discursaram¦urvalo Caunabrara, SérRioMiltet e Jorge de Lima. O tomaescolhido foi "Dimensão da Poe-sia Atual".

SAMBONET, NO MUSEUDE ARTE

Roberto «ambonci. ItaJJanu,com 2.*i anos de idade, auiodt-dnta: eis o pintor cujas temttrirnamentam aj-oro a sala drCXposiç&O do Museu de Arte de.sfto Paulo, cuja dlrccao estaentregue a P.M. Bardl. Kxj>o,pela primeira vez jxir volt.i de1M7 na "Gummetenn.s Konsi-•^ailcií". de Estocolmo, opu en-tado pelo dr. Nils Pahugren..superintendente do Museu Real.Sua segunda exposição pessoalfoi na Galeria dei Cavallino, deVeneza, em 1948. Pos parte doKru-xi -Pintura '. de Milão, doqual participam Afro. Almone,Bcrgolli, Birolli, Cagll, Gassina-ri. Crippa. Cuttuso. Mlrko. Mo-rení. Maiiotti. Pei*vcrellí. Piad-nato. Tavemarl, Treccani. Vc-dova e Vianl. Com estes artls-tas, Sambonet expôs nn Kxposi-tão Coletiva dos Pintores Ita-lianos d«» vanguarda, realizadaem Milão, no m»Js de janeirode 194Í).

Sua exposição atual, da qualreproduzimos uma tela. reúnetoda sua obra de 1948 49. parle*dela inspirada na natureza ora-slleira e no homem que se mo-vimenta nesse "back-ground'.Realmente, Sambonet escolheua locailclade de Sáo Scioatlao,no litoral paulista, pura entrasem contocto com as nossas cú-rés, que \ao passando para seusquadros em nítidas ir-fiagznntesreproduções. A mostra atual duMuseu de Arte de São Paulotem sido muito visitada r.So sò -mente pelos entendida; comopelos curiosos que at.uahvenlevão acostumando a retina «onovo colorido e a noras linha*deis pintores da atualidade.

O Museu de Arte, como sem-pre, merece uma visita demora-da e para ela convidamos oa lei-tores desta pagina, não fiàtnen-te os da terra como os dc fora.Principalmente os de fora...

A Novela do Bonde'

\ Em circulação mats umnúmero da -Novela do Bon-dó", uma publicação que temc o m o Diretor-ResponsávelOtávio Bukão dc Gusmão ecomo Direto r-Literârio,llráulio SanchezrSaez. A no-vela agora publicada foi 'Oscastiçais dc Santo Antônio",de Ruth Guimarães. Como oseu próprio nome indicapropõe esta revista a pubh-car novelas que podem serlidas nó bonde, no trajetoentre o lar e o escritório,substituindo assim, com van-tagem, as "Seleções" que,graças a Deus, parece estarcom sua saida bem diminui-du, ou os 'X-9", "Gibi","Grande Hotel", "Policia",vi/C • • •

Sm seus próximos nume-roa "A Novela do Bonde"putitícarâ histórias de lagoJosé, Afonso Schmidi, Bráü-]lio Smnchez-Saez, Amadeu deQueiroz, Guy de Maupassant,Godofreâo Rangel, Cláudiode Souza, Galeão Coutinho,Litoilio Varejão e outros.

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Pwriii e bmtHcéflKia

VTiMfJ^J&J? JâftifvmX^

! Na última campanha mo-vida pela Associação Paulis-ta de Combate ao Câncer,

, q«e se realiza anualmente.ipara angariar fundos com os

1 quais se possa construir um' hospital exclusivamente paa

estudo c debelamcnto dcque-le mal. o< pintores tomaramparir, saliente, ofertando seu*quadros para serem vendi-dos a baixo preço em benefi-cio daquela instituição. Mc-receram, por isso, os artis-tas plásticos de São Paulo oagradecimento da populaçãopaulistana que de vez emquando vê « pintura colocar-se ao auxilio da ciêíicifl.

O mais interessante, po-rêm, foi « veném de telas depintoras realizada tambémem beneficio és Campanha,contra o câncer, por GeriaBrentami, na salão ds Gale-ris Domus. A exposição detrabalhos de mutíieres aliasnão é novidade em Sãs Pom-1s, paia num és* Congrressosde Obstetrícia aqui rssJusáoslss GossfsrsssFssa, cas» sssssrsatsSss, sssmb amitsmticss fi'fmwS mm vMNMteto, mm sen*O "

ds ímafimarfo..,ammmamMaawsaMsmaam

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Domingo, 5*6-19*,

^¦po »:• rmmwL jui-ar

J criticamente aa tese* do* rxlsteneialismo francêsrepresentado por Gabriel Mar-'cri, Louls l.avrlle c Jean-PaulSartre, sem indagar de Miasorixeini germânica** e de suasrslxes no movimento romantl-«Ma qur a|iareeeu na Alemã-nha por volta de 1H00. B" porIsso mesmo qur a maioria doslitro* ou artigos publicados so-bre os existencialistas francesespouco esclarrce os problemasbásicos que estão em Jogo nes-v» filosofia de tão estranha fas-«inação para os espíritos de-sem atilados c desiludidos dcnossa época.

O que acontece atualmentecom o esistenclállsmo é o mes-mo que se vetiricou há trintaano» pastados com o bergsonis-mo e ainda sr observa cm nos-sos dia* com a filosofia do Sr.Jacqaes Maritain na Américalatina. Trata-se tle autênticos.sucedâneos da filosofia, eonsi-derada como disciplina tecnl-ca, que possuem a iticumparu-vei virtude dc dispensar qual-quer iniciação rigorosa, c quenem mesmo pressupõe rertos es-ludos básicos para a compreen-sâo o o domínio de seu con-texto;

i.' fácil avaliar o entusiasmo«iue tais pseudo-filosofias des-peitam nos círculos dos artls-ias. literatos e intelectuais maisou monos fracassados que «on-*iu«'ram uma sobrecarga into-leruvél qualquer espécie de ra-«lootnio e reflexão crítica. Otriunfo do bcrgsouisnío nosmeios iiterârios o artísticos seexplica facilmente. Basta levaren. conta que essa filosofia va-loriza a intuição como proees-so e método para a descobertada verdade; c faz timbre emacentuar a importância dasm,^.;, reserva; espirituais «.uenao se Submetem â disciplinada razão,

A conseqüência dessa posiçãoextremo, apesar de não auto-ri:'..:Ja p«-lo' próprio Bergson,foi o aviltamento da ciência oo soberano desprezo pela lóçi-ca. matemática c disciplinas po -s.nv.u. Ora, a mensagem caís-tencialistâ não difere muito dateM-ia béfgsoniana convenien-ten.ente deformada pelos disci-Pulos. As idéias dc Max Sche-ler, Heideçgcr c Karl Jasper?,apuar das diferenças entre aspoi.io.oes respectivas desses pen-.«adores, apresentam a mesmatônica fundamental que é .1aversão sistemática pelos resut-lados do conhecimento positivo.A linguagem desses filósofosse caracteriza pela confusão a•mntellgibilidadc

da maioria dosuas Pscudo-proposiçõcs espe-ruíativas. O que se verifica naspaginas compactas e nionoliti-«'as do "Sciii und Zeit" pqrtemplo, é uma predisposição«ongenita para o verbalism»associada ao mais completo«esprezo pela apresentação dcevidências que «omprovem asafirmações dogmáticas do au-ter

^quí nâo se trata de provar'ousa alguma, mas apenas do*Us-e.stionar o leitor através tio«m vocabulário abstruso, cujjsentido jamais é definido cia-ramente. A mesma arbitiarie-dade ou confusão subsisie namaioria dos escritos de Maxhehclcr c dc Karl Jaspers, em-Dora o ráoterismo desses pen-' adores se apresente mais ate-huado e menor agressivo do quo.na obra quase ilegível dc Mar-«n Hcidegger. K« necessário,entretanto, observar que essaconfusão nada tem de comum«om a obsciuidade de certos<íxtos fhosófioos também deongem germânica."?'£

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Pá; — 11

>rria injusto. por exemplo,ronslderar confuso uin pensa-dor da estatura de Raul, «.«,,.hora haja folgada margem pa..*¦O clawdílcá-lo írequeiitemen:ecomo obwuro. \fsse último«aso, romo lambem em rrandaparle da obra de Whliehead .«na-* Páginas finais do "llumauKnonledgc- de Bertrand Bus--rll. o que há é «.bscurldaucpara a maioria dos leitores, emvirtude do excesso de penetra-Cio analítica e da profundidade"Ungida pHo instrumento cri-tico.

Torna-se indispensável, poi*distinguir a fácil clareza dr «ei-tos escritores que nada tèm a«liscr c que. por isso mesmo, im-pressionam os leitores superii-dais ou ingênuos dessa outra«larcra que somente a penetra-eao critira e capaz de propor-cionar. Insisto sóbre essa «lis-linçáo, porque, cm nosso meio,se tornou muito comum atribuir

a confusão do autor o que dc-corre, a pesa.- do desinteresse ou«Ia falta de preparo por parte«le quem o lé. A acurarão quese faça a um determinado és-critor de violar as regras daprecisão e clareza, em matériade pensamento especulativo, de-veria ser acompanhada de re-ferência explícita aos textos emque se verifiquem tais con-i tisoes.

Essa tarefa, entretanto, poderestringir-se ao evan.e dasprincipais teses defendidas pelofilosofo com a indicação dasfalhas ou erros cm que cias in-correm, i;- 0 que pretendo ia-Ser cm uma série de crônicas

%Ã êm iL*f ^jisr-*vOrigens do éxistéticí

BURI'M.0 (•,/.\.\.//;a-.í,-alismo./

"«bre » moaoria e*ustencislistaO e*dateudalismo icria assim'como uma tias suas principaiscausas, a reação contra .. f||„-sofla considerada com» dlscipll-na técnica e a oposição Irrcdu-livel â lógica e ao conheclmen-Io positivo como domínio há-sleo a que se aplique o métodoe«prcul*liv». o esUtenclalUmo,no fundo, r um convite . jrrr*-ponsabllidade c está muito lon-sr do espirito de aventura e derisco metafísico que caracter!-w» os di -Jogos platônicos ou os••nsaios de tieorge Santa-ana.

Nao ha nessa pseudo-flloso-fia nenhum traço da grandezae da vibração lírica que per-meiam a dialética hegcllana, as«onfusas elocubraeões de Sche-Hng ou as intuicóes geniais deNictzsche. As púj.inas dc "Seinwnd Zeit" .sc desenrolam mo-notonamente, redigidas de umestilo oiíacf. cm uma lingua-sem descolorida e anêmica. Niose encontra nêsse cartapáciomonolítico (quatrocentas e trin-«a e oito páginas!) vestígio ai--.um de disciplina ou rigor ana-htico, nenhuma preocupação dcprova ou demonstração objetiva,nem a mais leve tentativa deapoiar as afirmações em qual-quer espécie de evidência.

Trata-se de um livro cm quenao há lugar para o conheci-mento positivo, que subsisti-ria tal como foi escrito, mesmose a ciência não existisse ou re-"ovasse completamente todos osseus fundamentos. Os cios tra-«licionais que prendem a filoso-«a â ciência c â matemáticadesaparecem completamente sob

um alovlio dé «ermos rbslra.los e «te neologismos pedantes.Oi argumentos sáo substituídospelas rcaç.Vs afetivas e a razãocede lugar ã angustia e ao malmetafísico

O romanticlsmo exlslencialls-U é anti-fljoaoílco ha medidaem que procura dissolver toda-.as li-açôrx da atividade espe-«ulallv;. com a técnica «le re-ílenão critica das «lendas de-dutivas, como a lo-ira e a ma-temática. Desde Platão, a filo-

SOfla e a matemática se encon-Iram indissoltivelmcnte lidadas.Todos as vezes que elas se se-param ou permanecem Indlfe-rentes uma à outra, a especula-Çao se degra«Ia cm vrrt alismo eo pensamento deperece ou sestibalterniza, transformando-seem sutileza cscolástira, semcontado algum com os proble-mas da critica objetiva.

A vitalidade do platonismo«lec i re da investigação cons-tante «ias propriedades da es-sencia numérica (nesse pontoPlatão restabelece as tradiçõespitagóricas) c provem da t«0-ria das idéias eternas que seconfundem com as formas inal-teravels do pensamento geomé-tricô. A dialética platônica não6 mais do que a investigarãodos números e da-j figurasideais. Ela constituiria a partefinal da matemática, o remateou o complemento da teoria dosnúmeros e da interpretação dasfiguras geométricas. Esses cs-tudos se interrompeu-, brusca-mente com Aristóteles, pensa-«Ior anU-matemãUco por èsce-h-ucia. As sutilezas silogisticas

fiM^rÊ^^Ct*V''*"^"*' **,"í>-v **-«c***<*~,rt ^k^r^^C: ísèfâiíP

eliminam a preocupação com »dialética e o naturalismo dofundo biológico do pensador es-la-.iríta Iposiçâo mu- t*>,U rt,.tomada modernamente porJohn Pewevj substital o ma-'Icmatismo ,\v fundo nietafisico

«Ia teoria platônicaDurante a fdade-Média, como

observa Picrre Dnhetn, uma dasmaiores autoridades em cosmo-logia medicai, a vasta compo-slçáo cia botada por Sáo To-mas se reduz a um ajustamen-to de peças retiradas de todasss filosofias do paganismo hclé-nlco, do cristianismo patristk»,das tradleóc, islâmicas c ju-dalcas O pensamento tomlMa,portanto, dé acordo com a li-ção de Duhem e Lecn Bruiis<h-vlcg, examinado através dassuas relaçó«'.s com a ciência ea matemática, jamais poderiaelevar-M a categoria de "fon-Ir", pois se reduz a simples"ponto de confluência".

Esse obscurantismo auti-clett-tifico e anti-inatrmático e com-pletamcnte superado |kh Des-cartes que restabelece os elostradicionais entre a especulaçãoe o conhecimento positivo. Afilosofia (artesiana repousa osseus fundamentos sobre a "ma-thesis univcrsahV que ua«lamais é do que a extensão dométodo matemático a todosos problemas do conhecimentoobjetivo.

Kssc majn:fico impulso seprolongou na obra de Lelbnir,cujas teorias s<,hrc a "caracte-ristica univrrsalis " c o "cal-culus ra-iotinaíor" abrem no-vas perspectivas que se ccmple-iam com as recentes aquisiçõesda filosofia matemática è dalógica simbólica. Na obra deWhitchcad e dc lic-rtrand llus-sei as marcas do pensamentoleibniziano são profundas, poisé nesse pensador original i cujasobras completas jamais forampublicadas) que so encontramas fontes do movimento n-no-vador da filosofia tonlerapo-rànea.

L' na posição Idbnizlana quese devera buscar o anií-uíucontra o veneno c.pcctilativoque o romaiilieismo de Schcl-Ilng, Fichtc c licgel inoculou noespírito moderro. \ filosofiahéò-lcibnlziana rcintrodiiz adisciplina e o ri^or que as cor-rentes anti-racionais pretende-ram subsíitttü: pela livre expan-sáo das fonas instintivas. Xes-se sentido, a Icênica do pensa-mento rigoroso e exato seria omais sério obstáculo ao triunfodas filosofias mitológicas, cujoprincipal objetivo é a animali-zação do homem.

0 DEMÔNIO NO 'INTEIRODO GRAMAíüRGO

(conclusão da P-i-M

Jlusmicap çjç yUkpÍ Kckis para :v p*

-»»**: .......

-»çn>J ç Os ivVM*t',05.M

'.-^^W-*»..«.«»-''<;-lí.. 'Cr'-*.*. -."<- .'','»*¦ .**

que este Luso anda esqueci-ivr bojei longa já vai a con-versa, que sei ociosa mas no-cessaria. Ainda mc compete rc-lutar quatro tópicos, para dei-xar demonstrado *~he I u-

%íMÓ-è :u,tor'dade'para me«i-r hçccs. Em outros estudos,que se publicarão em sequert-tia. alongarei esta defesit, t,„eCe mesmo provocou. Admiro-ocimo escritor - não como pu-rista. Kepugna-me. com o ve-iho apreço que, lhe eonsarroimaS;iná-Jo como,àquele éscrlba«*A saüra de Nícòku Tolentino-

"Teimoso g-..matiçâo,

Em longo elumbrií em.' Lbrulhado,Co a dóiifá pena na mão.J>a -a liiz iongo' tratado .Sobre,as Ici.s da çôrifun-"reao."''

...;,.....5-,^.,..,^ v Mi

-:i':

Pjgina ~ 12 IRTRAS i: ARTIS

a*\ EM DOVIÜA alguma paru^•«a o turUta. «* prnser acru.*-»J completo e perfeito, *capenas as bcle&is naturais routras o impressionassem, du-rante uma viagem. Todavia,isto nem sempre acontece enossa atenção é solicitada Ire*quentemente pata cirennstan-cias o latos que muitas vew*nos forçam, mesmo quandoquarcmos evitá-lo. a interrom-per o ócio admirável de quemviaja, para nos entregarmos aum verdadeiro trabalho cie aná-líse. mudande violentamente orumo agradável de nossas ohser-vaçóes que perdem o caráter dediversão e tomam o de estudo.

lima viagem na Itália, nestetnés de maio, em verdade, so-mente deveria ser motivo dedescanso e encantamento.

Seja qual for a região esco-lhida, em qualquir Província, abeleza serena do inconfundívelazul dos céus, o jogo discretotias cores na composição eiass*,-ca das paisagens, incapaze:, em.sua h.umonia e suavidade deinspirar a violência c o heróis-mo. or* tesouros artísticas desuas cidades, os monumentos eas esculturas, tudo pareceriasuficiente para no» Impedir dever e sentir algo que nãu íosseo belo e o suave.

Entretanto, aquele cenárioque nem sempre correspondeuconvenientemente às jKrças re-presentadas no palcc em que ol>ovo italiana vem ntuar.do emcontrário à sua vocação, náotem força bastante ]»ara nosImpedir que reflexões de ordempolitica e social no.> cnsombremo puro prazer de conte i;pl&.aquelas maravilhas.

Vejam, por exemplo, o reror-te mais belo e caprichoso domundo, das costas da Ri viera,sob o céu divinamente azui doMediterrâneo, de cuivas as maissuaves que jxxleria traçar ogrande desenhista do universo.

Pontühando a magnificênciada natureza, lá estão os pães*cie Castiglioncèllò, a cidade deLivorno. Stagno. Marina dePisa, Viareggio, Marina de Ca'--rara, e tantas outras localida-des cujo povo sonha c canta abeira mar!...

E, todavia, apenas nossoolhar pousa sobre os cadelasque há centenas de anos se oa-nham da luz mágica c fama-sa, quantos pensamentos diíc-rentes dos de ura simples tyra.-te, eles nos despertam!

Os velhos castelos nao eníei-tam somente a paisagem Ha-liana.

Exercem há séculos, tremeu-da influência sobre o povo dapenínsula, lançando sombrasmedievais que ainda não foramespancadas pelos ventos 'em-pestuosos de 1789.

Eles. os castelo^, e os resto?de muralhas...

Onde o desenvolvimento e oprogresso, aumentando a popa-lação encerrada atrás delas, emtorno cio castelo, romperam »carapaça das mesmas, ext.-ava-.«ando-se em torno tirando aêsse o caráter de -'dadela decomando, porque passou à ca-tegoi-ia de edifício público aopasso que os campos eram oi-vididos, eis principais objetivosda revolução foram atingidospaulatinamente e sem luta.

Todo o norte da Itáliu èmer-giu do regime medieval p'*resta porta.

O mesmo se pode dizer dasdemais cidades onde o barãofeudal saiu pela ponte levadi-ça do castelo a quai ficou de-finitivãmente descida, passar.-do pela mesma o funcionário•mero burocrata, que entroutransformando o elemento mais

UMA AVENIDA POR'SOBRE UMA MURALHA ...•*¦«¦*•' *****i*»mmmmMwmMmmimMmÊmmm*ÊmmmMmmmwmmm*m ¦ ¦ ¦ ¦ n ¦ -,,..— .

QIYMPW MOURÃO 111.110

importante de um regime, cmuma repartição publica.

Outro tanto, porem, náo suco-*deu em lodo o pais."

Ke*iôe> h o u v e, iwreccntí«jconstituir a maioria, onde ocastelo continuou habitação dosfidalgo* descendentes tios ba-rôes íeudaís e a* terras t-ircun*dantes ainda sáo propriedadeprivada doa mesmos, em regi-me de exploração quase idéiui-co ao medieval. A rtparaçâoentre oi camponeses e o pes-soai do castelo ê quase tão ni-lida quanto antigamente. Dl-versem ate na raça, pode-se dl-ater. 8fto tipos que se disün-guem du lot*ge. mesmo do pon-

to de vista físico. Quanto ticultura c civlliraçáo, nem valeu pena falar.

A verdade c que o fascismoconstituiu mais uma furei «que submeteram o povo italin*no, i»rque, relaUvamente & or-<lem social, qua?* nada fez, domesmo modo que c regime an-terlor. A u:iidad.« italiana no-•nhada i»r Cavour lol uma qui-mera taiuo m«i> a monarquia li-bcral-pariameniar comu sob ofascismo assim como ainda oí na atual repúbhca do rnesm'»jeito que a democracia não fôiainda realizada na península,nem ante. nem depois de Muv-.olini. UH se t-j a de se xvt*

riguar sa nlo tem tido bom ruimau para o povo. iras. «pçeiistie constatar.

A mau ria du Itália vive cmpleno %*rme medieval.

Os fidargos muda possuo*.!vastas trnas às quais dàv> odestino que entendem, se idacomum, em país ^uperpovoade.grandes arcas destinadas n .*i-M>rva di cairia. co«.u a de *-Jtn-foli, nosso acampamento du-rante a puerra.

Os dem: is, trabalham as IM-ias, sem iamai-- pc derem S5-nhar sua í"visão e posse.

Náo houve révoli*çao faieii-ta. Torraram o poiei i»ela via-léncla, enveredaram *xir u. i

Dois jovens comediantes escrevemuma obra-prima de Rimbaud

RUMOROSO CASO NAS LETRAS FRANC ESAS — O APARECIMENTO DE "LACHASSE SPIRITUELLE", CUJA AUTORIA E' ATRIBUÍDA AO POETA DAS ILLU

NATiONS . PROVOCA PROTESTOS — COMO SE EXPLICA O EPISÓDIO

RIMBAUD cala sendo ano-

ia o centro dc rumorosacaso nos círculos Utcm-

lios franceses. Vm peqwno co-lume, de •**' páginas, intitu-lado, "La Citasse spirituelle".incluindo rarios poemas, aca-l*a de ser lançado cm Paris pc-Io editor Paul Hurlman, Seuprejaciador. Pascal Pia, conhe-cido, critico de Rimbaud, náohesitou cm atribuir ao poetadas "llluminatións" a autoriados poemas, acrescentandomesmo que se tratara de umade suas obras mais belas.

Mas eis que surgiram rlúvi-das. Admiradores de Rimbaud.como André Brrton. leram o li-vro e ficaram espantados: masduvidaram de sua autenticida-de, isto è, de ter sido realmvv-te o poeta dc "Une Saison enEnfer" o autor da "La Çhãssfíspirituelle". Procuraram algunsentusiastas dos novos poemasurna explicação para o caso.eram fragmentos dc textos inc-ditos encontrados entre os pa-pêis de Verta'me è até então con-servados secretamente por ummembro da sua famüix O es-clarecimento, porém, mo satis-fez: Os admiradores de Rim-bauã prosseguiram dizendo queos poemas eram belos, hi--isemelhanças surpreendent s ¦contudo "La. Citasse êpirituclWdeveria ter outro uutor que náoo criador do "Bdtèâu Ivre".

Estavam as coism neste p&quando surgiu esta midade:"La Citasse spirituelle" nâo

passara dr vm "pastíche" tisRimbaud e fora escala poidois jovens comediantes. Milc.Ahakui. Vicia, bibliotecária dotnsiitutf dc Altos Estudos Ci ¦

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m%ê^ã,â^M^^mmmÊRimbju'j

nematogràjicoir- c seu amigoNicolos Balaille. Falando a uni.repórter de 'Le Figuro", Mlle.Akakia assim explicou o fato:— Este caso remou Ia á repre-tentação dc 'Une Saison en En-fer" em. dezembro de 1948, pekicompanhia de Nicolas Bataillc.

Os rimbandianos desfecharam,rntào. violentas criticas ao?,Oüso trabalho, acusando-nos.inclusive, dc havermos traído opoeta. Querendo provar quetido tinham fundamento osataques c qtir nos o COmpreeu-diamos táo bevi qnanto eles.decidimos usar deste ardú. JVt-colos Bataille me fornecia asimagens, as iluminações, en-quanto eu me ocupava da par-te filosófica dz obra. O manns-crito foi, c seguir, entregue aum dos nossos detratores, o li-vrciro Billot que, apesar de nos-sas declarações, sustentou quese tratava dc autênticos ír.c-ditos dc Rimbaud...

Dc qualquer modo. o casocinda está dando o que falar nosmeios literários parisienses, umavez que o prefaciador, Pascal'';'«, -que nà mais de quinze ano*rem publicando o$ melhoresinéditos de Rirnbaud. afirmaque continua a dar todo crédi-to ao texto da "La Chasse spi-

rituellc". Enquanto isso. o edi-tor, interrogado sobre o rumo-roso "affairc" se limita a dizerque esiá disposto a reembolsaro,9 leitores descontentes, ou se-jam os que adquiriram a obrana presunção de que se trato.-va mesmo de um inédito doposta.

Resumindo o episódio, JcanPràsiean, pergunta de sua co-luna no 'Le Figuro":

— Não teriam os dois jovenscomediantes escrita uma obra-prima dc Rimbaud?

Louís Jouvet fala a "Letras t Artes"(conclusão da 5a p^r; )

Inicio da carreira de comedíah-te?

— Comecei por estudar t,melodrama eom Léon Noel; de-pois segui o curso ue Leloir;afinal, trabalhei muito tempocom Copeau e devo-lhe o me-lhor de minha formsçào artis-tica. Não chegava ainda aosvinte anos, quando Copeaume levou para o uVieux Co-lombier" que ele acabava «efundar. Minha primeira peçafoi "Nuit des Róis", de An-di^-^uechek. Fundei a "Co-rnécWe des Champs Eh/sècs'-

mais ou menos quando Cpeaufechou o '-Vieux Colombler".Fora daí meus dois gran-des enconi,; as foram Molière eGiraudou:. Kâo tenho tam-bém senão felicitar-me com *tcolaboração de Berard. Cos-lavamos de inventar cenáriosoriginais, permitmdo transfor-màçôes dc vistas.

PROJETOSQuais as peças que pre-

tende montar no futuro?Depois de «'Knock", re-

oettrel "Oodine", de Oirau-<l«>ux; -depois **'Tartuí*re", noqual trabalho ativamente.

-- Pensa em realizai' gran-des temporadas na Américado Norte ou no Brasil?

— Por enquanto não. Mascreio,que em 1951, farei uma,na América do Norte e, dc cer-to, ai .poderei retornar ao Rio.tio qual conservo muitas "sau-dades". (Jouvet emprega otermo "saudades'-, mesmo ei.'iportuguês, pois como muitosfrancèsr"! simpatizou-se comessa palavra intraduzivei caprendeu-a».

Nâo quero tomar mais otempo precioso do grande-atovEstá na hora do ensaio...

Domingo. 5-6*1949

vasto «rofTama aamwtstratifi.*le grande* obra p^cOcas eontit comtrt ,fto da eoiotravel rM. .i..\i..!i.. 0 ¦mon.imejrtn*

r,<*ttnimwt «brio os da antiftuí-

dade, o o merro th plan'"e.;i.«cladiç«v i aim,o. te-fcs. eu*t m, du ;>onto de v«,ui |»iítltouomuiaiaiii os occUof uruatumas nát, locaram m estrutura'n.etlIcvH i oe* castelos e cnr.pnenquanu» oí castelos aderiamimstosamente a um re*?lme querespeitava suas terras e tradl-çôcs. sempre acompanhadosixda obediente e mansa popula-çáo cireundutite e mais ou me-no» tributária.

Perguntei a um camponêsqual a diferença que Êle nota-va entre o regime que antece-d«íu a Mussolln; o o fascismo.Hespondeu**me com poucas pa-lavras que bem dcíinent a si*tuaçáo: os estradas de rodageme a perda da liberdade. Dese-jando cciarecer compleíumcu-te minhas dúvidas a respeitode certos pontos, obtempercl-lhp que náo eram somente asestradas, a*, realtsiçoea do ias-cisme, mas que se notava emKxlo o país a marca profundado rc**ixne. concretizada na or-dem c limpeea gerair., bem comoa segurança nas estradas c ou-tros sinais de organí.uiçáo. Oerro. dí/.ia-lhe paia e*rperlmen-ui-lo, tinha sido a conivênciade Mussolmi com a AlemanhaO o crime de ter arrastado paiaa guerra a Itália que êle trans-formara em grande naçác. Aresposta foi pronta e achei me-lhor mudar de assunto: nósitalianos náo viemos ao mundopara fazermos uma grande na-çáo, nem .sto nos interessa, oregime dc Mussolinl construiuestradas mas destruiu nos. a íc-heitíade.

Ma? indagará o leitor, quetem a ve. tudo isto com o titu-Io do artigo, pois ainda nadam que v justifique?

Simplesmente cometi a faltade ter esquecido de explicarque toda.; essas reflexões meassaltaram quando contempla-va pela primeira vez as mura-lhas ,da cidade de Lucca, naToscana.

De fato, era a mais con^ovada que vira aié então e an-e-sentava o aspecto de quase in-teira.^Fui despertado dc minha ei1?-

ma politico-filosófica, quand.»vi, incio intrigado, passar vmautomóvel por cima e ao Im-go da muralha que deve ter n<^oito metros de altura.

Somente, então, olhando naraoutros pôiitbs da mesma, ver;-fiquei que era arborizada;. Maistarde, subi de jeep, por umarampa que conduz á Avenidaconstruída sobre a íortifica-áoque tem uma largura de cêrrrtdo 10 metros.

Percorrendo-a de Jeop, pude-mos gozar o encantador espe-túculo dc ver o casario de ume outro lado, pois Lucca tam-bem extravasara, rompendo :>cinta étrusea que ;i defendiacontra os romanos, os ostrogo-dos c lombardos e, mais tarei»-serviu de couraça da república,fortificação que não pôde re-sistir ao aventureiro corso quea dominou para fazer dela ré-gio presente doméstico á suairmã Elisa

Os que a construíram há cêr-ca de seis séculos, jamais so-.nharam que ela acabaria po1-servir de infra-estrutura parauma bela. evocativa e poéticaavenida, emplumada de árvo-res 4indas em cujas ramagenso passaredo chüreia, logo qu<*o inverno cede o ><'jar á \ià-mavera adorável deste adorávelpais...

, ij li »V i . 0 ;» í j;«*«5|

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Domingo, 5-6-1949

DE

Rilke se podia \mn dl-cr o que él« próprio dtmirie Rodín: íolitano an-

les tia fjloria, esta, rit»|Hij« quevelo, u tornou mai* .sojitaríouinriii. Pois a ulóriu nf\o é afl-uni outra coisa que a toma detodos os mal-entendido* qu«-.se formam em torno rie um no-me novo.

Foi o que aconteceu com nu-Ite. Depois que Paris o recebeue éle checou a alcançar certaictariedade, cada vc» mais di-mi w tornava a sim aproxima-t&o. Ninguém mala, reservado[uc Rilke. Neste ponto tlelembrava o seu conterrâneoKaika, com a diferença de dls-l>or a .seu favor de uma coun»-ca que o oulio parece que náotinira ou nfto usava: um mis-to de timidez e cortesia reli-nada com que resguardava asua solidão, a sua vida Inte-rior,

Raincr Maria níikc, tantopianto Pran/. Kafka, ú Umcaso de soUriâí» fundamental,náo obstante j poeta ás vezesse tornasse um conversador es-irnnho e esquisito, a crer nndepoimento rios que o conhece-iam rie perto.

Maurice Be»/, o seu traduto.para o francês e que com èleprivou, no-lo descreve como nmhomem pnra quem o mundointerior existia. A vida interiorriu: era muito mais ímportan-te que as relnçõ-s .sociais c nc-Ia realmente é que está a cha-ve para qualquer entendimentorie Rilke.

Alias. Rilke riu a impressãorie ter rieseoberto essa verdaderie repente, como cii/. Botz. jus-ramente na époea de sua exis-têncía em que a personalidadese formava sozinha. Então, tu-rio lhe pareceria inexpressa. (Juniverso aos seus ollios aindanáo teria saírio do período riegestação. E a tarefa do poetaseria bem mergulhar nessas re-giões tíescorifcecidas, paia -des-cobrir entre as coisas visiveúos equivalentes rie suas visõesinteriores".

O olhar voltado para o in-terlor de si mesmo. trie euiprc-enderia então a tarefa tormi-riávei de traduzir nas imaeen-jmais claras, nas fôrmas mui?Plásticas, o que haveria em nósde mais secreto e mais inlimr..

Com efeito, não se terá nun-ca uma noção exata da impor-tância de Rilke se não se con-•siderar a extensão que vai en-«e o seu ponto de partida e bseu ponto de chegada, Isto <\entre o conteúdo íntimo, pro-fundamente pessoal de sua poe-s>a e a expressão plástica, qua-se tangível, obtida por êle.

E* verdade que para aceitarIntegralmente tal Juizo preci-sanios louvar-nos nos que co-Jihecem a fundo a língua doRiike, como parece suceder coroo sr. Cristiano Martins, autos:*.o livro "Rilke (O poeta c upoesia)" (ed. Movimento Edl-*oriai Panorama. B. Horizonte),o primeiro, cremos, que apare-

e em nossa língua sobre o au-tor das "Elegias de Duino" oQue se vem juntar aos demaisesrorços rios que, em outraslínguas, tentaram penetrar aessência rie seu lirismo.

Ao lario do sr. Euryalo Can-'•abrava, autor de notável es-tudo sobre o poeta, temos agõ-r^ que acrescentai o nome docritico mineiro, empenhado em^raçar-lhe o retrato, segundo os¦racos e as imagens co mque oP°"ra se m,è em Slux ó .».»nra,

l /: / n '4 s t: < n r t; s

KNTKNDIMKNTO DE RILKEPicinj - ÍJ*'

TUMISTOCIJiS LINII. IRlis

AInrin que o t ritko vènnamodestamente confessar-nos aíuita de originahriude rie seuVft-Çn,?A° fnto *' m,p a wa con-tnbuiçfio vem emprestar umnovo sentido no Interesse rei-nante em torno de Rilke noBrasil, náo só em favor ria In-tcnslfieaçfio de um movimen-io de curiosidade c simpatiatomo também de uma compre-cnstlo mais profunda da po-siçáo de Rilko diante da DOCsíne das influências por ôle reco-bidas.

A despeito de ser rada lingua dotada rie caráter c in*de expressão próprias que atornam agradável, hostil ou m*diferente a este ou àquele tem-perameiUo d»; escritor, a vogaalcançada pela j>oesia de RH-ke entre nós t» um fenomerjoestético realmente significativo,pois, como bem acentua o sr.Cristiano Martins, sendo o aténtíio uma língua pouco ace**sl-vel ao leitor brasileiro; temo.»no nos servir, via de regra, rietraduções francesas e cas? "lha*nas. o poeta nos chega assimrie segunda mão. através deeeos desc&raeterJzadores, comoum "luar ?mpa2hatío*. paraempregar a imagem rie Efeine,citaria pelo sr. Cristiano Mar-tins, reprasántáúva rio vicioinerente a todas as traduçõesde poesia.

Como quer que seja, a ínfTU-encia de Rilke corresponde aalguma coisa de profundo e.para o critico mineiro, ela cie-ve ser buscaria antes na urrt-orla atitude rie nosso tempo emrelação à poesia, nessa tén-riéncia para um lirismo haurj-oo em suas fontes autênticas.lm' liriitmó que possa subsistir-ndependentemente das normasformais estraüficadasr, que sedestine a captar a poesia emsua essência intima, eliminandode sua expressão tudo que narealidade não a represente, tu-do que seja inócuo, postiço, ai-lificial e acessório.

O lirismo de Rilke. que bempoderíamos chamar de orfico,guiava-o desde as origens paraa sabedoria alcançada no?'Sonetos de Orfeu". Na verda-rie, fazendo reviver Òrfeu

elevar-se o «u canto e mui-iipUrnr-lhc ns- metnrmoioacs, opoeta nos oferecia a sua pro-pria imagem essencial. Era mis-ter que Orfeu fosse dilaceradoftn sua carne pelas bneantes edela se evadisse para que nftopermaneces** muis jtin-gido unicamente ás cordasde uma lira. A inquietação ca-tava na essência do lirismo rii*keano. Tudo lhe era dado en-irentar: seres, coisas, a criação.Deus, a morte. Os seus lábio-.alternativamente fechados j>a-•"a recolher o silencio e aberto-ao sopro ria inspiração, eramcertamente semelhantes aosarcófago antigo, como queria'im rie seus exegetas, e de ondea tampa se despegara rieixan-rio espaUiar-se em torno umzumbido rie abelhas.

O canto é mais poflero.*equando nasce rie iabios que¦*abem calar e a vida ê ma!.-profunda quando arrancaria riotúmulo. Ser para Rilke por issoconsistia bem em sair oos n-mi tes de seu ser. Só o isque-cimento apaixonado oo eu. :usuas incessantes comunicacõe.-com o torio. é que permitiam jmultiplicidade desse eu. riivi-slvel, esparso, conferindo-lheuma fspécie rie unidade quanfto eslava na matéria, maaantes no movimento. Rilke sa-biã que era possível ir maislonge, ir além de uma identi-tirarão com o universo, que eraadivinhar-lhe a música.

Daí se falar no ouvido dopoeta, cujo panteismo era in*finitamente mais subMl que nrios seus preriecessores, entre-quês a toda a sorte rie êxtases. Olirismo rie Rilke não era íeitesomente rie efusões sentimen-tais, pois supunha qualidade."ue compositor capazes de or-questrar os fragmentos de me-lodia cantados pelas árvores apelas fontes. A espontaneidadese juntava, segundo a fórmulamallarmiana. uma disciplina.um esforço, um valor dé expe-riéncia.

Tanta em seus poemas comona sua correspondência ou no.*-"Cadernos rie Malíe LauridsBrigge'*, é permanente esse sen-fido rie experiência continu*»

fui construção lenta c silencio-»a de seu mundo Intimo, -paraque êste se j»o»a manter emequilíbrio harmônico com tu-do que existe fora dele, tudouté as estrelas, e possa final-mente se lhe igualar".

Rilke mesmo chegou a con*fossar uma vea que escrevi.»quase involuntariamente, polias obras lum amadurecendo nc.le c um dia se Jhe impunham,constrangendo-o de tal morboue eie se via obrigo a e«-frevjj-las. a respeito das -Ele-gias . que levou vários ano«compondo, o seu método con-ststia em anotar fragmentos rirversos cujo sentido verdadeirasomente mais tarde lhe foi da-do descobrir, assim como ocor-ria muitas vezes o inverso, co-mo, por exemplo, nas "Sonetoa Orfeu- ou n:l -canção doAmor e da Morte do Porta Es-tandarte Christoph Riikcr".cujas trinta páginas foram es-crltas sem uma rasura. na re-bre de uma única noite.

C/orno bem diz o sr. CristianoMartins. Rilke jamais se acer-cou da poesia para buscar ne-Ia esquecimento ou compensa-ç5o. jamais a entendeu com.»<»n jogo. um brinco fácil, iexpressão de um momento defõdio ou rie desenfado. Riikoidentificava a expressão artís-rica com a substância real daexistência, ou com o mesmoprocesso ria existência em ação

Por isso quando se afirma queRilke não passava de um ar-tlsta ou rie um poeta, que êlequeria ser poeta ou artistaapenas, parece estarmos subs-crevendo uma concepção limi-Cativa do poeta e do artistaque implica sua separação riocomum dos homens, ainda queseja para o colocar numa re-doma a que o vulgar não te-nha acesso.

Neste particular os exegetaiè comentadores rie Rüke se di-vldem em duas tendênciasWerner Gunfcher, por exemplo,entende que êle náo quis reioutra coisa senão poeta. A sunposição religiosá, a sua saberio-na estavam ligadas à natüreziparticular rie .sua poesia, nãopassando de manifestações late-

CANÇÃO^^^^^^^^^^™l^"^"ll"^*»*l*"*"*,,1*l*»,l»,t*t*a»**»)

/

WLPHONSUS DE GUIAURAliXS PlUiO(A PAULO MENDES CAMPOS)

)

Aqui nesta proia claro— Praia clara —

Ouço o canto do silenciaDeitando sobre as orcíasO meu segredo móis triste,Ouço o cento do silêncio

'—• Prato clara —Um canto que não existe

Aqui neste porto longo—— Pôrtc longo —»

Ouço a tristeia das asasDas asas brancas e pura»•Mais tristes no paz marinha,Ouço o tiístexo das asas

— Pôrro longo —ih't*1 à frtstçxa minhf,

¦

Aqui nesio ilha escuraHfco escuro —.

Ouço a deliria do ventoNas suas mãos encrespodosCanduiindo o m«u tormenro,Ouço a delírio do vento

Ilha escuro —Num cavo longo lamenta,

Aqui nesta vida estranho—- Vido estranho —

Owço o fugo de um naviofascinado peio noiteCantado de se buscar.Ouço « fHgo de um navio

Vido estranha —.Me» 49 sen do a«e «fo r»»*^

níu e problemas marginais qu«<se ofereciam a sua naturesa riourüstii. o sr. Cristiano Martinsparece seguir essa tendênciatpiandt* tra«a do muitklsrao rc-.?gloso do iweta, manilesto no-íavro de Horas-, que, a seuver, tinha apenas um sentidoaparente, puramente formal, anada de vcrdarieir.i ou proturt-no, concernente ao modo d»jser. Maa onde se ncentna maisn^ ma posiçfto ê quando o sr.Cristiano Martins combate afiliação de Rilke ao existência-lismo, -doutrina

que ptjsitiva-«nente náo existia no seu tem-Po". o que, na sua opmíâo.••encerra nâo pequena violen-ela a lodo sentimento lógico*.

De qualquer modo. a posiçãode Rüke para o ia-. CrinlanoMartins, cm face do novo mis-tlelsmo existenciallst t. nâo so-irerla alteração aDreciável: êlnpermaneceria ainda c sempreo poeta.

Nho resta duvida qye a att-tude estética siq>ôe uai domíniopróprio, que nâo se confundocom o rionunio da rellítíáo e d,inlawfia, e deve ser considera-ria segunda uma tábua especi-fica de valores, como diz o sr.Martins. Mas esse domínio pro-prio quer seja a ficção ou apoesia, também, por seu laço,•nao impede que o poe» ou oartista amplie a sua consclen-cia através de um sentimentonumano e cósmico ao mèsmó^mpo, pois. afinal rie contas,nao podemos dissociar a poesiada vida. Qualquer dissociação,no caso, se torna um empoore-cimento, ainda quando invoca-da sob o pretexto rie purificação«em a viria a poesia ficariaprivada rie seu melhor .-orrcti-ao.

Parece-nos mais cabfrc] eüan-te de Rilke a outra tendãndaque nos situa num ponto dovista divergente a esse, enten-denrio que se verriatíeirantent.!a mensagem de Rilke fosse riamn puro artista ou só a èle soendereçasse os srius poemas esooretudo a sua correspondeu-cia não comunicariam às ai-mas angustiadas o som mara-vilhesamente fraterno que de-les Irradia.

Forçoso é convir, como oò-serva Gabriel Mareei, que se-ria absurdo pretender eneon-trar cm Rilke uma filosofia nusentido tradicional e sistema-rico da palavra. Mas por tcasoa filosofia edstenci'aiistá, comose procura conceber hoje, nãose confunde caria vez mais comuma cx]>ericncia que somente seelabora por si mesma, mas tor-na explicitas as suas prôprlaareferências, ou para dizer comnials propriedade, as suas ade-rendas diante de uma realidadecada vez mais apreendida ir.tí-ma mente?

Gabriel Mareei, que é um Sn-Mrprete digno de ser tomadoem consideração acerca da obrade Rilke, não hesita em afir-mar, dentro deste último pontorie vista naturalmente, que es-ta obra lhe oferece, para o seupróprio labor de filósofo, umac o n t r i b u ieâo inf init araeiit omaior que a deste ou riaquelosistema ediíicado por um es-pecialista sobre bases pessoaisalgumas vezes tão visivelmen-te rieficient.es. Em Rilke, aocontrario, os julgamentos eramgrandiosos, quase inexploráveis.O processo aqui não era abso-lutamente assimilável a um de-senvoírimento discursivo, mas,antes, a tima transformaçãoprogressiva, ria visão que se rea-lizava conjuntamente com oaperfeiçoamenw do, técnica,Poéiíç^

¦:¦¦

v.

Págín-i — 14 LETRAS K ARTES

SOW^iTD 4.V gloria r nn»,«

Mlfíêncla. blasfemando,na» pegadas, dt líetl, eon«

mi «a poucas «ntodosia*» daépoca, exemplo vhoduk "n/u-mal*, tuiva&em inglesei*1 dt quefiliava Cclllnh pei cornado eomtiífiiu*. |»f!*li* i* Naàhe .1* rua»»,erlçudas dr torças, tarjambohfogueira*, v pclouriniios, i* tulav-erua» de uma Londre» queainda nau perdera o gosto «Javida o du pecado, partilhandoum .ju.w.o Sórdido rum liydtjur. tctíerulo a *, • riura, o de-min da ria para *.itVar-sc. per^u*nlfieantfo o espírito dá grandesivrntu.M 1'abóUna. riu esplen-dor ft*4c,i p morai, estava Chris-lophcr Marlone, filho de umremenda;*., em excelente1! con-dli.ueí para pintar e cantar a:.paixões que torturam i* cousu-mem a alma humana, Sédc depuder i de domínio unírersal.em Tamerlfte, cujo carro triun-fal era pu<md$ pelos reis véu*ddo, «• subjugado*.. « rtor dosimpérios do Oriente ("Ve paia-pc,*c ! Jade» or Asia"i; a des-meáída umblçâo intelectual, nafigura de Fausto, provavcsn.cn-te-traçada a semelhança do as-tróuomo Tttonm Barriot ou dcruim tu• idtio freqüentador da".Scíiool of th? NifUt*', essa m-gènna escola dc aí cismo em queje pi acuravam transpor ai sc-ver;*,;, ümítaçèes do conheci-

nano; a avareza c a? no • iadeu do Malta",

que apreçava a morte dos do-entes, envenenava Os poços emsa, eteursões noturna.;, enchia

m e;.-.r:ri de devedores falia--"s e os ashos de órfãos des-

protegidos, multiplicando o tan- •ííqr das sino; e 0% dobres de fi-

â« tinha Draytonum contemporânea, era enxer-** bravo trannltmary ihíags"n«»?te autêntico filho da Renas-

Sua vida, êle a jogariaem luírvi o desafios nas tascas¦píferd. quandor.u-'- o momento de decidir-¦ pe*r;c * daa raulhéires cir-

O'" ••-*-t-5 ou a responsa bllida-dc p";-i pr.samevito da conia.

¦¦™--"f"'1''.Domingo, 5 6-19*1*)

ms, dexnfchvinbu

da trsr<

a-

u-; ra-n

: ;-"; v: :•,*• cf rby-m ns molhe? uns,

I Sfudi r; iceiís as ciou-najre fcccps in pay".

.UCO,' vSíVC2 íIMtT"• iw impre cações dcMe. llfe! F'y, soúl; toa-

^ruc. curse tby RI, a:id tíie!"Czmu observara Gossc e Gar-ti, as palavras íinaiS' d.oFausto" se aplicam, de ma-ira quase profética, às trági-

as chcõhsíâncíaã da morteprematura do seu criador:"Cul is the brandi that

mijpht have grown fui]strahjht

An burned is Apaüo'.-] lau-rei bough".

liá momentos dc plenitudena històr;a da humanidade,momentos em que o homem, li-vrando-sé daj mutilações im-postas pelos elementos ordena-dores tia soeiedade, surge comtoda:; as sua:; grandezas c suasmiserjasi suas- precária*; pOssi-bilidades para o bem e sua in-conteste vocação para o mal.Revêeiri-se, refazèm-sc, rhodifi-cam-se nesses instantes as re-gras do bom ^õsto e es artifi-cios da eriação artística; a li-le;atura se confunde com a vi-da, o símbolo eoiu i verdadeoue pretende traduzir c repre-sentar, As figuras do teatroisabelino são rudes ò chiás co-íno Calipso e Protaíiee, purascomo Desdêmona e a DuquesaCe. Malfí, doces como Ofélia pRosalinda, ávidas ç repugnán-tes como Volpone, Shylock eBarrabás. PercòiTe-se, numamesma peça, numa mesmaobra, a gama inteira que vai deLavínia e Tamora. Estamos naépoca das hiperbolei da abhe-gaçao e da crueldade, nu tem-po de 'Terielcs'", "Titüs An-droniçu.fi", •• Çambyses ". " Fcr-

VM MOMENTO NAFí.ORAÇAO ISABELINA

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(?ÍCÜRAS E IMAGENS DH CHRISTOPHER MARL0W6)JOÃO ALIAM o PU ARAÚJO CASTRO

rcx e Porre*" i;sjr, 0 cenárioque {.cm* de fundo no dramaparticular d Clirlstoplier .Mar-•Ottf listas a firma rues da vidahabclina. 6sse tumultuar decnioçm, bfulais, escapariam ápercepção de Vollalrc que do-viando a qucsiuo. falaria cm•anfractuoddade" â compre-ensao de Tahie c *. lendo côm-posto um panoran* 1 çenlal domovimento, íracaiaria lamen-tavclmcntc na anàllie e ronsi-dcraçSo de alfuns casos Ihdi-vldimis; ao csjiirllo de Tolstoy.uuc arrcmcterla perlodlearaen-te cm veementes libelos contraShakeapeare A dúvida de liam-»tí. .1 elume de Otelo. a rapael-dade de Voliaire e de Corbac-«o, a de -rraca de I.car. a In-íratldao dc íünherif. o raaqul-avelismo de ía>ro. a nobreza deUrulo, ar, sinuosidades dc Mos-ca c dc Bo^ola nâo poderiamesperar uma calorosa acolhidapor parte das rígidas ca.esoriaydo espirHo car tétano,

Marlo.ve e ShaUespcare ucconjugariam mais dc uma vez:possivelmente no "HenriqueVI". no -llttx Andronieus" eno "Arden ef £'eccrsham"; cer-lamente, no "Eduardo lit",ends Longworíh Chambrun lo-calkaria uma imagem çue Sha-kespearc repredaKiu textual-n:cníc no íáoiieío XGIV:

"Lilica that fes;cr tmcll f?xworse tban wecds".

Oatro soneto, o de númeroeiíí:';a, rc;e;c-.*>e claramente cacriador da "Tiâjlca IILlúrla daDou ter Fausto": ¦

"OI ho-a» í fa'.r,t wfcea 1 ofyen do vríte»

...., iu ,1 HCe5C3 ij:;liudot!! use yoú? naus*

And in the prsisc thercofspends ali h!s might

Bo makc me íongue-tlcd,Siieaíiiinj of your fame". .

nipre, ouírosslm, notar asfórícai afinidade-, eiister.íea cn-tre "Eduardo O'* e "EicardoII * .

Cem a asüílerta de rempre, T.1*1. Eliot chama a nossa aten-Ção para a influência dc Spen-cer sobre Máriò.tVc, comparan-do cita pàssasem do Fausto;"Shadowing more bcauty

i'.\ their airy browaTiian hàve the uhiicCrcasto of the queen oflovc",cem o seguinte trecho da "Fac-

rie Qucerie":"üpon i-.er éyelids manygráces sate

Untler the ahadoir of lierorcn browa".

O **Fausto*' de Marlouc e nmhtrtieiii, sem a iaha ficrenidadeolímpica dc .seu corrctpondentoirotiteano, um i>cr indeciso dhin-ti do limiar do reino da mági-ca, prcles a apelar para oinundo estranho das linhas, cir-culcs. símbolos, letras alga-il.nics, a prceura dc mn ata-lho para a divindade ou paraa hiera-auía do Interno. Vcmo-Io, na cena inicial, exacerbadopelo orgulho iuíri • ,;a!, descii-cantado, como tanta g^nlc sedesencantaria ma:í larde, comos silogismos <le Aristóteles, asprescrições de Galeno,,os áureossonhos da alquimia, as senten-ças emperUgadas dc Justinla-no, os monumentos pouco hu-manos e pouco flexíveis da Es-co'áGtica:*'ü. what a ivorld of profit

and delight,Of powor, of hciiour, of

omnípoteiueIs prcmisctl to the studios

arlisan!""A sound maglclan is amighty god".Accmpaniiêmo-lo em seus dc-•vaneios, vivamos a sua angus-tia, que é a nossa angústia, a

sua febre que é a nossa febre:*T1I have them ff?- to In-dia for g«>*d.Ransack the c.tc.an fcrorieni pca.l,Anel search aM corners "cf

ihe nc.v,-fcund \ror'dFor plca-=ant fruiís and

nrinceJy deíicacics".cem c'c, cm seu

primeiro encontro cem JlZcfistc-fcles, "ho'.v püant... fnH cfebedience and huitiillíy", nomomento em que se acertarãocs termos e aé cláüsutas de umpatto^ qt?e tcdòa quotídiaiuime-.-le ceicbrasr.es; nlo fliqiicmcacsnía Gcethe, far.sa:camente dolado de fora, alkcíadas do draTn:a que se repre enta, dá vklaque se cnmprçiae:c, da alma queue transvia. Pcneircir.os r.e cr-calo da mágica, das soluçõesfáceij, d^s desejos que se ma-teriaiisam, das aspirações quese concretizam com um só gês-to, uma só palavra; um mero 1acenar de mãos; obedeçamos alógica dos sorlilógios c dosamuletos, percorramos o mui:-tio, transitemos, irreverentes èpoderosos, pelas curtes dos im-pecadores e pelos mcíiios doscardeais, satisfaçamos nossacuriosidade pelos lados do uni-verso ainda escondidos por di-

vlndadcs oloitas dc ieu poder c•le seus raprirhoa, c, na horado cumprimento tio pacto desangue, tcnhamoi a lembrançade evocar Helena, "falrcr thanlhe evcnlng air. clad in the be-auty of a thousand slar.s*, cperguiHimos. atúnilo.s, antes demorrer:

Wns this the face ihatlaunched a thousand shipsAnd burnl the toplesatouers of IlíumV"Fsca mesma Helena dc Troía,a que ic referia Tamerlão:"Ilelen, whose beauly mim-moned Grcecc to arms

And dreu a thousand shlpálo Tenedos",

O epílogo nos ensinará queandamos errados, que tentamosindevidamente alargar os liml-tC3 do cognoscivcl, que violamosa .«-cara das deuses, e então viráa redenção:Rcgaru his hellbh fali.

Whose ftcndful fortuncuiay e.viiurt lhe -,vl*jc

Only to v.undcr ai untaw-fui thlngs,

r/hose deepncjn doth entkcsuch forvards uiláTo practhe more than hea-

veui.v power permits".A intensidade do •• Fausto"marlovlano, cin quo pesem anfusiagens cômica.., que *v Ci-liam escritas por mfâos biso-nha.;, 1 alegoria dos sete pe-cadoá mortais, ai cxplleaçôcsdemasiado láccl.i das ccanogo-mas, todas do pior gesto liíe-lár.o, é um lato finlco na his-téría da li teia tara universal. A *audácia das imagens que se ca-lcL"ía*ii, se amontoam e se su-ptrpõem, a beleza de u.i:a pce-tia que encontra pcuees para-tclm mc£m'ó no nieliior Shabcs-pcarc, a vitalidade e o desen-volvimento do drama, nas per-rnitchi campreender a eStenaãoda influência^qüc a "mlgty H-ne" (ie Riarlowe nâo poderiadeò.ar do exercer sábre os dra-maiurgos lubsccjuentes. Ta;ncvia rn>Jze Fausto "Fhommc vi-vant, agitara, naturel, nen pasle symbole phiiosáphiquc qu aiait Goethe, mais fhommc pri-miíif et vrai, rhommc emporte,cal lamine, esclâve rie sa loa-gue et jouet de ses revés, toutentier à l'instánt preséntj pétride convoitises, dc qontràâictlónset de folies, oiu. áycç des éclatset des tressaínements, avec descri:; v.e vòlüpté it d'angoisse,roüle, le «achant. le voulant,sur lá pente et les poinles dc

EXPOSIÇÃO DUMA ESCUL-TORA BRASILEIRA EM PARJS

-Aí, PObSIBILíDADES DO SUPRA-REALISMO NA ^CULTURA DH MOTIVOS AMERICANOS.TINS

ai-ins,

cm

O ilu.-.trc crítico dc arte Gcr-main Bazin, diretor dò Museudo Louvrc. escreveu no periodi-co parisiense "Àrts", sóbre aexposição de esculturas dalista brasileira Maria Maia seguinte página:"Circunscrito

que foi —razão dos próprios princípiosa puras especulações plásticas,o Cubismo se mostra, mais aín-da que o Supra-realismo, liml-lado nas suas possibilidades econseqüências;; Quer em seu ter-fitorio de origem, quer nos pai-ses conquistados, só consegue

agora, ao que parece, variações

mais ou menos felizes sóbre as.suas criações primitivas. Aclu*-üc. assim, na fase de evoluçãoem que os estilos produzem oacademismo e afetação.

Mais vivaz mor.ai-..t o Su-pra-reali.smo. cuja força pro-Vem do fato de nâo ser umaestética, e sim uma poética euma ética. A indiferença, quemanifesta em relação ao.s pro-rilOYVI o P *í-.l •*• — -t-í -1 *- ¦- 11r.uen...., pn.-Jticu.i, aaségura-liieuma gama.de expressões mfi-nita, que vai da abstração atéã (transcrição mais direta ó.oobjeto. .Pouco the imporia nvalor fwmal da imagem: o qus

que eisInteressa é o símbolo dt.e carrega.

£*» Assim, o Supra-realismo setomou o modo de expressãomais típico de nossa época.Marca o século XX, como o w-mantismo assinalou o séculoXIX. Modo de sentir, pode in-lernacionahzar-se mais que oCubismo c prestar-se à expres-sâo de temperamentos étnicosnovos. Exemplo de tal fecuridl-dade nos trouxe a recente ex-posição de esculturas de Maria,na Galeria Drouin.

Bga^lieira de na>chne'Conclui na 15a

^tin prrflpiio". .\ lana de mo.porcos r uma corta frouM.iuuna contextura ilramatlra ã)umiilainriite runipriisndat» m'iImponência do poraonasem teu.tKil o neta majestade ,ifts ,.tuiistancias que o «iiuam

O .nesmo &eja dito em* re*a.C40 As dua pailes do "iAuluirlalne". ««ho, früm a s

'th^an Slirphrardr. by his ,i{.nmi Huoudrrrull corniucBlt, ic«ame u mo:»t puís.ant and raj-jrmyc alonarquc". N*cssa ti..apastagens épicas, de um ir».bãstlco gram-loso, alternam comírcchojl do mais puro e delica-thi lirlinio () pastor cita. mernplola líajaré e sua mil lia.hedur Theridama* cem o pe-ode seu ouro e dc suas peorariaa.arrasa os campos e as lorn-idos inimigos, é o mesmo ciueproclama diante úa perda deZcnócratcs:"Blacri is lhe bcauty of the

hríghtrsl dav""Now c.uik the anjícis cnthe v,a:is of Heavcn

As Ecntine^ to uam ií;ntmmortal . uisTo enteríain divine Zeno-

era te"f que, pcíua.ivo. murmura:"Oue suuls ivhcse fatitürescan eemprehcnd

The wondrous archltectmeof the uorld,

And meaaurc every wande-ring planeis toiu.c,

Still climbing aficr htunv-led-íe infinite,

And olways maving as t!ercjücss splu., ,,IVill lo v.ca;* oa.- cr;.

and nèver ret"O Asilado Reinada e a ha-mcníavel Morlc dc Eduardo ü 'é. sem dúvida, a mais equilibra-da dc suas pc;&3. mas tam <:.iaquela cm que mais c^cai¦:¦ unoa elementos primord-als delesa c ousadia, os chocut. deImagens que fazem de í& •uma figara-chave ps,?a afeita ccmprccrtEíâo úo i ,1isabelino; Ftnilc tégatiií. ausando a obra de um ;vista acadêmico, afnr ca: *¦a uára teiíe pièec des tiur.prOpjémcnt dráasatícrca in'esista*ent jjuère dasú ícsccdeníea. I.í di IU3Í1phts resírciníe, les (ha rIcngucs; íe vc-s bi^ne,itnu.- assauph c.(on s'c3! ropprcsÜQ de farc!c humajnc, r.ilt:u\" czi%te r- c fc i a;:í~es pfeces, 1cie ces cstraTà^anrea orei"'piua iiumanlacc, p!ua nr *.:e dathíâtrc normal-.".." Sm cqualidade,:,, louvadas pelo v '¦-tessor frans inerenícs

íito,pás-.)

".cairo normal" (nia feitos :ti"C"or idéia do que too pt>3iasignificar) que tornam a peraihcnss interessante aos clíios cacritica moderna. "Edvvard II"o um exemplo típico da "chrc-iiiolc play", que Shàkespeaie,mais completo c maleável. de-senvolveria no "Richard III","Henry IV c "ílchry V". Pè-aprimeira vez, Marloivè, c.ue nãosabia manejar personagens ira-cos c indecisos tr o criou êleuma só heroina), tomava comoherói um rei desfibrado. preo-cüpado com a sorte de seu fa-vóritò Gaveston, que preparavac idealizava os festins reais:

My men, like satyrs. gra-zing- on the l.uvns,

tíhall vrith their goat-fecldance an antic hay".

i.-.ermc diante dos barões in-; alentes e da filha de Fòíipo, oiíe!o, que tinha os olhos volta-dos para Rlortimer, Eduardosomente sc revestiria de gtan-Ueza trágica em KenihvoriJi, noepisódio de sua deposição. Apeça; como tantas outras daépoca, segue» csçrupülôsa ç pro-faicamenle, a narrativa hislfi-rica de Holinshed

Nrão se procurem sobriçdad*e bom «ósto cru escritores dolijj» e da tonalidade dc Chris-loplicv Biarip\ve, nem sc ana-Usem obras tão densas e viço-rosas com a mesquinha fitamétrica das convenções li terá -rias. Essas historias — de Faus-(o, Tamerlão é iíarçabás — per-tèricem anteá ã vida qtie a li;teratura,

-v:í,*.',-(. J.mMtmJM:

J -if;%' \1

t.

«»•

ac, ;Jik ir

Domingo. 5-6-1945

PotivCONTROSO *r. Mf«i"- Velhinho, que «•

m» crítico ojíudí-tslmo, fixou imtirn|M»s com . •.., lúcidos o«intuía do escritor Diusucn-o: oseu dcsciicontro «om ,» ;. .',>„.„••guando chego a ultima ..,, ¦ -na ac uai romance brasileirol»i»tir-> imarittvoitiiiim-, du-la «f«l •',no dtseiu-oniio que Onlate qu*««e sempre CUBre o plano do ru»inaudita c o efeito por ,«),« ul-cti-tçudo". Que haverá? Na«i cjalta ue talento nem «ie IiVcacriadora. Ná«> mo pariro »wm-bem - continua èlr — qu,« ,%fosse ruribuir o fato á deflciéR-cia técnica, quiaido a ea*perute-r\u que '«dquitimos iie-so 'rm -no nunca foi táo tibundantrnem tio apurada Qtu.i então omotivo dessa ausência de aft-nldàdo entre o arcabouç.i loeaida obm c ii nrrorr.assn scollü»da para cnché-la. para d.i<- .h»corne C lida? O i«'noi.!'H) è«trio -- o esta definido eoiurigorosa fidelidade, fi o maisInteressante c que ésso divórciocm c a obra aos nosso? escrito-

i sensibilidade «Io nes-x».\ .tão •»*» observa apenas

mio do romance, maâ iam-> da ijoesla. do ensaio, daa .; da crítica. Poucos:d«», r.i Brasil. 0.9 poetasstorw cujas obras conse»

m interessar o grande pu-: tia poc ia um Cartri AI-um Bilac, um Olc-mrí.j Ma.i•'», mu Guilherme cie Almoi-ds 'si romance um Alencar..\faccdo, um Ja,é Lins do110 ensaio um Eutiid «s

Cunha, um Oliveira. Viana-história u.n João Ribeiro.que? Per um motivo mu*-r.imp'e,>: porQue cs noss-s'a-, os nossos romancista^,o- acessos ensaístas c hiíoriado-re. muito preocupados com %lonazinha literária do mo-

l E T #f f s s; , n (. t. s

DÍOCnWiS LAíiRCrO

n" .i> * *i**.» 1

**" .bli ¦ve.-

Ridana

4o

«Mio, uAo cecrevem ma. „JWO. lUM para ,»s OUtroí <•£*-,

jwea ria oeiehridade ou •.,. nre-t-Sk» «a hora pt^ritc, 5**35-Mtos da moda. dos poeto-. t[Lmmaii.-i-.i-u- e dos eSíhXI

ruWÍÍV* ÍSS"08 «crt<ores cpoetas cm revem pura ser 11*»ons pelos outros: há os qua ,.,,-'•revem pensando em afceuAttOtuao Uma ou rm Ai vai owna; ,>* ns que fazem poemasnciutando cm Manuel Bnndelrnou carkMí Orummond; ha «*,titic farem romance prmandona opinião de aracUJano Ra-moa ou dc Otávio Puna- ha osque escrevem nenRtmdo 110 elo-«lo do Carpeaux. Quando kcsentam a mesa para escrevercs it«M>sns poetas e escritoresnao pensam :m publico que osvai ler. mas nos críticos, nosamlgoa. nos confrades — e fa-s-cm livras. ÍOb medida, paraagradar a êsses confrade.*, a-esses firnípes, a esses criticas.Dai o desencontro fatal: o pu-blico náo os entende, nem seinteressa por íles. Tém todoscie*, sem dúvida, uma grandecelebridade distrital, isto é. va-lida apenas no quarteirão dacosa onde moram os seus ami-ps, ou no das livrarias- ondefazem ponto... E* essa a r-rau-de melancolia da glória literá-na no Bra«-j*. q j-vqvo Ignoraos i-eus grandes escritores —

esaiameme iw.q.ie ést M «..cri-^»jmetim oTSwJco slvS.uever os w. j,Vr0í>

MODIFICAÇÕES NADIRETORIA*> Monto com o Regimento.sr. Oustavo Darroso, em watoo.; au>*nda pr.-.-oirjnna uo rMis-uel Osório dc AJmeiOO, íea™ seguintes (iefigruiçuea; do «-.cregríno júnior para 8eèretâ-rio Geral; «Io rr. Luis E«bnun-<h> para 1.0 Srrrctr.n..; v do *rAníbal Preiire jiura 2.** SecreU-

MEDALHACOMEMORATIVA

O embaixador J. c. Mntedo.soares ofertou „ Academia amedalha come*nr:-ativa da rea-utaçao uo 4.» Conurer^o Na-«'Jonal tie Hi- tonaRETRATO DE RODOLFO

CARCÍANo dia úo antve^ano d« Ro-doifo Garcia — 25 du maio —lol inaugurado na raia «juc temi s?u nume. na Biblioteca Na-clonal, ura retrato do grandehistoriador bi-a-dleiro .

CQNr-£M\aA »\'G PETITTRIANON

A Academia ouviu, na ultírraquinta-feira, uma conferênciado abade D. José Ricciottl, pro-ressor da Universidade de Ro-ma, grande orlentalista e pro

fe^ot- de I birua hebraicas.çm "fia -a •. ru Sedo-sus . usduxlda en •«, Idiomauema na tio* .s»i«;.*m>

REIVINDICAÇÃOtlXICA. .;! homaís l.»jot>{ii-«"r*s

pretendendo tíefcndet o ime-reste da hnua comeríiai .*uererteacc, enviou a Academia«jüia is*. .«a cano contra a m-t •j-u-.-j do nome do um produtoJS° *,nll»° ç líopnfar da oua-um-i, ..o "Vocabulário O:*to-gíájot»** d.4 /.coriemíi. o srjjsn Parceiro we é o JurisUda nua. epinou ecm a maiordajtm;.x42_±i^vja o que dc-rerir, p^ir n.«o haver ofensa aosdireitos do reclair.untc no c?-oem apreço.

E' o sr. :.íiui-icl r.antíciraflorcsccntoti:— Alias;, essa jialavra já n-furava no ••Dicionário" ccCândido de F^ueircoo.Picou assim encerrada a

UUPatAo.GUCaRIO MARfAfsO IM

BELO H0rUZ0tNT€Btlo Horizonte recebeu, hadias, a visita de Olegario Ma-rlanp. p:ío é. Olegario foi cor.-

rídado a visitar a Capitai mt-nelra. e recebeu ali uma ho-tas, discurso.;, cantos — massobretudo poesias do poeta .',uc-menagem txmsagradora. Fcs-rido e admirado. Aquilo é o oue

IcoRfl-.râo da Cr pag.»

^Wgina — 15

:e chama uuia coiisagruçéo au-lemini. em qu«? a vo* i^atâ-nen uu mocidade w tnfaturai avem,ilustre um mtclectunbj e tu>gomno. Olegario ...... sorrirrjornerate: «> i»vo do iimiil .>adiima e ama.

PROSA DE CUILHERMEDE ALMEIDA

Quando ae prepara a puoO-earao. cm euiçáo do grande iu-»«, «ioí, .ia-, "Poesuuí compie-tsA', Guilherme «1c AJlueiaavai nar-nos um livro <U« uame"Hi^foria... tairea**. r o^Sguudo livro de pro-a do poe-ta: o primeiro foi .sua tese paraprofc,«or de l-lterniura da Ks-«•ola Normal do 8A0 Paulo •RECRESSO DE D. AQUINO

Apôs demorada permanênciano Rio. D. Aqnint» acaba de rc-s*re.var ;. Mato Grovso.CONFERrNCIA DE RO-DRICO OTÁVIO FILHOO sr. Rodrigo Otávio hjj10esta escrevendo uma conferén-da «joore Cajnilo Castelo Bimi-co, «iue deverá pronunciar bre-vem-nte no Liceu LiterárioPortuguês.

DOIS ACADr:MiCOS NUMCONGRESSO CIENTIFICO

Para representar o Brasilno Congresso tie ITeurologla dcPar,; foram nemeados pelo go-remo os acadtmicos Aioísio deCastro c A. Aiistregesilo.SERMÃO

Contra uma velha pntxe aca-démlca, Mona-nhor Ricciottlfdoit ru> Academia em um diaeanto de guarda: no<tíu 20 a»n-taio. E o padre Serafim Leu>errpllcou:- Está certo. D: a santo édia de cermao. Era natural quefalasse hoje riui um padre.

peJ.j

COar11 rri.i

t

evtrsrlelro, etabremiando-secr ::t.iri.

O caminho era torcuoso e nhen«.c erradas e o céu. pcjaáo ,;.; nu-2f"«Ü S'm -U:ir n'v,i,,':a M'f- -J'«ie orientação para quem nâo cs-tu-r--^ ?;«IÍ0 a -UJM!S '"««•' »•--.1"'-;.¦.,*f,0, V(,Tesn> »à» tíava cut-

c \ rTcio< 2»nn% '","'• ¦i*ab««-'*«¦\ nçao •»<» aícnoi. se ^j^^

.' •**'"" •"•'«orrettto. eoafia-jy';*' ii" instinto do "mâí-dl-<•'«•, certamente, o con.iui.i-.«.slvo aa tte.stlr.íj roam¦ •H.n-iue f.zera. ve/.es r,tn>• « n.t mi -sido transpôs-.-•M>.s quitámetros, cerca il«.«-:':.«, «iiiando, ao defronta:'«• ••• • iuitv.ii ua volta da estrada,f»í • 11 cavalo estacou e cn ->» as orelhas, por pouco«•;«atirando por terra o cavaleiro

„",.' nuai *'in»o, deu acordo tí.? sijw ' em se-otda, ficar aluei» ido- • ".a de um fenômeno que ia-nai ?c ininifcstarn ante ,eo;«iüos. Erara línguas dc fogo ?/u-*««' ftue subiam da Una, proàtt-,u o.t combustão espontânea «o*us.w fc|foricos que so formam«- ri -f-fieçompogiçâo de matérias•^ as iinunauas. Conhecidos^wmei-te nor ,,fr)„0 fàtt

-;» »c nnJamam -,0 ,,ri„u,iro ct)J|.eh-,'.,-!"171 °. ?r PWdmtüido belascoitium ru!atIns- Ei;te fenômeno ú

1 ;>n*.-nent.B nos cemitérios e uojl'nps. A supersUção, porém,-'"Sf-e particulai- transtós ..''".llü:; tempos coloniais c cr:<-r-wes na mente do sertanejo• tao somente, a ápáriçdu

F O (í O F ATUOsem terem tido tempo dc cumprir,prumcüías ou votos, ou mesm..«iuc ainíia necessitam de mais prt>-ecs par» conseuuirem o estado Ce

craça «te que carecem para o $eietifihi descanso.Todavia ni?> obteve rcipostnembora convicto dc haver preen-

ehiilo lôJas as fcrmatiííade ao m-ser o requeriment». n,. > omitindosequer uma sõ palavra do que ihctora ensinado.

Suo se deu jvor achado, cnti^-t *nte. Inílsttu, l-vaudo sua ir.>-«»r-t!nc:jc;a ao pontsi de querer *:>«>.!-tifiear a aSraa penada, rol *mconseqüência da conversa «un» .1tarde tivt-ia t-c-m RUério. "ir*, caráa!ma não se brinca dessa

EXPOSIÇÃO DUMA'ORA ESCUL-

IM

!--a aln;.i aflita a implorar

loiiPi.í;li'*!}!ar.

fotiiía oitiJa dc pavor neavj.i->' cen-bro de Tiliu q,u.( um,."„'? ff'"-,ça a0í" l,és> línJtu ar«r--i,.-,r se ^«r suspenso uò.Mr.,!,:ado e indeciso nos pri-

om-, rnil ' i^nacltarrse do que

:lI^»Wr-abna.penada. Nada adi-nor",,;. f

'1Ssa lu,íir «laQuelá visão«Je.jri-,.',, n, :,s ° «?erseKutriatn.Io.,',' ,!"! ' l!naJ""'»te, lançaito" ,«., ,

'-llrs,> ,i0 "arn-q.ierimeu.,

• _l'¦ ;«;m/ado pela mãe nos dlál""0$ de sua iUfr,-.

iCondusâo da H.a pág- >quem as elrcunstànc';: ua v?daliberam viajar pelo inundo m-leiro, Mm-ia havia a principioprocurado exprimir a véémon-cuv de seu temperamento, pjlapintura e pela musica. NoEquador, em 1926. foi que elatalhou, em madeira, suas pri-meira*- esculturas, inspiradaspelas .saborosas produções aobarroco indígena, de que oEquador possui alguns dos musbe»os espécimes. No Japão, de193b a 1939, a escultora mótte-lou terrácotas. Foi na Bélgicaporem, que ela passou de ama-dora a profissional. Bènefidou-se, ali, d.is lições úo escultorbelga Jespei; até ave, deixando^r.iw-uç, teve de k para Wash-m; 1 i em lf*3ü O am-McivR deestui-a da "Escola do Nova\urk-, (\v.\ durante a nucrra,rol tão favorecido pelo aí-uxode artistas europeu:, — muitosdos quais eràja supra-reàlistas•— ia ser favorável ao oesabro-char de seu talento. O encon-

BRASILEIRA EM PARIS

,¦•«•.,..«..«_».., ¦ -o- Sr---«a •••••«. «¦•«*

-tro com o antiquáiio Bruinelconílrmou-íhs a carreü-a, o em* -rcal;2Qti sua prírnch-a exposí-çao em Washington em 10-íb; cem 194G. o Museu de Arte Mo-cíerna em Nova York, exibiu íunconjunto de esculturas da av-tista, iüspü-adas nas lendas cioAmazonas.

E' ocioso Indagar se a arte dcMa; ia se classifica, eu mo, nes-sa categoria da "abstração",por alguns conside.ada comodogma e. por outros, como ac-reáia. Sua insiiir^^rii.! é-,—èc-mTaTqúcr modo, profuiidanièntenaturalista. Essa^ Totrnás, quenssecíam a flexibilidade! doscipó? ás ritgosidades nodósascias rau-es e ás ondulações vis-cosas da serpente, são meia-morfoses a que, por vezes, a li-

gura humana empresta o seuconcurso e que nos permitempenetrar ua própria intimidadena Vida, tal como se manifestaua ilorestà equatorial,-pobre demamíferos superiores *e

ondeainda predomüiam as fonnas

primordiais: o vegé-inseto, a ave.

Oíolòsícnstal, o réptil,Estas prestam-se cie UTOdo"ex-cepcional á expressão simbólicadas forças gsuesicãs do subebri-c-xente, que o Supra-realismo sepropôs fazer subir das profün-c::dades do "eu''.

Encüiitra-se, coar freqüência•nas obras de Maria, essa torna'de nó, espécie dc símbolo doenigma suprá-réalista, que tan-tos aderentes da tíoutrinj

. sfízm».uma vez que t!a não tenha to-mar"o a inkistlva de se dar a «;,»-nheter togo apôs o ft*aH«srtménto,Ele falou icrirrcKnoio. trafatf»,"mau gratío ,e». a eiiríf»slrtsae ou-ío comp-lia a interragair ^ novo:— "Será vos flua tia tt-ifhí??"I*?jr orna ''jtal cJi-tcídênela ou-vlc-ss o bcftt tht um bezerro d«t-garrada do aprtsco. «

Caie tsã'.i hs.\}ri sidorapa*, foi o diabo! r.-so não era s:n,V< ,i rciia:".i". íVestc momenição atingiu o clímax.mente e:;poreõu e áe:,~••írttJatíiíiho". ai-.-in.-jn .bito aquele ceuárlo, rumcasa, em de abalada galopa-ia co-mo se tivesae no seu eataiço mi-luares cie rieraõiüas.

Alvorotada com o r-Pd, já se achava a wbatente rta posta dequando èlc anarr -eu

I:

proximi-•«via tvhiTmti, is--: ; 3 'fi-

! icbi»-inttvas

ao..-a.;

nUanpo tro-aa Caiu no^'i-vi casebrebotando >.i

s»j)-cn," , '""¦ "«>••;-<a. NumK-, i,?. est?!ço' tirando o cha-«role 1 ",Mí,mi a :iIn,;l '""" tomo ritual' resPoitoso, consoante

J,^o'as'"(I""«fi l'c n'M,s' das Tre-«'a Vil(.„: ^"m,ssim» Trindade.

• saiu ¦ " . Mana c HC todos osuK«.rna ,1" C arre<lweIroi se for al-ml uiw«

a penada potie ¦>',fii-' «>s"» déléjo».

'tUe s<'r;l sa»sfeito o

*Én!ll0, a crendi«, trata-so dc•t!> de pessoas que morreram

1

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- —- ^ — w—T-«>"«fi.fs^|

| LEIAM "MEMÓRIAS DE UM MASCATE", de araria

; 00 T3nuS /orge Basíani. Livro edificante, tv.tde ca-!a| pagina c um doçuntenfo histórico da vida gloriosa dos

mascates nos países americanosConheçam a histõiia dos Judeus, itsEianos, alemãesportugueses, libaneses, sírios, espanhóis, franceses eoutros mais, na descrição emocionante dOsse livre \Pedidos à EDÍTORA BRfCülET & CIAtWo Ouvido, „. 109 _ Rio de Janeiro, e em fodas

as livrarias.

í*FEÇO: CR$ 60,00

k,!..i«f- ?••»"*¦-»..*.-

seu caminho, ü.-I?j'*ms 0ilsluiuntes ir;lo percor-ridas pov um frêmito de sensu-olidade, t:o estado bruto oue écia vida mesma, em sua* for-ça nativa.

Na escultura -q Caminho asombra, muito compridos, <.s-redes..." vê-se uma figuraque avança, com passo heslíari-te, o olhar cego, as máos ater-tas para o desconhecido; e queparece magneti/.ada pelo nó deSfCrpentes quo a segue. Pode-sever nesse trabalho o própriosímbolo de nosso estado psiqui-co,- cujas-formas conscientes be-bem nas turvas fontes do sub-vcmciv-iio. Traduzidas na ma-seiia- iuzidia. vigorosa e fiexi-ve, ao brenze, tais esculturas

poísucm extraordinário poderue encantação: evocam aquelaslormas primitivas oue eramnas mãos de seus criadores, ins-trumentos mágicos, condensa-dores de eiiergia cósmica.Desse modo. bem melhor do

que pela imaginária sem força00 realismo, vem uma ten>nova, com sua estranha seiva.emiQuecer o repertório plásticoao muiHio modirao, emprestah-do fprmas inédita á mensagenshumana".

hofrs pela boca, v.açaírão. —

— Filho da ruini.Suníou angustiada,ma "derrota" mt-ime Vossa Scnlwa'dtdo"?

\Tâo. rcsiíòntleti de pronto. Apenae. com as parnas bambas' que nemfrango quando -.;,i da (

iue ucm

alma _., pcr.- Teve aisu-filho? Vaíh-i-'<lcê tá ofáíx-

com tíificvrkladés se èncapara um banco, onde sei»ara respirar. Passando-' iiepeía cabeça, insistiu ca inhO que é" ;%ue teve, meeMãe, "e!a rèprc-sent •noite.

oeira,nhnn;n.t'»umio

:i:

iii !'.! .essa

"Ela ' quem meu"Filiada" Kuíina.torrrka c'c fogr,

filho?Ela repre-"in-sentou" cm

té" falou.

-o.TÍ!Í!"' :l mcí?ida '!":p sa-ibavaseífn^;1

CX>a!ai»íl0 ¦« t-dos osseus portEenores a !-htória ún au»-nçao ate çue rematou:Pois «i mâo, rn nm..^ queroS- f° au° ^«'n^ar outro><%£U«â?,SSt "° n,e;i caminho.eu tou , "eomo lá úíz", -cons-transido'. '"

^•oeè carece ê de trocar deroupa; mc"- «"''ao. O niais há de se'K!ia' tal,.'ae" aco-

novena, a

arrumar, se Deus q?dscrquerendo é reza. Nósmodai- -ela" com um.começar tle boje.E a velha, «me sempre tinha àmao uma reserva d<- velas ijoíconta das troueHas do filho. dÍÍStovez acendeu «ma e col« cou *m/'eme ao .registro do Senhor Uo»,Jesus da Lapa em intenção da ai-ma de lliifbiá.

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jLel,ras eAhit\sRIO DE jANCIRO. DOMINGO, 5 DE JUNHO D£ 1949

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O í3 O E MIlustração de SANTA ROSA

AUM POEMA COMO UM GOLE D'ÁGUA BEBIDO NO ESCUROCOMO UM POBRE ANIMAL PALPITANDO FERIDO.COMO PEQUENINA MOEDA DE PRATA PERDIDA PARA SEMPRE NA FLORESTA

NOTURNAUM POEMA SEM OU "RA ANGÚSTIA QUE A SUA /MISTERIOSA CONDIÇÃO

DE POEMA.TRISTE.SOLITÁRIO.ÚNICO.FERIDO DE .MORTAL BELEZA.

IA R I O;,O U LN T AN A"' " "V,. -. ¦¦¦• ¦¦>¦¦ ¦' -

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