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Lutemos por um mundo novo...um mundo bom que a todos
assegura o ensejo de trabalho, que dê futuro a juventude e
segurança à velhice.
Charles Chaplin
SUMÁRIO
Prefácio.............................................................................................................4
Dados nacionais...............................................................................................5
Dados do setor.................................................................................................6
O setor e seus números...................................................................................7
Direitos dos trabalhadores..............................................................................8
Contribuições sociais e trabalhistas...............................................................9
Dados globais.................................................................................................11
Barreiras enfrentadas pelo setor..................................................................12
A Associação Brasileira do Trabalho Temporário, ASSERTTEM,
foi fundada em 17 de março de 1970 com objetivo de organizar,
regulamentar e representar o segmento de Trabalho Temporário (TT) no
país. É uma entidade sem fins lucrativos e desde sua fundação tem como
princípio, a legalidade para defender e promover a relação interposta de
trabalho entre as agências privadas de Trabalho Temporário (APTT), as
empresas utilizadoras ou clientes e os trabalhadores temporários,
atuando na busca constante para geração de oportunidades e
crescimento para pessoas, organizações e governo.
Considerado uma modalidade de trabalho, o Trabalho
Temporário, é prestado por pessoa física a uma empresa para atender à
necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço e é regulamentado
pela Lei nº 6.019, de 03 de janeiro de 1974 e pelo Decreto 73.841, de 13
de março de 1974.
Importante instrumento de gestão, o Trabalho Temporário,
coloca pessoas à disposição das empresas e tem se constituído um
avanço, diante de uma legislação trabalhista que há tempos clama por
alterações e modernizações, sem que esta flexibilização consista em
precarização de direitos trabalhistas que estão devidamente garantidos.
Além disso, influencia na geração de capacitação, especialização,
conhecimento, aumento real de renda e benefícios para milhares de
profissionais no país e muitas vezes, no primeiro emprego de jovens que
necessitam adquirir experiência para inserirem-se no mercado de
trabalho cada vez mais exigente no tocante a qualificações e experiências.
PREFÁCIO
4
DADOS NACIONAIS
Estimativa da população em 2015 mais de 204
milhões de pessoas.
O número de empregados com carteira assinada no setor
privado caiu 4,2%, (1,5 milhão de pessoas) em relação a
igual trimestre do ano anterior com recuo de 1,2% em
relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de
2016 (menos de 428 mil pessoas), segundo dados do
IBGE.
Contingente de desempregados no Brasil registrou
11,4 milhões em maio de 2016. A taxa representou
11,2% , e no mesmo trimestre do ano anterior
representou 8,1%.
Índice de desemprego na faixa etária de 18 a 24
anos saltou de 16,5% em dezembro para 18,9% no mês de janeiro.
A população desocupada subiu 40,3% (mais de 3,3 milhões
de pessoas) em relação ao trimestre de 2015 e cresceu
10,3% (quase 1,1 milhão pessoas) em relação ao trimestre de
dezembro de 2015 a fevereiro de 2016.
5
DADOS DO SETOR
2.055 Agência Privadas de Trabalho Temporário (APTT)
registrada no Ministério do Trabalho e Previdência Social
(MTPS).
GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS
No grupo de 50 anos ou mais, a taxa de desemprego foi de
3,2% em janeiro, ante 3% em dezembro. Em janeiro do
ano passado, a taxa de desemprego nessa faixa de idade
era de 2,2%.
O rendimento médio real habitualmente recebido pelos
que estão trabalhando chegou a R$ 1.982 e ficou
estável frente ao trimestre de dezembro de 2015 a
fevereiro de 2016 (R$ 1.972) e caiu 2,7% em relação ao
mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.037).
No ano de 2015 foram contratados mais de 1,1 milhão
de trabalhadores temporários no país, comparado com 1,4
milhão em 2014. De janeiro a maio de 2016 foram
contratados 390 mil trabalhadores temporários, contra
461 mil no mesmo período de 2015.
6
QUANTIDADE DE TRABALHADORES TEMPORÁRIOS
(JANEIRO A MAIO)
2015 2016
Janeiro 112.946 91.276
Fevereiro 115.163 70.937
Março 113.126 94.569
Abril 120.599 69.533
Maio 95.635 64.640
TOTAL 557.469 390.955
Fonte: Caixa Econômica Federal
O SETOR E SEUS NÚMEROS
A tabela abaixo mostra que houve uma retração de mais de 166 mil trabalhadores temporários.
7
DIREITOS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS
Lei 6019/74 | Art. 12º - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os
seguintes direitos:
Remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma
categoria da empresa tomadora ou cliente;
Jornada de oito horas, horas extraordinárias não excedentes de duas,
com acréscimo de 50% (acréscimo mínimo, prevalecendo o
acréscimo estabelecido na CCT da Empresa Utilizadora);
Férias proporcionais e Repouso semanal remunerado;
Adicional por trabalho noturno e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço);
Seguro contra acidente do trabalho e Proteção previdenciária;
Anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) da sua
condição de temporário.
Direitos Garantidos
pela Lei 6019/74
8
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS
FGTS – R$ 205 milhões foram pagos em 2015 de FGTS. Em
2016 de janeiro a abril foram pagos mais de R$ 53 milhões
de FGTS.
VALOR PAGO FGTS (JANEIRO A MAIO)
2015
(R$ milhões)
2016
(R$ milhões)
Janeiro 18,2 16,5
Fevereiro 14,3 11,2
Março 15,3 13,7
Abril 15,6 11,6
Maio 12,1 9,3
TOTAL 75,5 62,3
Fonte: Caixa Econômica Federal
A tabela abaixo mostra um decréscimo de mais de R$ 13,2 milhões de FGTS pagos nos cinco primeiros meses 2016 em comparação ao ano
anterior.
9
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS
MASSA SALARIAL MOVIMENTAÇÃO TOTAL (R$ BILHÕES)
2014 2015 2016
(previsão)
R$ 2.591.950.152,60 R$ 2.177.528.454,38 R$ 1.987.693.417,88
Fonte: Caixa Econômica Federal
FGTS RECOLHIDO EM TODO O BRASIL DECORRENTE DO TRABALHO TEMPORÁRIO
2014 2015 2016
(previsão)
R$ 205.701.593,72 R$ 171.595.093,13 R$ 159.015.473,43
Fonte: Caixa Econômica Federal
CONTRIBUÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL BÁSICA 20%
2014 2015 2016
(previsão)
R$ 518.390.030,00 R$ 435.505.690,00 R$ 397.538.683,58
Fonte: Caixa Econômica Federal
10
DADOS GLOBAIS
40,2 milhões de trabalhadores temporários no mundo.
NOTA: Os EUA empregam o maior número de trabalhadores temporários
com 11 milhões de pessoas, seguido da China com 10,8 milhões e
Europa com 8,7 milhões.
NOTA: De acordo com informações da Organização Internacional do
Trabalho, o setor desempenha um papel importante para diminuição do
desemprego nos países afetado por crises econômicas.
260.000 agências de emprego privadas pelo mundo,
segundo informações da Confederação Internacional das
Agências Privadas de Emprego (CIETT).
11
BARREIRAS ENFRETADAS PELO SETOR
O trabalho é a atividade humana que concretiza a dignidade, a cidadania
e a própria identidade social dos indivíduos e que, a sua estruturação
vem ao encontro dos anseios da sociedade, abrangendo aspectos
econômicos, sociais e culturais, sendo um direito assegurado a todo
cidadão brasileiro e de acordo com a Constituição Federal de 1988, em
seu principal fundamento, determina o valor social do trabalho e da livre
iniciativa.
Considerando que o suprimento do mercado de trabalho com a
contratação de trabalhadores regidos pela Lei nº 6.019/74 contribui de
forma marcante para a redução do desemprego, proporcionando um
autêntico acesso diferenciado ao mercado de trabalho para aqueles que
estavam no mercado informal, o Trabalho Temporário se firma pela
responsabilidade de inclusão de milhares de trabalhadores, entre eles,
jovens em situação de primeiro emprego e aposentado que necessitam
de complementação de renda para sua sobrevivência.
No entanto, as publicações das Instruções Normativas nº18/2014/SRT e
a nº 114/2014/SIT, constituem atentado contra a empregabilidade,
afrontando diretamente os fundamentos da República Federativa do
Brasil que garantem os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o
princípio da busca do pleno emprego, contidos na Constituição Federal
mencionados anteriormente, e que também, ferem a Lei do Trabalho
Temporário, descaracterizando a atividade, ao estabelecer, por exemplo,
obrigatoriedade de incluir prazo de término no contrato de trabalho
temporário, além de outros requisitos não previstos na referida lei.
12
BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
O pleito do setor é a revogação das Instruções Normativas nº
18/2014/SRT e a nº 114/2014/SIT, devido aos itens relacionados
abaixo, que destoam do que o Brasil necessita nesse momento tão
importante. São eles:
1 – FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO TEMPORÁRIO
A Instrução Normativa nº 114 exige o levantamento de informações
específicas, muitas vezes, de caráter confidencial e estratégico entre
Agências Privadas de Trabalho Temporário (APTT) e seus clientes.
Compete às agências prestar informações pertinentes somente ao
Departamento de Recursos, Convenções Coletivas da categoria, bem
como normas e procedimentos de segurança do trabalho para assegurar
os direitos trabalhistas. As exigências são inviáveis e impraticáveis, frente
ao dinamismo da própria natureza do Trabalho Temporário, que passará a
exigir informações do cliente fora do escopo do departamento de
recursos humanos.
Art. 7º, inciso I Requisitos Formais, alínea e - Existência de cláusula
constante do contrato entre a empresa de trabalho temporário e
tomadora ou cliente descrevendo expressamente o motivo justificador da
demanda de trabalho temporário, sendo insuficiente a mera indicação da
hipótese legal – acréscimo extraordinário de serviços ou substituição de
quadro regular e permanente.
Explicação Prática: Toda Agência Privada de Trabalho Temporária (APTT)
ou Empresa de Trabalho Temporário (ETT) faz um contrato com o tomador
(cliente) ao que o mercado denomina usualmente “contrato-mãe”. Esse
contrato mãe prevê as hipóteses legais da contratação temporária
(necessidade extraordinária ou substituição de pessoal) e prevê que
qualquer temporário só pode ser contratado nessas hipóteses. Os
motivos justificadores esclarecedores dessas hipóteses legais devem
entrar no site do SIRETT, no contrato com o trabalhador. Se para cada
trabalhador temporário colocado à disposição do tomador for necessário
um contrato mãe especificando os motivos decorrentes das hipóteses
legais, o trabalho temporário se torna inviável, dada a burocracia dos
jurídicos das empresas contratantes. Imaginem a contratação de 300
temporários. Portanto, esse requisito da IN é inviável.
13
BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
Art. 7º, inciso II Requisitos Materiais, alínea a - Comprovação do motivo
alegado no contrato entre a empresa de trabalho temporário e o tomador
ou cliente, por meio de apresentação de informações específicas, tais
como: dados estatísticos, financeiros ou contábeis concretos, relativos à
produção, vendas e prestação de serviços no caso de acréscimo
(levantamento de informações específicas, muitas vezes, de caráter
confidencial e estratégico entre Agências Privadas de Trabalho
Temporário (APTT) e seus clientes.
2 - PRORROGAÇÕES DE CONTRATO | MOTIVO JUSTIFICADOR
A definição de motivo justificador contida na Portaria nº 789, é
inespecífica, isso porque, deixa a critério do agente público da Secretaria
Regional do Trabalho (SRT), conforme seu próprio entendimento, aceitar
ou não a justificativa descrita pelo solicitante. Entendemos por motivo
justificador, o fato determinado que, no caso concreto, justifica a hipótese
legal para a contratação de trabalho temporário. Diante disso, concluímos
que, por mais que as APTT’s se esforcem ao cumprimento exímio da
norma, a justificativa informada no Sistema de Registro de Empresas de
Trabalho Temporário (SIRETT) estará sempre condicionado à
interpretação subjetiva do agente público da Secretaria Regional do
Trabalho (SRT).
3 – COMPETÊNCIAS PARA ANÁLISE DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO
Na prática, as regionais estaduais não comportam, de forma satisfatória,
o fluxo das demandas municipais, tanto no aspecto quantitativo quanto, e
principalmente, no aspecto qualitativo, tendo em vista que o fluxo de
demandas e o prazo previsto para a solicitação de prorrogação (cinco dias
antes do término inicial) comprometem a qualidade da referida análise.
Exemplo: Casos de solicitações de prorrogações de contratos, de mesmo
tomador e de mesmo motivo justificador, e na mesma ocasião, terem
umas solicitações deferidas e outras, idênticas (da mesma demanda),
indeferidas. Ou seja, um lote proveniente de um mesmo tomador, com 10
solicitações de prorrogações, e de demanda e motivo justificador
idênticos, terem 5 delas deferidas e as outras 5 indeferidas, pelo mesmo
órgão autorizador da Secretaria Regional do Trabalho (SRT).
14
BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
O que evidência claramente, o comprometimento da qualidade na análise
das solicitações, em esfera estadual.
Entende-se que, diante da dinâmica do Trabalho Temporário, as
autoridades competentes para tão análise aos pedidos de prorrogações
devam ser, em primeira instância, a Regional Municipal, em segunda
instância, a Regional Estadual e, por fim, a Federal. Além disso, uma
estrutura técnica e informatizada, suficientemente, capaz de automatizar
as prorrogações de contratos.
4 – PRAZOS PARA TÉRMINO DE CONTRATO
Não há na Lei nº 6.019/74, nem no Decreto nº 73.841/74, obrigação de
constar expressamente a data de término do Contrato de Trabalho
Temporário, isto porque, a sua própria natureza de transitoriedade não o
permite. O Contrato de Trabalho Temporário é modalidade de contrato a
termo, mas não com prazo determinado, e sim, limitado.
Lei 6019/74 | Art. 10º - O contrato entre a empresa de trabalho
temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo
empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização
conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social
(MTPS), segundo instruções a serem baixadas pelo Departamento
Nacional de Mão de Obra.
Verifica-se que, o Contrato de Trabalho Temporário não poderá exceder de
três meses, ou seja, poderá durar ATÉ este limite. Logo, com prazo
limitado, podendo o mesmo, ser finalizado antes do prazo de término,
sendo vinculado ao motivo justificador. De acordo com a Instrução
Normativa nº 114 e nº 18 se tornaram obrigatório à inclusão da data e
término (Incompatível com a Lei 6.019/74).
IN nº 114 | Art. 7º, inciso I, alínea d - Duração do contrato entre a
empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com
relação a um mesmo empregado, não superiores há três meses,
ressalvadas as exceções previstas na Portaria MTE n.º 789, de 02 de
abril de 2014, devendo ser indicadas expressamente as datas de início e
término no instrumento firmado entre a empresa de trabalho temporário
e a tomadora de serviço ou cliente. (Incompatível com a dinâmica do
Trabalho Temporário) 15
BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
IN nº 114 | Art. 8º, § 2º - A data de término do contrato deve ser
determinada na assinatura do contrato de trabalho temporário, sendo
irregular sua definição posteriormente ao início da prestação de serviços
pelo trabalhador. (Incompatível com a dinâmica do Trabalho Temporário)
IN nº 18 | Art. 25º, § 1º - A data de término do contrato deve ser
determinada no momento da assinatura do CTT; § 2º - Eventuais
alterações na data de término do contrato implicarão sua rescisão
antecipada ou sua prorrogação e estarão sujeitas aos respectivos
procedimentos legais, bem como à obrigação de atualização no SIRETT.
(Incompatível com a Lei 6.019/74).
5 – INDENIZAÇÕES
Com o advento da Constituição Federal de 1988, os dispositivos da Lei nº
6.019/74 incompatíveis com esta, foram tacitamente revogados, isto é,
não recepcionados pela nova ordem constitucional. Assim, a indenização
prevista na alínea f, do artigo 12, da referida lei, foi substituída pelo
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS ).
IN nº 114 | Art. 8º, § 1º - Quando antecipada, a rescisão enseja o
pagamento da multa rescisória do FGTS prevista no art. 18, §1º, da Lei
n.º 8.036, de 1990; E da indenização prevista no art. 12, alínea f, da Lei
n.º 6.019 , de 1974.
Assim, não há aplicação da referida multa por rescisão ou término do
Contrato de Trabalho Temporário.
No que tange à multa rescisória do FGTS, cumpre esclarecer o que segue:
Decreto 99.684/90 | Art. 9º - Ocorrendo despedida sem justa causa,
ainda que, indireta, com culpa recíproca por força maior ou extinção
normal do contrato de trabalho a termo, inclusive a do trabalhador
temporário, deverá o empregador depositar, na conta vinculada do
trabalhador no FGTS, os valores relativos aos depósitos referentes ao mês
da rescisão e, ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais cabíveis.
16
BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
Da leitura do artigo 9º e seus §§ 1º e 2º, do Decreto n. 99.684/90, que
regulamenta o FGTS, extrai-se a conclusão de que o referido acréscimo
(multa 40%) não se aplica na extinção normal do contrato temporário.
Além disso, o próprio sistema da Caixa Econômica Federal (CEF),
instituição financeira, constituída sob a forma de Empresa Pública do
Governo Federal Brasileiro, não permite o pagamento da multa de
rescisão deste tipo de contrato.
Isto por que, o Contrato de Trabalho Temporário é hipótese de contrato a
termo incerto (termo certus an e incertus quando), modalidade que
embora albergue seu término em lapso futuro previsível, não especifica
uma data ou um prazo certo, o que, de qualquer forma, não atrai o
pagamento do acréscimo em discussão.
6 - PROIBIÇÕES DE INDICAÇÃO PELO CLIENTE
As Instruções Normativas proíbem de forma arbitrária às empresas, a
livre escolha de seus futuros trabalhadores.
IN nº 114 | Art. 4 º, § 3 º - Considera-se irregular o recrutamento e a
seleção de trabalhadores temporários realizado pelo próprio tomador da
mão de obra. Incompatível com o espírito da Lei 6.019/74 e com a
persecução de uma sociedade que busque o pleno emprego.
IN nº 1 8 | Art. 4º, § 2 º - O recrutamento e a seleção de trabalhadores
temporários são atividades exclusivas da ETT, ainda que em local onde
não tenha filial, agência ou escritório.
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BARREIRAS ENFRENTADAS PELO SETOR
Entende-se que, a utilizadora dos serviços poderá fazer apenas
indicações de pessoas de seu rol de conhecimento que possam participar
do processo de seleção realizado pelas Agências Privadas de Trabalho
Temporário (APTT), não passando em absoluto, a responsabilidade das
agências para a utilizadora e sim, facilitar o ingresso de pessoas no
mercado de trabalho.
7 - QUALIFICAÇÃO DO TRABALHADOR TEMPORÁRIO
Discriminar o trabalhador por sua qualificação profissional em face de
uma modalidade de contratação, além de ferir diretamente o papel social
e econômico que objetivou a criação do trabalho temporário no Brasil e
no mundo é, sobretudo, um desrespeito moral ao indivíduo.
Projeto de Lei nº 1.347/73 | Justificação – (...) Busca-se vitalizar a
economia e melhorar a renda individual, proporcionando-se
oportunidades de uma atividade produtiva a um grande contingente
potencial de trabalhadores, marginalizados do mercado por condições
próprias de vida e que, assim, não podem se engajar num trabalho
permanente com a disciplina ordinária.
IN nº 114 | Art. 6º - Somente trabalhadores devidamente qualificados
podem ser contratados na modalidade de contrato temporário.
§ 1º - Considera-se trabalhador devidamente qualificado aquele
tecnicamente apto a realizar as tarefas para as quais é contratado.
Na forma prevista na Lei nº 6.019/74 (TT), o termo “qualificação” é
aplicado em seu conceito jurídico/contratual, como um dos elementos
contratuais obrigatórios. Isto é, o contrato deve apresentar a qualificação
das partes envolvidas, de forma que possam ser individualizadas.
Portanto, estabelecer o conceito de trabalhadores “devidamente
qualificados” como aquele “tecnicamente apto”, é fechar a porta da
experiência profissional a milhares de jovens em situação de primeiro
emprego que busca exatamente a experiência ou a profissionais
marginalizados do mercado de trabalho, tornando-se um ato
irresponsável, imprudente e precipitado.
18