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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO QUALIDADE NO ATENDIMENTO NA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL: PROJOVEM EM JURIPIRANGA-PB Aluno: Luiz Carlos Albuquerque das Chagas Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Orientadora: Profª Drª Jacqueline E. Barrancos Professora Colaboradora do Programa de Especialização em Gestão Pública UEPB RESUMO Um dos temas que tem sido discutido nos meios acadêmicos e organizacionais na literatura de gestão pública, nesta última década, é o gerenciamento da qualidade. E, nesse sentido, a maioria dos trabalhos realizados sobre a gestão da qualidade no atendimento tem sido executada por organizações envolvidas em algum programa formal de gestão da qualidade. Entretanto, existem organizações que não se encontram envolvidas em tais atividades ou programas. Por esse motivo, este artigo tem como propósito analisar a qualidade no atendimento dos jovens do Programa ProJovem no município de Juripiranga-PB. Buscando identificar e explorar a pesquisa sobre a qualidade no atendimento, como sendo, uma forma de atingir resultados sobre a satisfação ou insatisfação no programa ProJovem, este trabalho, portanto, adotou uma combinação de métodos: descritivo e exploratório como forma de abordagem metodológica. A seleção da amostra foi de 13 jovens que foram questionados mediante a aplicação de um questionário com escala de cinco níveis (péssimo, ruim, regular, bom e ótimo). Os resultados coletados revelaram que a maioria dos jovens está satisfeita com o atendimento do programa na forma em que são atendidos. Sob o ponto de vista da análise da qualidade no atendimento, constatou-se um nível de satisfação de 53,8%, ao passo que 38,5% assinalaram como sendo bom e apenas 7,7% dos entrevistados atribuíram o conceito regular. De modo geral, conclui-se que os jovens estão satisfeitos com o atendimento do programa no município de Juripiranga. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade no atendimento. Programa ProJovem. Juripiranga-PB

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

QUALIDADE NO ATENDIMENTO NA SECRETARIA DE

DESENVOLVIMENTO SOCIAL: PROJOVEM EM JURIPIRANGA-PB

Aluno: Luiz Carlos Albuquerque das Chagas

Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Orientadora: Profª Drª Jacqueline E. Barrancos

Professora Colaboradora do Programa de Especialização em Gestão Pública – UEPB

RESUMO

Um dos temas que tem sido discutido nos meios acadêmicos e organizacionais na literatura de

gestão pública, nesta última década, é o gerenciamento da qualidade. E, nesse sentido, a

maioria dos trabalhos realizados sobre a gestão da qualidade no atendimento tem sido

executada por organizações envolvidas em algum programa formal de gestão da qualidade.

Entretanto, existem organizações que não se encontram envolvidas em tais atividades ou

programas. Por esse motivo, este artigo tem como propósito analisar a qualidade no

atendimento dos jovens do Programa ProJovem no município de Juripiranga-PB. Buscando

identificar e explorar a pesquisa sobre a qualidade no atendimento, como sendo, uma forma

de atingir resultados sobre a satisfação ou insatisfação no programa ProJovem, este trabalho,

portanto, adotou uma combinação de métodos: descritivo e exploratório como forma de

abordagem metodológica. A seleção da amostra foi de 13 jovens que foram questionados

mediante a aplicação de um questionário com escala de cinco níveis (péssimo, ruim, regular,

bom e ótimo). Os resultados coletados revelaram que a maioria dos jovens está satisfeita com

o atendimento do programa na forma em que são atendidos. Sob o ponto de vista da análise da

qualidade no atendimento, constatou-se um nível de satisfação de 53,8%, ao passo que 38,5%

assinalaram como sendo bom e apenas 7,7% dos entrevistados atribuíram o conceito regular.

De modo geral, conclui-se que os jovens estão satisfeitos com o atendimento do programa no

município de Juripiranga.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade no atendimento. Programa ProJovem. Juripiranga-PB

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1 INTRODUÇÃO

Um dos temas que tem sido discutido nos meios acadêmicos e organizacionais na

literatura de gestão pública nessa última década de 2000 é o gerenciamento da qualidade.

Assim, no contexto geral, as organizações vêm enfrentando grandes desafios para elevar a

qualidade no atendimento através de critérios que exigem elevados padrões de qualidade de

serviços para atender aos anseios do cliente.

Nessa perspectiva, o estudo aponta para essa temática, tendo em vista que existe uma

preocupação com a melhoria do atendimento, não apenas direcionado para o setor privado,

mas também para o setor público.

No Brasil, as políticas públicas para modernização da gestão pública tiveram início na

década de 90. A proposta do Plano Diretor no governo de Fernando Henrique em 1995

evidencia a administração gerencial que emerge da necessidade do Estado minimizar os

custos e aumentar a qualidade dos serviços, voltada para atender o cidadão, com intuito de

tornar o Estado mais forte e eficiente.

Como afirma Di Pietro (2008, p. 61), “na administração pública o cidadão sempre será

beneficiado, para isso deverá de atingir suas metas, em que seus integrantes devem atuar

incorporados na legalidade”. Sugerir novos rumos e dispositivos de gestão na administração

publica, simboliza obter resultados determinados para que a sociedade possa desfrutar de

excelentes serviços. Para isso, é importante uma intervenção na cultura organizacional na

eficiência de um atendimento ligada à qualidade pessoal. (TEIXEIRA ; SANTANA, 1994,

p.7)

Corroborando com esse pensamento, Moller (1992), opina que de modo variado, pode-

se perceber padrões diferentes sobre a qualidade do desempenho – que muitas vezes é

orientada de acordo como o cliente avalia a qualidade, a base de todos outros tipos de

qualidade é a qualidade pessoal.

Já Chiavenato (1999), afirma que a estratégia de atendimento é voltada ao consumidor,

isto porque a capacidade de ouvir o cliente é o primeiro passo que deve ser desenvolvido.

Conclui-se com isso que ouvir é processo de comunicação essencial e, portanto, a aparência

humana no atendimento é fundamental para aquele que procura um atendimento que o

satisfaça e que muitas vezes é mais importante do que a qualidade objetiva do serviço

Nesse contexto verifica-se que a maioria dos trabalhos sobre gerenciamento da

qualidade tem sido realizada por organizações envolvidas em algum programa formal de

gerenciamento da qualidade. Entretanto, existem organizações que não se encontram

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envolvidas em tais programas ou atividades, em virtude de não conhecer os procedimentos e o

gerenciamento dos sistemas funcionais. (FALCONI, 2009)

Por tal motivo, dentre os programas de atendimento, destacamos a qualidade no

atendimento dos jovens no ProJovem no município de Juripiranga-PB – que tem como

objetivo melhorar a qualidade dos serviços prestados à sociedade e o fortalecimento das ações

desenvolvidas por esse programa com destaque em iniciativas de atendimento ao cidadão.

O município de Juripiranga, no estado da Paraíba, aderiu ao ProJovem Adolescente no

ano de 2009, logo após o término, em dezembro de 2008, do Projeto Agente Jovem de

Desenvolvimento Social e Humano, no qual surgiu a uma nova oferta de vagas do ProJovem

Adolescente atendendo a essa demanda de serviço socioeducativo aos jovens compreendidos

na faixa etária dos 15 aos 17 anos de idade. Dessa forma, o Centro de Referência da

Assistência Social (CRAS) colocou à disposição o espaço físico adequado para a oferta dessa

atividade. Nessa época, com esforço e toda recomendação exigida pelo Ministério de

Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) para a realização das diversas atividades,

o qual o município foi contemplado com 3 (três) coletivos (cada coletivo formado por um

grupo organizado, preferencialmente por 25 jovens), foram estabelecidas algumas políticas de

horários intercalados (no qual não atrapalhe a permanência dos jovens na escola). O objetivo

essencial desse programa é dar aos jovens necessitados o acesso ao serviço socioeducativo de

convívio em conformidade com os padrões de qualidade daquele menos necessitado.

Nesse sentido, levando em consideração a importância da qualidade de atendimento

para esse programa, a proposta do trabalho visou responder ao seguinte questionamento da

pesquisa: Quais os elementos que definem a qualidade no atendimento para o Programa

ProJovem no município de Juripiranga-PB?

Para responder a essa pergunta identificamos que a definição de qualidade de

atendimento para determinado programa, se tornou imperativo nas organizações através da

dimensão e indicadores, tais como: flexibilidade da estrutura organizacional, estrutura

organizacional que favorece à inovação, comunicação eficaz no atendimento, parcerias com a

iniciativa privada, relatórios de acompanhamento, capacitação e treinamento dos servidores

que atendem e outros itens a serem investigados.

Dessa forma, conforme o problema levantado, fruto de nossa inquietação em relação

aos elementos que definem a qualidade no atendimento do Programa ProJovem no município

de Juripiranga-PB, foi possível estabelecer os parâmetros que nortearam o trabalho, desde a

fase de escolha do tema até a justificativa, e dos motivos que nos levarão a trabalhar

principalmente no desafio de identificar maneiras de aumentar o valor para o cliente no

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campo da gestão da qualidade, no intuito de dar aos jovens necessitados a necessidade dos

serviços socioeducativos oferecidos pelo programa, e o convívio em conformidade com os

padrões de qualidade.

Assim, a construção deste artigo, deve-se em parte na contrapartida de todo o

investimento empregado pela sociedade, em um conhecimento confiado aos acadêmicos de

qualquer campo do saber. De acordo com Oliveira (2009), “é por meio dos trabalhos feitos no

ambiente acadêmico, que a Ciência começa a ser produzida, desde os processos mais simples,

como um trabalho de conclusão de curso (TCC), até a apresentação de trabalhos em eventos”.

(OLIVEIRA, 2009, p. 11).

Para Vieira et al (2000) a questão de analisar as práticas qualidade no atendimento não

é uma tarefa simples, uma vez que existem poucos elementos objetivos que permitam

definições e medidas específicas. Entretanto, se a qualidade está relacionada à percepção de

algo bom ou zero defeito, a percepção dos jovens sobre esse programa em relação à

qualidade no atendimento, pode gerar diferentes noções e significados ou diferentes

interpretações.

Assim, este trabalho identificou alguns elementos significativos da definição de

qualidade que visa analisar os critérios que definem a qualidade no atendimento para

prestação de serviços aos jovens do ProJovem da Secretaria de Desenvolvimento Social,

localizado na Prefeitura Municipal de Juripiranga, Estado da Paraíba. Como forma de atingir

este propósito, os critérios selecionados foram direcionados para mensurar o nível de

satisfação dos jovens em relação aos serviços prestados no programa, e como também

identificar o perfil dos jovens que participam desse programa e delinear estratégias

socioeducativas para que os jovens se sintam pessoas responsáveis na sociedade.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AS REFORMAS NO BRASIL

A maioria das reformas da administração pública teve seu foco na estrutura

organizacional do aparelho do Estado e nos instrumentos legais que definiram e criaram

órgãos e entidades, planos, carreiras e rotinas. Não fosse o propósito declarado de algumas

mudanças, muitas delas não passariam de simples reorganizações internas do aparelho do

Estado.

Segundo Lima (2007), o foco predominante da chamada Modernização Administrativa

tem sido mecanicista, com foco na mudança estrutural e de procedimentos administrativos,

geralmente criando, acrescentando ou suprindo cargos, órgãos e procedimentos. Esse enfoque

explica, em grande parte, os fracassos das mudanças em relação aos objetivos pretendidos.

À luz dos documentos legais, percebe-se um mudar constante do ambiente interno da

administração pública: são mudanças relativas à gestão de pessoal, a estruturas de órgãos e

entidades que pouco tem a ver com uma transformação dos valores e práticas do setor

público.

Nesse cenário, a busca pela excelência no serviço público no Brasil vem sendo

desenvolvida ao longo do tempo, mas ainda verifica-se resistência a mudanças, por meio da

acomodação observada em gestores e servidores, que são simples executores de tarefas.

Por outro lado, percebem-se atitudes inovadoras no serviço público, como Miron e

Lins (2009, p.28) afirmam que o setor público, no mundo inteiro, diante das profundas

transformações da economia e da sociedade, deve haver a necessidade de reinventar as

estruturas e processos organizacionais.

No Brasil, o delineamento das políticas públicas para modernização da gestão pública

teve início na década de 90. A proposta do Plano Diretor no governo de Fernando Henrique

em 1995 evidenciou a necessidade da administração gerencial de tornar o Estado mais forte e

eficiente. Dentre os programas de desburocratização destaca-se o gespública que tem a

finalidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados à sociedade e elevar a

competitividade do país. O fortalecimento das ações desenvolvidas por esse programa tem

destaque em iniciativas de atendimento ao cidadão.

Com o passar dos tempos sempre foi necessário uma reforma administrativa na gestão

pública focada no cidadão, e sob essa perspectiva em maio de 1990, um subprograma para a

qualidade no serviço público foi instituído. Passaram-se todos esses anos e Lima (2007) opina

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que falar hoje de uma vigorosa política pública voltada para a mudança de valores do servidor

público e dos cidadãos, é estratégia para orientação do serviço público e produzir ganhos

sociais efetivos.

2.2 MODELOS GERENCIAIS

A organização vive em um mundo em constantes mudanças e as pessoas e gestores

devem estar preparados para enfrentar essas exigências do mercado. A organização é um

sistema que deve se adaptar continuamente aos outros sistemas que também mudam em torno

de si. O Governo emite novas leis e regulamentos, novas tecnologias são desenvolvidas,

novos materiais aparecem, o mercado se torna mais exigente, entre outras variáveis que

podem acontecer.

Portanto, conforme opina Falconi (2009) a organização deve fazer melhorias de

forma adaptativa (quando apenas reage às mudanças em sua volta) ou agressiva (quando ela

mesma provoca estas mudanças e se antecipa.).

Essas melhorias podem ser empregadas através dos modelos gerencias existentes.

“Um modelo é uma estrutura, um plano, uma representação (especialmente em miniatura), ou

uma descrição projetada para mostrar o objeto principal ou o funcionamento de um objeto, um

sistema, ou um conceito”. (FALCONI, 2009, p.129)

No decorrer da literatura serão apresentados alguns modelos conceituais que

procuram descrever o comportamento de sistemas considerando sua função, estrutura ou

processos.

2.2.1 Modelo de gestão de pessoas

O processo de gerir pessoas vem ao longo do tempo passando por mudanças em sua

terminologia, a maneira de pensar e implementar os novos modelos, merecem destaque a

gestão do capital humano, a gestão de competências e a gestão do conhecimento, esses novos

conceitos que apareceram facilitam a modificação tradicional da administração de recursos

humanos.

No século XXI a valorização do talento humano tem destaque, revendo o papel de

simples recurso, com essa nova concepção as organizações estão mudando suas práticas de

gestão, orientando e gerenciando o comportamento humano de acordo com a necessidade da

empresa, a partir da elaboração e aplicação, o modelo de ação estratégica serve para

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direcionar o gestor de pessoas na sua área de atuação para alcançar sucesso nas atividades

organizacionais, como afirma Chiavenatto, (2008, p.30) “os objetivos da Gestão de Pessoas

passaram a ser estratégicos e os seus processos são: agregar, aplicar, recompensar, manter,

desenvolver e monitorar pessoas”. A respeito, o próprio autor comenta que:

[...] A Gestão de Pessoas (GP) é uma área muito sensível à mentalidade que

predomina nas organizações. Ela é extremamente contingencial e situacional, pois

depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da

estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do

negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos, do estilo de

gestão utilizado e de uma infinidade de outras variáveis importantes (CHIAVENATTO, 2008, p.08)

Batitucci 2000, (apud TEMOCHE, 2008, p.180) conceitua o modelo de gestão de

pessoas como sendo“ [...] a maneira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar e

orientar comportamento humano no trabalho. Para isso, a empresa se estrutura definindo

princípios, estratégias políticas e práticas ou processos de gestão”.

Esse novo cenário da gestão de pessoas foca as pessoas nas organizações que passam a

ser o diferencial competitivo, com destaque do crescimento profissional e pela habilidade

individual, conhecimento e comprometimento, desenvolvendo seus potenciais de acordo com

as estratégias da empresa a fim de atingir seus objetivos e metas, numa interdependência de

vantagens.

Zeitham e Bitner (2003, p.277) comentam que “Uma organização que contrate, treine

e desenvolva as pessoas certas para que forneçam qualidade em serviços, oferecendo-lhes o

suporte necessário, também deve trabalhar para que as melhores pessoas sejam mantidas”.

Nessa concepção, as pessoas são vistas como parceiras do negócio, cabendo ao líder

estimular a participação e criatividade dos colaboradores para auxiliarem na tomada das

decisões, tendo a missão de conseguir uma equipe mais produtiva e menos conflitante, afinal

os integrantes das organizações são responsáveis pelas mudanças internas. Daí, a importância

delas estarem motivadas e treinadas para se obter o máximo de aproveitamento desse

investimento corporativo.

“Muda-se uma empresa a partir das atitudes, conhecimentos e comportamentos das

pessoas que nela trabalham. Muda-se uma empresa a partir da criação de uma nova

mentalidade e estado de espírito que deve ter início na cúpula da organização”.

(CHIAVENATO, 2008, p.558)

As empresas que oferecem amplas possibilidades de treinamento e valorização

profissional tenderão a ter boas condições de atrair e reter os melhores. E atrair, reter

e desenvolver os melhores será um dos pontos mais importantes das organizações,

senão o mais importante. (LACOMBE, 2005, p. 357)

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É importante a valorização dos servidores para que possam desenvolver seus potencias

a fim de atingir metas e criar oportunidades, fazendo a diferença nas organizações. “Os

profissionais precisarão ser cada vez mais criativos. Será preciso valorizar as formas de

organização que proporcionem condições para a criatividade e a inovação”. (LACOMBE,

2005, p.354)

2.2.2 Modelo gestão da qualidade

Todas as pessoas podem perceber o que é uma ideia natural, o que significa qualidade.

“Algumas até perguntam por que falar de qualidade se todos fizerem alguma coisa, certa ou

errada, procuram fazê-la bem feita ou, pelo menos, da melhor forma possível, e isso é

qualidade”. (LIMA, 2007, p, 03)

Qualidade sob esse enfoque é tão natural no ser humano como é o bom senso, opina

Lima (2007). Esse entendimento comum de qualidade constitui a base sobre a qual se

desenvolve a doutrina – filosofia, teoria e prática de qualquer organização, ou seja, com a

participação das pessoas. (CHIAVENATO, 2004)

Nesse sentido, verificamos na literatura que o conceito de qualidade não é recente e

vem se transformando desde a segunda Guerra Mundial, a partir da década de 50, iniciada no

Japão, através de Deming Juran que buscavam sair da crise originada da Guerra e sobre tudo

da credibilidade de seus produtos, segundo afirma. (MOREIRA, 2008)

Por não haver uma definição da qualidade pela razão de muitos autores entenderem de

sua maneira e praticar como deve ser é que o seu conceito dependerá da situação em que o

individuo se encontra, que nem sempre será aceito a qualidade por todas as pessoas.

(MOREIRA, 2008)

Na afirmação de Juran (1992, p. 89). “Qualidade é adequação ao uso”, Essa adequação

se depara com duas diferentes direções:

Características que satisfazem as necessidades do cliente (aumento da satisfação dos

clientes internos, captarem um maior número de cooperado e fixar preços

diferenciados no mercado); e Ausência de falhas (reduzir a insatisfação dos cooperados, reduzirem desperdício e aumentar a lucratividade).

Entende-se que qualidade está relacionada com o usuário, em que os clientes sintam-se

agrado e expectativa. Na atualidade a qualidade está voltada para tudo o que é

direcionamento, merecendo destaque na gestão das ciências sociais, de modo que a qualidade

em serviços públicos enfrente obstáculos na busca da eficiência.

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Segundo Assis (2009), a qualidade pessoal é a base de todos os outros tipos de

qualidade, destaca, porém, os altos níveis de qualidade pessoal, onde contribuem, a níveis,

outros altos níveis de qualidade nos setores das organizações para que possam criar serviços

de qualidade superior. Para tanto, para que possa obter sucesso, as organizações públicas

dependem do nível da qualidade dos serviços prestados para que possa satisfazer a população

em sua finalidade e exigência.

2.3 QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA

A busca pela excelência no serviço público no Brasil vem sendo desenvolvida ao

longo do tempo, mas ainda verifica-se resistência a mudanças, por meio da acomodação

observada em gestores e servidores que são simples executores de tarefas.

Uma gestão com qualidade é uma capacidade para fazer, bem feito e em tempo

oportuno, o que deve ser feito. Três elementos importantes estão implícitos nesse primeiro

conceito de gestão: qualidade, produtividade e missão.

Qualidade: fazer bem feito; produtividade: fazer a quantidade certa no tempo certo;

missão; fazer o que deve ser feito. Esses elementos separados não produzem qualidade. Uma

organização pública que tem qualidade na gestão é, portanto, uma organização que tem

capacidade de cumprir sua missão. Fazer o que tem que fazer bem feito, e, acessível a todos

os seus destinatários.

É nesse sentido amplo do termo qualidade que se estabelece a lição vital com a

produtividade e a missão, principalmente por se tratar de serviço público, que, por não ter

mercado, mas sociedade, não tem atribuição para escolher “fatias” ou “segmentos” da

sociedade para prestar seu serviço. Quando a missão dada a uma organização é a educação, é

para toda a sociedade, nacional, estadual, municipal ou mesmo de um distrito ou bairro.

2.4. ATENDIMENTO

No entendimento de Barreto (TQC), o melhor atendimento é quando o cliente se sinta

satisfeito em suas expectativas gerando contentamento, confiança e credibilidade.

Objetivando um bom atendimento, o atendimento essencialmente deve influenciar através do

processo de comunicação. A comunicação é um assunto a ser tratado constantemente aquele

que atende.

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O atendimento público de melhor qualidade é quando mantenha um líder com

responsabilidade para a motivação de a equipe incentivar as alterações no trabalho. Este líder

deverá estar ligado no que passa no ambiente de trabalho. Assis (2009)

Em se tratando de atendimento ao público, o serviço é complexo, ou melhor,

aparentemente parece ser fácil em uma atividade social em via de comunicação entre os

sujeitos participantes da instituição.

2.5. QUALIDADE NO ATENDIMENTO

Enquanto na qualidade procura-se meios para satisfazer as exigências na qualidade de

serviços ofertados aos clientes, no atendimento os clientes superam as suas expectativas e se

sentem satisfeitos na forma de comunicação. Mas quando se fala em qualidade e em

atendimento, não se pode deixar de falar na qualidade no atendimento que é fundamental para

todas as outras qualidades.

Uma organização não consegue sobreviver se não possuir pessoas bem treinadas ao

atendimento dos clientes. Essa qualidade no atendimento é de interesse tanto da organização

quanto dos funcionários. A instituição por oferecer treinamento apropriado ao seu quadro

pessoal e o funcionário dar o melhor de si que possa oferecer um bom atendimento. Moreira

(2008)

Como a qualidade no atendimento está voltada a uma organização pública municipal

no atendimento de jovens é imprescindível que haja uma transparência e o envolvimento de

todos na corroboração, na perspectiva de alçar bons frutos dessa interação entre orientador e

orientados para uma sociedade tão complexa e que busca uma qualidade de serviço

respeitando principalmente o atendimento.

Por fim, a base de todas as outras qualidades é a qualidade no atendimento, de forma

que uma organização respire bem-estar e seus clientes se mostram satisfeitos.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Partindo-se da hipótese formulada em relação ao objeto de pesquisa, identificamos a

seguinte resposta ao problema do trabalho: A qualidade no atendimento pode se beneficiar de

políticas públicas pautadas antes de tudo nas ciências que lhes irão servir, ganhando

maturidade das grandes ciências já organizadas, ou seja, a organização deve reinventar as

estruturas e processos organizacionais, oferecer treinamento apropriado ao seu quadro pessoal

e valorizar o profissional. Para se ter um bom atendimento faz-se necessário que o servidor

público tenha mudança de valores, qualidade, produtividade, missão e boa comunicação, toda

essa transformação sendo feita, certamente a qualidade no atendimento poderá mudar.

Assim, pela natureza que envolve o problema da pesquisa inserido no ramo das

ciências sociais, o tipo de pesquisa a ser adotado foi o exploratório, descritivo e documental.

Dessa forma, quanto aos objetivos, a pesquisa exploratória é apropriada e considerada

particularmente adequada, quando se analisam problemas complexos e quando existe pouca

ou nenhuma informação prévia sobre o problema em questão. (MALHOTRA, 2001;

MICHEL, 2009). O método empregado justifica que na fase inicial da pesquisa, buscamos um

levantamento bibliográfico sobre o tema, com o propósito de identificar informações e

subsídios para definição dos objetivos, determinação do problema e definição dos tópicos do

referencial teórico.

Já do ponto de vista da adoção – pesquisa descritiva, o estudo é de natureza

quantitativa, pois vamos apresentar dados estatísticos e levantamentos sobre o perfil do jovem

e mensurar o nível de satisfação. Segundo Richardson (2008, p.71) “o método é fundamental

para as diversas Ciências Sociais, porque permitem controlar, simultaneamente, grande

número de variáveis e por meio de técnicas estatísticas de correlação, [....], oferecendo ao

pesquisador entendimento de modo pelo qual as variáveis estão operando”.

Com relação aos meios ou procedimentos, conforme Vergara (2000, p. 48), o estudo é

caracterizado como pesquisa bibliográfica, pois consiste em um estudo sistematizado

fundamentado em material publicado em livros, revistas, periódicos, entre outros. Para o

embasamento teórico, adotou-se a pesquisa documental, pelo fato de ter levantado

informações documentais, que fazem parte das informações e dados estatísticos sobre a

educação.

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3.2 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS DA PESQUISA

Objetivando tornar a mensuração do presente estudo exequível, foram definidas as

variáveis abaixo nomeadas.

Com referência as variáveis, conceituam-se:

Portanto, uma variável pode ser considerada uma classificação ou medida; uma

quantidade que varia; um conceito, constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores; aspectos, propriedade ou fator, discernível em um objeto de

estudo e passível de mensuração. Finalmente os valores que são adicionados ao

conceito, constructo ou conceito operacional para transformá-lo em variável, podem

ser quantidades, qualidades, características, magnitudes, traços etc., que se alteram

em cada caso particular e são totalmente abrangentes e mutuamente exclusivos. Por

sua vez, o conceito operacional pode ser um objeto, processo, agente, fenômeno,

problema, etc. (LAKATOS, 2007, p. 175)

Dessa forma, as variáveis derivadas dos objetivos estão relacionadas abaixo:

Variável dependente:

Qualidade no atendimento

Variáveis independentes

Programa ProJovem

Perfil dos jovens

Estratégias socioeducativas

3.3 ESPECIFICAÇÃO DO UNIVERSO OU POPULAÇÃO

Vergara (2000, p. 50) define universo de pesquisa como sendo: “um conjunto de

elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que

serão objetos de estudo.”

O universo da pesquisa é constituído por todos os coletivos (cada coletivo é formado

por um grupo organizado, preferencialmente por 25 jovens) do programa ProJovem registrado

na Secretaria de Desenvolvimento Social do município de Juripiranga, formado por 03 (três)

coletivos. Em virtude de limitações no decorrer do trabalho, optou-se por selecionar uma

amostra.

3.3.1 Amostra

Segundo Vergara (2000, p. 50) “amostra é uma parte do universo (população)

escolhida segundo algum critério de representatividade.”

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A amostra para este estudo é do tipo não probabilística, que não é baseada em

procedimentos estatísticos e do tipo intencional, em que um coletivo foi selecionado abaixo

descriminado.

A amostra foi feita através de 13 jovens em uma escolha aleatória dentre os três

coletivos, que estão participando do programa ProJovem no município de Juripiranga, a partir

dessa amostra foram extraídos resultados que serão descritos no item análise do resultado.

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A escolha do questionário como instrumento de pesquisa deu-se por este descrever as

características e medir determinadas variáveis de um grupo social. O tipo de questionário

utilizado foi o estruturado fechado, pois é “um instrumento em que as perguntas ou

afirmações apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas e preestabelecidas”

(RICHARDSON, 2008, p. 191).

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foram analisados os dados a partir da aplicação do questionário realizado com os 13

jovens do programa, com média de idade entre 15 a 17 anos de idade ProJovem. Na análise

dos dados, foram aplicadas técnicas simples para a interpretação através de média, não

havendo necessidade da utilização de outras técnicas estatísticas.

O Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem, instituído no Brasil pela Lei

nº 11.129, de 30 de junho de 2005 e revogada pela Lei 11.692, de 10 de junho de 2008, com o

intuito de atender jovens de 15 a 29 anos, traz em seus objetivos como sendo a preocupação

de promover a reintegração no processo educacional, a qualificação profissional e o

desenvolvimento humano, para atender as seguintes modalidades: ProJovem Adolescente –

Serviço Socioeducativo; ProJovem Urbano; ProJovem Campo – Saberes da Terra; e

ProJovem Trabalhador.

Esse programa é executado e gerido por meio da ligação do esforço da Secretaria

Geral da Presidência da República e dos Ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego e

do Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS.

Diante dos diversos tipos de modalidade de programas, o ProJovem citado pela Lei

11.692, de 10 de junho de 2008, foi focado no município de Juripiranga como sendo a

modalidade ProJovem Adolescente que consiste em um Serviço Socioeducativo, para jovens

de 15 a 17 anos, pertencente às famílias beneficiarias do Programa Bolsa Família (PBF), além

do que também foi considerado os egressos de medida socioeducativa, conforme o Estatuto da

Criança e do Adolescente; em cumprimento ou egressos de medida de proteção; egresso do

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); ou egressos ou vinculados a programas

de combate ao abuso e à exploração sexual. E com objetivo para complementar a proteção

social básica à família, o objetivo é criar mecanismos para garantir a convivência familiar e

criar condições para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema educacional.

O município de Juripiranga, no estado da Paraíba, aderiu ao ProJovem Adolescente no

ano de 2009, logo após ao término em dezembro de 2008 do Projeto Agente Jovem de

Desenvolvimento Social e Humano, no qual surgiu uma nova oferta de vagas do ProJovem

Adolescente atendendo a essa demanda de serviço socioeducativo aos jovens compreendidos

na faixa etária dos 15 aos 17 anos de idade. Dessa forma, o Centro de Referência da

Assistência Social (CRAS) colocou à disposição o espaço físico adequado para a oferta dessa

atividade. Nessa época, com esforço e toda recomendação exigida pelo Ministério de

Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) para a realização das diversas atividades,

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o qual o município foi contemplado com 3 (três) coletivos (cada coletivo formado por um

grupo organizado, preferencialmente por 25 jovens), foram estabelecidas algumas políticas de

horários intercalados (no qual não viesse a atrapalhar a permanência dos jovens na escola).

A mesma quantidade de coletivos ofertados inicialmente, continua até a data atual.

Neste ano de 2011, o número de jovens atendidos no programa soma um total de 60

adolescentes, sendo que os coletivos são trabalhados no expediente de segunda à quinta feira,

em 3 (três) horas diárias. As temáticas utilizadas são: juventude e direitos humanos e

societários, juventude e cultura, juventude esporte e lazer, juventude e meio ambiente e,

juventude e trabalho. Esses temas são transmitidos de forma dinâmica e educacional, além de

oferecer também oficinas de esportes, capoeira, inclusão digital, atividades artísticas, gincana

cultural e campeonato de futebol, tudo isso com vistas a conseguir a socialização dos jovens.

No que diz respeito ao atendimento, os serviços são prestados aos jovens do programa,

com qualidade em vários aspectos: na alimentação balanceada e acompanhada por uma

nutricionista, o quadro técnico do CRAS é composto pelos seguintes profissionais: três

oficineiros, um orientador social e uma psicóloga que oferece aos jovens do programa um

atendimento de qualidade segundo depoimentos dos jovens atendidos pelo ProJovem.

Dessa forma, na coleta de dados, apresentamos respostas que refletem os pontos de

vista dos entrevistados em relação à qualidade no atendimento do programa. É importante

ressaltar que essa pesquisa ao ser aplicada, não teve influência do pesquisador, por deixar os

entrevistados à vontade nas suas respostas.

A população da pesquisa está restrita ao total de 60 jovens do Programa Nacional de

Inclusão de Jovens – ProJovem. Em virtude das limitações de tempo e custo, não foi possível

trabalhar com o universo, sendo necessário escolher uma amostra intencional e aleatória

formada por um grupo de 13 jovens. Tais resultados da pesquisa quantitativa trazem a

caracterização da amostra e a mensuração das opiniões dos jovens do programa quanto ao

atendimento e aos serviços prestados pelo programa no município. Os dados abaixo

distribuídos na Tabela 1 mostram o perfil dos jovens em relação à variável sexo.

Tabela 1 – Distribuição dos jovens por faixa etária e sexo.

Faixa- Etária Sexo

Total

Porcentagem Masculino Feminino

15 anos - - - -

16 anos 5 1 6 46%

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17 anos 3 4 7 54%

Total 8 (62%) 5 (38%) 13 100%

Fonte: Pesquisa direta, 2011

Observa-se na Tabela 1que dos 13 jovens do ProJovem, 62% são do sexo masculino e

38% do sexo feminino. Observa-se também que 46% dos jovens têm 16 anos e 54% tem 17

anos de idade. No entanto, a maioria dos jovens é do sexo masculino por serem jovens que se

preocupa em ter um futuro melhor. Enquanto as pessoas do sexo feminino não se preocupam,

pois parece que na maioria das vezes, elas dependem financeiramente do sexo masculino.

Já em relação ao perfil socioeconômico dos jovem, foram identificados os seguintes

dados, conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição dos jovens por faixa de renda da família e sexo.

Renda (R$) Sexo

Total

Porcentagem Masculino Feminino

Abaixo de 1 salário mínimo 1 - 1 7,7%

1 salário mínimo 7 5 12 92,3%

Acima de 1 salário mínimo - - - -

Total 8 5 13 100%

Fonte: Pesquisa direta, 2011

De acordo com a Tabela 2, quase unânime (92,3%) dos jovens tem suas famílias com

renda mensal de 1 salário mínimo. Apenas 7,7% percebem menos de 1 salário mínimo, onde

os jovens deste programa a maioria é do sexo masculino. Pode-se concluir que a maioria das

famílias dos jovens participantes do programa recebe salário mínimo por o município ter

aumentado o setor de serviços, segundo o IBGE – 2009.

Numa tentativa de cruzar os dados entre o tipo de sexo e o nível de escolaridade,

foram identificados os seguintes resultados, como mostra a Tabela 3

Tabela 3 – Distribuição dos jovens quanto a sua escolaridade e sexo.

Grau de escolaridade Sexo

Total

Porcentagem Masculino Feminino

Fund. anos iniciais completo 1 - 1 8%

Fund. anos finais incompleto 2 1 3 23%

Médio incompleto 4 3 7 54%

Médio completo 1 1 2 15%

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Total 8 5 13 100%

Fonte: Pesquisa direta, 2011

Pela Tabela 3 acima ilustrada em relação ao nível de escolaridade, constatamos que

dos jovens entrevistados do ProJovem, 8% têm o ensino fundamental anos iniciais completo,

23% estão cursando o ensino fundamental anos finais, 54% estão estudando o ensino médio

incompleto e 15% já concluiram o ensino médio. Comprova-se que a maioria dos jovens deste

programa cursa o ensino médio.

Com relação à variável atendimento e na percepção do sexo masculino e feminino dos

jovens entrevistados, levantamos os seguintes dados. Ver Tabela 4.

Tabela 4 – Distribuição dos jovens segundo o conceito dado ao atendimento e sexo.

Conceito Sexo

Total

Porcentagem Masculino Feminino

Péssimo - - - -

Ruim - - - -

Regular - 1 1 7,7%

Bom 4 1 5 38,5%

Ótimo 4 3 7 53,8%

Total 8 5 13 100%

Fonte: Pesquisa direta, 2011

Na segunda etapa da pesquisa, foram levantadas as variáveis relacionadas com a

qualidade do atendimento dos jovens do programa, na qual atribuíram os conceitos quanto à

própria palavra atendimento, 7,7% responderam ser regular, 38,5% atribuíram ser bom o

atendimento e 53,8% opinaram ser ótimo.

Talvez esse índice de satisfação da qualidade dos serviços do programa esteja

associado a uma boa equipe de trabalho que presta bons serviços para a comunidade como

também, o próprio programa instaurado pelo (MDS) traz várias recomendações de assistência

aos jovens.

O programa através das várias modalidades que oferece, dispõe aos usuários a

possibilidade de resgate da dignidade e oportunidade de crescimento e aprendizado. Além

disso, o contato com a comunidade permite que possa ser possível uma redução do

preconceito de alguns jovens e consequentemente seja visualizado que essa população jovem

e carente não pode ser tratada de modo excludente e marginalizada.

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5 CONCLUSÃO

Os resultados encontrados na pesquisa nos permitem opinar sobre as principais

conclusões relacionadas ao perfil do jovem e a qualidade no atendimento dos jovens do

Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem de Juripiranga.

Na literatura observamos que os critérios para se obter satisfação na qualidade do

atendimento na gestão pública implicam em vários elementos que compõem o cenário da

cultura organizacional, como: produtividade, missão, cliente satisfeito, confiança,

credibilidade, responsabilidade, qualidade no serviço, transparência, envolvimento dos

colaboradores, flexibilidade na estrutura da organização, inovação da estrutura

organizacional, comunicação eficaz, capacitação e treinamento dos servidores que atendam os

jovens do programa, relatórios de acompanhamentos, parceria com a iniciativa privada, entre

outros.

Como no município de Juripiranga a pesquisa foi realizada de modo a apenas conhecer

o resultado de algumas das variáveis socioeconômicas dos jovens e da qualidade no

atendimento de modo geral – que envolve: confiança; comunicação; responsabilidade e

qualidade no serviço, não foi possível observar outros elementos que integram a qualidade, ou

seja, a cultura dos funcionários e a satisfação interna desse público, em função das

dificuldades de tempo e custo financeiro.

Porém, é importante destacar que dentre os elementos observados, a qualidade do

programa é assegurada aos jovens os quais opinaram estar satisfeitos na sua grande maioria,

caracterizando assim um verdadeiro serviço público.

Destaca-se que uma pesquisa desta natureza amplia os conhecimentos a respeito da

qualidade no atendimento do programa e também leva os jovens a refletirem sobre a

qualidade no atendimento do programa ProJovem dentro da modalidade ProJovem

Adolescente no município de Juripiranga.

Portanto, ao final deste artigo, compreende-se que os objetivos da pesquisa foram

alcançados, naquilo que significa a qualidade no atendimento, que é fazer o que tem que fazer

e fazer bem feito, para o cliente se sentir satisfeito.

No futuro, com o melhoramento da implementação de políticas públicas e gestores

conscientes do que é uma gestão pública, o cidadão não precisará de programas como

ProJovem para a sua reintegração no processo educacional, pois os futuros cidadãos com

melhor qualidade de vida poderão iniciar sua formação em tempo real. Portanto, para que um

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programa funcione com sucesso é necessária a qualidade no atendimento para que ambas as

partes, isto é, atendente e atendidos, consigam chegar aos seus objetivos.

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MINI CURRICULO

Luiz Carlos Albuquerque das Chagas

Graduado em Licenciatura Plena em Ciências, Habilitação em Matemática pela Faculdade de

Formação de Professores de Goiana – FFPG – 1986;

Gerente de Planejamento da Secretaria de Planejamento, Prefeitura Municipal de Juripiranga,

Estado da Paraíba;

Professor de Matemática na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Teonas da

Cunha Cavalcanti, Município de Juripiranga, Estado da Paraíba.

Contato: [email protected]

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REFERÊNCIAS

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Disponível em:

<http://www.webartigos.com/artigos/a-qualidade-do-atendimento-na-administracao-publica-

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Planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa e Elaboração,

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APÊNDICE

Pesquisa: Qualidade no atendimento do ProJovem do município de Juripiranga.

QUESTIONÁRIO

Este questionário tem como objetivo auxiliar no levantamento de dados para o desenvolvimento do artigo do

Curso de Gestão Pública Municipal e deve ser respondido pelos Jovens do ProJovem do município de

Juripiranga-PB, de acordo com as seguintes perguntas:

1. Gênero:

( ) masculino ( ) feminino

2. Estado Civil:

( ) Solteiro ( ) Viúvo

( ) Casado ( ) Divorciado/separado (a)

3. Faixa etária:

( ) <15 anos ( ) 15 - 17 anos ( ) >17 anos

4. Qual o nível de renda da família?

( ) Menos de 1 (um) salário mínimo

( ) 1 (um) salário mínimo

( ) A cima de um salário mínimo

5. Qual o seu grau de escolaridade? (Escolha apenas uma alternativa)

( ) Fundamental anos iniciais incompleto ( ) Fundamental anos iniciais completo

( ) Fundamental anos finais incompleto

( ) Fundamental anos finais completo

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) N.D.R.

6. Como você avalia o atendimento dos funcionários nesse programa para os jovens?

( )Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

7. Como você avalia o nível do preparo dos servidores do programa?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

8. Se respondeu péssimo, ruim, ou regular das questões 5 e 6, responda esta questão. Quanto ao atendimento,

você tomou alguma destas atitudes, Quais?

( ) Reclamou ( ) Sugeriu

9. Quais são as atividades que o programa oferece como serviço socioeducativo?

( ) Curso profissionalizante

( ) Esporte

( ) Lazer

( ) Artes

( ) Cultura ( ) Inclusão digital

10. Como você avalia a importância do ProJovem na sua vida?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

11. Quanto a estrutura física do ambiente de estudo dos jovens?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo