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1 LUVAS CIRúRGICAS E LUVAS DE PROCEDIMENTOS: CONSIDERAçõES SOBRE O SEU USO Unidade de Tecnovigilância - UTVIG/NUVIG/ANVISA Introdução O uso de luvas nos serviços de assistência à saúde se deve à necessidade de proteger os profissionais e pacientes do risco de infecção cruzada. Os serviços de saúde usam bilhões de luvas anual- mente. Além de cirurgias, algumas tarefas clínicas co- muns também requerem o seu uso. O objetivo deste texto não é o de oferecer uma re- visão abrangente ou aprofundada sobre o tema, mas de, por meio do uso de documentos organizacionais do Ecri Institute, da ANVISA e da Organização Mundial da Saúde (OMS) como fonte de informação, apresentar os prós e contras de luvas de látex e luvas de material sintético, os critérios para o uso de luvas cirúrgicas ou de procedimentos bem como um protocolo para a re- moção adequada de luvas contaminadas. A Organização Mundial da Saúde, OMS, recomenda que luvas devam ser usadas devido a duas principais razões: 1.Para reduzir o risco de contaminação das mãos dos profissionais de saúde com sangue e outros fluidos corporais. 2.Para reduzir o risco de disseminação de germes para o ambiente e de transmissão do profissional de saúde para o paciente e vice-versa, bem como de um pa- ciente para o outro. Entretanto, a OMS alerta que os profissionais de saúde devem ter ciência de que luvas não oferecem proteção completa contra a contaminação, razão que justifica a importância da correta higienização das mãos antes de calçar as luvas. Conforme destaca a OMS, os patógenos podem ter acesso às mãos dos profissionais usuários de luvas por meio de pequenos defeitos nas luvas ou por contaminação das mãos durante a sua re- moção. Essa possibilidade fortalece a necessidade bási- ca de também fazer a higiene das mãos para garantir sua descontaminação após a remoção das luvas. Destaca-se também que o uso das luvas pode repre- sentar desperdício de recursos e não contribuir para a redução de contaminação cruzada quando o seu uso não é indicado. Nesses casos, a higienização das mãos é uma oportunidade preventiva que não deve ser per- dida. A OMS elaborou a pirâmide (Figura 1) com vistas a ajudar profissionais de saúde a diferenciar situações clínicas específicas em que as luvas devem ser usadas e trocadas e aquelas situações em que o seu uso não é imprescindível. A ANVISA, alinhada às políticas de Segurança do Paciente da OMS e do Center for Disease Control and BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 2, abril-maio-junho 2011 ISSN 2178-440X Prevention (CDC), reitera ainda as seguintes recomen- dações: Luvas devem ser usadas somente quando indicado; Devem ser utilizadas para a proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes; Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de os microrganismos das mãos do profissional conta- minar o campo operatório (luvas cirúrgicas); Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de transmissão de microrganismos de um paciente para outro nas situações de precaução de contato; As luvas devem ser trocadas sempre que o profissio- nal entrar em contato com outro paciente; As luvas devem ser trocadas durante o contato com um mesmo paciente ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando estas estiverem danificadas; O profissional, quando com luvas, não deve tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas); O mesmo par de luvas não deve ser usado nova- mente ou lavado; A higienização das mãos não pode ser substituída pelo uso de luvas. Uso e remoção correta de luvas É importante ressaltar que o ajuste e conforto da luva interferem em sua função. Observe abaixo a ilus- tração de uma luva bem ajustada (imagem à esquerda) e de uma luva com ajuste incorreto (imagem à direita) (Figura 2). Figura 2: Ajuste de luvas Fonte: Ecri, 2006

Luvas Esteril e Procedimento

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  • 1Luvas CirrgiCas e Luvas de ProCedimentos: Consideraes

    sobre o seu usounidade de tecnovigilncia - utvig/nuvig/anvisa

    introduoO uso de luvas nos servios de assistncia sade

    se deve necessidade de proteger os profissionais e pacientes do risco de infeco cruzada.

    Os servios de sade usam bilhes de luvas anual-mente. Alm de cirurgias, algumas tarefas clnicas co-muns tambm requerem o seu uso.

    O objetivo deste texto no o de oferecer uma re-viso abrangente ou aprofundada sobre o tema, mas de, por meio do uso de documentos organizacionais do Ecri Institute, da ANVISA e da Organizao Mundial da Sade (OMS) como fonte de informao, apresentar os prs e contras de luvas de ltex e luvas de material sinttico, os critrios para o uso de luvas cirrgicas ou de procedimentos bem como um protocolo para a re-moo adequada de luvas contaminadas.

    A Organizao Mundial da Sade, OMS, recomenda que luvas devam ser usadas devido a duas principais razes:1. Para reduzir o risco de contaminao das mos dos

    profissionais de sade com sangue e outros fluidos corporais.

    2. Para reduzir o risco de disseminao de germes para o ambiente e de transmisso do profissional de sade para o paciente e vice-versa, bem como de um pa-ciente para o outro.

    Entretanto, a OMS alerta que os profissionais de sade devem ter cincia de que luvas no oferecem proteo completa contra a contaminao, razo que justifica a importncia da correta higienizao das mos antes de calar as luvas. Conforme destaca a OMS, os patgenos podem ter acesso s mos dos profissionais usurios de luvas por meio de pequenos defeitos nas luvas ou por contaminao das mos durante a sua re-moo. Essa possibilidade fortalece a necessidade bsi-ca de tambm fazer a higiene das mos para garantir sua descontaminao aps a remoo das luvas.

    Destaca-se tambm que o uso das luvas pode repre-sentar desperdcio de recursos e no contribuir para a reduo de contaminao cruzada quando o seu uso no indicado. Nesses casos, a higienizao das mos uma oportunidade preventiva que no deve ser per-dida. A OMS elaborou a pirmide (Figura 1) com vistas a ajudar profissionais de sade a diferenciar situaes clnicas especficas em que as luvas devem ser usadas e trocadas e aquelas situaes em que o seu uso no imprescindvel.

    A ANVISA, alinhada s polticas de Segurana do Paciente da OMS e do Center for Disease Control and

    bit boletim informativo de tecnovigilncia, braslia, nmero 2, abril-maio-junho 2011issn 2178-440X

    Prevention (CDC), reitera ainda as seguintes recomen-daes:Luvas devem ser usadas somente quando indicado;Devem ser utilizadas para a proteo individual, nos

    casos de contato com sangue e lquidos corporais e contato com mucosas e pele no ntegra de todos os pacientes;

    Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de os microrganismos das mos do profissional conta-minar o campo operatrio (luvas cirrgicas);

    Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de transmisso de microrganismos de um paciente para outro nas situaes de precauo de contato;

    As luvas devem ser trocadas sempre que o profissio-nal entrar em contato com outro paciente;

    As luvas devem ser trocadas durante o contato com um mesmo paciente ao mudar de um stio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando estas estiverem danificadas;

    O profissional, quando com luvas, no deve tocar desnecessariamente superfcies e materiais (tais como telefones, maanetas, portas);

    O mesmo par de luvas no deve ser usado nova-mente ou lavado;

    A higienizao das mos no pode ser substituda pelo uso de luvas.

    uso e remoo correta de luvas importante ressaltar que o ajuste e conforto da

    luva interferem em sua funo. Observe abaixo a ilus-trao de uma luva bem ajustada (imagem esquerda) e de uma luva com ajuste incorreto (imagem direita) (Figura 2).

    Figura 2: Ajuste de luvas

    Fonte: Ecri, 2006

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    Alm do correto calamento das luvas (amplamente ensinado entre os profissionais de sade), a tcnica cor-reta de remoo das luvas deve ser observada para que se evite a contaminao das mos (Figura 3):

    Figura 3: Instrues passo a passo para a remoo segura de luvas contaminadas

    Fatores a serem considerados quando da aquisio, armazenagem e uso de luvas

    Mecanismos que garantam aquisio de luvas segu-ras e eficazes ou de boa qualidade, de acordo com o entendimento do consumidor, podem ser estabelecidos pelos servios de sade, conforme as atividades de pr-qualificao preconizadas. Para mais informaes so-bre como estabelecer essa atividade, a Tecnovigilncia disponibiliza o Manual de Pr-qualificao de Artigos Mdico-hospitalares no site da ANVISA: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/posuso/tecnovigilan-cia#.

    De acordo com o ECRI Institute, trs principais ques-tes devem ser levadas em considerao na escolha de luvas quando da sua aquisio: (i). Efetividade de bar-reira, (ii). Sensibilidade do usurio ao material da luva,

    (iii). Ajuste e conforto. Esse instituto ressalta ainda que esses fatores devem ser ainda mais cuidadosamente considerados quando tratar-se de luvas cirrgicas, uma vez que essas so usadas durante procedimentos inva-sivos e delicados durante os quais a resistncia da luva, sua efetividade como barreira e o conforto precisam ser mantidos sob as circunstncias mais complexas.

    efetividade de barreira A efetividade de luvas como uma barreira traduz-

    se como resistncia penetrao viral e resistncia ocorrncia de furos. Luvas com furos ou que se rasgam facilmente comprometem a segurana de pacientes e profissionais de sade. Aquelas luvas livres de defeitos de fabricao como furos, por exemplo, tem sua pro-priedade de barreira assegurada primariamente pela sua resistncia. A probabilidade de ocorrncia de ras-gos e furos em luvas inversamente proporcional sua resistncia. Uma das medidas utilizadas para se aferir a

    Passo 1: Pegue uma luva prximo ao seu punho em direo ponta dos seus de-dos at que a luva se dobre.

    Passo 2: Pegue cuidadosa-mente a dobra e puxe em direo s pontas dos seus dedos. medida que puxar voc estar colocando a luva ao avesso.

    Passo 3: Continue puxan-do a dobra at que a luva esteja quase que totalmente removida.

    Passo 4: a fim de evitar contaminao do ambiente, continue a segurar a luva removida. a seguir, remova sua mo da luva completa-mente.

    Passo 5: escorregue o dedo indicador da mo sem luva por baixo da luva que per-manece. Continue a inserir seu dedo em direo sua ponta at que quase metade do dedo esteja sob a luva.

    Passo 6: gire o seu dedo a 180 e puxe a luva ao avesso e em direo ponta dos seus dedos. medida que fazer isso a primeira luva ser contida dentro da segunda luva. o lado interno da segunda luva tambm ser virada ao avesso.

    Passo 7: Pegue as luvas firme-mente por meio da superfcie no-contaminada (o lado que estava inicialmente tocando sua mo). Libere totalmente o contato com a primeira luva removida. a seguir retire sua segunda mo do contato com as luvas descartando-as adequadamente.

    Fonte: University of Maryland. Department of Environmental Safety.

    Instructions for the safe removal of contaminated gloves [online].

    2004. Disponvel em: http://www.des.umd.edu/os/ppe/glove Acesso

    em 22/06/2011.

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    resistncia de luvas a rasgos a fora de rompimento que se traduz na quantidade de fora que o material suporta at o seu rompimento.

    armazenagem e usoAs condies de armazenamento de luvas podem

    tambm comprometer suas propriedades fsicas, e con-seqentemente a sua segurana.

    Com vistas a evitar que luvas sejam contaminadas em situaes em que a sua armazenagem no segura ou devido a condies inadequadas de temperatura e ambiente, os estoques devem ser controlados de forma a atender a demanda de uso do servio.

    Luvas tornam-se fracas e quebradias quando ex-postas ao calor, luz ultravioleta ou oznio. Estresses qumicos e fsicos podem tambm afetar consideravel-mente a habilidade do material da luva de prover bar-reira de proteo contnua.

    uso de luvas sobrepostas (double gloving)

    Alguns profissionais fazem uso concomitante de duas luvas sobrepostas com o propsito de aumentar o nvel de proteo oferecido. Geralmente, a luva externa meia unidade de medida maior em que a medida nor-mal do usurio (luva interna). Os usurios que fazem uso duplo de luvas relatam ter a percepo de que esse mtodo ajuda a prevenir fadiga e adormecimento dos dedos bem como permite um melhor contorno e ajus-te da luva ao longo dos dedos, oferecendo ao usurio uma boa destreza.

    O Ecri reporta que o uso de duas luvas reduz de forma significativa o nmero de perfuraes da luva interna, preservando a integridade da barreira. Essa du-plicao de barreira por meio da sobreposio de luvas aumenta a resistncia ao surgimento de pequenos fu-ros.

    A Unidade de Tecnovigilncia (UTVIG/NUVIG/AN-VISA) no dispe, at o momento, de dados sobre o volume de ocorrncias de perfuraes de luvas durante procedimentos cirrgicos no Brasil devido sub-notifi-cao de eventos adversos e de queixas tcnicas AN-VISA; porm a literatura internacional refere que ocorre 1 perfurao/rompimento ou rasgo de luva a cada 20 a 40 procedimentos cirrgicos.

    O uso de luvas sobrepostas aumenta a segurana de luvas quanto sua barreira de proteo para pacientes e usurios, mas essa sobreposio no previne contra a ocorrncia de leses na pele devido ao contato com pontas de agulhas e ou com produtos qumicos perme-veis ao material de composio da luva. O Quadro 1 apresenta informaes sobre Luvas quimicamente re-sistentes.

    Apesar de todas as vantagens demonstradas quanto sobreposio de luvas, alguns usurios podem achar que o seu uso sobreposto menos confortvel que o uso de uma nica luva e que a sobreposio compro-

    mete a sensibilidade ttil e destreza das mos. Alm disso, o hbito de usar luvas em quantidade duplicada torna o seu uso duas vezes mais caro e esta prtica pode no ser economicamente vivel, exceto em cir-cunstncias de risco ou em situaes em que o uso seja recomendado.

    materiais de composio de luvas

    Segundo o ECRI (2006), o material usado em luvas cirrgicas ou de procedimentos um fator importante para a efetividade da luva como uma barreira. O ltex continua sendo o material de padro ouro, porm, devido sensibilidade de profissionais de sade e pa-cientes a esse componente, os servios de sade esto passando a oferecer alternativas sem ltex para aqueles profissionais sensveis a esse material.

    LtexA borracha natural tem sido o material de prefern-

    cia para a fabricao de luvas usadas nas atividades dos servios de sade. Luvas de ltex costumam ter preos acessveis, so confortveis e oferecem excelente barrei-ra de proteo, principalmente devido sua habilidade de auto-ocluso de pequenos orifcios. A desvantagem desse material reside no fato de que alguns profissio-nais e pacientes desenvolvem sensibilidade e podem apresentar reaes alrgicas de gravidade mediana a grave aps o uso de luvas de ltex. Essas reaes podem variar desde uma urticria (reao mediana e localizada da pele) at uma ameaadora anafilaxia (re-ao grave e sistmica). Essas reaes esto associadas hipersensibilidade tipo I, que so causadas por anti-corpos especficos para o ltex na circulao sangnea. Essas reaes representam as nicas verdadeiras formas de reao alrgica ao ltex. O ECRI, entretanto destaca que profissionais que usam luvas podem experimentar dois outros tipos de reaes que no esto relacionadas s protenas do ltex, como por exemplo, os casos de dermatite irritante de contato; de irritao no alrgi-ca da pele que se manifesta como inchaos, dores e rachaduras ou ainda como hipersensibilidade tipo IV. A hipersensibilidade tipo IV uma reao alrgica a al-guns outros produtos qumicos orgnicos como tiura-nos, tiazis e carbamatos, tambm usados no processo de fabricao e que se manifesta de forma similar a dermatite irritante de contato, mas que apresenta-se como uma rea estufada e vermelha sobre a pele. Es-sas manifestaes aparecem normalmente vrias horas aps a exposio. importante salientar que tanto as luvas com e as sem ltex podem desencadear dermati-tes de contato e hipersensibilidade tipo IV nos usurios de luvas. interessante notar que mesmo o uso de luvas fabricadas com material sinttico pode no ser suficiente para proteger pessoas sensveis ao ltex. Os trabalhadores da sade podem ainda apresentar rinites e outras reaes alrgicas ao dividirem o ambiente com

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    outros trabalhadores que fazem uso de luvas de ltex talcadas. O talco disperso no ar pode tambm trans-portar os alergenos do ltex.

    materiais sintticosO uso generalizado de luvas sintticas por todos os

    trabalhadores do hospital no a melhor abordagem para a maioria dos servios. Algumas luvas sintticas podem ter alto custo alm de no agradarem aos tra-balhadores que as percebem como menos confortveis ou menos protetoras que o ltex. Alm disso, luvas de vinil, embora custem menos que outras luvas sintti-cas, no so apropriadas para muitas situaes: Seu uso no recomendado se o usurio est em contato com riscos biolgicos como sangue, por exemplo, vis-to que o vinil tem uma maior tendncia a fazer micro perfuraes durante o seu uso do que luvas de outros materiais.

    Ltex de baixa-protenaAps discutir as vantagens, desvantagens e proble-

    mas associados ao uso de luvas de ltex e luvas sint-ticas, apresentamos algumas informaes sobre luvas com ltex de baixa-protena, opo que tem sido abor-dada na literatura como provvel alternativa efetiva. Se-gundo as fontes pesquisadas, o ltex de baixa-protena

    oferece vantagens similares s luvas sintticas para os indivduos que apresentam alergia e para indivduos com potencial de tornarem-se sensveis ao ltex; em-bora essa alternativa no seja tambm a soluo para todos os casos de sensibilidade. O uso dessas luvas por indivduos que no so sensveis ao ltex pode reduzir os episdios de alergia ao ltex em nmero e gravidade entre aqueles indivduos sensveis, bem como reduzir o nmero de novos casos de alergia ao ltex entre os profissionais usurios. O ECRI Institute porm destaca que at o momento no h luvas de ltex, nem mesmo os tipos de baixa-protena, que sejam apropriadas para os usurios sensveis ao ltex. Esse Instituto destaca que esses indivduos precisam fazer uso de luvas fabricadas com materiais sintticos e sem ltex.

    Luvas de outras matrias primas

    Alm dos materiais de composio de luvas ante-riormente citados, outros materiais so tambm utili-zados em sua fabricao. Com vistas a minimizar os riscos potenciais de exposio das mos a produtos qumicos permeveis ao material de composio de lu-vas, apresentamos o Quadro 1 para orientar a escolha correta de luvas, considerando a sua composio e o produto a ser manipulado.

    Quadro 1: Luvas Quimicamente Resistente

    Luvas Recomendado para: No recomendado para:

    LtexSolues aquosas, alguns alcois, cidos fracos e bases

    Qumicos orgnicos, corrosivos, leos.

    Nitrila (luvas de procedi-mento)

    Formaldedo, glutaraldedo, alvejante, cido clordrico, cido fosfrico, materiais custicos.

    Cetonas e aromticos, hidrocarbo-netos clorados, steres, cidos ntri-co, sulfricos e cidos orgnicos.

    Nitrila (luvas utilitrias)Todos acima, mais hidrocarbonetos alifticos, alcois, leos, gasolina.

    Solventes alifticos, aromticos e clorados.

    ButiloAldedos, cetonas, glicis-ster, solventes org-nicos polares.

    Alifticos, aromticos e solventes clorados.

    Neoprene Oxidantes, cidos, bases, alcois, fenol, anilina. Solventes clorados.Viton Aromtico, aliftico, solventes clorados, alcois. Algumas cetonas, aminas e steres.Proteo de prata Maioria dos solventes, cidos e bases.

    Fonte: Yale University. Office of Environmental Health and Safety. Glove selection for chemical resistance [online]. Disponvel em : http://www.

    yale.edu/oehs/PDF_files/04_99.pdf. Acesso em 4/7/2011.

    Fontes de PesquisaBRASIL. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Hi-

    gienizao das mos: Segurana do Paciente em Servi-os de Sade/Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria: ANVISA, 2009, p. 71.

    ECRI Institute. Surgical and Examination Gloves [on line]. 2006. Disponvel em:https://members2.ecri.org/Components/HRC/pages/SurgAn21.aspx#appendixa Acesso em 22/06/2011.

    University of Maryland. Department of Environmen-tal Safety. Instructions for the safe removal of contami-nated gloves [online]. 2004. Disponvel em: http://www.des.umd.edu/os/ppe/glove Acesso em 22/06/2011.

    WHO (World Health Organization). Hand hygie-ne: why, how and when. Summary Brochure on Hand Hygiene. Geneva: World Alliance for Patient Safety, 2006a, p. 1-4. Disponvel em: http://www.who.int/gpsc/5may/Glove_Use_Information_Leaflet.pdf . Aces-so em 21/06/2011.