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Luz da Paz de Belem

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Luz da Paz de Belem

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L U Z D A P A Z D E B E L È M

A Luz da Paz de Belém é uma iniciativa dos escuteiros e guias da Áustria, com a colaboração de diferentes escuteiros de países da Europa e outros continentes que repartem a Luz da Paz acendida todos os anos por uma criança austríaca no local do nascimento de Jesus em Belém.

A Luz da Paz é distribuída para todos os países a partir de Viena. Este ano realizaremos, pela primeira vez, a cerimónia nacional em Portugal, terá lugar no dia 20 de dezembro, pelas 22h na igreja matriz velha de Vila Nova de Famalicão.

Convidamos todas as regiões, núcleos e agrupamentos a aderirem a esta iniciativa e partilharem esta Luz, como símbolo de paz, amor e esperança.

Posteriormente , os escuteiros poderão distribuí-la nas suas paróquias, lugares particulares, hospitais, lares,, prisões e outras associações das suas comunidades.

Podem aceder a toda a informação através do site luzdapaz.cne-escutismo.pt, bem como partilhar e identifi car os locais de partilha da luz.

Que esta Luz nos ilumine e nos guie todos os dias da nossa vida. Mantém a chama acesa é o lema escolhido para este ano.

Ana Rute CostaSecretária internacional

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U M A L U Z B R I L H A N A N O I T E

É bem certo que sentimos mais fortemente o valor das coisas ou das pessoas quando estas nos faltam. Assim, experimentamos como a luz é preciosa quando atravessamos a noite, seja qual for o nome da escuridão que nos entorpece o olhar. A Luz da Paz de Belém é promessa… pequenina, frágil, que tanto precisa de gestos… pequeninos, frágeis, que multipliquem para cada tempo e lugar o brilho dessa luz. Celebrando os 100 anos do Escutismo Católico, reconhecemo-nos agraciados porque a nossa vida é iluminada por essa luz. Outra coisa não podemos fazer senão partilhá-la. Para que não se apague!

O hino que se segue, da Liturgia das Horas, nos possa ajudar a alimentar tão suave chama em todas as nossas noites!

Luz terna, suave, no meio da noite,Leva-me mais longe...Não tenho aqui morada permanente: Leva-me mais longe...

Que importa se é tão longe para mimA praia aonde tenho de chegar,Se sobre mim levar constantementePoisada a clara luz do teu olhar?

Nem sempre Te pedi como hoje peçoPara seres a luz que me ilumina;Mas sei que ao fi m terei abrigo e acessoNa plenitude da tua luz divina.

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Esquece os meus passos mal andados,Meu desamor perdoa e meu pecado.Eu sei que vai raiar a madrugadaE não me deixarás abandonado.

Se Tu me dás a mão, não terei medo,Meus passos serão fi rmes no andar.Luz terna, suave, leva-me mais longe:Basta-me um passo para a Ti chegar.

Pe. Luís MarinhoAssistente Nacional do CNE

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M A N T É M A C H A M A A C E S A

Este ano completam-se 100 anos de Escutismo Católico no mundo e, para celebrar, o tema da Luz da Paz de Belém é comum a todos os Escuteiros católicos do mundo inteiro. O tema refere-se, precisamente, a essa perseverança, essa continuidade no tempo e à essência comum desta atividade que consiste em fazer uma pequena luz percorrer o mundo inteiro, sem parar, como a mensagem da Paz não se detém no espaço nem no tempo.

Os materiais de apoio estão estruturados à volta das quatro semanas do Advento e tentando dar vida às quatro leituras do Evangelho respetivas. Há também um anexo no fi nal com os materiais para que os animadores se possam preparar para viver o Advento com esperança, disponibilidade e alegria.

O marco simbólico deste ano é uma Coroa de Advento, feita sobre uma corda com a forma da fl or-de-lis, em que se colocará uma vela em cada Domingo de Advento e, fi nalmente, a Luz da Paz de Belém.

Cada semana terá um objetivo, de acordo com a mensagem evangélica. Assim, temos:

Semana 1: VELAR pelas necessidades dos irmãosSemana 2: VER E CRESCER interiormenteSemana 3: SEMEAR LUZ e ver milagres nos pequenos detalhesSemana 4: MANTER a esperança e comprometer-se no dia-a-dia

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C O R O A D E A D V E N T O

A Coroa de Advento tem-se tornado cada vez mais presente nas paróquias e casas dos cristãos. É frequente associar uma curta oração ao acender da vela correspondente a cada semana mas, não sendo um objeto litúrgico, a Coroa de Advento não tem um ritual fi xo a ela associado.

A Coroa de Advento parece ter ganho um lugar na preparação do Natal pelos cristãos protestantes alemãos, baseada em costumes anteriores, sendo também muito usada na liturgia ortodoxa. Mais recente é a adoção pelos católicos da Coroa de Advento que associa a luz ao caminho do Advento, luz essa que vai aumentando à medida que nos aproximamos da verdadeira luz que é Jesus Cristo.

Há várias formas de construir a Coroa de Advento, como demonstram os vários modelos que se veem em tantos agrupamentos, paróquias ou residências. Este ano, o desafi o é utilizarmos uma corda – que, no símbolo do Escutismo signifi ca a Fraternidade Mundial – para formar uma fl or-de-lis. Dentro desse nó poremos as quatro velas habituais, uma por cada semana do Advento.

As cores podem variar e ter signifi cados. Ao terminar o Advento completaremos a coroa de natal colocando uma nova vela, maior do que as outras, de cor branca, a cor litúrgica do Natal, a cor que representa a luz nascente do Menino-Deus, a Luz da Paz de Belém.

Mas importa relembrar que, muito mais importante do que preparar «as coisas», importa preparar cada um de nós para deixar nascer a luz do Emmanuel, o Deus-connosco, nas nossas vidas!

A fl or-de-lis aparece tradicionalmente nos mapas antigos indicando o Norte. Neste caso, queremos dar-lhe exatamente o sentido de ponto-chave

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da orientação da nossa vida – o nosso norte, o destino do nosso percurso de quatro semanas a que chamamos Advento é o nascimento de Jesus.

A fl or-de-lis tem cinco pétalas, com quatro a corresponder às semanas do Advento e a quinta, a folha central maior, será ocupada pela Luz da Paz de Belém que, no fundo, é outro símbolo que pretende iluminar e apontar-nos a uma realidade maior. Não será preciso relembrar que a fl or-de-lis é o símbolo do Escutismo em todo o mundo e, assim, nos ajudará a lembrar que os Escuteiros de todo o mundo tem ajudado a difundir a mensagem da Luz da Paz de Belém e a construir a Paz, como sonhou BP.

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E V A N G E L H O S A D V E N T O 2 0 1 3

Primeiro Domingo do Advento1 de Dezembro de 2013Mateus 24, 37-44 “Vigiai para estardes preparados.”

Segundo Domingo do Advento8 de Dezembro de 2013 Mt 3, 1-12 “Convertei-vos, porque está perto o reino dos céus.”

Terceiro Domingo do Advento15 de DezembroMt 11, 2-11 “És Tu o que há de vir ou devemos esperar outro?”

Quarto Domingo do Advento22 de DezembroMt 1, 18-24 “Jesus nascerá de Maria, casada com José, fi lho de David.”

. . . a t i v i d a d e b a s e

Primeira semana: Coroa de Advento A atividade da primeira semana é igual para todas as Secções: preparação da Coroa de Advento sobre a base do nó fl or-de-lis.

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N Ó D A F L O R - D E - L I S

Para fazer este nó são precisos 2,5 a 3 metros de cordel com bitola de 2 a 2,5 centímetros. O processo pode ser visto nestas imagens ou na internet em versão vídeo.

htt p://scouts.es/como-hacer-una-fl or-de-lis-con-nudos/

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F Á B R I C AD E V E L A S

Há várias possibilidades que cada unidade ou agrupamento deverá adaptar á sua realidade e às idades dos Escuteiros: podem fazer-se as cinco velas, pode-se comprá-las e decorá-las, pode fazer-se uma coroa por agrupamento ou uma por secção, ou pode mesmo fazer ou decorar uma vela por elemento, para que este a possa levar para casa, devendo esta última opção ser feita no caso da última vela, a da Luz da Paz de Belém.

O fabrico de velas é algo com muita tradição em Portugal e há várias formas de o fazer. O sugerido abaixo é apenas uma das várias possibilidades.1. Reveste o molde com papel vegetal e engordura o molde com óleo alimentar2. Introduz o pavio pelo orifíco e fecha-o no extremo inferior3. Prende o pavio a um suporte horizontal e tensiona-o para evitar movimento. Aquece a parafi na num recipiente em banho-maria.4. Com cuidado para que não ganhe bolhas, junta-lhe o corante de acordo com a cor pretendida e mistura.

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A L C A T E I A

. . .primeira semana

Atividade: Coroa de Advento

Oração: Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.Onde houver ódio, que eu leve o amor;Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;Onde houver discórdia, que eu leve a união;Onde houver dúvida, que eu leve a fé;Onde houver erro, que eu leve a verdade;Onde houver desespero, que eu leve a esperança;Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;Onde houver trevas, que eu leve a luz.Ó Mestre, Fazei que eu procure maisConsolar, que ser consolado;compreender, que ser compreendido;amar, que ser amado.Pois, é dando que se recebe,é perdoando que se é perdoado,e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Cântico: Dar mais

Se a tua voz trouxer mil vozes para cantar,vais descobrir mil harmonias belasque ao céu hão-de chegar.Fica mais rica a alma de quem dá,chega mais alto o hino de quem vive a partilhar.

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Tu tens que dar um pouco mais do que tens,tens que deixar um pouco mais do que há,se vais fi car muito orgulhoso – vê bem,tens que te lembrar:és o grãozinho de uma praia maior,e deves dar tudo o que tens de melhor,pr’avaliar a tua Alma: há leis!Tu tens que dar um pouco mais do que tens!

Olhou p’ró Céu, sentiu que a sorte estava ali.E com valor foi conseguindotornar bom o que até era mau.E grão a grão construiu o seu poder.E pouco a pouco subiu a escadaria do Amor.O tempo vai e de um rapaz um Homem vem.Sem medo vê o teu destino:vai em frente p’ra servir o Bem.É tão profunda a mensagem que chegou.São tão seguras e largas as pontes qu’Ele deixou.

Conto: “O passarinho preguiçoso”

Era uma vez um passarinho simpático mas muito, muito preguiçoso. Todos os dias, à hora de levantar, era preciso chamá-lo mil vezes para ele se levantar. E quando era preciso fazer alguma coisa, atrasava-se tanto que quase não restava tempo para a fazer. Todos lhe diziam: - És um preguiçoso! Não se pode deixar tudo para a última! - Pois, sim, mas não faz mal – respondia o passarinho – só demoro mais um bocado que os outros para fazer as coisas. Os passarinhos passaram o verão voando e brincando e, quando veio o Outono e começou a arrefecer, começaram os preparativos para emigrar para climas mais quentes. Mas o nosso passarinho, sempre preguiçoso, ia adiando os seus preparativos, achando que ainda tinha tempo. Até que um dia, quando se levantou, já não estava mais ninguém. Como nos outros dias, os amigos tinham-no acordado, mas ele respondera que «já vai!» e fi cara deitado no ninho. Naquele dia, iam partir para a grande viagem e todos sabiam as regras: tudo preparado, porque eram milhares na revoada e não se podia esperar por ninguém. Então o passarinho, que não sabia como fazer sozinho aquela grande viagem, percebeu que, por ser

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tão preguiçoso, teria que passar sozinho o Inverno frio e longo. O passarinho começou por chorar, mas percebeu que isso não o levava a lado nenhum e pôs-se a pensar – compreendeu que tinha feito mal as coisas mas que ainda ia a tempo de as fazer bem e, deixando a preguiça de lado, preparou tudo para sobreviver ao Inverno. Primeiro, procurou o lugar mais abrigado do frio e, entre umas pedras, construiu o seu novo ninho, reforçado com ramos, pedras e folhas; depois, encheu-o de frutas, bagas e sementes, para que não lhe faltasse comida e, fi nalmente, improvisou uma cisterna para armazenar água. Quando tudo estava preparado, treinou-se para comer e beber pouco, podendo assim permanecer no ninho sem se expor ao frio e à chuva.Por incrível que pareça, toda a sua preparação deu resultado e o passarinho sobreviveu ao Inverno – mas sofreu sozinho e arrependeu-se de ser tão preguiçoso. Ao chegar a Primavera, os seus amigos voltaram da sua migração e alegraram-se ao encontrar o passarinho vivo. Era incrível como aquele passarinho preguiçoso e folgado tinha conseguido invernar e resistir sozinho! E quando perceberam que toda a sua preguiça o tinha abandonado e quão diligente se tinha tornado, ainda mais felizes fi caram! No ano seguinte, confi aram-lhe a organização da viagem e tudo foi tão bem preparado que chegou a haver tempo para inventar um sistema para acordar todos os passarinhos, de forma a que nunca mais alguém fi casse para trás, por preguiçoso que fosse.

(autor: Pedro Pablo Sacristán)

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A L C A T E I A

. . .segunda semana

Atividade: balões cheios Insufl am-se balões da mesma cor (aproximadamente o dobro de balões em relação ao número de crianças) e em cada um coloca-se algo diferente: um caramelo, uma pedra, uma amêndoa, um bocado de carvão, uma avelã, uma bolota, etc. Com os miúdos sentados em círculo, o animador faz perguntas a que todos respondem, com o máximo de volume, enquanto evitam que os balões saiam do círculo:

- que tem no balão? - estão vazios? - estão cheios? - de quê? - de quantas cores? - são todos iguais? - vamos descobrir! Recolhei o que tem dentro.

Uma vez estourados os balões, os Lobitos vão dizendo o que saiu de cada um e o Animador pergunta se continuam a pensar que os balões eram iguais. Pretende-se que a Alcateia conclua que, ainda que as aparências mostrem algo, o que importa e o que nos torna diferentes e especiais é o nosso interior e, por isso, devemos cuidar dele e desenvolvê-lo.

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Oração: Quero crescer

Olá Jesus,Quero que me ajudes a crescer,Ser pequeno é bom, Tu também foste criança, Mas quero chegar a ser como tu e, para isso, tenho que aprendere tenho que mudar muitas coisas dentro de mim.Ajuda-me a estudar, a ajudar a minha família,A ser um bom amigo e a fazer o bem.Jesus, ajuda-me a fazer sempre o melhor, da melhor vontade.

Cântico: Pedacinho de Deus

Se sentes dentro de ti a vontade de amarem gestos que criem fontes, a audácia de sonharmais longínquos horizontes e o apelo a escalarcada vez mais altos montes,cada vez mais altos montes,então…

Tens em ti um pedacinho de Deus,tens rumos certos no coração.Desperta o sonho: tens em ti os céus,liberta a vida da palma da mão.Faz desses rumos os caminhos teus:de B.-P. recebeste esta missão.

Se sentes dentro de ti sempre a sede de gritaro nome da liberdade, a coragem de falara palavra da verdade e a servir participarna construção da cidade,na construção da cidade,então…

Se sentes dentro de ti o silêncio inspirara paz ao teu coração chamando-te a enfrentara vida com decisão e teimas acreditarna esperança de um mundo bom,na esperança de um mundo bom,então…

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Conto: “Florina e Pionina, as fadas tímidas”

Quando viajas ao país das fadas e perguntas quem foi a fada mais bela de todos os tempos, todos respondem sem hesitar que foi Pionina. Todos, menos Pionina, que sacode a cabeça e pensa em silêncio na sua irmã Fiorina.Ninguém a conhece, mas Fiorina era claramente a mais bela das duas irmãs. Ambas nasceram da mesma gota de orvalho, grande e perfeita e viveram dentro da mesma fl or durante anos. As duas eram tão tímidas que nem se atreviam a sair ao mundo. Como não conheciam outras fadas, perguntavam-se se seriam bonitas ou feias, espertas ou tontas, sortudas ou azaradas. E tanto pensavam que se convenceram que eram feias, tontas e azaradas e, por isso, não se atreviam a sair das sua confortável fl or e passavam o tempo a chorar a sua desgraça. Até que, um dia, Pionina conseguiu reunir a coragem para sair da fl or. “Não tenho culpa de ser tão feia” disse, “tratarei de ser amável e alegre, assim pode ser que desculpem os meus defeitos”. Pionina tentou que a sua irmã viesse também, mas Fiorina não era capaz de vencer a sua timidez e, ainda que estivesse doidinha por sair, acabou por fi car sossegada na fl or. Quando Pionina saiu da fl or a voar, um brilho especial revestiu o grande prado onde se encontrava a sua casa. Ao ver a luz, muitas fadas saíram das suas fl ores para a ver e todas contemplaram, admiradas, a mais bela fada que tinham visto. Em pouco tempo Pionina estava rodeada de outras fadas que pensavam que ela era a fada mais bela, esperta e sortuda que conheciam.Pionina quis contar à sua irmã o quão enganadas tinham andado durante anos, mas não conseguiu encontrar a sua fl or! Naquele prado havia tantos milhares de fl ores que Pionina não conseguia distinguir a sua! Procurou e procurou, mas não conseguiu encontrar Fiorina. E lá estará Fiorina, escondida na sua fl or, cheia de medo, pensando que pode ser a fada mais feia, sem saber que, se um dia saísse, seria considerada uma fada belíssima e afortunada.

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A L C A T E I A

. . .terceira semana

Atividade: Um coração por um abraço

Cada Lobito fará, conforme a sua habilidade, corações em cartolina, decorados como quiser – quantos mais materiais diferentes, melhor – e depois com o mais importante: uma mensagem com um desejo de “luz e felicidade”. Depois irão a um espaço público, como a porta duma igreja ou outro local, onde trocarão os seus corações por um abraço. Poucas pessoas recebem abraços hoje em dia e por isso seria ideal fazê-lo a pessoas desconhecidas.

Oração: Faz-me bomSenhor,Faz-me bom, para saber apreciar a bondade das coisas simples.Faz-me forte, para dar à minha família e aos meus amigos as palavras exatas quando estão em baixo.Faz-me humilde, para quando obtenha vitórias e derrotas, saiba ser modesto e prudente.Amén.

Cântico: Se queres que Jesus cresça

Se queres que Jesus cresça, Se queres que Jesus cresça, Se queres que Jesus cresça mais e mais…Faz-te muito pequenino, Faz-te muito pequenino, Faz-te muito pequenino, mais e mais…

Se queres que Jesus cresça (…)

Dá a mão ao teu irmão…

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Conto: “A bruxa sorte”

Sorte era o nome duma bruxa malvada e caprichosa. Tanto mal fazia com os seus feitiços que todos temiam que «a má Sorte» passasse perto das suas casas! Constantemente tentavam esconder-se dela. Mas uma noite, um jovem decidiu sair ao seu encontro. Quando a bruxa o viu chegar tão decidido e valente, perguntou-se espantada: “Onde vais tão tarde, jovem? Não tens medo?” “Ando à procura duma bruxa – chamam-lhe a boa Sorte” respondeu o jovem. “estás enganado, disse a bruxa, sou eu essa bruxa, mas chamam-me Má Sorte. Essa de que falas não existe!” “Ah, claro que existe. Só não és tu. Será outra bruxa com um nome parecido.” A bruxa Sorte sabia que não havia outra bruxa com o seu nome e insistiu: “Então estás à minha procura, a bruxa Má Sorte.” “Não, não. Conheces alguém que alguma vez procurasse a má sorte? Claro que não, eu quero é a boa Sorte.” A bruxa fi cou aborrecida, mas estava segura que se tratava dela mesma. “Alguma vez a viste? Como vais reconhecê-la?” “Nunca a vi, mas deve ser fácil reconhecê-la. Dizem que faz coisas boas.” “Eu sei fazer coisas boas!” Respondeu a bruxa, “Olha! E transformou uma pedra num pão, que ofereceu ao jovem. “Não é só isso. A boa Sorte protege os que a encontram.” “Eu também posso fazer isso.” Disse a bruxa, enquanto enxotava um lacrau que se aproximava. Assim foram conversando toda a noite. A cada comentário do jovem, a bruxa tentava convencê-lo que era ela quem ele procurava. Quando chegou a hora de partir, o jovem disse: “Quase que me convenceste, mas há mais uma coisa. A boa Sorte espera sempre pelos que a procuram.” “Eu também o farei! Procura-me amanhã!” A bruxa, apesar de continuar a fazer das suas, todas as noites esperava o jovem. Às vezes mudava de local, de forma, de humor, de cor, mas estava sempre por ali à espera do jovem. E dos que se atreviam a sair para a procurar, para quem guardava os melhores presentes.

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A L C A T E I A

. . .quarta semana

Atividade: Dança e Obrigado

Dança com a canção “Desde o pronto amanhecer” (ou outra que se insira no esquema da dança). Em fi la, todos de pé, com os pés afastados e com os joelhos ligeiramente dobrados, acenam com as mãos ao alto ao ritmo da canção enquanto dizem “Desde o pronto amanhecer” Dão as mãos e volvem todos à direita enquanto dizem “Até que se ponha o Sol”, viram-se para o outro lado enquanto dizem “eu louvarei o nome do Senhor”. Marchando sem sair do sítio e balançando os braços, dizem “Aleluia”, louvai a Deus, Povos louvai ao Senhor, louvai o nome de Deus”. Podem repetir quatas vezes quiserem e diversifi car os gestos.

Cântico: “Se eu fosse uma Borboleta”

1. Se eu fosse borboleta, voava sempre sem nunca parar...Se eu fosse um rouxinol, Pai, obrigado por saber cantar…Se eu fosse um golfi nho, eu abanava a minha cauda…Mas obrigado Pai, por me teres feito assim…Oooh…

TU ME DESTE O AMOR, TU ME DESTE O SORRISOTU ME DESTE JESUS NELE SOMOS TEUS FILHOSMAS OBRIGADO PAI, POR ME TERES FEITO ASSIM…Oooh…

2. Se eu fosse um elefante, eu passeava com lentidão…Se eu fosse uma avestruz, eu observava do alto da montanha…Se eu fosse um pavão, eu abanava a minha linda cauda…Mas obrigado Pai, por me teres feito assim…Oooh..

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Conto: “As quatro velas”

Quatro velas ardiam calmamente. O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir a conversa entre elas. Disse a primeira: “Eu sou a Paz! Apesar da minha chama, as pessoas não conseguem manter-me acesa.” E diminuindo a sua chama, apagou-se. A segunda disse: “eu chamo-me Fé! Infelizmente sou supérfl ua para algumas pessoas, porque não querem saber de Deus e por isso não vale a pena continuar a queimar-me.” E apagou-se. Com voz triste, a terceira vela declarou: “eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas deixam-me de lado porque só me veem em si próprias, esquecem-se das pessoas que as rodeiam.” Disse, apagando-se. De repente, entrou uma menina e viu as três velas apagadas. “Que é isto? É suposto estardes acesas e arderdes até ao fi m!” Então a quarta vela falou: “não temas! Enquanto eu estiver acesa, podemos acender as outras!” A menina pegou na vela da esperança e acendeu as que estavam apagadas. Que a vela da esperança nunca se apague dentro de nós.

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E X P E D I Ç Ã O

. . .primeira semana

Atividade: Coroa de advento

Oração: Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade e a minha memória também.O meu entendimento e toda a minha vontade,tudo o que tenho e possuo vós me destes com amor.Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo.Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.Dai-me somente o vosso amor, vossa graça.Isto me basta, nada mais quero pedir.

Canção:

Se crês em Deuse crês em Deus, se acreditas que Ele há-de voltar,segue o caminho que Jesus te veio ensinar.Então verás que a vida se pode tornar melhor.

Cantarei, cantarei o que Deus nos veio ensinar,que a maneira de chegar ao céué amar, é amar, é amar, é amaro pobre, o rico, o pecadore tudo o que nesta vida é querido ao Senhor.

Se Deus quiser hei-de deixar de pensar em mime assim vou dar tempo ao tempo para O adorar.Serei feliz e comigo será tudo o que cantar.

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Conto: “O leopardo na sua árvore”

Era uma vez um leopardo muito notívago. Só conseguia dormir à noite deitado nos ramos da sua preciosa árvore, vendo o que se passava na selva durante a noite. Assim descobriu que, naquela selva, havia um ladrão e via-o cada noite passar à ida com as mãos vazias e voltar com o saque. Umas vezes eram as bananas do macaco, outras a juba do leão ou as manchas da zebra e, um dia, até o dente postiço que o elefante mantinha em segredo. Mas como ele era um leopardo muito sossegado, que vivia à margem de todos, não disse nada a ninguém, pois não era nada consigo e, ainda por cima, gostava de descobrir estes segredos. Os animais andavam revoltados com as ações do ladrão: o elefante sentia-se ridículo sem o seu dente, a zebra parecia um burro branco e o leão estava careca como uma leoa! Os animais estavam furiosos, confundidos e/ou ridículos, mas o leopardo estava sossegado na sua árvore, entretendo-se com as passagens do ladrão. No entanto, uma noite o ladrão fez folga e, depois de esperar um bom bocado, o leopardo acabou por adormecer. Quando acordou, encontrou-se num sítio que não era o seu território ainda na árvore mas fl utuando num lago interior. O lago estava numa caverna e à sua volta pode ver todos os objetos que tinha visto roubar – o ladrão tinha cortado a árvore e roubara-a, mesmo com ele em cima! Aquilo era o cúmulo e, portanto, o leopardo escapou-se e foi contar aos outros animais onde estavam as suas coisas. Todos agradeceram ao leopardo ter descoberto o ladrão e o seu esconderijo, pois puderam recuperar as suas coisas. Só o leopardo é que não pode replantar a sua magnífi ca árvore e teve que se conformar com outra muito pior e num sítio sem interesse. O leopardo lamentava-se ao recordar-se da sua indiferença com os problemas dos outros, pois, por não ter feito nada, o problema tornou-se seu!

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E X P E D I Ç Ã O

. . .segunda semana

Atividade: As meias e o recheio Equipas (mínimo 3 equipas) de 3 a 6 participantes. Recheiam-se meias e colocam-se de maneira que as meias pareçam iguais (sem se ver o vulto do recheio). À sorte, cada equipa escolhe uma meia.

Recheios possíveis: - nada; - algodão; - lenço; - areia; - bola de pingue-pongue

Quando cada equipa tiver a sua meia, começa o jogo. O objetivo é marcar um golo com uma bola de borracha (uma por equipa) numa baliza única – é melhor se houver espaço entre a linha de início e a baliza. Para empurrar a bola, a ideia é que cada elemento da equipa use a meia, um de cada vez e seguindo a mesma ordem. O primeiro a marcar ganha. Podem-se jogar algumas partidas, embora o esperado é que vençam os que tem as meias mais pesadas. Refl exão fi nal: se puderes escolher uma meia, qual escolhias? As pessoas são como as meias. O importante é o que tem dentro, para ser úteis aos outros e estar sempre alerta para isso. Como gostarias que fosse o teu recheio?

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Oração: Se mudas…Se vives na verdade, haverá menos mentira no mundo.Se cuidas dum ninho, haverá mais pássaros na primavera.Se vives em liberdade, haverá mais liberdade no mundo.Se acendes uma chama, haverá menos frio no inverno.Se irradias a tua alegria, haverá menos tristeza no mundo.Se esperas mudar tu quando mudou o mundo, morrerás sem viver.Se começas mudando tu, já estás a mudar o mundo…

Cântico: Pedacinho de Deus

Se sentes dentro de ti a vontade de amarem gestos que criem fontes, a audácia de sonharmais longínquos horizontes e o apelo a escalarcada vez mais altos montes,cada vez mais altos montes,então…

Tens em ti um pedacinho de Deus,tens rumos certos no coração.Desperta o sonho: tens em ti os céus,liberta a vida da palma da mão.Faz desses rumos os caminhos teus:de B.-P. recebeste esta missão.

Se sentes dentro de ti sempre a sede de gritaro nome da liberdade, a coragem de falara palavra da verdade e a servir participarna construção da cidade,na construção da cidade,então…

Se sentes dentro de ti o silêncio inspirara paz ao teu coração chamando-te a enfrentara vida com decisão e teimas acreditarna esperança de um mundo bom,na esperança de um mundo bom,então…

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Conto: “As três árvores”

Era uma vez três árvores numa colina. Falavam dos seus sonhos e aspirações. Dizia a primeira: “um dia, serei um cofre. Estarei cheio de pedras preciosas e tesouros e serei decorado artisticamente. Todos verão a minha beleza e me admirarão.” A segunda dizia: “eu vou ser um barco. Transportarei reis e princesas através de mares e oceanos. Todos verão a minha fortitude e me admirarão. A terceira afi rmava: “eu quero ser a árvore mais alta e frondosa. O meu tronco será enorme e os meus ramos tocarão o céu. Todos verão o meu tamanho e me admirarão.” Alguns anos depois, as árvores foram cortadas. A madeira da primeira árvore foi vendida a um carpinteiro, que a usou para construir uma manjedoura, para os animais comerem. A segunda árvore foi vendida ao estaleiro, onde a usaram para fazer um barco de pesca. A terceira árvore fi cou para o lenhador e foi cortada em barrotes grosseiros. Os anos passaram e as tristes árvores esqueceram os seus antigos sonhos. Um dia, um casal chegou a um estábulo. A mulher deu à luz um bebé e colocou-o no único sítio disponível, na manjedoura – a árvore sentiu o seu sonho realizado, pois tornara-se no cofre que conteve o maior tesouro do mundo! Anos depois, um grupo de homens subiu para o barco. Um deles estava cansado e adormeceu. Sobreveio uma tempestade e a árvore pensou que iria ao fundo. Os pescadores acordaram o que dormia e Ele levantou-se e disse ao mar “acalma-te!” e a tempestade passou. Nesse momento, a segunda árvore deu-se conta que transportava o Rei dos Reis! Algum tempo depois, a terceira árvore, foi posta às costas dum Homem e levada pela rua. As pessoas à volta cuspiam e insultavam. Pararam numa colina e cravaram o Homem à árvore. Ao fi m do dia, desceram o homem e a árvore lá fi cou. No Domingo, a árvore percebeu que tocara o céu!

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E X P E D I Ç Ã O

. . .terceira semana

Atividade: A caixa da felicidade

Cada Explorador desenha duas “caixas da felicidade” num papel e nelas escreve duas situações e/ou coisas que o fazem feliz no dia-a-dia. As “caixas da felicidade” de toda a Expedição são guardadas numa caixa e misturadas. Uma a uma, retiram-se as «caixas» da caixa e refl ete-se sobre a felicidade e as razões. O dirigente deve ajudar a perceber os valores subjacentes às situações e/ou coisas. No fi nal, a conclusão esperada é que não precisamos de grandes coisas para ser felizes, mas que a felicidade reside nas pequenas coisas do dia-a-dia.

Oração: Ajuda-me a ser humilde

Senhor Jesus, humilde e bondoso,Dá-me a graça de perdoar de coração, de aceitar a crítica.Dá-me a graça de poder, com tranquilidade, autocriticar-me.

Dá-me a graça de sentir-me verdadeiramente feliz quando não brilho,Quando não me destaco, com o que digo e com o que faço.

Ajuda-me, Senhor, a pensar menos em mimE abrir espaços no meu coração para TuE os meus irmão lá possam estar.

Por fi m, Senhor, dá-me a graça de adquirir, pouco a pouco,Um coração manso, humilde, paciente e bondoso.Cristo Jesus, bondoso e humilde de coração,Faz o meu coração semelhante ao Teu.Ámen.

(Pe. Ignacio Larrañaga)

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Cântico: Amar como Jesus Amou

Um dia uma criança me parouUm dia uma criança me parou,olhou-me nos meus olhos a sorrir.Caneta e papel na sua mão,tarefa escolar a cumprir.E perguntou no meio de um sorrisoo que é preciso para ser feliz?

(Refrão)

Amar como Jesus amou,Sonhar como Jesus sonhou,pensar como Jesus pensou,viver com Jesus viveu.Sentir o que Jesus sentia,sorrir como Jesus sorriaE ao chegar o fi m do diaeu sei que eu dormiria muito mais feliz.

Ouvindo o que eu falei ela me olhou edisse que era lindo o que eu falei. Pediuque repetisse, por favor, que não falassetudo de uma vez. E perguntou no meiode um sorriso o que é preciso para ser feliz.

Depois que eu terminei de repetir, seusolhos não saiam do papel. Toquei no seurostinho e a sorrir pedi que ao transmitirfosse fi el. E ela deu-me um beijo demoradoe ao meu lado foi dizendo assim.

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Conto: “O Herói que ia salvar o Mundo”

Era uma vez um rapaz totalmente normal que passeava pela praia, quando uma onda o molhou. Nesse momento, ao sacudir o pé, foi atacado ao mesmo tempo por uma alforreca, um mosquito, um bacalhau, enquanto pisava a cauda a um ornitorrinco e lhe caía em cima guano de gaivota. De tal forma que, com aquelas coincidências, só podia nascer um super-herói, com poderes impressionantes: o Ultra-homem! Tais eram os poderes daquele fenómeno que, imediatamente, pensou que não podia desperdiça-los em insignifi câncias e o Ultra-homem começou a procurar os perigos e ameaças que ameaçavam o mundo! Mas por muito que procurasse com a sua ultravisão, percorresse o mundo a ultravelocidade e estivesse atento a todos os alarmes com a sua ultra-audição, não encontrou nenhum ultravilão a tentar mandar no mundo, nenhum extraterrestre a tentar conquistar o planeta. Parecia que toda a gente, bons e maus, se dedicavam a coisas muito mais comuns e que só tinham problemas normais. Assim, o Ultra-homem passava os dias aborrecido, explorando os céus à procura de missões dignas dum super-herói do seu gabarito. Tanto se aborrecia que, quando lhe ofereceram um programa de televisão para mostrar as suas capacidades, acabou por aceitar, embora se tratasse dum exibicionismo barato onde só podia resgatar algumas dezenas de pessoas. Quando por fi m chegou o momento de glória com que sonha todo o super-herói, a sua exibição foi um desastre! O Ultra-homem estava tão acostumado a pensar nas coisas grandes que não sabia como agarrar uma pessoa e pô-la a salvo – as pessoas acabaram cheias de arranhões, fraturas e feridas. Doridos, os «resgatados» insultaram o nosso super-herói e ele tornou-se alvo da chacota pública. Desde aquele dia, cada vez que alguém deixa de fazer algo por ser pequeno, todos lhe recordam o caso do Ultra-homem, dizendo: “não sejas tão ultra ou super, se não fazes o pequeno, nunca conseguirás fazer o grande.”

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E X P E D I Ç Ã O

. . .quarta semana

Atividade: As nossas mãos

Cada Explorador desenha a silhueta da sua mão em folhas de cor e recorta-a. O animador cita a frase «Não temos nas nossas mãos a solução para os problemas do mundo. Mas perante os problemas do mundo, temos as nossas mãos.» (do livro “o sal da terra” de Mamerto Menapace, OB) e desafi a cada Explorador a pensar em duas coisas que se compromete a ajudar a resolver algum problema ou situação e a escrever esse compromisso nas suas “mãos de papel”. No fi nal, faz-se um mural com os compromissos de toda a Expedição.

Oração: EsperançaQuerido Deus:Estou cheio de desejos e expetativas.Alguns vão-se realizar; muitos não, mas entre as minhas satisfações e deceções, confi o em ti.Sei que nunca me deixarás sozinho.Ainda que pareça que as coisas não seguem o meu caminho,Sei que seguem o Teu e que o Teu caminho é o melhor para mim.Reforça a minha esperança, especialmente quando os meus desejos não se cumprem.Ámen.

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Cântico: “Onde Deus te levar”

Podes achar que não tensP’ra onde ir, nem que fazerNão sabes bem quem és aquiNeste mundo tão grande e frioMas há qualquer coisa em tiQue te faz querer, querer ser alguém,Querer ser alguém…

E a Vida não vai parar,Vai como vento,Tens tudo a darNão percas tempoPodes saber que vais chegarOnde Deus te levar

Mas pode ser tão difícil,de acreditar Em Deus assimSerá que Deus se vai lembrar…de me ajudar Será que sim?Mas há qualquer coisa em mimQue me faz querer: acreditarAcreditar!

Conto: Cenoura, Ovo ou Café?

Uma fi lha queixava-se ao pai da sua vida e quão difíceis estavam as coisas. Não sabia o que fazer para continuar e dava-se por vencida. Estava cansada de lutar. Parecia-lhe que, quando solucionava um problema, aparecia outro. O seu pai, um cozinheiro, levou-a ao seu local de trabalho. Lá, pôs três panelas com água ao lume que, rapidamente, ferveu. Numa pôs cenouras, noutra ovos e na terceira grãos de café. Deixou ferver tudo sem dizer nada. A fi lha esperou, impaciente, perguntando-se que raio fazia o seu pai. Vinte minutos depois, o pai apagou o fogão e pôs as cenouras, os ovos e o café em recipientes separados. Pediu à fi lha que tocasse nas cenouras. A fi lha notou que as cenouras estavam moles.

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Depois, que descascasse o ovo. A fi lha notou que o ovo estava duro.Seguidamente, que provasse o café. Ela sorriu enquanto saboreava a bebida. Humildemente, a fi lha perguntou: “que signifi ca isto, pai?”Ele explicou-lhe que os três alimentos tinham enfrentado a mesma adversidade, água a ferver, mas que cada um tinha reagido de forma diferente. A cenoura, dura no início, tornou-se mole, fácil de desfazer. O ovo era frágil e tornara-se sólido. Os grãos de café tinham mudado a própria água. “Qual és tu, minha fi lha? Quando a adversidade bate à porta, como reages? És forte na aparência mas amoleces com os problemas, como a cenoura? És mole mas tornas-te duro, como o ovo? Ou és como o café, que melhora com a adversidade e faz mudar para melhor o que está à sua volta?” E tu, qual és?

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C O M U N I D A D E

. . .primeira semana

Atividade: Coroa de advento

Oração: Coração Alerta

Senhor, dá-nos um coração alerta, para que nenhum pensamento nos afaste de TiRetitude, para que os homens possam confi ar em nósFortaleza, para não irmos abaixo na adversidadeLiberdade, para não nos prendermos a nenhuma paixãoGenerosidade, para nos abrirmos aos outros e todo o bem fazer crescer.Amen.

Cântico: “Onde Deus te levar”

Podes achar que não tensP’ra onde ir, nem que fazerNão sabes bem quem és aquiNeste mundo tão grande e frioMas há qualquer coisa em tiQue te faz querer, querer ser alguém,Querer ser alguém…

E a Vida não vai parar,Vai como vento,Tens tudo a darNão percas tempoPodes saber que vais chegarOnde Deus te levar

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Mas pode ser tão difícil,de acreditar Em Deus assimSerá que Deus se vai lembrar…de me ajudar Será que sim?Mas há qualquer coisa em mimQue me faz querer: acreditarAcreditar!

Conto: Ouvir

Um rei mandou o seu fi lho estudar para a academia dum grande mestre com o objetivo de prepará-lo para ser um grande homem. Quando o príncipe chegou à academia, o mestre mandou-o sozinho para o bosque – teria que voltar um ano depois, descrevendo todos os sons da fl oresta. Quando o príncipe voltou ao fi m dum ano, o mestre pediu-lhe de descrevesse todos os sons que ouvira. Disse o príncipe: “Mestre, ouvi o trinar dos pássaros, o zumbido das abelhas, as ervas tremulando ao vento, o cantar das cigarras, o vento nas árvores.” Terminado o seu relato, o mestre mandou-o de volta para o bosque, para que ouvisse mais. Intrigado, o príncipe obedeceu, embora pensasse: “não entendo, já ouvi todos os sons do bosque…” passou dias e noites sozinho, ouvindo, ouvindo, ouvindo, mas não distinguiu nenhum som novo além dos que já tinha dito ao mestre. Não obstante, uma manhã começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo que já ouvira. E quanto mais atenção lhes prestava, mais claros se tornavam. Uma sensação de encanto encheu o jovem. “estes devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse.” E ali permaneceu, ouvindo e escutando, pacientemente. Queria ter a certeza daquilo que escutava. Quando voltou à academia, o mestre perguntou-lhe o que tinha ouvido. Paciente e respeitosamente, o príncipe disse-lhe: “Mestre, quando prestei atenção, consegui escutar os sons inaudíveis das fl ores a abrir, do sol a raiar, da terra a aquecer, das plantas a beber a chuva…” O Mestre sorriu e disse: “ouvir o inaudível é ter a calma necessária para ser uma grande pessoa.”

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C O M U N I D A D E

. . .segunda semana

Atividade: Palavras desenvolvidas

Materiais: um relógio com alarme por animador, mínimo de 7 jogadores. Os participantes começam o jogo enfrentando-se um a um. Cada animador ajusta o relógio para um minuto e entrega-o a um dos participantes. Depois diz-lhe uma palavra, a que o jogador deve responder com outra, mais «desenvolvida (ex. semente – planta; bebé – criança, etc. naturalmente, compete ao animador decidir se a palavra é aceitável). Se acertar, o relógio é passado para o outro jogador do par e o animador dirá uma nova palavra e assim sucessivamente, até ao fi nal do minuto. Os participantes não podem ver o tempo que lhes resta. Quando o alarme soar, perde o jogador que estiver na sua vez. O perdedor terá que assumir uma personagem da evolução humana, como está na fi gura abaixo, que passa a integrar a equipa do vencedor. (A título de exemplo, se o alarme tocar quando era a vez do Zé, este perde e passa a ser um primata que vai atrás do vencedor e “ajuda-o” na próxima rodada do jogo, mas sem deixar de desempenhar o seu papel de primata. O seguinte, já poderá ser um australopiteco, etc.). Quando se enfrentarem dois participantes já com várias vitórias (e respetiva equipa atrás) o que ganha fi ca com o séquito todo (mantendo os seus respetivos papeis) e o perdedor assume o papel seguinte na evolução humana ao membro mais evoluído (seguindo o exemplo, se um jogador com 3 vitórias joga contra outro com 4, o vencedor da luta fi cará com 5 pontos e o perdedor assumirá a forma de Homo Sapiens.

Imagem: Primata, Australopitecus, Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Neanderthalensis, Homo Sapiens O ideal é começar com palavras simples ou evidentes e guardar conceitos mais abstratos, como vida, amor, etc. para os estádios mais

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avançados e ver como se saem. Quando alguém completa as cinco fi guras e pensa que ganhou o jogo diz-se-lhe que não, ainda falta um estádio. Quando alguém consiga a sexta vitória, deverão decidir em equipa qual a etapa seguinte do Ser Humano.Refl exão fi nal: tudo evolui! O Ser humano também evoluiu, mas qual será o próximo passo nesta evolução? Uma pessoa com valores? Alguém mais próximo de Deus? Um Homem… Novo?

Oração: Portadores de Alegria

Senhor Jesus,Que nos colocaste entre os irmãosComo sinal da Tua divindade e amor redentorConcede-nos um coração humilde e leal que apague em nós todo o sentido de superioridadeDá-nos sede de justiça, espírito de pobreza para que amemos e respeitemos os pobresEnche os nossos corações com um amor ávido de compreender e servir todos os homens.Faz-nos portadores da alegria e semeadores da paz e da amizade.Amen.

Canção:

Se crês em Deuse crês em Deus, se acreditas que Ele há-de voltar,segue o caminho que Jesus te veio ensinar.Então verás que a vida se pode tornar melhor.

Cantarei, cantarei o que Deus nos veio ensinar,que a maneira de chegar ao céué amar, é amar, é amar, é amaro pobre, o rico, o pecadore tudo o que nesta vida é querido ao Senhor.

Se Deus quiser hei-de deixar de pensar em mime assim vou dar tempo ao tempo para O adorar.Serei feliz e comigo será tudo o que cantar.

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Conto: Uma luta dentro de mim

Disse um dia o avô ao neto: “Há uma luta dentro de mim, uma luta terrível, entre dois lobos. Um deles é negro: é inveja, arrogância, ira, gula, ressentimento, luxúria, vaidade. Mente, é orgulhoso e o seu ego não tem limites. O outro é branco: é humilde, desprendido, casto, equilibrado, benevolente, diligente. É esforçado, perdoa, é sereno e tem fé.” Perguntou o neto: “qual dos lobos ganhará a luta?”, ao que o avô retorquiu: “aquele que for mais alimentado!”

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C O M U N I D A D E

. . .terceira semana

Atividade: Muro dos Milagres

Pede-se aos Pioneiros que encontrem «milagres quotidianos» e os anotem numa cartolina ou papel de cenário. O Animador pode desafi ar os participantes com os milagres de Jesus “o que é mais milagroso? Alimentar uma multidão com 4 pães e 2 peixes ou que alguém tenha partilhado esses alimentos, mesmo pensando que não iam chegar para nada?” Quando houver uma lista de milagres, são distribuídos à sorte ou por escolha. A seguir, faz-se a oração «faz da tua vida uma oração». Exemplos de milagres quotidianos: - fazer sorrir alguém que passa um mau bocado - ajudar em casa numa tarefa que normalmente não fazes - visitar um doente - agradecer a alguém por alguma coisa que fez sem notar - pedir desculpas - guardar uma hora da semana para falar com Deus - partilhar nas redes sociais uma mensagem positiva todos os dias duma semana - ler o Evangelho do dia - etc.

Oração: Faz da tua vida uma oração

Vamos tratar de ser luz e esperança no mundo em que vivemos.Depois de escolhido/distribuído, cada um deve projetar como o vai tornar realidade – com quem, quando, onde, como? Depois de decidido, explica-se à Comunidade. No fi nal da apresentação de cada um, a Comunidade responde:“Senhor Jesus, queremos preparar o Teu caminho”

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Cântico: Pedacinho de Deus

Se sentes dentro de ti a vontade de amarem gestos que criem fontes, a audácia de sonharmais longínquos horizontes e o apelo a escalarcada vez mais altos montes,cada vez mais altos montes,então…

Tens em ti um pedacinho de Deus,tens rumos certos no coração.Desperta o sonho: tens em ti os céus,liberta a vida da palma da mão.Faz desses rumos os caminhos teus:de B.-P. recebeste esta missão.

Se sentes dentro de ti sempre a sede de gritaro nome da liberdade, a coragem de falara palavra da verdade e a servir participarna construção da cidade,na construção da cidade,então…

Se sentes dentro de ti o silêncio inspirara paz ao teu coração chamando-te a enfrentara vida com decisão e teimas acreditarna esperança de um mundo bom,na esperança de um mundo bom,então…

Conto: Dar para Receber Quando alguém está insatisfeito, desgraçado, tende a atribuir esse mal-estar a uma carência e espera que um ser, ou um objeto, venha a colmatar. Mas a solução não está aí. A solução está em que o próprio decida dar algo de si aos outros, a ajudá-los, apoiá-los, consola-los ou mesmo participar nas suas atividades. A partir desse momento, uma nova vida começa a circular dentro dele e já não tem necessidade de nada. Percebe que, quando se tenta dar algo de bom, já se recebe. A vida baseia-se em intercâmbios: dar e receber, dar para receber. Sem trocas, não há vida”

Omraam Mikael Aivanhov

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C O M U N I D A D E

. . .quarta semana

Atividade: Sai e compromete-te

Para que a dinâmica não se estenda em demasia, os animadores devem preparar antecipadamente os materiais: um frasco de vidro por Pioneiro e sais das seguintes cores: branco, preto, vermelho, verde, amarelo e azul. A dinâmica é um ateliê que consiste em encher o frasco com sais de cores, com as cores a corresponderem a diferentes aspetos da vida. Explica-se aos participantes que o compromisso é a chave desta dinâmica e que devem pensar uma série de compromissos para o Natal, cada um ao seu nível e que fi carão registados no seu frasco de sais. Relembra-se que o compromisso de Deus com o Ser Humano se vê no Evangelho, que nos revela que Ele é o nosso salvador e que se reza “somos sal e luz que deve dar sabor e levar a Deus”. É preciso ter presente a mensagem de Deus “pelas vossas obras vos conhecerão” e o pensamento de BP “é bom ser bom, mas é muito melhor fazer o bem”. O signifi cado das cores é:

Preto – comprometo-me a transmitir calma e paz a quem se cruza comigo Amarelo – comprometo-me a cuidar dos meus amigos Verde – comprometo-me a ser mais alegre e a viver com otimismo Azul – comprometo-me a ser melhor com a minha família Vermelho – comprometo-me a ajudar os que mais precisam Branco – comprometo-me a deixar Deus entrar na minha vida

Cada jogador deverá escolher os compromissos que desejem e avaliar a quantidade do sal que considere oportuno. Por fi m, podem levar as suas garrafas de sal para casa, para que se lembrem do compromisso que assumiram. Pode-se propor que, se cumprirem o seu compromisso durante o Tempo do Natal, podem oferecer a sua garrafa com sais a alguém, com uma mensagem.

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Oração:

Sois a luzSois o sal que dá sabor à vidaSois a luz que ilumina

Canção: Um lugar ao sol

Se souberes adormecercom o dia no olharO teu sonho viverásE ao chegar o amanhecerNão terás que aceitarEntrar no jogo a perder

Para procurar um lugarum lugar ao sol sempre teusei que é um sonho e não pertence a mais ninguémO teu lugar ao sol

Se souberes acreditarque sonhar é só vivere viver imaginar

Vais conquistar um lugarum lugar ao sol sempre teusei que é um sonho e não pertence a mais ninguémo teu lugar ao sol

Não pares de lutaragarra o dia ao nascerhá uma batalha a travarque só tu podes vencer...só tu podes vencer

Um lugar ao solassim que o dia nascero teu lugar ao sol

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C L Ã

. . .primeira semana

Atividade: Coroa de Advento

Oração: Oração dos Sinais

Senhor, cada dia vejo sinais,Mas nem sempre tomo consciência deles.Se tu dizes “pedi e ser-vos-á dado” e sei que assim é,Mas nem sempre na forma que pensava ou queria.Sei que atuas no mundo, que constantemente se produzem milagres.Quando alguma vez não percebo os Teus sinais,É um sinal que devo estar “sempre alerta” para ver e interpretar os Teus sinais.Senhor, peço-Te que me dês a força e a paciência necessária para estar atento;Peço-Te que me ajudes a descobrir a Tua ação e a Tua vontade nas pequenas coisas e dou-Te graças por estar rodeado por essas pequenas coisas.Peço-Te que me ajudes a ser para os outros um refl exo da Tua presença e dou-Te graças por me encontrar no caminho com outros que irradiam a Tua luz.

Cântico: Nada te turbe

Nada te turbe, nada te espante, quem a Deus tem, nada lhe falta.Nada te turbe, nada te espante, só Deus basta.

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Conto: A economia do sorriso

Era uma vez um rei sábio e bondoso que via com preocupação a importância que todos davam ao dinheiro, apesar de no seu país não haver pobres e se viver bastante bem. “Porquê tanto empenho para obter dinheiro? Para que serve?” perguntou aos seus conselheiros. “Parece que o usam para comprar pequenas coisas que lhes dão mais alguma felicidade” “Felicidade? É disso que andam atrás com o dinheiro? Então tenho a solução: vamos mudar de moeda!” Mandou chamar os sábios e inventores do reino e encarregou-os de criarem um novo aparelho: o porta-sorrisos. Quando foi conseguido, entregou a cada súbdito um porta-sorrisos com mais de cem sorrisos e mandou retirar todo o dinheiro. “Para quê usar moedas, se o que queremos é a felicidade?” perguntou solenemente no dia da mudança. “A partir de agora, levaremos a felicidade no bolso, graças ao porta-sorrisos!” Foi uma decisão revolucionária – qualquer um podia tirar um sorriso do bolso, pô-lo na cara e alegrar-se um bom bocado. Mas, alguns dias depois, os mais pródigos já tinham gasto todos os seus sorrisos e não sabiam como conseguir mais. O problema foi aumentando de tal forma que começaram a surgir queixas e exigências pelo retorno do dinheiro, mas o rei garantiu que não tornaria a haver dinheiro e disse-lhes que tinham de aprender a conseguir sorrisos, da mesma forma que antes conseguiam obter dinheiro. Assim começou a economia do sorriso. Primeiro experimentaram vender coisas a troco de sorrisos, apenas para perceber que os sorrisos dos outros não iam parar aos seus bolsos. Depois pensaram que trocando de porta-sorrisos podiam dar a volta à coisa, mas também não funcionou. Muitos deixaram de trabalhar. Finalmente, depois de muitas tentativas em vão, quase por acaso, um velho agricultor percebeu como funcionava aquilo da economia do sorriso. O agricultor tinha tido uma colheita com que pensava fi car rico, mas foi na altura que o Rei acabou com o dinheiro e não pôde fazer grande coisa com tantos e tão bons alimentos. Também tentou vendê-los por sorrisos, sem conseguir ganhar nenhum. Como estavam a começar a estragar-se, resolveu reparti-los com os seus vizinhos. Embora lhe tenha custado dar a sua colheita, o agricultor sentiu-se muito bem depois de o ter feito, mas não imaginava o que o esperava no regresso a casa. No chão, encontrou o seu porta-sorrisos cheio de sorrisos frescos! Assim percebeu aquele país a verdadeira economia da felicidade, compreendendo que o importante não se compra com dinheiro mas sim com as boas ações de cada um, as únicas capazes de encher um porta-sorrisos. E se bem o entenderam, melhor o opuseram em prática, de tal forma que ainda hoje não querem nada com o dinheiro, que perceberam ser um obstáculo na aquisição da verdadeira felicidade.

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C L Ã

. . .segunda semana

Atividade: Que tenho nas mãos?(o jogo é descrito para 8 participantes, mas pode ser adaptado, como veremos)

Os 8 participantes tapam os olhos. A quatro deles dá-se um objeto da seguinte lista 1 - caroço de azeitona 2 - folha de oliveira 3 - azeitona 4 – azeite (resultado: azeitona)

O animador explica as regras. Todos tem em suas mãos o mesmo e tendes que perceber o que é. Só podeis falar com a pessoa que eu indicar, essa pessoa tentará descrever o objeto que tem na mão só com adjetivos (no máximo de três), em nenhum caso poderá dizer o que pensa que é. O Caminheiro que se segue continua a descrição sem repetir os adjetivos que já foram usados pelo(s) anterior(es). O primeiro a falar é o que tem o item número 1 e trata de o descrever, com adjetivos como, por exemplo, “é duro, é pequeno...” Quando disser o máximo de três adjetivos, passa ao próximo e assim sucessivamente (os adjetivos ditos podem ser anotados pelo animador, para assegurar que não há repetições – se houver, o prevaricador perde a vez). Depois os quatro que não tem nada nas mãos tentam chegar a consenso sobre o objeto que os seus companheiros descreveram. Em caso de ser difícil chegar a acordo, poderão fazer, cada um, uma pergunta aos que tem objetos na mão, respondível com um sim ou um não. Refl exão fi nal: como o objeto, também nós somos fundamentalmente a mesma pessoa em diferentes pontos do tempo. Mudamos, crescemos, desenvolvemo-nos. Que coisas na vida te fi zeram mudaram? Que sucessos marcam o teu crescimento de semente a planta? De azeitona a azeite? De que necessitas para seres ainda mais do que és?

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Adaptações:A dinâmica pode adaptar-se facilmente para menos participantes, com o mínimo de 5 e fi cando um como “Adivinho”. Se há mais de 8 Caminheiros, podem-se fazer outras listas (ver exemplos abaixo) e cada Tribo fi car com uma. Qual será a primeira a descobrir o seu objeto?

1.- fl or de girassol2.- folha de girasol3.- semente de girasol4.- óleo de girassol(resultado: girasol)

1.- Leite2.- Manteiga3.- Iogurte4.- Queijo(resultado: leite)

Oração: Se conhecesses o Amor de Deus (Irmã Glenda)

Se soubesses como te amo, deixarias de viver sem amorSe soubesses como te amo, deixarias de mendigar amorSe soubesses como te amo, serias mais felizSe soubesses como te procuro, deixarias chegar a ti Minha vozSe soubesses como te procuro, deixarias que te falasse ao coraçãoSe soubesses como te procuro, escutarias mais a Minha vozSe soubesses como te imagino, procurarias o que pensava para tiSe soubesses como te imagino, pensarias mais em Mim.

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Cântico: Ninguém te ama como Eu

Quanto esperei este momentoQuanto esperei que estivesses aquiQuanto esperei que me falassesQuanto esperei que viesses a mim

Sei bem o que tens vividoSei bem porque tens choradoEu sei o que tens sofridoSempre estive a teu lado

Ninguém te ama como EuNinguém te ama como EuOlha pra cruz é a minha maior provaNinguém te ama como EuNinguém te ama como EuNinguém te ama como EuFoi por ti só por ti porque te amoNinguém te ama como Eu

Eu sei bem o que tu dizesMesmo que às vezes não me falesEu sei bem o que tu sentesMesmo que não o partilhes comigo.

A teu lado caminharei,Junto a ti sempre estive;Tenho sido o teu apoio,Fui o teu melhor amigo.

Conto: A Princesa de Fogo

Era uma vez uma princesa incrivelmente rica, bela e sábia. Cansada de pretendentes falso que se aproximavam dela para conseguir as suas riquezas ou o seu corpo, fez saber que se casaria com quem lhe trouxesse o presente mais valioso, terno e sincero ao mesmo tempo. O palácio encheu-se de fl ores e presentes de todas as cores e feitios, de cartas de amor incomparáveis e poetas enamorados. E entre todas aquelas ofertas magnífi cas, descobriu uma pedra,

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uma simples e suja pedra. Intrigada, a princesa mandou chamar o presenteador. Apesar da sua curiosidade, mostrou-se muito ofendida quando apareceu o jovem. Este explicou-se: “Essa pedra representa o mais valioso que vos posso dar, Alteza: o meu coração. É sincera, porque ainda não é vosso e está duro como pedra. Só quando se encher de amor se tornará mole e será mais terno que qualquer outro.” O jovem foi-se tranquilamente, deixando a princesa espantada e encantada. Estava tão apanhada que levava consigo a pedra para todo o lado e durante meses presenteou o jovem com prendas e atenções, mas o seu coração continuava duro como a pedra em suas mãos. Desanimada, acabou por atirar a pedra ao fogo. Nesse momento, viu como se desfazia em areia e daquela pedra surgiu uma bela fi gura de ouro! Percebeu então que ela própria teria que ser como o fogo e transformar o que tocava, separando o inútil do importante. Durante os meses seguintes, a princesa mudou muita coisa no seu principado e, como com a pedra, dedicou a sua vida, a sua sabedoria e as suas riquesas a separar o acessório do importante. Acabou com o luxo, as joias e os excessos e o seu povo recebeu comida e livros. Todos que tratavam com a princesa voltavam encantados com o seu caráter e proximidade e a sua presença transmitia tanto calor humano que começaram a tratá-la, carinhosamente, como “a princesa de fogo”. E como com a pedra, o seu fogo derreteu a dureza do coração do jovem que, tal como prometera, revelou-se ser tão terno e justo que foram felizes juntos até ao fi m dos seus dias.

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C L Ã

. . .terceira semana

Atividade: Constrói a tua mão

Cada Caminheiro recorta uma mão de cartolina (podendo usar a sua ou outra como modelo) e deve preencher os cinco dedos conforme a fi gura abaixo, mas de maneira personalizada. Ou seja, depois de pensar nas pessoas à sua volta ou que passaram pela sua vida, no dedo polegar devem ser colocadas as pessoas que se quer ter presentes na oração; No dedo indicador, as pessoas que foram modelos e acompanhantes para o próprio. No dedo médio, as pessoas com autoridade sobre o próprio que o marcaram de forma positiva ou negativa; No dedo anelar, as pessoas mais débeis ou necessitadas. No dedo mindinho, as próprias debilidades.

Oração: Oração dos Cinco Dedos

Peço-Te meu DeusPor esses que estão unidos a mim porque gosto deles;Apoio e sabedoria para os que me ensinam, instruem e curamOrientação Divina e sentido de justiça para os que nos chefi am ou governamAjuda e força para os débeis, os doentes e os atormentadosDou-Te graças e peço-Te pelo menor de todos, por mim mesmo.

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Cântico: Voa a grande altitude

Não fi ques na praiaCom o barco amarrado,E medo do mar.Tudo aqui é miragem,Mas na outra margemAlguém a esperar.

Como onda que morre,Sozinha na praia,Não fi ques brincando.No mar confi ante,Ensina o teu cantoDe ave voando.

Refrão :Voa bem mais alto,Livre sem alforgeNem prata, nem ouro.Amando este mundo,Esta vida que é campo,E esconde o tesouro.

Ninguém te ensinouMas no fundo tu sentesAsas para voar.Nem que o céu se tolde,E as nuvens impeçam.Tu não vais parar.

Há gente vivendoTranquila e contente,Como eu já vivi.És águia diferente,Céu azul cinzentoFoi feito p’ra ti.

Refrão

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Conto: A Cara Perfeita

Era uma vez um boneco de papel que não tinha cara. Estava perfeitamente recortado e pintado por todo o corpo, exceto na cara. Mas tinha um lápis na mão e por isso podia escolher a sua própria cara. Grande sorte! Por isso, passava o dia a perguntar a quem encontrava: “como é uma cara perfeita?” “Uma com um bico grande!” respondiam os pássaros, “uma cheia de folhas” diziam as árvores, “muito colorida!” afi rmavam as fl ores. E assim todos lhe respondiam, conforme as suas próprias aparências. Mas quando o boneco desenhou uma cara com bico, folhas, cores, etc., ninguém gostou do resultado! E não a podia apagar. Pensando na oportunidade que desperdiçara, o boneco chorava. “Eu só queria uma cara de que todos gostassem! Que desgraça!” Um dia, uma nuvem ouviu-o e veio falar com ele. “Olá boneco. Acho que te posso ajudar. Como sou uma nuvem e não tenho forma, posso por a cara que quiseres. Que te parece se eu for trocando de cara até veres uma de que gostes?” O boneco fi cou encantado com a ideia e a nuvem foi fazendo caras diferentes. Mas nenhuma era sufi cientemente perfeita.“não faz mal” disse o boneco ao despedir-se “foste uma amiga estupenda.” E deu-lhe um abraço que fez a nuvem sorrir, feliz por ter ajudado. Nesse momento, o boneco disse: “ESSA! É essa a cara que quero! É a cara perfeita!” “Qual? Não estava a fazer nenhuma...” disse a nuvem, surpreendida. “Essa! Essa que puseste quando te abracei!” A nuvem percebeu que se tratava do seu grande sorriso. E juntos pegaram no lápis para desenhar um enorme sorriso na cara do boneco que tapava folhas, bicos, cores e outras coisas. Efetivamente, aquela cara era a única de que toda a gente gostava, porque tinha o ingrediente de todas as caras perfeitas: um sorriso que não se apaga.

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C L Ã

. . .quarta semana

Atividade: A cruz do nosso mundo

Divide-se o Clã em duas ou três equipas a quem se entregam jornais e revistas atuais. Pede-se aos Caminheiros que analisem a realidade da sua cidade e se exprimam colando recortes das revistas/jornais em folhas de cartolina (mínimo seis folhas). Põe-se cada uma destas folhas na parede, formando uma cruz. O animador explica que esta é a cruz do mundo com os seus problemas, injustiças, dores, etc. Mas mudar essa realidade está nas nossas mãos, por isso cada Caminheiro assumirá um compromisso, que anotará na parte de trás da folha de cartolina, para melhorar algun(s) problema(s) (mantendo a forma de cruz). O animador faz ver aos Caminheiros que a cruz se transformou em esperança e que está nas mãos deles fazê-la cumprir-se.

Oração: Oração do CompromissoSenhor, queremos ser Tuas testemunhas,Luz no meio das nações,Sal que dá sabor.Ser Tuas testemunhasLevar aos homens o Teu amorA Tua esperança verdadeira,A alegria de ser amor no meio dos homens.Faz-nos testemunhos de amor que não passa de moda,Duma luz num mundo às escuras,Da paz numa terra em guerra.Sabemos, Senhor, e por isso pedimos a Tua ajuda,Que ser testemunha é ter os Teus sentimentos,É levar a sério o Teu Evangelho,

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É semear os caminhos do Teu amor.Obrigado, Senhor, por tantos exemplos que temos conhecidoE que nos permitem continuar na Tua obra,Mesmo no meio das difi culdades, e levá-la pelas ruas do nosso mundo.Ámen.

Cântico: Rumos do Homem Novo

Na vara que se abre em dois caminhos,Aceitamos proposta de opção,Sabendo que nunca vamos, sozinhosQuando é por Cristo, a decisão.

Mochila às costas, com o pão e a palavra,Levamos tenda prontos para partir.Guia-nos um fogo, que não se apagaQue acende no lenço, a cor do servir.

Ser Caminheironos rumos do Homem novoser construtor,de um mundo novocaminhando no amorser Homem novo.

Pelo projecto pessoal da vidaSonhamos cada dia o amanhã,E que queremos de esperança decidida,E partilhar na carta de clã.

Nossos rumos, prosseguem aventurasDe encontros do Homem com Deus, Na história.A exigir a coragem de rupturasDe que a cruz no mundo, gritar memórias.

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Nas palavras de montanha, a verdadeA chamar por coerência e compromisso,O evangelho feito comunidade,Vivido em atitude de serviço.

De B.P. vem, o apelo a navegar,Caminhos de triunfo, a felicidade,Em Jesus Cristo a meta a alcançar,O Homem novo chamado à eternidade.

Conto: Facilitolândia, o paraíso das coisas fáceis

Era uma vez um país chamado Facilitolândia, onde tudo era fácil e simples. Luís e Laura, um par de aventureiros, procuraram descobrir tudo sobre aquele sítio e, quando julgaram saber onde fi cava, partiram à sua procura. Viveram muitas aventuras e perigos, viram lugares lindos e conheceram animais nunca vistos. Finalmente, descobriram a Facilitolândia. Tudo estava calmo, como se o tempo estivesse parado ali. O único habitante recebeu-os, um velho de olhos tristes: “Eu sou o desgraçado Augusto, o guardião condenado dos dormentes.” O ancião explicou-lhes que os habitantes, na sua busca por uma vida sem preocupações e difi culdades, tinham construído uma grande câmara, onde todos estavam a dormir sossegados e tinham tudo que precisavam. Ao velho tinha calhado a vida dura e difícil de cuidar do sono agradável dos outros, manter os aparelhos e ir retirando os que morriam de velho. Como tudo ocorrera há muito tempo atrás, já poucos habitantes restavam, só os que, como Augusto, eram jovens na altura. Os aventureiros não podiam acreditar: “E sentes inveja dos outros?” “Claro, olha que vida tão sossegada e cómoda levam. Enquanto eu tenho que procurar comida, sofrer o frio e o calor, reparar as avarias, preocupar-me com os adormecidos e mil outras coisas... isto não é vida!” Os aventureiros insistiram em falar com um dos adormecidos e lá convenceram Augusto a despertar um. Quando acordou, perceberam que só era velho de aparência – falava e pensava como um menino. Não sabia praticamente nada e só falava de quão bonitos eram os seus sonhos. Augusto fi cou horrorizados e acordou todos os adormecidos, para confi rmar que se passara o mesmo com todos. Tinham feito tão poucas coisas

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na vida que não sabiam sequer falar de nada. Ao vê-los, até se duvidava que tivessem estado vivos. Nenhum quis voltar a adormecer e o pobre Augusto começou a ensinar àquele grupo de velhos tudo quanto tinham perdido. E fi cou feliz por todas as agruras que tinha experienciado, pois agora era o único que tinha vivido de verdade.

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A N E X O P A R A A N I M A D O R E S

Atividade: E tu quem és? Apresentação: está preparado, sempre alerta, mantém acesa a tua lâmpada, porque a qualquer momento que queiras sair a procurar e encontrar, vais precisar do seu calor.

htt p://www.youtube.com/watch?v=oCpWbuKwlPc

Refl exão: Todos fazemos uma equipa. Há uma chama no centro que nos une, é um ponto em comum, algo que nos dá força, que nos faz andar. Cada um dos personagens mexe-se à sua maneira, cada um deles é único, mas giram à volta de algo comum. É importante saber bem o que é que nos une, que luz é essa que nos dá força. Subitamente, algo de fora capta a nossa atenção. É a nossa atitude de serviço, algo que nos faz sair daquele lugar onde estamos quente e cómodos e nos faz ir levar a luz a outros lugares, outras pessoas, a educar os jovens. Cada um dos personagens de cera nos ensina uma forma de atuar... O primeiro sai sem levar luz, nada que lhe dê calor e depressa se perde e congela... Quantos de nós deixam de vir e desaparecem, perdem-se no exterior, entre a rotina e a azáfama? O segundo dá-se conta do erro do primeiro e percebe que a luz, o fogo é a solução. Mas ao fi m de algum tempo, apaga-se. São as pessoas que se entusiasmam, são valentes, atiram-se a tudo mas depressa perdem o fôlego. Quando se acaba a energia inicial, acabou-se... O terceiro seguramente é a maioria de vós. A principal característica desta fi gura de cera é o medo. É alguém que se dá conta que é preciso servir os demais, está convencido mentalmente, mas o seu coração tem medo. Prefere seguir o segundo, que leva a luz e tratar de o empurrar. Mas tem medo de pegar na chama – e se se consome? E se não consegue levá-la? E se...? e entre dúvidas, a chama consome-se.

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O quarto personagem é aquela pessoa capaz de nos animar, de levar a luz quando a escuridão nos envolve, nos momentos difíceis, onde somos débeis. Quando tudo parece perdido, aparece com uma palavra, um gesto, uma luz. Nesse momento, o terceiro personagem joga o tudo por tudo e supera os seus medos, lança-se, pega na luz. No início, tenta levá-la nas mãos, mas vai-o queimando. Descobre que tudo aquilo vale a pena, que vale a pena chegar ao fi nal e coloca a luz na cabeça, dando tudo o que é para levar a luz a outro sítio. Entrega-se completamente pelos demais.

Qual é a tua luz? Que queres levar? Para mim, a minha luz é Cristo, uma chama que não me consome mas me dá calor, porque de alguma forma Ele é o quarto personagem, alguém que me traz luz cada vez que se aproxima da minha vida.

Escolhe uma boa chama e NÃO TENHAS MEDO! A luz que tu levas não precisa de ser levada por outra pessoa. Se o medo vence, acabarás uma estátua de cera, gelado. Se vences o medo, serás fonte de vida.

Oração: Que Deus te leve

Que a terra se abre ante teus passos,Que o vento te sopre pelas costas,Que o sol brilhe morno na tua cara,Que a chama se mantenha acesa no teu coração,Que a chuva caia suavemente sobre os teus campos e, até que nos voltemos a encontrar, que Deus te leve na palma da Sua mão.

Cântico de Tazé

Senhor Jesus, Tu és luz do mundo.Dissipa as trevas que me querem falarSenhor Jesus és luz na minh’ almaSaiba eu acolher o Teu amor.

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Conto: A Fada do Lago

Era uma vez, há muito tempo atrás, antes dos homens e as suas cidades encherem a terra, antes de muitas coisas terem sequer nome, havia um local misterioso que era vigiado pela fada do lado. Justa e generosa, todos os seus vassalos estavam sempre dispostos a servi-la. E quando uns seres malvados ameaçaram o lago e as suas fl orestas, muitos se uniram à fada quando esta lhes pediu que fossem com ela numa viagem perigosa através de rios, pântanos e desertos em busca da Pedra de Cristal, a única salvação possível para todos. A fada avisou-os dos perigos e difi culdades, do difícil que seria suportar toda a viagem, mas nenhum se assustou. Todos prometeram acompanhá-la até onde fosse preciso e, naquele mesmo dia, a fada e 50 dos seus leais servidores partiram. O caminho foi muito mais duro e terrível do que a fada avisara. Enfrentaram animais terríveis, caminharam dia e noite, vaguearam perdidos com fome e sede. Perante tantas adversidades, muitos desanimaram e abandonaram a viagem a meio do caminho, até que só sobrou um, chamado Sombra. Não era o mais valente, nem o melhor lutador, nem sequer o mais divertido ou social, mas continuou junto à fada até ao fi nal. Quanto esta lhe perguntava porque não a abandonava como os outros, Sombra respondia sempre o mesmo: “disse que vos acompanharia apesar das difi culdades e é isso que estou a fazer. Não vou dar meia-volta só por ser verdade que ia ser duro.” Graças ao seu leal Sombra, a fada pode encontrar, por fi m, a Pedra de Cristal, mas o monstruoso Guardião da pedra não estava disposto a entregá-la. Então Sombra, num último gesto de lealdade, ofereceu os seus serviços em troca da pedra, fi cando ao serviço do Guardião até ao fi m dos seus dias. A poderosa magia da Pedra de Cristal permitiu que a fada regressasse ao lago e expulsasse os seres malvados, mas cada noite chorava a ausência do seu fi el Sombra, pois daquele fi rme e generoso compromisso surgiu um amor mais forte que nenhum outro. Em sua memória, querendo mostrar a todos o valor da lealdade e do compromisso, ofereceu a todos os habitantes da terra a sua própria sombra durante o dia. Mas à noite, todas as sombras se juntam no lago, onde consolam e acompanham a triste fada.

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Documento original: MSC - Movimento Scout CatolicoTraduzido e adaptado por - Secretaria Internacional CNE

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. . .mantém a chama acesa

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