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Magistrados entram na luta pela preservação do meio ambiente Eleição para a nova diretoria será realizada pela internet Página 8 Candidatos ao Prêmio AMMA 2012 já podem se inscrever Página 3 Criadas Diretorias de Eventos em Timon e Imperatriz Página 8 ano 6 número 55 setembro de 2012 Páginas 4, 5 e 6

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Magistrados entram na luta pela preservação do meio ambiente

Eleição para a nova diretoria será realizada pela internetPágina 8

Candidatos ao Prêmio aMMa 2012 já podem se inscrever Página 3

Criadas Diretoriasde Eventos em Timone ImperatrizPágina 8

ano 6número 55setembro de 2012

Páginas 4, 5 e 6

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Jornal Dia a Dia é o informativo mensal da associação dos Magistrados do Maranhão - aMMa. Rua do Egito, 351 - Centro - CEP: 65010-190. Fones: (98) 3221-4414 / 3232-1947 / 3231-8073E-mails: [email protected][email protected]

Diretoria Executiva Presidente - José Brígido da Silva Lages 1º Vice-Presidente – José de Ribamar Castro 2º Vice-Presidente – Marcos antonio Oliveira 3º Vice-Presidente – Roberto abreu Soares Secretário Geral – Lícia Cristina Ferraz Ribeiro Secretário adjunto – Larissa Rodrigues Tupinambá Castro Tesoureiro Geral – alexandre Lopes de abreu Tesoureiro adjunto – José dos Santos CostaConselho Fiscal andréa Furtado Perlmutter Lago Carlos Henrique Rodrigues Veloso

Expediente

Artigo

Diretas já! Por que não?

Paulo de assis Ribeiro Sidarta Gautama Farias Maranhão Vicente Ferreira Lopes

Suplentes Clênio Lima Corrêa José Edilson Caridade Ribeiro Márcia Cristina Coelho Chaves

Jornalista Responsável Jacqueline Barros Heluy - DRT 840 Ma assistente: Zaíra almeida

Fotos Biné Morais

Projeto Gráfico Ideia Propaganda & Marketing

Diretor de Arte Márcio Veiga

Diagramação Wemerson Duarte

Em tempo de julgamento do Mensalão, precisou o Supremo Tribunal Federal, por seus ministros, enfrentar horas a fio de sessões diárias para que grande parte da população pudesse perceber um reflexo da realidade da maior parcela da magistratura brasileira, a de que juiz trabalha, e muito, inclusive após o “horário comercial”.

Enquanto os demais servidores da Nação, cumprida sua jornada diária, se voltam a outras atividades, todas merecidas, diga-se de passagem, muitos togados permanecem despachando e julgando processos que a sua longa pauta de audiências e demais atendimentos o impediram de realizar.

Essa breve introdução é só para pontuar que, felizmente, o Poder Judiciário está como nunca antes acontecera, ocupando os noticiários de todas as mídias, e desta feita, de maneira positiva.

E é nesse viés de alta que a associação dos Magistrados do Brasil – aMB entra em campo com a campanha “Diretas Já nos Tribunais Brasi-leiros”, retratada em proposta de emenda constitucional que visa instituir a eleição por voto de todos os juízes, dos presidentes e vice-presidentes dos tribunais (excepcionando-se corretamente e por razões óbvias, a escolha do corregedor-geral).

acerca dessa proposição, na qual o atual Presidente da aMB, Nelson Calandra, deposita todas as suas fichas para tentar salvar, se é que isso é possível, sua pífia gestão à frente da associação de Magistrados nacional, a pergunta que se apresenta é: por que não apoiá-la?

Na teoria, por óbvio, a alteração constitucional iria ao encontro do intenso processo de democratização das instituições pátrias, inaugurado com a Constituição Federal de 1988.

Na prática, os defensores do status quo e, portanto, contrários à tese, argumentam principalmente que isso iria elevar, a níveis nada saudáveis, a politização da atuação de desembargadores interessados em granjear a simpatia dos eleitores juízes, o que fomentaria a dissensão na classe e incentivaria, inclusive, a interferência indevida de membros de outros Poderes, interessados na eleição do “candidato mais adequado”.

Não faço coro a esse entendimento. Juiz que se vende por diária ou outras vantagens é um pulha que não merece a toga que veste e pulhas na magistratura, tenho certeza, são minoria.

Ressalto que o exemplo das eleições para Procurador-Geral no Ministério Público, muitas vezes criticado em razão das rusgas que impõe à carreira, não se aplica ao caso. Não se pode perder de vista que lá a eleição é para a composição de uma lista tríplice, competindo ao Chefe do Executivo a palavra final na definição do escolhido.

Nem se diga, ademais, que o mais simpático e de maior trânsito na Corte seria naturalmente o eleito. Exemplo significativo aconteceu aqui no Maranhão com o Desembargador Stélio Muniz, que nunca foi um dos mais queridos por seus pares, prova disso foi que, nada obstante sua antiguidade na Corte, não teve e não terá, ante a aposentadoria que se aproxima, a oportunidade de presidir o Tribunal de Justiça.

Todavia, Stélio, por duas vezes, foi o indicado pela classe de juízes para comandar o Tribunal, em eleições simuladas realizadas pela associa-ção dos Magistrados do Maranhão – aMMa. E foi a sua gestão à frente da Corregedoria, exercida de forma participativa com a magistratura de primeiro grau, aliada à sua personalidade de agente político austero, probo e responsável, que o alçaram à condição de preferido pelos togados da base.

ademais, por mais justo que seja o respeito à antiguidade, esse não pode ser o critério preponderante para a escolha de um dirigente de Tribu-nal. as Cortes de Justiça no Brasil, independentemente do Estado da Federação, consubstanciam atualmente complexa estrutura administrativa, contratantes e consumidoras de inúmeros bens e serviços, com centenas ou milhares de servidores a elas vinculados, detentoras de orçamento considerável e, o que é mais importante, definidoras de políticas locais de administração judiciária.

Os cargos de presidente e vice-presidente de tribunais devem, portanto, ser ocupados por magistrados que efetivamente demonstrem aptidão para a função de gestor, que gozem de natural respeitabilidade por parte de toda a classe e que não demonstrem tendência a se curvar a ingerência de outros Poderes.

Marcelo Silva MoreiraJuiz de Direito titular do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Bacabal,

respondendo cumulativamente pela Comarca de Barreirinhas e Juiz Eleitoral da 56ª Zona.

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Inscrições abertas para o Prêmio AMMA 2012

AMMA integra-se à campanha de valorização do magistrado

a Diretoria Executiva já está organizando a 6ª edição do Prê-mio “aMMa de Melhores Práticas do Judiciário”, evento que objetiva valorizar as melhores práticas ju-rídicas desenvolvidas pelos magis-trados maranhenses. as inscrições para o concurso estão abertas des-de o dia 8 de outubro e podem ser feitas através do site www.amma.com.br. a festa de premiação ocor-rerá no dia 20 de dezembro.

a comissão avaliadora do Prê-mio é formada pelos juízes José

Eulálio Figueiredo de almeida e Oriana Gomes, e pelo desem-bargador Raimundo Nonato Ma-galhães Melo. as três melhores práticas vencedoras receberão prêmios no valor de R$ 4.000,00, R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00.

Para se inscrever, basta o associa-do acessar o banner específico do prêmio no site, imprimir a ficha de inscrição e encaminhá-la à sede ad-ministrativa da aMMa, contendo, obrigatoriamente, o nome do autor, cargo, comarca e nome do projeto

a aMMa está integrada à campanha “Olhos abertos”, lan-çada pela associação dos Magis-trados do Paraná (amapar), com o apoio da aMB e de várias en-tidades, cujo objetivo principal é valorizar a função do trabalho do Magistrado. a campanha está sendo disseminada em todo o país, com a distribuição de fol-ders, adesivos, outdoors, rádio e exibição de vídeos em TVs. a aMMa está encaminhando a todas as comarcas do Maranhão parte das peças publicitárias para a conscientização dos juris-dicionados.

De acordo com o presidente Brígido Lages, é uma bela cam-panha voltada para a população,

que irá concorrer, devendo o trabalho ser enviado em 03 (três) vias e acom-panhado de cópia em CD-ROM.

Prêmio AMMA 2011

Na edição 2011 do Prêmio aMMa, ficou em 1º lugar o juiz Carlos Veloso, com a prática “Dura-ção razoável do processo - aplicação prática do princípio constitucional”;

em 2º, o juiz Francisco Soares Reis Junior, com o projeto “Gabinete Ju-dicial Integrado: Uma necessária participação na rotina da Secretaria Judicial”; e em terceiro a juíza Sami-ra Heluy, com a prática “Compreen-der e ser compreendido: Excelência é a sociedade”.

Maiores informações podem ser obtidas pelo fone (98) 3221-4414.

com o objetivo de esclarecer o papel do Judiciário e também va-lorizar o juiz, mostrando à socie-dade o relevante trabalho presta-do pelo magistrado.

“Essa iniciativa vem para mostrar tudo aquilo que o juiz faz de bom e resgatar uma linha de diálogo que sempre existiu entre os magistrados e o jurisdi-cionado, ressaltando que o tra-balho da Justiça é sempre em be-neficio da população”, afirmou Brígido Lages.

a campanha “Olhos abertos” começou a ser formatada há três anos. O assassinato da Juíza Pa-trícia acioli, em Niterói, no mês de agosto, foi crucial para que a

campanha tomasse as ruas ainda em 2010.

O foco da campanha é destacar o papel do magistrado na constru-ção de uma sociedade melhor e com mais direitos. O slogan prin-cipal é “Juiz. Uma profissão. Uma vocação. Uma paixão.”

“Ressaltamos a profissão do juiz para a sociedade, como agente trans-formador e mais próximo do juris-dicionado. O estopim da campanha foi o assassinato cruel da juíza Pa-trícia acioli. Isso deixou evidente a exposição de todos nós e decidimos enaltecer o trabalho do magistrado, comprometido com o seu tempo e dedicado a fazer justiça”, explica Gil Guerra, atual presidente da amapar.

Solenidade em Imperatriz

O presidente da aMMa, juiz Brígido Lages, partici-pou, no dia 3 de setembro, da solenidade de instalação do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da cidade de Imperatriz. a nova unidade da Justiça Estadual vai orientar a comunidade e atender juizados e varas das áreas Cível, Fazendária, Pre-videnciária e de Família por meio de audiências de conci-liação e mediação. O centro tem como endereço o prédio da Facimp, na avenida Pre-sidente de Morais, s/n. além de Imperatriz, outros quatro Centros de Solução de Con-flitos serão implantados em São Luís: no Fórum Des. Sar-ney Costa (Calhau), no prédio da creche Judith Pacheco do TJMa (Rua do Egito), e nos campi do Uniceuma do Re-nascença e Cohama.

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Especial

Quinta-feira, 16 de agosto, 11h30. O casal Raimundo José Sousa Marques e Lour-

des Costa da Silva - ele pescador, ela dona de casa - deveria estar se preparando para al-moçar. No prato, o básico da região, peixe e

Juízes vão à luta contra as devastações ambientais

Tráfego de caçambas ameaça casas

arroz. Mas não há peixe. a panela, nesse dia, nem para o fogo foi, está vazia. Na porta da casa de taipa, à beira de uma estrada carro-çal no povoado Porto da Casca, município de Cachoeira Grande (Ma), Raimundo assiste,

diariamente, a um desfile de caçambas carre-gadas de areia. Eis ali o motivo da principal fonte de subsistência da família ter desapare-cido da panela.

Raimundo e Lourdes são apenas duas das inúmeras vítimas de um grave dano ambiental praticado há décadas no interior maranhense: a extração indiscriminada de areia do leito dos rios que abastecem de pescado as populações ribeirinhas. Desta vez a vítima é o rio Munim e o autor do dano ambiental é a empresa Porto da Casca. Toneladas de areia estão sendo reti-radas do fundo do rio por dragas da empresa, colocadas em caçambas e vendidas para várias outras empresas, dentre elas a MPX, do em-presário Eike Batista. O destino é o canteiro de obras da Refinaria Premium, no vizinho muni-cípio de Bacabeira.

O pescado, que era abundante no Munim e a maior fonte de renda dos moradores do povoado Porto da Casca, simplesmente desa-pareceu. “a gente vai pescar e só tem óleo que sai das dragas, contaminando a água. É isso que está matando os peixes”, afirma Raimun-do. Ele diz que agora precisa andar cerca de três quilômetros mata adentro para encontrar uma área que seja boa para pesca. Informa, também, que o rio está secando.

O prejuízo na pesca não é o único proble-ma que atormenta as comunidades dos muni-cípios de Morros e Cachoeira Grande, a cerca de 110 km de São Luís. O intenso tráfego de caçambas carregadas de toneladas de areia, circulando diariamente nas ruas estreitas da cidade de Morros, tem provocado rachaduras nas paredes de várias casas.

Enoque Pinheiro, funcionário da prefeitura, teme que as paredes de sua casa desabem. Ele mora na Travessa Brasil, a principal da cidade de Morros e uma das mais prejudicadas pelo tráfego de caçambas da empresa Porto da Cas-ca. “Nossa cidade não tem estrutura para su-portar veículos deste porte”, alertou.

Areia retirada do rio Munim é transportada por caçamba para ser utilizada nas obras da Refinaria Premium

Estrada foi aberta na mata para tráfego de caçambas Raimundo e Lourdes são prejudicados pela devastação do rio

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a inquietacão com os danos ambientais que acontecem no Maranhão é constante no dia a dia da juíza Ticiany Gedeon Maciel Palácio. Tornou-se ainda maior a partir de sua titula-rização na Comarca de Morros, quando cons-tatou que a vida e a subsistência da população do município giram em torno dos rios Una e Munim, que banham a região.

a cidade de Morros conta com aproximada-mente 17 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2007. a maior parte sobrevive da pesca e da lavoura.

a luta contra as ações das dragas que estão acabando com o rio Munim é apenas a ponta do iceberg, segundo a magistrada. Ela destaca a situ-ação, também caótica, em que se encontra o rio

Ação de juíza e promotor paralisa retirada de areia

Projeto “Una-se à Vida” para salvar rio

a informação sobre a prática do crime am-biental no rio Munim, com graves consequên-cias para as comunidades da região, chegou ao Fórum da Comarca de Morros em agosto deste ano. O município de Cachoeira Grande, onde a retirada indiscriminada de areia está ocorrendo, é Termo Judiciário da Comarca de Morros, onde a juíza Ticiany Gedeon e o promotor Fernando aragão Berniz travam uma verdadeira batalha para preservar o rio da devastação.

Uma inspeção da juíza e do promotor à área de extração de areia comprovou a exten-são do crime ambiental. além das dragas su-gando o leito do rio, a empresa destruiu cerca

de 8 km de matas ciliares, ao abrir uma es-trada para permitir a passagem de caçambas. ao longo desta estrada, podem ser vistos, ao chão, troncos de palmeiras de babaçu, juça-reiras e outras plantas nativas.

Segundo Charles Pereira, um dos funcio-nários da empresa Porto da Casca que fisca-liza o trabalho de extração de areia na jazida, a empresa está legalizada e tem licença para a retirada de areia do rio.

a placa instalada nas margens do rio Mu-nim, próxima à área de extração de areia, mostra que o funcionário da empresa fala a verdade. Nela consta a licença ambiental

nº 1084/2010, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), sob o processo nº 806.047, permitindo a extração de areia e seixo. Charles Pereira também confirma a informação dos moradores de que a areia re-tirada do rio é vendida para a empresa MPX, que a utiliza não apenas na Refinaria Pre-mium, como também nas obras do projeto de geogás, no município de Santo antônio dos Lopes (Ma).

a ação enérgica do Judiciário está conse-guindo barrar a devastação no leito do rio Munim. após a inspeção, as prefeituras de Morros e Cachoeira Grande baixaram reso-luções no dia 6 de setembro último, deter-minando a suspensão da extração da areia.Também ficou definido que a empresa Porto da Casca terá que mandar elaborar um estu-do de preservação e reflorestamento da área explorada e, ao final, será assinado um Termo de ajustamento de Conduta pela empresa, as Prefeituras de Cachoeira Grande e Morros e o Ministério Público Estadual.

Una, que vem sendo castigado pela poluição cau-sada por centenas de turistas que chegam à cida-de de Morros nos finais de semana e feriados. ao final de cada dia de visita, o que fica na cidade são toneladas de lixo depositadas no leito do rio.

Muito em breve o lixo poderá se tornar o luxo dos moradores de Morros, graças ao pro-jeto “Una-se à Vida”, idealizado e lançado em janeiro deste ano, pela juíza e o promotor da co-marca. O objetivo é conscientizar a população sobre a necessidade urgente de preservar o rio Una, impedindo que o lixo seja despejado em seu leito.

“Problemas como crimes ambientais, uso e ocupação irregular do solo, poluição, desmata-mento, entre outros, eram trazidos ao Judiciário

sem que este pudesse atingir uma efetividade em curto prazo, barrados principalmente pela falta de conhecimento da população. Com o projeto “Una-se à Vida”, cria-se uma consciência coletiva de respeito ao meio ambiente, evitando o ajuiza-mento de inúmeras ações e possibilitando a reso-lução de conflitos sociais através da conciliação”, explicou a juíza Ticiany Gedeon, que tem realiza-do caminhadas para conscientizar a população.

O ponto alto do projeto é a instalação de uma cooperativa em Morros, a Coopemorros, que trabalha com a coleta seletiva de lixo para reciclagem. atualmente, existem cerca de 200 cooperados e a perspectiva é absorver os mora-dores de municípios vizinhos.

Duas empresas já estão prontas para firmar contratos de compra do material selecionado pela Coopemorros,uma delas no estado de São Paulo. O próximo passo dos cooperados será a confecção de peças artesanais para comercialização.

a comunidade aplaude com entusiasmo o projeto da juíza. a dona de casa Maria Espíri-to Santos alves Silva, conhecida como Nália, é uma das cooperadas que aguarda com ansie-dade o início da produção de peças artesanais. Ela já confecciona luminárias, pufes e objetos de decoração, tudo com garrafas pet, recolhi-das nas margens do rio Una. “Com esse pro-jeto teremos a melhoria da nossa qualidade de vida, pois será mais uma fonte de renda para a população”, diz ela.

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Juíza e promotor em ação de preservação ambiental em Morros Nália exibe abajur confeccionado por ela com garrafas pet

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Uma Sentença, Uma Árvore

Ambientalistas dão nome às primeiras árvores

Juiz Marlon Reis, ao lado de membros do Judiciário, observa uma das primeiras mudas do Projeto “Uma Sentença, Uma Árvore”

Mudas doadas por empresas para o Projeto em João Lisboa Marlon Reis conscientiza estudantes sobre preservação ambiental Juiz Márlon Reis em uma de suas explanações sobre o projeto

O Maranhão é um dos estados brasileiros com maiores índices de crimes ambientais no país. assoreamento de rios para a retirada in-discriminada de areia, desmatamento, queima-das, conflitos agrários e trabalho escravo são constantemente divulgados na imprensa, mas o que mais chama atenção é que poucos desses

Personalidades importantes na luta pela preser-vação ambiental no país, tais como Wangari Maatai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz; Irmã Dorothy Stang, vítima da violência dos agressores da natu-reza e dos povos da floresta no Pará; Chico Men-des, defensor da floresta amazônica, assassinado a mando de fazendeiros e padre Josimo Tavares, tam-bém assassinado em represália por sua luta contra a violência no campo, deixaram as páginas de jornais e revistas e deram nome às primeiras mudas plan-tadas pelo juiz Marlon Reis em frente ao Fórum de João Lisboa, na cerimônia de lançamento do proje-to “Uma Sentença, Uma Árvore”.

O primeiro local a receber as mudas foi as margens do riacho Marajuba, uma das

casos são investigados pelos órgãos de fiscaliza-ção e raros são os que chegam ao Judiciário.

Morar e trabalhar em uma região conhecida como ”arco do Desmatamento”, localizada nas bordas sul e leste da amazônia, onde há a maior concentração de registros de crimes ambientais

e sociais do país, não é nada fácil. Para o juiz Marlon Reis, titular da Comarca de João Lisboa (Ma), a 698 km de São Luís, é um desafio, prin-cipalmente porque não há fiscalização e cons-cientização popular.

“Grande parte dos ilícitos relacionados ao uso irracional da natureza sequer estão judicia-lizados, o que pode ser explicado por um alto nível de conformismo social com essas práticas e pela fragilidade dos órgãos de fiscalização”, ex-plica o juiz Marlon Reis.

a exemplo da juíza Ticyane Gedeon, o juiz Marlon Reis também vem agregando ao seu trabalho forense atividades junto à comunida-de, no sentido de criar uma consciência de pre-servação e respeito às riquezas ambientais. Foi a partir da necessidade de um olhar diferenciado do Judiciário para as questões ambientais no Maranhão, que ele implantou o projeto “Uma Sentença, Uma Árvore”, cujo lançamento ocor-reu em setembro de 2011.

O objetivo do projeto é reduzir o impacto am-biental provocado pelo gasto de papéis e energia com a realização das atividades dos fóruns e de-mais setores do Judiciário maranhense.

áreas degradadas do município de João Lis-boa que mais necessitam de reflorestamento. No local, foram plantadas mudas de árvores frutíferas, tais como manga, tamarindo, ja-boticaba, açaí, laranja e graviola, além de Ipê rosa, ipê amarelo, oiti e diversas espécies de leguminosas.

Desde que o juiz Marlon Reis deu início ao projeto, já foram plantadas aproximada-mente 5 mil mudas, doadas pelo horto flo-restal arara azul e pelo consórcio CESTE. O projeto foi idealizado para envolver todo o Judiciário maranhense. Para cada sentença de adoção de uma criança no Tribunal Ju-diciário do Maranhão, serão plantadas qua-

tro árvores; cada conciliação formalizada e cada homologação de acordo judicial, três árvores, sendo que o destino das mudas será preferencialmente para a recuperação de ba-cias hidrográficas em regiões de preservação ambiental.

atualmente, o projeto conta com a parceria do TJMa, Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), Vara da Infância e Juventude, 1ª Vara Cível de Imperatriz, Fundação Nordesta, Prefeitura de João Lisboa e de empresas privadas, entre as quais Vale, alumar, Ceste e Suzano.

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Projeto aproxima Judiciário da comunidadeO maior beneficiário do projeto “Uma Sen-

tença, Uma Árvore” tem sido a comunidade da comarca de João Lisboa, que participou ativa-mente do plantio das primeiras mudas. Edivaldo Pereira Rocha, membro do Conselho Tutelar da Infância, elogiou a atuação do magistrado de ir pessoalmente de casa em casa explicar o projeto e convidar os moradores para dele fazerem parte.

“a população toda foi para as margens do riacho Marajuba ajudar no plantio das árvores, dando a sua colaboração para o reflorestamen-to. É muito bom a gente ver um juiz preocupa-do com questões sociais, a comunidade se sente protegida”, disse Edivaldo.

O juiz Marlon Reis define o projeto como um modo de pensar as ações internas do Poder Judiciário e suas relações com a comunidade. “Mesmo os juízes que não pretendem realizar ações externas de plantio de mudas podem as-sumir nas suas unidades compromissos mais fortes com a preservação ambiental”, disse.

O primeiro passo, segundo Marlon Reis, é instituir as Comissões ambientais a que se re-fere a Recomendação nº 11/2007, do Conselho Nacional de Justiça, que pede aos tribunais a adoção de políticas públicas visando à formação e recuperação de um ambiente ecologicamente equilibrado, além da conscientização dos pró-prios servidores e jurisdicionados sobre a ne-cessidade de efetiva proteção ao meio ambiente.

O CNJ recomenda, ainda, que sejam ins-tituídas comissões ambientais para o plane-jamento, elaboração e acompanhamento de medidas, com fixação de metas anuais, vi-sando à correta preservação e recuperação do meio ambiente.

Na avaliação do magistrado, o Judiciário nunca é lembrado entre os protagonistas da defesa do meio ambiente por ser visto como um Poder muito fechado em torno das suas missões tradicionais. “Por isso mesmo, quando uma ação como essa parte da Justiça, tem-se

um efeito pedagógico muito evidente, ficando claro para a sociedade que mesmo uma insti-tuição que aparentemente nada tem a ver com a preservação ambiental pode ser capaz de mudar seus procedimentos para incorporar no seu dia a dia a preocupação com as questões ambien-tais”, declarou Marlon.

INNOVARE Os projetos dos juízes maranhenses Marlon

Reis e Ticiany Gedeon, com foco na questão ambiental, estão na disputa do Prêmio Innova-re 2012. Com o objetivo de incentivar, valorizar e disseminar práticas inovadoras que estejam aumentando a qualidade da prestação jurisdi-cional e contribuindo com a modernização da Justiça Brasileira, o prêmio, em sua nona edi-ção, escolheu os temas: “Desenvolvimento e Ci-dadania” e “Justiça e Sustentabilidade”. O pro-jeto “Uma Sentença, Uma Árvore” concorre na categoria Especial.

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Criadas Diretorias de Eventosem Imperatriz e Timon

a Diretoria Executiva da aMMa aprovou, em reunião re-alizada no dia 21 de setembro, o Projeto de Resolução nº 02/2012, que cria as Diretorias de Even-tos nas comarcas de Imperatriz e Timon. O objetivo é promover a integração social entre os juízes que atuam e residem tanto nessas comarcas quanto nas comarcas ad-jacentes.Os diretores serão indica-dos pelos juízes das respectivas co-marcas e submetidos à aprovação da Diretoria Executiva.

a medida foi aprovada devido à preocupação da Diretoria Executiva com a vida social e familiar dos juí-

zes que trabalham em regime dobra-do para cumprir as determinações do CNJ e do TJMa, no que diz res-peito à produtividade e operosidade, sem que tenham o lazer necessário nas comarcas onde residem.

Outro ponto observado foi a impossibilidade da aMMa pro-mover a integração dos juízes das duas comarcas, e seus familiares, devido as dificuldades que têm de frequentar a Sede Social da entida-de, em São Luís.

após a posse, os diretores de eventos das duas comarcas terão 30 dias para encaminhar à aMMa

a previsão orçamentária dos inves-timentos que serão aplicados nas programações anuais, a fim de que seja submetida e aprovada pela Di-retoria Executiva e, consequente-mente, para ser inclusa na propos-ta orçamentária do ano seguinte.

De acordo com a resolução, as atividades a serem desenvolvidas deverão ser correlatas àquelas ofe-recidas pela aMMa, obedecendo à previsão orçamentária aprovada pela assembleia geral.

Os diretores também deverão apresentar a prestação de contas dos recursos repassados pela te-

souraria da aMMa imediatamente após a realização dos eventos, atra-vés de documentos que tenham va-lor fiscal. O repasse das verbas será feito por evento, após requerimen-to encaminhado ao presidente da aMMa, acompanhado de planilha de custos.

Caberá, ainda, aos diretores, encaminhar à Diretoria Executiva da aMMa, previamente, o plane-jamento de todas as programações a serem desenvolvidas durante o ano, com dia e horário, para que a associação possa dar ampla di-vulgação através de seus meios de comunicação.

Eleição da nova diretoria seráem novembro, pela internet

Novidade nas eleições da aMMa. Pela primeira vez em toda a sua história, a entidade propor-cionará aos associados o conforto e a segurança de eleger a nova Di-retoria Executiva e Conselho Fiscal pela internet, de forma fácil, rápida e sem sair de casa. a votação ele-trônica no site www.amma.com.br começará às 8h do dia 12 de no-vembro de 2012, encerrando-se às 17h do dia 17 do mesmo mês.

Para ter acesso à votação online, cada associado da aMMa terá em mãos uma senha, que será enca-minhada às suas residências pelos Correios. Este código numérico será digitado em uma área reserva-da no site, denominada “Eleições aMMa”, na qual o associado fará a sua opção pela chapa que coman-

dará a associação durante o biênio 2013/2014.

Os associados que não tiverem acesso à votação pela internet não precisam se preocupar. Também serão disponibilizadas, apenas no dia 17 de novembro, cédulas de papel e urnas tradicionais, para votação presencial, nos fóruns das comarcas de Timon, Imperatriz e na sede social do Calhau, em São Luis. a votação presencial também se encerrará às 17h.

Só poderá votar e ser votado o sócio efetivo que estiver em dia com suas obrigações estatutárias, inclusive quanto ao pagamento das contribuições mensais.

Conforme resolução aprovada

pela Diretoria Executiva, o prazo para o registro de chapas se encer-rará às 18h do dia 26 de outubro de 2012 (sexta-feira), na sede admi-nistrativa da aMMa.

O requerimento de registro de chapa deve ser subscrito pelo can-didato à Presidência, com anuên-cia expressa dos demais candidatos que compõem a chapa, devendo ser apresentado em duas vias, na sede administrativa da aMMa, e endereçado ao presidente da Co-missão Eleitoral Geral.

Comissão

a Comissão Eleitoral Geral é composta pelo desembargador Vi-cente de Paula (presidente) e pelos juízes antonio Luis de almeida

Silva e José Ribamar D’Oliveira Costa Junior. Nas mesas receptoras de Timon e Imperatriz, respecti-vamente, integrarão as comissões eleitorais os juízes Josemilton Silva Barros (presidente), Simeão Perei-ra e Silva e a juíza Rosa Maria Du-arte (Timon); juízes adolfo Pires da Fonseca Neto (presidente), Del-van Tavares Oliveira e juíza ana Beatriz Jorge de Carvalho Maia (Imperatriz).

a apuração e proclamação dos eleitos serão feitas imediatamente após a votação. É eleitor todo ma-gistrado associado que, até o dia 17 de outubro de 2012, estiver em dia com suas obrigações sociais, com a aMMa, conforme relação nomi-nal fornecida pela administração da entidade.

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