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Índice Capítulo I............................................... 6 1. Introdução............................................6 1.1. Objectivos..........................................7 1.2. Metodologia.........................................7 1.3. Questões científicas................................8 2. Localização e Características Agro – ecológicas da Localidade de Mahalamba..................................9 2.1. Descrição..... das actividades realizadas em torno de Botânica, Zoologia, Ecologia, e Hidrobiologia...........10 2.1.1. Massala ou Maciela (Strychnus spinosa)................10 2.1.2. Annona selegalencis..................................10 2.1.3. Tabernamontana elegans...........................11 2.1.4. Polipódio (Polypodium vulgare).......................12 2.1.4. Aloé vera........................................12 2.1.5. Líquenes.........................................13 2.2. Em torno da Zoologia...............................15 2.2.1. Murmuché.........................................16 2.2.2. Libélula (Sympetrum fonscolombii)................16 2.2.3. Vespas...........................................16 2.2.4. Borboletas.......................................17 2.2.5. Joaninhas........................................18 2.2.6. Louva-a-deus e outros gafanhotos.................18 Capítulo III............................................20 3. Microbiologia/parasitologia..........................20

Mahalamba (Biodiversidade)

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Relatorio, sobre a diversidade vegetal e animal da Localidade de Mahalamba, distrito de Inharrime em (Mocambique).

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ÍndiceCapítulo I...........................................................................................................................6

1. Introdução......................................................................................................................6

1.1. Objectivos...................................................................................................................7

1.2. Metodologia................................................................................................................7

1.3. Questões científicas....................................................................................................8

2. Localização e Características Agro – ecológicas da Localidade de Mahalamba..........9

2.1. Descrição das actividades realizadas em torno de Botânica, Zoologia, Ecologia, e

Hidrobiologia. 10

2.1.1. Massala ou Maciela (Strychnus spinosa)..............................................................10

2.1.2. Annona selegalencis..............................................................................................10

2.1.3. Tabernamontana elegans.......................................................................................11

2.1.4. Polipódio (Polypodium vulgare)...........................................................................12

2.1.4. Aloé vera...............................................................................................................12

2.1.5. Líquenes................................................................................................................13

2.2. Em torno da Zoologia...............................................................................................15

2.2.1. Murmuché..............................................................................................................16

2.2.2. Libélula (Sympetrum fonscolombii).....................................................................16

2.2.3. Vespas....................................................................................................................16

2.2.4. Borboletas..............................................................................................................17

2.2.5. Joaninhas...............................................................................................................18

2.2.6. Louva-a-deus e outros gafanhotos.........................................................................18

Capítulo III......................................................................................................................20

3. Microbiologia/parasitologia........................................................................................20

3.1. Visita aos campos agrícolas......................................................................................20

3.1.1. Amostras................................................................................................................22

Capítulo IV......................................................................................................................23

4. Didáctica de Biologia e Interacção com a comunidade Local....................................23

5

4.1. Role playing..............................................................................................................23

4.2. Encontro como os médicos.......................................................................................23

Capítulo V.......................................................................................................................26

5. Conclusões e Recomendações.....................................................................................26

5.1. Conclusões................................................................................................................26

5.2. Recomendações........................................................................................................27

Capítulo VI......................................................................................................................28

6. Proposta de projecto: Ma nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba.........28

6.1. Introdução.................................................................................................................28

6.2. Problema...................................................................................................................28

6.3. Justificativa...............................................................................................................29

6.4. Objectivos.................................................................................................................30

6.5. Hipóteses..................................................................................................................30

6.6. Metodologia..............................................................................................................30

6.7. Escolha de amostra da População-alvo....................................................................31

6.8. Delimitação do tema.................................................................................................31

6.9. Objecto de estudo.....................................................................................................31

Referências Bibliográficas...............................................................................................32

6

Capítulo I

1. Introdução

O ensino de biologia é um dos cursos que para sua efectivação requer a conciliação da

teoria e da prática, de forma a reduzir os níveis de abstracção dos conteúdos tratados na

sala de aula. Neste âmbito surge o presente relatório referente a cadeira de Trabalho de

Campo, realizado na localidade de Mahalamba, posto administrativo de Mucumbine,

distrito de Inharrime. O Trabalho de campo surge com objectivo principal colocar o

estudante em contacto directo com a realidade, traduzindo o aprendido na sala de aula

numa realidade concreta com a natureza.

E sem ficar aquém1 a esta finalidade, o desenvolvimento de habilidades alia-se também

ao envolvimento em actividades motivadoras para a aprendizagem, desta forma tornava-

se fácil interagir livremente e sem limitações sobre aspectos científicos, o que propicia o

desenvolvimento de mais vontade ao aprendizado.

A visita foi realizada entre os dias 16 e 22 do mês de Maio de 2013, por estudantes do

4o ano de biologia e os respectivos docentes do curso. Teve como destaque as seguintes

actividades: visita à floresta local identificando as espécies com utilidade medicinal,

alimentar e outras; visita ao rio Nhaliuaue; aos campos agrícolas da baixa do rio;

identificação de espécies invertebradas e vertebradas existentes na localidade.

A descrição das características da biodiversidade existente na localidade, o estudo da

relação comunidade e a natureza que a rodeia, a compreensão sobre o compromisso que

esta tem com o ambiente, foram alguns dos principais propósitos que levaram a

excursão desta excursão biológica.

A concretização dos objectivos pré traçados foi graças a observação directa dos dados,

seguida da sua confrontação nos manuais cujas referências bibliográficas constam na

última página do presente relatório que é composto por elementos pré-textuais (capas,

resumo, índice de tabelas e conteúdos), o desenvolvimento que compreende a presente

introdução, seguida pela descrição das actividades em torno das cadeiras já frequentadas

desde o início do curso, logo a seguir as conclusões e recomendações que culminam

com a bibliografia das fontes consultadas.

1 Próximo

7

1.1. Objectivos

Geral:

Estudar a biodiversidade da localidade de Mahalamba como campo alvo para a

realização de estudo científico.

Específicos:

Descrever as características agro-ecológicas da localidade de Mahalamba;

Identificar os possíveis ecossistemas existentes ao nível do local de estudo;

Indicar as espécies vegetais e faunísticas predominantes no ambiente natural da

localidade de Mahalmba;

Caracterizar as espécies identificadas de modo a descobrir mais potencialidades

medicinais e alimentares para o uso local;

Propor o projecto de pesquisa a cerca de Má nutrição em particular nas crianças,

um aspecto que merece uma pesquisa atenciosa, tendo em conta as

potencialidades agrícolas que a localidade oferece.

1.2. Metodologia

Este trabalho teve como base de aquisição de dados, a observação, que constitui um dos

métodos práticos e indispensáveis para a realização de uma pesquisa.

Para além da revisão bibliográfica, auxiliou-se das técnicas de transetos e quadrículas

para a delimitação das áreas de estudo. A observação permitiu a identificação,

descrição, determinação das espécies existentes em todas áreas de estudo, e recolha de

amostras de plantas e insectos observados.

Para insectos e plantas usou-se manuais e chave dicotómica para a respectiva

identificação.

A recolha de amostras de água, solo, e algumas plantas para facilitar a identificação das

espécies na chave dicotómica. O estudo era feito em grupos de (três) estudantes, onde

usou-se material auxiliar o estudo tais como: cordas, garrafas vazias, fita métricas, bloco

de notas canetas, máquinas fotográficas.

Houve um diálogo que com os Praticantes da Medicina Tradicional local, que permitiu

obter mais conhecimentos sobre a medicina tradicional, e também deixar algumas notas

a cerca do uso de algumas plantas com toxicidade elevada e suregir ainda outras plantas

com aplicabilidades alimentares.

8

Os dados recolhidos eram discutidos em grupos de trabalho e as vezes envolvia se mais

estudante na discussão dos assuntos, caso fosse necessário mais elementos.

1.3. Questões científicas

1. Qual é o clima predominante na localidade de Mhalamba?

2. Tendo em conta a localização geográfica de mahalamba, qual é a vegetação,

bem como a fauna mais predominante?

3. Que nível de conhecimento a comunidade de Mahalamba possui no que diz

respeito as plantas medicinais?

4. Qual é o nível de biodiversidade que esta localidade apresenta. E a que nível é

explorada esta riqueza natural?

5. Quais são as características agro-ecologicas de Localidade?

6. Quais são as espécies de animais mais notáveis e que povoam este ambiente.

7. Quais as características vegetais?

8. Existem algumas espécies medicinais possíveis de serem exploradas localmente?

9. Quais são os riscos prováveis pelo uso de plantas medicinais fora da analise

científica?

9

Capítulo II

2. Localização e Características Agro – ecológicas da Localidade de Mahalamba.

A localidade de Mahalamba é uma região o Distrito de Inharrime que dista cerca de 30

Km da Vila – Sede do distrito. A Oeste, é banhada pelo rio Nhaliuaue, que também

marca o limite ao Sul.

Esta localidade, apresenta um clima tropical húmido, e as relações vitais estão em torno

dos dois tipos de ecossistemas lá existentes, aquático e terrestre. Acordando ao

MINISTÉRIO DA ADMINISTRACAO ESTATAL (2005: 02), o clima do distrito de

Inharrime é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à medida

que se caminha para a costa, com duas estações, a quente ou chuvosa que vai de

Outubro a Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro.

O solo sem muitas variações, é predomGinantemente arenoso, com uma atmosfera

provavelmente são e isento de níveis exagerados de poluintes atmosféricos, isto foi fácil

notar pela colonizacao de líquenes que decorravam as os troncos e caules de plantas

observadas ao longo da floresta. De acordo com SILVA (2012) os líquenes são muito

sensíveis a pequenas modificações ambientais e funcionam como excelentes indicadores

ecológicos em muitos casos.

Nos ecossistemas terrestres encontra se lá presente uma floresta densa onde há

predominância de varias espécies de plantas de grande importância medicinal bem

como alimentar para o ser humano e para alguns animais tendo como maior

predominância as seguintes plantas Tambeiras e Licopodios para alem de ervas como

Panicus vulgaris e uma comunidade faunística onde há maior predominância de

insectos tais como escaravelho formigas e gafanhotos, e nos ecossistemas aquáticos o

distrito banha se por um rio Nhaliuaue.

Fig. 1. Representação geral do ambiente natural de Mahalamba.

10

2.1. Descrição das actividades realizadas em torno de Botânica, Zoologia,

Ecologia, e Hidrobiologia.

O primeiro dia do trabalho de dedicou-se uma visita a floresta de Mahalamba onde

observou-se a presença de várias plantas de grande importância medicinal e até mesmo

para o consumo. Fora da observação fez se a identificação das mesmas. Das espécies

identificadas, destacam-se:

2.1.1. Massala ou Maciela (Strychnus spinosa)

Uma planta pertencente a família das Strychnaceae, de origem africana, que

normalmente desenvolve em ambientes de clima tropical, podendo adaptar-se também a

clima sub-tropical.

De acordo com o FUNEP, FCAV/Unesp (2006), a sua polpa é utilizada para consumo

natural e, na África, serve para quando fermentada, produzir uma bebida alcoólica. O

sabor é subácido.

Porém a variedade observada no local é venenosa que é muito usada pelos caçadores,

eles colocam a essência da planta na ponta de suas flechas para quando injectada em

animais durante a caça, causa se a perda automática de seus sentidos e

consequentemente a possível captura.

2.1.2. Annona selegalencis

Uma planta silvestre de extrema importância alimentar, os seus frutos são muito úteis

para a dieta alimentar. Pertence a família das Annonaceae, este representa uma espécie

vulgarmente conhecida como ateria selvagem.

Fig. 2. Annona selegalencis

Foto extraída no Campo de Mahalamba, na rua que leva ao Rio Nhaliuaue

11

Agave sisalana, conhecida vulgarmente por sisal, pertence a família das Agavaceae é

uma planta usada principalmente para fins comerciais, no fabrico de cordas, tapetes

através das suas fibras que oferecem uma resistência extrema.

Esta planta é original do México. Esta confunde-se tanto com a Agave americana

devido a semelhanças que existe entre elas.

As fibras apresentam apenas 4 a 5 % da massa bruta da folha do Sisal. É uma planta

resistente à acidez e ao sol intenso (SILVA 2012).

2.1.3. Tabernamontana elegans

É uma espécie botânica pertencente a família Apocynaceae. É de extrema

importância alimentar usa se a sua seiva para o fabrico de iogurte misturando a seiva

com o leite, mas a seiva deve estar em quantidades equilibrada para não criar um sabor

amargo no iogurte.

Tambeira – usa se parte desta planta para fazer se cordas. Observou se nestas plantas

maior presença de Líquenes nesta planta, estes líquenes são resulta da associação

existentes entre as cianofíceas em simbiose com os fungos, formam uma interacção

Fig. 3. Agave sisalana

Foto extraída no Campo de Mahalamba, na rua que leva ao Rio Nhaliuaue.

Fig. 4. Tabernamontana elegans

12

entre bactérias e fungos encontrar os foliosos e portastes (mancha), os líquenes servem

de indicadores de pureza do ar.

2.1.4. Polipódio (Polypodium vulgare)

É um feto pertencente ao género Polypodium, com soros redondos nus e

dorsaisnuma ou mais fileiras em cada lado da nervura central ou espalhados

irregularmente. As folhas contendo soros são denominadas reprodutoras e as que não

portam, estas estruturas, são as fotossintéticas. Para além desta espécie de polipódio,

observou-se também o Polipodium nippodicum.

2.1.4. Aloé vera

De acordo com PURA VIDA, (2010), Aloe vera é realmente uma das principais do

reino vegetal. Se todos soubessem os importantes benefícios nutricionais e medicinais

que esta planta guarda dentro das suas suculentas folhas, provavelmente haveria um

pequeno jardim de Aloe em cada residência e definitivamente as farmácias venderiam

menos medicamentos.

A existência desta planta na Localidade de Mahalamba é uma realidade, e a sua

distribuição não é menos que toda parte da floresta. Contudo, os residentes poucas vezes

usam esta magnífica planta, recorrendo a uma do mesmo género mas com muita

concentração de essência e com um alto nível de toxicidade, a Aloé ferox.

Fig. 5. Polypodium vulgare. (A) – Folha

fotossintética; (B) – folha reprodutora (soros).

A B

13

Ainda ao longo da caminhada ao longo da floresta, observou-se a existência de

musgos que formavam um tapete verde nos troncos e por baixo de plantas que

proporcionavam sobras bem fechadas e favoráveis da ocorrência destas espécies.

Musgos são representantes do grupo das briófitas e como tal são desprovidos de

vasos condutores e tecidos. São constituídos por rizóides, caulóides e filóides. São

plantas criptogâmicas, isto é, possuem os órgãos reprodutivos escondidos, ou que não

possuem flores (SILVA, 2011).

Devido a falta de vasos condutores, preferem lugares húmidos (são dependentes da

água para a sua reprodução, cuja fase dominante é a gametófita, um dos exemplos é a

funária que é mais notável nesta localidade.

2.1.5. Líquenes

Os líquenes na localidade de Mahalamba, são a forma de interacção simbiótica mais

dominante e facilmente notável, pois é possível observar a cada árvore encontrada.

Fig. 6. Aloe ferux

Fig. 8. Musgos (Briofitas) – Funaria hygrometrica

Fig. 7. Aloe vera

14

Um líquen é formado por um fungo (responsável pela sua estrutura, obtenção de

água e sais minerais, além de proteger o líquen dos raios solares) e por uma alga (que

forma uma camada paralela à superfície superior e metaboliza os carboidratos). O

líquen prolifera nos substratos mais variados: rochas, solo, casca de árvores e madeira.

Vivem em ambientes onde nem fungos, nem algas sobreviveriam, tolerando condições

climáticas extremas (de –196°C a 60°C). Apesar disso são sensíveis à poluição, não se

desenvolvendo em cidades

Os líquenes são associações de duas plantas: fungos e algas, por isso são mais

resistentes a variações ambientais e auxiliam no equilíbrio da natureza. Os líquenes

aquáticos auxiliam na transformação do monóxido de carbono em oxigénio,

desintoxicando ambientes aquáticos e equilibrando o ecossistema.

Após a observação de espécies ao longo da caminhada na mata, delimitaram-se

áreas de estudo onde com o auxílio das técnicas de tracetos e quadrículas identificou-se

o nível de biodiversidade vegetal presente na área de estudo. Cada grupo tinha sua área

de estudo. A seguir vem a descrição dos dados analíticos da quantidade da

biodiversidade em tabelas que representa dados sobre cada uma das quadrículas feitas.

Tabela da lista de plantas observadas em cada quadrícula

No de Quadrículas

No de indivíduos de cada espécie por quadrículaSp1 Sp2 Sp3 Sp4 Sp5 Sp6 Sp7 Sp8 Sp9 total

Q1Indeterminado

2 0 1 Indeterminado

0 0 1 0 4

Q2 1 0 2 2 2 0 1 8Q3 6 1 0 0 6 0 0 13Q4 5 0 3 1 0 2 1 12Q5 9 3 0 0 0 0 0 12Q6 18 2 2 2 0 1 0 25Total ---------- 41 6 8 ----------- 5 8 4 2 74

Fig. 9. Líquenes (associação simbiótica entre fungos e algas)

15

2.2. Em torno da Zoologia

Com a mesma orientação e organização feita na descrição de características

botânicas do local, desenvolveu-se outro estudo em torno da Zoologia, com o objectivo

de identificar as espécies de animais existentes em cada quadrícula. Durante este estudo

foram identificadas várias espécies de insectos e de alguns vertebrados, que passam a se

destacar, insectos na maioria e alguns lagartos que representavam os vertebrados.

Tabela de indivíduos observados nas quadrículas animais

No de Quadríc-ulas

No de indivíduos de cada espécie por quadrícula

Sp1

Sp2 Sp3

Sp4 Sp5

Sp6

Sp7

Sp8

Sp9

Sp10

Sp11

Sp12

Sp13

Sp14

total

Q1 1 2 3 0 0 2 0 2 4 0 0 0 0 2 16Q2 0 1 0 1 2 0 3 0 0 0 1 2 1 0 11Q3 0 0 0 0 4 0 0 0 1 1 0 0 2 1 9Q4 2 0 1 2 5 1 1 1 0 1 0 0 1 0 15Q5 0 1 1 0 2 1 2 0 1 2 0 1 2 0 13Q6 1 2 0 3 0 2 3 2 0 0 0 0 0 1 14

Total 4 6 5 6 13 6 9 5 6 4 1 3 6 4 78

Tabela de Totais de Indivíduos por Quadricula e no Tranceto animais

No de Quadríc-ulas

No de indivíduos de cada espécie por quadrícula

Sp1 Sp2

Sp3

Sp4 Sp5

Sp6

Sp7

Sp8

Sp9

Sp10

Sp11

Sp12

Sp13

Sp14

total

Total .I .T

4 6 5 6 13 6 9 5 6 4 1 3 6 4 78

T.Q Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q616 11 9 15 13 14

Sendo que as espécies 1, 2, 7 e 8 representadas por borboletas, sp5 e sp6

representadas por gafanhotos e por fim sp11 e sp12 representadas por espécies

vertebradas, (os lagartos).

A etimologia florestal realizou-se no dia 18.08.13, na floresta de Mahalamba, com o

objectivo de observar se e descrever-se algumas espécies de insectos lá existentes.

Observou se os seguintes insectos:

16

2.2.1. Murmuché

Uma relação ecológica estabelecida entre insectos da ordem das térmitas que faz

escavações em compartimentos que carregando a areia para a superfície, esta servindo

de cobertor, isto resulta num entulho, que usam para fim reprodutivos e quando já na

fase adulta, abandonam a residência, que pode passar a servir de abrigo para animais

como répteis, cobra, rato.

2.2.2. Libélula (Sympetrum fonscolombii)

Um insecto da subordem Anisoptera, de corpo fusiforme, com o abdómen muito

alongado, olhos compostos e dois pares de asas semitransparentes. As libélulas são

predadoras e alimentam-se de outros insectos, nomeadamente mosquitos, e moscas. Esta

espécie tem distribuição mundial e tem preferência por habitats nas imediações de

corpos de água dos riachos, estagnada (poças ou lagos temporários), zonas pantanosas

ou perto de ribeiros e riachos (SILVA, 2010). Em Mahalamba, foi possível observar a

presença desta espécie, que inicialmente confundiu-se a sua identidade, tendo sido

comparada a um adulto de formiga-leão, mas que esta confusão teve seu fim logo após a

confrontação das obras.

Classificação científica

Reino: Animalia

Filo: Arthropoda

Classe: Insecta

Família: Aeshnidae

Ordem: Odonata

Subordem: Anisoptera

Género: Sympetrum

Espécie: Sympetrum fonscolombii

2.2.3. Vespas

As vespas são insectos pertencentes a ordem dos Himenópteros, responsáveis pela

polinização de diversas espécies de plantas. Dividem-se nas subordens Apocrita e

Symphyta. As larvas da Apocrita são usualmente carnívoras ou parasitoides, enquanto

as da Symphyta são herbívoras.

Fig. 10. Sympetrum fonscolombii

17

Com a ajuda de confrontações bibliográficas, identificou-se a espécie observada sendo

pertencente a subordem Symphyta, pois alimentam-se de ervas.

Classificação científica

Vespa comumReino: Animalia

Filo: Arthropoda

Classe: Insecta

Ordem: Hymenoptera

Subordem: Symphyta

Familia: Vespidae

Genero: Vespula

Espécie: Vespula vulgaris

2.2.4. Borboletas

Várias espécies de borboletas foram observadas no campo delimitado pelo grupo

para o estudo da biodiversidade animal. A diversidade das espécies era notável com

base nas suas características físicas, tal como a cor, a disposição das asas e o carácter

ecológico. Das espécies observadas, foi notável a variação das cores de castanho, azul,

branco, e cinzentas apesar de muitas delas possuírem misturas para permitir a

camuflagem.

A borboleta azul representada em (A), apresenta algumas analogias em relacao à

lagarta representada por (B), representando um estágio do seu ciclo de vida. Pressupos-

se que a pertença da lagarta, devido a presença de cores com disposição semelhante.

Fig. 11. Vespa (Vespula vulgaris)

A BFig. 12. Evidência de lagartas como fase do seu ciclo vital.

18

2.2.5. Joaninhas

São insetos comuns de jardim, visto que são predadores vorazes de outros insetos.

Vendidos como agente de controle biológico por empresas fornecedoras de produtos

para jardins, por serem muito eficazes. Na sua maioria , são vermelho, alaranjados ou

amarelos com pontos pretos. Quando manipulados ou atacados por predadores, expelem

um fluido de cheiro forte. As larvas são tão voraveis quanto os adultos. Dormem todo o

inverno, em grandes enxames, sob a casca de árvores e cama de folhas para se

manterem aquecidos (MÁRCIO, 2009).

Classifica,cão científica

Ordem: Coleoptera.

Nome Científico: Coccinella punctata.

Tamanho: 9 mm.

2.2.6. Louva-a-deus e outros gafanhotos

O louva-a-deus ou cavalinho-de-deus é um insecto da ordem Mantodea. Há cerca de

2400 espécies de louva-a-deus, a maioria das quais em ambiente tropical e subtropical.

Seu nome popular decorre do fato de que, quando está pousado, o insecto lembra uma

pessoa orando. Os “louva-a-deus” são insectos relativamente grandes, de cabeça

triangular, tórax estreito com pronoto e abdómen bem desenvolvido. São predadores

agressivos que caçam principalmente moscas e anfíbios.

Fig. 13. Borboleta (A) – com cores mistas, (B) – com cor cinzenta como padrão.

A B

Fig. 14. Coccinella punctata.

19

Fora do Louva-a-deus, foi também possível observar espécies de gafanhotos como

por exemplo: Tropidacris grandis, Anacridium aegyptium com olhos com listras

verticais e um sulco no dorso. Não "canta", voa bem e alimenta-se de vários arbustos e

árvores. As ninfas são de cor verde ou marrom-alaranjado.

Conforme pode se observar, cada insecto encontra-se num ambiente correspondente

a sua cor, o que lhe permite a camuflar contra os seus inimigos. A camuflagem é uma

característica ecológica que alguns animais adoptaram durante a sua evolução com

finalidade de se ocultarem da visibilidade perante seus inimigos ou presas. O mesmo

pôde se observar com as borboletas.

Gafanhoto verde

Reino: Animalia

Filo: Arthropoda

Subfilo: Hexapoda

Classe: Insecta

Ordem: Orthoptera

Família: Romaleidae

Género: Tropidacris

Espécie: T. grandis

Fig. 15. Camuflagem de insectos.

Fig. 16. Tropidacris grandis, camuflado em seu ambiente natural

20

Capítulo III

3. Microbiologia/parasitologia

3.1. Visita aos campos agrícolas

No dia 20.05.13 fez se uma visita a baixa localmente conhecida de Nhaliuae, que

localiza-se no distrito de Inharrime, posto administrativo de Mocumbine, localidade de

Mahalamba e faz limite com Limbonde a norte e a sul Marucula.

A visita teve como principal objectivo, estudos demicrorganismos/parasitas que

ocorrem e afectam as culturas naquela região.

A baixa de Nhaliauae apresenta solo preto muito fértil o que permite concluir que o

solo é constituído de muita quantidade de húmus, caracteriza - se com presença de

muitas gramíneas e algumas ervas daninhas que competem o mesmo ambiente com as

culturas que lá existem.

As principais culturas são: couve, alface, batata-doce, alho cebola, cana de acusar

banana, sendo assim as culturas são para consumo e sustento familiar, pois uma

pequena escala é levada para a venda.

Segundo Marcelina Meque, interpelada no local e por coincidência dona da

Machamba visitada, confirmou a não pratica de rotação de cultura para alem do não uso

de produtos químicos como fertilizantes ou ate mesmo para o combate de pragas e

infestações das culturas. A mesma fonte confirmou ainda a existência de gafanhotos

como pragas que fustigam as culturas locais, e que não dispunham de nenhum

conhecimento natural para o combate do mesmo.

As culturas mais atacadas de acordo com Marcelina Meque, para além do feijão

Nhemba encontramos a couve seguida de alface, como referência pois são as que mais

apresentam os efeitos negativos da praga do gafanhoto. Foi possível apurar no terreno,

presença de gorgulho pequeno da batata-doce.

21

De seguida deslocou-se a uma outra área pertencente a um jovem agricultor.

Entretanto, não houve diferença das culturas em relação ao campo observado

anteriormente, possuindo uma variedade de culturas bem desenvolvidas tais como

couve, beringela, tomate e alface.

Facto curioso é que as culturas desenvolviam graças a produtos químicos que são

utilizados pelo pequeno agricultor. O solo apresenta se com pequenos sedimentos, o que

marcava uma diferença ao primeiro visitado.

Dando continuidade, existia uma machamba com feijão Nhemba, quiabo e papaeiras

que eram consumidas pelos pássaros ainda na planta mãe.

A última etapa da visita de culturas, culminou numa machamba dum casal, onde

existiam várias culturas tas como: feijão Nhemba, Feijão jugo, ervilha, matapa, milho,

A B

Fig. 17. Culturas observadas, (A) – Alface, sem infestações; (B) – couve, atacada pela lagarta-da-couve

Fig. 18. Aspecto brilhante das plantações do Campo 2. Culturas sem infestações.

22

para além de presença de ervas daninhas que competiam o mesmo espaço com as

culturas lá existentes.

Das culturas observadas na machamba detectou-se a doença mosaico de vírus da

mandioca, num universo de 80% das plantas.

Informações colhidas no local, o plantio de culturas são feitas numa única época (época

chuvosa) sem alterações de cultura. Sendo que planta se muita variedade de cultura de

uma só vez, numa só época.

Questionando da finalidade de tantas mandioqueiras na machamba, confirmaram

uso somente para sustento familiar.

A doença mais grave da mandioqueira é o

mosaico que é causado por cada uma das

três geminiviroses. Cuja mosca

transmissora está distribuída

essencialmente em quase toda parte do

mundo. Estes vírus perencem a família

Geminiviridae e ao Género Begomovirus

(SILVA, 2010).

E no que diz respeito as formas de combate das pragas e doenças, o nosso

entrevistado confirmou desconhecer das formas de protecção contra esses dois

fenómenos, que afectam culturas mas confirmou ser caso bem notável, que não só

acontece na mandioca mais também em outras culturas tais como: amendoim e milho.

De forma a contribuir no rendimento das culturas presentes, propôs se a este o uso

da cinza, pois sendo uma base esta ajuda a minimizar alguns casos, para alem do uso de

piri-piri e a seringueira o que torno difícil traduzir este ultimo conhecimento devido,

pois o nome local foi difícil.

3.1.1. Amostras

Fez-se a recolha de amostras tais como água do rio, da baixa de Nhaliaue, solos em

diversas partes da baixa. Estas amostras foram colhidas com intuito de chegado à

Massinga observar a presença de possíveis microrganismos que possam habitar nos

ambientes de recolha das amostras.

Fig. 19. Mosaico do vírus da

mandioca.

23

Contudo, não foi possível observar as amostras devido a falta de equipamento

laboratorial favorável para realizar este tipo de observações microscópicas.

Capítulo IV

4. Didáctica de Biologia e Interacção com a comunidade Local

4.1. Role playing

É teatro pedagógico, consiste em trazer para a sala de aula as técnicas do teatro e aplica-

las na comunicação e transmissão de conhecimentos. Este foi utilizado de forma a

consolidar os conhecimentos adquiridos durante o Trabalho de Campo e observados no

local. Nesta actividade a turma foi dividida em 3 grupos, sendo que o primeiro grupo

apresentou o tema cuidados a ter com os rios/poluição do rio. O grupo apresentou em

detalhes as implicações do mau uso dos rios, dando as possíveis soluções para evitar a

poluição do mesmo.

Fim da apresentação do grupo, teceu se algumas criticas que visavam melhorar o tema,

bem como a própria estrutura do role Playing.

A principal recomendação do grupo, foi feita para que a próxima vez não desse soluções

do problema de forma a provocar debate em conjunto. O segundo grupo apresentou um

tema, limpeza da bomba de água, entretanto de forma breve fez algumas críticas que

provocam o mau aspecto da fontenária.

Fim da apresentação, o grupo propôs a ideia da necessidade de limpeza na fontenária

local situado no recinto escolar.

As críticas feitas a este grupo, centralizavam se no facto do grupo ter usado como

personagem um estudante com uma atitude negativa na fontenária.

O terceiro grupo apresentou o tema plantas medicinal utilizado localmente. O grupo

apresentou excedendo o tempo estabelecido, durante a apresentação, o grupo transmitiu

conhecimento das plantas utilizadas localmente e alguns acréscimos de plantas

desconhecidos no tratamento de certas doenças.

4.2. Encontro com os médicos

O encontro com os Praticantes de Medicina Tradicional ocorreu no dia 22 de Maio de

2013. O encontro teve como primeiro passo a intervenção do doutor Elvino Ferrão,

24

dando um espaço a apresentação de possíveis preocupações dos PMT2 na presença dos

docentes. Tendo se como resposta dos PMT que tudo dependeria da nossa abertura,

notando se o surgimento de varias preocupações que originaram o dialogo.

Teve se como objectivo do encontro a recolha de informações dos PMT a cerca de

conhecimentos básicos usados por eles na cura de doenças a partir de plantas e animais

localmente.

No decorrer do diálogo foi possível colher informações de certas plantas e animais mais

utilizadas pelos PMT. Mas não foi possível obter se conhecimentos profundos pois

segundo uma das praticantes a falta de aviso prévio fizeram com que elas desprovessem

de exemplares de plantas que facilitariam a transmissão de conhecimentos.

Entre tanto para o inicio da conversa elas mostraram o interesse em uma conversa

recíproca onde existiria uma troca de experiências entre eles e os estudantes.

O diálogo obedeceu duas fases principais, a explicação do uso de certos animais para

tratamentos de varias doenças, e de plantas sequenciando se da seguinte maneira:

Toupeira localmente conhecida por (Sucunhane)- utilizada no tratamento de filaria.

Segundo o PMT queima-se até que fique em pó (cinza) leva se uma lamina e faz se a

vacinação colocando o pó sobre os locais vacinados esfregando para melhor fixar se o

pó, e de lembra que as vacinas são feitas em locais afectados.

Camaleão é usado no tratamento de asma, para este somente usa se as fezes que depois

de secas são moídas ate formar um pó e de seguida vacina se no peito do paciente com

asma.

Caracol neste animal somente usa-se a carapaça que também é queimada até ficar em pó

(cinza) depois lava se as feridas do paciente, que tenham muito tempo sem sarar? Passa

se a cinza sobre as feridas.

Pombo do mato (rola), segundo eles é usado no tratamento de espíritos maus difíceis e

fortes, para o caso de soldados, sendo que o todo soldado enquanto combatente mata e

que em algumas vezes ficam possuídos de espíritos adquiridos na guerra. Os PMT

confirmaram conhecer e praticar curativos usando plantas e não animais tirando de lado

as galinhas e cabritos também utilizados em caso de espíritos.

2 PRATICANTES DE MEDICINA TRADICIONAL

25

Nas plantas como antes foram referidas que garantiram usar muitas plantas para efeitos

curativos, mas por falta de conhecimento da agenda do encontro com os estudantes

ficaram sem saber que seria necessários alguns exemplares, pois seria difícil falar de

plantas abstractas.

Mesmo assim foi possível ter alguns exemplares de certas plantas conhecidas por alguns

colegas, que conheciam alguns nomes locais de certas planta, discutiu se plantas tais

como:

Aloé ferox (Mangane) é utilizado no aumento da potencia sexual, na qual ferve se ate

tomar a corre de chã e com folha de chã, isto garante a redução da toxidade da planta,

em seguida põe se o liquido no recipiente de dois litros e adiciona se o feijão nhemba e

toma se com uma agua normal durante cite dias.

“Rótula” + “nzula”3 - esmaga-se ou mistura se com água, é utilizada na limpeza de

problemas de vista provocadas de forma mágica e que já leva muito tempo sem curar.

Lavasse as vistas, mas com olhos fechados, pôs as plantas são muito tóxicas. Este

tratamento permite a saída de todos resíduos mágicos, que podem existir na vista sem

uso adicional de espírito.

Língua da sogra+ óleo de rícino – utilizado na massagem de inchaço de qualquer parte

do organismo. Passasse o óleo sobre o local inflamado e massageia se com língua da

sogra também sobre o local.

3 Nomes localmente conhecidos das plantas.

26

Capítulo V

5. Conclusões e Recomendações

5.1. Conclusões

A localidade de Mahalamba é considerada como uma das que mais pratica agricultura e

pesca o que faz com que este seja um dos mais estáveis em termos de segurança

alimentar. Em torno disto, este apresenta uma biodiversidade extremamente rica e um

ambiente favorável para a realização destas actividades. Contudo, este apresenta níveis

de má nutrição muito elevada em crianças, o que estimula a suposição da falta de

conhecimento sobre a potencialidade agrícola e reconhecimento de alimentos com alto

teor nutritivo disponíveis localmente.

Os praticantes da medicina tradicional, possuem um nível considerável em

conhecimento de plantas medicinais, mas que de certo ponto não observam o nível de

toxicidade de certas plantas, bem como as possíveis dosagens aplicadas por eles.

Notou se um aspecto muito importante, que a comunidade local ainda não adoptou o

uso de produtos químicos nas suas culturas de forma notória. E ainda não possuem

conhecimentos do uso de métodos naturais para tratamentos de possíveis doenças e

pragas nas culturas.

Constatou-se ainda que, o ambiente de Mahalamba é naturalmente saudável, isento a

imensas transformações antropogénicas, tendo sido fácil notar esta característica pelo

indicador da pureza da atmosfera, os líquenes, visto que esta associação simbiótica de

organismos, é muito sensível a grandes variações das condições ambientais. Portanto, a

maior existência destes, indica a pureza do ambiente. Contudo, por falta de

conhecimentos sobre a poluição e suas consequências, a comunidade local coloca em

risco o ambiente aquático ao fazer depósito de substâncias químicas provenientes de

detergentes de limpeza como por exemplo o OMO durante a lavagem dos seus tecidos

vestuários. O que de certa forma pode ser fatal aos organismos colonizantes daquele

habitat.

27

5.2. Recomendações

Feitas as constatações, recomenda-se aos PMT, que procurem manter contacto com

mais indivíduos que possam fornecer mais informações sobre a aplicabilidade de

algumas plantas medicinais tendo em conta o nível de toxicidade que podem apresentar,

bem com as possíveis dosagens. E ainda aproveitem no máximo possível o uso das

plantas disponíveis em seu redor.

À comunidade de Mahalamba recomenda-se o uso de recursos localmente disponíveis

para atingirem os objectivos das suas necessidades vitais, em particular, na sua

alimentação. Uma das melhores formas de evitar a insuficiência nutricional, é o uso de

alimentos mais ricos em nutrientes naturais. Esta constitui uma das potencialidades que

a localidade possui, não havendo explicação concorrente para justificar o facto de

carências alimentares.

Em caso de insuficiência alimentar, existe uma das alternativas mais baratas e

localmente disponíveis para a manutenção do nível nutritivo no organismo, para além

de cura de várias doenças através do uso da Moringa.

Aos praticantes da agricultura, para as culturas que registarem ataques por pragas e

infestações virais e bacterianas, recomenda-se o uso de alternativas mais viáveis e

naturais que não influenciam significativamente na alteração das propriedades do solo

(químicos), como é o caso de piripiri que pode ser um controlador de pragas quando o

seu pó é espalhado sobre a cultura. Para além da margosa que possui um alto poder anti-

fúngico.

28

Capítulo VI

6. Proposta de projecto: Má nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba

de 02-05 anos.

6.1. Introdução

A alimentação equilibrada torna-se nos dias de hoje um assunto de grande destaque, no

ponto de vista mundial, principalmente na África e em especial na sociedade

moçambicana. Entretanto a comunidade de Mahalamba não foge a regra, e é neste

âmbito que surge o presente projecto intitulado “Ma nutrição em crianças da

comunidade de Mahalamba”.

A desnutrição em Moçambique afecta maioritariamente crianças dos zero aos cinco

anos de idade e o Executivo Moçambicano, através de um plano horizontal mais

avançado, planeia reduzir ainda mais as actuais taxas de desnutrição para pelo menos 15

por cento.

A comunidade de Mahalamba localizada no posto administrativo de Mucumbine, é

potencialmente agrícola e com capacidade de produção de muita variedade frutífera.

O objectivo deste projecto é procurar perceber os motivos da existência de crianças com

problemas de má nutrição num local com muita variedade de culturas produzidas

localmente.

O projecto apresenta como estrutura o seguinte: a presente introdução, seguida do

problema, justificativa, objectivos, questões científicas, hipóteses, metodologia e a

respectiva conclusão.

6.2. Problema

Alimentação constitui a base que garante uma boa saúde, um crescimento e

desenvolvimento rápido assim como passaporte de esperança de vida.

A segurança alimentar é um elemento importante para manter um bom estado

nutricional, e é definida como o acesso físico e económico aos alimentos de qualidade e

em quantidade suficientes que sejam social e culturalmente aceitáveis. (REPÚBLICA

DE MOÇAMBIQUE 2010:14).

No passado maior parte da sociedade pensava que comer bem, era ter acesso a carne,

peixe, batata e outros produtos de difícil acesso. Actualmente diversas individualidades,

entidades governamentais, organizações não governamentais e alguns projectos

trabalham em prol do melhoramento da dieta alimentar das famílias de baixa renda, a

partir dos produtos locais.

29

Segundo o inquérito, o terceiro do género ao nível nacional e que foi realizado em 2011,

cerca de metade das crianças moçambicanas menores de cinco anos sofre de problemas

nutricionais crónicos, quer por falta de alimentação ou por deficiência dos alimentos

dados para sua alimentação. (PORTAL DO GOVERNO: 2010)

Com intervenção conjunta o conceito negativo que se tinha sobre comer bem vai, cada

vez desaparecendo, pois as pessoas já têm na mente que mesmos com produtos

agrícolas de fácil acesso pode se comer bem, desde que saibamos equilibrar a nossa

dieta de acordo com o que cada produto oferece.

Partindo da ideia acima descrita, é preocupante e inaceitável observar-se um número

elevado de crianças com problemas de má nutrição na comunidade de Mahalamba

principalmente na faixa etária dos 02-05 anos de idade. Apresentando um estômago4

com um desenvolvimento fora do normal, o que permite traduz que algo não corre bem

na dieta alimentar dos mesmos menores. Segundo PASAN5 (2010:6) deve-se fortalecer

actividades dirigidas, para a melhoria do acesso e utilização de alimentos de alto valor

nutritivo produzidos localmente e utilizados pelas famílias mais pobres.

Entretanto coloca-se a seguinte questão:

Qual será o motivo que está por detrás da má nutrição das crianças observadas em

Mahalamba?

6.3. Justificativa

A comunidade de Mahalamba é produtora de muitas culturas com um valor nutritivo

elevado, muitas frutas para além de ter a possibilidade de peixe da água doce pescado

localmente. Sendo assim não se justifica que esta mesma passe por problemas ligadas a

má nutrição tendo um potencial agrícola, apesar de praticar apenas agricultura de

sustento familiar. Visto que só pelos produtos locais a população tem acesso a quase

todos aminoácidos essenciais, carbohidratos, minerais, bem como as vitaminas

necessárias para o crescimento e desenvolvimento das crianças locais.

Da pesquisa, espera-se que haja mudança nos hábitos alimentares da população o que

pode reduzir riscos para saúde através da ingestão de alimentos ricos em nutrientes

localmente disponíveis e de fácil acesso. Um outro aspecto que inspira a realização

desta pesquisa foi a constatação de muitos produtos resultantes da agricultura local, que

apresenta muita variedade com um valor muito elevado, para além da disponibilidade de

4 Vulgarmente conhecida de barriga grande5 Acção Multissectorial Paraa Redução Da Desnutrição Crónica Em Moçambique

30

pescado oriunda do rio Nhaliuaue. O que permite variar a dieta alimentar, sem

necessidade de gastar.

É neste âmbito que houve a necessidade de efectuar esta pesquisa sobre “Má nutrição

em crianças da comunidade de Mahalamba”. Caso comunidade de Mahalamba. Com

intuito de analisar as causas, os efeitos e procurar possíveis soluções para mitigar o

problema.

6.4. Objectivos

Geral

Estudar de forma clara como que a relação entre disponibilidade alimentar e a

dieta alimentar pode contribuir na malnutrição das crianças da comunidade de

Mahalamba.

Específicos

Identificar as potencialidades agrícolas da comunidade de Mahalamba;

Descrever o valor nutritivo das culturas produzidas na comunidade de

Mahalamba com base nos tipos de alimento e;

Relacionar a dieta alimentar da comunidade de Mahalamba e a disponibilidade

dos alimentos localmente produzidos segundo os hábitos alimentares locais.

6.5. Hipóteses

Se a comunidade de Mahalamba dispõe de produtos alimentares, pode resumir se na

falta de capacidade de variar a própria dieta alimentar;

Provavelmente as mães sejam menos cuidadosos para com os menores, faltando lhes as

formas de cuidados protecção dos alimentos.

6.6. Metodologia

Para realização deste projecto serão usados os métodos bibliográficos, de pesquisa de

campo, observação e técnicas de entrevistas a população local para apurar a verdade e

permitir alcançar os objectivos pré traçados.

Com o método bibliográfico far-se-á o levantamento de ou conteúdos em varias obras

que já retratam o tema em desenvolvimento. Os métodos qualitativos e qualitativos

serão aplicados em coordenação com as técnicas de recolha de dados tais como as

entrevista, questionário, a população local.

31

Método quantitativo segundo GIL (1991), considera que tudo pode ser quantificável, o

que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-

los. Este método permitira quantificar em percentagem a variedade alimentar e nutritiva

local.

Método qualitativo permite interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados

obtidos no processo de pesquisa quantitativa, isto é agrupar os recursos e técnicas

estatísticas.

A entrevista, de acordo com DIAS et al (2010: 175), podem ser de ser de natureza

interactiva, padronizada ou estruturada em função as perguntas predefinidas. A

entrevista “é uma técnica de colecta de informações sobre um determinado assunto,

directamente solicitadas aos sujeitos pesquisados” (SEVERINO, 2007:124).

Questionário é um “conjunto de questões, sistematicamente articuladas que se

destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a

conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo” (Ibid. 2007:125). Será

elaborado um inquérito/questionário para colecta de dados em torno dos hábitos

alimentares locais.

6.7. Escolha de amostra da População - alvo

Será amostragem não probabilística, da população em geral e, a probabilidade será feita

de forma igual para todos baseados na técnica de estratificação. As variáveis

privilegiadas serão: mães, pais, as próprias crianças.

6.8. Delimitação do tema

O tema é “ Mal nutrição em crianças da comunidade de Mahalamba”, na localidade de

Mahalamba, posto administrativo de Mucumbine, distrito de Inharrime, província de

Inhambane.

6.9. Objecto de estudo

O objecto de estudo é a mal nutrição em criança da comunidade de Mahalamba, isto é

relação existente entre a disponibilidade e os hábitos alimentares da população local

32

Referências Bibliográficas

AMABIS & MARTHO, Fundamentos de Biologia Moderna. 4a edição, S. Paulo. 2009.

DIAS, Ildizina et al. Manual de Práticas e Estágio Pedagógico. Atica. 3a edicao.

Maputo. 2010.

FUNEP, FCAV/UNESP. Frutas Exóticas - Massala. Edição única.2006.

GIL, A. Métodos de Pesquisa - Campo de Estudo. 1a edição, S. Paulo. 1991

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL. Perfil do Distrito de Inharrime –

Provincia de Inhambane. República de Moçambique; Edição 2005. Inharrime. 2005.

ANANDA, MAURO, MÁRCIO [ (1) Apenas 1 comentário] [ envie esta mensagem ],

Disponivel: http://oficinadesociologia.blogspot.com/2007/04/malnutrio-crnica-cresce-

em-moambique-46.html; acesso em 16/06/2013 às 17h09.

33

Lista de Tabelas

Tabela 1 Totais de Indivíduos por Quadricula e no Tranceto animais

Tabela 2 Indivíduos observados nas quadrículas animais

Tabela 3 Lista de plantas observadas em cada quadrícula

III

34

Resumo

O Trabalho de campo surge com objectivo principal colocar o estudante em contacto directo com a realidade, traduzindo o aprendido na sala de aula numa realidade concreta com a natureza.

Retrata a visita realizada na Localidade de Mahalamba, com vista a estudar a biodiversidade que o ambiente daquela localidade disponibiliza para a sociedade do local.

Onde constatou-se existência de diversas espécies vegetais de alto grau medicinal tal como Aloe vera, Aloe ferox, a presença de líquenes que geralmente são considerados como indicadores biológicos da pureza do ar por serem sensíveis grandes variações das condições atmosféricas. Para além uma diversidade entomológica em que destacaram-se algumas espécies como Tropidacris grandis, algumas borboletas que evidenciavam adaptações para se camuflarem dos seus predadores e presas.

Onde depois de registarem-se algumas constatações, recomenda-se aos PMT, que procurem manter contacto com mais indivíduos que possam fornecer mais informações sobre a aplicabilidade de algumas plantas medicinais tendo em conta o nível de toxicidade que podem apresentar, bem com as possíveis dosagens. E ainda aproveitem no máximo possível o uso das plantas disponíveis em seu redor.

II