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I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte MANEJO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS SOB PASTEJO INTENSIVO Anderson de Moura Zanine 1 ; Alexandre Lima de Souza 1 ; Braulio Maia de Lana Sousa 2 , Daniele de Jesus Ferreira 2 ; Fagton de Mattos Negrão 3 , Emerson Alencar Bonelli 3 1 Prof. Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso. Pesquisador do Cnpq. E-mail: [email protected]; [email protected] 2 Doutorando da Universidade Federal de Viçosa. 3 Mestrando da Universidade Federal de Mato Grosso. 1. Introdução A atividade pecuária brasileira tem sua sustentabilidade baseada no uso do pasto como principal fonte de alimento. Notoriamente, as condições ambientais e a vasta extensão territorial do País, aliado ao fato de que a colheita de forragem é realizada pelo próprio animal em pastejo, fazem com que os custos de produção em pastos sejam relativamente baixos e, por consequência, torna a produção de carne bovina competitiva. Esses fatores contribuem para colocar o Brasil em posição de destaque no cenário internacional, como um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Contudo, apesar desse aparente sucesso, observa-se que a maior parte das propriedades rurais os índices zootécnicos dos rebanhos ainda deixam muito a desejar. Assim, interesse crescente tem ocorrido no sentido de aumentar a produtividade e a lucratividade da atividade e, consequentemente, sua competitividade, por meio da intensificação do processo produtivo. Comumente, a intensificação tem sido confundida como sendo resultado apenas do uso generoso de insumos e investimentos em máquinas e equipamentos, o que nem sempre resulta nos benefícios idealizados, gerando frustrações e descrença no uso de tecnologia. Na realidade, intensificar significa obter o maior rendimento possível por unidade de recurso produtivo disponível, independente dos quantitativos adicionados e dos métodos de pastejos adotados. Portanto, o processo de intensificação está muito mais relacionado com o nível de adoção e abrangência dos conhecimentos

MANEJO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS SOB PASTEJO … · sua competitividade, por meio da intensificação do processo produtivo. ... existe uma hierarquia decrescente do valor bromatológico:

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I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte

MANEJO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS SOB PASTEJO INTENSIVO

Anderson de Moura Zanine1; Alexandre Lima de Souza1; Braulio Maia de Lana

Sousa2, Daniele de Jesus Ferreira2; Fagton de Mattos Negrão3, Emerson

Alencar Bonelli3

1Prof. Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso. Pesquisador do Cnpq.

E-mail: [email protected]; [email protected]

2Doutorando da Universidade Federal de Viçosa.

3Mestrando da Universidade Federal de Mato Grosso.

1. Introdução

A atividade pecuária brasileira tem sua sustentabilidade baseada no uso

do pasto como principal fonte de alimento. Notoriamente, as condições

ambientais e a vasta extensão territorial do País, aliado ao fato de que a

colheita de forragem é realizada pelo próprio animal em pastejo, fazem com

que os custos de produção em pastos sejam relativamente baixos e, por

consequência, torna a produção de carne bovina competitiva.

Esses fatores contribuem para colocar o Brasil em posição de destaque

no cenário internacional, como um dos maiores exportadores de carne bovina

do mundo. Contudo, apesar desse aparente sucesso, observa-se que a maior

parte das propriedades rurais os índices zootécnicos dos rebanhos ainda

deixam muito a desejar. Assim, interesse crescente tem ocorrido no sentido de

aumentar a produtividade e a lucratividade da atividade e, consequentemente,

sua competitividade, por meio da intensificação do processo produtivo.

Comumente, a intensificação tem sido confundida como sendo resultado

apenas do uso generoso de insumos e investimentos em máquinas e

equipamentos, o que nem sempre resulta nos benefícios idealizados, gerando

frustrações e descrença no uso de tecnologia. Na realidade, intensificar

significa obter o maior rendimento possível por unidade de recurso produtivo

disponível, independente dos quantitativos adicionados e dos métodos de

pastejos adotados. Portanto, o processo de intensificação está muito mais

relacionado com o nível de adoção e abrangência dos conhecimentos

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aplicados no gerenciamento do sistema de produção do que com o nível de

investimento financeiro ou de utilização de recursos externos (CARVALHO,

2005; DA SILVA, 2006), fato que exige atenção de técnicos e produtores para a

exploração racional e sustentável do ecossistema pastagem. Nesse contexto, a

adoção de técnicas que proporcione melhoria na eficiência do pastejo se insere

perfeitamente no conceito de intensificação do sistema de produção e ao

mesmo tempo não acarreta em dispêndio de insumos agrícolas ou mesmo no

aumento da mão-de-obra contratada, mas apresentam reflexos positivos na

produtividade e na lucratividade da propriedade rural.

2. Ecossistema pastagem

A produção animal a pasto pode ser entendida, do ponto de vista de

funcionamento, como resultado de três etapas interdependentes: crescimento,

utilização e conversão (Figura 1) (HODGSON, 1990). A fixação de energia

proveniente da radiação solar e sua transformação em tecido vegetal são

processos responsáveis pela produção de forragem e correspondem à etapa

de crescimento. Essa forragem produzida necessita ser colhida por meio do

pastejo, caracterizando a etapa de utilização. Por fim, a forragem produzida

precisa ser transformada em produto de origem animal em uma etapa

denominada conversão.

Figura 1. Representação das etapas da produção animal em pastagens

(Adaptado de HODGSON, 1990).

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A partir desse esquema, vislumbra-se a possibilidade de intensificação

da produção em cada uma das etapas. Esse objetivo pode ser alcançado a

partir do aumento da produtividade das forrageiras (correção e adubação do

solo, uso de irrigação e genótipos adaptados às condições edafoclimáticas), da

eficiência da colheita (ajustes na taxa de lotação), da melhoria da conversão de

forragem em produto animal (uso de suplementação mineral, protéica e

energética para os animais mantidos a pasto). Algumas dessas ações são

bem conhecidas e utilizadas pelo produtor, todavia sem gerar aumentos

significativos na produção animal. A produção animal a pasto é caracterizada

por interações multidisciplinares que impedem que interferências pontuais

(ações de manejo) em componentes isolados, ou parte deles, resulte em

alteração imediata e eficaz em produtividade (DA SILVA & PEDREIRA, 1997;

SBRISSIA & DA SILVA, 2001). Isso significa que não adianta produzir grande

quantidade de forragem sem que a colheita seja eficiente, da mesma forma,

não adianta produzir e colher forragem de qualidade sem possuir genética

animal ou estratégias de suplementação adequadas. Assim, o ecossistema

pastagem apresenta a habilidade de manter um equilíbrio dinâmico estável

caracterizado pela dificuldade de se promover alterações instantâneas e

pontuais em produtividade. Desse modo, as ações de manejo devem ser

realizadas em conjunto e de maneira integrada.

É válido destacar também, que o manejo do pastejo nessa dinâmica é,

portanto, ferramenta primordial para a obtenção dos nutrientes requeridos

pelos animais pastejadores. Nesse processo a estrutura do pasto tem

importância principal, pois é determinante da facilidade de apreensão e colheita

da forragem pelos animais. Quanto maior for o percentual de folhas ou lâminas

foliares compondo essa estrutura maior será o consumo e a conversão em

produto de origem animal.

3. Colheita eficiente de forragem

A produção animal a pasto está pontualmente dependente do acúmulo

de forragem em quantidades satisfatórias, por isso, a eficiência de colheita

deve ser maximizada independente do método de pastejo. A otimização desse

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processo dinâmico exige conhecimento integrada das respostas morfogênicas

e estruturais, composição morfológica e produtividade do dossel, sendo os

parâmetros principais para a recomendação do manejo intensivo do pastejo.

3.1. Sistema de lotação rotativa

A etapa de utilização é a que permite maior possibilidade de

manipulação por parte do manejador, razão pela qual a colheita eficiente da

forragem deve ser o primeiro passo para intensificar a produção animal. Nesse

sentido, avaliações de forrageiras de clima temperado submetidas a variações

de freqüências e a severidades de pastejos vêm sendo realizadas a mais de 50

anos. Recentemente, esses estudos foram introduzidos com sucesso no Brasil,

mostrando que gramíneas de clima tropical apresentam padrões de

crescimento e desenvolvimento semelhantes, porém com magnitudes distintas,

ao de gramíneas de clima temperado (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2010).

As folhas, responsáveis pela interceptação da luz e produção de

fotoassimilados, são as primeiras e mais importantes estruturas a serem

formadas durante o processo de rebrotação. Este padrão de crescimento

permite rápida recuperação da área foliar e um rápido acúmulo de biomassa.

Na medida em que a competição intra-específica por luz aumenta, reduz-se a

quantidade e a qualidade da luz que chega ao interior do dossel. Nesse

momento, as forrageiras tropicais investem em alongamento de entrenós na

tentativa de alocar suas folhas no topo do dossel (HODGSON & Da SILVA,

2002), ao mesmo tempo em que os processos de senescência e morte de

folhas e perfilhos acentuam-se em razão do sombreamento (ZANINE &

SANTOS, 2004). Essa condição em que ocorre modificação nos padrões de

desenvolvimento coincide com a interceptação de 95% da luz incidente pelo

dossel (KORTE et al., 1982; CARNEVALLI et al., 2006; BARBOSA et al., 2007;

ZANINE, 2007), razão pela qual tem sido considerado o momento ideal para a

interrupção da rebrotação em gramíneas de clima tropical e temperado.

Pastos manejados com o critério de 95% de interceptação luminosa

apresentam maior número de pastejos, acúmulo de forragem de maior valor

nutricional e menores perdas de forragem, devido principalmente a maior

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proporção de folhas e menor proporção de colmos e material senescente

(Tabela 1) (BUENO, 2003).

Tabela 1. Composição morfológica (%) da forragem em pastos de capim-mombaça submetidos a regimes de lotação rotativa.

Componente Interceptação luminosa (%)

95 100

Folha 82,9 a 74,4 b Colmo 8,0 b 14,7 a Material morto 6,5 b 9,7 a

Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem entre si (P>0,10).

Fonte: Adaptado de BUENO (2003)

Essa relação causa-efeito ocorre devido a essa estratégia de manejo,

proporcionar forragem de alta qualidade, uma vez que ao comparar lâmina e

colmos em um mesmo estágio de desenvolvimento a lâmina foliar é o

componente morfológico da planta que possui melhor valor nutritivo

(PACIULLO et al., 2002). Ao avaliarem os componentes morfológicos do

capim-tanzânia ZANINE et al. (2007), observaram maiores valores de proteína

bruta menores valores de fibra em detergente neutro e ácido para folhas em

expansão e expandida quando comparados as folhas em senescência e no

colmo.

Os autores concluíram que no âmbito nutricional, existe uma hierarquia

decrescente do valor bromatológico: folha em expansão, folha expandida,

colmo e material senescente (Tabela 2). Por isso, o manejo intensivo de

desfolhação é uma situação pontual que favorece o desempenho animal a

pasto (EUCLIDES et al., 1999), já que o consumo máximo ocorre quando os

animais estão em pastos com alta densidade de folhas expandidas ou em

expansão.

Tabela 2. Teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e

fibra em detergente ácido (FDA) na folha em expansão, folha expandida, folha senescente, colmo e planta inteira.

Separação PB FDN FDA

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botânica (%) (%) (%)

Folha expansão 17,45a 57,06c 27,69d Folha expandida 16,85b 60,59c 29,12c Folha senescente 6,24d 66,92a 36,23b Colmo 7,61c 63,29b 37,90a CV (%) 1,60 3,98 0,42

Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem, estatisticamente, pelo teste de Tukey, 5% de probabilidade. Fonte: Adaptado de ZANINE et al. (2007)

Ao avaliarem o capim-marandu submetido a estratégias de manejo

resultantes das combinações de três alturas de dossel (25, 35 e 45 cm) e duas

intensidades de pastejo (10 e 15 cm), SILVA NETO (2010) verificou maior

acúmulo de forragem, por ciclo de pastejo, 5603 e 2671 kg/ha, para as

estratégias de 45/15 e 25/15 cm, que resultaram em maior e menor freqüência

de desfolhação, respectivamente. Todavia, ao considerar o número de ciclos

de pastejos, 4 e 8 ciclos, percebe-se que os tratamentos 45/15 e 25/15

apresentaram valores de acúmulos de forragem total próximos, com 22.412 e

21.368 k/ha, respectivamente. Os autores relataram ainda menor acúmulo de

material morto e de colmo nos piquetes manejados a 25 cm de altura pré-

pastejo e 10 cm de intensidade de pastejo, quando comparados aqueles

tratamentos com menor freqüência de desfolhas.

Adicionalmente ao manejo intensivo do pastejo, o comportamento

ingestivo dos animais é sensível a variações na estrutura do dossel forrageiro

(CARVALHO et al., 2005; PALHANO et al., 2007; ZANINE et al., 2008). A maior

presença de colmos pode restringir o consumo de forragem, por constituir-se

em uma barreira física à desfolhação, reduzindo a facilidade de colheita da

forragem pelo animal.

Os resultados de Bueno (2003) corroboram a afirmativa de que a

qualidade da forragem é superior quando a frequência de pastejo é

determinada pela interceptação de 95% da luz incidente quando comparado ao

manejo para 100% de interceptação luminosa. A maior porcentagem de folhas

e menor de colmos e material morto (Tabela 1) em pastos manejados a 95% de

interceptação luminosa, resultaram em maior teor de proteína bruta e maior

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (Tabela 3), determinando assim a

produção de uma forragem de melhor valor nutritivo.

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Tabela 3. Porcentagem de proteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da

matéria orgânica (DIVMO) na massa de forragem, em pré-pastejo, de capim-mombaça submetidos a regimes de lotação intermitente.

Interceptação luminosa (%)

95 100

Época do ano PB (%) Média

Verão 11,3Aa 9,7 Ab 10,5 A Outono/Inverno 10,9 Aa 9,0 ABb 9,9 AB Primavera 11,4 Aa 8,2 Bb 9,8 B

Média 11,2 a 9,0 b

DIVMO (%)

Verão 59,9 Ba 56,6 Ab 58,3 A Outono/Inverno 52,4 Ca 53,0 Ba 52,7 B Primavera 61,9 Aa 5,3 ABb 58,6 A

Média 58,1 a 55,0 b

Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si (P>0,10). Fonte: Adaptado de BUENO (2003)

Essa maior produção e melhor valor nutricional dos pastos com metas

distintas de manejo baseados na frequência e intensidade de desfolhação com

base na interceptação luminosa podem ser refletidas em produção animal.

VOLTOLINI et al. (2010b) relataram que a utilização do capim-elefante com

95% de interceptação de luz aumentou a taxa de acúmulo de forragem, reduziu

a quantidade de colmos e material morto, bem como diminuiu os valores de

fibras em detergente neutro e ácido (Tabela 4), o que pode favorecer o

consumo e o desempenho animal. Na prática, a utilização desse manejo (95%

de IL) não resultou em maior produção de leite por animal, mas houve aumento

dos teores de nitrogênio ureico no leite e no plasma (VOLTOLINI et al., 2010a).

Esse fato sugere uma melhora na qualidade da forragem, de forma que o teor

de proteína da ração (18% de PB na MS) tornou-se excessivo. Apesar de, não

se ter observado melhora na produção de leite por animal, a taxa de lotação

aumentou em 30% e a produção de leite por área em 34% (Tabela 5), o que

evidencia os benefícios da utilização dessa estratégia de manejo. Benefícios

adicionais foram observados por Hack (2004), em que estudou estruturas

distintas de pastos de capim-mombaça, e relatou que a altura de 90 cm (95%

de interceptação de luz), favoreceu a produção diária de leite com 14 kg por

vaca, 30% superior a altura de 140 cm (mais de 95% de interceptação

luminosa), cuja produção foi de 10,8 kg por vaca.

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Tabela 4. Composição bromatológica de amostras de pastos de capim-elefante

submetidas a duas frequências de pastejo.

Componente

Frequência de pastejo

95% de IL A cada 26

dias EPM

Matéria seca (%) 16,58 16,40 0,28

Proteína bruta (%) 14,24 14,58 0,33

Fibra em detergente neutro

(%) 65,07 b 66,99 a 0,37

Fibra em detergente ácido

(%) 35,88 b 37,05 a 0,30

Lignina (%) 6,50 6,13 0,23

Extrato etéreo (%) 2,70 b 3,17 a 0,07

Matéria mineral (%) 12,02 a 10,18 b 0,20

EPM = erro-padrão da média

Fonte: Adaptado de VOLTOLINI et al. (2010b)

Tabela 5. Taxa de lotação, produção de leite por área em pastos de capim-elefante submetida a duas frequências de pastejo.

Componente Frequência de pastejo

95% de IL A cada 26 dias EPM

Taxa de lotação (vacas/ha)

7,18 5,05 0,42

Taxa de lotação (UA/ha) 8,27 5,85 0,46 Produção de leite (kg/ha.dia)

114 75 6,40

EPM = erro-padrão da média Fonte: Adaptado de VOLTOLINI et al. (2010a)

Apesar de sua importância, a utilização de 95% de interceptação de luz

pelo produtor rural é pouco viável, em razão dos custos elevados com aparelho

analisador de dossel. Nesse sentido, CARNEVALLI et al. (2006) e BARBOSA

et al. (2007) realizaram estudos pioneiros com os capins Mombaça (90 cm) e

Tanzânia (70 cm), respectivamente, e revelaram existir uma alta relação entre

o momento em que 95% da luz incidente é interceptada e a altura do dossel no

pré-pastejo. Essa relação foi corroborada por ZANINE (2007), MONTAGNER

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(2007) e ZANINE et al. (2011) em avaliações com capim-tanzânia e capim-

mombaça, respectivamente, indicando que a altura é um parâmetro prático e

eficiente, como ferramenta de manejo de desfolhação dessas plantas

forrageiras. Esse critério possibilita a definição de metas adequadas de

manejo, variáveis em função da espécie e, ou, cultivar, baseadas em alturas de

entrada (Índice de Área Foliar Crítico = interceptação de 95% da luz incidente)

e saída dos animais, sob lotação rotativa (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2010)

e, em consequência, obtendo-se forragem de melhor qualidade de distintas

espécies forrageiras (Tabela 6).

Tabela 6. Alturas do pasto para a entrada e saída dos animais associada a 95% de interceptação luminosa pelo dossel.

Gramínea Entrada

(cm) Saída (cm) Referência

Capim-mombaça 90 30 a 50 Carnevalli et al. (2006), Montagner (2007)

Capim-tanzânia 75 25 a 50 Barbosa et al. (2007), Zanine (2007)

Capim-marandu 25 10 a 15 Trindade et al. (2007)

Capim-xaraés 30 15 a 20 Pedreira et al. (2007); Sousa et al. (2011)

Capim-cameroon 100 40 a 50 Voltolini et al. (2010a,b) Capim-andropógon

50 27 a 34 Sousa et al. (2010)

Capim-decumbens

20 5 a 10 Braga et al. (2008)

Capim-mulato 30 15 a 20 Silveira (2010)

Fonte: Adaptado de NASCIMENTO JÚNIOR et al. (2010)

Para uma mesma frequência de pastejo, é possível ainda intensificar a

produção animal individual ou por área em função da altura pós pastejo

utilizada. Nesse sentido, DIFANTE et al. (2009a) avaliaram o capim-tanzânia

manejado com uma frequência de 95% de interceptação luminosa pelo dossel

e duas intensidades de pastejo (25 ou 50 cm de altura pós-pastejo). Os autores

revelaram porcentagem de folhas, colmos e tecido morto na altura pós-pastejo

de 25 cm de 61,7, 13,4 e 25%, respectivamente, e na altura pós pastejo de 50

cm, 59,6, 15,9 e 24,5%, respectivamente. Contudo, sem alterar os teores de

proteína bruta, digestibilidade in vitro de matéria orgânica, fibra em detergente

neutro e lignina em detergente ácido.

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Apesar do consumo de forragem não ter sido modificado, os pastos

manejados com 25 cm de altura pós pastejo apresentaram maior remoção de

forragem (68,0 vs 45,6%) e eficiência de pastejo (90,4 vs 49,8%) quando

comparado àqueles manejados com 50 cm de altura pós pastejo (DIFANTE et

al., 2009b). Esse padrão resultou em maior ganho de peso médio diário em

pastos manejados com 50 cm de resíduo (801 versus 664 g/dia), porém com

menor taxa de lotação (4,9 versus 6,1 UA/ha), fazendo com que os ganhos de

peso por unidade de área fossem 601 e 559 kg/ha para as alturas pós pastejos

de 25 e 50 cm, respectivamente (DIFANTE et al., 2010). Portanto, a escolha da

intensidade de desfolhação utilizada será função do sistema produtivo,

podendo-se utilizar uma maior severidade de pastejo como forma de aumentar

os ganhos de peso por unidade de área ou utilizar uma menor intensidade de

pastejo para promover maior ganho individual.

3.2. Sistema de lotação contínua

Historicamente, manejo intensivo era descrito como sinônimo de método

de pastejo em lotação rotativa. O método de pastejo em lotação contínua era

visto como rudimentar, especialmente pela utilização de taxa de lotação fixa, a

qual não permite o controle da estrutura do dossel, ficando os animais em

pastejo à mercê das variações na produção de forragem anual. Assim, era

comum observarmos no pasto o “efeito sanfona” dos animais, isto é, ganho de

peso no verão e perda de peso no inverno. Por muito tempo, esse manejo foi

descrito como um método de produção extensiva.

Esse conceito começou a ser revisto, quando as pesquisas baseadas na

ecofisiologia de plantas forrageiras demonstraram que é possível produzir

forragem intensivamente no método de lotação contínua com taxa de lotação

variável. As pesquisas, calcadas em metas de condições de pasto (sward

target) (HODGSON, 1985), mostraram haver em lotação contínua, assim como

em lotação rotativa, muitas similaridades entre gramíneas de clima tropical e

temperado (HODGSON & Da SILVA, 2002).

No Brasil, as metas de condição do pasto a serem mantidas quando o

mesmo é manejado sob lotação contínua foram estabelecidas, primeiramente,

para as forrageiras do gênero Cynodon (PINTO, 2000) e para a Brachiaria

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brizantha cv. Marandu (ANDRADE, 2003; SBRISSIA, 2004). Os resultados

desses estudos revelaram padrões dinâmicos de produção líquida de forragem

muito semelhante àqueles descritos, originalmente, para azevém perene

(BIRCHAM & HODGSON, 1983).

Estudos com Cynodon spp. revelaram haver mudanças compensatórias

na densidade de perfilhos e no fluxo de tecidos em perfilhos individuais

(PINTO, 2000; SBRISSIA et al., 2001; SBRISSIA et al., 2003) para manter

valores altos e relativamente constantes de taxas de acúmulo forragem (Figura

2a), em uma amplitude de condições de pasto variando de 10 a 20 cm de altura

do dossel forrageiro. Nesse trabalho, maiores desempenhos de ovinos foram

verificados em pastos manejados a 15 cm de altura (Figura 2a), com valor

nutritivo da forragem consumida variando de 14 a 18% de proteína bruta e 65 a

75% de digestibilidade (CARNEVALLI et al., 2000, 2001a,b). Da mesma forma

que a produção de forragem é máxima e praticamente constante em uma

determinada faixa de condição do pasto, existe uma amplitude de condições de

pasto específica para que as metas de desempenho animal possam ser obtidas

(Da SILVA, 2004).

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Figura 2. Representação gráfica das taxas de crescimento, senescência e acúmulo líquido (a) e o ganho de peso de animais mantidos em pastagens de Cynodon spp. sob alturas de dossel forrageiro

Fonte: Adaptado de: (a) PINTO (2000); (b) CARNEVALLI et al. (2000, 2001a, b).

Padrão semelhante foi obtido para o capim-marandu, em que mesmas

taxas de acúmulo de forragem foram observadas em pastos mantidos entre 20

e 40 cm de altura do dossel (Figura 3a). Houve elevação no ganho de peso de

novilhos em crescimento e redução na taxa de lotação à medida que se

aumentou a altura do dossel (Figura 3b), de modo que maiores taxas de

consumo pelos animais e ganho de peso por área ocorreram na altura de 30

cm (ANDRADE, 2003).

As amplitudes de condições obtidas indicam uma grande flexibilidade de

manejo do pastejo dessas plantas forrageiras, correspondendo a um universo

grande de possibilidades em termos de regimes de desfolhação passíveis de

(a)

(b)

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serem utilizados em condições de campo, de acordo com o objetivo de cada

produtor.

Figura 3. Representação gráfica das taxas de crescimento, senescência e acúmulo líquido (a) e ganho de peso e taxa de lotação em pastagens de capim-marandu (b) submetido a alturas de dossel forrageiro.

Fonte: Adaptado de (a) SBRISSIA (2004); (b) ANDRADE (2003).

Nessa realidade, tendo por base a altura média de 30 cm, utilizando o

método de pastejo sob lotação contínua com taxa de lotação variável, ZANINE

et al. (2006) observaram o comportamento ingestivo em pastejo de bovinos de

forma comparativa em pastos de Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha

(Tabela 7). O tempo total gasto em pastejo foi maior para o pasto de Brachiaria

decumbens situação explicada pela menor relação lâmina:colmo (0,35),

levando os animais a um comportamento mais seletivo nesse pasto. Segundo

(b)

(a)

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SARMENTO (2003), os animais tendem a ser mais seletivos, em pastos com

uma reduzida relação lâmina:colmo, o que resulta em uma aumento no tempo

de pastejo, como mecanismo compensatório. Outro ponto destacado pelos

autores é a diferença na composição bromatológica, principalmente o maior

conteúdo de proteína bruta e menor de FDN no pasto de capim Brachiaria

brizantha. Com relação aos tempos de ruminação (Tabela 7) houve diferença

entre os dois pastos nos períodos diurnos e noturnos, porém não foi observada

diferença estatística alteração significativa para o tempo total de ruminação.

Isto sugere que os animais modificaram o tempo de pastejo como forma de

regular a ingestão de forragem, não sendo alterados os tempos gastos em

ruminação.

Tabela 7. Valores médios dos tempos de pastejo e de bovinos durante o dia, durante a noite e total (horas) gasto pelos animais nos dois pastos estudados.

Tempo de pastejo (horas)

Capim TPD1 TPN2 TTP3

Brachiaria brizantha 7,48 a 2,26 b 9,75 b Brachiaria decumbens

7,44 a 3,86 a 11,31 a

CV(%) 3,20 11,85 8,96

Tempo de ruminação (horas)

Capim TRD4 TRN5 TTR6

Brachiaria brizantha 2,07 b 4,69 a 6,76 a Brachiaria decumbens

2,95 a 3,65 b 6,35 a

CV(%) 12,48 6,29 6,11

Tempo de ócio (horas)

Capim TOD7 TON8 TTO9

Brachiaria brizantha 1,95 a 4,98 a 6,94 a Brachiaria decumbens

1,19 b 4,36 b 5,55 b

CV(%) 15,17 10,32 9,72

Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem, estasticamente, pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade. 1Tempo de pastejo diurno; 2Tempo de pastejo noturno; 3Tempo total de pastejo. 4Tempo de ruminação diurno; 5Tempo de ruminação noturno; 6Tempo total de ruminação. 7Tempo de ócio diurno; 8Tempo de ócio noturno; 9Tempo total de ócio. Fonte: Adaptado de ZANINE et al., (2006).

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Faria (2009) ao avaliar o capim Brachiaria decumbens em lotação

contínua com bovinos e taxa de lotação variável para manter as alturas do

pasto em 10, 20, 30 e 40 cm, verificaram que, com exceção do inverno,

maiores taxas de acúmulo de forragem ocorreram entre as alturas de 20 e 30

cm, o que pode indicar uma recomendação prática de manejo em lotação

contínua para esse capim. Ademais, o pasto mantido a 25 cm resultou em

maior produtividade por área. Quantificou-se também a produção de bovinos

(Tabela 8) por um período de dois anos em pastos adubados com 150

kg/ha.ano. Os resultados mostram a produtividade elevada e as

potencialidades de uso desse recurso forrageiro. Segundo Santos (2009), o

capim Brachiaria decumbens manejado a 10 ou 40 cm de altura possui

estrutura desfavorável ao consumo. As plantas mais baixas apresentam menor

massa de forragem e reduzida massa de lâminas foliares, o que limita a

fotossíntese e o crescimento do dossel (PEDREIRA et al., 2007), além de

restringir o consumo dos animais em pastejo (EUCLIDES, 1999). Em

contrapartida, plantas mais alta (40 cm) apresentam maiores taxas de

senescência e alongamento de colmos, o que diminuiu a relação folha/colmo,

bem como incrementou a massa de tecidos mortos, caracterizando uma

estrutura desfavorável ao consumo e desempenho animal (CARVALHO et al.,

2001).

Tabela 8. Produtividade animal em pastos de capim Brachiaria decumbens cv. Basilisk manejada sob regimes de lotação contínua durante o período das águas.

Característica Altura média do pasto (cm)

10 20 30 40

Ano 1 Ganho médio diário (kg/dia) 0,701 0,818 0,877 0,743 Taxa de lotação (UA/ha) 5,43 5,63 4,13 3,92 Produtividade por área (kg/ha)

753,57 880,11 684,76 548,03

Ano 2 Ganho médio diário (kg/dia) 0,509 0,586 0,657 0,670 Taxa de lotação (UA/ha) 4,58 5,19 3,73 3,54 Produtividade por área (kg/ha)

796,19 1.045,23 834,88 785,06

Fonte: Adaptado de FARIA (2009).

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Vale destacar, de acordo com as metas de manejo acima discutidas, que

cada espécie e, ou, categoria animal, atinge seu melhor desempenho em

alturas de pasto que lhes proporcione maior consumo de forragem.

Geralmente, maior desempenho animal é obtido em pastos mantidos próximos

do limite superior da amplitude de condições de utilização da espécie forrageira

utilizada; enquanto menor desempenho ocorre em pastos mantidos próximo do

limite inferior.

4. Adubação do pasto como forma integrante do manejo do pastejo

O efeito mais difundido da adubação consiste no aumento da produção

de forragem por unidade de área, fato que associa a adubação do pasto com a

intensificação do processo produtivo (FONSECA et al., 2008). De fato, em

sistemas intensivos de produção a pasto, a adubação é ação de manejo

geralmente presente e fundamental.

O nitrogênio funciona como modulador, regulador e acelerador do

crescimento, condições que podem resultar em aumentos de produção e

melhoria do valor nutricional da forragem produzida. A aceleração nas taxas de

crescimento das plantas é resultante da aceleração dos processos

morfogênicos, que ocorrem no perfilho, e está associada a aumentos nas taxas

de aparecimento e alongamento de folhas e de aparecimento de perfilhos

(MARTUSCELLO et al., 2005; MARTUSCELLO et al., 2006), em contrapartida,

estão normalmente associados a aumentos nas taxas de senescência e de

mortalidade de perfilhos e redução na longevidade de folhas (LEMAIRE &

CHAPMAN, 1996). Ao avaliarem o capim-piatã submetido a doses de 0, 125,

250, 375 e 500 kg de N/ha e cortes a cada 35 dias durante o período das

chuvas, Dourado (2009) verificou valores máximos para a produção de

perfilhos (955 perfilhos/m2), de matéria seca de lâmina foliar verde (11.548 kg

de MS/ha) e índice de área foliar (4,77) para doses de nitrogênio variando de

350 a 385 kg de N/ha. Para condições climáticas favoráveis e de altas doses

de adubação nitrogenada este capim deve ser manejado com maior freqüência

de corte ou pastejo para evitar o acúmulo excessivo de colmo e de material

morto (DOURADO, 2009).

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Assim, para que os benefícios da aceleração do crescimento possam ser

realizados é necessário colher a forragem produzida antes que essa entre em

processo de senescência acelerado e, para isso, é preciso promover ajustes

nas taxas de lotação empregadas (lotação contínua) ou no intervalo de

desfolhação (lotação rotativa), para que este não exceda o período de vida das

folhas.

Nesse contexto, FREITAS (2008) avaliaram o capim-tanzânia, durante o

verão, submetido a doses de nitrogênio de 0, 80, 160 e 320 kg/ha e densidades

de plantas de 9, 25 e 49 plantas/m2 sendo a interrupção da rebrotação baseada

no critério de 95% de interceptação luminosa. Foram observados aumentos de

96% na produção de forragem quando utilizados 320 kg/ha.ano de nitrogênio

em relação à ausência de adubação. Esse aumento em produção foi

acompanhado de um aumento no número de cortes do capim, elevação nos

teores de proteína bruta de lâminas foliares (16 versus 8%) e de colmos (6

versus 4%), redução nos teores de lignina (3,03 versus 2,65%). Além de uma

redução de 8% na fibra em detergente neutro (8%) e elevação em 24% na

digestibilidade in vitro da matéria orgânica de lâminas foliares. Com o

apropriado ajuste no manejo da desfolhação, as estruturas dos pastos de

capim-tanzânia foram controladas, apresentando elevada participação de

folhas na forragem colhida.

Cabe ressaltar que a melhoria do valor nutritivo da forragem em função

da adubação nitrogenada é dependente de ações de manejo (FONSECA et al.,

2008; ZANINE & FERREIRA, 2010). Dessa forma, o efeito mais esperado com

a elevação na adubação nitrogenada é o aumento na produção da área.

Fagundes et al. (2007), avaliando o capim-elefante em lotação rotativa, não

relataram aumentos no desempenho animal individual, porém observaram

aumentos na taxa de lotação e no ganho de peso por área quando a dose de

nitrogênio foi aumentada de 100 para 400 kg/ha.ano. De maneira semelhante,

porém em lotação contínua, Mesquita et al. (2010) avaliaram o capim-marandu

mantido a 30 cm de altura (ANDRADE, 2003: SBRISSIA, 2004) e adubado com

0, 150, 300 e 450 kg/ha de nitrogênio. Os autores relataram que o aumento na

dose de nitrogênio acelerou as taxas de crescimento do capim-marandu sob

lotação contínua, elevando a massa de forragem, a porcentagem de folhas e

de colmos no dossel. Assim, para compensar esse aumento em produção de

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forragem e manter o dossel em uma altura relativamente constante de 30 cm,

taxas de lotação crescentes de 2,43; 3,63; 4,11 e 4,24 UA/ha foram utilizadas

nos pastos adubados com 0, 150, 300 e 450 kg/ha de N, respectivamente. Por

sua vez, PEREIRA et al. (2010) relataram que a estrutura do dossel do capim-

marandu mantido a 30 cm não variou entre as doses de nitrogênio (0, 150, 300

e 450 kg/ha) avaliadas em épocas de maior disponibilidade de fatores de

crescimento (final de primavera e verão). Esse fato indica que quando o

controle do processo de pastejo é feito de maneira eficiente, mudanças em

estrutura são função basicamente de variações estacionais em condições

climáticas e estádio fenológico das plantas.

5. Suplementação animal a pasto como forma integrante do manejo

do pastejo

Mesmo com um manejo eficiente do pastejo, obtido a partir de

conhecimento técnico das características e dos fatores que favorecem o

crescimento e rebrotação das plantas forrageiras, a produção de forragem

durante o inverno será baixa. As condições climáticas desfavoráveis no Brasil

Central, no período de maio a setembro, caracterizadas pela ocorrência de

temperaturas mais baixas, precipitação reduzida e menor fotoperíodo (dias

mais curtos) limitam a produção e o valor nutritivo do pasto. Em sistemas

intensivos, em que há busca por competitividade, ajustes drásticos nas taxas

de lotação utilizadas devem ser realizados e, ou, uso de alimentos

suplementares, como: volumosos (conservação de forragem, diferimento de

pasto) ou concentrados devem ser utilizados de forma estratégica.

Em épocas de limitadas taxas de crescimento do pasto, a utilização de

suplementação concentrados permitem elevação no desempenho animal,

acréscimos ou manutenção na taxa de lotação, redução na idade de abate e

aumentos na taxa de desfrute, o que melhora a produtividade do sistema de

produção (REIS et al., 2009). De fato, SILVA et al. (2009) revisando trabalhos

com suplementação em pastos de capim Brachiaria decumbens e Brachiaria

brizantha no período da seca, observaram uma tendência linear de aumento

nos ganhos médios diários de bovinos com a utilização de suplementação até

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níveis de 0,8% do peso corporal. Segundo os Autores, acima desse valor,

embora possa melhorar o ganho, esses são, aparentemente, menores.

As modificações em desempenho animal em resposta ao uso de

suplementação são variáveis em função da quantidade e da qualidade da

forragem, do tipo e da quantidade de suplemento utilizado. A suplementação

em pasto deve atender às exigências dos animais, complementando o valor

nutritivo da forragem disponível, de forma a atingir o desempenho desejado

(DA SILVA et al., 2008). Espera-se, assim, um aumento no consumo do pasto.

Para tanto, o conhecimento da estrutura da vegetação, composição química,

notadamente das frações dos compostos nitrogenados e de carboidratos, e as

variações observadas ao longo do ano são imprescindíveis para a formulação

de suplementos que otimizem o consumo, a digestibilidade da forragem e,

consequentemente, o desempenho animal (REIS et al., 2009).

Mesmo em um pasto com alto valor nutritivo, uma estrutura inadequada

pode reduzir o consumo de forragem (POPPI et al., 1987) e limitar as respostas

ao suplemento utilizado. A presença de alta proporção de colmos, associada à

baixa densidade de folhas dificulta a apreensão, causando decréscimo no peso

dos bocados, acarretando baixo consumo de forragem (STOBBS, 1973). Ao

analisar os teores de proteína, a fração fibrosa e a digestibilidade in vitro da

matéria orgânica (Tabela 9) do capim-marandu manejado em quatro alturas

(10, 20, 30 e 40 cm) sob lotação contínua, observa-se que há tendência de

redução do valor nutritivo da dieta dos animais com o acréscimo na altura do

dossel. No entanto, o desempenho animal responde de forma inversa, ou seja,

há aumento do ganho de peso em reposta a elevação da altura de pastejo. Isto

indica que o valor nutritivo não é o limitante quando em condição de baixa

oferta de forragem e sim o consumo de forragem pelos animais (SARMENTO,

2003). No entanto, isso não implica que ao adicionar nutrientes oriundos da

suplementação das dietas dos animais não se possa ter efeito sobre o

desempenho (REIS et al., 2009).

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Tabela 9. Valor nutritivo de amostra de pastejo simulado e ganho de peso de novilhas mantidas em pastos de capim-marandu manejado com quatro alturas de pastejo durante o verão.

Variável Altura do pasto (cm)

10 20 30 40

PB (%) 13,7 a 12,7 b 12,4 b 11,3 c

FDN (%) 60,8 b 61,8 a 62,2 a 61,9 a

FDA (%) 28,1 b 28,8 a 29,2 a 29,0 a

DIVMO (%) 67,0 a 66,0 a 65,5 a 64,8 a

GMD (g/dia) 190 c 510 b 750 ab 930 a

Fonte: Adaptado de ANDRADE (2003).

O efeito da estrutura do pasto e de seu valor nutritivo também foi

descrito por Santos et al. (2009b). Os Autores avaliaram o desempenho de

bovinos mantidos em pastagens diferidas de capim Brachiaria decumbens e

suplementados com: 74,7% de fubá de milho; 10% de uréia; 0,3% de enxofre;

5% de fosfato bicálcico; e 10% de mistura mineral. Os Autores relataram

desempenhos de 0,692; 0,518; 0,390 e 0,445 kg/animal.dia para períodos de

diferimento de 73, 103, 131 e 163, respectivamente. Certamente, esse padrão

foi reflexo da diminuição nos teores de proteína bruta, fibra em detergente

neutro, matéria seca potencialmente digestível (SANTOS et al., 2009b), na

elevação no número de perfilhos reprodutivos e mortos, na massa de colmo

morto e no declínio na massa de lâmina foliar verde (SANTOS et al., 2009a),

características desfavoráveis a produção animal. Assim, além da quantidade e

das características nutricionais do suplemento fornecido aos animais em

pastejo, a quantidade, a qualidade e a estrutura da forragem disponível são

fatores que interfere diretamente no desempenho animal.

Embora o intuito seja aumentar o consumo de forragem e,

consequentemente, o desempenho animal com a suplementação, esse objetivo

nem sempre é alcançado. Comumente, o maior desempenho animal é

alcançado pelo maior consumo de concentrado e redução no consumo do

pasto, em um mecanismo denominado efeito substitutivo. Esse efeito tem sido

descrito na literatura como pouco benéfico, já que resulta em um aumento no

consumo de concentrado e, por conseguinte, elevação no custo de produção.

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Todavia, em um sistema intensivo e bem planejado esse efeito pode ser

desejado. A redução no consumo de forragem resulta em uma maior

disponibilidade da mesma, aumentando a taxa de lotação da área,

apresentando-se como ferramenta auxiliar de manejo (DA SILVA et al., 2008).

FRIZZO et al. (2003), avaliando pastos de aveia-preta e azevém, verificaram

aumentos de 26 e 76% na taxa de lotação quando novilhas receberam 0,7 e

1,4% do peso corporal de suplemento energético. A diminuição no consumo de

forragem, pelo efeito substitutivo do suplemento, pode ser benéfica ainda em

uma situação de baixa disponibilidade de forragem nas pastagens, com uma

estrutura inadequada para os animais. Nesse caso, a redução na pressão de

pastejo permitiria a recuperação desses pastos, o que evitaria sua degradação

e contribuiria para a manutenção de sua sustentabilidade.

Destaca-se também que apesar das pesquisas focarem o período de

seca, o uso da suplementação concentrada para bovinos durante o período

favorável de produção dos pastos, tem despertado o interesse de

pesquisadores e de produtores adeptos a uma pecuária de ciclo curto, na qual

se busca a redução da fase de recria, eficiência alimentar, menor idade a

puberdade e ao abate, com maior giro do capital investido. Ao avaliar o

desempenho de novilhas nelores mantidas em pastos de capim-marandu com

sistema de lotação rotativa, baseada na interceptação luminosa de 95% de luz

como parâmetro para a freqüência de pastejo, Arnoldo (2011*) verificou ganhos

de pesos individuais de 457, 574 e 642 g/animal.dia para os animais que

receberam 0, 0,25 e 0,50% de concentrado em relação ao peso corpóreo,

respectivamente. Em função das maiores taxas de lotações para os

tratamentos com suplementação, em especial para o maior nível, as diferenças

em ganho de peso por área deverão atingir maiores magnitudes de resposta

dos animais.

*ARNOLDO, T.L.Q. Características estruturais, acúmulo de forragem, desempenho e viabilidade econômica de novilhas sob pastejo com lotação rotativa e níveis de suplementação concentrada. Dissertação de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal de Mato Grosso, Fase de Preparação.

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Considerações finais

O regime, ou padrão de desfolhação é a variável de maior influencia na

resposta da planta ao pastejo. O padrão de desfolhação é definido pela

intensidade (quantidade de material removido) e frequência (número de vezes

que a planta é desfolhada) em um dado período de tempo de desfolhação no

caso do sistema de lotação rotativa ou metas de condições de pasto (sward

target) para o sistema de pastejo contínuo com taxa de lotação variável. Nesse

aspecto, o manejo intensivo de pastejo vai além do método de pastejo e de

forma aditiva com interceptação luminosa, massa de forragem, adubação,

suplementações, irrigação, taxa de lotação, subdivisões dos piquetes, etc...

proporcionar às plantas forrageiras um ambiente adequado para seu

desenvolvimento em uma estrutura que favorece a apreensão de forragem pelo

animal e, por fim, o conhecimentos dessas relações de causa-efeito inferir ao

produtor a altura como forma prática de manejar o pasto. Sendo essa altura

modernamente definida através da percepção dos limites ecofisiológico da

planta forrageira, tendo como resultado a sustentabilidade do sistema animal a

pasto.

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