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Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica 2007

Manual de Contabilidade do Serviço Público de … · AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL MANUAL DE CONTABILIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA 2 PREFÁCIO

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  • Manual de Contabilidade do Servio Pblico de Energia

    Eltrica

    2007

  • AGNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELTRICA - ANEEL MANUAL DE CONTABILIDADE DO SERVIO PBLICO DE ENERGIA ELTRICA

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    PREFCIO O setor de energia eltrica vem, ao longo do tempo, reunindo profissionais de contabilidade, os quais tm deixado um legado tcnico e cultural que, certamente, pode ser considerado como referncia na rea contbil relativa a atividades sujeitas regulao e fiscalizao por parte do Poder Pblico. O rgo Regulador (Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica - DNAEE at 26 de dezembro de 1996 e Agncia Nacional de Energia Eltrica - ANEEL a partir da referida data), em sua misso institucional, vem atualizando, ao longo do tempo, com a participao dos profissionais do setor eltrico, os procedimentos contbeis catalogados no Plano de Contas. Esses procedimentos vm sendo utilizados pelas concessionrias do servio pblico de energia eltrica para registro de suas operaes, possibilitando ao rgo Regulador o efetivo exerccio das atribuies de regulao e fiscalizao estabelecidas pela legislao aplicvel s atividades do servio pblico de energia eltrica. Como parte do processo de permanente atualizao do Plano de Contas, a ANEEL identificou a necessidade de revis- lo em 2001, tendo em vista as significativas modificaes ocorridas no setor eltrico brasileiro, no qual vrias alteraes no modelo em vigor vm sendo promovidas por meio de novos textos legais e de regulamentao que contemplam, inclusive, novas situaes decorrentes do processo de privatizao que vem sendo implementado pelo Governo Federal. Nesse novo cenrio esto inseridos aspectos de extrema relevncia relacionados necessidade de absoluta transparncia na divulgao de dados e informaes sobre o desempenho das concessionrias e permissionrias para uma grande variedade de partes interessadas e usurios (rgos Reguladores, acionistas, analistas, empregados, consumidores, instituies financeiras nacionais e internacionais, investidores nacionais e estrangeiros, credores e pblico em geral). Nesse contexto a ANEEL promoveu a reviso do Plano de Contas, sob a coordenao de tcnicos lotados na Superintendncia de Fiscalizao Econmica e Financeira - SFF. Ademais, para a execuo desse projeto, a ANEEL contratou consultores externos e estabeleceu uma metodologia de trabalho incorporando ao processo, os contadores das empresas de energia eltrica e a Associao Brasileira dos Contadores do Setor de Energia Eltrica - ABRACONEE, cuja experincia, qualificao tcnica e esprito de colaborao foram importantes para o xito do projeto. Alm disso, a ANEEL solicitou a participao do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, do Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal CRC-DF, da Comisso de Valores Mobilirios - CVM, do IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, da ABAMEC - Associao Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais e de representantes da comunidade acadmica, com o objetivo de obter subsdios para elevar o nvel tcnico dos trabalhos que inclusive, foram disponibilizados em processo de Audinc ia Pblica no perodo de 22 de agosto a 23 de setembro de 2001. A ANEEL reconhece e agradece publicamente a prestimosa e valiosa colaborao prestada pelos representantes dos rgos e entidades anteriormente mencionados, cujas sugestes contriburam efetivamente para o aprimoramento da qualidade do documento ora concludo, denominado Manual de Contabilidade do Servio Pblico de Energia Eltrica.

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    PREFCIO _________________________________________________________________________ 2

    1. Introduo _____________________________________________________________________ 10

    2. Conceitos, Fundamentos e Aplicabilidade ___________________________________________ 12

    2.1 Conceitos e Fundamentos ______________________________________________________ 12

    2.2 Aplicabilidade_______________________________________________________________ 12

    3. Objetivos ______________________________________________________________________ 13

    4. Principais Alteraes ____________________________________________________________ 14

    5. Comparativo das Principais Prticas Contbeis _______________________________________ 21

    6. Plano de Contas do Servio Publico de Energia Eltrica ________________________________ 23

    6.1 Diretrizes Gerais e Contbeis ___________________________________________________ 23 6.1.1 Estrutura e Premissas Bsicas de Contabilizao ___________________________________________ 23 6.1.2 Estrutura da Conta Contbil ___________________________________________________________ 24 6.1.3 Principais Premissas do Sistema de Contabilizao _________________________________________ 25 6.1.4 Segregao do Sistema de Resultado _____________________________________________________ 26 6.1.5 Cadastro e Controle de Bens e Direitos ___________________________________________________ 27

    6.2 Instrues Gerais IG ________________________________________________________ 28

    6.3 Instrues Contbeis IC______________________________________________________ 36 6.3.1 Aplicaes Financeiras ________________________________________________________________ 36 6.3.2 Proviso para Crditos de Liquidao Duvidosa____________________________________________ 36 6.3.3 Estoque (inclusive do ativo imobilizado) __________________________________________________ 38 6.3.4 Despesas Pagas Antecipadamente _______________________________________________________ 39 6.3.5 Compensao de Variao de Custos da Parcela A __________________________________________ 40 6.3.6 Crditos Fiscais ______________________________________________________________________ 40 6.3.7 Desativaes ________________________________________________________________________ 41 6.3.8 Bens e Direitos Destinados Alienao ___________________________________________________ 43 6.3.9 Investimentos, gio e Desgio __________________________________________________________ 43 6.3.10 Imobilizado _______________________________________________________________________ 44 6.3.11 Depreciao/Amortizao Acumulada _________________________________________________ 49 6.3.12 Proviso para Ajuste ao Valor de Recuperao de Ativos __________________________________ 50 6.3.13 Bens da Unio _____________________________________________________________________ 52 6.3.14 Questes Ambientais _______________________________________________________________ 52 6.3.15 Fornecedores _____________________________________________________________________ 53 6.3.16 Comercializao de Energia Eltrica no mbito do Cmara de Comercializao de Energia Eltrica - CCEE _ 54 6.3.17 Debntures _______________________________________________________________________ 55 6.3.18 Reserva Global de Reverso - RGR ____________________________________________________ 56 6.3.19 Plano Previdencirio e Outros Benefcios a Empregados __________________________________ 56 6.3.20 Programa de Recuperao Fiscal - REFIS ______________________________________________ 59 6.3.21 Proviso para Descomissionamento____________________________________________________ 60 6.3.22 Proviso para Contingncias _________________________________________________________ 61 6.3.23 Obrigaes Vinculadas Concesso ___________________________________________________ 62 6.3.24 Reserva de Reavaliao _____________________________________________________________ 63 6.3.25 Reserva de Lucros a Realizar_________________________________________________________ 63 6.3.26 Recursos Destinados a Aumento de Capital _____________________________________________ 66 6.3.27 Resultado do Exerccio______________________________________________________________ 66

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    6.3.28 Contratos de Pr-Venda _____________________________________________________________ 76 6.3.29 Fuso, Ciso e Incorporao _________________________________________________________ 76 6.3.30 Consrcios _______________________________________________________________________ 77 6.3.31 Arrendamento Mercantil ____________________________________________________________ 80 6.3.32 Instrumentos Financeiros____________________________________________________________ 83 6.3.33 Demonstraes Contbeis Consolidadas ________________________________________________ 86

    7. Plano de Contas ________________________________________________________________ 88

    7.1 Elenco de Contas_____________________________________________________________ 88

    7.2 Tcnicas de Funcionamento______________________________________________________ 143 7.2.1 Numerrio Disponvel________________________________________________________________ 143 7.2.2 Aplicaes no Mercado Aberto_________________________________________________________ 147 7.2.3 Numerrio em Trnsito ______________________________________________________________ 148 7.2.4 Consumidores ______________________________________________________________________ 149 7.2.5 Programa Emergencial de Reduo do Consumo de Energia Eltrica __________________________ 153 7.2.6 Concessionrias e Permissionrias ______________________________________________________ 155 7.2.7 Rendas a Receber ___________________________________________________________________ 157 7.2.8 Emprstimos e Financiamentos ________________________________________________________ 160 7.2.9 Devedores Diversos __________________________________________________________________ 162 7.2.10 Outros Crditos __________________________________________________________________ 165 7.2.11 (-) Proviso para Crditos de Liquidao Duvidosa ______________________________________ 172 7.2.12 (-) Ttulos a Receber Descontados ____________________________________________________ 174 7.2.13 Estoques ________________________________________________________________________ 175 7.2.14 Ttulos e Valores Mobilirios ________________________________________________________ 181 7.2.15 Fundos Vinculados ________________________________________________________________ 184 7.2.16 Caues e Depsitos Vinculados _____________________________________________________ 186 7.2.17 Desativaes em Curso_____________________________________________________________ 188 7.2.18 Ordem de Dispndios a Reembolsar - ODR ____________________________________________ 192 7.2.19 Alienaes em Curso ______________________________________________________________ 194 7.2.20 Dispndios a Reembolsar em Curso___________________________________________________ 196 7.2.21 Servios em Curso ________________________________________________________________ 198 7.2.22 Crditos Fiscais __________________________________________________________________ 203 7.2.23 Pagamentos Antecipados ___________________________________________________________ 204 7.2.24 Consumidores ____________________________________________________________________ 208 7.2.25 Programa Emergencial de Reduo do Consumo de Energia Eltrica________________________ 210 7.2.26 Concessionrias e Permissionrias ___________________________________________________ 213 7.2.27 Emprstimos e Financiamentos ______________________________________________________ 215 7.2.28 Devedores Diversos _______________________________________________________________ 217 7.2.29 Outros Crditos __________________________________________________________________ 218 7.2.30 (-) Proviso para Crditos de Liquidao Duvidosa ______________________________________ 220 7.2.31 (-) Ttulos a Receber Descontados ____________________________________________________ 222 7.2.32 Estoques ________________________________________________________________________ 223 7.2.33 Ttulos e Valores Mobilirios ________________________________________________________ 225 7.2.34 Fundos Vinculados ________________________________________________________________ 227 7.2.35 Caues e Depsitos Vinculados _____________________________________________________ 228 7.2.36 FGTS/Conta-Empresa _____________________________________________________________ 229 7.2.37 (-) Proviso para Ajuste ao Valor de Recuperao de Ativos _______________________________ 231 7.2.38 Depsitos Vinculados a Litgios ______________________________________________________ 232 7.2.39 Servios em Curso ________________________________________________________________ 233 7.2.40 Crditos Fiscais __________________________________________________________________ 238 7.2.41 Vendas _________________________________________________________________________ 240 7.2.42 Adiantamentos e Emprstimos ______________________________________________________ 241 7.2.43 Pagamentos Antecipados ___________________________________________________________ 242 7.2.44 Bens e Direitos Destinados Alienao ________________________________________________ 246

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    7.2.45 Participaes Societrias Permanentes - Avaliadas pela Equivalncia Patrimonial ____________ 248 7.2.46 Participaes Societrias Permanentes - Avaliadas pelo Custo de Aquisio __________________ 250 7.2.47 (-) Reintegrao Acumulada ________________________________________________________ 252 7.2.48 (-) Proviso para Desvalorizao das Participaes Societrias Permanentes _________________ 253 7.2.49 Bens de Renda ___________________________________________________________________ 255 7.2.50 (-) Reintegrao Acumulada ________________________________________________________ 257 7.2.51 Bens e Direitos para Uso Futuro _____________________________________________________ 258 7.2.52 Outros __________________________________________________________________________ 261 7.2.53 Proviso para Ajuste ao Valor de Recuperao de Ativos _________________________________ 263 7.2.54 Intangveis ______________________________________________________________________ 264 7.2.55 (-) Reintegrao Acumulada - Intangveis ______________________________________________ 266 7.2.56 Terrenos ________________________________________________________________________ 268 7.2.57 Reservatrios, Barragens e Adutoras _________________________________________________ 271 7.2.58 (-) Reintegrao Acumulada - Reservatrios, Barragens e Adutoras _________________________ 273 7.2.59 Edificaes, Obras Civis e Benfeitorias ________________________________________________ 274 7.2.60 (-) Reintegrao Acumulada - Edificaes, Obras Civis e Benfeitorias _______________________ 277 7.2.61 Mquinas e Equipamentos __________________________________________________________ 279 7.2.62 (-) Reintegrao Acumulada - Mquinas e Equipamentos _________________________________ 281 7.2.63 Veculos_________________________________________________________________________ 283 7.2.64 (-) Reintegrao Acumulada - Veculos ________________________________________________ 285 7.2.65 Mveis e Utenslios ________________________________________________________________ 287 7.2.66 (-) Reintegrao Acumulada - Mveis e Utenslios _______________________________________ 289 7.2.67 Imobilizado em Curso _____________________________________________________________ 291 7.2.68 Imobilizado em Curso - A Ratear ____________________________________________________ 296 7.2.69 Imobilizado em Curso - Estudos e Projetos _____________________________________________ 298 7.2.70 Imobilizado em Curso - Transformao, Fabricao e Reparo de Materiais___________________ 301 7.2.71 Imobilizado em Curso - Material em Depsito __________________________________________ 303 7.2.72 Imobilizado em Curso - Compras em Andamento _______________________________________ 305 7.2.73 Imobilizado em Curso - Adiantamento a Fornecedores ___________________________________ 307 7.2.74 Imobilizado em Curso - Depsitos Judiciais ____________________________________________ 309 7.2.75 gio na Incorporao de Sociedade Controladora _______________________________________ 311 7.2.76 Proviso para Perda de gio na Incorporao de Sociedade Controladora ___________________ 312 7.2.77 (-) Amortizao Acumulada do gio na Incorporao de Sociedade Controladora _____________ 313 7.2.78 (-) Proviso para Ajuste ao Valor de Recuperao de Ativos _______________________________ 314 7.2.79 Ativo Diferido em Servio - Despesas Pr-Operacionais___________________________________ 315 7.2.80 (-) Amortizao Acumulada - Despesas Pr-Operacionais _________________________________ 317 7.2.81 Ativo Diferido em Curso - Despesas Pr-Operacionais ____________________________________ 318 7.2.82 Ativo Diferido em Servio - Benfeitorias em Propriedade de Terceiro _______________________ 320 7.2.83 (-) Amortizao Acumulada - Benfeitorias em Propriedade de Terceiro ______________________ 322 7.2.84 Ativo Diferido em Curso - Benfeitorias em Propriedade de Terceiro_________________________ 323 7.2.85 Ativo Diferido em Servio - Outras Despesas Diferidas ___________________________________ 325 7.2.86 (-) Amortizao Acumulada - Outras Despesas Diferidas__________________________________ 327 7.2.87 Ativo Diferido em Curso - Outras Despesas Diferidas ____________________________________ 329 7.2.88 (-) Proviso para Ajuste ao Valor de Recuperao de Ativos _______________________________ 331 7.2.89 Fornecedores ____________________________________________________________________ 332 7.2.90 Programa Emergencial de Reduo de Consumo de Energia Eltrica________________________ 336 7.2.91 Folha de Pagamento _______________________________________________________________ 338 7.2.92 Encargos de Dvidas _______________________________________________________________ 341 7.2.93 Tributos e Contribuies Sociais _____________________________________________________ 343 7.2.94 Participaes nos Lucros ___________________________________________________________ 345 7.2.95 Dividendos Declarados e Juros sobre o Capital Prprio___________________________________ 347 7.2.96 Emprstimos a Curto Prazo_________________________________________________________ 349 7.2.97 Debntures ______________________________________________________________________ 350 7.2.98 Emprstimos e Financiamentos ______________________________________________________ 352 7.2.99 Outras Captaes de Recursos de Terceiros ____________________________________________ 353

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    7.2.100 Benefcios Ps-Emprego____________________________________________________________ 355 7.2.101 Credores Diversos ________________________________________________________________ 356 7.2.102 Obrigaes Estimadas _____________________________________________________________ 360 7.2.103 Proviso para Descomissionamento___________________________________________________ 363 7.2.104 Receita Diferida - Ajuste a Valor Presente de Tributos e Contribuies Sociais Refinanciadas ____ 365 7.2.105 Outras Obrigaes ________________________________________________________________ 367 7.2.106 Pesquisa & Desenvolvimento ________________________________________________________ 372 7.2.107 Programa de Eficincia Energtica - PEE______________________________________________ 373 7.2.108 Provises Passivas ________________________________________________________________ 374 7.2.109 Fornecedores ____________________________________________________________________ 375 7.2.110 Programa Emergencial de Reduo do Consumo de Energia Eltrica________________________ 377 7.2.111 Encargos de Dvidas _______________________________________________________________ 379 7.2.112 Tributos e Contribuies Sociais _____________________________________________________ 381 7.2.113 Debntures ______________________________________________________________________ 383 7.2.114 Emprstimos e Financiamentos ______________________________________________________ 385 7.2.115 Outras Captaes de Recursos de Terceiros ____________________________________________ 386 7.2.116 Benefcios Ps-Emprego____________________________________________________________ 387 7.2.117 Credores Diversos ________________________________________________________________ 388 7.2.118 Obrigaes Estimadas _____________________________________________________________ 391 7.2.119 Proviso para Descomissionamento___________________________________________________ 392 7.2.120 FGTS/Conta-Empresa _____________________________________________________________ 394 7.2.121 Receita Diferida - Ajuste a Valor Presente de Tributos e Contribuies Sociais Refinanciadas ____ 395 7.2.122 Outras Obrigaes ________________________________________________________________ 397 7.2.123 Reverso /Amortizao ____________________________________________________________ 399 7.2.124 Provises Passivas ________________________________________________________________ 400 7.2.125 Participao da Unio _____________________________________________________________ 402 7.2.126 Participao Financeira do Consumidor _______________________________________________ 404 7.2.127 Doaes e Subvenes Destinadas a Investimentos no Servio Concedido _____________________ 407 7.2.128 Participao Financeira dos Estados __________________________________________________ 409 7.2.129 Participao Financeira dos Municpios _______________________________________________ 411 7.2.130 Outras __________________________________________________________________________ 413 7.2.131 Receitas _________________________________________________________________________ 415 7.2.132 (-) Despesas Correspondentes a Receita _______________________________________________ 417 7.2.133 Capital Subscrito _________________________________________________________________ 418 7.2.134 (-) Capital a Integralizar ___________________________________________________________ 420 7.2.135 Correo Monetria do Capital Integralizado __________________________________________ 421 7.2.136 gio na Emisso de Aes - Converso de Debntures e Partes Beneficirias _________________ 422 7.2.137 gio na Emisso de Aes - Subscrio de Capital _______________________________________ 423 7.2.138 (-) gio a Realizar ________________________________________________________________ 424 7.2.139 Produto da Alienao de Partes Beneficirias ___________________________________________ 425 7.2.140 Produto da Alienao de Bnus de Subscrio __________________________________________ 426 7.2.141 Prmio na Emisso de Debntures____________________________________________________ 427 7.2.142 Doaes e Subvenes para Investimento ______________________________________________ 428 7.2.143 Reserva Especial de Correo Monetria ______________________________________________ 430 7.2.144 Remunerao Sobre o Capital Prprio ________________________________________________ 431 7.2.145 gio na Incorporao de Sociedade Controladora _______________________________________ 432 7.2.146 Outras Reservas de Capital _________________________________________________________ 433 7.2.147 Reavaliao de Elementos do Ativo ___________________________________________________ 434 7.2.148 Reserva Legal ____________________________________________________________________ 435 7.2.149 Reservas Estatutrias ______________________________________________________________ 436 7.2.150 Reserva para Contingncias_________________________________________________________ 437 7.2.151 Reserva de Reteno de Lucros ______________________________________________________ 438 7.2.152 Reserva de Lucros a Realizar________________________________________________________ 439 7.2.153 Reserva Obrigatria do Dividendo No Distribudo ______________________________________ 440 7.2.154 Outras Reservas de Lucro __________________________________________________________ 441

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    7.2.155 Adiantamentos ___________________________________________________________________ 442 7.2.156 Lucros Acumulados _______________________________________________________________ 443 7.2.157 (-) Prejuzos Acumulados ___________________________________________________________ 445 7.2.158 (-) Dividendos Intercalares__________________________________________________________ 447 7.2.159 (-) Aes em Tesouraria____________________________________________________________ 449 7.2.160 Fornecimento ____________________________________________________________________ 450 7.2.161 Suprimento ______________________________________________________________________ 452 7.2.162 Energia Eltrica de Curto Prazo _____________________________________________________ 453 7.2.163 Receita pela Disponibilidade da Rede Eltrica __________________________________________ 454 7.2.164 Renda da Prestao de Servios______________________________________________________ 456 7.2.165 Arrendamentos e Aluguis __________________________________________________________ 457 7.2.166 Doaes, Contribuies e Subvenes Vinculadas ao Servio Concedido______________________ 458 7.2.167 Ganhos na Alienao de Materiais ___________________________________________________ 459 7.2.168 Servio Taxado ___________________________________________________________________ 460 7.2.169 Diversas Receitas _________________________________________________________________ 461 7.2.170 (-) Tributos e Contribuies sobre a Receita - Federais ___________________________________ 462 7.2.171 (-) Tributos e Contribuies sobre a Receita - Estaduais __________________________________ 463 7.2.172 (-) Tributos e Contribuies sobre a Receita - Municipais _________________________________ 464 7.2.173 (-) Encargos do Consumidor - Quota para a Reserva Global de Reverso - RGR ______________ 465 7.2.174 (-) Encargos do Consumidor - Outros Encargos _________________________________________ 466 7.2.175 Natureza de Gasto: 01 - Pessoal ______________________________________________________ 467 7.2.176 Natureza de Gasto: 02 - Administradores ______________________________________________ 470 7.2.177 Natureza de Gasto: 11 - Material _____________________________________________________ 472 7.2.178 Natureza de Gasto: 12 - Matria-Prima e Insumos para Produo de Energia Eltrica __________ 473 7.2.179 Natureza de Gasto: 21 - Servio de Terceiros ___________________________________________ 474 7.2.180 Natureza de Gasto: 34 Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia Eltrica PROINFA____ 476 7.2.181 Natureza de Gasto: 35 Programa de Eficincia Energtica - PEE __________________________ 477 7.2.182 Natureza de Gasto: 36 Quota CCC/CDE ___________________________________________ 478 7.2.183 Natureza de Gasto: 37 - Compensao Financeira pela Utilizao de Recursos Hdricos _________ 479 7.2.184 Natureza de Gasto: 38 - Taxa de Fiscalizao ___________________________________________ 480 7.2.185 Natureza de Gasto: 39 Pesquisa e Desenvolvimento_____________________________________ 481 7.2.186 Natureza de Gasto: 40 - Energia Eltrica Comprada para Revenda Curto Prazo _____________ 482 7.2.187 Natureza de Gasto: 41 - Energia Eltrica Comprada para Revenda _________________________ 483 7.2.188 Natureza de Gasto: 42 - Encargos de Uso da Rede Eltrica ________________________________ 484 7.2.189 Natureza de Gasto: 53 - Depreciao__________________________________________________ 485 7.2.190 Natureza de Gasto: 55 - Amortizao _________________________________________________ 486 7.2.191 Natureza de Gasto: 56 - Descomissionamento___________________________________________ 487 7.2.192 Natureza de Gasto: 81 - Encargos Financeiros e Efeitos Inflacionrios _______________________ 488 7.2.193 Natureza de Gasto: 82 - Aquisio de Imveis e Instalaes ________________________________ 489 7.2.194 Natureza de Gasto: 83 Valor Lquido da Desativao ___________________________________ 490 7.2.195 Natureza de Gasto: 91 - Arrendamentos e Aluguis ______________________________________ 491 7.2.196 Natureza de Gasto: 92 - Seguros _____________________________________________________ 492 7.2.197 Natureza de Gasto: 93 - Tributos_____________________________________________________ 493 7.2.198 Natureza de Gasto: 94 - Doaes, Contribuies e Subvenes _____________________________ 494 7.2.199 Natureza de Gasto: 95 - Proviso_____________________________________________________ 495 7.2.200 Natureza de Gasto: 96 - (-) Reverso da Proviso________________________________________ 496 7.2.201 Natureza de Gasto: 97 - Perdas na Alienao de Materiais ________________________________ 498 7.2.202 Natureza de Gasto: 98 - (-) Recuperao de Despesas_____________________________________ 499 7.2.203 Natureza de Gasto: 99 - Outros ______________________________________________________ 501 7.2.204 Rendas _________________________________________________________________________ 503 7.2.205 Ganho de Equivalncia Patrimonial __________________________________________________ 505 7.2.206 Variaes Monetrias______________________________________________________________ 506 7.2.207 Renda dos Ttulos e Valores Mobilirios Alienados ______________________________________ 506 7.2.208 Amortizao e Ganhos com Participao Societria______________________________________ 508 7.2.209 (-) Tributos e Contribuies sobre Receitas Financeiras___________________________________ 510

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    7.2.210 Outras Receitas Financeiras ________________________________________________________ 511 7.2.211 Encargos de Dvidas _______________________________________________________________ 513 7.2.212 Perda de Equivalncia Patrimonial ___________________________________________________ 515 7.2.213 Variaes Monetrias______________________________________________________________ 516 7.2.214 Custo dos Ttulos e Valores Mobilirios Alienados _______________________________________ 517 7.2.215 Amortizao e Perdas com Participao Societria ______________________________________ 518 7.2.216 Proviso para Desvalorizao de Ttulos e Valores Mobilirios _____________________________ 519 7.2.217 (-) Reverso da Proviso para Desvalorizao de Ttulos e Valores Mobilirios ________________ 520 7.2.218 Outras Despesas Financeiras ________________________________________________________ 521 7.2.219 Ganhos na Alienao de Bens e Direitos _______________________________________________ 523 7.2.220 Ganhos _________________________________________________________________________ 525 7.2.221 (-) Imposto e Contribuies sobre Receitas No Operacionais ______________________________ 527 7.2.222 Outras Receitas __________________________________________________________________ 528 7.2.223 Perdas na Desativao de Bens e Direitos ______________________________________________ 529 7.2.224 Perdas na Alienao de Bens e Direitos ________________________________________________ 530 7.2.225 Perdas __________________________________________________________________________ 532 7.2.226 Provises No Operacionais _________________________________________________________ 534 7.2.227 (-) Reverso de Provises No Operacionais ____________________________________________ 536 7.2.228 Outras Despesas __________________________________________________________________ 538 7.2.229 Resultado do Exerccio Antes da Contribuio Social e Imposto de Renda ____________________ 539 7.2.230 Provises sobre o Resultado do Exerccio ______________________________________________ 540 7.2.231 Participaes_____________________________________________________________________ 542 7.2.232 Contribuies Entidades de Previdncia Privada aos Empregados _________________________ 543 7.2.233 Reverso dos Juros sobre o Capital Prprio ____________________________________________ 544

    8. Taxas de Depreciao_____________________________________________________________ 545

    9. Roteiro para Elaborao e Divulgao de Informaes Contbeis, Econmico-Financeiras e Socioambientais ___________________________________________________________________ 549

    9.1 Orientaes Gerais_____________________________________________________________ 549 9.1.1 Introduo_________________________________________________________________________ 549 9.1.2 Divulgaes Gerais __________________________________________________________________ 556 9.1.3 Relatrio da Administrao ___________________________________________________________ 558 9.1.4 Balano Patrimonial _________________________________________________________________ 565 9.1.5 Demonstrao do Resultado __________________________________________________________ 571 9.1.6 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido _______________________________________ 574 9.1.7 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos _______________________________________ 574 9.1.8 Notas Explicativas ___________________________________________________________________ 596 9.1.9 Balano Social ______________________________________________________________________ 623 9.1.10 Demonstrao do Fluxo de Caixa ____________________________________________________ 623 9.1.11 Demonstrao do Valor Adicionado - DVA_____________________________________________ 641 9.1.12 Demonstraes Contbeis em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante ___________________ 644 9.1.13 Demonstraes Contbeis Consolidadas _______________________________________________ 646

    9.2 Mode los______________________________________________________________________ 648 9.2.1 Relatrio da Administrao ___________________________________________________________ 649 9.2.2 Demonstraes Contbeis _____________________________________________________________ 665 9.2.2.1 Balano Patrimonial _________________________________________________________________ 665 9.2.2.2 Demonstrao do Resultado ___________________________________________________________ 667 9.2.2.3 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido _______________________________________ 670 9.2.2.4 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos _______________________________________ 671 9.2.2.5 Notas Explicativas ___________________________________________________________________ 673 9.2.3 Informaes Complementares _________________________________________________________ 703 9.2.3.1 Balano Social - 20X1 ________________________________________________________________ 703 9.2.3.2 Demonstrao do Fluxo de Caixa _______________________________________________________ 713

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    9.2.3.3. Demonstrao do Valor Adicionado ____________________________________________________ 715 9.2.3.4 Guia de elaborao de relatrio e balano anual de responsabilidade social empresarial ___________ 717

    10. Bibliografia ____________________________________________________________________ 758

    11. Glossrio ______________________________________________________________________ 764

    12. Abreviaturas ___________________________________________________________________ 820

    13. ndice Remissivo ________________________________________________________________ 823

    14. Formulrio para Crticas e Recomendaes (Modelo) __________________________________ 837

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    1. Introduo

    A primeira apresentao estruturada de um Plano de Contas do setor de energia eltrica foi instituda pelo Decreto no 28.545, de 24 de agosto de 1950, sob o ttulo "Classificao de Contas para Empresas de Energia Eltrica", que vigorou at 31 de dezembro de 1978.

    Com o advento da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Aes), por determinao do Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica DNAEE, houve a primeira reformulao do conjunto de normas contidas no documento acima mencionado resultando em significativas alteraes dos procedimentos contbeis adotados pelas empresas do setor de energia eltrica. Esses trabalhos foram desenvolvidos por profissionais do setor eltrico, resultando em um novo Plano de Contas do Servio Pblico de Energia Eltrica, institudo pelo Decreto no 82.962, de 29 de dezembro de 1978, para vigncia a partir de 1o de janeiro de 1979. Esse Plano de Contas representou um marco importantssimo para o setor eltrico, uma vez que consolidou procedimentos contbeis j consagrados e introduziu novos conceitos com base na legislao vigente poca. Ademais, foi elaborado de forma didtica, facilitando sua implementao por parte das empresas do setor de energia eltrica.

    Posteriormente, em funo de alteraes na legislao e modificaes de procedimentos contbeis estabelecidas por rgos reguladores e por entidades representativas dos profissionais de contabilidade, foram introduzidas adaptaes e melhorias no Plano de Contas, permitindo a sua permanente atualizao, com base nos seguintes atos legais e normativos: (a) Decretos

    Nmero Data 84.441 29 de janeiro de 1980 95.246 17 de novembro de 1987 99.429 31 de julho de 1990

    (b) Portarias do Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica - DNAEE

    Nmero Data 250 12 de dezembro de 1985 133 1o de outubro de 1987 205 10 de dezembro de 1987 76 4 de maio de 1988 101 21 de junho de 1988 133 25 de julho de 1988 247 23 de dezembro de 1988 255 29 de dezembro de 1988 256 29 de dezembro de 1988 257 29 de dezembro de 1988

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    262 30 de dezembro de 1988 263 30 de dezembro de 1988 44 1 o de maro de 1989 45 1 o de maro de 1989 46 1 o de maro de 1989 49 3 de maro de 1989 50 3 de maro de 1989 67 7 de abril de 1989 251 26 de agosto de 1992 310 30 de outubro de 1992 469 31 de dezembro de 1992 470 31 de dezembro de 1992 526 22 de novembro de 1995 28 6 de fevereiro de 1996 422 25 de novembro de 1996 517 24 de dezembro de 1996 42 3 de fevereiro de 1997

    Em 26 de dezembro de 1996, com a promulgao da Lei no 9.427, foi instituda a Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL, tendo como uma de suas atribuies, o prazo de 24 meses, a contar da sua organizao, para promover a simplificao do Plano de Contas com segmentao das contas por tipo de atividade (produo, transmisso e distribuio), permitindo a apurao do resultado contbil de cada segmento e por unidade de negcios e proporcionando mais transparncia para o controle e o acompanhamento do servio da concesso. O Plano de Contas, resultante do processo de simplificao acima referido, foi estabelecido pela Resoluo no 001, de 24 de dezembro de 1997, da ANEEL, para entrada em vigor a partir de 1o de janeiro de 1998. Posteriormente, a Resoluo no 422, de 16 de dezembro de 1998, da ANEEL, introduziu alteraes na Instruo Geral no 5 do Plano de Contas.

    Em 2001, a ANEEL identificou a necessidade de proceder nova reformulao do Plano de Contas, considerando-se os seguintes fatores principais: (a) Necessidades de aprimoramento das instrues gerais, de incluso e excluso de contas e de

    aspectos relacionados funcionalidade do Plano; (b) Mudanas ocorridas na legislao aplicvel ao setor eltrico e nova realidade econmica do Pas,

    considerando-se, inclusive, o processo de privatizao; (c) As novas caractersticas do setor eltrico, que passa por um processo de desverticalizao, havendo

    necessidade de segregao das atividades pelos segmentos de gerao, transmisso, distribuio e comercializao;

    (d) A tendncia de as atividades de ponta (gerao e comercializao) operarem em condies livres,

    mantendo-se sob regulao as atividades de transmisso e distribuio;

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    (e) A necessidade de destacar claramente os dados e informaes referentes ao desempenho da concesso e permisso, segregando-os adequadamente daqueles relativos a outras atividades das concessionrias e permissionrias;

    (f) A necessidade de adaptao de alguns procedimentos contbeis e de divulgao das concessionrias

    e permissionrias aos padres internacionais, nos aspectos em que no ocorram conflitos em relao legislao societria brasileira; e

    (g) A necessidade de divulgao de informaes adicionais relacionadas s atividades das

    concessionrias e permissionrias, considerando-se suas caractersticas de prestadoras de servio pblico, os aspectos de natureza social e os interesses dos diversos tipos de usurios (rgos reguladores, acionistas, investidores, analistas, funcionrios, consumidores, instituies financeiras, credores e pblico em geral).

    Concludos os trabalhos, instituiu-se um documento denominado "Manual de Contabilidade do Servio

    Pblico de Energia Eltrica". Este Manual contempla o Plano de Contas do Setor Eltrico revisado, objetivos, instrues gerais, instrues contbeis, instrues de divulgao de dados e informaes contbeis, financeiras, administrativas e de responsabilidade social entre outras.

    2. Conceitos, Fundamentos e Aplicabilidade 2.1 Conceitos e Fundamentos

    Na concepo deste Manual foram considerados normas e procedimentos julgados adequados para serem utilizados como fundamentos para registro das operaes realizadas pelas concessionrias e permissionrias do servio pblico de energia eltrica e a respectiva divulgao do resultado dessas operaes, luz das prticas contbeis estabelecidas pela legislao societria brasileira.

    2.2 Aplicabilidade

    As normas contidas neste manual devem ser aplicadas para o perodo que se inicia em 1o de janeiro de 2002. A aplicao antecipada dessas normas encorajada. Por ocasio da elaborao das demonstraes contbeis relativas ao exerccio a findar em 31 de dezembro de 2001, a concessionria e a permissionria devero fazer constar em nota explicativa a seguinte redao: A Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL promoveu a reviso das normas e procedimentos contidos no Plano de Contas do Servio Pblico de Energia Eltrica, instituindo um documento denominado de Manual de Contabilidade do Servio Pblico de Energia Eltrica, contendo o Plano de Contas, instrues contbeis e roteiro para divulgao de informaes econmicas e financeiras resultando em importantes alteraes nas prticas contbeis e de divulgao, at ento aplicveis, s empresas do setor. As normas contidas no referido Manual so de aplicao compulsria a partir de 1o de janeiro de 2002.

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    Para efeito de comparabilidade das informaes contbeis do exerccio de 2002 com aquela do exerccio de 2001, estas devero ser reclassificadas considerando as disposies contidas neste Manual.

    Na elaborao do Manual, alm das disposies contidas na Le i no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, foram tambm consideradas as disposies e normas, julgadas aplicveis, emanadas dos seguintes rgos e entidades: (a) Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL;

    (b) Conselho Federal de Contabilidade CFC;

    (c) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IBRACON; (d) Comisso de Valores Mobilirios CVM; (e) Comit de Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards Committee

    IASC). 3. Objetivos Este Manual foi elaborado tendo os seguintes principais objetivos: (a) Padronizar os procedimentos contbeis adotados pelas concessionrias e permissionrias do servio

    pblico de energia eltrica, permitindo o controle e o acompanhamento das respectivas atividades, objeto da concesso e permisso, pela Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL;

    (b) Atender aos preceitos da legislao comercial brasileira, alm da legislao especfica do Servio

    Pblico de Energia Eltrica e do ordenamento jurdico-societrio, bem como a plena observncia dos princpios fundamentais de contabilidade, contribuindo para a avaliao do equilbrio econmico-financeiro da concesso atribuda pela Unio Federal;

    (c) Permitir a elaborao das demonstraes contbeis e correspondentes notas explicativas, do

    relatrio da administrao e das informaes complementares que necessitem de divulgao para atendimento de dispositivos da legislao societria brasileira, da legislao aplicvel s companhias abertas, da legislao aplicvel ao setor de energia eltrica e para atendimento das necessidades de investidores, acionistas, instituies financeiras, credores, consumidores, rgos reguladores e pblico em geral;

    (d) Permitir a adequada apurao do resultado das atividades de Gerao, Transmisso, Distribuio e

    Comercializao; (e) Contribuir para a avaliao da anlise do equilbrio econmico-financeiro da Concessionria e

    Permissionria.

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    4. Principais Alteraes

    (a) Estruturao do Manual de Contabilidade comparativamente com o Plano de Contas:

    ANTERIOR ATUAL

    Plano de Contas do Servio Pblico de Energia Eltrica

    Manual de Contabilidade do Servio Pblico de Energia Eltrica

    ------------------------------ Prefcio ------------------------------ Sumrio ------------------------------- Introduo Documentos legais (decretos, portarias e resoluo) que instituem e modificam o plano de contas.

    Resumo dos documentos legais que instituem e modificam o plano de contas, includo na introduo.

    ------------------------------ Conceitos, fundamentos e aplicabilidade ------------------------------ Objetivos ------------------------------ Principais alteraes em relao ao plano de contas

    anterior ------------------------------ Comparativo das principais prticas contbeis Objetivos, caractersticas e naturezas do plano Estrutura e premissas bsicas de contabilizao Instrues gerais Instrues gerais e instrues contbeis Elenco de contas Elenco de contas Tcnicas de funcionamento Tcnicas de funcionamento Taxas de depreciao Taxas de depreciao ------------------------------ Relatrio da Administrao roteiro e modelo

    para elaborao ------------------------------ Demonstraes Contbeis roteiro e modelo para

    elaborao

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    ANTERIOR ATUAL ------------------------------ Notas Explicativas roteiro e modelo para

    elaborao ------------------------------ Balano Social roteiro e modelo para elaborao ------------------------------ Demonstrao do Fluxo de Caixa roteiro e

    modelo para elaborao ------------------------------ Demonstrao do Valor Adicionado - DVA

    roteiro e modelo para elaborao ------------------------------ Bibliografia ------------------------------ Glossrio ------------------------------ Abreviaturas ------------------------------ ndice Remissivo ------------------------------ Formulrio para crticas e recomendaes

    Um dos aspectos que merece destaque a apresentao do Comparativo de Prticas Contbeis, que revela o grau de harmonizao existente entre as principais prticas contbeis do setor eltrico com aquelas estabelecidas pela CVM, pelo IBRACON, pelo Conselho Federal de Contabilidade, pela Lei das Sociedades por Aes e pelas Normas Internacionais de Contabilidade (IAS International Account ing Standards). Esse comparativo revela, tambm, as fontes de referncia relativas a cada assunto (pronunciamentos, instrues, deliberaes, resolues, ofcios, textos legais e regulamentares etc.), para facilitar o seu uso nas atividades das concessionrias, permissionrias, auditores, estudantes e outros interessados e permitindo condies mais favorveis para a realizao de consultas por parte desses usurios.

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    (b) Procedimentos Contbeis e de Divulgao

    PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO ASSUNTO ANTERIOR ATUAL

    Uso opcional.

    1) Contas de compensao (Sistema Extrapatrimonial)

    Uso obrigatrio

    Caso as contas de compensao no sejam mantidas, o controle contbil deve ser substitudo por registros e controles auxiliares.

    2) Proviso para crditos de liquidao duvidosa

    No permite proviso para crditos com poderes pblicos.

    Todos os crditos devem ser objeto de anlise para fins de proviso.

    Define metodologia para fins de clculo da proviso por classe de consumidores.

    3) Descomissionamento de usinas nucleares

    No contempla

    Incluso de procedimentos com base em experincia especfica de concessionria.

    4) Combustvel nuclear

    Contempla procedimentos para contabilizao no ativo imobilizado

    Contempla procedimentos especficos para contabilizao no ativo circulante e no longo prazo.

    5) Crditos fiscais - Impostos diferidos

    Contempla em termos genricos

    Inclui critrios e procedimentos especficos para constituio de crditos sobre diferenas temporrias e prejuzos fiscais.

    6) gio / desgio na subscrio ou integralizao de investimentos

    Contempla parcialmente

    Incluso de procedimentos especficos para registro/ amortizao de gio/ desgio.

    7) gio na incorporao de sociedade controladora

    No contempla

    Incluso de procedimentos especficos, em linha com as determinaes da CVM.

    Prazo de amortizao: perodo

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    da concesso. 8) Desativao de bens do ativo imobilizado - valor salvado

    Contempla o conceito de "valor salvado"

    Atualiza o conceito de "valor salvado", que definido como valor residual contbil, para harmonizao com as prticas contbeis nacionais e internacionais.

    9) Ajustes de ativos no correntes a valores provveis de realizao

    No contempla

    Incluso de critrios e procedimentos para constituio de proviso para ajustes de ativos no correntes a valores provveis de realizao.

    10) Reavaliao de ativos imobilizados

    Contempla a possibilidade.

    Contempla a possibilidade, enfatizando que o valor do ativo reavaliado seja recuperado nas operaes, em funo das tarifas concedidas pelo rgo regulador.

    No contempla o provisionamento de encargos tributveis correspondentes.

    Inclui o provisionamento dos encargos tributrios correspondentes.

    11) Obrigaes especiais vinculadas concesso

    Apresentadas nas demonstraes contbeis no Passivo Exigvel a Longo Prazo.

    Apresentadas nas demonstraes contbeis como reduo do Ativo Imobilizado.

    12) Contingncias

    Contemplado no plano em termos genricos. Detalhadamente, em Ofcio Circular de encerramento.

    Inclui critrios e procedimentos detalhados para constituio de provises e divulgaes aplicveis.

    13) Obrigaes - REFIS

    No contemplado no plano. Contemplado em Ofcio Circular de encerramento

    Incluso de procedimentos especficos.

    14) Fundos de penso (entidades de previdncia privada)

    Contempla alguns aspectos que atendem em

    Inclui conceitos e procedimentos contbeis mais abrangentes, em

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    parte as necessidades atuais.

    linha com Pronuciamento n0 26 do IBRACON, referendado pela Deliberao CVM 371/2000.

    15) Itens extraordinrios na Demonstrao do Resultado

    No contemplado no Plano de Contas. Contemplado em Ofcio Circular de encerramento.

    Inclui conceitos e procedimentos contbeis especficos.

    16) Rateio das despesas da Administrao Central para as Imobilizaes em Curso

    Permite o rateio de at 10% do total das despesas de pessoal e servios de terceiros

    Mantm o rateio, porm extingue o rateio com base em percentual pr-estabelecido. Permite a alocao com base em critrios adequadamente fundamentados.

    17) Ajustes de valores dos custos no gerenciveis - Parcela A -Contrato de Concesso

    Dbito ao Resultado do Exerccio

    Dbito a Despesas Antecipadas, para apropriao ao resultado no perodo de vigncia da tarifa reajustada.

    18) Pesquisa e desenvolvimento - Lei 9.991

    No contempla

    Inclui procedimento contbil relativo a constituio de proviso especfica.

    19) Encargos de financiamentos vinculados as imobilizaes em curso

    Considera a vinculao contrato e imobilizao em curso

    Inclui tambm a comprovao da efetiva utilizao dos recursos nas imobilizaes em curso.

    20) Instrumentos Financeiros

    No contempla

    Inclui procedimentos para divulgao de informaes referentes a instrumentos financeiros em linha com a Instruo CVM 235/95.

    21) Consrcios

    Contempla em termos genricos

    Includa Instruo Contbil especfica, detalhando conceitos e procedimentos aplicveis.

    22) Comercializao de energia

    Sub-atividade da gerao e distribuio

    Atividade de comercializao destacada, com detalhamento dos conceitos e procedimentos aplicveis, tais como: criao de contas contbeis especficas,

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    instrues gerais e contbeis, tcnicas de funcionamento, roteiro e modelo para elaborao de notas explicativas.

    23) Compra e venda de energia no CCEE

    No contempla procedimentos especficos

    Inclui procedimentos contbeis especficos.

    24) Demonstrao do Resultado

    Estruturada por natureza de gastos. No contempla conceito de lucro bruto

    Estruturada para contemplar receita, custo e lucro bruto e demais receitas e despesas operacionais nos padres estabelecidos pela legislao societria.

    25) Elaborao e divulgao de demonstraes contbeis e notas explicativas

    No contemplado no plano. Contemplado parcialmente em Ofcio Circular de encerramento

    Includos roteiro e modelos para elaborao e divulgao de demonstraes contbeis e notas explicativas.

    26) Elaborao e divulgao de Relatrio de Administrao

    No contemplado no plano. Contemplado parcialmente, em Ofcio Circular de encerramento

    Includos roteiro e modelo para elaborao e divulgao do Relatrio da Administrao.

    27) Elaborao e divulgao de relatrios e informaes complementares

    No contemplado no plano. Contemplado parcialmente em Ofcio Circular de encerramento

    Includos roteiro e modelos para elaborao e divulgao de:

    Balano Social Demonstrao do Valor

    Adicionado - DVA Demonstrao do Fluxo de

    Caixa. 28) Programa de racionamento de energia eltrica

    No contemplado no plano

    Inclui procedimentos contbeis especficos.

    29) Produtor Independente

    No contemplado no plano

    Uso dos procedimentos contbeis e de divulgao estabelecidos pelo Manual: Opcional;

    Taxas de Depreciao dos Bens

    e Instalaes do Ativo Imobilizado: Obrigatrio o uso

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    das taxas estabelecidas pelo rgo Regulador;

    Cadastramento e controle dos bens e instalaes do ativo imobilizado: Obrigatrio para os bens e instalaes vinculados concesso que sejam reversveis Unio.

    30) Arrendamento Mercantil (Leasing)

    Contemplado em termos genricos

    Includa instruo contbil especfica que contempla procedimentos contbeis alinhados com as prticas internacionais, que so consideradas preferenciais; no entanto, permite a utilizao dos procedimentos contbeis atualmente adotados no Brasil, que esto alinhados com a legislao tributria.

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    5. Comparativo das Principais Prticas Contbeis

    DESCRIO DO ITEM CVM IBRACON CFC LEI DAS S/A IASC SRF Proviso para crditos de liquidao duvidosa - PDD

    Of. Circ. PTE 578/85 Pronunc. I NBC-T-4 Art. 183 I NIC 37

    Lei 9.249 art. 13

    Crditos fiscais Impostos diferidos

    Delib. 273 NPC 25 NIC 12

    Cmbio Delib. 28/86

    Pronunc. XVIII NBC-T-10

    Art. 183 e 184

    NIC 21, 29 SIC 11 e 19

    RIR art. 322

    Diferimento da variao cambial 2001

    Delib. 404/01

    Comun. 03/01 MP 3/01 NIC 21 MP 3/01

    Realizao de ativos no correntes (impairment)

    Delib. 183/95

    NPC 24 Res. 750 Art. 183 NIC 16, 36, 38 SIC 14

    Lei 9.249 art. 13

    Amortizao de gio na incorporao de sociedade Controladora

    Instr. 247, 269, 285, 319, 320 e

    349 Of. Circ.

    CVM/SNC/SEP 4/96

    NIC 22 RIR art.

    386 e 387

    Investimentos aquisio Instr. 247/96 Res. 750 Art. 179

    NIC 1, 25 e 28

    Investimentos equivalncia patrimonial

    Instr. 247 e 269 NBC-T-4

    Art. 248 a 250

    NIC 22, 25, 27 SIC 12

    RIR art. 329

    Investimentos prazo de amortizao

    Art. 183 VI

    Incentivos fiscais PO 21/90 Pronunc. 19 Art. 182 NIC 20

    PN 108/78, PN 48/79

    Consrcios e joint ventures Instr.

    247/96 Art. 278 e

    279 NIC 31

    IN 14/98, ADN 21/84,

    Deciso 265/98

    Instrumentos financeiros Instr. 235 NIC 21 e 39 Imobilizado juros sobre capital de terceiros

    NIC 23

    Imobilizado depreciao NPC 7 NBC-T-4 Art. 183 VI

    NIC 4, 16, 22 e 38 IN 162

    Imobilizado reavaliao Delib. 183/95

    Pronunc. VII, NPC

    24 NBC-T-4

    Art. 182 e 187 VII

    NIC 16, 20, 23, 36, 40 e

    SIC 2

    RIR art. 382 a 386

    Ativos intangveis (exceto fundo de comrcio)

    Pronunc. VIII Art. 183 VI

    NIC 36, 38 SIC 6

    Empresas em fase pr-operacional

    PO 17/89 Pronunc.

    VIII

    Art. 179 V e 183 VI

    NIC 38 PN CST 110/75

    Arrendamentos mercantis (leasing financeiro)

    PO 15/87 NIC 17, 39

    SIC 15

    Res. BACEN

    980/84, IN 72/84

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    22

    Atualizao monetria Instr.

    248/96

    Comun. 99/006 e

    97/01 Res. 900 Lei 9.249 NIC 29 Lei 9.249

    Juros sobre capital prprio aplicado ao imobilizado em andamento

    Delib. 193

    Imposto de renda diferido Delib. 273/98

    NPC 20 NIC 12

    Contingncias PO 18/90 e 15/87

    Pronunc. XIII NBC-T-4 NIC 37

    Lei 9.249 art. 13

    Meio ambiente PO 15/87 NPA 11

    Lei 9.249 art. 13

    REFIS (Ajuste a valor presente e extino e reestruturao de dvidas)

    Instr. 346 e PO 21/90

    NBC T 4 Lei 9.964 NIC 1, 32, 39 SIC 5

    Lei 9.964

    Fundo de Penso

    Delib. 371/00

    NPC 26 NIC 19 Lei 9.249

    Ajustes de perodos anteriores PO 24/92

    Pronunc. XIV Art. 186 III

    NIC 1, NIC 8, 12, 16 e 38 SIC 8

    Reconhecimento de receitas PO 21/90 NPC 14 NBC-T-4 Art. 187 VII NIC 11 e 18 DL 1598/77 Despesas com pesquisa e desenvolvimento

    PO 15/87 Pronunc.

    VIII NIC 36 e 38

    Itens extraordinrios PO 24/92, Delib. 371/00

    NPC 14 NIC 1, NIC 8, 12, 16 e 38 SIC 8

    Eventos subseqentes PO 4/79

    NPA 2, 4, 6 e 9

    NBC T 11 IT 04 NIC 10

    Lucro lquido por ao Instr. 59/86 Art. 187 VII NIC 33 Demonstraes dos fluxos de caixa PO 24/92 NPC 20 NIC 7

    Relatrios por segmentos NIC 14 e 36 Consolidao Instr. 247 e

    285 Pronun. 12 Art. 249 NIC 7, 22, 27 SIC 9 e

    17

    Divulgao e notas explicativas

    Instr. 59, 232, 247 e

    vrias outras.

    NPC 27 NBC T6 e NBC T1 Art. 176 NIC 5

    Legenda Em acordo Em desacordo Sem pronunciamento ou no aplicvel

    Sim

    No

    N/A

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    6. Plano de Contas do Servio Publico de Energia Eltrica 6.1 Diretrizes Gerais e Contbeis

    6.1.1 Estrutura e Premissas Bsicas de Contabilizao (a) Sistema patrimonial

    Subsistema: Grupo: Subgrupo:

    1 11 111 112 113 12 121 122 123 124 13 131 132 133 2 21 211 22 221 222 23 231 24 241 242 243 244 245 248 249

    Ativo Ativo Circulante Disponibilidades Crditos, Valores e Bens Despesas Pagas Antecipadamente Ativo Realizvel a Longo Prazo Crditos, Valores e Bens Crditos Derivados de Negcios No Usuais Despesas Pagas Antecipadamente Bens e Direitos Destinados Alienao Ativo Permanente Investimentos Ativo Imobilizado Ativo Diferido Passivo Passivo Circulante Obrigaes Passivo Exigvel a Longo Prazo Obrigaes Obrigaes Vinculadas Concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica Resultados de Exerccios Futuros Receita Recebida Antecipadamente Patrimnio Lquido Capital Social Reservas de Capital Reservas de Reavaliao Reservas de Lucros Recursos Destinados a Aumento de Capital Lucros ou Prejuzos Acumulados (-) Aes Prprias em Tesouraria

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    (b) Sistema de Resultado

    Subsistema: 6 Resultado do Exerccio Antes da Contribuio Social e do Imposto de Renda Grupo: 61 Resultado Operacional Subgrupo: 611 Receita Lquida 615 (-) Gastos Operacionais 63 Resultado Operacional Financeiro 631 Receita Financeira 635 (-) Despesa Financeira 67 Resultado No Operacional 671 Receita No Operacional 675 (-) Despesa No Operacional Subsistema: 7 Lucro ou Prejuzo Lquido do Exerccio Grupo: 71 Resultado do Exerccio Subgrupo: 710 Resultado do Exerccio 6.1.2 Estrutura da Conta Contbil No plano de contas integrante deste Manual, a estrutura de cada conta composta por uma parte numrica (cdigo) e outra alfabtica (ttulo), no devendo ser alterada. A parte numrica estruturada por um conjunto de at 9 (nove) dgitos, como segue:

    X X X . XX . X . X . XX

    4o grau da conta

    3o grau da conta

    2o grau da conta

    1o grau da conta

    Subgrupo do Subsistema

    Grupo do Subsistema

    Subsistema

    A conta de 1o grau ou conta, no seu conjunto, formar o razo geral ou razo sinttico. As contas de 2o, 3o e 4o. graus ou subcontas, nos seus respectivos conjuntos, formaro o razo auxiliar ou razo analtico.

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    O ativo imobilizado est estruturado de forma que se tenha no 1o grau a atividade, no 2o grau a destinao funcional das instalaes, no 3o grau a natureza das imobilizaes e no 4o grau o tipo do bem ou direito.

    6.1.3 Principais Premissas do Sistema de Contabilizao

    (a) provisionamento dos valores devidos ou a receber, de forma que seja cumprido o regime de competncia mensal;

    (b) adoo do sistema de Ordens em Curso, a seguir relacionadas, que representam um processo de registro, acompanhamento e controle para apurao de custos dentro do Sistema Patrimonial:

    Ordem de Compra - ODC: representa um processo de registro, acompanhamento e

    controle de valores e ser utilizada para apurao de custos referentes aquisio de bens (materiais, matria-prima e insumos, equipamentos etc.).

    As aquisies de materiais sero acompanhadas, obrigatoriamente, por meio de Ordem de Compra - ODC, que poder ser geral ou especfica. A Ordem de Compra - ODC geral se destinar s compras de materiais de alta rotatividade e/ou de uso comum. A Ordem de Compra - ODC especfica se destinar s compras de materiais de baixa rotatividade.

    Ordem de Imobilizao - ODI: representa um processo de registro, acompanhamento e controle de valores, que ser utilizada para apurao do custo do acervo em funo do servio pblico de energia eltrica. Nos casos de ampliao ou reforma, deve-se utilizar a ODI j existente, desde que constitua, no mnimo, uma Unidade de Adio e Retirada - UAR, podendo, no cadastro da ODI, ser identificada cada etapa na sua numerao seqencial.

    Ordem de Desativao - ODD: representa um processo de registro, acompanhamento e

    controle de valores, que ser utilizada para apurao dos custos referentes retirada (baixa) de bem integrante do ativo imobilizado. Cada ODD dever estar vinculada a uma ODI existente.

    Ordem de Despesa Pr-Operacional - ODP: representa um processo de registro,

    acompanhamento e controle de valores, que ser utilizada para apurao das despesas e receitas referentes organizao ou implantao, ampliao e/ou reorganizao, incluindo estudos preliminares.

    Ordem de Servio - ODS: representa um processo de registro, acompanhamento e

    controle de valores, que ser utilizada para apurao de custos referentes aos servios executados para terceiros ou para a prpria concessionria e permissionria.

    Ordem de Alienao - ODA: representa um processo de registro, acompanhamento e

    controle de valores, que ser utilizada para apurao dos custos de alienaes de bens.

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    Ordem de Dispndio Reembolsvel - ODR: representa um processo de registro,

    acompanhamento e controle de valores, que ser utilizada para acumular os desembolsos que no representam despesas da concessionria e permissionria, e que sero objeto de reembolso por terceiros.

    (c) adoo da Unidade Operativa UO e da Unidade Administrativa - UA, que representam um

    processo de registro e acompanhamento, dentro do sistema de resultado, devendo ser utilizada para apurao de despesas e receitas decorrentes das atividades da concessionria e permissionria.

    O Cadastro de Unidade Operativa UO e o Cadastro de Unidade Administrativa - UA, a serem utilizados nos registros suplementares do sistema de resultado e sistemas auxiliares, tm por objetivo permitir concessionria, permissionria e ao rgo Regulador conhecer os gastos de operao dos respectivos imobilizados, bem como da sua receita.

    6.1.4 Segregao do Sistema de Resultado

    (a) Resultado Operacional:

    1o grau: Gerao, Transmisso, Distribuio, Administrao e Comercializao; 2o grau: Usinas, Linhas e Redes, etc.; e

    3o grau: Os custos de gerao e/ou servios, as respectivas receitas e despesas

    administrativas, gerais e com vendas.

    (b) Resultado Operacional Financeiro:

    1o grau: Gerao, Transmisso, Distribuio, Administrao e Comercializao; 2o grau: Usinas, Linhas e Redes etc.; e

    3o grau: Natureza das respectivas despesas e receitas financeiras.

    (c) Resultado No Operacional:

    1o grau: Gerao, Transmisso, Distribuio, Administrao e Comercializao;

    2o grau: Usinas, Linhas e Redes etc.; e

    3o grau: Natureza das respectivas despesas e receitas no operacionais.

    (d) Resultado do Exerccio:

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    1o grau: Gerao, Transmisso, Distribuio, Administrao e Comercializao;

    2o grau: Resultado do Exerccio Depois da Contribuio Social e do Imposto de Renda

    e Dedues ao Lucro do Exerccio; e

    3o grau: Resultado do Exerccio antes da Contribuio Social e do Imposto de Renda.

    6.1.5 Cadastro e Controle de Bens e Direitos Os bens e direitos em funo do servio concedido sero cadastrados e controlados pela

    concessionria e permissionria em sistemas auxiliares ou em registros suplementares, por meio de Unidade de Cadastro - UC e Unidade de Adio e Retirada - UAR, por Ordem de Imobilizao - ODI, conta contbil, data de sua transferncia (capitalizao) para o Imobilizado em Servio. Aplicar controle semelhante reintegrao acumulada.

    Define-se por:

    (a) Unidade de Cadastro - UC: a parcela dos bens integrantes do ativo imobilizado, que deve ser

    registrada individualmente no cadastro da propriedade;

    (b) Unidade de Adio e Retirada - UAR: a parcela ou o todo de uma Unidade de Cadastro - UC, que adicionada, retirada ou substituda, deve ser refletida nos registros contbeis do ativo imobilizado da concessionria e da permissionria;

    (c) Componente Menor - COM: corresponde parcela de uma Unidade de Adio e Retirada -

    UAR, que, quando adicionada, retirada ou substituda, no deve refletir nos registros contbeis do Ativo Imobilizado da concessionria e da permissionria. Entretanto, ocorrendo a adio com a Unidade de Adio e Retirada - UAR, de Componente Menor - COM, deve integrar o custo desta;

    Os gastos que implicarem em alterao das especificaes tcnicas estabelecidas na legislao prpria, por acrscimo de Componente Menor - COM, sero objeto de incorporao UC/UAR, devendo estes serem contabilizados como imobilizao;

    Entretanto, mesmo no se aplicando esse critrio, quando da recuperao de um equipamento envolvendo a substituio de COM de valor relevante, o tratamento poder ser de imobilizado, aplicando-se os procedimentos de Transformao, Fabricao e Reparo de Materiais;

    As compras, as imobilizaes, as desativaes, as despesas pr-operacionais, os servios prprios e

    para terceiros, as alienaes, os dispndios reembolsveis e outros que venham a ser definidos,

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    devero ser acompanhados por meio das respectivas Ordens em Curso e seus valores apropriados diretamente nas correspondentes contas patrimoniais, controladas em nvel de registro suplementar aps a 9a posio ou pelos de sistemas auxiliares.

    Os cadastros das Ordens em Curso, Unidade Operativa - UO, Unidade Administativa UA,

    fornecedores, empregados, consumidores, sociedades coligadas, controladas, ligadas ou controladoras, instituies financeiras, a serem controlados mediante registro suplementar, devero ser feitos aps a 9a posio ou por meio de sistemas auxiliares.

    6.2 Instrues Gerais IG

    1. As firmas individuais, autarquias e pessoas jurdicas de direito pblico e privado, concessionrias e permissionrias do Servio Pblico de Energia Eltrica e, opcionalmente, os produtores independentes devem adotar as disposies contidas no presente Manual. Obrigam-se, tambm, a manter atualizada a escriturao na sede do respectivo domiclio, por meio de registros permanentes, com obedincia aos preceitos legais e aos princpios fundamentais de contabilidade.

    Opcionalmente os Produtores Independentes e autorizados podero adotar as prticas contbeis estabelecidas no presente Manual, observando, entretanto, o disposto na IG no 2 e na IC 6.3.11.

    2. As concessionrias, permissionrias, produtores independentes e autoprodutores, cujos bens e

    instalaes so passveis de reverso Unio, devero manter permanentemente atualizados os cadastros e o controle da propriedade dos bens vinculados, nos termos das disposies estabelecidas pelo rgo Regulador, inclusive aqueles recebidos da Unio que no se encontram registrados contabilmente.

    3. O perodo contbil ser o do ms-calendrio e todos os lanamentos contbeis sero registrados de acordo com a legislao comercial e com base em documentos hbeis e idneos, segundo o regime de competncia, o que significa que, na determinao do resultado, sero computadas as receitas auferidas e as despesas incorridas no ms, independentemente da sua realizao financeira, bem como as provises passivas, ativas e decorrentes de crditos fiscais, quando for o caso.

    4. A expresso padro referenciado, utilizada neste Manual, corresponde unidade monetria de qualquer padro fixado em lei, utilizado para converso da moeda nacional, com vistas atualizao monetria, nos casos previstos em lei.

    5. As concessionrias e as permissionrias elaboraro o Balancete Mensal Padronizado - BMP,

    de acordo com as disposies contidas neste Manual, encaminhando-o ANEEL no prazo mximo de 40 (quarenta) dias, aps findo o ms de competncia, enquanto o Relatrio de Informaes Trimestrais - RIT, no modelo estabelecido pelo rgo Regulador, ser encaminhado no prazo mximo de 45 (quarenta e cinco) dias, aps o trmino do trimestre de competncia. As informaes relativas ao ltimo trimestre do exerccio, que se constituiro na

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    Prestao Anual de Contas - PAC, sero encaminhadas at 30 de abril do ano seguinte ao de competncia.

    Com a Prestao Anual de Contas - PAC, sero enviadas as Demonstraes Contbeis do exerccio findo publicadas nos termos da Resoluo ANEEL no 64, de 13 de maro de 1998, incluindo a Composio do Capital Social, o Balano Social, a Demonstrao do Fluxo de Caixa e a Demonstrao do Valor Adicionado. Quando aplicvel, as concessionrias e permissionrias devero enviar, tambm, o Relatrio da Administrao, o Parecer do Auditor Independente sobre as demonstraes contbeis, o Relatrio de Recomendaes dos Auditores Independentes para aprimoramento dos controles internos, o Parecer dos Auditores Independentes sobre as Mutaes do Ativo Imobilizado, o Relatrio do Conselho de Administrao, o Parecer do Conselho Fiscal,e as demonstraes contbeis de empreendimentos em condomnios e consrcios em funo do servio concedido.

    6. O exerccio social dever coincidir com o ano civil e caso a concessionria e permissionria

    esteja obrigada, por motivo de ordem legal, ou por disposio estatutria, a elaborar o Balano Patrimonial em data diferente, essa determinao no implicar o encerramento das contas de Resultado, as quais somente sero encerradas em 31 de dezembro de cada ano.

    7. No encerramento do exerccio, as contas do Sistema de Resultado sero encerradas

    organicamente, por transferncia para os respectivos Subgrupos, conforme descrito na Tcnica de Funcionamento dessas contas. Esses Subgrupos, por seu turno, sero encerrados organicamente, por transferncia para os respectivos Grupos. Os Grupos 61 - Resultado Operacional, 63 - Resultado Operacional Financeiro e 67 - Resultado No Operacional sero encerrados organicamente, por transferncia para o Subsistema 6 - Resultado do Exerccio Antes da Contribuio Social e Imposto de Renda. O saldo desse Subsistema ser transferido, conforme seja positivo ou negativo, para a subconta 710.0X.1.1.01 - Lucro do Exerccio ou 710.0X.1.1.02 - (-) Prejuzo do Exerccio, respectivamente. O Subgrupo 710 - Resultado do Exerccio ser encerrado organicamente, por transferncia para o respectivo Grupo. O Grupo 71 - Resultado do Exerccio, ser encerrado organicamente, por transferncia para o Subsistema 7 - Lucro ou Prejuzo Lquido do Exerccio. O saldo desse Subsistema dever ser transferido, se positivo, para a conta 248.01 - Lucros Acumulados; se negativo, para a conta retificadora 248.51 - (-) Prejuzos Acumulados.

    A critrio da administrao da concessionria e permissionria, o encerramento do exerccio poder ser procedido de forma alternativa ao anteriormente preconizado.

    8. As concessionrias e as permissionrias que explorarem atividades no vinculadas

    concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica devero manter registros e controles, em separado, de todas as operaes relacionadas com estas. Recomenda-se, fortemente, que seja constituda outra sociedade para fins de explorao de atividades estranhas s de concessionria ou permissionria de servio pblico de energia eltrica.

    Enquadram-se nesse conceito, tambm, os empreendimentos conjuntos (consrcios) de qualquer condio e finalidade, assim como investimentos em outras sociedades.

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    Entende-se por atividade no vinculada concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica toda e qualquer operao realizada pela concessionria e permissionria que no esteja relacionada diretamente ao objeto da concesso, ou seja, atividades empresariais desenvolvidas por meio de outros negcios que no os de Gerao, Transmisso, Distribuio e Comercializao de energia eltrica. Caber concessionria ou permissionria definir critrios para identificao e segregao dos bens, direitos e obrigaes, assim como para apurao do respectivo resultado das operaes relacionadas s atividades no vinculadas concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica, devendo, entretanto, ser apresentados para respectiva anuncia do rgo Regulador, antes de sua aplicao. Ademais, na determinao desses critrios devero ser considerados todos os aspectos relacionados divulgao dessas informaes, que se encontram dispostos no Roteiro para elaborao e divulgaes de informaes contbeis, econmico-financeiras e sociais.

    No se deve confundir atividades no vinculadas concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica com aquelas que, realizadas com a utilizao da estrutura j existente na concessionria ou permissionria, destinam-se a complementar e apoiar as atividades objeto da concesso ou permisso. No entanto, caso as atividades complementares e de apoio se expandam em nveis relevantes (ocorrncia no recomendada pela ANEEL), acarretando a necessidade de alocao de novos recursos para a ampliao da estrutura organizacional, substancialmente para atendimento de demandas de terceiros, mesmo que parcelas daquelas atividades sejam voltadas para atendimento de necessidades da concessionria ou permissionria, tais atividades passaro a ser consideradas integralmente como no vinculadas concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica, devendo, ento, ser registradas nos termos das normas constantes deste Manual. Ateno especial dever ser dispensada manuteno de controles que propiciem segregar das operaes da concesso ou permisso os encargos decorrentes de recursos, eventualmente, captados para financiar atividades no vinculadas concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica. As normas apresentadas acima no prejudicam as disposies especficas contidas em regulamentaes que estabelecem a necessidade de anuncia da ANEEL para a realizao de atividades estranhas ao objeto da concesso ou permisso.

    9. As concessionrias e permissionrias organizaro o arquivo de seus livros e comprovantes dos

    registros contbeis de acordo com a tcnica pertinente e legislao aplicvel, facilitando, a qualquer momento, a sua pronta utilizao e a comprovao dos atos de gesto. A ordenao e a indexao dos documentos no arquivo devero estar em consonncia com a seqncia cronolgica da escriturao.

    10. Os livros e os documentos comprobatrios da escriturao s podero ser destrudos aps

    microfilmados, desde que o processo de reproduo, ou memria documental, obedea s normas e aos prazos estabelecidos pela legislao federal, estadual, municipal e previdenciria. Aps o decurso de prazo especfico, fixado na legislao que trata sobre processos de microfilmagem, que contemple o tipo e caracterstica dos documentos, os

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    microfilmes dos livros e documentos probatrios da escriturao, bem como os prprios documentos que no tenham sido microfilmados, podero ser destrudos.

    Quando a destruio de qualquer documento for decorrente de caso fortuito, as concessionrias e permissionrias ficam obrigadas a comunicarem o fato ao rgo Regulador, anexando relatrio circunstanciado da ocorrncia, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ocorrncia ou verificao do fato, o que acontecer primeiro. Devero, ainda, efetuar as demais comunicaes estabelecidas nas legislaes especficas.

    11. As concessionrias e permissionrias devero manter um nico cdigo de cadastro de

    fornecedores, de consumidores, de empregados, de sociedades coligadas, controladas e controladoras, instituies financeiras e de outras pessoas fsicas e jurdicas, atualizados. Os referidos cadastros, a exemplo das ordens em curso e das unidades operativas, sero objeto de registro suplementar aps a 9a posio ou em sistemas auxiliares, devendo conter dados suficientes para qualificar de forma clara e precisa as respectivas pessoas fsicas e jurdicas.

    12. Na seo de Tcnicas de Funcionamento, integrante deste Manual, encontram-se mencionadas

    as partidas derivadas das operaes habituais e comuns s respectivas contas. Se, entretanto, a concessionria e permissionria realizarem transaes em condies inabituais, poder ocorrer de a contrapartida ou mesmo a prpria partida, para registro da respectiva operao, no estar prevista neste Manual. Nesse caso, a concessionria e permissionria efetuaro os lanamentos luz dos princpios contbeis previstos na legislao societria brasileira, podendo criar registros suplementares a partir do 5o grau.

    13. As concessionrias e permissionrias procedero aos registros contbeis segregados por

    atividade de Gerao, Transmisso, Distribuio e Comercializao, sendo que para as contas representativas do Ativo Imobilizado, do Ativo Diferido, das Obrigaes Vinculadas Concesso do Servio Pblico de Energia Eltrica, dos Bens e Direitos Destinados a Alienao e de Resultado, essa segregao ser efetuada em nvel de 1o grau. Para as demais contas patrimoniais poder ser feita a segregao em nvel suplementar. A apresentao do balano (Ativo e Passivo), por atividade para as contas que no permitem a segregao por atividade ser opcional.

    14. A atividade de Gerao composta pelas centrais geradoras e tem por finalidade o servio de

    produo de energia eltrica, o qual consiste na transformao em energia eltrica de qualquer outra forma de energia, no importando sua origem, e as linhas e subestaes do sistema de transmisso de conexo.

    15. A prestao do servio pblico de transmisso uma atividade regulada, concedida por meio de um contrato de concesso e feita por linhas e subestaes que integram a Rede Bsica, bem como por outras instalaes reguladas ou no, suportadas, normalmente, por contratos bilaterais de conexo.

    A Resoluo ANEEL n. 433, de 10 de novembro de 2000, que fixou os requisitos para classificao de instalaes de transmisso, estabelece que integram a Rede Bsica as linhas de transmisso, os barramentos, os transformadores de potncia e os equipamentos com

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    tenso igual ou superior a 230 kV integrantes do sistema interligado, com exceo das seguintes instalaes e equipamentos: I - instalaes de transmisso, incluindo as linhas de transmisso, transformadores de potncia e suas conexes, quando destinadas ao uso exclusivo de centrais geradoras ou de consumidores, em carter individual ou compartilhado; II - instalaes de transmisso de interligaes internacionais e suas conexes, autorizadas para fins de importao ou exportao de energia eltrica; e III - transformadores de potncia com tenso secundria inferior a 230 kV, inclusive a conexo. Essa mesma Resoluo estabeleceu, ainda, que todas as instalaes j classificadas anteriormente como integrantes da Rede Bsica e que se enquadrem nas excees listadas devero ser reclassificadas, a partir de 1 de janeiro de 2003, como instalaes de uso exclusivo dos respectivos usurios, em carter individual ou compartilhado. As concessionrias devero manter controle segregado, em registros auxiliares, dos bens relativos a conexo daqueles relacionados s demais instalaes de transmisso (que no sejam integrantes da rede bsica).

    16. A atividade de Distribuio composta de linhas, redes, subestaes e demais equipamentos

    associados, em tenses inferiores a 230 kV e tem por finalidade: (i) o servio de distribuio de energia eltrica, que consiste no provimento do livre acesso ao sistema para os fornecedores e consumidores; (ii) permitir o fornecimento de energia a consumidores, bem como quando for o caso; e (iii) suprimento de energia eltrica a outras concessionrias e permissionrias.

    Para Linhas, Redes e Subestaes necessrio que seja efetuada a seguinte segregao por meio de controle auxiliar fora do Plano de Contas ou em contas do 5 grau em diante: (a) Bays de linha por nvel de tenso (kV) Quantidade Custo unitrio (R$/Unidade) Custo total (R$) (b) Bays/postos de transformao por nvel de tenso primria/secundria (kV) Quantidade Custo unitrio (R$/Unidade) Custo total (R$)

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    (c) Linhas e redes por nvel de tenso (kV) Extenso (Km) Custo unitrio (R$/Km) Custo total (R$) (d) Transformador por nvel de tenso primria/secundria (kV) Quantidade Capacidade (MVA) Custo unitrio (R$/Unidade) Custo total (R$) (e) Outros (inclui equipamentos de compensao por nvel de tenso) Quantidade Capacidade (MVAr) Custo unitrio (R$/Unidade) Custo total (R$)

    17. A atividade de Administrao compreender todas as instalaes da Administrao Central do

    concessionria e permissionria, e tem por finalidade agregar os gastos da Administrao Central de mbito geral, tais como: Administrao Central Superior, Diretorias de Construo e demais rgos estabelecidos na estrutura organizacional do concessionria e permissionria, que sero identificados por meio da Unidade Administrativa UA.

    18. A atividade de Comercializao responsvel pela compra e venda de energia eltrica,

    podendo tambm ser exercida por uma empresa constituda, exclusivamente, para prestar esse servio. O imobilizado desta atividade composto de mveis e utenslios, equipamentos de informtica e comunicao e demais bens necessrios a sua atividade. Portanto, linhas, redes, subestaes, transformadores e medidores no pertencem a esta atividade.

    19. Para fins de segregao dos gastos por atividade, adotar-se-o as mesmas definies de

    separao das instalaes previstas para o cadastramento da propriedade.

    20. Na receita sero utilizados o Cadastro de Unidade Operativa UO e o cadastro de Unidade Administrativa - UA, conforme segue:

    (a) Receita da atividade de Gerao: utilizar o cadastro de Unidade Operativa - UO de cada

    central geradora. Em caso de diversas centrais geradoras compondo um nico sistema de gerao interligado, cuja tarifa no seja especfica de cada central geradora, poder ser criado um nico cadastro de Unidade Operativa - UO para cada sistema. Na receita de cada central geradora, estar includa a receita de potncia do sistema de transmisso de conexo.

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    (b) Receita da atividade de Transmisso: utilizar o cadastro de Unidade Operativa - UO para cada sistema de transmisso.

    (c) Receita da atividade de Distribuio: utilizar o cadastro de Unidade Operativa - UO para

    as linhas, redes e subestaes pertencentes a cada concesso de distribuio.

    (d) Receita da atividade de Administrao: utilizar o cadastro de Unidade Administrativa UA correspondente ao rgo gerador das receitas;

    (e) Receita da atividade de Comercializao: utilizar o cadastro de Unidade Operativa - UO

    para as instalaes inerentes respectiva atividade.

    21. Os procedimentos contbeis para a apurao do resultado e para a elaborao e apresentao da demonstrao do resultado do exerccio devem atender aos conceitos e requisitos bsicos aplicveis a empresas que exeram suas atividades no Brasil, sendo compatveis com aqueles estabelecidos na legislao societria atualmente em vigor. Assim sendo, a concessionria ou permissionria deve promover as necessrias adaptaes e complementaes nos seus processos contbeis, caso aplicvel, com o objetivo de permitir que os seus registros contbeis (e, consequentemente, a demonstrao do resultado) reflitam com propriedade esses conceitos.

    Para fins de orientao bsica, esto apresentados abaixo os principais conceitos a serem observados a respeito desse assunto:

    (a) a demonstrao do resultado dever discriminar, no mnimo, os seguintes itens:

    a receita bruta das vendas e servios, as dedues da receita, os abatimentos e os

    impostos incidentes sobre a receita;

    a receita lquida das vendas e servios, o custo das vendas e servios e o lucro bruto; as despesas com vendas (comerciais), as despesas gerais e administrativas, outras

    despesas operacionais e o resultado do servio; as despesas financeiras, deduzidas das receitas financeiras; o lucro ou prejuzo operacional, as receitas e as despesas no operacionais; o resultado do exerccio antes do imposto de renda e da contribuio social e as

    provises para esses encargos tributrios; as participaes de debntures, dos empregados, dos administradores e das partes

    beneficirias. o lucro lquido ou prejuzo do exerccio e o seu montante por ao do capital social.

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    (b) as principais consideraes a respeito dos itens de custos e despesas que merecem destaque so as seguintes:

    Custo das vendas e dos servios:

    Devem c