Manual de Curativo

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    1-INTRODUO:

    Este manual de rotina proposto para a sala de curativos fruto de uma necessidade

    encontrada durante o perodo de aulas prticas da disciplina do Estgio Supervisionado II.

    Observamos neste setor, de uma unidade de sade em Rondonpolis-MT, a inexistnciade um protocolo nico que orientasse a realizao de procedimentos realizados pelos

    funcionrios, o que ocasionalmente resultava em discrepncia de condutas e

    conseqentemente em possvel dano ao usurio do servio.

    A confeco deste manual ocorreu no perodo de Novembro de 2011. O

    envolvimento dos trabalhadores foi ativo e exigiu deles prprios a busca de novos

    conhecimentos, e este tambm era um dos nossos objetivos.

    Trata-se de um referencial terico, que deve ser mantido dentro da sala de curativose utilizado pelos funcionrios da sala de acordo com a escala. No entanto, salientamos

    que um manual, por ser conciso, no deve ser tomado como nica fonte de consulta nem

    tampouco capaz de substituir a Educao em Servio e a Educao Continuada.

    2-OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS:

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    Educao continuada relacionado ao curativo.

    3-SALA DE CURATIVO:

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    Segundo o Ministrio da Sade, 2001, sala de curativos um espao destinado ao

    tratamento de leses.

    Caractersticas gerais da sala:

    Deve ser previsto de forma que o usurio no necessite transitar pelas

    demais dependncias da ESF.

    A equipe deve programar horrio para a execuo dessa atividade, de

    forma a possibilitar que sua realizao se d em uma das salas de procedimentos,

    respeitando as condies tcnicas necessrias.

    Prever instalao de:

    Bancada com pia;

    Torneiras com fechamento que dispense o uso das mos;

    Armrios sobre e sob bancada;

    Porta papel toalha;

    Lixeira com tampa e pedal;

    Porta dispensador de sabo lquido.

    A sala de curativos deve estar prximo da sala de lavagem e descontaminao,

    sendo que a rea mnima deve ser de 9,00 a 10,00 m (MINISTRIO DA SADE, 2001).

    4-FERIDAS:

    Ferida uma interrupo na continuidade de um tecidocorpreo, onde tal

    interrupo pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser desencadeada por

    uma afeco que acione as defesas do organismo (OHNISHI, 2001).

    4.1-CLASSIFICAO DAS FERIDAS:

    De acordo com a maneira como foram produzidas (cirrgicas, contusas,

    laceradas, perfurantes);

    De acordo com o grau de contaminao (limpas, limpas contaminadas,

    contaminadas, infectadas);

    De acordo com o comprometimento tecidual (estgio I, II, III e IV);

    http://pt.wiktionary.org/wiki/interrup%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wiktionary.org/wiki/continuidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tecidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_(anatomia)http://pt.wikipedia.org/wiki/Traumatismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/afec%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/interrup%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wiktionary.org/wiki/continuidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tecidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_(anatomia)http://pt.wikipedia.org/wiki/Traumatismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/afec%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
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    De acordo com o tempo de evoluo: agudas e crnicas (OHNISHI, 2001).

    4.2-TIPOS DE FERIDAS:

    Quanto profundidade:

    Feridas superficiais: quando atingem apenas as camadas mais superficiais

    da pele (epiderme e derme superficial ou intermediria), (DEALY, 1996).

    Feridas profundas: quando atingem nveis mais profundos da pele (derme

    profunda, tecido adiposo, fscias, tendes, msculos, ossos, cartilagens, ligamentos),

    (DEALY, 1996).

    Quanto complexidade:

    Feridas simples: so feridas que, em geral, se mostram superficiais e livres de

    sinais de infeco / contaminao / colonizao por microorganismos, demandando

    cuidados com curativos e superviso menos freqentes por parte de profissionais da sade

    (mdicos, enfermeiros) e tendendo a evoluo benigna (isto , cicatrizao espontnea),

    (DEALY, 1996).

    Feridas complexas: so feridas que, em geral, acometem planos mais profundos ou

    maior nmero de tipos diferentes de tecidos (no apenas derme e epiderme, mas tambm

    ossos, cartilagens, tecido adiposo, fscias musculares, tendes, ligamentos, vasos

    sanguneos, tecido nervoso), muitas vezes infectadas ou com grande risco de se tornarem

    infectadas, com tendncia a evoluo desfavorvel (isto , perda progressiva de tecidos

    por necrose ou infeco, com possibilidade de amputao de segmentos, ou mesmo, em

    casos mais severos, de efeitos sistmicos com risco de dano permanente ou bito do

    indivduo acometido pela ferida) e a grande prejuzo orgnico por parte do indivduo

    acometido, (DEALY, 1996).

    Quanto ao formato e agente causador de ferida traumtica:

    Ferida puntiforme: formato punctual e de bordas ligeiramente irregulares,

    geralmente causada por instrumento perfurante de pequena rea de seco transversal(como espinhos, pregos, agulhas), (OHNISHI, 2001).

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    Ferida incisa: formato linear e de bordas geralmente regulares, geralmente causado

    por lminas (faca, lmina de barbear), (OHNISHI, 2001).

    Ferida corto-contusa: formato irregular, geralmente com diversos segmentos

    ulcerados, perdas de tecidos e de bordas de segmentos de ferida irregulares epossibilidade de se observar reas de equimoses e hematomas adjacentes s reas de

    ulceraes, normalmente causado por objetos que produzem leses simultaneamente por

    corte e impacto (machado, foice, aresta de um tijolo), (DEALY, 1996).

    Ferida prfuro-contusa: formato quase regular, geralmente com bordas de ferida

    ligeiramente irregulares (a depender do tipo de elemento causador da leso) e

    possibilidade de se observar reas de equimoses e hematomas adjacentes s reas de

    ulceraes, normalmente causado por objetos que penetram a pele mediante impacto

    (como um projtil de arma de fogo), (OHNISHI, 2001).

    Ferida prfuro-incisa: formato habitualmente regular, geralmente com bordas de

    ferida regulares (tambm a depender do tipo de elemento causador da leso),

    normalmente causado por objetos que penetram a pele com pouco impacto, mas com bom

    potencial de divulso de tecidos (como uma lmina comprida, por exemplo), (OHNISHI,

    2001).

    Quanto ao formato e agente causador de ferida no traumtica:

    Ferida causada por queimadura: formato irregular dependente da rea de pele

    exposta radiao ionizante, fonte de calor, abraso ou produto qumico causador da

    queimadura. No esperado que haja ferida se queimadura classificada como de

    primeiro grau (apenas "avermelhamento" local na rea de pele afetada). J em

    queimaduras de segundo (formao de bolhas que se ulceram e formam feridas

    geralmente superficiais), terceiro (necrose de pores intermedirias e profundas de

    derme e / ou de tecido adiposo) ou quarto graus (necrose de tecidos profundos como

    ossos, cartilagens e msculos) h formao imediata de alguma leso ulcerada

    (OHNISHI, 2001).

    Ferida causada por geladura: formato irregular dependente da rea de

    pele exposta ao frio. Mais freqente em extremidades corpreas. Pode assumir as mesmascaractersticas iniciais de queimaduras (apenas "avermelhamento" local na rea de pele

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    afetada, como ocorreria em queimaduras de primeiro grau; formao de bolhas que se

    ulceram e formam feridas geralmente superficiais, como ocorreria em queimaduras de

    segundo grau; necrose de pores intermedirias e profundas de derme e / ou de tecido

    adiposo e outros tecidos mais profundos, como ocorreriam em queimaduras de terceiro ou

    de quarto graus). Muitas vezes so reversveis em estgios iniciais, contudo, a demora em

    iniciar-se algum tratamento pode implicar leso irreversvel com perda de tecidos

    corpreos (DEALY, 1996).

    Ferida causada por fatores endgenos: formatos diversos, a depender da

    patologia causadora das leses. Variam de "rachaduras" em determinadas reas de pele

    at leses evolutivas que surgem como pequenos pontos avermelhados ou escurecidos e

    se desenvolvem em feridas de dificlima cicatrizao. Algumas patologias que podem

    evoluir para feridas, com origem endgena: pnfigo, vasculites de etiologias diversas,

    psorase, xeroderma pigmentosa (DEALY, 1996).

    5-CURATIVO:

    Curativo: um procedimento utilizado para a limpeza, proteo e tratamento das

    leses. O curativo consiste no cuidado dispensado a uma regio do corpo com presena

    de uma ruptura da integridade de um tecido corpreo(JETER E TINTLE, 1991).

    Jeter e Tintle (1991) destacam na histria a riqueza em procedimentos e materiais

    pungentes, coloridos e ritualsticos, usados no cuidado com as leses. Alguns exemplos

    de elementos usados em curativos ao longo da historia so: teias de aranha, fezes,

    hidroterapias e outros tantos.

    Nas trs ltimas dcadas os investimentos na rea de curativos aumentaram. As

    coberturas de feridas evoluram dos curativos passivos (gazes, compressas), para

    curativos ativos (interativos, bioativos), alterando o tratamento de feridas (JETER E

    TINTLE, 1991).

    5.1-FINALIDADES:

    Prevenir a contaminao, impedindo a propagao de infeces nas feridas

    spticas;

    Promover a cicatrizao;

    Proteger a ferida;

    Remover corpos estranhos;

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    Limpar a leso;

    Reaproximar bordas separadas;

    Promover hemostasia;

    Evitar o aparecimento de infeces nas feridas asspticas; Preencher espao morto e evitar a formao de sero-hematomas;

    Manter contato de medicamentos junto s feridas e adjacncias;

    Fazer debridamento mecnico e remover tecido necrtico;

    Absorver exsudato e secrees e facilitar a drenagem;

    Manter a umidade da superfcie da ferida;

    Fornecer isolamento trmico;

    Proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecnico;

    Limitar a movimentao dos tecidos em torno da ferida;

    Proporcionar maior conforto fsico e psicolgico aos clientes;

    Diminuir a intensidade da dor (JETER E TINTLE, 1991).

    5.2-TIPOS DE CURATIVOS:

    1 Classificao:

    Passivos: so utilizados produtos que protegem e cobrem as feridas, como:

    algodo, gazes, gazes medicadas, esparadrapos, micropore, fitas cirrgicas. Atualmente

    este e o tipo de curativo utilizado nesta unidade (GUEDES, 1998).

    Interativos ou hidroativos: so utilizados materiais projetados para

    manter um microambiente timo para cura da ferida, como: pelculas polimerizadas,

    espumas polimerizadas, polmeros fibrosos e de partculas, hidrogis, hidrocolides

    (GUEDES, 1998). Bioativos: so curativos que resgataro ou estimularo a liberao de

    substancias ativas durante o processo de cura, como: alginato de clcio, polissacardeos,

    hidrogis, hidrocolides (GUEDES, 1998).

    2 Classificao:

    Simples ou aberto: consiste na limpeza das leses com anti-spticos e

    aplica-se medicao sem cobrir o local da leso. Ex.: escoriaes.

    Oclusivo: o ferimento no fica exposto. Pode ser: Seco: uma camada de gaze e prender com atadura ou esparadrapo.

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    mido: aplica-se soluo anti-sptica para remover as bactrias, as clulas

    descamadas, crostas e exsudato inflamatrio e o ferimento protegido com gaze

    umedecida.

    Compressivo: colocada compressa para interferir na hemostasia

    sangnea.

    Contensivo: aquele que se utilizam recursos para manter aproximao das

    bordas da ferida. Atravs de esparadrapos em forma de margarida e X, aderidos s

    esptulas e outros (GUEDES, 1998).

    5.3-TCNICAS BSICAS DE CURATIVOS:

    Lavar as mos com gua e sabo, secar e friccionar lcool 70%

    glicerinado;

    Reunir o material necessrio e lev-lo at o paciente;

    Explicar-lhe o que ser feito;

    Descobrir ou cobrir o paciente conforme a necessidade;

    Colocar a cuba-rim ou bandeja de inox prxima ao local do curativo

    protegida com papel toalha;

    Abrir os pacotes de curativo com tcnica assptica, dispor as pinas em

    ordem de uso. Delimitar imaginariamente espao livre no campo para separar o material

    contaminado da rea estril;

    Abrir os pacotes de gaze;

    Remover o curativo anterior (em caso de troca), o que poder ser feito com

    as mos enluvadas ou com pinas;

    Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente ferida, utilizando uma

    soluo que contenha sabo, o que remover mecanicamente alguns patgenos e vai

    tambm melhorar a fixao do curativo pele;

    Fazer um chumao de gaze e embeb-lo com soro fisiolgico, mantendo

    uma distncia em torno de 20 cm entre o frasco e o chumao. Proceder limpeza da rea

    seguindo o princpio do menos para o mais contaminado: a limpeza deve ser feita da rea

    menos contaminada para a mais contaminada, evitando-se movimentos de vaivm. Nas

    feridas cirrgicas, a rea mais contaminada a pele localizada ao redor da ferida,

    enquanto que nas feridas infectadas a rea mais contaminada a do interior da ferida;

    Secar toda a rea com chumaos secos de gaze;

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    Fazer novo chumao embeb-lo com soluo anti-sptica (PVPI tpico) e

    aplicar na ferida;

    Devem-se remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas

    com soro fisiolgico em jato ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver

    sujidade e no local de insero dos cateteres centrais);

    Em feridas contaminadas, deve-se iniciar a anti-sepsia da rea mais

    distante para a mais prxima da ferida;

    Secar toda a rea na mesma seqncia;

    OBS: quando necessrio usar pomadas, aplicar sobre a esptula e esta

    sobre a ferida.

    Cobrir o ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a

    extenso da ferida; Desprezar as pinas na cuba-rim;

    Fixar as gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o

    esparadrapo no deve ser utilizado, devido mobilidade (articulaes), presena de plos

    ou secrees. Nesses locais devem-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas de

    maneira que no afrouxem nem comprimam em demasia. O enfaixamento dos membros

    inicia-se da poro distal para a proximal e no deve ocasionar nenhum tipo de

    desconforto ao paciente;

    Identificar um esparadrapo sobre o curativo com o nome de quem o

    realizou, data, hora e assinatura;

    Confortar o paciente;

    Desprezar o material contaminado em sacos de lixo distintos conforme

    determinado pela Vigilncia Sanitria;

    Encaminhar o material usado Central de Esterilizao de Materiais;

    Lavar as mos e friccionar com lcool 70% glicerinado;

    Anotar o procedimento no pronturio do paciente (GUEDES, 1998).

    5.4-FASES DO CURATIVO:

    1a: Remoo do curativo anterior e limpeza das bordas distantes, utilizando-se de

    pina dente de rato e Kocher.

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    2a: Fazer a limpeza da ferida utilizando-se de pina anatmica ou Kelly, iniciando

    da rea menos contaminada para a mais contaminada.

    3a: No tratamento das feridas fazer a aplicao de anti-spticos indicados,

    pomadas e outros, utilizando-se de pina anatmica e Kelly.

    4a: Na confeco do curativo de proteo, se necessrio, usar pina Kelly e

    anatmica (GUEDES, 1998).

    5.5-PRINCPIOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM CONCERNENTES A

    REALIZAO DE CURATIVOS:

    1o Princpio: Pele e mucosa albergam normalmente germes. Os

    cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    Lavar as mos antes e depois de atender o paciente;

    Manipular o material estril sempre com auxilio de pinas ou luvas

    estreis;

    Limpar a ferida com soro fisiolgico 0,9%;

    Empregar anti-sptico (se necessrio) na ferida e ao redor da mesma;

    Orientar o cliente sobre os cuidados: no tocar com a mo na ferida, no

    falar sobre a leso, no pegar em materiais esterilizados (KURCGANT, 1991).

    2o Princpio: Os germes se encontram no ar. Os cuidados segundo

    KURCGANT, 1991, so:

    Deixar a ferida e os materiais estreis expostos o menor tempo possvel;

    Preparar o ambiente: fechar as janelas, evitar correntes de ar;

    Dispor o material de modo que fique cmodo para o profissional e o

    cliente, evitando ao mximo a contaminao.

    3o Princpio: A umidade facilita o crescimento e a proliferao dos

    germes. Os cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    As feridas que drenam necessitam troca de curativos cada vez que estejam

    midos com exsudatos;

    Se h contra indicao para mudar freqentemente o curativo este poder

    ser reforado com mais gazes estreis secas, para inibir a passagem de germes do exterior

    para a ferida;

    A parte externa do curativo de uma ferida com drenagem est muito

    contaminada zelar ao fazer sua troca e manter o exterior seco.

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    4o Princpio: Os lquidos circulam para baixo com o resultado da

    gravidade. Os cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    Conservar as pinas com as pontas voltadas para baixo;

    A zona de maior contaminao de uma ferida que est drenando est na

    parte de baixo, por isso em curativos com dreno o reforo de curativos deve ser feito na

    parte inferior.

    5o Princpio: As vias areas albergam com freqncia germes que

    podem passar para as feridas abertas. Os cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    No falar ao manipular o material estril ou a ferida;

    Usar mscara nos casos mais delicados, quando houver suspeita de

    infeco de vias areas ou quando houver risco de respingos de sangue ou pus.

    6o Princpio: O sangue transporta os materiais que nutrem e

    reparam os tecidos corporais. Os cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    Evitar substancia que lesam tecidos;

    Usar tcnicas asspticas;

    No tocar na leso com qualquer material no esterilizado;

    Usar cada gaze ou tampo s uma vez para tratamento da ferida;

    Usar tcnica do toque com tampo rotativo, evitando os movimentos de

    dentro para fora da ferida tanto quanto de fora para dentro;

    Retirar os tecidos necrosados.

    7o Princpio: Os lquidos se movem at os materiais por ao

    capilar. Os cuidados segundo KURCGANT, 1991, so:

    Colocar na proteo da ferida somente material estril, mesmo aqueles que

    no estejam em contato com a leso;

    Remover secrees;

    Restringir movimentos;

    Cobrir reas desfiguradas;

    Promover conforto e bem estar do indivduo.

    8o Princpio: No passe o brao sobre o campo estril. Existe risco de que

    contaminantes do brao ou uniformes contaminem o campo estril (KURCGANT, 1991).

    9o Princpio: Quando for realizar curativos em clientes com mais de uma

    ferida, deve-se iniciar pelos de inciso limpa e fechada, seguindo-se os de ferida aberta

    no infectada e por ltimo as colostomias e fstulas em geral (KURCGANT, 1991).

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    10o Princpio: Observar presena de infeco e colher material para

    cultura de secreo sempre que necessrio (KURCGANT, 1991).

    5.6-RETIRADA DE PONTOS:

    Definio: Segundo NURSING, 2000, consta da retirada de fios, colocados para

    aproximar as bordas de uma leso, com intuito de facilitar a cicatrizao. O tempo

    destinado retirada de pontos est ligado localizao no corpo e fora tnsil da

    mesma. Observe que para:

    Face: 1 a 3 dias;

    Pescoo: 2 a 4 dias;

    Couro cabeludo: aps 7 dias;

    Tronco e extremidades: 6 a 10 dias;

    Articulaes: 8 a 12 dias.

    Curativos com pontos:

    Os tipos de sutura podem ser:

    Fios no absorvveis: polister, seda, suturas da pele;

    Fios absorvveis: catgut ou fibra sinttica (NURSING, 2000).

    Materiais utilizados:

    Pacote de curativo (se necessrio);

    Pacote para retirada de pontos;

    SSI 0,9%;

    Cuba rim;

    Lixo (NURSING, 2000).

    Procedimentos:

    Lavar as mos;

    Preparo do cliente e do material;

    Retirar curativo, se houver;

    Limpar a inciso cirrgica;

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    Cortar a extremidade mais curta do ponto o mais prximo possvel da pele;

    Coloque os pontos retirados sobre uma gaze;

    Cobrir a ferida somente se houver necessidade;

    Orientar o paciente a realizar a higiene em domiclio;

    Desprezar o material adequadamente;

    Anotar dados no pronturio (NURSING, 2000).

    5.7-MATERIAIS UTILIZADOS NOS PROCEDIMENTOS DE CURATIVOS:

    Degermante Tpico: Iodopovidona 10% ( PVP-I Tpico ) um anti-

    sptico base de iodopovidona em soluo aquosa, uma preparao ativa contra uma

    ampla gama de microorganismos, cuja ao anti-sptica, rpida e de efeito residual, garantida pelo iodopovidona, um complexo qumico estvel que libera o iodo

    progressivamente. Indicao: Iodopovidona 10% (PVP-I Tpico) um produto

    destinado ao uso em hospitais, um anti-sptico hospitalar indicado para curativos em

    geral, queimaduras, traumatismos, ferimentos superficiais da pele e na anti-sepsia

    complementar do campo operatrio. Contra- indicaes: Iodopovidona 10% ( PVP-I

    Tpico) est contra indicado em pessoas sensveis a compostos base de iodo, feridas

    abertas e em curativos oclusivos (STAUT, 1986).

    Degermante Clorexidina: A soluo de Clorexidina tem ao bacteriana

    tanto para gram-positivo como a gram-negativa, com maior efetividade em gram-

    negativo. Indicao: indicado, como o PVPI, na anti-sepsia da pele ntegra e de

    mucosas para a introduo de pericatteres e fixadores externos. A atividade germicida

    mantm-se mesmo na presena de materiais orgnicos; tem finalidade de prevenir a

    colonizao. Contra-indicao: O uso da Clorexidina em feridas abertas contra-

    indicado, pois ela citoltica e retarda o processo de cicatrizao (STAUT, 1986).

    Soro Fisiolgico: Soro fisiolgico uma soluoisotnica em relao aos

    lquidos corporais que contem 0,9%, em massa, deNaCl em gua destilada, ou seja, cada

    100mL da soluo aquosa contm 0,9 gramas do sal. Indicao: A limpeza com soro

    fisiolgico evita o traumatismo direto da ferida, alm de hidrat-la e favorecer a

    cicatrizao. A lavagem da ferida com SF recomendada, evitando-se a limpeza

    mecnica, pois atritos excessivos podero danificar o tecido de granulao. A limpeza

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Osmosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal_de_cozinhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_destiladahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Osmosehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal_de_cozinhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_destilada
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    com SF a jato, ou seja, sob presso, tem o intuito de facilitar a remoo de tecidos

    necrticos. Contra-indicao:No possui restrio nenhuma (STAUT, 1986).

    O lcool 70%: um desinfetante de mdia ou baixa eficincia que contm

    lcool etlico e gua, ou seja, uma soluo aquosa de lcool. Indicao: usado como

    desinfetante de superfcies, termmetros, estetoscpios e artigos que no toleram outros

    tipos de desinfeco ou esterilizao . A anti-sepsia das mos realizada por simples

    frico com lcool diminui as contagens microbianas e a transmisso de

    microorganismos, com conseqente queda nas taxas de infeces hospitalares. Suas

    vantagens so baixa toxicidade, ao rpida e baixo custo. Contra-indicao: Embora

    utilizado como secante em instrumentos ticos, pode danificar o cimento das lentes,

    ressecando plsticos e borrachas quando utilizado repetidas vezes ao longo do tempo e

    deixando opacos os materiais acrlicos (STAUT, 1986).

    Neomicina: A neomicina um antibitico aminoglicosdeo de amplo

    espectro. Atua mais sobre as espcies gram-negativas altamente sensveis que incluem:

    Escherichia coli,Enterobacter aerogenes,Klebisiella pneumoniaeeProteus vulgaris. Os

    microorganismos gram-positivos que so inibidos incluem Staphylococcus aureus e

    Enterococcus faecalis. Indicao: Indicado no tratamento de infeces bacterianas dapele e mucosas, causadas por microorganismos sensveis: piodermites, impetigo, eczemas

    infectados, furnculos, antraz, ctima, abscessos, acne infectada, intertrigo, lceras

    cutneas e queimaduras infectadas. Na profilaxia de infeces cutneo-mucosas,

    produzidas por microorganismos sensveis, decorrentes de cortes (inclusive de origem

    cirrgica), abrases, queimaduras pouco extensas, ferimentos. Infeces nasais e do

    ouvido externo, causadas por microorganismos sensveis. Contra-indicaes: O produto

    no deve ser usado por pacientes com hipersensibilidade conhecida aos componentes dafrmula ou frmacos afins. No utilizar o produto sobre feridas profundas, queimaduras

    graves ou extensas reas lesadas, exceto sob prescrio mdica (STAUT, 1986).

    Kollagenase + Cloranfenicol: uma preparao proteoltica enzimtica

    obtida a partir de culturas do Clostridium histolyticum, que aps purificao

    cromatogrfica, apresenta-se constituda por uma srie de peptidases, das quais o

    componente principal a colagenase (EC 3.4.24.3). Kollagenase + Cloranfenicol pomada uma associao de Colagenase com Cloranfenicol, sendo usada como agente

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Desinfetantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Aminoglicos%C3%ADdeohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_colihttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Enterobacter_aerogenes&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Klebisiella_pneumoniae&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Klebisiella_pneumoniae&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Klebisiella_pneumoniae&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Proteus_vulgaris&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Proteus_vulgaris&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Enterococcus_faecalishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desinfetantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Aminoglicos%C3%ADdeohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_colihttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Enterobacter_aerogenes&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Klebisiella_pneumoniae&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Proteus_vulgaris&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Enterococcus_faecalis
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    desbridante em leses superficiais, promovendo a limpeza enzimtica das reas lesadas e

    retirando ou dissolvendo, enzimaticamente, necroses e crostas. Sua ao tima em

    condies fisiolgicas de pH e temperatura. O Cloranfenicol, antibitico de amplo

    espectro, utilizado na formulao para combater as infeces bacterianas locais que,

    secundariamente, podem estar presentes, agindo eficazmente contra bactrias Gram-

    positivas e Gram-negativas. Indicao: Est indicada para limpeza de leses,

    independentemente de sua origem e localizao: em ulceraes e necroses (lcera

    varicose, lcera por decbito, gangrenas das extremidades, especialmente gangrena

    diabtica, congelamentos); em leses de difcil cura (leses ps-operatrias, por

    irradiao e por acidentes); antes de transplantes cutneos. Quando aplicado intra-vaginal

    elimina o tecido necrosado em casos de cervicites, vaginites e ps operatrios sobre o

    colo uterino e mucosa vaginal. Contra-indicao: Em pacientes com hipersensibilidade

    a essa enzima (STAUT, 1986).

    Papana: uma enzima proteoltica extrada dos frutos do mamo

    (Carica papaya), com ao proteoltica e antiinflamatria, usada como agente desbridante

    tpico (em ferimentos de pele). usada no tratamento da doena de Peyronic por sua

    ao proteoltica nas bordas das placas fibrticas. usada associada a um curativo

    (esparadrapo + gaze) como um acelerador do processo de cicatrizao, muito utilizadoem tratamentos de lceras de decbito. Tem ao bacteriosttica, bactericida e

    antiinflamatria. Proporciona alinhamento das fibras de colgeno, promovendo

    crescimento tecidual uniforme. Indicao: indicado no tratamento da doena de

    Peyronie por sua ao proteoltica nas bordas das placas fibrticas. Como desbridante de

    tecido necrosado e liquefao de material necrosado em leses crnicas e agudas como:

    lceras de presso, varicose, lcera diabtica, queimaduras, feridas ps-operatrias,

    feridas traumticas ou infectadas e deiscncia de sutura. Contra-indicao: Em pacientescom sensibilidade substncia ou outro componente da formulao (STAUT, 1986).

    Dersani: uma loo oleosa base de AGE (cidos graxos essenciais)

    com vitaminas A e E, que revitaliza e mantm o equilbrio hdrico da pele, melhorando

    sua elasticidade. Possui uma frmula exclusiva e inovadora, rica em cido Linolico, que

    auxilia na preveno da formao de escaras e contribui para o restabelecimento da

    integridade da pele. Indicao: Auxilia no restabelecimento da integridade da pele de

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    todo o corpo e na preveno da formao de escaras. Contra-indicao: Feridas com

    cicatrizao por primeira inteno e feridas com infeco (STAUT, 1986).

    5.8-ROTINA DA LIMPEZA DOS MATERIAIS:

    Abrir as pinas e tesouras;

    Imergir na soluo de ENDOZIME, preparada com 8 mL de soluo para

    3L de gua;

    Deixar durante 5 minutos;

    Em seguida, lavar abundantemente e secar;

    Encaminhar os materiais para o preparo ou embalagem;

    OBS: A soluo preparada poder ser usada por 8 a 12 horas desde que

    mantenha a mesma diluio e permanea em recipiente fechado (STAUT, 1986).

    5.9-DESTINAO DO LIXO DA SALA DE CURATIVOS:

    O lixo deve ser separado em recipientes prprios de acordo com sua natureza:

    Materiais perfurocortantes tais como: seringas com agulha, agulhas,

    ampolas, laminas de bisturi e barbear, equipos com escalpe, escalpes. Sero armazenados

    em caixa prpria denominada DESCARPAX;

    Materiais contaminados tais como: gesso, talas, gazes, algodo, drenos,

    luvas, bolsas coletoras, papel higinico de pacientes, fraldas descartveis, restos

    alimentares de pacientes, etc. Armazenados em lixeira com tampa e revestida com saco

    plstico;

    Materiais reciclveis: papel, pacotes de material esterilizado, copos

    plsticos;

    Armazenados separadamente (KURGANT, 1991).

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    6-BIBLIOGRAFIA:

    BIGUELINI, Cristina P., et al; Como Elaborar um Protocolo para Enfermeiros emSade Pblica: O relato de uma Experincia. Francisco Beltro: Berzon, 2002.

    BERGQVIST D, Lindholm C, Nelzn O; Chronic Legs Ulcers: O impacto of Venous

    Disease. Jornal Vasc Surg 1999 April ; 29.

    CRUSE PJE, Foord R. The epidemiology of wound infection. Surgical Clinics of

    NorthAmerica. 60 : 1,27-40.

    DEALY, C. Cuidando de Feridas. So Paulo: Atheneu, 1996.

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    FIGUEIREDO, M., Ulceras venosas, disponvel em:

    www.medonline.com.br/med_ed/med9/ulcera.htm,acessado em 28 /11 /2011.

    FONSECA, FP; ROCHA, PRS. Cirurgia Ambulatorial. Belo Horizonte: Guanabara

    Koogan, 1999.

    GUEDES, M. Teresa dos Santos Feridas: Princpios Bsicos para Avaliao e

    Tratamento Rio de Janeiro, 1998.

    KURCGANT, Paulina. Administrao em Enfermagem. So Paulo: EPU, 1991.

    MELLO, N. A., Angiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

    NURSING, Tratamento e Cicatrizao de Feridas Parte I 2000.

    OHNISHI, Mitsuko, et al. Feridas: cuidados e condutas. Londrina: Editora UEL, 2001.

    PRADO, Marta Lenize do; GELBCKE, Francine Lima. Fundamentos de Enfermagem.

    Florianpolis: UFSC, CCS, 1999.

    ROGANTE, Maria Marilene: Procedimentos Especializados de Enfermagem. So

    Paulo:Ed., Atheneu , 1994.

    STAUT, Nana da Silva - Manual de Drogas e Solues. E.P.U.,1986.

    TIAGO, Francisco. Feridas: Etiologia e Tratamento, 3 ed.,1996.

    http://www.medonline.com.br/med_ed/med9/ulcera.htmhttp://www.medonline.com.br/med_ed/med9/ulcera.htm