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7/23/2019 Manual de Curativo
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1-INTRODUO:
Este manual de rotina proposto para a sala de curativos fruto de uma necessidade
encontrada durante o perodo de aulas prticas da disciplina do Estgio Supervisionado II.
Observamos neste setor, de uma unidade de sade em Rondonpolis-MT, a inexistnciade um protocolo nico que orientasse a realizao de procedimentos realizados pelos
funcionrios, o que ocasionalmente resultava em discrepncia de condutas e
conseqentemente em possvel dano ao usurio do servio.
A confeco deste manual ocorreu no perodo de Novembro de 2011. O
envolvimento dos trabalhadores foi ativo e exigiu deles prprios a busca de novos
conhecimentos, e este tambm era um dos nossos objetivos.
Trata-se de um referencial terico, que deve ser mantido dentro da sala de curativose utilizado pelos funcionrios da sala de acordo com a escala. No entanto, salientamos
que um manual, por ser conciso, no deve ser tomado como nica fonte de consulta nem
tampouco capaz de substituir a Educao em Servio e a Educao Continuada.
2-OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS:
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Educao continuada relacionado ao curativo.
3-SALA DE CURATIVO:
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Segundo o Ministrio da Sade, 2001, sala de curativos um espao destinado ao
tratamento de leses.
Caractersticas gerais da sala:
Deve ser previsto de forma que o usurio no necessite transitar pelas
demais dependncias da ESF.
A equipe deve programar horrio para a execuo dessa atividade, de
forma a possibilitar que sua realizao se d em uma das salas de procedimentos,
respeitando as condies tcnicas necessrias.
Prever instalao de:
Bancada com pia;
Torneiras com fechamento que dispense o uso das mos;
Armrios sobre e sob bancada;
Porta papel toalha;
Lixeira com tampa e pedal;
Porta dispensador de sabo lquido.
A sala de curativos deve estar prximo da sala de lavagem e descontaminao,
sendo que a rea mnima deve ser de 9,00 a 10,00 m (MINISTRIO DA SADE, 2001).
4-FERIDAS:
Ferida uma interrupo na continuidade de um tecidocorpreo, onde tal
interrupo pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser desencadeada por
uma afeco que acione as defesas do organismo (OHNISHI, 2001).
4.1-CLASSIFICAO DAS FERIDAS:
De acordo com a maneira como foram produzidas (cirrgicas, contusas,
laceradas, perfurantes);
De acordo com o grau de contaminao (limpas, limpas contaminadas,
contaminadas, infectadas);
De acordo com o comprometimento tecidual (estgio I, II, III e IV);
http://pt.wiktionary.org/wiki/interrup%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wiktionary.org/wiki/continuidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tecidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_(anatomia)http://pt.wikipedia.org/wiki/Traumatismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/afec%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/interrup%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wiktionary.org/wiki/continuidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tecidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_(anatomia)http://pt.wikipedia.org/wiki/Traumatismohttp://pt.wiktionary.org/wiki/afec%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo7/23/2019 Manual de Curativo
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De acordo com o tempo de evoluo: agudas e crnicas (OHNISHI, 2001).
4.2-TIPOS DE FERIDAS:
Quanto profundidade:
Feridas superficiais: quando atingem apenas as camadas mais superficiais
da pele (epiderme e derme superficial ou intermediria), (DEALY, 1996).
Feridas profundas: quando atingem nveis mais profundos da pele (derme
profunda, tecido adiposo, fscias, tendes, msculos, ossos, cartilagens, ligamentos),
(DEALY, 1996).
Quanto complexidade:
Feridas simples: so feridas que, em geral, se mostram superficiais e livres de
sinais de infeco / contaminao / colonizao por microorganismos, demandando
cuidados com curativos e superviso menos freqentes por parte de profissionais da sade
(mdicos, enfermeiros) e tendendo a evoluo benigna (isto , cicatrizao espontnea),
(DEALY, 1996).
Feridas complexas: so feridas que, em geral, acometem planos mais profundos ou
maior nmero de tipos diferentes de tecidos (no apenas derme e epiderme, mas tambm
ossos, cartilagens, tecido adiposo, fscias musculares, tendes, ligamentos, vasos
sanguneos, tecido nervoso), muitas vezes infectadas ou com grande risco de se tornarem
infectadas, com tendncia a evoluo desfavorvel (isto , perda progressiva de tecidos
por necrose ou infeco, com possibilidade de amputao de segmentos, ou mesmo, em
casos mais severos, de efeitos sistmicos com risco de dano permanente ou bito do
indivduo acometido pela ferida) e a grande prejuzo orgnico por parte do indivduo
acometido, (DEALY, 1996).
Quanto ao formato e agente causador de ferida traumtica:
Ferida puntiforme: formato punctual e de bordas ligeiramente irregulares,
geralmente causada por instrumento perfurante de pequena rea de seco transversal(como espinhos, pregos, agulhas), (OHNISHI, 2001).
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Ferida incisa: formato linear e de bordas geralmente regulares, geralmente causado
por lminas (faca, lmina de barbear), (OHNISHI, 2001).
Ferida corto-contusa: formato irregular, geralmente com diversos segmentos
ulcerados, perdas de tecidos e de bordas de segmentos de ferida irregulares epossibilidade de se observar reas de equimoses e hematomas adjacentes s reas de
ulceraes, normalmente causado por objetos que produzem leses simultaneamente por
corte e impacto (machado, foice, aresta de um tijolo), (DEALY, 1996).
Ferida prfuro-contusa: formato quase regular, geralmente com bordas de ferida
ligeiramente irregulares (a depender do tipo de elemento causador da leso) e
possibilidade de se observar reas de equimoses e hematomas adjacentes s reas de
ulceraes, normalmente causado por objetos que penetram a pele mediante impacto
(como um projtil de arma de fogo), (OHNISHI, 2001).
Ferida prfuro-incisa: formato habitualmente regular, geralmente com bordas de
ferida regulares (tambm a depender do tipo de elemento causador da leso),
normalmente causado por objetos que penetram a pele com pouco impacto, mas com bom
potencial de divulso de tecidos (como uma lmina comprida, por exemplo), (OHNISHI,
2001).
Quanto ao formato e agente causador de ferida no traumtica:
Ferida causada por queimadura: formato irregular dependente da rea de pele
exposta radiao ionizante, fonte de calor, abraso ou produto qumico causador da
queimadura. No esperado que haja ferida se queimadura classificada como de
primeiro grau (apenas "avermelhamento" local na rea de pele afetada). J em
queimaduras de segundo (formao de bolhas que se ulceram e formam feridas
geralmente superficiais), terceiro (necrose de pores intermedirias e profundas de
derme e / ou de tecido adiposo) ou quarto graus (necrose de tecidos profundos como
ossos, cartilagens e msculos) h formao imediata de alguma leso ulcerada
(OHNISHI, 2001).
Ferida causada por geladura: formato irregular dependente da rea de
pele exposta ao frio. Mais freqente em extremidades corpreas. Pode assumir as mesmascaractersticas iniciais de queimaduras (apenas "avermelhamento" local na rea de pele
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afetada, como ocorreria em queimaduras de primeiro grau; formao de bolhas que se
ulceram e formam feridas geralmente superficiais, como ocorreria em queimaduras de
segundo grau; necrose de pores intermedirias e profundas de derme e / ou de tecido
adiposo e outros tecidos mais profundos, como ocorreriam em queimaduras de terceiro ou
de quarto graus). Muitas vezes so reversveis em estgios iniciais, contudo, a demora em
iniciar-se algum tratamento pode implicar leso irreversvel com perda de tecidos
corpreos (DEALY, 1996).
Ferida causada por fatores endgenos: formatos diversos, a depender da
patologia causadora das leses. Variam de "rachaduras" em determinadas reas de pele
at leses evolutivas que surgem como pequenos pontos avermelhados ou escurecidos e
se desenvolvem em feridas de dificlima cicatrizao. Algumas patologias que podem
evoluir para feridas, com origem endgena: pnfigo, vasculites de etiologias diversas,
psorase, xeroderma pigmentosa (DEALY, 1996).
5-CURATIVO:
Curativo: um procedimento utilizado para a limpeza, proteo e tratamento das
leses. O curativo consiste no cuidado dispensado a uma regio do corpo com presena
de uma ruptura da integridade de um tecido corpreo(JETER E TINTLE, 1991).
Jeter e Tintle (1991) destacam na histria a riqueza em procedimentos e materiais
pungentes, coloridos e ritualsticos, usados no cuidado com as leses. Alguns exemplos
de elementos usados em curativos ao longo da historia so: teias de aranha, fezes,
hidroterapias e outros tantos.
Nas trs ltimas dcadas os investimentos na rea de curativos aumentaram. As
coberturas de feridas evoluram dos curativos passivos (gazes, compressas), para
curativos ativos (interativos, bioativos), alterando o tratamento de feridas (JETER E
TINTLE, 1991).
5.1-FINALIDADES:
Prevenir a contaminao, impedindo a propagao de infeces nas feridas
spticas;
Promover a cicatrizao;
Proteger a ferida;
Remover corpos estranhos;