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2017 4 ª edição | revista, atualizada e ampliada MATHEUS CARVALHO Manual de DIREITO ADMINISTRATIVO Carvalho -Manual de Dir Administrativo-4ed.indb 3 10/01/2017 12:21:11

Manual de DIREITO ADMINISTRATIVO - Editora Juspodivm · Com efeito, a Lei de Improbidade Administrativa deu tratamento amplo à matéria, estipulando uma série de atos de improbidade

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2017

4ª edição | revista, atualizada e ampliada

MATHEUS CARVALHO

Manual de

DIREITO ADMINISTRATIVO

Carvalho -Manual de Dir Administrativo-4ed.indb 3 10/01/2017 12:21:11

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CAPÍTULO 13

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

SUMÁRIO • -

--

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A improbidade administrativa tem base na Constituição Federal que, em seu art. 37, §4º, estabelece que a lei sancionará os atos de improbidade. Esse dispositivo constitucional enumera algumas sanções a serem aplicadas pela prática de ato de improbidade e, conforme entendimento majoritário da doutrina, trata-se de rol meramente exemplificativo, não esgo-tando as sanções a serem aplicadas.

Com efeito, estipula a norma que “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. Por sua vez, a lei que regulamenta os atos de improbidade, expedida, em obediência ao dispositivo transcrito, relaciona um rol mais extenso de sanções, considerando que aquele previsto na Carta Magna é um rol de sanções mínimas a serem aplicadas.

Atualmente, a matéria referente à improbidade administrativa praticada pelos agentes públicos se encontra positivada na Lei 8429/92. Essa lei tem sua estrutura composta por cinco pontos principais: o sujeito passivo, o sujeito ativo, a tipologia da improbidade, as sanções e os procedimentos.

Para José dos Santos Carvalho Filho1, a “ação de Improbidade Administrativa é aquela em que se pretende o reconhecimento judicial de condutas de improbidade na Administração, perpetradas por administradores públicos e terceiros, e a consequente aplicação das sanções legais, com o escopo de preservar o princípio da moralidade administrativa.”

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho960

2 . CONCEITO

A doutrina faz distinções quanto ao sentido de probidade e moralidade. Alguns autores consideram distintos os sentidos, entendendo que a probidade é subprincípio da moralidade. Para outros, a probidade é conceito mais amplo do que a moralidade. O posicionamento majoritário da Doutrina, que deve ser seguido para provas de concursos públicos, afirma que a moralidade e a probidade, enquanto princípios, são expressões sinônimas, em razão de a Constituição da República ter mencionado em seu texto a moralidade como princípio no art. 37, caput, e a improbidade como lesão ao mesmo princípio.

Todavia, a noção de improbidade não se confunde com a de imoralidade, sendo esta uma espécie daquela. O agente ímprobo sempre se qualificará como violador do princípio da moralidade, contudo, nem todo ato de improbidade tipificado em lei corresponde a violação ao princípio da moralidade.

Com efeito, a Lei de Improbidade Administrativa deu tratamento amplo à matéria, estipulando uma série de atos de improbidade que não configuram imoralidade, como, por exemplo, atos que causam dano ao erário, praticados com culpa stricto sensu pelo agente ímprobo. Dessa forma, pode-se dizer que a improbidade administrativa é gênero do qual a violação à moralidade é uma espécie.

É importante mencionarmos que a Lei de Improbidade Administrativa não deve ser aplicada para meras irregularidades ou transgressões disciplinares – pois estas serão devida-mente punidas na instância administrativa, mediante a instauração de processo disciplinar. De outro modo, visa a resguardar os princípios da administração pública.

Conforme a Lei 8.429/92, são espécies de improbidade administrativa:

– ações ou omissões que geram enriquecimento ilícito, em detrimento da função pública;

– ações ou omissões dolosas ou culposas que causam dano ao erário;

– ações ou omissões que atentam contra os princípios da Administração Pública.

A configuração do ato de improbidade não depende da demonstração de dano patrimonial ao erário público, podendo estar configurada pela simples violação a princípios administra-tivos.

3. NATUREZA JURÍDICA DAS SANÇÕES DE IMPROBIDADE

É cediço que as instâncias penal, administrativa e cível são independentes e que os atos de improbidade podem ser sancionados nas três instâncias. Importante saber que as sanções de improbidade previstas na Lei 8429/92 têm natureza civil, não impedindo, contudo, a apuração de responsabilidades na esfera administrativa e na esfera penal. Frise-se, portanto, mais uma vez, que a natureza da ação de improbidade é cível.

Logo, ao praticar um ato de improbidade, o servidor estará sujeito às sanções administra-tivas (conforme processo administrativo disciplinar estipulado no seu estatuto), sem prejuízo da ação penal nos moldes da legislação pertinente.

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 961

Por fim, haverá a responsabilização civil deste servidor, conforme a Lei de Improbidade Administrativa.

As sanções por improbidade serão aplicadas mediante a propositura da Ação Civil Pública por ato de improbidade (ou, simplesmente, Ação de Improbidade). Não obstante tenha natu-reza de Ação Civil Pública, a Ação de Improbidade não é regulamentada pela Lei de Ação Civil Pública (Lei 7.347/85). Isso porque a própria Lei 8429/92 define os contornos dessa ação.

Sendo assim, por tratar-se de lei que comina sanções administrativas àqueles que causam dano direto ou não ao erário público, entende-se que compete privativamente à União legislar acerca de improbidade administrativa e, dessa forma, a Lei 8.429/92 tem abrangência nacional e não somente federal.

4. DOS AGENTES DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Sujeito Ativo – a Lei 8.429/92 conceitua e apresenta o rol de sujeitos ativos a responderem por atos ímprobos, afirmando que a improbidade administrativa pode ser praticada por qual-quer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta, fundacional ou autárquica de qualquer dos Poderes da União, Estados ou Municípios e de empresas incorporadas ao patrimônio público. Isto posto, aqueles que praticam ato de improbidade são agentes públicos. Importa-nos observar que também pode cometer ato de improbidade quem atua em nome da Administração Pública ainda que temporariamente e sem remuneração, conforme preceito do artigo 2º da referida lei.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

No entanto, em decisões recentes o Supremo Tribunal Federal vem firmando o entendi-mento de que os agentes políticos que respondem por crime de responsabilidade, nos moldes previstos na Carta Magna, não estão sujeitos à Lei de improbidade. Isso porque a Lei de Crimes de Responsabilidade estipula sanções de natureza civil e seria bis in idem admitir as duas punições.

Por sua vez, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, nas Reclamações 2.790 e 2.115, tem reafirmado o seu posicionamento de que, excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República e Ministros de Estado em crimes conexos com os cometidos por aquele (o Presidente), não há norma alguma que proíba que os agentes políticos respondam por crimes de responsabilidade e por atos de improbidade.

Ressalte-se que, além dos agentes públicos, particulares também podem responder por improbidade, desde que se beneficiem ou concorram para a prática do ato. Dessa forma, a lei de improbidade não se aplica somente a agentes públicos, estabelecendo sanções a particulares, alheios à estrutura do Estado.

Ademais, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é de que o dolo deve ser elemento caracterizador dos atos de improbidade. De fato, no Recurso Especial 980.706, transcrito a seguir, a Corte entendeu que somente pode haver responsabilidade por atos de

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improbidade administrativa, quando houver dolo por parte do agente. Por óbvio, tal enten-dimento diz respeito aos atos de improbidade que não causam dano direto ao erário público.

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APROPRIAÇÃO INDEVIDA DE DIÁRIAS. ART. 10, CAPUT, DA LEI 8.429/92. AUSÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO. MÁ-FÉ. ELEMENTO SUBJETIVO. ESSENCIAL À CARACTERIZAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE. SANÇÕES. DOSIMETRIA. CUMULATIVIDADE. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE (ART. 12, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 8.429/83 [sic]). VIOLAÇÃO AO ART. 535. INOCORRÊNCIA.

1. O caráter sancionador da Lei 8.429/92 é aplicável aos agentes públicos que, por ação ou omissão, violem os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, lealdade às instituições e notadamente: (a) importem em enriquecimento ilícito (art. 9º); (b) causem prejuízo ao erário público (art. 10); (c) atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11) compreendida nesse tópico a lesão à moralidade administrativa.

2. A má-fé, consoante cediço, é premissa do ato ilegal e ímprobo e a ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais da Administração Pública coadjuvados pela má-intenção do administrador.

3. A improbidade administrativa está associada à noção de desonestidade, de má-fé do agente público, do que decorre a conclusão de que, somente em hipóteses excepcionais, por força de inequívoca disposição legal, é que se admite a sua configuração por ato culposo (artigo 10, da Lei 8.429/92).

4. O elemento subjetivo é essencial à caracterização da improbidade administrativa, sendo certo, ainda, que a tipificação da lesão ao patrimônio público (art. 10, caput, da Lei 8.429/92) exige a prova de sua ocorrência, mercê da impossibilidade de conde-nação ao ressarcimento ao erário de dano hipotético ou presumido. Precedentes do STJ: REsp 805.080/SP, PRIMEIRA TURMA, DJe 06/08/2009; REsp 939142/RJ, PRIMEIRA TURMA, DJe 10/04/2008; REsp 678.115/RS, PRIMEIRA TURMA, DJ 29/11/2007; REsp 285.305/DF, PRIMEIRA TURMA; DJ 13/12/2007; e REsp 714.935/PR, SEGUNDA TURMA, DJ 08/05/2006;

5. In casu, a ausência de má-fé (elemento subjetivo) dos demandados E.O. M. e L. M. M. representado por seu espólio, coadjuvada pela inexistência de obtenção de proveito patri-monial, conforme consta do voto condutor do acórdão recorrido, revela error in judicando a análise do ilícito apenas sob o ângulo objetivo.

6. Ademais, a exegese das regras insertas no art. 11 da Lei 8.429/92, considerada a gravi-dade das sanções e restrições impostas ao agente público, deve ser realizada com ponde-ração, máxime porque uma interpretação ampliativa poderá acoimar de ímprobas condutas meramente irregulares, suscetíveis de correção administrativa, posto ausente a má-fé do administrador público e preservada a moralidade administrativa e, a fortiori, ir além do que o legislador pretendeu.

7. Outrossim, é cediço que não se enquadra nas espécies de improbidade o ato praticado por administrador inepto. Precedentes: Resp 1149427/SC, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 09/09/2010; e REsp 734984/SP, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 16/06/2008.

8. As sanções do art. 12, incisos I, II e III, da Lei n. 8.429/92, não são necessariamente cumulativas, cabendo ao magistrado a sua dosimetria; em consonância com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que, evidentemente, perpassa pela adequação, neces-sidade e proporcionalidade estrito senso, aliás, como deixa entrever o parágrafo único do referido dispositivo, a fim de que a reprimenda a ser aplicada ao agente ímprobo seja suficiente à repressão e à prevenção da improbidade.

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 963

9. A Ação Civil Pública, por ato de improbidade administrativa, in casu, objetiva a conde-nação dos demandados nas sanções do art. 12, incisos I, II e III, da Lei 8.429/92, em razão da prática de atos descritos nos arts. 9º, caput; 10, caput; e 11, caput e inciso I, da mencionada lei, consubstanciado pelo pagamento de 02 (duas) diárias a servidor público no valor de R$ 375,00 (trezentos e setenta e cinco reais), a fim de possibilitar-lhe a participação nos eventos cognominados "Encontro de Estudos para o Desenvolvimento Auto-Sustentado por Regiões, referente a Micro, Pequena e Média Propriedade" e "Encontro de Entidades da Região Sul", a serem realizados em Curitiba – PR, o qual, inobstante tenha recebido a quantia de R$ 375,00, consoante se colhe da Nota de Empenho autorizada pelo Prefeito Municipal em Exercício e, conquanto estivesse em Curitiba, não participou dos referidos eventos.

10. O Tribunal local, mediante ampla cognição fático probatória, assentou que: (a) a conduta imputada ao demandado C. P. – recebimento de recursos públicos que não lhe eram devidos, no valor de R$ 375,00 – configura ato de improbidade administrativa, capitulado no art. 9º, inciso XI, da Lei n. 8.429/92, e, por isso, manteve incólume a condenação relativa à perda dos valores acrescidos ilicitamente (R$ 375,00); à perda da função pública; à suspensão dos direitos políticos, pelo prazo de quatro anos; e ao ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6; reduzindo, apenas, a multa para três vezes o valor das diárias apropriadas indevidamente;(b) a conduta imputada a E. O. M – inserção no cheque relativo à diária como beneficiário de pessoa que não constava na nota de empenho e não era servidor do Poder Executivo – confi-gura de ato de improbidade administrativa, capitulado no art. 10, inciso I, da Lei 8.429/92, e, por isso, manteve incólume a condenação relativa ao ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6; reduzindo, apenas, a multa para duas vezes do valor das diárias;(c) a conduta imputada a L. M. M., representado por seu espólio, – ao firmar nota de empenho referente às 02 (duas) diárias destinadas a custear a participação do Secretário da Agricultura em evento, E.Z., à míngua de pedido escrito do beneficiário, que se encontrava fora do Estado, para acompanhar a filha em tratamento médico (fl. 50) – configura de ato de improbidade administrativa, capitulado no art. 10, inciso I, da Lei 8.429/92, e, por isso, manteve incólume a condenação relativa ao ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6.11. O espectro sancionatório da lei induz interpretação que deve conduzir à dosimetria relacionada à exemplaridade e à correlação da sanção, critérios que compõem a razoabilidade da punição, sempre prestigiada pela jurisprudência do E. STJ: RESP 664856/PR, Relator Ministro Luiz Fux, DJ de 02.05.2006; RESP 507574/MG, Relator Ministro Teori Zavascki, DJ de 08.05.2006; RESP 513.576/MG, Relator p/ acórdão Ministro Teori Zavascki, DJ de 06.03.2006.12. Os embargos de declaração que enfrentam explicitamente a questão embargada não ensejam recurso especial pela violação do artigo 535, II, do CPC.13. Recurso Especial parcialmente provido para: (a) afastar as sanções impostas ao demandado C. P, quanto à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos, pelo prazo de quatro anos; mantendo incólume o ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6; e a multa civil correspondente a três vezes o valor das diárias apropriadas indevidamente; e (b) afastar as sanções impostas aos demandados E. O. M quanto ao ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6, e a multa de duas vezes do valor das diárias; e L. M. M., representado por seu espólio, quanto ao ressarcimento do dano causado ao erário, na proporção de 1/6.(REsp 980706/RS, Rel. MIN. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 23/02/2011)

O Superior Tribunal de Justiça ainda afirma que não basta um elemento para a carac-terização de ato de improbidade, mas, sim, uma série de atos que juntos caracterizam a improbidade administrativa.

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho964

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CARTA-CONVITE.MODALIDADE DE LICITAÇÃO INADEQUADA. LICITANTE VENCEDORA. QUADRO SOCIETÁRIO. FILHA DO PREFEITO. VIOLAÇÃO AO ART. 11 DA LEI N. 8.429/92. CARACTERIZAÇÃO. PREJUÍZO AO ERÁRIO. DESNECESSIDADE.1. Trata-se de ação civil pública por ato de improbidade administrativa ajuizada em face de ex-prefeito e de sociedades empresárias (postos de gasolina) em razão da contratação alegadamente ilegal dos referidos postos pela Municipalidade. A ação é fundada no art. 11 da Lei n. 8.429/92.2. Nas razões recursais, sustenta o Ministério Público estadual ter havido violação aos arts. 4º, 11 e 21 da Lei n. 8.429/92, uma vez que (i) fere a moralidade administrativa a contratação de empresa cujo quadro societário conta com filha de Prefeito e (ii) está caracterizada a má-fé na espécie, a teor do fracionamento indevido do objeto licitado e dos diversos favorecimentos pessoais ocorridos.3. Resumidamente, foram os seguintes os argumentos da instância ordinária para afastar o pedido de condenação por improbidade administrativa formulado pelo recorrente com base no art. 11 da Lei n. 8.429/92: (a) realização de licitação prévia para a contratação;(b) inexistência de prejuízo ao erário; e (c) não-comprovação de dolo ou má-fé dos envolvidos. Trechos dos acórdãos recorridos.4. Como se observa, os fatos estão bem delimitados pela origem no acórdão da apelação, que foi confirmado pelo acórdão dos embargos infringentes, o que está sujeita a exame nesta Corte Superior é a simples qualificação jurídica desse quadro fático-probatório, não sendo aplicável, pois, sua Súmula n. 7.5. Em primeiro lugar, é de se afastar o argumento (b), retro, porque pacífico no Superior Tribunal de Justiça entendimento segundo o qual, para o enquadramento de condutas no art. 11 da Lei n. 8.429/92, é despicienda a caracterização do dano ao erário e do enriqueci-mento ilícito. Confiram-se os seguintes precedentes: REsp 1.119.657/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 30.9.2009, e REsp 799.094/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 16.9.2008.6. Em segundo lugar, acredito que a análise do argumento (a) está essencialmente ligada ao enfrentamento do argumento (c).7. Não há como afastar a conclusão da origem no sentido de que, isoladamente, o simples fato de a filha do Prefeito compor o quadro societário de uma das empresas vencedora da licitação não constitui ato de improbidade administrativa.8. Ocorre que, na hipótese dos autos, este não é um dado isolado. Ao contrário, a perícia – conforme consignado no próprio acórdão recorrido – deixou consignado que a modalidade de licitação escolhida (carta-convite) era inadequada para promover a contratação pretendida, em razão do valor do objeto licitado.9. Daí porque o que se tem, no caso concreto, não é a formulação, pelo Parquet estadual, de uma proposta de condenação por improbidade administrativa com fundamento único e exclu-sivo na relação de parentesco entre o contratante e o quadro societário da empresa contratada.10. No esforço de desenhar o elemento subjetivo da conduta, os aplicadores da Lei n. 8.429/92 podem e devem guardar atenção às circunstâncias objetivas do caso concreto, porque, sem qualquer sombra de dúvida, elas podem levar à caracterização do dolo, da má-fé.11. Na verdade, na hipótese em exame – lembre-se: já se adotando a melhor versão dos fatos para os recorridos –, o que se observa são vários elementos que, soltos, de per se, não configurariam em tese improbidade administrativa, mas que, somados, foram um panorama configurador de desconsideração do princípio da legalidade e da moralidade administrativa, atraindo a incidência do art. 11 da Lei n. 8.429/92.12. O fato de a filha do Prefeito compor uma sociedade contratada com base em licitação inadequada, por vícios na escolha de modalidade, são circunstâncias objetivas (declaradas

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho982

mormente nos casos que envolvem grandes associações criminosas e esquemas de corrupção com agentes de alto escalão.

Assim, a delação premiada seria uma forma de auxiliar o poder público no combate a condutas violadoras da moralidade pública, permitindo a punição dos responsáveis por grandes esquemas de corrupção, permitindo ao Ministério Público atingir o topo da pirâmide, alcançando todos os responsáveis pelos atos danosos.

Saliente-se, ainda, que não se vislumbra empecilho legal à aplicação analógica do instituto da colaboração premiada, uma vez que a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n. 4.657/42) estabelece, no seu artigo 4.º, que "quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito".

Neste sentir, a vedação de transacionar, definida na Lei 8.429/92, não deve alcançar o referido instituto, haja vista suas peculiaridades. Inclusive, esse entendimento vem sendo admitido no bojo do Ministério Público. Neste sentido, o Ministério Público de São Paulo, já se manifestou. Observe-se:

“CONCLUSÕES DAS TESES APROVADAS EM PLENÁRIA NO I CONGRESSO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DO MINISTÉRIO PÚBLIC DO ESTADO DE SÃO PAULO

Tese nº 5

COLABORAÇÃO PREMIADA E LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Autor: Antonio Celso Campos de Oliveira Faria

Relator: Silvio Antonio Marques

Conclusões:

1. o instituto da colaboração premiada, por analogia, pode ser aplicado aos atos de improbidade administrativa;2. as Promotorias do Patrimônio Público e Social devem envidar esforços no sentido de ser reco-nhecida perante o Poder Judiciário a aplicação do instituto da colaboração premiada em matéria de improbidade administrativa.”

Com a publicação da Medida Provisória 703/2015, a lei de improbidade não mais proíbe que seja firmado acordo no bojo da ação de improbidade, corroborando este entendimento aqui apresentado.

12. QUADRO SINÓPTICO

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

CONCEITO

-

ATENÇÃO! A

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 983

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

NATUREZA JURÍDICA DAS SANÇÕES DE IMPROBIDADE

natureza da ação de improbidade é cível.

ATENÇÃO! 7. -

tornos dessa ação.

DOS AGENTES DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

SUJEITO ATIVO

Lei n. 8.429/92

STF

STJ

-

responsabilidade e por atos de improbidade.

ATENÇÃO!

ao erário público.

SUJEITO PASSIVOATENÇÃO! a Administração

até o montante das verbas públicas recebidas.

ESPÉCIES DE ATO DE IMPROBIDADE E SANÇÕES APLICÁVEIS.

ESPÉCIES

Art. 9º, da Lei 8.429/92

Art..10, da Lei 8.429/92

Art. 11, da Lei 8.429/92 pública.

ATENÇÃO!

ATENÇÃO!

Carvalho -Manual de Dir Administrativo-4ed.indb 983 10/01/2017 12:22:17

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho984

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

PROCEDIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE.

LEGITIMIDADE PARA PROPOR

Pessoa Jurídica

elencadas no art. 1º da

Lei 8.429/92)

O deve atuar como

Ministério Público

COMPETÊNCIA

-

ATENÇÃO!

NOTIFICAÇÃO DO ACUSADO

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

INDEFERIMENTO Cabe apelação

DEFERIMENTO

CITAÇÃO DO RÉU contestação.

MEDIDAS CAUTELARES

e o

AFASTAMENTO PREVENTIVO DO

SERVIDOR PÚBLICOATENÇÃO!

BLOQUEIO DE CONTAS

pecuniárias a serem aplicadas.

ATENÇÃO! Esta medida pode ser aplicada a contas fora do país.

INDISPONIBILIDADE DOS BENS

-cidos ilicitamente.

ATENÇÃO! basta a simples demonstração de

SEQUESTRO DE BENS

ATENÇÃO! A concessão das medidas cautelares não impede o curso normal do processo.

CAUTELARES PREPARATÓRIAS

Carvalho -Manual de Dir Administrativo-4ed.indb 984 10/01/2017 12:22:17

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 985

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

PEDIDOS NA AÇÃO DE IMPROBIDADE

PEDIDO PRINCIPALATENÇÃO!de improbidade.

O

ATENÇÃO!

DA COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE.

-

PRESCRIÇÃO

Art. 23 da Lei de Improbidade

De 5 anos a contar do término do exercício do

cargo, função

mandato.

ATENÇÃO! O

Previsto no estatuto do

servidor para

puníveis com demissão.

ATENÇÃO! o servidor está vinculado.

infracional pela Administração Pública.

públicos

Lei silente em relação aos

Em até cinco anos da data da apresentação à administração

pública da prestação de

Carvalho -Manual de Dir Administrativo-4ed.indb 985 10/01/2017 12:22:17

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho986

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

APROFUNDAMENTO PARA PROVAS DISCURSIVASINCONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

na doutrina

material

-24

.

-

-

formal

-

-

Da Delação

de Improbidade

fatos e punição do responsável pelo delito.

delação premiada.

esta obra entende

delação

13. JURISPRUDÊNCIAS 2015/2016

• AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. AGENTE POLÍTICO. PREFEITO. SUB-MISSÃO ÀS NORMAS DA LEI 8.429/92. PRECEDENTES DO STJ. ART. 24 DA LEI 8.666/93. DISPENSA DE LICITAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. REVISÃO DAS SANÇÕES IMPOSTAS. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILI-DADE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 987

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• ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRA-TIVA. CONTROVÉRSIA A RESPEITO DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENA DE PERDA DE CARGO A MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE

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• AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IRREGULARIDADE EM CONTRATAÇÕES. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. INCUR-SIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS Nº 279 E Nº 280 DO STF. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA 636 DO STF. INCIDÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. ÔNUS DO RECORRENTE. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (ARE 748.371-RG, REL. MIN. GILMAR MENDES, TEMA 660). IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SANÇÕES. GRADAÇÃO. ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA E NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

-ral, no exame do RE nº 669.069/MG-RG, Relator o Ministro Teori Zavascki, reconheceu a repercussão geral da maté-

328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, se determinou a devolução dos autos ao

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho988

não provido. • AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCURADOR DA FAZENDA

NACIONAL. EXECUÇÃO, EM NOME PRÓPRIO, DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA DEVIDOS À UNIÃO. APROPRIA-ÇÃO INDEVIDA DESSES VALORES. ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E DE UTILIZAÇÃO DO CARGO PARA LOGRAR PROVEITO PESSOAL OU DE OUTREM, EM DETRIMENTO DA DIGNIDADE DA FUNÇÃO PÚBLICA. CONDUTAS APURADAS EM REGULAR PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. PENA APLICADA POR FORÇA DE PREVISÃO LEGAL. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

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• DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANO. AUSÊNCIA DE LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. SÚMULA 279/STF. 1. Hipótese em que a resolução da controvérsia demandaria o reexame dos fatos e do material probatório constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/STF. 2. Agravo regimen-tal a que se nega provimento.

• ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IRREGULARIDADES EM LICITAÇÃO.CONFIGURAÇÃO DO ELEMENTO SUBJETIVO E DO PREJUÍZO AO ERÁRIO. REVISÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ.

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• PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PRO-CESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. BLOQUEIO DE BENS. REQUISITOS PARA DECRETAÇÃO. PRESENÇA DE FUMUS BONI IURIS E DE PERICULUM IN MORA CONSTATADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE NO CASO DOS AUTOS. SÚMULA N. 7/STJ. INCIDÊNCIA. I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão reali-

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• ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AGENTES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL. PENA DE DEMISSÃO. SUPOSTA EXIGÊNCIA DE PROPINA PARA LIBERAR VEÍCULO E ABUSO DE AUTORIDADE. PRESCRIÇÃO: INEXISTÊNCIA. NULIDADE POR SUBSTITUIÇÃO DOS INTEGRANTES DA COMISSÃO PROCESSANTE DO PAD: INEXISTÊNCIA. INAPLICABILIDADE DA LEI 4.878/1965. INDEPENDÊNCIA ENTRE AS ESFE-RAS PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 989

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13.1. Informativos do STJ• DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA PARA

PROCESSAR E JULGAR AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMI-NISTRATIVA. Compete à Justiça Estadual - e não à

-gularidades na prestação de contas, por ex-prefeito, relacionadas a verbas federais transferidas mediante convênio e incorporadas ao patrimônio municipal, a não ser que exista manifestação de interesse na causa por parte da União, de autarquia ou empresa pública federal.

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• DIREITO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE DE

LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO EM ATO DE IMPRO-BIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTA ENRIQUECI-MENTO ILÍCITOpossível a condenação por ato de improbidade adminis-

de aplicação da pena de ressarcimento ao erário. Isso

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possibilidade de condenação na pena de ressarcimento

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho990

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proibição de contratar com o Poder Público ou rece-

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e sentença condenatória em ação civil pública de -

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14. QUESTÕES DE CONCURSOS

1. (VUNESP - 2014 - PRODEST-ES - Analista Orga-Assinale a alter-

-públicos -

-mente pela sua conduta.

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indiciado.-

do débito.

2

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puladas.

réu condenado.-

tente para determinar o afastamento provisório

ilícito.

3. (TRF - 2ª Região - 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal)

em conformidade com o entendimento dominante

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 991

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4. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) -

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-natória.

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público.

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5. (Cespe – Defensor Público - DPU/ 2015) Em rela-ção a improbidade administrativa e responsabi-

O rol de condutas tipificadas como atos de

6. (Cespe – Defensor Público - DPU/ 2015) A res-ponsabilidade civil do servidor público pela prá-

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doloso ou culposo.

7. (FCC – Juiz de Direito – RR/2015)-

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dendo tam bém os bens e valores patrimoniais

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indireta.

-dutas descritas na referida lei.

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8. (Vunesp - PGM – São Paulo - SP/2015) Sobre a

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho992

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ato de improbidade.

conduta de professor da rede pública de ensino

aos cofres públicos.

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de periculum in mora.

9. (FCC – Analista Judiciário – Área Administra-tiva - TRT 4/2015)

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patrimonial e proibição de contratar com o Poder -

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locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado.

10Avaliador - TRT 3/2015) Determinada empresa

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-rando a empresa pública. Essa situação perdurou

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ação de improbidade contra o Prefeito e represen-

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a contratação sem concurso público foi feita

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11. (FCC – Analista Judiciário – Área Administra--

museu e o furto de valiosa obra de arte. A conduta

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 993

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12. (FCC – Técnico Judiciário – Área Administra-

Pública:

de consultoria ou assessoramento para pessoa -

pública sem a estrita observância das normas

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ção de bem público ou o fornecimento de ser-viço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

13. (QUADRIX – Auxiliar de Atendimento e Admi-nistração – CREF da 7a Região /2016) Em conso-

correta.-

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14. (IF-TO – Assistente em Administração/2016)

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15. (CESPE – Analista em Direito – FUNPRESP--JUD/2016)

16. (IF-TO – Assistente em Administração/2016) -

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público.-

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MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO – Matheus Carvalho994

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ção de bem público ou o fornecimento de ser-viço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

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17. (IADHED – Procurador Municipal – Prefeitura de Araguari-MG/2016)

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de consultoria ou assessoramento para pessoa -

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18. (FCC – Técnico de Nível Superior – Prefeitura de Teresina-PI/2016) -

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anos.

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19. (COMVEST UFAM – Auxiliar em Administração – UFAM/2016)

os princípios da administração pública:

-diar a liberação ou aplicação de verba pública de

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20. (FCC – Técnico de Nível Superior – Prefeitura de Teresina-PI/2016)

pecuniária para facilitar o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mer-

bens.

acréscimo patrimonial.

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Cap. 13 • IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 995

GABARITO COMENTÁRIO

1 D

2 D

3 B

-

-

4 A -

5 ERRADO -o rol é

a serem aplicadas.

6 CERTO

7 C

8 C A

9 A

:-

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