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Manual de Grupos Psicoterapêuticos ADEB, desde 1991, na promoção, educação e prevenção da doença Unipolar e Bipolar, em Portugal www.adeb.pt IPSS de utilidade pública com fins de Saúde e Sociais

Manual de Grupos Psicoterapêuticos€¦ · GRUPOS TERAPÊUTICOS DE STRESSE E ANSIEDADE (GTSA) ... 8 – INTEGRAÇÃO EM GRUPOS DE AJUDA MÚTUA (GAM) ..... 14. 4. 5 Manual dos Grupos

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Manual de Grupos

Psicoterapêuticos

ADEB, desde 1991, na promoção, educação e prevenção da doença Unipolar e Bipolar, em Portugal

www.adeb.pt

IPSS de utilidade pública com fins de Saúde e Sociais

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Título: Manual de Grupos Psicoterapêuticos da ADEB

Autores: Renata Frazão, Ana Berrincha, Sérgio Paixão

Revisão Técnica: Álvaro de Carvalho

Paginação: Graficoisas

Coordenação: Delfim Augusto d`Oliveira Renata Manuel Mendes Frazão

Distribuição gratuita

Edição: Lisboa, em Julho de 2016

Tiragem: 250

Direitos autorais reservados à ADEB.

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ÍNDICE DO MANUAL DOS GRUPOS PSICOTERAPÊUTICOS (GPT) DA ADEB

1 - OBJETIVOS ESTATUTÁRIOS DA ADEB ................................................................ 5

2 – TIPOS DE GPT DA ADEB .................................................................................. 6

GRUPOS PSICOEDUCATIVOS (GPE) ................................................................... 6

GRUPOS TERAPÊUTICOS DE STRESSE E ANSIEDADE (GTSA) .............................. 6

GRUPOS DE PREVENÇÃO DE IDEAÇÃO E COMPORTAMENTO SUICIDA (GPICS) ...6

3 – DESCRIÇÃO DOS GRUPOS PSICOTERAPÊUTICOS DA ADEB E SEUS OBJETIVOS ....7

4 – QUESTÕES BÁSICAS INICIAIS ......................................................................... 10

5 – INÍCIO DAS SESSÕES ..................................................................................... 11

6 – REGRAS DE BOM FUNCIONAMENTEO ............................................................. 12

7 – PAPEL DO PSICÓLOGO CLÍNICO NOS GRUPOS ................................................ 13

8 – INTEGRAÇÃO EM GRUPOS DE AJUDA MÚTUA (GAM) ...................................... 14

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Manual dos Grupos Psicoterapêuticos (GPT)

1 – OBJETIVOS ESTATUTÁRIOS DA ADEBA Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, ADEB, regis-tada na Direção Geral de Acão Social, com o n.º18/93 de 19 de Fevereiro de 1993, como IPSS, de utilidade pública com fins de saúde e sociais, sem fins lucrativos, regida pelas disposições da lei aplicável e pelos Estatutos da ADEB:Assim, ao abrigo do artigo 3º, a ação da ADEB visa desenvolver a sua ativi-dade em todo o território nacional, por via da criação de Delegações ou Núcleos Distritais ou de estabelecimento de acordos de cooperação com entidades terceiras, abrangendo pessoas com o diagnóstico de Depressão (Unipolar), perturbação Bipolar e outras comorbilidades associadas, fami-liares, cuidadores, médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos de serviço social e outros profissionais da área da saúde mental.Nesta sequência, ao abrigo do artigo 4º dos Estatutos, a ADEB tem como objetivos principais: a) Implementar respostas de cuidados continuados integrados de saúde

mental, destinadas a pessoas com o diagnóstico da doença Unipolar e Bipolar e outras comorbilidades associadas, de que resulte incapacidade psicossocial e que se encontrem em situação de dependência, cujas res-postas estão previstas na Lei.

b) Promover, educar e formar, de forma especializada, na área da saúde mental, tendo em vista divulgar e elevar o conhecimento das pessoas com o diagnóstico de doença Unipolar e Bipolar e seus familiares ou cuidadores para a prevenção e (re) habilitação.

c) Apoiar e orientar os jovens e adultos associados da ADEB em situação de desemprego, no percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho em cooperação com as unidades locais do IEFP, I.P.

d) Desenvolver o Fórum Sócio Ocupacional com base na legislação em vigor aplicável.

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2 – TIPOS DE GRUPOS PSICOEDUCATIVOS NA ADEB

Tendo em consideração o previsto no n.º 2 do artigo 5º dos Estatutos da ADEB, este contempla e estabelece o desenvolvimento dos seguintes gru-pos Psicoeducativos:a) Grupos Psicoeducativos (GPE), de forma a melhorar a adesão à terapêu-

tica farmacológica; reconhecer os sintomas de recaídas precedentes e prevenir as futuras; promover a consciencialização e proporcionar aos associados, familiares e cuidadores, aptidões para lidar com a doença Unipolar ou Bipolar;

b) Grupos Terapêuticos de Stress e Ansiedade (GTSA), tendo por objetivo mudar e reestruturar padrões de pensamento, aprender técnicas de re-laxamento e promover técnicas de assertividade e de afirmação pessoal;

c) Grupos de Prevenção de Ideação e Comportamento Suicida (GPICS), abor-dam este fenómeno complexo e multidimensional de ordem psicopa-tológica, antropológica, psicológica e social.

Estes grupos Psicoterapêuticos visam a contribuição para a melhoria de acesso das pessoas com diagnóstico da doença Unipolar ou Bipolar ou ou-tras comorbilidades associadas, e seus familiares e cuidadores, no campo da Reabilitação Psicossocial, através da prestação de apoios articulados en-tre a rede de prestação de cuidados primários e os cuidados continuados integrados em saúde mental.

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Os Grupos Psicoterapêuticos assentam nos seguintes princípios sociológi-cos essenciais:

a. Família, biológica ou afetiva, como elemento determinante da relação humana;

b. Humanidade e respeito pelos associados na prestação dos cuidados de saúde;

c. Continuidade entre as ações terapêuticas e de recuperação global, de acordo com um plano individual de intervenção que integre a carac-terização multidisciplinar da situação do associado, das suas necessi-dades e dos cuidados a prestar;

d. Proximidade de cuidados, sempre que possível, dentro do enquadra-mento comunitário do associado;

e. Qualidade e eficácia na prestação de cuidados de saúde;f. Cumprimento dos princípios éticos de defesa de integridade, identi-

dade e privacidade do associado. g. A prestação de cuidados nos grupos, bem como nas restantes valên-

cias instituídas pela ADEB, garantem a sua autonomia e bem-estar, com a participação dos familiares ou conviventes diretos, com vista a uma melhoria da sua auto-estima, estabilidade emocional e quali-dade de vida. A Psicoeducação é essencial em todas as perturbações psíquicas, nomeadamente no tratamento das Perturbações do Hu-mor, visando o aumento da adesão e da eficácia ao tratamento de uma forma responsável.

O Manual dos Grupos Psicoterapêuticos tem como objetivo estabelecer princípios e regras que o orientem na sua integração nestes grupos de forma assertiva.

3 - DESCRIÇÃO DOS GRUPOS PSICOTERAPÊUTICOS

OBJECTIVOS GERAISâ Melhoria na qualidade dos cuidados percecionados pelos associa-

dos com diagnóstico de doença Unipolar ou Bipolar;â Melhoria na estabilidade emocional, auto estima e qualidade de vida;â Estabelecimento de uma relação terapêutica baseada na colabo-

ração, informação, confiança e empatia;â Fomento da pró-atividade no desempenho da terapêutica, afastan-

do os receios e incentivando o pedido de auxílio técnico nas situ-ações mais complexas;

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â Combate ao sentimento de incompreensão sobre a doença, crucial para o bem-estar psicológico e estabilização da pessoa com diagnóstico;

â Substituição da culpabilidade face à doença por um sentimento de responsabilidade;

â Educação com vista à aquisição de hábitos e atitudes positivas face à doença que permitam a manutenção de um melhor prognóstico no curso da doença Unipolar e Bipolar;

â Favorecimento do conhecimento e a mobilização de recursos pessoais;â Combate ao estigma;â Reconhecimento dos sinais de alarme da doença;â Prevenção de recaídas;â Obtenção de ganhos de saúde.

GRUPOS PSICOEDUCATIVOS (GPE):Segundo Colom e Vieta (2006), os Grupos Psicoeducativos têm comoobjetivos básicos:• Informação sobre a doença Unipolar e Bipolar;• Deteção Precoce dos sinais de crise;• Adesão à terapêutica;• Gestão e monitorização diária dos sintomas.

Objetivos Secundários:• Gestão do stresse;• Evitar o uso indevido de substâncias psicoativas, medicamentosas

ou não, quer lícitas (como benzodiazepinas e bebidas alcoólicas) quer ilícitas;

• Aquisição de hábitos de vida regulares;• Controlo dos fatores de risco;• Prevenção de suicídio. Objetivos de excelência terapêutica• Aumento do conhecimento e da capacidade de gestão das conse-

quências psicossociais de episódios de crise, passados e futuros;• Aumento da atividade social e interpessoal entre os episódios de crise;• Enfrentar os sintomas subsindrómicos residuais e sua diminuição;• Promover a gestão de competências para lidar com a patologia;• Melhoria do ajustamento psicossocial através da partilha de senti-

mentos e emoções associados à patologia;• Aumento do bem-estar geral e da qualidade de vida.

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GRUPO TERAPÊUTICO DE STRESSE E ANSIEDADE (GTSA)Os objetivos de intervenção dos GTSA são os seguintes:Objetivo Geral:• Apreender a lidar com o Stresse e Ansiedade

Objetivos Específicos:• Promoção do autoconhecimento.• Identificar situações do quotidiano que possam acarretar stresse.• Aplicar estratégias para reduzir situações de stresse.• Executar exercícios de relaxamento com vista à redução de ansiedade.

GRUPO DE PREVENÇÃO DE IDEAÇÃO E COMPORTAMENTO SUICIDA (GPICS)

Os objetivos deste grupo psicoterapêutico são os seguintes:Objetivos primários:• Definição e esclarecimento dos conceitos e terminologia de ide-

ação suicida, comportamentos auto lesivos e atos suicidas• Melhoria da informação e educação para a saúde mental • Adoção de estratégias preventivas de ideação e comportamento suicida• Elevação dos níveis de bem-estar psicológico e social• Diminuição do estigma em torno da Depressão e Doença Bipolar,

da ideação suicida, comportamentos auto lesivos e atos suicidas

Objetivos secundários:• Psicoeducação sobre a doença Unipolar ou Bipolar, para prevenção

de quadros clínicos agudos e consequentes comportamentos auto lesivos e/ou suicidas

• Estratégias para redução de acesso a substâncias tóxicas letais• Identificação e compreensão dos recursos de apoio disponíveis na

comunidade• Identificação de fatores de risco• Elaboração de um Plano Personalizado de Prevenção de Suicídio

Antes da colocação nos grupos:Inicialmente ocorrerá uma entrevista primária sobre os grupos com um dos técnicos da ADEB. Uma vez disposto a integrar um grupo, o candidato deverá conhecer quais os seus objetivos, direitos e deveres enquanto par-ticipante desta valência.Terá a oportunidade, juntamente com o técnico, de colocar as questões

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que ache necessárias para, em consciência, aderir e integrar formalmente os grupos.Posteriormente, ao ser integrado, irá verificar que cada grupo tem um Psicólogo Clínico (PC) responsável pelo mesmo, que programará e coorde-nará a formação específica de cada grupo, dinamizando simultaneamente as sessões e temáticas programadas, entre os seus participantes.O PC da ADEB estará sempre disponível para qualquer esclarecimento que o grupo ou um dos seus elementos necessite, realizando a avaliação da evolução em ganhos de saúde dos seus membros.A Psicoeducação no tratamento das Perturbações do Humor é uma inter-venção chave no aumento da compreensão, responsabilização e adesão ao tratamento. Visa ajudar, através do acesso a informação clara e concisa sobre a patologia, e fornecer ferramentas e estratégias para a sua gestão.

4 – QUESTÕES BÁSICAS INICIAIS

As questões básicas que necessitam de resposta no início da formação de um novo grupo são:

o Qual a periodicidade das reuniões?Os grupos Psicoeducativos reúnem-se com uma periodicidade sema-nal ou quinzenal, sendo a programação temática e gestão de cada

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sessão e datas de realização organizadas pelo Psicólogo Clínico responsável, de acordo com as necessidades específicas de cada grupo. Cada grupo poderá realizar entre 5 a 8 sessões (GPE), 4 sessões no GTSA e 2 a 3 sessões no GPICS e contar com 5 a 10 par-ticipantes Unipolares, Bipolares ou Familiares de pessoas com estas patologias.

o Onde se reúne o Grupo?As sessões dos grupos Psicoeducativos realizam-se em instalações disponibilizadas pela ADEB, na sua sede ou Delegações, ou em es-paços adequados cedidos e em parceria com outras instituições.

o Quem serão os membros do Grupo?Qualquer associado tem direito a integrar os grupos, desde que te-nha diagnóstico de patologia Unipolar ou Bipolar, estabilizado e emregime de tratamento ambulatório ou seja familiar ou cuidador de alguém com uma perturbação do humor. A avaliação das condições para inserção num grupo deverá ser feita pelo PC responsávelpelo encaminhamento.

o Qual o valor pago para frequentar os Grupos Psicoeducativos?É requisito para a frequência dos grupos que os utentes sejam as-sociados e tenham as quotas em dia. A definição do valor mensal a pagar por cada elemento do grupo é feita aquando da inscrição no mesmo, de acordo com a Tabela do Regulamento das Compartici-pações dos Associados da ADEB, aprovada em Assembleia Geral Or-dinária de 30 de Novembro de2013. O pagamento deste valor deverá ser feito nos dias da respetiva realização das sessões.

o Que tipos de formato têm as sessões do Grupo?O técnico responsável pelo grupo irá orientar o grupo no sentido da introdução ao tema proposto, recorrendo a meios audiovisuais, se necessário, podendo enquadrar a temática na experiência das pes-soas presentes de forma a permitir um debate construtivo e o es-clarecimento de dúvidas relacionadas com o tema abordado. Poderão ainda ser distribuídos materiais Psicoeducativos pertinentes para o desenrolar da sessão.

5 – INÍCIO DAS SESSÕES

Na formação de um grupo é importante que todos se apresentem e que dêem uma breve explicação da razão pela qual pretendem participar

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no grupo e que o Psicólogo Clínico, (PC) responsável pelo grupo dê as seguintes informações:

3 Objetivo/ Propósito do grupo;3 Regras de funcionamento;3 Localização e horário das reuniões;3 Sessões temáticas (cada sessão terá um tema pré-definido pelo PC da

ADEB);3 Serviços fornecidos aos membros;3 Introdução ao programa da sessão.

É importante que todos os membros do grupo compreendam os seus ob-jetivos:

o Criar uma atmosfera de confiança mútua e empatia baseada na confidencialidade e na partilha de experiências;

o Tornar claro que o grupo é uma forma de aprendizagem essencial para uma melhor gestão da doença Unipolar ou Bipolar e não um substituto do tratamento médico e psicológico, que complementa;

o Recomendar o complemento do acompanhamento médico e a adesão à medicação coadjuvada por um acompanhamento psicológi-co como tratamento eficaz para as doenças Unipolar ou Bipolar;

o Proporcionar aos membros do grupo a informação mais atualizada acerca das doenças Unipolar ou Bipolar;

o Ajudar os membros a tornarem-se auto-suficientes e indepen-dentes à medida que desenvolvem estratégias para lidar com as suas oscilações do humor e problemas do quotidiano que daí ad-vêm. O objetivo último para cada membro é conseguir uma maior qualidade de vida, através da mudança e crescimento pessoal, sem contudo se tornar dependente do grupo ou de qualquer um dos seus membros;

o Promover / fomentar a gestão adequada e equilibrada para todas as pessoas com as doenças Unipolar ou Bipolar, suas famílias e amigos.

REGRAS DE BOM FUNCIONAMENTO

Confidencialidade - Os membros, como referido acima, não devem falar fora do grupo sobre os assuntos discutidos nas sessões ou sobre os seus pares. Fazê-lo significa violar o direito à confidencialidade de cada membro

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e pôr em causa a própria utilidade e unidade do grupo: não fale dos mem-bros do seu grupo na sua ausência; dirija-se antes a eles.Não esqueça que o fim do grupo é terapêutico.

Pontualidade - As sessões deverão sempre começar a horas. A pontuali-dade é um sinal de respeito pelos restantes membros do grupo;

Privacidade - Se por um lado é fundamental encorajar os membros ao rela-cionamento e confiança no apoio dos outros, nenhum deles, no entanto, deverá contactar outro fora do grupo sem prévio acordo do mesmo;

Simpatia e ajuda - Os membros devem tratar-se uns aos outros como gos-tariam de ser tratados, com respeito e sem fazer juízos de valor moral. Julgar outro indivíduo, na melhor das hipóteses, não é correto, sendo po-tencialmente muito prejudicial. Julgar as opiniões e sentimentos, emoções e pensamentos de outra pessoa não é consistente com o papel que cada elemento deverá desempenhar nestes grupos, não impedindo, antes pelo contrário, estimulando que se peçam e dêem opiniões sobre o que é mani-festado;

Assiduidade - Os membros deverão ser aconselhadas, para além de serem pontuais, a comparecerem com regularidade até ao final da programação do grupo, salvo motivo de força maior, a ser oportunamente manifestado no grupo;

Partilha - Todos os membros devem partilhar com os colegas ideias e/ou situações que estejam relacionadas, direta ou indiretamente com o tema proposto, evitando dispersões para temáticas que podem não se enquadrar nos interesses de todos os presentes. A partilha é uma experiência muito rica e que pode ser um poderoso recurso de reabilitação, quebra de isola-mento e identificação com os outros.

7 – PAPEL DO PSICÓLOGO CLÍNICO NOS GRUPOS

Promover a discussão sã e aprofundada, a auto realização e a esperan-ça quando incentiva uma discussão aberta que realça as múltiplas opções disponíveis para as pessoas com doenças do humor e seus familiares;Promover segurança - quando fomenta a existência de uma atmosfera

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empática, de confiança e de suporte, nunca permitindo que um elemento do grupo seja discriminado de nenhuma forma. Isto é conseguido através do reforço, relembrando as regras e os objetivos do grupo;Promover a responsabilidade, encorajando os membros do grupo a che-garem às suas próprias conclusões e a sentirem o dever individual pelo bem-estar do grupo como um todo;Encorajar a participação - relembrando que os membros podem partilhar as suas experiências apenas quando se sentirem capazes disso; simulta-neamente deverá estimular, ao longo do tempo, os membros menos expan-sivos a participarem, respeitando sempre o ritmo individual de exposição de cada um;Moderar a discussão - Deverá moderar a conversação e os comentários que não estão relacionados com a temática em discussão;Lidar com situações problemáticas - De vez em quando alguns membros podem tentar monopolizar o discurso, recomendar um tratamento ou es-tratégias de “coping” inapropriadas, abordar os outros de um modo mais agressivo, produzir “barulho”, ter conversas paralelas ou violar as regras do grupo de outras formas. O psicólogo deve tentar lidar com estas situ-ações através da combinação de comentários e ações durante a sessão ou, quando esta alternativa falhar ou for insuficiente, falar em particular com o membro em questão depois da reunião.

INTEGRAÇÃO EM GRUPOS DE AJUDA MÚTUA (GAM)

Após o final das sessões do grupo será convidado a ingressar num Grupo de Ajuda Mútua (GAM), permitindo o acesso a um espaço de partilha em que a experiência de cada um dos participantes ganha forma na consti-tuição de um mecanismo de suporte afetivo continuado, no combate ao estigma e ao isolamento.Nesta altura ser-lhe-á fornecido o Manual dos Grupos de Auto Ajuda/ Ajuda Mútua que tem como objetivo ajudá-lo, passo a passo, na sua integração de forma assertiva, com o propósito de alcançar ganhos de saúde e maior qualidade de vida.Um Grupo de Auto Ajuda é constituído por pessoas que partilham a mesma problemática de Saúde Mental, ou por um grupo de familiares ou cuida-dores, que se encontram de forma periódica para procurarem soluções em conjunto e que se apoiam mutuamente.

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Os grupos de auto-ajuda baseiam-se no conceito de que ajudando os ou-tros, as pessoas se ajudam a si próprias; o facto de partilharem experiên-cias e de observarem como os outros superam situações semelhantes pode ser muito vantajoso. Os grupos proporcionam também o acesso à Psicoed-ucação que fomenta o conhecimento e a responsabilidade na gestão da doença.

Há que ter em conta os objetivos básicos do grupo de Ajuda Mútua:

o Apoio que facilite às pessoas superarem a instabilidade emocional e o isolamento, mediante o contacto com outras que tiveram ex-periências idênticas e que possuem respostas e estratégias positi-vas para o problema;

o Adquirir e reforçar atitudes positivas face à integração em dife-rentes contextos (família, amigos, trabalho, comunidade);

o Facilitar a expressão de sentimentos, emoções e pensamentos li-gados à doença;

o Favorecer o processo de adaptação às diferentes situações gera-das pelo diagnóstico;

o Melhorar a “Auto compreensão”, ou seja onde estou e até onde quero ir;

o Favorecer o conhecimento e a mobilização de recursos pessoais;o Melhorar a qualidade de vida;o Combate ao estigma;o Conhecimento da doença Unipolar e Bipolar;o Reconhecimento dos sinais de alarme da doença;o Prevenção de recaídas;o Partilha de experiências;o Definir e identificar as estratégias de coping [2];o Obter ganhos de saúde.

[2] Coping: Lidar com algo.

Bibliografia:Colom F, Vieta E: Psychoeducation Manual for Bipolar Disorder, Cambridge University Press, 2006Plano Nacional de Prevenção do Suicídio 2013-201

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SEDE NACIONAL DA ADEBQuinta do Cabrinha,Av. de Ceuta, n.º 53Lojas F/G, H/I e J1300-125 LISBOATel: 21 854 07 40/8Fax: 21 854 07 49Tlm: 96 898 21 [email protected]

DELEGAÇÃO DA REGIÃO NORTEUrbanização de Santa LuziaRua Aurélio da Paz dos Reis, n.º 357Torre 5, r/c, Paranhos4250-068 PORTOTel: 22 606 64 14 / 22 833 14 42Fax: 22 833 14 43Tlm: 93 857 69 [email protected]

DELEGAÇÃO DA REGIÃO CENTROEdifício Mondego Av. Fernão Magalhães, n.º 619 - 1.º, Escritório 1.06 e 1.073000-178 COIMBRATel / Fax: 23 981 25 74Tlm: 96 898 21 [email protected]

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