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REINALDO ASSIS PELLIZZARO M M a a n n u u a a l l d d e e L L e e g g i i s s l l a a ç ç ã ã o o & & É É t t i i c c a a P P r r o o f f i i s s s s i i o o n n a a l l - Edipel -

MANUAL DE LEGISLAÇÃO & ÉTICA PROFISSIONAL - BIBLIOTECA VIRTUAL ISSUU 2014-

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Resgatar ensinamentos passados aos Acadêmicos da Faculdade de Administração da nossa antiga FEPLAC, que por certo balizou a conduta ética e profissional é realmente uma realização pessoal que nos causa profunda emoção; esta é uma homenagem aqueles Acadêmicos pioneiros da FEPLAC, valeu o esforço e valeram todas as lições que aprendemos juntos...

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REINALDO ASSIS PELLIZZARO

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Reinaldo Assis Pellizzaro

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2@ EDIÇÃO

REINALDO ASSIS PELLIZZARO

PELLIZZARO, Reinaldo Assis

Manual de Legislação e Ética Profissional 1999

Edição especial para BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU

2014, autorizada consulta e reprodução com indicação do autor

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

3

ÍNDICE GERAL

Apresentação..........................................................................5/6

Prefácio pelo Advogado André Luiz Pellizzaro.....................7/8

Capítulo Primeiro

CONCEITOS BÁSICO SOBRE ÉTICA

1. Primórdios da conduta Ética...................................10

2. Origem da palavra Ética..........................................15

3. Deontologia Profissional.........................................16

4. Dos deveres profissionais........................................17

5. Princípios éticos fundamentais................................20

6. Fundamentação dos costumes...................................21

7. A moral como elemento constitutivo da Ética...........22

8. A escolha da profissão..............................................23

9. Formas de exercício profissional..............................25

10. Princípios éticos profissionais..................................26

11. .Código de Ética como norma jurídica.....................28

Capítulo Segundo

ÉTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

1 . Importância da Ética no ensino fundamental.......30

2 . A descoberta e aceitação dos valores éticos.........30

3 . Abordagem dos valores éticos...............................31

4 . Legitimação dos valores morais...........................32

5 . Conquista do “auto-respeito “.............................33

6 . As faixas etárias na formação Ética.....................35

7 . O mal do autoritarismo pedagógico....................37

8 . A finalidade da Ética nas escolas........................39

9 . Código de Ética do Magistério Brasileiro...........40

Reinaldo Assis Pellizzaro

4

Capítulo Terceiro

A ÉTICA DOS BACHARÉIS EM

CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

1 . Legislação Ética básica do Contador.......................42

2 . Do código como norma jurídica escrita...................42

3 . Código de Ética do Bacharel Contábil.....................43

Capítulo Quarto

PRÁTICA CORPORATIVA

1 . Procuração...........................................................61

2 . Contrato de honorários........................................62

3 . Transferência de serviços profissionais...............63

4 . Representação disciplinar...................................64

5 . Defesa prévia disciplinar.....................................65

6 . Recurso disciplinar..............................................66

Capítulo Quarto

PROPOSTA DE TRABALHOS SEMESTRAIS

1. Curriculum Vitae....................................................69

2. Questionário básico...............................................71

3. Trabalho de campo................................................73

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

5

APRESENTAÇÃO

Com a inclusão da ÉTICA como disciplina curricular,

se inaugura um tempo promissor na complementação do ensino

de terceiro grau.

Não é falsear a verdade afirmar-se que a conduta

moral escorreita do profissional se constitui na condição básica

necessária, para seu sucesso e realização.

Inegavelmente somos titulares de direitos e

obrigações na ordem social e o bacharelando deve conhecer

profundamente a legislação que bem orienta o fato moral de sua

atuação profissional.

É importante assinalar-se que a colação de grau

impõe ao graduado deveres para consigo mesmo, deveres para

com seu cliente, e deveres para com a sociedade em que vive e

labuta; contrariamente ao que acontecia longevamente,

hodiernamente as normas morais foram armadas de força

coativa, impostas a observância dos profissionais, e a sua não

observação implica na aplicação de pena.

Neste sentido é da máxima importância o alcance e o

conteúdo programático da disciplina, que se anteriormente se

limitava ao foro íntimo das pessoas, apresenta-se agora como

norma cogente, vale dizer como lei escrita.

Este trabalho, se destina a orientar para a necessária

compreensão e estudo da ÉTICA e a legislação que a tutela.

Como ciência deve ter a metodologia que conduz ao

perfeito entendimento básico; sem embargo, deve ser

complementado com o diligente trabalho de pesquisa na boa

literatura, colocada a disposição de todos aqueles, que não

estão dispostos a ficar na superfície, mas sim aprofundar-se no

conhecimento da disciplina in studio.

Reinaldo Assis Pellizzaro

6

Jamais se evidenciou maior necessidade de enfatizar-se

sobre a importância de resgatar-se os valores a moral e dos

bons costumes, que os tempos atuais.

A Ética na escola, na política, nos negócios, na saúde,

na familia, na religião, nas relações sociais, no ensino, enfim

em todas as pessoas e em cada um de nós, é apalavra de ordem.

Daí a importância do conteúdo programático desta

difícil, desafiadora e apaixonante área do aprendizado de

terceiro grau, que nos leva a negar “o antigo critério de definir

a Ética como ciência da moral, entendendo-se como tal a

realização de valores, como se estes tivessem existência

própria, independente do homem que valoriza e do objeto,

coisa ou pessoa valorizada”1

Vamos juntos, aprender e compreender o significado da

Ética, na sincera esperança de que possamos faze-la

instrumento útil para o sucesso de nossa atividade

profissional, pois como, fizemos registrar, em documento

histórico de nossa Instituição: “As obras que se projetam para o futuro, nascerão sempre da grandeza de pensamento e de ação.”

O Autor

1 Cfr. KISNERMAN, Natalio, Ética para o Serviço Social, Ed. Petrópolis

1978 2a. Ed. pg.15

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

7

Prefácio

O convite para fazer a primeira leitura deste livro,

foi uma surpresa gratificante, e também uma responsabilidade

imensa.

Conhecendo o autor tão profundamente me é

permitido revelar seu imenso interesse em oferecer este

trabalho inteiramente dedicado a área que mais o sensibiliza :

A ÉTICA PROFISSIONAL.

Este na verdade é o segundo livro publicado sobre

LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL, sendo que o

primeiro foi direcionado basicamente para o Curso de

Contabilidade.

Trata-se de um trabalho que basicamente se divide

em treis partes:

Num primeiro momento é abordado a Ética na sua

conceituação geral, onde o autor enfoca a importância

dissecando sua estrutura para realçar a MORAL e os BONS

COSTUMES.

Já o Segundo Capítulo, é explicitado a

importância da Ética no Ensino Fundamental, desde sua

concepção como elemento básico de formação da

personalidade dos jovens estudantes, até a proposta para a

elaboração de um CÓDIGO DE ÉTICA especialmente

destinado aos professores.

Reinaldo Assis Pellizzaro

8

Sendo que o estudo do Código de Ética dos

Contadores e Administradores, foi integralmente explicitado

no Capítulo Quarto.

Bem a gosto do autor deste trabalho, a orientação

prática corporativa, não foi esquecida e formulários são

oferecidos no Capítulo Quinto, enquanto que no Capítulo

Sexto, é feita uma proposta para TRABALHOS

SEMESTRAIS.

Seria desnecessário dizer mais sobre um trabalho

que é de fácil leitura, e extremamente didático.

Quanto ao seu autor, outro não poderia ser senão

externar um sentimento de muito amor e carinho, porque é

meu PAI.

A Ética, se constitui numa conquista difícil, que

exige muita dedicação, uma espécie de treinamento persistente

e diário, á exemplo dos jovens guerreiros Wiquíngs, que

costumavam treinar seu equilíbrio, destreza e coragem

nas pontas dos remos enquanto os remadores

continuavam a remar, conforme relato de alguém que

ensinou-nos isso,... MEU PAI.

Afetuosamente, seu filho

André Luiz Pellizzaro

Nota: Por ocasião deste prefácio na 1ª. Edição, meu filho

ANDRÉ LUIZ PELLIZZARO, era Acadêmico de Direito na

UNIVALI (SC), atualmente ADVOGA nas cidades de cidades

de CURITIBANOS (SC)/BRASILIA( DF)

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

9

O ofereço este trabalho a minha esposa Anadir,

companheira de todas as horas, a minha família que

compartilha de minhas alegrias e tristezas, e a todos aqueles

com quem convivi e vou conviver nas salas de aula, onde

reparto o que a vida me ensinou por bondade de Deus.

Reinaldo Assis Pellizzaro

10

Capítulo Primeiro

CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÉTICA

Assim como o regato turvo, faz rolar muitas vezes

pepitas de ouro, não de seu próprio leito, senão as que

apanhou pelas fendas das alterosas rochas por onde

filtrou suas águas, a ninguém é dado escrever aquilo

que sabe, senão transmitir aquilo que aprendeu...

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

11

1. Primórdios da conduta Ética

Todas as pessoas e mesmo os animais e plantas tem

vocação gregária, ou seja, via de regra são encontrados na

natureza agrupados; até mesmo os minerais pelas condições do

solo ou dos climas são encontrados agrupados ocupando o

mesmo lugar na natureza.

Essa contestação vale para todas as coisas que compõe o

mundo, seja ANIMAL, VEGETAL, e até mesmo,

MINERAL.

E por via de consequência obedecem regras ditadas pela

“lei natural”, que não tem outro escopo senão a harmonização

necessária, para que cada um alcance sua própria felicidade.2

Neste contexto surge o ser humano, que trazendo dentro

de si o “livre arbítrio”3 cria normas próprias para garantir sua

própria sobrevivência como ainda até certo limite pode interferir

2 Muitas são as fórmulas, para encontrar a felicidade, sendo que devemos

habituarmos a escolher sermos felizes todos os dias; muito a propósito

conta-se que um velho estava festejando alegremente cem anos de vida, e

perguntaram-lhe porque estava sempre feliz. Ele respondeu: Todas as

manhãs, quando levanto, posso escolher se serei feliz ou infeliz, e escolho

ser feliz. 3 O que é Livre Arbítrio? Esta pergunta preocupou e continua preocupando a

mente humana, desde as remotas idades. Da solução deste problema depende a irresponsabilidade do homem e, portanto, a utilidade de todo o esforço. O

verdadeiro pensador deve solucionar este problema porque, se não fosse para

o homem ter liberdade nem ser livre, não teria razão de existir. Já se disse

que o homem é tal como pensa em coração; assim, pois, cada um recebe o

fruto de seus pensamentos e de suas ações, de acordo com o que faz e realiza

consciente ou inconscientemente. Por consequência, o livre arbítrio existe

para o homem em proporção de seu desenvolvimento inteligente,

notadamente espiritual. O homem virtuoso é livre, o homem dominado por

vícios e paixões é escravo, portanto somente pode usufruir do livre arbítrio de

maneira positiva para conquistas a FELICIDADE, é o homem livre. (

Cfr...anotações do Autor, em caderno de estudos de autores esparsos...)

Reinaldo Assis Pellizzaro

12

na sobre tudo quanto integra o mundo em que vivemos.

Mas para que esta forma de agir seja construtiva,

valendo-se de usos que permita uma boa intervenção, de molde

a assegurar a sua própria sobrevivência e todos os seres vivos

que o cerca.

Vê-se pois que a natureza é um imenso livro, onde o

homem deve aprender a conviver pacificamente, se esta lei

natural não é observada a agressão tem um preço que chega a

ser a perda do bem mais precioso que possui, ou seja: a própria

vida!4

Sem dúvida que a evolução da conduta dos seres humanos

em nosso planeta, está ligado a sua luta para vencer as

agressividades do meio ambiente encontrado desde seu

nascimento a partir do: INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA.

No passado longínquo o ser humano, descobriu a faísca,

atritando dois pedaços de madeira e dominou o fogo; fazendo

uso de uma de pedra, como arma para abater o animal que lhe

serviu de alimento, inaugurou a era das ferramentas: TAL

FORMA DE AGIR GRAÇAS AOS MILHARES DE NEURÔNIOS QUE

CONSTITUIA SUA INTELIGÊNCIA SUPERIOR - O TROGLODITA -

RETEVE A INFORMAÇÃO, PODENDO ASSIM REPETIR AS

DESCOBERTAS QUE LHE ERA DE INESTIMÁVEL VALOR PARA

SOBREVIVER.5

4 A agressão contra nossas reservas florestais, transformando florestas exuberantes em desertos,; agressão contra nossos mananciais de agua doce e

até mesmo salgada, agressão contra a atmosfera, enfim contra a natureza

como um todo, implicará em consequências catastróficas, colocando em risco

a existência humana na em nosso planeta...

5 Uma das páginas mais ricas, foram escritas por um mago da palavra, ao

estudar os seres humanos, desde seu nascimento como a mais sublime

maravilha da criação. Referiu-se ao grânulo da vida, no qual estão

potencialmente, todas as partes que compõe o ser humano; todos os que

foram seus antepassados e os que serão seus sucessores. “O grânulo de vida

não é o espermatozoide, senão uma espécie de germe, que se acha

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

13

“ A criança é herdeira de milênios de trabalho espiritual e

imaginativo” ainda, “o corpo do menino herda capacidades

desenvolvidas por ancestrais há muito tempo desaparecidos, e

sua mente herda poderes espirituais e basilares desenvolvidos há

séculos”.6

Com efeito, o ser humano evoluiu, do plano físico, para o

plano intelectual, capacitando-se reter a história de sua forma

de bem conduzir-se em sociedade, e criou o COSTUME, com

vistas ao que modernamente se denomina de “vida boa”..

Descobriu a partir do desconforto físico, que toda a

conduta que lhe causava dor devia ser evitada, e por via de

consequência toda a conduta que lhe trazia bem estar devia ser

repetida: EVITAR MAUS COSTUMES, REPETIR BONS

COSTUMES, implementando assim seu “projeto de felicidade.7

Exsurge aqui a primeira constatação, ou seja, o ser

humano obedecendo seus sentidos, foi registrando em sua

memória, os comandos necessários para manter-se fisicamente

aninhado na cabeça deste. Esse germe, como uma criança, contem o

grânulo vital, que cresce no ventre materno, continua crescendo na

cabeça do recém nascido, e alcança a sua plenitude na idade madura do

homem, e, á medida que se vai desenvolvendo faz com que se

desenvolvem também as partes que coo constituem, desde o nascimento

até a morte. Portanto não nascemos na natureza de uma vez, as partes

vão nascendo, progressivamente, segundo a extensão progressiva do

grânulo da vida, que é anterior ao nosso surgimento na face da terra e

permanece indefinidamente depois da nossa morte física... ( Cfr. anotações do

Autor, em caderno de estudos de autores esparsos...) 6 Cfr.BLAY, Robert, João de Ferro, Um livro Sobre Homens, Ed. Capus,

1990, pg s. 38/51 7 O surgimento do bons e maus costumes, nos leva aos ensinamentos

bíblicos, onde encontramos ADÃO e EVA, no paraíso vivendo um estado de

graça permanente e endêmico servidos por anjos e serafins gozando de uma

felicidade celestial. Comendo o fruto da árvores proibida, transgrediram a

ordem divina, e conheceram o mal e o costume que era somente BOM,

passou a ser também MAU... ( Cfr.anotações do Autor, em caderno de

estudos de autores esparsos...)

Reinaldo Assis Pellizzaro

14

incólume, ante as adversidades do ambiente.8

Os bons costumes - sem causar dor a si mesmo, aos seus

semelhantes e ao próprio ambiente em que vivia - foram

registrados e armazenados na inteligência dos seres humanos,

aconselhando e permitindo alcançar sua FELICIDADE,

evoluindo positivamente até alcançar um estágio superior

denominado MORAL.9

Esta conduta que obedece as normas naturais de bons

costumes e usos benéficos, pode ser chamado de “Ética”.

Por conseguinte a Ética se constitui numa conduta moral 10

que deve ser seguida por todas as pessoas. Portanto a Ética,

enquanto ciência estuda a conduta moral das pessoas.

Antônio Moraes e Silva, em seu Grande Dicionário

Etimológico da Língua Portuguesa, 2ª Ed. 1913, define Ética da

seguinte maneira:

8 Cinco são os sentidos: VISÃO, AUDIÇÃO, TATO, OLFATO e

DEGUSTAÇÃO. Constitui-se em necessário aprendizado oferecer uma

reflexão sobre a parábola dos TALENTOS. O Criador, teria confiado aos

seres humanos criados á sua imagem e semelhança, CINCO TALENTOS, para que se bem utilizados multiplicassem em seu próprio beneficio. Assim a

visão, por exemplo, se utilizada no plano físico serve para a defesa e proteção

física, mas se utilizada no plano intelectual poderá facilitar a sua vida,

fazendo-o alcançar a felicidade e finalmente se utilizado no plano espiritual e

de santidade poderá conduzir a uma vida transcendental ainda mais feliz... Do

ponto de vista ético os sentidos em qualquer um dos planos deverá ser

utilizado de acordo com a moral e bons costumes... ( Cfr.anotações do Autor, em

caderno de estudos de autores esparsos...)

9 A cooperação daria á moral seu sentido social, disse Piaget., in,PIAGET,

Jean, El Judicio Moral en el niño. Madrid, Beltrán, 1935, p.344

10 Uma pessoa é moral quando conscientemente ( legitimamente) é

responsável por si mesma, agindo corretamente, quando ela livremente

escolheu esta forma salutar de vida.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

15

“ Ética é a parte da filosofia que se ocupa em conhecer o

homem, com respeito a moral e aos costumes; que trata de sua

natureza como ente livre, espiritual; da parte que o

temperamento e as paixões podem ter sua índole e costumes;

da sua imortalidade, bem-aventurança e meios de a conseguir

em geral; os antigos compreendiam nela a parte que trata dos

Ofícios ou Deveres”.

Desta forma a Ética é parte da filosofia, que na definição

dos mestres se define como:” Ciência geral dos seres, dos

princípios e das causas; a doutrina ou sistema particular de

cada escola ou seita de filósofos; sistema de valores; força

moral e elevação de espírito com que o homem se coloca acima

dos preconceitos; razão, sabedoria.”11

Como ciência se ocupa em conhecer o homem no que

concerne a moral e os bons costumes, como ser livre, elevado ao

plano intelectual e espiritual; e para isso estuda também seus

temperamentos e paixões, vale dizer os maus costumes.

Não foge a análise deste mundo escuro das paixões e

dos vícios,(infelicidade) para alcançar a luz das virtudes e

bem-aventuranças, entendidas estas como a felicidade plena.

Neste sentido é a lição dos doutrinadores, ao advertir que

“são violentadas as mais rudimentares normas éticas,

entendidas estas como a parte da filosofia que cuida da moral e

dos valores do ser humano”.12

A Ética segundo esta definição tem meios para conseguir

este desideratum que é mostrar por meio do estudo, com

método próprio, e experimentação este ideal de felicidade em

sua plenitude. 13

11 Cfr. Dicionário Cultural da Língua Portuguesa R.F. MANSUR GUÉRIOS,

Ed.Grafipar, 1967, II vol., p.269. 12 Cfr. CARLIN, Volnei Ivo - Deontologia Jurídica, Ética e Justiça,

Florianópolis SC, Ed. Obra Jurídica, 1996 p.71 13 A criança adquire através da educação em convivência o que chamamos

Reinaldo Assis Pellizzaro

16

Portanto o conceito de Ética é mais extenso que o conceito

de moral; a moral é parte da Ética. Desta forma a Ética não pode

ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições; sua missão

é explicar a moral efetiva, e neste sentido, influir na própria

moral.

2. Origem da palavra Ética.

O termo “Ética” deriva do grego ethos ou ethikós, que

significa “costume ou uso”, e no latim “ethica”.

Desta forma a Ética se relaciona diretamente com os bons

costumes e a moral, seta última derivada do latim mores, que

significa a soma dos valores que deve ser exteriorizada pela

personalidade bem formada.

Na terminologia da técnica profissional, é o vocábulo

usado, sob a expressão de “Ética profissional”, para indicar a

soma dos deveres , que devem ser respeitados na conduta de

cada pessoa no exercício de sua profissão.

Assim a Ética moral, sai do campo meramente teórico e

passa a ser respeitada como norma de conduta, como verdadeira

prática moral.

Diz respeito a maneira correta do bom relacionamento do

profissional com seus clientes, e todas as demais pessoas com

quem possa manter contato.

Observa-se pois que de uma maneira geral a Ética

profissional é fundada no complexo de normas, estabelecidas

sentimento de comunidade, quer dizer, a atitude de sentir o mundo, a

humanidade, de pensar nos seres que nos rodeiam como idênticos a nós

mesmos, a predisposição para ajudar ao próximo, cfr. Ética para o Serviço

Social obr. Cit. pg.38

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

17

pelo costume e pela moral.

Devemos ter sempre presente que a Ética estuda os

deveres e os direitos do profissional, dividindo-se em

deontologia que é a ciência dos deveres, ou seja, deontos =

DEVERES e logia = ESTUDOS, e a diceologia que é a ciência

dos direitos, assim, diceo = DIREITOS e logia = ESTUDOS.

3. Deontologia Profissional

A deontologia pode ser considerada como a parte da

Ética que estuda os deveres de certa profissão.

O termo deontologia foi criado pelo filósofo Jeremias

Benthan (1748 / 1832) que foi um dos fundadores da

denominada “Filosofia Utilitarista” no século XIX. Na verdade

DEONTOLOGIA é o nome de sua obra póstuma, na qual

procurou estabelecer uma moral em que a pena (=castigo) e o

prazer fossem os únicos motivos da ação humana, e partindo

desse pressuposto de conduta, fazia a distinção entre o bom e o

mau, entre o bem e o mal.14

Desta forma Benthan estabeleceu regras básicas

aferindo matematicamente uma moral, que se referia aos os

deveres e obrigações no campo social e jurídico, tendo sempre

como parâmetros e fundamentos o prazer e pena.

Já a palavra deontologia tem origem no grego

deontos (dever) e logos (=tratado), ou seja a ciência dos

deveres, no âmbito de cada profissão.

14 LANGARO, L. Lima, Curso de Deontologia Jurídica, Ed. Saraiva p.3

Reinaldo Assis Pellizzaro

18

Por isso mesmo tanto pode designar a Deontologia

Jurídica, dos Advogados; Deontologia Médica, dos Médicos;

Deontologia Administrativa, dos Administradores; Deontologia

Contábil, dos Contadores.

Podemos dizer que a Deontologia fornece os meios

através de uma metodologia científica para que o profissional

se conduza dentro da moral e facilmente cumpra os deveres

contidos nos Códigos de Ética da classe a que pertence.

A deontologia procura responder a três questões

substanciais: Existe um dever Moral? Em que consiste o dever

moral? Quais as consequências da inobservância ou

observância? Na verdade trabalha e medita a deontologia sobre

um tripé: A existência do dever em si; o seu fundamento, e o

seu valor e efeitos.

Daí resulta comprovado porque a Deontologia é uma

espécie de filosofia do dever aplicável a todas as profissões em

suas diversas ramificações.

4.. Dos deveres profissionais

Os deveres dos profissionais, podem ser divididos em:

DEVERES GERAIS, fazer o bem e evitar o mal; dar a cada um

o que é seu, etc.; DEVERES PARTICULARES, que dizem

respeito a sua profissão, devendo cumprir as leis, o Código de

Ética profissional de sua classe, e especialmente ter sólido e

profundo conhecimento de sua profissão.

Como vemos o primeiro dever ético do profissional é

conhecer as regras de conduta e as prerrogativas de seu mister;

devendo ser fiel no cumprimento de seu Código de Ética pois e

dever inerente ao exercício da profissão.

É importante lembrar que o descumprimento de tais

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

19

normas éticas, o profissional se sujeita a receber a necessária

punição, eis que a ofensa atinge a classe como um todo, e a pena

é imposta pela coletividade.

A palavra deveres tem origem no latim debere, que

significa ser devedor, estar obrigado, por vontade própria a dar,

restituir, fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Significa que o

profissional ao bacharelar-se sujeita-se a conduzir-se de forma a

devotar-se no sentido de restituir como forma de os benefícios

da formação científica especializada recebida.

Fora de dúvida pois que ao ingressar na Faculdade o

acadêmico por livre opção firma um contrato bilateral em que a

instituição de ensino se obriga a ministrar os conhecimentos

inerentes a sua especialidade, e este a restituir para a sociedade o

benefício da aprendizagem.

Assim o pagamento em dinheiro sob forma de

mensalidade feita pelo acadêmico não representa desobrigação

imediata porque, a colação de grau é uma transferência

eminentemente intelectual do professor ao bacharelando,

que é

de valor inestimável; resultando pois que o estipendio pago é

apenas remuneratório pelos serviços materiais que lhe são

prestados pela instituição.

Evidente todavia, que o pagamento em dinheiro

impõe sacrifícios ao bacharelando, cuja restituição é feita sob a

forma de justa remuneração quando da prestação de serviços

profissionais, que será tanto maior quanto melhor for sua

capacidade de aplicar os conhecimentos recebidos.

Desta forma o Código de Ética, enseja a desobrigação

por parte do profissional, que cumprindo as normas ali

elencadas, de um lado valoriza sua atuação profissional

ganhando fama e aumentando sua renda e de outro resgata a

dívida inestimável do grau recebido, para com o professor e para

Reinaldo Assis Pellizzaro

20

com a sociedade.

O relacionamento com os colegas, no exercício da

profissão oportuniza a exteriorização de valores da maior

importância ou seja: consideração, como reconhecimento dos

predicados profissionais do colega; apreço , no sentido de ajuda

mútua, em função da empatia que deve aproximar as pessoas; e,

solidariedade, que a virtude de disponibilidade para auxílio

necessário e construtivo; cuja prática não pode ensejar a

convivência com o erro ou transgressão das normas Ética que

tutela o exercício da profissão.

A observância desta conduta Ética pautada na

consideração, apreço e solidariedade, assegura a harmonia e

o sucesso profissional.

. É da máxima importância para os profissionais

conhecerem profundamente o Código de Ética, como

ordenamento máximo corporativo, que assegura a conduta

profissional.

É importante que o profissional tenha pleno domínio

sobre a ciência que bem orienta sua profissão, e acima de tido

que conheça os direitos e deveres inerentes ao seu exercício.

O que se deseja é que fazendo uso desses notáveis

instrumentos de trabalho, os profissionais alcancem a plena

realização valorizando sua auto-imagem, enriquecendo seu

patrimônio15

, de forma a assegurar o sucesso desejado.

15 Conta-se que certa vez um cão estava quase morrendo de sede, parado a

beira de um lago. Toda vez que olhava seu reflexo na água, ficava assustado

e recuava, porque via na água a imagem de outro cão. Finalmente, era

tamanha sua sede, que vencendo o medo atirou-se dentro da água, e com isso

o reflexo desapareceu e ele saciou sua sede. Finalmente o cão descobriu que

o obstáculo era ele próprio, pois fruto de seu medo e sua imaginação...

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

21

5. Princípios éticos fundamentais

Podemos resumir os princípios éticos fundamentais

em:

1. Examino minha imagem refletida pelo e olhando

bem no fundos de meus olhos, posso afirmar que sou uma

pessoa Ética, sigo sempre a orientação de minha consciência me

sinto bem comigo mesmo, este é o meu PROPÓSITO.

2. Todas minhas atitudes, me fazem sentir bem

comigo mesmo.16

Zelo pela minha reputação. Sou dotado de

uma auto-estima bem equilibrada que impede que meu ego e

meus desejos de ser aceito influenciem negativamente minhas

decisões. Cultivo um salutar sentimento de dignidade de

PUNDONOR.

3. Imponho a mim mesmo pensamentos positivos de

otimismo. Acredito que, ao seu final, as coisas acabam bem.

Estou em paz comigo mesmo e com meus semelhantes,

incentivo em mim mesmo a virtude da PACIÊNCIA.

4. Conduzo-me com coerência fiel a minha visão da

vida, seguindo minhas intenções. Lembrando sempre que nunca,

nunca, nunca devo desistir, devendo seguir em frente com

denodo e PERSISTÊNCIA.

5. A meditação diária é um hábito que ajuda a

manter-me atento, permite escutar meu interior, ver mais

claramente as coisas, revelando construtiva PERSPECTIVA.

Atitudes contrárias a Ética: Falta de honradez;

parcialidade perniciosa; descumprir compromissos; criticas

16 Se é uma virtude amar a meu próximo como criatura humana, deve ser

uma virtude amar a mim mesmo (disse Fromm), uma vez que eu sou um ser

humano. O amor para com o meu próprio ser está inseparavelmente ligado ao

amor por qualquer outro ser.Cfr.FROMM, Erich, Ética y Psicoanálisis,

México, Fondo de Cultura Econômica, 1965, p.132

Reinaldo Assis Pellizzaro

22

maldosas; mentiras, proselitismo religiosos e políticos;

negligencia, imprudência, imperícia, calunia, difamação e

injuria; atentado a moral e aos bons costumes, locupletamento,

furto. etc.

5. Fundamentação dos Costumes

Costume significa a maneira repetitiva ou iterativa de

conduzir-se na prática de atos: “AQUI É COSTUME O RESPEITO A

PROPRIEDADE ALHEIA MESMO SEM A CONSTRUÇÃO DE CERCAS

LIMÍTROFES”; estando tão difundida esta concepção que mesmo

em se tratando de fatos naturais se refere a sua repetição como

costume: “COSTUMA CHOVER TODAS AS TARDES NA AMAZÔNIA

CENTRAL”.

Todavia o costume deve ter interesse jurídico, para ser

levado em consideração; no primeiro exemplo o costume

interfere na vida das pessoas e portanto tem interesse jurídico,

portanto tem importância Ética; já o segundo e um fato da

natureza que escapa e desinteressa ao mundo jurídico, não tem

importância do ponto de vista ético.

O costume todavia pode ser bom ou mau; é bom quando

contribui para a boa formação identificando-se com a moral; é

mau quando ao contrário contribui para a deformação da boa

conduta ou seja para a imoralidade.

Por evidente que somente os bons costumes se identificam

com a Ética, mas para que o costume seja considerado no

mundo jurídico, deve atender a determinadas condições:

1. CONTINUIDADE, deve ser repetitivo.

2. UNIFORMIDADE, a repetição deve ser sempre

da mesma maneira.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

23

3. MORALIDADE, ou seja, deve atender aos bons

princípios, tendo como resultado final a FELICIDADE.

7. A moral como elemento constitutivo da Ética

Moral diz respeito aos deveres das pessoas naturais ,

para consigo mesmo e para com seus semelhantes, e para com

Deus.

Estabelecendo uma relação subjetiva ou íntima das

pessoas tendo em vista a vocação inata em todos os seres

humanos:

1. SOBREVIVÊNCIA, que importa na satisfação e

conservação do corpo, beleza, saúde, auto-estima, enfim a

defesa da própria vida como bem de inestimável valor para cada

pessoa individualmente.

2. SOCIABILIDADE, deveres para com seus

semelhantes, com vistas a um bom relacionamento com as

pessoas com quem convivemos, com a família, com a sociedade

e com a Pátria.

3. TRANSCENDENTALIDADE, crença num ser

superior que nos deu origem, imagem e semelhança.

Portanto a Ética com a moral se identificam,

caminham juntas como forma disciplinadora da boa condução

das pessoas, em sociedade.

Reinaldo Assis Pellizzaro

24

Podemos definir Ética como a conduta que cria e

consagra os princípios básicos que regem a boa conduta, com

base nos bons costumes e a moral dos seres humanos, para

consigo mesmo, para com seus semelhantes e para com Deus.

Lembra-nos o poeta...

“ Eu me lembro! Eu me lembro! Era pequeno

E brincava na praia; o mar bramia,

E, erguendo o dorso altivo, sacudia

A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:

Que dura orquestra! Que furor insano!

Que pode haver maior do que o oceano.

Ou que se seja mais forte que o vento?

Minha mãe, a sorrir, olhou pros céus

E respondeu: “Um Ser que nós não vemos

É maior do que o mar que nós tememos

Mais forte que o tufão, meu filho é Deus.”17

8 . A escolha da profissão

Afastando-se da abordagem da profissão como forma

de trabalhar, que nos remete a notícia bíblica do castigo dos

homens que viviam no paraíso, recebendo como pena: ganhar o

pão com o suor do próprio rosto:; vamos encontrar os homens

agrupados pela afinidade de prestação de serviços num

determinado ramo de atividade.

Assim é que as pessoas atendendo a sua vocação,

dirigem seus esforços físicos e intelectuais para um setor de

atividade; todavia importa assinalar que modernamente, a

17 ABREU. Casemiro de, poesia em que o gênio do poeta nos mostra a

grandeza de Deus.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

25

tendência vocacionada é recalcada, pois as pessoas são

preparadas para exercer atividades profissionais conforme a

formação acadêmica ministrada coletivamente pelas instituições

educacionais.

Desta forma a escolha da profissão passou do estágio

do talento vocacionado inato pa a aprendizagem coletiva; a

primazia desta sobre aquela está comprovada pelo sucesso

alcançado por pessoas que por exemplo, desejavam dedicar-se

as atividades agrícolas, mas cursando uma Faculdade de

Ciências Jurídicas, obtiveram êxito como advogados.

Todavia não podemos perder de vista que nenhuma

profissão será exitosa, se não se constituir num verdadeiro

objetivo a ser conquistado com coragem e com determinação,

como se estivéssemos construindo uma verdadeira catedral.18

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, no Capítulo I,

quando consagra os DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E

COLETIVOS, garante SOBERANAMENTE a liberdade de

escolha de profissão no artigo 5º, Inciso: “É LIVRE O

EXERCÍCIO DE QUALQUER TRABALHO, OFÍCIO OU

PROFISSÃO, ATENDIDAS AS QUALIFICAÇÕES

PROFISSIONAIS QUE A LEI ESTABELECER”.

Dada a importância deste princípio constitucional, é

importante extrair os elementos essenciais, assim:

1) É LIVRE, é a faculdade de exercer livremente a

profissão escolhida.

18 Certa vez, ao visitar uma enorme construção, uma pessoa parou diante de

um operário e perguntou-lhe o que estava fazendo. O trabalhador

respondeu:-Estou assentando tijolos. Continuando, o visitante encontrou

outro operário, recebendo como resposta:-Estou levantando uma parede.

Mais adiante, inquirindo um terceiro trabalhador (que executava a mesma

tarefa que os outros dois) teve como resposta: ESTOU CONSTRUINDO

UMA CATEDRAL!

Reinaldo Assis Pellizzaro

26

2) EXERCÍCIO, praticar atos, com a finalidade de

desenvolver uma atividade.

3) TRABALHO, é o esforço físico ou intelectual

desenvolvido para desenvolver tal atividade.

4) OFÍCIO, atribuições impostas as pessoas em

virtude do cargo, remunerado ou gratuito podendo ser

desenvolvido por iniciativa própria ou a pedido de alguém

independente de graduação ou subordinação legal.

5) PROFISSÃO, atuação habitual remunerada,

sujeita a normas jurídicas estabelecidas em lei, que atende a

graduação e especialidade de cada um.

6) ATENDIDAS AS QUALIFICAÇÕES

PROFISSIONAIS, QUE ALEI ESTABELECER,

conhecimento técnico especializado, que atende as exigências de

interesse público.

Desta forma a liberdade de exercitar-se qualquer

trabalho; desempenhar qualquer ofício ou dedicar-se a qualquer

profissão, sujeita-se a qualificação profissional, que a lei

estabelece.

Assim a graduação em Curso Superior, qualifica o

profissional para o exercício da atividade eletiva ao seu grau de

conhecimento.

9. Formas de exercício profissional

O profissional, uma vez graduado e habilitado poderá

exercer sua profissão:

a) Como profissional liberal, recebendo honorário

pelos serviços prestados.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

27

b) De forma vinculada:

b1) A particulares, através de contrato regalado pela

Consolidação das Leis dos trabalho percebendo salário;

b2) A órgãos públicos percebendo vencimento, tendo

sua relação empregatícia regida pelos diversos Estatutos de

Funcionários Civis, da União, do Estado ou do Município.

10. Proteção penal ao exercício da profissão

A proteção legal ao exercício da profissão, é

encontrada na Lei das Contravenções Penais, Decreto-Lei

n3.608, de 3 de outubro de 1941 no Capítulo VI, Parte

Especial, estabelece que:

“Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica

ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que

por lei está subordinado o exercício:

Pena: prisão simples de quinze dias a três meses de

multa.

Já o código Penal, considera crime, o exercício da

atividade de que está impedido por decisão administrativa,

consoante art. 205, com imposição de pena de detenção de três

meses a dois anos.

Vê-se pois que a lei menor pune como contravenção

o leigo que exerça atividade de profissional com profissão

regulamentada; enquanto que a lei maior considera crime o

exercício pelo profissional de atividade de que esteja impedido

pelo respectivo órgão de classe.

Reinaldo Assis Pellizzaro

28

10. Princípios éticos profissionais

Quando as regras de Ética são instituídas pelos órgãos

que dirigem a corporação, a que está ligado o profissional; estas

são impostas coativamente como norma jurídica.

Desta forma o conjunto de normas que antes eram

apenas de efeito moral sem força coativa, por exigir um

reverente respeito próprio, derivou para normas de conduta

garantidoras do prestígio da profissão.

Assim a norma abstrata passa a ter força coativa e

material para garantir o resultado de respeito e cumprimento por

todos os profissionais.

Muitos profissionais demonstrando preocupação, com

a necessidade de resgatar os padrões éticos, notadamente nas

esferas da administração pública, fizeram destacar alguns pontos

da máxima importância:

1. Os Administradores Públicos devem submeter-se

por vontade própria ás realidades emergentes.

2. A evolução intelectual de uma atividade, deve ser

sensível as transformações tecnológicas e ser receptível para

adaptar-se ao papel da mídia.

3. A Administração deve difundir a deontologia aos

administradores sendo que as questões de deontologia devem ser

tratadas de maneira clara, pública, global e profissionalmente,

como um movimento de modernização dos serviços públicos.

4. O ensaio sobre a deontologia desperta temor

profissional, especialmente no setor público e enfraquece as suas

qualidades, tais como: dignidade, espirito de decisão,

coragem, sensibilidade e senso do dever.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

29

5. A Ética ocupa-se com o conjunto de valores

identificados com a identidade da pessoa, assegurando o

exercício dos direitos sociais e individuais do profissional.19

11 - O Código de Ética como norma jurídica

Código é a reunião das disposições legais atinentes a

matéria ( Ética Profissional ), escrita de modo sistemático de

forma a estabelecer os princípios gerais do procedimento do

graduado no exercício de sua profissão..

O primeiro elemento configurativo do texto é a

ementa, ou seja a súmula da matéria tratada, que ajuda a sua

interpretação imediata que deve conter a essência do

pensamento do legislador.

O preâmbulo que é a introdução e a identificação do

Código, já o texto, é propriamente o corpo do Código, que é

dividido e subdividido até obter-se o máximo de clareza.

A composição, obedece a seguinte ordem, de acordo

com o grau de importância na estruturação do texto: Livros.

Títulos. Seções. Artigos. Parágrafos. Incisos e Alíneas.

Sendo os Livros, Títulos e Seções numerados em

ordem crescente em algarismos romanos; Artigos em algarismos

arábicos; Parágrafos, em numerais ordinais até 9º e os demais

cardinais arábicos, sendo que o único grafado Parágrafo único;

Incisos são numerados por algarismos romanos e as alíneas

obedece a ordem alfabética, em letra minúscula.

19 PELLIZZARO, Fábio, in. Trabalho em Nível de Pós Graduação na

Universidade Regional de Blumenau, apud Volnei Ivo Carlin, resumo da

Obra de Deontologia Jurídica, 1998.

Reinaldo Assis Pellizzaro

30

Capítulo Segundo

A ÉTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

31

Capítulo Segundo

A ÉTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

1. A importância da Ética no ensino fundamental

O momento histórico que vivemos exige que os

valores éticos sejam resgatados.

Cabe aos professores sinalizar na tormentosa

encruzilhada da estrada da vida dos jovens se devem seguir o

caminho da depressão moral ( = drogas, prostituição, vícios,

infelicidade existencial e morte) ou da superação moral ( =

descoberta vivência dos valores éticos e morais, para realização

pessoal e encontro da felicidade.)

Todos os jovens perguntam ao seu professor: “Como

devo agir perante os outros?” Para responder a esta pergunta o

professor deve primeiro questionar-se sobre sua vivência

pessoal: “Ao olhar-me no espelho bem no fundo de meus olhos,

sinto que tenho um vida Ética?”

Na primeira parte deste livro o professor encontrará a

orientação adequada para compreender o significado desses

valores, e a partir da sua disposição de aceitação e vivência,

estará apto a responder a pergunta formulada pelos jovens a

quem é confiado ensinar.

2. Da descoberta e aceitação dos valores éticos.

Inobstante sejam os valores éticos imprescindíveis

para a formação da personalidade dos educandos, tais como a

moral e os bons costumes, estes não podem ser impostos como

fórmulas dogmáticas de cima para baixo.

Devem estes temas serem colocados de forma

reflexiva, de forma a suscitar um questionamento salutar de prós

e contras, a partir de exemplos integrantes tais como:É ou não

Reinaldo Assis Pellizzaro

32

ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível, para salvar

alguém que, sem ele, morreria? Colocado outra forma: deve-se

privilegiar o valor “vida”(salvar alguém da morte) ou o valor

“propriedade privada”(no sentido de não roubar)?Até que ponto

a eutanásia como morte caridosa de uma paciente em estado de

doença terminal fere os princípios éticos? E a condenação a

pena de morte, pode ser considerada uma conduta Ética por

parte da sociedade?

Interessante lembrar que a Constituição Federal,

contem disposições de ordem moral, para onde devem ser

remetidos os alunos; já no art.1o. está garantido o direito que

tem a pessoa a dignidade, vale dizer, que está assegurado o

tratamento digno que corresponde a um valor moral. Nesse

mesmo artigo está assegurado o pluralismo político que

corresponde ao direito de termos e expressas nossa opinião e até

mesmo nos organizarmos em torno delas.

O Texto Magno (= CF), em seu art 5o. estabelece o

repúdio ao racismo. que fere de morte a dignidade humana, e

aos princípios éticos.

Merecendo destaque o disposto pelo art. 3o .

. que

cuida dos Objetivos Fundamentais, como de resto torna-se

importante o trabalho de pesquisa nos dispositivos éticos

codificados nas mais diversas áreas de atuação profissional.

3. Abordagem dos valores éticos

Do ponto de vista pedagógico, três pontos da Ética

devem ser abordados:

O primeiro, refere-se ao “núcleo” moral da

sociedade: A liberdade juridicamente consentida, ou seja, cada

um é livre para agir, dentro da legalidade (=limites da lei).

O segundo ponto diz respeito a preservação dos

valores democráticos da sociedade brasileira. A democracia

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

33

como regime de governo, valoriza a liberdade e sem ela

nenhuma forma de vida com dignidade será possível.

O terceiro, é que tais pontos inobstante

imprescindíveis se apresentam como princípios e não

mandamentos. Supõe que o homem deva ser justo. Porém o que

é ser justo? Ou como agir de forma a garantir o bem de todos?

não há respostas definidas. É preciso, portanto, ter claro que não

existem normas acabadas, regras definitivamente consagradas.

A Ética é um eterno ,pensar, refletir, construir.

A escola deve educar seus alunos para que possam

tomar parte nessa construção, serem livres e autônomos para

pensarem e julgarem.

Constituem-se num consenso que as pessoas não

nascem boas ou ruins; é a sociedade, quer queira, quer não, que

educa moralmente seus membros e embora a familia, os meios

de comunicação e convívio com outras pessoas tenham

influência, ao professor é acometida esta difícil, grande e

desafiante tarefa, qual seja, a da formação Ética dos alunos.

A história educacional brasileira sempre registrou a

obrigatoriedade do ensino; já em 1826 o primeiro projeto de

ensino público apresentado á Câmara dos Deputados previa que

o aluno deveria ter “conhecimentos morais, cívicos e

econômicos”, e mais recentemente em 1971, pela Lei

n.5.692/71, institui-se a Educação Moral e Cívica como área de

educação escolar no Brasil.20

4. Legitimação dos valores morais

Os valores morais devem ser aceitos pelos alunos no

sentido de que sejam livremente exercitados, sem qualquer

20 Parâmetros Curriculares Nacionais, : apresentação dos temas transversais,

Ética/ Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF, 1997

Reinaldo Assis Pellizzaro

34

imposição externa.

Os princípios éticos atinentes a moral e aos bons

costumes, devem ser legitimados, ou seja, observados

livremente pelas pessoas, diferenciando-se portanto das normas

jurídicas, são impostas coativamente pelo Estado. Por exemplo:

A agressão física ou até mesmo moral, é punida pelo Código

Penal, com um pena. Já esta mesma agressão deve ser evitada

pelas pessoas como um conduta Ética de tratamento da pessoa

com dignidade e apreço, pois os valores morais e físicos das

pessoas eticamente devem ser respeitados e até mesmo

protegidos.

Para que se possa ter êxito na legitimação dos valores

éticos, pelo educando é preciso incluir no seu “projeto de

felicidade”21

o beneficio de tal conduta. Assim, é melhor para

mim, agir de acordo com o justo, o correto, o bom, Desta forma

existe a certeza do bem estar psicológico pessoal.

Daí a necessidade do educar ser um eficiente

negociador, pois o aluno apresentará argumentos contrários,

com satisfação imediata, em detrimento dos objetivos que

almejam um resultado de “vida boa”, num segundo momento.

Por exemplo: Eu uso a droga porque me da prazer agora...e você

me diz que é um mal, porque me matará no futuro...quando,

daqui um ano, dois, ou três, até lá você vai morrer tambem! É

preciso estar atento, porque a droga, fere a Ética, já num

primeiro momento pois se constitui numa agressão física, contra

a própria vítima, e a perda irremediável do “auto respeito”.

5. Conquista do “auto respeito”.

O auto respeito, é um valor ético imprescindível em

todos os projetos de felicidade das pessoas.

21 Entende-se por “projeto de felicidade” um projeto de vida orientado pela

busca de realização de um estado efetivo satisfatório, sentido como bom pela

pessoa.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

35

Existem quatro aspectos essenciais na construção do

auto respeito.

1. Necessidade de sucesso, pois ninguém esta bem

consigo mesmo quando experimenta sucessivos fracassos. A

vergonha decorrente, assim como a frustração, podem levar á

depressão ou a cólera.

2. A legitimação (= aceitação consentida) de normas

morais que organizem a convivência social de forma justa,

respeitosa e solidária.

3. O juízo alheio na imagem que cada um tem de

si; é o teste do espelho, através dos outros. Explicamos:

Nenhuma pessoa pode ser humilhada, violentada ou espoliada,

portando o respeito próprio depende também de ser respeitado

pelos outros.

4. A realização dos projetos de vida de forma

puramente egoísta, fazendo com que seu próprio sucesso, o faça

perder o a auto respeito...quantas fachadas de sucesso, escondem

fortunas mal havidas...

Finalmente para que os princípios éticos sejam

legitimados, é preciso que sejam parte integrantes do auto

respeito.

Não podemos perder de vista que a escola deve ser

um lugar onde cada aluno encontre a possibilidade de se

instrumentalizar para a realização de seus projetos; por isso, a

qualidade de ensino é condição necessária á formação moral de

seus alunos. Se não promove um ensino de boa qualidade, a

escola condena seus alunos a sérias dificuldades futuras na vida

frustrando seus projetos de vida, o que é inaceitável.

Ao lado do trabalho de ensino, o convívio dentro da

escola deve ser organizado de maneira que os conceitos da

Reinaldo Assis Pellizzaro

36

justiça, respeito e solidariedade sejam vivificados e

compreendidos pelos alunos como aliados á perspectiva de uma

“ vida boa “. Dessa forma, não somente os alunos perceberão

que esses valores e as regras decorrentes são coerentes com seus

projetos de felicidade como serão integrados ás suas

personalidades se respeitarão pelo fato de respeitá-los.`

Finalmente insta gizar-se que a escola deve ser um

lugar onde os valores morais são pensados, refletidos, e não

meramente impostos ou futuros hábitos salutares, ou ainda mais,

a escola deve ser o lugar onde os alunos desenvolvam a arte do

diálogo, da convivência fraterna e da Ética legitimada.

6 . As faixas etárias na formação Ética

Quando a criança começa a assimilar entendimentos

evidencia-se o respeito próprio; desta forma a violência física e

moral deixa na criança sequelas irremediáveis. A critica

desmedida e a mentira, debilitam a formação moral da criança,

anulando seu amor próprio, predispondo-a ao fracasso e a

infelicidade.

A partir dos doze anos de idade o sentimento de amor

próprio começa a instalar-se nela um projeto de vida, e as ações

são concretas sendo claramente equacionados aos quinze anos

de idade.

Os juízos de condutas morais também se desenvolvem

com a idade assentadas na afetividade e racionalidade.

A primeira fase começa por volta dos três ou quatro

anos e vai até os oito anos, e a legitimação somente ocorre

porque a criança copia as condutas dos mais velhos com

prestigio e força. Aí os pais são vistos como bons e protetores,

verdadeiros modelos a ser seguido, destacando-se quatro

elementos formadores:

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

37

1. Nesta fase a criança não julga valores pela causa e

sim pelo resultado. Assim se uma pessoa quebra acidentalmente

10 copos é julgada mais culpada que aquele que quebrou um

copo intencionalmente.

2. Ainda nesta fase a criança julga ao “pé da letra”

assim se é advertida para não correr, não correrá em qualquer

circunstância mesmo que seja necessário.

3. O quarto elemento é não haver compreensão as

condutas morais, porque tais valores escapam ao seu

entendimento.

4. Não tem capacidade para criar novas regras,

somente recebe a aceita as que existem, aceitando-as porque os

pais aceitam...

A partir dos oito anos, a criança passa a julgar os atos

levando em conta a intencionalidade que os motivou,, começa a

entender as regras pelo seu espirito (não mais ao pé da letra) e

legitima-las (aceitar por decisão própria) não porque venham de

pessoas mais velhas, mas racionalmente por sua validade. A

criança em sua formação, exige respeito para respeitar. E

finalmente nesta idade a criança entende que legitimando os

bons exemplos, utiliza e se vale deles para construir novas

regras e colocá-las á apreciação de seus pares.

Todavia a conquista desta autonomia não é imediata,

e fica circunscrita as pessoas mais próximas, aqui o

desenvolvimento ético se aperfeiçoa primeiro na criança, depois

nas pessoas que a cercam, para expandir-se a sociedade e até

alcançar a espiritualidade.

Portanto a antiga formula da educação com discursos

normalizadores, repressão, interdição e castigo,

comprovadamente não funciona, estão enterrados num passado

tristemente longínquo, hoje sabe-se que o desenvolvimento

depende essencialmente da experiências de vida que o

Reinaldo Assis Pellizzaro

38

favoreçam e estimulem.

No que se refere a moralidade, é preciso incentivar a

racionalidade, pois se não estimulamos a criança a falar, pensar,

argumentar e discutir, jamais terá uma opinião própria, sendo

sempre refém das “autoridades” que tudo sabem por ela.

No que diz respeito a auto respeito, é preciso evitar

submeter a criança a vexames, castigos e humilhações, pois se

não desenvolvermos nela as virtudes de vencedora, não

desenvolverá em si o respeito próprio.

De igual forma o desenvolvimento moral depende da

afetividade e do amor próprio que conduzem a socialização, e a

realização pessoal. Para que isto seja possível não bastam belos

discursos, é preciso deixar que o educando experimente no meio

em que vive essa situação gratificante de respeitar e ser

respeitado.

7. O mal do autoritarismo pedagógico

Dois graves problemas aparecem no ensino da Ética -

e no ensino como um todo _: O primeiro de nível ético: o

espírito doutrinador autoritário dos educadores que roubam dos

alunos a necessária vontade de pensar e a Ética é explicitada

como um conjunto de normas acabadas. Isto explica o insucesso

das aulas de Moral e Cívica, que desencorajou a implantação do

ensino da Ética nas escolas.O segundo é de ordem

didático-pedagógico, que condena as aulas a um discurso vazio

que fica retido na soleira da porta á saída dos alunos.

No ensino da Ética, mais que em qualquer outro a

reflexão e a experiência são essenciais, os valores devem ser

elencados pelo professor, mostrados com clareza, provada sua ,

os alunos devem vivencia-los e buscar por experiência própria a

existência real no mundo em que vivem: Por exemplo: A

Constituição garante a dignidade da vida em sociedade, vamos

buscar prova de que a Constituição está ou não está sendo

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

39

cumprida...então a favela não é um triste laboratório de ensino?

O professor somente estará apto a ensinar a partir da

exata compreensão e vivência da Ética; não se pode olvidar que

questões éticas encontram-se a todo momento em todas as

disciplinas; vale dizer, que questões relativas as valores

humanos permeiam todos os conteúdos curriculares.

A Ética portanto não faz parte do ensino fundamental,

ela permeia-se com todas as áreas de ensino, é cor secundária e

principal a um só tempo, que adicionada a esta confere-lhe a

coloração e brilho que outorga fidelidade a paisagem retratada.

Portanto não há razão para que a Ética seja tratada em

paralelo, com a s demais disciplinas da grade curricular, em

horário específico de aula, pois não se pode induzir o aluno e

pensar que Ética é uma “especialidade”, quando, na verdade, ela

diz respeito a todas as atividades humanas.

A própria função da escola - transmissão do saber -

exige o enfrentamento de questões éticas. As relações internas

da escola, e desta com a comunidade, dasafiam a observância de

valores éticos, chancelados pela legitimação.

A partir da admissão da existência real de

transversalidade, é preciso garantir-se a manutenção da Ética

como disciplina curricular mínima, destacando-se treis razões a

serem consideradas:

1. Evitar o erro do passado e não admitir que a

formação moral dos alunos corresponde a uma “especialidade “,

a exemplo da má experiência da Moral e Cívica.

2. Admitir que a problemática da moral, está

presente em todas as experiências humanas, ocorrendo tanto no

convívio da escola como no embate com as diversas matérias.

3. Inexiste na moral uma linha divisória entre o bem

Reinaldo Assis Pellizzaro

40

e o mal, cuja solução se encontra em regras preconcebidas, é

preciso experimentar e raciocinar sobre tais valores, que devem

ser aceitos e vivenciados livremente, vale dizer, legitimados

pelos alunos a quem o ensino é endereçado.

8. A finalidade do ensino da Ética nas escolas

Nenhum esforço terá sido em vão, quando tiver sido

dirigido no sentido de possibilitar aos alunos pelo ensino da

Ética, a :

“1. Compreender o conceito da justiça baseado na

equidade e sensibilizar-se pela necessidade da construção de

uma sociedade justa;

2. adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre

as pessoas, respeito esse necessário ao convício numa

sociedade democrática e pluralista;

3. compreender a vida escolar como participação no

espaço público, utilizando e aplicando os conhecimentos

adquiridos na construção de uma sociedade democrática e

solidária.

4. valorizar e empregar o diálogo como forma de a

solucionar conflitos e tomar decisões coletivas.

5. construir uma imagem positiva de si, o respeito

próprio traduzido pela confiança em sua capacidade de

escolher e realizar seu projeto de vida e pela legitimação das

normas morais que garantam, a todos, essa realização;

6. assumir posições segundo seu próprio juízo de

valor, considerando diferentes pontos de vista de cada situação.

7. vivenciar, a escola como um lugar onde os valores

morais são pensados, refletidos, e não meramente impostos ou

futuros hábitos salutares, ou ainda mais, a escola deve ser o

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

41

lugar onde os alunos desenvolvam a arte do diálogo, da

convivência fraterna e da Ética legitimada.

8. permitir que os alunos exercitem livremente os

valores éticos, interagindo no meio em que vivem, de forma a

tornarem-se modelo para as demais pessoas.

9. ter plena consciência de que o professor como um

lago de águas puras e cristalinas, serve de espelho para que o

educando reflita sua propria imagem moral;

10. aceitar que a Ética portanto não faz parte do

ensino fundamental, ela permeia-se com todas as áreas de

ensino, é cor secundária e principal a um só tempo, que

adicionada a esta confere-lhe a coloração e brilho que outorga

fidelidade a paisagem retratada.

9. Código de Ética do Magistério Publico e Privado

O Magistério entendido este como a totalidade dos

professores, se constitui num órgão de exponencial importância

e como tal deve se organizar corporativamente.

Para tanto se faz necessário, apar da criação da

personalidade jurídica, entendida esta como o registro de

Estatutos do Magistério Brasileiro, deverá ser elaborado o

Código de Ética do Magistério Público e Privado Brasileiro.

É bem verdade que a Ética, do ponto de vista,

didático-pedagógico, como valores morais e de bons costumes

deve ser legitimada, pelos educandos para ter eficácia.; mas no

que diz respeito aos professores, estes como profissionais que

atuam numa área especifica do mercado de trabalho devem se

organizar de forma corporativa, e submetidos a princípios éticos

como as demais profissões.

Este é o grande desafio, para a atual e as futuras

gerações daqueles que fazem de suas existências a realização

Reinaldo Assis Pellizzaro

42

pessoal da difícil e sublime atuação no magistério.

A elaboração de normas estatutárias, é atribuição dos

professores que deverão envidar esforços no sentido de capitular

os superiores princípios éticos, para consolidação profissional.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

43

Capítulo Terceiro

ÉTICA DOS BACHARÉIS EM

CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

Reinaldo Assis Pellizzaro

44

Capítulo Terceiro

ÉTICA DOS BACHARÉIS EM

CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

1. Legislação Ética básica do Contador

A legislação básica que regulamenta a profissão dos

Bacharéis em Contabilidade, é composta de vários diplomas

legais editados a partir do Decreto-Lei Federal n 9.295 de 27 de

maio de 1946, que criou o Conselho Federal de Contabilidade e

do Guarda-livros.

Este Decreto de criação foi parcialmente alterado pelo

Decreto-Lei Federal n 9.710 de 3 de setembro de 1946 e pela

Lei federal n 570 de 22 de dezembro de 1948.

Sendo que pela Lei federal n 4.695 de 22 de junho de

1965, foi normatizada a composição do Conselho Federal de

Contabilidade, que foi parcialmente alterado pelo Decreto-Lei

Federal n 1.040 de 21 de outubro de 1969, que também cuidou

dos Conselhos Regionais de Contabilidade, regulando a eleição

de seus membros; cujo texto legal foi alterado pela Lei Federal

n 5.730 de 8 de novembro de 1971.

Finalmente pelo Conselho Federal de Contabilidade

foi aprovada a Resolução n 290 de 30 de setembro de 1979, que

instituiu o Código de Ética do Contabilista, que vigora

atualmente.

2. Do Código como norma jurídica escrita

Código é a reunião das disposições legais atinentes a

matéria (Ética profissional), escrita de modo sistemático de

forma a estabelecer os princípios gerais do procedimento do

Contador.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

45

O primeiro elemento configurativo do texto é a

ementa, ou seja a súmula da matéria tratada, que ajuda a sua

interpretação imediata que deve conter a essência do

pensamento do legislador.

O preâmbulo que é a introdução e a identificação do

Código.

O texto, é propriamente o corpo do Código, que é

dividido e subdividido até obter-se o máximo de clareza.

A composição, obedece a seguinte ordem, de acordo

com o grau de importância na estruturação do texto: Livros.

Títulos. Seções. Artigos. Parágrafos. Incisos e Alíneas.

Sendo Livros, Títulos e Seções numerados em ordem

crescente em algarismos romanos; Artigos em algarismos

arábicos; Parágrafos, em numerais ordinais até 9º e os demais

cardinais arábicos, sendo que o único grafado Parágrafo único;

Incisos são numerados por algarismos romanos e as alíneas

obedece a ordem alfabética, em letra minúscula.

3. Código de Ética do Bacharel em Contabilidade

Analisando-se o Texto Legal Corporativo que

instituiu o Código de Ética nos termos da Resolução n 290,

verificamos Ter recebido a denominação de CÓDIGO DE

ÉTICA DO CONTABILISTA, inobstante determinar a forma

de conduta profissional dos Bacharéis em Contabilidade.

O Código de Ética Profissional do Contabilista, pode

ser definido como o conjunto de normas jurídicas corporativas

escritas, orientado pelo costume e pela moral dotado de força

coativa, que conduz os Bacharéis em Ciências Contábeis,

quando no exercício profissional, estruturando-se em CINCO

CAPÍTULOS:

Reinaldo Assis Pellizzaro

46

Capítulo I – Do Objetivo

Capítulo II – Dos Deveres e Proibições

Capítulo III – Dos Honorários Profissionais

Capítulo IV – Dos deveres em relação aos colegas e

classe.

Subdividido ainda de treze artigos, quarenta e três

incisos, dezenove alíneas e dois parágrafos; sendo que

constituindo-se o Código, em preceito legal a ser observado

pelos profissionais, é da máxima importância seu estudo,

merecendo por transcrição literal e minuciosa explicitação:

Capítulo I – DO OBJETIVO

Art. 1º - O presente Código de Ética profissional

tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem

conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.

1 – Natureza do Código de Ética Profissional. O

Código de Ética Profissional, objetiva estabelecer de forma

sistematizada as normas de conduta que devem ser observadas

pelos Contadores, no exercício de sua profissão.

2 – Contador ou Bacharel em Ciências Contábeis?

Desde logo é importante, enfrentar-se o nomem juris, eis que

a denominação não é extrema de dúvidas. Fora de dúvida que

Contabilidade se caracteriza como ciência, e que a colação do

grau se faz na forma Contador seria uma espécie profissional

exercida por quem é portador do grau de bacharel na ciência

contábil.

Com efeito HARRY CONRADO SCHULER,

discorrendo sobre a matéria, ao substituir a denominação de

Contador por Bacharel em Ciências Contábeis, justifica sua

posição ao afirmar que o primeiro é uma espécie do segundo:

“ A diferenciação estriba-se no conceito de que

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

47

PROFISSÃO compreende uma espécie de trabalho

especializado, circunscrito por práticas peculiares,

responsabilidades e reconhecimento social que lhe conferem

individualidade. Por outro lado, o desdobramento das

diferentes ocupações emanadas do Curso Superior de

Contabilidade valoriza o Bacharel em Ciências Contábeis e

exterioriza seu diversificado campo profissional”.(1)

Assim, o Bacharel em Ciências Contábeis, poderá ser

Contador, Consultor, Contabilista, como o Bacharel em Ciências

Jurídicas, pode ser Advogado, Juiz, Promotor de Justiça,

Desembargador.

Deve se é colocar-se num mesmo nível ao Bacharel

em Ciências Contábeis do Técnico em Contabilidade, cujo

limite de conhecimento é de Segundo Grau , este é o desafio da

classe que deve primar pela valorização de sua profissão.

Capítulo II – DOS DEVERES E PROIBIÇÕES

Art. 2º - São deveres do Contabilista:

I – exercer a profissão com zelo, diligência e

honestidade, observada a legislação vigente e resguardos os

interesses de seus clientes, sem prejuízo da dignidade e

independência profissionais;

II – guardar sigilo sobre o que souber em razão de

suas funções;

III – zelar pela sua competência exclusiva na

orientação técnica dos serviços a seu cargo;

IV – orientar seu cliente, de preferência por

escrito, quanto à situação econômica-financeira da empresa;

V – comunicar desde logo, ao cliente, eventual

Reinaldo Assis Pellizzaro

48

circunstância adversa que possa influir na resolução daquele

que formular consulta ou lhe confiar trabalho;

VI – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de

emitir opinião sobre qualquer caso;

VII – permanecer prestando sua assistência

profissional, mesmo depois de adquirir a convicção da

insolvência por parte de seu cliente, salvo se este deixou de

seguir a orientação técnica que lhe tenha ministrado em

tempo oportuno e por escrito;

VIII – renunciar às suas funções, logo que se

positive falta de confiança por parte do cliente, zelando,

contudo, para que os interesses do mesmo não sejam

prejudicados.

IX – se substituído em suas funções, informar ao

cliente sobre fatos de natureza sigilosa que devem chegar ao

conhecimento de seu substituto, a fim de habilitá-lo ao bom

desempenho de suas funções; ao cliente caberá transmiti-los

pessoalmente ou autorizar que o profissional o faça;

X – evitar declarações públicas sobre os motivos da

renúncia de suas funções;

XI – manifestar, a qualquer tempo, a existência de

impedimento para o exercício da profissão, formulando

consulta no caso da dúvida;

XII – indenizar prejuízo que causar no exercício

profissional por culpa ou dolo.

1. Dos deveres...A palavra deveres tem origem no

latim debele, que significa ser devedor, estar obrigado, por

vontade própria a dar, restituir, fazer ou deixar de fazer alguma

coisa. Significa que o profissional ao bacharelar-se sujeita-se a

conduzir-se de forma a devotar-se no sentido de restituir como

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

49

forma de os benefícios da formação científica especializada

recebida.

Fora de dúvida pois que ao ingressar na Faculdade o

acadêmico por livre opção firma um contrato bilateral em que a

instituição de ensino se obriga a ministrar os conhecimentos

inerentes a sua especialidade, e este a restituir para a sociedade o

benefício da aprendizagem.

Assim o pagamento em dinheiro sob forma de

mensalidade feita pelo acadêmico não representa desobrigação

imediata porque, a colação de grau é uma transferência

eminentemente intelectual do professor ao bacharelando, e seta é

de valor inestimável; resultando pois que o estipendio pago é

apenas remuneratório pelos serviços materiais que lhe são

prestados pela instituição.

Evidente todavia, que o pagamento em dinheiro

impõe sacrifícios ao bacharelando, cuja restituição é feita sob a

forma de justa remuneração quando da prestação de serviços

profissionais, que será tanto maior quanto melhor for sua

capacidade de aplicar os conhecimentos recebidos.

Desta forma o Código de Ética, enseja a desobrigação

por parte do profissional, que cumprindo as normas ali

elencadas, de um lado valoriza sua atuação profissional

ganhando fama e aumentando sua renda e de outro resgata a

dívida inestimável do grau recebido, para com o professor e para

com a sociedade.

2. Deveres no exercício da profissão, objetivam

resguardar os interesses do cliente, agindo com, dignidade e

independência profissional, zelo, diligência, honestidade e

observância a legislação vigente.

É dever ético a orientar o cliente, preferencialmente

por escrito, quanto a situação econômica da empresa, e possíveis

adversidades.

Reinaldo Assis Pellizzaro

50

Devendo emitir opinião somente após inteirar-se de

todas as circunstâncias, e somente deixar de prestar assistência

profissional a cliente insolvente, se este deixou de cumprir sua

orientação dada por escrito em tempo oportuno.

O profissional deve evitar a publicidade de suas ações

e atos, cumprindo-lhe INDENIZAR PREJUÍZOS QUE

CAUSAR NO EXERCÍCIO DE SUA PROFISSÃO.

Art. 3º - No desempenho de suas funções, é vedado

ao Contabilista:

I - anunciar imoderadamente, admitidas apenas a

indicação de títulos, especializações e serviços oferecidos;

II – solicitar, provocar ou sugerir publicidade que

importe em propaganda pessoal de seus merecimentos ou

atividades profissionais;

III – angariar, direta ou indiretamente, serviços de

qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para

a classe;

IV – auferir qualquer provento em função do

exercício profissional, que não decorra exclusivamente de

sua prática correta e honesta;

V – assinar documentos ou peças contábeis

elaboradas por outrem, alheio á sua orientação, supervisão e

fiscalização;

VI – exercer a profissão quando impedido, ou

facilitar por qualquer meio, o seu exercício aos não

habilitados ou impedidos;

VII – manter sociedade profissional sob forma não

autorizada por lei;

VIII – valer-se de agenciador de serviços, mediante

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

51

participação deste aos honorários a receber;

IX – concorrer para a realização de ato contrário á

lei ou destinado a fraudá-la ou praticar, no exercício da

profissão, ato legalmente definido como crime ou

contravenção;

X – solicitar ou receber do cliente qualquer

importância que saiba para aplicação ilícita ou desonesta;

XI – estabelecer entendimento com parte adversa

sem autorização ou ciência do cliente;

XII – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do

cliente ou parte adversa, por si o interposta pessoa;

XIII – prejudicar, culposa ou dolosamente,

interesse confiado a seu patrocínio;

XIV – recusar-se, injustificadamente, disposições

expressas da lei ou contra princípios de contabilidade de

aceitação geral;

XVI – aconselhar ao cliente contra disposições

expressas da lei ou contra princípios de contabilidade de

aceitação geral;

XVII – interromper a prestação de serviços, sem

justa causa e sem notificação prévia ao cliente;

XIX – violar, sem justa causa, sigilo profissional;

XX – revelar negociação confidencial pelo cliente

para acordo ou transação, quando lhe tenha sido

encaminhada com observância dos preceitos contidos neste

Código;

XXI – emitir referencia que, com quebra de sigilo

Reinaldo Assis Pellizzaro

52

profissional, identifique o cliente em publicação onde haja

menção a trabalho que tenha realizado ou orientado;

XXII – iludir ou tentar iludir a boa fé de cliente ou

de terceiros, por qualquer forma, inclusive alterando ou

deturpando o exato teor de documento, citação de obra, de

lei ou de decisão judicial;

XXIII – não cumprir, no prazo estabelecido,

determinação dos Conselhos de Contabilidade ou de outros

órgãos autorizados da classe, em matéria da competência

destes, depois de regularmente notificado.

1. O Código proíbe ao profissional ...quando

anunciar sobre seus serviços como forma de propaganda, agir

imoderadamente; sendo-lhe permitido a indicação de títulos e

especializações.

Sendo-lhe igualmente vedado solicitar, provocar ou

mesmo sugerir publicidade que importe em propaganda pessoal.

Também não pode angariar, diretamente ou

indiretamente serviços de qualquer natureza, que lhe acarrete

prejuízo moral ou com desprestígio para a classe.

Importa ao profissional atender para as proibições

elencadas e saber que é lhe vedado: praticar atos contrários a lei,

assinar documentos elaborados por outrem, receber valores de

origem desonesta, locupletar-se á custa do cliente, recusar-se

injustificadamente de prestar contas, reter abusivamente

documentos e livros do cliente, violar sigilo profissional, alterar

resultados e documentos, não cumprir prazos, causar prejuízos

ao cliente por culpa ou dolo.

O profissional tem o dever de guardar sigilo sobre

suas atividades profissionais, e de cumprimento do prazo

assinado para a prática dos atos de sua competência.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

53

Art. 4º - O Contabilista poderá publicar relatório,

parecer ou trabalho técnico profissional, assinado e sob sua

responsabilidade, desde que não seja difamatório ou vazado

em termos que possa provocar ou entreter debates sobre

serviços a seu cargo.

1. O Contabilista...aqui o legislador ético

corporativo, se vale do termo Contabilista para se referir ao

Bacharel em Ciências Contábeis, para autorizar possa tornar

público seus trabalhos profissionais.

2. A publicação todavia é de sua responsabilidade

devendo ser assinada, não podendo macular a honra e boa fama

de pessoas, e também não deve polemizar serviços a seu cargo.

Art. 5º - Quando perito ou auditor, em juízo ou

fora dele, deverá o Contador:

I – recusar sua indicação, desde que reconheça não

se achar capacitado, em face da especialização, para bem,

desempenhar o encargo;

II – evitar interpretações tendenciosas sobre

matéria que constitui objeto da perícia, mantendo absoluta

independência moral e técnica na elaboração do respectivo

laudo;

III – abster-se de expender argumentos ou dar a

conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de qualquer

das partes interessadas, ou da justiça da causa em que

estiver servindo como perito, mantendo seu laudo no âmbito

técnico e limitado aos quesitos propostos;

IV – considerar com imparcialidade o pensamento

exposto em laudo pericial submetido á sua apreciação;

V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça

e repute em condições de exercer efeito sobre peças

Reinaldo Assis Pellizzaro

54

contábeis, objeto de seu certificado;

VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião

sem estar suficientemente informado e documentado;

VII – assinalar enganos ou divergências que

encontrar, no que concerne á aplicação dos princípios de

contabilidade consagrados e de aceitação geral;

VIII – considerar impedido, em auditoria externa,

para certificar peças de empresa a cujos dirigentes esteja

ligado por laços de parentesco, consangüíneo ou afim, até o

3º grau.

1. Perito ou auditor, ou seja, os trabalhos técnicos

contábeis que são inerentes ao grau de conhecimento

especializado do profissional em Juízo ou fora devem ser

confiados ao Bacharel em Ciências Contábeis.

2. Neste caso, deve o profissional para bem

desempenhar suas funções observar alguns deveres; e o primeiro

dever é declinar da indicação quando “não se achar

capacitado”, o que jamais deve ocorrer com o bom profissional,

que deve dominar sua área de especialização e atuação.

3. Responder com objetividade e impessoalidade e

imparcialidade aos quesitos, mencionar fatos que conheça que

poderão influir para bem orientar as partes interessadas.

4. Dar-se por impedido quando ligado a qualquer das

partes envolvidas por laços de parentesco.

Capítulo III – DOS HONORÁRIOS

PROFISSIONAIS

Art. 6º - O Contabilista deve fixar previamente o

contrato de serviços, de preferência por escrito, em bases

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

55

justas, considerados os elementos seguintes:

a) a relevância, o vulto, a complexidade e a

dificuldade dos serviços a executar;

b) o tempo que será consumido pela realização do

trabalho;

c) a possibilidade de ficar impedido da realização

de outros serviços;

d) a situação econômica-financeira do cliente e o

resultado favorável que para a mesma advirá do serviço

prestado;

e) a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual

habitual ou permanente;

f) o lugar em que o serviço será prestado, se na

própria cidade de seu domicílio ou dela distante;

g) a competência e o renome do profissional;

h) as recomendações oficiais existentes, inclusive

decorrentes de resolução de entidade da classe, ou na falta

desta, em atenção á praxe seguida sobre trabalhos análogos.

1. Honorários representa contraprestação

remuneraria, a que tem direito o profissional quando da

prestação de seus serviços profissionais.

2. O valor dos honorários e a forma de pagamento

deve ser contratada antecipadamente por escrito afim de

evitar-se arbitramento judicial em caso de inadimplemento por

parte do cliente.

3. Existem alguns critérios que devem ser observados

quando da contratação de honorários, ditados pelo bom senso,

Reinaldo Assis Pellizzaro

56

pela honestidade e pela lisura, sempre com vistas a salvaguardar

os valores éticos da boa reputação profissional.

4. Assim deve o profissional levar em conta, o tempo

necessário para a realização do trabalho, a exclusividade,

situação econômica-financeira do cliente se este é eventual ou

permanente, o lugar onde será realizado o trabalho.

5. A competência e o renome profissional, dizem

respeito a fama profissional, e como seu maior patrimônio

deve ser levado em conta no momento da contratação dos

honorários profissionais.

Art. 8º - É vedado ao Contabilista oferecer ou

disputar serviços profissionais mediante aviltamento de

honorários ou em concorrência desleal.

1. A atuação profissional deve se pautar pela conduta

Ética que impede a oferta de serviços em forma de concorrência

desleal.

2. A concorrência desleal é muito abrangente, e vai

desde a oferta de vantagens na prestação dos serviços até a

cobrança de honorários de menor valor.

3. A proibição se refere ao tempo futuro, ou seja, a

oferta de serviços; como ao presente, que na linguagem do

Código é a disputa de serviços, que pressupõe a situação em que

o cliente é atraído pela melhor oferta quando, outro profissional

já esteja prestando seus serviços.

Capítulo IV – DOS DEVERES EM RELAÇÃO

AOS COLEGAS E A CLASSE

Art. 9º - A conduta do Contabilista em relação aos

colegas deve ser pautada nos princípios de consideração,

apreço e solidariedade, em consonância com os postulados

de harmonia da classe.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

57

Parágrafo único – O espírito de solidariedade não

induz nem justifica a convivência com o erro ou atos

infringentes de normas éticas ou legais ou legais que regem

o exercício da profissão.

1. O relacionamento com os colegas, no exercício da

profissão oportuniza a exteriorização de valores da maior

importância ou seja: consideração, como reconhecimento dos

predicados profissionais do colega; apreço , no sentido de ajuda

mútua, em função da empatia que deve aproximar as pessoas; e,

solidariedade, que a virtude de disponibilidade para auxílio

necessário e construtivo; cuja prática não pode ensejar a

convivência com o erro ou transgressão das normas Ética que

tutela o exercício da profissão.

2. A observância desta conduta Ética pautada na

consideração, apreço e solidariedade, assegura a harmonia

cooperativa.

Art. 10 – O Contabilista deve, em relação aos

colegas, observar as seguintes normas de conduta:

a) evitar referências prejudiciais ou qualquer

modo desabonadoras;

b) abster-se da aceitação de encargo profissional

em substituição a colega que dele tenha desistido para

preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da

classe, desde que permaneçam as mesmas condições que

ditaram o referido procedimento;

c) evitar pronunciamentos sobre serviço

profissional que saiba entregue a colega sem anuência deste;

d) jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou

soluções encontradas por colegas, apresentando-os como

próprios;

Reinaldo Assis Pellizzaro

58

e) evitar desentendimentos com o colega ao qual

vier a substituir no exercício profissional.

1. No seu relacionamento com os colegas deve o

profissional evitar referências profissionais desabonadoras, vale

dizer, deve praticar somente o exercício da crítica moderada e

construtiva, atendendo a máxima “comedido na crítica,

sempre construtiva e generoso no elogio sincero”.

2. Não deve aceitar serviço que sabe vinculado a

colega sem sua expressa concordância; devendo evitar

comentários sobre os serviços de colega, evitando quaisquer

desentendimentos de ordem profissional.

Art. 11 – O Contabilista deve, com relação á classe,

observar as seguintes normas de conduta:

a) prestar concurso moral, intelectual e material ás

entidades de classe;

b) zelar pelo prestígio da classe, da dignidade

profissional e do aperfeiçoamento de suas instituições;

c) aceitar o desempenho de cargo dirigente nas

entidades de classe, salvo circunstâncias especiais que

justifiquem, sua recusa, e exercê-lo com interesse e critério.

d) acatar as resoluções votadas pelas entidades de

classe, salvo circunstâncias especiais que justifiquem, sua

recusa, e exercê-lo com interesse e critério.

e) auxiliar a fiscalização do exercício profissional e

zelar pelo cumprimento deste Código, comunicando, com

discrição e fundamentadamente, aos órgãos competentes, as

infrações de que tiver ciência;

f) não formular, junto aos clientes, juízos

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

59

depreciativos das entidades de classe ou ás organizações

contábeis existentes, nem atribuir erros, equívocos ou

dificuldades que encontrar no exercício da profissão, ás

deficiências e desacertos daqueles;

g) representar perante os órgãos competentes

sobre irregularidades ocorridas na administração das

entidades de classe;

h) jamais utilizar-se de posição ocupada na direção

de entidades de classe em benefício próprio ou para proveito

pessoal, diretamente ou através de interposta pessoa.

1. É dever do profissional valorizar a classe a que

pertence. Assegurar o prestígio da classe concorrendo com seu

concurso profissional moral, intelectual e material.

2. Aceitar honrosamente os encargos e cargos que lhe

forem deferidos, auxiliar na fiscalização para cumprimento das

normas éticas e até mesmo representar perante os órgãos

representativos sobre quaisquer irregularidades.

3. Jamais valer-se da classe para auferir vantagens

pessoais diretamente ou através de interposta pessoa.

Capítulo V DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Art. 12 – A transgressão de preceito deste Código

constitui infração disciplinar, sancionada, segundo a

gravidade, com a aplicação de uma das seguintes

penalidades:

a) advertência;

b) censura reservada;

c) censura pública.

Reinaldo Assis Pellizzaro

60

1. A imposição de pena, confere força coativa ao

preceito ético. Assim a transgressão a qualquer das

determinações do Código de Ética sujeita o profissional a

responder processo disciplinar.

2. O legislador previu três tipos de pena: advertência,

para as transgressões de menor gravidade, ou seja uma

admoestação, no sentido de advertir o profissional para refletir

sobre a transgressão; e, censura reservada, aplicada sem o

conhecimento da classe, exortando o profissional, para que

evitar a prática da transgressão; e, censura pública, como pena

mais grave, do conhecimento generalizado na classe , feito por

publicação em veículo informativo.

3. A aplicação de tais penalidades não afasta o

profissional a responder por crimes comuns, tais como,

CALUNIA, DIFAMAÇÃO ou INJÚRIA, APROPRIAÇÃO

INDÉBITA DE VALORES QUE LHE FOREM CONFIADOS,

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO.

4. Merece ser considerado que a pena de Suspensão

não está prevista pelo Código de Ética, inobstante o art. 3º em

seu inc. VI, determine a proibição ilegal de exercer a profissão o

profissional que estiver impedido...

Art. 13 – O julgamento das questões relacionadas á

transgressão de preceito do Código de Ética incumbe,

originariamente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade,

que funcionarão como Tribunais de Ética facultado recurso

dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de 30

(trinta) dias para o Conselho Federal de Contabilidade em

sua condição de Tribunal Superior de Ética Profissional.

$ 1º - O recurso voluntário somente será

encaminhado ao Tribunal Superior de Ética Profissional

respectivo mantiver a decisão recorrida.

$ 2º Na hipótese da alínea “c” do art. 12, o

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

61

Tribunal Regional de Ética Profissional deverá recorrer

“ex-ofício” de sua própria decisão, quando condenatória.

1. O julgamento das questões relacionadas com a

obrigatoriedade de observância do Código de Ética, são

decididas em processo corporativo, cuja instrução obedece a

critérios formais que atendem ao princípio da ampla defesa e

duplo grau de decisão.

2. A ampla defesa se constitui no direito contraditório

constitucional, de que ao profissional acusado da transgressão

usar dos meios de prova (=documentos, testemunhas,

depoimento pessoal, perícias técnicas, etc.) para provar sua

inocência. Vale dizer, que o representado não transgrediu o

Código de Ética, até que se prove Ter transgredido.

3. O duplo grau de decisão se estabelece através da

competência primeiramente do Conselho Regional de

Contabilidade, que funcionam como Tribunais de Ética,

conhecendo e julgando os processos em primeiro grau. Podendo

a parte interpor recurso devolvendo o julgamento para o

Conselho Federal de Contabilidade, facultado o Tribunal de

Ética, rever sua decisão, caso em que o processo somente subirá

ao Conselho Federal de Contabilidade, se a decisão condenatória

for mantida.

4. O prazo de recurso, voluntário (= depende da

iniciativa do interessado, nos casos a aplicação de pena de

advertência e censura reservada) é de 30 dias, a contar da ciência

da decisão pelo apenado, sendo que o recurso suspende os

efeitos da condenação até a decisão definitiva pelo Conselho

Federal.

5. No caso de aplicação de censura pública, o

Tribunal de Ética, deve recorrer de ofício da decisão

condenatória.

6. É da máxima importância para os profissionais

conhecerem profundamente o Código de Ética, como

Reinaldo Assis Pellizzaro

62

ordenamento máximo corporativo, que assegura a conduta

profissional.

É importante que o profissional tenha pleno domínio

sobre a ciência que bem orienta sua profissão, e acima de tido

que conheça os direitos e deveres inerentes ao seu exercício.O

que se deseja é que fazendo uso desses notáveis instrumentos de

trabalho, os profissionais alcancem a plena realização

valorizando sua auto-imagem, enriquecendo seu patrimônio, de

forma a assegurar o sucesso desejado.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

63

Capítulo Quarto

PRÁTICA CORPORATIVA

Torna-se imprescindível que a teoria explicitada sirva

de base para aplicação prática no exercício da profissão.

Reinaldo Assis Pellizzaro

64

PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: ( Nome e qualificação)

OUTORGADO: (Nome do profissional

CRC...qualificação)

PODERES: Para pagar impostos e taxas referente a

atividade comercial do outorgante, assinando guias e

requerimentos, representar em quaisquer repartições

públicas.........

( Local, e data... )

OUTORGANTE

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

65

CONTRATO DE HONORÁRIOS

CONTRATANTE:

CONTRATADO:

O B J E T O: Atendimento profissional para serviços de.....

HONORÁRIOS: O contratante pagará ao Contratado a título

de honorários a importância de...........

Assim, contratados firmam o presente ato por estar de

acordo com suas vontades com duas testemunhas instrumentais.

Local e data...

CONTRATANTE:

CONTRATADO:

TESTEMUNHAS:1.__________________________

2._________________________

Reinaldo Assis Pellizzaro

66

TRANSFERÊNCIA DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

PRIMEIRO CONTRATANTE:

SEGUNDO CONTRATANTE:

SERVIÇOS TRANSFERIDOS: O primeiro Contratante,

transfere para o Segundo Contratante, conforme autoriza o art.

7º do Código de Ética, os

serviços..................................................

CONDIÇÕES DA TRANSFERÊNCIA: A transferência dos

serviços é feita nas seguintes condições:

ANUÊNCIA DO CLIENTE: Assina o presente ato o cliente....

que declara expressamente concordar com a transferência.

ASSIM, acordados firmam o presente para que seja

fielmente cumprido, depois de lido a achado conforme suas

vontades, com duas testemunhas instrumentais.

Local e data...

PRIMEIRO CONTRATANTE:

SEGUNDO CONTRATANTE:

CLIENTE ANUENTE:

TESTEMUNHAS: 1.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

67

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE

...(nome qualificação) devidamente inscrito no quadro

de profissionais dessa corporação, com domicílio

profissional....vem com o máximo respeito com amparo no art.

11, alínea “e” do Código de Ética, comunicar e requerer o que se

segue:

1. Tomou conhecimento de que o colega......fez

publicar como seu o trabalho.........

2. Ocorre que o referido trabalho é da autoria do

Requerente, que o apresentou no Círculo de Estudos

realizados....... em data de ....... que foi premiado conforme

documentos anexos.

3. Tal apropriação se constitui em transgressão ao

Código de Ética, que temos o dever profissional de comunicar.

ISTO POSTO

requer digne-se V. Exa. em receber a presente

determinando seja instaurado competente processo ético,

conforme determina o mencionado Diploma Ético Profissional.

Requerendo-se a produção dos meios necessários de prova,

especialmente a documental.

Termos em que, pede deferimento

Local e data...

PROFISSIONAL REPRESENTANTE

Reinaldo Assis Pellizzaro

68

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE

.......(nome e qualificação) devidamente inscrito nesse

órgão corporativo, vem com o máximo respeito oferecer

DEFESA PRÉVIA, nos autos da representação comunicada

por......fazendo pelos motivos expostos:

1. O representante acusa o Requerente do

cometimento de............

2. Todavia não procede a acusação, porquanto o

trabalho publicado é de autoria exclusiva do Requerente,

conforme comprova a publicação feita em......no Boletim do

Contador de circulação da classe.

3.................................

ISTO POSTO

requer seja recebida a presente julgando improcedente

a representação, devendo o Representante sofrer as sanções pela

transgressão do Código de Ética.

Termo em que, pede deferimento

...............aos.....dias...do mês de......de .......

=REQUERENTE=

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

69

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE ÉTICA DO CONSELHO REGIONAL DE

CONTABILIDADE

...(nome qualificação) vem com o máximo

respeito dizer-se inconformado com a respeitável decisão que

julgou procedente a acusação formulada por ....nos autos do

processo disciplinar....com aplicação da pena de

“ADVERTÊNCIA” ; desejando oferecer recurso ao Colendo

Conselho Federal de Contabilidade, para tanto;

REQUER

seja recebido com as inclusas razões para que ascenda

aquele Conselho Superior para a finalidade colimada.

Pede deferimento

Curitibanos aos.....dias do mês de .......de 1998

COLENDO CONSELHO FEDERAL DE

CONTABILIDADE

A decisão proferida pelo honrado Tribunal de Ética,

por não fazer a necessária justiça deve ser reformado.

É que.......

ISTO POSTO

confia seja reformada decisão absolvendo o

Recorrente como medida de JUSTIÇA.

ASSIM PEDE E CONFIA EM JUSTIÇA

...aos......dias do mês de........de 1998

Reinaldo Assis Pellizzaro

70

EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

COMARCA DE........................

.....(nome e qualificação) vem com o máximo

respeito dizer e requerer a V. Exa. o que segue:

1. Foi indicado para exercer a função de perito nos

autos da ação......que......move contra.........

2. Todavia por força do disposto pelo art. 5º inc. VIII

do Código de Ética Corporativo (doc.), considera-se impedido,

eis que ligado por laços de parentesco com o autor que é tio do

Requerente.

ISTO POSTO

requer digne-se V. Exa. em receber a presente declinando da

honrosa indicação, como medida de direito.

Termos em que, pede deferimento

...............aos .....dias do mês de .........de 1998

=REQUERENTE=

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

71

Capítulo Quinto

TRABALHOS SEMESTRAIS

Quando as espadas se enferrujam e as enxadas brilham; quando as

prisões se esvaziam e os celeiros se enchem de grãos alimentícios;

quando as escadas dos templos se desgastam com o passar dos crentes

e as dos tribunais se cobrem de ervas; quando os operários trabalham

com entusiasmo e as greves são abominadas; quando os médicos

andam a pé e os pedreiros a cavalo, fácil é governar os homens pois é

certo, certíssimo, que todos são dóceis quando são FELIZES!

( Meng Tsé)

Reinaldo Assis Pellizzaro

72

TRABALHOS SEMESTRAIS

1 - CURRICULUM VITAE

Elaborar seu próprio CURRICULUM VITAE,

devidamente documentado, tendo abertura a árvore

genealógica da família.

CURRICULUM VITAE

(Anexo 1)

1.1 – PERSONALIDADE CIVIL

1.1.1 – NASCIMENTO

1.1.2 – ASCENDENTES

1.1.3 – CASAMENTO

1.1.4 – DESCENDENTES

1.1.5 –SERVIÇOMILITAR, IDENTIDADE

(Anexo 2)

2.1 – FORMAÇÃO ESCOLAR

2.1.1 – Primário.........

2.1.2 – Extensão universitária, cursos.....

(Anexo 3)

3.1 – VIDA PROFISSIONAL

3.1.1 – Contratos de trabalho.........

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

73

4.1 – VIDA SOCIAL

4.1.1 – Clubes........

Normas básicas para composição do CURRICULUM

VITAE:

1. Retroagir em sua árvore genealógica até a primeira

geração se for possível.

2. Tenha sempre o cuidado de provar com

documentos válidos os dados inseridos no CURRICULUM.

3. Guarde cuidadosamente e arquive em ordem

cronológica todos os documentos referentes a sua vida pessoal.

4. Mantenha sempre um resumo de seu

CURRICULUM disponível e se for possível em DISKETE.

5. Arquive seu curriculum numa pasta “AZ” de forma

a adicionar novos dados sempre que ocorrerem, pois sua vida é

dinâmica e seu CURICULUM é móvel........

6. Tenha sempre presente QUE VOCÊ É UMA

PESSOA IMPORTANTE DESTINADA A ALCANÇAR O

SUCESSO E SEU CURRICULUM VITAE DEVE SER A

COMPROVAÇÃO DESTA CERTEZA E VERDADE.

7. Orgulhe-se de seu CURRICULUM VITAE e de

VOCÊ MESMO, pois é a chave do sucesso.

Reinaldo Assis Pellizzaro

74

2 - QUESTIONÁRIO BÁSICO

b1) – Em grafia personalíssima (= próprio punho),

atendendo as normas da METODOLOGIA CIENTÍFICA

responder as perguntas do questionário, adicionando cinco

perguntas e respostas de autoria própria.

b2) – Conclusão aponte própria, em um mínimo de

vinte linhas.

QUESTIONÁRIO BÁSICO

1. O que é Ética?

2. Qual a conseqüência do livre arbítrio?

3. Qual a consequência do instinto de sobrevivência?

4. Qual a origem da palavra Ética?

5. Qual a diferença entre DEONTOLOGIA E

DICEOLOGIA?

6. O que é qualificação profissional?

7. Quais as formas de exercício profissional?

8. Como a lei protege penalmente a profissão?

9. As normas éticas tem força coativa ? Qual sua

consequência?

10. Qual a importância da moral para a Ética ?

11. Quais os deveres gerais e particulares no exercício

da profissão?

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

75

12. Qual a diferença entre trabalho, ofício e

profissão?

13. Como o graduado poderá exercer a profissão?

14. Quais os princípios éticos profissionais?

15. Qual a legislação básica que regulamenta sua

profissão?

16. Como se estrutura o Código de Ética como

norma jurídica?

17. Cite dois deveres em relação aos colgas e a classe,

explicitando-os.

18. Qual a importância do Curriculum Vitae para o

profissional?

19. O que é costume?

20. Por que as normas éticas devem ser cumpridas

pelos profissionais?

21. Destaque uma “nota de rodapé”,

explicitando-a num mínimo de vinte linhas.

22. Como podem ser resumidos os princípios da

deontologia aplicados á Administração Pública?

23. O que se entende por legitimação de valores e

regras morais?

24. Como se explica o “projeto de felicidade” e

“vida boa”?

25. A Ética pode ser imposta como norma jurídica?

Reinaldo Assis Pellizzaro

76

3 - TRABALHO DE CAMPO ( ENTREVISTA)

Anexar um mínimo de dois, trabalhos de

campo, onde sejam entrevistados profissionais de sua área

científica, respondendo:

Possui o texto da Código de Ética de sua profissão?

Conhece o texto de seu Código de Ética? Qual a

importância, para o entrevistado? Registrou em sua vida

profissional alguma situação relacionada a Ética

profissional? ( A entrevista deverá ser enriquecida com

questionamento elaborado pelo próprio aluno...)

MANUAL DE LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

77

BIBLIOGRAFIA

1. Schuller, Harry Conrado, Conferência VII Encontro

dos Professores do Ensino Superior de Contabilidade, em

Cuiabá-MT em 26.07.86.

2. Silva, Antônio Moraes, Dicionário Etimológico da

Língua Portuguesa 2ª Ed. 1913

3. Vasquez, Adolfo Sanches, Ética, Ed. Civ.

Brasileira 3ª edição.

4. Fankena, William K. Ética Zaha Editores 2ª

edição.

5. Blanchard, Kenneth, O Poder da Administração

Ética, Editora Record 2ª edição.

6. PELLIZZARO, Fábio, in. Trabalho em Nível de

Pós Graduação na Universidade Regional de Blumenau, apud

Volnei Ivo Carlin, resumo da Obra de Deontologia Jurídica,

1998.

Reinaldo Assis Pellizzaro

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PLANO DE ESTUDOS

ANOTAÇÕES:

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-----------------------------------------------------------------------------Reprodução autorizada para os Acadêmicos da UnC Campus de Curitibanos.