Manual de Procedimentos - Cenofisco Nº 07 (Bancos Conta Movimento)

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  • NDICEContabilidade ...................................................................... 3 Distribuio Disfarada de Lucros Aspectos Gerais

    Bancos Conta Movimento

    Legislao ............................................................................. 8 Comunicados BACEN ns 25.134/14, 25.140/14, 25.148/14,

    25.154/14 e 25.162/14Taxa Bsica Financeira (TBF), Redutor (R) e Taxa Referencial (TR)do Perodo de 16/01/2014 a 22/01/2014

    Cenofi sco BD Legislao

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    Destaques

    A seo Contabilidade trata dos procedimentos e conceitos sobre a distribuio disfarada de lucros.

    Trataremos ainda da funo da conta Bancos Conta Movimento.

    Carlos Alberto Silva

    Valmir Bezerra de Brito

    ContabilidadeAssuntos Diversos

    e Legislao

    07

  • 2 No 07/14 2a semana Fevereiro

    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe Legislao Manual de Procedimentos

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Manual de procedimentos : contabilidade,

    assuntos diversos e legislao. Curitiba, PR :

    Cenofi sco Editora, 2006.

    ISBN 85 7569 021 3

    1. Contabilidade Leis e legislao Brasil

    2. Tributos Leis e legislao Brasil

    I. Ttulo: Contabilidade, assuntos diversos e legislao.

    06 9524 CDU 34 : 336 . 2 (81)

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Brasil : Direito fi scal 34 : 336.2 (81)

  • No 07/14 32a semana Fevereiro

    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe LegislaoManual de Procedimentos

    CONTABILIDADE

    Distribuio Disfarada de Lucros Aspectos Gerais

    SUMRIO

    1. Consideraes Iniciais

    2. Conceito

    3. Defi nio do Fisco Federal

    4. Distribuio Disfarada de Lucros por Intermdio de Terceiros

    5. Inaplicabilidade do Conceito de DDL5.1. Devoluo de participao em bens ou direitos5.2. Transferncia de bens de pessoa ligada5.3. Pagamento de aluguis

    6. Pessoas Ligadas 6.1. Emprstimos entre pessoas jurdicas ligadas

    7. Valor de Mercado7.1. Impossibilidade de determinao do valor do bem

    8. Ciso

    9. Tributao Adio da DDL no LALUR9.1. Contribuies e doaes permitidas

    1. Consideraes Iniciais

    Nesta oportunidade vamos discorrer sobre a Distribuio Disfarada de Lucros (DDL), relembrando que a ocorrncia dessa hiptese invariavelmente gera encargo tributrio ao contribuinte pessoa jurdica, posto que essa fi gura no se aplica pessoa fsica.

    2. Conceito

    A Distribuio Disfarada de Lucros (DDL), conforme o pr-prio nome sugere, corresponde a valores pagos a scio, titular ou diretor de empresa, sob determinada condio que se faz presumir tratar-se de distribuio de lucros, ainda que o valor pago rece-ba nome diferente, aluguel, por exemplo. Por essa razo, entre outras, indispensvel as precaues formais e legais no trato do registro contbil de valores entregues aos scios de qualquer entidade empresarial.

    3. Defi nio do Fisco Federal

    Nos termos do art. 464 do Decreto n 3.000/99 (RIR/99), presume-se distribuio disfarada de lucros no negcio pelo qual a pessoa jurdica:

    a) aliena, por valor notoriamente inferior ao de mercado, bem do seu ativo a pessoa ligada;

    b) adquire, por valor notoriamente superior ao de mercado, bem de pessoa ligada;

    c) perde, em decorrncia do no exerccio de direito aquisio de bem e em benefcio de pessoa ligada, sinal, depsito em garantia ou importncia paga para obter opo de aquisio;

    d) transfere a pessoa ligada, sem pagamento ou por valor inferior ao de mercado, direito de preferncia subscrio de valores mobilirios de emisso de companhia;

    e) paga a pessoa ligada aluguis, royalties ou assistncia tcnica em montante que excede notoriamente ao valor de mercado;

    f) realiza com pessoa ligada qualquer outro negcio em condies de favorecimento, assim entendidas condies mais vantajosas para a pessoa ligada do que as que prevaleam no mercado ou em que a pessoa jurdica contrataria com terceiros.

    necessrio mencionar que a prova de que o negcio foi rea-lizado no interesse da pessoa jurdica e em condies estritamente comutativas, ou em que a pessoa jurdica contrataria com terceiros, exclui a presuno de distribuio disfarada de lucros.

    4. Distribuio Disfarada de Lucros por Intermdio de Terceiros

    Se a pessoa ligada for scio ou acionista controlador da pes-soa jurdica, presumir-se- distribuio disfarada de lucros ainda que os negcios relacionados no tpico 3 sejam realizados com a pessoa ligada por intermdio de outrem, ou com sociedade na qual a pessoa ligada tenha, direta ou indiretamente, interesse.

    Nesse sentido, scio ou acionista controlador a pessoa fsica ou jurdica que, diretamente, ou por meio de sociedade ou sociedades sob seu controle, seja titular de direitos de scio ou acionista que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria de votos nas deliberaes da sociedade.

    5. Inaplicabilidade do Conceito de DDL

    Nos topicos 2 e 3 vimos o conceito e as hipteses em que so aplicados os efeitos da distribuio disfarada de lucros, ou seja, as operaes que implicam adio no Livro de Apurao do Lucro Real (LALUR) para fi ns de tributao. Veremos a seguir as excees regra.

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    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe Legislao Manual de Procedimentos

    Nota Cenofi sco:Publicamos matria que trata do Livro de Apurao do Lucro Real (LALUR), no Manual de Procedimentos n 19/07, pg. 3, no Caderno IRPJ PIS COFINS CSLL.

    5.1. Devoluo de participao em bens ou direitos

    O disposto nas letras a e d do item 3 no se aplica nos casos de devoluo de participao no capital social de titular, scio ou acionista de pessoa jurdica em bens ou direitos, avaliados a valor contbil ou de mercado.

    5.2. Transferncia de bens de pessoa ligada

    A hiptese prevista na letra b do item 3 no se aplica quando a pessoa fsica transferir a pessoa jurdica, a ttulo de integralizao de capital, bens e direitos pelo valor constante na respectiva de-clarao de bens.

    5.3. Pagamento de aluguis

    A deduo de despesas com aluguis ser admitida se o aluguel no constituir aplicao de capital na aquisio do bem ou direito, nem distribuio disfarada de lucros.

    Dessa forma, no so dedutveis os aluguis pagos a scios ou dirigentes de empresas, e a seus parentes ou de-pendentes, em relao parcela que exceder ao preo ou valor de mercado.

    Portanto a deduo de despesas com aluguis somente ser admitida:

    a) quando necessrias para que o contribuinte mantenha a posse, uso ou fruio do bem ou direito que produz o rendimento; e

    b) se o aluguel no constituir aplicao de capital na aquisio do bem ou direito, nem distribuio disfarada de lucros, ressalvado tratar-se de arrendamento mercantil.

    Vale ressaltar que as despesas de aluguel de bens mveis ou imveis somente sero dedutveis quando relacionados intrinseca-mente com a produo ou comercializao dos bens e servios.

    6. Pessoas Ligadas

    Considera-se pessoa ligada pessoa jurdica:

    a) o scio ou acionista dessa, mesmo quando outra pessoa jurdica;

    b) o administrador ou o titular da pessoa jurdica;

    c) o cnjuge e os parentes at o terceiro grau, inclusive os afi ns, do scio pessoa fsica de que trata a letra a e das demais pessoas mencionadas na letra b.

    6.1. Emprstimos entre pessoas jurdicas ligadas

    A propsito da defi nio de pessoa jurdica ligada, oportuno mencionar o pensamento do Fisco sobre o assunto, principalmente se voltado ao assunto em comento, por meio do PN CST n 43, de 1981, cuja ntegra reproduzimos a seguir:

    Discute-se o caso em que o emprstimo de recursos fi nan-ceiros por sociedade controladora a empresa subsidiria, sendo ambas domiciliadas no Pas, seja passvel de enquadramento entre os negcios em que a legislao do imposto de renda presume distribuio disfarada de lucros.

    2. O Regulamento do Imposto de Renda, baixado com o Decreto n 85.450, de 04 de dezembro de 1980, prev dois grupos de negcios em que h presuno de lucros distribudos disfaradamente, a saber:

    I negcios realizados entre pessoa jurdica e pessoas ligadas (pessoas fsicas) (art. 367); (art. 466, do RIR/99)

    II negcios contratados entre uma companhia e seu acionista controlador, ou parente deste at o terceiro grau, inclusive os afi ns (art. 369). (art. 465, do RIR/99)

    3. No primeiro agrupamento esto enumeradas, taxativamen-te, seis modalidades de transaes que a lei considera formas de distribuio disfarada de lucros. Somente se enquadram nesses casos os negcios que a pessoa jurdica realiza com pessoa fsica que se caracterize pessoa ligada, conforme o conceito legal esta-belecido no art. 368 do Regulamento do Imposto de Renda/80. (art. 466, do RIR/99)

    4. Para os efeitos da lei fi scal (Regulamento do Imposto de Renda/80, art. 369,

    1), considera-se: (art. 466, pargrafo nico)

    a) acionista controlador a pessoa fsica ou grupo de pessoas fsicas residentes no Pas, e a pessoa, fsica ou jurdica resi-dente ou domiciliada no exterior, que diretamente ou atravs de sociedade ou sociedades sob seu controle, seja titular de direitos de scio que lhe assegurem, de modo perma-nente, a maioria de votos nas deliberaes da assemblia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia;

    b) contratado com o acionista controlador o negcio com ele realizado atravs de outrem, ou com sociedade na qual o acionista controlador tenha, direta ou indiretamente, inte-resse.

  • No 07/14 52a semana Fevereiro

    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe LegislaoManual de Procedimentos

    5. Defl ui do conceito legal transcrito (letra a) que, para confi gu-rao de distribuio disfarada de lucros, a lei fi scal no considera acionista controlador a pessoa jurdica com sede no Pas, mas apenas as pessoas fsicas, mesmo que estas exeram o controle indiretamente, ou seja, por intermdio de uma ou mais pessoas jurdicas sediadas no Pas.

    6. Por outro lado, na conformidade do caso transcrito na letra b do item 4, tem-se como contratado com o acionista controlador o negcio realizado por intermdio de outrem ou com sociedade (de qualquer forma jurdica) na qual o acionista controlador tenha interesse. Por sinal esta norma d ensejo a que na legislao do imposto de renda, se confi gure o nico caso de presuno de distribuio disfarada de lucros em negcio celebrado entre duas pessoas jurdicas domiciliadas no Pas. O requisito de interesse, referido na parte fi nal da norma transcrita, deve ser entendido no sentido de que a participao nos lucros se manifeste signifi cativa, pondervel ou relevante, em montante que justifi que a presuno de favorecimento.

    7. Constitui uma das modalidades eleitas como presuno legal de distribuio disfarada de lucros o emprstimo de dinheiro se, na data da operao, a pessoa jurdica mutuante possui lucros acumulados ou reservas de lucros (art. 367, item V, do Regulamento do Imposto de Renda/80). Desde que o negcio no esteja excep-cionado por qualquer das situaes previstas no 1 do mesmo artigo, a presuno ocorre tanto em relao ao emprstimo con-cedido pessoa ligada, quanto quele feito em favor de acionista controlador, por intermdio de outra pessoa jurdica.

    8. Consoante vimos no item 6, possvel delinear-se a pre-suno de distribuio disfarada de lucros nos emprstimos, remunerados ou no, entre pessoas jurdicas domiciliadas no Pas, quando verifi cados os pressupostos fticos estabelecidos no item V do art. 367 do Regulamento do Imposto de Renda/80, sem que as operaes estejam acobertadas pelas justifi cativas constantes do 1 do mesmo artigo.

    9. Para confi gurao do ilcito fi scal, de fundamental im-portncia a posio assumida pelos contratantes do emprstimo. Caracterizar-se- a presuno legal se a operao for ajustada entre uma sociedade annima (que seria necessariamente a mutuante da transao) e uma outra pessoa jurdica (de qualquer tipo societrio), desde que a companhia esteja subordinada a acionista controlador e que este, cumulativamente, tenha interesse na sociedade bene-fi ciria do emprstimo.

    10. Dentro da mesma linha de orientao, oportuno abordar-se a hiptese em que o dinheiro objeto do emprstimo tenha origem em fontes externas. Pode ocorrer que, por convenincias ou van-tagens particulares, uma sociedade controladora ou uma empresa holding resolva desfrutar o prestgio de seu conceito para obter capital de giro a custo mais favorvel, seja atravs de fi nanciamento junto a estabelecimento bancrio, seja mediante lanamento de debntures de sua prpria emisso.

    11. Neste caso, importante sejam examinados os refl e-xos do fato perante a legislao do imposto de renda, quando a muturia do fi nanciamento ou a companhia emissora dos valores mobilirios repassar, total ou parcialmente, os recursos fi nanceiros para empresa coligada ou controlada, sem a cobrana de juros e correo monetria.

    12. A hiptese versada poder qualifi car-se forma de distribui-o disfarada de lucros, sempre que as circunstncias do negcio tipifi carem a situao descrita nos itens 8 e 9 deste Parecer, visto que, para efeito da presuno legal, so irrelevantes eventuais alegaes sobre a origem dos recursos emprestados.

    13. Sem embargo, de se ressaltar que a sano da lei tributria visa a impedir sejam distribudos lucros sob forma jurdi-ca inadequada ao fato econmico subjacente. Por isso mesmo, quando ausentes os pressupostos caracterizadores da distribui-o disfarada, no merece reparos sob o ponto de vista fi scal o procedimento da empresa controladora que utilizar as vantagens de seu crdito no mercado de capitais para levantar recursos destinados a repasse, no todo ou em parte, a sociedade ou so-ciedades subsidirias.

    14. Todavia, no razovel nem aceitvel pelo Fisco que a mediadora da operao obtenha proveito fi scal em decorrncia de sua mera intercesso no negcio, como poderia ocorrer, por exem-plo, se as despesas fi nanceiras do fi nanciamento ou a remunerao das debntures fossem registradas como despesas operacionais da controladora. Dessarte, os encargos fi nanceiros pagos por esta, correspondentes s operaes referidas devem ser rateados entre os benefi cirios dos recursos na exata proporo dos capitais que forem repartidos.

    Importante mencionar que a legislao citada no parecer normativo supra relativa ao Regulamento do Imposto de Renda de 1980 encontra-se no RIR/99, a partir do art. 464.

    7. Valor de Mercado

    Valor de mercado a importncia em dinheiro que o vende-dor pode obter mediante negociao do bem no mercado. Nesse sentido, o valor do bem negociado frequentemente no mercado, ou em bolsa, o preo das vendas efetuadas em condies normais de mercado, que tenham por objeto bens em quantidade e em qualidade semelhantes.

    O valor dos bens para os quais no haja mercado ativo poder ser determinado com base em negociaes anteriores e recentes do mesmo bem, ou em negociaes contemporneas de bens semelhantes, entre pessoas no compelidas a comprar ou vender e que tenham conhecimento das circunstncias que infl uam de modo relevante na determinao do preo.

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    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe Legislao Manual de Procedimentos

    7.1. Impossibilidade de determinao do valor do bem

    Se o valor do bem no puder ser determinado e o valor ne-gociado pela pessoa jurdica basear-se em laudo de avaliao de perito ou empresa especializada, caber autoridade tributria a prova de que o negcio serviu de instrumento distribuio dis-farada de lucros.

    8. Ciso

    Importante mencionar que no descaracteriza a ciso o fato da diviso do patrimnio da pessoa jurdica resultar em composio societria diferente daquela anterior ao evento.

    Nesse sentido oportuno reproduzir o Parecer Normativo CST n 21/87, cujo teor o seguinte:

    1. Trata-se de analisar se a diviso e transferncia parcial ou total, para outra pessoa jurdica, do patrimnio de uma sociedade, pode ter o tratamento de ciso, para efeitos do imposto de renda, quando somente um ou a alguns scios ou acionistas originais desta passa a ter participao no capital da pessoa jurdica que absorver parcela de tal patrimnio.

    2. A Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Aes), ao introduzir a fi gura da ciso no direito positivo brasileiro, justifi cou que esta medida visava assegurar maior liberdade na fi xao das condies das companhias e defi niu-a em seu artigo 229, cujo 5 essencialmente relevante na anlise que aqui pretendemos realizar.

    3. O referido 5 trata do critrio para distribuio das aes do capital da pessoa jurdica sucessora, integralizadas com parcela do patrimnio da sucedida. Segundo esse dispositivo legal, as aes devem ser atribudas aos acionistas da sociedade cindida, na mesma proporo das que possuam.

    3.1. Destaca-se do texto desse dispositivo legal o comando de que as aes devem ser atribudas aos acionistas e no a todos os acionistas da pessoa jurdica cindida. Diante disso, na hiptese de sada de scios ou acionistas da pessoa jurdica cindida, a proporcionalidade de que se trata pode ser entendida em relao propriedade da parcela de patrimnio vertida para a sucessora.

    3.2. Na ciso, assim como na incorporao ou fuso, a transferncia do patrimnio de uma pessoa jurdica outra feita de forma direta e no por intermdio dos acionistas ou scios da sociedade de origem, no ocorrendo, nesses casos, modifi cao na relao de propriedade entre esses acionistas ou scios. Da que da ciso, incorporao ou fuso no pode resultar ganho para alguns acionistas ou scios em detrimento de outros. Esse princpio deve ser observado em todos os eventos dessa natureza. Assim, na ciso de uma empresa, com a partio de seu quadro societrio,

    a propriedade da parcela de patrimnio vertida deve ser atribuda aos acionistas ou scios que se transferem numa proporo tal, que no haja ganho e perda entre eles prprios. Em conseqncia, se a distribuio das aes ou quotas do capital da sociedade que absorver a referida parcela de patrimnio for realizada, entre os ex-acionistas ou ex-scios da sociedade de origem, com base nessa proporcionalidade, a nosso ver, atende ao disposto no 5 do artigo 229 da Lei n 6.404/76 e o evento ser considerado uma ciso, produzindo todos os efeitos desse ato.

    3.3. O argumento de que a ciso com a partio do quadro societrio poderia implicar em prejuzo dos interesses dos acionistas minoritrios e das garantias dos credores da pessoa jurdica cindida e que, por isso, ela no seria admitida, no prospera. que esses interesses e garantias esto preservados atravs dos arts. 230 e 233 da j citada Lei n 6.404/76, que asseguram ao acionista dissidente da deliberao que aprovar a ciso o direito de retirada e, aos cre-dores, a responsabilidade solidria, em relao aos seus crditos, da pessoa jurdica que absorveu parcela do patrimnio cindido.

    3.4. De outro lado, o da legislao tributria, especifi camente o da legislao do imposto de renda que trata do assunto, inexiste qualquer bice no sentido de coibir este tipo de ciso. Alm disso, o pargrafo nico do artigo 172 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n 85.450, de 04 de dezembro de 1980, determina que o lucro lquido do exerccio deve ser apurado com observncia da Lei n 6.404/76. Portanto, tambm do ponto de vista do imposto de renda, no descaracteriza a ciso o fato da diviso do patrimnio da pessoa jurdica resultar em composio societria diferente daquela anterior ao evento.

    4. Por fi m, advirta-se que a ciso com sada de acionistas ou scios no pode servir como meio para a distribuio disfarada de lucros, hiptese em que sero aplicveis as disposies dos arts. 60 a 62 do Decreto-lei n 1.598, de 26 de dezembro de 1977 (Regulamento do Imposto de Renda/80, arts. 367 e 374), com as modifi caes introduzidas pelo artigo 20 do Decreto-lei n 2.065, de 26 de outubro de 1983.

    No Decreto n 3.000/99 (RIR/99) os dispositivos men-cionados no item 4 do Parecer Normativo correspondem aos arts. 464 a 467.

    9. Tributao Adio da DDL no LALUR

    Na hiptese de o contribuinte efetuar alguma operao que se enquadre no item 3 supra, o valor correspondente dever ser adicionado no LALUR para atendimento das normas fi scais.

    Dessa forma, nos termos do art. 249 do Decreto n 3.000/99 (RIR/99), na determinao do lucro real, dever ser adicionado ao lucro lquido do perodo de apurao:

  • No 07/14 72a semana Fevereiro

    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe LegislaoManual de Procedimentos

    a) os custos, as despesas, os encargos, as perdas, as provises, as participaes e quaisquer outros valores deduzidos na apurao do lucro lquido que, de acordo com a norma citada, no sejam dedutveis na determina-o do lucro real;

    b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores no includos na apurao do lucro lquido que devam ser computados na determinao do lucro real.

    Alm disso incluem-se nas adies:

    a) ressalvadas as disposies especiais, as quantias tiradas dos lucros ou de quaisquer fundos ainda no tributados para aumento do capital, para distribuio de quaisquer interesses ou destinadas a reservas, quaisquer que sejam as designaes que tiverem, inclusive lucros suspensos e lucros acumulados;

    b) os pagamentos efetuados sociedade civil quando esta for controlada, direta ou indiretamente, por pessoas fsicas que sejam diretores, gerentes, controladores da pessoa jurdica que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo cnjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas;

    c) os encargos de depreciao, apropriados contabilmente, correspondentes ao bem j integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fi scais previstos neste Decreto;

    d) as perdas incorridas em operaes iniciadas e encerradas no mesmo dia (day-trade), realizadas em mercado de renda fi xa ou varivel;

    e) as despesas com alimentao de scios, acionistas e administradores;

    f) as contribuies no compulsrias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de sade, e benefcios com-plementares assemelhados aos da previdncia social, institudos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurdica;

    g) as doaes, exceto as relacionadas no item seguinte;

    h) as despesas com brindes;

    i) o valor da contribuio social sobre o lucro lquido, registrado como custo ou despesa operacional;

    j) as perdas apuradas nas operaes realizadas nos merca-dos de renda varivel e de swap, que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operaes;

    k) o valor da parcela da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), compensada com a Contri-

    buio Social sobre o Lucro Lquido, de acordo com o art. 8 da Lei n 9.718, de 1998.

    9.1. Contribuies e doaes permitidas

    No mais das vezes proibido deduzir na apurao do lucro real os gastos relativos a doaes e contribuies, conforme men-cionado na letra g supra, exceto:

    a) as efetuadas s instituies de ensino e pesquisa cuja cria-o tenha sido autorizada por lei federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da Constituio, at o limite de um e meio por cento do lucro operacional, antes de computada a sua deduo;

    b) as doaes, at o limite de dois por cento do lucro operacio-nal da pessoa jurdica, antes de computada a sua deduo, efetuadas a entidades civis, legalmente constitudas no Brasil, sem fi ns lucrativos, que prestem servios gratuitos em benefcio de empregados da pessoa jurdica doadora e respectivos dependentes, ou em benefcio da comunidade onde atuem, observadas as seguintes regras:

    1) as doaes, quando em dinheiro, sero feitas median-te crdito em conta corrente bancria diretamente em nome da entidade benefi ciria;

    2) a pessoa jurdica doadora manter em arquivo, disposio da fi scalizao, declarao, segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida pela entidade benefi ciria, em que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos re-cebidos na realizao de seus objetivos sociais, com identifi cao da pessoa fsica responsvel pelo seu cumprimento, e a no distribuir lucros, bonifi caes ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto;

    3) a entidade civil benefi ciria dever ser reconhecida de utilidade pblica por ato formal de rgo competente da Unio, exceto quando se tratar de entidade que preste exclusivamente servios gratuitos em benefcio de empregados da pessoa jurdica doadora e respec-tivos dependentes, ou em benefcio da comunidade onde atuem.

    A pessoa jurdica tributada com base no lucro real poder deduzir integralmente, como despesa operacional, os valores efe-tivamente contribudos em favor de projetos culturais ou artsticos, na forma da regulamentao do Programa Nacional de Apoio Cultura (PRONAC).

  • 8 No 07/14 2a semana Fevereiro

    CONTABILIDADE ASSUNTOS DIVERSOSe Legislao Manual de Procedimentos

    Bancos Conta Movimento

    A conta Bancos Conta Movimento, objeto do nosso presente estudo, integra o grupo Disponibilidades, do Ativo Circulante, onde so registrados os bens e direitos realizados at a data de encerramento do exerccio seguinte.

    Caractersticas das Contas e Exemplos de Contabilizao

    A conta Bancos Conta Movimento registra o numerrio per-tencente empresa, mas que est depositado no Banco.

    No Banco, a movimentao dos numerrios feita por meio de depsitos, dbitos, saques e emisso de cheques.

    A seguir, ilustramos sugesto de lanamento contbil por ocasio do recebimento de clientes:

    Contas Contbeis Dbito Crdito

    Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

    Valor

    Clientes (Ativo Circulante) Valor

    O pagamento de fornecedores enseja empresa devedora o seguinte lanamento contbil:

    Contas Contbeis Dbito Crdito

    Fornecedores (Passivo Circulante) Valor

    Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

    Valor

    Algumas empresas possuem contas em diversos bancos. Nessa situao, sugerimos que seja aberta uma conta contbil para cada uma das de natureza bancria existentes.

    Os saldos existentes nas contas bancrias devem ser con-tabilizados pela entidade, uma vez que evidencia a existncia de numerrio sujeito a conciliaes e auditorias fi nanceiras e contbeis.

    LEGISLAOA ntegra da legislao mencionada encontra-se disponvel no Cenofi sco BD On-line.

    COMUNICADOS BACEN

    Taxa Bsica Financeira (TBF), Redutor (R) e Taxa Referencial (TR), do Perodo de 16/01/2014 a 22/01/2014

    Sinopse: O Banco Central do Brasil, por meio dos Comunicados a seguir relacionados, divulgou a Taxa Bsica Financeira (TBF), o Redutor (R) e a Taxa Referencial (TR), relativos aos perodos mencionados:

    Perodo TBF (%) Redutor (R) TR (%) Comunicados BACEN ns

    16/01/2014 a 16/02/2014 0,8035 1,0071 0,0928 25.134

    17/01/2014 a 17/02/2014 0,7811 1,0070 0,0805 25.140

    18/01/2014 a 18/02/2014 0,7965 1,0071 0,0859 25.148

    19/01/2014 a 19/02/2014 0,8346 1,0072 0,1138 25.148

    20/01/2014 a 20/02/2014 0,8895 1,0078 0,1087 25.148

    21/01/2014 a 21/02/2014 0,8604 1,0072 0,1394 25.154

    22/01/2014 a 22/02/2014 0,8569 1,0072 0,1359 25.162

  • No 07/14 92a semana Fevereiro

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