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MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA POSTOS DE COLETA DO TESTE DO PEZINHO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM TRIAGEM NEONATAL DO ESTADO DE MATO GROSSO CUIABÁ - MT ABRIL - 2012

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA

POSTOS DE COLETA DO TESTE DO

PEZINHO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER

SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM TRIAGEM

NEONATAL DO ESTADO DE MATO GROSSO

CUIABÁ - MT ABRIL - 2012

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

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SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM TRIAGEM NEONATAL

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Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado de Mato Grosso

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER

COORDENADORA DO SERVIÇO:

HILDENETE MONTEIRO FORTES

COORDENADORA DO ATENDIMENTO AMBULATORIAL:

MARIA DE FÁTIMA DE CARVALHO FERREIRA - PEDIATRA

EQUIPE DO AMBULATORIO:

MARCIAL FRANCIS GALERA – PEDIATRA / GENETICISTA

STELA MARIS SILVESTRIN - PEDIATRA

MELISSA CRISTINA SILVA – PSICÓLOGA

CRISTIANE RODRIGUES DA ROCHA AMARAL – ASSISTENTE SOCIAL

IRA SORAYA FALCÃO DE ARRUDA - NUTRICIONISTA

TAMARA JUNE LISTER – BIÓLOGA / ÁREA DE GENÉTICA

EQUIPE LABORATÓRIO:

ROSELI DIVINO COSTA – COORDENADORA DO SERVIÇO LABORATORIAL

RAIMUNDO EDIGRE DE AQUINO – BIÓLOGO

ROSE CÉLIA NUNES – BIÓLOGA

HÉLIO VARGAS GARCIA – BIÓLOGO

OLINDA SOAREA DA SILVA – TÉCNICA EM LABORATÓRIO

EURAIDES BARROS DA ROSA – TÉCNICA EM LABORATÓRIO

ELIANNY MARIA DA SILVA – TÉNICA EM LABORATÓRIO

SECRETARIA:

SUELY MARTINS MAGALHÃES

NOELI MARIA TELES RIBEIRO

DIGITADORES:

MARIA SÍLVIA HELENA DE LIMA

FRANCISCO SOARES DE SOUZA

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Sumário

Pagina

Introdução 4

Quando coletar o Teste do Pezinho? 6

Instruções para preenchimento do formulário de coleta 8

Instruções para preenchimento do formulário de coleta de criança triada como portadora de hemoglobinopatia

12

Técnica de coleta 14

Armazenamento e transporte das amostras 22

Impressão de resultados pela INTERNET 25

Problemas 27

Dúvidas 35

Referência Bibliográfica 35

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Introdução

A coleta do Teste do Pezinho trás uma série de responsabilidades tornando-se da

maior importância o conhecimento dos objetivos da Triagem Neonatal e da

abrangência do Programa Nacional. Estas características tornam a coleta do

Teste do Pezinho algo muito diferente do que se está habituado na realização de

coletas de material para outros exames laboratoriais.

O "Teste do Pezinho" é um exame de "triagem". Triar quer dizer "selecionar".

Assim o objetivo da triagem neonatal é selecionar entre as crianças

"aparentemente" sem doença um grupo de crianças que tem uma chance maior

de ter uma determinada doença, antes que esta doença provoque danos

irreversíveis, para então, numa segunda etapa, estudar mais a fundo este

subgrupo de crianças, investigando-se, com novos exames a possibilidade de

confirmar o diagnóstico.

Por isso, quando o "TESTE" tem resultado "ALTERADO", novos exames são

feitos para confirmar ou não se aquela criança tem ou não uma determinada

doença (são então solicitadas novas amostras), e num segundo momento, se a

doença for confirmada, seguem-se ações no sentido de garantir atendimento

ambulatorial e o direito ao tratamento da criança e orientação à família.

Um "Teste do Pezinho" normal não significa que aquela criança não tem ou não

terá nenhum problema de saúde. Ele é limitado à pesquisa de doenças

previamente definidas. No estado de Mato Grosso triamos regularmente -

fenilcetonúria, outras hiperfenilalaninemias, hipotireoidismo congênito, doença

falciforme e outras hemoglobinopatias. Está em fase de implantação a triagem de

Fibrose Cística.

Assim diferentes laboratórios podem "triar" diferentes doenças, mas nenhum

teste, por mais ampliado que seja, tem o poder de triar todas as doenças.

Só tem sentido todo esse esforço de se identificar crianças com doenças

previamente estabelecidas se podemos oferecer tratamento que pode resultar em

"bons resultados". A maior parte dessas doenças triadas não terá "cura", mas o

tratamento é capaz de proporcionar grandes benefícios se iniciado precocemente.

E isto não acontecerá se o diagnóstico só puder ser estabelecido de forma tardia.

Por isso trabalhar com o "Teste do Pezinho" não é só estar capacitado para

colher algumas gotas de sangue sobre um papel filtro. Esta é, sem dúvida, uma

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parte importantíssima do processo, porque se não for bem feita, todas as

próximas etapas ficarão comprometidas. Mas também é ser capaz de fazer a

busca ativa das crianças com exames alterados, busca ativa de crianças que

necessitam de novas coletas de exames e ainda de prestar auxílio ao Serviço de

Referência no sentido de manter as crianças com doença confirmada em

permanente vigilância de tratamento e acompanhamento.

O treinamento da equipe responsável pela coleta do Teste do Pezinho tem ainda

como objetivo reduzir o desgaste gerado pela necessidade de busca ativa para

repetição de coletas, por ter sido a primeira amostra considerada inadequada.

Recoletas por amostras inadequadas sobrecarregam todo sistema de

reconvocações e impõem maior risco de atraso na confirmação de diagnósticos.

Por isso é necessária criação e fortalecimento de uma verdadeira "rede" de

triagem neonatal, onde todos são extremamente importantes. Uma rede composta

pelos "postos de coleta", elo mais próximo das famílias das crianças triadas, e

serviço de referência, ponto de convergência e difusão de dados.

Não há função mais importante ou menos importante nessa rede de triagem

neonatal. O trabalho de cada pessoa envolvida na rede é de capital importância

para que as metas do Programa de Triagem Neonatal sejam alcançadas: triar

100% dos nascidos vivos no nosso estado e garantir a essas crianças o direito

ao acompanhamento multidisciplinar e tratamento em serviço de referência.

Por isso este manual tem como objetivo auxiliar todos os envolvidos com a

Triagem Neonatal nesta nobre missão em prol da defesa das crianças de nosso

Mato Grosso.

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Quando coletar o Teste do Pezinho?

Como o objetivo do Teste do Pezinho é conseguir identificar as crianças

portadoras das doenças triadas o mais rápido possível, antes que ocorram

prejuízos irreversíveis à sua saúde qualquer demora na etapa da coleta do exame

prejudicam o alcance desse objetivo.

Por isso - NÃO PODEMOS PERDER A OPORTUNIDADE DE COLHER O

TESTE DO PEZINHO por motivos como - "passou da hora da coleta", "hoje não é

dia de coleta", "hoje não tem ninguém aqui para colher o exame", "não tem

material para colher o exame".

Cada posto de coleta tem autonomia para discutir o seu fluxograma de coleta do

Teste do Pezinho e entrega de resultados, colocando em local bem visível

informações como: LOCAL, DIAS DA SEMANA E HORÁRIOS DE COLETA DO

TESTE DO PEZINHO. Essas informações devem ser sempre atualizadas de

acordo com as necessidades do posto, de forma que a comunidade atendida por

aquele posto saiba exatamente quando o exame poderá ser colhido. Isto evita

visitas perdidas.

Estas informações devem ser passadas para as gestantes ainda durante o pré-

natal. Isto evitaria atrasos na coleta do exame.

Cada posto de coleta deve ter a equipe organizada, de forma que férias das

pessoas habitualmente elegidas como responsáveis pela coleta possam ser

cobertas por colegas PREVIAMENTE TREINADOS, SEM INTERRUPÇÃO DA

ATIVIDADE E SEM PERDA NA QUALIDADE DA COLETA.

O estoque de material de coleta deve ser controlado de acordo com a demanda

(nascidos vivos daquela localidade). O material necessário deve ser solicitado ao

Serviço de Referência - HUJM, sempre que for necessário, evitando-se a falta

mas também evitando-se o desperdício desse material.

Prestar atenção à data de validade do papel filtro. Papel filtro vencido pode ser

responsável por coleta inadequada com necessidade de repetição do exame.

Utilizar sempre primeiro o papel filtro de vencimento mais próximo. Dessa forma

evita-se desperdício de material.

A amostra de sangue do teste do pezinho deve ser obtida DE TODO RECÉM-

NASCIDO depois que ele completou 48 horas de vida, qualquer que tenha sido

seu peso de nascimento ou qualquer que seja seu peso no momento da coleta. O

importante é que tenha iniciado alimentação com leite.

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O ideal é colher entre o 3o e o 5o dia de vida, e excepcionalmente com mais

de 30 dias de vida, a não ser que haja uma indicação específica feita pelo

médico que examinou a criança e solicitou essa coleta tardia.

No caso de coleta tardia, a obtenção do sangue não poderá ser feita por punção

de calcanhar porque esta se torna mais difícil com o crescimento da criança por

características anatômicas locais. Neste caso é melhor utilizar sangue obtido por

punção venosa, com os cuidados mencionados no capítulo sobre técnica de

coleta.

ATENÇÃO:

(1) Se o bebê for prematuro - idade gestacional menor que 37 semanas, a

primeira coleta deve ser feita entre 5º e o 7o dia de vida, ou logo que tenha

estabelecido boa amamentação – menor risco de falso negativo para

fenilcetonúria.

(2) Se for prematuro ou tiver peso de nascimento abaixo de 2.000 gramas, já

avisar a mãe no momento da primeira coleta que deverá ser feita uma segunda

coleta 120 dias depois porque o exame da triagem de hemoglobina precisa ser

repetido nesses bebês (eles ainda têm elevado percentual de hemoglobina F).

Se o bebê foi transfundido antes de colher o teste do pezinho - colher o primeiro

exame 10 dias depois da transfusão e um segundo exame 120 dias depois. No

primeiro exame não poderá ser feita triagem da hemoglobina porque teremos a

hemoglobina do sangue transfundido. Assim o exame da triagem da hemoglobina

só poderá ser feito na segunda coleta, 120 dias depois da transfusão.

Crianças que estão internadas em UTI-Neonatal - a equipe deve ficar atenta para

que a coleta não deixe de ser feita, e possa ser feita o mais rápido possível,

levando-se em consideração as condições da criança

Não há necessidade de nenhum preparo prévio para a coleta.

O uso de medicamentos não impede a coleta do teste do Pezinho.

A atenção deve ser redobrada no caso de gêmeos - muita atenção para não

haver troca de amostras entre os irmãos.

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Instruções para preenchimento do formulário de coleta

FORMULÁRIO DE COLETA PARA O TESTE DO PEZINHO

É importante o preenchimento completo, de forma legivel, com caneta

esferográfica de TODOS OS CAMPOS DO CARTÃO PARA A COLETA DO

TESTE DO PEZINHO .

Na região central do fromulário preencher:

Nome completo do RN (pedir à mãe que informe exatamente o mesmo

nome que indicou na Decleração de Nascido Vivo se ainda não foi

registrado),

Nome completo da mãe

Telefone da mãe (se possível pedir um telefone fixo para contato -

celulares mudam de número rapidamente)

Endereço completo

Data de nascimento e hora do nascimento

Data da coleta e hora de coleta

Peso ao nascer

Sexo

Tipo de alimentação - leite materno - sim ou não?

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Cor

Utiliza ou utilizou antibióticos?

Prematuro? - considerar um bebê prematuro se nasceu antes de completar

37 semanas de idade gestacional. Se a mãe não souber informar, este dado

pode ser obtido pela avaliação da Declaração de Nascido Vivo - DNV, campo 31

ou 32, ou pela observação da Caderneta de Saúde da Criança, página 39, "Dados

do Recém-nascido" "Nascimento", onde deverá estar registrada "Idade

gestacional".

Gemelar? Se sim, informar se a criança da qual se está coletando a

amostra foi a 1a, 2a ou 3a gemelar. Caso não seja gemelar, assinalar - não.

Transfusão? Se a criança tiver sido trasnfundida, ou seja recebeu sangue,

assinalar "sim" e informar a data da transfusão. Caso contrário, assinalar

"não".

Posto de coleta - informar em que posto está sendo realizada coleta - é

para este posto que será encaminhado resultado, informando ainda cidade

e telefone do posto de coleta.

Nome do responsável pela coleta.

Assinatura do responsavel pela criança.

Selecionar se é: 1ª amostra, reconvocado ou controle (considerar controle

somente para crianças que fazem controle de PKU). Se for reconvocado ou

controle, informar o registro no SRTN (Serviço de Referência em Triagem

Neonatal) que é o número da etiqueta (o número que se encontra no resultado

do exame depois do nome da criança).

xxxxxx

O NÚMERO DA ETIQUETA QUE FICA AQUI NA

FOLHA DO RESULTADO É O NÚMERO QUE DEVE

SER COLOCADO NO PAPEL FILTRONO CAMPO

“REGISTRO NO SRTN”

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Na aba direita do formulário há um pedaço destacável - PROTOCOLO, que deve

ser preenchido e entregue à mãe ou responsável no momento da coleta com:

Nome e/ou número do Posto de coleta

Telefone do POSTO DE COLETA. Não precisa colocar o telefone do

Serviço de referência no HUJM. Ele já esta assinalado no rodapé do

protocolo em vermelho.

Nome do recém-nascido do qual foi colhido o teste

Registro no SRTN, só se Reconvocado ou Controle

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Data do nascimento da criança

Data da coleta

Data prevista para resultado

Este protocolo deve ser entregue à mãe ou responsável no momento da coleta e

pode ser utilizado para recebimento do resultado.

Na aba esquerda do cartão de coleta está o papel filtro propriamente dito com os

cinco círculos que devem ser preenchidos com o sangue do RN - amostra.

Preencher os CINCO (5) círculos totalmente com sangue.

É nesta aba que está o número do lote e prazo de validade do papel filtro, logo

abaixo dos círculos. CUIDADO! NÃO UTILIZE PAPEL FILTRO VENCIDO.

Preencher também com NOME DO RN e com o nome do responsável pela coleta.

NÃO DESTACAR ESTA ABA.

Tentar não tocar a área dos círculos enquanto preenche as informações do

formulário.

Esta aba que deve ser protegida com papel alumínio após tempo de secagem

da amostra.

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Instruções para preenchimento do formulário de coleta de criança triada como portadora de hemoglobinopatia

A partir de abril de 2012 será introduzido um novo formulário de coleta do teste

do Pezinho que deverá ser utilizado SOMENTE QUANDO A CRIANÇA FOR

RECONVOCADO POR - HEMOGLOBINOPATIA

Utilizar esse formulário também quando a criança for reconvocada por ter nascido

com peso abaixo de 2.000 gramas, ter sido prematuro (nascer com idade

gestacional < 37 semanas de gestação) ou ter recebido transfusão sanguínea.

Nestas crianças a necessidade da segunda amostra se dá justamente para o

estudo das hemoglobinopatias.

Colher neste formulário também amostras de repetição de crianças portadoras de

"traços" ou para a coleta de familiares (irmãos, pai e mãe da criança triada), de

acordo com a orientação dada pelo SRTN no momento da solicitação de nova

coleta.

Também aqui é IMPORTANTÍSSIMO O PREENCHIMENTO DE TODOS OS

CAMPOS.

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Na falta deste formulário, colher a reconvocação de hemoglobiopatia no

formulário padrão, informando se é "do pai", "da mãe" ou de irmãos. Neste caso,

lembrar de informar em todos os exames colhidos da família e novas amostras da

criança que trata-se de "reconvocado" e informar número de registro no SRTN

(número da ETIQUETA informado no resultado da 1a amostra) em todos esses

formulários de coleta.

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Técnica de coleta

A coleta deve ser precedida pelo preenchimento das informações constantes no

formulário do cartão de coleta e pelo registro dos dados em "Livro de Ata".

Lembrar que a ficha de coleta e o livro de ata são documentos legais. Quem o

preenche é o responsável pela precisão das informações ali contidas.

As atividades no posto de coleta são de fundamental importância para o programa

de triagem neonatal. O posto de coleta é a porta de entrada no programa e o

serviço de saúde mais próximo da família. A organização das informações de

identificação e de localização, com endereço detalhado e claro, com dados que

permitam posterior localização da família, é da maior importância. Cada criança

deve ser considerada como candidata à reconvocação.

Cada posto de Coleta deverá ter dois livros de atas para registro das coletas

realizadas: um para registro de primeiras coletas e outro para registro das coletas

feitas por solicitação de novas amostras (repetição da coleta) – quer seja para

controle ou por reconvocação - primeira amostra inadequada ou resultado

alterado.

O padrão de registro no livro de ata também deve ser discutido em cada Posto de

Coleta.

O livro para registro de "novas-amostras" ou "primeira-amostra" deve conter

dados como:

Numeração local da amostra (registro local ou código da remessa)

Identificação completa do RN

Nome completo da mãe da criança

Dia, mês e ano de nascimento da criança (também pode ser registrada a

hora do nascimento)

Dia, mês e ano em que a amostra foi coletada (também pode ser registrada

hora)

Data em que a amostra foi enviada ao laboratório ou para a Secretaria

Municipal de Saúde local, se este for o fluxograma de envio

Endereço completo da família da criança

Telefone e nome da pessoa para contato - sempre que possível, pedir um

telefone fixo para contato

Data em que os resultados foram recebidos

Data de entrega de resultados para as famílias

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Indicação de resultados: normal ou reconvocado.

Exemplo livro Ata para Registro de Primeiras Amostras

Após preenchimentos do "livro de ata" e do cartão de coleta, solicitando-se a

assinatura do responsável, iniciar procedimentos para coleta propriamente dita.

O ambiente muito frio dificulta a coleta de sangue por punção periférica.

Neste caso pode ser necessário aquecer o pezinho por fricção do calcanhar. Se

estiver muito frio só a fricção não resultará em aquecimento desejado. Neste caso

é recomendável o uso de bolsa de água quente. Compressas com água quente

ou morna, são perigosas - além do risco de molhar o papel filtro ou mesmo deixar

o pé do bebê molhado para a coleta, diluindo a amostra, podem causar

queimaduras.

Nunca utilize bolsa de água quente. Bolsa ligeiramente morna pode ser utilizada

mas a temperatura deve ser conferida na palma e no dorso da sua mão. Deve ser

confortável. Não se esqueça que o bebê tem pele ainda mais fina e delicada que

a nossa e a utilização de bolsas de água, ainda que morna, pode provocar

queimaduras.

O aquecimento prévio deve ser feito com a bolsa de água morna, por 5 minutos

sobre o pé coberto pela meia, sapatinho ou qualquer outro tecido fino e limpo,

para evitar o contato direto da bolsa com o pé da criança.

Durante o aquecimento, a criança deve estar na posição vertical, com o pé abaixo

do nível do seu coração. O pé fica "rosadinho".

Pé pálido e roxinho já indica que a coleta vai ser difícil. Tentar melhorar essa

condição antes.

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Preparo do material:

Luvas de procedimento

Algodão seco e com álcool a 70%

Gaze estéril seca

Lanceta

Papel filtro

Esparadrapo

Estante para secagem da amostra

Técnica de coleta:

1. LAVAR AS MÃOS ANTES (Lembrar que vamos colher sangue de um

recém-nascido) e, em seguida, colocar luvas de procedimento.

2. Pedir que a mãe ou responsável, ou quem estiver ajudando, segure o bebê

na posição de arroto (a) ou de dar de mamar (b). O pé deve ficar abaixo do

nível do coração do bebê para facilitar procedimento.

(a) (b)

3. Técnico com as mãos lavadas e com luvas de procedimento, senta-se em

cadeira de frente para quem está segurando o bebê no colo.

4. Técnico segura o calcanhar com o indicador e o polegar de forma a expor

melhor o calcanhar para punção, mantendo o pé firme, sem apertar

demais. Fazer pressão excessiva pode prejudicar a coleta, dificultando a

saída do sangue.

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5. Fazer assepsia do local onde será feita a punção com algodão embebido

em álcool a 70%. Deixar o local secar antes da punção.

6. Escolher o local onde será feita essa punção, de acordo com a figura. Só

as áreas riscadas do calcanhar podem ser puncionadas. Não

puncionar o centro do calcanhar – maior risco de lesão do calcâneo.

7. Utilizar somente lancetas estéreis. Abrir a embalagem pelo local indicado

(rasgar o papel de proteção da lanceta do lado contrário ao da ponta de

punção).

8. Fazer uma punção vigorosa no calcanhar para evitar ter que repetir a

punção. Segurar a lanceta de forma que a ponta fica perpendicular ao eixo

longitudinal do pé, como na figura.

9. Deixar formar uma pequena gota e limpar essa primeira gota com gaze

estéril, para que qualquer resíduo de álcool ainda presente não interfira no

exame.

10. A partir daí vamos colher a amostra de sangue.

11. Não espremer o calcanhar do bebê devido ao perigo de hemólise e

extravasamento de liquido intersticial, tanto na amostra coletada como no

tecido subcutâneo, provocando edema, hematoma ou equimose.

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12. Aguardar a formação de gota espessa de sangue e encostar o verso do

primeiro círculo do papel de filtro na gota de sangue formada. Deixar o

sangue fluir naturalmente, evitando a “ordenha”, que libera plasma do

tecido e alteram o resultado do exame. Observar o sangue preenchendo

gradativamente o círculo, realizando movimentos circulares com o papel

filtro para facilitar esse preenchimento. Quando o primeiro círculo estiver

preenchido, secar novamente o calcanhar com gaze estéril, aguardar a

formação de nova gota espessa e encostar o verso do segundo círculo. E

assim, sucessivamente até o preenchimento dos cinco círculos.

(1) (2)

(3)

13. A coleta também pode ser feita encostando-se a gota de sangue na parte

da frente do papel-filtro: Permita a formação de uma grande gota de

sangue. Encoste a gota no centro do círculo do papel filtro e deixe o

sangue preencher o círculo completamente. Observe o verso do papel para

ter certeza de que foi impregnado até a parte posterior. Espere uma nova

gota de sangue. Ponha-a novamente em contato com o papel filtro para

preencher o segundo círculo. Desse modo, espere novas gotas e vá

preenchendo os demais círculos sucessivamente, até que todos estejam

iguais ao primeiro. Não coloque mais do que duas gotas em um mesmo

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círculo. Se passou do primeiro círculo para o segundo, não volte para trás

para preencher mais o círculo porque achou que o material foi pouco – no

primeiro círculo já começou o processo de coagulação. Colocar sangue

depois acaba prejudicando a qualidade da amostra.

14. NÃO PODEMOS COLHER, NUM MESMO CÍRCULO SANGUE PELA

FRENTE DO PAPEL FILTRO E PELO VERSO. Se o sangue foi coletado

encostando a gora de sangue na parte da frente do papel, deixar passar

naturalmente para o verso. Se for coletado encostando o verso do papel na

gota de sangue, deixar passar naturalmente para o lado da frente do papel.

ANALISAR A QUALIDADE DA AMOSTRA NA FRENTE E NO VERSO DO

PAPEL FILTRO, MAS A COLETA SÓ PODE SER FEITA EM UM DOS

LADOS.

FRENTE VERSO

15. Se a 1a coleta não ficou muito boa, preencher um segundo papel-filtro

esperar secar grampear os dois com pedaço de papel-alumínio entre

eles enviar os dois formulários para o Laboratório do SRTN (Neste caso,

as informações só precisam estar em um dos formulários. Identifique

apenas o segundo formulário com nome da criança e da mãe).

16. Terminada a coleta comprimir o local da punção com algodão quando

parar de sair sangue, colocar pedaço de esparadrapo ou fazer pequeno

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curativo local. Se houver sangramento maior que o habitual, comprima o

local com algodão seco por 5 minutos e faça curativo compressivo.

Encaminhe essa criança para um pediatra para que o motivo desse

sangramento excessivo possa ser investigado, mas fique calmo e

tranquilize a mãe – o local de punção – calcanhar, é muito seguro e mesmo

quando a criança tem problemas de coagulação, o sangramento pode ser

controlado com compressão local mais prolongada. Só depois de parar de

sair sangue é que se vai fazer um pequeno “curativo”.

17. Terminada a coleta deixar a amostra de sangue em papel filtro secar em

temperatura ambiente, durante 1 a 3 horas, na posição horizontal. Cuidar

para que a região que tem os círculos com sangue não toque nenhuma

superfície nem encoste em outra amostra.

18. Depois de secas, proteger a região dos círculos com sangue com pedaço

de papel alumínio, empilhar os papéis-filtro. As amostras podem ser

empilhadas alternadamente, de modo que a aba com sangue de um

papel filtro não fique uma em contato direto com a de outro papel.

19. Colocar os formulários em saco plástico e armazenar em recipiente

fechado, em local fresco e protegido de luz. Pode ser utilizada uma

caixinha plástica do tipo “tapeware”, de preferência COLOCADA EM

GELADEIRA.

20. Amostras adequadamente colhidas podem ser perdidas se o processo de

secagem e armazenamento não for adequado. São procedimentos de

secagem proibidos:

Temperaturas altas – exposição ao sol ou secagem em cima de estufas

ressecam as amostras inutilizando-as.

Ventilação "forçada" – ventiladores diretos em cima das amostras

também ressecam, inutilizando-as;

Local com manipulação de líquidos, como pias – podem cair gotas de

líquidos nas amostras, contaminando-as e inutilizando-as;

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Empilhamento de amostras permitindo contato da aba com sangue de

uma amostra com outra – pode levar à mistura de sangue entre

amostras diferentes;

Contato com superfícies – algum excesso de sangue que tenha restado

na amostra, não consegue se espalhar uniformemente quando em

contato com superfícies.

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Armazenamento e transporte das amostras

Armazenamento

Após a secagem completa, as amostras de sangue que tinham uma cor vermelho

vivo, passam a ter uma cor marrom-avermelhado.

Amostras com excesso de sangue ficam escuras, endurecidas e retorcidas devido

à coagulação. Essas amostras não podem ser aproveitadas e as crianças devem

ser convocadas para uma nova coleta.

AMOSTRAS ADEQUADAMENTE COLHIDAS PODEM SER PERDIDAS SE O

ARMAZENAMENTO E O TRANSPORTE NÃO FOREM ADEQUADOS.

Armazenar as amostras já colhidas, secas e embaladas em “Tapeware” em

geladeira, até o seu envio para o Laboratório do SRTN.

ATENÇÃO: É de responsabilidade do posto de coleta e da Secretaria Municipal

de Saúde que as amostras NÃO FIQUEM ARMAZENADAS POR UM PERÍODO

SUPERIOR A CINCO (5) DIAS. Elas podem se tornar INADEQUADAS PARA OS

EXAMES.

Amostras recebidas em 10/04/2012. Tempos de retenção das amostras > 5 dias = amostra inadequada. Observar amostra colhida em 29/03/2012 = 12 dias entre coleta e chegada ao Laboratório do SRTN / HUJM. Atentar para o fato que essa amostra é de uma criança nascida em 22/03, ou seja, já tinha 7 dias no momento da coleta.

Transporte

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Para transporte as amostras devem ser preparadas:

Colocar as amostras que já devem estar empilhadas e dentro de saco

plástico, com o papel alumínio cobrindo a aba que contem o sangue,

dentro de uma caixa de plástico do tipo “tapeware”.

Colocar placas de gelo em gel (“Gelox”) congeladas dentro de um isopor

ou caixa térmica e colocar a caixa de plástico que contem as amostras

dentro da caixa de isopor. O uso da caixa de plástico adequadamente

fechada tem como objetivo evitar que a água que vai ser formar com o

degelo do “gelox” molhe as amostras.

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As amostras devem ser encaminhadas para o Laboratório do Serviço de

Referência em Triagem Neonatal – Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM)

junto com Ofício contendo a relação das amostras que estão sendo

encaminhadas, com os nomes das crianças e/ou de suas mães, se ainda não

tiverem sido registradas (RN de ....), com as respectivas datas de coletas e data

do encaminhamento das amostras.

Esse ofício deve ser feito em duas vias, sendo que uma das vias deverá ser

entregue a armazenada no HUJM (prova de que aquelas amostras foram

recebidas), e a outra via deve retornar para a Secretaria Municipal de Saúde do

Município que encaminhou as amostras devidamente assinada pelo funcionário

do HUJM que as recebeu. Este ofício assinado pelo funcionário do HUJM é a

prova de que as amostras chegaram ao destino.

Estes ofícios são documentos legais que podem ser utilizados em caso de

extravio de exames.

Se o Município optar por exigir também assinatura do motorista responsável ou se

o serviço de transporte reter uma via para provar a entrega, pode ser necessária

então uma terceira via do ofício que ficará com o serviço de transporte.

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IMPRESSAO DE RESULTADOS PELA INTERNET

Os resultados liberados podem ser impressos de forma ágil através de acesso à

internet.

Acessar: www.hujm.ufmt.br sistemas exames

Teste do Pezinho - Vega Triagem

Abrirá uma página para preenchimento de "Login" e "Senha"

O Login é o código do posto.

No exemplo abaixo, o código da UTI-Neonatal do HUJM é 00340-44.

Este número – código do posto, deve ser digitado com o traço na área

"Login".

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Entrar em contato com o SRTN - HUJM - Teste do Pezinho por telefone - (65)

3615-7366, ou email - [email protected], solicitando envio de senha.

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PROBLEMAS

Amostras Inadequadas

Amostras inadequadas acabam por reduzir a qualidade de toda a triagem

neonatal, porque geram atrasos na identificação das crianças doentes, já que

obrigam a nova coleta e esta é sempre mais tardia, sem falar no trabalho

adicional de busca ativa.

O papel filtro não deve ser tocado antes ou depois da coleta da amostras sem

luvas.

Uso de cremes ou óleos nas mãos pode contaminar as amostras –

CUIDADO!

Saber o que pode interferir com uma boa coleta e saber analisar a qualidade das

amostras obtidas pode evitar atrasos com a chegada no laboratório do SRTN de

material inadequado. Se quem está colhendo já analisa a qualidade da amostra

obtida e conclui que o material está inadequado – deve realizar nova coleta no

mesmo momento e enviá-las para o HUJM. Esta medida pode evitar

reconvocações por coleta inadequada e atraso no diagnóstico das doenças

triadas.

As amostras podem ser consideradas inadequadas por:

1. Amostra insuficiente

FRENTE VERSO

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Pode acontecer porque o papel filtro foi removido antes que o sangue tenha

preenchido completamente o círculo, ou antes que o sangue tenha sido absorvido

pelo outro lado do papel ou quando a gota de sangue que se formou foi

insuficiente para o preenchimento do círculo.

Acontece naquelas punções que “não dão certo”, sai pouco sangue.

Na foto acima temos a impressão que tentaram colocar mais do que duas gotas

por círculo, na tentativa de preencher uma maior área do círculo, mas ficou nítido

que o sangue nem chegou a passar para o verso.

Nestas amostras não dá para fazer nenhum exame.

Na foto acima, um mesmo posto de coleta enviou amostras com material insuficiente. Apesar da área dos círculos estar “aparentemente” coberta, é nítido que várias pequenas gotas foram colocadas em cada círculo. Pouco pode ser aproveitado (onde se vê os círculos picotados).

Na foto abaixo os círculos preenchidos então corretamente preenchidos mas não houve preenchimento dos círculos necessários. Lembrar que se há resultados alterados teremos que repetir exames em triplicata.

FRENTE

VERSO

VERSO

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2. Amostra danificada, molhada:

• Amostras que foram molhadas, provavelmente por acondicionamento inadequado, mas observar amostra que foi rasgada - grampo estava sobre o círculo com sangue (seta).

• Observar que todas estas amostras JÁ SÃO SEGUNDAS AMOSTRAS - ou seja - amostras de reconvocados!

3. Amostra que não completou tempo de secagem antes de ser embalada:

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Esta, além de não ter completado o tempo de secagem, também foi molhada.

4. Amostra com excesso de sangue, amostra amassada:

• A punção provoca um ferimento que resulte em sangramento abundante; • O sangue em excesso foi aplicado no papel filtro, possivelmente através do

uso de algum dispositivo (agulha ou capilar); • O sangue foi coletado em ambos os lados do papel filtro.

5. Amostra diluída:

• O calcanhar da criança foi “ordenhado” no momento da coleta; • O papel filtro entra em contato com substâncias como álcool, produtos

químicos, soluções anti-sépticas, água, loção para as mãos, etc; • A amostra de sangue foi exposta ao calor direto.

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6. Sangue hemolisado.

Não aguardou a secagem do álcool ou o calcanhar foi “ordenhado” no momento da coleta

7. Coágulos de sangue:

• O calcanhar foi tocado várias vezes no mesmo círculo durante a coleta ou o sangue foi coletado em ambos os lados do papel filtro.

8. Amostra Contaminada:

A amostra foi embalada

antes da secagem completa

à temperatura ambiente, em

embalagem fechada,

propiciando a formação de

fungos e bolor. Apesar de se

tentar dosar TSH e PKU,

resultado não pode ser

liberado - solicitada recoleta.

Dados incompletos:

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O encaminhamento de amostras com dados incompletos impede a liberação do

resultado (dados ficam bloqueados).

Quando ocorrer reconvocação por "dados incompletos" não há necessidade de

nova coleta, apenas a de fornecer as informações obtidas. Estas informações

podem ser passadas por telefone ou por email. Só com o cadastro completo o

resultado é liberado pelo sistema.

Interpretação de resultados:

Falta da data de nascimento

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Resultados fora da normalidade seguem com solicitações específicas de acordo

com o teste de triagem alterado, com a idade da criança e com o valor obtido.

Caso haja dúvidas na interpretação das observações - entrar em contato com o

laboratório.

A maior fonte de problemas está na interpretação dos resultados está nos

resultados da triagem de hemoglobinopatias.

O resultado:

Hb FA - significa que a criança tem HEMOGLOBINAS "F" e "A", nesta ordem

quantitativa – maior percentual de hemoglobina F e menor de A.

Hb AF - significa que a criança tem HEMOGLOBINAS "A" e "F", mas com um

percentual maior de A que F. Este resultado não é esperado para

amostras de um recém-nascido nas primeiras semanas de vida, porque

nessa idade esperamos encontrar maior percentual de hemoglobina F

que A. Por isso esse resultado chama a atenção para a possibilidade

que essa criança tenha sido transfundida em alguma data antes do Teste

do Pezinho ter sido colhido. Por isso é impresso um lembrete no

formulário: “ (*)Este resultado sugere a possibilidade que o RN tenha

recebido transfusão sanguínea antes da coleta, não informada no papel

filtro. Caso seja confirmada essa possibilidade, nova amostra deverá ser

colhida 120 dias depois da data da transfusão. Caso o RN não tenha sido

transfundido considerar este resultado. Não há necessidade de coleta de

nova amostra.”

Este lembrete chama a atenção para que o Posto de Coleta investigue

com a família se aquele bebê recebeu alguma transfusão antes de ter

colhido o exame do Teste do Pezinho ou não. Se a família confirmar

transfusão prévia, e esta informação foi esquecida no momento do

preenchimento dos dados do formulário do Teste do Pezinho, informar á

família que aquele resultado “AF” não tem valor, porque é do sangue que

a criança recebeu. Neste caso novo exame para Triagem de

Hemoglobinopatias (nova amostra) deverá ser colhido 120 dias depois da

data da transfusão para que tenha valor para o estudo das hemoglobinas

da criança. Se a criança não tiver sido transfundida, não precisamos fazer

nada - as hemoglobinas A e F são hemoglobinas normais.

Hb FAS – significa que a criança é portadora de "traço" de hemoglobina S, ou

“traço falcêmico”, ou heterozigose para hemoglobina S. Essa criança NÃO

É DOENTE, não precisa ser acompanhada em Cuiabá.

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Hb FAC – significa que a criança é portadora de "traço" de hemoglobina C, ou

heterozigose para hemoglobina C. Essa criança NÃO É DOENTE, não

precisa ser acompanhada em Cuiabá.

Crianças com “Traços” de hemoglobina anormal são crianças que não vão

precisar de tratamento. É solicitada coleta de sangue dos pais para estudo de

suas hemoglobinas e posterior orientação genética. Por exemplo, uma criança

com "traço" de hemoglobina S pode ser filha de uma mãe que também tem o

"traço S" e um pai também com "traço S". Neste caso este casal pode ser

esclarecido do risco de ter no futuro um filho com doença falciforme, embora o

filho que acabou de fazer o exame seja só portador de traço, portanto não doente.

Estes casais poderão receber orientação genética no HUJM. São elaborados

relatórios e as famílias são chamadas para entrevista.

A orientação genética para as famílias de crianças heterozigotas é oferecida, mas

não é obrigatória. Essas crianças NÃO TÊM DOENÇA.

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DÚVIDAS OU NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES

Entrar em contato com

Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado de Mato Grosso

Hospital Universitário Júlio Müller

Endereço:

Hospital Universitário Júlio Muller – Triagem Neonatal (Teste do Pezinho)

Rua Luis Phelipe Pereira Leite, s/nº - Bairro Alvorada

CEP 78048 - 790 – Cuiabá / MT

Tel.: (65) 3615 7366

Site: www.hujm.ufmt.br

E-mail: [email protected]

Referência Bibliográfica:

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de normas técnicas e rotinas operacionais do

programa nacional de triagem neonatal, 2a edição ampliada, Brasília, Ministério da

Saúde, 2004.