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Manual de Segurança Do Paciente Revisão Julho 2013

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Produzido pelo Nucleo de Qualidade da AHM - Mirtes Salntier Romão e Celso Ugolini

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SUPERINTENDENTE

Roberto Yukihiro Morimoto

QUALIDADE HOSPITALAR

Mirtes Salantier Romão

ORGANIZAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO

Mirtes Salantier Romão

ARTE

Assessoria de Imprensa AHM

REVISÃO

André Luiz Araujo Casadio

Claudio de Oliveira

Julia Ricardo Baló

Lázaro Bernstein

Natália Freire Gonçalves

Publicação inicial: Agosto de 2012

Revisão: Julho de 2013

Motivo da revisão:

Alinhamento da política institucional com o protocolo da Portaria Ministerial nº 1.377 de 09 de

Julho de 2013.

Julho/2013

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LISTAS DE FIGURAS/TABELAS/QUADROS

Figura 1 – Termo de Consentimento para Procedimentos Cirúrgicos Pág. 17

Figura 2 – Termo de Consentimento para Procedimentos Anestésicos Pág. 18

Figura 3 – Termo de Recusa a Procedimentos Pág. 19

Figura 4 – Folder do Ministério da Saúde – 2013 Pág. 28

Figura 5 – Como Higienizar as mãos água e sabonete Pág. 36

Figura 6 – Como fazer a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica Pág. 38

Tabela 1 – Sistema de classificação de evidências científicas das recomendações Pág. 52

Tabela2 – Escala de força de evidências para cada recomendação Pág. 52

Tabela 3 – Classificação de nível de evidências para cada recomendação Pág. 53

Quadro 1 – Sistema de classificação das recomendações das diretrizes Pág. 32

Quadro 2 – Estadiamento de UPP Pág. 50

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ÍNDICE

CIRURGIA SEGURA Pág. 06 1. Apresentação Pág. 07 2. Finalidade Pág. 08 3. Objetivos Pág. 08 4. Indicação Pág. 08 5. Definições Pág. 08 6. Intervenção Pág. 09 7. Instruções Específicas Pág. 10 7.1. Etapa 1 – Encaminhamento ao Centro Cirúrgico Pág. 10 7.2. Etapa 2 – Admissão no Centro Pág. 12 7.3. Etapa 3 – antes de entrar na sala cirúrgica/ antes da indução anestésica Pág. 13 7.4. Etapa 4 – Antes da incisão cirúrgica Pág. 14 7.5. Etapa 5 – Antes do paciente sair da sala cirúrgica Pág. 14 8. Termos de Consentimentos para procedimentos cirúrgico e anestésico Pág. 17 9. Termo de recusa a procedimentos Pág. 19 10. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 20 10.1. Antes da indução anestésica Pág. 20 10.2. Antes da incisão cirúrgica Pág. 21 10.3. Antes do paciente deixar a sala cirúrgica Pág. 23 10.4. Antimicrobiano profilático Pág. 23 11. Indicadores de monitoramento Pág. 24 12. Crédito Pág. 25 13. Bibliografias Pág. 26 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Pág. 27 1. Apresentação Pág. 28 2. Finalidade Pág. 29 3. Objetivos Pág. 29 4. Indicações Pág. 29 4.1. Material Pág. 29 5. Definição Pág. 29 6. Intervenção Pág. 30 7. Recomendação Pág. 31 7.1. Higienização das mãos com sabonete liquido e água Pág. 31 7.2. Higienização das mãos com preparação alcoólica Pág. 31 8. Instruções específicas Pág. 32 8.1. Mudança de sistema Pág. 32 8.2. Educação e treinamento Pág. 33 8.3. Indicadores de monitoramento Pág. 33 8.4. Lembretes no local de trabalho Pág. 33 8.5. Clima de segurança institucional Pág. 33 8.6. Cuidados especiais Pág. 33 8.6.1. Cuidado com o uso de luvas Pág. 33 8.6.2. Cuidado com a pele das mãos Pág. 34 9. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 35 9.1. Higienização simples: com sabonete liquido e água Pág. 35 9.2. Higienização antisséptica Pág. 37 9.3. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica Pág. 37 10. Bibliografias Pág. 39 PREVENÇÃO DE ÚLCERA DE PRESSÃO Pág. 40 1. Apresentação Pág. 41 2. Finalidade Pág. 41 3. Objetivos Pág. 41 4. Indicação Pág. 41 5. Definição Pág. 42

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6. Intervenções Pág. 42 7. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 42 7.1. Etapa 1 – Avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes Pág. 42 7.2. Etapa 2 – Reavaliação diária de risco de desenvolvimento UPP de todos os pacientes internados

Pág. 43

7.3. Etapa 3 – Inspeção diária da pele Pág. 44 7.4. Etapa 4 – Manejo da umidade: manutenção do paciente sexo e com a pele hidratada Pág. 44 7.5. Etapa 5 – Otimização da nutrição e hidratação Pág. 45 7.6. Minimizar a pressão Pág. 46 7.7. Medidas preventivas para úlcera de pressão conforme classificação de risco Pág. 49 8. Indicadores de monitoramento Pág. 49 9. Bibliografias Pág. 50 10. Anexos Pág. 50 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Pág. 54 1. Apresentação Pág. 55 2. Finalidade Pág. 55 3. Objetivos Pág. 55 4. Indicação Pág. 55 5. Definição Pág. 55 6. Intervenção Pág. 56 7. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 56 7.1. Identificar o paciente Pág. 56 7.2. Transferência de pacientes Pág. 57 7.3. Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado Pág. 58 8. Indicadores de monitoramento Pág. 59 9. Bibliografias Pág. 59 PREVENÇÃO DE ALERGIA Pág. 60 1. Apresentação Pág. 61 2. Finalidade Pág. 61 3. Objetivos Pág. 61 4. Indicação Pág. 61 5. Intervenção Pág. 61 6. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 62 6.1. Como evitar a ocorrência do evento adverso de alergia Pág. 62 7. Indicadores de monitoramento Pág. 63 8. Bibliografias Pág. 63 PREVENÇÃO DE QUEDAS Pág. 64 1. Apresentação Pág. 65 2. Finalidade Pág. 65 3. Objetivos Pág. 65 4. Indicação Pág. 65 5. Definição Pág. 66 6. Intervenção Pág. 66 7. Procedimento Operacional Obrigatório Pág. 66 7.1. Fatores predisponentes específicos que aumentam o risco de queda Pág. 66 7.2. Perfil de pacientes com alto risco de queda Pág. 67 7.3. Perfil de pacientes com baixo risco de queda Pág. 68 7.4. Ações preventivas coletivas Pág. 68 7.5. Ações preventivas individuais Pág. 68 7.6. Ações diárias Pág. 69 8. Indicadores de monitoramento Pág. 69 9. Bibliografias Pág. 70

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1 - APRESENTAÇÃO

O volume anual de cirurgias de grande porte foi estimado entre 187 e 281 milhões, a partir de

dados de 56 países, o que representa, aproximadamente, uma operação para cada 25 seres

humanos por ano. Nas últimas décadas as técnicas cirúrgicas foram bastante aperfeiçoadas,

aumentando as oportunidades de tratamento de patologias complexas. No entanto, esses

avanços também aumentam de modo expressivo o potencial de ocorrência de erros que

podem resultar em dano para o paciente e levar à incapacidade ou à morte.

Revisão sistemática realizada em 2008 sobre a ocorrência de eventos adversos em pacientes

internados revelou que 1 em cada 150 pacientes hospitalizados morreu em consequência de

um incidente. O mesmo estudo encontrou que quase dois terços dos eventos adversos

ocorridos em ambiente hospitalar foram associados ao cuidado cirúrgico. As taxas de eventos

adversos em Cirurgia Geral variam, segundo diferentes estudos e métodos de avaliação, entre

2% e 30%.

Os problemas associados à segurança cirúrgica são bem reconhecidos nos países

desenvolvidos, mas menos estudados nos países em desenvolvimento. Há relatos

internacionais de recorrentes e persistentes ocorrências de cirurgias em locais errados, como

nos pulmões e no cérebro, e de pacientes que tiveram o rim, a glândula adrenal, a mama ou

outro órgão sadio removido. A atenção que tais eventos invariavelmente atraem na mídia

abala a confiança do público nos sistemas de saúde e nos profissionais de saúde que prestam o

cuidado. Estima-se que as cirurgias em local errado e no paciente errado ocorrem em cerca de

1 em 50.000 – 100.000 procedimentos nos Estados Unidos (EUA), equivalendo a 1.500 – 2.500

eventos adversos deste tipo por ano. Uma análise de eventos sentinelas relatados pela Joint

Commission (JC), dos EUA, entre 1995 e 2006, apontou que 13% dos eventos adversos

relatados deviam-se a cirurgias em sítios errados. A literatura corrobora com a suposição de

que a cirurgia em local errado é mais comum em certas especialidades, particularmente na

cirurgia ortopédica. Em um estudo com 1.050 cirurgiões da mão, 21% relataram ter realizado

pelo menos uma cirurgia em local errado em suas carreiras. Uma análise dos acionamentos de

seguros para erro médico que ocorreram após cirurgias ortopédicas mostraram que 68%

derivaram de cirurgias em locais errados.

A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica desenvolvida pela OMS apresenta 19 passos e

estrutura-se em etapas: uma prévia à indução anestésica, outra prévia à incisão cirúrgica e

outra que acontece antes de o paciente sair da sala cirúrgica. Existem evidências relevantes de

que a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica reduz complicações e salva vidas. Estudo

realizado em oito países encontrou uma redução de 11% para 7% da ocorrência de

complicações em pacientes cirúrgicos e uma queda de mortalidade de 1,5% para 0,8%. Um

estudo holandês mostra uma queda nas complicações entre pacientes cirúrgicos de 15,4%

para 10,6% e da mortalidade também de 1,5% para 0,8%. A Lista de Verificação foi aprovada

por 25 países que declararam ter mobilizado recursos para sua implementação e, em

novembro de 2010, 1.788 hospitais no mundo haviam relatado estar a utilizando ativamente.

Nos últimos quatro anos, com o suporte da Agency for Healthcare Research and Quality

(AHRQ), dos EUA, um grupo de especialistas das áreas de qualidade do cuidado e segurança do

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paciente, com um painel internacional com 21 stakeholders e demais pesquisadores,

conduziram uma abrangente e rigorosa revisão sistemática sobre a evidência científica do que

denominaram de Estratégias para a Segurança do Paciente (Patient Safety Strategies - PSSs).

Indicaram a implementação de 22 estratégias (soluções) que apresentam evidências

suficientemente robustas para melhorar a segurança. A implementação da Lista de Verificação

de Segurança Cirúrgica aparece nesta revisão como fortemente recomendada.

Portaria Ministerial nº 1.377 de 09/07/2013.

2 - FINALIDADE

A Política Institucional tem por finalidade estabelecer processos de CIRURGIA SEGURA

conforme Protocolo do Ministério da Saúde conforme Portaria Ministerial nº 1.377 de 09 de

Julho de 2013.

O intuito do protocolo é determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência

de incidentes, eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da

segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local coreto e no paciente correto,

por meio do uso da lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização

Mundial de Saúde.

3 - OBJETIVOS

1. Promover a realização de Cirurgia e Procedimentos Invasivos em local de intervenção

correto, procedimento correto ou paciente correto.

2. Atender às metas internacionais de segurança do paciente.

4 - INDICAÇÃO

O protocolo de cirurgia segura deverá ser aplicado em todas as unidades assistenciais da

Autarquia Hospitalar Municipal que realizam procedimentos, sejam terapêuticos ou

diagnósticos, que impliquem em incisão no corpo humano ou em introdução de equipamentos

endoscópios, dentro ou fora do centro cirúrgico, por qualquer profissional de saúde.

5 - DEFINIÇÕES

5.1. Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano

desnecessário ao paciente.

5.2. Segurança do paciente: conjunto de ações que visa à redução, a um mínimo aceitável, de

risco de dano desnecessário associado ao cuidado em saúde.

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5.3. Lista de Verificação: Lista formal utilizada para identificar, agendar, comparar e verificar

um grupo de elementos.

5.4. Demarcação de Lateralidade: demarcação do local ou locais a serem operados. Isto é

particularmente importante em casos de lateralidade (distinção entre direita e esquerda),

estruturas múltiplas (p.ex. dedos das mãos e dos pés, costelas) e níveis múltiplos (p.ex. coluna

vertebral).

5.5. Condutor da Lista de Verificação - profissional de saúde (médico ou profissional da

enfermagem), que esteja participando da cirurgia e seja o responsável por conduzir a aplicação

da lista de verificação, seguindo orientação da instituição de saúde.

5.6. Segurança Anestésica - inspeção formal do equipamento anestésico, e checagem dos

medicamentos e do risco anestésico do paciente antes da realização de cada cirurgia.

5.7. Equipe Cirúrgica - equipe composta por cirurgiões, anestesiologistas, profissionais de

enfermagem, técnicos e outras pessoas da sala de operação envolvidas na cirurgia.

6 - INTERVENÇÃO

Muitos fatores concorrem para que um procedimento cirúrgico seja realizado de forma segura:

profissionais capacitados, ambiente, equipamentos e material adequados para a realização do

procedimento, conformidade com a legislação vigente, entre outros.

Este protocolo ministerial trata especificamente da utilização sistemática da Lista de

Verificação de Segurança Cirúrgica como uma estratégia para reduzir o risco de incidentes

cirúrgicos. Baseia-se na Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica e no Manual desenvolvido

pela OMS.

Conforme apontamentos no protocolo:

Todas as instruções deverão ser adequadas à realidade de cada

instituição, respeitando-se os princípios de cirurgia segura

(Portaria MS nº 1377 de 09 de julho de 2013, Anexo 03, p.4).

E, ainda:

A lista de verificação não tem a intenção de ser abrangente,

acréscimos e modificações para adaptação a prática local são

recomendados (Portaria MS nº 1377 de 09 de julho de 2013,

Anexo 03, p.4).

Desta forma, em 2012 a equipe técnica de qualidade padronizou um formulário – baseado na

lista de Verificação de Segurança Cirúrgica e no Manual de Cirurgia Seguras salvam vidas da

OMS – contemplando as três fases apontadas pelo Ministério da Saúde e incluiu, dada a

realidade dos nossos serviços, uma etapa de checagem inicial a ser realizada ainda na clínica

de internação e/ou local de preparo do paciente antes de ir ao Centro Cirúrgico.

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Conforme o exposto, o formulário padronizado à época de lançamento da Política Institucional

da Autarquia Hospitalar Municipal denominado CHECK LIST DE CIRURGIA SEGURA não deixará

de fazer parte do prontuário do paciente reforçando, com a publicação do Ministério da

Saúde, a sua obrigatoriedade de uso em todas as suas etapas descritas.

7 - INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS

O CHECK LIST DE CIRURGIA SEGURA é contemplado por 5 (cinco) etapas que englobam desde

itens a serem observados ainda na unidade de internação até recomendações pós-operatória.

Desta forma, este instrumento torna-se de importante registro de checagem de itens em

etapas especificas, devendo estar devidamente preenchido, assinado e anexado ao prontuário

do paciente obrigatoriamente.

Cada uma das etapas foi pensada de forma a evitar complicações futuras e eliminar

transtornos cirúrgicos, tanto para o paciente quanto para a equipe profissional.

7.1. - ETAPA 1: ENCAMINHAMENTO AO CENTRO CIRÚRGICO

Ainda na enfermaria, após o preparo do paciente, a enfermagem deverá:

I. Junto ao paciente deve inserir o nome do paciente completo (de preferência sem

abreviações), data, RH e a descrição (sem abreviações) do procedimento a ser

realizado;

II. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente sua identificação e conferi-la com a

pulseira de identificação;

III. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente se está em jejum e confirmar a

informação no prontuário do paciente;

IV. Checar se os termos de consentimentos cirúrgico e anestésico;

V. Checar se houve a consulta pré-anestésica no prontuário do paciente;

VI. Verificar, verbalmente, com o próprio paciente se tem alergia. Checar com a

sinalização de alergia no paciente, no prontuário e pontuar no check-list;

VII. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente se foram retirados todos os adornos e

próteses. Confirmar visualmente.

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Apresentação dos campos:

“1.1. O nome do paciente confere com a identificação?” tem por finalidade eliminar o risco da

troca de pacientes; neste momento a enfermagem deverá confrontar os dados do prontuário,

da pulseira de identificação e confirmar com o paciente.

“1.2. Está em jejum?” é uma das causas de suspensão de cirurgia; por vezes o paciente é

encaminhado ao centro cirúrgico sem o jejum adequado, causando transtornos para as

equipes assistenciais da unidade de internação e do centro cirúrgico e desconforto para o

próprio paciente, por vezes ocasionando ansiedade para os familiares e ao próprio paciente.

“1.3. Sitio cirúrgico marcado?” obrigatório para os procedimentos que envolvem lateralidade,

checar se o local do procedimento está visível é de extrema importância para não ocasionar na

possível troca de lateralidade no ato cirúrgico.

“1.4. Consentimento informado de procedimento cirúrgico assinado?” e “1.5. Consentimento

anestésico assinado?”. Ambos são documentos obrigatórios que deverão estar assinados tanto

pelo paciente/responsável, quanto pela equipe médica. O documento demonstra que houve

esclarecimentos sobre a indicação do procedimento e os benefícios, além de registrar a visita

pré-anestésica obrigatória.

“1.6. Realização avaliação pré-anestésica?” é uma consulta médica de avaliação clínica e

especializada que deve ser efetuada previamente à realização de um ato anestésico. O médico

anestesiologista entrevista o paciente para informar-se sobre suas condições físicas e

psicológicas e obter todas as informações de interesse clínico sobre o paciente: há doenças

pré-existentes, o paciente é portador de alguma alergia, se fez ou faz uso de medicamentos,

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informações sobre o nome e dose diária utilizada deste medicamento, se o paciente já se

submeteu anteriormente a alguma cirurgia onde foi necessário a utilização de anestesia e qual

a cirurgia (ou procedimento) que este paciente irá realizar e/ou a que será submetido. É

durante a avaliação e/ou consulta pré-anestésica que o anestesiologista informa o paciente

sobre os cuidados que deverão ser tomados antes, durante e depois da realização do

procedimento. Trata-se basicamente o período de jejum pré-operatório, as rotinas da

anestesia e as informações gerais sobre a técnica anestésica que será empregada para a

realização da cirurgia. Além disso, prescreve as medicações que o paciente deverá receber

para tornar a entrada no centro cirúrgico menos estressante (a denominada medicação pré-

anestésica).

“1.7. Alergia sinalizada?” evidenciar a alergia do paciente mesmo que este esteja com pulseira

de alergia – no momento do procedimento cirúrgico será retirada – para evitar riscos e

consequentes eventos adversos.

“1.8. Retirado adornos e próteses?” quando encaminhado o paciente ao Centro Cirúrgico, os

seus adornos e próteses devem ficar na sua unidade de internação para evitar perdas e/ou

trocas no ambiente cirúrgico que não possui espaço especifico para esta guarda.

7.2.- ETAPA 2: ADMISSÃO NO CENTRO CIRÚRGICO

Na admissão no centro cirúrgico é a realização da dupla checagem, ou seja, serão verificados

os mesmos dos itens apontados no encaminhamento da clínica, assim, a enfermagem deverá:

I. Inserir o horário que início o primeiro contato para admissão do centro cirúrgico;

II. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente sua identificação e conferi-la com a

pulseira de identificação;

III. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente se está em jejum e confirmar a

informação no prontuário do paciente;

IV. Checar se os termos de consentimentos cirúrgico e anestésico;

V. Checar se houve a consulta pré-anestésica no prontuário do paciente;

VI. Verificar, verbalmente, com o próprio paciente se tem alergia. Checar com a

sinalização de alergia no paciente, no prontuário e pontuar no check-list;

VII. Revisar, verbalmente, com o próprio paciente se foram retirados todos os adornos e

próteses. Confirmar visualmente.

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7.3 - ETAPA 3: ANTES DE ENTRAR NA SALA CIRÚRGICA/ANTES DA INDUÇÃO

ANESTÉSICA

As etapas 3, 4 e 5 devem ser preenchidas pelo CIRCULANTE DA SALA e assinadas ao final

juntamente com o médico cirurgião e anestesista.

A enfermagem deverá:

I. Revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que sua

identificação tenha sido confirmada;

II. Confirmar que o procedimento e o local da cirurgia estão corretos;

III. Confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação;

IV. Confirmar a disponibilidade de todos os materiais necessários, bem como os

equipamentos utilizados no procedimento;

V. Confirmar a conexão de um monitor multiparâmetro ao paciente e seu

funcionamento;

VI. Revisar com anestesiologista, o risco de perda sanguínea do paciente, dificuldades nas

vias áreas, histórico de reação alérgica e se a verificação completa de segurança

anestésica foi concluída;

VII. Verificar a reserva de bolsas sanguínea, quando necessário.

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Apresentação dos campos:

“3.1. O nome do paciente confere com a identificação (pulseira, etiqueta)?” esta verificação

serve para checar o paciente certo, procedimento certo e intervenção certa.

“3.2. Equipamento anestésico está OK?” a verificação do funcionamento do aparelho é

imprescindível para o bom êxito da cirurgia. Quando realizada antes, evita desperdícios

principalmente de tempo.

“3.3. Todos os materiais e suprimentos para cirurgia estão disponíveis?” o intuito é realizar

checagem e organização dos materiais que serão utilizados no procedimento.

“3.4. Há risco de perda de sangue >500 ml?” e “3.4.1. Se sim, bolsas de sangue reservadas?”

estes itens são fundamentais para, caso ocorra, emergência na realização da cirurgia.

7.4. - ETAPA 4: ANTES DA INCISÃO CIRÚRGICA

Neste momento, a equipe fará uma pausa imediatamente antes da incisão cirúrgica para

realizar os seguintes passos:

I. Indicar o início da cirurgia no formato OOhOOmin;

II. A apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função;

III. A confirmação da realização da cirúrgica correta no paciente correto, no sítio cirúrgico

correto;

IV. A confirmação da administração de antimicrobianos profiláticos;

V. A revisão verbal, uns com os outros, dos elementos críticos de seus planos para a

cirurgia;

VI. A confirmação da acessibilidade dos exames de imagens necessários;

Caso algum item fique negativo a cirurgia deve ser suspensa e será registrada em causas de

cirurgia suspensa como fatores extra paciente. O time-out inicia-se com o apontamento do

horário.

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Apresentação dos campos:

“4.1. Confirmação de nomes e funções?” serve para confirmar o mapa cirúrgico e se todos os

profissionais necessários estão presentes e higienizados em sala cirúrgica, além de oferecer ao

paciente a identificação dos membros da equipe.

“4.2. Profilaxia cirúrgica realizada nos últimos 30 minutos?” tem por intuito a confirmação da

realização para evitar infecções de sítio cirúrgico.

“4.3. Os exames de imagens necessários estão disponíveis?” quando da necessidade de uso, as

imagens devem estar dispostas com fácil visualização para equipe. Caso não sejam

necessários, deve ser pontuado em não se aplica.

“4.4. Nome do paciente?” a pergunta deve ser realizada ao paciente. Todos os membros da

equipe confirmam. Informando, desta forma, que é o paciente correto.

“4.5. Procedimento confirmado?”, deve-se informar o nome do procedimento e de todos os

profissionais e devem confirmar se é o procedimento correto.

“4.6. Sítio Cirúrgico confirmado?” em voz alta todos os membros da equipe cirúrgica deve

confirmar o local da cirurgia, principalmente quando há lateralidade.

“4.7. Materiais e equipamentos disponíveis?” é a última verificação antes da indução

anestésica, serve para confirmar se não haverá contratempos no ato cirúrgico, principalmente

em procedimentos que envolvem materiais consignados.

7.5 - ETAPA 5: ANTES DO PACIENTE SAIR DA SALA DE CIRURGIA

A equipe deverá revisar em conjunto a cirurgia realizada por meio dos seguintes passos:

I. A conclusão da contagem de compressas e instrumentais;

II. A identificação de qualquer amostra cirúrgica obtida;

III. A revisão de qualquer funcionamento inadequado de equipamentos ou questões

que necessitem ser solucionadas;

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IV. A revisão do plano de cuidado e as providenciais quanto à abordagem pós-

operatória e da recuperação pós-anestésica antes da remoção do paciente da sala

de cirurgia.

Apresentação dos campos:

“5.1. Foi feito procedimento diferente do previsto?” é a confirmação que o procedimento

anteriormente checado nas 04 etapas anteriores de fato foi realizado.

“5.2. Houve contagem: 5.2.1.compressas? 5.2.2. instrumental?” servem para confirmar que

não houve perda de instrumentais nem compressas, e o mais importante, não ficou nenhum

item dentro do paciente.

“5.3. As biópsias foram identificadas?” As biópsias, por vezes, são produtos de procedimentos.

O objetivo é a conferência de que se houveram biópsias estas estão devidamente

acondicionadas e identificadas.

“5.4. Houve problema com algum equipamento?”, por vezes, problemas ocorridos durante a

realização de cirurgias são decorrentes da falha de equipamentos. Este item, além de

apresentar o relato de intercorrências serve para evitar problemas futuros.

“5.5. Recomendação especial no pós-operatório” tem por objetivo checar se as informações

durante o procedimento são confirmadas na observação pós-operatória do paciente.

Ao final do time out os profissionais que acompanharam as etapas 3, 4 e 5 devem assinar e

apor o carimbo de forma legível, tornando verdadeiras as informações checadas. Este

impresso deve ser juntado ao prontuário do paciente.

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8 - TERMOS DE CONSENTIMENTOS PARA PROCEDIMENTO CIRÚRGICO E

ANESTÉSICO

O termo de consentimento é um formulário que faz parte do prontuário do paciente,

compondo, o chamado “kit cirúrgico”. O consentimento informado é um processo de

informação que atinge seu final com a concordância do paciente com o tratamento, que lhe

está sendo ministrado. Sua necessidade tem reconhecimento mundial, podendo a não

comprovação da sua existência caracterizar um agir culposo do médico no atendimento a um

paciente.

Figura 1 – Termo de Consentimento Para Procedimentos Cirúrgicos

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Do ponto de vista jurídico, os referidos documentos apresentam condições para transmitir ao

paciente ou seu responsável conhecimento de que a autorização se refere à intervenção

cirúrgica e consequente indicação anestésica considerada necessária pelo profissional médico.

Figura 2 – Termo de Consentimento Para Procedimentos Anestésicos

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9 - TERMO DE RECUSA A PROCEDIMENTOS

Com base nas discussões técnicas e após manifestação favorável da Assessoria Jurídica, foi

elaborado um Termo de Recusa a Procedimentos como respaldo aos profissionais e

comprovação ao pacientes e/ou responsável que recebeu todas as informações necessárias e

as possíveis causas da não realização do procedimento.

Figura 3 – Termo de Recusa a Procedimentos

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10 - PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

As diretrizes abaixo devem ser contempladas nas Instruções de Trabalhos (ITs) das unidades

hospitalares da Autarquia Hospitalar Municipal, para tanto deve-se considerar a dinâmica e

fluxo do hospital sem contrapor qualquer ponto aqui apresentado. Todos os itens essenciais

apresentados devem, obrigatoriamente, fazer parte da rotina e, consequentemente, estarem

descritas nas ITs.

No que se refere às etapas 1 e 2 do check-list (Encaminhamento ao Centro Cirúrgico e

Admissão no Centro Cirúrgico, respectivamente) devem ter suas Instruções de Trabalhos

desenhadas, mas fica a critério da unidade a definição do fluxo a ser adotado e, a partir de

então, obrigatoriamente seguido.

10.1 - ANTES DA INDUÇÃO ANESTÉSICA

Esta etapa requer obrigatoriamente a presença do anestesiologista e da equipe de

enfermagem. Seguem itens essenciais a serem contemplados nas ITs para cada etapa:

a) Confirmar a identificação do paciente, do sítio cirúrgico, do procedimento e do

consentimento informado.

O condutor do Check List confirma verbalmente com o paciente sua identificação, o

tipo de procedimento planejado, o sítio cirúrgico e a assinatura do consentimento

para cirurgia.

Quando a confirmação pelo paciente não for possível, como no caso de crianças ou

pacientes incapacitados, um tutor ou familiar poderá assumir esta função.

Os Termos de Consentimento Informados - cirúrgicos e anestésicos - devem ser

assinados pelo paciente ou seu representante legal, após os esclarecimentos feitos

por médico membro da equipe cirúrgica, antes do encaminhamento do paciente para

o local de realização do procedimento cirúrgico.

b) Demarcar o sítio cirúrgico.

A identificação do sítio cirúrgico deverá ser realizada por médico membro da equipe

cirúrgica antes do encaminhamento do paciente para o local de realização do

procedimento.

Sempre que possível, tal identificação deverá ser realizada com o paciente acordado e

consciente, que confirmará o local da intervenção. A instituição deverá ter processos

definidos por escrito para lidar com as exceções, utilizando o Termo de Recusa

documentado do paciente, de modo a garantir a segurança cirúrgica.

O condutor deverá confirmar se o cirurgião fez a demarcação do local da cirurgia no

corpo do paciente naqueles casos em que o procedimento cirúrgico envolve

lateralidade, múltiplas estruturas ou múltiplos níveis. Nestes casos, a demarcação

deverá ser realizada no corpo do paciente em local que indica a estrutura a ser

operada com o uso de caneta demográfica.

O símbolo a ser utilizado é ser padrão da Autarquia Hospitalar Municipal (sinal de

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alvo) e deve permanecer visível após preparo da pele e colocação de campos

cirúrgicos.

c) Verificar a segurança anestésica.

O condutor completa a próxima etapa solicitando ao anestesiologista que confirme a

conclusão da verificação de segurança anestésica.

d) Verificar o funcionamento do monitor multiparamétrico.

Antes da indução anestésica, o condutor confirma que um monitor multiparamétrico

tenha sido posicionado no paciente e que esteja funcionando corretamente.

e) Verificar alergias conhecidas.

O condutor deverá perguntar ou confirmar se o paciente possui uma alergia

conhecida, mesmo se o condutor tenha conhecimento prévio a respeito da alergia.

Em caso de alergia, deverá confirmar se o anestesiologista tem conhecimento e se a

alergia em questão representa um risco para o paciente.

Se algum membro da equipe cirúrgica tem conhecimento sobre uma alergia que o

anestesiologista desconheça, esta informação deverá ser comunicada.

f) Verificar a avaliação de vias aéreas e risco de aspiração.

O condutor deverá confirmar verbalmente com o anestesiologista se este avaliou

objetivamente se o paciente possui uma via aérea difícil.

O risco de aspiração também deverá ser levado em consideração como parte da

avaliação da via aérea.

g) Verificar a avaliação de risco de perda sanguínea.

O condutor deverá perguntar ao anestesiologista se o paciente tem risco de perder

mais de meio litro de sangue (> 500 ml) ou mais de 7 ml/kg em crianças durante a

cirurgia a fim de assegurar o reconhecimento deste risco e garantir a preparação para

essa eventualidade.

10.2 - ANTES DA INCISÃO CIRÚRGICA

A ação de parar antes da incisão é uma pausa cirúrgica feita pela equipe imediatamente antes

da incisão cutânea a fim de confirmar que as várias verificações essenciais para a segurança

cirúrgica foram empreendidas e que envolveram toda a equipe. Seguem itens essenciais a

serem contemplados nas ITs para cada etapa:

a) Identificar todos os membros da equipe.

O condutor solicitará que cada pessoa na sala se apresente pelo nome e função. Nas

equipes cujos membros já estão familiarizados uns com os outros, o condutor pode

apenas confirmar que todos já tenham sido apresentados, mas quando ocorrer à

presença de novos membros ou funcionários que tenham se revezado dentro da sala

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cirúrgica desde o último procedimento, estes devem se apresentar.

b) Confirmar verbalmente a identidade do paciente, o sítio cirúrgico e o procedimento.

Imediatamente antes da incisão cirúrgica, é conduzida uma nova confirmação pela

equipe cirúrgica (cirurgião, anestesiologista e equipe de enfermagem) do nome do

paciente, do procedimento cirúrgico a ser realizado, do sítio cirúrgico e, quando

necessário, do posicionamento do paciente.

c) Verificar a previsão de eventos críticos.

O condutor do check list conduz uma rápida discussão com o cirurgião,

anestesiologista e enfermagem a respeito de riscos graves e planejamentos

operatórios.

d) Prever etapas críticas, possíveis eventos críticos, duração da cirurgia e perda sanguínea.

O cirurgião deverá informar à equipe quais são as etapas críticas e os possíveis

eventos críticos e a perda sanguínea prevista

e) Revisar eventuais complicações anestésicas.

O anestesiologista deverá revisar em voz alta o planejamento e as preocupações

específicas para ressuscitação cardiopulmonar.

Deverá informar também a previsão do uso de sangue, componentes e

hemoderivados, além da presença de comorbidades e características do paciente

passíveis de complicação, como doença pulmonar ou cardíaca, arritmias, distúrbios

hemorrágicos, etc..

f) Confirmar verbalmente a revisão das condições de esterilização, equipamentos e

infraestrutura.

O instrumentador ou o técnico que disponibiliza o equipamento para a cirurgia

deverá confirmar verbalmente a realização da esterilização e sua confirmação por

meio do indicador de esterilização, demonstrando que a esterilização tenha sido bem

sucedida.

Além de verificar se as condições dos equipamentos, bem como infraestrutura

tenham sido avaliadas pela enfermagem.

g) Verificar a realização da profilaxia antimicrobiana.

O condutor perguntará em voz alta se os antimicrobianos profiláticos foram

administrados durante os últimos 30 minutos antes da incisão da pele. O membro da

equipe responsável pela administração de antimicrobianos (o anestesiologista)

deverá realizar a confirmação verbal.

h) Verificar exames de imagem.

O condutor deverá perguntar ao cirurgião se exames de imagem são necessários para

a cirurgia. Em caso afirmativo, o condutor deverá confirmar verbalmente que os

exames necessários para realização segura do procedimento cirúrgico estão na sala e

expostos de maneira adequada para uso durante a cirurgia.

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10.3 - ANTES DO PACIENTE DEIXAR A SALA DE CIRURGIA

Seguem itens essenciais a serem contemplados nas ITs para cada etapa:

a) Confirmar o nome do procedimento.

O condutor deverá confirmar com o cirurgião e a equipe exatamente qual

procedimento foi realizado.

b) Verificar a correta contagem de instrumentais, compressas e agulhas.

O circulante de sala ou instrumentador deverá confirmar verbalmente a conclusão

das contagens finais de compressas e agulhas. Nos casos de cirurgia com cavidade

aberta, a conclusão da contagem de instrumental também deve ser confirmada.

c) Confirmar a identificação da amostra.

O profissional de enfermagem deve confirmar a identificação/etiquetagem correta de

qualquer amostra patológica obtida durante o procedimento pela leitura em voz alta

do nome do paciente, descrição da amostra com indicação anatômica do local de

origem da amostra e quaisquer outras indicações orientadoras.

d) Documentar problemas com equipamentos.

O condutor deve assegurar que os problemas com equipamentos que tenham

ocorrido durante a cirurgia sejam identificados, relatados e documentados pela

equipe.

e) Rever as medidas para a recuperação pós-operatória.

O cirurgião, o anestesiologista e o profissional de enfermagem deverão revisar o

plano de recuperação pós-operatória, focando particularmente em questões

anestésicas ou cirúrgicas que possam interferir nesta recuperação.

10.4 - ANTIMICROBIANO PROFILÁTICO

Seguem itens essenciais a serem contemplados nas ITs para cada etapa:

a) É de competência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar:

Elaborar, implementar, manter e avaliar no programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações relativas ao uso racional de antimicrobianos;

Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos;

Formalizar, capacitar e orientar aos profissionais médicos anestesistas e cirurgiões o protocolo de uso de antimicrobianos profiláticos.

b) É obrigatório o preenchimento da Carta de Antimicrobiano também para o uso profilático.

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11 - INDICADORES DE MONITORAMENTO

A gestão de indicadores fornece subsídios palpáveis para auxiliar o cliente a reconhecer e

compartilhar os avanços, além de ser uma ferramenta de gestão que favorece a continuidade

e a garantia das ações que vem ao encontro da missão, visão e valores da Autarquia Hospitalar

Municipal.

Para o monitoramento da qualidade assistencial ofertada no processo de CIRURGIA SEGURA

foram elaborados indicadores específicos, são eles:

% de pacientes que receberam antibioticoprofilaxia no momento adequado;

Número de cirurgias em local errado;

Número de cirurgias em pacientes errados;

Número de procedimentos errados;

Número de cirurgias suspensas por falta de preenchimento dos termos de

consentimentos;

Taxa de adesão ao Check-list de cirurgia segura;

Taxa de mortalidade cirúrgica intra-hospitalar ajustada ao risco.

Os indicadores serão implantados em duas fases permitindo, assim, o perfeito

estabelecimento/implantação e adequação de fluxos.

Todos os indicadores receberão planilha específica para seu preenchimento, bem como

cronograma para envio das informações à Autarquia Hospitalar Municipal.

•Nº de cirurgias em local errado;

•Nº de cirurgias em pacientes errados;

•Nº de cirurgias suspenas por falta do preenchimento dos termos de consentimentos;

•Taxa de adesão ao Check-list de cirurgia segura.

1ª FASE - AGOSTO 2013

•Nº de pacientes que receberam antibioticoprofilaxia no momento adequado;

•Nº de procedimentos errados;

•Taxa de mortalidade cirúrgica intrahospitalar ajustada ao risco

2ª FASE - OUTUBRO 2013

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12 - CRÉDITOS

Equipe técnica participante da elaboração da primeira versão:

Alessandra Yoshida - Médica – H.M. e Maternidade Prof. Mário Degni

Amanda B.M.V.P. Antunes - Enfermeira – H.M. Prof. Dr. Alípio Correa Neto

Ana Paula A. Melo - Enfermeira – H.M. Dr. Ignácio Proença de Gouvêa

Andressa Leone - Enfermeira – H.M. Dr. Alexandre Zaio

Christian E. S. Pelaes - Enfermeiro – H.M. Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha

Claudia Simonia Costa Kimura - Enfermeira – H.M. e Maternidade Prof. Mario Degni

Enio Nery - Enfermeiro – H.M. Dr. Benedito Montenegro

Erondino Rigaud Filho - Enfermeiro – H.M. Dr. José Soares Hungria

Fernanda Braga Zuccolloto - Médica – H.M. Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha

José Filippini - Médico – H.M. Dr. José Soares Hungria

Marcia O. dos Anjos - Enfermeira – H.M. Dr. Arthur Ribeiro de Saboya

Marco Aurélio Altieri - Médico – H.M. Dr. Alexandre Zaio

Miriam Rodrigues de Medeiros - Enfermeira – Departamento de Gestão Hospitalar – AHM

Nair Helena da Silva Prudente - Enfermeira – H.M. Dr. Arthur Ribeiro Saboya

Oswaldo Marcondes dos S. Filho - Enfermeiro – H.M. Tide Setubal

Patricia Paula Araujo Tretin - Enfermeira – H.M. Prof. Waldomiro de Paula

Rodgers de Camargo – Assessor Jurídico

Sirley Aparecida Kotsi - Enfermeira - Hospital Municipal Cármino Caricchio

Sônia Maria Leandrini Ricupero - Médica – H.M. Dr. Benedicto Montenegro

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13 - BIBLIOGRAFIA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO. Rede Brasileira de

Enfermagem e Segurança do Paciente – Polo São Paulo. 10 passos para a segurança do

paciente. São Paulo: COREN, 2010.

FONSECA, AS; PETERLINI FL; CARDOSO, MLAP, et all (organizadores). Enfermagem na

emergência.Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. Identificação de Sítio Cirúrgico (lateralidade) e TIME

OUT. prevenção de Cirurgia e Procedimentos Invasivos em local de intervenção errado

procedimento errado ou paciente errado. Versão eletrônica atualização em Março, 2009.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Ministerial 1.377 de 09 de julho de 2013 que aprova os

Protocolos de Segurança do Paciente.

____________.Portaria Ministerial nº 2616 de 12 de Maio de 1988 que dispõe sobre

diretrizes e normas para prevenção e controle de infecção hospitalar.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Segundo desafio global para a segurança do paciente:

Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / Organização

Mundial da Saúde; tradução de Marcela Sanchez Nilo e Irma Angelica Duran – Rio de Janeiro:

Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agencia Nacional de Vigilância

Sanitária, 2009.

VENDRAMINI RCR, SILVA EA, FERREIRA KASL, POSSARI JF, BAIA WRM. Segurança do paciente

em cirurgia oncológica: experiência do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Rev. Esc.

Enferm. USP. 44(3), 827-32, 2010.

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1 - APRESENTAÇÃO

Objetivando atender ao proposto, esta política é fruto de discussões técnicas, pesquisas

científicas, fundamentos teóricos e observação da prática real para padronizar itens que

promovam a META 5.

Figura 4 – Folder do Ministério da Saúde - 2013

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2 - FINALIDADE

Higienizar as mãos é uma ação para prevenir a transmissão de micro-organismos e controlar a

incidência de infecções nos serviços de saúde visando melhorar a qualidade assistencial. De

acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA a higiene das mãos envolve a

higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação

alcoólica.

3 - OBJETIVOS

Visando a segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos na

assistência ao paciente, a Política Institucional tem por finalidade estabelecer o processo de

higiene das mãos, com o intuito de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência

à saúde (IRAS).

O produto de higienização deve estar próximo ao alcance das mãos sem a necessidade do

profissional se deslocar do ambiente do qual se encontra o paciente.

4 - INDICAÇÃO

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que

mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de

medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado.

4.1. - MATERIAL

Água;

Sabão;

Álcool gel a 70%;

Antisséptico degermante

5 - DEFINIÇÕES

5.1. Higiene simples da mão: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum sob a

forma líquida.

5.2. Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a

agente antisséptico.

5.3. Ficção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação alcoólica

nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou

secagem com papel toalha ou outros equipamentos;

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5.3.1. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma líquida:

preparação contendo álcool, na concentração final entre 60% a 80% destinadas à

aplicação nas mãos para reduzir o número micro-organismos. Recomenda-se que

contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele.

5.3.2. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob as formas gel, espuma e

outras: preparações contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratório in vitro (teste de

suspensão) ou in vivo, destinadas a reduzir o número de micro-organismos.

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o

ressecamento da pele.

5.4. Ponto de Assistência: é o local onde três elementos estejam presentes: o paciente, o

profissional de saúde e a assistência ou tratamento envolvendo o contato com o pacientes ou

suas imediações (ambiente do paciente).

6 - INTERVENÇÃO

As mãos devem ser higienizadas em momentos essenciais e necessários de acordo com o fluxo

de cuidados assistenciais para prevenção de IRAS causadas por transmissão cruzada pelas

mãos.

A ação correta no momento certo é a garantia de cuidado seguro para os pacientes.

Em cada unidade assistencial pertencente à Autarquia Hospitalar Municipal, deverá haver

Instruções de Trabalhos/Protocolos obrigatórios confeccionados pela CCIH/SCIH que

contemplem os processos abaixo descritos:

Antes de tocar no paciente;

Antes de realizar procedimento limpo/asséptico:

o Antes de manusear um dispositivo invasivo, independentemente do uso ou

não de luvas;

o Ao se mover de um sítio anatômico contaminado para outro durante o

atendimento do mesmo paciente.

Após o risco de exposição a fluidos corporais ou excreções:

o Após contato com fluídos corporais ou excretas, membranas mucosas, pele

não íntegra ou curativo;

o Ao se mover de um sítio anatômico contaminado para outro durante o

atendimento do mesmo paciente;

o Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas.

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Após tocar o paciente:

o Antes e depois do conato com o paciente;

o Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas.

Após tocar superfícies próximas ao paciente:

o Após contato com superfícies e objetos inanimados (incluindo equipamentos

para a saúde) nas proximidades do paciente;

o Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas.

7 – RECOMENDAÇÕES

As recomendações formuladas foram baseadas em evidencias descritas nas várias seções das

diretrizes e consensos de especialistas, conforme quadro 1, apresentado abaixo das

recomendações para higiene das mãos.

As indicações para higiene das mãos contemplam:

7.1. – HIGIENIZAR AS MÃOS COM SABONETE LIQUIDO E ÁGUA

7.1.1. – Quando estiverem visivelmente sujas ou manchadas de sangue ou outros fluidos

corporais (IB) ou após uso do banheiro (II);

7.1.2. – Quando a exposição a potenciais patógenos formadores d esporos for fortemente

suspeita ou comprovada, inclusive surtos de C. difficile (IB);

7.1.3. – Em todas as outras situações, nas quais houver impossibilidade de obter preparação

alcoólica (IB).

7.2. – HIGIENIZAR AS MÃOS COM PREPARAÇÃO ALCOÓLICA

7.2.1. - Quando as mãos não estiverem visivelmente sujas (IA), antes e depois de trocar o

paciente e após remover luvas (IB);

7.2.2. – Antes do manuseio de medicação ou preparação de alimentos (IB).

BS: Sabonete líquido e preparação alcoólica para a higiene das mãos não devem ser

utilizados concomitantemente (II).

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Fonte: Anexo 01 – Portaria Ministerial 1.377 de 09/07/2013.

8 – INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS

A melhora na prática de higienização das mãos, de forma bem sucedida e sustentada, é

alcançada por meio de um conjunto de ações para transpor diferentes obstáculos e barreiras

comportamentais.

As estratégias para a Melhoria da Higienização das Mãos são descritas a seguir, sendo

obrigatório considera-las para o desenvolvimento das instruções de Trabalho/POP.

8.1. – MUDANÇA DE SISTEMA

Assegurar que a infraestrutura necessária esteja disponível para permitir a prática correta de

higienização das mãos pelos profissionais de saúde. Isto inclui algumas considerações:

Acesso a sabonete líquido e papel toalha, bem como a um fornecimento contínuo e

seguro de água, de acordo com o disposto na Portaria GM/MS nº 2.914 de 12 de

dezembro de 2011;

Acesso imediato a preparações alcoólicas para a higiene das mãos no ponto de

assistência;

Pias no quantitativo de um para cada dez leitos, preferencialmente com torneira de

acionamento automático em unidades não críticas e obrigatoriamente em unidades

críticas.

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8.2. – EDUCAÇÃO E TREINAMENTO

Fornecer capacitação regular a todos os profissionais de saúde sobre a importância de

higienização das mãos e os procedimentos de higiene das mãos.

8.3. – INDICADORES DE MONITORAMENTO

Monitorar as práticas de higiene das mãos e a infraestrutura, assim como a percepção e

conhecimento sobre o tema entre os profissionais da saúde retroalimentando estes

resultados.

Os indicadores de desempenho, abaixo descritos, são obrigatórios e devem ser informados,

mensalmente, pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar para mensuração da melhoria

da adesão às práticas de higiene das mãos:

a) Consumo de preparação alcoólica para as mãos;

b) Consumo de sabonete.

8.4. – LEMBRETES NO LOCAL DE TRABALHO

Alertar e lembrar os profissionais de saúde sobre a importância da higienização das mãos e

sobre as indicações e procedimentos adequados para realiza-las.

8.5. – CLIMA DE SEGURANÇA INSTITUICIONAL

Criar um ambiente que facilite a sensibilização dos profissionais quanto à segurança do

paciente no qual o aprimoramento da higienização das mãos constitui prioridade máxima em

todos os níveis, incluindo:

A participação ativa em nível institucional e individual;

A consciência da capacidade individual e institucional para mudar e aprimorar (auto

eficácia);

Parcerias com pacientes, acompanhantes e associações de paciente.

8.6. – CUIDADOS ESPECIAIS

8.6.1. CUIDADO COM O USO DE LUVAS

O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos, seu uso por profissionais de

saúde não deve ser adotado indiscriminadamente, devendo ser restrito às indicações a seguir:

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a) Utiliza-las para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos

corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes;

b) Utiliza-las para reduzir a possibilidade de os micro-organismos das mãos do

profissional contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas);

c) Utiliza-la para reduzir a possibilidade de transmissão de micro-organismos de um

paciente para outro nas situações de precaução de contato;

d) Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente;

e) Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal

contaminado para outro, limpo;

f) Trocar de luvas quando estas estiverem danificadas;

g) Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (telefone, maçanetas, portas)

quando estiver com luvas;

h) Higienizar as mãos antes e após o uso de luvas.

8.6.2. CUIDADOS COM A PELE DAS MÃOS

Os aspectos abaixo apontados devem ser levados em consideração para garantir o bom estado da pele das mãos:

a) A fricção das mãos com preparação alcoólica contendo um agente umectante agride menos a pele do à higiene com sabonete liquido e água;

b) As luvas com talco podem causar irritação quando utilizadas simultaneamente com produtos alcoólicos;

c) Uso de cremes de proteção para as mãos ajudam a melhorar a condição da pele, desde que sejam compatíveis com os produtos de higiene das mãos e a luvas utilizadas.

Os seguintes comportamentos devem ser evitados:

a) Utilizar sabonete líquido e água, simultaneamente a produtos alcoólicos;

b) Utilizar água quente para lavar mãos com sabonete líquido e água;

c) Calçar luvas com as mãos molhadas, levando a riscos de causar irritação;

d) Higienizar as mãos além do necessário;

e) Usar luvas fora das recomendações.

Os princípios abaixo devem ser seguidos:

a) Enxaguar abundantemente as mãos para remover resíduos de sabonete líquido e sabonete antisséptico;

b) Friccionar as mãos até completa evaporação da preparação alcoólica;

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c) Secar cuidadosamente as mãos após lavar com sabonete líquido e água;

d) Manter as unhas naturais, limpas e curtas;

e) Não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes;

f) Deixar punhos e dedos livres, sem a presença de adornos como relógios, pulseiras e anéis;

g) Aplicar regularmente um creme protetor para as mãos (uso individual).

9 - PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

Todos os itens abaixo apresentados devem ser contemplados na formulação das Instruções de

Trabalho/Procedimentos Operacionais Padrões das unidades pertencentes à Autarquia

Hospitalar Municipal.

9.1 – HIGIENIZAÇÃO SIMPLES: COM SABONETE LIQUIDO E ÁGUA

Finalidade: Remover os micro-organismos que colonizam as camadas superficiais da pele,

assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando à sujidade propícia a

permanência e à proliferação de micro-organismos.

Duração do procedimento: a higienização simples das mãos deve ter duração mínima de 40 a 60 segundos.

Técnica:

a) Molhe as mãos com água;

b) Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir toda

a superfície das mãos;

c) Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si;

d) Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os

dedos e vice-versa;

e) Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais;

f) Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os

dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice-versa;

g) Esfregue o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando-se de

movimento circular e vice-versa;

h) Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda,

fazendo movimento circular e vice-versa;

i) Enxague bem as mãos com água;

j) Seque as mãos com papel toalha descartáveis;

k) No caso de torneiras de fechamento manual, para fechar sempre utilize o papel

toalha;

l) Agora as suas mãos estão seguras.

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Figura 5 - Como Higienizar as mãos com água e sabonete. Fonte: Anexo 01 – Portaria Ministerial 1.377 de 09/07/2013.

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9.2 – HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA

Finalidade: Promover a remoção de sujidade e da microbiota transitória, reduzindo a

microbiota residente das mãos, com auxilio de um antisséptico.

Duração do procedimento: a higienização antisséptica das mãos deve ter duração mínima de

40 a 60 segundos.

Técnica: A técnica de higienização antisséptica é igual àquela para higienização simples das

mãos, substituindo-se o sabonete liquido comum por um associado a antisséptico, como

antisséptico degermante.

9.3 – FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS COM PREPARAÇÃO ALCÓOLICA

Finalidade: A utilização de preparação alcoólica para higienização das mãos sob as formas gel,

espuma e outras (na concentração final mínima 70%) ou sob a forma liquida (na concentração

final entre 60% e 80%) tem como finalidade reduzir a carga microbiana das mãos e pode

substituir a higienização simples com água e sabonete líquido desde que as mãos não estejam

visivelmente sujas. A fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica não realiza

remoção de sujidade.

Duração do procedimento: a fricção das mãos com preparação alcoólica antisséptica deve ter

duração mínima de 20 a 30 segundos.

Técnica:

a) Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos.

b) Friccione as palmas das mãos entre si;

c) Friccione a palma de mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa;

d) Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados;

e) Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento vai-e-vem e vice-versa;

f) Friccione o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa;

g) Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa;

h) Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras.

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Figura 6 – Como fazer a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica. Fonte: Anexo 01 – Portaria Ministerial 1.377 de 09/07/2013.

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10 - BIBLIOGRAFIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 42 de 25/10/2010 que dispõe sobre a

obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das

mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da União,

Brasilia, DF, 26/10/2010.

________. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 1377 de 09/07/2013 que dispõe sobre

protocolos de segurança do paciente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11/07/2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para implementação: um guia para a implantação

da estratégia multimodal da OMS para a melhoria da higienização das mãos a observadores:

estratégia multimodal da OMA para a melhoria da higienização das mãos. Brasília, Imprensa

Oficial, 2008.

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1 – APRESENTAÇÃO

Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o

aparecimento de alterações de pele. A incidência aumenta proporcionalmente à combinação

de fatores de riscos, dentre eles, idade avançada e restrição ao leito.

A manutenção da integridade da pele dos pacientes restritos ao leito tem por base o

conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples. A maioria das

recomendações para avaliação da pele e as medidas preventivas podem ser utilizadas de

maneira universal, ou seja, tem validade tanto para a prevenção de úlcera por pressão (UPP)

como para quaisquer outras lesões da pele.

Diferentemente de boa parte das alterações de pele, a UPP tem sido alvo de grande

preocupação para os serviços de saúde, pois a sua ocorrência causa impacto tanto para os

pacientes e seus familiares, quanto para o próprio sistema de saúde, com o prolongamento de

internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.

Úlceras por pressão causam dano considerável aos pacientes, dificultando o processo de

recuperação funcional, frequentemente causando dor e levando ao desenvolvimento de

infecções graves, também têm sido associadas a internações prolongadas, sepse e

mortalidade.

2 - FINALIDADE

Promover a prevenção da ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da pele.

3 - OBJETIVOS

Promover ações preventivas dos cuidados se referem à atenção constante:

às alterações da pele;

identificação dos pacientes de alto risco;

manutenção da higiene do paciente e leito;

atenção a mudança de decúbito, aliviando a pressão e massagem de conforto;

orientação ao paciente e família quanto às possibilidades de úlceras por pressão

4 - INDICAÇÃO

As recomendações para a prevenção devem ser aplicadas a todos os indivíduos vulneráveis em

todos os grupos etários. As intervenções devem ser adotadas por todos os profissionais de

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saúde envolvidos no cuidado de pacientes e de pessoas vulneráveis, que estejam em risco de

desenvolver úlceras por pressão e que se encontrem em ambiente hospitalar, em cuidados

continuados, em lares, independentemente de seu diagnóstico ou das necessidades de

cuidados de saúde.

5 - DEFINIÇÕES

5.1. Cisalhamento: deformação que sofre um corpo quando sujeito à ação de forças

constantes.

5.2. Estadiamento da UPP: classificação da UPP, que auxilia na descrição clínica da

profundidade observável de destruição tecidual.

5.3. Úlcera por pressão (UPP): lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente

sobre uma proeminência óssea, resultado da pressão ou da combinação entre pressão e

cisalhamento, causado pela ficção.

6 - INTERVENÇÃO

A maioria dos casos de UPP pode ser evitada por meio da identificação dos pacientes em risco

e da implantação de estratégias de prevenção confiáveis para todos os pacientes identificados

como de risco.

A escala de Braden, obrigatório o uso, é a ferramenta mais amplamente utilizada dentre as

várias disponíveis. Em casos de pacientes pediátricos, deve-se utilizar uma ferramenta

apropriada, como por exemplo, a escala de Braden Q.

7 – PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

No quadro abaixo serão apresentadas as seis etapas essenciais e obrigatórias para a

prevenção de UPP.

7.1 – ETAPA 1: AVALIAÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO NA ADMISSÃO DE TODOS OS

PACIENTES

A avaliação de admissão dos pacientes apresenta dois componentes:

a) Avaliação do risco de desenvolvimento de UPP

b) Avaliação da pele para detectar a existência de UPP ou lesões de pele já instaladas.

A pronta identificação de pacientes em risco para o desenvolvimento de UPP, por meio da

utilização de ferramenta validada, permite a adoção imediata de medidas preventivas. A

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avaliação de risco deve contemplar os seguintes fatores:

mobilidade;

incontinência;

déficit sensitivo;

estado nutricional (incluindo desidratação).

7.2 – ETAPA 2: REAVALIAÇÃO DIÁRIA DE RISCO DE DESENVOLVER UPP DE TODOS PACIENTES INTERNADOS

A complexidade e a gravidade dos pacientes internados resultam na necessidade de reavaliação diária do potencial e do risco de desenvolvimento de UPP. A reavaliação diária permite aos profissionais de saúde ajustar sua estratégia de prevenção conforme as necessidades do paciente. O grau de risco, conforme especificado em várias ferramentas, permite que os profissionais implantem estratégias individualizadas para os pacientes.

a) Avaliação e Reavaliação de Risco

Use uma abordagem estruturada de avaliação de risco para identificar indivíduos em risco de desenvolver UPP contemplando os itens abaixo obrigatoriamente:

Todo paciente deverá ser avaliado sistematicamente na admissão. Essa avaliação deve levar em consideração as fragilidades, vulnerabilidades e fatores de risco para o desenvolvimento de alterações de pele. Devem ser utilizadas escalas preditivas, com elevado grau de confiabilidade e especificidade;

A avaliação do risco para desenvolvimento de UPP deverá ser executada através da Escala de Braden Q para crianças de 1 a 5 anos e Escala de Braden para pacientes com mais de 5 anos;

As escalas de Braden e Braden Q caracterizarão o paciente sem risco, com risco baixo, moderado, alto ou muito alto para desenvolver UPP. A classificação do risco dá-se de maneira inversamente proporcional à pontuação, ou seja, quanto maior o número de pontos, menor é a classificação de risco para a ocorrência dessa lesão;

As escalas preditivas são, entretanto, um parâmetro que deve ser utilizado em associação à avaliação clínica do enfermeiro. Assim, qualquer que seja o escore alcançado na escala, a avaliação clínica deverá ser soberana perante a existência de fatores de risco para UPP e de comorbidades inerentes ao desenvolvimento desta lesão cutânea. Um plano de cuidados específicos para prevenção de alterações cutâneas, portanto, deve ser implementado;

A avaliação e a prescrição de cuidados com a pele é uma atribuição do enfermeiro, sendo que a participação da equipe multiprofissional na prevenção das alterações é fundamental na contribuição para a prescrição e no planejamento dos cuidados com o paciente em risco;

Poderão ser necessários ajustes nutricionais, intervenções para auxiliar a mobilização ou mobilidade dos pacientes, entre outras medidas.

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7.3 – ETAPA 3: INSPEÇÃO DIÁRIA DA PELE

As medidas preventivas para UPP descritas a seguir devem ser instituídas pelo enfermeiro

após a identificação dos fatores preditivos para o risco por meio de cuidados essenciais com a

pele para a manutenção da integridade cutânea.

a) Procedimento:

Examine a pele do paciente cuidadosamente para identificar a existência de UPP

(Nível de Evidência C);

Durante a admissão ou a readmissão, examine a pele do paciente cuidadosamente

para identificar alterações da integridade cutânea e úlceras por pressão existentes.

Para uma apropriada inspeção da pele, deve-se ter especial atenção às áreas

corporais de maior risco para UPP, como as regiões anatômicas sacral, calcâneo,

ísquio, trocanter, occipital, escapular, maleolar e regiões corporais submetidas à

pressão por dispositivos como a presença de cateteres, tubos e drenos;

A realização de diagnóstico diferencial para a distinção entre os tipos de lesões

(úlcera por pressão, úlcera arterial, úlcera venosa, úlcera neuropática e dermatites)

melhora o tratamento e gerenciamento do cuidado;

A inspeção da pele deve ocorrer em intervalos pré-definidos, cuja periodicidade é

proporcional ao risco identificado. É necessário o registro apropriado e pontual das

alterações encontradas.

7.4 – ETAPA 4: MANEJO DA UMIDADE: MANUTENÇÃO DO PACIENTE SECO E COM A

PELE HIDRATADA

Pele úmida é mais vulnerável, propícia ao desenvolvimento de lesões cutâneas, e tende a se

romper mais facilmente. A pele deve ser limpa, sempre que apresentar sujidade e em

intervalos regulares. O processo de limpeza deve incluir a utilização cuidadosa de um agente

de limpeza suave que minimize a irritação e a secura da pele.

Deve-se tomar cuidado para minimizar a exposição cutânea à umidade decorrente de

incontinência, transpiração ou exsudato de feridas. Quando estas fontes de umidade não

puderem ser controladas, a utilização de fraldas e absorventes é recomendada, com o

objetivo de minimizar o contato da pele com a umidade. Agentes tópicos que atuam como

barreiras contra a umidade e hidratam a pele também podem ser utilizados. Os

procedimentos abaixo são medidas preventivas obrigatórias para higiene, hidratação e

manejo da umidade da pele.

a) Higienização e Hidratação da pele

Limpe a pele sempre que estiver suja ou sempre que necessário. É recomendada a

utilização de água morna e sabão neutro para reduzir a irritação e o ressecamento da

pele;

Use hidratantes na pele seca e em áreas ressecadas, principalmente após banho, pelo

menos 1 vez ao dia (nível de evidência B). A pele seca parece ser um fator de risco

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importante e independente no desenvolvimento de úlceras por pressão;

Durante a hidratação da pele, não massagear áreas de proeminências ósseas ou áreas

hiperemiadas. A aplicação de hidratante deve ser realizada com movimentos suaves e

circulares (nível de evidência B);

A massagem está contraindicada na presença de inflamação aguda e onde existe a

possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele frágil. A massagem não

deverá ser recomendada como uma estratégia de prevenção de úlceras por pressão

(nível de evidência B).

b) Manejo da umidade

Proteger a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de produtos de

barreira, de forma a reduzir o risco de lesão por pressão. As propriedades mecânicas

do estrato córneo são alteradas pela presença de umidade, assim como a sua função

de regulação da temperatura (nível de evidência C);

Controlar a umidade através da determinação da causa. Usar absorventes ou fraldas);

Quando possível, oferecer um aparador (comadre ou papagaio) nos horários de

mudança de decúbito.

Observação: Além da incontinência urinária e fecal, a equipe de enfermagem deve ter

atenção a outras fontes de umidade, como extravasamento de drenos sobre a pele, exsudato

de feridas, suor e extravasamento de linfa em pacientes com anasarca que são

potencialmente irritantes para a pele.

7.5 – ETAPA 5: OTIMIZAÇÃO DA NUTRIÇÃO E DA HIDRATAÇÃO

A avaliação de pacientes com possível risco de desenvolvimento de UPP deve incluir a revisão

de fatores nutricionais e de hidratação. Pacientes com déficit nutricional ou desidratação

podem apresentar perda de massa muscular e de peso, tornando os ossos mais salientes e a

deambulação mais difícil.

Edema e menor fluxo sanguíneo cutâneo geralmente acompanham os déficits nutricionais e

hídricos, resultando em lesões isquêmicas que contribuem para as lesões na pele. Pacientes

mal nutridos podem apresentar uma probabilidade duas vezes maior de lesões cutâneas.

Líquidos, proteínas e ingesta calórica são importantes aspectos para a manutenção de um

estado nutricional adequado. Suplementos nutricionais podem ser necessários caso a ingesta

não seja suficiente. É recomendado que nutricionistas sejam consultados nos casos de

pacientes com desnutrição a fim de avaliar e propor intervenções mais apropriadas.

a) Nutrição:

Notificar todos os indivíduos em risco nutricional ou em risco para úlcera por pressão

ao nutricionista a fim de instituir as medidas nutricionais específicas (avaliar a

necessidade calórica, vitamínica, minerais e demais nutrientes) para a prevenção de

UPP;

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Avaliar e comunicar o nutricionista e a equipe médica sobre a presença de sinais

clínicos de desnutrição ou que podem predispor alterações no estado nutricional:

edema, perda de peso, disfagia, inapetência, desidratação, entre outros. Na vigência

de baixa aceitação alimentar (inferior a 60% das necessidades nutricionais num

período de cinco a sete dias), discutir com a equipe a possibilidade de sondagem;

Avaliar junto ao nutricionista e à equipe médica a necessidade de oferecer

suplementos nutricionais, com alto teor protéico, além da dieta habitual, a indivíduos

em risco nutricional e de úlcera por pressão (nível de evidência A);

O nutricionista deverá avaliar a necessidade de instituir as medidas específicas

nutricionais para a prevenção de UPP (vide quadro específico para nutrição).

7.6 – MINIMIZAR A PRESSÃO

A redistribuição da pressão, especialmente sobre as proeminências ósseas, é a preocupação

principal. Pacientes com mobilidade limitada apresentam risco maior de desenvolvimento de

UPP. Todos os esforços devem ser feitos para redistribuir a pressão sobre a pele, seja pelo

reposicionamento a cada 02 (duas) horas ou pela utilização de superfícies de redistribuição de

pressão.

O objetivo do reposicionamento a cada 2 horas é redistribuir a pressão e, consequentemente,

manter a circulação nas áreas do corpo com risco de desenvolvimento de UPP. A literatura

não sugere a frequência com que se deve reposicionar o paciente, mas duas horas em uma

única posição é o máximo de tempo recomendado para pacientes com capacidade

circulatória normal.

O reposicionamento de pacientes de risco alterna ou alivia a pressão sobre áreas suscetíveis,

reduzindo o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão. Travesseiros e coxins são

materiais facilmente disponíveis e que podem ser utilizados para auxiliar a redistribuição da

pressão. Quando utilizados de forma apropriada, podem expandir a superfície que suporta o

peso. Geralmente a pele de pacientes com risco para UPP rompe-se facilmente durante o

reposicionamento, portanto, deve-se tomar cuidado com a fricção durante este

procedimento.

Superfícies de apoio específicas (como colchões, camas e almofadas) redistribuem a pressão

que o corpo do paciente exerce sobre a pele e os tecidos subcutâneos. Se a mobilidade do

paciente está comprometida e a pressão nesta interface não é redistribuída, a pressão pode

prejudicar a circulação, levando ao surgimento da úlcera.

Pacientes cirúrgicos submetidos à anestesia por período prolongado geralmente apresentam

risco aumentado de desenvolvimento de UPP, portanto, todos estes pacientes (no momento

pré, intra e pós-operatório) devem receber avaliação de risco da pele.

Os profissionais de saúde devem implantar estratégias de prevenção, como garantir o

reposicionamento do paciente e sua colocação em superfícies de redistribuição de pressão,

para todos aqueles com risco identificado.

a) Mudança de decúbito ou reposicionamento

A mudança de decúbito deve ser executada para reduzir a duração e a magnitude da

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pressão exercida sobre áreas vulneráveis do corpo (nível de evidência A);

A frequência da mudança de decúbito será influenciada por variáveis relacionadas ao

indivíduo (tolerância tecidual, nível de atividade e mobilidade, condição clínica global,

objetivo do tratamento, condição individual da pele, dor (nível de evidência C) e pelas

superfícies de redistribuição de pressão em uso (nível de evidência A);

Avaliar a pele e o conforto individuais. Se o indivíduo não responde ao regime de

posicionamentos conforme o esperado, reconsiderar a frequência e método dos

posicionamentos (nível de evidência C);

A mudança de decúbito mantém o conforto, a dignidade e a capacitação funcional do

indivíduo (nível de evidência C);

Reposicionar o paciente de tal forma que a pressão seja aliviada ou redistribuída.

Evitar sujeitar a pele à pressão ou forças de torção (cisalhamento). Evitar posicionar o

paciente diretamente sobre sondas, drenos e sobre proeminências ósseas com

hiperemia não reativa. O rubor indica que o organismo ainda não se recuperou da

carga anterior e exige um intervalo maior entre cargas repetidas (nível de evidência

C);

O reposicionamento deve ser feito usando 30º na posição de semi-Fowler e uma

inclinação de 30º para posições laterais (alternadamente lado direito, dorsal e lado

esquerdo), se o paciente tolerar estas posições e a sua condição clínica permitir.

Evitar posturas que aumentem a pressão, tais como o Fowler acima dos 30º, a

posição de deitado de lado a 90º, ou a posição de semi-deitado (nível de evidência C);

Se o paciente estiver sentado na cama, evitar elevar à cabeceira em ângulo superior a

30º, evitando a centralização e o aumento da pressão no sacro e no cóccix (nível de

evidência C);

Quando sentado, se os pés do paciente não chegam ao chão, coloque-os sobre um

banquinho ou apoio para os pés, o que impede que o paciente deslize para fora da

cadeira (nível de evidência C). A altura do apoio para os pés deve ser escolhida de

forma a fletir ligeiramente a bacia para frente, posicionando as coxas numa inclinação

ligeiramente inferior à posição horizontal;

Deve-se restringir o tempo que o indivíduo passa sentado na cadeira sem alívio de

pressão (nível de evidência B). Quando um indivíduo está sentado numa cadeira, o

peso do corpo faz com que as tuberosidades isquiáticas fiquem sujeitas a um

aumento de pressão. Quanto menor a área, maior a pressão que ela recebe.

Consequentemente, sem alívio da pressão, a UPP surgirá muito rapidamente.

b) Medidas preventivas pra fricção e cisalhamento

Elevar a cabeceira da cama até no máximo 30º e evitar pressão direta nos trocanteres

quando em posição lateral, limitando o tempo de cabeceira elevada, pois o corpo do

paciente tende a escorregar, ocasionando fricção e cisalhamento (nível de evidência

C);

A equipe de enfermagem deve usar forro móvel ou dispositivo mecânico de elevação

para mover pacientes acamados durante transferência e mudança de decúbito. Sua

utilização deve ser adequada para evitar o risco de fricção ou forças de cisalhamento.

Deve-se verificar se nada foi esquecido sob o corpo do paciente, para evitar dano

tecidual (nível de evidência C);

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Utilizar quadro de avisos próximo ao leito para estimular o paciente a movimentar-se

na cama, quando necessário;

Avaliar a necessidade do uso de materiais de curativos para proteger proeminências

ósseas, a fim de evitar o desenvolvimento de úlcera por pressão por fricção;

Observação: Apesar da evidência de redução de cisalhamento no posicionamento da

cabeceira até 30º, para os pacientes em ventilação mecânica e traqueostomizados com

ventilação não invasiva, é recomendado decúbito acima de 30º para a prevenção de

Pneumonia Associada à Ventilação – PAV.

c) Uso de colchões e camas na prevenção de UPP

Utilizar colchões de espuma altamente específica em vez de colchões hospitalares

padrão, em todos os indivíduos de risco para desenvolver UPP (nível de evidência A);

A seleção de uma superfície de apoio adequada deve levar em consideração fatores

como o nível individual de mobilidade na cama, o conforto, a necessidade de controle

do microclima, bem como o local e as circunstâncias da prestação de cuidados. Todos

os pacientes classificados como “em risco” deverão estar sob uma superfície de

redistribuição de pressão (nível de evidência C);

Não utilizar colchões ou sobreposições de colchões de células pequenas de

alternância de pressão com o diâmetro inferior a 10 cm (nível de evidência C);

Use uma superfície de apoio ativo (sobreposição ou colchão) para os pacientes com

maior risco de desenvolvimento de úlceras por pressão, quando o reposicionamento

manual frequente não é possível (nível de evidência B);

Sobreposições ativas de alternância de pressão e colchões de redistribuição de

pressão têm uma eficácia semelhante em termos de incidência de úlceras por pressão

(nível de evidência A).

d) Uso de superfícies de apoio para a prevenção de úlcera por pressão nos calcâneos

Os calcâneos devem ser mantidos afastados da superfície da cama (livres de pressão)

(nível de evidência C);

Os dispositivos de prevenção de UPP nos calcâneos devem elevá-los de tal forma que

o peso da perna seja distribuído ao longo da sua parte posterior, sem colocar pressão

sobre o tendão de Aquiles. O joelho deve ter ligeira flexão (nível de evidência C);

Utilizar uma almofada ou travesseiro abaixo das pernas (região dos gêmeos) para

elevar os calcâneos e mantê-los flutuantes (nível de evidência B);

Observação: A hiperextensão do joelho pode causar obstrução da veia poplítea, que pode

predispor a uma Trombose Venosa Profunda – TVP.

e) Uso de superfície de apoio para prevenir úlceras da veia poplítea na posição sentada

Utilizar um assento de redistribuição de pressão para os pacientes com mobilidade

reduzida e que apresentam risco de desenvolvimento de úlceras por pressão quando

estes estiverem sentados em uma cadeira (nível de evidência B). Almofadas de ar e

espuma redistribuem melhor a pressão, já as almofadas de gel e de pele de carneiro

causam maior pressão.

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7.7 – MEDIDAS PREVENTIVAS PARA ÚLCERA POR PRESSÃO CONFORME

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Os fatores de risco identificados na fase de avaliação fornecem informações para o

desenvolvimento do plano de cuidados. Segue as recomendações das medidas preventivas

conforme a classificação do risco:

a) Risco baixo (15 a 18 pontos na escala de Braden).

Cronograma de mudança de decúbito;

Otimização da mobilização;

Proteção do calcanhar;

Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso de superfícies

de redistribuição de pressão.

b) Risco moderado (13 a 14 pontos na escala de Braden).

Continuar as intervenções do risco baixo;

Mudança de decúbito com posicionamento a 30°.

c) Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden).

Continuar as intervenções do risco moderado;

Mudança de decúbito frequente;

Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a 30º.

d) Risco muito alto (≤ 9 pontos na escala de Braden).

Continuar as intervenções do risco alto;

Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de ar, se possível;

Manejo da dor.

8 – INDICADORES DE MONITORAMENTO

São 3 indicadores de processo e um indicador de resultado para a prevenção da UPP

Percentual (%) de pacientes submetidos a avaliação de risco para UPP na admissão; Percentual (%) de pacientes de risco recebendo cuidado preventivo apropriado para

UPP; Percentual (%) de pacientes recebendo avaliação diária para risco de UPP; Incidência de UPP.

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9 – BIBLIOGRAFIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 1377 de 09/07/2013 que dispõe sobre

protocolos de segurança do paciente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11/07/2013.

FONSECA, AS; PETERLINI FL; CARDOSO, MLAP, et all (organizadores). Enfermagem na

emergência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

10 – ANEXOS

Quadro 2 – ESTADIAMENTO DE ULCERAS POR PRESSÃO - UPP

ESTÁGIO I –

ERITEMA NÃO

BRANQUEÁVEL

Pele intacta, com rubor não branqueável, numa área localizada,

normalmente sobre uma proeminência óssea.

O estágio I pode ser difícil de identificar em indivíduos com tons de pele

escuros, visto que nestes o branqueamento pode não ser visível, a sua cor,

porém, pode ser diferente da pele ao redor. A área pode estar dolorida,

endurecida, mole, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido

adjacente. Este estágio pode ser indicativo de pessoas “em risco”.

ESTÁGIO II –

PERDA PARCIAL

DA ESPESSURA

DA PELE

Perda parcial da espessura da derme, que se apresenta como uma ferida

superficial (rasa) com leito vermelho – rosa sem esfacelo. Pode também se

apresentar como flictena fechada ou aberta, preenchida por líquido seroso

ou sero-hemático. Apresenta-se ainda, como uma úlcera brilhante ou seca,

sem crosta ou equimose (um indicador de lesão profunda).

As características deste estágio não devem ser confundidas com fissuras de

pele, queimaduras por abrasão, dermatite associada à incontinência,

maceração ou escoriações.

ESTÁGIO III – PERDA TOTAL

DA ESPESSURA DA PELE

Perda total da espessura tecidual. Neste caso, o tecido adiposo subcutâneo

pode ser visível, mas não estão expostos os ossos, tendões ou músculos.

Pode estar presente algum tecido desvitalizado (fibrina úmida), mas este

não oculta a profundidade da perda tecidual. Pode incluir lesão cavitária e

encapsulamento.

A profundidade de uma úlcera de estágio III varia de acordo com a

localização anatômica. A asa do nariz, orelhas, região occipital e maléolos

não têm tecido subcutâneo (adiposo) e uma úlcera de estágio III pode ser

superficial.

Em contrapartida, em zonas com tecido adiposo abundante podem desenvolver-se úlceras por pressão de estágio III extremamente profundas. O osso e o tendão não são visíveis ou diretamente palpáveis.

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ESTÁGIO IV – PERDA TOTAL

DA ESPESSURA DOS TECIDOS

Perda total da espessura dos tecidos com exposição dos ossos, tendões ou

músculos. Neste caso, o tecido desvitalizado (fibrina úmida) e/ou tecido

necrótico podem estar presentes.

A profundidade de uma úlcera por pressão de estágio IV varia com a

localização anatômica. Frequentemente são cavitadas e fistulizadas. A asa

do nariz, orelhas, região occipital e maléolos não têm tecido subcutâneo

(adiposo) e estas úlceras podem ser superficiais.

Uma úlcera de estágio IV pode atingir o músculo e/ou estruturas de

suporte (i.e. fáscia, tendão ou cápsula articular), tornando a osteomielite e

a osteíte prováveis de acontecer. Existe osso ou músculo visível ou

diretamente palpável.

OUTROS ESTÁGIOS

Inclassificáveis/Não graduáveis: Perda total da espessura da pele ou de

tecidos – profundidade indeterminada

Perda total da espessura dos tecidos, na qual a profundidade atual da

úlcera está bloqueada pela presença de tecido necrótico (amarelo,

acastanhado, cinzento, verde ou castanho) e/ou escara (tecido necrótico

amarelo escuro, castanho ou preto) no leito da ferida.

Até que seja removido tecido necrótico suficiente para expor a base da

ferida, a verdadeira profundidade não pode ser determinada; é no entanto

uma úlcera de estágio III ou IV.

Obs. Uma escara estável (seca, aderente, intacta e sem eritema ou

flutuação) nos calcâneos, serve como penso biológico natural e não deve

ser removida

SUSPEITA DE LESÕES NOS

TECIDOS PROFUNDOS

Área vermelha escura ou púrpura localizada em pele intacta e descorada

ou flictena preenchida com sangue, provocadas por danos no tecido mole

subjacente pela pressão e/ou forças de torção. A área pode estar rodeada

por tecido mais doloroso, firme, mole, úmido, quente ou frio

comparativamente ao tecido adjacente.

A lesão dos tecidos profundos pode ser difícil de identificar em indivíduos

com tons de pele escuros. A evolução pode incluir uma flictena de

espessura fina sobre o leito de uma ferida escura.

A ferida pode evoluir adicionalmente ficando coberta por uma fina camada

de tecido necrótico (escara). A sua evolução pode ser rápida expondo

outras camadas de tecido adicionais mesmo com o tratamento adequado.

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Revisão: Julho de 2013

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Tabela 1 – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DAS RECOMENDAÇÕES

Fonte: Portaria Ministerial nº1.377 de 09/07/2013.

Tabela 2 – ESCALA DE FORÇA DE EVIDÊNCIA PARA CADA RECOMENDAÇÃO

Fonte: Portaria Ministerial nº1.377 de 09/07/2013.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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Tabela3 – CLASSIFICAÇÃO DE NÍVEL DE EVIDÊNCIAS POR CADA RECOMENDAÇÃO

Fonte: Portaria Ministerial nº1.377 de 09/07/2013.

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1 - APRESENTAÇÃO

Erros de identificação do paciente podem ocorrer, desde a admissão até a alta do serviço, em

todas as fases do diagnóstico e do tratamento. Estado de consciência do paciente, mudanças

de leito, setor ou profissional dentro da instituição e outras circunstâncias no ambiente podem

levar à identificação incorreta.

Muitas instituições fazem uso das pulseiras para identificar seus pacientes. Em pesquisa

relacionada à aceitabilidade dos pacientes com relação a esta prática, foi demonstrado que a

maior parte dos pacientes era favorável e que considerava importante a necessidade de

utilização de algum método de identificação pelos hospitais, principalmente após explicação

sobre as consequências de uma identificação incorreta4. Segundo os autores, cerca de 84%

dos pacientes consideravam que o hospital deveria utilizar as pulseiras e 90% afirmaram que

concordariam em utilizá-las.

2 - FINALIDADE

Favorecer a cultura de identificação correta do paciente estabelecendo a importância do

processo pelo qual se assegura ao paciente que a ele é destinado determinado tipo de

procedimento ou tratamento, prevenindo a ocorrência de erros e enganos que o possam lesar.

3 - OBJETIVOS

Identificar os pacientes criando uma cultura de alerta e gerenciamento de risco, melhorando a

comunicação efetiva entre as equipes multiprofissionais alertando a todos os profissionais que

atuam no atendimento ao paciente, para prevenção de danos.

4 - INDICAÇÃO

O protocolo deverá ser aplicado em todos os ambientes de prestação do cuidado de saúde

(por exemplo, unidades de internação, ambulatório, salas de emergência, centro cirúrgico).

5 - DEFINIÇÕES

5.1. Segurança do Paciente: redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário

associado ao cuidado de saúde.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

Revisão: Julho de 2013

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5.2. Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito deletério

dele oriundo, incluindo doenças, dano ou lesão, sofrimento, incapacidade ou disfunção e

morte. Pode, assim, ser físico, social ou psicológico.

5.3. Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano

desnecessário ao paciente.

5.4. Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente.

6 - INTERVENÇÃO

Caberá a instituição a definição do momento e delegar a responsabilidade do profissional

encarregado pela ação de identificar o paciente.

Identificar os pacientes: Com a finalidade de garantir a segurança do paciente e para que

todos sejam identificados corretamente, é necessário usar pelo menos dois identificadores em

pulseira branca padronizada, colocada em membro do paciente para que a checagem dos

dados seja feitas antes do procedimento.

Educar paciente e familiar: Envolver neste processo paciente e família, explicando o motivo da

obrigatoriedade da conferência dos dois identificadores a cada procedimento.

Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado: antes começar a prestar o cuidado

ao paciente, confirmar os dois identificadores; nestes cuidados estão incluso administração de

medicação, de sangue e hemoderivados, da coleta de material biológico para exames, na

entrega da dieta e na hora de realizar qualquer procedimento invasivo.

7 – PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

7.1 – IDENTIFICAR O PACIENTE

A identificação do paciente deve ser realizada no momento da sua admissão no serviço

através de uma pulseira branca, essa informação deve permanecer durante toda a

permanência no serviço de saúde. As pulseiras dos recém nascidos necessitam de cuidados

adicionais. A pulseira deve conter o nome da mão e n° do prontuário do recém nascido e

outras informações padronizadas pelo serviço de saúde.

A instituição deve definir O membro preferencial para a colocação de pulseiras como

dispositivo de identificação;

Para RNs deve ser colocada duas pulseiras (membro superior e inferior)

contralateriais;

Deverá ser promovido um rodízio dos membros, de acordo com as necessidades dos

pacientes, tais como:

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

Revisão: Julho de 2013

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*edemas;

*amputações;

*presença de dispositivos vasculares;

*entre outros.

Utilizar no mínimo dois identificadores como:

*nome completo do paciente – obrigatório;

*nome completo da mãe do paciente,

*data de nascimento do paciente

*número de prontuário do paciente.

Nos casos em que a identidade do paciente não está disponível na admissão e quando

não houver a informação do nome completo, poderão ser utilizados o número do

prontuário e as características físicas mais relevantes do paciente, incluindo sexo e

raça;

O serviço deve definir o que deve acontecer se a pulseira de identificação cair, ou for

removida ou se tornar ilegível;

O registro dos identificadores do paciente podem ser impressos diretamente do

computador do hospital ou podem ser manuscritos;

Independentemente do método adotado para produzir os identificadores, a

informação deve: ser fácil de ler, mesmo se a pulseira de identificação for exposta à

água, sabão e detergentes, géis, sprays, produtos de limpeza a base de álcool, sangue

e outros líquidos corporais, e qualquer outro líquido ou preparação; e não se

desgastar durante a estada do paciente no hospital;

A inserção de dados manuscritos na pulseira de identificação deve garantir a

durabilidade da informação;

Os serviços de saúde devem desenvolver, implementar e revisar regularmente

processos que facilitem a correta identificação dos pacientes na passagem de caso

entre as equipes de saúde, na transferência e na alta do paciente.

7.2 – TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES

Quando for realizada transferência para outro serviço de saúde, um identificador adicional do

paciente pode ser o endereço, para refinar a exatidão da identificação, devido a não

transferência do número do prontuário entre os serviços de saúde.

O mesmo deve ocorrer quando a transferência for entre o serviço de ambulância e

um serviço de saúde;

Quando o paciente for morador de rua, de asilo, desabrigado, proveniente de

catástrofes, de localidades na periferia e interior, onde não há número de casa ou rua

para ser referenciado, o serviço de saúde determinará o identificador adicional;

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

Revisão: Julho de 2013

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Quando a transferência for entre o serviço de ambulância e um serviço de saúde e

nenhum dos identificadores do paciente estiver disponível, o máximo possível de

detalhes deve ser registrado, como:

*o local de onde a pessoa foi resgatada e o horário,

*o número de registro do atendimento do serviço de ambulância,

*a descrição física da pessoa.

Essas informações devem ser registradas em todos os documentos importantes e

constar prontuário;

IMPORTANTE: O número do quarto/enfermaria/leito do paciente não pode ser usado como

um identificador, em função do risco de trocas no decorrer da estada do paciente no serviço.

7.3 – CONFIRMAR A IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE ANTES DO CUIDADO

A confirmação da identificação do paciente será realizada antes de qualquer cuidado

que inclui:

*a administração de medicamentos;

*administração do sangue;

*administração de hemoderivados;

*a coleta de material para exame;

*a entrega da dieta;

*a realização de procedimentos invasivos.

O profissional responsável pelo cuidado deverá perguntar o nome ao

paciente/familiar e conferir as informações contidas na pulseira do paciente com o

cuidado prescrito, ou com a rotulagem do material que será utilizado;

A identificação do sangue e dos hemoderivados deve seguir a legislação específica;

A confirmação da informação contida na pulseira do recém-nascido e na pulseira da

mãe deve ocorrer em todo o momento que o recém-nascido for entregue à mãe ou

responsável legal (em caso de impossibilidade da mãe);

Caso a mãe não esteja internada, deverá ser solicitado documento que comprove o

nome da mãe e deverá ser realizada a confirmação com os dados existentes na

pulseira do recém-nascido;

Mesmo que o profissional de saúde conheça o paciente, deverá verificar os detalhes

de sua identificação para garantir que o paciente correto receba o cuidado correto;

A verificação da identidade do paciente não deve ocorrer apenas no início de um

episódio de cuidado, mas deve continuar a cada intervenção realizada no paciente ao

longo de sua permanência no hospital, a fim de manter a sua segurança;

PEÇA ao paciente que declare (e, quando possível, soletre) seu nome completo e data

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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de nascimento;

SEMPRE verifique essas informações na pulseira de identificação do paciente, que

deve dizer exatamente o mesmo. Checar se a impressão ou registro encontra-se

legível;

Lembrar que deve constar o nome completo do paciente, sem abreviaturas;

NUNCA pergunte ao paciente “você é o Sr. Silva?” porque o paciente pode não

compreender e concordar por engano;

NUNCA suponha que o paciente está no leito correto ou que a etiqueta com o nome

acima do leito está correta.

8 – INDICADORES DE MONITORAMENTO

Mecanismos de monitoramento e auditorias rotineiras devem ser realizados nas instituições

para verificar o cumprimento deste protocolo e garantir a correta identificação de todos os

pacientes em todos os cuidados prestados.

Número de eventos adversos devido a falhas na identificação do paciente.

Proporção de pacientes com pulseiras padronizadas entre os pacientes internados.

9 – BIBLIOGRAFIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 1377 de 09/07/2013 que dispõe sobre

protocolos de segurança do paciente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11/07/2013.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. 10 passos para a segurança do

paciente. São Paulo: Coren, 2010.

FONSECA, AS; PETERLINI FL; CARDOSO, MLAP, et all (organizadores). Enfermagem na

emergência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

MIAKE, IM; HEMPEL, S; GANZ, DA; SHEKELLI, PG. Inpatient fall prevention programs a Patient

Safety Strategy: a systematic review. Ann Intern Med; 158: 390-6, 2013.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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1 - APRESENTAÇÃO

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao

organismo, uma hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico.

Muitas reações alérgicas são brandas, enquanto outras podem ser graves e podem colocar a

vida do cliente em risco. A forma mais grave é o choque anafilático.

2 - FINALIDADE

Realizar uma prevenção em relação ao risco de alergia, sinalizando qual o paciente que pode

apresentar este risco.

3 - OBJETIVOS

Sinalizar visivelmente os pacientes que possuem riscos de alergia criando uma cultura de

alerta e gerenciamento de risco, melhorando a comunicação efetiva entre as equipes

multiprofissionais alertando a todos os profissionais que atuam no atendimento ao paciente,

para prevenção de danos.

Identificar antecipadamente reações alérgicas a: substâncias, alimentos, medicamentos ou

materiais para evitar reações como: coceira, urticária, inchaço, espasmos musculares e outros;

Garantir um cuidado seguro e livre de eventos alérgicos;

4 - INDICAÇÃO

As recomendações para sinalização de alergia devem ser aplicadas a todos os indivíduos

vulneráveis em todos os grupos etários. As medidas preventivas devem ser adotadas por todos

dos profissionais enfermeiros no momento da admissão do paciente na unidade.

5 - INTERVENÇÃO

A maioria das reações alérgicas pode ser prevenida, evitando expor o paciente aos fatores

desencadeantes. Aliás, nenhum tratamento para alergia será totalmente eficaz se não for

interrompido o contato com os agentes que desencadeiam a reação.

Em cada unidade assistencial pertencente à Autarquia Hospitalar Municipal, deverá haver

Instruções de Trabalhos/Protocolos obrigatórios que contenham os itens apresentados nos

procedimentos operacionais.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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6 – PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

No quadro abaixo serão apresentadas as etapas essenciais e obrigatórias para a prevenção de

sinalização de alergia no paciente.

6.1 – COMO EVITAR A OCORRÊNCIA DO EVENTO ADVERSO DE ALERGIA

É de competência do enfermeiro no momento da admissão do paciente, na realização da

entrevista de enfermagem, a efetivação da sinalização de alergia.

Nas Instruções de Trabalhos locais devem conter os itens abaixo apresentados:

Identificar o cliente com pulseira na cor vermelha caso seja positivo a informação de

alergia;

Registrar no prontuário;

Identificar pulseira vermelha com letra legível, qual medicação ou a que produto ou

alimento este cliente é alérgico;

Manter comunicação positiva com cliente, ficar atentos ao que ele refere;

Antes da administração de qualquer medicação sempre confirmar o risco de alergia

com o cliente;

Em caso de duvidas ou sugestões procure a Gerencia de Enfermagem ou a

Coordenação de Qualidade de sua unidade.

A PULSEIRA VERMELHA DEVE SER INSERIDA NO MESMO BRAÇO ONDE CONSTA A PULSEIRA

DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE (BRANCA).

O uso da pulseira vermelha não substitui à branca (identificação obrigatória do paciente).

Fique atento aos sintomas:

Espirros em salva (vários espirros seguidos);

Nariz obstruído, com respiração pela boca;

Coriza (secreção nasal aquosa e fluida);

Tosse repetitiva;

Prurido (comichão) nos olhos, nariz, garganta e em qualquer parte do corpo;

Erupções cutâneas;

Urticárias;

Edema (inchaço) nos lábios ou nas pálpebras;

Conjuntivite, faringite, sinusite e otite alérgicas;

Dispnéia(falta de ar);

Vômito;

Diarréia;

Cólicas abdominais;

Rubor ou vermelhidão no rosto.

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Observações:

Deve ser apresentados ao paciente todos os processos interligados a identificação de sua

alergia, e caso o mesmo recuse o uso da pulseira, o termo de recusa deve ser preenchido.

Este procedimento não desobriga a sinalização da alergia por parte do enfermeiro.

7 – INDICADORES MONITORAMENTO

Os indicadores deste processo serão:

Percentual (%) de pacientes sinalizados;

Taxa de recusa do uso de pulseiras.

8 – BIBLIOGRAFIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 1377 de 09/07/2013 que dispõe sobre

protocolos de segurança do paciente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11/07/2013.

FONSECA, AS; PETERLINI FL; CARDOSO, MLAP, et all (organizadores). Enfermagem na

emergência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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1 - APRESENTAÇÃO

A ocorrência de quedas é comum entre pacientes internados. Vários estudos mostram que os

programas multifacetados de prevenção de quedas entre pacientes internados reduzem o

risco relativo de quedas em até 30%.

É importante salientar que não foi identificado um conjunto ideal de componentes, todavia

dentre as ações mais utilizadas e apontadas pelos estudos estão o maior uso da contenção

física e de medicamentos sedativos e um menor esforço para mobilizar os pacientes.

O conjunto ideal de elementos que compõem as intervenções ainda não foi estabelecido

apesar de inúmeros estudos e discussões; no entanto, entre os componentes mais usuais

estão:

a avaliação de risco dos pacientes;

a educação de pacientes e profissionais;

o uso de sinalização à beira do leito e de pulseiras de alerta;

o aconselhamento sobre calçados;

a programação e supervisão do uso do banheiro;

2 - FINALIDADE

Realizar uma prevenção em relação ao risco de queda, sinalizando qual o paciente que pode

apresentar este risco.

Sinalizar visivelmente os pacientes que possuem riscos de queda criando uma cultura de alerta

e gerenciamento de risco, melhorando a comunicação efetiva entre as equipes

multiprofissionais alertando a todos os profissionais que atuam no atendimento ao paciente,

para prevenção de danos.

3 - OBJETIVOS

Reduzir a ocorrência de queda de pacientes hospitalizados e o dano dela decorrente, através

da implementação de medidas que contemplem a avaliação de risco do paciente; garantam o

cuidado multiprofissional e um ambiente seguro, promovendo a educação do paciente,

familiares e profissionais. Essas medidas devem resguardar a dignidade do paciente.

4 - INDICAÇÃO

As recomendações desta política aplicam-se ao hospital e incluem todos os pacientes que

recebem cuidado neste serviço, abrangendo todo o período de permanência do paciente em

todos os ambientes do hospital. As medidas preventivas devem ser adotadas por todos dos

profissionais enfermeiros no momento da admissão do paciente na unidade.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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5 - DEFINIÇÃO

5.1. Queda: Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial,

provocado por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano. Considera-se queda

quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de

amparo, ainda que não chegue ao chão. A queda pode ocorrer da própria altura, da

maca/cama ou de assentos (cadeira de rodas, poltronas, cadeiras, cadeira higiênica, banheira,

trocador de fraldas, bebê conforto, berço etc.), incluindo vaso sanitário.

5.2. Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito deletério

dele oriundo, incluindo-se doenças, dano ou lesão, sofrimento, incapacidade ou disfunção e

morte. Pode, assim, ser físico, social ou psicológico.

5.3. Fatores contribuintes: circunstâncias, ações ou influências que desempenham um papel na

origem ou no desenvolvimento de um incidente ou no aumento do risco de incidente.

6 - INTERVENÇÃO

A avaliação do risco de queda deve ser feita no momento de admissão do paciente com o

emprego de uma escala adequada ao perfil de pacientes da instituição. Esta avaliação deve ser

repetida diariamente até a alta do paciente pelo enfermeiro.

Em cada unidade assistencial pertencente à Autarquia Hospitalar Municipal, deverá haver

Instruções de Trabalhos/Protocolos obrigatórios que contenham os itens apresentados nos

procedimentos operacionais.

7 – PROCEDIMENTO OPERACIONAL OBRIGATÓRIO

No quadro abaixo serão apresentadas as etapas essenciais e obrigatórias para a prevenção de

sinalização de alergia no paciente.

6.1 – FATORES PREDISPONENTES ESPECÍFICOS QUE AUMENTAM O RISCO DE QUEDA

Na avaliação de risco também se deve avaliar a presença de fatores que podem contribuir

para o agravamento do dano em caso de queda, especialmente risco aumentado de fratura e

sangramento.

Nas Instruções de Trabalhos locais devem conter os itens abaixo apresentados:

Crianças < que 5 anos e idosos > 65 anos;

Declínio cognitivo, depressão e ansiedade;

Condições de saúde e presença de doenças crônicas;

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Dificuldade no desenvolvimento das atividades diárias:

*deformidades em membros inferiores;

*fraqueza muscular;

*dispositivos que auxiliam na marcha.

Comprometimento da visão, audição ou tato;

Marcha alterada;

Uso de medicamentos:

*benzodiazepínicos;

*antiarrítmicos;

*anti-histaminicos;

*antipsicóticos;

*antidepressivos;

*digoxina;

*diuréticos;

*laxativos;

*relaxantes musculares;

*vasodilatadores;

*hipoglicemiantes orais;

*insulina;

*uso de 4 ou mais medicações.

Obesidade mórbida;

Histórico de quedas.

7.2 – PERFIL DE PACIENTES COM ALTO RISCO DE QUEDA

Pacientes que são independentes, que realiza suas atividades sozinhas, sem ajuda de

terceiros, mas possuem pelo menos 1 fator de risco;

Paciente dependente de ajuda, que anda com auxilio ou se locomove em cadeiras de

rodas;

Pacientes que estão em macas aguardando transferência ou realização de exames.

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7.3 – PERFIL DE PACIENTES COM BAIXO RISCO DE QUEDA

Paciente acamado e restrito no leito;

Individuo independente e sem nenhum fator de risco.

7.4 – AÇÕES PREVENTIVAS COLETIVAS

É obrigatório que os serviços de saúde adotem medidas universais para a prevenção de

quedas de todos os pacientes, independente do risco. Essas medidas incluem criação de um

ambiente seguro, conforme legislação vigente, por exemplo: pisos antiderrapantes, mobiliário

e iluminação adequados, corredores livres de entulhos, o uso de vestuário calçados

adequados à movimentação segura dos pacientes.

Para os pacientes pediátricos, deve-se observar a adequação das acomodações e do

mobiliário à faixa etária, além da oferta de todas as instruções necessárias aos

acompanhantes.

Ambiente de cuidado seguro conforme legislação vigente;

Envolver paciente e familiar neste processo, com ações educativas sobre prevenção e

os danos que a queda pode causar. Essas ações devem ser realizadas na admissão e

durante toda a permanência do paciente no hospital;

Distribuir material educativo.

7.5 – AÇÕES PREVENTIVAS INDIVIDUAIS

Todos os pacientes internados devem ter o seu risco de queda avaliado diariamente;

O resultado da avaliação do risco de queda e de dano da queda do paciente deve ser

registrado no prontuário;

O hospital deve estabelecer uma equipe multiprofissional que será responsável por

definir as ações de caráter preventivo para pacientes com risco de queda;

Na presença ou no surgimento de risco de queda, este deve ser comunicado aos

pacientes e familiares e a toda equipe de cuidado. Por exemplo, pacientes em

anticoagulação que começam a receber sedativos têm seu risco de queda

aumentado;

O hospital deve ter mecanismos de supervisão dos pacientes em uso de sedativos e

hipnóticos, tranquilizantes, diurético, anti-hipertensivo e antiparkinsoniano;

Processos devem ser estabelecidos para assegurar a comunicação efetiva entre

profissionais e serviços sobre o risco de queda e risco de dano da queda nas

passagens de plantão;

Deve-se fazer a reavaliação dos pacientes em caso de transferência de setor,

mudança do quadro clínico, episódio de queda durante a internação ou na

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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identificação de outro fator predisponente;

Medidas preventivas adequadas a cada paciente devem ser prescritas e

implementadas;

É necessário individualizar as medidas, visto que os fatores contribuintes podem ser

diferentes de acordo com o paciente;

No caso da ocorrência de queda, esta deve ser notificada e o paciente avaliado e

atendido imediatamente para mitigação dos possíveis danos.

7.6 – AÇÕES DIÁRIAS

Avaliação inicial do risco de queda do paciente (pacientes internados, pacientes no

serviço de emergência e pacientes externos);

Identificação do profissional responsável pela definição das medidas específicas de

prevenção de queda;

Orientação do paciente e dos familiares sobre as medidas preventivas individuais,

sendo sugerida a entrega de material educativo específico;

Colocação de sinalização visual para identificação de risco de queda, a fim de alertar

toda equipe de cuidado (pulseiras amarelas);

Implementação dos procedimentos específicos para a prevenção de queda nos

pacientes com risco;

Definição da supervisão periódica no caso de pacientes em uso de medicação que

aumente o risco queda;

Anotação no prontuário do paciente de todos os procedimentos realizados;

Adoção de processos para garantir o atendimento imediato ao paciente sempre que

este solicitar ou necessitar;

Avaliação e tratamento dos pacientes que sofreram queda e investigação do evento.

8 – INDICADORES MONITORAMENTO

Os indicadores deste processo serão:

Proporção de pacientes com avaliação de risco de queda realizada na admissão;

Número de quedas com dano;

Número de quedas sem dano;

Índice de quedas.

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Autarquia Hospitalar Municipal - Política Institucional SEGURANÇA DO PACIENTE

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9 – BIBLIOGRAFIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 1377 de 09/07/2013 que dispõe sobre

protocolos de segurança do paciente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11/07/2013.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. 10 passos para a segurança do

paciente. São Paulo: Coren, 2010.

FONSECA, AS; PETERLINI FL; CARDOSO, MLAP, et all (organizadores). Enfermagem na

emergência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

MIAKE, IM; HEMPEL, S; GANZ, DA; SHEKELLI, PG. Inpatient fall prevention programs a Patient

Safety Strategy: a systematic review. Ann Intern Med; 158: 390-6, 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Conceptual framework for the international

classification of patient safety – final technical report, 2009.