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MANUAL DO CHEQUE dias, quando emitido em outro lugar do país, ou no exterior. ( fora da praça) O ato de apresentação do cheque é de suma importância para a MANUAL DO CHEQUE 5

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MANUAL DO CHEQUE 1

MANUAL DO CHEQUE

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Í N D I C E

CHEQUE –Conceito de cheque, apresentação e prescrição..........................................................03ESPÉCIES DE CHEQUES –Cheque nominal, cheque pós-datado, cheque cruzado, cheque turismo, cheque postal,cheque administrativo.......................................................................................04/06DEVOLUÇÃO DE CHEQUES..............................................................................06/08VENDA VAREJO– Venda através de cheque pós-datado............................................ 09PLANILHA DE ACORDO- Acordo de pagamento através de cheques............................10PLANILHA DE VENDA ATRAVÉS DE CHEQUE..........................................................11MANUAL DO CHEQUE..................................................................................... 12/14ENCERRAMENTO DE CONTA......................... .................................................14/15ABERTURA DE CONTA.....................................................................................15/16DEVOLUÇÃO DE CHEQUES....................................................................................17MERCADO X BANCOS................. ..............................................................17/18/19LEI DO CHEQUE – 7.357/85EMISSÃO E FORMA DO CHEQUE......................................................................20/23DA TRANSMISSÃO......................................................................................... 23/26DO AVAL NO CHEQUE.......................................................................................... 26DA PRESENTAÇÃO E DO PAGAMENTO.............................................................26/28CHEQUE CRUZADO...............................................................................................29DO CHEQUE PARA SER CREDITADO EM CONTA.....................................................30DA AÇÃO POR FALTA DE PAGAMENTO........ ....................................................30/34DA PLURALIDADE DE EXEMPLARES................... ..................................................35DAS ALTERAÇÕES............................................................................................... .35PRESCRIÇÃO........................................................................................................36CONFLITOS DE LEIS EM MATÉRIA DE CHEQUES............. ................................37/37Lei 8021/90.................................................................................................. -38/42LEI RELATIVA A PROTESTOS...........................................................................43/58AÇÃO MONITÓRIA...........................................................................................59/62

O CHEQUE:

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A história do cheque, assim como a própria origem da palavra cheque écontroversa. Entre várias hipóteses, as mais prováveis são as seguintes:- O cheque teria sido inventado pelos romanos, aproximadamente em 352a.C.- Entre 1118 e 1307, a Ordem dos Templários teria criado um sistema decheques peregrinos.- O cheque teria sido inventado na Idade Média, quando os senhores feudaisdepositavam seu ouro nas oficinas dos ourives, único lugar consideradoseguro na época.A origem do nome cheque também gera polêmica. Por um lado, os inglesespensam que a palavra cheque teve origem na palavra francesa echequier,que quer dizer “tabuleiro de xadrez”. Isso por que, segundo os ingleses, asmesas utilizadas nos bancos eram como um tabuleiro de xadrez.Em contrapartida, os franceses sustentam a idéia que a palavra cheque temorigem no inglês to check, que significa "conferir, verificar".O que se sabe de fato, é que por volta de 1500, em Amsterdã, Holanda, jáera costume depositar o dinheiro em cashiers (caixas), por motivo desegurança. Esses cashiers, após algum tempo, passaram a realizaroperações como depósitos e cancelamento de débitos apenas com ordensescritas (cheques) de seus clientes.Com o aumento do comércio por toda a Europa, e o conseqüente nascimentodo sistema capitalista, surgiu a necessidade de novos documentos, pois ospapéis (ou cédulas) tornaram-se insuficientes para o comércio de bens quese estabelecia. Esses documentos foram chamados de letras de câmbio. Oprimeiro banco que aceitou as letras de câmbio foi o banco dos Médici, emFlorença, sendo que em seguida, outros bancos aderiram à utilização dessesistema.Em 1605, o banco da Inglaterra passou a emitir blocos em branco a seusclientes, de acordo com o quanto guardavam em ouro no estabelecimento.Esses blocos em branco, a serem preenchidos pelo cliente com o valor daretirada que desejavam fazer, eram muito parecidos com os talões decheque como os conhecemos atualmente, inclusive com um canhoto, ondeos clientes faziam suas anotações.As primeiras Leis que atuaram sobre o cheque foram criadas em 1865, naFrança. Embora tenha sido na Inglaterra a expansão mais rápida dautilização dos cheques, a legislação só foi criada em 1882.No Brasil, o cheque, ainda com o nome de cautela, surgiu em 1845, quandofoi fundado o banco Comercial da Bahia. Em 1893, a palavra cheque foicitada pela primeira vez em uma Lei brasileira.

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C H E Q U E

LEI 7.357/85

CONCEITO DE CHEQUE:

Cheque é o título revestido de determinadas formalidades legaiscontendo uma ordem de pagamento á vista em favor próprio oude terceiros.Art. 32 da lei 7.357/85, “O cheque é pagável à vista. Considera-se não escrita qualquer menção em contrário”.

APRESENTAÇÃO:

Todo beneficiário de um cheque tem um prazo para apresentá-loao banco (sacado) , para o respectivo resgate. A Lei 7.357/85,em seu art. 33 estabelece os seguintes prazos paraapresentação:

Trinta dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago;( dentro da praça)

Sessenta dias, quando emitido em outro lugar do país, ou noexterior.

( fora da praça)

O ato de apresentação do cheque é de suma importância para a

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sua eficácia executiva, em se tratando de ação contra osendossantes e seus respectivos avalistas.

PRESCRIÇÃO:

A Lei 7.357/85, em seu artigo 59 assegura o seguinte:“Prescreve em 6 (seis) meses contados da expiração do prazo deapresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura aoportador.”Nota: O art. 47 assegura ao beneficiário a execução do cheque, aser processada na forma prevista no Livro II, Titulo I, do Códigode processo Civil – Da execução em geral).Devemos ressaltar entretanto, que prescrita a ação executiva, oportador terá assegurado a cobrança pela via ordinária, cujoprazo de prescrição é, em conformidade com o art. 177 do códigoCivil, de vinte anos

ESPÉCIES DE CHEQUES:

CHEQUE AO PORTADOR:

Conforme o art. 8º , III da lei 7.357/85, o cheque pode ser aoportador.Cheque ao portador é aquele que não indica o beneficiário( otomador), ou que em seu lugar tem inserida a expressão aoportador, ou estando em branco o espaço destinado ao nome dobeneficiário, será considerado ao portador.

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CHEQUE NOMINAL:

O cheque nominal, também chamado de nominativo, é aqueleque consigna expressamente o nome do beneficiário, só a estepodendo ser pago.

O cheque nominal pode conter a clausula á ordem ou com aclausula não á ordem ; o cheque a ordem pode ser transferidopôr via de endosso, no cheque não á ordem, é impossível atransferência pôr endosso; a sua transferência vale apenas comomera cessão civil.

CHEQUE “PÓS-DATADO”:

O Art. 32 da Lei 7.357/85, veda o cheque pós-datado:“O cheque apresentado a pagamento antes do dia indicado comodata da emissão é pagável no dia da apresentação”.Devido a sua adoção de um modo geral pelo mercado, ampliousensivelmente a sua circulação, antes restrita a agiotagem.Os cheques assim emitidos, tem alterado sensivelmente a suafunção, perdendo sua natureza de cheque, ( ordem de pgto ávista) transformando-se em promessa de pagamento, mesmomantendo sua eficácia executiva extrajudicial.

CHEQUE CRUZADO:

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O cheque cruzado, ou seja: atravessado pôr dois paralelos, sópode ser pago a um banco.O cruzamento é faculdade exclusiva do portador(beneficiário) edo sacador ( emitente).Duas são as espécies de cruzamento:Cruzamento ao portador ou em branco, não designa o banco aser pago.Cruzamento nominal, ou em preto, o qual designa o banco a serpago.

CHEQUE TURISMO:

O cheque de viagem ou o Traveller”s check foi criado parafacilitar a segurança do viajante ou turista que o transporta;uma vez que não necessita carregar dinheiro em espécie,cartões de crédito etc. o que poderia lhe causar contratempos emoutro país

CHEQUE POSTAL:

No cheque postal, os correios através de sua agencias, fazem asvezes de bancos, pagando os cheques contra eles emitidos.O ar. 66 da Lei 7.357/85, admite o cheque postal.

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CHEQUE ADMINISTRATIVO:

É o cheque emitido pelo próprio banco contra si mesmo, ou seja:contra uma de sua agencias, em favor de terceiro.Nele, o sacador e sacado se confundem, devendo ser,necessariamente, nominal ou nominativo.

Devolução de cheque

Quais os principais motivos que podem levar o bancosacado a devolver um cheque?Cheque sem fundos:

motivo 11 - cheque sem fundos na primeira apresentação;

motivo 12 - cheque sem fundos na segunda apresentação;

motivo 13 - conta encerrada;

motivo 14 - "Prática" prática espúria.

Impedimento ao pagamento:

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motivo 21 - contra-ordem (ou revogação) ou oposição (ousustação) ao pagamento solicitada pelo emitente ou pelobeneficiário;

motivo 22 - divergência ou insuficiência de assinatura;

motivo 23 - cheques emitidos por entidades e órgãos daadministração pública federal direta e indireta, emdesacordo com os requisitos constantes do artigo 74, 2º, dodecreto-lei nº 200, de 25.2.67;

motivo 24 - bloqueio judicial ou determinação do BancoCentral;

motivo 25 - cancelamento de talonário pelo banco sacado;

motivo 26 - inoperância temporária de transporte;

motivo 27 - feriado municipal não previsto;

motivo 28 - contra-ordem (ou revogação) ou oposição (ousustação), motivada por furto ou roubo, com apresentaçãodo registro da ocorrência policial;

motivo 29 - cheque bloqueado por falta de confirmação dorecebimento do talão de cheques pelo correntista;

motivo 30 - furto ou roubo de malotes.

1. Cheque com irregularidade:

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motivo 31 - erro formal (sem data de emissão, mês grafadonumericamente, sem assinatura, sem valor por extenso);

motivo 32 - ausência ou irregularidade na aplicação docarimbo de compensação;

motivo 33 - divergência de endosso;

motivo 34 - cheque apresentado por estabelecimentobancário que não o indicado no cruzamento em preto, sem oendosso-mandato;

motivo 35 - cheque falsificado, emitido sem controle ouresponsabilidade do banco, ou ainda com adulteração dapraça sacada;

motivo 36 - cheque emitido com mais de um endosso;

Motivo 37 - registro inconsistente - compensação eletrônica.

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Apresentação indevida:

Motivo 40 - moeda inválida;

Motivo 41 - cheque apresentado a banco que não o sacado;

Motivo 42 - cheque não compensável na sessão ou sistemade compensação em que apresentado;

Motivo 43 - cheque devolvido anteriormente pelos motivos21, 22, 23, 24, 31 e 34, não passível de reapresentação emvirtude de persistir o motivo da devolução;

Motivo 44 - "Cheque" cheque prescrito (fora do prazo);

Motivo 45 - cheque emitido por entidade obrigada a realizarmovimentação e utilização de recursos financeiros dotesouro nacional mediante ordem bancária;

Motivo 46 - CR - Comunicação de Remessa, quando ocheque correspondente não for entregue ao banco sacadonos prazos estabelecidos;

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Motivo 47 - CR - Comunicação de Remessa com ausência ouinconsistência de dados obrigatórios referentes ao chequecorrespondente;

Motivo 48 - cheque de valor superior a R$ 100,00 (cemreais), emitido sem a identificação do beneficiário, acasoencaminhado ao SCCOP, devendo ser devolvido a qualquertempo;

Motivo 49 - remessa nula, caracterizada pela reapresentaçãode cheque devolvido pelos motivos 12, 13, 14, 25, 35, 43,44 e 45, podendo a sua devolução ocorrer a qualquertempo.

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MANUAL DO CHEQUE

O que o comércio deve fazer ao receber um cheque; peça sempreo cartão do banco para conferir a assinatura (atente para avalidade do cartão) e também a cédula de identidade (RG). Vejapor semelhança se a foto é da pessoa que está apresentando ocheque e confira a assinatura do cheque com a do cartão dobanco ou da cédula de identidade. Só aceite chequespersonalizados (que possam ser conferidos com os documentoscitados).Confira o preenchimento do cheque: compare o valor por extensocom o numérico; observe se a data de emissão está correta; nãoaceite cheques com rasuras. Evite cheques de valor superior aoconsumo, com restituição da diferença em dinheiro.Anote no verso do cheque os números da cédula de identidade edo telefone do emitente. Em caso de dúvida, telefone para onúmero informado. Na falta de telefone, anote o endereço.Consulte as entidades do comércio antes de liberar a mercadoria.Para compras de alto valor, prefira entregar a mercadoria apenasapós a compensação do cheque.Exceto para os clientes que você conheça, não aceite chequespreviamente assinados ou preenchidos, mesmo quandoacompanhados de carteira de identidade. Quando uma pessoa éassaltada, geralmente o ladrão leva sua carteira com o talão decheques e vários documentos, inclusive o cartão do banco.Se decidir correr o risco de aceitar cheques que não forampreenchidos na sua frente, exija ao menos que a pessoa seidentifique, apresentando cédula de identidade e CIC. Anote noverso do cheque os números desses documentos e peça que elaassine logo abaixo de suas anotações. Confira a assinatura com ada cédula de identidade que foi apresentada.

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Muito cuidado com cheques pré-datados. Você está assumindoum risco: um cheque pode não ter restrições no momento daconsulta, mas será devolvido, se na data de sua apresentação (nocaixa ou pela compensação) não tiver fundos. Tal risco atingetambém os cheques especiais.Outro problema: um cheque deve ser pago pelo banco na data em que lheé apresentado. Não importa a data que nele está escrita. É adefinição da lei.Não depende da vontade dos bancos. Pela lei, e por um acordointernacional, cheque é uma ordem de pagamento à vista (contraa apresentação), que estará prescrita em 180 dias a partir dotérmino do período de apresentação (30 dias se emitido namesma praça e 60 dias se emitido em outra cidade).Evite receber cheques desbotados: podem ser de uma containativa ou já encerrada.Cuidados adicionais: verifique se os números impressos da contae o do cheque (parte superior) conferem com os impressos emcaracteres magnéticos listrados da parte inferior. Falsáriosalteram o código do banco e o número do cheque.Para reduzir o risco de aceitar cheque que tenha sido roubado,sustado, cancelado ou emitido por pessoa que já consta doCadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) do BancoCentral do Brasil, consulte sempre uma das entidades docomércio.Seja discreto e jamais cause constrangimento ao cliente. Expliqueque os procedimentos adotados têm por objetivo protegerpessoas honestas como ele.É possível reduzir riscos de perdas definindo limites por cliente,ou por compra, bem como tetos de aceitação de cheques, porfiliais e lojas. Reduzir prazos e selecionar a clientela são medidasmuito efetivas.

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O volume excessivo de pré-datados aceitos sem adequadaavaliação da capacidade de pagamento dos emitentes, acarreta,face às dificuldades que consumidores têm de controlar seusgastos, grandes prejuízos ao comércio.Está constatado que a emissão de cheques sem fundos seacentua quando o comércio estimula consumidores a emitirempré-datados.

Encerrando a conta

Para fechar uma conta corrente, é melhor ir pessoalmente àagência.O simples ato de “zerar” sua conta corrente – ou seja, deixá-lasem fundos - e parar de movimentá-la não garante que a contaseja encerrada. Pelo contrário, você corre o risco de continuar aser cobrado por diversas tarifas (como a de manutenção daconta), e ficar com saldo negativo.Portanto, na hora do encerramento, o gerente da agência deveverificar se restam tarifas para pagar e qual o total que vocêpoderá sacar (depois de descontadas as tarifas). Emcontrapartida você deverá entregar seus talões de cheques e ocartão magnético. Além disso, o cliente deve exigir um protocoloemitido pelo banco que comprove o encerramento.

Veja a seguir o “Roteiro” para o encerramento de conta corrente:

1 - Solicite o extrato da conta corrente.

2 - Confira se todos os débitos autorizados e cheques emitidos jácaíram na conta, uma vez que a responsabilidade da coberturaserá do cliente.

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3 - Cancele as autorizações de débitos automáticos.4 - Devolva os talões de cheques e cartões que estejam em seupoder.5 - Faça uma solicitação de encerramento de conta (veja qual oprocedimento do seu banco), lembrando-se de que deve pedir ocancelamento automático de débitos em conta, o encerramentodo cheque especial, deixar fundos para cheques pré - datados,se houver, etc. Peça um protocolo. Não se esqueça de levar eentregar os talões de cheques e o seu cartão magnético. Guardeesse protocolo, pois você pode precisar.Lembrete: Após o encerramento da conta, se cheques pré-datados vierem a ser debitados - ou ainda outros débitosautomáticos que você tenha esquecido de cancelar -, aresponsabilidade da cobertura será do cliente.-( Veja abaixo 10 itens importantes que devem ser observadospelo cliente de um banco) .

ABERTURA DE CONTA CORRENTE

1- Para a abertura de conta corrente ou poupança, confira (portelefone ou pessoalmente), todos os documentos, tarifas eprocedimentos exigidos.2- Preste muita atenção a todos os documentos que assinar, casonão entenda, questione, e exija sempre uma cópia deles, poisesse é um direito seu.3- Verifique todos os serviços que o seu banco oferece, assimcomo as tarifas e os procedimentos necessários para usufruí-los(telefone, fax, Internet, entrega por correio, caixas automáticos).

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4- Evite emitir cheques de valores pequenos desnecessariamente.É preferível sacar um valor em dinheiro e utilizá-lo. Isto porquevocê pode pagar pela emissão de cheques abaixo dedeterminados valores.5- Fique atento com a emissão de cheques pré-datados, pois elespodem atrapalhar o seu controle e há o risco, legal, de seremdescontados a qualquer momento.6-Todo serviço bancário é debitado em sua conta, portanto,atenção: verifique quais os valores que o seu banco vemcobrando no seu extrato. Tente anotar e guardar os extratos parapoder acompanhar as tarifas debitadas de sua conta corrente.Cheque essas tarifas com aquelas tabelas que obrigatoriamentesão afixadas em lugar visível nas agências.7- Quando for necessário ir pessoalmente à agência, levesomente os documentos que irá utilizar. Evite ir carregado comoutros objetos. A maioria dos bancos têm portas giratórias combloqueio "automático" para detectar objetos metálicos. A portagiratória no entanto não deve ser motivo para que nenhumapessoa seja submetida a constrangimento, pois isso é crime.8-Cuidado com a utilização dos caixas eletrônicos, principalmentefora do expediente bancário.9- Nos casos de perda, roubo e retenção do seu cartão ou chequeavise imediatamente o seu banco e vejam quais osprocedimentos indicados por ele. Leve sempre consigo ostelefones da Central de Atendimento e da agência de seu banco.1O- Guarde sempre os documentos que comprovam sua relaçãocom o banco (contratos, extratos, canhotos de talões,comprovantes etc.)

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DEVOLUÇÃO

Os cheques podem ser devolvidos por diversas razões. Osmotivos mais freqüentes são: falta de fundos (85%), oposição doemitente (por roubo ou discordância de pagamento), assinaturadiferente da existente no banco (motivo 22) e conta encerrada(motivo13).Havendo solicitação do portador de cheque devolvido pelosmotivos 11,12,13,14,21,22 e 31, o banco do emitente do chequeé obrigado a lhe fornecer as informações que permitam aidentificação e a localização do emitente.Medidas adotadas por bancos e que tendem a se generalizarTransações por cartões constituem prática generalizada nospaíses mais avançados.A movimentação através de cartões de débito só é concretizadase houver saldo. Se o cliente optar pelo uso do talão, a lei obrigaos bancos a entregarem gratuitamente um talão por mês.Prefira sempre o cartão. Mesmo quando for receber um cheque,peça o cartão do banco para examinar a data de validade.Para os cartões de crédito, o controle também é muito mais fácil:se o cliente se descuidar, o banco bloqueia o cartão e a transaçãonão se concretiza. Não há o risco de saques adicionais por quemjá excedeu o limite.

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O que os empresários gostariam mas os bancos nãoquerem fazer

Empresários em geral, pleiteiam que os bancos garantam opagamento de cheques até um determinado valor,independentemente da existência de saldo. Não havendo fundos,o prejuízo seria dos bancos e não deles ( uma vez que são osbancos quem aprovam o cadastro para a concessão do talonáriode cheques) .

Os bancos se negam a dar essa garantia pelos motivos abaixoalegados:

Versão dos bancos: O Banco Central obriga os bancos aentregarem, segundo opção do cliente e gratuitamente, umcartão de débito ou um talão de cheques por mês.

Opinião do autor: O Banco Central exige que um talão mensalseja gratuito isso não significa que clientes problemáticostenham o direito ao talonário.

Versão dos bancos: Há os casos de roubos e assaltos;

Opinião do autor: Roubos e assaltos existirão de qualquerforma, com a diferença de hoje o prejuízo é exclusivamente dequem recebe o cheque.

Versão dos bancos: Houve época em que alguns bancos, parafavorecer seus clientes, espontaneamente experimentaram esteprocedimento, mas os resultados foram muito ruins:

Opinião do autor: Nesta situação o risco se inverteu e osbancos obviamente não aprovaram.Versão dos bancos:Aumentou o número de assaltos visando seus talões de cheques.

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Opinião do autor: O procedimento é o mesmo do atual ou seja:quem tiver o talão roubado ou furtado que não procede aobloqueio é penalizado; não importando se esta expresso valorpor folha ou não.

Versão dos bancos: Muitos comerciantes induziram seusclientes a emitirem cheques de valor fracionado, o que aumentouenormemente os custos de processamento dos bancos;

Opinião do autor: Os bancos obtem um lucro exorbitante nasoperações, nada mais justo do que dividir um pouquinho o risco.

Versão os bancos :Agiotas passaram a oferecer nos jornaisempréstimos para quem tivesse conta naqueles bancos, cujoscheques tomavam como garantia de seus empréstimos.

Opinião do autor: Antes do banco aprovar o crédito docorrentista elegível ao citado cheque, ele tem como proceder todotipo de pesquisa no mercado; na dúvida não aprova o cadastro eponto final.

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LEI DO CHEQUE: (na íntegra)

LEI N.º 7.357, DE 02 DE SETEMBRO DE 1985. O PRESIDENTE DAREPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Capítulo I

Da Emissão e da Forma do Cheque

Art. 1º O cheque contêm:I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título eexpressa na língua em que este é redigido;II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar(sacado);IV - a indicação do lugar de pagamento;V - a indicação da data e do lugar de emissão;VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatáriocom poderes especiais.Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seumandatário com poderes especiais pode ser constituída, na formade legislação específica, por chancela mecânica ou processoequivalente.

Art. 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumeradosno artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casosdeterminados a seguir:I - na falta de indicação especial, é considerado lugar depagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; sedesignados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles;não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar desua emissão;

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II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido ocheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeiraque lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque.

Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder dosacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtudede contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos nãoprejudica a validade do título como cheque.§ 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momentoda apresentação do cheque para pagamento.§ 2º - Consideram-se fundos disponíveis:a) os créditos constantes de conta-corrente bancária nãosubordinados a termo;b) o saldo exigível de conta-corrente contratual;c) a soma proveniente de abertura de crédito.

Art. 5º (VETADO).

Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escritaqualquer declaração com esse sentido.

Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portadorlegitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portadore ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaraçãoequivalente, datada e por quantia igual à indicada no título.§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaraçãoequivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente aquantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício doportador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem quefiquem exonerados o emitente, endossantes e demaiscoobrigados.§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantiareservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antesdisso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.

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Art. 8º Pode-se estipular no cheque que seu pagamento sejafeito:

I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’;II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outraequivalente;III - ao portador.Parágrafo único - Vale como cheque ao portador o que nãocontém indicação do beneficiário e o emitido em favor de pessoanomeada com a cláusula ‘’ou ao portador’’, ou expressãoequivalente.

Art. 9º O cheque pode ser emitido:I - à ordem do próprio sacador;II - por conta de terceiro;Ill - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.

Art. 10 Considera-se não escrita a estipulação de juros inseridano cheque.

Art. 11 O cheque pode ser pagável no domicílio de terceiro, querna localidade em que o sacado tenha domicílio, quer em outra,desde que o terceiro seja banco.

Art. 12 Feita a indicação da quantia em algarismos e porextenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada aquantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos,prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.

Art. 13 As obrigações contraídas no cheque são autônomas eindependentes.Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigaçõespara o signatário, mesmo que o cheque contenha assinatura de

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pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturasfalsas, ou assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que,por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas queassinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado.

Art. 14 Obriga-se pessoalmente quem assina cheque comomandatário ou representante, sem ter poderes para tal, ouexcedendo os que lhe foram conferidos. Pagando o cheque, temos mesmos direitos daquele em cujo nome assinou.

Art. 15 O emitente garante o pagamento, considerando-se nãoescrita a declaração pela qual se exima dessa garantia.

Art. 16 Se o cheque, incompleto no ato da emissão, forcompletado com inobservância do convencionado com aemitente, tal fato não pode ser oposto ao portador, a não ser queeste tenha adquirido a cheque de má-fé.

Capítulo II

De Transmissão

Art. 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou semcláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível por via de endosso.§ 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não àordem’’, ou outra equivalente, só é transmissível pela forma ecom os efeitos de cessão.§ 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado,que podem novamente endossar o cheque.

Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado.§ 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.§ 2º Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso aosacado vale apenas como quitação, salvo no caso de o sacado tervários estabelecimentos e o endosso ser feito em favor de

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estabelecimento diverso daquele contra o qual o cheque foiemitido.Art. 19 - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha dealongamento e assinado pelo endossante, ou seu mandatário compoderes especiais.

§ 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindoapenas na assinatura do endossante (endosso em branco), só éválido quando lançado no verso do cheque ou na folha dealongamento.§ 2º A assinatura do endossante, ou a de seu mandatário compoderes especiais, pode ser constituída, na forma de legislaçãoespecífica, por chancela mecânica, ou processo equivalente.

Art. 20 O endosso transmite todos os direitos resultantes docheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa;II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;

III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endossoe sem endossar.Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante opagamento.Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; nestecaso, não garante o pagamento a quem seja o chequeposteriormente endossado.

Art. 22 O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portadorlegitimado, se provar seu direito por uma série ininterrupta deendossos, mesmo que o último seja em branco. Para esse efeito,os endossos cancelados são considerados não-escritos.Parágrafo único. Quando um endosso em branco for seguido deoutro, entende-se que o signatário deste adquiriu o cheque peloendosso em branco.

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Art. 23 O endosso num cheque passado ao portador torna oendossante responsável, nos termos das disposições que regulamo direito de ação, mas nem por isso converte o título num cheque‘’à ordem’’.

Art. 24 Desapossado alguém de um cheque, em virtude dequalquer evento, novo portador legitimado não está obrigado arestituí-lo, se não o adquiriu de má-fé.Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo, serãoobservadas, nos casos de perda, extravio, furto, roubo ouapropriação indébita do cheque, as disposições legais relativas àanulação e substituição de títulos ao portador, no que foraplicável.

Art. 25 Quem for demandado por obrigação resultante de chequenão pode opor ao portador exceções fundadas em relaçõespessoais com o emitente, ou com os portadores anteriores, salvose o portador o adquiriu conscientemente em detrimento dodevedor.

Art. 26 Quando o endosso contiver a cláusula ‘’valor emcobrança’’, ‘’para cobrança’’, ‘’por procuração’’, ou qualquer outraque implique apenas mandato, o portador pode exercer todos osdireitos resultantes do cheque, mas só pode lançar no chequeendosso-mandato. Neste caso, os obrigados somente podeminvocar contra o portador as exceções oponíveis ao endossante.Parágrafo único. O mandato contido no endosso não se extinguepor morte do endossante ou por superveniência de suaincapacidade.

Art. 27 O endosso posterior ao protesto, ou declaraçãoequivalente, ou à expiração do prazo de apresentação produzapenas os efeitos de cessão. Salvo prova em contrário, o endossosem data presume-se anterior ao protesto, ou declaraçãoequivalente, ou à expiração do prazo de apresentação.

MANUAL DO CHEQUE 27

Art. 28 O endosso no cheque nominativo, pago pelo banco contrao qual foi sacado, prova o recebimento da respectiva importânciapela pessoa a favor da qual foi emitido, e pelos endossantessubseqüentes.

Parágrafo único Se o cheque indica a nota, fatura, conta cambial,imposto lançado ou declarado a cujo pagamento se destina, ououtra causa da sua emissão, o endosso pela pessoa a favor daqual foi emitido, e a sua liquidação pelo banco sacado provam aextinção da obrigação indicada.

Capítulo III

Do Aval

Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ouem parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, oumesmo por signatário do título.

Art. 30 O aval é lançado no cheque ou na folha de alongamento.Exprime-se pelas palavras ‘’por aval’’, ou fórmula equivalente,com a assinatura do avalista. Considera-se como resultante dasimples assinatura do avalista, aposta no anverso do cheque,salvo quando se tratar da assinatura do emitente.Parágrafo único - O aval deve indicar o avalizado. Na falta deindicação, considera-se avalizado o emitente.

Art. 31 O avalista se obriga da mesma maneira que o avaliado.Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por ele garantida, salvose a nulidade resultar de vício de forma.Parágrafo único - O avalista que paga o cheque adquire todos osdireitos dele resultantes contra o avalizado e contra os obrigadospara com este em virtude do cheque.

MANUAL DO CHEQUE 28

Capítulo IV

Da Apresentação e do Pagamento

Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estritaqualquer menção em contrário.

Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antesdo dia indicado como data de emissão é pagável no dia daapresentação.

Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, acontar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quandoemitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta)dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares comcalendários diferentes, considera-se como de emissão o diacorrespondente do calendário do lugar de pagamento.

Art. 34 A apresentação do cheque à câmara de compensaçãoeqüivale à apresentação a pagamento.

Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo,mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por viajudicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeitodepois de expirado o prazo de apresentação e, não sendopromovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra oprazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.

Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e oportador legitimado podem fazer sustar o pagamento,manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada emrelevante razão de direito.

MANUAL DO CHEQUE 29

§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem seexcluem reciprocamente.§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocadapelo oponente.

Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade supervenienteà emissão não invalidam os efeitos do cheque.

Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lheseja entregue quitado pelo portador.

Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento parcial,e, nesse caso, o sacado pode exigir que esse pagamento constedo cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.

Art. 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado averificar a regularidade da série de endossos, mas não aautenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesmaobrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmarade compensação.Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante,no caso da parte final deste artigo, o banco sacado responde pelopagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ouculpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quaispoderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou.

Art. 40 O pagamento se fará à medida em que foremapresentados os cheques e se 2 (dois) ou mais foremapresentados simultaneamente, sem que os fundos disponíveisbastem para o pagamento de todos, terão preferência os deemissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.

Art. 41 O sacado pode pedir explicações ou garantia para pagarcheque mutilado, rasgado ou partido, ou que contenha borrões,emendas e dizeres que não pareçam formalmente normais.

MANUAL DO CHEQUE 30

Art. 42 O cheque em moeda estrangeira é pago, no prazo deapresentação, em moeda nacional ao câmbio do dia dopagamento, obedecida a legislação especial.Parágrafo único. Se o cheque não for pago no ato daapresentação, pode o portador optar entre o câmbio do dia daapresentação e o do dia do pagamento para efeito de conversãoem moeda nacional.

Art. 43 (VETADO).§ 1º (VETADO).§ 2º - (VETADO).

Capítulo V

Do Cheque Cruzado

Art. 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque,mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título.§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houvernenhuma indicação ou existir apenas a indicação ‘’banco’’, ououtra equivalente. O cruzamento é especial se entre os doistraços existir a indicação do nome do banco.§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, maseste não pode converter-se naquele.§ 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco éreputada como não existente.

Art. 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelosacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito emconta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelosacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu,mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designadoincumbir outro da cobrança.§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu oude outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas.

MANUAL DO CHEQUE 31

§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode serpago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quaispara cobrança por câmara de compensação.§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante docheque, o sacado ou o banco portador que não observar asdisposições precedentes.

Capítulo VI

Do Cheque para Ser Creditado em Conta

Art. 46 O emitente ou o portador podem proibir que o chequeseja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, noanverso do título, da cláusula ‘’para ser creditado em conta’’, ououtra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder aIançamento contábil (crédito em conta, transferência oucompensação), que vale como pagamento. O depósito do chequeem conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso.§ 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente.§ 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante docheque, o sacado que não observar as disposições precedentes.

Capítulo VII

Da Ação por Falta de Pagamento

Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque:I - contra o emitente e seu avalista;II - contra os endossantes e seus avalistas, se o chequeapresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento écomprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita edatada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação,ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara decompensação.

MANUAL DO CHEQUE 32

§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa oprotesto e produz os efeitos deste.§ 2º Os signatários respondem pelos danos causados pordeclarações inexatas.

§ 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ounão comprovar a recusa de pagamento pela forma indicada nesteartigo, perde o direito de execução contra o emitente, se estetinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e osdeixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável.§ 4º A execução independe do protesto e das declaraçõesprevistas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento docheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido àintervenção, liquidação extrajudicial ou falência.

Art. 48 O protesto ou as declarações do artigo anterior devemfazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente,antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer noúltimo dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-seno primeiro dia útil seguinte.§ 1º A entrega do cheque para protesto deve ser prenotada emlivro especial e o protesto tirado no prazo de três (três) dias úteisa contar do recebimento do título.§ 2º O instrumento do protesto, datado e assinado pelo oficialpúblico competente, contém:a) a transcrição literal do cheque, com todas as declarações neleinseridas, na ordem em que se acham lançadas;b) a certidão da intimação do emitente, de seu mandatárioespecial ou representante legal, e as demais pessoas obrigadasno cheque;c) a resposta dada pelos intimados ou a declaração da falta deresposta;d) a certidão de não haverem sido encontrados ou de seremdesconhecidos o emitente ou os demais obrigados, realizada aintimação, nesse caso, pela imprensa.

MANUAL DO CHEQUE 33

§ 3º O instrumento de protesto, depois de registrado em livropróprio, será entregue ao portador legitimado ou àquele quehouver efetuado o pagamento.

§ 4º Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancelado,a pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento decópia autenticada da quitação que contenha perfeita identificaçãodo título.

Art. 49 O portador deve dar aviso da falta de pagamento a seuendossante e ao emitente, nos quatro (quatro) dias úteisseguintes ao do protesto ou das declarações previstas no art. 47desta Lei ou, havendo cláusula ‘’sem despesa’’, ao daapresentação.§ 1º Cada endossante deve, nos dois (dois) dias úteis seguintesao do recebimento do aviso, comunicar seu teor ao endossanteprecedente, indicando os nomes e endereços dos que deram osavisos anteriores, e assim por diante, até o emitente, contando-se os prazos do recebimento do aviso precedente.§ 2º O aviso dado a um obrigado deve estender-se, no mesmoprazo, a seu avalista.§ 3º Se o endossante não houver indicado seu endereço ou otiver feito de forma ilegível, basta o aviso ao endossante que opreceder.§ 4º O aviso pode ser dado por qualquer forma, até pela simplesdevolução do cheque.§ 5º Aquele que estiver obrigado a aviso deverá provar que o deuno prazo estipulado. Considera-se observado o prazo se, dentrodele, houver sido posta no correio a carta de aviso.§ 6º Não decai do direito de regresso o que deixa de dar o avisono prazo estabelecido. Responde, porém, pelo dano causado porsua negligência, sem que a indenização exceda o valor docheque.

MANUAL DO CHEQUE 34

Art. 50 O emitente, o endossante e o avalista podem, pelacláusula ‘’sem despesa’’, ‘’sem protesto’’, ou outra equivalente,lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promovera execução do título, do protesto ou da declaração equivalente.

§ 1º A cláusula não dispensa o portador da apresentação docheque no prazo estabelecido, nem dos avisos. Incumbe a quemalega a inobservância de prazo à prova respectiva.§ 2º A cláusula lançada pelo emitente produz efeito em relação atodos os obrigados; a lançada por endossante ou por avalistaproduz efeito somente em relação ao que lançar.§ 3º Se, apesar de cláusula lançada pelo emitente, o portadorpromove o protesto, as despesas correm por sua conta. Por elasrespondem todos os obrigados, se a cláusula é lançada porendossante ou avalista.

Art. 51 Todos os obrigados respondem solidariamente para como portador do cheque.

§ 1º - O portador tem o direito de demandar todos os obrigados,individual ou coletivamente, sem estar sujeito a observar aordem em que se obrigaram. O mesmo direito cabe ao obrigadoque pagar o cheque.§ 2º A ação contra um dos obrigados não impede sejam os outrosdemandados, mesmo que se tenham obrigado posteriormenteàquele.§ 3º Regem-se pelas normas das obrigações solidárias asrelações entre obrigados do mesmo grau.

Art. 52 portador pode exigir do demandado:

I - a importância do cheque não pago;II - os juros legais desde o dia da apresentação;III - as despesas que fez;IV - a compensação pela perde do valor aquisitivo da moeda, atéo embolso das importâncias mencionadas nos itens antecedentes.

MANUAL DO CHEQUE 35

Art. 53 Quem paga o cheque pode exigir de seus garantes:I - a importância integral que pagou;II - os juros legais, a contar do dia do pagamento;III - as despesas que fez;IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, atéo embolso das importâncias mencionadas nos itens antecedentes.

Art. 54 O obrigado contra o qual se promova execução, ou que aesta esteja sujeito, pode exigir, contra pagamento, a entrega docheque, com o instrumento de protesto ou da declaraçãoequivalente e a conta de juros e despesas quitada.Parágrafo único. O endossante que pagou o cheque pode cancelarseu endosso e os dos endossantes posteriores.

Art. 55 Quando disposição legal ou caso de força maior impedir aapresentação do cheque, o protesto ou a declaração equivalentenos prazos estabelecidos, consideram-se estes prorrogados.§ 1º O portador é obrigado a dar aviso imediato da ocorrência deforça maior a seu endossante e a fazer menção do aviso dadomediante declaração datada e assinada por ele no cheque oufolha de alongamento. São aplicáveis, quanto ao mais, asdisposições do art. 49 e seus parágrafos desta Lei.§ 2º Cessado o impedimento, deve o portador, imediatamente,apresentar o cheque para pagamento e, se couber, promover oprotesto ou a declaração equivalente.§ 3º Se o impedimento durar por mais de 15 (quinze) dias,contados do dia em que o portador, mesmo antes de findo oprazo de apresentação, comunicou a ocorrência de força maior aseu endossante, poderá ser promovida a execução, semnecessidade da apresentação do protesto ou declaraçãoequivalente.§ 4º Não constituem casos de força maior os fatos puramentepessoais relativos ao portador ou à pessoa por ele incumbida daapresentação do cheque, do protesto ou da obtenção dadeclaração equivalente.

MANUAL DO CHEQUE 36

Capítulo VIII

Da Pluralidade de Exemplares

Art. 56 Excetuado o cheque ao portador, qualquer chequeemitido em um país e pagável em outro pode ser feito em váriosexemplares idênticos, que devem ser numerados no próprio textodo título, sob pena de cada exemplar ser considerado chequedistinto.

Art. 57 O pagamento feito contra a apresentação de umexemplar é liberatório, ainda que não estipulado que opagamento torna sem efeito os outros exemplares.Parágrafo único. O endossante que transferir os exemplares adiferentes pessoas e os endossantes posteriores respondem portodos os exemplares que assinarem e que não forem restituídos.

Capítulo IX

Das Alterações

Art. 58 No caso de alteração do texto do cheque, os signatáriosposteriores à alteração respondem nos termos do texto alterado eos signatários anteriores, nos do texto original.Parágrafo único. Não sendo possível determinar se a firma foiaposta no título antes ou depois de sua alteração, presume-seque a tenha sido antes.

MANUAL DO CHEQUE 37

Capítulo X

Da Prescrição

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração doprazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei asseguraao portador.Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado aopagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses,contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia emque foi demandado.

Art. 60 A interrupção da prescrição produz efeito somente contrao obrigado em relação ao qual foi promovido o ato interruptivo.

Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outrosobrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados dodia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seuparágrafo desta Lei.

Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência docheque não exclui a ação fundada na relação causal, feita à provado não-pagamento.

MANUAL DO CHEQUE 38

Capítulo XI

Dos Conflitos de Leis em Matéria de Cheques

Art. 63 Os conflitos de leis em matéria de cheques serãoresolvidos de acordo com as normas constantes das Convençõesaprovadas, promulgadas e mandadas aplicar no Brasil, na formaprevista pela Constituição Federal.

Capítulo XII

Das Disposições Gerais

Art. 64 A apresentação do cheque, o protesto ou a declaraçãoequivalente só podem ser feitos ou exigidos em dia útil, durante oexpediente dos estabelecimentos de crédito, câmaras decompensação e cartórios de protestos.Parágrafo único. O cômputo dos prazos estabelecidos nesta Leiobedece às disposições do direito comum.

Art. 65 Os efeitos penais da emissão do cheque sem suficienteprovisão de fundos, da frustração do pagamento do cheque, dafalsidade, da falsificação e da alteração do cheque continuamregidos pela legislação criminal.

Art. 66 Os vales ou cheques postais, os cheques de poupança ouassemelhados, e os cheques de viagem regem-se pelasdisposições especiais a eles referentes.

MANUAL DO CHEQUE 39

Art. 67 A palavra ‘’banco’’, para os fins desta Lei, designatambém a instituição financeira contra a qual a lei admita aemissão de cheque.

Art. 68 Os bancos e casas bancárias poderão fazer prova aosseus depositantes dos cheques por estes sacados medianteapresentação de cópia fotográfica ou microfotográfica.

Art. 69 Fica ressalvada a competência do Conselho MonetárioNacional, nos termos e nos limites da legislação especifica, paraexpedir normas relativas à matéria bancária relacionada com ocheque.Parágrafo único. É da competência do Conselho MonetárioNacional:a) a determinação das normas a que devem obedecer as contasde depósito para que possam ser fornecidos os talões de chequesaos depositantes;b) a determinação das conseqüências do uso indevido do cheque,relativamente à conta do depositante;c) a disciplina das relações entre o sacado e o opoente, nahipótese do art. 36 desta Lei.

Art. 70 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 71 Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 02 de setembro de 1985; 164º da Independência e97º da República.José SARNEY –Dílson Domingos Funaro

MANUAL DO CHEQUE 40

LEI N° 8.021, DE 12 DE ABRIL DE 1990

( Lei que veta a emissão de cheques superiores a R$100 sem

identificação do beneficiário)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1° A partir da vigência desta lei, fica vedado o pagamentoou resgate de qualquer título ou aplicação, bem como dos seusrendimentos ou ganhos, a beneficiário não identificado.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigosujeitará o responsável pelo pagamento ou resgate a multa igualao valor da operação, corrigido monetariamente a partir da datada operação até o dia do seu efetivo pagamento.

Art. 2° A partir da data de publicação desta lei ficavedada:

I - a emissão de quotas ao portador ou nominativas-endossáveis, pelos fundos em condomínio;

II - a emissão de títulos e a captação de depósitos ouaplicações ao portador ou nominativos-endossáveis;

III - a emissão de cheque de valor superior aoequivalente a cem Bônus do Tesouro Nacional (BTN) nomês da emissão, sem a identificação do beneficiário.

Parágrafo único. Os cheques emitidos em desacordocom o estabelecido no inciso III deste artigo não serãocompensáveis por meio do Serviço de Compensação deCheques e Outros Papéis.

MANUAL DO CHEQUE 41

Art. 3° O contribuinte que receber o resgate de quotas de fundosao portador e de títulos ou aplicações de renda fixa ao portadorou nominativos-endossáveis, existentes em 16 de março de1990, ficará sujeito à retenção de Imposto de Renda na fonte, àalíquota de 25%, calculado sobre o valor do resgate recebido.

§ 1° O imposto será retido pela instituição que efetuar opagamento dos títulos e aplicações e seu recolhimento deverá serefetuado de conformidade com as normas aplicáveis ao Impostode Renda retido na fonte.

§ 2° O valor sobre o qual for calculado o imposto, diminuídodeste, será computado como rendimento líquido, para efeito dejustificar acréscimo patrimonial na declaração de bens (Lei n°4.069/62, art. 31) a ser apresentada no exercício financeirosubseqüente.

§ 3° A retenção do imposto, prevista neste artigo, não exclui aincidência do Imposto de Renda na fonte sobre os rendimentosproduzidos pelos respectivos títulos ou aplicações.

§ 4° A retenção do imposto, prevista neste artigo, serádispensada caso o contribuinte comprove, perante oDepartamento da Receita Federal, que o valor resgatado temorigem em rendimentos próprios, declarados na forma dalegislação do Imposto de Renda.

§ 5° A liberação dos recursos sem a observância do dispostono parágrafo anterior sujeitará a instituição financeira à multa de25% sobre o valor do resgate dos títulos ou aplicações, corrigidomonetariamente a partir da data do resgate até a data do seuefetivo recolhimento.

Art. 4° O art. 20 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976,passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 20. As ações devem ser nominativas."Art. 5° As sociedades por ações terão um prazo de dois anos

para adaptar seus estatutos ao disposto no artigo anterior.§ 1° No prazo a que se refere este artigo, as operações com

ações, ao portador ou endossáveis, existentes na data dapublicação desta lei, emitidas pelas sociedades por ações,somente poderão ser efetuadas quando atenderem,cumulativamente, às seguintes condições:

MANUAL DO CHEQUE 42

a) estiveram as ações sob custódia de instituição financeira oude Bolsa de Valores, autorizada a operar por ato da Comissão deValores Mobiliários - CVM ou do Banco Central do Brasil, noâmbito de sua competência;

b) houver a identificação do vendedor e do comprador.§ 2° As ações mencionadas neste artigo somente poderão ser

retiradas da custódia mediante a identificação do proprietário.§ 3° A instituição financeira ou bolsa custodiante deverá enviar

ao Departamento da Receita Federal, até o dia 15 de cada mês,comunicação que identifique o proprietário, a quantidade, aespécie e o valor de aquisição das ações que houverem sidoretiradas de sua custódia no mês anterior.

§ 4° A inobservância do disposto no parágrafo anteriorsujeitará a instituição financeira ou bolsa custodiante à multa de25% do valor das ações, corrigido monetariamente a partir dovencimento do prazo para a comunicação até a data do seuefetivo pagamento.

§ 5° Para efeito do disposto no parágrafo anterior, considera-se valor da ação o preço médio de negociação em pregão deBolsas de Valores no dia da retirada da ação ou, na falta deste, opreço médio da ação da última negociação em pregão da Bolsa deValores, corrigidos pelo BTN Fiscal até o dia da retirada da ação.

§ 6° Para as ações não admitidas à negociação em Bolsas deValores, considera-se o valor patrimonial da ação corrigido peloBTN Fiscal desde a data do último balanço até a data de suaretirada da custódia.

Art. 6° O lançamento de ofício, além dos casos já especificadosem lei, far-se-á arbitrando-se os rendimentos com base na rendapresumida, mediante utilização dos sinais exteriores de riqueza.

§ 1° Considera-se sinal exterior de riqueza a realização degastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte.

§ 2° Constitui renda disponível a receita auferida pelocontribuinte, diminuída dos abatimentos e deduções admitidospela legislação do Imposto de Renda em vigor e do Imposto deRenda pago pelo contribuinte.

§ 3° Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o contribuinteserá notificado para o devido procedimento fiscal dearbitramento.

MANUAL DO CHEQUE 43

§ 4° No arbitramento tomar-se-ão como base os preços demercado vigentes à época da ocorrência dos fatos ou eventos,podendo, para tanto, ser adotados índices ou indicadoreseconômicos oficiais ou publicações técnicas especializadas.

§ 5° O arbitramento poderá ainda ser efetuado com base emdepósitos ou aplicações realizadas junto a instituições financeiras,quando o contribuinte não comprovar a origem dos recursosutilizados nessas operações.

§ 6° Qualquer que seja a modalidade escolhida para oarbitramento, será sempre levada a efeito aquela que maisfavorecer o contribuinte.

Art. 7° A autoridade fiscal do Ministério da Economia, Fazendae Planejamento poderá proceder a exames de documentos, livrose registros das Bolsas de Valores, de mercadorias, de futuros eassemelhadas, bem como solicitar a prestação deesclarecimentos e informações a respeito de operações por elaspraticadas, inclusive em relação a terceiros.

§ 1° As informações deverão ser prestadas no prazo máximode dez dias úteis contados da data da solicitação. O nãocumprimento desse prazo sujeitará a instituição à multa de valorequivalente a mil BTN Fiscais por dia útil de atraso.

§ 2° As informações obtidas com base neste artigo somentepoderão ser utilizadas para efeito de verificação do cumprimentode obrigações tributárias.

§ 3° O servidor que revelar, informações que tiver obtido naforma deste artigo estará sujeito às penas previstas no art. 325do Código Penal Brasileiro.

Art. 8° Iniciado o procedimento fiscal, a autoridade fiscalpoderá solicitar informações sobre operações realizadas pelocontribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos decontas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto noart. 38 da Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964.

Parágrafo único. As informações, que obedecerão às normasregulamentares expedidas pelo Ministério da Economia, Fazendae Planejamento, deverão ser prestadas no prazo máximo de dezdias úteis contados da data da solicitação, aplicando-se, no casode descumprimento desse prazo, a penalidade prevista no § 1°do art. 7°.

MANUAL DO CHEQUE 44

Art. 9° Os estabelecimentos bancários autorizados a acolherdepósitos de qualquer natureza deverão centralizar, em um únicoestabelecimento de sua rede de agências, as contas de nãoresidentes no País.

Art. 10. Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar convênioscom outros países para repatriar bens de qualquer natureza,inclusive financeiros e títulos de valores mobiliários, pertencentesa empresas brasileiras e pessoas físicas residentes e domiciliadasno País.

Parágrafo único. Os valores repatriados ficarão sujeitos aoImposto de Renda à alíquota de 25%.

Art. 11. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta lei.Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 13. Revogam-se o art. 9° da Lei n° 4.729, de 14 de julho

de 1965, os arts. 32 e 33 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de1976, e demais disposições em contrário.

Brasília, 12 de abril de 1990; 169° da Independência e 102°da República.

FERNANDO COLLORZélia M. Cardoso de Mello

MANUAL DO CHEQUE 45

LEI REFERENTE AO PROTESTO DE TÍTULOS

LEI Nº. 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Da Competência e das Atribuições

Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova ainadimplência e o descumprimento de obrigação originada emtítulos e outros documentos de dívida.Art. 2º Os serviços concernentes ao protesto, garantidores daautenticidade, publicidade, segurança e eficácia dos atosjurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei.Art. 3º Compete privativamente ao Tabelião de Protesto deTítulos, na tutela dos interesses públicos e privados, aprotocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou doaceite, o recebimento do pagamento, do título e de outrosdocumentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ouacatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder àsaverbações, prestar informações e fornecer certidão relativas atodos os atos praticados, na forma da Lei.

MANUAL DO CHEQUE 46

CAPÍTULO II

Da Ordem dos Serviços

Art. 4º O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horasdiárias.Art. 5º Todos os documentos apresentados ou distribuídos nohorário regulamentar serão protocolizados dentro de vinte equatro horas, obedecendo à ordem lógica de entrega.Parágrafo único. Ao apresentante será entregue recibo com ascaracterísticas essenciais do título ou documento de dívida, sendode sua responsabilidade os dados fornecidos.Art. 6º Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado nolugar do pagamento ou do domicílio do emitente, devendo doreferido cheque constar a prova de apresentação ao Bancosacado, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidaspleiteadas contra o estabelecimento de crédito.

MANUAL DO CHEQUE 47

CAPÍTULO III

Da Distribuição

Art. 7º Os títulos e documentos de dívida destinados a protestosomente estarão sujeitos a prévia distribuição obrigatória naslocalidades onde houver mais de um Tabelionato de Protesto deTítulos.Parágrafo único. Onde houver mais de um Tabelionato deProtesto de Títulos, a distribuição será feita por um Serviçoinstalado e mantido pelos próprios Tabelionatos, salvo se jáexistir Ofício Distribuidor organizado antes da promulgação destaLei.Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados,distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos deProtesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações aprotestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços,por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendode inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos,ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização dasmesmas.

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CAPÍTULO IV

Da Apresentação e ProtocolizaçãoArt. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizadosserão examinados em seus caracteres formais e terão curso senão apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protestoinvestigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.

Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada peloTabelião obstará o registro do protesto.Art. 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos dedívida em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde queacompanhados de tradução efetuada por tradutor públicojuramentado.§ 1º Constarão obrigatoriamente do registro do protesto adescrição do documento e sua tradução.§ 2º Em caso de pagamento, este será efetuado em moedacorrente nacional, cumprindo ao apresentante a conversão nadata de apresentação do documento para protesto.§ 3º Tratando-se de títulos ou documentos de dívidas emitidos noBrasil, em moeda estrangeira, cuidará o Tabelião de observar asdisposições do Decreto-lei nº 857, de 11 de setembro de 1969, elegislação complementar ou superveniente.Art. 11. Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitosa qualquer tipo de correção, o pagamento será feito pelaconversão vigorante no dia da apresentação, no valor indicadopelo apresentante.

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CAPÍTULO V

Do Prazo

Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteiscontados da protocolização do título ou documento de dívida.

§ 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se odia da protocolização e inclui-se o do vencimento.

§ 2º Consideram-se não útil o dia em que não houver expedientebancário para o público ou aquele em que este não obedecer aohorário normal.

Art. 13. Quando a intimação for efetivada excepcionalmente noúltimo dia do prazo ou além dele, por motivo de força maior, oprotesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente.

CAPÍTULO VI

Da Intimação

Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabeliãode Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereçofornecido pelo apresentante do título ou documento,considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega nomesmo endereço.§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador dopróprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o

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recebimento fique assegurado e comprovado através deprotocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor,elementos de identificação do título ou documento de dívida, eprazo limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bemcomo número do protocolo e valor a ser pago.

Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicadapara aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta ouignorada, for residente ou domiciliada fora da competênciaterritorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser areceber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.

§ 1º O edital será afixado no Tabelionato de Protesto e publicadopela imprensa local onde houver jornal de circulação diária.§ 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé,responderá por perdas e danos, sem prejuízo de outras sançõescivis, administrativas ou penais.

CAPÍTULO VII

Da Desistência e Sustação do Protesto

Art. 16. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentanteretirar o titulo ou documento de dívida, pagos os emolumentos edemais despesas.Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízorespectivo, os títulos ou documentos de dívida cujo protesto forjudicialmente sustado.§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sidosustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retiradocom autorização judicial.

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§ 2º Revogada a ordem de sustação, não há necessidade de seproceder a nova intimação do devedor, sendo a lavratura e oregistro do protesto efetivados até o primeiro dia útil subseqüenteao do recebimento da revogação, salvo se a materialização do atodepender de consulta a ser formulada ao apresentante, caso emque o mesmo prazo será contado da data da resposta dada.§ 3º Tomada definitiva a ordem de sustação, o título ou odocumento de dívida será encaminhado ao Juízo respectivo,quando não constar determinação expressa a qual das partes omesmo deverá ser entregue, ou se decorridos trinta dias sem quea parte autorizada tenha comparecido no Tabelionato para retirá-lo.Art. 18. As dúvidas do Tabelião de Protesto serão resolvidas peloJuízo competente.

CAPÍTULO VIIIDo Pagamento

Art. 19. O pagamento do título ou do documento de dívidaapresentado para mesmo será feito diretamente no Tabelionatocompetente, no valor igual ao declarado pelo apresentante,acrescido dos emolumentos e demais despesas.§ 1º Não poderá ser recusado pagamento oferecido dentro doprazo legal, desde que feito no Tabelionato de Protestocompetente e no horário de funcionamento dos serviços.§ 2º No ato do pagamento, o Tabelionato de Protesto dará arespectiva quitação, e o valor devido será colocado à disposiçãodo apresentante no primeiro dia útil subseqüente ao dorecebimento.§ 3º Quando for adotado sistema de recebimento do pagamentopor meio de cheque, ainda que de emissão de estabelecimentobancário, a quitação dada pelo Tabelionato fica condicionada àefetiva liquidação.§ 4º Quando do pagamento no Tabelionato ainda subsistiremparcelas vincendas, será dada quitação da parcela paga emapartado, devolvendo-se o original ao apresentante.

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CAPÍTULO IX

Do Registro do Protesto

Art. 20. Esgotado o prazo previsto no art. 12, sem que tenhamocorrido as hipóteses dos Capítulos VII e VIII, o Tabelião lavrará

e registrará o protesto, sendo o respectivo instrumento entregueao apresentante.Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceiteou de devolução.§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuadoantes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazolegal para o aceite ou a devolução.§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado porfalta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro doprotesto por motivo não previsto na lei cambial.

§ 3º Quando o sacado retirar a letra de câmbio ou a duplicataenviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazolegal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra decâmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conteros mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo daemissão da duplicata, vedada a exigência de qualquerformalidade não prevista na Lei que regula a emissão dasduplicatas.§ 4º Os devedores, assim compreendidos os emitentes de notaspromissórias e cheques, os sacados nas letras de câmbio eduplicatas bem como os indicados pelo apresentante ou credorcomo responsáveis pelo cumprimento da obrigação, não poderãodeixar de figurar no termo lavratura e registro de protesto.

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Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento deverão conter:I - data e número de protocolização;II - nome do apresentante e endereço;III - reprodução ou transcrição do documento ou das indicaçõesfeitas pelo apresentante e declaração nele inseridas;IV - certidão das intimações feitas e das respostas eventualmenteoferecidas;V - indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eleshonradas;VI - a aquiescência do portador ao aceite por honra;

VII - nome, número do documento de identificação do devedor eendereço;VIII - data e assinatura do Tabelião de Protesto, de seussubstitutos ou de Escrevente autorizado.Parágrafo único. Quando o Tabelião de Protesto conservar emseus arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográficaou micrográfica do título ou documento de dívida, dispensa-se, noregistro e no instrumento, a sua transcrição literal, bem como dasdemais declarações nele inseridas.Art. 23. Os termos dos protestos lavrados, inclusive para finsespeciais, por falta de pagamento, de aceite ou de devoluçãoserão registrados em um único livro e conterão as anotações dotipo e do motivo do protesto, além dos requisitos previstos noartigo anterior.Parágrafo único. Somente poderão ser protestados para fimfalimentares, os títulos ou documentos de dívida deresponsabilidade das pessoas sujeitas às conseqüências dalegislação falimentar.Art. 24. O deferimento do processamento de concordata nãoimpede o protesto.

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CAPÍTULO X

Das Averbações e do Cancelamento

Art. 25. A averbação de retificação de erros materiais peloserviço poderá ser efetuada de ofício ou a requerimento dointeressado, sob responsabilidade do Tabelião de Protesto deTítulos.§ 1º Para a averbação da retificação será indispensável aapresentação do instrumento eventualmente expedido e dedocumentos que comprovem o erro.

§ 2º Não são devidos emolumentos pela averbação prevista nesteartigo.

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitadodiretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquerinteressado, mediante apresentação do documento protestado,cuja cópia ficará arquivada.§ 1º Na impossibidade de apresentação do original do título oudocumento de dívida protestado, será exigida a declaração deanuência, com identificação e firma reconhecida, daquele quefigurou no registro de protesto como credor, originário ou porendosso translativo.§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentantepor endosso-mandato, será suficiente a declaração de anuênciapassada pelo credor endossante.§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado emoutro motivo que não no pagamento do título ou documento dedívida, será efetivado por determinação judicial, pagos osemolumentos devidos ao Tabelião.

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§ 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processojudicial, o cancelamento do registro do protesto poderá sersolicitado com a apresentação da certidão expedida pelo Juízoprocessante, com menção do trânsito em julgado, que substituiráo título ou o documento de dívida protestado.§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito peloTabelião titular, por seus Substitutos ou por Escreventeautorizado.§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma demicrofilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento serálançado em documento apartado, que será arquivado juntamentecom os documentos que instruíram o pedido, e anotado no índicerespectivo.

CAPÍTULO XI

Das Certidões do Protesto

Art. 27. O Tabelião de Protesto expedirá as certidões solicitadasdentro de cinco dias úteis, no máximo, que abrangerão o períodomínimo dos cinco anos anteriores, contados da data do pedido,salvo quando se referir a protesto específico.§ 1º As certidões expedidas pelos serviços de protesto de títulos,inclusive as relativas à prévia distribuição, deverãoobrigatoriamente indicar, além do nome do devedor, seu númerono Registro Geral (R.G.), constante da Cédula de Identidade, ouseu número no Cadastro de Pessoas Físicas (C.P.F.), se pessoafísica, e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes(C.N.P.J.), se pessoa jurídica cabendo ao apresentante do títulopara protesto fornecer esses dados, sob pena de recusa.§ 2º Das certidões não constarão os registros cujoscancelamentos tiverem sido averbados, salvo por requerimentoescrito do próprio devedor ou por ordem judicial.

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Art. 28. Sempre que a harmonia poder ser verificadasimplesmente pelo conflito do número de documento deidentificação, o Tabelião de Protesto dará certidão negativa.Art. 29. Os Tabeliães de Protesto de Títulos somente poderãofornecer certidão, em forma de relação, para as entidadesrepresentativas do comércio, da indústria e das instituiçõesfinanceiras, das pessoas cujos nomes e documentos foremindicados no pedido, com a nota de se tratar de informaçãoreservada, para uso institucional exclusivo do solicitante, da qualnão se poderá dar divulgação.§ 1º O fornecimento da certidão a que se refere o caput serásuspenso caso se desatenda o seu caráter sigiloso ou se forneçaminformações de protestos cancelados.

§ 2º Dos cadastros ou bancos de dados, das entidades referidasno caput, somente serão prestadas informações, mesmosigilosas, restritas de crédito oriundas de títulos ou documentosde dívidas regularmente protestados, cujos registros não foramcancelados.

§ 3º Na localidade onde houver mais de um Tabelionato deProtesto de Títulos, poderá haver um Serviço de Informações deProtesto, organizado, instalado e mantido pelos própriosTabelionatos.Art. 30. As certidões, informações e relações serão elaboradaspelo nome dos devedores, conforme previstos no § 4º do art. 21desta Lei devidamente identificados, e abrangerão os protestoslavrados e registrados por falta de pagamento, de aceite ou dedevolução, vedada a exclusão ou omissão de nomes e deprotestos, ainda que provisória ou parcial.Art. 31. Do protocolo somente serão fornecidas informações oucertidões mediante solicitação escrita do devedor ou pordeterminação judicial.

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CAPÍTULO XII

Dos Livros e Arquivos

Art. 32. O livro de Protocolo poderá ser escriturado medianteprocesso manual, mecânico, eletrônico ou informatizado, emfolhas soltas e com colunas destinadas às seguintes anotações:número de ordem, natureza do título ou documento de dívida,valor, apresentante, devedor e ocorrências.Parágrafo único. A escrituração será diária, constando do termode encerramento o número de documentos apresentados no dia,sendo a data da protocolização a mesma do termo diário doencerramento.

Art. 33. Os livros de Registros de Protesto serão abertos eencerrados pelo Tabelião de Protestos ou seus Substitutos, ouainda por Escrevente autorizado, com suas folhas numeradas erubricadas.

Art. 34. Os índices serão de localização dos protestos registradose conterão os nomes dos devedores, na forma do § 4º do art. 21,vedada a exclusão ou omissão de nomes e de protestos, aindaque em caráter provisório ou parcial, não decorrente docancelamento definitivo do protesto.§ 1º Os índices conterão referências ao livro e à folha, aomicrofilme ou ao arquivo eletrônico onde estiver registrado oprotesto, ou ao número do registro, e aos cancelamentos deprotestos efetuados.§ 2º Os índices poderão ser elaborados pelo sistema de fichas,microfichas ou banco eletrônico de dados.

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Art. 35. O Tabelião de Protestos arquivará ainda:I - intimações;II - editais;III - documentos apresentados para a averbação no registro deprotestos e ordens de cancelamentos;IV - mandados e ofícios judiciais;V - solicitações de retirada de documentos pelo apresentante;VI - comprovantes de entrega de pagamentos aos credores;VII - comprovantes de devolução de documentos de dívidairregulares.§ 1º Os arquivos deverão ser conservados, pelo menos, duranteos seguintes prazos:I - um ano, para as intimações e editais correspondentes adocumentos protestados e ordens de cancelamento;II - seis meses, para as intimações e editais correspondentes adocumentos pagos ou retirados além do tríduo legal;III - trinta dias, para os comprovantes de entrega de pagamentoaos credores para as solicitações de retirada dos apresentantes epara os comprovantes de devolução, por irregularidades, aosmesmos, dos títulos e documentos de dívidas.§ 2º Para os livros e documentos microfilmados ou gravados porprocesso eletrônico de imagens não subsiste a obrigatoriedade desua conservação.

§ 3º Os mandados judiciais de sustação de protesto deverão serconservados, juntamente com os respectivos documentos, atésolução definitiva por parte do Juízo.

Art. 36. O prazo de arquivamento é de três anos para livros deprotocolo e de dez anos para os livros de registros de protesto erespectivos títulos.

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CAPÍTULO XIII

Dos Emolumentos

Art. 37. Pelos atos que praticarem em decorrência desta Lei, osTabeliães de Protesto perceberão, diretamente das partes, a títulode remuneração, os emolumentos fixados na forma da leiestadual e de seus decretos regulamentadores, salvo quando oserviço for estatizado.§ 1º Poderá ser exigido depósito prévio dos emolumentos edemais despesas devidas, caso em que, igual importância deveráser reembolsada ao apresentante por ocasião da prestação decontas, quando ressarcidas pelo devedor no Tabelionato.§ 2º Todo e qualquer ato praticado pelo Tabelião de Protesto serácotado, identificando-se as parcelas componentes do seu total.

§ 3º Pelo ato de digitalização e gravação eletrônica dos títulos eoutros documentos, cobrados os mesmos valores previstos natabela de emolumentos para o ato de microfilmagem.

CAPÍTULO XIV

Disposições Finais

Art. 38. Os Tabeliães de Protesto de Títulos são civilmenteresponsáveis por todos os prejuízos que causarem, por culpa oudolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ouEscreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.

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Art. 39. A reprodução de microfilme ou do processamentoeletrônico da imagem, do título ou de qualquer documentoarquivado no Tabelionato, quando autenticado pelo Tabelião deProtesto, por seu Substituto ou Escrevente autorizado, guarda omesmo valor do original, independentemente de restauraçãojudicial.Art. 40. Não havendo prazo assinado, a data do registro doprotesto é o termo inicial da incidência de juros, taxa eatualização sobre o valor da obrigação contida no original oudocumento de dívida.Art. 41. Para os serviços previstos nesta Lei os Tabeliães poderãoadotar, independentemente de autorização, sistemas decomputação, gravação, microfilmagem, gravação eletrônica deimagem e quaisquer outros meios de reprodução.Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de um publicação.Art. 43. Revogam-se as disposições em contrário.Brasília, 10 de setembro de 1997; 176º da Independência e 109ºda República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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AÇÃO MONITÓRIA - CHEQUE PRESCRITO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....

........................................., (qualificação), pessoa jurídica de direitoprivado, inscrita no CGC/MF sob nº ...., com sede e foro na Rua .... nº........, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado eprocurador, ao final assinado, com escritório profissional na Rua .... nº ....,com fundamento nos artigos 1.102a, "b" e "c" e parágrafo 1º, 2º e 3º doCódigo de Processo Civil, inseridos pela Lei nº 9.079, publicada no DJU em17 de julho de 1995 e demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, propora presente AÇÃO MONITÓRIA contra....................................., pessoajurídica de direito privado, inscrita no CGC/MF sob nº ...., com endereço naRua .... nº ...., Bairro ...., onde poderá ser citada por meio de suarepresentante legal ...., pelos motivos que passa a expor:

I - DA CAUSA PETENDI

1) DOS FATOSA requerente é credora da requerida da importância de R$ .... (....),representada pelos cheques nºs ...., ...., do Banco ...., Ag. .... da conta ....,emitidos em ...., apresentados para pagamento e devolvidos, conformecarimbos constantes no verso dos títulos (doc. anexo).Ainda, é credora do requerido da quantia de R$ .... (....), referentes aosprotestos dos referidos títulos.

2) DO FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO:Na forma dos artigos 59 da Lei nº 7.357/85, já expirou-se o prazo para oingresso com Ação de Execução para o pagamento de tais cheques:"Prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo deapresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador."A ação, a que se refere o artigo 47 da mesma Lei, é a de execução:"Pode o portador promover a execução do cheque:I - contra o emitente e seu avalista."Tais títulos, portanto, não mais possuem eficácia de títulos executivos.Constituindo-se também em prova escrita da dívida, possibilitam o ingressocom a Ação Monitória, como permite o artigo 1102a do CPC a seguirtranscrito:"A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escritasem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entregade coisa fungível ou de determinado bem móvel."Inegável que tais cheques representam prova escrita, eis que esta expressãona verdade traduz o documento do qual procede o crédito.

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Este requisito específico da Ação Monitória - prova escrita - foi analisada porJ. E. Carreira Alvim:"Embora o art. 1102a fale em "prova escrita", deve-se considerar que, noprocesso injuntivo, não tem vez a prova, pelo que esse termo deve traduzirna verdade o documento do qual o crédito procede...Por prova escrita se entende, em suma, todo escrito que, emanado dapessoa contra quem se faz o pedido, ou de quem a represente, o tornaverossímil ou suficientemente provável e possível." (Procedimento Monitório,1º Edição, 1995, Ed. Juruá, p. 62 e 66)Por todo o exposto, resta clara a possibilidade de ingresso com a presenteação posto que, em suma, constituem-se os cheques anexos emdocumentos emitidos pelo requerido, ou seja, em prova escrita, que nãopossui eficácia de título executivo, sendo dotados de liquidez e certeza docrédito.Cumpre salientar também que a requerente procurou pelos meios amigáveisser ressarcida do "quantum" proveniente dos títulos anexos, porém nãologrou êxito em seu desiderato.Assim, existindo "legitimatio ad causam", interesse processual, e sendo opedido juridicamente possível, encontra-se apto para a prestação da tutelajurisdicional que adiante se invocará.

II - DO PEDIDOANTE O EXPOSTO REQUER:a. A citação da requerida nos endereços supra declinados, na pessoa de suarepresentante legal acima indicada, para que no prazo de quinze dias, paguea importância de R$ .... (....), acrescidos de juros e correção monetáriadesde a emissão dos títulos até a data do pagamento, além do pagamentodas despesas de protesto retro mencionadas, no valor de R$ .... (....),constando no mandado a advertência do art. 1102c do CPC, bem como queo cumprimento do mesmo acarretará a isenção do pagamento de custas ehonorários advocatícios (§ 1º do artigo 1102c);b. Os benefícios do artigo 172 do CPC para as diligências do Sr. Oficial deJustiça;c. Protesta por todo o gênero de provas em direito admitidas, em especialpelo depoimento pessoal da requerida, sob pena de revelia e confissão,prova documental, sem exclusão de outras que necessárias se fizerem.Atribui-se à causa, o valor de R$ .... (....).

Diante do expostoPede Deferimento...., .... de .... de ....

Advogado OAB/...

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Bibliografia:

- RESTIFE NETO, Paulo. Lei do Cheque, 4. ed. São Paulo : Ed. Revista dotribunais, 2000- J. M. Othon Sidou, Do cheque, 2. ed. 2006- FRAN MARTINS, letra de Cambio e Nota promissória ed. Saraiva 2002- HERNANI ESTRELA, Curso de Direito Comercial, ed. Saraiva 2003- JOÃO EUNÁPIO BORGES, Do Aval, 2005; Títulos de Credito, 2. ed.2001

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