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Manual do PROFESSOR ano 5 º

Manual do Professor 5º ano - Projeto Ápis

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Diagramação do Manual do Professor do Projeto Ápis - Editora Ática

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Manual doPROFESSOR

ano5º

MP. Ciências

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Corpo humano e a Educação para a saúdeAo longo de todos os volumes de Ciências deste projeto, os alunos tiveram

oportunidade de estudar o corpo humano: a dentição, os cuidados relacionados à

higiene e à alimentação, etc.

No livro do 5º- ano, esse estudo é aprofundado e os alunos são convidados a ex-

plorar o interior do corpo humano, as estruturas relacionadas à digestão, à respi-

ração e à circulação, o desenvolvimento intrauterino e as transformações relacio-

nadas à adolescência, os hábitos alimentares, o corpo durante uma atividade

física intensa, o estilo de vida e sua relação com a saúde.

Devemos destacar que trabalhar o corpo humano em Ciências ultrapassa con-

templar o ensino-aprendizagem de conhecimentos da anatomia e da fisiologia.

Hoje em dia, as interconexões entre corpo,

mente, fatores sociais e ambientais determi-

nando o status de saúde são pauta obrigatória

na Educação para a saúde. Assim, o estilo de

vida, a dieta alimentar, a prevenção e o estado

de humor não podem ser negligenciados no

trabalho com os alunos em sala de aula.

Portanto, como professores, além de nos preo-

cuparmos em trabalhar aspectos da anatomia e

da fisiologia humana, devemos oferecer possi-

bilidades para que as crianças desenvolvam um

estilo de vida promotor de saúde, refletindo so-

bre seus hábitos alimentares, sobre o fato de te-

rem ou não atitudes mentais positivas no dia a

dia e sobre as pressões que a sociedade atual

exerce sobre ambos.

“Nós” de Ciências no 5º- ano

327

Propostas de atividades• O número de crianças obesas aumenta em nosso país. E o problema é

que a obesidade aumenta o risco de muitas complicações de saúde. Gran-

de parte do problema deve-se ao sedentarismo e a uma dieta com alto

teor de açúcares e gorduras. Precisamos motivar as crianças a se mexe-

rem. É necessário que elas tomem consciência do corpo em atividade fí-

sica, mesmo que mais intensa. Além disso, nossos alunos têm de estar

instrumentalizados para analisar criticamente o que comem, avaliar e

possivelmente modificar os próprios hábitos alimentares. Eles preci-

sam, ainda, estar amparados para não se sujeitarem à influência da pro-

paganda e do estímulo ao consumo de alimentos altamente energéticos.

Nesse sentido, é conveniente que as crianças aprendam a analisar as in-

formações sobre valor energético contidas nas embalagens de alimentos.

Além disso, é importante que seja favorecida a visão do corpo humano

como um conjunto de estruturas em funcionamento integrado. Como um

“todo”, que está inserido em uma sociedade e, portanto, sujeito à influên-

cia do contexto no qual se encontra. Esses são temas abstratos, que po-

demos trabalhar com as crianças no 5º- ano. Para isso, devemos ofere-

cer a elas exemplos acessíveis. É necessário que elas tenham a

possibilidade de analisar criticamente estratégias publicitárias com

que tomam contato diariamente e possam refletir se estas estimulam,

ou não, hábitos saudáveis.

• Em complemento, podemos ainda dizer que no 5º- ano, muitos alunos,

principalmente as meninas, estão iniciando processos que os encami-

nham para a adolescência; sofrem mudanças corporais que os acompa-

nharão, de certo modo, na vida adulta. Há os que crescem muito, mal

cabendo nas carteiras; as meninas começam a ver os seios se desenvol-

vendo, algumas menstruam. Os cuidados com o corpo tornam-se mais

necessários num momento em que ele está se transformando. E as trans-

formações corporais provocam mudanças nas relações dos alunos consi-

go mesmos, com os colegas e com outros elementos do meio em que vi-

vem. É o momento em que o cuidar na escola se torna imprescindível. foto

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Cuidar, nesse caso, significa permitir

que se construam relações saudáveis

e prazerosas dos alunos consigo mes-

mos, deles com seus colegas e adultos

e com os espaços à sua volta. A au-

toimagem deles está em mudança:

ser bonito ou ser feio, desengonçado

ou atraente, inteligente ou tonto são

algumas das imagens com que lidam

ao se olharem no espelho e ao serem

olhados pelos outros. Eles tornam-se

mais sensíveis a apelidos e comentá-

rios, reagindo de modo extremo,

recolhendo-se ou atacando. É o mo-

mento de favorecer o respeito à di-

versidade e à individualidade, de

possibilitar reflexões sobre a pressão que os meios de comunicação exer-

cem na criação de padrões de como deve ser o corpo humano e de como de-

vem ser nossos hábitos.

• É muito bem-vinda a disponibilização de tempo para os alunos fazerem pe-

quenas assembleias, nas quais podem colocar os problemas que os incomo-

dam nas relações com os colegas ou com adultos, discutindo posições e le-

vantando possibilidades conjuntas de mudança. Eles podem, também, nas

assembleias, fazer perguntas sobre as dúvidas que têm em relação ao seu

próprio corpo.

• Atividades em grupo também são importantes neste momento

em que papéis masculinos e femininos se tornam mais visíveis

pelas diferenças que os corpos passam a sinalizar de maneira

mais pronunciada. Realizar projetos juntos e participar de co-

memorações festivas, nos quais podem trocar alimentos, histó-

rias, brincadeiras, músicas, criações, é importante para aproxi-

mar todos os alunos, favorecendo o viver bem em grupo.

Crie uma caixinha de perguntas, na qual os alunos possam colocar questões que querem saber sobre o próprio corpo. Regularmente, durante um período combinado, leia as questões que surgirem e discuta possíveis respostas.

DiCa!

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“Nós

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no 5

º - ano

1�Procure levantar quais são as curio-

sidades de seus alunos sobre o corpo

humano. O que eles querem saber?

O que julgam já saber? Avalie se as

opiniões manifestadas podem se re-

lacionar a determinados valores e

preconcepções.

2�Observe as atitudes dos alunos du-

rante as aulas: como eles dividem o

tempo livre, se cuidam da higiene

pessoal (por exemplo, se lavam as

mãos antes de pegar alimentos), se

procuram manter o bom humor mes-

mo em situações difíceis. Acompa-

nhe o desenvolvimento das atitudes

observadas durante o ano letivo e

procure avaliar se os alunos estão

desenvolvendo hábitos promotores

de saúde.

3�Verifique como seus alunos se por-

tam durante as discussões sobre as

modificações que ocorrem no corpo

dos adolescentes e como encaram o

sexo oposto. Avalie se acreditam, ou

não, que o final da infância está che-

gando para eles. Estimule que mani-

festem como se sentem a respeito “do

que está por vir”.

4 Observe se seus alunos começam a uti-

lizar vocabulário específico para refe-

rir-se a partes e funcionamento do cor-

po humano. Observe também se eles

manifestam noções básicas relaciona-

das à digestão, respiração e circulação

(principais estruturas do corpo envol-

vidas, algumas características delas,

etc.). Nas explicações sobre o funcio-

namento do corpo, avalie o que os alu-

nos deixam transparecer: diferentes

estruturas funcionam de maneira inte-

grada ou de maneira isolada?

5�Verifique se os conhecimentos mani-

festados nas discussões em sala de aula

são coerentes com as atitudes que você

observa entre seus alunos. Procure fa-

zer enquetes para avaliar hábitos deles:

quanto tempo passam em atividades

sedentárias, se seguem as orientações

da pirâmide alimentar e de atividade

física apresentadas no livro-texto, etc.

Por fim, incentive a comparação entre

os dados obtidos nessas enquetes e as

informações sobre o funcionamento do

corpo humano apresentadas por eles.

Ou seja, compare o que “fazem” em re-

lação ao corpo humano com o que “sa-

bem” sobre o corpo.

Como saber se o aluno aprendeu?fo

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2. Antes de iniciar a atividade física, sinta os batimentos do seu coração e os seus movimentos respiratórios.

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Quais são as atividades físicas

que você faz no seu dia a dia?

Você acha que é preciso muita

ou pouca energia para realizar

essas atividades?

Numa folha avulsa, faça uma lista

explicando o que você acha que

Avalie os conhecimentos prévios dos alunos: “Eles associam atividade física somente com suor, sensação de calor, ou também com aumento do ritmo cardiorrespira-tório?”; “A maioria dos alunos pensa que o coração bate quantas vezes por minuto?”; “Alguém acha que o coração bate mais de cem vezes por minuto?”; “Alguém acha que o número de movimentos respiratórios é igual ao número de batimentos cardíacos?”; “Em que atividades eles acham que gastam mais energia?”; “Eles fazem associação entre movimento e gasto energético?”.

Algumas crianças, quando realizam alguma atividade física intensa, podem se sentir muito bem; outras podem se sentir mal e sem fôlego. Para tornar essa atividade mais proveitosa, procure se aconselhar com o professor de Educação Física.

acontece com seu corpo quando

pratica esportes.

Troque ideias com seus colegas: Quantas

vezes você acha que o coração de uma

pessoa bate em 1 minuto? E quantos

movimentos respiratórios fazemos

nesse mesmo intervalo de tempo?

Vamos fazer uma atividade física intensa e observar o que acontece com nosso corpo?

1. Com o professor e seus colegas, decidam qual atividade física vocês vão praticar: pode ser corrida, jogo de voleibol, futebol ou uma dança.

3. No meio da atividade física, faça uma pausa para sentir os batimentos do coração e os movimentos respiratórios.

4. Cerca de 5 minutos depois da atividade física, sinta pela terceira vez os batimentos do coração e os movimentos respiratórios.

[2]

[4]

[3]

[5]

Um mundo de recursos

digitais para você ensinar e seu

aluno aprender.

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Hora do esporte

Você sabe como medir o número de batimentos

cardíacos e de movimentos respiratórios em 1 minuto?

Leia os textos e observe as figuras.

b) Aprenda a perceber um movimento

respiratório completo (B). Depois,

meça o número de movimentos

respiratórios em 1 minuto.

Anote os resultados obtidos:

Participe das atividades

cronometrando o tempo de

1 minuto para que os alunos

realizem as medições. Você

pode também cronometrar

apenas 15 segundos

(nesse caso, os alunos devem

multiplicar por 4 a medida tomada

para saber o número de

movimentos respiratórios ou

de batimentos cardíacos em

1 minuto).

parte interna dos tornozelos

lateral do pescoço, logo abaixo de um dos ossos da face

pulso

Para perceber o movimento respiratório completo, coloque as mãos sobre a barriga ou o peito. Um movimento respiratório completo ocorre cada vez que tomamos o ar (inspiramos) e em seguida o expulsamos do corpo (expiramos).

2. Você pode aconselhar os alunos a fazer mais de uma medição dos movimentos

respiratórios e da pulsação. Em

geral, nas primeiras

medições a pessoa está se adaptando ao

procedimento.

a) Conheça os pontos do corpo onde

você pode tomar a sua pulsação

(A). Depois, meça o número de

pulsações em 1 minuto.

1

2

NÚMERO DE BATIMENTOS CARDÍACOS EM 1 MINUTO

NÚMERO DE MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS EM 1 MINUTO

Pulsação: em medicina, batimento ritmado, como o percebido no coração.

Vocabulário

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Com os dados obtidos, complete a tabela.

Será que o ritmo cardíaco (número de batimentos do coração) e o ritmo

respiratório (número de movimentos respiratórios) podem mudar durante o dia?

Para descobrir se isso ocorre, conte o número de batimentos do seu coração e depois

o número de movimentos respiratórios, durante 1 minuto, em diferentes situações:

Esperam-se respostas próximas às seguintes:

Deitado e relaxado, quase pegando no sono.

3. Converse com os alunos e aproveite a oportunidade para avaliar os seus conhecimentos prévios: quantas crianças acham que, ao longo do dia, ocorrem alterações nos ritmos cardíaco e respiratório? A que elas associam essas alterações?

4. Incentive os alunos a realizar as atividades desta página preenchendo a tabela com os resultados obtidos. Comente que eles podem, a seu critério, registrar o que acontece quando realizam outras atividades (andando de bicicleta ou assistindo à TV, almoçando, depois de nadar ou jogar bola, por exemplo).

Andando.

Sentado lendo.

Logo após ter corrido.

NÚMERO DE BATIMENTOS CARDÍACOS POR MINUTO

NÚMERO DE MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS POR MINUTO

andando

sentado lendo

logo após ter corrido

deitado, antes de dormir

70 ou não muito além disso

70

acima dos 70, próximos dos 100 a 120,

conforme a intensidade

70

10-15 ou não muito além disso

10-15

acima dos 15, próximos dos 20-25,

conforme a intensidade

10-15

3

4

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[5] [6]

Compartilhe sua tabela com colegas e observe os dados obtidos por eles.

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Chegou o momento de você fazer um relatório sintetizando os resultados que

obteve até aqui.

Termine de escrever o relatório que começou a ser feito por alguns alunos.

Note que aqui os alunos praticam a

escrita de relatórios. Isso

ocorre em vários momentos deste livro. Analise com

eles os modelos de relatórios

apresentados, criando

condições para que eles se

apropriem desse gênero textual.

Oriente os alunos a fazer um

rascunho do texto numa folha

avulsa. Depois, cada um escreve o texto definitivo.

Repare que, neste momento,

estamos trabalhando com

os alunos descrição e

análise de dados.Incentive-os a trocar o texto

produzido entre eles. Depois

disso, peça que reformulem seus

textos, acrescentando

informações que julgarem

convenientes.

Relatório

Você já reparou quantas vezes o seu coração bate?Será que esse número de batimentos é constante, ou pode variar bastante?

Essas foram algumas questões que investigamos ao fazer medidas do número de batimentos cardíacos durante 1 minuto, em diferentes situações. Verificamos que .Além disso, também medimos o número de movimentos respiratórios durante

1 minuto, em diferentes situações. Nesse caso, constatamos que

Algo que nos chamou a atenção é que existe uma relação entre o número demovimentos respiratórios e de batimentos do coração:

[1] [2]

5

Espera-se que o aluno explicite no relatório que: “em diferentes situações, o número de batimentos cardíacos e de movimentos respiratórios é diferente”; “nas atividades físicas, ou logo após elas, o ritmo respiratório (e

também o cardíaco) é maior”; “em repouso ou nas atividades que demandam pouco esforço físico, o número de batimentos cardíacos (e também o ritmo respiratório) é menor”; “quando ocorre uma atividade física mais intensa, aumenta tanto o número de batimentos

cardíacos quanto o ritmo respiratório”.

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Coração e pulmões

Você já sabe: quando praticamos esportes, o coração bate mais rápido e a

respiração fica acelerada. Que tal agora conhecer um pouco mais essas

estruturas do nosso corpo, o coração e os pulmões?

Considerando as informações que você já conhece, preencha o quadro abaixo.

Caso não saiba a resposta de alguma pergunta, escreva simplesmente “Não sei”.

1

Quantos litros de sangue temos no corpo?

Quantos pulmões temos?

O que existe dentro do coração?

O que é a artéria aorta?

O que é a traqueia?

Por onde passa o ar que inspiramos?

PERGUNTA RESPOSTA A PARTIR DO QUE JÁ CONHEÇO

Resposta pessoal na qual os alunos

manifestam o que já sabem. É

importante manter os

registros dessas respostas,

para depois compará-las com

o que aprenderam.

Esteja atento para o fato de que, ao longo

deste módulo, trabalhamos com

alguns procedimentos relacionados à

pesquisa (seleção de material

bibliográfico, seleção de

informações em um texto e

confecção de sínteses).

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Você viu que comparar uma imagem desconhecida do corpo humano (como

a do sangue visto ao microscópio) com algo que conhecemos (como uma

pintura feita com “pontinhos coloridos”) pode nos ajudar a entender melhor

o nosso próprio corpo!

Agora é a sua vez! Observe as duas imagens abaixo e complete o texto que um

aluno começou a fazer. Para isso utilize os termos do banco de palavras.

Plantação de trigo.

Discuta com os alunos o quanto costumamos fazer analogias para explicar diferentes assuntos. Em relação ao corpo humano, são muito comuns analogias como “o coração é como uma bomba”, “os rins como que filtram o sangue”, etc. Portanto, comparar o corpo humano com o que conhecemos do nosso dia a dia nos ajuda a criar algum conhecimento sobre nós. Entretanto, é necessário cautela para que o corpo não seja identificado com máquinas ou eventos que usamos nessas analogias.Esteja atento que a analogia dos cílios do trato respiratório com uma plantação de trigo pode contribuir para formar uma imagem de que os cílios possuem movimento. No entanto, essa analogia é incompleta, uma vez que o batimento ciliar tem uma natureza distinta do movimento do trigo numa plantação.

No nosso sistema respiratório existem células com cílios. Na minha opinião o conjunto desses cílios pode ser comparado a uma plantação de trigo, pois os cílios não ficam parados.Nas minhas pesquisas descobri que:• o ar que inalamos pode conter incontáveis partículas e organismos

vivos microscópicos ; • parte desse material fica retido num muco;• o movimento dos cílios impulsiona esse muco

em direção à região da garganta e do nariz;• daí vem aquela vontade de tossir e... é assim que,

no final das contas, a “sujeira” que inalamos pode ser eliminada das vias respiratórias.

tossir

cílios

microscópicos

muco

respiratório

movimento

Cílios das células do sistema respiratório. A imagem corresponde a uma ampliação de 4 160 vezes ao microscópio eletrônico de varredura (coloração artificial).

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Você acha que gasta mais energia fazendo quais atividades físicas?

Observe as imagens de crianças em situações variadas. Descreva as atividades em

ordem crescente: da atividade em que gastamos menos energia para aquela na

qual gastamos mais energia.

ATIVIDADE

CONSUMO DE QUILOCALORIA EM 1 HORA (Kcal/h)

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300

250

200

150

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85 85

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dormir caminhar ler sentado assistir à TV jogar futebol

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4. Os valores de gastos energéticos aqui apresentados são aproximados e gerais, ocorrendo variações que dependem do grau de esforço físico e do metabolismo de cada pessoa. É muito comum algumas embalagens de alimentos designarem o valor energético em Cal. Esclarecemos que esta unidade de medida Caloria (repare no “C” maiúsculo) equivale a 1 000 calorias ou 1 quilocaloria (Kcal). Uma caloria (repare no “c” minúsculo), no estudo da Física, designa a quantidade de calor requerida para aumentar de 14,5 ºC para 15,5 ºC a temperatura de 1 grama de água.

3

Analise o gráfico abaixo e confira quanta energia o nosso organismo consome em

algumas atividades.

4

A quantidade de energia pode ser medida em caloria.

Apresente esses dados no formato de uma tabela.

Inicialmente, aproveite a atividade 3 para avaliar o que os alunos já sabem: Quais dessas atividades eles acreditam queconsomem muita energia? E quais eles consideram que necessitam de pouca energia para ser realizada? Depois, peça aos alunos que comparem as respostas que deram na atividade 3 com as informações do gráfico. Finalmente, promova discussões: a partir da análise do gráfico, caminhar demanda quanto a mais de energia do que dormir? Jogar futebol requer quanto deenergia a mais do que ficar assistindo à TV?

A tabela pode ser:

Proponha esta questão à classe: “Qual a forma mais fácil de ‘visualizar’ e ‘apresentar’ os dados: observando o gráfico de barras ou observando uma tabela?”

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1Na unidade 2, os alunos são convidados a colocar o corpo em movimento. em acordo com a equipe de educação física, pode-se ampliar as atividades propostas na página 67 e realizar a vivência de atividades que exploram o equilíbrio estático e dinâmico, os limites de flexibilidade, o sincronismo viso-manual, etc. É valorizada a oportunidade para se exercitar a coleta e o registro de dados (no caso, de batimentos cardíacos e de frequência respiratória, como proposto nas páginas 68 e 69).

3Na unidade 3 incentiva-se que as crianças usem analogias para elaborar explicações sobre a estrutura e o funcionamento do corpo humano (um exemplo pode ser observado na página 123). É importante fazermos isso, pois o pensamento por analogia é algo comum no processo de formulação de diversas ideias científicas.

4em matemática, seus alunos já devem lidar com diferentes tipos de gráficos. Dessa maneira, além dos que são sugeridos nas unidades 2 e 3, podem ser explorados outros, inclusive propiciando exercícios iniciais com infográficos ou gráficos de figuras, associados a pesquisas em jornais e revistas. são excelentes oportunidades de se fomentar uma interação com a educação matemática e a exploração de jornais e revistas.

Usando o livro-texto...

2a escrita de relatórios, já proposta em anos anteriores, é retomada em atividades como a da página 70. também são oferecidas várias oportunidades para que os alunos pratiquem a escrita de sínteses e comecem a elaborar pequenos textos informativos, como no caso da página 104, com informações sobre o coração e os pulmões. a exposição das crianças a diferentes modelos de relatório e sínteses ajuda o desenvolvimento da escrita e serve ao desenvolvimento de discursos cada vez mais elaborados. observação, descrição e análise de dados são valorizados em vários momentos da unidade 2, estimulando-se também a realização de discussões entre os alunos.

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Na passagem da infância para a adolescência, além da mudança de opiniões

em relação ao sexo oposto, ocorrem várias outras transformações.

Leia esta entrevista com três jovens, Pedro, Belle e Camila, que estão no início da

adolescência e saiba um pouco mais sobre esse momento de suas vidas.

O que mudou na sua vida com

a adolescência?

Pedro: Agora eu já penso em coisas

mais de adulto. Penso em meninas e

em namorar, penso no que vou ser

quando me tornar um adulto.

Belle: Antes eu era muito envergo-

nhada e gostava de brincar de bone-

cas. Hoje já dei todas as minhas bone-

cas e comecei a ficar mais solta, a ter

menos vergonha.

Camila: Quando eu era criança, via

beijo na boca na novela e ficava com

nojo. Hoje eu gosto de beijar.

O que mudou no seu corpo com

a adolescência?

Pedro: Eu cresci, cresceram pelos

na perna, tem um bigodinho apare-

cendo. Surgiram as espinhas… De

manhã, antes de ir para a escola, fico

preocupado quando vejo que meu

rosto está cheio de espinhas. As me-

ninas vão ficar olhando…

Belle: Eu fiquei menstruada aos

9 anos e a partir daí o meu corpo

começou a mudar: meus seios e

meus quadris aumentaram, minhas

pernas engrossaram.

Camila: Eu ainda não fiquei mens-

truada e o meu corpo ainda não mu-

dou muito.

Antes de vocês serem adolescentes,

o que achavam das meninas/dos

meninos? O que acham agora?

Pedro tem 14 anos e estuda no 8o ano. Hoje ele se relaciona muito melhor com as meninas do que quando era menor.

Estimule o debate sobre o comportamento dos adoles centes. Para isso, peça aos alunos que pesquisem mais textos sobre o assunto e compartilhem os resultados das leituras sobre o tema. Lembre-se de que esse tema gera muita polêmica e você pode enriquecer o debate com as opiniões dos próprios alunos sobre os textos pesquisados.

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Pedro: Antes era tudo mais separa-

do, eu não conversava tanto com as

meninas. Agora eu converso mais

com as meninas e descobri que elas

são legais.

Belle: Antes eu não conversava mui-

to com os meninos porque tinha ver-

gonha. Agora eu estou namorando um

garoto da minha idade.

Camila: Eu sempre tive mais amigos

que amigas. Antes a gente brincava

de jogar futebol. Hoje a gente conver-

sa de tudo: música, futebol, novela.

Eles falam com qual menina estão

querendo “ficar” e a gente pode até

dar uma ajuda para eles.

Belle, à direita na foto, tem 13 anos e teve sua primeira menstruação aos 9 anos, quando estava no 5o ano. Camila está no 8o ano, tem 14 anos e ainda não teve sua primeira menstruação.

Preencha o quadro que começou a ser feito, sintetizando as informações obtidas

na entrevista.

4

Troque ideias com os alunos:

Existem diferenças entre

o modo de pensar do

adolescente do sexo masculino e

da adolescente do sexo

feminino? Pergunte-lhes se

eles se identificam ou

não com os adolescentes

entrevistados.

Os alunos podem indicar como

modificações nos meninos o

surgimento de pelos em

determinados locais do corpo (sobretudo no

rosto), de espinhas e o

maior interesse pelo sexo oposto;

nas meninas, o maior interesse

pelo sexo oposto, a ocorrência de

menstruação, modificações no corpo (aumento

dos seios e quadris).

Motive os alunos a fazer um

resumo do que aprenderam até

agora, lendo a entrevista.

Estimule a troca de ideias para

que preencham o quadro da

maneira mais completa possível. MODIFICAÇÕES QUE OCORREM COM A CHEGADA DA ADOLESCÊNCIA EM...

Meninos

Meninas

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Energia para viver

Antes de sair por aí praticando alguma atividade física, é bom estar atento à

sua alimentação!

Leia o texto abaixo e conheça os hábitos alimentares de uma atleta.

Troque ideias com os colegas: O que será que Fernanda Keller quis dizer?

“Se eu comesse só saladinhas, não aguentaria o pique dos treinos. Gasto

muita energia e preciso repô-la ao organismo.”

Fernanda Keller sabe que uma alimentação variada e água são importantes para o equilíbrio do organismo.

2. Discuta com os alunos a frase de Fernanda Keller,

que lembra o ditado popular

“saco vazio não para em pé”.

Nesta parte do módulo

estudaremos parte dos

fundamentos que estão por trás

dessa ideia: quanto de

energia precisamos? Quais são os

alimentos mais energéticos?

1

2

A dieta de Fernanda KellerRecordista sul-americana de provas de longas distâncias, a triatleta brasileira

nunca descuida da alimentação.

F ernanda Keller con-

some alimentos ricos

em fibras e carboidra-

tos. As carnes verme-

lhas ela substituiu por

carnes brancas (frango

e peixes), e os legumes,

verduras, frutas e iogur-

tes fazem parte de seu

cardápio diário. Doces,

ela procura evitar.

Fernanda adora um

prato de arroz com fei-

jão e acha essa combina-

ção superimportante:

“Se eu comesse só sa-

ladinhas, não aguenta-

ria o pique dos treinos.

Gasto muita energia e

preciso repô-la ao orga-

nismo”, afirma.

Durante os treinos e

competições, a triatleta

costuma consumir bar-

ras de cereais e frutas,

além de beber muito lí-

quido. A todos, Fernan-

da dá uma dica valiosa:

“Jamais espere sentir

sede para beber alguma

coisa. A sede é um sinal

de que o organismo já

está trabalhando no

vermelho. O importan-

te é se hidratar em in-

tervalos regulares.”

Adaptado de texto fornecido pela assessoria de imprensa de Fernanda Keller.

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A pirâmide de alimentos, citada na entrevista da nutricionista, indica quantas

porções de diferentes tipos de alimento são recomendadas para suprir suas

necessidades diárias de nutrientes e energia.

Observe a imagem da pirâmide de alimentos para crianças e leia as

informações do quadro.

Grupo dos PÃES, CEREAIS, ARROZ

e MASSAS (6 porções)

Grupo das GORDURAS e DOCES (coma menos)

Grupo do LEITE (2 porções)

Grupo das CARNES, OVOS e FEIJÕES (2 porções)

Grupo dos VEGETAIS

(3 porções)Grupo das FRUTAS

(2 porções)

Grupo dos PÃES, CEREAIS, ARROZ e MASSAS

- 1 fatia de pão de forma

- 1 pãozinho francês

- ½ xícara de arroz cozido, milho, macarrão, aveia ou trigo, etc.

Grupo dos VEGETAIS

- 1 xícara de verduras folhosas (alface, couve, espinafre, etc.)

- ½ xícara de verduras ou legumes picados e cozidos

Grupo das FRUTAS

- 1 laranja

- 1 maçã

- 1 banana

- ½ xícara de fruta picada

- ½ xícara de suco de fruta

Grupo do LEITE

- 1 copo de leite integral

- 3 fatias de queijo fresco

- 3 colheres de requeijão

Grupo das CARNES,OVOS e FEIJÕES

- 1 bife pequeno

- ½ peito de frango

- 1 ovo

- ½ xícara de feijão cozido

Grupo das GORDURAS e DOCES

Reduza o consumo de manteiga, amendoim, batata frita, biscoitos, refrigerante, bolos e doces.

A QUE CORRESPONDE UMA PORÇÃO*?

* Uma porção equivale a uma das opções apresentadas.

É conveniente você consultar o texto “A proposta de uma nova pirâmide alimentar”, no Manual do Professor. Lá estão explicadas as críticas a essa pirâmide alimentar, oficialmente anunciada em 1992. Basicamente, as novas orientações alertam para a necessidade de cautela na ingestão de carboidratos (presentes em alimentos como arroz e massas) e de gorduras saturadas (presentes em alimentos como carne vermelha e manteiga).

Leve os alunos a perceber que a pirâmide alimentar indica o que devemos comer durante todo um dia; explique-lhes que, ao elaborar um cardápio diário, não devemos concentrar os alimentos de cada parte da pirâmide em uma mesma refeição.

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Veja na seção Lições

complemen-tares (p. 222

e 223) atividades e

textos de apoio que

podem enriquecer o estudo deste

módulo.

Veja algumas perguntas que ajudam a avaliar como é o seu estilo de vida.

Responda-as.

Qual é o seu estilo de vida?

Quantas horas você costuma dormir por noite?

Você se preocupa com sua alimentação? O que costuma comer?

Você tem muitos ou poucos amigos? Que programas você costuma

fazer com seus amigos?

Você se considera uma pessoa otimista ou pessimista? Por quê?

O que você faz para cuidar do seu corpo?

Você pratica esportes regularmente?

Quais são as coisas que deixam você feliz?

O que você faz nas horas de lazer?

Troque ideias com os colegas e pensem em mais três perguntas para o

questionário “Qual é o seu estilo de vida?”. Escrevam-nas abaixo.

Possíveis respostas: Quantas horas você costuma ver TV por dia? Você gosta ou não da maioria das coisas que faz no seu dia

a dia? Você costuma se chatear facilmente com as coisas que acontecem? Você se considera uma pessoa bem-humorada?

Avalie as ilustrações

com os alunos: “O que

as crianças estão

fazendo?”; “O que fazem

relaciona-se ou não com

um estilo de vida promotor

de saúde?”.

1

2

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Leia o que as crianças estão dizendo. Copie abaixo somente as falas que

demonstram um jeito positivo de encarar os acontecimentos.

Depois de passar um questionário a diversas pessoas na escola, a professora

concluiu que algumas delas não sabem qual é a relação entre estilo de vida e

saúde. Escreva um texto para explicar a elas qual é essa relação.

3

4

Vamos tentar com aquela peça. Pode ser que encaixe.

Acho que não vai dar certo colocar essa peça aí, nem adianta tentar...

Se não encaixar, procuramos outra peça até acertar.

Este quebra--cabeça é difícil demais!

Estilo de vida e saúde

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“Vamos tentar com...” e “Se não encaixar, procuramos...” indicam formas mais positivas de encarar a situação.

Espera-se que os alunos indiquem que o estilo de vida de uma pessoa pode promover ou não a sua saúde. Por exemplo, hábitoscomo dormir bem, praticar esportes, ter amigos e conviver bem com eles, ser otimista, etc. são indicativos de um estilo de vidapromotor de saúde.

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5o texto sobre alimentação e exercício físico, na página 72, pode ser útil para se iniciar a discussão sobre dietas, qualidade de alimentação, doenças relacionadas ao excesso e à falta de alimentos. em nome de uma imagem corporal dentro dos padrões divulgados pela mídia (assunto fortemente explorado no final da unidade 3), excessos podem ocorrer e uma autoestima negativa em relação à aparência do próprio corpo pode se desenvolver. esteja atento a isso quando for trabalhar esses assuntos em sala de aula.

7

a ideia de que podemos escolher ter hábitos promotores de saúde e desenvolver uma atitude mental positiva, mesmo diante de acontecimentos desagradáveis, é explorada no final do módulo 7. É o momento em que damos um passo importante para trabalhar o corpo humano não somente no seu aspecto físico, mas de uma maneira mais ampla. ou seja, aprendemos sobre nosso corpo quando estudamos a digestão, a circulação e a respiração (como fizemos no início da unidade 2), mas também desenvolvendo determinados hábitos e quando nos apercebemos de que nosso estado de humor afeta nossa saúde (como discutimos no final das unidades 2 e 3).

6

a análise do valor nutricional dos alimentos, iniciado na página 78, pode estimular o levantamento dos produtos consumidos diariamente pelos alunos e suas famílias. esses dados podem ser analisados à luz da pirâmide dos alimentos apresentada na página 85. além disso, na unidade 3 o trabalho pode ser aprofundado, quando se explora o tema da publicidade dos alimentos: somos realmente livres para escolher o que quisermos comer? temos à disposição nas prateleiras dos supermercados os mesmos produtos com marcas diferentes? ou há uma boa diversidade de opções? as tradições alimentícias de nossa região ou cultura são voltadas para a saúde? essa tradição tem se modificado? a produção de produtos em grandes porções e não em porções individuais estimula o desenvolvimento da obesidade?

8

o módulo 10 atende à necessidade de alunos do 5º- ano poderem refletir sobre a reprodução, a maneira como concebemos o sexo oposto, as mudanças que ocorrem nos adolescentes e pelas quais, em breve, estarão passando. Não são respostas técnicas apenas que ajudarão a formação de indivíduos seguros, que exigem e oferecem respeito ao próprio corpo e aos dos outros. Nesse sentido, é importante favorecer que as crianças sintam-se à

vontade para falar sobre esses assuntos, que tomem contato com o que outros, um pouco mais velhos, pensam (como possibilitamos por meio das entrevistas com adolescentes apresentadas nas páginas 145 e 146 do módulo 11).se possibilitamos que meninos e meninas discutam juntos esses temas, estamos potencializando uma interação futura prazerosa e construtiva entre duas pessoas de sexos diferentes.

MP. Ciências

332

Ciência, tecnologia e sociedadeComo era viver anos atrás, sem computador, sem telefone celular, sem televi-

são, sem antibióticos? E como será viver daqui a cem anos, quando muitas dessas

invenções forem obsoletas?

Nossas rotinas diárias são moldadas pelo universo de inventos que nos cerca. E

esses inventos estão por todos os lados: o despertador ao acordar, a pasta de den-

tes, o ônibus e o trem, o rádio, etc.

Vamos tomar como exemplo invenções conhecidas de todos: a televisão e o

computador. Você já pensou quanto tempo as pessoas de nossa sociedade gastam

em frente à televisão, enquanto poderiam estar fazendo outras coisas? E todos

aqueles problemas de tendinite e postura, relacionados ao uso excessivo do com-

putador? Certamente a televisão e o computador são invenções magníficas, re-

pletas de aspectos positivos. Porém, como outras tantas invenções, eles também

têm uma face diferente, notória pelos seus aspectos negativos.

Essa ideia complexa, de que as invenções podem ser concebidas como “moedas

de duas faces”, pode ser trabalhada com alunos no 5º- ano do Ensino Fundamental.

Um caso de estudo interessante são os veículos automotores. O crescente do-

mínio do fogo e o desenvolvimento de motores movidos à combustão interna é

algo de se admirar. Ampliou, e muito, nossa capacidade de ir e vir, de transportar

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º - ano

cargas. Só que a fumaça, libe-

rada na queima, polui o ar.

Assim, em grandes centros

urbanos, repletos de veículos

automotores, maior a quanti-

dade de gases e partículas

proveniente da queima de

combustíveis. E com a conse-

quente piora da qualidade do

ar, mais pessoas vão parar

nos hospitais.

Podemos argumentar que

um invento pode contornar o

problema: são os catalisadores. Trata-se de dispositivos nos quais ocorre uma sé-

rie de reações que convertem os gases liberados pelo motor e prejudiciais à saúde

(óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono), em nitrogênio, água e gás carbôni-

co. Só que, apesar destes últimos ocorrerem naturalmente na atmosfera, emis-

sões de gás carbônico podem contribuir para o efeito estufa. Ou seja, apesar de

terem sido criados com um propósito positivo, os catalisadores são mais um in-

vento humano que, também, têm um lado negativo.

Propostas de atividades• Na literatura internacional existem relatos de que as atitudes dos estudantes

para com as ciências vão ficando menos positivas, na medida em que avançam

os anos escolares. E uma consequência é que menos pessoas, em diferentes lo-

cais do mundo, tendem a escolher seguir seus estudos em carreiras ligadas às

Ciências. Esse é um grande desafio que se impõe a todos os profissionais dedi-

cados ao ensino dessa disciplina. Uma forma de modificar esse cenário é ofere-

cer aos alunos abordagens que favorecem atitudes positivas para com a ciên-

cia. Exemplos são aquelas que, ao introduzir um assunto que será estudado, já

focam o contexto e a aplicação da Ciência. Assim se possibilita que os alunos

enxerguem mais facilmente a importância do que estudam. foto

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MP. Ciências

334

Proponha às crianças que façam diários, nos quais registrem tudo o que fazem durante o dia. Os diários produzidos devem ter um foco especial. Neles deve ser indicado o maior número possível de invenções utilizadas no dia a dia.

DiCa!• No sentido de ressaltar aos alunos a importância do que estu-

dam, é muito relevante trabalhar com eles o conceito “inven-

ções”. Afinal de contas, estamos cercados delas e seu uso no

dia a dia reflete sua importância para nós. Só que, para traba-

lhar “invenções” em sala de aula, vários desafios precisam ser

superados. Por exemplo, existe uma concepção comum de que

as invenções são coisas complexas, com tecnologia avançada,

eletrônicas. Despreza-se a engenhosidade do lápis e da faca, do

encanamento por onde passa a água de casa, do parafuso, etc. Outro aspecto

é que, via de regra, uma primeira tendência dos alunos é relacionar as inven-

ções somente com coisas boas. É um desafio “descortinar” a outra face delas:

sugerir que podem também ter aspectos negativos.

• Quando se aborda algum aspecto negativo de uma invenção, como, por

exemplo, o aumento de poluição do ar relacionado ao aumento de veículos

automotores, isso precisa ser demonstrado. Ou seja, é preciso apresentar da-

dos para justificar essa afirmação, obviamente de uma maneira acessível

para os alunos nessa faixa etária. São desafios que podemos superar por

meio de algumas estratégias, como as que propomos no livro do 5º- ano.

[1]

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“Nós

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no 5

º - ano

Como saber se o aluno aprendeu?

das essas invenções? Existirão muitas

invenções que queimam combustí-

veis, como nos dias de hoje? A compa-

ração com o diário produzido no início

das atividades aqui propostas ajudará

as crianças a terem uma dimensão de

suas aprendizagens.

3�Que tal as crianças produzirem, ou en-

tão analisarem e complementarem, a

propaganda de um veículo do futuro?

Elas devem indicar qual a fonte de

energia usada para mover o veículo, se

ele polui ou não polui o ar, etc. O que

elas escreverem fornecerá um rico ma-

terial, que permitirá avaliar o que es-

tão aprendendo sobre invenções, sobre

combustão e as reflexões que fazem

sobre ciência, tecnologia e sociedade.

1�Suponha uma análise da poluição nas

rodovias daqui a 50 anos. Para isso,

mostre dois gráficos para os alunos:

um deles com dados de número de veí-

culos por hora, o outro, com dados da

quantidade de partículas no ar em tor-

no da rodovia em diferentes horários.

Estes gráficos podem ter uma diferença

em relação aos que estudamos na pági-

na 198: apesar de haver uma correlação

(quanto mais carros, maior a poluição),

deve ser representado que proporcio-

nalmente haveria muito mais veículos

para uma determinada quantidade de

poluentes. A situação permite verificar

como andam entre os alunos as habili-

dades para lidarem com dados, tabelas

e gráficos. Também dá informações so-

bre as reflexões que fazem em torno do

conceito de combustão e de novas tec-

nologias — possivelmente menos po-

luentes — para os veículos do futuro.

2�Os alunos podem refazer o diário de

um dia comum em suas vidas, enfati-

zando as invenções. Mas podem supor

que estão em uma situação diferente:

eles vivem no final do século. Desde

acordar até dormir, que invenções

usarão no futuro? A que serão movi-foto

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] e [2

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As pessoas mais velhas podem nos dar valiosas informações sobre como era

viver em uma época diferente, em que não existiam algumas das invenções que

hoje conhecemos.

Leia a entrevista que esta dupla de alunos está fazendo. 3

Com um colega, entreviste uma pessoa nascida entre os anos de 1930 e 1950.

Registre as informações obtidas e, a partir delas, procure descobrir como as

invenções têm provocado mudanças no dia a dia das pessoas.

Caso os alunos tenham

dificuldade em realizar o Desafio,

incentive-os a entrevistar, por

exemplo, os funcionários da escola. Para os

que trabalham no setor de

administração, pode-se

perguntar como eram os

escritórios de antigamente

(sem e-mail, fax ou xérox);

professores que usam a internet

podem contar como era fazer

pesquisa sem esse

instrumento; o pessoal da

limpeza pode contar sobre os

avanços dos produtos que

usam; a direção pode aproveitar e

dar uma visão panorâmica de como eram as

escolas, tanto no aspecto físico

como no disciplinar.

Você pode organizar com os

alunos um debate

abordando o tema: “É melhor viver nos dias de

hoje ou era melhor viver

antigamente?”. Incentive-os,

quando forem defender suas

opiniões, a citar algumas

invenções e como elas têm

transformado o nosso dia a dia.

Como eram os escritórios antes do fax, da xérox, do computador, da impres-sora e do e-mail?

E como eram conservados os alimentos na época em que não havia geladeiras?

Antes de existir a internet, como eram feitas as pesquisas?

Bem, nós trabalhávamos com máquinas de escrever e os documentos eram transportados pelos mensageiros. Com os computadores, as impressoras, o fax, a xérox e o e-mail, tudo ficou bem mais fácil e rápido.

Ah! Eram conservados em gelo. Antigamente, existiam vendedores de pedras de gelo.

Íamos à biblioteca pesquisar apenas em livros e enciclopédias. Hoje, com a internet, temos acesso a informações do mundo inteiro, sem levantar da cadeira do escritório!

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Como podemos apagar essa vela?

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O que vamos estudar neste módulo: Estudaremos a combustão. Investigaremos como podemos apagar uma vela sem assoprá-la nem encostar nela. Conver-saremos com um bombeiro e estudaremos a poluição do ar. Aqui estimulamos a reflexão de quanto o domínio do fogo se relaciona com o avanço do conhecimento científico e tecnológico e de quanto esse conhecimento tem aspectos positivos, mas também negativos .

Da combustão à poluição

Explore com os alunos a imagem de abertura. Aqui vemos uma vela ardendo. Ela nos

sugere o domínio do fogo pelo ser

humano, um passo importante

no avanço do nosso

conhecimento científico e

tecnológico.

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Você sabe dizer por que o ser humano é tão inventivo?

Leia o texto abaixo e conheça uma opinião sobre o

assunto. Depois faça o que se pede.

a) Dona Benta disse que iria começar a ler o livro “... depois do rádio”. Explique o

que você entendeu dessa frase.

Na época de Dona Benta era costume as pessoas sentarem-se em torno do rádio para ouvi-lo. Geralmente isso ocorria à

noite. Hoje em dia muitas famílias, à noite, reúnem-se para assistir à televisão.

b) Escolha uma frase que, na sua opinião, resume a principal ideia desse texto.

Depois, converse com seus colegas: Eles escolheram a mesma frase que você?

Serão: período entre o final do jantar e a hora de dormir

Vocabulário

O BICHO INVENTORDona Benta costumava receber

livros novos.

Assim foi que resolveu contar

aos meninos um dos últimos livros

chegados: “História das invenções

do homem”.

– Vou ler este livro hoje mesmo,

no serão. Podemos começar logo

depois do rádio.

* * *

– Comece vovó! – disse Pedrinho.

– Meus filhos, todas as invenções

humanas têm um objetivo comum:

poupar esforço, fazer as coisas com

o mínimo trabalho possível. No co-

meço o ser humano tinha de fazer

tudo unicamente com a força dos

seus músculos, e o esforço era peno-

síssimo. E para libertar-se do esfor-

ço o ser humano foi aumentando a

sua eficiência.

– Como?

– Pelo aperfeiçoamento, pelo de-

senvolvimento das suas faculdades

naturais, isto é, da faculdade de fa-

lar, de andar, de ouvir, de enxergar.

Se eu dobro a força dos meus olhos

com um invento qualquer (com um

vidro de aumento por exemplo), es-

tou aumentando a eficiência, ou o

poder, dos meus olhos. Se multipli-

co a minha capacidade de andar

usando o trem ou o automóvel, au-

mento a eficiência dos meus pés. O

nosso caso é o do ser humano au-

mentado pelas suas invenções.

Adaptado de: Monteiro Lobato. História das invenções. São Paulo: Brasiliense, 1995.

4b. Espera-se que os alunos escolham diferentes frases. Organize grupos de três alunos e procure colocar em cada um crianças que escolheram frases distintas. Peça então que conversem sobre quais são as principais ideias do texto; ao chegar a um consenso, escrevam uma frase explicitando o que julgaram ser mais significativo no material lido.

Converse com os alunos sobre a turma do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato. Aproveite a oportunidade e incentive a classe a conhecer outras obras desse autor.

Oriente os alunos a consultar o dicionário sempre que surgir alguma palavra cujo significado eles desconheçam.

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Troque ideias com os colegas: Vocês concordam com o que o texto diz?

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Invenções: os dois lados da moeda

Costumamos ver as invenções como coisas muito úteis, com vários aspectos

positivos. Mas as invenções também podem ter um outro lado...

Leia a história em quadrinhos, discuta com os colegas e depois responda

às perguntas.

1

a) Qual é a invenção humana que mereceu destaque nessa história

em quadrinhos?

A invenção apresentada é a máquina fotográfica.

b) Qual aspecto dessa invenção desagradou à Mônica?

O que gerou desagrado foi o fato de o disparo automático da máquina fotográfica não funcionar quando a Mônica

esperava que funcionasse e, por outro lado, funcionar numa situação inadequada.

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3podemos dizer que as invenções são conquistas da humanidade. hoje em dia são motores criados pelo ser humano que impulsionam vários inventos e movimentam a sociedade. só que para fazê-los funcionar, predominantemente, o que se faz é promover a queima de combustíveis fósseis.

considerando isso, para entender mais profundamente algumas relações entre o desenvolvimento tecnológico e a sociedade atual, é conveniente nos aprofundarmos no estudo do domínio da combustão. esse é o assunto prioritário no módulo 14.

2a leitura de um texto de monteiro lobato, na página 175, estimula a discussão sobre a natureza das invenções e a capacidade inventiva do ser humano. a partir daí, inicia-se um enfoque mais crítico, salientando que as invenções podem ter aspectos positivos e também negativos. É um assunto complexo, que precisa se tornar acessível para as crianças. e uma forma lúdica de se começar a fazer isso é por meio da leitura da história em quadrinhos proposta na página 176.

Usando o livro-texto...

1Na unidade 4, o conceito-chave trabalhado são as invenções. mais especificamente os alunos são convidados a refletir sobre os dois lados delas: ao mesmo tempo que têm aspectos positivos, também têm aspectos negativos. inicialmente as crianças são estimuladas a perceber que estão cercadas de inventos. a proposta de realização de entrevistas com pessoas mais velhas (página 174) pode revelar que isso já ocorria no passado. e mais

ainda: por meio das entrevistas os alunos podem desvendar quais eram alguns inventos muito usados antigamente nas casas, nos escritórios, nas escolas. eles descobrem, por exemplo, como se faziam pesquisas bibliográficas na época em que não havia internet, como se enviavam documentos quando não existiam nem fax nem e-mail, como se mantinham os alimentos refrigerados quando não havia geladeira.

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Esta é a página de um jornal impresso no final do século XXI.

Ajude a terminar de escrever a reportagem explicitando aspectos da situação

presente e como você a idealiza para o futuro.

4

SÉRIE DE REPORTAGENS COMEMORATIVAS DO FINAL DO SÉCULO XXI

Hoje: A evolução da poluição do ar

Ao final deste módulo

convidamos o aluno a “assumir”

sua posição sobre como

imagina que será a situação no

futuro: continuaremos

queimando combustíveis

fósseis e poluindo o ar

como hoje, ou não? Isso é feito

no item b da atividade 3 e na

atividade 4. Essa é uma estratégia

que pode contribuir para os

alunos começarem a se

conscientizar que têm um papel

importante como cidadãos, pois

parte do futuro será feito pela geração à qual

pertencem. Assumimos que

projetar cenários otimistas para o

futuro pode contribuir para que aquilo que

idealizamos possa, de fato, ser construído

pelas gerações futuras.

Hoje em dia muitos se

preocupam com a questão da

qualidade do ar. Mas o fato é que

na maior parte do tempo os níveis

de poluição são muito baixos.

O ar de hoje é muito mais “limpo”

do que na primeira década dos anos 2000.

Naquela época, sobretudo nos grandes centros urbanos, o ar era poluído .

Isso acontecia, entre outros fatores, porque se utilizava muito os combustíveis fósseis como fonte de energia. A queima desses combustíveis contribuía para que a qualidade do ar piorasse. .

Ao longo deste século o ar melhorou muito, sobretudo porque Espera-se que aqui o aluno indique o cenário que imagina para o futuro. De acordo com as informações apresentadas ele pode

indicar que, pelo que as atuais tendências sinalizam, no futuro tenderemos a utilizar fontes de energia menos poluidoras.

.

Esse é o “admirável mundo novo” que construímos neste século XXI!

Um mundo repleto de boas notícias...

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Pense no que você já sabe sobre o

assunto, troque ideias com os colegas

e, numa folha avulsa, faça duas listas:

uma de materiais que você acha que

podem queimar e outra de materiais

que você acha que não queimam.

Você sabe o que os bombeiros

podem fazer para apagar o fogo?

E na poluição do ar, você já

ouviu falar? Escreva numa folha

avulsa o que você sabe sobre

esse assunto.

Um adulto deverá manusear o fósforo. Mantenha sempre uma distância segura em relação ao fogo.

3. Cubra uma das velas com o frasco de vidro.Mantenha a outra vela sobre o pires sem cobri-la e observe: Qual vela apaga mais rápido?

Vamos apagar uma vela sem assoprá-la nem encostar nela!

1. Para desenvolver esta atividade, você vai precisar de duas velas, dois pires pequenos e um frasco de vidro de boca larga.

2. Peça a um adulto que acenda as duas velas e fixe cada uma delas sobre um pires.

Avalie o que os alunos já sabem: eles conhecem materiais combustíveis? E as diferentes estratégias que podem ser usadas para combater um incêndio? Eles relacionam a combustão à poluição? Quais eles imaginam que sejam as principais causas da poluição do ar?

Um esclare-cimento: para ocorrer a queima da vela, é necessário o oxigênio. À medida que a queima ocorre, o oxigênio do ar vai se esgotando. Como no frasco fechado há uma quantidade limitada de oxigênio, quando este acaba, a chama se extingue.

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Um mundo de recursos

digitais para você ensinar e seu

aluno aprender.

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O segredo do fogo

Neste módulo vamos desvendar alguns “segredos” do fogo.

Para começar, leia esta história da mitologia grega e pense: Ao dominar o fogo, o

ser humano obteve quais conquistas?

Adaptado de: Sílvia Agustín e Manuel Cerezales. Prometeo. Madri: Anaya, 1993.

Certa manhã, Zeus, o pai de todos

os deuses, mandou chamar Prometeu:

– Decidi criar uma raça de seres

semelhantes a nós em forma, mas

não em poder. Preciso que modele

tais seres para mim.

No outro dia, Prometeu modelou

as criaturas com água e uma mistura

de barro que havia preparado e apre-

sentou-as a todos os deuses.

Zeus, com sua autoridade, declarou:

– Enviarei essas criaturas à Terra,

onde viverão sob nosso domínio.

O tempo passava e Prometeu ficava

cada vez mais inquieto. Como era pos-

sível Zeus não perceber o estado de

ignorância de tais criaturas? Serviam-

-se somente dos seus membros para

viver na Terra, habitavam cavernas e

não conseguiam utilizar recursos da

natureza. Foi então que tomou uma

decisão: “Vou lhes ensinar o necessá-

rio para que levem uma vida digna e

feliz”. Os seres humanos aprendiam

tudo o que Prometeu lhes ensinava.

Tanto que Prometeu resolveu revelar

a eles um dos segredos mais bem guar-

dados pelos deuses: levou aos seres hu-

manos um pouco da chama eterna.

Logo depois, os homens começa-

ram a usar o fogo para cozinhar, fazer

vasilhas de barro, forjar seus instru-

mentos de caça, se aquecer no frio.

Quando viu o que estava acontecen-

do, Zeus ficou enraivecido e declarou:

– Agora, com o fogo, o ser humano

poderá ser um rival perigoso. Em pou-

co tempo essas criaturas terão poderes

divinos. Depois, vão querer me des-

tronar. Prometeu pagará pelo que fez!

Então Zeus ordenou que Prome-

teu fosse preso no alto do monte

Cáucaso e declarou o cruel castigo:

– Dia após dia, Prometeu, uma

águia vai devorar o seu fígado, que,

à noite, se regenerará. Esse castigo

será eterno. Espero que assim com-

preenda o grave erro que cometeu...

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PROMETEU REVELA O SEGREDO DO FOGO

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Você já deve ter ouvido falar em poluição do ar, mas sabia que ela pode ter

uma relação com a combustão? Para aprender um pouco mais sobre esse

assunto, que tal fazer uma pesquisa?

Leia os textos a seguir, observe as imagens e complete os esquemas que

começaram a ser feitos.

A poluição do ar provocada por queima de combustível é mais grave nas grandes cidades.

camada de ar poluído

Você já conhece a composição do

ar, uma mistura de diversos gases,

como o nitrogênio, o oxigênio e o

gás carbônico, mas sabia que o ar

também pode conter partículas de

poeira e fuligem?

Parte da poluição do ar é resulta-

do natural do excesso de resíduos

nele presentes. Esses resíduos po-

dem ser partículas como as libera-

das nas tempestades de areia.

Outra parcela da poluição do ar po-

de ser decorrente de mudanças na

composição dos gases que o formam.

Isso pode acontecer, por exemplo,

no caso dos incêndios. Como os incên-

dios são eventos em que são consumi-

dos e liberados gases, isso acaba afe-

tando a composição do ar nos arredores

de onde algo está queimando.

Da mesma maneira, os veículos

automotores (caminhões, ônibus,

automóveis, motos) e muitas indús-

trias contribuem para o incremento

da poluição, já que, para funcionar,

queimam combustível.

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A partir da leitura dos textos, incentive os alunos a fazer mais esquemas e compartilhá-los com os colegas.

Além de sintetizar a leitura da entrevista com o bombeiro nap. 187, estes esquemas vão complementar as informações dos textos aqui apresentados.

TEMPESTADE DE AREIA

POLUIÇÃO

QUEIMA

pode ser causada, por exemplo, por

ocorre em

incêndios indústrias veículos

Adaptado de: Tempo e clima. São Paulo: Time Life/Abril, 1995.

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O QUE PODE CAUSAR POLUIÇÃO DO AR?

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AS GRANDES QUEIMADAS E A POLUIÇÃO

Teor: proporção, em um todo, de uma substância determinada; texto ou conteúdo de uma escrita.

Vocabulário

Na Amazônia, como na maior

parte do Brasil, ainda é costume

limpar o terreno com queimadas.

O processo é o seguinte: derru-

ba-se a mata, espera-se que os ve-

getais cortados sequem e então co-

loca-se fogo neles para que as

cinzas produzidas pela queimada

enriqueçam o solo.

Além de liberar enormes quanti-

dades de fumaça com partículas

sólidas e aumentar o teor de gás

carbônico no ar, ameaçando a saú-

de das pessoas, o fogo traz prejuí-

zos imensos e duradouros para as

áreas verdes atingidas. Depois de

algum tempo, o solo queimado fi-

cará pobre em nutrientes necessá-

rios para a vida vegetal.

Adaptado de: Ciência Hoje das Crianças. Rio de Janeiro: SBPC, n. 157, maio 2005.

QUEIMADAS

FUMAÇA

PARTÍCULAS

liberam

promovem o aumento da

aumenta o teor de

gás carbônico

poluição

Comente com os alunos que,

embora exista uma crença

popular segundo a qual as

queimadas enriquecem o

solo, de acordo com o texto, as queimadas têm

efeitos negativos sobre o ambiente

e, depois de algum tempo, o solo pode ficar

pobre em nutrientes.

As queimadas acarretam sérios prejuízos ao meio ambiente.

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4Durante todo o módulo 14 trabalhamos simultaneamente narrativas mitológicas (que apresentam versões sobre a origem do domínio do fogo) e uma sugestão de trabalho investigativo (que avalia uma maneira de se apagar a chama de uma vela, sem nela encostar ou assoprar). por meio de uma entrevista, os princípios básicos da combustão são apresentados por um profissional que domina o assunto: um bombeiro.

6ao final, propomos uma abordagem otimista para esse complexo tema: a partir do conhecimento de quais são as fontes de energia preponderantemente usadas hoje em dia, convidamos os alunos a refletirem e sugerirem cenários possíveis para o futuro. Neste momento se desperta o assunto de novas tecnologias, associadas ao uso de fontes de energia renováveis. o encerramento do módulo 15 é o momento de se estimular discussões sobre como é o mundo que temos hoje e como será o mundo ideal, que queremos para o futuro. É quando podemos valorizar o conhecimento

científico e tecnológico de maneira ponderada: ao mesmo tempo em que esse conhecimento nos levou a criar o mundo de hoje, nos levará a criar o mundo que teremos no futuro. ou seja, a ciência, em si, não é nem boa nem má. já os frutos do conhecimento científico e tecnológico podem ter aspectos positivos e negativos. somos nós que decidiremos como usaremos o conhecimento científico. somos nós que faremos o mundo do futuro. esperançosamente, um mundo no qual a ciência se concilie com o desenvolvimento do bem-estar individual e social.

5a partir da segunda metade do módulo 14, o próprio processo de combustão é analisado como se fosse uma moeda de duas faces. afinal, a queima de combustíveis libera gases e partículas, o que é um grande desafio para as grandes cidades. Nelas existem muitos veículos com motores movidos a combustão interna e, quanto mais veículos, maior a quantidade de gases e partículas provenientes da queima. consequentemente, piora a qualidade do ar. o tema poluição do ar é trabalhado, no final do módulo 14, por meio de atividades que valorizam o contato com textos jornalísticos e estimulam o uso de esquemas, como ferramentas que favorecem a leitura.

MP. História

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Página 17 do livro1

Esta parte aborda temas e atividades relativos ao conteúdo desenvolvido no

5º- ano. Ela é um importante auxiliar na realização do trabalho do professor junto

aos alunos e na consecução dos objetivos propostos pelos PCN. Os objetivos mais

específicos para este 5º- ano, e os quais definem os conteúdos desenvolvidos, são en-

contrados nas aberturas das unidades e dos capítulos de cada volume.

Unidade 1 — O mundo fica maior

Estimule a curiosidade da classe. Trabalho conjunto com Ciências

e Geografia. Compare as Grandes Navegações dos séculos XV e

XVI com as modernas viagens espaciais, levando os alunos a en-

tender que tudo é fruto de uma época e da tecnologia que os povos alcançaram.

Leia para a classe o texto a seguir e depois abra uma roda de conversa.

Trabalhando comHistória no 5º- ano

A China vai à Lua

Foi dada mais uma largada na corrida pela ampliação da con-quista espacial. De olho na Lua, a China lançou em outubro de 2007 a sonda Change, e fez isso no mes-mo dia em que os americanos mandaram o seu Discovery para outra missão na Estação Espacial Internacional. Recentemente, o Japão se fez notar lançando o sa-télite Kaguya. E a Índia, por sua vez, também já afirmou que tem alta tecnologia e, mais que isso, está com “tudo pronto” para in-gressar nessa disputa. Há olhos asiáticos, por enquanto, apenas cercando a Lua.

A finalidade de todas essas missões, porém, vai além da sim-ples pesquisa a distância — Chi-na e Japão querem pousar no solo

lunar e quebrar a exclusividade dos Estados Unidos, que ousa-ram fazer isso nos anos 1960. Na-quela época, conquistar o espaço era uma extensão da guerra fria que acontecia cá embaixo entre soviéticos e americanos. O que está em jogo agora é a hegemo-nia tecnológica: os asiáticos não pretendem somente fincar uma bandeira em solo lunar. Querem competir diretamente com os americanos e conquistar de vez o satélite da Terra.

Para vasculhar cada “poei-ra” do solo lunar, engenheiros chineses turbinaram a sonda com câmeras em 3D e espectô-metros de raios X, capazes de ampliar e mandar diariamente dezenas de imagens para a base

terrestre. Essa será a primeira parte da missão. A segunda etapa, prevista para 2020, tratará de enviar ao solo lunar um jipe não tripulado, com seis rodas e pou-co mais de um metro de altura, para que sejam recolhidas e ana-lisadas as partículas que com-põem o satélite da Terra. Isso dará subsídios para o objetivo fi-nal dos chineses: missões tripu-ladas e a conquista definitiva da Lua. Detalhe importante: tudo isso se desenrolará numa acirra-da disputa tecnológica com os japoneses e seu programa espa-cial Selene, considerado o mais ambicioso desde a missão ameri-cana Apollo.

SGARBI, Luciana. IstoÉ. São Paulo: Três, 31 out. 2007.

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Página 21 do livro2

Desde 1988 existe um programa espacial conjunto da China e do Brasil. É a

principal iniciativa de cooperação científica entre os dois países.

Satélite lançado em setembro de 2007 pelos governos brasileiro e chinês transmite imagens atualizadas mensalmente.

Esse projeto tem três satélites de sensoriamento remoto (CBERS — China-Bra-

zil Earth Resources Satellite ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e

três satélites de coleta de dados (SCD).

Uma das utilizações desses satélites é monitorar o desmatamento da Amazônia

e a agricultura.

Pergunte aos alunos:

1. Como vocês imaginam a vida do ser humano em outro planeta?

2. Na opinião de vocês, por que é importante explorar o espaço?

3. Os cientistas já descobriram tudo o que era possível com as explorações espaciais?

Considere com a classe que os cientistas sempre pesquisarão o espaço. Hoje,

um tema de pesquisa constante é a existência de vida fora da Terra. Além de

Marte, pesquisas estão sendo feitas na maior das luas de Júpiter: Europa.

Esta é uma boa oportunidade para pedir uma pesquisa sobre o Sistema Solar, em

que poderão ser desenvolvidos trabalhos em conjunto com Ciências, Geografia e Arte.

Converse com os alunos sobre o valor das especiarias no passado e

no presente. O que foi considerado especiaria (produto raro) antiga-

mente, como a canela, por exemplo, hoje é um produto comum nas

prateleiras dos supermercados. Para uma roda de conversa, proponha a seguinte

questão: O que é considerado especiaria, ou produto raro, em nossa comunidade hoje?foTo

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Para sua referência, leia o texto a seguir:

A atração pelo ouro e pelas especiarias

De volta à Espanha

Quais os bens mais buscados no curso da expansão portuguesa?

A dupla formada pelo ouro e pelas especiarias. É fácil perceber o interesse pelo ouro, utilizado como moeda confiável e emprega-do pelos aristocratas asiáticos na decoração de templos e palácios e na confecção de roupas. Mas por que as especiarias? Primeiro é preciso esclarecer o sentido da pa-lavra. Ela provém do latim specia, termo usado pelos médicos para designar “substância”. O termo ganhou depois o sentido de subs-tância muito ativa, muito cara, utilizada para vários fins, como condimento — isto é, tempero de comida —, remédio ou perfuma-ria. Especiaria se associa também à ideia de produto raro, utilizado

em pequenas quantidades. Houve produtos, como o açúcar, que fo-ram especiarias mas, com a intro-dução de seu consumo em massa, deixaram de ser. São condimen-tos, entre outros, a noz-moscada, o gengibre, a canela, o cravo e, naqueles tempos, sobretudo a pi-menta, a ponto de se usar a ex-pressão “caro como pimenta”.

O alto valor das especiarias se explica pelos limites das técnicas de conservação existentes na épo-ca e também por hábitos alimen-tares. A Europa ocidental da Ida-de Média foi “uma civilização carnívora”. Grandes quantidades de gado eram abatidas [...], quan-do as forragens acabavam no campo. A carne era armazenada e precariamente conservada pelo

sal, pela defumação ou simples-mente pelo sol. Esses processos, usados também para conservar o peixe, deixavam os alimentos in-tragáveis, e a pimenta servia para disfarçar o que tinham de desa-gradável. Os condimentos repre-sentavam também um gosto ali-mentar da época, como o café, que bem mais tarde passou a ser consumido em grande escala em todo o mundo. [...]

Ouro e especiarias foram as-sim bens sempre muito procura-dos nos séculos XV e XVI, mas ha-via outros, como o peixe, a madeira, os corantes, as drogas medicinais e, pouco a pouco, um instrumento dotado de voz — os escravos africanos.

25 de janeiro. Fez sol o dia todo. Os marinheiros mataram uma toninha e um enorme tuba-rão. Foi mesmo preciso. As úni-cas coisas que ainda tinham para se alimentar eram pão, vinho e alho das Índias.

12 de fevereiro. O mar come-çou a se agitar muito e a se for-mar um temporal. Tive grande trabalho com o vento. Relampe-jou muito.

14 de fevereiro. O mar e o vento ficaram mais fortes. Vendo o perigo, comecei a navegar para onde o vento me levasse. Não ha-

via alternativa. Determinei que fizéssemos promessas gerais e co-muns. Depois cada um fez outra em particular. A seguir, eu e toda a tripulação prometemos que, ao chegar à primeira terra, iríamos todos em procissão rezar numa igreja dedicada a Nossa Senhora. Ninguém contava escapar com vida. Nós nos considerávamos to-dos perdidos, por causa da terrí-vel tempestade que enfrentáva-mos. A fraqueza e a angústia não me deixavam acalmar a alma. Sentia muita pena dos meus dois filhos que estudavam em Córdo-

ba, pois ficariam órfãos.15 de fevereiro. Quando o dia

amanheceu, avistamos terra. Fica-mos dando voltas para conseguir nos aproximar. Fazia vento forte e as ondas eram altas. À noite, al-guns avistaram luz. Descansei um pouco. Há quatro dias não podia dormir. Tinha ficado com as per-nas dormentes por estar sempre desabrigado, com frio, sem água e mal alimentado. Por causa da grande cerração reinante, só fica-mos sabendo no dia seguinte que estávamos no arquipélago dos Açores, na costa de Portugal.

fAuSTo, Boris. História do Brasil. São Paulo: edusp, 2006.

Adaptado de PeReIRA, André. Diário de bordo de Cristóvão Colombo.São Paulo: Moderna, 2002.

Página 23 do livro3

Para ilustrar a precariedade das primeiras viagens marítimas, leia

para a classe o diário de bordo de Cristóvão Colombo. O trecho a

seguir relata a viagem de volta da América — que Colombo acre-

ditava serem as Índias, como veremos mais adiante — para a Espanha.

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A luz que o homem branco apagou

A cerâmica: uma história antiga

Recentes descobertas arqueoló-gicas em pelo menos dois pontos dis-tintos da Amazônia brasileira suge-rem que astecas, maias e incas não eram os únicos a ter o monopólio das sociedades complexas na época do desembarque do navegador Cristó-vão Colombo. Nos últimos anos, in-tensos trabalhos de campo conduzi-dos por pesquisadores nacionais e do exterior no Alto Xingu, no nor-te do Mato Grosso, e na confluência dos rios Negro e Solimões, a cerca de 30 quilômetros de Manaus, no Ama-zonas, indicam a existência de gran-des e refinados assentamentos hu-manos, habitados simultaneamente por alguns milhares de pessoas, nes-sas áreas, 500 anos atrás — ou até

mesmo antes disso.As evidências mais espetacula-

res de ocupações dessa magnitude — um feito só possível com a ado-ção de um estilo de vida sedentário e de práticas que alteravam a flores-ta nativa e possibilitavam a adoção de uma agricultura razoavelmente produtiva — saíram de sítios pré- -históricos situados nas terras hoje habitadas pelo povo Kuikuro, den-tro da reserva indígena do Xingu.

A estrutura do tipo de socieda-de que havia nesse ponto da Ama-zônia entre 1200 e 1600 d.C. apre-sentava um conjunto de dezenove aldeias de formato circular, as maiores protegidas por fossas de até 5 metros de profundidade e mu-

ros de paliçadas, interligadas por uma extensa e larga malha de es-tradas de terra batida. Estima-se que entre 2 500 e 5 000 pessoas mo-ravam nas maiores aldeias.

O capricho e a precisão com que as vias foram concebidas e executa-das impressionam. Elas eram ex-tremamente retilíneas, com largu-ras entre 10 e 50 metros e extensão de 3 a 5 quilômetros. Indícios de praças, pontes, represas e canais e do cultivo de mandioca e outras plantas também foram encontra-dos no sítio arqueológico, que compreende uma área de 400 qui-lômetros quadrados, equivalente a um terço do território da capital fluminense.

Os antigos habitantes da região Amazônica chegaram há pelo me-nos 10 mil anos, possibilitando o surgimento das primeiras aldeias. Embora os portugueses e espanhóis já tivessem explorado a região des-

de o século XVI, os arqueólogos só descobriram a Amazônia no século XIX. E as surpresas foram muitas.

Nas zonas ribeirinhas existiam colinas artificiais, formadas pelo longo tempo de ocupação.

Alguns arqueólogos acreditam que, ali, no meio da floresta Amazô-nica, a cerâmica tenha sido inventa-da ao mesmo tempo que em outras partes da Terra e é das mais antigas do mundo.

extraído e adaptado da Revista Fapesp, n. 92. disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em: dez. 2007.

funARI, Pedro Paulo. Os antigos habitantes do Brasil. São Paulo: ed. da unesp, 2000.

Página 37 do livro4

Convide os alunos a fazer uma dramatização da vida a bordo das caravelas. Tra-

balho conjunto com Arte.

Divida a classe em grupos para que cada um escolha os personagens — coman-

dante, marinheiros, passageiros, etc. — e desenvolva o diálogo e a encenação. Para

tanto, retome com os alunos o texto da página 21 do livro e este que você acabou de ler.

Se possível, promova uma pesquisa iconográfica para que os alunos conheçam as

roupas da época e possam improvisar trajes e objetos para caracterizar os personagens.

Reforce para os alunos que o Brasil tinha sociedades complexas

muito antes da chegada dos europeus. Para adquirir subsídios,

leia os textos a seguir:

Texto 1

Texto 2

MP. História

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TERRAS INDÍGENAS ATUAIS

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

EQUADOR

55º O

OCEANO ATLÂNTICOOCEANO

PACÍFICO

RAPOSA/SERRADO SOL

YANOMAMI

ALTO DORIO NEGRO

UNEIUXI

RIO-BIÁVALE DOJAVARI KANAMARI

KULINA

MAMOABATE

CAITITU

URUEU-WAU-WAU

IPIXUNA

WAIMÍRI-ATROARI

COATÁLARANJAL

MUNDURUKU

ARIPUANÃ

NAMBIQUARA

ANDIRÁMARAU

TUMUCUMAQUEWAIÃPI

ARARAARAWETÉ

BAÚ

KAYAPÓ

CAPOTOJARINA

XINGU

KADIWÉU

ARAGUAIA

XERENTE

KRAOLÂNDIA

ARARIBOIA

ALTOTURIAÇU

Terras indígenas

LEGENDA

ASAS PARA VOAR – História – 5º anoPNLD 2013

Manual do professor_pag26

Fonte: Adaptado de SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2007.

Vaso de Santarém. O corpo da peça — muito rica em detalhes e criatividade — é sustentado por figuras humanas e de animais.As peças de Santarém representam com fidelidade o universo do povo que viveu nessa região, mostrando cenas do cotidiano ou animais com os quais conviviam.

Aproveite também para comentar com os alunos que recentemente o guarani foi

oficializado como segunda língua em um município do Mato Grosso do Sul. Para

sua referência, leia a reportagem a seguir:

Culturas Indígenas — Guarani é oficializado como segunda língua

em município do Mato Grosso do Sul

O guarani é a segunda língua oficial do município de Tacuru, no Mato Grosso do Sul.

O município é o segundo do país a adotar um idioma indígena como língua oficial, depois da sanção [no dia 24 de maio de 2010] do projeto de lei [...]. Com a nova lei, os servi-ços públicos básicos na área de saú-

de e as campanhas de prevenção de doenças nesse município devem, a partir de agora, prestar informa-ções em guarani e em português.

O primeiro município do Brasil a adotar idioma indígena como lín-gua oficial, além do português, foi São Gabriel da Cachoeira, localiza-do no extremo norte do Amazonas.

Além do português, São Ga-briel tem três línguas indígenas ofi-ciais: o nheengatu, o tukano e o ba-niwa. [...]

Com a nova lei, a Prefeitura de Tacuru se compromete a apoiar e a incentivar o ensino da língua gua-rani nas escolas e nos meios de co-municação do município. [...]

eSPÍndoLA, Heli. culturas Indígenas. Portal da Cultura. Brasília: Minc, 14 jun. 2010. disponível em:<www.cultura.gov.br/site/2010/06/14/culturas-indigenas-14>. Acesso em: dez. 2010.

Na página 35 do livro os alu-

nos leram um texto sobre os

grupos indígenas que existiam

na época da conquista.

Veja a situação atual no mapa ao lado.

Se 5 milhões de indígenas viviam no Brasil

na época da conquista e hoje eles são cerca de

350 mil, conforme dados da Funai, de que ma-

neira vão sobreviver como indígenas em um país

onde a população é de cerca de 186 milhões de

habitantes? Quais foram os resultados do conta-

to entre colonizadores portugueses e indígenas?

Página 39 do livro5

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Quilômetros

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Mapa elaborado pelas autoras em 2010 com base em dados do Instituto Socioambiental, 2009.

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Chegança

Sou Pataxó,sou Xavante e Cariri,Ianomami, sou TupiGuarani, sou Carajá.Sou Pancararu,Carijó, Tupinajé,Potiguar, sou Caeté,Ful-ni-ô, Tupinambá.

Depois que os maresdividiram os continentes,quis ver terras diferentes.Eu pensei: “vou procurarum mundo novo,lá depois do horizonte,levo a rede balançantepra no sol me espreguiçar”.[...]

Mas de repenteme acordei com a surpresa:uma esquadra portuguesaveio na praia atracar.De grande-nau,um branco de barba escura,vestindo uma armadurame apontou pra me pegar.

E assustadodei um pulo lá da rede,pressenti a fome, a sede,eu pensei: “vão me acabar”.Me levanteide borduna já na mão.Ai, senti no coração,o Brasil vai começar.

nóBReGA, Antonio. chegança. Letra disponível em: <http://antonio-nobrega.musicas.mus.br/letras/68957/>. Acesso em: jan. 2011.

As palavras desta canção explicam de outra maneira o contato entre o indígena

e o europeu.

• Proponha aos alunos uma questão para discussão: Como seria a situação in-

versa, isto é, se os não indígenas tivessem de se preocupar com a preservação

da sua cultura e precisassem se adaptar ao estilo de vida indígena?

Unidade 2 — O trabalho constrói o Brasil

Explore a questão do trabalho indígena e de como esses grupos se

organizam economicamente, lendo para os alunos os textos a seguir:

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InI. Página 49

do livro6

Economia

Nas sociedades indígenas o trabalho é bem dividido.

Todos sabemos o que é tare-fa para os homens e o que é tarefa para as mulheres. Normalmente o homem abastece a família com carne de caça e pesca, defende a aldeia de qualquer tipo de perigo

e prepara o terreno para que seja plantada a roça. As mulheres preparam o alimento, produzem farinha, plantam e colhem, con-feccionam redes e outros objetos. Elas também tomam conta das crianças pequenas e cuidam da casa. É com essa divisão de tare-

fas que a comunidade se mantém abastecida de alimentos o tem- po todo.

Nas comunidades indígenas não existe acúmulo de riquezas ou propriedade individual. Tudo o que está na natureza pertence a todos, a cada família cabe a pro-

Texto 1

MP. História

254

Após a leitura dos textos, faça es-

tas atividades com os alunos:

1. Compare o tipo de comércio que

temos nas cidades com o moita-

rá, focando nas principais seme-

lhanças e diferenças.

2. Observe se existem experiên-

cias de vida compartilhada no seu dia a dia. Se existem, como elas são? Se não

existem, por que você acha que isso acontece?

Para sua referência, leia o texto a seguir.Página 51 do livro7

O ritual das trocas no Xingu

No Alto Xingu, cada povo é reconhecido por ser especialista na produção de algo. Por exem-plo, os arcos de madeira dura e preta são feitos pelos Kamaiurá, enquanto as grandes panelas de cerâmica são uma especialidade dos Wauja.

A troca desses e de outros produtos ocorre durante um evento chamado moitará, reali-zado entre casas de uma mesma aldeia ou entre aldeias diferen-tes. No primeiro caso, homens e mulheres (os visitantes) fazem a visita em momentos diferentes.

Mas o procedimento é o mesmo: um grupo leva os objetos que quer trocar até a outra casa. Os produtos passam pela mão dos interessados até que um de-les coloca no chão aquilo que de-seja dar em troca. Se a troca for aceita, o visitante recolhe do chão o que foi ofertado.

Os visitantes são recebidos com castanha de pequi e mingau de mandioca. Depois das trocas, eles se retiram e aguardam a re-tribuição da visita.

O moitará entre aldeias cos-tuma ocorrer na estação seca.

Homens e mulheres participam juntos. A aldeia visitante parte em expedição, conduzida por seu chefe, para uma outra aldeia, carregando os objetos que deseja trocar. Os objetos são de proprie-dade individual, mas as trocas são intermediadas pelos chefes das aldeias. Os produtos trocados são: cerâmica, enfeites, armas, ca-noas, flautas, redes, cestas, sal, alimentos e animais, além de bens dos brancos. Antes das trocas, os homens lutam huka-huka, tradi-cional luta corporal dos povos da região.

econoMIAS indígenas: vida compartilhada. Semana dos Povos Indígenas. cuiabá: cimi, 2007. disponível em: <http://ccr6.pgr.mpf.gov.br/institucional/eventos/docs_eventos/semana_dos_povos_indigenas.pdf>. Acesso em: abr. 2008.

Texto 2

Moitará — Troca de produtos entre os povos indígenas do Alto Xingu, no estado do Mato Grosso, 2007.

dução do que necessita para viver.É claro que as pessoas fazem

um comércio entre elas. Quem deseja possuir algo de outra fa-mília propõe uma troca com um objeto que tenha e de que aquela família necessite. Entre os de-zessete povos que hoje habitam o Parque Nacional do Xingu, há um comércio anual de produ-

tos que eles chamam de moitará e que consiste na troca de produ-tos feitos pelos grupos durante o ano todo.

Infelizmente a realidade que os povos indígenas vivem nos dias de hoje é um pouco diferente da do passado, quando, de fato, não havia fome ou pobreza. Hoje há casos de povos que passam

por necessidade de alimentos, provocada pela seca ou por não existirem mais animais para a caça e vegetais que sempre fize-ram parte da dieta daquele povo.

Com o tempo, o território in-dígena foi diminuindo e as socie-dades tiveram que se adaptar a um espaço menor e, por vezes, muito mais pobre.

MunduRuKu, daniel. Coisas de índio; versão infantil. São Paulo: callis, 2008.

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A escravidão — índios e negros

[...] A escravização do índio chocou-se com uma série de in-convenientes, tendo em vista os fins da colonização. Os índios ti-nham uma cultura incompatível com o trabalho intensivo e regu-lar e mais ainda compulsório, como pretendido pelos euro-peus. Não eram vadios ou pre-guiçosos. Apenas faziam o ne-cessário para garantir sua subsistência, o que não era difí-cil em uma época de peixes abundantes, frutas e animais. Muito de sua energia e imagina-ção era empregada nos rituais, nas celebrações e nas guerras. As noções de trabalho contínuo ou do que hoje chamaríamos de produtividade eram totalmente estranhas a eles.

[...]Os colonizadores tinham co-

nhecimento das habilidades dos negros, sobretudo por sua rentá-vel utilização na atividade açu-careira das ilhas do Atlântico. Muitos escravos provinham de culturas em que trabalhos com ferro e a criação de gado eram usuais. Sua capacidade produti-

va era assim bem superior à do indígena. O historiador ameri-cano Stuart Schwartz calcula que, durante a primeira metade do século XVII, nos anos de apo-geu da economia do açúcar, o custo de aquisição de um escra-vo negro era amortizado entre treze e dezesseis meses de tra-balho.

[...]Seria errôneo pensar que,

enquanto os índios se opuseram à escravidão, os negros a aceita-ram passivamente. Fugas indivi-duais ou em massa, agressões contra senhores, resistência co-tidiana fizeram parte das rela-ções entre senhores e escravos, desde os primeiros tempos. Os quilombos, ou seja, estabeleci-mentos de negros que escapa-vam à escravidão pela fuga e re-compunham no Brasil formas de organização social semelhantes às africanas, existiram às cente-nas no Brasil colonial. [...]

Admitidas as várias formas de resistência, não podemos dei-xar de reconhecer que, pelo me-nos até as últimas décadas do sé-

culo XIX, os escravos africanos ou afro-brasileiros não tiveram condições de desorganizar o tra-balho compulsório. Bem ou mal, viram-se obrigados a se adaptar a ele. Dentre os vários fatores que limitaram as possibilidades de rebeldia coletiva, lembre-mos que, ao contrário dos ídios, os negros eram desenraiza- dos de seu meio, separados arbi- trariamente, lançados em levas sucessivas em território estranho.

Por outro lado, nem a Igreja nem a Coroa se opuseram à es-cravização do negro. Ordens re-ligiosas como a dos beneditinos estiveram mesmo entre os gran-des proprietários de cativos. Vá-rios argumentos foram utiliza-dos para justificar a escravidão africana. Dizia-se que se trata-va de uma instituição já existen-te na África e assim apenas transportavam-se cativos para o mundo cristão, onde seriam civilizados e salvos pelo conhe-cimento da verdadeira religião. Além disso, o negro era conside-rado um ser racialmente infe-rior. [...]

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fAuSTo, Boris. História do Brasil. São Paulo: edusp, 2006.

Página 61 do livro8

Página 62 do livro9

Para ampliar os estudos sobre a vida e a obra de Aleijadinho, apre-

sente aos alunos a biografia do artista e, se possível, apresente tam-

bém o vídeo sobre ele, ambos disponíveis no site A cor da cultura:

<www.acordacultura.org.br/herois/episodio/aleijadinho>. Acesso em: ago. 2011.

Explore o tema tropeiros com a classe, apresentando o texto

a seguir:

Toda a comercialização do muar encontrado no Sul (tropas xucras1) era destinada para o Bra-sil central, ou seja, para a região de Minas Gerais, Mato Grosso, além de São Paulo, Rio de Janei-

ro, Espírito Santo e outras capita-nias onde os animais eram utili-zados como meio de transporte.

Cabia aos gaúchos a criação dos animais, aos paranaenses o aluguel de campos para as inver-

nadas, além de terem também campos criatórios e, aos paulis-tas, a comercialização nas feiras realizadas em Sorocaba, pois era a partir delas que esses animais eram distribuídos para todas as

1 Tropa xucra era formada por burros não preparados ou treinados para o transporte de mercadorias.

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256

Página 63 do livro10

Adaptado de STRAfoRInI, Rafael. No caminho das tropas. Sorocaba: TcM, 2001.

1. Sobre o texto, discuta com os alunos:

a. Qual era o principal motivo da criação de muares?

Os animais serviam como meio de transporte na região das minas e em São

Paulo, Rio de Janeiro e outras capitanias.

b. Quem se adaptava melhor a esse tipo de serviço?

O peão mestiço do branco com o negro, ou do branco com o indígena.

c. Compare a roupa e a comida dos tropeiros com as existentes hoje.

Resposta pessoal.

2. Dizem que as expressões “picar a mula”, “dar com os burros n’água” e “quando

um burro fala, o outro abaixa a orelha” vieram dos tropeiros. O que essas ex-

pressões significam? Procure no dicionário, troque ideias com seus familiares e

escreva no caderno o que você descobrir.

“Picar a mula”: ir embora (faz alusão ao toque de esporas que provocava o movi-

mento das mulas); “dar com os burros n’água”: frustrar-se, perder um negócio;

“quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”: quando uma pessoa fala, a ou-

tra deve escutar.

Explore mais a diferença entre o trabalho escravo na época colo-

nial e o trabalho livre atual, na lavoura. Faça, na lousa, uma tabela

como a da página seguinte e preencha-a com os alunos.

regiões articuladas na economia mercantil colonial.

Apenas o homem já adaptado poderia vencer as dificuldades impostas pela natureza. Foi as-sim que se destacaram os peões, mestiços do branco com o negro, ou do branco com o indígena que muitas vezes começavam com uma pequena tropa e se torna-vam, futuramente, grandes e po-derosos tropeiros.

As dificuldades encontradas ao longo das estradas refletiram

no modo de vida do tropeiro.As roupas utilizadas pelos

tropeiros, pelo menos as dos do-nos das tropas, eram feitas de pano muito forte, incluindo cha-péu de feltro, botas de couro fle-xível até a altura das coxas e grandes mantas de baeta2 sobre os ombros.

Os camaradas, os aprendizes e os cozinheiros andavam a pé, descalços, e suas roupas eram fei-tas de tecidos muito rústicos.

Levando em conta os proble-

mas que enfrentavam durante toda a viagem, a distância e a di-ficuldade de transportar alimen-tos, o cardápio dos tropeiros constituía-se basicamente de carne-seca, feijão, angu de mi-lho, farinha de mandioca, torres-mo e café com açúcar. O alto pre-ço do sal impedia sua utilização. O feijão tropeiro é, até hoje, um prato frequente na alimentação em muitas cidades.

2 Baeta é uma espécie de tecido felpudo e grosso de lã ou de algodão.

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Página 66 do livro11

TrABALHO nOS CAnAVIAIS

MãO DE OBrAInSTrUMEnTOS

UTILIzADOSpAGAMEnTOÉpoca

colonial

Atualmente

Escrava

Livre

Ferramentas manuais (enxadas, arados, folhões, etc.).

Máquinas (tratores, caminhões, cultivadeiras, colheitadeiras, etc.). O trabalho manual existe, mas é restrito, principalmente, à colheita e, em vários casos, é praticado na agricultura familiar.

Inexistente. Em troca, os trabalhadores recebiam casa, comida e roupas.

Por empreitada, por dia de serviço ou por mês.

TrABALHO nOS CAnAVIAIS

MãO DE OBrAInSTrUMEnTOS

UTILIzADOSpAGAMEnTO

Para ampliar os estudos sobre Abolição, apresente à turma a bio-

grafia de Luís Gama, grande abolicionista brasileiro.

Luís Gama, nascido na Bahia em 1830, era filho de Luiza Mahin, uma africana liberta, e de pai português. Foi vendido pelo pai como escravo; por isso, passou a viver no Rio de Janeiro

e, posteriormente, em São Paulo.Aprendeu a ler e trabalhou

como tipógrafo. Adquiriu a liber-dade e tornou-se poeta, advoga-do e um dos mais importantes líderes abolicionistas do país.

Como advogado, teve atuação marcante contra a escravidão, li-bertando mais de 500 pessoas que viviam na condição de escra-vos. Faleceu em 1882.

Informações disponíveis em: uMA vISITA ao Museu Afro Brasil. São Paulo: Imprensa oficial/Secretaria Municipal de cultura, 2006.

Para sua referência, leia o texto a seguir:Página 71 do livro12

Heranças operárias

As vilas operárias surgiram no final do século XIX, começo do XX, em todas as grandes cidades do Novo Mundo que começavam seu processo tardio de industriali-zação, como Buenos Aires e Cida-de do México. Em São Paulo, eram geralmente construídas ao lado de uma fábrica e abrigavam imigran-tes, principalmente italianos.

São Paulo teve cerca de 40 vi-las, das quais hoje pouco ou nada resta. A cidade não dá conta de conservar suas históricas vilas operárias, principalmente as que já foram tombadas.

É o caso da Vila Economiza-

dora, na Luz (centro da cidade), que assiste calada à sua deteriora-ção. Tombada desde 1990, não conta, por exemplo, com uma as-sociação de moradores.

Da mesma maneira estão tam-bém outras vilas, como a Itororó, construída no começo do século passado na Liberdade, que trazia a primeira casa de São Paulo a con-tar com piscina, hoje um cortiço, e a Vila Suíça, no Glicério, ambas na região central. A exceção é a Vila dos Ingleses, na Luz, que subsiste inalterada pela mão forte de seu proprietário e pelo fato de ter se tornado centro comercial.

Cortiço na cidade do rio de Janeiro, em 1906. Muitos operários moravam em cortiços ou em bairros muito distantes.fo

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Página 78 do livro13

Leis que protegem as crianças

ECA, com letra maiúscula, re-presenta algo muito bonito, de que devemos nos orgulhar: é a sigla do Estatuto da Criança e do Adoles-cente — Lei nº- 8 069, de 13 de julho de 1990, publicada no Diário Ofi-cial da União de 16 de julho de 1990. Como o nome do estatuto é um tanto grande, usamos a sigla para simplificar...

O ECA surgiu da consciência de que as crianças e os adolescentes merecem proteção integral, isto é, condições dignas para o seu bom desenvolvimento. É um conjun- to de regras que estabelecem os direitos dos menores à vida, à saúde,

à convivência familiar, à educação... e também seus deveres dentro da sociedade. O Estatuto foi elaborado de forma democrática, com a parti-cipação do governo (poderes Legis-lativo, Executivo e Judiciário) e de vários movimentos populares.

Quando nasceu, dois anos após a promulgação da Constituição Fe-deral de 1988, o ECA foi conside-rado uma legislação avançada, bem superior ao Código de Meno-res, norma anterior, de 1979. Por meio do ECA, as crianças e os ado-lescentes passaram a ser encara-dos como dignos de direitos, inde-pendentemente de idade, etnia,

condições sociais, etc.Hoje cada vez mais gente, nos

diversos cantos do Brasil, está lu-tando para diminuir os casos de trabalho infantil, mortalidade in-fantil e violência dentro de casa.

Ao longo dos anos, o ECA so-freu algumas alterações e conti-nua sendo atualizado. O Estatuto não é mais criança. Em 2007, completou 17 anos! Já alcançou várias conquistas, e a ideia é aper-feiçoá-lo e torná-lo cada vez mais eficiente, para beneficiar mais e mais crianças e adolescentes, pois muitas crianças no Brasil ainda têm seus direitos desrespeitados.

Adaptado de dÁvILA, Sérgio. vilas de SP revelam história de trabalhadores. Folha.com.disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85377.shtml>.

Acesso em: ago. 2011.

Adaptado de o eSTATuTo da criança e do Adolescente. disponível em:<www.plenarinho.gov.br/cidadania/direitos-e-deveres/copy_of_index_html>.

Acesso em: jan. 2011.

Bairro operário na cidade de São paulo, por volta de 1925.

Além dos bairros operários, havia desde essa época (início do século XX) os cor-

tiços. Se possível, mostre aos alunos as imagens desta e da página anterior e discuta

com eles as diferenças entre o bairro operário e o cortiço.

Conte aos alunos um pouco mais sobre o Estatuto da Criança e

do Adolescente:

Veja uma atividade que você pode desenvolver com os alunos sobre o tema tra-

balho infantil:

• Leia a letra desta canção com os alunos e conduza as atividades a seguir.

A Vila Maria Zélia foi construí-da no começo do século pelo in-dustrial Jorge Street (1863-1939), ao lado de sua fábrica de tecidos. Era considerada revolucionária pelo que oferecia aos trabalhado-res: creche, comércio cooperati-vo, hospital, igreja, restaurante, serviço de assistência social, mé-dica, odontológica e farmacêuti-ca. Foi tombada em 1992, mas a municipalidade não se dedicou ao local. O motivo, segundo o De-partamento do Patrimônio Histó-rico (DPH), órgão municipal que

responde pelos bens tombados em São Paulo, é o de sempre: falta de gente e recursos.

Formou-se assim a Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia, que luta junto ao poder público por sua sobrevivência. A entidade acredi-ta que “nas mãos certas, a vila po-deria ser um destino turístico da cidade”. Felizmente há projetos de utilização das construções para um centro cultural e um museu do operário. Iniciativas semelhantes deram muito certo na Itália e na Argentina, por exemplo.

[1]

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LenIne; MoSKA, Paulinho. Relampiano. Letra disponível em: <http://letras.terra.com.br/lenine/88972>. Acesso em: ago. 2011.

relampiano

Tá relampianoCadê Neném?Tá vendendo dropsNo sinal pra alguém[...]

Todo dia é diaToda hora é horaNeném não demoraPra se levantar…

Mãe lavando roupaPai já foi emboraE o caçula choraPra se acostumarCom a vida lá de foraDo barraco...

Hai que endurecerUm coração tão fracoPra vencer o medoDo trovãoSua vida apontaA contramão...[...]

Tudo é tão normalTodo tal e qualNeném não tem horaPra ir se deitar...

Mãe passando roupaDo pai de agoraDe um outro caçulaQue ainda vai chegar...

É mais uma bocaDentro do barracoMais um quilo de farinhaDo mesmo sacoPara alimentarUm novo João NinguémA cidade cresce juntoCom Neném...[...]

a. Peça aos alunos que registrem, no caderno, as características de um dia de

sua vida.

b. Eles também devem apontar as diferenças entre sua vida e a vida de Neném.

c. Na opinião da turma, está certo crianças trabalharem? Peça aos alunos que res-

pondam a esta questão fazendo um desenho que expresse o que pensam sobre

o trabalho infantil. Eles podem utilizar palavras ou frases em seu trabalho.

d. No dia marcado, reúna os trabalhos da turma e organize a montagem de um

painel com todos os desenhos elaborados. Troque ideias com a classe: os alu-

nos representaram, em seus desenhos, opiniões diversas sobre o trabalho in-

fantil? Se possível, exponha o painel na quadra ou nos corredores, para que

possa ser visto pelo restante da comunidade escolar.foTo

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MP. História

260

“O meu pai era paulistaMeu avô, pernambucanoO meu bisavô, mineiroMeu tataravô, baianoMeu maestro soberanoFoi Antônio Brasileiro.”

Página 92 do livro14

A árvore genealógica de Chico Buarque, um dos maiores com-

positores brasileiros da atualidade, revela a herança da invasão

holandesa no Nordeste, no século XVII.

Se possível, leia o artigo a seguir com os alunos. Usando-o como referência,

faça uma brincadeira com eles perguntando qual o antepassado mais antigo que

conhecem.

Incentive-os a conversar com familiares, a pesquisar o sobrenome em enciclo-

pédias e na internet.

Chico Buarque é de Holanda

Unidade 3 — Brasil: de colônia a república

Chico Buarque poderia prosseguir a viagem nostálgica da canção “Paratodos” e informar que um de seus antepassados era holandês.

Os Buarque de Hollanda descendem de Gaspar Nieuhoff Van Der Ley, capitão de cavalaria das tro-pas dos Países Baixos. O bravo guerreiro casou-se com Maria Gomes de Mello e foi morar em Goiana, no interior de Pernambuco, entre 1630 e 1640.

É quase certo, apontam os registros históricos, que Gaspar Van Der Ley tenha desembarcado no Brasil em data muito próxima àquela em que os 67 navios de guerra, de transporte e de carga aporta-ram no Recife: 15 de fevereiro de 1630. A partir daquele dia, e nos 24 anos seguintes, a Holanda dominaria parte do território do Nordeste brasi-leiro, de Sergipe ao Maranhão, fazendo da capital pernambucana, por suas terras planas e alagadi-ças, como as de Amsterdã, a capital de seu império na América.

Nas ramificações da árvore genealógica de Chi-co Buarque há duas mulheres de nome Maurícia e um Maurício, homenagem a Maurício de Nassau. Muitos pernambucanos, desde a invasão holande-sa, ganharam no nome e no sobrenome o Van Der Ley, transformado depois em Wanderlei. Eles tam-bém estão nos galhos genealógicos e nos atuais ca-tálogos telefônicos de Pernambuco.

Veja no quadro na página a seguir o caminho de dez gerações que leva Chico à Holanda. O bisavô mineiro e o tataravô baiano da canção “Paratodos” são maternos.

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FrAnCISCO BUArqUE DE HOLLAnDA(19/6/1944) rIO DE JAnEIrO–rJ

Sérgio Buarque de Hollanda(11/7/1902 a 24/4/1982)São Paulo–SP

Cristóvão Buarque de Hollanda(8/2/1864 a 13/2/1932)Rio Formoso–PE

Manuel Buarque de Gusmão Lima(18/4/1819 a 17/5/1906)Porto Calvo–AL

José Luis paes de Mello(12/4/1784 a 16/9/1844)Rio Formoso–PE

Francisco Xavier paes de Mello(14/4/1764 a 10/2/1835)Rio Formoso–PE

Francisco Xavier paes de Mello BarretoRio Formoso–PE

Manoel de Barros Wanderley

Cristóvão da rocha Wanderley

João Maurício Wanderley

Gaspar nieuhoff Van Der Ley

Maria Amélia Cesário Alvim(25/1/1910 a 6/5/2010)Rio de Janeiro–RJ

Heloísa Gonçalves Moreira(7/7/1868 a 16/1/1957)Niterói–RJ

Maria Madalena de HollandaCavalcanti de Albuquerque(12/7/1835 a 3/4/1924)Maragogi–AL

Luiza Izabel de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque(8/6/1810 a 1853)Maragogi–AL

Maria rita Maurícia Wanderley(3/4/1781 a 28/8/1841)Sirinhaém–PE

Ana rita Maurícia WanderleySirinhaém–PE

Maria de Barros Lins

Feliciana de Melo e Silva

Maria rocha Lins

Maria de Mello

Texto e tabela adaptados de Bueno, eduardo. chico Buarque é de Holanda. Época Online.disponível em: <http://epoca.globo.com/especiais/500anos

/esp20000228.htm>. Acesso em: jan. 2011.

A cidade do Rio de Janeiro, devido a sua longa e importante histó-

ria, foi muito retratada, seja em gravuras e aquarelas, seja em de-

senhos e fotografias. Explore mais as mudanças e permanências

desta que foi uma das capitais do Brasil.

1. Peça aos alunos que pesquisem imagens antigas ou atuais da cidade em jornais, revis-

tas, enciclopédias, na internet, etc.

Página 101 do livro15

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Página 106 do livro16

Abdicação e morte

Dom Pedro envolveu-se em cri-ses internas e externas. Incompati-bilizou-se com o Exército, com o povo e com os políticos. Viu o Brasil se endividar e Portugal rebelar-se. Declarou uma guerra desastrosa à Argentina, a partir de dezembro de 1825, sendo vencido em Ituzaingó em 1827. O Exército afastou-se do imperador, indignado com a derro-ta e com a presença de portugueses no comando das tropas. O povo, re-crutado à força, também passou a odiar dom Pedro. Como se não bas-tasse, o conflito deixou o Brasil ain-da mais endividado. A crise finan-ceira se iniciara em 1825, quando, para obter de Portugal o reconheci-mento de sua independência, o Bra-sil foi forçado a pagar 600 mil libras à metrópole e assumir o pagamento de um empréstimo de 1,4 milhão de libras que Portugal fizera em ban-cos ingleses. Assim sendo, no mes-mo ano, o Brasil negociara seu primeiro empréstimo externo:

obteve 3,6 milhões de libras do banco de Nathan Rothschild, com juros anuais de 5% e um desconto inicial de 18,33%. Em 1826, o dinheiro simplesmente acabou e dom Pedro recorreu à emissão de moedas de cobre, que, além de se-rem postas em circulação com um valor quatro vezes superior ao va-lor nominal, seriam falsificadas em larga escala. Em 1827, o depu-tado mineiro Bernardo de Vascon-celos ia ao plenário fazer um alerta contra a “inchação” da economia.

Mas não era só isso: surgiram no Rio e em São Paulo inúmeros e “violentíssimos” jornais indepen-dentes — e os ataques a dom Pedro se tornaram uma espécie de es-porte nacional. Embora também atuasse como jornalista, o impera-dor fechou muitos dos pasquins. Mas quando o jornalista Líbero Ba-daró foi assassinado em São Paulo, em novembro de 1830, ficou claro que ele não se sustentaria por mui-

to mais tempo no poder. O con-fronto entre brasileiros e portu-gueses havia chegado ao auge. Em 7 de abril de 1831, dom Pedro abdi-cou em nome de seu filho de 5 anos, dom Pedro II, nomeando José Bo-nifácio como tutor da criança. De volta a Portugal, dom Pedro ainda derrubaria seu irmão dom Miguel, aliado dos absolutistas e usurpador do trono. Em 1834, no palácio de Queluz, em Portugal, no mesmo quarto em que nascera 36 anos an-tes, dom Pedro I morreu serena-mente, vítima de tuberculose. Em três décadas e meia de vida ele fun-dou o Império do Brasil, fez suces-sores de ambos os lados do Atlânti-co e, embora tenha centralizado o poder, sempre agiu constitucional-mente. As duas constituições que criou (em 1824 no Brasil e em 1834 em Portugal) foram as primeiras a garantir os direitos básicos dos ci-dadãos luso-brasileiros.

Adaptado de Bueno, eduardo. Brasil: uma história; a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2007.

2. Marque um dia para que os alunos levem para a escola o material recolhido.

3. Em grupo, compare as imagens trazidas. Proponha questões como:

a. Que características a cidade do Rio de Janeiro guarda desde o passado?

Os alunos poderão explorar aspectos naturais que existiam no passado e

construções antigas que permanecem até hoje, como o palácio da Quinta da

Boa Vista, e novas, como a Ponte Rio–Niterói.

b. E as diferenças?

Os alunos poderão observar que nos morros, antes forrados de vegetação,

hoje há favelas, e que alguns aspectos naturais foram alterados, como o Ater-

ro do Flamengo.

Em março de 1824, dom Pedro I dominava a cena política brasi-

leira, tendo poderes para dissolver a Constituinte e baixar uma

Constituição. Sete anos mais tarde, seria obrigado a abdicar do

trono. O que houve nesse ínterim?

Veja o que houve com dom Pedro I entre 1824 e 1831:

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Página 109 do livro17

Ao explorar os símbolos nacionais, aproveite para trabalhar o

tema transversal Ética.

1. Bandeira do Brasil

Nossa bandeira foi criada em 19 de novem-

bro de 1889, quatro dias depois da proclama-

ção da República.

Cada uma das quatro cores da Bandeira Na-

cional tem um significado: o verde simboliza

nossas matas, o amarelo é o ouro (representan-

do as riquezas nacionais) e o branco é a paz. O

círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do

Sul às 8h30min de 15 de novembro de 1889, data da proclamação da República.

2. Armas Nacionais ou Brasão Nacional

As Armas Nacionais, ou Brasão Nacional,

são obrigatórias nos edifícios-sede dos gover-

nos federal, estadual e municipal e em todos os

papéis oficiais do governo federal (publicações,

convites, etc.).

As Armas são formadas por um escudo re-

dondo sobre uma estrela de cinco pontas e uma

espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. À esquerda, há um ramo de café

e, à direita, um ramo de fumo. A data que aparece nas Armas é a da proclamação

da República.

3. Selo Nacional

A finalidade do Selo Nacional é autenticar os

documentos oficiais. Seu uso é obrigatório em

qualquer ato do governo e em diplomas e certi-

ficados escolares. Ele reproduz a esfera que

existe na Bandeira Nacional.ILu

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4. Hino Nacional

Hino é uma canção feita para exaltar, seja um time de futebol, seja um país. E só

exalta quem gosta. Para gostar, é preciso conhecer, interessar-se, participar.

A letra e a melodia do Hino Nacional Brasileiro são muito complexas. Entretan-

to, “cada estrofe diz alguma coisa sobre nosso país. O Hino precisa ser traduzido

para as crianças em termos de imagens, de histórias que falam do nosso território e

dos mitos que construíram a nacionalidade brasileira”, avalia o antropólogo Ro-

berto DaMatta.

Apresente o Hino à classe como um texto, separado da melodia. Esse, aliás, foi

seu processo de criação. A música de Francisco Manuel da Silva, composta em 1831,

esperou 77 anos até receber os versos de Joaquim Osório Duque Estrada, vencedor

de um concurso promovido em 1908*.

Você pode realizar uma nova atividade com os alunos. Apresen-

te à turma alguns nomes de cidades, ruas, avenidas, praças e ro-

dovias que fazem homenagem a presidentes que o Brasil já teve,

como: Município de Presidente Prudente; Avenida Getúlio Vargas; Rodovia Pre-

sidente Dutra; Praça Marechal Deodoro; Rodovia Washington Luís; Rua Afonso

Pena. Comente que, no Brasil, o presidente é eleito por um período de quatro anos

e pode ser reeleito por mais quatro anos. É o presidente quem escolhe os minis-

tros que vão ajudá-lo a governar o país. Em 2010, Dilma Rousseff foi a primeira

mulher eleita presidente (ou presidenta) do Brasil.

Em seguida, conduza as atividades:

1. Peça aos alunos que formem grupos. Eles devem procurar em jornais, em re-

vistas e na internet fotos da presidente do Brasil e de seus ministros.

2. Os alunos devem reunir as fotos encontradas e produzir legendas para cada

uma, identificando: quem aparece na foto, o cargo que ocupa, etc.

3. Peça aos alunos que montem um painel, em cartolina, com as fotos. Se pos-

sível, faça uma exposição com os painéis.

4. Por fim, peça aos alunos que procurem outras cidades, ruas, avenidas ou ro-

dovias com nomes de presidentes.

Página 111do livro18

*Adaptado de Lição verde-amarela. Nova Escola. São Paulo: Abril, ago. 2000.

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Promova uma pesquisa sobre a capital do Brasil. Para sensibili-

zar os alunos, apresente-lhes a situação a seguir:

Página 113do livro19

1. Divida a classe em grupos e proponha que cada grupo faça uma pesquisa sobre

uma das construções da cidade de Brasília (Catedral, Praça dos Três Poderes, Pa-

lácio do Planalto, Esplanada dos Ministérios, Congresso Nacional, etc.).

2. Os grupos deverão:

• descobrir o que funciona no prédio pesquisado e quem o ocupa;

• descrever suas características arquitetônicas mais marcantes (procurar em jor-

nais, revistas, livros ou na internet imagens do prédio que estiverem pesquisando).

3. No dia marcado, cada grupo deverá apresentar sua pesquisa para a classe.

4. Para concluir, convide todos os alunos a elaborar um painel sobre Brasília com o

material coletado pela classe.

5. Veja algumas imagens de Brasília que poderão fazer parte do levantamento dos

alunos. Todas elas são projetos de Oscar Niemeyer.

Brasília

Como nascem as cidades? Nor-malmente nascem e crescem sem que a gente nem perceba! Uma pes-soa faz uma casa, depois outra pes-soa faz outra casa, depois vêm as ruas, uma escola, um hospital...

Mas com Brasília, a capital do nosso país, foi diferente. Brasília foi inteiramente planejada. Teve até concurso para ver quem imagi-nava a cidade mais legal. Dois ar-

quitetos, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, ganharam a disputa.

Eles decidiram dividir Brasília em partes. Cada parte servindo para uma coisa: esse bairro vai ser só para as pessoas morarem, esse outro só vai ter escritórios, aquele vai ter hospitais. Desenharam pré-dios e monumentos modernos, bem grandes e diferentes. E não é que deu certo? Depois que a cidade

ficou pronta, em 1960, todo mun-do queria visitá-la.

Os prédios mais bonitos de Brasília são todos muito diferen-tes. Os desenhos saíram da cabeça de Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitetos brasileiros. A Brasília que ele sonhou é tão di-ferente e única que, em 1987, se tornou Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

Adaptado de BRASÍLIA. Canal Kids. disponível em: <www.canalkids.com.br/viagem/brasil/brasilia.htm>. Acesso em: jan. 2011.

É a sede do poder Executivo brasileiro. neste local fica o gabinete do presidente do Brasil.

É a sede do poder Legislativo. Inclui a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Este é o órgão máximo do poder Judiciário nacional.

[1] [2] [3]

Congresso nacionalpalácio do planaltoEdifício-sede do SupremoTribunal Federal

MP. História

266

Para complementar o estudo do tema, apresente para a classe a le-

tra da canção “Apesar de você”, de Chico Buarque de Hollanda,

composta em 1970. Se possível, leve uma gravação dessa canção

para a classe. Trabalho conjunto com Língua Portuguesa.

Página 117do livro20

Depois de apresentar a canção para a classe, comente que na época do regime militar

as pessoas não podiam se manifestar contra o governo e a situação vigente. Em seguida,

troque ideias sobre o texto e veja o que o autor sugeriu provavelmente com os versos:

Sede do Ministério das relações Exteriores. É o centro da política externa brasileira. possui arcos que se refletem num espelho-d´água onde há ilhas de plantas tropicais.

Localizado na Esplanada dos Ministérios, faz parte do conjunto cultural da república. Está emuma cúpula com quase 90 metros de diâmetro, circundado por um espelho-d´água.

É a residência oficial do presidente da república. Está às margens do lago paranoá e é um símbolo da moderna arquitetura brasileira.

[1] [2] [3]

palácio da Alvorada palácio do Itamaraty Museu nacional de Brasília

BuARque, chico. Apesar de você. Letra disponível em: <www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=apesarde_70.htm>. Acesso em: ago. 2011.

Apesar de você

Hoje você é quem mandaFalou, tá faladoNão tem discussãoA minha gente hoje andaFalando de ladoE olhando pro chão, viu[...]

Apesar de vocêAmanhã há de serOutro diaEu pergunto a vocêOnde vai se esconderDa enorme euforiaComo vai proibir

Quando o galo insistirEm cantarÁgua nova brotandoE a gente se amandoSem parar[...]

“ Hoje você é quem mandaFalou, tá falado” ”Você” representa a ditadura e seus governantes à época em que a canção foi feita.

“A minha gente hoje andaFalando de lado e olhandopro chão” É uma época em que as pessoas não podiam falar abertamente o que pensavam.

“Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia”O autor tinha a esperança de que, apesar da presença dos militares no poder, o regime ditatorial haveria de acabar.

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Adaptado de A ALIMenTAção no cotidiano paulista. In: Prazer em comer.São Paulo: Imprensa oficial do estado, s.d.

Unidade 4 — O cotidiano na História

Proponha uma atividade em grupo em que os alunos explorem o

tema da alimentação. Para sensibilizá-los, apresente-lhes o texto

a seguir, que fala da alimentação dos paulistas nos anos 1800.

Nessa época o povo de São Paulo se alimentava de três a quatro vezes por dia. Faziam o desjejum logo ao amanhecer; to-mavam leite com açúcar. O almo-ço era por volta das 8 horas. O jantar acontecia às 12 horas.

Os mais ricos começavam o jantar com caldos de várias car-

nes. Depois, galinha ensopada, frita ou assada, com molho de pi-menta bem forte e gomos de la-ranja, saladas verdes com cebola e azeitonas importadas. Ao fi-nal, canjica de milho cozida com leite açucarado e pitadas de ca-nela em pó, queijos frescos ou curados, compotas e frutas fres-

cas da estação. Isso para os ricos, é claro. Os pobres comiam car-ne-seca misturada com feijão- -preto ou mulatinho, farinha de mandioca ou de milho, vegetais e frutas comuns, pois qualquer um podia ter sua plantação no fundo do quintal.

• Em grupo, os alunos deverão escrever um relato sobre os hábitos alimentares

do povo de sua cidade, na época atual: quantas refeições fazem por dia, em que

horário e o que geralmente comem em cada uma delas.

• Conclua a atividade discutindo com a classe as diferenças entre os hábitos ali-

mentares dos anos 1800 e os atuais.

Esta outra unidade foca o tema O cotidiano na História, por isso as relações en-

tre as crianças brancas e as negras podem ser analisadas com base na canção “Mor-

ro velho”, de Milton Nascimento.

Os meninos, brancos e negros, podiam brincar juntos na fazenda, mas, quando

cresciam, o destino os separava para sempre.

A globalização é um fenômeno mundial que se acelerou a partir

de 1991 com a derrocada da economia socialista, liderada até en-

tão pela União Soviética.

Comente com a classe que as decisões tomadas em um país podem afetar outros

bem distantes; que mercadorias podem ser fabricadas na China, Taiwan ou Filipi-

nas, onde a mão de obra é barata, e ser vendidas no mundo todo; que a maior parte

da produção e do comércio mundial é controlada por grandes empresas internacio-foTo

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do livro22

MP. História

268

nais; que a velocidade dos meios de comunicação (modernos computadores, siste-

ma de telefonia e comunicação via satélite) e a modernização dos transportes facili-

tam e aceleram o processo de globalização.

Ninguém mais precisa ficar isolado. Todos podem se integrar na comunidade in-

ternacional e participar da busca de soluções para os problemas mundiais.

No livro, os alunos viram o Saci-Pererê e o Curupira. Se possível,

mostre à turma mais alguns personagens do folclore brasileiro:

Lobisomem

Um homem se transforma em lobo nas noites de lua cheia e ataca as pessoas que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata é capaz de matá-lo.

Mula sem cabeça

De acordo com a lenda, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e pela boca. A lenda conta ainda que uma mulher teve um romance com um padre e, como castigo, foi transformada em um animal quadrúpede.

Página 150do livro23

Mãe-d’Água

É muito parecida com a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Boitatá

É um monstro com olhos de fogo, enormes. De dia é quase cego, à noite vê tudo. Ele protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir aqueles que desrespeitam a natureza.

Retome com a classe que cultura popular e folclore são sinônimos.

Proponha as seguintes questões para a classe: “Quem será que inventou as brin-

cadeiras de pião, amarelinha ou trava-língua?”; “E os pratos como paçoca, feijoada

ou vatapá?”; “E as danças como carimbó, lundu e frevo?”; “E os folguedos como a

congada e os maracatus?”.

Conte-lhes que tudo isso é aprendido em conversas com amigos, pais ou avós e

que, desse mesmo jeito, são passados muitos outros saberes, como mitos e lendas,

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Caderno de atividades

interdisciplinares

artesanatos, instrumentos musicais. Esse tipo de conhecimento, passado de uma

geração para outra, é chamado de cultura popular.

Materiais complementaresEste volume de História conta com alguns materiais complementares, que se

distribuem a partir de dois objetivos: aprofundar conteúdos desta disciplina e/ou

desenvolver articulações interdisciplinares. São eles:

• Caderno de atividades interdisciplinares;

• Almanápis;

• ápis Tabuleiros;

• ápis Adesivos;

• ápis Peças.

O Caderno de atividades interdisciplinares do 5º- ano desenvol-

ve-se em torno dos temas: O índio brasileiro — ontem e hoje,

Navegações do século XVI e Imigração negra, por meio de ativi-

dades de exploração e interpretação de imagens e textos. Articu-

lam-se a esses temas:

• utilizações da palmeira e fruto do buriti,

noção de vitaminas essenciais para o orga-

nismo humano (Ciências);

• noção de valor, troca e sistema monetário

(Matemática);

• hábitos indígenas e artesanato (Geografia

e Ciências);

• noção de pirâmide alimentar: proteínas,

carboidratos, lipídios, vitaminas e mine-

rais (Ciências);

• propostas de leitura e interpretação de poe-

mas e textos (Língua Portuguesa).

Sugere-se desenvolver as atividades deste Ca-

derno em duplas ou trios, no sentido de propiciarem diálogo e reflexão entre os alunos.

www.projetoapis.com.brwww.atica.com.br

Caderno de AtividadesINTERDISCIPLINARES

Cópia ilegal não é legal!Ao comprar um livro, você remunera e reconhece o trabalho

do autor e o de muitos outros profissionais envolvidos na

produção editorial e na comercialização das obras: editores,

revisores, designers, ilustradores, gráficos, divulgadores,

distribuidores, livreiros, entre outros. Ajude-nos a

combater a cópia ilegal! Ela gera desemprego, prejudica a

difusão da cultura e encarece os livros que você compra.

Cópia ilegal não é legal!

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MATEMÁTICA

LÍNGUA PORTUGUESA

GEOGRAFIA

HISTÓRIA

CIÊNCIAS

HISTÓRIA

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MP. História

270

O Almanápis de História deste volume compõe-se das seções:

• Cartão-postal – para o aluno e alguns colegas escreverem

cartões-postais, como se estivessem em viagem;

• Você sabia? – para a leitura de curiosidades

diversas;

• Desafios – para o aluno aprender a fazer

uma luneta usando cartolina e cola;

• No futuro quero ser... – para o aluno identi-

ficar alguns tipos de profissões retratadas

nas imagens e completar o quadro, junto

com os seus amigos, com desenhos do que

querem ser quando crescerem;

• Gibizando – para leitura e produção de

tirinhas;

• Espaço da canção – para leitura da letra de

duas músicas: “Brasil, terra adorada”, de

Cartola, e “Canta, Brasil”, de Gal Costa.

• Divertilândia – para o aluno encontrar pa-

lavras referentes às lições de História deste ano, no Acha-palavras; para deci-

frar códigos que escondem nomes de especiarias das Índias em Especiarias

codificadas; e para brincar de Jogo de 7 erros.

A ideia é que esse material possa circular entre os alunos para que eles troquem

a sua produção, conhecendo diferentes alternativas para cada proposta.

O jogo disciplinar deste volume — Jogo da História do Brasil — é

um jogo de tabuleiro que começa na casa 1500 e leva o aluno a

“caminhar” até a atualidade, passando pelos fatos históricos do Brasil. Todas as

perguntas do jogo são relativas ao conteúdo aprendido no livro do 5º- ano, em torno

dos assuntos: Sistema colonial no Brasil, Proclamação da Independência e antece-

dentes e Proclamação da República.

Já o jogo interdisciplinar — Cruzadinha do Conhecimento — organiza-se em

torno de vários temas trabalhados nas diversas disciplinas neste ano de escolaridade.IMA

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AlmanÁpis

Cópia ilegal não é legal!Ao comprar um livro, você remunera e reconhece o trabalho

do autor e o de muitos outros profissionais envolvidos na

produção editorial e na comercialização das obras: editores,

revisores, designers, ilustradores, gráficos, divulgadores,

distribuidores, livreiros, entre outros. Ajude-nos a

combater a cópia ilegal! Ela gera desemprego, prejudica a

difusão da cultura e encarece os livros que você compra.

Cópia ilegal não é legal!

www.projetoapis.com.brwww.atica.com.br HISTÓRIAParte integrante do Projeto Ápis –

História, 5º- ano.Venda e reprodução proibidas.

aprendendo!

Aprenderbrincando,

brincar

Apis_Historia_5ano_MCDisAlmanapis_CAPA.indd 2-3 6/3/11 10:07 AM

Ápis Tabuleiros

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Neste volume, além dos adesivos voltados para a organização da

vida escolar do aluno, encontram-se aqueles que complementa-

rão um dos tabuleiros (Jogo de História do Brasil).

O conjunto de peças traz as cartas e os dados dos jogos.

HISTÓRIA

Jogo 2 Par

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Quantidade de jogadores• 1 a 3

Modo de jogar• Destaque as cartas e as letras do Ápis

Peças, das páginas 11 a 15, e tenha

papel e caneta em mãos.

• Embaralhe as cartas e divida-as

igualmente pelo número de jogadores.

• As perguntas do tabuleiro têm

números. As cartas tiradas no início do

jogo são numeradas e correspondem

às perguntas do tabuleiro que cada um

terá de responder.

• Com as letras destacadas, cada

jogador deverá responder às suas

perguntas, na ordem que desejar,

formando a resposta no espaço

quadriculado do tabuleiro.

• Quem estiver com o número 1 começa

a partida. Assim que for montada a

resposta da pergunta número 1, o

jogador à sua direita terá a vez. Ele

deverá cruzar a sua resposta com a(s)

palavra(s) que já está(ão) no tabuleiro.

Se não for possível, passa-se a vez.

Cruzadinha do conhecimento

1. Que nome se dá à criação de

bovinos e suínos?

2. Complete: Na época da escravatura,

quando um senhor libertava um

escravo, ele dava a ele uma carta de

.

3. Quantos algarismos tem o resultado

da divisão de 2 000 por 50?

4. Quem assinou a Lei Áurea?

5. O estômago faz parte de que

sistema do corpo humano?

6. Complete: Um triângulo que tem os

três lados diferentes chama-se

.

7. Qual o primeiro nome do escritor

brasileiro que criou a personagem

“Narizinho”?

8. Complete: Um texto organizado em

versos, às vezes com rimas, chama-se

.

9. Qual é o nome da galáxia em que o

planeta Terra está?

10. Qual é o nome do relevo em que

predominam as superfícies planas?

11. Complete: A palavra “você” é um

pronome de .

12. Complete: Júlio Verne escreveu

histórias de ficção .

Perguntas

Os acentos e os espaços deverão ser ignorados.

Escreva suas respostas em um papel para conferi-las ao final do jogo!

Ganha o jogador que responder primeiro a todas as suas perguntas.

Apis_Historia_5ano_MCTabuleiro.indd 4-5 6/3/11 10:18 AM

Ápis Adesivos e Ápis Peças

Adesivos

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Jogo 1História do Brasil

Cole estes adesivos no seu tabuleiro.

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Jogo da História do BrasilAs cartas desta página e das páginas a seguir você destacará para brincar com o Jogo da História do Brasil.

Jogo 1

Que nome se dá ao conjunto de temperos

que os europeus buscavam nas Índias?

Especiarias.

Resposta

Qual é o nome do tipo de comércio baseado

na troca praticado entre portugueses e

índios?

Escambo.

Resposta

Qual era o nome das embarcações

portuguesas que ancoraram no Brasil

em 1500?

Caravelas.

Resposta

Qual foi o primeiro produto a ser cultivado

por portugueses no Brasil?

Cana-de-açúcar.

Resposta

Como se chamava o tratado que dividia a América do Sul entre

espanhóis e portugueses?

Tratado de Tordesilhas.

Resposta

De onde vinham os escravos que serviram

de mão de obra no Brasil colonial?

Da África.

Resposta

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340

MP. Reflexão...

Responsáveis Editoriais: Roberta Lombardi Martins

(Manual do professor, Material complementar e www.projetoapis.com.br)

e José Roberto Miney (Livros Disciplinares)

Editores: Solange A. de Almeida Francisco (Manual do professor, Material complementar

e www.projetoapis.com.br), Sueli Campopiano, Cármen Matricardi, Vera Lucia Emidio

e José Roberto Miney (Livros disciplinares)

Editoras-Assistentes: Rosemary Lima Hirota, Mariana Albertini e Monique Matos de Oliveira

(Manual do professor)

Apoio Editorial: Wilma Lima, Mônica Torkomian e Margarida Silveira

(Material complementar e “Nós” da Educação), Paloma Epprecht e Machado (A geração digital e a escola)

Estagiários: Bruna Rodrigues, Diego da Mata, Isabela Semaan dos Santos, Leslie Sandes

e Priscila Manfrinati

Equipe de Revisão: André Albert, Aparecida Pereira S. Maffei e Rosalina Siqueira

Editor de Arte: Silvio Testa (Direção e Projeto gráfico)Assistente de Arte: Ricardo José (Capa)Designers: Letícia Lavôr (Projeto gráfico),

Luiza Senra, Nathália Rodrigues e Christine Getschko (Estagiária)

Supervisor de Iconografia: Sílvio Kligin Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin

Equipe de Internet: Guilherme Paes Molina (Editor) e Jessica Siraque Estevam (Estagiária)

Diretora-Geral Editoras Ática e Scipione Vera Balhestero

Diretora Editorial Editoras Ática e Scipione Angela Marsiaj

Gerente Editorial Didáticos Editoras Ática e Scipione Teresa Porto

Gerente de Qualidade e Suporte Editoras Ática e ScipioneBeatriz Mendes

Gerente Editorial Didáticos ÁticaMargarete Gomes

Impressão e acabamento:

Uma Publicação

MP. Reflexão...

Costumamos dizer que a escola deve preparar o aluno para o futuro. No entan-

to, será que temos conseguido contribuir para a formação do aluno para o presente?

Lembro-me de quando trabalhei em uma escola de educação democrática que en-

fatizava sua intenção de educar seus alunos não apenas para a cidadania, mas em cida-

dania. Os alunos tinham oportunidade de participar de todas as decisões importantes

da rotina da escola por meio de assembleias que aconteciam regularmente. Assim

aprendiam na prática, e por meio de processos reais, que a participação nas decisões

coletivas era, mais do que um direito, um dever deles, visando ao bem comum.

Quer seja para o presente, quer seja para o futuro, é certo que não será com am-

bientes, recursos e metodologias do passado que os alunos de hoje desenvolverão

as competências necessárias para se tornarem os cidadãos do século XXI que eles,

de fato, já são.

O site do Projeto ÁpisO Projeto Ápis apresenta um site exclusivo, com muitos objetos de aprendiza-

gem que certamente encantarão os alunos: jogos, infográficos animados, uma cida-

de interativa, atividades extras. Acesse: www.projetoapis.com.br.