Manual Para a Boa Execucao de Estruturas as

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ApresentaoApresentao Este manual no se refere ao clculo. Fornece informaes teis tanto para o principiante quanto para o engenheiro experimentado, mas viciado pelo procedimento indiscriminado de mestres e operrios antigos que j conhecem tudo sobre protenso. Poderia ser interpretado como "Faa voc mesmo, apesar de no ter tido um curso completo sobre protenso". Ou ento: "Torne a protenso uma atividade simples e sem mistrios". realmente a finalidade deste manual. Tira toda sua inibio contra algo que lhe possa parecer intransponvel. Torna tudo to simples que voc s precisa saber ler. As figuras mostram tudo de maneira to clara e simples que at mesmo um leigo consegue entender como se faz. No saber, entretanto, projetar uma obra ou conceber algo com a segurana exigida, mas poder perceber alguns erros que chamem bastante a ateno ou exageros que fujam prtica usual.

O Captulo 2 serve como complementao ao que o engenheiro de obra j conhece. uma espcie de recordao dos conceitos. Ele pode executar bem uma obra, seguindo todas as recomendaes, como se estivesse diante de uma receita sem se interessar pela sua origem. Desejando se aprimorar, o engenheiro pode voltar ao manual e ler esse captulo para relembrar os conhecimentos.

Os Captulos 3 a 6 mostram alguns erros que ocorrem com maior freqncia e que podem ser evitados, desde que se saiba que possam ocorrer. Alguns desses erros j vm do projeto e podem ser detectados antes da execuo deficiente. Para isso, a leitura do item 6.8.2 pode ser til tanto para o projetista quanto para o executor.

Os Captulos 9 e 10 se referem aplicao da protenso e sua medida. Alerta ao executor sobre o que nunca deve ser feito. Pode parecer bvio para o engenheiro experimentado, mas ele mesmo no se lembraria de alertar seus auxiliares, pois nem passaria pela sua mente que algum pudesse cometer tais barbaridades.

Quando algo no d certo na obra, muitas vezes o engenheiro fica atordoado e sem saber o que fazer. Sua tendncia natural pode no ser a melhor soluo. Quebrar o concreto para substituir um cabo pode ser pior do que aceitar uma protenso deficiente. necessrio colocar nos pratos de uma balana os prs e os contras de qualquer procedimento, levando em considerao o custo e o tempo perdido. A substituio de um cabo por outro de menor dimetro pode ser a melhor soluo, mesmo que a protenso efetiva aplicada seja inferior prescrita pelo clculo. Neste caso indispensvel ouvir a opinio do projetista. O manual fornece "dicas" para resolver muitos casos freqentes, mas no pode prever tudo o que acontece. O leitor, diante dos conhecimentos adquiridos com a leitura do manual, pode e deve raciocinar e criar seu prprio julgamento.

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ApresentaoEm resumo, o manual procura alertar sobre quase tudo o que pode acontecer na obra. Aconselha-se ao leitor imaginar o que ele faria antes de ler a soluo sugerida. muito importante que ele pense e resolva o problema. Muitas vezes, sua soluo pode ser a melhor de todas. Afinal, todo indivduo possui uma imensa capacidade de pensar, sendo freqentemente a melhor soluo de qualquer problema aquela proveniente de algum que nunca havia se deparado com situao semelhante. O excesso de conhecimentos tericos muitas vezes inibe um pensamento bem orientado. como se nossa cabea estivesse cheia de "lixo", no dando lugar a circuitos orientados pela intuio pura e no contaminada.

Este manual ajuda a todos os que necessitam de uma resposta rpida e segura para a maioria de seus problemas. Use-o e ganhe tempo e conhecimento. No vai adiantar nada apenas ler: indispensvel praticar!

AUGUSTO CARLOS DE VASCONCELOS Eng. Consultor

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PrefcioPrefcio Desde janeiro de 1996, quando iniciou sua pesquisa nos Estados Unidos da Amrica sobre o processo de protenso no aderente, utilizado naquele pas desde os anos 60, o autor vem reunindo literatura e observaes sobre o desenvolvimento e o uso desse sistema de protenso descomplicado: ps-trao com cordoalhas engraxadas e plastificadas. Antes disso, o sistema de protenso usual no Brasil era o de ps-trao com aderncia posteriormente desenvolvida, com o uso de cordoalhas nuas, envoltas por bainhas metlicas, com posterior preenchimento por injeo de pasta de cimento e gua em todo o seu interior, que promove a aderncia entre as cordoalhas, a pasta, a bainha e o concreto que a envolve. um processo muito utilizado na construo de pontes e viadutos, nos quais existem grandes concentraes de foras, com muitas cordoalhas distribudas em pequenos espaos fsicos. Durante muitos anos os edifcios foram construdos com essa tecnologia transposta das pontes para as lajes planas macias. Seu sucesso, porm, ficou restrito aos grandes edifcios comerciais cujos vos de maior amplitude impunham a protenso. Raramente eram construdos edifcios residenciais em laje plana protendida com aderncia posterior, pois, alm de seu custo no ser competitivo com as lajes vigadas de concreto armado - normalmente utilizadas para vos pequenos -, a tecnologia razoavelmente complexa no acompanhava bem a dinmica de construo dos edifcios. O sistema de protenso com cordoalhas engraxadas e plastificadas usado no mundo todo, e particularmente nos Estados Unidos, tem diversas caractersticas diferentes do sistema aderente, principalmente quanto praticidade e simplicidade dos materiais e servios: a cordoalha j vem com graxa protetora contra a corroso e bainha plstica individual extrudada diretamente sobre a cordoalha engraxada, muito resistente, que suporta com facilidade o manuseio usual dos materiais no canteiro simples fabricao dos cabos (corte nos comprimentos de projeto e fixao de ancoragem morta) cada cordoalha pesa 0,88 kg/m ( 12,7 mm), portanto o seu transporte simples e fcil, feito cordoalha por cordoalha o posicionamento nas cotas corretas muito prtico, com auxlio de peas de plstico ou ao (cadeirinhas) usa ancoragens fundidas pequenas e baratas as cunhas so bipartidas sem anel de unio frma plstica descartvel padronizada, para formao do nicho por onde entrar o bico do macaco macaco hidrulico de dois pistes engenhoso e leve (19 kg) , que pode ser posicionado e protender em qualquer parte do comprimento do cabo, tensionando uma cordoalha de cada vez a cada 30 segundos usa bomba hidrulica pequena (35 kg) e fcil de ser transportada a protenso feita em uma s elevao de presso, pois no h retificao de cordoalha (bainha justa com a cordoalha) e no h a possibilidade de cabos presos por pasta de cimento no necessita de injeo de pasta de cimento

Por tudo isso, esse processo abriu um novo horizonte na construo protendida no Brasil, desde sua introduo no mercado, em fevereiro de 1997.

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PrefcioO principal mercado que se abriu foi o da construo de edifcios residenciais, que encontrou na protenso leve uma alternativa prtica, rpida e econmica para o tradicional concreto armado. Edifcios com vos de 3 a 5 metros feitos em laje macia sem vigas tornaram-se competitivos e de maior qualidade executiva que os de concreto armado. Viabilizao surpreendente aconteceu no mercado de pisos comerciais, industriais e de radiers para fundaes, desde os para residncias populares e de classe mdia at os edifcios de mais de 15 andares. O baixo coeficiente de atrito (0,07) cabo/bainha plstica auxiliado pela graxa protetora encontrou um uso ideal nos silos e reservatrios cilndricos, nos quais o formato circular dos cabos provocava grandes perdas por atrito quando era usada a protenso tradicional (coeficiente de atrito igual a 0,24). Com a cordoalha engraxada os cabos agora podem percorrer 360 sem perda de fora significativa. Nesses cinco anos, desde o lanamento dessa cordoalha no mercado brasileiro, diversas novas empresas de protenso surgiram em quase todos os Estados do Brasil, as quais, junto com as empresas tradicionais de protenso, do cobertura s obras em todo o territrio nacional. Isso mostra a extrema simplicidade do sistema no aderente. A facilidade executiva desse sistema, no entanto, pode levar errada suposio de que qualquer pessoa mediamente iniciada no processo pode tocar uma obra de protenso com segurana. No entanto, a protenso continua sendo um assunto tcnico e assim deve ser tratado. A mo-de-obra envolvida deve ser muito bem treinada e orientada por um profissional experiente que tenha somente essa incumbncia na obra e que nela permanea durante todo o tempo de construo da estrutura. A improvisao pode ser muito perigosa. O objetivo deste manual fornecer informaes sobre a protenso no aderente ao projetista estrutural, ao engenheiro responsvel pela obra, s empresas de protenso, aos encarregados da obra e aos fiscalizadores/laboratrios. As sugestes aqui apresentadas representam a experincia do autor no assunto protenso e so baseadas em diversos artigos e publicaes inglesas e norte-americanas, principalmente as do PTI Post-Tensioning Institute, entidade dos Estados Unidos da Amrica que congrega projetistas, usurios e empresas de protenso de todo o mundo.

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ResponsabilidadesResponsabilidades Projetos especficos e prticas de montagem, de protenso e de acabamento so nicos para cada obra e so de responsabilidade dos engenheiros e proprietrios. Este manual no pretende ser especificao detalhada a respeito de procedimentos seguros em canteiros de obras, manuseio e montagem. A colocao e montagem de sistemas de protenso em monocordoalhas no aderentes ps-tracionadas so sujeitas a avaliaes e critrios pessoais. As prticas de segurana de projeto e montagem dos engenheiros, empreiteiros e proprietrios deve, em cada instncia, controlar toda a atividade do pessoal de obra. O autor no d nenhuma garantia a respeito das recomendaes contidas neste manual, incluindo as de qualidade, de manufatura e de segurana, expressas ou implcitas. O autor no responsvel por qualquer dano, incluindo aqueles conseqentes do uso das recomendaes deste manual. A incorporao como referncia ou citao deste manual de instruo em quaisquer especificaes, documentos de contrato, ordens de aquisio, desenhos ou detalhamentos de obra deve ser feita sob risco daqueles que esto fazendo tal referncia ou citao e no deve sujeitar o autor a qualquer responsabilidade, direta ou indireta; e aqueles que fazem qualquer referncia ou citao devem deixar de lado qualquer reivindicao contra o autor.

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AgradecimentosAo Jos Geraldo Lcio, dedicado funcionrio da Cia. Siderrgica Belgo-Mineira, que despendeu seu tempo livre por vrios meses, traduzindo do ingls dezenas de pginas de literatura tcnica americana.

Ao vanguardista projetista estrutural cearense Marcelo Silveira, que gentilmente cedeu diversos desenhos com detalhes localizados das armaes e ancoragens, os quais fazem parte deste manual.

Ao Dr. Bijan O. Aalami, professor emrito da San Francisco State University e presidente da ADAPT Corporation, que cedeu inmeros desenhos detalhados de projetos das Armaduras.

Agradecimento Especial minha esposa Regina Helena, por sua pacincia, compreenso e pelo sacrifcio de muitas horas de convvio e lazer.

Eng. Eugenio Luiz Cauduro

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Compact DiscCompact disc Personalize seus projetos, treinamento, apresentaes e aulas. O presente manual contm inmeros desenhos e detalhes que podem ser utilizados pelos engenheiros estruturais em seus projetos. No CD anexo encontram-se diversos arquivos em Word e Excel que voc poder copiar e alterar conforme sua preferncia pessoal. A seo 6.8.2 - Sugestes ao Projetista, como sugesto do autor, deve ser includa nas instrues que o projetista deve enviar obra juntamente com o projeto estrutural. Para inspeo de obras pode ser utilizada a Lista de Verificao para Inspetores, do item 15.4. Um formulrio Relatrio das operaes de Protenso, como o do item 15.3, pode ser usado nas obras. Copie e altere-o conforme seu interesse ou as peculiaridades da sua obra. Para treinamento de pessoal de obra ou aulas em cursos tcnicos ou faculdades de engenharia, as fotografias e detalhes podero ilustrar suas apresentaes.

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Contedo1. INTRODUO1.1. Propsito 1.2. Responsabilidades 1.3. Definies 10 10 10

2. PROTENSO2.1. Conhecimento prtico do concreto protendido 2.2. Teoria 2.3. Protenso para se obter um balanceamento de cargas 2.4. Protenso parcial ou total 2.5. Componentes contnuos de uma estrutura 2.6. Balanos 19 26 26 27 27 28

3. FABRICAO3.1. Fabricao das cordoalhas 3.2. Fabricao dos cabos 29 30

4. DOCUMENTOS DE CONTROLE PARA UMA OBRA DE PROTENSO4.1. Geral 4.2. Desenhos de instalao (cablagem) 4.3. Romaneios 4.4. Certificado dos materiais 4.5. Calibrao dos macacos 4.6. Tabelas de protenso 32 32 32 32 32 33

5. ENTREGA, RECEPO, MANUSEIO E ESTOCAGEM5.1. Entrega e aceitao 5.2. Manuseio e estocagem 34 34

6. MONTAGEM DO SISTEMA NA OBRA6.1. Geral 6.2. Coordenao das funes relacionadas 6.3. Procedimentos gerais de montagem 6.4. Procedimentos de montagem para lajes cogumelo armadas em uma ou duas direes 6.5. Procedimentos de montagem para vigas e lajes 6.6. Montagem de ancoragens mortas no campo 6.7. Inspeo geral aps a montagem antes do lanamento do concreto 6.8. Exemplos de montagem 6.9. Notas gerais/sugestes ao projetista 36 36 37 37 43 46 47 48 58

7. LANAMENTO DO CONCRETO7.1. Procedimentos gerais 67

8. ANCORAGENS8.1. Geral 8.2. Ancoragem 8.3. Cunhas 8.4. Protenso 8.5. Consideraes de segurana 68 68 68 69 70

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Contedo9. PROTENSO DO CABO9.1. Geral 9.2. Preparao para protenso 9.3. Protendendo os cabos 9.4. Protenso de cabos em lajes sobre o solo 9.5. Procedimentos de segurana 9.6. Nunca faa 9.7. Perguntas a serem respondidas com sim para inspeo antes, durante e depois da protenso dos cabos 71 71 72 77 77 78 78

10. ALONGAMENTO10.1. Geral 10.2. Preparao 10.3. Medio 10.4. Registro 80 80 80 81

11. ACABAMENTO DOS CABOS11.1. Corte da ponta dos cabos 11.2. Grauteamento do nicho de protenso 82 83

12. SISTEMAS ENCAPSULADOS12.1. Geral 12.2. Propsito e finalidade 12.3. Fabricao de cabos encapsulados 12.4. Descarregamento de cabos encapsulados 12.5. Manuseio de cabos encapsulados no canteiro de obra 12.6. Instalao de sistemas encapsulados 12.7. Acabamento do sistema encapsulado 84 84 84 84 84 84 85

13. CABOS BARREIRA13.1. Geral 13.2. Instalao dos cabos atravs dos pilares 13.3. Instalao dos cabos na borda dos pilares 13.4. Consideraes sobre protenso especial 86 86 88 89

14. SOLUO DE PROBLEMAS NO CANTEIRO DE OBRAS14.1. Riscos 14.2. Preveno dos problemas mais freqentes 14.3. Escorregamento da cordoalha e/ou macaco preso 14.4. Bicheira no concreto 14.5. Estouros (rompimentos do concreto) 14.6. Ruptura da cordoalha (um ou mais fios) 14.7. Cabos curtos demais para serem protendidos usando o procedimento normal de protenso 14.8. Emendando cabos 14.9. Cunhas fissuradas 14.10. Procedimentos para verificao da fora no cabo 14.11. Equipamento para reparo de cabos monocordoalha 91 91 92 93 94 94 95 95 97 97 98

15. APNDICE15.1. Exemplo - Certificado do Ao 15.2. Exemplo Grfico/tabela de calibrao do macaco 15.3. Exemplo Relatrio das Operaes de Protenso 15.4. Exemplo Lista de verificao para inspetores 15.5. Reparo de cabos danificados em ambiente agressivo 101 102 103 104 108

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Introduo1. INTRODUO

Captulo 1

1.1 PROPSITO Este manual foi desenvolvido: Para fornecer informaes bsicas e desenhos detalhados para uso de projetistas Para equalizar a linguagem entre projetistas, proprietrios e executores de obras, intervenientes diversos, fiscalizadores e laboratrios Para fornecer orientao ao pessoal de campo envolvido na instalao, protenso e acabamento dos cabos monocordoalhas no aderentes Para fornecer informaes para inspeo de construes que utilizam cabos monocordoalhas no aderentes e contm extensas explanaes sobre problemas de canteiro de obras com este tipo de construo Deve ser entendido que enquanto os detalhes e recomendaes apresentados neste manual pretendem representar a prtica geralmente aceita pelo mercado, as prticas das diferentes empresas de protenso em itens especficos (em particular procedimentos de operao de equipamentos de protenso) podem variar em relao s recomendaes aqui apresentadas. Caso ocorra qualquer conflito entre este manual e os documentos contratuais ou instrues da empresa de protenso, estes devem sempre prevalecer, devido responsabilidade das empresas de protenso e seu envolvimento nas obras. 1.2 RESPONSABILIDADES Responsabilidades pela instalao, protenso, acabamento de cabos no aderentes e superviso tcnica do canteiro de obras devem estar claramente estabelecidas nos documentos de contrato, especificaes especiais do projeto e nos termos do contrato entre a construtora, a empresa de protenso e o instalador. 1.3 DEFINIES As definies dos termos usados neste manual so as seguintes: Ao de Fretagem Ao de reforo usado para controlar as foras de trao desenvolvidas no concreto atrs das ancoragens, devido compresso provocada pelo cabo, que se distribuem em todas as direes. Ao para Protenso Ao de alta resistncia que usado para protender o concreto, normalmente cordoalha formada por 7 (sete) fios. o elemento do cabo que alongado e ancorado para promover a necessria fora de protenso. Ao ser tracionado a 75% da carga de ruptura, ou seja, perto de 15 toneladas, esse ao se alonga entre 6 e 7 milmetros por metro. Assim esticado fixado pelas ancoragens. Tentando voltar ao comprimento inicial, ele comprime o concreto atravs das ancoragens.

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Introduo

Captulo 1

Alongamento Acrscimo de comprimento do ao de protenso (cordoalha) que ocorre sob aplicao da fora de protenso. Ancoragem Conjunto de peas mecnicas incluindo todos os componentes requeridos para ancorar (fixar) o ao para protenso e transmitir permanentemente a fora de protenso ao concreto. Ancoragem Ativa/Passiva Ancoragem da extremidade ativa do cabo que usada para tensionar e fixar o ao para protenso (cordoalha). A mesma ancoragem, mais cunha, mais frma plstica utilizada como ancoragem passiva: quando a ancoragem fica visvel, mas nela no se coloca o macaco. Ancoragem Intermediria Uma ancoragem localizada em qualquer ponto ao longo do comprimento do cabo, que pode ser usada para tensionar um dado comprimento do cabo sem a necessidade de cort-lo. Normalmente usada em intervalos de concretagem para possibilitar a antecipao da protenso e remoo da frma. Ancoragem Morta Ancoragem da ponta final do cabo, normalmente colocada e fixada numa das extremidades do cabo antes de este chegar ao local da obra; no usada para aplicar a protenso ao cabo.

Atrito Devido s Oscilaes Inevitveis o atrito causado por desvios horizontais e verticais no intencionais do cabo. Bainha Plstica Material de cobertura formando um revestimento no qual o ao de protenso (cordoalha) fica contido para evitar a aderncia durante a colocao do concreto, para promover proteo contra a corroso e conter o envolvimento de graxa inibidora de corroso. feita de polietileno de alta densidade, que extrudado diretamente sobre a cordoalha envolvida em graxa. Balano Qualquer pea estrutural horizontal, projetada alm do seu apoio vertical.

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Introduo

Captulo 1

Barras de Ao Complementares Ao de reforo (vergalho) usado para controlar a distribuio das foras de trao no concreto, resultantes da concentrao das ancoragens desenvolvidas pelos cabos tracionados. Cabo O conjunto completo consistindo dos dispositivos de ancoragens, ao de protenso (cordoalha), revestimento de graxa e bainha plstica. Ele proporciona a fora de protenso que vai agir sobre o concreto. Cabo Aderente Cabo com um espao anelar entre a cordoalha de protenso e uma bainha geralmente metlica, injetado com pasta de cimento e gua, que depois de tracionado promove a aderncia do cabo seo de concreto que o envolve.

Cabos Adicionais Cabos normalmente curtos colocados em locais especficos, tais como caixas/nichos, para incrementar a capacidade estrutural do local sem que se tenha de usar cabos com o comprimento total da laje ou viga. Cabo Barreira Cordoalhas de ao de alta resistncia esticadas ao redor do permetro da estrutura e nas extremidades das rampas para evitar que automveis e pedestres caiam pelas laterais dos edifcios garagem. So cabos que no contm graxa. Ao lado, o Shopping Center Iguatemi Fortaleza, CE. Cabo Monocordoalha Cabos cujas ancoragens admitem o alojamento de uma s cordoalha. Cabo No Aderente Cabo no qual o ao de protenso (cordoalha) impedido de aderir ao concreto e fica livre para se mover em relao a ele. Assim, a fora de protenso permanentemente transferida para o concreto somente pelas ancoragens. Cabos Distribudos (Regularmente Distribudos) Cabos simples ou em grupos, uniformemente distribudos, normalmente perpendiculares aos cabos em faixa (vigas, paredes, etc.) e espaados no mximo 8 (oito) vezes a espessura da laje, ou a 1,50 m.

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IntroduoCabos em Faixa Grupos de cabos proximamente espaados colocados juntos em uma faixa estreita, normalmente ao longo da linha de pilares. Essa faixa simula vigas na espessura da laje. Cabos em faixa ligando os pilares, do canto inferior esquerdo ao superior direito da foto ao lado.

Captulo 1

Cadeira Dispositivo metlico ou plstico usado para apoiar e segurar os cabos de ps-trao em sua respectiva posio de projeto, prevenindo deslocamentos antes e durante a colocao do concreto.

Carga Mnima de Ruptura Mnima carga de ruptura da cordoalha, definida pela norma brasileira. Cavidade da Placa de Ancoragem Furo tronco-cnico na placa de ancoragem, adequado para acomodar a cunha e fixar a cordoalha que passa atravs dela. Concreto Protendido Concreto no qual tenses internas (foras) so induzidas por meio de cordoalhas de ao esticadas. Realizado por dois mtodos: protenso ps-tracionada e protenso pr-tracionada. Concreto Protendido Ps-Tracionado geralmente executado nos canteiros de obras. O ao tracionado aps o concreto ter atingido perto de 75% de sua resistncia especificada. Nesse momento o concreto comprimido pelo ao. Concreto Protendido Pr-Tracionado produzido em fbricas de construes pr-fabricadas protendidas. O ao tracionado antes do lanamento do concreto e suportado por estruturas colocadas nas extremidades de longas pistas de pr-fabricao. Depois disso o concreto lanado, envolve e adere s cordoalhas. Assim que o concreto atingiu cerca de 75% da resistncia especificada, faz-se a transferncia da fora das cordoalhas para o concreto cortando-se as cordoalhas entre ele e a estrutura da extremidade da pista. A efetiva aderncia das cordoalhas ao concreto faz com que este seja comprimido. Contra Flecha Deformao das peas estruturais para cima, propositalmente provocada pelo ajuste das frmas ou causada pela aplicao da fora de protenso.

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Introduo

Captulo 1

Cordoalha Arames de ao de alta resistncia enrolados entre si ou ao redor de um fio central. Em cabos no aderentes, a cordoalha de sete fios usada quase que exclusivamente. Cunhas Pea de metal tronco-cnico com dentes que mordem o ao de protenso (cordoalha) durante a transferncia da fora de protenso do macaco hidrulico para a ancoragem. Os dentes so adoados na ponta mais fina para assegurar o desenvolvimento gradual da fora do cabo sobre o comprimento da cunha. Cunhas bipartidas so normalmente usadas para cabos monocordoalhas. Deformao Lenta Deformao dependente do tempo (encurtamento) do concreto sob tenso constante. Desenhos de Instalao Desenhos detalhados fornecidos pela firma de protenso ou projetista, contendo informaes como: nmero, dimetro, comprimento, marcao, localizao, alongamento e perfil de cada cabo a ser colocado. Desprotenso Meio de liberar a fora de protenso do cabo. Dispositivo de Ancoragem Provisria ou de Supresso de Cabos Placa de ancoragem especial usada para mudanas estruturais ou reparos dos cabos existentes. Tem um segmento removvel que permite coloc-la sobre a cordoalha existente. O segmento ento recolocado e apertado com parafusos.

Documentos do Contrato Alm do prprio contrato, so as instrues, regras, desenhos de montagem, manuais, etc., que so referidos no contrato entre o proprietrio/construtor/empreiteiro/montador e outros. Emenda Pea normalmente feita com molas que unem duas pontas de cordoalhas e assim emendam e transferem a fora de protenso de ponta a ponta do cabo.

Encurtamento Elstico Encurtamento da pea de concreto que ocorre imediatamente aps a aplicao da fora de protenso.

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IntroduoEquipamento de Tensionamento Consiste normalmente de macaco, bomba hidrulica de alta presso, mangueiras e manmetro de presso.

Captulo 1

Estouro o colapso (rompimento) do concreto durante ou aps a protenso, devido a diversas causas. Pode ser considerado como uma exploso. Espaador Contnuo Dispositivo contnuo usado para suportar os vergalhes e os cabos na parte inferior das lajes e promover seu cobrimento adequado.

Extremidade Ativa Ponta do cabo na qual a fora de protenso aplicada. Na foto ao lado, pontas de cabos em colocao atravs das ancoragens e da frma de borda metlica.

Ferramenta de Fixao Manual Uma pequena pea manual usada para alinhar corretamente (fixar) as cunhas na placa de ancoragem antes da colocao do macaco na cordoalha para protenso. Frma de Borda Usada para limitar a distribuio horizontal do concreto fresco em superfcies planas. Frma para Nicho Pea plstica de utilidade temporria usada na extremidade ativa durante o lanamento do concreto para moldar uma abertura (nicho) nele, que permita ao equipamento de protenso acessar a cavidade da placa de ancoragem. Na foto ao lado, uma frma plstica para cabo utilizada para atravessar a frma de borda com ngulo de 45.

Fora o produto da massa de um objeto pela sua acelerao.

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Introduo

Captulo 1

Fora do Macaco Fora temporria exercida pelo macaco quando se introduz a fora de protenso no concreto, tracionando-se o cabo. Frma para Nicho Dividida Pea plstica de uso temporrio composta de duas partes. Usada em ancoragens intermedirias durante a moldagem do concreto para promover um nicho no concreto, permitindo que o equipamento de protenso acesse a placa de ancoragem. Instalador (Armador, Gato de Armao) Empresa fornecedora de mo-de-obra de armadores, que pode ser a mesma que corta, dobra e/ou monta (instala) as armaduras passivas de ao CA-50 e CA-60 da obra. Kip Um Kip = 1.000 libras fora (um Kip = 4,44 kN). Lao Tipo de ancoragem passiva (tambm chamada de morta, pois embutida no concreto sem possibilidade de ser acessada) formada por uma cordoalha praticamente dobrada ao meio fazendo um arco de circunferncia de perto de 30 cm de dimetro, muito usada na protenso aderente. No deve ser usada com cordoalhas engraxadas e plastificadas, a no ser que sejam totalmente retiradas a capa plstica e a graxa em um comprimento de perto de 1,50 m de cordoalha, para garantir sua aderncia ao concreto. Luva de Emenda Multiuso Uma emenda que usa uma cunha tripartida e feita de material resistente o suficiente para uso repetido. Macaco Dispositivo mecnico (normalmente hidrulico) usado para aplicar fora no cabo de protenso.

Mandbulas do Macaco Cunhas usadas no macaco para segurar a cordoalha durante a operao de protenso.

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IntroduoMonocordoalha Cabo cuja ancoragem consegue alojar uma nica cordoalha.

Captulo 1

Montagem/Instalao Colocao de todos os componentes do sistema nas frmas: cabos, suportes, ancoragens, frmas para nicho e emendas, de acordo com os desenhos de montagem. Nariz do Macaco Parte frontal do macaco que se encaixa no nicho de trao para alinhar o macaco com a ancoragem. Pelcula de Concreto Pasta cimentcia misturada com agregados finos que pode se depositar no furo tronco-cnico da placa de ancoragem. Perdas por Acomodao da Cunha O movimento de retorno das cunhas (geralmente entre 5 e 7 mm) dentro da cavidade da placa de ancoragem durante a transferncia da fora de protenso do macaco para a ancoragem, resultando em perda de fora de protenso. Perdas por Atrito A perda de tenso (fora) em um cabo de protenso resultante do atrito criado entre a cordoalha e a bainha, devido s oscilaes inevitveis e/ou aos perfis de projeto do cabo, durante a protenso. Perfil O desenho ou trajetria que um cabo desenvolve no concreto entre uma ponta e outra. Porta-Cunhas Pea de metal externamente cilndrica e com furo tronco-cnico interno que aloja as cunhas, normalmente usada com uma placa para transferir a fora de protenso ao concreto. Placas das Mandbulas do Macaco Placas de ao projetadas para segurar no lugar as mandbulas do macaco durante a operao de protenso. Placa de Apoio Placa de metal que se apia diretamente no concreto e parte do conjunto de ancoragem. Placa de Ancoragem Para cabos monocordoalha, pea normalmente de ferro fundido dctil, que aloja as cunhas e usada para transferir a fora de protenso para o concreto. O furo tronco-cnico da placa de ancoragem para alojamento da cunha tem a superfcie regular, porm rugosa. Ponta do Cabo A cordoalha excedente saindo da extremidade ativa da placa de ancoragem, de comprimento suficiente para ser adaptada ao macaco. Ps-Trao Mtodo de protenso no qual os cabos so tensionados depois que o concreto est endurecido e com resistncia suficiente.

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IntroduoPresso Fora agindo por unidade de rea.

Captulo 1

Protenso Inicial Fora atuante no cabo imediatamente aps a transferncia da fora de protenso para o concreto. Isso ocorre depois que as cunhas foram assentadas na placa de ancoragem pelo recuo da cordoalha aps a retirada do macaco. Protenso Parcial Protenso do concreto em nveis de tenso tais que tenses de trao possam existir sob as cargas de servio projetadas. Protender Colocar o material (concreto) em um estado de compresso, anteriormente aplicao das cargas. Protenso Efetiva A fora de protenso num ponto especfico de uma pea de concreto, depois que todas as perdas ocorreram. Resistncia A capacidade de um corpo ou objeto exercer ou resistir a uma fora. Revestimento de Graxa Material de revestimento para inibir a corroso de acordo com o critrio de performance do Instituto da Ps-Trao (EUA), conforme descrito nas suas "Especificaes para Cabos Monocordoalha No Aderentes". Sistema Encapsulado Um sistema constitudo de conexes prova dgua nas ancoragens ativas, intermedirias e passivas, que tem a cavidade ao lado da cunha, posteriormente coberta por uma tampa impermevel cheia de um material inibidor de corroso. Tenso O efeito das foras de trao ou compresso em um corpo. Tracionamento em Etapas Tracionamento seqencial dos cabos em passos ou estgios separados em vez de tensionar todos os cabos durante a mesma operao de protenso. Zona de Ancoragem Regio de concreto adjacente ancoragem sujeita s tenses resultantes da fora de protenso.

Nota Prticas locais, costumes e usos regionais podem empregar terminologias, jarges e apelidos diferentes dos termos e definies utilizados neste manual. Verifique com o seu inspetor ou outra pessoa qualificada que possa esclarecer termos e definies.

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Protenso2. PROTENSO

Captulo 2

2.1 CONHECIMENTO PRTICO DO CONCRETO PROTENDIDO 2.1.1 Concreto Protendido o concreto armado ao qual se acrescenta mais um carregamento atravs de cabos de protenso. So peas de concreto, tais como vigas e lajes, nas quais tenses internas so induzidas por meio de ao de protenso. 2.1.2 Para entender os princpios do concreto protendido importante estar ciente das capacidades estruturais do ao e do concreto. O concreto muito resistente compresso, mas relativamente fraco na trao. Uma viga comum de concreto armado suporta uma carga atravs de tenses de compresso desenvolvidas na sua parte superior e no resiste s tenses de trao na parte inferior; assim, ela fissura (Figura 2-1). Barras de ao de reforo so colocadas na zona inferior para resistir trao e controlar a fissurao.

Compresso

Trao

Figura 2-1 Viga comum de concreto armado 2.1.3 Olhando o corte transversal dessa mesma viga de concreto armado, a parte superior est comprimida e a parte inferior, fissurada, est apenas segurando as barras de ao na posio (Figura 2-2). As barras so bastante longas e freqentemente determinam quo larga a viga deve ser. O diagrama de tenses (Figura 2-2) dar a voc uma boa idia do que est acontecendo com essa viga. O concreto na parte superior no fissurada da viga est comprimido, partindo de zero onde a fissura se inicia at o seu valor mximo junto face superior. O concreto na parte inferior da viga est tracionado e toda essa trao suportada pelos vergalhes.

Concreto comprimido

Ao tracionado Seo transversal Diagrama de tenses

Figura 2-2 Seo transversal e diagrama de tenso de uma viga comum de concreto armado

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Protenso

Captulo 2

2.1.4 Considere uma cordoalha de ao de alta resistncia com tenso de ruptura de 190 kgf/mm2 [ 1860 MPa ], que tracionamos dentro do seu limite elstico de aproximadamente 142 kgf/mm2 [ 1490 MPa ] (Figura 2-3). Se tivssemos que liberar essa tenso, o ao retornaria ao seu comprimento original.

Tenso nula

Tenso de 1490 MPa

Figura 2-3 Tracionamento de uma cordoalha de sete fios categoria 190 kgf/mm2 (1860 MPa), 12,7 mm. 2.1.5 Em concreto ps-tracionado, at que o concreto durante a cura atinja aproximadamente 75% de sua resistncia total, o cabo no puxado (tensionado). Entretanto, ambos, concreto e cabo, no tm qualquer tenso (Figura 2-4.1 ).Tenso (MPa) Fora (kN)0.0 kN

Figura 2-4.1

0.0 MPa

Estado antes da protenso

Cabo tracionado

Figura 2-4.2

1490 MPa

147 kN

Concreto comprimido Estado quando protendido

Figura 2-4.3

1350 MPa

128 kN

Estado aps fixao das cunhas

Figura 2-4.4

1195 MPa

118 kN

Estado final

Figura 2-4 Fora e tenso em vrios estgios de tensionamento

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Protenso

Captulo 2

Tracione (alongue) o cabo at 147 kN (1490 MPa para a cordoalha de 12,70 mm), que o seu limite elstico, apoiando o macaco hidrulico no concreto e reagindo contra ele, comprimindo-o. Agora o cabo est tracionado e o concreto comprimido (Figura 2-4.2). No prximo passo, as cunhas das ancoragens mordem o cabo quando o macaco o solta. Nessa transio, o alongamento inicial do cabo parcialmente diminudo devido cravao das cunhas ("Perda por Acomodao da Cunha), assim como uma pequena poro da fora inicial aplicada perdida pelo encurtamento elstico do concreto e do atrito do cabo. Isso reduz a tenso do cabo para aproximadamente 128 kN (1305 MPa para a cordoalha de 12,70 mm) (Figura 2-4.3). Ento, por um longo perodo de tempo (de 1 a 5 anos), outro volume de mudanas ocorre no concreto. O ao ir relaxar ligeiramente, resultando em uma tenso final depois de todas as perdas de aproximadamente 118 kN (1195 MPa para a cordoalha de 12,70 mm) (Figura 2-4.4). 2.1.6 Um diagrama de tenso ilustraria alguma coisa como o esboo mostrado na parte superior da Figura 2-5. Aplicamos uma fora horizontal no centro da viga, que resultou em uma tenso de compresso uniforme na seo transversal. Cada cm2 est resistindo a uma mesma fora. Nota-se que, ao contrrio da distribuio de tenso no concreto armado, a viga protendida utiliza a totalidade da seo. No diagrama inferior, a fora de protenso movida para baixo, a 1/3 da altura. O resultado tenso zero na parte superior e duas vezes a compresso original na parte inferior. Assim, criamos uma reserva considervel de tenso de compresso na parte inferior da viga, que pode ser usada para contrabalanar as tenses de trao resultantes das cargas que forem aplicadas.(0.7 MPa)

h

h/2

(0 MPa)

h

h/3 (1.4 MPa)

Figura 2-5 Diagrama de tenses da fora de protenso

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Protenso

Captulo 2

2.1.7 A Figura 2-6 mostra a mesma viga com uma carga vertical aplicada (carregamento) no centro do vo. A distribuio de tenses no concreto devido fora de protenso permanece a mesma, conforme mostrado na Figura 2-5. No meio do vo de uma viga simplesmente apoiada, a carga aplicada e o peso da viga desenvolvem tenses de compresso na parte superior e tenses de trao na parte inferior de digamos 1,4 MPa. Agora, adicionando as tenses induzidas pela fora de protenso, o resultado tenso zero na parte inferior da viga. Como j comentado, temos uma fora de protenso aplicada para contrabalanar as tenses resultantes do carregamento. Na prtica atual, o engenheiro estrutural tem ao considervel no controle dessas tenses em todas as partes da viga.

Carga

P

(0 MPa)

(+1.4 MPa)

(+1.4 MPa)

(+1.4 MPa) Tenso devido protenso

(-1.4 MPa) Tenso devido s cargas

(0 MPa) Tenso final

Figura 2-6 Distribuio das tenses resultantes

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Protenso

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Concreto Protendido com Pr-Trao Os cabos so tracionados antes de o concreto ser lanado, em uma fbrica fora do canteiro de construo. As peas de concreto protendido pr-tracionado so transportadas para o canteiro de construo. 2.1.8 As vigas ou peas so construdas em uma pista de protenso (Figura 2-7). Primeiro, a cordoalha de protenso tensionada entre os dois contrafortes ancorados na pista de protenso, que suporta a fora de protenso da cordoalha nua tracionada. Depois que o ao tracionado com os macacos hidrulicos, o concreto colocado na frma envolvendo a cordoalha. Quando o concreto alcana a resistncia suficiente, a fora de protenso transferida para ele por aderncia, quando a cordoalha de ao, na extremidade da viga, cortada no trecho livre entre a pista de protenso e o contraforte.

Pistas de protenso em fbrica de pr-fabricados protendidosContra-forte Viga

Pista de protenso

Figura 2-7 Concreto com pr-trao Concreto Protendido Ps-Tracionado Cabos de ao so tracionados no canteiro de obras depois que o concreto foi lanado e adquiriu a resistncia suficiente. 2.1.9 O concreto protendido com ps-trao, com o qual estamos mais preocupados neste manual, basicamente um mtodo de aplicao de protenso em estruturas e algumas vezes em outras peas no canteiro de obras. A habilidade de protender no canteiro de construo elimina o custo de transporte das peas pr-moldadas e torna possvel a utilizao dos benefcios da protenso em estruturas de grande extenso, onde no possvel o pr-moldado. As outras vantagens da ps-trao incluem a construo de vos contnuos e o direcionamento da fora de protenso. A ps-trao permite uma larga flexibilidade em variao de projetos e tambm freqentemente utilizada em canteiros de construo para unir e protender sees pr-moldadas menores, produzindo estruturas com grandes e longos vos.

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Protenso

Captulo 2

2.1.10 A seqncia de construo em ps-trao tambm diferente daquela usada na prtrao. Primeiro, conforme mostrado na Figura 2-8, as frmas so erguidas e os cabos de ps-trao ainda no tensionados so colocados na frma em seus devidos lugares. As barras de ao comum aderente tambm so colocadas nos locais especificados e todo o ao seguramente amarrado na posio definida pelo engenheiro estrutural. Nesse caso foram usadas as cordoalhas com graxa inibidora de corroso e revestidas com uma bainha de polietileno de alta densidade.

Figura 2-8 Cabos posicionados nas frmas em faixas e distribudos regularmente 2.1.11 No prximo passo, o concreto colocado na frma envolvendo os cabos at atingir o grau de endurecimento necessrio (por exemplo, o concreto colocado na sexta-feira e protendido na segunda-feira) (Figura 2-9).

Figura 2-9 Lanamento do concreto

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2.1.12 Depois que o concreto endureceu, o ao de protenso (separado do concreto pela bainha de polietileno) tensionado por um macaco hidrulico que se apia diretamente na placa de ancoragem embutida no concreto endurecido (Figura 2-10). A fora no ao ento transferida para o concreto atravs dos dispositivos de ancoragem nas extremidades do elemento estrutural.

Figura 2-10 Tracionamento dos cabos 2.1.13 Algumas vantagens do concreto protendido ps-tracionado: 1. Efetivo e eficiente uso de materiais de alta resistncia (concreto e ao) 2. Sees mais esbeltas e leves, permitindo estruturas mais atraentes 3. Reduo da altura total do edifcio pela ausncia de vigas (economizando revestimentos externos e outros materiais e servios) 4. A reduo do peso total ou de partes do edifcio diminui o custo das fundaes 5. Reduo do nmero de pilares e das cargas nas paredes de contraventamento, economizando material 6. O peso menor permite que as cargas devidas a abalos ssmicos sejam reduzidas 7. Vos longos mais econmicos (menor nmero de pilares) 8. Melhor controle das flechas 9. Reduo das fissuras 10. Construo impermevel 11. Baixo custo da construo resistente ao fogo 12. Custos de manuteno reduzidos 13. Custo de vida til mais baixo 14. Frmas simples e de fcil montagem/desmontagem, resultando em menos mo-deobra, rapidez na execuo e enorme economia 15. A ausncia de vigas e a concretagem dos pilares antes da laje resulta em aumento da preciso e da qualidade da estrutura 16. Facilidade de execuo dos processos a jusante da estrutura, resultando em menor custo do edifcio (muito importante)

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Protenso

Captulo 2

2.1.14 O concreto protendido ps-tracionado proporciona as seguintes vantagens em relao ao concreto protendido pr-tracionado: 1. Continuidade estrutural dos componentes (difcil de executar na pr-trao) 2. Protenso em estgios 3. Protenso no campo 4. Perdas de protenso reduzidas 5. Conexes em campo para elementos pr-moldados 6. Construo em reas limitadas ou de acesso restrito 7. Uso de mo-de-obra e materiais locais 8. Uso de cabos com catenria, diminuindo o custo da armadura frouxa 2.2 TEORIA As estruturas de concreto em prtico so basicamente de dois tipos: 1. Laje armada em uma direo ou nervuras apoiadas em vigas suportadas por pilares/ paredes. 2. Lajes armadas em duas direes, com ou sem capitis, suportadas por pilares/paredes. Os elementos ou componentes dessas estruturas, sejam lajes, nervuras, vigas, pilares e paredes, suportam as cargas neles colocadas e permanecem tensionados em cortante, trao e/ou compresso. O concreto usado nesses elementos naturalmente eficiente em relao s tenses de compresso, enquanto os cabos ps-tracionados e as barras de ao comum so naturalmente eficientes em relao s tenses de trao (Figura 2-2). Deste modo, usando esses dois materiais em combinao, pode-se criar uma estrutura econmica, segura e muito competitiva em relao a outros materiais. 2.3 PROTENSO PARA SE OBTER UM BALANCEAMENTO DE CARGAS Um conceito til principalmente visualizar a protenso como uma tentativa de balancear as cargas sobre um componente da estrutura (Figura 2-11). Um componente tal como uma laje ou viga, sob a ao de seu peso prprio ou sob a ao de seu peso e de uma carga uniforme ( Waplicada ), sofre flecha para baixo. Quando os cabos so colocados em um determinado componente formando uma curva parablica e tracionados, eles exercem uma carga uniforme para cima ( Wbalanceada ) sobre o componente. Pode ser calculado o montante de tracionamento ou o nmero de cabos requeridos para contrabalanar toda ou parte da carga da gravidade para baixo.( Waplicadas ) Cabo parablico

( Wbalanceadas ) Cargas balanceadas uniformes

Figura 2-11 Conceito de foras em um componente em concreto protendido

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Protenso

Captulo 2

2.4 PROTENSO PARCIAL OU TOTAL Quando um componente da estrutura projetado para - sob condies de carga de trabalho - no haver nenhuma tenso de trao nele, ento o concreto chamado totalmente protendido. Teoricamente, tal componente necessitaria de substancial quantidade de ao de protenso. Por outro lado, se tenses de trao so permitidas em um componente da estrutura sob carga de trabalho, ele chamado de parcialmente protendido (esse termo algumas vezes tambm usado para descrever o processo de aplicao de um percentual da fora final antes que a estrutura atinja as 72 horas normais para ser protendida). Para protenso parcial, moderada quantidade de barras de ao comum pode ser requerida para o controle de fissuras sob trao. Por razes econmicas, a protenso parcial a forma mais comum de protenso usada nas estruturas. Deste modo, ao de protenso usado para compensar a maior parte do peso prprio e sustentar outras cargas mortas. Ocasionalmente, uma pequena poro de carga viva tambm includa. A trao produzida pelo resto da carga viva resistida pela combinao de ao tracionado e no-tracionado, resultando em estruturas econmicas. As barras de ao aderentes asseguram o controle da abertura e a distribuio das fissuras que possam ser causadas pelos efeitos secundrios ou sobrecargas. 2.5 COMPONENTES CONTNUOS DE UMA ESTRUTURA As Figuras 2-12 at 2-14 mostram uma pea contnua de 4 (quatro) vos e 5 (cinco) apoios. A Figura 2-12 mostra as zonas de trao e compresso que seriam produzidas no concreto da pea da estrutura sob efeito de cargas externas uniformes aplicadas (Waplicadas).Cargas uniformes aplicadas externamente - Waplicadas

C = Zona de compresso

T = Zona de trao

Figura 2-12 Zonas de trao e compresso sob cargas externas aplicadas uniformemente ( Waplicadas ) A Figura 2-13 mostra o cabo colocado em uma pea da estrutura num perfil parablico. Quando tracionado, o cabo aplicar internamente cargas uniformes balanceadas (Wbalanceadas) para cima e para baixo mostradas pelas setas ao longo das partes do cabo entre os pontos de inflexo, isto , os pontos de reverso na curvatura do cabo.Cargas balanceadas devido proteno aplicada internamente - Wbalanceadas

Cabo colocado em perfil parablico

Parbola invertida

Pontos de inflexo

Figura 2-13 Cargas uniformes balanceadas aplicadas internamente ( Wbalanceadas )

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Protenso

Captulo 2

A Figura 2-14 mostra as zonas de trao e compresso produzidas por cargas uniformes balanceadas aplicadas internamente.

C = Zona de compresso

T = Zona de trao

Figura 2-14 Zonas de trao e compresso produzidas por cargas uniformes balanceadas aplicadas internamente (Wbalanceadas) Comparando as figuras 2-12 e 2-14 vimos que foras para cima componentes da protenso produzem zonas de tenso opostas quelas produzidas pelas cargas externas, anulando ou reduzindo os efeitos da tenso produzida por elas e trazendo uma tenso resultante dentro dos limites permitidos pelas normas. Em casos de vos significativamente diferentes e/ou diferenas em magnitude de cargas, o engenheiro estrutural pode empregar um nmero de opes diferentes de projeto. Reduzindo a curvatura dos cabos (ou brao de alavanca) enquanto ainda se mantm a mesma quantidade de protenso ou mantendo a curvatura completa, mas reduzindo a fora de protenso, o engenheiro estrutural ainda consegue o mesmo balanceamento de cargas requerido. importante manter os cabos no perfil correto para atingirmos os critrios de projeto. 2.6 BALANOS Peas em balano so crticas, pois seu projeto depende do seu comprimento, das cargas aplicadas e da influncia dos vos interiores adjacentes. Durante o estgio de projeto um equilbrio crtico conseguido entre a pea em balano e o vo engastado; conseqentemente o perfil do cabo da pea em balano deve ser detalhadamente observado.Apoio Linha neutra inicial da pea de concreto Com 100 % da carga balanceada sem contraflecha sem flecha

Centro efetivo das placas de ancoragem colocados acima da linha neutra do concreto (cabos com muita fora para cima na pea em balano)

Placas de ancoragem colocadas abaixo da linha neutra (cabo com pouca fora para cima na pea em balano)

O cabo nos apoios deve estar sempre posicionado acima da linha neutra e no como neste desenho

Figura 2-15 Efeito do posicionamento do cabo no comportamento da pea em balanoManual para a Boa Execuo de Estruturas Protendidas Usando Cordoalhas de Ao Engraxadas e Plastificadas

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Fabricao3. FABRICAO

Captulo 3

3.1 FABRICAO DAS CORDOALHAS Os procedimentos de fabricao de cabos no aderentes devem estar de acordo com as exigncias do Instituto da Ps-Trao americano (PTI), "Especificaes para Cabos Monocordoalha No Aderentes", publicado em julho de 1993. O primeiro passo no processo de fabricao o cobrimento da cordoalha com graxa (Figura 3-1).Bainha Graxa Cordoalha

Figura 3-1 Cordoalha coberta de graxa revestida com bainha plstica A cordoalha de ao a mesma utilizada na protenso aderente. Depois de fabricada em comprimento de aproximadamente 11.000 metros, ela levada ao equipamento de engraxa mento e extruso do plstico (Figura 3-2).

Figura 3-2 Rolo de cordoalha nua

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Fabricao

Captulo 3

A cordoalha nua coberta com graxa inibidora de corroso e ento revestida com a bainha plstica (Figura 3-3). O processo comea passando a cordoalha por um aplicador de graxa que recobre a cordoalha uniformemente com a quantidade exata de graxa inibidora de corroso. A cordoalha coberta de graxa segue pela mquina extrusora, que aplica e regula a espessura adequada de plstico derretido. Posteriormente a cordoalha passa por uma canaleta de gua para que seja resfriada antes de ser novamente enrolada.

Figura 3-3 Processo de extruso A bobina de 11 t com a cordoalha revestida pela bainha plstica (Figura 3-4) ento transferida para a linha de corte, onde cortada em bobinas menores, de at 3 t, para despacho aos clientes (Figura 3-4A).

Figura 3-4 Bobina com 11 t de cordoalha

Figura 3-4A Bobina com 3 t de cordoalha plastificada pronta para despacho

3.2 FABRICAO DOS CABOS Recebidas as bobinas, a firma de protenso ou a prpria obra providencia o corte das cordoalhas nos comprimentos do projeto. Em seguida recebem uma ancoragem pr-cravada em uma das extremidades formando cabos monocordoalhas. So ento etiquetados e identificados para transporte.

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Fabricao

Captulo 3

Todo cuidado deve ser tomado para assegurar que as ancoragens passivas estejam fixadas de acordo com as diretrizes da firma de protenso. Os cabos cortados e enrolados so cintados juntos usando uma amarrao de ao com um material de proteo entre os cabos enrolados e a amarrao, pois, assim, a bainha plstica no ser danificada (Figura 3-5). Todos os cabos enrolados devem ser identificados com o nome da obra, nmero do pavimento, concretagem, etc. S ento os cabos enrolados so carregados em caminhes e remetidos para o canteiro de obras (Figura 3-6). Uma vez entregues, o armazenamento, o manuseio e a colocao dos cabos de responsabilidade da construtora e/ou do instalador.

Figura 3-5 Estoque de cabos cortados e enrolados, com ancoragens pr-blocadas, devidamente etiquetados. Amarrao com arame cabo a cabo. Para amarrao de conjuntos de cabos deve ser usada cinta protetora para no danificar a bainha plstica

Figura 3-6 M condio do estoque na obra dos cabos cortados

Figura 3-7 Cores identificam comprimentos

Para facilitar a identificao dos cabos e seus respectivos comprimentos, alguns projetistas estruturais j definem em seus projetos a marcao dos cabos com tinta spray por meio de uma combinao de trs cores. Assim o instalador pode identificar mais facilmente a diferena de comprimento entre os cabos (Figura 3-7).

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Documentos de Controle4. DOCUMENTOS DE CONTROLE PARA UMA OBRA DE PROTENSO

Captulo 4

4.1 GERAL Certos documentos tm um papel importante no sucesso da construo de qualquer projeto. A disponibilidade, preservao e controle desses documentos ir ajudar a prover uma montagem e protenso sem defeitos. Os documentos pertinentes so: desenhos da cablagem, romaneios, certificados de qualidade dos materiais, calibrao dos macacos e os registros da protenso. Este material deve ser mantido com a construtora ou seu designado. Cada um deles ser discutido a seguir: 4.2 DESENHOS DE INSTALAO (CABLAGEM) A instalao de qualquer elemento da ps-trao deve somente ser iniciada de acordo com os desenhos para construo feitos pelo engenheiro estrutural. Os desenhos devem detalhar o nmero, tamanho, comprimento, marcao de cores, alongamento, perfil e localizao (ambos em planta e elevao) de todos os cabos, assim como o plano dos apoios para os cabos e para o ao de fretagem. de responsabilidade da construtora ou de seu designado mudar os desenhos depois de aprovados e marc-los para mostrar as revises ou substituies em relao aos desenhos revisados e reprovados. Muita ateno para atualizar todas as alteraes. Desenhos substitutivos devem ser preservados pelas construtoras ou seu designado. 4.3 ROMANEIOS Cada remessa de materiais de ps-trao entregue no canteiro de obras deve ser acompanhada por uma lista detalhada dos materiais (placas de ancoragem, cunhas, cadeiras para suporte dos cabos, cabos, macacos, etc.). A quantidade de materiais entregues deve ser conferida com a lista de remessa no momento em que os materiais so descarregados. Discrepncias devem ser relatadas pela construtora ou seu designado imediatamente aps a descoberta. Falha em providenciar a notificao em tempo hbil pode resultar em extenso do prazo de execuo da obra. 4.4 CERTIFICADO DOS MATERIAIS As propriedades fsicas dos materiais de ps-trao so descritas por certificados de materiais fornecidos pelo fabricante da cordoalha e pela firma de protenso, quando requeridos nos documentos de contrato. Tais certificados podem acompanhar a remessa para o canteiro de obras ou chegar pelo correio, para a construtora ou seu designado. Todos devem estar disponveis para consulta quando necessrio. Certificados das amostras de material do cabo so mostrados no Apndice 15.1. 4.5 CALIBRAO DOS MACACOS Cada conjunto de equipamentos de protenso (macaco e bomba) disponibilizado pela firma deve ser acompanhado por uma tabela de calibrao relatando a presso no manmetro para a fora aplicada no cabo. As tabelas de calibrao devem chegar com o equipamento e devem estar disponveis para uso pela equipe de protenso e inspetores sempre que as operaes de protenso so iniciadas. O manmetro da bomba deve estar regulado para mostrar a presso mxima de protenso. Exemplo da tabela de calibrao do macaco mostrado no Apndice 15.2.

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Documentos de Controle

Captulo 4

4.6 TABELAS DE PROTENSO As tabelas de protenso devem estar disponveis para uso pela equipe de protenso e inspetores do projeto sempre que a protenso iniciada. responsabilidade da construtora ou de seu designado remeter, imediatamente aps a protenso ter sido completada, as tabelas para reviso e aprovao pelo engenheiro estrutural antes do corte das pontas dos cabos. Exemplo da tabela de protenso mostrado no Apndice 15.3.

CD Essas informaes esto disponveis no CD e podem ser alteradas ao seu critrio.

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Entrega, Recepo, Manuseio e Estocagem Captulo 55. ENTREGA, RECEPO, MANUSEIO E ESTOCAGEM 5.1 ENTREGA E ACEITAO 1. Quando o ao cortado fora do local da obra, todos os cabos enrolados devem ser identificados com o nome da obra, nmero do pavimento, nmero da concretagem, etc. 2. Aps a entrega responsabilidade do comprador zelar pela integridade dos materiais e equipamentos para satisfazer as especificaes e documentos de contrato. O comprador normalmente transfere a responsabilidade ao instalador. 3. responsabilidade do instalador conferir o material entregue em relao lista de remessas no momento em que ele descarregado. Discrepncias quanto ao material entregue devem ser relatadas pelo construtor ou seu designado imediatamente aps a descoberta. Falha em providenciar a notificao em tempo hbil pode limitar os direitos do comprador de recorrer e resultar em extenso do prazo da obra. 5.2 MANUSEIO E ESTOCAGEM 1. Durante o processo de descarga tenha cuidado para no danificar a bainha plstica. recomendado o uso de correia de nilon durante a descarga e manuseio dos materiais. A correia de nilon nunca deve estrangular no manuseio dos cabos de ao de protenso enrolados, sempre envolvendo o rolo com a correia e passando-a pelo centro dele. Enganche cada ala da correia no equipamento de iamento. No use correntes ou ganchos para descarregar os cabos, pois isso pode resultar em danos severos a eles. 2. O processo de descarga deve ser efetuado to prximo quanto possvel da rea de armazenamento para evitar manuseio excessivo dos materiais. Mltiplas movimentaes de estoque aumentam a possibilidade de danificar a bainha plstica e outros componentes do sistema. 3. Todos os cabos devem ser estocados em uma rea seca sobre um estrado para mantlos isolados do solo. Se forem usadas lonas plsticas para cobri-los, responsabilidade do instalador mant-los cobertos. Quando usadas lonas para proteo dos cabos, elas devem ser colocadas formando uma tenda para permitir a livre circulao do ar por entre os cabos enrolados para evitar a corroso em conseqncia da condensao que se forma embaixo da lona. Os cabos no devem ser expostos gua, sal ou outro tipo de elemento corrosivo. Quando o armazenamento por um longo prazo necessrio, os cabos devem ser protegidos da exposio luz do sol por longos perodos de tempo. O correto armazenamento do material no canteiro de obras fundamental para a integridade dos sistemas de ps-trao no aderente. 4. As cunhas e as ancoragens devem ser estocadas em uma rea limpa e seca e identificadas por pavimento e/ou sequncia de concretagem. Esses materiais somente devem ser usados na concretagem programada para elas. Caso as peas programadas para uma concretagem sejam usadas em outra concretagem, o instalador deve notificar a mudana com o propsito de rastreamento. Qualquer movimento de ancoragens e cunhas no canteiro de obras deve ser feito com cuidado para preservar o rastreamento do lote. 5. O macaco e o manmetro da bomba no podem ser separados. Ambos so calibrados como se fossem um s equipamento.

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Entrega, Recepo, Manuseio e Estocagem Captulo 56. Confira imediatamente os registros de calibrao do macaco, os quais podem ser enviados separadamente ou podem estar com o romaneio. Localize no manmetro da bomba e no macaco o nmero correspondente ao registro de calibrao. Macacos e manmetros das bombas devem ser calibrados antes de remetidos obra. Caso haja qualquer discrepncia, contate a firma de protenso para resoluo. No espere at o dia da protenso para identificar um problema. 7. Guarde o equipamento de protenso em um lugar seguro, limpo e seco e permita que o acesso aos equipamentos seja feito apenas por pessoal treinado e qualificado. 8. Siga as regras da firma de protenso e instrues relativas ao cuidado, ao uso e manuteno desses equipamentos. Os equipamentos de protenso no devem ser usados em qualquer outra operao que no a protenso dos cabos.

CD Essas informaes esto disponveis no CD e podem ser alteradas ao seu critrio.

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Montagem do Sistema na Obra6. MONTAGEM DO SISTEMA NA OBRA

Captulo 6

6.1 GERAL A montagem dos cabos monocordoalha no aderentes crtica para a performance da estrutura na qual eles esto incorporados. O uso de tais cabos proporciona muitas vantagens tanto no custo quanto no nvel de melhora da performance das estruturas de concreto, quando elas so propriamente projetadas e montadas. Este captulo fornece informaes aos profissionais de campo envolvidos no processo de montagem. 6.2 COORDENAO DAS FUNES RELACIONADAS Enquanto este captulo trata da instalao de cabos monocordoalha no aderentes, a montagem propriamente dita requer cuidado coordenado de muitas funes independentes, abordadas em vrios captulos deste manual. Indiferentemente de quem assumiu a responsabilidade pela montagem (firma de protenso, construtora ou subcontratada), importante que as seguintes reas de responsabilidade sejam includas no controle das partes nomeadas: 1. Conferncia e aceitao dos materiais entregues 2. Manuseio e armazenamento no local 3. Reviso de todos os documentos pertinentes antes da montagem e coordenao com outros empreiteiros 4. Segurana relativa ao local 5. Montagem dos cabos monocordoalha no aderentes, ancoragens e acessrios. Os instaladores so responsveis por todo o esquema de montagem 6. Montagem de todo o ao de reforo 7. Inspeo da montagem antes da concretagem (ver seo 6.7) 8. Superviso das operaes de lanamento do concreto 9. Protenso inclui preparao, protenso e corte da ponta dos cabos 10. Guarda dos registros gerais inclui registro de etiquetas de remessas e entregas, desenhos de construo, desenhos e relatrios de como construda e manuteno de registros de protenso. Quando um laboratrio de inspeo contratado para manter uma superviso e anotao da operao de protenso, a firma de protenso pode manter (se desejar) registros de protenso independentes com o propsito de auxiliar Nota O item 7 deve ser executado pelo instalador antes de outras inspees (por arquitetos, engenheiros, inspetor, laboratrio independente, etc.), para assegurar que esteja em completa concordncia com os projetos e especificaes. Se qualquer uma das responsabilidades acima estiver sendo compartilhada ou organizada por diferentes partes, a coordenao e garantia da qualidade podem ficar comprometidas, devendo ser, em princpio, funo da Construtora.

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6.3 PROCEDIMENTOS GERAIS DE MONTAGEM 1. recomendado que o encarregado no canteiro de obras para a montagem do sistema de ps-trao tenha um mnimo de 5 (cinco) anos de experincia ou seja um instalador certificado por rgo certificador de mo-de-obra especializada. Sempre que possvel, a mesma equipe deve montar e/ou protender a obra completa. 2. melhor instalar o sistema de ps-trao antes dos condutes eltricos e sistemas hidrulicos, mas depois da montagem das frmas de borda, frmas de emendas e outros itens embutidos. O local e os perfis dos cabos de ps-trao tm preferncia em relao a outros materiais que sero inseridos (incluindo ao de reforo), a menos que o remanejamento do cabo seja aprovado pelo engenheiro estrutural. 3. O encarregado de montagem deve familiarizar-se com os desenhos de montagem da pstrao e do ao de reforo antes de iniciar qualquer montagem. 4. Geralmente os cabos so remetidos ao local da montagem enrolados e cintados. Esteja atento ao corte das cintas de amarrao, pois os cabos enrolados esto comprimidos e quando cortados podem se separar rapidamente. 5. Os cabos amarrados individualmente so como uma mola enrolada e se desenrolaro quando as amarras forem cortadas. 6. Desvios verticais da posio do cabo podem ser tolerados at +/- 5 mm em concreto com espessura at 200 mm; at +/- 10 mm em concreto com espessura entre 200 mm e 600 mm e at +/- 15 mm em concreto com espessura acima de 600 mm. A posio horizontal dos cabos no crucial. Entretanto, evite oscilaes excessivas (curvatura no intencional) nos cabos. Pontos altos e baixos so as posies mais crticas, porm curvas suaves podem ser mantidas entre essas posies. 7. Quando os cabos so projetados para uso em ambiente agressivo, exige-se que os cabos sejam impermeveis em todo o seu comprimento (sistema encapsulado). Consulte os desenhos de montagem da ps-trao com o mtodo de montagem prprio. Desde que o sistema esteja projetado para ser impermevel, responsabilidade do montador e do contratante geral assegurar a integridade do sistema. 8. Quando h garantia de condies no canteiro de obras, ocasionalmente o engenheiro responsvel pode permitir a troca de uma extremidade ativa por passiva ou morta. 6.4 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM PARA LAJES COGUMELO ARMADAS EM UMA OU DUAS DIREES 1. A frma de borda deve ser marcada mostrando o centro de cada cabo de acordo com os desenhos de montagem. A frma de borda tambm deve mostrar a medida da placa de ancoragem onde possveis conflitos possam ocorrer. 2. Se ocorrer conflito e a placa de ancoragem no puder ser colocada conforme mostrado no desenho de montagem, consulte o engenheiro de projetos e a firma de protenso. 3. Perfure e corte o orifcio na frma da extremidade onde as placas de ancoragem ativas sero colocadas, conforme mostrado nos desenhos de montagem da ps-trao aprovados. Isto pode ser executado por outros profissionais.

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4. Normalmente aplica-se uma pequena quantidade de graxa inibidora de corroso na ponta da frma para nicho que encaixa na cavidade da placa de ancoragem. Coloque a frma para nicho na placa de ancoragem e ento coloque esse conjunto no orifcio cortado pregando ou amarrando a placa de ancoragem na frma de borda. Esse processo pode ser executado por outros profissionais, entretanto a reviso da montagem durante a colocao de responsabilidade do instalador. Uma montagem imprpria pode ocasionar problemas durante a operao de protenso. No permita que a graxa inibidora de corroso cubra qualquer parte da frma para nicho que possa ficar em contato com o concreto. O encaixe da frma para nicho na cavidade da placa de ancoragem deve ser perfeito. Rejeite qualquer frma para nicho que possa permitir a entrada de pasta de concreto na cavidade da placa de ancoragem. 5. importante que a placa de ancoragem esteja presa apertada e perpendicular frma (Figura 6-1). Se tiver algum obstculo, movimente-o ligeiramente para que tudo possa se ajustar. Veja a seguir o projeto da protenso. As dimenses dos equipamentos de protenso so mostradas nos desenhos de montagem ou podem ser obtidas da firma de protenso. Se for observado que o tracionamento no pode ser efetuado, ser necessrio realocar a placa de ancoragem, conforme j discutido no item 2. Em lajes cogumelo armadas em uma ou duas direes, a localizao horizontal das placas de ancoragem e cabos no normalmente crtica e um pequeno movimento horizontal permitido. Entretanto, o posicionamento vertical dos cabos e a dimenso vertical da placa de ancoragem so crticos e devem ser mantidos dentro das tolerncias dadas na Seo 6.3, Item 6.Frma para nicho Placa de ancoragem ativa Frma para nicho Prego Placa de ancoragem ativa Placa de ancoragem ativa

Prego

Frma de madeira

Prego

Frma de madeira

Frma para nicho Frma de madeira Incorreto

Correto

Incorreto

Figura 6-1 Placa de ancoragem e frma para nicho sendo instalados perpendicularmente frma de borda 6. Esquematize e marque no assoalho das frmas o local das barras de apoio para os cabos; marque em cada local a altura da cadeira mostrada nos desenhos de montagem. 7. Em lajes cogumelo armadas em duas direes, a no ser que os desenhos de montagem especifiquem o contrrio, coloque toda a armadura inferior e amarre-a no sistema de apoio. 8. A menos que os desenhos de montagem especifiquem o contrrio, coloque todas as barras de apoio inferior nas frmas. Barras auxiliares inferiores tambm devem ser colocadas nas frmas. No as amarre no sistema de apoio neste momento.

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9. Selecione os cabos para locao pelo nmero marcado e/ou cdigo de cores, conforme mostrado nos desenhos de instalao. 10. Nas lajes cogumelo armadas em duas direes de cabos em faixa, a menos que os desenhos de montagem especifiquem o contrrio, coloque primeiro os cabos de distribuio uniforme sobre cada pilar, conforme mostrado nos desenhos de montagem da ps-trao (mnimo de dois cabos). Desenrole os cabos em faixa seguidos dos cabos uniformes restantes. Estenda os cabos no local prprio iniciando pela extremidade passiva em direo extremidade ativa. Se o cabo no for tracionado em ambos os lados, ao desenrol-lo voc deve deixar uma ponta suficiente do lado de fora da frma de borda de cada extremidade ativa (300 mm, a menos que esteja especificado o contrrio). Se mais de 300 mm forem deixados em uma das extremidades, a outra extremidade pode ficar curta. Verifique nos desenhos de montagem da ps-trao a respeito destas dimenses. Se os cabos tiverem uma ancoragem ativa intermediria, eles devem ser estendidos at este local. O resto do cabo deve permanecer enrolado, amarrado e protegido at que tenha incio a preparao para a prxima concretagem. Nos casos em que a seo do meio concretada primeiro, como por exemplo em uma laje com trs sees, uma ponta do cabo deve ser montada na frma de borda da primeira ou da ltima seo, para assegurar que a ponta estar disponvel para tracionamento pela outra extremidade da seo. 11. Depois que os cabos estiverem distribudos, remova a bainha do final do cabo na extremidade ativa para permitir que a cordoalha seja colocada atravs da placa de ancoragem e da frma para nicho (Figura 6-2). Recolha a bainha at que no fique mais do que 25 mm de cordoalha exposta com graxa atrs da placa de ancoragem. Para ambientes agressivos, uma luva de conexo impermevel requerida entre a parte revestida com bainha plstica e a face da placa de ancoragem.Bainha cortada atrs da placa de ancoragem (assegure-se de que a bainha no penetre na placa de ancoragem)

Barra complementar j posicionada

25 mm (mx.) Frma de madeira

Figura 6-2 Montagem do cabo na extremidade ativa Nota Em regies ou aplicaes onde uma proteo para a parte exposta da cordoalha na extremidade ativa indicada, o tubo deve comear a ser colocado a partir da ancoragem at atingir a parte revestida da cordoalha.

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12. A menos que os desenhos dos projetos ou os desenhos de montagem da armadura de ps-trao detalhem o contrrio, as zonas de ancoragem dos cabos em faixa, para grupos de 6 (seis) ou mais cabos monocordoalhas com dimetro de 12,70 mm, com placas de ancoragem espaadas a cada 300 mm ou menos, devem ser reforadas de acordo com a Figura 6-3 ou com um detalhe similar usando estribos fechados.23 cm (mn.) 3/8 h Duas barras horizontais de 12,50 mm prolongadas no mnimo 15 cm de cada lado do grupo de placas de ancoragem Grampos confeccionados com barras de 10 mm. A quantidade total igual ao nmero de placas de ancoragem mais uma 15 cm (mn.)

Espaamentos entre ancoragens: 30 cm ou menos Tracione um mnimo de dois cabos, perpendiculares aos cabos em faixa, situados logo atrs das ancoragens, tanto ativas quanto passivas, antes de iniciar a protenso dos cabos em faixa

15 cm (mn.)

Figura 6-3 Placas de ancoragem em uma laje, com reforos na zona de ancoragem, para grupos de cabos monocordoalhas no aderentes CP190RB com dimetro de 12,70 mm 13. As frmas para nicho so projetadas para evitar que a pasta de concreto entre na cavidade da placa de ancoragem. No deve haver mais do que 25 mm de cordoalha no revestida exposta atrs da ancoragem na extremidade ativa (caso contrrio, pode resultar em alongamento insuficiente e outros problemas durante a protenso). Para evitar que a cordoalha revestida fique excessivamente exposta, coloque um tubo plstico, uma luva de proteo ou um pedao da prpria bainha plstica retirada da ponta de tracionamento e insira apertadamente contra a face da placa de ancoragem (Figura 6-4). Fixe com um arame ou fita plstica.Frma para nicho 40 cm 1 (25 mm mx.)

Corte o plstico aqui Nota: Barras complementares no mostradas para melhor visualizao

Frma de madeira

Figura 6-4 Montagem completa da extremidade ativa

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14. Os cabos agora esto prontos para serem amarrados no seu respectivo lugar. Os cabos em faixa devem ser amarrados entre si formando grupos de acordo com os desenhos de montagem. No mais do que 5 (cinco) cabos com dimetro de 12,70 mm nem mais do que 4 (quatro) cabos com dimetro de 15,20 mm devem ser cintados em grupos. Amarre o grupo de cabos no cruzamento com o sistema de apoio trabalhando fora da ancoragem passiva. Esteja atento ao amarrar os cabos para no apertar demais com o arame e cortar a bainha plstica. Certifique-se de que os cabos estejam planos e paralelos (no remontando um sobre o outro). Mantenha os grupos na posio indicada nos desenhos de montagem da ps-trao e to retos quanto possvel. Curvas (oscilaes) nos cabos podem criar atrito maior do que o normal, o que poder se refletir em cabos com alongamento baixo. 15. Os cabos devem ser suavemente deslocados na direo das placas de ancoragem (Figura 6-5). Amarre o grupo de cabos no sistema de apoio conforme mostrado nos desenhos de montagem da ps-trao. Verifique a colocao perpendicular dos cabos dentro das placas de ancoragem vertical e horizontalmente. Se isto no for feito corretamente o resultado poder ser uma ruptura da cordoalha, um estouro do concreto, uma falha na cravao das cunhas, alongamento baixo, perda excessiva na cravao ou outros problemas na protenso.

*

400 mm (mn.)

12* * Fora de escala

Figura 6-5 Cabos deslocados para as ancoragens

Nota Reforo na zona das placas de ancoragem e cadeiras de apoio no mostrados para deixar o desenho mais claro.

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16. O detalhamento dos cabos desviados em torno de aberturas de tamanho pequeno e mdio devem estar de acordo com a Figura 6-6. O espaamento mnimo de 150 mm deve ser mantido ao redor de toda abertura. Curvas agudas e transies devem ser evitadas.610 mm mn. 150 mm mn. 75 mm mn. Abertura * 12*

Barras de 12,50 mm no topo e na base

* Fora de escala

Figura 6-6 Desvio dos cabos ao redor de uma abertura Para grandes aberturas sempre desejvel reforar a parte superior e inferior da laje. Utilize - perto das aberturas - barras diagonais para controlar as fissuras iniciadas nos cantos delas. Em alguns casos, reforos estruturais adicionais podem ser necessrios ao redor do permetro da abertura para distribuir cargas aplicadas na abertura da laje. Tais reforos devem ser detalhados nos desenhos dos projetos e nos desenhos de montagem da armadura de reforo. 17. Apie todos os cabos conforme mostrado nos desenhos de montagem da ps-trao. A amarrao do cabo no sistema de apoio no pode causar deformaes visveis (cortes) da bainha. Os cabos devem ser adequadamente apoiados para evitar qualquer movimento durante o lanamento do concreto. O cabo, as barras de apoio e as cadeiras (se usadas) devem ser amarradas juntas, como uma unidade. 18. Em alguns casos, os grupos cintados de cabos so amarrados com firmeza antes que os cabos individuais sejam alocados conforme desenho. 19. As ancoragens mortas devem ser fixadas em suas posies usando uma cadeira de apoio e reforo na zona da placa de ancoragem (Figura 6-7). No pregue a placa de ancoragem na frma.Cobrimento de 25 mm mn. ou conforme especificado pelo engenheiro ou norma Conforme especificao do sistema de protenso* Fora de escala

Bainha plstica

Frma de madeira

Cobrimento conforme especificado pela norma ou projeto

Figura 6-7 Montagem da ancoragem passiva

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20. Inspecione a colocao do cabo e repare qualquer bainha danificada conforme requerido pelas especificaes. 21. Coloque toda a armadura de reforo superior e amarre no sistema de suporte. 6.5 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM PARA VIGAS E LAJES 1. O sistema de apoio para uma armao de viga deve ser pr-montado e colocado dentro da frma. Os estribos devem ser abertos na parte superior para permitir a colocao do cabo. O Comentary do ACI 318 Building Code inclui a seguinte discusso e recomendao concernente ao estribo em vigas retangulares:

...o uso de alguma tela de reforo em todas as partes esbeltas de concreto protendido ps-tracionadas (nervuras, lajes nervuradas, vigas e vigas T) para combater foras de trao em malhas resultantes de desvio local do posicionamento projetado para o cabo e prover um meio de se manter os cabos no perfil projetado durante a construo. Se apoios suficientes no forem providenciados, desvios locais no perfil parablico do cabo definido no projeto podem ocorrer durante o lanamento do concreto. Quando os cabos em alguns casos so tracionados, as curvaturas pretendidas tendem a se retificar. Este processo pode impor uma grande tenso de trao em malhas e severas fissuras podem se desenvolver se nenhuma tela de reforo for colocada. Curvatura dos cabos no previstas e a resultante das tenses de trao em malhas podem ser minimizadas amarrando-se os cabos com firmeza nos estribos que esto rigidamente presos no lugar por outros elementos da gaiola de armao. O espao mximo de estribos usados com este propsito no deve exceder a 1,2 m. Aloque e amarre as barras de apoio no local mostrado nos desenhos de montagem da ps-trao para os estribos.

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Esteja certo de que as barras de apoio esto firmes e dentro das tolerncias verticais dadas na Seo 6.3, item 6 ou nos documentos de contrato. Para facilitar a colocao, as barras de apoio podem ser amarradas na gaiola de armao antes de abaix-la para dentro da frma (Figura 6-8). Os cabos devem ser cintados em grupos, de maneira que permitam o lanamento e adensamento do concreto.Espaamento mnimo recomendado de 40 mm

Barras de apoios

Barras de 12,50 mm (mn.)

Figura 6-8 Apoio dos cabos na viga Nota Ateno especial requerida se o montador das frmas colocar contraflechas nelas. A colocao dos cabos crtica em pontos baixos. As barras de apoio dos cabos sero mostradas (a cada metro) na posio +/- central da viga ou laje nos desenhos de instalao. Mas barras adicionais podem ser requeridas para evitar que problemas de curvatura reversa do cabo (Figura 6-9) ocorram. Curvaturas reversas de cabos podem causar estilhaamento do concreto durante a operao de protenso.

Perfil do cabo

Figura 6-8

Curvatura reversa

Perfil do cabo especificado no projeto Curvatura reversa

Perfil do cabo especificado no projeto

Ponto baixo

Apoio

Figura 6-9 Perfil do cabo na viga

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2. Os principais cabos da laje so colocados depois que os cabos da viga so montados. Nos casos em que so utilizados cabos para combater a retrao, tome como referncia os desenhos de montagem para determinar a altura em que eles ficaro posicionados em relao aos cabos da laje. A altura dos cabos para combate da retrao ir determinar se eles sero colocados antes ou depois da colocao dos cabos da laje. 3. Para projetos de vigas e lajes nos quais os cabos no aderentes so usados como armadura de reforo e combate retrao, os detalhes recomendados para apoio dos cabos da laje so mostrados na Figura 6-10. Em todos os casos, a maioria dos cabos da laje perpendiculares s vigas devem ser apoiadas em cadeiras sobre as frmas, conforme mostrado na Figura 6-10.Barras/cabos apoiados em cadeirinhas sobre as frmas da laje prximas de uma viga tpica

Cabos para combater retrao Cabo para amarrao da laje Cabo para combater retrao

Cadeirinhas com altura especificada Detalhe 1 Cabo para amarrao da laje

Cabos para combater retrao Detalhe 2

Apoio contnuo para laje

Figura 6-10 Detalhes do uso de cabos no aderentes como armadura de reforo e de combate retrao 4. Coloque o reforo da zona de ancoragens da viga de acordo com a distribuio de ancoragens mostrada nos desenhos de montagem. A distribuio das ancoragens em uma viga pode conflitar com os vergalhes dos pilares e a armao de vigas. Consulte o engenheiro de projeto e a firma de protenso antes de modificar as posies das ancoragens. O ao de reforo da zona de ancoragem crtico, para evitar os estouros/rompimentos do concreto durante o tracionamento. O ao de fretagem detalhado nos desenhos de montagem da ps-trao. 5. Siga os procedimentos gerais dos itens 10 a 21 da Seo 6.4.

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6.6 MONTAGEM DE ANCORAGENS MORTAS NO CAMPO A colocao das ancoragens mortas nos cabos (pr-blocagem) normalmente efetuada na empresa de protenso ou fornecedora dos cabos cortados. O corte dos cabos a partir das bobinas e a montagem das ancoragens mortas em uma das pontas de cada cabo podem tambm ser feitos na prpria obra. Essa operao possvel quando a obra possui espao suficiente para: estoque e manuseio das bobinas; mesa/estrado com comprimento suficiente para estender os cabos; estoque e manuseio dos cabos cortados. Alm disso, os envolvidos nessas operaes devem estar aptos para tal e orientados por encarregado experiente nesse tipo de servio. Deve ser feito o registro dos cabos cortados para permitir a rastreabilidade. Outra situao em que a colocao das cunhas no campo poder ocorrer em juntas intermedirias de construo. A razo disto ser especificado nos desenhos de montagem primeiramente eliminar a demora do tracionamento dos cabos em juntas de construo. Isto permite que o empreiteiro faa sua prxima concretagem independentemente da primeira concretagem ter sido protendida e desde que o tracionamento seja externo laje. Os procedimentos para as duas condies so similares. Primeiro tire de 300 a 400 mm de capa plstica exatamente do lado de trs da placa de ancoragem, para deixar suficiente comprimento para as garras do macaco. Coloque a placa de ancoragem no local desejado e assente as cunhas manualmente com uma ferramenta de assentamento manual. A firma de protenso normalmente fornece uma pea especial para apoio da placa de ancoragem passiva. Nunca instale uma placa de ancoragem passiva na posio sem a pea especial para apoio da ancoragem ou outro procedimento recomendado e usado pela firma de protenso, j que este procedimento poder fissurar ou destruir o nariz do macaco, alm de ocasionar ferimentos no operrio. A seguir, encoste a pea de fixao da ancoragem passiva instalada no macaco, no lado de apoio ao concreto, da placa de ancoragem. Posicione o macaco sobre a cordoalha e acione-o at a fora mxima. Revise os desenhos de montagem para determinar qual a fora do macaco que est especificada (ela normalmente de 147 kN para a cordoalha de 12,70 mm ou 1860 MPa). sempre necessrio tracionar essas placas de ancoragens com a fora mxima do macaco. Falhas no processo podem levar ao escorregamento da cordoalha quando esta estiver sendo tracionada na outra extremidade, aps o concreto ter adquirido a resistncia necessria.

Nota Durante a colocao das ancoragens mortas no campo, a presso manomtrica subir rapidamente. Use um registro extra na bomba, se necessrio.

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6.7 INSPEO GERAL APS A MONTAGEM ANTES DO LANAMENTO DO CONCRETO A inspeo do sistema de ps-trao muito importante. Essa inspeo deve ser efetuada por engenheiro de projeto, por seu representante, por um laboratrio habilitado, por montador certificado ou pela construtora. A seguinte lista de conferncia deve ser usada pelo inspetor ou pelo laboratrio. 1. Esto disponveis os registros e certificados de ensaios do ao de protenso e outros componentes conforme requerido pelos documentos de contrato? 2. As placas de ancoragem esto aparentemente uniformes e livres de deformaes e vazios? 3. As cunhas das ancoragens mortas esto uniformes e adequadamente assentadas nas placas de ancoragem? 4. O cobrimento de graxa est uniformemente aplicado e de textura consistente? (Confira se h rachaduras ou encaroamentos na bainha plstica.) 5. A bainha plstica de espessura suficiente e uniforme? 6. A extremidade ativa, onde a bainha e a graxa so removidas deixando a cordoalha exposta, est livre de corroso (exceto oxidao superficial)? 7. Foi tirado um comprimento excessivo de bainha na extremidade ativa? 8. As placas de ancoragem da extremidade ativa esto seguramente afastadas da frma com apropriada frma para nicho? As pontas das frmas para nicho tm uma pequena quantidade de graxa aplicada nela antes de ser encaixada na cavidade da placa de ancoragem? 9. O ao de fretagem est colocado na regio onde se encontram as placas de ancoragem conforme requerido nos desenhos de montagem? 10. As cadeiras ou sistemas de apoio esto de acordo com os desenhos de montagem? 11. A colocao do ao convencional foi revisada? 12. A bainha est danificada? Se estiver, j foi reparada (todos os rasgos na bainha da cordoalha aplicada em ambientes agressivos devem ser reparados com no mnimo duas camadas de fita prova de umidade)? 13. Os cabos nos pontos altos e baixos esto nas cotas corretas (veja seo 6.3 item 6 sobre tolerncias de colocao)? 14. O perfil dos cabos est suave e corretamente posicionado (parablico, circular ou retilneo sem curvas reversas localizadas) entre os pontos de referncia? 15. Os cabos esto com oscilaes horizontais excessivas? 16. Os cabos esto retos vertical e horizontalmente atrs das placas de ancoragem de acordo com a distncia especificada? 17. O nmero de cabos (incluindo cabos adicionais) est de acordo com os desenhos de montagem? 18. Os cabos esto todos montados? 19. H obstrues ao livre movimento do macaco nos cantos e prximo a estruturas adjacentes? 20. O mtodo de lanamento do concreto foi revisto no que tange ao seu efeito sobre a estabilidade do cabo durante a concretagem?

CD Essas informaes esto disponveis no CD e podem ser alteradas ao seu critrio.

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Montagem do Sistema na Obra6.8 EXEMPLOS DE MONTAGEM 1. Layout dos cabos 2. Exemplos de detalhes tpicos de montagem 6.8.1 LAYOUT DOS CABOS (Exemplo)

Captulo 6

Distribuio dos cabos em planta

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