15
52 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA Mapas temáticos e gráficos 3 capítulo Reprodução/Folha de S.Paulo/Folhapress p Mapa de previsão do tempo (temperatura e pluviosida- de) para o território brasileiro, publicado no jornal Folha de S.Paulo de 15 de outubro de 2012, página C2. p Croqui (planta sem escala e imprecisa) de localização de um condomínio de prédios situado no bairro Colina de Laranjeiras, em Serra (ES). A empresa responsável pelo projeto começou a construção desse empreendimento imobiliário em 2012. p Maria Aparecida Grossi, coordenadora-geral do Pro- grama Nacional do Controle da Hanseníase, fala no lançamento da campanha “Vamos Juntos Eliminar a Hanseníase”, em Brasília (DF), 2010. Em sua exposi- ção, ela mostra um mapa temático com a distribui- ção dos novos casos de hanseníase (doença crônica causada pelo Mycobacterium leprae). Valter Campanato/Abr/Radiobrás Reprodução/ <http://imoveis.mrv.com.br>. Os mapas temáticos e os gráficos representam visual e numericamente os diversos fenômenos sociais e naturais e suas relações, auxiliando na compreensão da organização espacial. Eles são importan- tes para facilitar as interven- ções planejadas pelo governo e outros agentes sociais sobre os serviços públicos, a produ- ção agrícola, a organização de parques industriais e de sistemas de transportes, e de muitos outros aspectos que estruturam o espaço geográfico. Diariamente nos deparamos com varia- dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti- ciários televisivos, na internet e em livros, jornais e revistas. Para entendê-los e extrair deles todas as informações representadas é importante que nos familiarizemos com esse tipo de linguagem, apren- dendo a decodificar seus símbolos e convenções. É o que faremos a seguir.

Mapas temáticos e gráficos · industriais e de sistemas de transportes, ... Diariamente nos deparamos com varia-dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti-ciá rios televisivos,

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52 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

Mapas temáticos e gráficos3

capítulo

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p Mapa de previsão do tempo (temperatura e pluviosida-de) para o território brasileiro, publicado no jornal Folha

de S.Paulo de 15 de outubro de 2012, página C2.

p Croqui (planta sem escala e imprecisa) de localização de um condomínio de prédios situado no bairro Colina de Laranjeiras, em Serra (ES). A empresa responsável pelo projeto começou a construção desse empreendimento imobiliário em 2012.

p Maria Aparecida Grossi, coordenadora-geral do Pro-grama Nacional do Controle da Hanseníase, fala no lançamento da campanha “Vamos Juntos Eliminar a Hanseníase”, em Brasília (DF), 2010. Em sua exposi-ção, ela mostra um mapa temático com a distribui-ção dos novos casos de hanseníase (doença crônica causada pelo Mycobacterium leprae).

Valter Campanato/Abr/Radiobrás

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Os mapas temáticos e os gráficos representam visual e numericamente os diversos fenômenos sociais e naturais e suas relações, auxiliando na compreensão da organização espacial. Eles são importan-tes para facilitar as interven-ções planejadas pelo governo e outros agentes sociais sobre

os serviços públicos, a produ-ção agrícola, a organização de parques

industriais e de sistemas de transportes, e de muitos outros aspectos que estruturam o espaço

geográfico. Diariamente nos deparamos com varia-dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti-ciá rios televisivos, na internet e em livros, jornais e revistas. Para entendê-los e extrair deles todas as informações representadas é importante que nos familiarizemos com esse tipo de linguagem, apren-dendo a decodificar seus símbolos e convenções. É o que faremos a seguir.

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MAPAS TEMÁTICOS E GRÁFICOS 53

OS MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA

CARTOGRAFIA TEMÁTICA

Todo mapa apresenta algumas informações es-

senciais e “responde” a certas perguntas sobre os ele-

mentos que compõem o espaço geográfico. A primei-

ra pergunta que geralmente fazemos quando observa-

mos um mapa é: onde se localiza determinado fenô-

meno? Como vimos no início da unidade, para facili-

tar a localização dos elementos representados, o

mapa apresenta uma rede de coordenadas. A segunda

pergunta é: qual é o tamanho do fenômeno represen-

tado? Como também já vimos, em toda representação

cartográfica há uma escala, que nos revela a propor-

ção entre os elementos representados no mapa e seus

correspondentes na realidade.

Os mapas podem, entretanto, mostrar mais do

que a localização dos fenômenos no espaço e sua pro-

porção. Também podem representar, em diferentes

escalas geográficas, sua diversidade:

r qualitativa: responde à pergunta “o quê?” e repre-

senta os diferentes elementos cartografados – cida-

des, rios, mineração, indústrias, climas, cultivos,

transportes, etc. – em diversos tipos de mapas;

r quantitativa: elucida a dúvida sobre “quanto?” e

indica, por exemplo, o número da população ur-

bana e o tamanho das cidades, a quantidade de

chuva mensal, o total da produção industrial, en-

tre outros, permitindo a comparação entre terri-

tórios diferentes;

r de classificação: registra a ordenação e a hierar-

quização de um fenômeno num determinado terri-

tório, por exemplo, a ordem das cidades no mapa

que mostra a hierarquia urbana brasileira – metró-

pole global, metrópole nacional, metrópole regio-

nal, centro regional –, ou a ordem das altitudes do

relevo no mapa físico do Brasil;

r dinâmica: mostra a variação de um fenômeno ao

longo do tempo e sua movimentação no espaço

geo grá fico: o fluxo de população no território bra-

sileiro, o fluxo de mercadorias no comércio inter-

nacional, entre outros.

Para representarmos esses fenômenos, podemos

utilizar pontos, linhas ou áreas, dependendo da forma

como se manifestam no espaço geográfico. Eles po-

dem ser cartografados separadamente, em mapas di-

ferentes, e também juntos num mesmo mapa. Leia o

texto e observe as imagens a seguir para saber mais

sobre os métodos de representação cartográfica.

Representações qualitativas

As representações qualitativas em mapas são empregadas

para mostrar a presença, a localização e a extensão das ocorrências

dos fenômenos que se diferenciam pela sua natureza e tipo, podendo

ser classificados por critérios estabelecidos pelas ciências que estu-

dam tais fenômenos.

Conforme os fenômenos se manifestam em pontos, linhas ou

áreas, no mapa utilizamos respectivamente pontos, linhas e áreas,

que terão uma variação visual com propriedade de perspectiva com-

patível com a diversidade: a seletividade visual.

Na manifestação pontual usamos preferencialmente a variação

de forma ou de orientação.

Forma:

Orientação:

Para facilitar a memorização dos signos [símbolos], principal-

mente nos mapas para crianças, podemos explorar a analogia entre

sua forma e o que eles representam. São os “símbolos” evocativos ou

icônicos:

Algodão

Amendoim

Café

Soja

Trigo

Banana

Uva

Arroz

Feijão

Cana-de--açúcar

Laranja

Milho

Ilu

str

açõ

es:

Ca

ssia

no

da

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uiv

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dit

ora

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54 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

Na manifestação linear convém usar basicamente a variação de

forma:

Forma:

Ilu

str

açõ

es:

Ca

ssia

no

da

/Arq

uiv

o d

a e

dit

ora

Na manifestação zonal, a cor tem maior eficácia. Na impossibili-

dade de se poder contar com a cor, devemos empregar texturas dife-

renciadas compostas por elementos pontuais ou lineares, do mesmo

valor visual (uma textura não pode ficar mais escura que a outra).

[...]

Cores:

Violeta

Texturas com elementos pontuais:

Texturas com elementos lineares:

Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho

Representações ordenadas

As representações ordenadas em mapas são indicadas quando

os fenômenos admitem uma classificação segundo uma ordem, com

categorias deduzidas de interpretações qualitativas, quantitativas ou

de datações.

Conforme os fenômenos se manifestam em pontos, linhas ou

áreas no mapa, utilizamos respectivamente pontos, linhas e áreas,

que terão uma variação visual com propriedade perceptiva compatível

com a ordenação: a ordem visual.

[…]

a) Texturas de pontos:

Variação de valor em áreas:

Variação de valor em linhas:Variação de valor em pontos:

b) Texturas de linhas:

Cores:Amarelo Laranja Vermelho Marrom

Representações quantitativas

As representações quantitativas em mapas são empregadas

para evidenciar a relação de proporcionalidade entre objetos (B é qua-

tro vezes maior que A). Esta relação deve ser transcrita por uma rela-

ção visual de mesma natureza. A única variação visual que transcreve

corretamente esta noção é a de tamanho.

Conforme os fenômenos se manifestem em pontos, linhas ou

áreas, no mapa, utilizamos respectivamente pontos, linhas e áreas

que terão uma variação com propriedade perceptiva compatível com

a proporcionalidade: a proporcionalidade visual.

Na manifestação pontual modulamos o tamanho do local de

ocorrência. Esta solução é ideal para a representação de fenômenos

localizados com efetivos elevados, como é o caso da população urba-

na. O tamanho de uma forma escolhida – o círculo, por exemplo – é

proporcional à intensidade da ocorrência em valores absolutos. Para

resolver esta representação, aplicamos o Método das Figuras Geomé-

tricas Proporcionais. As áreas das figuras serão proporcionais às

quantidades a serem representadas.

Na manifestação linear, variamos a espessura da linha propor-

cionalmente à intensidade do fenômeno. Dessa maneira, podemos

representar a intensidade de fluxo entre dois pontos.

MARTINELLI, Marcello. Cartografia temática: cadernos de mapas. São Paulo: Edusp, 2003. p. 27, 28, 36, 54, 55.

A Cartografia temática facilita o planejamen-to de intervenções no espaço geográfico porque nos auxilia a compreender a organização dos temas ou fenômenos que o compõem. Por exemplo, o pla-nejamento em uma cidade fica mais fácil a partir do registro da ocupação de seu solo urbano em car-tas temáticas, nas quais podemos visualizar o ta-manho e a distribuição de sua população, a melhor direção para expandir a área urbana, os lugares su-

jeitos a alagamentos ou desmoronamentos, entre outros fenômenos.

É importante lembrarmos que os fenômenos – so-ciais e naturais – estão interligados no espaço geográfi-co; logo, a intervenção num aspecto da realidade inter-fere em outros e isso pode ser registrado cartografica-mente. Por exemplo, casas construídas em encostas íngremes estão sujeitas a desmoronamentos, constru-ções na várzea de rios correm o risco de serem alagadas.

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MAPAS TEMÁTICOS E GRÁFICOS 55

Vejamos alguns exemplos de

mapas temáticos.

Construído sobre uma base

cartográfica que mostra os limites

políticos da América do Sul, o

mapa ao lado evidencia os recur-

sos minerais e energéticos dos

paí ses sul-americanos, indicando

sua diversidade, distribuição e ta-

manho relativo das reservas. Para

representar fenômenos pontuais

como esses, o mais adequado é

utilizar símbolos com formas, co-

res e tamanhos diferentes.

Observe que no mapa também estão cartografadas as principais regiões industriais da América do Sul, um fenô-meno zonal.

Para cartografar fenômenos

lineares como tipos diferentes de

ferrovias, mostradas no mapa da

França ao lado, foram utilizadas li-

nhas diferenciadas por cores. Mas,

como o mapa mostra esse tema de

forma proporcional, essas linhas

têm larguras e tonalidades diferen-

tes, expressando maior ou menor

volume de passageiros e mercado-

rias transportados por dia. Rodo-

vias, hidrovias, oleodutos, redes de

alta-tensão, etc. são outros exem-

plos de fenômenos lineares.

Observe que nesse mapa também estão cartografados fenômenos pontuais pro-porcionais: Paris, maior entroncamento ferroviário do país, Lyon, Bordéus e outras cidades francesas.

pp

Lima

Santiago

Valparaíso

Buenos Aires

Rosário

Montevidéu

La Paz

Paramaribo

Belém

CarajásRecife

Salvador

Rio deJaneiroSão Paulo

Porto Alegre

BeloHorizonte

Caracas

Bogotá

Quito

0° Equador

50° O

OCEANOPACÍFICO

OCEANOATLÂNTICO

Trópico de Capricórnio

Carvão

Petróleo

Gás natural

Ferro

Manganês

Cobre

Chumbo e zinco

Estanho

Prata

Ouro

Bauxita

Nitrato

Indústria dealta tecnologia

Principais regiõesindustriais

Antofagasta

km

0 620

PARIS

Bordéus

OCEANO

ATLÂNTICO

Mar Mediterrâneo

Brest

Quimper

VannesRennes

Caen

Le Havre

Nantes

Angers Le Mans

Tours

Chartres

Orléans

Rouen

Amiens

Cherbourg

Poitiers

Angoulême Limoges

Vierzon

Nevers

Troyes

Agen

Tarbes

Dax Rodez Valence

Montauban

NîmesMontpellier

Narbone

Perpignan

Foix

Toulouse

Nice

Bastia

Ajaccio

Marselha

La Rochelle

Clermont--Ferrand

AvignonGap

Grenoble

Briançon

Modane

LyonAnnecy

Dijon

Besançon

Belfort

Langres

Mulhouse

Nancy

Metz

Reims

Lille

Calais

St-Étienne

200 ou mais

100 – 200

50 – 100

25 – 50

Menos de 25

Linhas de alta velocidade

200 ou mais

100 – 200

50 – 100

25 – 50

Menos de 25

Outras linhas

Tráfego de trensNúmero médio detrens por dia

Canal da Mancha

Dunkerque

Estrasburgo

50º N

Mer

idia

no

de

Gre

enw

ich

km

0 110

América do Sul: mineração e indústria

França: rede e tráfego ferroviário – 2010

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21e siècle édition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: Éditions Nathan, 2011. p. 154.

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21e siècle édition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: Éditions Nathan, 2011. p. 24.

Map

as: A

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ora

Page 5: Mapas temáticos e gráficos · industriais e de sistemas de transportes, ... Diariamente nos deparamos com varia-dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti-ciá rios televisivos,

56 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

O mapa ao lado registra a

den sidade demográfica da Améri-

ca do Sul, um fenômeno zonal

que foi ordenado pelas diferentes

quantidades de pessoas por km2,

cuja distribuição foi destacada

com o uso de cores – as áreas são

pintadas de modo que se estabele-

ça uma hierarquia entre as cores

(da mais clara para a mais escura,

à medida que aumenta a densida-

de; veja outro exemplo de fenôme-

no zonal ordenado no mapa hipso-

métrico da página 111).

Observe que este mapa também regis-tra um fenômeno pontual proporcional: as maiores aglomerações urbanas da América do Sul.

p

Equador

OCEANO

PACÍFICO

OCEANO

ATLÂNTICO

Trópico de Capricórnio

Menos de 1

1 – 10

10 – 50

50 – 100

100 ou mais

Habitantes por km²

Aglomerações commais de 5 milhões de habitantes

Aglomerações com 1 a 5 milhõesde habitantes

Cidades com 500 mil a1 milhão de habitantes

Belém

Fortaleza

Recife

Salvador

Belo Horizonte

Brasília

Rio de Janeiro

São Paulo

Curitiba

Porto Alegre

Buenos Aires

Montevidéu

Goiânia

Nova Iguaçu

Assunção

Córdoba

Rosário

Santiago

Lima

Quito

Cali

Manaus

Bogotá

Barquisimeto

Guayaquil

Medellín

CaracasMaracaiboBarranquilla

50º O

km

0 650

América do Sul: densidade demográfica e principais aglomerações urbanas

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21e siècle édition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: Éditions Nathan, 2011. p. 155.

All

ma

ps/A

rqu

ivo

da

ed

ito

ra

Há muitos outros fenômenos zonais que apa-

recem registrados em mapas por meio de cores

sem que haja hierarquia entre elas. Veja alguns

exemplos onde as cores são diferenciadas somente

para distinguir os tipos de fenômenos: tipos de cli-

ma na zona tropical (ver página 140), tipos climá-

ticos do Brasil (página 154), compartimentação do

relevo brasileiro (páginas 115 e 116), formações

vegetais do mundo (página 195).

As cidades ou regiões metropolitanas podem

ser representadas por pontos simples ( fenômeno

qualitativo), se o que se pretende é apenas localizá-

-las no espaço geográfico. Também podemos des-

tacar o tamanho de suas populações ( fenômeno

quantitativo), como foi feito no mapa acima, ou

enfatizar a relação hierárquica entre elas ( fenôme-

no ordenado). A relação hierárquica entre as cida-

des pode se estabelecer com base em diversos cri-

térios: tamanho da população, infraestrutura de

comércio e serviços, influência na rede urbana na-

cional ou mundial, etc. Observe o primeiro mapa

da página ao lado.

Também é possível representar cartografica-

mente fenômenos dinâmicos no espaço e no tempo.

Por exemplo, pode-se mostrar o grau de destruição

da mata Atlântica desde o começo da ocupação do

território brasileiro ou a movimentação da população

desde o início do processo de industrialização do país.

Os mais conhecidos exemplos de mapas que

representam fenômenos dinâmicos são aqueles que

mostram fluxos de pessoas ou mercadorias em di-

versas escalas geo grá fi cas: trocas comerciais inter-

nacionais ou regionais, transporte mundial de petró-

leo e minérios, migrações ou fluxo de turistas no

mundo ou no Brasil, etc. Como vimos anteriormen-

te, além das direções, podem ser registradas as

quantidades proporcionais desses fluxos, utilizando

para isso diferentes larguras de linhas ou setas. Ob-

serve, no segundo mapa da página ao lado, as prin-

cipais rotas aéreas internacionais.

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MAPAS TEMÁTICOS E GRÁFICOS 57

km

0 465

Trópico de Capricórnio

Boa Vista

Manaus

Porto VelhoRio Branco

Belém

Macapá

São Luís

FortalezaTeresina

Cuiabá

CampoGrande

Natal

João Pessoa

Recife

Maceió

Aracaju

Salvador

OCEANOATLÂNTICO

Equador

OCEANOPACÍFICO

55° O

Vitória

Rio de JaneiroSão Paulo

RibeirãoPreto

Campinas

Santos

São José dos Campos

Londrina

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

BeloHorizonte

Goiânia

Brasília

Palmas

RR

AM

RO

AC

PA

AP

PI

CEMA

TO

GO

BA

MG

ES

RJ

RN

PB

PE

SEAL

SP

PR

SC

RS

MS

MT

DF

Metrópole global

Hierarquia urbana

Metrópole nacional

Metrópole regional

Centro regional

Brasil: hierarquia urbana

Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro, 2009. p. 152.

Ma

pa

s: A

llm

ap

s/A

rqu

ivo

da

ed

ito

ra

p Observe que este mapa registra os maiores aeroportos do mundo em número de passageiros, em 2009, e o número de voos internacionais por ano. Nele observamos elementos lineares proporcionais.

Ada

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o de

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OR

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Yor

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nive

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ss, 2

011.

p. 1

07.

CHINA

ORIENTEMÉDIO

OCEANIA

AMÉRICADO SUL

AMÉRICACENTRAL

EUROPA

CARIBE

OESTE DAÁFRICA

SUL DAÁFRICA

ALASCA

NORTEDA ÁFRICA

LESTE DAÁFRICA

RÚSSIA

60

º L

40

º L

20

º L

20

° S

12

O

14

O

16

O

18

40

° S

60

° S60

° S

40° S

40

° S

40

° S

10

L12

L80

° O4

0° O

20

° S

20

° S

20

° S

20° S20° S

OCEANO

ÍNDICO

OCEANO

ATLÂNTICO

OCEANO

PACÍFICO

OCEANO

PACÍFICO

Mais de 25 milhões

15 – 25 milhões

10 – 15 milhões

Maiores aeroportosNúmero de passageiros(internacional e doméstico)por ano

Principais rotas aéreasNúmero de voos internacionais por ano

Mais de 50 milhões

10 – 50 milhões

5 – 10 milhões

SydneyTóquio

Madri

ParisZuriqueFrankfurt

AmsterdãLondres

CingapuraBangcoc

HongKong

Pequim

Fukuoka

OsakaSapporo

Los AngelesSão Francisco

Las Vegas

Cidade do MéxicoPhoenix

Honolulu

DenverHoustonDallas

AtlantaMiami

Orlando

Nova York BostonTorontoDetroitChicago

MinneapolisSt. Louís

SaltLakeCity

Newark

SULDA ÁSIA

Washington CANADÁ

Seattle

Roma

Seul

JAPÃO ECOREIA DO SUL

SUDESTEDA ÁSIA

km

0 2480

Principais rotas aéreas internacionais e maiores aeroportos

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58 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

Essa anamorfose, que mostra o tamanho dos

paí ses considerando o número de habitantes e as

taxas de crescimento demográfico, é uma das mais

conhecidas. Observe que, nesse caso, a Rússia, que

estamos acostumados a ver como o país mais ex-

tenso nos mapas-múndi que mostram o tamanho

dos territórios, não é o maior do mundo, pois há

outros mais populosos que ela. Há diversas possi-

bilidades de representar fenômenos por meio de

anamorfose: participação dos países na distribuição

da riqueza mundial, na emissão de dióxido de car-

bono, nos gastos com armas, no consumo de ener-

gia, na produção industrial ou no comércio global,

entre outros.

Há um tipo particular de mapa temático em

que as áreas dos países são mostradas em tamanhos

proporcionais à importância de sua participação no

fenômeno representado. Esse tipo de “mapa” – de

fato, um cartograma – é chamado de anamorfose

geo grá fi ca. Veja um exemplo abaixo.

NICARÁGUA

MÉXICO

GUATEMALA HONDURAS

ESTADOSUNIDOS

CANADÁ

EL SALVADOR

COSTA RICAPANAMÁ

COLÔMBIA VENEZUELA

EQUADOR

PERU

BOLÍVIA

BRASIL

CHILE

ARGENTINA

PARAGUAI

URUGUAI

IRLANDA

HAITI

REP. DOMINICANA

FRANÇA

PORTUGALESPANHA

PORTO RICO

CUBA

JAMAICA

BÉLGICA

PAÍSESBAIXOS

ALEMANHA

SUÍÇA

ITÁLIA

DINAMARCA

POLÔNIA

FINLÂNDIA

MARROCOSARGÉLIA

EGITO

SUDÃO ***

REPÚBLICADEMOCRÁTICADO CONGO

SOMÁLIA

SUÉCIA ESTÔNIALETÔNIA

CHINA

NEPAL

ÍNDIA

PAQUISTÃO

IRÃ AFEGANISTÃ

O

SÍRIA

ISRAEL

JÔRDANIA

IRAQUE

ARÁBIASAUDITA

MALI NÍGER CHADE

TURQUIA

CHIPRE

RÚSSIA

LITUÂNIAMONGÓLIA

KUWAITBAHREIN

CATAR

IÊMEN

ETIÓPIA

MADAGASCAR

BURUNDIRUANDA

MAURÍCIO

MOÇAMBIQUE

SUAZILÂNDIA

TANZÂNIA

LESOTO

ÁFRICADO SUL

ANGOLA

UGANDA

QUÊNIA

GABÃOCONGO

TOGOGANA

NIGÉRIA

TANZÂNIA

GUINÉ

SENEGAL

GÂMBIA

GUINÉ--BISSAU C

AMARÕES

MAURITÂNIA

RCA**

LÍBIA

TUNÍSIA

ZÂMBIA

ZIMBÁBUE

MALAUÍ

NAMÍBIA

BOTSUANA

BURKINAFASSO COSTA

DOMARFIM

SERRA LEOA

NORUEGA

ROMÊNIA

BULGÁRIA

GRÉCIA

UCRÂNIA

BANGLADESH

MALÁSIA

CINGAPURA

VIETNÃ

FILIPINAS

TAILÂNDIA

MIANMAR

LAOS

HONGKONG

CAMBOJA

TAIWAN

JAPÃOCOREIADOSUL

COREIADO

NORTE

INDONÉSIA

TIMOR-LESTE

AUSTRÁLIA

NOVA

ZELÂNDIA

SRI LANKA

PAPUA-NOVA GUINÉ

BELARUS

ESLOVÊNIA

CROÁCIA

SÉRVIA

MACEDÔNIA

ALBÂNIA

LÍBANO

BENIN

TRINIDAD ETOBAGO

DJIBUTI

ERITREIA

TURCOMENISTÃOTAJIQUISTÃOUSBEQUISTÃOQUIRGUÍZIA

CASAQUISTÃO

EAU *

2

3

4 5

6 78

910

11

REINOUNIDO

LIBÉRIA

Mais de 2

1,51 – 2

1 – 1,50

0 – 0,99

Menos de 0

Taxa de crescimento demográficoanual no período 2000–2030 (%)

Estimativa da população em 2030(em milhões de habitantes)

100

50

10

1

OMÃ

1

1. Guiné Equatorial

2. Cisjordânia e Gaza

3. Bósnia-Herzegovina

4. Áustria

5. Hungria

6. República Tcheca

7. Eslováquia

8. Moldávia

9. Geórgia

10. Armênia

11. Azerbaijão

* Emirados Árabes Unidos

** República Centro-Africana

*** O Sudão do Sulseparou-se do Sudão em 2011.

5_1GGBg15jSA dinâmica da população mundial: estimativa para 2030

Adaptado de: INSTITUT FRANÇAIS DES RELATIONS INTERNATIONALES. Rapport annuel mondial sur le système économique et les stratégies Ramses 2011. Paris: Ifri/Dunod, 2010. p. 299.

p Numa anamorfose, os elementos representados não aparecem em escala cartográfica e não há fidelidade nas formas territo-riais. Em contrapartida, é mais fácil perceber o peso da participação de cada país no fenômeno representado (a população mundial em 2030, neste caso), pois essa participação é proporcional ao tamanho mostrado.

All

ma

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da

ed

ito

ra

Page 8: Mapas temáticos e gráficos · industriais e de sistemas de transportes, ... Diariamente nos deparamos com varia-dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti-ciá rios televisivos,

MAPAS TEMÁTICOS E GRÁFICOS 59

janeiro

fevereiro

março

abril

maio

junho

julho

agosto

setembro

outubro

novembro

dezembro

0,90

0,80

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00

IPCA (%)

0,830,80 0,79

0,77

0,47

0,150,16

0,37

0,53

0,43

0,520,50

In!ação no ano: 6,50%

Brasil: inflação em 2011 (IPCA – percentual no mês)

GRÁFICOS

Um gráfico estabelece relação entre as informa-

ções da realidade que podem ser expressas numerica-

mente. Há diversos tipos de gráficos – de linhas, de

colunas, de barras, de setores, etc. –, e eles são utiliza-

dos para expressar dados estatísticos de forma mais

simples, rápida e clara do que tabelas.

Por exemplo, num gráfico que mostra a taxa de

inflação mensal de um país, a cada mês corresponde

um determinado índice de elevação dos preços que

ocorreu ao longo de um ano (observe a tabela ao lado

e em seguida o gráfico abaixo). Podemos também fa-

zer um gráfico da taxa de inflação anual ao longo de

um período maior: de 1990 a 2010, por exemplo.

No sistema de coordenadas cartesianas, desen-

volvido pelo filósofo e matemático francês René Des-

cartes (1596-1650), são utilizadas duas variáveis: uma

marcada sobre o eixo X (abscissa) e outra sobre o eixo

Y (ordenada), a partir da origem O. Observe o gráfico

e perceba que cada par dessas variáveis X e Y define

um ponto P.

Observe no gráfico abaixo que indicamos no

eixo X os meses do ano (tempo) e no Y os índices de

inflação (valores), conforme os dados da tabela ao

lado. Cada mês corresponde a um índice, definindo os

diversos pontos P. Qual visualização dos índices men-

sais de inflação ao longo do ano de 2011 é mais sim-

ples e rápida: no gráfico ou na tabela?

BRASIL: INFLAÇÃO EM 2011 # IPCA*$ÍNDICES MENSAIS E ANUAL&

Mês Porcentagem

Janeiro 0,83

Fevereiro 0,80

Março 0,79

Abril 0,77

Maio 0,47

Junho 0,15

Julho 0,16

Agosto 0,37

Setembro 0,53

Outubro 0,43

Novembro 0,52

Dezembro 0,50

Ano 6,50

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). Banco de Dados

Agregados. IPCA – Brasil – dez. 2011. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 ago. 2012.

* O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE e utilizado pelo Banco Central para a fixação das metas de inflação no Brasil, mede a variação mensal de preços ao consumidor para as famílias com rendimentos entre um e quarenta salários mínimos, independentemente da fonte de renda. A pesquisa de preços abrange nove regiões metropolitanas – Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém –, além de Brasília e do município de Goiânia. Com base na média desses índices regionais, o IBGE obtém o IPCA – Brasil.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). Banco de Dados Agregados. IPCA – Brasil – dez. 2011. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 ago. 2012.

Ca

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ora

∏ Gráficos de linhas são indica-dos para representar séries estatísticas cronológicas, como a taxa de inflação ao longo de um ano ou de déca-das, temperatura mensal durante o ano, crescimento da população num determi-nado período, etc. Perceba que no gráfico a visualização da variação mensal da infla-ção é simples e rápida.

Page 9: Mapas temáticos e gráficos · industriais e de sistemas de transportes, ... Diariamente nos deparamos com varia-dos tipos de mapas temáticos e gráficos nos noti-ciá rios televisivos,

60 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

300 30

20

10

0

200

Precipitação (em m

m)

Temperatura (°C

)

100

0J J JF M MA A S O N D

Climograma de Cuiabá (MT)

Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 118.

All

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∏ Gráficos de colunas (ao lado) ou de bar-ras (abaixo) podem ser usados para representar qualquer série estatística.

p Neste climograma, as colunas expres-sam a quantidade de chuva de cada mês, mensurada em milímetros (valores à esquerda do gráfico). A linha mostra a variação da temperatu-ra média, mês a mês ao longo do ano (valores à direita).

Para a elaboração de gráficos cartesianos, além de linhas podemos

utilizar barras ou colunas (este livro contém vários exemplos desses tipos

de gráficos). O climograma, por exemplo, combina essas duas possibilida-

des ao utilizar colunas para expressar o índice pluviométrico e linhas

para a variação da temperatura ao longo do ano. Observe o climograma

de Cuiabá, em Mato Grosso (nas páginas 143, 152 e 154 você encontrará

mais gráficos desse tipo).

Os índices de inflação no Brasil em 2011 também foram expressos

por meio de gráficos de colunas e de barras (observe-os a seguir).

janeiro

fevereiro

março

abril

maio

junho

julho

agosto

setembro

outubro

novembro

dezembro

IPCA (%)

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90

0,83

In!ação no ano: 6,50%

0,80

0,79

0,77

0,47

0,15

0,16

0,37

0,53

0,43

0,52

0,50

Brasil: inflação em 2011 (IPCA – percentual no mês)

Grá

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0,90

0,80

0,70

0,60

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0,40

0,30

0,20

0,10

0,00

IPCA (%)

0,83

In!ação no ano: 6,50%

janeiro

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maio

junhojulho

agosto

sete

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outubro

novem

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0,80 0,790,77

0,47

0,15 0,16

0,37

0,53

0,43

0,520,50

Brasil: inflação em 2011 (IPCA – percentual no mês)

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). Banco de Dados Agregados. IPCA – Brasil – dez. 2011. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 ago. 2012.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). Banco de Dados Agregados. IPCA – Brasil – dez. 2011. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 ago. 2012.

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MAPAS TEMÁTICOS E GRÁFICOS 61

No gráfico de setores, popular-mente conhecido como “gráfico de pizza”, os diferentes valores são repre-sentados por partes ou “fatias” de um círculo e são proporcionais ao total do fenômeno representado. Para traçar essas “fatias”, adota-se como ponto de origem o centro do círculo. A soma de todos os valores representados (100%) corresponde ao círculo inteiro (360°). Pode-se descobrir o valor de cada setor aplicando uma regra de três simples e depois construir o gráfico usando um transferidor:

Total 360°

Setor x°

Esse tipo de gráfico é indicado para ressaltar as partes em que se divi-de determinado fenômeno. Veja um exemplo ao lado, que mostra o percen-tual de alunos matriculados na Educa-ção Básica brasileira. Vários outros fe-nômenos podem ser representados por gráficos de setores: as línguas mais usa-das na internet, as fontes de energia mais consumidas no planeta, os maio-res produtores mundiais de automó-veis, de petróleo, de açúcar, etc.

Além dos gráficos citados, que são os mais utilizados, há outros, como o polar, baseado na representação polar ou trigonométrica dos pontos num pla-no. É ideal para mostrar séries que apresentam determinada periodicida-de: pluviosidade ou temperatura ao longo de um período, o consumo de energia elétrica no mês ou no ano, etc. Observe novamente os índices da infla-ção brasileira em 2011, agora num grá-fico polar.

Fique atento: você vai perceber que os conhecimentos sobre represen-tações gráficas adquiridos neste capí-tulo poderão ser muito úteis para deco-dificar diversas informações que apare-cem cotidianamente sob a forma de mapas temáticos e gráficos em noti-ciários televisivos, jornais, revistas, li-vros e internet.

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IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). Banco de Dados Agregados. IPCA – Brasil – dez. 2011. Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 ago. 2012.

p Neste gráfico polar, os valores de cada mês foram ligados com uma linha, e a figura formada foi colorida para facilitar a visualização.

Adaptado de: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estatística da Educação Básica 2011. Disponível em:

<http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse>. Acesso em: 21 ago. 2012.

* Além dos 193 882 alunos de educação especial matriculados em classes especiais e escolas exclusivas (0,4% do total das matrículas na Educação Básica), há 558 423 alunos matriculados em classes comuns de Ensino Fundamental e Médio (1,1% do total das matrículas na Educação Básica) que necessitam de educação especial.

** Educação de jovens e adultos (modalidade de ensino nas etapas de Fundamental e Médio para estudantes que não completaram a Educação Básica na idade adequada).

Total de alunos matriculados: 50 972 619

Ensino Fundamental59,5%

Ensino Médio16,5%

educação infantil13,7%

EJA: Ensino Médio2,7%

EJA: Ensino Fundamental**5,3%

educação especial*0,4%

educaçãopro!ssional

1,9%

Brasil: matrículas na Educação Básica por etapas e modalidades de ensino – 2011

janeiro0,83%

fevereiro0,80%

março0,79%

abril0,77%

maio0,47%

junho0,15%

julho0,16%

agosto0,37%

setembro0,53%

outubro0,43%

novembro0,52%

dezembro0,50%

In!ação no ano: 6,50%

Brasil: inflação em 2011 (IPCA – percentual no mês)

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Rua Karen Lessa Rodrigues (Elba) nº 50 – Arquipélago Verde – Betim/Minas Gerais CEP 32656-840

TEL: (31) 3597-6376/ 3597-6360 E-mail: [email protected]

Disciplina: Geografia - 1º Módulo – 2015/1

Professor: Diego Alves de Oliveira

Estudo Dirigido: Capítulo 3: Mapas temáticos

Em caso de dúvidas, consulte o professor.

Nos mapas temáticos são empregadas diferentes técnicas para a visualização dos fenômenos geográficos representados. Esses mapas podem ser utilizados de diferentes maneiras e em momentos variados. Como a linguagem referencial da ciência cartográfica é a cartografia, esta deve ser explorada tanto para ampliar o entendimento dos assuntos tratados na forma de textos quanto para auxiliar na espacialização de dados e informações.

A primeira etapa de leitura do mapa deve ser a identificação de seus elementos fundamentais:

1) Qual é o título do mapa?

1a) Quais informações é possível obter a partir da leitura do título?

1b) O título traz informações sobre o assunto tratado no mapa, bem como sua localização espacial e temporal?

2) O que é escala?

2a) Sob qual forma a escala deste mapa foi apresentada?

2b) Qual é a escala deste mapa?

2c) Qual é o nível de detalhe apresentado por este mapa? Compare com um mapa na escala de 1: 42 000 000 e outro na escala de 1: 50 000.

3) Qual é o elemento utilizado para saber qual é a orientação da representação?

3a) Descreva a apresentação do elemento do item 3.

4) Escreva o elemento que indica qual é a localização do fenômeno representado.

4a) Qual é o intervalo utilizado para localizar o fenômeno representado?

5) Para que serve a fonte apresentada no mapa?

6) Qual é a função da legenda em um mapa?

A segunda etapa deve ser a identificação da técnica utilizada para a representação dos dados, visando a leitura e interpretação corretas da representação. Nos mapas são utilizados diferentes recursos. Estes são escolhidos considerando-se, sobretudo, o

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dado que se quer representar. Alguns mapas utilizam mais de um recurso, combinando-os.

7) O mapa apresenta anamorfose?

8) As cores de áreas, podem ir de cores frias a quentes, por exemplo, conforme o fenômeno apresentado se intensifica, ou podem ser aplicadas sem relação com a escala de cores, para mostrar dados qualitativos. Como são apresentadas as cores no mapa?

9) São utilizados pontos no mapa? Como eles são apresentados?

10) São utilizadas linhas no mapa? Como elas são apresentadas?

11) As isolinhas delimitam as áreas de um dado de mesmo valor. Elas existem no mapa?

12) As setas indicam fluxo. Quando proporcionais, incluem também informações quantitativas. Elas são utilizadas no mapa? Em caso positivo, como?

13) Os símbolos indicam a localização dos fenômenos representados por meio de figuras representativas do conteúdo informado. Eles existem em seu mapa? Em caso positivo, como?

A terceira etapa da leitura de mapas pode-se fazer uma interpretação mais crítica das representações cartográficas. Muitas vezes é possível analisar a intenção do autor na elaboração do mapa. Nesse sentido é interessante observar, por exemplo: quais informações e dados foram selecionados pelo autor; qual a projeção cartográfica escolhida e o que ela indica; no caso de mapas-múndi ou planisférios, qual a disposição dos continentes e países e que informação isso traz no contexto analisado.

14) Qual o assunto tratado no mapa?

15) Quais são as técnicas utilizadas para apresentar os dados?

16) Cite os estados brasileiros que apresentam os maiores e os menores aquíferos, em potencial.

17) Cite os estados brasileiros que tem os maiores riscos de contaminação dos aquíferos pelo uso de agrotóxicos. Qual é a relação entre esse dado e as atividades econômicas desenvolvidas nessas regiões?

18) Com base em seus conhecimentos e na leitura do mapa responda: O que você sabe sobre a importância dos aquíferos em escala mundial?

19) Se a água é um recurso natural renovável, porque existe tanta preocupação sobre sua falta no planeta?

20) Em que sentido a poluição dos aquíferos pode prejudicar a sua saúde?

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Disciplina: Geografia Professor: Diego Alves de Oliveira Avaliação Teórica Individual 2 1º Módulo/2014

[Digite aqui] QUESTÃO 10: (Valor: 1,5 pontos). Observe a Tabela a seguir e construa as respostas solicitadas no mapa da próxima página:

Tabela 1 � Produto Interno Bruto das Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2012

Grandes Regiões e Unidades da Federação

Produto Interno Bruto (1 000 000 R$)

Principal tipo de indústria

Brasil 4.392.094 Transformação

Norte 231.383

Rondônia 29.362 Construção Civil

Acre 9.629 Construção Civil

Amazonas 64.120 Transformação

Roraima 7.314 Construção Civil

Pará 91.009 Extrativista

Amapá 10.420 Construção Civil

Tocantins 19.530 Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana

Nordeste 595.382

Maranhão 58.820 Construção Civil

Piauí 25.721 Construção Civil

Ceará 90.132 Transformação

Rio Grande do Norte 39.544 Extrativista

Paraíba 38.731 Transformação

Pernambuco 117.340 Transformação

Alagoas 29.545 Transformação

Sergipe 27.823 Extrativista

Bahia 167.727 Transformação

Sudeste 2.424.005

Minas Gerais 403.551 Transformação

Espírito Santo 107.329 Extrativista

Rio de Janeiro 504.221 Extrativista

São Paulo 1.408.904 Transformação

Sul 710.860

Paraná 255.927 Transformação

Santa Catarina 177.276 Transformação

Rio Grande do Sul 277.658 Transformação

Centro-Oeste 430.463

Mato Grosso do Sul 54.471 Transformação

Mato Grosso 80.830 Transformação

Goiás 123.926 Transformação

Distrito Federal 171.236 Construção Civil

Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

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Disciplina: Geografia Professor: Diego Alves de Oliveira Avaliação Teórica Individual 2 1º Módulo/2014

[Digite aqui]

a) Marque no mapa a Cidade A de coordenadas 10°S e 60°W e a Cidade B, de coordenadas 20°S e 40°W; (Valor: 1,0 ponto). b) Considerando que a distância real entre estas duas cidades seja de 2.500 km e a distância no mapa seja de 7 cm, calcule a escala do mapa e após, construa a escala numérica e a escala gráfica no canto inferior direito do mapa; (Valor: 1,5 pontos). c) Os dados da Tabela 1 podem ser representados em um mapa temático, instrumento utilizado em estudos comparativos para representar fenômenos que diferem entre si por várias categorias. Construa a representação das informações apresentadas na tabela sobre a base do mapa acima (Valor: 2,5 pontos); Dica: Antes de começar a representação, ordene os valores do PIB para cada estado e defina classes (intervalos de valores); d) Insira os demais elementos obrigatórios que estão faltando nesta figura para que ela se torne um mapa temático a partir da sua representação dos fenômenos representados na tabela (Valor: 1,5 pontos).