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RS BIODIVERSIDADE SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE LITORAL MÉDIO - PROGNÓSTICO - Consultor: Eng. Civil Marcio Ferreira Paz MARÇO / 2014

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RS BIODIVERSIDADE

SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE

DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO

ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO PROJETO

RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

- PROGNÓSTICO -

Consultor:

Eng. Civil Marcio Ferreira Paz

MARÇO / 2014

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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SUMÁRIO

1. SENSIBILIDADE AMBIENTAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ............................... 3

1.1.1 Sensibilidade dos mananciais subterrâneos frente ao potencial de contaminação. ........................................................................................ 3

1.1.2 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos anuais. .. 8

1.1.3 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão. 13

2. PROGNÓSTICOS A CERCA DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................ 18

2.1 Cenários ......................................................................................................... 18

2.1.1 Cenário Tendencial .............................................................................. 19

2.1.2 Cenário Rio Grande do Sul .................................................................. 20

2.1.3 Cenário Rio Grande do Brasil .............................................................. 22

2.1.4 Cenário Rio Grande do Mundo ............................................................ 23

2.2 Visões setoriais ............................................................................................... 25

2.3 Demandas futuras .......................................................................................... 28

3. ZONEAMENTO TEMÁTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................. 38

3.1 Zona 1 – Proteção de lagos, lagoas e reservatórios ....................................... 38

3.1.1 Subzona 1.1 ......................................................................................... 38

3.1.2 Subzona 1.2 ......................................................................................... 40

3.1.3 Subzona 1.3 ......................................................................................... 41

3.2 Zona 2 – Proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos ............ 41

3.2.1 Subzona 2.1 ......................................................................................... 42

3.2.2 Subzona 2.2 ......................................................................................... 42

3.2.3 Subzona 2.3 ......................................................................................... 42

3.2.4 Subzona 2.4 ......................................................................................... 43

3.2.5 Subzona 2.5 ......................................................................................... 43

3.2.6 Subzona 2.6 ......................................................................................... 44

3.3 Zona 3 – Proteção de Áreas úmidas e Banhados .......................................... 44

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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1. SENSIBILIDADE AMBIENTAL DOS RECURSOS HÍDRICOS

A sensibilidade ambiental pode ser entendida como uma propriedade do

meio natural em sofrer determinado risco de degradação ambiental. Este risco pode

ser determinado a partir das características intrínsecas de determinado recurso

ambiental (água, solo, cobertura vegetal, etc.), independentemente das suas

condições de uso e apropriação.

A análise da sensibilidade ambiental dos Recursos Hídricos no escopo do

ZEE do Litoral Médio para fins de apoio ao zoneamento temático dos recursos

hídricos fez uso de três indicadores: a sensibilidade dos mananciais subterrâneos ao

potencial de contaminação, a sensibilidade das sub-bacias frente ao

comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos

anuais, e sensibilidade das sub-bacias frente ao comprometimento da

disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão. Valendo-se

de técnicas de álgebra de mapas em ambiente de SIG, foi possível realizar o

cruzamento de planos de informação para a obtenção de cada indicador específico

de sensibilidade ambiental, adotando-se cinco níveis distintos de intensidade,

conforme demonstra o Quadro 1-1.

Quadro 1-1 - Níveis, valores e legenda da sensibilidade ambiental.

Valor Legenda

Muito Baixa 1

Baixa 2

Média 3

Alta 4

Muito Alta 5

1.1.1 Sensibilidade dos mananciais subterrâneos frente ao potencial de

contaminação.

Dada a importância que os mananciais subterrâneos possuem na área 4 do

litoral médio buscou-se avaliar o quanto a qualidade deste compartimento formado

por diferentes sistemas aquíferos pode vir a ser comprometida em função de

atividades diversas.

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Assim, para avaliação deste indicador valeu-se de dois planos de informação

distintos: a capacidade específica dos sistemas aquíferos e a altura do lençol

freático (a partir do mapa de solos).

A capacidade específica dos sistemas aquíferos foi ponderada admitindo-se

que quanto maior esta capacidade maior seria o seu potencial de contaminação,

pois esta informação carrega intrinsecamente uma maior capacidade de recarga. A

altura do lençol freático da mesma forma, quanto mais superficial esta for, maior o

seu potencial de contaminação e sua propagação para as camadas mais profundas

do solo.

Estes planos de informação foram reclassificados quanto a sensibilidade

ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um valor

correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-2.

Quadro 1-2 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento da capacidade específica dos

sistemas aquíferos com a altura do lençol freático.

Sensibilidade Ambiental Altura do freático

1 3 4 5

Capacidade Específica Ausente Suspenso Alto Superficial

1 muito baixa 1.0 2.0 2.5 3.0

2 0,1 1.5 2.5 3.0 3.5

3 < 0,5 2.0 3.0 3.5 4.0

4 0,5 - 1,5 2.5 3.5 4.0 4.5

5 > 4 3.0 4.0 4.5 5.0

As inter-relações da sensibilidade dos planos de informação utilizados na

composição deste indicador foram agregadas através de uma média simples. Assim,

o cruzamento destes dois planos de informação permite inferir áreas onde a

ocorrência de contaminação do freático poderiam levar ao comprometimento da

qualidade dos aquíferos localizados abaixo. Para o cruzamento valeu-se da

ferramenta “Union” no ArcGis, e adicionando-se um campo a tabela de atributos

contendo o valor da média dos planos de informação, conforme o Quadro 1-2.

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1.1.2 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da

disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos anuais.

Para a composição deste indicador utilizou-se dois planos de informação

distintos, quais sejam: as espacializações das relações entre demandas hídricas

anuais vrs disponibilidades hídricas anuais, e os consumos hídricos anuais vrs

disponibilidades hídricas anuais aplicadas as condições atuais determinadas no

diagnóstico.

O resultado dessa divisão (coeficiente - Quadro 1-4), expresso em termos

percentuais, retrata a quantidade da água disponível que está sendo efetivamente

utilizada quanto à captação (demandas), expressando situações específicas em

determinados pontos das bacias hidrográficas, aproximando a situação real

verificada à beira do curso de água, enquanto o segundo, retrata a quantidade da

água disponível que está sendo efetivamente utilizada quanto ao uso efetivo

(consumos) retratando a situação geral da bacia hidrográfica, no seu todo, visto que

os consumos consideram somente a parcela efetivamente utilizada da água e que

não retorna aos cursos de água, após o uso.

Para a ponderação dos indicadores utilizou-se as seguintes faixas de valores

orientativos conforme PERH/RS (Quadro 1-3).

Quadro 1-3 – Faixas de valores de classificação das relações de demandas e consumos anuais

com as disponibilidades anuais.

Classificação Demanda Anual / Disponibilidade

Anual (%)

Consumo Anual / Disponibilidade

Anual (%)

Muito Baixa 0 – 5 0 – 2,5

Baixa 5 - 10 2,5 – 5

Normal 10 - 15 5 – 7,5

Alerta 15 - 20 7,5 – 10

Crítica > 20 > 10

Importante destacar que as disponibilidades hídricas utilizadas nos cálculos

dos balanços hídricos consideraram integralmente tanto a parcela de água fluente

nos cursos de água, quanto a parcela armazenada em reservatórios artificiais

(barragens) ou naturais (lagos e lagoas) calculada na fase de diagnóstico.

Quadro 1-4 - Relações das demandas e consumos anuais com as disponibilidades anuais.

SubBacias

Demanda Anual / Disponibilidade

Anual

Consumo Anual / Disponibilidade

Anual

(%) Classificação (%) Classificação

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SubBacias

Demanda Anual / Disponibilidade

Anual

Consumo Anual / Disponibilidade

Anual

(%) Classificação (%) Classificação

Litoral Médio 5.7 Baixa 3.6 Baixa

Sanga do Quarenta 10.5 normal 6.6 normal

Arroio Sabão 47.6 Crítica 10.9 Crítica

Arroio Lami 18.5 alerta 7.0 normal

Arroio Estância 16.1 alerta 6.0 normal

Arroio Araça 18.9 alerta 10.2 Crítica

Médio Gravataí 6.9 Baixa 2.9 Baixa

Tramandaí 31.7 Crítica 19.8 Crítica

Arroio Petim 20.7 Crítica 11.2 Crítica

Arroio das Capivaras 24.4 Crítica 12.9 Crítica

Arroio Ribeiro 18.1 alerta 8.3 alerta

Arroio Chico Barcelos 17.1 alerta 6.3 normal

Praia Pombas, Araça e Pedreira 18.5 alerta 7.0 normal

Arroio Xambú 13.4 normal 5.0 normal

Baixo Gravataí 22.3 Crítica 6.2 normal

Alto Gravataí - Banhado Grande 4.5 Muito Baixa 2.4 Muito Baixa

Sanga Capão Alto 8.6 Baixa 5.4 normal

Arroio Teixeira 13.4 normal 8.4 alerta

Arroio Capivari 10.2 normal 6.4 normal

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Estes planos de informação foram então reclassificados quanto a

sensibilidade ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um

valor correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-5.

Quadro 1-5 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento das relações das demandas e

consumos anuais com as disponibilidades anuais.

Sensibilidade Ambiental Consumo Anual / Disponibilidade Anual

1 2 3 4 5

Demanda Anual / Disponibilidade Anual Muito Baixa Baixa Normal Alerta Crítica

1 Muito Baixa 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0

2 Baixa 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5

3 Normal 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0

4 Alerta 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5

5 Crítica 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0

Assim, o cruzamento destes dois planos de informação permitem inferir em

quais subbacias tendem a ocorrer situações de maior pressão sobre os mananciais

decorrentes das demandas e consumos de água necessárias para a realização de

atividades diversas anualmente. Para o cruzamento valeu-se da ferramenta “Union”

no ArcGis, e adicionando-se um campo a tabela de atributos contendo o valor da

média dos planos de informação, conforme o Quadro 1-6.

Quadro 1-6 – Sensibilidade ambiental resultante do cruzamento das relações das demandas e

consumos anuais com as disponibilidades anuais.

SubBacias

Sensibilidade Ambiental

Demanda Anual /

Disponibilidade Anual

Consumo Anual /

Disponibilidade Anual Cruzamento

Litoral Médio 2 2 2 Baixa

Sanga do Quarenta 3 3 3 Média

Arroio Sabão 5 5 5 Muito Alta

Arroio Lami 4 3 3.5 Alta

Arroio Estância 4 3 3.5 Alta

Arroio Araça 4 5 4.5 Muito Alta

Médio Gravataí 2 2 2 Baixa

Tramandaí 5 5 5 Muito Alta

Arroio Petim 5 5 5 Muito Alta

Arroio das Capivaras 5 5 5 Muito Alta

Arroio Ribeiro 4 4 4 Alta

Arroio Chico Barcelos 4 3 3.5 Alta

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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SubBacias

Sensibilidade Ambiental

Demanda Anual /

Disponibilidade Anual

Consumo Anual /

Disponibilidade Anual Cruzamento

Praia Pombas, Araça e Pedreira

4 3 3.5 Alta

Arroio Xambú 3 3 3 Média

Baixo Gravataí 5 3 4 Alta

Alto Gravataí - Banhado Grande

1 1 1 Muito Baixa

Sanga Capão Alto 2 3 2.5 Média

Arroio Teixeira 3 4 3.5 Alta

Arroio Capivari 3 3 3 Média

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1.1.3 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da

disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão.

Para a composição deste indicador utilizou-se dois planos de informação

distintos, quais sejam: as espacializações das relações entre demandas hídricas de

verão vrs disponibilidades hídricas de verão, e os consumos hídricos de verão vrs

disponibilidades hídricas de verão aplicadas as condições atuais determinadas no

diagnóstico.

O resultado dessa divisão (coeficiente - Quadro 1-8), expresso em termos

percentuais, conforme o item anterior, mas centrado em uma condição de estresse

hídrico (período de verão), retrata a quantidade da água disponível que está sendo

efetivamente utilizada quanto à captação (demandas), expressando situações

específicas em determinados pontos das bacias hidrográficas, aproximando a

situação real verificada à beira do curso de água, enquanto o segundo, retrata a

quantidade da água disponível que está sendo efetivamente utilizada quanto ao uso

efetivo (consumos) retratando a situação geral da bacia hidrográfica, no seu todo,

visto que os consumos consideram somente a parcela efetivamente utilizada da

água e que não retorna aos cursos de água, após o uso.

Para a ponderação dos indicadores utilizou-se as seguintes faixas de valores

orientativos conforme PERH/RS (Quadro 1-7).

Quadro 1-7 – Faixas de valores de classificação das relações de demandas e consumos de

verão com as disponibilidades de verão.

Classificação Demanda Verão / Disponibilidade

Verão (%)

Consumo Verão / Disponibilidade

Verão (%)

Muito Baixa 0 – 20 0 -15

Baixa 20 - 35 15 – 30

Normal 35 - 60 30 – 45

Alerta 60 - 100 45 – 60

Crítica > 100 > 60

Importante destacar que as disponibilidades hídricas utilizadas nos cálculos

dos balanços hídricos consideraram integralmente tanto a parcela de água fluente

nos cursos de água, quanto a parcela armazenada em reservatórios artificiais

(barragens) ou naturais (lagos e lagoas) calculada na fase de diagnóstico.

Quadro 1-8 - Relações das demandas e consumos de verão com as disponibilidades de verão.

SubBacias Demanda Verão / Disponibilidade

Verão

Consumo Verão / Disponibilidade

Verão

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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(%) Status (%) Status

Litoral Médio 22.86 Baixa 14.40 Muito Baixa

Sanga do Quarenta 50.65 normal 31.90 normal

Arroio Sabão 63.53 alerta 16.98 Baixa

Arroio Lami 51.59 normal 24.20 Baixa

Arroio Estância 41.33 normal 19.48 Baixa

Arroio Araça 70.92 alerta 42.62 normal

Médio Gravataí 31.61 Baixa 17.21 Baixa

Tramandaí 124.47 Crítica 78.23 Crítica

Arroio Petim 79.07 alerta 47.60 alerta

Arroio das Capivaras 96.42 alerta 57.68 alerta

Arroio Ribeiro 60.44 alerta 33.81 normal

Arroio Chico Barcelos 45.25 normal 21.22 Baixa

Praia Pombas, Araça e Pedreira 51.81 normal 24.70 Baixa

Arroio Xambú 31.42 Baixa 14.76 Muito Baixa

Baixo Gravataí 72.23 alerta 28.45 Baixa

Alto Gravataí - Banhado Grande 26.09 Baixa 15.74 Baixa

Sanga Capão Alto 39.86 normal 25.11 Baixa

Arroio Teixeira 75.26 alerta 47.28 alerta

Arroio Capivari 54.43 normal 34.21 normal

Estes planos de informação foram então reclassificados quanto a

sensibilidade ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um

valor correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-9.

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Quadro 1-9 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento das relações das demandas e

consumos de verão com as disponibilidades de verão.

Sensibilidade Ambiental Consumo Verão / Disponibilidade Verão

1 2 3 4 5

Demanda Verão / Disponibilidade Verão Muito Baixa Baixa Normal Alerta Crítica

1 Muito Baixa 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0

2 Baixa 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5

3 Normal 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0

4 Alerta 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5

5 Crítica 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0

Assim, o cruzamento destes dois planos de informação permitem inferir em

quais subbacias tendem a ocorrer situações de maior pressão sobre os mananciais

decorrentes das demandas de água necessárias para a realização de atividades

diversas. Para o cruzamento valeu-se da ferramenta “Union” no ArcGis, e

adicionando-se um campo a tabela de atributos contendo o valor da média dos

planos de informação, conforme o Quadro 1-10.

Quadro 1-10 – Sensibilidade ambiental resultante do cruzamento das relações das demandas

e consumos de verão com as disponibilidades de verão.

SubBacias

Sensibilidade Ambiental

Demanda Verão /

Disponibilidade Verão

Consumo Verão /

Disponibilidade Verão Cruzamento

Litoral Médio 2 1 1.5 Baixa

Sanga do Quarenta 3 3 3 Média

Arroio Sabão 4 2 3 Média

Arroio Lami 3 2 2.5 Média

Arroio Estância 3 2 2.5 Média

Arroio Araça 4 3 3.5 Alta

Médio Gravataí 2 2 2 Baixa

Tramandaí 5 5 5 Muito Alta

Arroio Petim 4 4 4 Alta

Arroio das Capivaras 4 4 4 Alta

Arroio Ribeiro 4 3 3.5 Alta

Arroio Chico Barcelos 3 2 2.5 Média

Praia Pombas, Araça e Pedreira

3 2 2.5 Média

Arroio Xambú 2 1 1.5 Baixa

Baixo Gravataí 4 2 3 Média

Alto Gravataí - Banhado Grande

2 2 2 Baixa

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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SubBacias

Sensibilidade Ambiental

Demanda Verão /

Disponibilidade Verão

Consumo Verão /

Disponibilidade Verão Cruzamento

Sanga Capão Alto 3 2 2.5 Média

Arroio Teixeira 4 4 4 Alta

Arroio Capivari 3 3 3 Média

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2. PROGNÓSTICOS A CERCA DOS RECURSOS HÍDRICOS

2.1 Cenários

A construção dos cenários está inserida no contexto da etapa de prognóstico

e servirá de subsídio à formulação do zoneamento e das diretrizes de gestão da

Região 4 do Projeto RS Biodiversidade.

A construção de cenários prospectivos representa uma das atividades

previstas nas diretrizes metodológicas para o Zoneamento Ecológico-Econômico no

Brasil, bem como um processo sistemático e estruturado de antecipação de futuros

alternativos, de modo a fornecer subsídios para os agentes e atores regionais

formularem suas escolhas. Portanto, o processo é responsável pela identificação

dos entraves ao desenvolvimento sustentável e pela proposta de soluções para os

atuais problemas diagnosticados. A técnica de cenarização tem sido utilizada,

crescentemente, no planejamento estratégico regional, para descrever as

possibilidades de desenvolvimento futuro de determinada região. Visto o acelerado

processo de mudança da realidade e as grandes incertezas do contexto, a reflexão

em torno das alternativas de futuro é fundamental para subsidiar o processo de

tomada de decisão (SEMA/DF, 2012).

Os cenários futuros delineados neste capítulo tem origem no PERH/RS e

são traduzidos na forma de demandas e consumos hídricos projetados para a região

de interesse. No âmbito do PERH/RS foram concebidas diferentes visões de futuro

em nível de Estado, País e Mundo, atreladas a tendências tanto de crescimento

econômico quanto de estagnação econômica, permitindo que sejam prognosticadas

condições futuras tanto em termos socioeconômicos como ambientais e suas inter-

relações. A contextualização dos cenários futuros setoriais (saneamento,

agropecuária, etc...) contou com a participação dos principais setores usuários de

água através de oficinas setoriais. A utilização da base de cenarização do PERH/RS

para o presente trabalho acata recomendação deste, buscando a convergência entre

ambos os processos no contexto da SEMA/RS.

Na sequência são contextualizados os cenários futuros que permitirão

identificar potencialidades e fragilidades referentes aos recursos hídricos em estudo

frente aos rumos que a diferentes estruturas de desenvolvimento e seus

desdobramentos no contexto da área de interesse. São quatro os cenários

considerados: Cenário Tendencial, Cenário Rio Grande do Sul, Cenário Rio Grande

do Brasil e Cenário Rio Grande do Mundo.

Conforme discorre SEMA/DF (2012), considerando o mundo de incertezas

sobre o futuro, é importante salientar que os cenários são imagens alternativas que

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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facilitam a tomada de decisão, que invocam a reflexão e questionam os possíveis

desdobramentos destas decisões, não apenas em termos dos objetivos postos, mas

em toda a interação entre os sistemas sociais, econômicos e ambientais. Por mais

que excelentes trabalhos de Cenarização possam ser realizados, é fato que o

conhecimento é fruto da experiência do passado e que todas as decisões tratam dos

possíveis desdobramentos no futuro. Desta forma, é preciso olhar para o momento

presente e captar as lições, causas e consequências que levaram ao estado atual,

compreendendo e verificando as condições do meio em que se vive, no intuito não

de se assegurar que esteja certo sobre o futuro, mas, sobretudo, que não se esteja

errado com relação a futuro que se quer.

2.1.1 Cenário Tendencial

Neste cenário as demandas de água estão baseadas em tendências

históricas e não incorporam contribuições setoriais. As estimativas das demandas

hídricas futuras foram baseadas nas tendências de evolução previstas nos

diferentes usos consuntivos (usos da água implicam na retirada – derivação - de

água do manancial, diminuindo, por consequência, a disponibilidade de água a

jusante.) identificados nas bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul (irrigação,

abastecimento humano, criação animal e uso industrial) para o ano de 2026,

horizonte de planejamento (20 anos) estabelecido para os estudos do Plano

Estadual de Recursos Hídricos.

As demandas futuras de abastecimento humano e criação animal derivam

de equações de tendência de crescimento com base em dados históricos obtidos de

censos populacionais e agrícolas. No caso da irrigação de arroz, as demandas

futuras foram determinadas através da análise da tendência de crescimento da área

irrigada, também com base em dados históricos de safras passadas. A demanda

específica considerou 12.000 m³/ha/safra, sem considerar, desta forma, possíveis

melhorias na eficiência dos sistemas de irrigação por inundação (como a

sistematização das lavouras e o controle de perdas de água nos canais de

condução).

A evolução do setor industrial foi determinada através da análise do Valor

Adicionado Bruto do setor industrial e de suas taxas de crescimento. A projeção das

demandas hídricas industriais baseou-se no crescimento do Valor Adicionado Bruto

(VAB) industrial do Estado do Rio Grande do Sul. Sobre a evolução do VAB

industrial, de acordo com dados da FEE, foi ajustada uma reta para a estimativa da

tendência de crescimento. Assim, através da reta, estimou-se o aumento do VAB

industrial para 2026 em cerca de 130% do VAB industrial de referência.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Quadro 2-1 - Crescimento do Cenário Tendencial (2026) em Relação ao Cenário Atual (2006).

Fonte: PERH/RS.

Crescimento Esperado em 2026 em relação ao Cenário Atual*

Bacia Hidrográfica Urbano Rural Industrial Irrigação m³/ha Animal

Rio Gravataí G010 21% 8% 132% 10% 12000 4%

Lago Guaíba G080 15% 9% 132% 10% 12000 4%

Rio Tramandaí L010 1% 4% 132% 10% 12000 3%

Litoral Médio L020 1% 5% 132% 10% 12000 4%

Rio Camaquã L030 1% 20% 132% 10% 12000 4%

* Ano base 2006.

2.1.2 Cenário Rio Grande do Sul

Este cenário é representado pela situação do Estado se manter imerso em

seus problemas estruturais diante de uma crise econômica nacional, agravada ou

não por um ambiente de instabilidade global. A sua lógica decorre, externamente, de

que o Brasil não consegue superar os gargalos que possibilitam um crescimento

sustentado da economia, seja em um cenário mundial de estabilidade e

desenvolvimento ou em uma situação de instabilidade e recessão mundial.

Imerso em seus problemas, o governo federal não tem capacidade de ajudar

o Rio Grande do Sul a superar os seus próprios gargalos, resultando em um cenário

gaúcho de estagnação. O Rio Grande do Sul se mantém no processo de perder a

competitividade de sua economia diante dos demais Estados brasileiros.

Com as dificuldades de uma infraestrutura de transporte deteriorada que

aumenta o custo de colocação dos produtos gaúchos fora de suas fronteiras, resta o

mercado regional, com alguns poucos produtos conseguindo atingir competitividade

que permita suas colocações no mercado nacional e mundial. O mercado mundial

receberá algumas poucas commodities agrícolas – soja, essencialmente –

dependendo de sua situação. No entanto, carências da vigilância sanitária e de

investimentos em controle de poluição ambiental permitirão a criação de barreiras

sanitárias aos produtos gaúchos.

Caso ocorra o Cenário Mundial Estabilidade e Desenvolvimento se pode

esperar uma situação menos dramática para a economia gaúcha. Um Cenário

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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Mundial de Instabilidade e Estagnação resultará em uma crise da economia regional

muito severa.

A mitigação desta grande crise talvez possa ocorrer em função de

preocupações geopolíticas do governo central, devido à vulnerabilidade

representada por um estado fronteiriço em grave recessão econômica. Mas o

governo central pouca capacidade terá de resolver esses problemas, face aos que

enfrenta em todo o seu território. O Estado do Rio Grande do Sul estará à mercê de

si mesmo, fechado em seus próprios problemas e na incapacidade de reagir para

resolvê-los: daí vem o nome do cenário: Rio Grande do Sul, significando um Estado

que se encolhe e encapsula em suas fronteiras, sem capacidade de transcender os

seus problemas.

Quadro 2-2 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Sul (2025). Fonte: PERH/RS.

Bacia Hidrográfica

Abastecimento

Urbano -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Abastecimento

Rural -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Indústria -

Crescimento em

relação ao

cenário atual*

Variação

na área

irrigada -

em relação

ao cenário

atual*

Taxa de

utilização

de água

(m³/ha)

Animal - Taxa

de variação

em relação ao

Cenário

Tendencial

Rio Gravataí G010 21% 8% 46% 0% 12000 -10%

Lago Guaíba G080 15% 9% 46% 0% 12000 -10%

Rio Tramandaí L010 1% 4% 46% 0% 12000 -10%

Litoral Médio L020 1% 5% 46% 0% 12000 -10%

Rio Camaquã L030 1% 20% 46% 0% 12000 -10%

* Ano base 2006.

Na área de recursos hídricos a estagnação econômica e a contenção do

aumento populacional reduzirá as demandas hídricas permitindo que em algumas

bacias os conflitos atuais ou potenciais no aspecto quantitativo sejam atenuados.

Porém, a desestruturação da gestão de recursos hídricos e a falta de investimentos

em um sistema de outorga de direitos de uso de água poderá em alguns casos levar

ao agravamento dos conflitos quantitativos de uso de água.

A falta de investimentos e a incapacidade de controle levará à degradação

da qualidade de água, pela depreciação das estruturas de tratamento de efluentes.

Estas não poderão ser evitadas devido ao desmonte do setor público, que não terá

capacidade de regulação dos agentes. O processo de licenciamento ambiental será

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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fortemente desestruturado, dentro da assertiva de que a crise econômica requer

investimentos, mesmo que a custo da degradação ambiental.

2.1.3 Cenário Rio Grande do Brasil

Ante um mundo em convulsão o Brasil, ao resolver os gargalos ao seu

desenvolvimento, aproveita o seu mercado interno para manter o crescimento da

economia, apoiado pelo surgimento de uma classe média produtiva e consumidora,

com força política para exigir serviços públicos adequados, especialmente na

segurança, saúde e educação. Ao resolver os seus problemas estruturais o país tem

condições de também ajudar aos Estados a resolver os seus, e o Rio Grande do Sul

é beneficiado por políticas públicas do governo federal que o ajudam a encaminhar a

modernização da sua infraestrutura produtiva e regulatória, e a solução das crises

previdenciária e fiscal.

Nesse novo contexto o Rio Grande do Sul tem seu crescimento baseado na

produção voltada ao mercado interno e também ao mercado externo formado por

países que dependem de importações, especialmente de commodities. No entanto,

a crise mundial derruba os preços das commodities, e suas relevâncias nas

exportações brasileiras e gaúchas se reduz. Produtos semimanufaturados e

manufaturados aumentam a sua participação na pauta exportadora relativamente ao

percentual do total das divisas geradas, embora o valor total das exportações seja

reduzido devido à crise mundial.

O Rio Grande do Sul, resolvido parte dos seus problemas estruturais,

avança sua economia na produção de alimentos, voltado a mercados que

demandam qualidade, e de produtos com maior tecnologia, explorando sinergias

facultadas pela diversificação de seus setores industrial e de serviços. O cenário

brasileiro induz uma grande atividade turística e o Rio Grande do Sul aproveita essa

demanda para se tornar um dos polos de maior procura no país, voltado ao turismo

cultural, étnico, ecológico e de aventura, e de inverno. O Rio Grande do Sul passará

por um processo de desenvolvimento atrelado ao mercado brasileiro, de onde se

origina o nome do cenário: Rio Grande do Brasil.

Quadro 2-3 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Brasil (2025). Fonte: PERH/RS.

Bacia Hidrográfica

Abastecimento

Urbano -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Abastecimento

Rural -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Indústria -

Crescimento em

relação ao

cenário atual*

Variação

na área

irrigada -

em relação

ao cenário

atual*

Taxa de

utilização

de água

(m³/ha)

Animal - Taxa

de variação

em relação ao

Cenário

Tendencial

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 23 de 50

Bacia Hidrográfica

Abastecimento

Urbano -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Abastecimento

Rural -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Indústria -

Crescimento em

relação ao

cenário atual*

Variação

na área

irrigada -

em relação

ao cenário

atual*

Taxa de

utilização

de água

(m³/ha)

Animal - Taxa

de variação

em relação ao

Cenário

Tendencial

Rio Gravataí G010 21% 8% 124% 0% 10000 0%

Lago Guaíba G080 15% 9% 124% 0% 10000 0%

Rio Tramandaí L010 1% 4% 124% 0% 10000 0%

Litoral Médio L020 1% 5% 124% 0% 10000 0%

Rio Camaquã L030 1% 20% 124% 0% 10000 0%

* Ano base 2006.

Na área de recursos hídricos estas circunstâncias exigem um gerenciamento

adequado, especialmente visando à melhoria da qualidade das águas do Estado.

Esta é condição essencial para atração de boa parte do tipo de turismo que busca o

Estado, além de fixar uma imagem de qualidade ambiental que possa ser passada

aos produtos que envia ao mercado nacional, especialmente alimentos. No aspecto

de quantidade de água haverá necessidade de adequado gerenciamento ante o

desenvolvimento da irrigação visando o aumento da produtividade e da qualidade de

produtos com maiores valores agregados: frutas de clima temperado, por exemplo.

Isto será possível pela conversão dos sistemas atuais de irrigação, que usam o

método de inundação, para métodos mais hidroeficientes, como aspersão e

gotejamento.

2.1.4 Cenário Rio Grande do Mundo

Este é o cenário mais favorável no qual os cenários mundial e nacional

favorecem a superação dos problemas estruturais nacionais e gaúchos. O Rio

Grande do Sul, tendo resolvido com auxílio do governo federal os seus gargalos,

ante um mundo em desenvolvimento e ávido pelo consumo de alimentos, apresenta

franco crescimento tendo por base a produção primária e a agroindústria de

exportação. O preço favorável das commodities, especialmente alimentos, direciona

o Estado no desenvolvimento de sua vocação de produção de produtos de

qualidade diferenciada, envolvendo proteína animal, alimentos brutos e

processados.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Página 24 de 50

Porém, as vantagens comparativas que o Estado e o Brasil apresentam

nesses mercados são comprometidas por tentativas de criar barreiras sanitárias e

ambientais aos produtos brasileiros e gaúchos. Isto exige ao governo do Estado

capacidade de desenvolver um competente sistema de regulação sanitária e

ambiental, incluindo os recursos hídricos nos aspectos qualitativos, algo que será

atingido com eventuais ajudas do governo federal.

Pode ser esperado, igualmente, que nesse cenário ocorra maior

desenvolvimento industrial, atendendo às demandas do mercado nacional e

mundial. A indústria estará centrada na produção de alimentos processados, na

cadeia do agronegócio, e também de produtos com maior valor agregado.

Considerando os aspectos acima, este cenário pode ser considerado uma

extensão do cenário Rio Grande do Brasil ao âmbito mundial, com óbvia

intensificação dos fluxos de comércio e de desenvolvimento do Estado. O seu nome,

Rio Grande do Mundo, insere a ideia de um Estado aberto para o comércio mundial,

aproveitando as suas vantagens competitivas.

Quadro 2-4 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Brasil (2025). Fonte: PERH/RS.

Bacia Hidrográfica

Abastecimento

Urbano -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Abastecimento

Rural -

Crescimento em

relação ao cenário

atual*

Indústria -

Crescimento em

relação ao

cenário atual*

Variação

na área

irrigada -

em relação

ao cenário

atual*

Taxa de

utilização

de água

(m³/ha)

Animal - Taxa

de variação

em relação ao

Cenário

Tendencial

Rio Gravataí G010 21% 8% 178% -20% 8000 10%

Lago Guaíba G080 15% 9% 178% -20% 8000 10%

Rio Tramandaí L010 1% 4% 178% -20% 8000 10%

Litoral Médio L020 1% 5% 178% -20% 8000 10%

Rio Camaquã L030 1% 20% 178% -20% 8000 10%

* Ano base 2006.

Na área de recursos hídricos se espera a ocorrência das mesmas demandas

que ocorrem no cenário Rio Grande do Brasil, porém mais intensificadas. Isto ocorre

especialmente por estarem respondendo a pressões do comércio internacional

voltadas a manter os privilégios de produtores dos países importadores, menos

competitivos. O sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos e de

licenciamento ambiental estarão atuantes no sentido de mitigar os conflitos de

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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quantidade e, especialmente, a poluição hídrica.

2.2 Visões setoriais

Conforme o PERH/RS, o Rio Grande do Sul melhor se inserirá nos cenários

nacional e mundial ao se valer do seu diferencial de qualidade, já que os demais

fatores restringem sua afirmação em termos quantitativos, concentrando esforços no

seu Capital Humano na busca de qualificação da produção e não na busca de uma

maior escala quantitativa.

2.2.1.1 Setor saneamento

Em todos os cenários a demanda hídrica por habitante para abastecimento

deverá se manter estável ou até apresentar redução da ordem de 10 a 20%, gerada

pela redução nas perdas físicas e pela desaceleração do crescimento populacional,

compensando o acréscimo no consumo por melhoria socioeconômica, nos cenários

Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo. A grande inflexão ocorrerá nos

índices de tratamento de esgotos, que aumentará substancialmente, especialmente

no cenário Rio Grande do Mundo e também no cenário Rio Grande do Brasil. A

busca de um “Estado de qualidade” deverá repercutir na demanda de saneamento e,

portanto, de um “ambiente de qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul, porém,

deve-se esperar aumento insignificante desses índices e, até mesmo, sua redução,

pela incapacidade do governo do Estado e do país fomentarem esses serviços

públicos, e estabelecerem regulação ambiental e dos recursos hídricos.

2.2.1.2 Setor industrial

Crescimento da atividade nos cenários Rio Grande do Mundo e Rio Grande

do Brasil, e redução no cenário Rio Grande do Sul. Há em qualquer cenário a

tendência de redução no uso de água, face ao seu custo e às novas tecnologias

hidroeficientes e ecoeficientes de produção, mas intensa no cenário Rio Grande do

Mundo, e na busca de um “Estado de qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul a

redução de uso se dará pautada pela recessão econômica e a redução da atividade

industrial. Nos aspectos ambientais haverá grande preocupação com tecnologias

limpas, ou no “ambiente de qualidade” no cenário Rio Grande do Mundo, para evitar

as barreiras ambientais dos países importadores e para afirmar a busca de um

“Estado de qualidade” que norteará qualquer estratégia robusta. Isto também

existirá, mas com alguma atenuação, no cenário Rio Grande do Brasil. No cenário

Rio Grande do Sul se pode esperar aumento da poluição industrial devido tanto às

falhas de regulação hidroambiental, como maior leniência com a poluição hídrica,

justificada pela ânsia de não se criar obstáculos às atividades econômicas, em um

período recessivo. Nessa situação, a estratégia de “Estado de qualidade” será

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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prejudicada em função de visões imediatistas.

2.2.1.3 Setor agropecuário

Este setor continuará sendo o carro-chefe da economia gaúcha, pelo

comércio nacional e mundial, e fomentando a agroindústria. Nos cenários Rio

Grande do Mundo e Rio Grande do Brasil ele terá desenvolvimento destacado; no

cenário Rio Grande do Sul haverá certa estagnação, diante das dificuldades

impostas por uma infraestrutura de transporte depreciada, e um sistema de controle

sanitário sucateado, que prejudica a inserção dos produtos gaúchos além de suas

fronteiras.

2.2.1.4 Arroz irrigado

Em todos os cenários existe uma tendência de redução na demanda hídrica

específica para cultivo do arroz, que será mais intensa nos cenários Rio Grande do

Brasil e Rio Grande do Mundo, podendo atingir valores entre 10.000 e 8.000

m³/ha/safra. Em todos os cenários a área cultivada não deve aumentar, podendo

inclusive ser reduzida, seja pela redução do consumo nacional de arroz – uma

tendência que têm se afirmado nos últimos anos, seja pela redução do estímulo aos

agricultores diante de preços pouco atraentes, especialmente no cenário Rio Grande

do Sul, onde a política de manutenção de preços mínimos não poderá ser

implementada. Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo poderá

ocorrer pequeno aumento da produção, apesar da redução da área cultivada, por

incremento de produtividade, visando atingir a taxa de 10 toneladas de arroz por

hectare. Deverá haver nesses cenários mais auspiciosos, que buscam o “Estado e

qualidade” a conversão de sistemas de arroz irrigado em sistemas de irrigação de

culturas que agreguem maior valor ao produto, por volume de água consumido, com

uso de técnicas de irrigação mais hidroeficientes.

2.2.1.5 Criação Animal

A área ocupada com a pecuária bovina apresenta tendência à redução

devido às pressões da silvicultura e da agricultura nas terras onde é praticada,

especialmente na Metade Sul, em todos os cenários. Nos cenários Rio Grande do

Brasil e Rio Grande do Mundo esta redução do rebanho, tanto na pecuária de corte,

quanto na leiteira, será compensada por uma melhor qualidade da carne produzida,

no primeiro caso, e maior produtividade leiteira, no segundo. Desta forma, o Estado

produzirá menos carne, mas com maior valor de mercado, e mais leite, com menor

rebanho, nesses cenários mais auspiciosos, em que se busca o “Estado de

qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul a pressão da agricultura e da silvicultura

permanecerá, mas sem que ocorra a qualificação dos rebanhos previamente

enunciada. No cenário Rio Grande do Mundo, com a valorização da carne e do leite,

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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poderá ser viabilizada a irrigação de pastagens em sistemas produtivos altamente

tecnificados, aumentando o uso de água na cadeia produtiva. Nos demais cenários o

sistema produtivo permanecerá nos moldes atuais no que se refere ao uso de água,

não havendo impactos nos balanços hídricos.

2.2.1.6 Navegação

Em qualquer cenário não existem perspectivas de aumento significativo na

extensão das hidrovias – especificamente a do Taquari-Jacuí-Guaíba-Lagoa dos

Patos-Lagoa Mirim, única hidrovia de relevância do Estado quanto ao transporte de

cargas. Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo haverá

expansão da carga transportada, especialmente por hidrovias, quando um sistema

multimodal de transporte integrará as malhas rodoviária, ferroviária e hidroviária.

Em termos de gerenciamento de recursos hídricos não existirão problemas

significativos de conflitos a não ser em eventos mais rigorosos de estiagem quando,

entretanto, os conflitos entre irrigação e abastecimento público serão

preponderantes sobre os de navegação.

2.2.1.7 Mineração

No que se refere aos interesses do PERH/RS sobressai-se a mineração de

areia e cascalho em rios e estuários. Esta atividade depende das demandas do setor

de construção civil, devendo aumentar nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio

Grande do Mundo. Os impactos ambientais da mineração no meio hídrico serão a

principal preocupação o que poderá estabelecer exigências de controle bastante

rigorosas ao setor, especialmente no cenário Rio Grande do Mundo. No cenário Rio

Grande do Sul o setor estará estagnado, como a economia, mantendo-se a situação

presente de exploração, com alguma redução.

2.2.1.8 Geração de Energia

Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo deverá haver

continuidade do processo de instalação das grandes hidrelétricas na calha principal

do rio Uruguai. Os impactos ambientais deverão ser gerenciados pela agenda

ambiental. Na agenda de recursos hídricos não haverá maiores dificuldades de

controle dos impactos, em qualquer cenário, devido às grandes vazões do rio

Uruguai.

As Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Eólicas serão

instaladas em grande número no cenário Rio Grande do Brasil, e em número um

pouco menor no cenário Rio Grande do Mundo, devido às exigências ambientais

mais restritivas e à busca de um “Estado de qualidade”. No cenário Rio Grande do

Sul não haverá aumento expressivo no número de PCHs, devido à recessão

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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econômica.

2.3 Demandas futuras

As projeções realizadas para o Cenário Futuro Tendencial em termos de

abastecimento são mantidas em qualquer cenário proposto, devido a fatores de

compensação, tanto no meio urbano quanto no meio rural. No que se refere ao

retorno das águas usadas utilizou-se o seguinte: em todos os cenários, seja no meio

urbano ou rural, a taxa se mantém em 80% com exceção se aplicando ao cenário

Rio Grande do Mundo em que metas de eco e hidroeficiência reduzem o retorno a

70%, algo que representa um aumento adicional de consumo de água, nesse

cenário.

Quanto ao uso industrial, suas projeções foram realizadas no Cenário

Tendencial tendo por hipótese um aumento na mesma proporção do aumento do

VAB estimado em 4,3% ao ano (PERH/RS). Mantendo-se a mesma premissa, este

aumento de 4,3% foi aplicado ao cenário Rio Grande do Brasil. No cenário Rio

Grande do Sul adotou-se um aumento da demanda hídrica na indústria a taxas de

2,0% ao ano apenas, devido à recessão econômica prevista, e no cenário Rio

Grande do Mundo a taxas de 5,5% ao ano, coerentes com a expectativa de

crescimento econômico em situação de maior dinâmica. Para os retornos adotou-se

uma taxa de 70%, como no Cenário Futuro Tendencial, para os cenários Rio Grande

do Sul e Rio Grande do Brasil. No cenário Rio Grande do Mundo a busca de

ecoeficiência em um “Estado de Qualidade” reduzirá o retorno a 60%, devido ao

reuso e à recirculação.

No caso do uso de água na irrigação do arroz foi suposto que a área

cultivada nos cenários Rio Grande do Sul e Rio Grande do Brasil seria a mesma

estimada no Cenário Tendencial; enquanto, porém, no primeiro cenário a demanda

de água seria mantido na mesma taxa do ano de referência dos estudos do

PERH/RS, 12.000 m³/ha por safra, no cenário Rio Grande do Brasil ele se reduziria

a 10.000 m³/ha, em atendimento à hidroeficiência. No cenário Rio Grande do Mundo

a busca de eco e hidroeficiências resultaria em uma demanda de água ainda menor,

de 8.000 m³/ha, e a área seria reduzida em 20% da estimada no ano de referência

dos estudos do PERH/RS, pela introdução de outros tipos de exploração e outras

culturas irrigadas na região. As taxas de retorno, que dependem mais do clima e do

solo, manter-se-iam idênticas à estimada, em 63%.

Quanto a Criação Animal, no cenário Tendencial adotaram-se estimativas

baseadas em projeções de tendências do rebanho, considerando-se os principais

animais criados na área em estudo. A estimativa das demandas animais nos demais

cenários e seus respectivos retornos adotaram as seguintes hipóteses:

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Cenário Rio Grande do Sul: é suposto que diante da crise econômica e fiscal

o rebanho animal total diminua em 10% em relação ao estimado no Cenário

Futuro Tendencial; o retorno é mantido em 30%, como nesse cenário;

Cenário Rio Grande do Brasil: é suposto que neste cenário se aplique a

estimativa do Cenário Futuro Tendencial, mantendo-se a mesma taxa de

retorno, de 30%;

Cenário Rio Grande do Mundo: neste cenário de maior dinâmica econômica,

supõe-se que ocorra um aumento de 10% e que, metas de eco e

hidroeficiência determinem uma taxa de retorno menor, da ordem de 20%.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 30 de 50

Quadro 2-5 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL – 2026.

SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL - 2026

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.08052 0.15144 32.99883 133.82858 0.12546 33.356 134.186

Sanga do Quarenta 0.00171 0.00039 2.49014 10.09888 0.00125 2.493 10.102

Arroio Sabão 0.24283 0.00040 0.00964 0.03910 0.06296 0.316 0.345

Arroio Lami 0.00024 0.00046 0.01104 0.04477 0.07208 0.084 0.118

Arroio Estância 0.00061 0.00119 0.02848 0.11551 0.18597 0.216 0.303

Arroio Araça 0.00557 0.00081 4.09238 16.59687 2.70752 6.806 19.311

Médio Gravataí 0.25976 0.01354 0.32329 1.31111 0.21756 0.814 1.802

Tramandaí 0.00077 0.00108 0.45584 1.84870 0.01225 0.470 1.863

Arroio Petim 0.00023 0.00052 0.31393 1.27315 0.20159 0.516 1.475

Arroio das Capivaras 0.00116 0.00181 1.45948 5.91902 1.07217 2.535 6.994

Arroio Ribeiro 0.02715 0.00123 1.34055 5.43667 2.46223 3.831 7.927

Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00101 0.02401 0.09739 0.15679 0.182 0.256

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00049 0.01170 0.04745 0.07640 0.089 0.125

Arroio Xambú 0.00024 0.00047 0.01130 0.04583 0.07379 0.086 0.120

Baixo Gravataí 0.25392 0.00202 0.04830 0.19588 0.03250 0.337 0.484

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00121 0.02900 0.11759 0.01951 0.050 0.139

Sanga Capão Alto 0.00125 0.00026 2.26650 9.19192 0.00107 2.269 9.195

Arroio Teixeira 0.01387 0.00029 0.91447 3.70868 0.00061 0.929 3.723

Arroio Capivari 0.01280 0.00039 1.01133 4.10149 0.00077 1.025 4.115

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 31 de 50

Quadro 2-6 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL – 2026.

SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL - 2026

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.01610 0.10601 20.78926 84.31201 0.03764 20.949 84.472

Sanga do Quarenta 0.00034 0.00028 1.56879 6.36230 0.00037 1.570 6.363

Arroio Sabão 0.04857 0.00028 0.00607 0.02464 0.01889 0.074 0.092

Arroio Lami 0.00005 0.00032 0.00696 0.02821 0.02162 0.029 0.050

Arroio Estância 0.00012 0.00084 0.01794 0.07277 0.05579 0.075 0.130

Arroio Araça 0.00111 0.00057 2.57820 10.45603 0.81226 3.392 11.270

Médio Gravataí 0.05195 0.00948 0.20367 0.82600 0.06527 0.330 0.953

Tramandaí 0.00015 0.00076 0.28718 1.16468 0.00367 0.292 1.169

Arroio Petim 0.00005 0.00036 0.19777 0.80209 0.06048 0.259 0.863

Arroio das Capivaras 0.00023 0.00126 0.91948 3.72898 0.32165 1.243 4.052

Arroio Ribeiro 0.00543 0.00086 0.84455 3.42510 0.73867 1.590 4.170

Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00070 0.01513 0.06136 0.04704 0.063 0.109

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00034 0.00737 0.02990 0.02292 0.031 0.053

Arroio Xambú 0.00005 0.00033 0.00712 0.02888 0.02214 0.030 0.051

Baixo Gravataí 0.05078 0.00142 0.03043 0.12340 0.00975 0.092 0.185

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00085 0.01827 0.07408 0.00585 0.025 0.081

Sanga Capão Alto 0.00025 0.00019 1.42789 5.79091 0.00032 1.429 5.792

Arroio Teixeira 0.00277 0.00020 0.57612 2.33647 0.00018 0.579 2.340

Arroio Capivari 0.00256 0.00027 0.63714 2.58394 0.00023 0.640 2.587

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 32 de 50

Quadro 2-7 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL – 2025.

SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.08052 0.13267 32.99883 133.82858 0.07398 33.286 134.116

Sanga do Quarenta 0.00171 0.00034 2.49014 10.09888 0.00073 2.493 10.102

Arroio Sabão 0.24283 0.00035 0.00964 0.03910 0.03712 0.290 0.319

Arroio Lami 0.00024 0.00040 0.01104 0.04477 0.04250 0.054 0.088

Arroio Estância 0.00061 0.00104 0.02848 0.11551 0.10966 0.140 0.227

Arroio Araça 0.00557 0.00071 4.09238 16.59687 1.59650 5.695 18.200

Médio Gravataí 0.25976 0.01181 0.32329 1.31111 0.12828 0.723 1.711

Tramandaí 0.00077 0.00098 0.45584 1.84870 0.00722 0.465 1.858

Arroio Petim 0.00023 0.00045 0.31393 1.27315 0.11887 0.433 1.393

Arroio das Capivaras 0.00116 0.00157 1.45948 5.91902 0.63221 2.094 6.554

Arroio Ribeiro 0.02715 0.00107 1.34055 5.43667 1.45186 2.821 6.917

Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00088 0.02401 0.09739 0.09245 0.118 0.191

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00043 0.01170 0.04745 0.04505 0.057 0.093

Arroio Xambú 0.00024 0.00041 0.01130 0.04583 0.04351 0.055 0.090

Baixo Gravataí 0.25392 0.00176 0.04830 0.19588 0.01917 0.323 0.471

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00106 0.02900 0.11759 0.01151 0.042 0.131

Sanga Capão Alto 0.00125 0.00023 2.26650 9.19192 0.00063 2.269 9.194

Arroio Teixeira 0.01387 0.00025 0.91447 3.70868 0.00036 0.929 3.723

Arroio Capivari 0.01280 0.00034 1.01133 4.10149 0.00045 1.025 4.115

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 33 de 50

Quadro 2-8 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL – 2025.

SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.01610 0.09287 20.78926 84.31201 0.02219 20.920 84.443

Sanga do Quarenta 0.00034 0.00024 1.56879 6.36230 0.00022 1.570 6.363

Arroio Sabão 0.04857 0.00025 0.00607 0.02464 0.01114 0.066 0.085

Arroio Lami 0.00005 0.00028 0.00696 0.02821 0.01275 0.020 0.041

Arroio Estância 0.00012 0.00073 0.01794 0.07277 0.03290 0.052 0.107

Arroio Araça 0.00111 0.00049 2.57820 10.45603 0.47895 3.059 10.937

Médio Gravataí 0.05195 0.00827 0.20367 0.82600 0.03849 0.302 0.925

Tramandaí 0.00015 0.00068 0.28718 1.16468 0.00217 0.290 1.168

Arroio Petim 0.00005 0.00032 0.19777 0.80209 0.03566 0.234 0.838

Arroio das Capivaras 0.00023 0.00110 0.91948 3.72898 0.18966 1.110 3.920

Arroio Ribeiro 0.00543 0.00075 0.84455 3.42510 0.43556 1.286 3.867

Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00061 0.01513 0.06136 0.02774 0.044 0.090

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00030 0.00737 0.02990 0.01351 0.021 0.044

Arroio Xambú 0.00005 0.00029 0.00712 0.02888 0.01305 0.021 0.042

Baixo Gravataí 0.05078 0.00124 0.03043 0.12340 0.00575 0.088 0.181

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00074 0.01827 0.07408 0.00345 0.023 0.078

Sanga Capão Alto 0.00025 0.00016 1.42789 5.79091 0.00019 1.428 5.792

Arroio Teixeira 0.00277 0.00017 0.57612 2.33647 0.00011 0.579 2.340

Arroio Capivari 0.00256 0.00024 0.63714 2.58394 0.00014 0.640 2.587

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 34 de 50

Quadro 2-9 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL – 2025.

SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.08052 0.15144 24.74912 100.37144 0.12113 25.102 100.725

Sanga do Quarenta 0.00171 0.00039 1.86760 7.57416 0.00120 1.871 7.577

Arroio Sabão 0.24283 0.00040 0.00723 0.02933 0.06078 0.311 0.333

Arroio Lami 0.00024 0.00046 0.00828 0.03358 0.06960 0.079 0.104

Arroio Estância 0.00061 0.00119 0.02136 0.08663 0.17956 0.203 0.268

Arroio Araça 0.00557 0.00081 3.06928 12.44765 2.61416 5.690 15.068

Médio Gravataí 0.25976 0.01354 0.24247 0.98333 0.21005 0.726 1.467

Tramandaí 0.00077 0.00108 0.34188 1.38652 0.01183 0.356 1.400

Arroio Petim 0.00023 0.00052 0.23545 0.95486 0.19464 0.431 1.150

Arroio das Capivaras 0.00116 0.00181 1.09461 4.43927 1.03520 2.133 5.477

Arroio Ribeiro 0.02715 0.00123 1.00541 4.07750 2.37732 3.411 6.483

Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00101 0.01801 0.07304 0.15139 0.171 0.226

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00049 0.00878 0.03559 0.07376 0.083 0.110

Arroio Xambú 0.00024 0.00047 0.00848 0.03438 0.07125 0.080 0.106

Baixo Gravataí 0.25392 0.00202 0.03622 0.14691 0.03138 0.324 0.434

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00121 0.02175 0.08819 0.01884 0.042 0.109

Sanga Capão Alto 0.00125 0.00026 1.69987 6.89394 0.00103 1.702 6.896

Arroio Teixeira 0.01387 0.00029 0.68585 2.78151 0.00059 0.701 2.796

Arroio Capivari 0.01280 0.00039 0.75849 3.07612 0.00074 0.772 3.090

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

Página 35 de 50

Quadro 2-10 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL – 2025.

SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.01610 0.10601 15.59195 63.23401 0.03634 15.750 63.392

Sanga do Quarenta 0.00034 0.00028 1.17659 4.77172 0.00036 1.178 4.773

Arroio Sabão 0.04857 0.00028 0.00456 0.01848 0.01824 0.072 0.086

Arroio Lami 0.00005 0.00032 0.00522 0.02116 0.02088 0.026 0.042

Arroio Estância 0.00012 0.00084 0.01346 0.05458 0.05387 0.068 0.109

Arroio Araça 0.00111 0.00057 1.93365 7.84202 0.78425 2.720 8.628

Médio Gravataí 0.05195 0.00948 0.15275 0.61950 0.06302 0.277 0.744

Tramandaí 0.00015 0.00076 0.21539 0.87351 0.00355 0.220 0.878

Arroio Petim 0.00005 0.00036 0.14833 0.60156 0.05839 0.207 0.660

Arroio das Capivaras 0.00023 0.00126 0.68961 2.79674 0.31056 1.002 3.109

Arroio Ribeiro 0.00543 0.00086 0.63341 2.56883 0.71320 1.353 3.288

Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00070 0.01135 0.04602 0.04542 0.058 0.092

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00034 0.00553 0.02242 0.02213 0.028 0.045

Arroio Xambú 0.00005 0.00033 0.00534 0.02166 0.02137 0.027 0.043

Baixo Gravataí 0.05078 0.00142 0.02282 0.09255 0.00941 0.084 0.154

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00085 0.01370 0.05556 0.00565 0.020 0.062

Sanga Capão Alto 0.00025 0.00019 1.07092 4.34318 0.00031 1.072 4.344

Arroio Teixeira 0.00277 0.00020 0.43209 1.75235 0.00018 0.435 1.756

Arroio Capivari 0.00256 0.00027 0.47785 1.93795 0.00022 0.481 1.941

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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Quadro 2-11 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO – 2025.

SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.08052 0.15920 15.83944 64.23772 0.15034 16.229 64.628

Sanga do Quarenta 0.00171 0.00041 1.19527 4.84746 0.00149 1.199 4.851

Arroio Sabão 0.24283 0.00042 0.00463 0.01877 0.07544 0.323 0.337

Arroio Lami 0.00024 0.00048 0.00530 0.02149 0.08637 0.092 0.109

Arroio Estância 0.00061 0.00125 0.01367 0.05545 0.22284 0.238 0.280

Arroio Araça 0.00557 0.00082 1.96434 7.96650 3.24435 5.215 11.217

Médio Gravataí 0.25976 0.01417 0.15518 0.62933 0.26069 0.690 1.164

Tramandaí 0.00077 0.00117 0.21880 0.88738 0.01468 0.235 0.904

Arroio Petim 0.00023 0.00002 0.15069 0.61111 0.24156 0.393 0.853

Arroio das Capivaras 0.00116 0.00021 0.70055 2.84113 1.28476 1.987 4.127

Arroio Ribeiro 0.02715 0.00119 0.64346 2.60960 2.95042 3.622 5.588

Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00105 0.01153 0.04675 0.18788 0.201 0.236

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00051 0.00562 0.02278 0.09155 0.098 0.115

Arroio Xambú 0.00024 0.00050 0.00542 0.02200 0.08842 0.095 0.111

Baixo Gravataí 0.25392 0.00212 0.02318 0.09402 0.03895 0.318 0.389

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00127 0.01392 0.05644 0.02338 0.039 0.082

Sanga Capão Alto 0.00125 0.00028 1.08792 4.41212 0.00128 1.091 4.415

Arroio Teixeira 0.01387 0.00030 0.43895 1.78017 0.00073 0.454 1.795

Arroio Capivari 0.01280 0.00039 0.48544 1.96871 0.00092 0.500 1.983

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –

ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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Quadro 2-12 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO – 2025.

SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO - 2025

Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão

Litoral Médio 0.02415 0.12736 9.97885 40.46976 0.06013 10.190 40.681

Sanga do Quarenta 0.00051 0.00033 0.75302 3.05390 0.00060 0.754 3.055

Arroio Sabão 0.07285 0.00034 0.00292 0.01183 0.03018 0.106 0.115

Arroio Lami 0.00007 0.00039 0.00334 0.01354 0.03455 0.038 0.049

Arroio Estância 0.00018 0.00100 0.00861 0.03493 0.08914 0.099 0.125

Arroio Araça 0.00167 0.00066 1.23754 5.01889 1.29774 2.538 6.319

Médio Gravataí 0.07793 0.01134 0.09776 0.39648 0.10428 0.291 0.590

Tramandaí 0.00023 0.00094 0.13785 0.55905 0.00587 0.145 0.566

Arroio Petim 0.00007 0.00002 0.09493 0.38500 0.09663 0.192 0.482

Arroio das Capivaras 0.00035 0.00017 0.44135 1.78991 0.51390 0.956 2.304

Arroio Ribeiro 0.00815 0.00095 0.40538 1.64405 1.18017 1.595 2.833

Arroio Chico Barcelos 0.00015 0.00084 0.00726 0.02945 0.07515 0.083 0.106

Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00007 0.00041 0.00354 0.01435 0.03662 0.041 0.051

Arroio Xambú 0.00007 0.00040 0.00342 0.01386 0.03537 0.039 0.050

Baixo Gravataí 0.07618 0.00169 0.01461 0.05923 0.01558 0.108 0.153

Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00018 0.00102 0.00877 0.03556 0.00935 0.019 0.046

Sanga Capão Alto 0.00038 0.00022 0.68539 2.77964 0.00051 0.686 2.781

Arroio Teixeira 0.00416 0.00024 0.27654 1.12151 0.00029 0.281 1.126

Arroio Capivari 0.00384 0.00031 0.30582 1.24029 0.00037 0.310 1.245

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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3. ZONEAMENTO TEMÁTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS

O processo de construção das zonas ecológico-econômicas no contexto dos

recursos hídricos partiu inicialmente da compreensão da estrutura física da

paisagem, onde foram delimitados planos de informação a partir da análise

integrada de conjuntos de características intrínsecas aos recursos hídricos, em

especial os sistemas aquíferos, a disponibilidade hídrica superficial, as demandas e

consumos hídricos das sub-bacias hidrográficas em análise assim como

preservação dos aspectos quali-quantitativos dos corpos hídricos da área,

possibilitando reconhecer áreas que possuem estrutura e funcionamento

semelhantes.

3.1 Zona 1 – Proteção de lagos, lagoas e reservatórios

A partir dos estudos de diagnóstico da Área 4 – Litoral Médio verificou-se

que esta é, em termos de recursos hídricos superficiais, caracterizada por uma

grande diversidade de lagos, lagoas e barragens, que desempenham diferentes

funções ecológicas e socioeconômicas no contexto da área em estudo.

Os dados qualitativos apresentados no diagnóstico ambiental oriundos de

campanhas de monitoramento realizados pela Fepam indicam que os lagos e lagoas

avaliados apresentam predominantemente águas de boa qualidade caracterizando

mananciais naturais de classe 1 conforme a Resolução Conama Nº 357/2005. Da

mesma forma, a partir do diagnóstico (outorgas de água) verifica-se que estes

mananciais desempenham papel importante no contexto da área de estudo na

medida em que permitem o fornecimento de água para comunidades locais

desenvolverem suas atividades socioeconômicas, predominantemente a

agropecuária traduzida na irrigação de lavouras.

Deste modo, a função desta zona é garantir a preservação dos aspectos

qualitativos e quantitativos destes mananciais hoje e futuramente frente as diferentes

visões de futuro elencadas no item prognóstico. Destaca-se que o zoneamento

deste compartimento foi baseado puramente nos dados do diagnóstico não sendo

determinados indicadores de sensibilidade, pois este zoneamento limita-se apenas

ás áreas que limitam os mananciais avaliados valendo-se de suas características

quali-quantitivas e de uso de suas águas.

Para esta zona propõem-se as seguintes subzonas:

3.1.1 Subzona 1.1

Na Área 4 – Litoral Médio verificam-se duas unidades de conservação que

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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abrigam mananciais hídricos naturais de destacada importância ecológica, quais

sejam:

Parque Estadual de Itapuã, localizado no município de Viamão, a 57 Km de Porto Alegre, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e abriga uma das últimas amostras dos ambientes originais da Região Metropolitana da capital gaúcha. Nesta UC está localizada a lagoa Negra caracterizada por possuir águas bastante ácidas, com altos conteúdos de matéria orgânica, o que a tornam a única lagoa de águas escuras existente na Planície Costeira do Estado.

Parque Nacional da Lagoa do Peixe, abrange áreas dos municípios de Tavares (80%), Mostardas (17%) e São José do Norte (3%). É abrigo para grandes concentrações de aves migratórias do Hemisfério Norte (no verão) e Sul (no inverno). Na área do PARNA destaca-se a presença da Lagoa do Peixe, na verdade uma laguna, pois apresenta na maior parte do ano, uma comunicação com o mar, e as lagoas Veiana e Pai João de águas doces.

Assim, esta subzona de proteção foi criada para resguardar os aspectos

ecológicos de todos os mananciais hídricos localizados/inseridos nos limites destas

unidades de conservação, assim como aqueles que, mesmo fora dos limites das UC

apresentam importância indissociável na hidrodinâmica dos mananciais inseridos no

interior destas, como a Lagoa do Fundo associada as lagoas Veiana e Pai João que

drenam para a Lagoa do Peixe.

Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão garantir a

manutenção dos ecossistemas e a preservação da dinâmica hidrológica natural dos

mananciais, controlar a ocupação urbana e o estabelecimento e desenvolvimento de

atividades antrópicas diversas.

Restrições

Deverá ser mantido o padrão de drenagem natural;

Não será permitido o lançamento de efluentes nestes mananciais.

Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.

Atividades de mineração não serão admitidas.

As áreas inundáveis destes mananciais não deverão ser ocupadas.

A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Turismo e ecoturismo.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Conservação natural.

Exploração dos valores paisagísticos.

Atividades educacionais e de pesquisa científica.

3.1.2 Subzona 1.2

Esta subzona abrange mananciais localizados em áreas fora das UCs

Parque Nacional da Lagoa do Peixe e Parque Estadual de Itapuã, e que constituem-

se de lagos e lagoas naturais fundamentalmente.

Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão permitir a

harmonização dos diferentes usos possíveis destes recursos hídricos

compatibilizando-os com a manutenção dos ecossistemas, a preservação de suas

dinâmicas hidrológicas naturais e o desenvolvimento de atividades antrópicas de

baixo impacto.

Restrições

Deverá ser mantido o padrão de drenagem natural;

Não será permitido o lançamento de efluentes não tratados nestes mananciais, devendo-se proceder a estudos de capacidade suporte devido ao lançamentos destes.

Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.

Atividades de mineração deverão ser evitadas.

A atividade agropecuária deverá ser restringida, adequando-se aos requisitos de conservação e suporte do ambiente.

As áreas inundáveis destes mananciais não deverão ser ocupadas.

Atividades de navegação a motor e esportes náuticos somente poderão ocorrer em áreas regulamentadas.

A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Agropecuária sustentável.

Captação d’água para abastecimento urbano e uso agropecuário de forma restrita.

Pesca.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Navegação.

Lazer, recreação, turismo e ecoturismo.

Conservação natural.

Exploração dos valores paisagísticos.

Atividades educacionais e de pesquisa científica.

3.1.3 Subzona 1.3

Esta subzona abrange os mananciais localizados fora das UCs Parque

Nacional da Lagoa do Peixe e Parque Estadual de Itapuã, e que constituem-se de

reservatórios artificiais fundamentalmente, utilizados para sustentar atividades

agropecuárias predominantemente.

Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão permitir a

harmonização dos diferentes usos possíveis destes recursos hídricos frente ao

desenvolvimento de atividades antrópicas potencialmente impactantes.

Restrições

Não será permitido o lançamento de efluentes sem tratamento nestes mananciais.

A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Agropecuária sustentável.

Captação d’água para abastecimento urbano e uso agropecuário.

Pesca.

Lazer, recreação, turismo e ecoturismo.

Conservação natural.

3.2 Zona 2 – Proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos

Esta zona é resultante da integração dos indicadores de sensibilidade

ambientais descritos anteriormente. Estes indicadores foram agregados em

conjuntos de classes afins de sensibilidade ambiental, resultando nas subzonas

descritas na sequência:

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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3.2.1 Subzona 2.1

Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de

contaminação assim como sub-bacias onde ocorrem índices de comprometimento

das disponibilidades em relação as demandas de baixo a média, e cujos consumos

são reduzidos.

Restrições

Atividades minerárias junto a área costeira deverão ser objeto de estudos mais detalhados devido a ocorrência de ambientes de dunas.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Agropecuária;

Mineração;

Conservação natural;

3.2.2 Subzona 2.2

Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de

contaminação, assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das

disponibilidades em relação as demandas são medianos, e cujos consumos variam

de baixo a médio.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Agropecuária;

Conservação natural;

3.2.3 Subzona 2.3

Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação

assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades

em relação as demandas e consumos variam de baixo a médio.

A utilização de projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão

ser incentivados nesta área.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Agricultura irrigada sustentável;

Lavoura diversificada;

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Abastecimento humano;

Conservação natural;

3.2.4 Subzona 2.4

Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de

contaminação assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das

disponibilidades em relação as demandas são elevados, e cujos consumos variam

de médio a alto.

A utilização de projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão

ser incentivados nesta área.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Pastagem;

Lavoura diversificada;

Conservação natural;

3.2.5 Subzona 2.5

Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação

assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades

em relação as demandas e consumos são reduzidos.

Restrições

Atividades minerárias deverão ser restringidas devido a ocorrência de aquíferos de boa capacidade específica e lençol freático de alto a superficial.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Pastagem e pecuária bovina;

Pastagem e agricultura irrigada sustentável;

Lavoura diversificada;

Abastecimento humano;

Conservação natural;

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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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3.2.6 Subzona 2.6

Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação

assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades

em relação as demandas e consumos variam de médio a alto. A utilização de

projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão ser incentivados nesta

área.

Restrições

Atividades minerárias deverão ser restringidas devido a ocorrência de aquíferos de grande capacidade específica e áreas onde o lençol freático varia de alto a superficial.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Pastagem e pecuária bovina;

Pastagem e agricultura irrigada sustentável;

Lavoura diversificada;

Abastecimento humano;

Conservação natural;

3.3 Zona 3 – Proteção de Áreas úmidas e Banhados

As áreas úmidas e banhados constituem-se em ambientes indissociáveis da

paisagem e estrutura ambiental da Área 4 – Litoral Médio, aspectos que motivaram a

criação desta zona de proteção e restrição de usos.

Os banhados e áreas úmidas correspondem a zonas de transição terrestre-

aquáticas que são periodicamente inundadas por reflexo lateral de rios e lagos e/ou

pela precipitação direta ou pela água subterrânea e que resultam num ambiente

físico-químico particular que leva a biota a responder com adaptações morfológicas,

anatômicas, fisiológicas, fenológicas e/ou etológicas e a produzir estruturas de

comunidades características para estes sistemas.

Deste modo, a função desta zona é garantir a preservação e possibilitar a

recuperação destes ambientes hoje e futuramente frente as diferentes visões de

futuro elencadas no item prognóstico, onde a expansão agrícola e a urbanização

constituem-se nos principais fatores que concorrem para a degradação destes

ambientes. Para o zoneamento deste compartimento não foram determinados

indicadores de sensibilidade, limitando-se apenas às áreas que limitam estes os

ambientes de áreas úmidas e banhados já mapeados (dados espaciais da Fepam).

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO

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Restrições

Não será permitido o lançamento de efluentes nestes ambientes.

Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.

Atividades de mineração não serão admitidas.

As áreas inundáveis por estes elementos não deverão ser ocupadas.

A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.

As atividades agropecuárias devem ser restringidas, adequando-se aos requisitos de conservação e suporte.

Potencialidades – atividades a serem estimuladas

Turismo e ecoturismo.

Conservação natural.

Exploração dos valores paisagísticos.

Atividades educacionais e de pesquisa científica.

Agropecuária ecológica.

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS

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MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO

TEMÁTICO – ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO

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