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Marcionis Francisco Alves O INTERCÂMBIO NACIONAL COMO BASE DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA O SISTEMA UNIMED: Um recurso estratégico Belo Horizonte Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Fundação Unimed 2012

Marcionis Francisco Alves O INTERCÂMBIO NACIONAL COMO

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Marcionis Francisco Alves

O INTERCÂMBIO NACIONAL COMO BASE DE

VANTAGEM COMPETITIVA PARA O SISTEMA

UNIMED: Um recurso estratégico

Belo Horizonte Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

Fundação Unimed 2012

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Marcionis Francisco Alves

O INTERCÂMBIO NACIONAL COMO BASE DE

VANTAGEM COMPETITIVA PARA O SISTEMA

UNIMED: Um recurso estratégico

Trabalho apresentado ao curso de MBA em Gestão de Negócios de Saúde, ministrado pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Fundação Unimed

Coordenador: Prof. MSc. Walden Camilo de

Carvalho

Belo Horizonte Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

Fundação UNIMED 2012

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À minha esposa Soraia,

Com afeto

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Agradecimentos

Meus agradecimentos à Unimed Ituiutaba, especialmente nas pessoas de seus

diretores: Dr. Sergio Leal Aidar, Dr. Jorge Cury Diniz e Dr. João Foch de Moura

Leite Jr.

Por seus incentivos e patrocínio.

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RESUMO

A busca de alguma vantagem competitiva frente aos concorrentes é a preocupação

contínua de toda organização empresarial no âmbito de seu mercado de atuação. Essa

vantagem competitiva é obtida em função de estratégias específicas adotadas por cada

empresa na sua luta diária pela sobrevivência. Dentro deste cenário e particularmente no

seio do mercado de saúde suplementar no Brasil, o Sistema Unimed, formado por mais

de trezentas cooperativas médicas operadoras de plano de saúde, tem alcançado notável

sucesso na pugna competitiva com seus principais competidores. Ao se analisar sua

estrutura organizacional e seu modus operandi, ressalta-se a importância do Intercâmbio

Nacional Unimed como fonte de vantagem competitiva, uma vez que permite a este

Sistema operar de modo unificado e homogêneo em quase todo o território nacional,

permitindo ao cliente ser atendido em qualquer unidade do Sistema sem se preocupar

com sua origem, o que dá a ele, cliente, a visão de “uma” única Unimed no país,

reforçando sua marca institucional.

Palavras Chave: Intercâmbio, estratégia, vantagem competitiva, saúde suplementar,

recursos estratégicos.

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ABSTRACT

The search for a competitive advantage in front of competitors is an ever-lasting

concern of every commerce organization within its acting market scope. This

competitive advantage is obtained due to the function of the specific strategies adopted

by each company in their daily struggle for survival. Within this scenery and, especially

in the essence of the supplementary health market in Brazil, the UNIMED System,

composed by over three hundred medical cooperatives operators of medical assistance,

has reached a great success in the competitive combat against its main competitors.

When analyzing its organizational structure and its modus operandi, it could be

highlighted the significance of the National Interchange of UNIMED (Intercâmbio

Nacional Unimed) as a source of competitive advantage, once this allows the System to

operate in a unified and homogeneous way in almost the whole of the national territory,

enabling the client to be assisted in any unit of the System without worrying about their

origin, which gives them, the clients the idea of a single UNIMED in the country,

reinforcing its institutional trademark..

Key words: Interchange, strategy, competitive advantage, supplementary health, strategic

resources.

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 01 – Dados estratégicos do Sistema Unimed 20

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ABREVIATURAS E SIGLAS

1. ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar

2. Art. – Artigo

3. CDI – Centro de Diagnóstico por Imagem

4. CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil

5. PA – Pronto Atendimento Médico

6. OMS – Organização Mundial de Saúde

7. SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

2 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL E VANTAGEM COMPETITIVA 12

3 A SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 17

4 O SISTEMA UNIMED (COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO) 19

5 O INTERCÂMBIO NACIONAL UNIMED 22

6 CONCLUSÃO 25

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27

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INTRODUÇÃO

Em um regime capitalista e de livre mercado, a preocupação básica de toda organização

empresarial normalmente é a elaboração e constituição de estratégias que levem à

obtenção de vantagem competitiva frente a seus competidores. As mais diversas e

diferentes estratégias são experimentadas, umas com mais e outras com menos sucesso.

Todavia, a sobrevivência organizacional, para não dizer o crescimento e

desenvolvimento da organização, depende fundamentalmente de alguma vantagem

competitiva obtida a partir da estratégia adotada.

Objeto de estudo de grande número de acadêmicos e estudiosos, nem sempre a razão

básica ou a fonte da estratégia é vista de um mesmo modo ou ângulo. Em outras

palavras, nem sempre existe consenso quanto à formulação ou adoção da estratégia mais

competitiva.

O mercado de saúde suplementar no Brasil, sendo operado pela livre iniciativa, não

poderia ser diferente e estar imune a essa mesma contingência competitiva. Formado

por mais de mil operadoras de planos de saúde, além de seguradoras que atuam no

mesmo negócio, este mercado é efetivamente competitivo e exigente quanto aos

serviços ofertados, bem como estritamente regulado pelo Estado quanto à amplitude,

qualidade e cobertura desses mesmos serviços.

Ao ser objeto de regulação pelo Estado, o espaço para a formulação de estratégias

competitivas reduz-se consideravelmente, uma vez que há uma quase “estandardização”

ou “pasteurização” dos serviços ofertados imposta pela agência reguladora. Por outro

lado, essa mesma “estandardização” obriga as diversas operadoras a serem cada vez

mais criativas e inovadoras em suas estratégias para lograrem alguma competitividade e

assim, garantirem sua sobrevivência no mercado.

Entretanto, não obstante as dificuldades apresentadas, fato é que o Sistema Unimed tem

sobrevivido há anos neste mercado e mais que sobreviver, tem apresentado resultados

animadores e consistentes na maioria de suas cooperativas singulares.

Lançando um olhar sobre esse grande sistema integrado de cooperativas de trabalho

médico operadoras de planos de saúde, torna-se inevitável o questionamento a respeito

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da ou das estratégias competitivas adotadas pelo Sistema Unimed. Quais seriam elas ou

ela; em que estariam baseadas; qual o método de operação e implementação da

estratégia que conduziriam o Sistema aos resultados observados. Enfim, o que de

diferente faz ou possui o Sistema Unimed que lhe garanta a posição conquistada em um

mercado competitivo e regulado como o da saúde suplementar no Brasil.

Em uma análise mais detalhada, chama a atenção o papel desempenhado pelo

Intercâmbio Nacional Unimed, dentro do Sistema, ao permitir-lhe operar em rede

nacional e cobrir algo como 83% do território nacional. A questão que se impõe é: Qual

o papel ou valor estratégico do Intercâmbio Nacional Unimed na obtenção de vantagem

competitiva para o Sistema Unimed?

Este trabalho se propõe a observar e analisar o Intercâmbio Nacional Unimed, à luz da

bibliografia especializada, buscando entender o seu papel na estratégia competitiva do

Sistema Unimed. A metodologia adotada é a revisão e pesquisa bibliográfica junto aos

autores mais reconhecidos na pesquisa e estudo da estratégia corporativa e da formação

de vantagem competitiva.

O artigo está dividido em sete partes ou capítulos, sendo o primeiro o que trata desta

introdução, o segundo apresenta a revisão bibliográfica, o terceiro oferece uma visão do

mercado da saúde suplementar no Brasil, o quarto uma visão do Sistema Unimed, o

quinto capítulo disserta sobre o Intercâmbio Nacional Unimed, o sexto faz a conclusão e

considerais gerais do trabalho e, por fim, o capítulo sétimo traz a lista das referências

bibliográficas.

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2. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL E VANTAGEM COMPETITIVA

A estratégia empresarial tem sido um dos temas mais discutidos e debatidos, tanto no

meio acadêmico quanto no corporativo. Muitos autores e estudiosos têm se debruçado

sobre a questão, sem, contudo, chegarem a um consenso ou entendimento final a

respeito do assunto.

Fato é que existem diversas abordagens e entendimentos sobre o que vem a ser a

essência da ação empresarial que leva as organizações a obterem alguma vantagem

competitiva no mercado ou, no mínimo, garantirem sua sobrevivência em um ambiente

de competição.

Mintzberg et al (2006) assim define estratégia: “A estratégia corporativa é um processo

organizacional, de muitas formas inseparável da estrutura, do comportamento e da

cultura da empresa onde ocorre” (MINTZBERG ET AL. 2006. p.79).

Gonçalves (2003) ensina que estratégia competitiva é a busca de uma posição

competitiva favorável em um determinado ramo de negócio. Objetiva estabelecer uma

posição lucrativa e sustentável perante as forças que determinam a concorrência em um

setor empresarial.

Ao analisar a vantagem competitiva decorrente da estratégia, afirma:

A vantagem competitiva de uma empresa surge fundamentalmente do valor que se

consegue criar que ultrapassa o custo de fabricação da mesma. O valor é aquilo que os

clientes estão dispostos a pagar, e o valor superior provém da oferta de preços mais

baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes, ou pelo fornecimento de

benefícios singulares que compensam mais do que um preço mais alto (GONÇALVES,

2003. p.31-32).

Entendendo que a principal razão da estratégia empresarial é a obtenção da vantagem

competitiva frente aos concorrentes, Porter (2004) afirma que uma estratégia

competitiva efetiva induz a uma ação ofensiva ou defensiva de modo a estabelecer uma

posição defensável contra as cinco forças competitivas, quais sejam: novos entrantes,

ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos

fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes.

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Para confrontar essas cinco forças competitivas, Porter (2004) cita três abordagens

estratégicas que, segundo o autor, são potencialmente bem-sucedidas na superação de

outras empresas concorrentes, sendo elas: a liderança no custo total, a diferenciação e o

enfoque.

A empresa que opta por uma estratégia baseada na liderança no custo total, busca uma

estrutura de custos abaixo da média do setor e desta forma, podendo ser competitiva nos

preços de seus produtos ou serviços. Já a organização que adota a diferenciação como

estratégia competitiva, procura superar os concorrentes pela diferenciação dos produtos

ou serviços ofertados criando algo que seja considerado único no âmbito de todo o

setor. Por último, a estratégia do enfoque busca se estabelecer em algum nicho especial

que não seja tão atrativo ou viável à maioria dos concorrentes, onde, desta forma, a

empresa pode apresentar produtos diferenciados a preços competitivos.

Ainda analisando a obtenção da vantagem competitiva, ensina Porter:

A vantagem competitiva não pode ser compreendida observando-se a empresa como um

todo. Ela tem sua origem nas inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no

projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu produto. Cada uma

destas atividades pode contribuir para a posição dos custos relativos de uma empresa,

além de criar uma base para a diferenciação (PORTER, 1989. p. 31).

Por sua vez, Barney e Hesterly (2007) estabelecem que a estratégia de uma empresa

pode ser definida como sendo sua teoria de como obter vantagens competitivas e

compondo uma boa estratégia aquela que realmente gera tais vantagens. E ainda,

segundo estes autores, uma empresa possui vantagem competitiva quando é capaz de

gerar maior valor econômico do que as empresas rivais o conseguem. Definindo como

valor econômico simplesmente a diferença entre os benefícios percebidos ganhos por

um cliente que compra produtos ou serviços de uma empresa e o custo econômico total

desses produtos ou serviços.

Barney e Hesterly (2007) inovam ao propor o modelo VBR (Visão Baseada em

Recursos) para a estratégia empresarial. De acordo com este modelo, a estratégia para a

obtenção da vantagem competitiva baseia-se na utilização e manipulação de recursos

únicos e diferenciados de que somente a organização dispõe. Estes recursos podem ser

classificados em quatro amplas categorias: recursos financeiros, recursos físicos

(tecnológicos), recursos individuais e recursos organizacionais. Acrescentam os autores

as exigências para que estes recursos possam assegurar a vantagem competitiva:

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“Munido da visão baseada em recursos, é possível desenvolver um conjunto de

ferramentas para analisar todos os diferentes recursos e capacidades que uma empresa

pode possuir, bem como o potencial de cada um deles para gerar vantagens

competitivas. Dessa forma, será possível identificar as forças e as fraquezas internas de

uma empresa. A principal ferramenta para se conduzir essa análise interna é chamada de

modelo VRIO. O modelo VRIO diz respeito a quatro questões que você deve levantar

sobre um recurso ou uma capacidade para determinar seu potencial competitivo: as

questões do Valor, da Raridade, da Imitabilidade e da Organização” (BARNEY E

HESTERLY, 2007. p. 66).

Sendo a única a dispor de algum desses recursos estratégicos de forma diferenciada

conforme a análise VRIO, a organização pode, portanto, assegurar a vantagem

competitiva.

Mintzberg et al (2006) reforça o valor estratégico da imitabilidade dos recursos

afirmando que uma empresa detentora de recursos e capacidades valiosos e raros pode

assegurar pelo menos uma vantagem competitiva temporária. Se, além disso, as

empresas concorrentes enfrentam uma desvantagem de custo para imitar esses recursos

e capacidades, as empresas com essas capacidades especiais podem conseguir vantagem

competitiva sustentada.

Ainda em relação à importância estratégica dos recursos, Montgomery e Porter (1998)

acrescentam que a obtenção de vantagem competitiva sustentável não depende do porte

da empresa, mas sim, do acesso preferencial a recursos ou clientes. Argumentam que a

vantagem competitiva se mantém porque os concorrentes são afastados em razão de

uma assimetria de investimento: seriam penalizados se tentassem imitar o líder.

Outra estratégia para a obtenção de vantagem competitiva é aquela que se baseia nas

competências essenciais da organização. Esta teoria é defendida por Bateman e Snell

(1998) onde competência essencial é definida como sendo algo que a empresa faz

especialmente bem em relação a seus concorrentes. Citando como exemplos a

qualidade, a engenharia, serviços pós-venda ou marketing e inovação tecnológica.

Chamam a atenção para o fato de que uma competência essencial refere-se mais a um

conjunto de habilidades ou de experiências em alguma atividade, do que a ativos físicos

ou financeiros.

Outros autores também atribuem um papel relevante às competências especiais na busca

da vantagem competitiva.

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“Qualquer empresa que queira captar uma fatia desproporcional dos lucros dos

mercados de amanhã precisa desenvolver as competências que contribuirão de forma

desproporcional para o valor futuro do cliente” (PRAHALAD E HAMEL, 2005. p.224).

As companhias devem ser flexíveis para responder rapidamente ás mudanças

competitivas e de mercado. Devem medir seu desempenho constantemente para atingir

a melhor prática. Devem terceirizar agressivamente para ganhar eficiência. E devem

nutrir algumas poucas competências básicas na corrida para se manter á frente dos rivais

(MINTZBERG ET AL, 2006. p. 34).

Visto, portanto, que a estratégia empresarial em busca da vantagem competitiva

comporta diversas e diferentes abordagens, conforme defendido por vários autores, resta

mencionar a importância dos processos internos na execução e implementação dessas

estratégias. Por melhor e mais sólida que seja a estratégia adotada, falhas e ineficiências

em suas execuções podem comprometer irremediavelmente o objetivo pretendido.

Os processos internos são os elos entre a estratégia da empresa, os modelos de negócios

e as operações de rotina, representam o conhecimento explícito e detalhado do modelo

de negócios e definem as relações lógicas entre as atividades da empresa (e de sua rede

de colaboradores), assim como seus relacionamentos com os consumidores

(PRAHALAD E KRISHMAN, 2008. p. 42).

Outro fator não menos importante na obtenção e manutenção da vantagem competitiva

que não pode ser olvidado é, sem dúvida, o potencial e a força inovadora da

organização. A inovação competitiva pode ocorrer nos diversos setores e atividades da

empresa. Tecnologia, recursos humanos, financeiro, marketing, processos, produtos e

serviços.

Perry (1993) leciona que as empresas precisam permanecer à frente do desenvolvimento

de novas tecnologias para ter liderança técnica mundial.

Stalk e Hout (1993), por sua vez, afirmam que a inovação significa mais do que

simplesmente novos produtos; significa novos produtos e também novas formas de

fazer negócio.

Refletindo também sobre a relevância da inovação, Peter Drucker declara:

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A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. É o ato que

contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza. A inovação, de fato, cria

um recurso. Não existe algo chamado de “recurso” até que o homem encontre um uso

para alguma coisa na natureza e assim o dote de valor econômico (DRUCKER, 2005. p.

39).

Drucker (2005) complementa ao afirmar não ser o tamanho que impede o

empreendimento e a inovação, mas a própria atividade em funcionamento,

principalmente a atividade em andamento bem sucedida. Neste ponto o autor chama a

atenção para o risco da acomodação para o espírito inovador.

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3. A SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL

A constituição brasileira de 1988 estabelece que cabe ao Estado prover a assistência à

saúde a todo cidadão brasileiro, no âmbito do território nacional.

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”

(CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 196).

Essa assistência, além de universal, deve ser provida em todos os aspectos da cobertura

médica. Em outras palavras, o estado deve prover todas as terapias reconhecidas e

aceitas pela comunidade médica como eficazes nos tratamentos das patologias

catalogadas.

Esse conceito de rol máximo de procedimentos tende a ser insustentável por seu alto

custo mesmo nos países ricos e desenvolvidos. Quiçá no Brasil. Consequência

inevitável deste modelo é o atendimento deficiente e caótico da população, como pode

ser observado em qualquer posto de atendimento ou hospital do SUS (Sistema Único de

Saúde), com filas imensas, atendimento precário em corredores, falta de vagas

hospitalares e o congestionamento do sistema.

Aliado a estas mazelas há que se acrescentar o aumento exponencial dos custos da

atenção à saúde, sempre superiores à média da inflação da economia levando o estado

ao completo esgotamento de sua capacidade de financiamento à saúde.

Se por um lado esse cenário prejudica e inferniza a população dependente do

atendimento prestado pelo estado brasileiro, por outro abre espaço e oportunidades à

iniciativa privada na prestação dos serviços de saúde atuando de forma suplementar ao

estado. Estabelece a constituição brasileira:

“São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público

dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo

sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física

ou jurídica de direito privado” (CRFB. Art. 197).

“A assistência à saúde é livre à iniciativa privada”. (CRFB. Art. 199).

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Pesquisas indicam que a contratação de um plano de saúde constitui-se hoje em uma das

prioridades da família brasileira, ansiosa por escapar às agruras do sistema público de

saúde.

Desta forma, a saúde suplementar tem tido um grande espaço para atuar e crescer, desde

seu nascimento, ainda como seguro saúde, até à forma de planos de saúde,

predominantes no mercado atualmente.

O mercado de saúde suplementar no Brasil, que teve sua regulamentação estabelecida

pela Lei 9.656 de 03 de junho de 1998, conta hoje com 1.361 operadoras ativas tendo

atendido em 2011 a 48.656.405 beneficiários o que corresponde a cerca de 25% da

população brasileira; apresentou uma taxa de crescimento anual média de beneficiários

de 4,45% no período de 2003 a 2012; e uma receita anual em 2011 de R$

82.424.403.107,00. Segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Os dados acima demonstram o tamanho e o potencial do mercado de saúde suplementar

no Brasil e dão uma ideia das oportunidades reservadas à iniciativa privada, uma vez

que dificilmente o estado brasileiro conseguirá sozinho, atender a todas as demandas e

necessidades da população.

Todavia, onde há mercado há concorrentes, sejam eles estabelecidos ou potenciais. E

assim, as operadoras ativas devem buscar estratégias que lhes garantam alguma

vantagem competitiva para, se não crescer, ao menos garantir sua sobrevivência sem

grandes percalços. Com base nessa premissa o Sistema Unimed que se apresenta como

uma confederação de operadoras tem subsistido por vários anos. Sendo um dos

operadores mais antigos a atuar neste mercado, certamente que as estratégias adotadas

ou algum recurso utilizado têm garantido essa sobrevivência e permitido o seu

crescimento.

A seguir uma visão do Sistema Unimed a partir de seus dados principais e sua estrutura

operacional.

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4. O SISTEMA UNIMED (COOPERATIVAS DE TRABALHO

MÉDICO)

Tendo nascido em 18 de dezembro de 1967, na cidade de Santos no estado de São

Paulo, quando a primeira cooperativa de trabalho médico do país foi fundada, o Sistema

Unimed é fruto do que existe de mais representativo e democrático em termos de

modelo organizacional. Trata-se de um sistema unificado, baseado em cooperativas de

trabalho médico autônomas, onde os cooperados, sendo médicos, são, ao mesmo tempo,

os “donos” e principais fornecedores do sistema.

Como cooperados, desfrutam do benefício de serem “sócios” do próprio negócio tendo

direito a voz e voto nas principais decisões estratégicas e podendo assim, participar das

decisões que afetem seus interesses. Como fornecedores do principal insumo do

negócio, a assistência médica, estão em posição mais favorável para valorarem seus

serviços. Evidente também que como “sócios” estão sujeitos aos riscos do negócio e

submetidos à legislação pertinente.

Outra característica importante do Sistema Unimed é o fato de, como uma confederação

de cooperativas, ser regulado, além da legislação que regulamenta o setor de planos de

saúde, já mencionada, também pela Lei 5.764 de 18 de dezembro de 1967 que

regulamenta o cooperativismo no Brasil. Isso faz com que a gestão do Sistema seja

baseada nos princípios da Governança Corporativa, um dos princípios básicos do

cooperativismo, dando-lhe maior transparência e confiabilidade nos atos

administrativos.

Os estatutos das singulares prevêem a obrigatoriedade da constituição de vários órgãos

de acompanhamento e fiscalização como os conselhos de administração, fiscal e ético-

técnico, além a diretoria executiva e da própria assembléia de cooperados. Esta

condição certamente contribui significativamente para a transparência e segurança

quanto às decisões estratégicas tomadas, além dos atos e dispositivos de fiscalização

previstos em lei.

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O quadro abaixo apresenta alguns dados do Sistema Unimed no ano de 2011.

Fig. 1 – Dados estratégicos do Sistema Unimed

Dados estratégicos do Sistema Unimed

Variável Dados

Cooperativas médicas 367 singulares

Abrangência 83% do território nacional – 4.623 municípios

Médicos cooperados 111 mil

Clientes ativos 18 milhões

Market Share 38% do mercado nacional

Receita em 2011 R$ 29,4 bilhões – (R$ 30,1 bilhões foi o total da receita de todas as

cooperativas médicas nacionais)

Empregos diretos 69 mil

Valor da marca – segundo a

consultoria BrandFinance

3,22 bilhões – (29° lugar entre as marcas mais valiosas do país)

Hospitais próprios 104 hospitais

Hospitais credenciados 3.067 hospitais – (O Brasil possui 6.690 hospitais, sendo 4.548

privados)

Leitos próprios 7.371 leitos

Leitos credenciados 140 mil leitos

Prontos-atendimentos próprios 178 PA’s

Laboratórios próprios 68 laboratórios

Centros de diagnóstico próprios 38 CDIs

Recursos credenciados 25 mil

Consultas p/ano 94 milhões

Internações p/ano 2,1 milhões

Exames complementares p/ano 192 milhões

Importância da marca Por 18 anos consecutivos a Unimed é a marca top of mind em planos

de saúde, de acordo com pesquisa nacional do instituto Datafolha

Qualidade/Confiança A Unimed também foi eleita em 2011, pela décima vez consecutiva, a

marca de planos de saúde em que os brasileiros mais confiam na

pesquisa Marcas de Confiança, conduzida pela revista Seleções/Ibope

Inteligência.

Fonte: Central Nacional Unimed Cooperativa de Trabalho Médico Ltda.

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Os dados apresentados no quadro acima refletem a força e a pujança de um sistema de

cooperativas médicas que logrou ou logra obter resultados significativos no âmbito do

mercado de planos de saúde no Brasil.

Alguns dados chamam mais a atenção, como por exemplo, o fato de que com 367

cooperativas o sistema cobre 4.623 municípios ou 83% do território nacional,

acumulando uma carteira com 18 milhões de clientes o que chega a quase 40% do

mercado de saúde suplementar atual. Com 111 mil médicos cooperados o sistema

apresenta uma relação médico/paciente acima da recomendada pela OMS (Organização

Mundial de Saúde) de um médico para mil habitantes ou pacientes potenciais.

Com uma rede assistencial formada por mais de 3 mil hospitais e mais de 147 mil leitos,

os 18 milhões de clientes do Sistema Unimed asseguram uma relevante disponibilidade

de leitos, o que não significa que todo o sistema goze de equidade na distribuição desses

leitos hospitalares, uma vez que a maioria está concentrada nos grandes centros urbanos.

Por fim, com base em uma receita auferida em 2011 de quase 30 bilhões de reais, pode-

se avaliar a capacidade de crescimento, investimento e inovação que possui o Sistema

Unimed permitindo-lhe adotar estratégias corporativas que lhe assegurem importantes

vantagens competitivas.

Portanto, com essa visão da realidade Unimed, fica a principal questão. Qual a

verdadeira fonte de vantagem competitiva que permite ao

Sistema operar em tais níveis de magnitude e abrangência.

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5. O INTERCÂMBIO NACIONAL UNIMED

Ao adotar um modus operandi estruturado em rede, onde as cooperativas singulares se

entrelaçam para formar um único corpo assistencial, sem, contudo perder sua autonomia

para explorar os mercados locais dentro de suas particularidades e idiossincrasias, o

Sistema Unimed consegue reunir as qualidades de uma grande operadora com cobertura

nacional às qualidades de uma operadora local que conhece bem as características de

seu mercado local, tem mais flexibilidade estratégica, maior velocidade nas decisões e

pode dar um tratamento personalizado aos seus clientes.

Esse modo de operar é baseado no “Intercâmbio Nacional Unimed”. Concebido e

construído para permitir que um cliente Unimed pudesse ser atendido em qualquer outra

unidade singular que não a sua de origem, o Intercâmbio consegue dar aos clientes a

condição de serem atendidos em qualquer ponto do território nacional, onde exista uma

singular, dentro das condições de seu contrato e conforme determina a legislação.

O Intercâmbio Nacional Unimed nada mais é do que um sistema de autorizações mútuas

para atendimento em qualquer outra unidade do Sistema Unimed onde, baseado na troca

de informações (transações), seja na forma eletrônica (direta ou online), híbrida (modelo

direto para algumas transações e indireto para outras) ou offline (indireta), o cliente é

atendido como se estivesse em sua própria unidade de origem. O Manual de

Intercâmbio Nacional, elaborado pela Unimed do Brasil, assim define o Intercâmbio:

“É a negociação entre as Unimeds do País que gera relações operacionais específicas e

normatizadas para atendimento de clientes de planos privados de assistência à saúde,

contratantes de uma cooperativa do SISTEMA, mas prestado por outra”.

Por meio do Intercâmbio é possível:

Troca de sujeitos da obrigação contratual de atendimento dos clientes;

Relações operacionais com disciplina obrigatória, já submetidas a regramentos;

A prestação do atendimento por UNIMEDS Singulares;

O caráter interdependente da negociação.

(MANUAL DE INTERCÂMBIO NACIONAL, Unimed do Brasil)

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Em 2011 o Intercâmbio Nacional Unimed, apresentou os seguintes números:

Transações: Via Direta (online) = 29.308.994

Via Interface Única de Liberações (offline) = 3.379.278

Total de transações = 32.688.272

Quantidade de faturas: 648.120

Valores transacionados: R$ 7.347.206.454,18

Pela dimensão dos números (transações e valores), pode-se ter uma ideia da importância

deste recurso para o Sistema Unimed na construção de sua força competitiva. Nenhuma

outra operadora no país, salvo as seguradoras, dispõe de uma rede própria com tal

dimensão ou cobertura. As seguradoras podem contar com algo semelhante porque o

atendimento é prestado por qualquer médico ou unidade de tratamento, e o pagamento é

feito mediante a simples emissão da nota fiscal ou recibo. Contudo, o custo para o

cliente é sensivelmente maior.

Agindo institucionalmente de modo nacional e operacionalmente de modo local, o

Sistema Unimed conseguiu desenvolver uma marca que, conforme demonstrado antes, é

uma das mais valorizadas do país e top of mind nos muitos últimos anos. Sem dúvida

que o Intercâmbio é a base ou o amálgama que permite essa visão unificada da marca

pelo cliente. Pesquisas mostram que da perspectiva do cliente só existe “uma” Unimed.

Outro dado relevante é o fato da marca Unimed ser, segundo pesquisa da revista

Seleções/Ibope Inteligência, considerada pela décima vez consecutiva a mais confiável

no negócio de planos de saúde. Indiscutível que aqui também o Intercâmbio tem peso

considerável, na medida em que permite ao cliente ter a segurança de atendimento

independentemente do seu local de origem e assim, desenvolver uma visão unificada do

sistema e, portanto, da marca.

Ao ter a marca Unimed como top of mind e a mais confiável no negócio de planos de

saúde por vários anos seguidos, pode-se inferir que este mesmo cliente reconhece os

serviços prestados pelo Sistema Unimed como sendo satisfatórios e de qualidade, visto

que, caso contrário, reagiria de modo diferente. Garvin (2002) leciona sobre a

qualidade: “São os clientes e não os departamentos internos, que dão a última palavra ao

se determinar se um produto é aceitável ou não”. Desta forma, ao reconhecer os serviços

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como confiáveis e de qualidade o cliente, sem dúvida, envia uma mensagem clara e

desafiadora à concorrência.

Uma das variáveis determinantes para o reconhecimento da qualidade pelo cliente é,

com certeza, o tempo de atendimento.

“O tempo fornece os meios para as estratégias indiretas de ataque. Adicionar valor –

fornecer novos produtos e serviços, suprir pedidos, oferecer serviços aos clientes mais

rapidamente do que podem fazer os competidores – eis o que desestabiliza a

concorrência. A possibilidade de estabelecer uma vantagem baseada no tempo abre

novos caminhos para se montar estratégias competitivas vencedoras” (STALK E

HOUT, 1993. p.117).

Indubitavelmente o Intercâmbio Nacional Unimed contribui, de forma direta para a

melhoria do tempo de atendimento ao cliente, uma vez que, através dele, este cliente

pode contar com o atendimento direto e sem maiores entraves burocráticos em qualquer

unidade do Sistema, independentemente de sua unidade de origem, mormente nos

eventos de urgência e emergência conforme definidos em lei.

Caso não contasse com essa rede de alcance nacional, a singular que tivesse um cliente

com necessidade de atendimento de urgência ou emergência e encontrando-se esse

cliente fora de sua área de atuação, teria que autorizar o atendimento em qualquer

unidade de terapia, mesmo particular, e depois ressarci-lo, conforme disposição legal.

Evidente que uma situação com esta elevaria os custos e consequentemente diminuiria a

competitividade da marca.

Por outro lado, sendo o Intercâmbio Nacional Unimed, uma estrutura em rede operando

nacionalmente e com normas e políticas definidas por seu núcleo administrativo permite

a padronização e unificação de práticas, procedimentos e preços praticados em todo o

Sistema, dando a ele uma configuração e conformação singular.

Ao apresentar uma cobertura, por meio do Intercâmbio, de 83% do território nacional,

pode-se afirmar que essa capilaridade do Sistema Unimed está quase no mesmo nível

das capilaridades apresentadas por instituições como Correios, Banco do Brasil e Caixa

Econômica Federal. Instituições estas muito antigas e estatais. Essa grande malha

aporta, não há dúvidas, um valoroso capital competitivo à rede Unimed.

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6. CONCLUSÃO

Diz-se que somente quando perdemos a liberdade é que tomamos consciência do

verdadeiro valor da democracia. Raciocínio semelhante pode ser feito em relação ao

Intercâmbio Nacional para o Sistema Unimed. Imagine as consequências negativas para

a operação dos serviços, o atendimento e consequentemente a satisfação dos clientes,

caso não existisse ou fosse abolido.

Um cliente que estivesse fora de sua unidade de origem e necessitasse de atendimento

médico, ver-se-ia em dificuldades para ser atendido, enfrentaria um caudal de processos

burocráticos e certamente não teria o atendimento desejável, dentro de padrões

previamente conhecidos.

Desnecessário dizer que em situações assim a tendência é o cliente buscar alternativas

de atendimento mais confortáveis, ágeis e desburocratizadas. Para tanto, não hesitaria

em buscar um concorrente que oferecesse a conveniência desejada por um preço

acessível, restando às cooperativas locais apenas o nicho de mercado formado por

pessoas com pouco deslocamento e sem maiores exigências de cobertura geográfica.

Nesta condição os preços praticados, para serem competitivos, deveriam estar abaixo

daqueles com maior abrangência o que, inevitavelmente, diminuiria o markup da

operadora e desta forma, sua capacidade de competir mais agressivamente.

Ao revisitar a bibliografia consultada, observa-se a sintonia ou congruência do

Intercâmbio Nacional Unimed, entendido como base para a obtenção de vantagem

competitiva para o Sistema Unimed, com algumas teorias sobre estratégia competitiva.

Se considerado como um recurso estratégico, conforme advoga Barney (2007), verifica-

se que atende aos pressupostos básicos colocados por este autor para que tenha valor

estratégico e potencial competitivo, quais sejam: Valor, Raridade, Imitabilidade e

Organização.

Se a referência for Porter (1989), também não há inconsistência com seu ensinamento

de que a vantagem competitiva “tem sua origem nas inúmeras atividades distintas que

uma empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de

seu produto” diferenciando-a da concorrência, uma vez que o Intercâmbio Nacional

Unimed pode ser entendido como parte da produção dos serviços, da entrega e do

suporte.

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Pode-se ainda confirmar na bibliografia analisada, a consistência da vantagem

competitiva proporcionada ao Sistema Unimed por seu Intercâmbio Nacional, conforme

as abordagens de vários outros autores.

Desta forma, conclui-se que o Intercâmbio Nacional Unimed é um recurso estratégico

utilizada pelo Sistema Unimed na obtenção de vantagem competitiva frente a seus

principais competidores. Qualquer outro competidor que desejasse construir uma rede

assistencial nos mesmos moldes, cobertura e princípios operacionais do Intercâmbio

Unimed, teria dificuldades consideráveis e provavelmente um custo de implantação e

gerenciamento desestimulante.

........ X X ........

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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competitiva; tradução Monica Rosemberg: revisão técnica Pedro Zanni. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2007. p.05-10.

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competitiva; tradução Celso A. Rimoli; revisão técnica José Ernesto Lima

Gonçalves, Patrícia da Cunha Tavares. São Paulo: Atlas, 1998. p.129.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Dados gerais do Sistema de Saúde Suplementar no Brasil. Disponível em:

http//www.ans.gov.br/index.php/materiais/para-pesquisas/perfil-do-setor/dados-

gerais; em 06 nov. 2012.

4. BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil

– CRFB. 1988, Art. 196, 197, 199).

5. DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship):

prática e princípios; tradução de Carlos Malferrari. São Paulo: Pioneira Thomson

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tradução de João Ferreira Bezerra de Souza. Rio de Janeiro: Qualtymark Ed. 2002.

p.29.

7. GONÇALVES, Cid. Produtos de sucesso: a obtenção da vantagem competitiva

através da inovação e do conhecimento de marketing; Editor: Fernando Pedro da

Silva. Belo Horizonte: C / Arte, 2003. p.31-32.

8. MINTZBERG, H. et al. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos

selecionados; tradução Luciana de Oliveira da Rocha. 4. Ed. Porto Alegre:

Bookman, 2006. p.34-103.

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9. MONTGOMERY, Cynthia A., PORTER, Michael E. Estratégia: a busca da

vantagem competitiva; tradução de Bazan Tecnologia e Lingüística. Rio de

Janeiro: Elsevier, 1998. p.34. 16ª reimpressão.

10. PERRY, Lee Tom. Estratégia ofensiva: indo além da vantagem competitiva;

tradução Kátia Aparecida Roque; revisão técnica José Augusto Nascimento. São

Paulo: Makron Books, 1993. p.16.

11. .PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: Criando e sustentando um

desempenho superior; tradução de Elizabeth Maria de Pinho Braga; revisão

técnica de Jorge A. Garcia Gomez. Rio de Janeiro: Campus, 1989. p.31.

12. PORTER, Michael E., Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e

da concorrência; tradução de Elizabeth Maria de Pinho Braga. 2.ed. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2004. p.05-39. 5ª reimpressão.

13. .PRAHALAD, C.K., HAMEL, Gary. Competindo pelo futuro: estratégias

inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã;

tradução de Outras Palavras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p.122-224. 24ª

reimpressão.

14. PRAHALAD, C.K., KRISHMAN, M. S. A nova era da inovação: impulsionando

a co-criação de valor ao longo das redes globais; tradução Afonso Celso da Cunha

Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p.42.

15. STALK Jr., George, HOUT, Thomas M. Competindo contra o tempo; tradução

Flávio Meurer. Rio de Janeiro: Campus, 1993. p.117-284.

16. CENTRAL NACIONAL UNIMED. Dados estratégicos do Sistema Unimed.

Disponível em: http://www.centralnacionalunimed.com.br/pct/index.jsp?cd

canal=61001&cd seção=61013&cd matéria=95106 em 18 out. 2012.

17. UNIMED DO BRASIL. Relatório de Gestão, 2011. p.61.

18. UNIMED DO BRASIL. Manual do Intercâmbio Nacional, Ed. jun. 2011. p.24.