Materia da Folha sobre contratação CESP

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Rui Falcão questiona Estado sobre uso da Cesp para contratar pessoal sem concursoA possível existência de episódio semelhante ao Baneser, tornado público em 1991, levou o 1º secretário da Assembleia Legislativa, deputado Rui Falcão (PT), a questionar o secretário estadual de Energia, José Aníbal Peres de Pontes, sobre a contratação de mão de obra sem concurso pela Companhia Energética de São Paulo (CESP). À época, o Baneser – subsidiária do então Banespa - foi utilizada para contratar milhares de pessoas sem concurso, muitas das quais eram fantasmas ou trabalhavam exclusivamente como cabos eleitorais.A Cesp cede 8% de seus funcionários para, no mínimo, dez órgãos da administração estadual, entre os quais a própria Secretaria de Energia. São 106 funcionários da Companhia nessas instituições, do quadro atual de 1.260 empregados. “Conforme o presidente da Cesp, a prática é comum na gestão atual e abrange outros departamentos e secretarias. Ocorre que essa prática, como o eventual desvio da finalidade, é inconstitucional, uma vez que o próprio presidente narra o pagamento desses funcionários por meio de repasses dos órgãos públicos”, justifica Rui Falcão. Por isso Falcão questiona, por meio de Requerimento de Informação, o nome e função ou atividade exercida pelos contratados, além da lotação dessas pessoas. Também indaga sobre o salário, remuneração e total de verbas pagas e, ainda, se a Cesp é ressarcida pelas cessões de pessoas que prestam serviços à Secretaria de Estado de Energia e outras secretarias, empresas públicas, órgãos da administração direta e indireta. Ascom RF

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So Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

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Governo Alckmin usa a Cesp para contratar servidor sem concursoEmpresa cede 8% de seus funcionrios a outras instituies; prtica ilegal, afirmam especialistas Presidente da estatal diz que fato comum na administrao e que a empresa ressarcida pelos demais rgos AGNALDO BRITODE SO PAULO

A Cesp (Companhia Energtica de So Paulo) contratou mo de obra sem concurso pblico para atender a recm-criada Secretaria Estadual de Energia, rgo da administrao direta do governo de So Paulo montado pela nova gesto do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A pasta comandada por Jos Anbal (PSDB), eleito deputado federal em 2010. Alm da contratar empregados para preencher funes em uma secretaria de Estado, a Cesp tambm disponibiliza funcionrios efetivos a outros rgos de governo. Alm da Secretaria de Energia, h funcionrios da Cesp em pelo menos nove outras instituies: secretarias de Cultura, Transportes, Saneamento e Fazenda, Agncia Reguladora de Saneamento e Energia de So Paulo, Tribunal de Contas do Estado, Departamento Hidrovirio, Prefeitura de So Paulo e Assembleia Legislativa. So 106 funcionrios da Cesp nessas instituies, o equivalente a 8,4% do atual quadro da companhia, hoje de 1.260 empregados. O presidente da Cesp, Mauro Arce, responsvel pelas contrataes, confirma o uso da estatal e diz que o custo com esses funcionrios de R$ 2.283.176,16, o que inclui salrios, encargos, benefcios, frias e 13. Na mdia, a estatal gasta R$ 21,5 mil por funcionrio comissionado (R$ 8.417,15 em salrios). Para Arce, tal fato comum no setor pblico, mas os acionistas da Cesp no so afetados (65% do capital est em mos privadas): "Todos os rgos que possuem funcionrios contratados pela Cesp reembolsam a empresa". Especialistas ouvidos pela Folha sustentam que essa prtica inconstitucional, pois fere a exigncia da criao de cargos comissionados com edio de lei, rompe os limites do teto da

remunerao para funes na administrao pblica direta e viola regras do concurso pblico. Segundo Floriano Azevedo Marques, professor da Faculdade de Direito da USP, o uso de uma estatal para contratar funcionrios destinados administrao direta reedita um rumoroso episdio em So Paulo: o caso Baneser. "Se a Cesp est sendo usada para recrutar gente para a Secretaria de Energia, isso no legal. Lembra inclusive o caso Baneser, uma subsidiria do Banespa, usada para contratar funcionrios para a administrao direta", diz. Segundo Carlos Ari Sundfeld, professor de direito da FGVSP, essa distoro "contraria regra constitucional": " uma prtica pouco transparente da administrao pblica e de difcil controle".

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