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U N I V E R S I DA DE
CANDIDO MENDES
Professora: Cristiana Mendes
MATERIAL DE APOIO. MODIFICAÇÃO DE
COMPETÊNCIA. SEGUNDA PARTE.
1. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA. A) EXISTÊNCIA DE OUTRO
PROCESSO: Vínculos entre dois ou mais processos diferentes, mas que
guardam entre si alguma relação ou liame. Relação de semelhança entre
demandas. A.1) CONEXÃO; A.2) CONTINÊNCIA. Finalidade: Promover
a eficiência processual, evitando a prolação de decisões contraditórias.
B) VONTADE DAS PARTES: B.1) EXPRESSA: FORO OU CLÁUSULA
DE ELEIÇÃO B.2) TÁCITA: NÃO ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
RELATIVA.
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se
pela conexão ou pela continência, observado o
disposto nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais
ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão
reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles
já houver sido sentenciado.
ATENÇÃO. Art. 55,§ 1º NCPC. REGRA PROCESSUAL COGENTE. ANTES,
NO CPC/1973 ( Art. 105 ), falava-se: “o juiz pode ordenar a reunião”.
FACULDADE DO MAGISTRADO. REGRA DISCRICIONÁRIA DO JUIZ.
2. Conexão somente incidirá na competência relativa. Se as causas conexas
tramitarem em juízos com competências materiais distintas não será possível a
reunião dos processos. Não se altera competência absoluta. Veja STJ AgRg
no Ag 1.385.277/MS.
3. Exemplos de CONEXÃO:
- Vários herdeiros em ações distintas pleiteiam a anulação do testamento por
vício de consentimento.
- Vários passageiros pleiteiam em ações distintas reparação civil em razão de
acidente ocasionado pela empresa de ônibus.
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4. V. SÚMULA N. 235, STJ. A conexão não determina a reunião dos
processos, se um deles já foi julgado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de
conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título
executivo.
5. REGRA EXPRESSA NO NCPC: CONEXÃO ENTRE DEMANDA
EXECUTIVA E DEMANDA DE CONHECIMENTO E CONEXÃO ENTRE
DEMANDAS EXECUTIVAS.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto
os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles.
6. QUESTIONAMENTO. Ação de Alimentos e Ação de Investigação de
Paternidade são ações conexas? Mesma relação jurídica discutida em ambos
os processos
7. A conexão das causas repetitivas. “Conexão por afinidade”. Um novo modelo
no Processo Civil. Causas repetitivas são aquelas em que se discute uma
mesma tese jurídica. São causas de massa. O regramento processual atual
(CPC/1973) não foi pensado para as causas repetitivas. EX: todas as causas
em que se discute correção das contas de FGTS são repetitivas. Casa um vai a
juízo pedir para reajustar a sua conta de FGTS. Há milhões de pessoas
pedindo isso, todas alegando que os planos econômicos do governo não as
corrigiram devidamente. Nessas ações, as iniciais são idênticas. Só muda o
autor. JULGAMENTO POR AMOSTRAGEM. STJ e STF. No modelo
tradicional de conexão, essas causas podem não ter conexão. Veja artigo 976
e ss. NPCP e arts. 1036-1041, NCPC. CAUSAS “PILOTO” E
SOBRESTAMENTO DAS DEMAIS.
8. CONEXÃO É UM CONCEITO JURÍDICO-POSITIVO. VÁRIAS “ESPÉCIES”
DE CONEXÃO. CONCEITO MULTIFACETADO.
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• Art. 61, NCPC.
• Art. 113, II, NCPC.
• Art. 343, NCPC.
• Art. 516, II, NCPC.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou
mais ações quando houver identidade quanto às
partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma,
por ser mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação
continente tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida será proferida
sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em
separado far-se-á no juízo prevento, onde serão
decididas simultaneamente.
9. REGRA: Toda continência é uma conexão? Ou vice-versa? Sim, toda
continência é uma espécie de conexão, mas, não o contrário, porque conexão
é mais ampla.
10. NOVIDADE RELATIVA: TESE QUE JÁ TINHA SIDO ADMITIDA PELA
DOUTRINA E PELA JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS, EM RAZÃO DA REGRA
GERAL DE PREVENÇÃO DO JUÍZO.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição
inicial torna prevento o juízo.
CAUSA CONTIDA: MAIS RESTRITA. AÇÃO MENOR.
CAUSA CONTINENTE: MAIS AMPLA. AÇÃO MAIOR.
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• SE A AÇÃO CONTIDA FOI PROPOSTA ANTES: REUNIÃO
DAS AÇÕES.
• SE A AÇÃO CONTINENTE TIVER SIDO PROPOSTA
ANTES: AÇÃO CUJO OBJETO ESTIVER CONTIDO SERÁ
EXTINTA SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais
de um Estado, comarca, seção ou subseção
judiciária, a competência territorial do juízo
prevento estender-se-á sobre a totalidade do
imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo
competente para a ação principal.
Art. 62. A competência determinada em razão
da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a
competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda
de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando
constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e
sucessores das partes.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de
foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos
autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
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§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a
abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
11. FORO DE ELEIÇÃO É UM EXEMPLO DE NEGÓCIO JURÍDICO
PROCESSUAL REGRA ESCRITA. INADMITE-SE CLÁUSULA VERBALIZADA.
É ATO JURÍDICO INEXISTENTE. FORO DE ELEIÇÃO: O que se elege é o
foro e não o juízo.
12. INEFICÁCIA DE ALGUMAS CLÁUSULAS DE FORO DE ELEIÇÃO.
ABUSIVIDADE. APRECIAÇÃO EX OFFICIO. NO NOVO SISTEMA
PROCESSUAL. Antes de remeter os autos para o juízo do foro do domicilio do
réu ( art. 63,§ 3º NCPC ), deverá ouvir o autor ( art. 10, NCPC ). Dimensão
substancial do contraditório. Garantia processual fundamental.
13. NOVIDADE: APRECIAÇÃO EX OFFICIO DE QUALQUER CLÁUSULA
ABUSIVA E NÃO APENAS A PROVENIENTE DOS CONTRATOS DE
ADESÃO. V. Art. 112, par. ún., CPC/1973.
PROCESSUAL CIVIL. CLÁUSULA ELETIVA
DE FORO LANÇADA EM CONTRATO DE
ADESÃO. VALIDADE, EM PRINCÍPIO.
CERCEAMENTO DE DEFESA
INOCORRENTE. ALEGAÇÃO DO PRÓPRIO
DEVEDOR. PREVALÊNCIA DA CLÁUSULA
DE ELEIÇÃO. RECURSO DESACOLHIDO.
I - A cláusula de eleição de foro inserida em
contrato de adesão é, em princípio, válida e
eficaz, salvo: a) se, no momento da
celebração, a parte aderente não dispunha
de intelecção suficiente para compreender o
sentido e as consequências da estipulação
contratual; b) se da prevalência de tal
estipulação resultar inviabilidade ou
especial dificuldade de acesso ao
Judiciário; c) se se tratar de contrato de
obrigatória adesão, assim entendido o que
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tenha por objeto produto ou serviço
fornecido com exclusividade por
determinada empresa.
II - A Segunda Seção deste Tribunal houve
por bem definir a competência, em se
tratando de contratos de adesão, sob a
disciplina do Código do Consumidor, como
absoluta, a autorizar, consequentemente, o
pronunciamento de ofício do juiz perante o
qual ajuizada a causa em primeiro grau, ao
argumento da prevalência da norma de
ordem pública que protege o consumidor e
garante sua defesa em juízo.
III - No caso, no entanto, de o próprio réu-
devedor postular pela validade da cláusula
de eleição do foro, alegando que não terá
dificuldades em sua defesa, deve a mesma
prevalecer.
(REsp 225.866/MS, Rel. Ministro SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 09/11/1999, DJ 14/02/2000 p. 42).
NOVIDADES. COMPETENCIA
INTERNACIONAL. COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL
1. Veja regra KompetenzKompetenz em decisão do TJRJ.
0032946-92.2011.8.19.0209 - APELACAO DES. JUAREZ
FOLHES - Julgamento: 04/02/2015 - DECIMA QUARTA
CAMARA CIVEL.
APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO
FIRMADO ENTRE AS PARTES PARA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE COLETA DE DADOS GEOFÍSICOS
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SUBMARINOS, QUE PREVÊ CLÁUSULA ARBITRAL.
SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO FEITO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NA FORMA DO ART. 267,
VII, DO CPC, RECONHECENDO COMO SENDO DO
TRIBUNAL ARBITRAL A COMPETÊNCIA PARA
JULGAMENTO DO PRESENTE FEITO, CONDENANDO
A PARTE AUTORA EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
DE R$ 5.000,00. INCONFORMISMO DE AMBAS AS
PARTES. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA
OBJETIVANDO VER RECONHECIDA A INEFICÁCIA
DA CLÁUSULA QUE CONVENCIONOU A
ARBITRAGEM. APELAÇÃO DA PARTE RÉ
REQUERENDO A MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS
FIXADOS E A CONDENAÇÃO DA DEMANDANTE NAS
PENAS POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ POR TER
OMITIDO O COMPROMISSO ARBITRAL PARA
BUSCAR O AJUIZAMENTO DA AÇÃO DE
COBRANÇA. RECURSOS MANIFESTAMENTE
IMPROCEDENTES. 1. CLÁUSULA PRESENTE NO
CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES
PREVENDO ARBITRAGEM QUE ESTÁ EM PERFEITA
CONFORMIDADE COM O DISPOSTO NA LEI NO
9.307/96. Obrigatoriedade da solução do litígio pela
via arbitral, quando existente cláusula previamente
ajustada entre as partes (art. 4º da Lei 9.307/96). 2. A
opção pela via judicial não poderá evidentemente
prevalecer, tendo em vista que a convenção de
arbitragem trata-se de verdadeiro impedimento
processual, ou seja, uma vez instituída, qualquer
pendência contratual deve ser dirimida primeiramente
na esfera arbitral. Não incumbe ao Judiciário
pronunciar-se sobre a validade e eficácia de
convenções de arbitragem. APLICAÇÃO DO
PRINCÍPIO CONHECIDO COMO KOMPETENZ-
KOMPETENZ, POR FORÇA DO QUAL INCUMBE A
CADA ÁRBITRO (OU TRIBUNAL ARBITRAL)
PRONUNCIAR-SE ACERCA DE SUA PRÓPRIA
COMPETÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ E DESTA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 3. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS FIXADOS NA SENTENÇA EM R$
5.000,00 (CINCO MIL REAIS) QUE DEVEM SER
MANTIDOS, eis que de acordo com a regra contida no
art. 20, § 4º, do CPC. Considerando que o feito foi extinto
sem julgamento de mérito em virtude da cláusula de
arbitragem pactuada entre as partes e que a causa não
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representa maior complexidade, entendo que o valor dos
honorários encontra-se adequado e bem fixado, não se
justificando sua majoração. 4. AUSÊNCIA DE
QUAISQUER DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO
ARTIGO 17 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, A
JUSTIFICAR A APLICAÇÃO DA PENA POR LITIGÂNCIA
DE MÁ-FÉ À PARTE AUTORA (APELANTE 2). 5.
SENTENÇA MANTIDA. NEGATIVA DE PROVIMENTO
ÀS APELAÇÕES.
2. O Novo Código de Processo Civil nas relações internacionais.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL.
3. Imunidade da Jurisdição. Um Estado soberano não pode processar
outro Estado igualmente soberano, sem o consentimento deste. Atos de
império são protegidos e não podem ser julgados por outro País. Atos de
gestão podem. Teoria da imunidade relativa.
4. Três regras: a) Primeira regra: A grande novidade é a inclusão de um
relevante permissivo: agora, é inconteste a possibilidade de as partes
afastarem a competência da Justiça Brasileira por meio da eleição de
foro estrangeiro exclusivo em seus contratos. V. Art. 25; b) Segunda
regra: Dentre as novidades relevantes, destaca-se que a sentença
estrangeira de divórcio consensual passará a produzir efeitos no Brasil
independentemente de sua homologação. V. Art. 961,§ 5º, NCPC; c)
Terceira regra: Novas regras de competência concorrente da justiça
brasileira, nos casos de alimentos e consumidor.
5. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL CONCORRENTE ou CUMULATIVA.
Art. 21, NCPC. Causas que também podem ser julgadas no estrangeiro.
6. Sentença estrangeira deverá ser homologada pelo STJ. Observância de
requisitos legais. V. Art., 963, NCPC.
7. Art. 22, NCPC. Outras hipóteses de competência internacional
concorrente ou cumulativa.
8. Definição de conflitos transfronteiriços. Conflitos transfronteiriços é o
termo preferencialmente utilizado na doutrina internacional. Cite-se a
título de exemplo: HILL, Jonathan. Cross-border Consumer Contracts.
Oxford: Oxford University Press, 2008.
9. Alimentos no Plano Internacional Ratificação pelo Brasil dos
termos da Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar.
10. V. Convenção de Nova York de 1956 (promulgada pelo Decreto 56.826
de 02 de setembro de 1965) e da Convenção Interamericana sobre
Obrigação Alimentar, de 1989 (promulgada pelo Decreto 2428 de 17 de
dezembro de 1997). Mais recentemente, o Brasil assinou a Convenção
da Haia sobre prestação de alimentos no exterior, de 23 de novembro de
2007 em fase de ratificação.
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11. Foros concorrentes. Melhor interesse do Alimentando.
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO. DES. JOSE
CARLOS VARANDA - Julgamento: 09/04/2008 - DECIMA
CAMARA CIVEL.
EXECUCAO DE DIVIDA DE ALIMENTOS. FUGA PARA
O EXTERIOR. PENHORA DE IMOVEL. CARTA
ROGATORIA. INEFICACIA EXECUTIVA.
DESNECESSIDADE DE INTIMACAO PESSOAL.
Agravo de Instrumento. Execução de Alimentos. Penhora
de imóvel. Réu revel citado por hora certa. Fuga posterior
para o exterior. Desnecessidade de intimação pessoal.
Réu devedor de alimentos que foge do Brasil sem
fornecer endereço e deixa vultosa dívida para trás.
Aplicação do artigo 322 do Código de Processo Civil.
Decisão do magistrado que vai de encontro às normas
que visam a acelerar o processo de execução. Remessa
de carta rogatória para os EUA que resultará em
completa ineficácia do processo executório. Legislador,
ao acrescentar o art.475-J do CPC, não previu a hipótese
de o devedor escapar para o exterior. Provimento do
recurso. Ementário: 40/2008 - N. 9 - 30/10/2008
0075125-98.2002.8.19.0001 (2003.001.19369) –
APELACAO. DES. JORGE LUIZ HABIB - Julgamento:
14/10/2003 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL.
OFERECIMENTO DE PENSAO ALIMENTICIA. MENOR
DOMICILIADO NO EXTERIOR. EXTINCAO DO
PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MERITO.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OFERECIMENTO DE
ALIMENTOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO. AÇÃO DE ALIMENTOS
PROPOSTA NO EXTERIOR PELOS MENORES, ONDE
RESIDEM AMBAS AS PARTES. MELHOR INTERESSE
EM FAVOR DA PARTE MAIS FRACA DA DEMANDA.
DESPROVIMENTO DO RECURSO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DES. LUIS FELIPE
SALOMÃO - Julgamento: 06/02/2007 – DECIMA OITAVA
CAMARA CIVEL
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AÇÃO DE SEPARAÇÃO CUMULADA COM
ALIMENTOS E ARROLAMENTO DE BENS. DECISÃO
IMPUGNADA QUE FIXA ALIMENTOS PROVISIONAIS
NO VALOR DE R$ 5.000,00 EM FAVOR DA AUTORA.
PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES
QUE SE FUNDA NO DEVER DE ASSISTÊNCIA
MÚTUA, SUBSISTINDO AINDA QUE SEPARADOS
(ARTIGO 1694, CC/02). RECORRENTE QUE RESIDE
NOS ESTADOS UNIDOS, ONDE EXERCE A
PROFISSÃO DE PEDREIRO OU MESTRE DE OBRAS.
CASAL QUE, NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO,
CONSTITUIU VASTO PATRIMÔNIO, DEMONSTRADO
O ÊXITO PROFISSIONAL E O PADRÃO DE VIDA DO
RECORRENTE. RECORRIDA QUE, POR SEU TURNO,
DEDICAVA-SE AS ATIVIDADES DOMÉSTICAS.
COMPROVAÇÃO DE DIVERSOS DEPÓSITOS
REALIZADOS NO EXTERIOR, EM FAVOR DA
RECORRIDA, EM VALORES ELEVADOS. PRESENÇA,
EM COGNIÇÃO SUMÁRIA, DA NECESSIDADE DA
PRESTAÇÃO ALIMENTAR PRETENDIDA E DA
POSSIBILIDADE DO RECORRENTE. VALOR
ARBITRADO QUE SE AFIGURA ADEQUADO AO
PADRÃO DE VIDA DAS PARTES. QUESTÃO QUE
PODERÁ SER REAPRECIADA PELO JUÍZO, EM
COGNIÇÃO EXAURIENTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
58 DESTA EGRÉGIA CORTE. RECURSO
DESPROVIDO.
12- Relações de Consumo. Facilitação dos Direitos de Defesa do Consumidor.
Propositura no domicilio do autor ( CDC art. 101, I ). APLICAÇÃO DO CDC
AOS CONFLITOS INTERNACIONAIS DE CONSUMO. Efeitos extraterritoriais
à lei nacional brasileira. Enfatiza-se o surgimento de um novo ramo do Direito,
o Direito Internacional Privado de Proteção ao Consumidor, nascido a
partir do Direito do Consumidor e do Direito Internacional Privado. Entre
outros exemplos, está o caso da “Panasonic”, leading case em matéria de
consumo internacional. Recurso Especial n. 63.981-SP, julgado em 11 de abril
de 2000, publicada no D.J. de 20.11.2000.
13- Fundamentos: a) Nos casos de competência concorrente (o do local de onde
adveio o produto e algum foro brasileiro) ocorre o que se denomina forum shopping,
cabendo ao Consumidor escolher onde quer demandar. Novidade: no seu domicílio ou
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residência; b) Globalização e acesso a diversos mercados de consumo; c)
Vulnerabilidade dos Consumidores no âmbito internacional; d)A nova regra do
artigo 22, I do NCPC independe se o prestador de serviço ou fornecedor de produto,
ou seja, se a pessoa jurídica estrangeira atua no Brasil através de filial, sucursal ou
agência.
TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE
TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. ATRASO DE
VOO. EXTRAVIO DE BAGAGENS. DEMORA DE 4
HORAS PARA RECUPERAREM AS BAGAGENS,
ENCONTRANDO-SE UMA, TOTALMENTE
DANIFICADA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
DANOS MATERIAIS E MORAIS CONFIGURADOS.
INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. NÃO APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO
DE MONTREAL. SENTENÇA QUE JULGOU
IMPROCEDENTE OS PEDIDOS QUE SE REFORMA
DIANTE DE DOCUMENTOS QUE COMPROVAM A
CONTRATAÇÃO DA APELADA. RECURSOS A QUE SE
DÁ PARCIAL PROVIMENTO. 1 - Prevalência das normas
do Código de Defesa do Consumidor, em detrimento das
disposições insertas em Convenções Internacionais,
como a Convenção de Montreal, aos casos de falha na
prestação de serviços de transporte aéreo internacional,
por verificar a existência da relação de consumo entre a
empresa aérea e o passageiro. (...) 0258533-
43.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES.
ANTONIO CARLOS BITENCOURT - Julgamento:
06/08/2014 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL
CONSUMIDOR.
14. Art. 23, NCPC. Competência Internacional Exclusiva.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira,
com exclusão de qualquer outra:
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I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no
Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à
confirmação de testamento particular e ao inventário
e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira
ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de
união estável, proceder à partilha de bens situados
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional.
15. Consequências: Eventual sentença estrangeira não poderá ser
homologada. Eventual sentença estrangeira não produz efeitos no Brasil. V.
Art. 964 e parágrafo único, NCPC.
16. Art. 23, inciso I. Tanto as AÇÕES REAIS IMOBILIÁRIAS, quanto às de
caráter OBRIGACIONAL ou PESSOAL fundadas em direito real, como o
contrato de locação. TEXTO AMPLIADÍSSIMO.
17. Art. 23, inciso III. A ação para pôr fim à sociedade conjugal, ao casamento
ou á união estável pode se dar em outro País, mas os bens situados no Brasil
devem ser partilhados exclusivamente na jurisdição brasileira. Exemplo:
Homologação de Divórcio por sentença estrangeira que determinou a partilha
de um bem imóvel situado no Brasil, ou seja, o incluiu como ativo conjugal. Só
se admite homologação, se as partes dispuserem sobre a divisão. Precedentes
do STJ.
18. Eleição da Jurisdição Nacional. Atualmente, a jurisprudência é controvertida
quanto à validade da cláusula de eleição de foro na escolha da jurisdição
brasileira. Passa a ser decorrente da convencionalidade entre as partes.
19. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL EXCLUSIVA. Art. 23 NCPC. Escolha
pelas partes da jurisdição brasileira nos contratos internacionais. Atualmente, a
jurisprudência é controvertida quanto à validade da cláusula de eleição de foro
na escolha da jurisdição brasileira.
NOVA REGRA: Passa a ser decorrente da convenção entre as partes.