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FUNDAMENTOS HIST FUNDAMENTOS HIST Ó Ó RICOS DA RICOS DA VISITA DOMICILIAR VISITA DOMICILIAR Ângela Ângela M M ª ª Pereira da Silva Pereira da Silva Assistente Social Assistente Social Esp. em Gestão do Capital Humano Esp. em Gestão do Capital Humano Mestre em Servi Mestre em Servi ç ç o o Social Social Docente Servi Docente Servi ç ç o Social o Social EAD ULBRA EAD ULBRA

Material de Visita Domiciliar

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Page 1: Material de Visita Domiciliar

FUNDAMENTOS HISTFUNDAMENTOS HISTÓÓRICOS DA RICOS DA VISITA DOMICILIARVISITA DOMICILIAR

Ângela Ângela MMªª Pereira da SilvaPereira da SilvaAssistente SocialAssistente Social

Esp. em Gestão do Capital HumanoEsp. em Gestão do Capital HumanoMestre em ServiMestre em Servi çço o SocialSocial

Docente ServiDocente Servi çço Social o Social –– EAD ULBRAEAD ULBRA

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Antes de abrirmos a porta na VISITA DOMICILIAR

Abra sua Porta...

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“É“É preciso dar ao indivpreciso dar ao indiv ííduo as duo as

armas e a coragem que lhe armas e a coragem que lhe

permitirão lutar durante toda a permitirão lutar durante toda a

sua vidasua vida ”” (Foucault, 1997).(Foucault, 1997).

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O uso de determinado instrumental é um meio

de alcançarmos uma finalidade, explicitada

através da intencionalidade teórica assumida.

(SILVA, 1995)

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VISITA DOMICILIARVISITA DOMICILIAR

Um instrumento para a coleta de dados:

�Visa buscar materialidade das relações sociais e famili ares;

�A moradia revela a forma que se estabelecem as relaçõ es afetivas

do grupo familiar, subsidio quanto as questões sociai s, econômicas

e culturais do ser social;

�Possibilita ver a residência a partir da realidade fam iliar;

�Requer postura ética, de respeito em relação ao mundo p rivado

das pessoas;

� Autores entendem que a arquitetura da casa é a arquite tura das

relações e vínculos do grupo familiar.

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Na Grécia (443 a.c) encontram -se relatos de m édicos que percorriam as cidades prestando assistência às fam ílias, de casa em casa, orientando-as quanto a melhoria do ambiente físico, a

provisão de água e os alimentos puros. Um alívio ao d esamparo e a incapacidade.

Para eles a saúde estava relacionada a ter “pensamento s sadios”.(ROSEN, 1994)

Fundamentos histFundamentos hist óóricos da visita domiciliarricos da visita domiciliar

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�A história do surgimento das visitas domiciliares permi te observar o quanto ela se confunde com o nascimento da

enfermagem em saúde pública.

� E sua relação com a história da saúde pública no mund o.

�Entre os anos de 1854 e 1856, em Londres, anteriormente ao surgimento das enfermeiras visitadoras, essa prática er a realizada por mulheres da comunidade, que recebiam um

salário do Estado para educar as fam ílias carentes, quanto aos cuidados de saúde. Elas eram chamadas de visitadoras

sanitárias e a sociedade de Epidemiologia de Londres era responsável por esse treinamento.

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Na Inglaterra, Estados Unidos e em outros países, a tra dição de

oferecer assistência m édica aos doentes pobres fez novos

sanitaristas, entre eles o nutricionista, o higienist a dental e em

maior escala as enfermeiras, se deslocassem dos hospit ais para

a comunidade, de casa em casa, elas exerciam prática s

educativas que epidemiologicamente surtiram efeito no combate

aos males que assolavam aqueles países, tais como c ólera,

peste, varíola, tifo, mortalidade infantil e outras tantas epidemias

de febres (ROSEN, 1994).

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� No ano de 1951, nos Estados Unidos, estavam em ativ idade 25.461 enfermeiras de saúde pública, 12.556 trabalhan do com visitas domiciliares junto às comunidades, visando a tender os problemas das mesmas como um todo, inclusive, a preve nção da doença mental (ROSEN, 1994).

�No Brasil, não foi muito diferente. Foi criada a Escol a Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras no Rio de Janeiro, a parti r do decreto n° 791, de 27 de setembro de 1890 no Hospital Naciona l de Alienados.

�A intencionalidade das elites intelectuais da época estavam convencidas de que para transformar o Brasil em uma naç ão, a única estratégia possível seria a melhoria das condiçõ es de saúde da população.

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Em 1918 no Brasil, Carlos Chagas e Plácido Barbosa in centivadores da criação de cursos e escolas, entre elas a Escola de Enfermeiras Visitadoras, criada com apoio da Fundação Rockefeller em 1923:

“[...] a doença advinha primeiramente da habitação, das condições de vida dentro de casa [...] a profilaxia tornava-se necess ária... tanto a correção dos

defeitos da habitação como a programação de novos h ábitos de higiene entre seus ocupantes, o que requeria a formação de profissionais voltados

para a educação e saúde [...]. esse papel seria des empenhado por enfermeiras visitadoras...” ROSEN (1994, p. 624).

Aqui percebe-se a visita domiciliar com a intencional idade do profissional para além do adoecimento, considerando a moradia, a educação e a relação com as pessoas.

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Na sua história a visita domiciliar, também expandiu suas perspectivas na prática do Serviço Social, entre outras profissões:

Em 1917, Mary Richmond precursora do Serviço Social escreveu o livro Diagnóstico Social em que o Serviço Social de Casos voltava-se ao desenvolvimento da personalidade; o Serviço Social de grupo cujo

propósito era a prática em centros sociais, hospita is e organizações para jovens; e de organização da comunidade.

Frente a clarificação do inter-relacionamento do tr atamento individual com o de grupo em meados dos anos cinqüenta os assisten tes sociais passaram a se interessar pelo diagnóstico e tratame nto da Família.

Em 1980 a grande maioria das escolas de Serviço Soc ial ensinava alguma forma de prática integrada, geral ou genérica.

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Quando um ser humano, qualquer que sejasua situação econômica, se vê a braços com uma

dificuldade ou necessidade social, devemos saber sob re ele e suas dificuldades, antes de conseguirmos resolv er

a sua situação.O problema tanto pode ser um caso de infância ou de

velhice, como de doença, de exploração ou de perda d e oportunidades, mas, em tudo o que disser respeito a

qualquer indivíduo nas suas relações com o meio socia l, não é possível considerá-lo alheio (...)

(RICHMOND, 1950)

O ServiO Servi çço Social iniciou sua pro Social iniciou sua pr áática, com a apropriatica, com a apropria çção de teoriasão de teoriasde outras ciências que proporcionassem o de outras ciências que proporcionassem o ““ conhecimento do fenômenoconhecimento do fenômeno

Social: as relaSocial: as rela çções sociais problematizadasões sociais problematizadas ”” ..

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Dessa forma, assistimos progressivamente o retorno do conceito de “médico de fam ília” que vem

a privilegiar a desespecialização da medicina, promovendo o trabalho em equipes

multidisciplinares e proporcionando uma relação mais humana entre usuários e profissionais que passam a integrar a rotina e a realidade de cada

família atendida .

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São inúmeras as possibilidades de se utilizar este ti po de cuidado nas mais diversas especialidades:

A criação do home care , e o programa de saúde da família, financiado pelo governo federal são exemplos de experiências que rev elam a VISITA

DOMICILIAR como instrumento de (re)inserção do usuário na família;

Quando bem utilizadas, as VISITAS DOMICILIARES redu zem custos hospitalares, melhoram o prognóstico dos pacientes em alguns casos;

Significa uma oportunidade preciosa de educar não s ó o paciente, mas a família, ou seja os cuidadores .

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A história da visita domiciliar é um instrumento que tem evoluído no sentido de evitar uma situação de

asilamento e de rompimento dos vínculos familiares e comunitários do usuário.

A partir dos avanços da legislação brasileira, tais como a Constituição Federal de 1988 em relação ao

atendimento aos usuários numa perspectiva de direito, contribuiu para que a visita domiciliar se ja

um instrumento voltado a PREVENÇÃO, PROMOÇÃO E PROTEÇÃO.

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A visita domiciliar como um instrumento de muitas prá ticas profissionais adequou-se as necessidades para as quai s os

serviços foram originalmente criados, então:

� Era desenvolvido com fins de assistência institucion al;�Para necessidade de renda adequada;

�Alimento numa ação de caridade;�Moradia ou assistência m édica.

Inicialmente não havia o reconhecimento por parte dos profissionais visitadores das relações psicossociais dos indivíduos .

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O termo “relações psicossociais” refere-se não somente àsrelações intrapsíquicas dos indivíduos em suas relaçõ es com asoutras pessoas, mas também às condições ou situações sociais

que contribuem para a sua infelicidade, disfunção soc ialou adoecimento (NORTHEN, 1984).

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No momento em que os profissionais utilizam a visita

domiciliar para o atendimento às pessoas com

dificuldade está vitalmente interessada

nos relacionamentos interpessoais dentro da fam ília e,

com outras pessoas significativas para elas.

A saúde pública e a psiquiatria comunitária influenci aram

outras profissões, entre elas o Serviço Social na

formulação das suas funções.

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�O SUAS é um modelo democrático, descentralizado, que tem a missão de ampliar a rede de assistência social brasileira.

�Os serviços, programas, projetos e benefícios tem como foco prioritfoco prioritáário a atenrio a atençção ão ààs fams famííliaslias, seus membros e indivíduos e o território como base de organização, que passam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pessoas que deles necessitam e pela sua complexidade.

SISTEMA SISTEMA ÚÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIALNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

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Sistema Sistema ÚÚnico da Assistência Socialnico da Assistência Social

Vínculos Familiares e Comunitários

PSB

PSE Média

PSE Alta

Ausência de Vínculos

Familiares e Comunitários

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ENTÃO...

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A visita domiciliar é um instrumento que nos possibilita conhecer

a realidade do usuário, não como instrumento fiscalizador,

policiador ou uma ameaça.Normalmente envolve quatro momentos básicos: o planejamento, a realização da visita, o registro

dos dados e a auto-avaliação .

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De acordo com Maturana:

“A vida está em constante movimento. A característica do viver é mudar o tempo todo; a vida vem por ela própria. A vida em movimento existe também lá – para que a deixem vir – com os diálogos e nas descrições e explicações mutáveis que os indivíduos trazem. Os diálogos (mutáveis) existem como parte da vida em movimento. Não é necessário criar os diálogos. Já existem, é só deixá-los vir.”

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

NORTHEN, Helen. Serviço Social Clínico: um modelo d e prática. Livraria Agir Editora, 1984.

REINALDO, A. M. S.; ROCHA, R. M. Visita domiciliar de Enfermagem em Saúde Mental: idéias para hoje e amanhã. Revista Eletrônica de Enfermagem. vol. 4, nº2, p. 36 – 41, 2002. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen

RICHMOND, Mary. O Diagnóstico Social. Lisboa-Portug al: Fundação Russel Sage, 1950.

ROSEN, G. Uma história da saúde pública. Trad. Marc os Fernandes de S. Moreira, (col.) José Rubens de Bonfim. Série Saúde e m Debate. HUCITEC; UNESP; ABRASCO. Rio de Janeiro, 1994. 400 p.

SEVERO, Ângela Aquino Fagundes. Aspectos relevantes da visita domiciliar: sentimentos relativos á interação da equ ipe de saúde da família e pacientes [on-line]. Canoas, 2006. Monografia (Especia lização em Psicologia da Saúde)-Universidade Luterana do Brasil.

SILVA, Jurema Alves Pereira. O Papel da Entrevista na Prática do Serviço Social. Em Pauta cadernos da Faculdade de Serviço Social da UERJ. nº 6. nov de 1995.