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MATERIAIS RESISTENTES À CORROSÃO E OXIDAÇÃO Alexandre Pinheiro Bernardes; Diego Henrique Lebron; Flávio Ferreira; Luiz Ricardo dos Santos; Nayara Cristhine da Silva; Thiago Librelon; Prfa. Christiane Rodrigues Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG ______________________________________________________________________ ______ 1 INTRODUÇÃO No mundo atual grande parte dos nossos utensílios, de maneira geral, são confeccionados em ligas metálicas ou possuí alguma parte metálica. Encontramos os metais nas estruturas metálicas enterradas ou submersas (oleodutos, gasodutos, adutoras, etc), nos meios de transportes como trens, carros, aviões, automóveis, bicicletas, em estruturas de solo ou aéreas como torres, linhas de transmissão, aparelhos eletrônicos, reatores, trocadores de calor, caldeiras. A corrosão é a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos. Transforma os materiais metálicos de modo que a durabilidade e desempenho dos mesmos deixam de satisfazer os fins a que se destinam. 2 MECANISMOS No estudo dos processos corrosivos devem sempre ser consideradas as variáveis dependentes do material metálico, do meio corrosivo e das condições operacionais, pois o estudo conjunto dessas variáveis permitirá indicar o material mais adequado para ser utilizado em determinados equipamentos ou

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\newcommand{\exacta}{Revista Eletr\^onica \textbf{e-xacta}, do Departamento de Ci\^encias Exatas e Tecnologia do Centro Univer

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Materiais resistentes corroso e oxidao

Alexandre Pinheiro Bernardes; Diego Henrique Lebron; Flvio Ferreira; Luiz Ricardo dos Santos; Nayara Cristhine da Silva; Thiago Librelon;

Prfa. Christiane RodriguesCentro Universitrio de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG____________________________________________________________________________1 IntroduoNo mundo atual grande parte dos nossos utenslios, de maneira geral, so confeccionados em ligas metlicas ou possu alguma parte metlica.

Encontramos os metais nas estruturas metlicas enterradas ou submersas (oleodutos, gasodutos, adutoras, etc), nos meios de transportes como trens, carros, avies, automveis, bicicletas, em estruturas de solo ou areas como torres, linhas de transmisso, aparelhos eletrnicos, reatores, trocadores de calor, caldeiras.A corroso a deteriorao de um material, geralmente metlico, por ao qumica ou eletroqumica do meio ambiente associada ou no a esforos mecnicos. Transforma os materiais metlicos de modo que a durabilidade e desempenho dos mesmos deixam de satisfazer os fins a que se destinam.2 MecanismosNo estudo dos processos corrosivos devem sempre ser consideradas as variveis dependentes do material metlico, do meio corrosivo e das condies operacionais, pois o estudo conjunto dessas variveis permitir indicar o material mais adequado para ser utilizado em determinados equipamentos ou instalaes. Entre essas variveis devem ser consideradas.

Material metlico: composio qumica, presena de impurezas, processo de obteno, tratamentos trmicos e mecnicos, estado da superfcie, forma, unio de materiais (solda, rebites etc.), contato com outros metais.

Meio corrosivo: composio qumica, concentrao, impurezas, pH, temperatura, teor de oxignio, presso, slidos suspensos.

Condies operacionais: solicitaes mecnicas, movimento relativo entre o material metlico e o meio, condies de imerso no meio (total ou parcial), meios de proteo contra a corroso, operao contnua ou intermitente.

importante o conhecimento do mecanismo de corroso para que se possa indicar a proteo no s eficiente, mas tambm de adequada relao custo benefcio.

Mecanismos da Corroso

De acordo com o meio corrosivo e o material, podem ser apresentados diferentes mecanismos, para o processo corrosivo:

Mecanismo qumico

Mecanismo eletroqumico

Mecanismo qumicoNeste mecanismo h reaes diretas entre o material metlico, ou no metlico, e o meio corrosivo, no havendo gerao de corrente eltrica ao contrrio do que acontece no mecanismo eletroqumico. Como exemplos deste mecanismo, podem ser citados os casos:

Ataque de metais, como nquel, por monxido de carbono, CO, com formao de carbonila de nquel, Ni(CO4)

Ataque de metais, como ferro, alumnio e cobre, por cloro em temperaturas elevadas, com formao dos respectivos cloretos:

Ataque de metais por solventes orgnicos, na ausncia de gua caso de magnsio reagindo com halogenetos de alquila, RX, para obteno dos reagentes de Grignard e, exemplificando com brometo de etila.

Ataque da borracha por oznio, havendo oxidao da borracha com perda de elasticidade, chegando a ficar quebradia.

Deteriorao do concreto por sulfato ataque de concreto e no da armadura de ao carbono.

Corroso de material metlico, em temperaturas elevadas, por gases ou vapores e em ausncia de umidade (tambm conhecida como corroso seca)

Corroso em solventes orgnicos isentos de gua.

Corroso de materiais no metlicos.

Oxidao seca: A oxidao ao ar seco no se constitui corroso eletroqumica porque no h eletrlito (soluo aquosa para permitir o movimento de ons.)Reao genrica da oxidao seca: METAL + OXIGNIO -> XIDO DO METAL

Mecanismo eletroqumico

Neste mecanismo h reaes qumicas que envolvem transferncia de carga ou eltrons atravs de uma interface ou eletrlito (oxidao e reduo) so os casos de corroso observados em materiais metlicos quando em presena de eletrlitos, podendo o eletrlito estar solubilizado em gua ou fundido.

Na corroso eletroqumica, os eltrons so cedidos em determinada regio e recebidos em outra, aparecendo uma pilha de corroso. Este processo eletroqumico de corroso pode ser composto de trs etapas principais:

Processo andico: passagem de ons para a soluo.

Deslocamento dos eltrons e ons: transferncia dos eltrons das regies andicas para as catdicas pelo circuito metlico e difuso de nions e ctions na soluo.

Processo catdico: recepo de eltrons, na rea catdica, pelos ons ou molculas existentes na soluo.

Alguns exemplos de corroso por este mecanismo so:

Corroso em gua ou solues aquosas.

Corroso atmosfrica.

Corroso no solo

Corroso em sais fundidos.

Uma pea de cobre e outra de ferro em contato com gua salgada (O ferro tem maior tendncia de se oxidar que o cobre, ento o ferro sofrer corroso intensa.)3 Fatores que influenciam

3.1 Fatores que influenciam

Os materiais metlicos podem ter resistncia prpria corroso ou t-la ampliada pela utilizao dos mtodos ou tcnicas de proteo anticorrosiva.

Devido tecnologia hoje existente possvel a utilizao dos materiais em praticamente todos os meios corrosivos. Algumas dessas tecnologias que influenciam so.

3.1.1 Resistencia prpria do material corroso

Os materiais metlicos podem possuir resistncia prpria a determinados meios corrosivos. Esta resistncia est associada passivao do material no meio corrosivo considerado, o qual funo da composio qumica do material. Dentre os elementos de liga podemos citar: alumnio, cromo, titnio, nquel, molibdnio, entre outros.

3.1.2 Revestimentos

Os revestimentos constituem-se em pelculas fixadas entre o metal e o meio corrosivo, aumentando a resistncia corroso do material metlico. Os revestimentos podem ser: metlicos, no metlicos inorgnicos ou orgnicos e a sua utilizao pode ser no aumento da resistncia corroso atmosfrica, na imerso e na corroso pelo solo.

Os revestimentos metlicos consistem na interposio de uma pelcula metlica entre o meio corrosivo e o metal que se quer proteger, os processos mais comuns so:

Cladizao: que so chapas de um metal ou ligas, resistentes a corroso, que revestem e protegem outro metal com funo estrutural;

Reposio por imerso a quente: nesse processo obtemos superfcies zincadas (galvanizadas) e estanhadas;

Metalizao: um processo de fundio que consiste em revestir o metal desejado com zinco, alumnio, chumbo, estanho, cobre entre outras ligas.

Eletrodeposio: consiste na deposio de metais que se encontram na forma inica em um banho, comum revestir-se o metal com cromo, nquel, ouro, prata, estanho e, principalmente cdmio por ser um metal muito txico.

Deposio qumica: Nesse processo mais comum revestir-se com cobre e nquel, o qual acontece atravs de uma reduo qumica.

Os revestimentos no metlicos inorgnicos consiste na interposio de uma pelcula entre os meios, aos quais como mecanismos de proteo desse processo podemos citar:

Anodizao: consistem em deixar mais espessa a camada protetora passivante existente em alguns metais, o mais comum o alumnio;

Cromatizao: consiste na reao da superfcie metlica com solues ligeiramente cidas contendo cromatos. A qual forma uma camada de cromatos passivante;

Fosfatizao: a camada de fosfatos inibe processos corrosivos e constitui-se, quando aplicada em camada fina e uniforme, em uma excelente base para pintura, empregada usualmente na indstria automobilstica;

Revestimento com argamassa de cimento: consiste na colocao de uma camada de argamassa de cimento, com espessura da ordem de 3 a 6 mm, sobre a superfcie metlica. Este revestimento muito empregado na parte interna de tubulaes e, aplicado normalmente por centrifugao;

Revestimento com vidro: Consiste em uma camada aplicada em forma de esmalte que fundida em fornos apropriados, mais utilizada na indstria qumica;

Revestimento com esmalte vtreo: idem ao revestimento com vidro porem o esmalte formado por vidro + cargas + pigmentos, usados geralmente em utenslios domsticos tipo, foges, mquinas de lavar, geladeiras etc.;

Revestimento com material cermico: consiste na aplicao de uma camada de material cermico, geralmente silicoso, de alta resistncia a cidos, utilizado principalmente para revestimentos de pisos e canais de efluentes.

O revestimento orgnico consiste na aplicao de uma camada orgnica entre a superfcie metlica e o meio corrosivo, alguns dos principais revestimentos orgnicos so:

Pintura industrial: aplicada no controle de corroso de estruturas areas, enterradas e submersas;

Revestimento com borrachas: o recobrimento da superfcie com uma camada de borracha feita utilizando o processo de vulcanizao, mais usado em indstrias qumicas em equipamentos e tubulaes cujo meio so muito corrosivos;

Revestimento para tubulaes enterradas ou submersas: essas tubulaes tipo gasodutos, oleodutos, adutoras, etc. geralmente so protegidas por revestimentos de alta espessura, formando uma barreira entre o metal e o meio corrosivo, como a eficincia desse mtodo no 100% perfeita, nos leva a necessidade de complementao com o uso de proteo catdica.

3.1.3 Inibidores de corroso

Os inibidores so compostos qumicos adicionados ao meio que promovem a polarizao andica ou catdica, ou so formadores de pelculas que aumentam a resistncia, esse mtodo mais usado quando o meio corrosivo lquido e trabalha em circuito fechado.

A proteo andica consiste na aplicao de uma corrente andica que favorece a passivao do material dando-lhe resistncia a corroso. Esse mtodo pode ser usado em metais e ligas formadoras de pelculas protetoras, como o titnio, o cromo, ligas de ferro-cromo e ligas de ferro-cromo-nquel.

Exemplo: hidrxidos, carbonatos, fosfatos, silicatos, boratos de metais alcalinos, nitrito de sdio e cromatos de potssio e sdio.

A proteo catdica um mtodo que consiste em proteger a estrutura em catodo de uma clula eletroqumica ou eletroltica, obtendo um alto grau de polarizao catdica. Esse mtodo empregado para estruturas enterradas ou submersas, no pode ser usada em estruturas areas devido a necessidade de um eletrlito contnuo, ausente na atmosfera.

Exemplo: sulfatos de zinco, magnsio ou nquel.

Inibidores por absoro so compostos que tem propriedade de formar pelculas por adsoro superfcie metlica, criando uma pelcula protetora sobre as reas andicas e catdicas.

Exemplo: sabes de metais pesados, aminas, uria, etc.

Sequestradores de oxignio so compostos que reagem com o oxignio promovendo a desaerao do meio.

Exemplo: Sulfato de sdio ( Na2SO3 + 1/2 O2 Na2SO4 ) Hidrazina ( N2H4 + O2 N2 + 2H2O ).

Algumas das aplicaes desses inibidores so: destilao de petrleo, tratamento de gua (caldeira, refrigerao), limpeza qumica, sistemas de gasodutos e oleodutos, entre outros.

3.1.4 Influncia de elementos de liga

As adies de elementos de liga melhoraram a resistncia oxidao nos aos, entre esses elementos podemos citar o cromo, nquel, molibdnio, silcio e o alumnio, sendo o cromo e o nquel os elementos de mais importncia.

Adio de Cr nos aos aumenta a resistncia de acordo com a tabela abaixo.

% CROMOTEMPERATURA MXIMA (oC)

0, 75 - 1540

2 - 3600

4 - 6650

7 - 9700

13750

17850

211.000

251.100

Adio de Ni nos aos aumenta resistncia a oxidao em atmosferas oxidantes e isentas de gases de enxofre, em atmosferas no oxidantes contendo gases de enxofres a pouca resistncia das ligas nquel dada pela formao de um euttico Ni3s2-Ni.

Ligas contendo alto teor de Ni e Cr resistem cinzas contendo vandio e sulfato de sdio, sendo as principais 50Cr e 50Ni e a 60Cr e 40Ni, verifica-se que a grande utilizao das ligas Fe-Cr, Fe-Cr-Ni e Ni-Cr na construo de equipamentos que trabalham a alta temperatura como: Tubos de fornos e tubos de caldeiras, queimadores, reatores, equipamentos de processo na indstria petroqumica, qumica e de petrleo, ps de turbinas, vlvulas de motores a combusto interna, entre outros.

3 aplicao

4 A tecnologia busca constantemente inovaes que apresentem mtodos mais eficazes para inibir e combater a corroso/oxidao. As tcnicas mais usadas, como j citado, so os revestimentos, inibidores e combinaes de elementos em ligas.

5 Os aos inoxidveis so exemplos desse tipo de liga que apresenta caractersticas mais resistentes corroso.

6 O ao inoxidvel uma liga de ferro e crmio, podendo conter tambm nquel, molibdnio e outros elementos, que apresenta propriedades fsico-qumicas superiores aos aos comuns, sendo a alta resistncia oxidao atmosfrica a sua principal caracterstica. As principais famlias de aos inoxidveis, classificados segundo a sua microestrutura, so: ferrticos, austenticos, martensticos, endurecveis por precipitao e Duplex.

7 Ao inoxidvel Martenstico

8 Classes:

9 Baixo carbono (turbina)

10 Mdio carbono (cutelaria)

11 Alto carbono (resistente ao desgaste)

12 Caractersticas:

13 Ferro magntico

14 Facilmente trabalhveis

15 Resistentes corroso

4 Vantagens e desvantagens