8
Mecanismos de Ação dos Anbacterianos e Mecanismos de Resistência Microbiologia I Profa Crisna 1‐ Anmicrobianos São substâncias químicas específicas, derivados de organismos vivos ou produzidos por eles, bem como seus análogos estruturais obdos por síntese, capazes de inibir processos vitais de outros organismos, mesmo em pequenas concentrações. (Korolkovas) 2‐ Classificação Quanto a origem: NATURAIS Penicillium – Penicilinas Streptomyces – Estreptomicinas Cephalosporium – Cefalosporina SEMI‐SINTÉTICOS Penicilinas e Cefalosporinas semi‐sintécas SINTÉTICOS Cloranfenicol Quanto ao espectro de ação 2‐ Classificação

Mecanismos de Ação Antimicrobianos

  • Upload
    lekhue

  • View
    241

  • Download
    6

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

Mecanismos de Ação dos An�bacterianos e Mecanismos de Resistência

Microbiologia I

Profa Cris�na

1‐ An�microbianos

• São substâncias químicas específicas, derivados de organismos vivos ou produzidos por eles, bem como seus análogos estruturais ob�dos por síntese, capazes de inibir processos vitais de outros organismos, mesmo em pequenas concentrações.

(Korolkovas)

2‐ Classificação

• Quanto a origem:– NATURAIS

• Penicillium – Penicilinas

• Streptomyces – Estreptomicinas

• Cephalosporium – Cefalosporina

– SEMI‐SINTÉTICOS• Penicilinas e Cefalosporinas semi‐sinté�cas

– SINTÉTICOS• Cloranfenicol

• Quanto ao espectro de ação

2‐ Classificação

Page 2: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

3‐ Propriedades

• Toxicidade sele�va é uma das caracterís�cas

dos an�microbianos

• Os an�bió�cos com aplicações terapêu�cas devem ter toxicidade sele�va. Devem ser tóxicos para o agente causador da doença – mas não para o ser humano ou animal – por atuarem em etapas do metabolismo do microrganismo e não do indivíduo infectado.

4‐ Alguns grupos de an�microbianos

4.1‐Grupo dos ß‐lactâmicos

• Conceito e classificação

Possuem em comum no seu núcleo estrutural o anel ß‐lactâmico, o qual confere a�vidade bactericida.

Conforme a caracterís�ca da cadeia lateral definem‐se seu espectro de ação e suas propriedades farmacológicas.

ß‐lactâmicos

Pertencem a este

grupo:

• penicilinas

• cefalosporinas

• carbapenens

• monobactans

• Penicilinas– Descobertas em 1928, por Fleming, permanecem até

hoje como uma excelente classe de an�microbianos. São divididas em:

– penicilinas naturais ou benzilpenicilinas;

– aminopenicilinas;

– penicilinas resistentes às penicilinases;

– penicilinas de amplo espectro, as quais foram desenvolvidas na tenta�va de evitar a aquisição de resistência das bactérias.

Exemplo

Page 3: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

Cultura de Alexander Fleming (foto original)

Fonte: B‐Lactam An�bio�cs. The background to their use as therapeu�c agents by Prof. M. H. Richmond.Department of Bacteriology ‐ University of Bristol, University Walk. Bristol, England.

• 4.2‐ Quinolonas

• As primeiras quinolonas foram u�lizadas no início dos anos 60, com a introdução do ácido nalidíxico na prá�ca clínica.

• No início dos anos 80, com o acréscimo de um átomo de flúor na posição 6 do anel quinolônico, surgiram as fluorquinolonas (principal representante: ciprofloxacina), com aumento do espectro, para os bacilos gram‐nega�vos e boa a�vidade contra alguns cocos gram‐posi�vos, porém, pouca ou nenhuma ação sobre Streptococcus spp.,Enterococus spp. e anaeróbios.

4.3‐ Aminoglicosídeos

• A estreptomicina foi o primeiro aminoglicosídeo ob�do a par�r do fungo Streptomyces griseus em 1944. As principais drogas u�lizadas atualmente em nosso meio, além da estreptomicina, são: gentamicina, tobramicina, amicacina, ne�lmicina, paramomicina e espec�nomicina.

4.4‐ Tetraciclinas

• An�microbianos primariamente bacteriostá�cos, quando em concentrações terapêu�cas.

• Apresentam amplo espectro de ação, incluindo bactérias gram‐posi�vas, gram‐nega�vas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários.

5‐ Mecanismos de ação de an�bió�cos sobre bactérias

Page 4: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

5‐ Mecanismos de ação de an�bió�cos sobre bactérias

A‐

Inibição da duplicação do cromossomo bacteriano (o impede a reprodução do microrganismo) ou da transcrição do DNA em RNA mensageiro (fonte de informação para a síntese protéica). Ex.: quinolonas (norfloxacino, ciprofloxacino).

• B

• Há an�bió�cos que imitam substâncias usadas pela célula bacteriana (metabólitos) e se ligam a enzimas, inibindo‐as.

• Ex.: trimetoprina e sulfas (inibem a produção de ácido fólico, essencial ao crescimento bacteriano; o ser humano não produz ácido fólico, o obtém da alimentação).

• C

• Há an�bió�cos que modificam a permeabilidade da membrana plasmá�ca da bactéria, fazendo com que metabólitos importantes sejam perdidos através dela. Ex.: polimixina B, daptomicina.

• D

• Há an�bió�cos que atuam inibindo a síntese de proteínas bacterianas. Como existe uma diferença estrutural entre os ribossomos de bactérias e os de humanos/animais, esses medicamentos não afetam a produção protéica humana/animal. Ex.: cloranfenicol, eritromicina, azitromicina, neomicina, tetraciclinas, gentamicina.

Page 5: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

• E

• Há an�bió�cos que impedem a formação completa do pep�doglicano.

• A parede celular é uma estrutura rela�vamente rígida, formada pela substância pep�doglicano, que envolve a membrana plasmá�ca de bactérias

• Isso acarreta a lise da célula bacteriana. Ex.: penicilina, amoxicilina, ampicilina, cefalosporinas, vancomicina, bacitracina.

Resumindo

5.1‐Mecanismo de ação dos ß‐lactâmicos

Interferem com a síntese do pep�deoglicano (responsável pela integridade da parede bacteriana).

• Para que isto ocorra:

• 1. devem penetrar na bactéria através das porinas presentes na membrana externa da parede celular bacteriana;

2. não devem ser destruídos pelas ß‐lactamases produzidas pelas bactérias;

3. devem ligar‐se e inibir as proteínas ligadoras de penicilina (PLP) responsáveis pelo passo final da síntese da parede bacteriana.

Page 6: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

• 2.2. Mecanismo de ação

• Inibem a a�vidade da DNA girase ou topoisomerase II, enzima essencial à sobrevivência bacteriana.

• Resultado:

• A DNA girase torna a molécula de DNA compacta e biologicamente a�va.

• Ao inibir essa enzima, a molécula de DNA passa a ocupar grande espaço no interior da bactéria e suas extremidades livres determinam síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias.

• Também inibem,in vitro, a topoisomerase IV, porém não é conhecido se este fato contribui para a ação an�bacteriana.

5.2‐Mecanismo de ação das Quinolonas

• Ligam‐se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas.

• Para atuar, o aminoglicosídeo deve primeiramente ligar‐se à superScie da célula bacteriana e posteriormente deve ser transportado através da parede por um processo dependente de energia oxida�va.

5.3‐Mecanismo de ação dos

Aminoglicosídeos

• As tetraciclinas entram na célula por difusão, em um processo dependente de gasto de energia. Ligam‐se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do RNA transportador, impedindo a síntese protéica.

5.4‐Mecanismo de ação dos Tetraciclinas

• O cloranfenicol se liga à subunidade 50S do ribossomo, inibindo a síntese protéica da bactéria, tendo, assim, ação bacteriostá�ca. Porém, pode ser bactericida contra algumas espécies como S. pneumoniae, H.

influenzae e N. meningi�dis, através de mecanismo não bem elucidado.

5.5‐Mecanismo de ação do Cloranfenicol

Page 7: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

6‐ Mecanismos de Resistência

6.1‐ Mecanismos de Resistência aos ß‐

lactâmicos

São descritas três formas principais :

• A. Produção de ß–lactamases: é o meio mais eficiente e comum das bactérias se tornarem resistentes aos an�microbianos ß–lactâmicos;

B. Modificações estruturais das proteínas ligadoras de penicilina (PLP) codificadas pelo gene mecA;

C. Diminuição da permeabilidade bacteriana ao an�microbiano através de mutações e modificações nas porinas, proteínas que permitem a entrada de nutrientes e outros elementos para o interior da célula.

Mecanismo de

• Alteração na enzima DNA girase, que passa a não sofrer ação do an�microbiano.

• Pode ocorrer por mutação cromossômica nos genes que são responsáveis pelas enzimas alvo (DNA girase e topoisomerase IV) ou por alteração da permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana (porinas).

• É possível a existência de um mecanismo que aumente a re�rada da droga do interior da célula (bomba de efluxo).

6.2‐ Mecanismos de Resistência a Quinolonas

• São:– alteração dos sí�os de ligação no ribossomo;

– alteração na permeabilidade;

– modificação enzimá�ca da droga.

• Os genes que conferem resistência podem estar associados a plasmídeos conjuga�vos e não conjuga�vos e em transposons, e parecem ser cons�tu�vos, não sendo induzidos pela presença do an�microbiano.

6.3‐ Mecanismos de Resistência a Aminoglicosídeos

• O principal mecanismo de resistência microbiana é por diminuição do acúmulo da droga no interior da célula.

• A resistência pode ser cromossômica ou, mais frequentemente, mediada por plasmídeos ou transposons.

6.4‐ Mecanismos de Resistência a Tetraciclinas

Page 8: Mecanismos de Ação Antimicrobianos

• A resistência pode ser adquirida através de plamídeos ou alterações de permeabilidade à droga.

• Mais frequentemente, a resistência é determinada pela produção de uma enzima, ace�ltransferase ou nitrorredutase, que ina�va o composto.

6.5‐ Mecanismos de Resistência ao Cloranfenicol

Como a resistência se espalha?

Fontes

• Trabulsi, L R., Alterthum, F. Microbiologia 4 ed.Atheneu, 2005

• Imagens:

• hUp://resistenciabacteriana.webnode.com.pt/news/resist%C3%AAncia%20bacteriana/

• hUp://www.slideshare.net/Love_Pharmacy/an�bi�cos‐mecanismo‐de‐ao

• hUp://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/m