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Cada vez percebo mais que em criança tudo era sonhado, sem pensar em terceiros, sim estou a escrever isto a pensar e a tocar neste assunto pois sou um rapaz que olha para o futuro, e so toco neste assunto porque lembrei-me do futuro, pensar que tipo de pai queria ser, se iria desiludir o meu filho, se ia deixar do nada de jogar a bola com ele, ou estaria anos afastado por uma doença, ou seria daqueles pais que levaria o filho a acampar, ensinar a pescar, coloca-lo numa equipa de um desporto qualquer e ir assistir a todos os seus treinos e jogos, treinar com ele, fazer corridas e ajudá-lo com o seu crescimento. Todo o homem quer ser o melhor pai para o seu filho e desde pequenos que comparamos os nossos pais ao que iremos ser, criticamos as suas atitudes os seus feitios e as suas manias, queremos todos ser os pais fixes, os pais presentes, os pais perfeitos. Por exemplo comigo, e verdade há famílias com mais problemas, mais crianças com infâncias muito mais estragadas do que a minha, mas também não posso dizer que é fácil, e lembrar isto bem tou a mexer nesta ferida, mas já não volto atras. Quando procuro lembranças do passado, vou buscar memorias tão longínquas, onde vejo o meu pai a jogar ténis no jamor, todas as manhas de sábado, ou o meu pai a fazer-me voar nos seus braços, mas depois e como se o tempo tivesse parado, os meus pais desapareceram lembro-me que quem cuidava de mim era a minha prima, ou então algum funcionário, os meus pais tinham-se ausentado, a minha mae raramente chegava a casa a horas, o meu pai nunca o via. Sei que não fui o único a sofrer com isto, sim a minha irmã sofreu ainda bastante, não so tinha os seus pais longe como ainda sofria de violência pela minha prima. Hoje nós nos perguntamos porque somos tao distantes da nossa família, tao fáceis de os desrespeitar, sentimos uma barreira entre nos dois e eles, pois e verdade a minha irmã esteve sempre la desde pequeno, quase tudo o que aprendi, lembro-me de ser ela a ensinar-me a andar de bicicleta, de jogar futebol comigo, ajudar-me quando sofria de bullying ou quando tinha ataques de ansiedade foi sempre ela que se pos ao lado, ya ligações de irmaos são fortes, mas ela não so protegeu como ensinou um irmão, foi mais que irmã, eu não sei o que ela sente, mas sei que ela teve que aprender muito do que ela sabe sozinha, por isso e que fez tantos erros em tao poucos anos de vida, e eu apanho sempre as aprendizagens dela por tras.

Medo de Fazer Os Erros Dos Nossos Pais

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Page 1: Medo de Fazer Os Erros Dos Nossos Pais

Cada vez percebo mais que em criança tudo era sonhado, sem pensar em terceiros, sim estou a escrever isto a pensar e a tocar neste assunto pois sou um rapaz que olha para o futuro, e so toco neste assunto porque lembrei-me do futuro, pensar que tipo de pai queria ser, se iria desiludir o meu filho, se ia deixar do nada de jogar a bola com ele, ou estaria anos afastado por uma doença, ou seria daqueles pais que levaria o filho a acampar, ensinar a pescar, coloca-lo numa equipa de um desporto qualquer e ir assistir a todos os seus treinos e jogos, treinar com ele, fazer corridas e ajudá-lo com o seu crescimento.

Todo o homem quer ser o melhor pai para o seu filho e desde pequenos que comparamos os nossos pais ao que iremos ser, criticamos as suas atitudes os seus feitios e as suas manias, queremos todos ser os pais fixes, os pais presentes, os pais perfeitos.

Por exemplo comigo, e verdade há famílias com mais problemas, mais crianças com infâncias muito mais estragadas do que a minha, mas também não posso dizer que é fácil, e lembrar isto bem tou a mexer nesta ferida, mas já não volto atras. Quando procuro lembranças do passado, vou buscar memorias tão longínquas, onde vejo o meu pai a jogar ténis no jamor, todas as manhas de sábado, ou o meu pai a fazer-me voar nos seus braços, mas depois e como se o tempo tivesse parado, os meus pais desapareceram lembro-me que quem cuidava de mim era a minha prima, ou então algum funcionário, os meus pais tinham-se ausentado, a minha mae raramente chegava a casa a horas, o meu pai nunca o via. Sei que não fui o único a sofrer com isto, sim a minha irmã sofreu ainda bastante, não so tinha os seus pais longe como ainda sofria de violência pela minha prima. Hoje nós nos perguntamos porque somos tao distantes da nossa família, tao fáceis de os desrespeitar, sentimos uma barreira entre nos dois e eles, pois e verdade a minha irmã esteve sempre la desde pequeno, quase tudo o que aprendi, lembro-me de ser ela a ensinar-me a andar de bicicleta, de jogar futebol comigo, ajudar-me quando sofria de bullying ou quando tinha ataques de ansiedade foi sempre ela que se pos ao lado, ya ligações de irmaos são fortes, mas ela não so protegeu como ensinou um irmão, foi mais que irmã, eu não sei o que ela sente, mas sei que ela teve que aprender muito do que ela sabe sozinha, por isso e que fez tantos erros em tao poucos anos de vida, e eu apanho sempre as aprendizagens dela por tras.

Bem mas posso dizer que teria sido diferente? Teria sido diferente se os meus pais estariam presentes mais na nossa vida? Não sei

Mas estou a dizer tanto, mas parece muito a toa não é? Sim e verdade, parece, quando eu penso nesta minha infância, ya eu digo bem rápido, vou ser um pai presente, vou ser um pai activo e sempre la ao lado do meu filho. Mas isto não posso prometer a mim mesmo, e se não posso fazer uma promessa destas, então tenho medo pois sei que há a hipótese de ele passar por coisas como eu passei, não quero, não pode haver, so que e se eu morrer? E se eu ficar doente que me faz ficar ausente tanto tempo?

Uma vez numa discussão com o meu pai, perguntei-lhe apos ele me ter atacado em tantas feridas, “pai porque não estiveste presente na minha infância? Porque não jogas-te a bola comigo? Como e que ainda es capaz de dizer que tu é que es o homem da família que traz dinheiro para casa quando não pudeste proteger o teu filho que ate medo tinha de sair da visão da professora? Como queres que te chame pai, quando não foste tu que me ensinaste o que é a vida?” foi mais ou menos isto, mas também sei que acabei por ter daqueles ataques de pânico, mas o meu pai também chorou, reparei nas lagrimas a saírem por tras dos óculos escuros, não entendi o porque daquelas lagrimas, por isso e que a raiva consumi-o me nessa noite e voltei a passar mais uma noite de mãos em sangue.

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Hoje entendo as lagrimas, não foi culpa dele, foi o tempo, foi o destino, mas não foi ele, percebo que ele queria que tudo fosse diferente, que não pode evitar o inevitável. Mas também me traz o medo, e se eu também não for capaz de evitar o inevitável?

Crescemos há imagem dos nossos pais criticamo-los e queremos ser diferentes ao errado deles, mas quando os julgamos dissemos que nunca faremos o que eles fizeram, quando somos as crianças sonhadoras, nunca pensamos que a vida não e feita so pelas nossas vontades, sim nos temos vontades mas elas não fazem com que tudo seja feito a sua imagem, pois não existem so elas, percebemos isto e nos questionamos, então não é possível sonharmos, pois é verdade, mas um sonho não é um objetivo, é simplesmente uma historia, tu não queres alcançar a historia tu queres ouvi-la e ao ouvi-la encantares-te com ela e tentares capturar um bocado o encanto dela para adicionares a tua vida, e este bocado de encanto e que é um objetivo.

Então não critiques pelo que os teus pais fizeram ou não conseguiram fazer, vê o porque de o terem feito ou de não terem o conseguido fazer, e julga então esse porquê. Se o queres seguir, ou tentar evita-lo.

Não podes impossibilitar uma doença de acontecer, mas podes fazer com que os afetados por ela não sejam tao afetados, se queres evitar o porquê, então promete-te a ti mesmo que vais diminui-lo, mas não te esqueças do teu objetivo, elimina-lo. O medo não desaparecerá mas ao menos não te ira prender.