Ano IX n. 28 Junho / Julho 2013

revista

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do

Sustentabilidade combina com

Geração de Renda

Design social: uma realidade

possível

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Sustentabilidade na prática

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Nosso grande desafio: consumir de forma consciente sem prejudicar o futuro da natureza

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editorial

Você sabia que junho é considerado o mês do

meio ambiente? Para comemorar, o Consulado da

Mulher dedicou a 28ª edição de sua revista para o

tema, como foco no desenvolvimento sustentável.

Mas... o que isso quer dizer?

O conceito de desenvolvimento sustentável foi adotado para

guiar as ações de preservação do meio ambiente e de consumo de

matéria-prima por parte da sociedade.

É preciso entender que, até a década de 1960, era muito comum

compreender “desenvolvimento” apenas como “crescimento

econômico” de um país, de maneira que o que importava era o

lucro a qualquer custo, independente da desigualdade entre as

camadas sociais ou o consumo da natureza sem planejamento.

Somente com o Relatório “Nosso Futuro Comum” (Our

Common Future) que se passou a definir o desenvolvimento

sustentado como “aquele que satisfaz as necessidades do

presente sem comprometer a possibilidade das gerações

futuras satisfazerem as suas”.

Esse é o nosso grande desafio: consumir de forma

consciente sem prejudicar o futuro da natureza e das

nossas famílias. Por isso, nesta edição mostraremos

algumas práticas sustentáveis que podem ser

incluídas na rotina dos empreendimentos e tornar você,

empreendedora, mais consciente do futuro que deseja

construir para as próximas gerações.

Você + Por Julia Asche – Educadora Social e Designer

Consumir de forma

consciente sem

prejudicar o futuro

da natureza e das

nossas famílias

Sustentável

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Inspire-se

A mulher árvore

Wangari Maathai (1940) é uma doutora em biologia nascida

no Quênia, ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 2004 por sua

contribuição para o desenvolvimento sustentável.

Conhecida por seu ativismo político na defesa dos direitos humanos e

do meio ambiente, ela fundou o Cinturão Verde, movimento que, com a

ajuda de comunidades, plantou mais de 45 milhões de árvores no país.

Além de proteger a biodiversidade e combater a desertificação, a

ação contribuiu para melhorar a qualidade de vida das comunidades

locais, criando empregos e promovendo o papel da mulher na

sociedade.

No Quênia, as mulheres são as maiores vítimas da

degradação ambiental, já que são elas que andam horas

procurando por água, que vão atrás de lenha para acender

fogueiras e que provém alimento para suas famílias.”

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Sustentabilidade

Por Rosângela Canônica, Educadora Social do Consulado da Mulher

combina com Geração

história de felicidade

Cleide encontrou na paixão

pelo artezanato uma forma

de evoluir como pessoa

e profissional.

A paixão entre Cleide Barbosa e o artesanato

começou quando ela, ainda menina, observava por

horas sua avó e mãe bordarem peças em diferentes

técnicas, na cidade de Irecê, na Bahia.

“Aos 12 anos, vi minha mãe ensinar meu irmão a bordar um quadro em

ponto cruz como trabalho escolar. Daí em diante, algo despertou em mim o

desejo de produzir e, de tanto observar, aprendi rapidamente. Comecei e não

parei nunca mais”, conta.

Na adolescência, frequentou seu primeiro curso de corte e costura, o

que lhe deu base para, nos anos seguintes, produzir seu primeiro enxoval,

bordado em ponto cruz, com o qual acolheu

seu primogênito. O resultado foi tão positivo

que diversas encomendas surgiram,

garantindo muitos anos de trabalho frente à

produção de enxovais para bebês.

Ao se mudar para Joinville em 1999, teve

que repensar seu trabalho por não

encontrar na cidade catarinense o

mesmo interesse pelos produtos

que oferecia. Para se adaptar

a este novo cenário, passou

de Renda

Hoje me sinto vitoriosa

$

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a produzir peças de vestuário. Contudo, sua paixão pelo artesanato e as

técnicas que aprendera na infância continuavam presentes.

Mesclando moda e artesanato, começou então a customizar peças em

jeans, transformando-as em bolsas. Iniciativas sustentáveis como esta

aumentam o ciclo de vida do tecido, dando-lhe outra função antes de seu

descarte direto. Ao adquirir o produto, a consumidora sabe que tem em

mãos uma peça única, produzida artesanalmente com cuidado e respeito ao

meio ambiente.

A aceitação do produto foi tão positiva que ela despertou não só a atenção

dos que já conheciam seu trabalho, como também atraiu novas clientes.

Produtos confeccionados com

reaproveitamento de materiais.

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Apesar da boa fase, Cleide não se acomodou e, como boa empreen-

dedora, buscou novas formas de inovar seu trabalho e manter a clientela.

Em 2010, buscou a assessoria do Consulado da Mulher e iniciou um

processo de crescente melhoria da qualidade de seus produtos. Passou a

frequentar o Curso de Extensão Universitária DESOL (que você conhecerá

mais nesta edição).

O conhecimento adquirido em quatro anos de aprendizagem no projeto

instigou seu processo criativo e despertou-lhe para novas possibilidades.

“No começo, me sentia um pouco confusa com o volume de

informações, mas com o tempo

percebi que História da Arte tem

tudo a ver com o meu trabalho. Ao

fazer uma pesquisa de releitura de

alguns artistas, descobri um novo

mundo, minha mente se abriu e pude

aproveitar cada momento como

inspiração para novas ideias”, explica.

Com o incentivo do Consulado,

procurou mais capacitações para

continuar se aperfeiçoando. No ano de 2012 ingressou no Projeto Joinville

Autêntico de Artesanato, fomentado pelo SEBRAE-SC, onde seus produtos

foram selecionados para a mostra de artesanato catarinense “Aroma,

Sabor e Arte”. Seu trabalho recebeu críticas positivas, o que fez com que

Cleide aumentasse não só suas vendas, como também sua autoestima.

“Hoje me sinto totalmente vitoriosa. Encontrei apoio certo, na hora certa,

como o Consulado da Mulher e o projeto DESOL, da UNIVILLE. Agradeço

imensamente essa oportunidade e pretendo cada vez mais desenvolver

meus próprios produtos, minha própria identidade”, comemora.

“Cleide é uma artesã que comprova a

importância das parcerias e de estar

permanentemente se aprimorando.

Ela é um exemplo, dentre as

tantas mulheres que a cercam,

de muitas vitórias geradas pelas

suas próprias conquistas.” Prof. Dra. Rita Inês Petrykowski Peixe,

coordenadora do projeto DESOL – UNIVILLE).

Inovar para crescer

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Compartilheconhecimentos e

incentive outras mulheres a

serem empreendedoras

Além de continuar investindo em novos conhecimentos e ideias,

Cleide também dedica parte do seu tempo para compartilhar os seus

conhecimentos e experiências com os que estão iniciando na caminhada

empreendedora, como é o caso das mulheres do projeto Eco Banner.

As envolvidas estão aprendendo a lidar com

máquinas de costura industrial, a utilizar aparelhos e

equipamentos que contribuem para aperfeiçoar os

processos de produção e a melhoria da qualidade

dos produtos. Juntas estão desenvolvendo novas

ideias de produtos em jeans e banner.

Como meta a curto prazo, Cleide pretende explorar ainda mais o conceito

de sustentabilidade. Junto à Associação das Artesãs e Culinaristas de

Joinville – ARTCULLE, ela está desenvolvendo produtos que fazem uso

exclusivamente de resíduos industriais sólidos como matéria-prima.

Um dos resíduos utilizados é o barbante de algodão doado pela Whirlpool

Latin America, que está

sendo aplicado em

itens como almofadas

e jogos americanos.

Sustentabilidade e multiplicação de conhecimentos

Cleide e as empreendedoras

do Grupo Eco Banner

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Design social:

Sustentabilidade na prática

Desafio de desenvolver

produtos com diferencial

de mercado, com o

objetivo de resgatar a

identidade local

uma realidade

E se por trás da beleza de um produto houver uma ação efetiva que

ajude as pessoas a desenvolverem seus potenciais criativos e econômicos?

É disso que se trata o Design Social, iniciativa que orienta e desenvolve o

comportamento de empreendedoras, assim como seus conhecimentos,

influenciando diretamente nas relações sociais e contribuindo com a

transformação da desigualdade social e tecnológica.

Essa é a base de dois projetos em Joinville, SC:

DESOL – Design social na gestão de empreendimentos

em artesania solidária; e o SOLABOR – O sabor da

solidariedade em empreendimentos de alimentação,

ambos protagonizados pelo Departamento de

Design da Universidade da Região de Joinville, em

parceria com o Instituto Consulado da Mulher.

Essas ações têm possibilitado

capacitações técnicas para o

desenvolvimento de produtos,

tanto na área de artesanato quanto

na de alimentação, abordando

temas diversos do design, como a

psicologia da forma, teoria das

cores, estética, criatividade,

possível

Lúcia e Franciele produziram o delicioso

coffee break às participantes

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desenho, pintura, fotografia,

identidade visual (marca e

embalagem), metodologia

de projeto, fazeres

especiais, entre outros.

O projeto DESOL assumiu o desafio de desenvolver produtos com

diferencial de mercado, com o objetivo de resgatar a identidade local,

colaborando com a melhoria da qualidade dos produtos apresentados

pelas(os) artesãs(ãos) joinvillenses.

Designers, das áreas gráfica, produto, moda e interiores, assim como

arquitetos e artistas plásticos, compõem a equipe técnica que se

dedica a compartilhar conhecimentos em design e prestar

consultoria para o desenvolvimento de novos produtos

e identidades visuais dos empreendimentos

assessorados.

Momento de confraternização entre

as participantes do Design e da

Alimentação

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Lanchonetes geridas por empreendedoras

assessoradas pelo Consulado da Mulher,

presentes em todas as unidades da Whirlpool

no Brasil.

Um dos destaques do Design Social está na

conscientização do uso responsável de matérias-

primas, levando a artesã a refletir sobre o

material que está sendo utilizado e sobre todo o

ciclo de vida de seus produtos.

Esta nova forma de pensar torna o empreendimento economicamente

viável e ambientalmente correto.

A alimentação também tem seu destaque com o projeto SOLABOR,

em que os empreendimentos solidários da região têm a oportunidade

de se capacitar em conteúdos específicos de gastronomia, associadas

aos conhecimentos no campo do design. Boas Práticas Alimentares,

Habilidades Básicas de Cozinha, Princípios Elementares de Nutrição,

Criatividade, Empreendedorismo, Marketing e Vendas são pontos

fortes das estratégias de formação.

Aqui destacamos a participação das

empreendedoras do Espaço Solidário da

Unidade de Joinville*, que estão promovendo,

de modo teórico e prático, os conceitos

gastronômicos trabalhados nas aulas.

Como ação solidária, as empreendedoras

Lúcia Arce de Mello e Franciele França Mattos

levaram coffee breaks às comunidades onde o projeto DESOL atua,

para que as participantes experimentassem as receitas realizadas pelo

projeto SOLABOR.

Sustentabilidade na prática

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Transformação social, pessoal e profissional

Nesse contexto, o Consulado

da Mulher reconhece e avalia de

forma muito positiva as parcerias

estabelecidas em benefício dos

grupos envolvidos, o que dá a

certeza que os caminhos percorridos

foram corretos e potencializaram as

oportunidades de desenvolvimento

pessoal e profissional de cada

participante.

É visível o impacto na realidade dos

empreendimentos, a contribuição com a autoestima,

a troca de experiências e o aprendizado. Ter uma

oportunidade de estar dentro da universidade e

acessar os conhecimentos por ela desenvolvidos é

realmente um momento raro e de grande valor

na vida das empreendedoras.”Paulo Dalfovo, Coordenador do Consulado

da Mulher da Unidade Joinville

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Sustentabilidade na prática

O empreendimento Das Catarinas sabe que não basta produzir peças

artesanais sustentáveis se as suas embalagens também não são. É por isso

que o grupo contratou os serviços da Art´s Papers Embalagens Artesanais,

empresa de Joinville que comercializa lindas caixas de papel craft. De acordo

com a empreendedora Edna, as embalagens são muito importantes na venda

dos produtos: “Posso confessar, que boa parte de nossas vendas para o

exterior foi impulsionada pela apresentação de nossos produtos.

Com certeza as embalagens agregaram um grande valor ao nosso trabalho.

E o mais importante, levamos em toda concepção dos produtos, o conceito

da sustentabilidade”.

Saiba mais em dascatarinas.blogspot.com.br

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O grupo de biojoias

Joias da Terra é um

empreendimento

assessorado pelo

Consulado da

Mulher em Rio

Claro (SP) que acredita que elegância e bom

Conheça a Coopercuc - Cooperativa

Agropecuária Familiar de Canudos,

Uauá e Curaçá: criada em 2004,

a cooperativa é formada por

204 pessoas, em sua maioria mulheres, que

produzem deliciosos doces e geleias a base de

frutas nativas do sertão. Entre as principais,

estão a de umbu e maracujá da caatinga.

Saiba mais: www.coopercuc.com.br

gosto é respeitar o meio ambiente. Desta forma,

todos os produtos confeccionados pelo coletivo

são feitos com sementes, folhas e elementos

encontrados da natureza, sem extração ou poda.

“Quando sua biojóia estiver se desgastando, as

sementes podem retornar para a terra, para

que o ciclo da vida se reinicie.”

Encomende sua biojoia!

Marlene (19) 96058758

Aglair - (19) 82378478

Nilce - (19) 98105616

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Dicas

Faça você

Decore sua casa com um criativo arranjo de flores de

tecido! A empreendedora Cleide Barbosa ensina como.

Um arranjo com cerca de quatro ou cinco flores leva

cerca de uma hora para produzir. E é lindo para dar de

presente ou mesmo para fatura uma renda extra.

Materiais que você vai precisar:

. Tecido de algodão;

. Enchimento (plumante);

. Palito de churrasco;

. Fio de pipa nº 10;

. Cola quente;

. Fita Floral;

. Agulha;

. Tesoura;

. Papel pardo;

. Fita métrica;

. Pérola

2º passo

Use o molde para marcar o tecido. Em seguida,

recorte e costure do lado avesso no comprimento

do tecido, arrematando as duas pontas.

mesma!

1º passo

Faça o molde. No modelo, foi utilizado 6 cm de

comprimento por 12 cm de largura, mas pode

ser feito de acordo com a sua preferência.

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3º passo

E faça ponto de alinhavo em uma das

partes das extremidades.

4º passo

Coloque o palito e puxe para franzir, apertando bem o ponto.

Enrole um pouco de fio em volta do franzido para segurar

bem o palito, não esqueça de arrematar o fio no final.

5º passo

Passe cola no tecido para garantir que não escape. Espere

esfriar. Depois de frio, desvire totalmente o tecido.

6º passo

Encha com o plumante e deixe uma sobra

de 1 cm para fazer a dobra.

7º 7º passo

Dobre a sobra para dentro marcando o

meio e dividindo-o em quatro partes:

9º passo

Coloque uma pérola para dar o acabamento.

10º passo

Para finalizar,

enrole a fita verde

no palito.

Faça vários modelinhos para

compor o arranjo. Escolha um

vasinho que combine com as suas

tulipas. O resultado fica divino!

8º passo

Feche primeiro duas das partes ao

meio e, depois, as outras duas.

Ação social da

EXPEDIENTE

Ano IX n 28 junho / julho 2013A Revista do Consulado da Mulher é uma publicação do Instituto Consulado da Mulher

Conselho Editorial: Christiano Basile, Kelly Silva, Kelly Fusteros, Leda Böger, Lúcia Neitsch, Nathalia Marangoni, Paulo Dalfovo e Gielyzandra CruzEdição e revisão de textos: Scriba Comunicação Corporativa

Fotos: editorial, mulher homem, páginas coloridas, Programa Usinas do Trabalho: divulgação.

Projeto Gráfico, diagramação: 107 Artedesign (www.107artedesign.com.br)

Tiragem: 2.000 exemplares

São Paulo Rua Olympia Semeraro, 675

CEP 04183-090 – Jd. Santa Emília

São Paulo (SP)

Tel. (11) 3566-1665

Rio ClaroAvenida 80, 777

Distrito Industrial

CEP 13506-095

Rio Claro (SP)

Tel. (19) 2111-9495

Joinville Rua Dona Francisca, 7.173

Zona Industrial Norte

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