80
NIVALDO LUIZ TAFARELLO MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA MÁQUINA DE PRODUZIR PAPEL Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 2006 3º Quadrimestre

MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

  • Upload
    lamanh

  • View
    217

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

NIVALDO LUIZ TAFARELLO

MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO

DE PRODUTOS PARA MÁQUINA DE

PRODUZIR PAPEL

Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de

Especialização em Administração Industrial da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo

São Paulo

2006

3º Quadrimestre

Page 2: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

NIVALDO LUIZ TAFARELLO

MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO

DE PRODUTOS PARA MÁQUINA DE

PRODUZIR PAPEL

Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de

Especialização em Administração Industrial da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo

Área de Concentração: Terceirização e Qualidade

Orientador: Prof. Mauro Zibovicius

São Paulo

2006

3º Quadrimestre

Page 3: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

RESUMO

Nos últimos anos, a economia mundial tem sofrido mudanças importantes. A busca da

competitividade relaciona-se cada vez mais com a busca do ótimo sistêmico além das

fronteiras da empresa. Devido à necessidade da Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda.,

empresa metalúrgica de bens de capital, manter-se competitiva no mercado em que atua,

tornou-se necessária a terceirização de parte de seus produtos sem a perda da qualidade

esperada pelo cliente final. Porém, este processo não tem se mostrado eficaz, visto que a

qualidade e confiabilidade dos produtos adquiridos e o desempenho da cadeia de suprimento

não vêm atendendo as expectativas da empresa. Procurando reverter este cenário, apresenta-se

neste trabalho um programa para melhoria da qualidade e confiabilidade dos produtos

terceirizados pela empresa. Na primeira parte mostra-se a empresa em estudo, o ambiente

onde ela está inserida, sua organização, seus clientes, principais produtos, o problema

existente e os objetivos pretendidos. Na segunda parte aborda-se a importância que a

terceirização e a cadeia de suprimentos têm para a permanência da empresa no mercado, a

necessidade de parcerias para sua sobrivência, a qualidade de seus fornecedores e dos

produtos fornecidos por eles. A terceira parte dedica-se ao programa de avaliação e

desenvolvimento dos fornecedores de produtos sob encomenda, a seleção dos participantes, a

definição dos requisitos a serem avaliados, o processo de auditoria, o treinamento e ações

necessários para a melhoria dos processos, e a análise e homologação deles como parceiros da

Voith Paper. A quarta parte é direcionada aos subfornecedores de matéria-prima e tratamento

térmico da empresa, ou seja, os fornecedores de seus parceiros. Nesta parte foca-se o método

utilizado para seleção, os requisitos necessários para a avaliação, o processo de auditoria e o

critério para qualificação destes subfornecedores. A consolidação deste trabalho resultou em

trinta empresas para o programa de desenvolvimento de fornecedores de outsourcing e cento e

dezenove para o programa de qualificação de subfornecedores. Espera-se que o programa

apresentado neste trabalho, se implantado pela Voith Paper, mantenha o processo de

terceirização adotado pela empresa e proporcione melhorias na qualidade dos produtos

adquiridos e, consequentemente, redução no volume de inspeções.

Page 4: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................1

1.1 A Empresa .....................................................................................................................1

1.1.1 Voith Paper no Brasil ..............................................................................................2

1.2 Apresentação do Problema ............................................................................................9

1.3 Objetivos do Trabalho .................................................................................................10

1.4 Relevância do Tema ....................................................................................................10

1.5 Estrutura do Trabalho ..................................................................................................11

2 METODOLOGIA...............................................................................................................13

3 TERCEIRIZAÇÃO.............................................................................................................15

3.1 Cadeia de Suprimentos ................................................................................................17

3.1.1 Parceria ..................................................................................................................19

3.2 Qualidade na Terceirização .........................................................................................21

3.2.1 Qualidade dos Fornecedores..................................................................................23

3.2.2 Qualidade dos Produtos .........................................................................................25

4 DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES ..............................................................28

4.1 Fornecedor ...................................................................................................................30

4.2 Seleção de Fornecedores .............................................................................................30

4.3 Programa......................................................................................................................33

4.3.1 Divulgação do Programa .......................................................................................34

4.3.2 Treinamento...........................................................................................................35

4.3.3 Requisitos ..............................................................................................................40

4.3.4 Auditoria de Avaliação..........................................................................................45

4.3.5 Plano de Ação........................................................................................................47

4.3.6 Auditoria de 2ª Fase...............................................................................................48

4.3.7 Plano de Ação 2ª Fase ...........................................................................................48

4.3.8 Auditoria de 3ª Fase...............................................................................................49

4.3.9 Homologação.........................................................................................................49

5 SUBFORNECEDORES .....................................................................................................52

5.1 Seleção.........................................................................................................................52

5.2 Auditoria de Avaliação................................................................................................54

Page 5: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

5.2.1 Subfornecedores Matéria-prima ............................................................................54

5.2.2 Subfornecedores de Tratamento Térmico..............................................................55

5.2.3 Subfornecedores de Peças Fundidas......................................................................56

5.3 Qualificação.................................................................................................................58

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................................60

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos...........................................................................62

ANEXO 2: Relatório de Avaliação de Fornecedores..............................................................68

ANEXO 3: Relatório de Análise de Fornecedores..................................................................69

ANEXO 4: Formulário de Relação de Subfornecedores.........................................................70

ANEXO 5: Formulário de Avaliação de Fornecedores de Matéria-prima..............................71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................73

Page 6: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Vista Aérea da Voith – Bairro do Jaraguá ...............................................................3

Figura 1.2 Número de Funcionários da Voith Paper.................................................................4

Figura 1.3 Desempenho da Voith Paper de 2002 a 2005 ..........................................................4

Figura 1.4 Estrutura Organizacional da Voith Paper.................................................................6

Figura 1.5 Máquina de Produzir Papel Fornecida pela Voith Paper. ........................................8

Figura 1.6 Douformer e Caixa de Entrada Durante Montagem na Voith Paper .......................8

Figura 1.7 Cilindros Secadores e Yankee ..................................................................................9

Figura 3.1 Cadeia de Suprimento para Máquina de Produzir Papel........................................19

Figura 3.2 Transição do Enfoque Tradicional para Parceria...................................................20

Figura 3.3 Desempenho dos Fornecedores de Outsourcing Voith Paper - 2004/2005 ...........24

Figura 3.4 Má Qualidade dos Cordões de Solda .....................................................................25

Figura 3.5 Aspecto Visual Inadequado e Má Qualidade da Matéria-prima. ...........................26

Figura 3.6 Aspecto Visual Inadequado. ..................................................................................26

Figura 3.7 Gastos com Retrabalho de Outsourcing - 2004/2005 ............................................27

Figura 4.1 Fornecedores Selecionados para o Programa de Desenvolvimento.......................32

Figura 4.2 Cronograma do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores.........................34

Figura 4.3 Tipos de Problemas de Qualidade..........................................................................36

Figura 4.4 Cordão de Solda Irregular (desalinhado) e Aceitável ............................................39

Figura 4.5 Rugosidade Superficial em Peça Fundida Excessiva e Aceitável..........................39

Figura 4.6 Peça com Marcas de Oxidação e Acabamento Aceitável ......................................39

Figura 4.7 Diagrama de Ishikawa de Fornecedores de Outsourcing.......................................41

Figura 4.8 Requisitos da Norma NBR ISO 9001 ....................................................................42

Figura 4.9 Modelo de Plano de Ação para 1ª Fase..................................................................47

Figura 4.10 Modelo de Plano de Ação para 2ª Fase................................................................49

Figura 5.1 Relação de Subfornecedores da Buldrinox ............................................................53

Page 7: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

1

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, com a globalização da economia, as empresas têm a necessidade de

serem competitivas para sobreviverem e, principalmente, para buscarem o sucesso. A

conquista de níveis cada vez mais elevados de qualidade e produtividade têm sido a tônica

que move as organizações em busca da competitividade, o que pode ser percebido pelo

crescente número de empresas que buscam programas de melhoria de qualidade e

produtividade.

A Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda. vem, ao longo da última década,

organizando seu sistema produtivo por meio da terceirização de parte de seus produtos,

concentrando-se nas atividades-afins, o core business da empresa. Esse processo possibilitou

a redução no tamanho da organização, liberação de espaço, redução do imobilizado e o

aumento na eficiência dos processos remanescentes. Com essa estratégia de administração, a

empresa vem buscando redução em seus custos, aumento na qualidade de seus produtos,

maior agilidade no atendimento aos contratos, flexibilidade em relação aos clientes e maior

competitividade no mercado.

Assim, torna-se evidente que o sucesso da Voith Paper depende de sua habilidade na

obtenção de vantagens competitivas baseadas nas relações estratégicas estabelecidas com seus

fornecedores, principalmente se os benefícios puderem ser estendidos aos diversos integrantes

da cadeia de suprimentos. Este processo, ao mesmo tempo em que tem proporcionado uma

oportunidade para o aumento de competitividade, em conseqüência da redução do custo final

dos produtos, também tem apresentado uma série de dificuldades em relação à qualidade e à

logística, entre outros.

1.1 A Empresa

A história da Voith teve início em uma serralheria em Heidenheim, cidade no sul da

Alemanha. Johann Mattheus Voith contava com cinco funcionários quando assumiu a

serralheria do pai em 1825. No dia 10 de janeiro de 1867, data oficial de fundação da Voith,

ele repassou a empresa, já bem sucedida e com 30 funcionários, ao seu filho Friedrich.

Inovação, espírito empreendedor e visão tornaram a pequena serralheria uma das

grandes empresas familiares da Europa, com vendas anuais de aproximadamente 3,3 bilhões

de Euros.

Page 8: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

2

Com mais de 24.000 colaboradores em mais de 200 filiais em todo o mundo, o grupo

Voith é um líder mundial em tecnologia de fabricação de papel, acionamentos, geração de

energia e serviços industriais.

Atualmente, um terço da produção mundial de papel é fornecida por máquinas de

produzir papel Voith, doravante denominada “máquina de papel”. Um terço da energia

hidroelétrica mundial é gerada por turbinas e geradores da Voith Siemens Hydro Power

Generation. Componentes de acionamento da Voith Turbo se encontram no mundo todo, tanto

em aplicações industriais como também rodoviárias e ferroviárias. As maiores companhias

européias têm o suporte confiável dos serviços técnicos da Voith Industrial Services.

O Grupo VOITH compreende cinco divisões:

− Voith Paper - Divisão responsável pela fabricação de máquinas de papel e equipamentos

para a indústria papeleira;

− Voith Fabrics – Divisão responsável pela distribuição de telas e tecidos utilizados em

máquinas de papel;

− Voith Turbo - Divisão responsável pela fabricação de transmissões e acoplamentos para a

indústria automotiva;

− Voith Siemens Hydro Power Generation – Divisão responsável pela fabricação de

equipamentos e máquinas para produção de energia hidroelétrica;

− Voith Industrial Services – Divisão responsável por prestação de serviços industriais em

todas as áreas, tanto para a Voith como para outras empresas.

A Voith Paper pertence, desde sua fundação, ao grupo dos líderes mundiais em

tecnologia de máquinas de papel. Em 1881, foi construída a primeira máquina de papel Voith.

Atualmente, constam da lista mais de 2500 máquinas de papel construídas, assim como

equipamentos para a preparação de massa e acabamento de papel.

1.1.1 Voith Paper no Brasil

A instalação de uma fábrica deste grupo multinacional no Brasil se deu em função do

imenso potencial hidráulico e florestal do país, exatamente os dois elementos necessários para

o desenvolvimento das mais importantes atividades da empresa. Instalada no país desde 1964,

a Voith situa-se no bairro do Jaraguá, na cidade de São Paulo, em uma área de 300.000 m2,

sendo 134.000 m2 de área construída. A vista atual da companhia é mostrada na figura 1.1.

Page 9: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

3

Figura 1.1 Vista Aérea da Voith – Bairro do Jaraguá Fonte: Departamento de Marketing da Voith Paper

Antes de 1964, a produção de papel no Brasil era feita em pequenas máquinas e com

pouco desenvolvimento tecnológico. A instalação da Voith transformou o mercado papeleiro

nacional, pois trouxe ao Brasil as mais modernas tecnologias existentes no mundo.

Em 16 de julho, em sociedade com a Bardella, iniciaram-se as atividades da Voith

alemã no país. Em 22 de setembro de 1966 foi inaugurada, no bairro do Jaraguá, a nova

planta da empresa, a partir desta data, sem a sociedade com a Bardella.

Em meio a essa evolução tecnológica, a Voith tornou-se uma grande exportadora de

maquinário para a produção de papel, pois seus equipamentos atendiam, desde o início, as

exigências mundiais de qualidade e performance.

Atualmente a empresa conta com um dos maiores e mais bem equipados parques

industriais da América Latina, capacitado para os ramos de Fundição, Caldeiraria e Usinagem.

Números da Voith

A Voith Paper foi eleita em 2005, pela segunda vez consecutiva, a melhor empresa do

setor de mecânica pela revista “Exame Maiores e Melhores”. A mesma revista também a

elegeu como uma das empresas mais rentáveis no ano de 2005, com uma rentabilidade de

94,4%. A empresa foi ainda declarada campeã do ranking de siderurgia e metalurgia pela

revista “As Melhores do Dinheiro 2006”.

Page 10: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

4

A Voith Paper, a qual tem seu ano comercial iniciado em outubro, vem aumentando o

número de seus colaboradores nos últimos anos, os quais se concentram mais na área

administrativa do que na fabril, como pode ser constatado na figura 1.2. Atualmente a

empresa é composta por cerca de 1000 funcionários altamente treinados, sendo 154 deles

graduados em engenharia.

Figura 1.2 Número de Funcionários da Voith Paper Fonte: site www.saopaulo.voithpaper.com

A alta capacitação técnica de seus funcionários vem proporcionando crescimento nas

vendas e, conseqüentemente, no faturamento da empresa, conforme indica a figura 1.3.

Figura 1.3 Desempenho da Voith Paper de 2002 a 2005

Fonte: site www.saopaulo.voithpaper.com

Clientes

Devido à indústria brasileira de papel e celulose ter investido pouco nos últimos anos,

a empresa estrategicamente direcionou grande parte de sua produção à exportação,

principalmente para as unidades do grupo situadas na Alemanha e Áustria. Dentre os maiores

clientes da Voith Paper no Brasil destacam-se:

− Aracruz Celulose S.A.

− Bahia Sul Celulose S.A.

Page 11: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

5

− Champion Papel e Celulose Ltda

− Indústrias Klabin de Papel e Celulose S.A.

− Inpacel Indústria de Papel Arapoti S.A.

− Melhoramentos Papéis Ltda.

− Orsa Celulose, Papel e Embalagens S.A.

− PISA - Papel de Imprensa S.A.

− Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda.

− Ripasa Celulose e Papel S.A.

− Santher Fábrica de Papel Santa Therezinha S.A.

− Suzano Papel e Celulose S.A.

− Votorantim Celulose e Papel S.A.

Certificações

− NBR ISO 9001:2000 – Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade;

− ISO 14001 – Certificação do Sistema de Gestão Ambiental;

− OHSAS 18001 - Certificação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional;

− A.D. Merkblatt W0 e HP0 – Certificação para fabricação de vasos de pressão a serem

exportados principalmente para a Europa;

− PED 97/23/EC - Certificação para fabricação de vasos de pressão a serem exportados para

a Europa com a marcação CE;

− ASME U-Stamp – Certificação para fabricação de vasos de pressão a serem exportados

para Estados Unidos e Canadá;

− National Board R - Stamp - Certificação para reparo de vasos de pressão instalados nos

Estados Unidos e Canadá;

− Safety Quality License – Certificação para fabricação de vasos de pressão a serem

exportados para a Republica Popular da China.

Organização Funcional da Empresa

A estrutura organizacional da empresa desenvolveu-se em decorrência de definições

do grupo Voith relacionadas à competência para o desenvolvimento e a fabricação de

produtos. Atualmente a estrutura organizacional da empresa Voith Paper apresenta-se de

acordo com o organograma da figura 1.4.

Page 12: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

6

Figura 1.4 Estrutura Organizacional da Voith Paper Fonte: Departamento da Qualidade da Voith Paper

COP de Rolos e Cilindros

Diretor Comercial e Financeiro

Presidente da América do Sul

Diretor de Serviços da América do Sul

Compras & Outsourcing

Fundição

Previsão de Custos

Jurídico

Informática

Qualidade

Recursos Humanos

Financeiro

Riscos

Unidade de Ponta Grossa

Unidade de São Paulo

Controladoria

COC Tissue

Vendas

Preparação de Massa

Coordenação de Projetos

Automação

Máquinas PR e ECO

Serviços no Cliente

Revestimento de Rolos

AMB II

Vendas de Sobressalentes

Montagem Externa

Engenharia

Produção

Contratos Comerciais

Marketing

Diretoria Executiva

Page 13: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

7

Ambiente Produtivo da Empresa

A empresa atua no sistema produtivo Engineer-to-Order, em que o projeto básico é

desenvolvido a partir de contatos com o cliente, mas o projeto detalhado e as etapas de

produção só se iniciam após o recebimento formal do pedido. O contato com o cliente é

freqüente e o produto está sujeito a modificações mesmo durante a fase de produção. Os

produtos da Voith Paper não são um de cada tipo, mas sim projetados a partir de

especificações básicas. Os tempos de entrega são de médio e longo prazo e as listas de

materiais são usualmente únicas para cada projeto.

A empresa possui uma estrutura que permite satisfazer às necessidades do seguimento

de mercado de máquina de produzir papel e realizar as entregas dentro do prazo estipulado em

contrato. O lide time da empresa para a construção de uma máquina de papel completa gira

em torno de 16 meses, desde a assinatura do contrato até a entrega do produto, sendo que sua

capacidade média de produção é da ordem de 40 mil horas/mês.

As atividades relacionadas à gestão de materiais, desde sua aquisição até a liberação

para a produção, são gerenciadas pelo departamento de Compras & Outsourcing. Este

departamento administra também a aquisição de produtos fabricados por terceiros.

Linha de Produtos

A Voith Paper atua num segmento de mercado muito específico, oferecendo desde

máquinas completas para produzir papel e celulose, as quais são consideradas fábricas, até

pequenos componentes utilizados nestas máquinas. Desenvolve, projeta, fabrica e implementa

linhas para a produção de papéis de embalagem, papéis cartão, papéis gráficos, papéis tissue e

celulose, fornecendo equipamentos para preparação de massa, máquina de papel, acabamento

de papéis, transporte e embalagem de bobinas, telas e feltros, revestimentos de rolos e

automação. Oferece, também, serviços de montagem, comissionamento, start up e assistência

técnica. Na figura 1.5 pode ser vista uma máquina de produzir papel completa, fabricada pela

empresa Voith Paper.

Page 14: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

8

Figura 1.5 Máquina de Produzir Papel Fornecida pela Voith Paper

Fonte: Departamento de Marketing da Voith Paper

Devido à política do grupo Voith, as empresas são centros de competências em partes

de máquinas, buscando assim uma maior eficiência dentro do grupo. A empresa no Brasil

tem a competência de fabricar todas as partes de uma máquina de papel, tais como: Caixa de

Entrada, Prensas, Douformer, Calandra, Secagem, Cilindros etc. Algumas delas, em fase

final de fabricação, são apresentadas nas figuras 1.6 e 1.7.

Figura 1.6 Douformer e Caixa de Entrada Durante Montagem na Voith Paper Fonte: Departamento de marketing da Voith Paper

Page 15: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

9

Figura 1.7 Cilindros Secadores e Yankee Fonte: Departamento de Marketing da Voith Paper

1.2 Apresentação do Problema

A Voith Paper está inserida numa cadeia de suprimentos constituída, em uma

extremidade, por clientes muito preocupados com o retorno do investimento, tornando-se cada

vez mais exigentes em relação ao desempenho das máquinas de papel, à tecnologia

empregada, ao prazo de entrega e, principalmente, no que se refere à qualidade dos

equipamentos. Na outra extremidade da cadeia encontram-se os fornecedores e

subfornecedores, em sua maioria de pequeno porte e com sistemas de qualidade precários.

Essa estratégia de terceirizar uma parte de seus produtos em busca de vantagens competitivas,

tais como preço e prazo de entrega, não se tem mostrado eficaz, uma vez que a qualidade e

confiabilidade nos produtos provenientes de fornecedores não vêm sendo as esperadas,

requerendo inspeção em praticamente todos os itens para se obter a garantia da qualidade

requerida ao produto final.

A má qualidade desses produtos vem causando, além de um volume grande de

reinspeção e replanejamento destas, gastos com retrabalhos, transtornos com devoluções e

paralisações da linha de montagem da empresa, acarretando atrasos na entrega do

equipamento ao cliente final e desgaste na imagem da empresa.

Entre os problemas mais comuns encontrados durante a inspeção de recebimento dos

produtos e no sites dos fornecedores, podemos destacar: aspecto visual inadequado, desvios

dimensionais, falta de identificação ou rastreabilidade, falta de registros ou registros

inadequados, matéria-prima incorreta e má qualidade das soldas.

Page 16: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

10

Embora não seja o problema de maior incidência, a utilização inadequada de matéria-

prima é a não conformidade que pode acarretar os maiores problemas à empresa. A quebra ou

desgaste prematuro de um destes componentes pode ocasionar a paralisação de uma máquina

de produzir papel que trabalha 24 horas ao dia e, conseqüentemente, comprometer seu

faturamento.

1.3 Objetivos do Trabalho

O objetivo deste trabalho é propor um programa que possibilite à empresa em estudo

avaliar, desenvolver por meio de treinamento e ações de melhoria e homologar fornecedores

de produtos sob encomenda para a indústria do ramo metalúrgico de bens de capital,

principalmente para industrial de máquinas de papel. O programa a ser elaborado terá como

referência os requisitos das normas NBR ISO 9001: 2000.

Este trabalho também tem como propósito preparar um programa para seleção,

avaliação e qualificação de empresas fornecedoras de matéria-prima e tratamento térmico a

estes fornecedores.

Espera-se que a implementação deste programa proporcione à empresa em estudo a

redução dos custos de aquisição e de qualidade, a diminuição no volume das inspeções tanto

no site do fornecedor como no recebimento e, principalmente, melhorias na qualidade dos

produtos adquiridos.

1.4 Relevância do Tema

A terceirização de produtos em busca de vantagens competitivas no que se refere ao

preço e prazo de entrega é a necessidade de toda empresa que busca a excelência em seus

negócios. Pequenos parceiros permitem que as organizações mantenham-se focadas em seu

negócio principal, permitindo rapidez, flexibilidade e eficiência ao atendimento de seus

clientes.

A má qualidade dos produtos adquiridos de terceiros pela empresa, dos quais 22% não

atende aos requisitos da indústria produtora de papel, pressionam a Voith Paper a buscar

alternativas para atender as necessidades de seus clientes.

O fraco desempenho dos fornecedores de outsourcing dos quais a Voith Paper

adquiriu produtos durante o ano comercial de 2004/2005. Dos quarenta, apenas cinco

Page 17: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

11

obtiveram pontuação acima de 90%, índice considerado bom pela empresa e doze não

conseguiram obter a pontuação mínima requerida. Estes números obrigam a empresa a buscar

melhorias neste processo de terceirização para manter-se competitiva no mercado em que

atua.

As literaturas referentes à terceirização, parceria, cadeia de suprimentos, etc., em sua

maioria, focam produtos fabricados em série e que não atendem na íntegra as necessidades da

Voith Paper. Faz-se necessário então estudar, pesquisar e desenvolver um programa

específico para esta empresa.

O projeto e elaboração desta proposta de desenvolvimento de fornecedores e avaliação

de subfornecedores proporcionarão à Voith Paper a manutenção do processo de terceirização

com resultados positivos, como: redução nos custos de aquisição e inspeção, e melhorias na

qualidade dos produtos adquiridos.

1.5 Estrutura do Trabalho

Em função do programa de melhorias proposto, fez-se necessário a apresentação deste

em partes.

O 2º capítulo foi utilizado para descrever a metodologia aplicada na preparação e

elaboração deste trabalho.

No 3º capítulo procura-se destacar o a importância do processo de terceirização, da

cadeia de suprimentos e da parceria para a Voith Paper e como ocorreu este processo na

empresa em estudo. O desempenho de seus fornecedores e a má qualidade presente nos

produtos por eles fornecidos também são abordados neste capítulo.

No 4º capítulo buscou-se demonstrar o programa de desenvolvimento de fornecedores

de outsourcing, seu planejamento, a escolha dos participantes, os requisitos a serem avaliados,

o checklist a ser utilizado nas avaliações, o processo de auditoria, a maneira para se indicar

ações para melhoria das deficiências detectadas, uma proposta de treinamento para minimizar

os problemas mais freqüentes e um procedimento para análise dos resultados e homologação

destes como parceiros.

O 5º capítulo é reservado aos subfornecedores de matéria-prima e tratamento térmico

da empresa, ou seja, fornecedores dos parceiros da Voith Paper. A seleção destes tendo como

base as informações dos fornecedores da empresa em estudo, os requisitos para sua avaliação

e os critérios de qualificação.

Page 18: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

12

No capítulo 6º, faz-se uma síntese do processo de realização deste trabalho. Além

disso, são destacados os primeiros resultados obtidos com a elaboração do programa,

terminando com uma reflexão sobre as contribuições do trabalho e sugestão de redução no

volume de inspeção.

Page 19: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

13

2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido através das etapas, descritas a seguir:

Inicialmente foi realizada uma visita às instalações da empresa em estudo, às áreas de

Marketing e Qualidade, para melhor conhecimento do cenário em que a empresa se encontra e

dos problemas que vêm ocorrendo, situação esta relatada no início do trabalho, buscando dar

um melhor posicionando ao leitor.

Posteriormente realizaram-se pesquisas e estudos em literaturas publicadas referentes

ao tema, as quais foram introduzidas em pequenos trechos ao longo do texto com comentários

a respeito do assunto proposto.

Na etapa seguinte efetuou-se um levantamento dos atuais fornecedores da empresa

junto ao departamento de Compras & Outsourcing. Realizou-se, então, uma visita à área de

inspeção de recebimento em busca de dados estatísticos dos fornecedores e dos produtos

inspecionados.

Foram preparados gráficos mostrando o desempenho dos fornecedores e os custos com

retrabalhos dos produtos entreguem por estas empresas.

Relacionaram-se as empresas, selecionados pelos departamentos de Compras &

Outsourcing, Produção, e Qualidade da organização em estudo, para participarem do

programa de desenvolvimento e, posteriormente, os subfornecedores, estes, com base nos

dados recebidos dos fornecedores.

Preparou-se então, um plano composto de três fases para a realização do programa de

desenvolvimento de fornecedores.

Foi idealizado um padrão de qualidade dos problemas com maiores incidências nos

produtos adquiridos pela empresa para ser transmitido aos fornecedores por meio de

treinamento.

Utilizando-se do diagrama de Ishikawa aprofundaram-se os estudos sobre os

potenciais problemas dos fornecedores.

Estabeleceram-se os requisitos para a avaliação com base nos dados levantados e com

o apoio de especialistas das áreas de fundição, tratamento térmico e NBR ISO 9001 da

empresa em estudo.

A partir destes requisitos foram elaborados os questionários “Lista de Avaliação de

Processos” para as auditorias em fornecedores de produtos e subfornecedores de tratamento

Page 20: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

14

térmico e fundidos e “Avaliação de Fornecedores de Matéria-prima” para os subfornecedores

de materiais.

Elaborou-se um modelo para o relatório de “Avaliação dos Fornecedores” de produtos

a ser emitido pelos auditores.

Uma planilha denominada “Plano de Ação” foi preparada para a implementação dos

requisitos não atendidos pelos fornecedores.

Para análise do desempenho dos fornecedores ao final do programa foi criado o

relatório “Análise de Fornecedores”

Foi proposto um sistema para classificação e homologação dos fornecedores bem

como para qualificação dos subfornecedores.

Foi descrito um procedimento para a continuidade da qualificação de novos

subfornecedores e reavaliação dos considerados reprovados.

Finalizou-se o trabalho com uma reflexão sobre o programa e sugestão de redução no

volume de inspeção.

Page 21: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

15

3 TERCEIRIZAÇÃO

Primeiramente cabe explicar que a expressão “terceirização” é o neologismo oriundo

da palavra “terceiro” e, sendo assim, não consta na maioria dos nossos dicionários. Mas o

empresário que não souber seu significado é um sério candidato ao fracasso.

A origem do termo terceirização data da segunda guerra mundial.

O limiar daquilo que hoje é conhecido por terceirização ocorreu com o advento da 2° Guerra Mundial, quando, nos Estados Unidos da América do Norte, as empresas responsáveis pela fabricação de materiais bélicos às forças aliadas passaram a delegar a outras empresas certo tipo de atividades de suporte à produção de armamentos, reservando para si as essenciais.

(Ophir, 1996, p.70).

Atualmente, este processo se dá como uma técnica de gestão administrativa, sendo que

as primeiras tentativas de mudanças, conhecidas como down sizing, ocorreram com a extinção

de níveis hierárquicos, reduzindo o número de cargos e, conseqüentemente, agilizando as

tomadas de decisões. A partir deste cenário, passou-se a transferir para terceiros a

incumbência pela realização das atividades secundárias. Surge então a terceirização, também

denominada outsourcing, que foi rapidamente adotada pelas grandes empresas, como pode ser

comprovada pela citação de Ophir.

[...] Este processo continuou sendo aplicado durante a guerra, tendo, posteriormente, se consolidado como uma nova técnica administrativa, mundialmente conhecida como down sizing (reconcentração de empresas; enxugamento de estruturas) ou outsourcing (desverticalização; descarte das atividades não rendosas). (Ophir, 1996, p.70).

Ao longo do tempo, a terceirização passa por aperfeiçoamentos, deixando de ser

apenas uma forma de redução de custos, mas também um processo que visa à qualidade,

especialização, eficácia e produtividade. Terceirização é vista de diferentes maneiras por

especialista na área:

Conforme Ophir (1996, p.74), terceirização é o “[...] processo pelo qual a empresa,

objetivando alcançar maior qualidade, produtividade e redução de custos, repassa a terceiro

um determinado serviço ou a produção de um determinado bem”.

Pagnoncelli (1993) enfatiza que a redução de custos não deve ser a principal finalidade

da terceirização. A redução de custo é uma conseqüência que virá por meio da melhoria da

Page 22: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

16

qualidade, da produtividade e, especialmente pela focalização naquilo que a empresa faz

melhor.

Dornier identificou as principais razões estratégicas e táticas para que se utilize o

processo de terceirização ao invés de fabricar os produtos internamente.

Razões estratégicas: Aumentar o foco no negócio, ganhar acesso a habilidade de classe mundial, acelerar os benefícios da reengenharia, dividir os riscos, manter os recursos livres para outras propostas. Razões táticas: Reduzir e controlar custos operacionais, disponibilizar caixa em fundos de capital, criar caixa, compensado por falta de capital interno, melhorar o gerenciamento das dificuldades ou controle externo das funções. (Dornier, 2000, p.264).

Ferreira e Souza (1994, p.130) citam algumas outras motivações que podem conduzir

as empresas a adotar a estratégia de terceirização:

− "reduzir custos;

− reduzir o número de assalariados;

− reduzir a mobilização sindical dos empregados;

− reduzir a estrutura organizacional;

− agilizar a tomada de decisões;

− melhorar a qualidade;

− melhorar a produtividade;

− propiciar o lançamento da empresa em novos mercados/atividades;

− propiciar o lançamento de novos produtos;

− facilitar a adoção de novos processos;

− acompanhar as tendências mundiais”.

Eles concluem que:

O sucesso da opção pela terceirização está relacionado ao gerenciamento estratégico do processo, ao apoio dado aos funcionários implicados nas atividades a serem terceirizadas, ao desenvolvimento dos fornecedores e à criação de redes estáveis de verdadeiras parcerias. (Ferreira e Souza, 1994, p.140).

A terceirização pode ser vista como um importante componente das estratégias

competitivas das empresas nesse contexto de constantes mudanças e globalização.

Page 23: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

17

Dificilmente elas conseguem reunir as condições necessárias para acompanhar essas

mudanças, o que as leva à decisão estratégia de terceirizar.

As empresas modernas precisam ser rápidas, flexíveis, competitivas e melhorarem sua

produtividade para atenderem a demanda dos clientes e para se adaptarem às freqüentes e

crescentes mudanças do ambiente externo. Os custos têm que ser os menores possíveis e a

inovação tem que estar presente em toda a cadeia de valor.

Foi na presença deste cenário e na busca dos benefícios proporcionados pela

terceirização que, na década passada, a Voith Paper tomou a estratégica decisão de terceirizar

parte de seus produtos.

O processo teve início com o estudo para a definição dos itens que deveriam ser

produzidos na empresa ou terceirizados. Estabeleceram-se então três categorias para eles: A,

B e C.

− Categoria A: produtos estratégicos, envolvendo muito know how, cuja fabricação sempre

deve ser realizada na Voith Paper;

− Categoria B: produtos com pouco know how envolvido, que podem ser fabricados na

empresa ou terceirizados, dependendo da capacidade fabril interna no momento em que

eles serão produzidos;

− Categoria C: produtos simples, de menores dimensões e envolvendo pouca tecnologia

formam o bloco a ser sempre adquirido de terceiros.

O passo seguinte foi a escolha das empresas que fariam parte da cadeia de

suprimentos. Dentre elas, pequenas fábricas que estavam surgindo no mercado, cujos

proprietários eram ex-funcionários da própria Voith Paper, os quais estavam disponíveis no

mercado devido à reorganização estrutural ocorrida na empresa em conseqüência da

terceirização. A escolha destes fornecedores foi baseada na capacidade fabril instalada e na

tecnologia empregada para a realização dos serviços, porém o requisito qualidade não foi

considerado com a profundidade necessária. A realização de inspeção em 100% dos itens

terceirizados era fundamental.

3.1 Cadeia de Suprimentos

A cadeia de suprimentos pode ser representada por fornecedores, empresas de

manufatura, empresas de serviço, distribuidores e consumidores. Sua complexidade está

diretamente relacionada com o número de empresas envolvidas.

Page 24: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

18

Pode-se fazer uma analogia entre uma cadeia de suprimentos e uma corrente, onde

cada empresa tem a função semelhante ao de um elo. Cada um é fornecedor e cliente ao

mesmo tempo, da colocação do pedido até a entrega do produto ao cliente final. Cada empresa

deve funcionar de modo integrado, como os elos de uma corrente. É importante que cada

empresa tenha sua eficiência interna e na cadeia e as relações entre clientes e fornecedores

devem ser as melhores para o bom desempenho de todos. A atuação de uma empresa afeta de

forma positiva ou negativa os custos das demais pertencentes à cadeia de suprimentos.

Para Christopher (1997, p.13), "a cadeia de suprimentos representa uma rede de

organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que

produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor

final”.

O objetivo da Gestão da Cadeia de Suprimentos é controlar o custo total, melhorar a

qualidade, maximizar serviço ao consumidor e aumentar o lucro. Shingo (1996) complementa

que a finalidade é capacitar todas as empresas da cadeia para responderem com rapidez,

flexibilidade, qualidade, redução de custos, atendimento e inovação às constantes flutuações

da demanda de mercado, garantindo assim a competitividade no negócio.

O estudo de Tracey e Tan (2001) demonstrou que a qualidade, a confiabilidade, o

desempenho, a participação dos fornecedores no desenvolvimento do produto e nos times de

melhoria contínua devem receber maior atenção que a ênfase na redução do preço pago pelos

materiais e nos processos de seleção de fornecedor com base em preço.

Conforme Griffiths e Margetts (2000), integrar uma cadeia de suprimentos pode não

ser tarefa simples para uma empresa, mas, se bem gerenciada, pode gerar ótimas

oportunidades de negócios.

A importância de uma empresa estar inserida em uma cadeia de suprimentos eficiente

é defendida por Merli da seguinte forma:

Uma empresa, mesmo que perfeita, porém colocada em uma cadeia de negócio de baixo valor agregado e com fornecedores e clientes pouco capazes, está destinada ao fracasso, enquanto uma empresa, ainda que com imperfeições, mas colocada numa cadeia certa, com fornecedores e clientes capazes está destinada ao sucesso. (Merli, 1998, p.5).

Sabe-se que nos dias de hoje a competitividade não está em uma empresa isolada, mas

sim no conjunto de empresas daquela cadeia competitiva. A Voith Paper busca melhorias na

Page 25: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

19

cadeia de suprimentos onde está inserida, conforme figura 3.1, procurando atender e satisfazer

as necessidades de seus clientes.

Figura 3.1 Cadeia de Suprimento para Máquina de Produzir Papel.

3.1.1 Parceria

A parceria surge de um envolvimento entre as partes, além dos definidos em contrato.

Para Alvarez (1996 p.5) “Essa relação é norteada pela convergência de interesses, onde as

partes se comportam como sócios do mesmo empreendimento”.

Parceria é também conhecida como outsourcing como referenciado por Pires, (1999).

O outsourcing significa, essencialmente, a opção por uma relação de parceria e cumplicidade

com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva, numa decisão tipicamente estratégica,

abrangente e de difícil reversão. Por sua vez, a terceirização ou subcontratação significa

apenas um negócio, uma decisão operacional, mais restrita e relativamente de mais fácil

reversão.

O outsourcing é uma prática em que parte do conjunto de produtos e serviços

utilizados por uma empresa é providenciada por uma empresa externa, num relacionamento

colaborativo e interdependente. A empresa fornecedora desenvolve e, continuamente, melhora

a competência e a infra-estrutura para atender o cliente.

A necessidade deste tipo de relacionamento entre contratados e contratantes também é

compartilhada por Chistopher e Slack.

Indústria de Papel Voith Paper Fornecedor Subfrnecedor de Fundidos

Subfornecedor de T. Térmico

Subfornecedor de materiais

Produto

Informação

Informação

Page 26: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

20

A prática de fornecimento em parceria se caracteriza pelo enfoque em: prévio envolvimento dos fornecedores no processo de desenvolvimento de novos produtos, programa conjunto de melhoria contínua de produtos e processos facilitado pela transparência dos custos em ambas as direções, acordo sobre objetivos de desempenho e critérios de avaliação e compromisso com o livre fluxo de informação facilitado pelo uso do intercâmbio eletrônico de dados. (Christopher, 1999, p.108). Para a maior parte das indústrias, a natureza da relação de fornecimento tem mudado fundamentalmente ao longo da última década. Isto especialmente é verificado nos mercados sujeitos a altos níveis de concorrência. Nas indústrias automobilísticas e de eletrônicos de consumo, por exemplo, as relações consumidor /fornecedor tradicionais baseadas em confrontação de poderes de barganha e envolvimento baseado no preço, alteram-se durante períodos de stress causados pela concorrência e pela recessão. Dessa situação emergiu a idéia de parceria com fornecedores, um ideal supostamente abraçado por todas as empresas progressistas. O modelo de parceria prevê que as relações entre cliente e fornecedor sejam baseadas na transparência, confiança, destino compartilhado e desenvolvimento de longo prazo. Parceria significa uma relação mais exclusiva (menos fornecedores, cadeia mais simples) e uma relação mais rica no sentido de que mais do que pedidos, devem fluir entre as partes, informações e planos de longo prazo. (Slack, 2002, p.179).

Ao longo do processo de terceirização da Voith Paper, principalmente nos últimos

anos, vem ocorrendo uma transição, embora tímida, do enfoque tradicional para este novo

modelo de gestão, transição esta que deverá ser intensificada pela empresa nos próximos anos.

A nova postura citada por Alvarez (1996 p. 5), figura 3.2, mostra bem a mudança de postura

dentro da cadeia de suprimentos.

Situação tradicional Parceria

Desconfiança /medo dos riscos Confiança

Levar vantagem em tudo Política do ganha /ganha

Marketing tradicional Reserse Marketing

Ganhos de curto prazo Economias de escala

Pluralidade de fornecedores Fornecedor único

O preço decide Enfoque na qualidade

Antagonismo Cooperação

Postura reativa Postura criativa

Fornecedor como adversário Fornecedor como sócio

Figura 3.2 Transição do Enfoque Tradicional para Parceria Fonte: Terceirização, Parceria e Qualidade.

Page 27: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

21

Dentro desta nova postura da Voith Paper, vale destacar a política de negociação que

está sendo aplicada atualmente. A negociação integrativa, política do ganha-ganha, é assim

definida por Watkins (2006 p.17): [...] “as partes competem para dividir o valor e, ao mesmo

tempo, cooperam entre si para obter o máximo de benefícios, conjugando seus interesses num

acordo. Neste tipo de acordo é preciso ser bom tanto na criação de valor quanto em

reivindicá-lo”. A empresa procura reunir-se com os fornecedores, apresentar-lhes o preço de

venda do item e negociar os benefícios para cada parte. Outro ponto a ser ressaltado é o

desenvolvimento destes fornecedores em busca de confiabilidade e qualidade nos produtos

entregues.

Com esta nova postura, a empresa espera obter os seguintes benefícios dentro de sua

cadeia de suprimentos:

− entrega dos produtos em prazos mais curtos;

− confiança nas promessas de entrega;

− menos quebras de programação;

− redução no nível de estoques;

− implementação mais rápida das modificações de projeto;

− confiabilidade no produto;

− redução dos problemas de qualidade;

− preços competitivos e estáveis.

3.2 Qualidade na Terceirização

A atual versão da norma NBR ISO 9001: 2000 define qualidade como o grau no qual

um conjunto de características inerentes satisfaz requisitos.

Conforme JURAN (1992, p.9), "Qualidade é ausência de deficiências", ou seja, quanto

menos defeitos o produto apresentar, melhor será a sua qualidade.

CROSBY (1986, p.31), afirma que "Qualidade é a conformidade do produto às suas

especificações." A qualidade é possível de ser obtida quando essas especificações são

atendidas em sua totalidade.

O conceito de qualidade é aplicável em todas as áreas, em todos os segmentos da

sociedade, os quais o definem de maneiras diferentes.

Page 28: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

22

Segundo GARVIN (1992), podem-se identificar cinco abordagens principais para

definição da qualidade: a transcendente, a baseada no produto, a baseada no usuário, a

baseada na produção e a baseada no valor.

Como o foco deste trabalho é a terceirização de produtos para máquina de papel, a

definição de qualidade mais aplicável é a baseada no produto.

As definições baseadas no produto enxergam a qualidade como uma variável precisa e

mensurável, a qual pode ser avaliada objetivamente. De acordo com esta visão, as diferenças

na qualidade refletem nas características possuídas por um produto. Ela é vista como uma

característica inerente ao produto, pois a qualidade significa a presença ou ausência de

atributos mensuráveis no mesmo, podendo ser avaliada objetivamente e não apenas baseada

em preferências. A qualidade do produto está se tornando cada vez mais um importante

elemento de competição.

Segundo Teboul (1991, p.49) "é necessário que exista algo mais ao produto, que nos

fará escolher este ao invés de outro".

Na opinião de Alvarez a qualidade é essencial na terceirização.

A gestão da qualidade e a terceirização estão igualmente contidas em um modelo maior, suas relações ficam implícitas. Logo não é razoável dissociar uma da outra, se faz parte do mesmo todo. Por isso a qualidade possui o status de ponto básico da terceirização. A qualidade prioriza a agregação de valor à cadeia produtiva, o que proporciona geração de valor para clientes e fornecedores. (Alvarez, 1996 p.12)

Harrington (1998, p.183), enfatiza bem a importância da qualidade dos produtos

adquiridos de fornecedores ao dizer que "o sucesso de muitas técnicas industriais avançadas

[...] comumente depende de níveis de qualidade bem mais altos de componentes e materiais

provenientes de fornecedores”.

A Voith Paper espera receber produtos sem defeitos. Todos os fornecedores devem

melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, até que sejam preenchidas as expectativas

de maneira consciente e o nível da qualidade seja mantido.

Page 29: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

23

3.2.1 Qualidade dos Fornecedores

Os principais problemas de qualidade presentes nos produtos Voith Paper transcendem

sua fronteira. Eles têm origem em seus fornecedores e em estágios anteriores da cadeia

produtiva.

O conceito de confiabilidade em relação ao fornecedor é assim definido por Moreira

(1996 p.70): “confiabilidade de algo é a propriedade que este algo tem de se apresentar

sempre da mesma forma previsível. Aquilo que é confiável age, portanto, dentro de um

comportamento esperado”.

Com a finalidade de monitorar a performance dos fornecedores, em atendimento aos

requisitos da norma NBR ISO 9001, a empresa realiza a medição do desempenho destes no

ato de recebimento dos produtos. O sistema adotado pela Voith Paper e que vem sendo

utilizado para classificar os fornecedores utiliza-se do indicador “Índice de Qualidade e

Pontualidade” (IQP) que é composto pelos seguintes fatores:

− Qualidade do Produto: são consideradas as quantidades aprovadas e rejeitadas do roteiro

de inspeção do fornecedor, representando 70% do IQP;

− Quantidade Entregue: são consideradas as quantidades entregues em relação às

quantidades solicitadas;

− Entregas Antecipadas e Atrasos: são consideradas as entregas antecipadas ou em atraso

em relação à data firmada no pedido de compra;

Os índices “Quantidade Entregue” e “Entregas Antecipadas e Atrasos” representam

20% do IQP.

− Custos com Retrabalho: são considerados os custos de retrabalho da Voith Paper

gerados a partir de causas relacionadas ao fornecedor, representando 10% do IQP;

− Sistema de Qualidade: aos fornecedores certificados conforme norma NBR ISO

9001:2000 é acrescido um “bônus” de 10% no IQP.

O cálculo do IQP é realizado mensalmente por meio de um sistema informatizado que

gerencia as informações do departamento de Compras & Outsourcing.

A classificação dos fornecedores é dada conforme abaixo:

− IQP de 90% a 110%: fornecedor preferencial.

− IQP de 70,01% a 89,99%: fornecedor opcional.

− IQP de 70% ou menor: fornecedor não recomendado.

Page 30: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

24

Os fornecedores que apresentam índice menor ou igual a 70% são bloqueados no

sistema de aquisição da Voith Paper, devido a empresa considerar este índice como grave,

pois ele demonstra que há sérios problemas de qualidade e/ou de prazo de entrega, fatores que

têm reflexos diretos com o cliente. Os produtos só podem ser adquiridos destes fornecedores

mediante autorização da Qualidade.

O desempenho dos fornecedores ligados à área de outsourcing vem apresentando

resultados abaixo do esperado, o que interfere diretamente nos prazos de entrega dos

equipamentos, além dos gastos com retrabalhos internos, nos casos onde a devolução não

pode ser realizada devido à urgência das peças. Orientação e atividades de melhoria no

desempenho dos fornecedores, embora modestas, são realizadas por funcionários da própria

produção da Voith Paper.

De acordo com os dados do ano comercial de 2004/2005, obtidos junto à área de

inspeção de recebimento do departamento de Compras & Outsourcing e mostrados na figura

3.3, o desempenho das empresas que forneceram produtos à Voith Paper neste período foi

classificado como modesto pela companhia. Entre estes fornecedores, apenas 15,2%

apresentaram índice acima de 90%, classificação considerada boa pela empresa em estudo,

entretanto 30% encontram-se abaixo ou na linha dos 70%, índice não aceitável.

Figura 3.3 Desempenho dos Fornecedores de Outsourcing Voith Paper - 2004/2005 Fonte: Departamento de Compras & Outsourcing Voith Paper

D esempenho de Fornecedores - 04/05

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Fornecedores

Ava

liaçã

o - I

QP

Page 31: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

25

3.2.2 Qualidade dos Produtos

No recebimento dos produtos terceirizados, os inspetores do departamento de

Compras & Outsourcing realizam a inspeção dos itens e registram, além dos dados de

desempenho dos fornecedores, os códigos das não conformidades encontradas. Conforme

dados disponibilizados por este departamento, em média 22% dos produtos não atendem a

especificação. Entre os problemas encontrados, podemos destacar em ordem decrescente de

freqüência:

− 35 % - Aspecto visual inadequado;

− 18 % - Má qualidade dos cordões de solda;

− 17 % - Falta de registro ou registros inadequados (certificados e protocolos);

− 15 % - Desvios dimensionais;

− 10 % - Falta de identificação e rastreabilidade do material;

− 05 % - Má qualidade ou utilização de matéria-prima incorreta.

Respingos e porosidade em cordões de soldas, conforme ilustrado na figura 3.4, são

tipos de irregularidades encontradas nesses produtos.

Figura 3.4 Má Qualidade dos Cordões de Solda Fonte: Departamento da Qualidade da Voith Paper

Na figura 3.5 podem ser observados outros tipos de imperfeições, como acabamento

inadequado e porosidade em matéria-prima.

Page 32: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

26

Figura 3.5 Aspecto Visual Inadequado e Má Qualidade da Matéria-prima. Fonte: Departamento da Qualidade da Voith Paper

Outro problema normalmente detectado é o mau acabamento em partes usinadas e em

superfícies pintadas, presentes nas peças da figura 3.6.

Figura 3.6 Aspecto Visual Inadequado. Fonte: Departamento da Qualidade da Voith Paper

Conforme os dados do departamento de Compras & Outsourcing, no ano comercial de

2004/2005 o valor médio mensal em aquisições de produtos considerados de outsourcing foi

da ordem de € 1.300.000,00. Neste mesmo período os gastos com retrabalhos realizados pela

empresa devido à má qualidade dos produtos terceirizados foram em média de € 2.100,00 ao

mês, valor que representa aproximadamente 1,7% do total despendido na aquisição dos

produtos. Este valor é considerado alto pela organização, pois só os produtos que não podem

ser devolvidos aos fornecedores, por motivo de prazo ou incapacidade destes em melhorarem

a qualidade, são retrabalhados na Voith Paper. Este serviço também tem influência negativa

na linha de produção da empresa, pois é necessário alterar a programação dos produtos em

fabricação para a execução destas atividades. Os valores mensais com estes gastos são

apresentados na figura 3.7.

Page 33: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

27

Gastos com Retrabalho - Outsourcing 04/05

€ 0,00

€ 500,00

€ 1.000,00

€ 1.500,00

€ 2.000,00

€ 2.500,00

€ 3.000,00

€ 3.500,00

€ 4.000,00

OUT/04

NOV/04

DEZ/04

JAN/05

FEV/05

MAR/05

ABR/05

MAI/05

JUN/05

JUL/05

AGO/05

SET/05

Gas

tos

Figura 3.7 Gastos com Retrabalho de Outsourcing - 2004/2005

Fonte: Departamento de Compras & Outsourcing da Voith Paper.

A qualidade é um elemento decisivo para a aceitação de um produto, e o

estabelecimento de um padrão de qualidade do produto é dependente do grau de interação que

Voith Paper tem com seus fornecedores. A partir daí, percebe-se a importância de se receber

produtos com qualidade assegurada dos fornecedores.

Este cenário nos induz a concluir que deve ser realizado um trabalho no sentido de

melhorar a confiabilidade dos fornecedores, por meio da implementação de sistemas que

levem essas empresas a melhorarem não só seus processos, mas também seu nível de

organização e gestão, tendo como resultado esperado a melhoria na qualidade do produto

final.

Page 34: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

28

4 DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES

Segundo SILVA (1997) do ponto de vista estratégico, a função principal do

desenvolvimento de fornecedor é realizar estudos e análises detalhadas das necessidades

atuais e futuras da empresa e elaborar diagnósticos e prognósticos relativos à estrutura da

cadeia de abastecimento nacional e mundial. Este enfoque estratégico é mais acentuado por

ele quando a empresa compradora atua em um ambiente de concorrência acirrada:

[...] a tarefa de desenvolvimento de fornecedores, mais do que nunca, adquire uma dimensão estratégica. Seu objetivo básico é dar orientação e suporte à área de suprimentos, mediante a avaliação e seleção de fontes potenciais de fornecimento, com o propósito de assegurar a conquista e a manutenção da competitividade da empresa. (Silva, 1997, p.74).

A atuação em parceria para desenvolver uma cadeia de suprimento competente requer

que ambas as partes estejam dispostas a manter relações de trabalho estreitas e cooperativas,

em busca de melhorias para elas. Neste sentido pode se dizer que:

[...] desenvolver um fornecedor consiste na prestação de serviços de consultoria e de assessoria, visando auxiliá-lo na identificação e análise de problemas relacionados com políticas empresariais, organização administrativa, adequação de métodos e processos de fabricação. (Silva, 1997, p. 74).

O termo desenvolvimento de fornecedor pode ser considerado como qualquer esforço

realizado por uma empresa compradora para aumentar o desempenho e a capacidade dos seus

fornecedores, com o objetivo de atender as necessidades de suprimento de longo e curto prazo

desta empresa.

Sem uma rede de fornecedores competentes, a capacidade de uma empresa em

competir efetivamente no mercado pode cair significativamente. Assim, quando um

fornecedor não corresponde às necessidades da empresa compradora, o comprador tem

algumas alternativas: produzir o item internamente, mudar para um fornecedor mais capaz ou

ajudá-lo a melhorar sua capacidade.

O desenvolvimento de fornecedores pode abranger desde esforços limitados, como

avaliar o desempenho do fornecedor e exigir melhorias, até esforços extensivos como, por

exemplo, avaliação de seus sistemas, treinamento do pessoal do quadro funcional do

fornecedor e investimento na melhoria dos processos dos mesmos.

Page 35: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

29

Para Leenders (1989), o desenvolvimento de fornecedores pode ser visto sob dois

enfoques. No sentido limitado, ele envolve a criação de novas fontes de fornecimento quando

não existem fornecedores para cumprir as exigências da empresa. No sentido amplo, envolve

atividades com objetivo de melhorar as habilidades existentes no fornecedor a fim de alcançar

as exigências da empresa. Nesta concepção, enfatiza a melhoria constante das habilidades do

fornecedor, levando a obtenção de contratos de longo prazo, com benefícios para ambas as

partes.

Na opinião de Hartley & Jones (1997), o programa de desenvolvimento de

fornecedores pode ter dois objetivos: realizar mudanças imediatas nas operações dos

fornecedores para reduzir problemas e aumentar a capacidade dos fornecedores para

realizarem suas próprias mudanças.

Para Hartley & Jones (1997), quando um programa é direcionado pelo primeiro

objetivo, ele é orientado para os resultados gerados no fornecedor e a experiência tem

mostrado aumento no desempenho, mas deficiências em aumentar a capacidade dos

fornecedores para melhorias contínuas. O programa de desenvolvimento de fornecedor

baseado em resultados tem como principais características a padronização do processo e o seu

direcionamento pelo desejo do comprador, o enfoque às mudanças técnicas e a curta duração.

Quando um programa é direcionado pelo segundo objetivo, Hartley & Jones (1997)

afirmam que ele é orientado para o processo, ou seja, aumenta a capacidade para melhoria do

fornecedor. Na prática, o desenvolvimento do fornecedor baseado no processo segue quatro

passos genéricos: avaliar o grau de prontidão do fornecedor para mudanças; construir a

confiança por meio da colaboração, motivando a participação de todos e dando tempo para

aprender; implementar mudanças amplas no sistema de acordo com as habilidades técnicas,

gerenciais e sociais, e dar suporte para as atividades nesta fase de transição. Ao final do

programa, o comprador poderia estabelecer metas e planos, rever o progresso periodicamente

e estabelecer prêmios ou outras formas de reconhecimento que motivem o fornecedor a

melhorar o seu desempenho.

O programa de desenvolvimento de fornecedores a ser estruturado neste trabalho e

apresentado à Voith Paper é o direcionado à melhoria dos processos utilizados pelos

fornecedores, de acordo com o segundo objetivo citado por Hartley & Jones, ou seja,

aumentar a capacidade destes em realizarem suas próprias mudanças.

Page 36: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

30

4.1 Fornecedor

De acordo com o artigo 3º dos direitos do consumidor, fornecedor é toda a pessoa

física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes

despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou

prestação de serviços.

A satisfação do cliente é o desejo de qualquer organização, porém a cadeia produtiva é

composta por uma seqüência de clientes e fornecedores. Quanto melhor for o relacionamento

entre eles, maiores serão as chances de as empresas obterem sucesso.

A importância do fornecedor no sucesso das empresas também é compartilhada por

Harrington (1998, p.183) quando ele afirma que: "o sucesso de muitas técnicas industriais

avançadas [...] comumente depende de níveis de qualidade bem mais altos de componentes e

materiais provenientes de fornecedores”.

O sucesso da Voith Paper depende, em grade parte, do papel desempenhado por seus

fornecedores, visto que a empresa conta atualmente com uma carteira de fornecedores na

ordem de 2.000. Destes aproximadamente 60 prestam serviços de terceirização da produção,

ou seja, serviços de Caldeiraria, Usinagem, Pintura e Montagem, denominados, normalmente,

fornecedores de outsourcing. Entre os produtos terceirizados podem ser citados: suportes,

carcaças, rotores, tubulações polidas, polias, esticadores, estruturas, trilhos, caixas espirais,

proteções, buchas, eixos, passadiços, vigas, engrenagens, etc.

Esses fornecedores de outsourcing têm uma importância estratégica para a Voith

Paper, pois funcionam como uma espécie de amortecedor, flexibilizando a capacidade de

produção, ou seja, mantêm-se um quadro próprio de funcionários reduzido e extremamente

qualificado, compatível com uma situação regular de entrada de pedidos e, nos momentos de

sobrecarga, conta-se com o auxílio dessas empresas, evitando a flutuação no número de

funcionários.

4.2 Seleção de Fornecedores

De maneira geral pode-se dizer que os fornecedores devem ser selecionados numa

base de quão bem eles atendem os requisitos especificados. A seleção de fornecedor é uma

das atividades mais importantes no sistema de aquisição, pois a produção tem início com a

Page 37: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

31

matéria-prima adquirida, e este sistema não terá sucesso a menos que o bom relacionamento

entre fornecedor e cliente seja estabelecido e mantido.

Selecionar fornecedores é buscar reunir um grupo que atenda aos requisitos básicos e

suficientes, dentro das normas e padrões pré-estabelecidos como adequados. O objetivo

principal é encontrar fornecedores que possuam condições de fornecer os produtos

necessários dentro das quantidades, dos padrões de qualidade requeridos, no tempo

determinado, com menores preços e melhores condições de pagamento.

Dos atuais fornecedores de outsourcing da Voith Paper buscou-se selecionar os

estratégicos para a participação do programa de desenvolvimento. A seleção teve como base

os índices de desempenho apresentados pelos fornecedores durante o ano comercial de

2004/2005 e os seguintes critérios:

− Capacidade instalada e tecnologia empregada: buscou-se em primeira instância selecionar

os fornecedores com habilidade técnica para atender ao escopo de serviço requerido pela

empresa em estudo, ou seja, serviços de caldeiraria, usinagem, montagem e pintura,

utilizando-se de tecnologia de ponta.

− Aspectos logísticos: procurou-se dar prioridade às empresas situadas próximas à Voith

Paper ou em rodovias em que o acesso seja rápido e simples.

− Relacionamento com clientes: analisou-se a disposição dos fornecedores em solucionar

problemas de seus clientes e interesse em acordos, visando o interesse da cadeia de

suprimentos.

− Situação econômico-financeira: a saúde financeira, a reputação e a confiabilidade dos

fornecedores também foram consideradas nesta seleção.

− Preços praticados: o fornecedor deve ser capaz de oferecer preços competitivos, o que não

significa necessariamente o menor preço de mercado. Procurou-se dar a devida atenção a

este item sem perder o foco na qualidade.

Foi considerado também o interesse dos fornecedores em participarem do programa de

parceria.

Embora a quantidade atual de fornecedores de outsourcing ofereça flexibilidade e

poder de negociação, há um significativo volume de trabalho administrativo para colocar e

acompanhar os pedidos. As atividades de inspeção no site do fornecedor bem como um

adequado suporte técnico a estes, também são complicadas quando se trata de muitas

empresas.

Page 38: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

32

As empresas escolhidas, em comum acordo entre os departamentos de Compras &

Outsourcing, Produção e Qualidade da empresa em estudo, para participarem deste programa,

estão relacionadas na figura 4.1. Elas, em um total de 30, podem atender ao volume de serviço

de terceirização necessários a Voith Paper.

Escopo de Serviço Prestado Parceiros Caldeiraria Usinagem Pintura Montagem

Açoforja √ Atlas √ √ Bardella √ √ √ √ Betin Santos √ Brumazi √ √ √ √ Buldrinox √ √ Celpex √ √ √ √ Cova √ √ √ √ Durotec √ Eland √ FCM √ √ √ Fey √ Flanel √ Friske √ Fund. Melt √ Garcia √ √ √ √ GF √ Gomes Filhos √ √ √ √ GT √ √ √ LG Vacker √ Memapi √ √ √ MPC √ √ NG √ √ √ Tracing √ √ Ufan √ Usequip √ Usical √ √ √ Usicma √ √ √ Usin. Castanho √ Usinagem JJ √ √

Figura 4.1 Fornecedores Selecionados para o Programa de Desenvolvimento

Page 39: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

33

4.3 Programa

Definidas as empresas participantes do programa, fez-se necessária a preparação de

um plano para a realização desta atividade. A estruturação e formatação do programa tiveram

como base a norma de gestão da qualidade utilizada pela Voith Paper, os processos utilizados

pelos fornecedores, os requisitos de qualidade dos produtos e a organização da empresa.

O objetivo do programa não é exigir que os fornecedores se certifiquem de acordo

com a norma NBR ISSO 9001, nem que eles implementem este sistema de gestão completo

em suas empresas, mas apenas os requisitos com influência direta na qualidade do produto.

Os requisitos aplicáveis às necessidades da Voith Paper a serem atendidos pelos

fornecedores foram definidos com o objetivo de permitir que eles estabeleçam em suas

empresas sistemas de gestão que possam garantir a qualidade do produto fabricado e

transmitir confiabilidade aos serviços prestados.

Este programa de desenvolvimento e homologação de fornecedores foi concebido para

ser realizado em três fases conforme descritas a seguir:

Primeira Fase

− Divulgação do programa aos fornecedores;

− Treinamento sobre aspectos visuais;

− Auditoria de avaliação inicial;

− Preparação de plano de ação pelos fornecedores;

− Implementação do plano de ação pelos fornecedores.

Segunda Fase

− Auditoria nos fornecedores para verificação da implementação do plano de ação;

− Preparação de um novo plano de ação pelos fornecedores não aprovados;

− Implementação do plano de ação por estes fornecedores.

Terceira Fase

− Auditoria final nos fornecedores;

− Apresentação do relatório final aos fornecedores e entrega dos “certificados de parceiros”

para as empresas consideradas aprovadas;

− Bloqueio no sistema de aquisição da Voith Paper dos fornecedores não aprovados.

Page 40: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

34

O programa de desenvolvimento de fornecedores foi planejado para ser implementado

dentro de um prazo de dez meses, conforme cronograma da figura 4.2, possibilitando que os

fornecedores tenham tempo e condições de adequarem seus processos gradativamente, de

acordo com suas limitações financeiras.

Id Nome da taref a Duração

1 Desenvolvimento de fornecedores 202 dias2 Iniciar Projeto 0 dias3 Divulgar programa 13 dias4 Prepara material e conv ocar f ornecedores 12 dias5 Ev ento de divulgação 1 dia6 Treinamento sobre aspectos visuais 20 dias7 Preparar treinamento e conv ocar f ornecedores 19 dias8 Realizar treinamento 1 dia9 Primeira fase 114 dias10 Auditoria de avaliação inicial 40 dias11 Preparação de plano de ação 45 dias12 Implementação do plano de ação 90 dias13 Segunda fase 85 dias14 Auditoria nos f ornecedores 35 dias15 Preparação de um nov o plano de ação 40 dias16 Implementação do plano de ação 80 dias17 Terceira fase 47 dias18 Auditoria f inal nos f ornecedores 40 dias19 Preparação do relatório f inal 20 dias20 Certif icação das empresas aprovadas 1 dia21 Bloqueio das empresas não aprov adas 1 dia22 Finalizar Projeto 0 dias

04/12

01/10

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan FevTri 4/2006 Tri 1/2007 Tri 2/2007 Tri 3/2007 Tri 4/2007 Tri 1/2008

Figura 4.2 Cronograma do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores

4.3.1 Divulgação do Programa

A divulgação do programa aos fornecedores deve ser realizada em um evento com a

participação de todas as empresas e com a finalidade de obter das mesmas a aceitação e o

comprometimento para a eficácia do programa.

O evento deve ser coordenado pela Qualidade, departamento independente ao

processo de aquisição, e contar com a participação das áreas de Compras & Outsourcing e

Produção. A apresentação do programa aos fornecedores deve enfatizar seu método, seus

objetivos e a importância deste para o desenvolvimento de toda a cadeia de suprimentos.

O conteúdo a ser apresentado aos participantes para a obtenção de melhores resultados

deve conter, no mínimo, o seguinte:

− A empresa Voith Paper, sua atuação e importância no mercado, seus sistemas de

qualidade e suas certificações. Também devem ser apresentados os tipos de equipamentos

fornecidos pela empresa e qual a importância dos produtos terceirizados na montagem

destes conjuntos, de maneira a conscientizar os fornecedores da importância que eles têm

para a cadeia de suprimentos;

Page 41: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

35

− O razão da origem deste programa de desenvolvimento, ou seja, o desempenho

insatisfatório dos fornecedores, as deficiências encontradas nos produtos por eles

fornecidos e as conseqüências que estes problemas apresentam à empresa;

− Os projetos em andamento, em carteira e a tendência do mercado na linha de produtos de

maquinas de produzir papel. Os valores despendidos pela área de outsourcing em

aquisições de produtos, o volume de pedidos e itens adquiridos nos últimos anos;

− O novo sistema em implementação da empresa, o SAP, um Enterprising Resources

Planning (ERP), sistema este que gerenciará todas as atividades relacionadas à

terceirização;

− As expectativas da empresa em relação à qualidade, tecnologia, relacionamento, logística,

comercial e tecnologia;

− Os itens contidos no questionário a ser utilizado durante as auditorias de avaliação e como

foram elaborados;

− A metodologia adotada para classificação das empresas auditadas durante as três etapas do

programa;

− O indicador utilizado para medição de desempenho dos fornecedores na entrega dos

produtos.

Nesta ocasião deve ser acordada com os fornecedores a participação de alguns

colaboradores de cada empresa em um treinamento sobre inspeção visual a realizar-se nas

dependências da Voith Paper.

4.3.2 Treinamento

Chiavenato (1992) define treinamento como sendo um processo educacional de curto

prazo aplicado de maneira sistemática e organizado, por meio do qual pessoas adquirem

conhecimentos, habilidades e atitudes em função de objetivos definidos. Outra definição a ser

considerada é a de Goldstein (1993), em que o treinamento é a aquisição sistemática de

conhecimentos, habilidades, atitudes, regras e conceitos que resultam em um aumento do

desempenho no trabalho.

Dentro do processo de desenvolvimento e melhoria dos fornecedores considerou-se

necessária a realização de um treinamento sobre os problemas que mais vêm impactando na

qualidade dos produtos terceirizados.

Page 42: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

36

Os problemas de aspecto visual são os que apresentam maior incidência nos produtos

terceirizados, conforme mostrado na figura 4.3 e, portanto, devem ser resolvidos inicialmente.

Devido à relação existente entre os problemas de aspecto visual, a má qualidade nos cordões

de solda e a identificação inadequada de peças, os quais representam mais de 60% dos tipos

de não conformidades detectadas na inspeção de recebimento, recomenda-se o treinamento

dos fornecedores sobre estes aspectos.

Problemas de Qualidade

5

10

1518

17

35

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Aspecto visual Cordão desolda

Registro Dimensional Identificação Matéria-primatipos

% p

robl

emas

Figura 4.3 Tipos de Problemas de Qualidade Fonte: Departamento de Compras & Outsourcing da Voith Paper

Este treinamento deve contar com a participação dos inspetores de recebimento do

departamento de Compras & Outsourcing, o que proporcionará um conceito único, ou seja,

um mesmo critério para a inspeção das peças, tanto por parte do fornecedor como da Voith

Paper, já que este critério é muito subjetivo.

Esta subjetividade está associada ao enfoque no usuário de acordo com as cinco

abordagens principais identificadas por Garvin, conforme visto na seção 3.2. Este tipo de

abordagem está voltado para a estética e qualidade observada, em que a interpretação do

produto, realizada pelo ser humanos por meio de seus cinco sentidos, é formada por

julgamentos pessoais.

A finalidade da participação dos inspetores do departamento de Compras &

Outsourcing é também a transmissão aos fornecedores dos conhecimentos tácitos adquiridos

Page 43: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

37

durante as inspeções realizadas nos equipamentos produzidos pela Voith Paper, que são

altamente pessoais e de difícil formalização, o que segundo Nonaka e Takeuchi (1997 p.7)

[...] “está profundamente enraizado nas ações e experiência de um indivíduo, bem como em

suas emoções, valores e idéias”.

O conteúdo deste treinamento deve apresentar as imperfeições visuais mais

encontradas nos produtos da empresa e elas devem ser relacionadas de acordo com os

processos de fabricação onde são encontradas: soldagem, lixamento, dobramento, acabamento

e fundição.

Para cada processo, devem ser detalhados e abordados vários exemplos de

imperfeições encontradas e suas possíveis causas, bem como o padrão visual mínimo de

qualidade aceitável para os produtos, conforme descrito a seguir:

Processo de soldagem

− Imperfeições: neste processo se destacam os respingos, mordedura, porosidade, deposição

insuficiente, cordão irregular e falta de fusão.

− Devido às características especiais das Máquinas de Papel, as imperfeições poros,

mordeduras e respingos não são admissíveis, independentes da quantidade ou dimensão.

− As possíveis causas: regulagem inadequada da máquina, limpeza ou preparação

inadequada das peças a serem soldadas, desatenção do profissional durante o acabamento,

falta de habilidade do profissional, falta de padrão ou critério para comparação e falta de

conhecimento técnico (teoria e prática) dos processos de soldagem.

Processo de lixamento

− Imperfeições: acabamento inadequado, excesso de lixamento e freio de lixadeira.

− Padrão de qualidade visual contido nas fotos da apresentação.

− Possíveis causas: equipamento inadequado, falta de habilidade ou de atenção do

profissional, falta de padrão para comparação.

Processo de dobramento

− Imperfeições: as imperfeições causadas por este processo são esmagamentos e arrastes.

− Padrão de qualidade visual contido nas fotos da apresentação.

− Possíveis causas: dimensão da cava muito estreita, raio da dobra desproporcional à

espessura da chapa.

Page 44: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

38

Processo de Acabamento

− Imperfeições: marcas de pancada, contaminação, ausência de arredondamento nas arestas,

falhas de identificação, amassamento de revestimento, preparação inadequada de

superfície, marcas de ferramentas, oxidação.

− Padrões de referência: ISO 12944 para pintura e ISO 13715 cantos de peça com forma

indefinida.

− Possíveis causas: falta de informação do profissional, falta de habilidade e atenção do

profissional, proteção inadequada de superfícies, transporte inadequado.

Processo de Fundição

− Entre as imperfeições do processo de fundição destacam-se: rugosidade superficial

excessiva, cavidades superficiais, descontinuidades, marcas de remoção de metal e falhas

na identificação.

− Padrão de qualidade visual contido nas fotos da apresentação.

− Possíveis causas: preparação inadequada da areia, molde ou metal, utilização inadequada

de um meio mecânico ou térmico para desgaste superficial.

É imprescindível, para que se atinja o objetivo deste treinamento, que as imperfeições

acima citadas sejam caracterizadas para diversas situações em que são encontradas e sejam

ilustradas por fotos. Estas fotos devem representar os aspectos visuais aceitáveis e não

aceitáveis de cada tipo de imperfeição, conforme exemplos das figuras 4.4, 4.5 e 4.6,

formando assim um padrão visual de inspeção. Este padrão, cujo objetivo é reduzir a

subjetividade da inspeção visual, deverá tornar-se um guia para aceitação ou rejeição das

peças produzidas pelos fornecedores. Recomenda-se a preparação de um manual com as

características acima descritas, a ser utilizado pelos fornecedores durante o processo de

fabricação e inspeção dos produtos e também pelos funcionários da Voith Paper na inspeção

no site do fornecedor e no recebimento.

Page 45: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

39

Figura 4.4 Cordão de Solda Irregular (desalinhado) e Aceitável Fonte: Departamento da Qualidade Voith Paper.

Figura 4.5 Rugosidade Superficial em Peça Fundida Excessiva e Aceitável Fonte: Departamento da Qualidade Voith Paper.

Figura 4.6 Peça com Marcas de Oxidação e Acabamento Aceitável Fonte: Departamento da Qualidade Voith Paper.

Page 46: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

40

Deve também fazer parte deste treinamento a apresentação e interpretação dos

requisitos da norma adotada pela Voith Paper, a ISO 5817, grau de avaliação de imperfeições

“C”, requisito básico para inspeção visual de soldas para equipamentos.

4.3.3 Requisitos

O planejamento da avaliação técnica é condição essencial para o bom andamento da

auditoria. Por isso é imperativa uma análise criteriosa a fim de abranger todos os requisitos

importantes e necessários para avaliar se o fornecedor tem mesmo condições de atender as

especificações estabelecidas. Se os requisitos forem bem estabelecidos, a subjetividade

inerente à auditoria de avaliação será minimizada, aumentando-se a isenção do processo e

proporcionando ganhos consideráveis nos trabalhos de elaboração do Relatório de Avaliação

de Fornecedores e, posteriormente, do diagnóstico final a ser apresentado à Voith Paper e ao

fornecedor.

Antes do estabelecimento dos requisitos a serem utilizados na auditoria de avaliação

dos fornecedores de outsourcing, faz-se necessário um melhor conhecimento das origens dos

problemas de qualidade encontrados nos produtos terceirizados e de suas causas primarias.

Para esta atividade optou-se pela utilização da ferramenta da qualidade “Diagrama de

Ishikawa”.

Conhecida também como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe, esta

ferramenta mostra as causas, as origem dos problemas em estudo, indo ao encontro das causas

reais e não daquelas que aparentam ser as mais óbvias. Esta ferramenta relaciona os prováveis

fatos causadores de problemas a cinco categorias: Máquina, Método, Mão de Obra, Material e

Meio Ambiente.

O Diagrama de Ishikawa, figura 4.7, apresenta várias causas, que podem estar

influenciando a perda de qualidade dos produtos terceirizados.

Page 47: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

41

Falta habilidade Não há treinamento

Má utilização Não há pessoas p/ elaborar Não foram treinado p/o trabalho

Máquinas deficientes Não há Instr. de trabalho Pessoas desqualificadas

Não há manutenção Não há sistema Formação insuficiente

Não há pessoas p/ realizar Desorganização

Não foi orientado Não há plano

Não sabe utilizar Falta EPI

Não há treinamento Não há preocupação

Não há ferramenta correta Falta de visão Não foram treinado Falta concientização

Dificuldade em interpretar Não há plano de carreira

Utilizado incorretamente Técnicos desmotivados

Mal elaborado Salários e Benefícios não condizentes

Não há pessoas p/ elaborar

Supervisores Fracos Não há sistema Não há sistema

Não há liderança Não é inspecionado Não verificado

Desorganizado Materia prima deficiente Incorreto

Rotinas adm. obscuras Ispeção inadequada Certificado

Liderança despreparada Pessoas desqualificadas Falta certificado

Falta treinamento Falta rastreabilidade

Subfornecedores desqualificados Identificação inadequada

Aspectos ambientais

Não há disposição de reziduos Exigência de Mercado Não há sistema

Falta concientização Cobrança p/ resultado Não é inspecionado

Hostil Produto defeitoso

Politicagem Isnpeção inadequada

Liderança despreparada Pessoas desqualificadas

Falta treinamento

DIAGRAMA DE ISHIKAWA - CAUSA E EFEITO

Não substituídas

Não há investimento

Não localizado

Não é prioridade

Equipamentos Inadequados

Ferramentas Inadequados

MaterialMeio Ambiente

Má qualidade dos produtos Terceirizados

Mao de ObraMétodoMáquina

Figura 4.7 Diagrama de Ishikawa de Fornecedores de Outsourcing

Com a visão mais apurada das potenciais deficiências dos fornecedores, levantada por

meio do diagrama de Ishikawa e com o conhecimento dos problemas encontrados nos

produtos terceirizados, procurou-se estabelecer requisitos que, se implementados pelos

fornecedores, minimizassem os problemas de qualidade dos produtos terceirizados.

Considerou-se que os requisitos da norma NBR ISO 9001 atenderiam de maneira satisfatória

a este propósito.

Como o objetivo deste programa não e exigir dos fornecedores a implementação de

todos os requisitos da norma NBR ISO 9001, buscou-se trabalhar apenas os requisitos com

influência direta na qualidade do produto, evitando exigências absurdas que não agregam

Page 48: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

42

valor algum a ele. Relacionaram-se, então, os requisitos desta norma e estabeleceu-se sua

significância ou não em relação às potenciais deficiências dos fornecedores e problemas de

qualidade detectados pela Voith Paper, conforme mostrado na figura 4.8.

Item Requisito Significativo Item Requisito Significativo4 Sistema de Gestão da Qualidade 7.2.3 Comunicação com o cliente Não4.1 Requisitos gerais Não 7.3 Projeto e desenvolvimento4.2 Requisitos de documentação 7.3.1 Planejamento do projeto e desenvolvimento Não4.2.1 Generalidades Não 7.3.2 Entradas de projetos e desenvolvimento Não4.2.2 Manual da qualidade Não 7.3.3 Saídas de projeto e desenvolvimento Não4.2.3 Controle de documentos Sim 7.3.4 Análise crítica de projeto e desenvolvimento Não4.2.4 Controle de Registros Sim 7.3.5 Verificação de projeto e desenvolvimento Não5 Responsabilidade da direção 7.3.6 Validação de projeto e desenvolvimento Não5.1 Comprometimento da direção Não 7.3.7 Controle de alterações de projeto Não5.2 Foco no Cliente Não 7.4 Aquisição5.3 Política da qualidade Não 7.4.1 Processo de aquisição Sim5.4 Planejamento 7.4.2 Informações de aquisição Não5.4.1 Objetivos da qualidade Não 7.4.3 Verificação do produto adquirido Sim5.4.2 Planejamento do sistema de gestão da qualidade Não 7.5 Produção e fornecimento de serviço5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação 7.5.1 Controle de produção e fornecimento de serviço Sim5.5.1 Responsabilidade e autoridade Não 7.5.2 Validação dos processos de produção Não5.5.2 Representante da direção Não 7.5.3 Identificação e rastreabilidade Sim5.5.3 Comunicação Interna Não 7.5.4 Propriedade do Cliente Não5.6 Análise crítica pela direção 7.5.5 Preservação do produto Sim5.6.1 Generalidade Não 7.6 Controle de dispositivos de medição Sim5.6.2 Entradas para a análise crítica Não 8 Medição, Análise e Melhoria5.6.3 Saídas da análise crítica Não 8.1 Generalidades Não6 Gestão de recursos 8.2 Medição e monitoramento6.1 Provisão de recursos Não 8.2.1 Satisfação dos clientes Não6.2 Recursos humanos 8.2.2 Auditoria Interna Não6.2.1 Generalidades Não 8.2.3 Medição e Monitoramento de processos Não6.2.2 Competência, conscientização e treinamento Sim 8.2.4 Medição e Monitoramento de produtos Não6.3 Infra-estrutura Sim 8.3 Controle de produto não conforme Sim6.4 Ambiente de trabalho Não 8.4 Análise de dados Não7 Realização do produto 8.5 Melhorias7.1 Planejamento da realização do produto Não 8.5.1 Melhoria contínua Não7.2 Processos relacionados a clientes 8.5.2 Ação corretiva Sim7.2.1 Determinação de requisitos do produto Não 8.5.3 Ação preventiva Sim7.2.2 Análise crítica dos requisitos do produto Não Figura 4.8 Requisitos da Norma NBR ISO 9001

Também foram estabelecidos requisitos específicos referentes aos processos utilizados

nos produtos terceirizados. Os requisitos foram separados em dois grupos: os considerados

requisitos gerais, que devem ser aplicados em qualquer segmento, e os específicos, os quais

devem ser considerados de acordo com o escopo de fornecimento do fornecedor.

Page 49: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

43

Descrição dos requisitos gerais: NBR ISO 9001:2000

Controle de documentos (4.2.3) - Um processo de controle de documentos

(desenhos, procedimentos, normas, etc.) deve ser implementado para assegurar que as

informações atualizadas sejam disponibilizadas nos locais de uso. O fornecedor deve

evidenciar por meio de registros (lista mestra, controle eletrônico, etc.) o atendimento deste

item.

Controle de registros da qualidade (4.2.4) - Os registros dos resultados de seus

processos de fabricação (protocolos dimensionais, registros de ensaios realizados, certificados

de matéria-prima, etc) devem ser mantidos. O fornecedor deve garantir que os registros

estejam legíveis e possam ser prontamente localizados quando solicitado.

Treinamento (6.2.2) – O fornecedor deve identificar as competências e prover

treinamento para o pessoal que realiza atividades que afetam a qualidade do produto.

Infra-estrutura (6.3) – O fornecedor deve manter a infra-estrutura (edifícios,

equipamentos, serviços de apoio, etc.) adequada para realizar o produto em conformidade

com os requisitos.

Seleção de fornecedores (7.4.1) - Critérios para a seleção dos fornecedores que

possuem influência direta sobre o produto final (matéria-prima, tratamento térmico, etc.)

devem ser implementados. O fornecedor deve manter registros da realização dessa avaliação,

como relatório de auditoria e questionários de avaliação.

Inspeção de recebimento (7.4.3) – Um sistema para a realização da inspeção de

recebimento dos itens adquiridos deve ser estabelecido. O fornecedor deve inspecionar os

itens adquiridos e manter registros dessa inspeção.

Inspeção do produto / serviço (7.5.1) - Métodos de inspeção que assegurem que os

produtos estão em conformidade com os requisitos devem ser estabelecidos. O fornecedor

deve definir os métodos e momentos em que o produto deve ser inspecionado e manter

registros do resultado dessa inspeção.

Identificação e rastreabilidade (7.5.3) – Um procedimento de identificação e

rastreabilidade dos materiais e produtos deve ser estabelecido. O fornecedor deve estabelecer

uma forma de recuperar o histórico do item fornecido, a qual deve conter informações sobre a

matéria-prima utilizada, registros de inspeção, etc.

Preservação dos produtos / serviço (7.5.5) - O fornecedor deve possuir locais,

embalagens e outros meios adequados que garantam a integridade da matéria-prima e dos

produtos.

Page 50: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

44

Calibração de instrumentos (7.6) - Os equipamentos e dispositivos de medição

devem estar calibrados e adequados ao uso. Eles devem ser calibrados (verificados) contra

padrões reconhecidos em intervalos previamente definidos e devem ser mantidos registros

dessa calibração (certificados).

Controle do produto não conforme (8.3) - Uma sistemática envolvendo a

identificação, análise e tratamento das não conformidades deve ser estabelecida. O fornecedor

deve registrar as não conformidades identificadas durante o processo de fabricação e, quando

aplicável, obter autorização da Voith Paper para realização dos reparos não previstos no

processo.

Ação corretiva (8.5.2) - O fornecedor deve realizar ações corretivas para eliminar as

causas das não conformidades, de forma a evitar sua repetição. Os resultados das ações

realizadas devem ser registrados.

Manutenção preventiva (8.5.3) - O fornecedor deve manter um plano de manutenção

preventiva para as máquinas críticas mantendo registros da realização destas manutenções.

Descrição dos requisitos específicos

Qualificação de soldador e processo de solda - Todos os processos de soldagem

devem ser qualificados, assim como os soldadores. Um procedimento de soldagem deve ser

definido para cada classe de junta soldada. Este procedimento deve ser validado conforme

determinado no código ASME IX, gerando-se um registro de qualificação. Da mesma forma,

os soldadores devem ser avaliados e qualificados em relação aos processos determinados.

Requisitos de usinagem - As máquinas operatrizes e ferramentas utilizadas nos

processos de usinagem devem ser adequadas aos processos de fabricação e os operadores

devem ser qualificados. Deve ser estabelecido um programa de manutenção preventiva das

máquinas, incluindo controle geométrico, e registros desse controle devem ser mantidos.

Requisitos de pintura - O fornecedor deve atender aos requisitos estabelecidos nas

normas de pintura indicadas pela Voith Paper e seus pintores devem ser qualificados. As áreas

de jateamento e pintura devem estar adequadas aos serviços executados. Aparelhos para

controle de umidade (termohigrômetro), espessura de camada seca, camada úmida e

temperatura das peças devem ser calibrados, mantendo registros destas calibrações.

Requisitos de montagem - Os testes de montagem e funcionamento devem ser

realizados de forma planejada e devem assegurar o atendimento aos requisitos de produto

especificados pela Voith Paper. Os funcionários envolvidos nos processos de montagem

devem ser qualificados. As áreas destinadas aos processos de acabamento e montagem devem

Page 51: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

45

estar adequadas às operações realizadas e, quando aplicável, devem ser mantidos registros dos

testes de montagem e funcionamento.

A utilização de manuais ou chek lists de avaliação reduz a probabilidade de

interpretações subjetiva, cuja incidência pode influenciar no resultado global da avaliação.

Partindo deste princípio, foi elaborado, com base nos requisitos acima descritos e os das

seções 5.2.2 e 5.2.3, o questionário Lista de Avaliação de Processos, anexo 1, a ser utilizado

durante as auditorias de fornecedores de outsourcing,

4.3.4 Auditoria de Avaliação

Segundo a norma NBR 12966, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a

avaliação técnica de fornecedores é uma ação preventiva em que o comprador, através do

exame de evidências objetivas, procura assegurar-se de que o fornecedor está ou continua

apto a fornecer um determinado material com a qualidade requerida.

O processo de avaliação de fornecedor é parte integrante do programa de

desenvolvimento de fornecedor, ou seja, os resultados da avaliação servem como referência

para executar as ações corretivas pontuais, inerentes a qualquer processo de produção e

também para programas mais completos, com foco orientado para a melhoria contínua.

Enfim, o propósito da avaliação é melhorar o desempenho do fornecedor.

De acordo com os requisitos da norma NBR ISO 9001, a organização deve avaliar e

selecionar fornecedores com base na sua capacidade em fornecer produtos de acordo com os

requisitos da organização. Critérios para seleção e avaliação devem ser estabelecidos. Devem

ser mantidos registros dos resultados das avaliações e de quaisquer ações necessárias,

oriundas de avaliação.

A Voith Paper vem avaliando seus fornecedores desde sua certificação, registrando

sistematicamente a qualidade dos produtos entregues. Porém, faz-se necessária a realização de

auditorias em suas instalações para verificar o funcionamento de seus sistemas produtivos, a

fim de avaliar suas capacidades de prover produtos dentro dos requisitos de qualidade

requeridos. Estas visitas também possibilitarão a Voith Paper identificar a origem das não

conformidades encontradas nos produtos e dar-lhes um retorno sobre a qualidade destes,

possibilitando que os mesmos tomem medidas no sentido de implantar melhorias e fortalecer

sua posição na cadeia de suprimento.

Page 52: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

46

Recomenda-se um engenheiro com conhecimentos na norma NBR ISO 9001, e nos

processos praticados pelos fornecedores para a realização desta atividade. Consultou-se uma

empresa de auditoria, a qual já presta serviços nessa área à empresa em estudo, que estimou a

necessidade de um dia de trabalho em cada empresa para a execução dos serviços propostos, a

um valor da ordem de R$ 550,00. Este valor aplica-se também as auditorias de segunda e

terceira fases.

Na auditoria inicial devem ser verificados os itens relacionados no formulário Lista de

Avaliação de Processos, buscando identificar nos processos praticados pelos fornecedores a

necessidade de adequação e registrando, para cada requisito, a situação de atendimento: total,

parcial, não atende ou não aplicável. O ponto-chave dessa análise é contar com a participação

efetiva do fornecedor, para facilitar o processo de identificação de problemas. Se a empresa

auditada tiver entre seus processos tratamento térmico ou fundição, o auditor dever observar

as necessidades indicadas nas seções 5.2.2 e 5.2.3 deste trabalho.

O objetivo maior do plano de desenvolvimento é promover a mudança de cultura e a

capacitação do fornecedor. Em síntese, os auditores, devem atuar como consultores do

fornecedor. Ele deve orientar o fornecedor na implementação dos requisitos não atendidos em

sua totalidade e, em conjunto, devem determinar as áreas em que os esforços de melhoria

devem se concentrar, para que a implementação do programa de desenvolvimento de

fornecedores seja bem sucedida. Esta atividade deve ocorrer junto com a avaliação, ou seja,

assim que forem sendo identificados os pontos deficientes em um determinado processo, o

auditor orientará o fornecedor.

Após o término das atividades envolvidas na avaliação do fornecedor e o

preenchimento da Lista de Avaliação de Processos, o resultado da auditoria deve ser

formalizado pelo auditor que a realizou. Estes resultados geralmente são expressos em um

laudo. O laudo passa a ser o instrumento básico para a elaboração do diagnóstico e,

posteriormente, auxilia a elaboração do plano de ação do fornecedor. Para a elaboração deste

laudo o auditor deve utilizar-se do Relatório de Avaliação de Fornecedores, conforme modelo

do anexo 2, no qual devem constar, além dos requisitos não atendidos, também sugestões de

melhorias. Este relatório deve relatar a situação atual de cada empresa, e tem a finalidade de

demonstrar à Voith Paper e ao próprio fornecedor como está o nível de atendimento aos

requisitos estabelecidos e em que parte do processo há não conformidades.

Page 53: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

47

4.3.5 Plano de Ação

Após o recebimento do Relatório de Avaliação de Fornecedores, a empresa auditada

deve preparar um Plano de Ação para a implementação e acompanhamento das melhorias,

contendo: os requisitos não atendidos, as ações sugeridas pelo auditor, as ações definidas pelo

fornecedor, os responsáveis, o prazo para realização e o status. Este Plano de Ação deve ser

preenchido pelos fornecedores com base nas informações contidas no Relatório de Avaliação

de Fornecedores, nas orientações recebidas do auditor durante a avaliação e nas facilidades

disponíveis na empresa.

Buscando proporcionar aos fornecedores e à empresa em estudo uma padronização de

Plano de Ação, elaborou-se o modelo da figura 4.9.

Buldrinox

Requisito Voith Ação sugerida Ação Responsável Prazo Status

Aprimorar o processo de revisões de desenhos criando pasta que guarde os desenhos revisados (carimbado ou com qualquer outra identificação - “desenho revisado/Obsoleto”).

Disponibilizar armario e gaveta na área de qualidade para arquivo de desenhos e solicitar compra de carimbo "obsoleto" Marcos 15.10.2006

Acrescentar ao processo de envio de orçamento o nº. de desenho enviado por e-mail e a revisão para a Voith.

Indicar revisão no desenho Marin / Liberato 15.10.2006

Criar/melhorar pasta de registros, mantendo cópia dos documentos enviados à Voith e dos processos internos. Como por exemplo, dos relatórios de não-conformidades. Identificar pastas Marcos 15.10.2006Substituir os documentos em fax para evitar perda das informações.

Ok - Nossa impressora já é fax Administração 15.10.2006

Criar pasta de relatórios de inspeção e relatórios de não conformidade tanto internos quanto os enviados pela Voith. Identificar pastas Marcos 15.10.2006

Plano de Ação

1º Fase

1.2. Controle de Registros da Qualidade

1.1. Controle de Documentos

Figura 4.9 Modelo de Plano de Ação para 1ª Fase

Após a complementação do plano com as ações de melhorias, responsáveis e prazos de

realização, este deve ser enviado à Voith Paper para verificação e adequação das ações em

relação às necessidades de melhorias detectadas.

Os fornecedores devem adequar seus processos conforme as ações propostas e os

prazos definidos. Durante este período o mesmo terá suporte técnico da Voith Paper, caso seja

Page 54: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

48

necessário. Ao término da implementação das melhorias requeridas pela empresa em estudo,

o fornecedor deve entrar em contato com o auditor e convocá-lo para uma nova auditoria.

4.3.6 Auditoria de 2ª Fase

Na auditoria de 2ª fase, o auditor deve adotar o mesmo procedimento executado na

auditoria de 1ª fase, porém os requisitos a serem verificados devem ser aqueles constantes no

Plano de Ação, resultantes da primeira auditoria. Ela tem a finalidade de identificar os

requisitos ainda não implementados pelo fornecedor.

O auditor deve inserir na coluna “status” do Plano de Ação a situação de atendimento

ao requisito: “ok” ou “não implementado”. Nesta etapa não é necessário a emissão do

Relatório de Avaliação de Fornecedores, os registros devem ser realizados diretamente no

Plano de Ação e em conjunto com o representante da empresa auditada. Ele deve continuar a

orientar o fornecedor na adequação dos requisitos pendentes.

Os fornecedores que nesta etapa atenderem a todos os requisitos estabelecidos devem

ser homologados como parceiros da empresa em estudo. Neste caso o Relatório de Avaliação

de Fornecedores deve ser emitido, formalizado a adequação da empresa e sua recomendação

como parceira.

4.3.7 Plano de Ação 2ª Fase

Os fornecedores que não tiveram seus processos aprovados pelo auditor devem,

baseado em suas recomendações, inserir no Plano de Ação, novas ações ou repetir a ação

definida na 1ª fase e prazos para a implementação dos requisitos considerados não

satisfatórios, conforme demonstrado na figura 4.10.

A empresa fornecedora deve então proceder à adequação de seus processos de acordo

com as ações de melhorias propostas.

Estando as ações de melhorias constantes no Plano de Ação da 2ª fase implementadas,

o fornecedor deve solicitar ao auditor, nova auditoria com o objetivo de demonstrar-lhe a

efetividade dos processos.

Page 55: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

49

Betim Leite

Requisito Voith Ação sugerida Ação Responsável Prazo Status Ação Nova dataacordada

Aprimorar o processo de revisões de desenhos criando pasta que guarde os desenhos revisados (carimbado ou fazendo qualquer outra marcação “desenho revisado/Obsoleto”).

Disponibilizar armário e

gaveta na área de produção e

carimbo "obsoleto"

Marcos 20.10.2006

Não implementado satisfatoria-

mente

Criar uma pasta de desenhos

obsoletos30.11.2006

Controlar todos os documentos dos clientes, solicitando periodicamente atualizações.

Criar lista mestre Marcos 20.10.2006 Não

implementadoCriar uma lista

mestre 30.11.2006

1.2. Controle de Registros da Qualidade

Criar/melhorar pasta de registros, mantendo cópia dos documentos enviados à Voith e dos processos internos. Como por exemplo, dos relatórios de não-conformidades;

Criar pasta Marcos 20.10.2006 OK n.a. n.a.

1.1. Controle de Documentos

Plano de Ação

1º Fase 2º fase

Figura 4.10 Modelo de Plano de Ação para 2ª Fase

4.3.8 Auditoria de 3ª Fase

A última visita do programa deve ocorrer nos fornecedores que ainda não se

adequaram aos requisitos exigidos pela Voith Paper. O auditor deve verificar se os requisitos

pendentes do Plano de Ação da 2ª fase foram implementados e conferir a situação dos demais

itens constantes do Relatório de Avaliação de Fornecedores. Um novo Relatório de Avaliação

de Fornecedores deve ser emitido nesta etapa demonstrando o atendimento aos requisitos e

recomendado o fornecedor como parceiro, ou o não atendimento. Neste caso, devem ser

relacionadas às não conformidades encontradas e recomendações de melhorias, da mesma

maneira que ocorrido na auditoria de 1ª fase.

4.3.9 Homologação

Como é de conhecimento, a qualidade é um elemento decisivo na escolha de um

produto, e o estabelecimento de um padrão de qualidade do produto é dependente do grau de

interação que a empresa fabricante daquele produto tem com seus fornecedores. A partir daí,

percebe-se a importância de se receber produtos com qualidade assegurada dos fornecedores.

E isso se pode buscar através da qualificação de fornecedores. Com a homologação dos

Page 56: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

50

fornecedores busca-se garantir que eles atendam ao conjunto de parâmetros de desempenho

estabelecidos pela Voith Paper, atingindo assim a qualidade especificada. Os resultados são

fornecimentos na quantidade exata, no tempo determinado e na qualidade requerida.

Fornecedor certificado é aquele que, depois de avaliado e desenvolvido, é considerado

apto a fornecer materiais com tal qualidade que não é necessário realizar os testes rotineiros

de inspeção de recebimento em todo o lote recebido.

Concluída a auditoria de terceira fase, o auditor deve preparar um relatório

demonstrando a evolução de cada fornecedor durante o período de desenvolvimento. Neste

relatório deve constar:

− A porcentagem dos requisitos atendida, parcialmente atendida e não atendido nas

auditorias das três fases;

− Um parecer das áreas de Compras & Outsourcing, Produção e Qualidade quanto à

necessidade estratégica de aprovação ou não do fornecedor, independente do resultado da

avaliação;

− Comentários das áreas a respeito do desempenho do fornecedor justificando o parecer

acima;

− Resultado final da avaliação do fornecedor.

Um modelo para esta finalidade, o Relatório de Análise de Fornecedor, encontra-se no

anexo 3.

Os fornecedores que atenderem a todos os requisitos exigidos pela empresa serão

considerados aprovados e passarão a integrar o quadro de parceiros da Voith Paper. Os que

não conseguirem implementar as ações requeridas, porém demonstrarem evolução e sua

homologação for considerada estratégica pela área de Compras & Outsourcing, de Produção

ou de Qualidade serão considerados aprovados com pendências no sistema de aquisição da

Voith Paper. Eles deverão preparar novo plano de ação e, durante o período de adequação, só

poderão fornecer à Voith Paper mediante autorização do departamento da Qualidade, o qual

deverá definir o volume de inspeção a ser realizada nos equipamentos. Somente após a

implementação das ações definidas, evidenciada por nova auditoria, e o pleno atendimento

aos requisitos de qualidade, a empresa será considerada parceira.

Cada fornecedor participante do programa deverá receber o Relatório de Análise de

Fornecedor, cabendo às empresas aprovadas receberem também os “certificados de

parceiros”.

Page 57: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

51

Os fornecedores considerados não aprovados serão bloqueados no sistema de

aquisição da Voith Paper.

Como parte integrante da cadeia de suprimentos, os parceiros da Voith Paper têm um

papel fundamental em busca da excelência, influenciando diretamente na qualidade dos

produtos e serviços fornecidos. Portanto elas devem ser monitoradas sistematicamente quanto

ao seu desempenho por meio do índice adotado pela Voith Paper.

Empresas que não participaram deste programa de desenvolvimento, poderão ser

homologadas como parceiras caso haja interesse por parte da Voith Paper. Este processo

consiste inicialmente em uma auto-avaliação no qual o fornecedor promoverá uma diagnose

interna baseada no questionário Lista de Avaliação de Processos, a fim de verificar suas reais

capacidades de atendimento aos requisitos estipulados. Trata-se de uma preparação prévia

para submeter à empresa fornecedora a auditoria de avaliação pela empresa em estudo. O

formulário devidamente preenchido deve retornar a Voith Paper para análise.

Quando a análise do formulário demonstrar que a empresa fornecedora tem seus

processos sob controle ou apresentar pequenas necessidades de melhorias, a empresa em

estudo designará um auditor para realizar, por meio de uma auditoria, conforme descrito na

seção 4.3.4, a constatação de que o conteúdo do relatório está correto e de que a empresa

atende aos requisitos estabelecidos pela Voith Paper. Caso os processos não atendam aos

requisitos, o auditor deve emitir o Relatório de Avaliação de Fornecedores e solicitar ao

fornecedor proceder conforme descrito na seção 4.3.5 deste capítulo.

Page 58: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

52

5 SUBFORNECEDORES

Subfornecedor pode ser definido como uma entidade de negócio na cadeia de

suprimentos que, direta ou indiretamente, oferece ao fornecedor bens e/ou serviços

necessários à produção de bens e/ou serviços para o cliente final.

Para efeito deste programa de seleção, avaliação e qualificação serão considerados

subfornecedores os integrantes da cadeia de suprimento da Voith Paper que fornecem serviços

de tratamento térmico e matéria-prima como: ferro fundido, aço carbono e inox, barras,

chapas, tubos e perfis aos fornecedores considerados parceiros da Voith Paper.

Pode ser considerado como quarteirização apenas o serviço de tratamento térmico e o

fornecimento de peças fundidas, em que o fornecedor da Voith Paper terceiriza esta atividade

para outras empresas que têm em sua atividade-afim estes processos. Os demais

fornecimentos não podem ser assim denominados, pois se trata apenas da transferência de

mercadorias de uma empresa para outra.

Queiroz considera quarteirização quando:

[...] o fornecedor de serviços terceirizados, [...], terceiriza algumas das suas

atividades em benefício do seu tomador. Isso acontece quando ocorre a contratação de “outros” terceiros, que passam a fornecer ou a executar serviços para, ou, nas instalações de um determinado tomador, o qual já tem sob contratação um terceiro, que contrata e assume a responsabilidade pela quarteirização.

Queiroz (1992: p127-129).

Quando se começa a analisar as origens dos problemas de qualidade, fica claro que

muita das causas raízes destes se encontram em empresas de estágios anteriores da cadeia

produtiva. Desta maneira é necessária a escolha de um sistema de garantia da qualidade que

atue nestas empresas como forma de garantir a qualidade final dos produtos.

5.1 Seleção

Inicialmente foram enviados e-mails aos fornecedores da empresa em estudo

solicitando o preenchimento do formulário Relação de Subfornecedores, anexo 4, informando

os dados cadastrais de seus fornecedores de matéria-prima e de serviços de tratamento térmico

utilizados em produtos da Voith Paper, formulário este com devolução prevista para 15 dias.

Nesta solicitação foi explicado que estes dados seriam utilizados para a seleção de empresas a

Page 59: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

53

serem avaliadas e qualificadas pela Voith Paper e que no futuro eles só poderiam comprar

materiais e serviços de tratamento térmico de empresas qualificadas.

As empresas, na ordem de duzentas, constantes do formulário conforme exemplo da

figura 5.1, formaram a base para o início da escolha das que participarão da avaliação.

VOITH PAPERFornecedor Voith Paper: Buldrinox Indústria Metalúrgica

Ferro fundido Aço carbono Aço inox Outras ligasFornecedor: n.a n.a SF válvulas Império dos Metais Inox-tech Aços Caporal Acesita Carbinox Van der Hoeven

Pessoa de contato: Rodrigo ou Valentin Hermano Marcia Douglas José Ricardo Daiane Paulo

Telefone (019) 3413-3313 ( 011 ) 6693-6600 ( 011 ) 4343-1800 ( 011) 3346-5222 ( 011 ) 3818-1742 ( 011 ) 3835-9499 ( 019 ) 3877-2281

e-mail: [email protected] [email protected][email protected] [email protected] [email protected] [email protected]

Fornecedor: Jati Serviços Carbinox Inox-tech Aços Caporal

Pessoa de contato: Alexandre Daiane Marcia Douglas

Telefone ( 011 ) 6160-0405 ( 011 ) 3835-9499 ( 011 ) 4343-1800 ( 011 ) 3346-5222

e-mail: [email protected][email protected]

Fornecedor: AJG - Represent. Losinox AJG - Represent. Losinox AJG - Losinox

Pessoa de contato: Allan Allan Allan

Telefone ( 019 ) 3411-4030 ( 019 ) 3411-4030 ( 019 ) 3411-4030

e-mail: [email protected] [email protected] [email protected]

Fornecedor: Jati Serviços Jati Serviços Jati Serviços

Pessoa de contato: Alexandre Alexandre Alexandre

Telefone ( 011 ) 6160-0405 ( 011 ) 6160-0405 ( 011 ) 6160-0405

e-mail:Fornecedor:Pessoa de contato:Telefonee-mail:

RELAÇÃO DE SUBFORNECEDORES

FundidosPerfis Barras Chapas Tubos Tratamento

térmico

Figura 5.1 Relação de Subfornecedores da Buldrinox Fonte: Departamento de Compras & Outsourcing Voith Paper.

Devido aos custos envolvidos para a avaliação de todos os subfornecedores

relacionados estarem acima do planejado pela empresa em estudo e o tempo necessário para

realização deste serviço ser muito longo, decidiu-se inicialmente trabalhar com cem empresas.

Em busca deste número analisaram-se diversos aspectos descritos a seguir.

Primeiro procurou-se dar prioridade aos subfornecedores que atendiam o maior

número de fornecedores da Voith Paper, relacionando-os e evidenciando o número de

empresas atendidas por eles.

Em seguida foram incluídos os considerados necessários de acordo com os aspectos

logísticos, ou seja, foram analisados quais dos fornecedores da empresa em estudo não seriam

atendidos de maneira adequada pelos subfornecedores relacionadas na primeira análise devido

as suas localizações geográficas.

Considerou-se que as empresas que também fornecem à Voith Paper com desempenho

satisfatório, ou seja, classificadas como preferenciais de acordo com o índice “IQP”, seriam

consideras aptas, não sendo necessária sua avaliação. As companhias que constam como

reprovadas no cadastro da Voith Paper, foram excluídas da avaliação.

Page 60: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

54

5.2 Auditoria de Avaliação

Inicialmente foi necessário definir os requisitos de qualidade a serem utilizados nas

auditorias dos subfornecedores. Para o estabelecimento destes requisitos tomou-se novamente

como referência os requisitos da norma NBR ISO 9001, as causas relacionadas com materiais

levantados no diagrama de Ishikawa, os problemas encontrados durante a inspeção de

recebimento e utilizou-se da experiência de especialistas da empresa em estudo nas áreas de

fundição e tratamento térmico.

Na auditoria de avaliação devem ser verificados os requisitos relacionados no

formulário Lista de Avaliação de Processos ou Avaliação de Fornecedor de Matéria-prima

conforme aplicável, buscando identificar o grau de atendimento da empresa auditada em

relação aos requisitos definidos pela Voith Paper. Este nível de atendimento deve ser

informado ao fornecedor e os conceitos registrados nos respectivos formulários. Uma cópia

deste relatório deve permanecer com a empresa auditada.

5.2.1 Subfornecedores Matéria-prima

Matéria-prima é o nome dado a um material que serve de entrada para um sistema de

produção. Os subfornecedores de matéria-prima da Voith Paper considerados nesta seção são

as empresas que revendem barras, chapas, tubos, perfis, cantoneiras, entre outros.

Devido à simplicidade dos processos utilizados por estes fornecedores, também

denominados distribuidores de materiais, foram considerados necessários e estabelecidos

cinco requisitos a serem aplicados no processo de avaliação técnica destes subfornecedores:

− Controle de documentos;

− Controle de registros da qualidade;

− Inspeção de recebimento;

− Identificação e rastreabilidade;

− Preservação dos produtos / serviços.

Com estes requisitos estabelecidos, elaboraram-se questões que foram inseridas no

formulário Avaliação de Fornecedor de Matéria-prima, anexo 5.

Recomenda-se que as auditorias nas empresas distribuidoras de materiais sejam

realizadas por um técnico da área mecânica e com conhecimento na norma de gestão de

Page 61: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

55

qualidade NBR ISO 9001. Em consulta às empresas atuando neste ramo de mercado

constatou-se que devido à localização geográfica destas seria possível realizar duas auditorias

em um mesmo dia a um custo para a Voith Paper de R$ 200,00 por empresa avaliada.

5.2.2 Subfornecedores de Tratamento Térmico

Tratamento térmico é o processo no qual se altera as propriedades mecânicas de um

material por meio do aquecimento e resfriamento do mesmo. A propriedade mecânica obtidas

pelo material varia de acordo com o tempo e temperatura de aquecimento, manutenção,

resfriamento e o meio em que o processo é realizado.

Os requisitos necessários para a avaliação das empresas fornecedoras de serviços de

tratamento térmico foram estabelecidos como sendo os requisitos gerais descritos na seção

4.3.3 adicionados aos seguintes requisitos específicos do processo:

− Os fornecedores de tratamento térmico devem prover também instalações e equipamentos

adequados para realização destes processos;

− Os funcionários envolvidos nos processos de tratamento térmico e testes devem ser

qualificados e os fornos destinados à realização destes serviços devem estar adequados às

operações realizadas, sendo que os termopares e registradores devem estar calibrados;

− Quando forem realizados testes para comprovação das características das peças tratadas,

estes devem ocorrer em equipamentos calibrados ou laboratórios reconhecidos, e os

registros da realização dos testes devem ser mantidos.

Para a auditoria em subfornecedores de tratamento térmico, deve ser utilizado o

formulário Lista de Avaliação de Processos anexo 1. Porém o auditor deve focar a verificação

em como o serviço de tratamento térmico é planejado, executado e controlado e registrar no

campo Informações Adicionais os seguintes dados:

− Os tipos de tratamento térmico executados pela empresa, tais como: austenitização,

beneficiamento, normalização, nitretação, cementação, etc., mesmo que estes não façam

parte dos serviços prestados à empresa em estudo;

− Os tipos e quantidades de fornos e equipamento de tratamento térmico em uso, suas

dimensões e aplicações, tais como: forno elétrico para alívio de tensões, forno elétrico

para carbonitretação, forno a óleo para beneficiamento, sistema de aquecimento por

indução, etc.;

Page 62: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

56

− Se o processo de moldagem é realizado na empresa ou se é contratado, neste caso citar o

fornecedor;

− Os materiais utilizados nos moldes e modelos, tais como: areia, alumínio, madeira, etc.;

− Os equipamentos de teste utilizados para comprovação das características das peças após

o tratamento térmico: máquina de tração, de impacto, de dureza, equipamentos para ensaio

metalográfico e análise química, etc.;

− A qualificação do pessoal responsável pela realização do serviço de tratamento térmico e

testes.

Para realização da auditoria em fornecedores de tratamento térmico, recomenda-se a

utilização de um profissional graduado em engenharia metalúrgica com sólidos

conhecimentos no ramo devido à complexidade deste processo. O valor estimado por uma

empresa do ramo para a realização deste tipo de auditoria foi de R$ 880,00 por companhia,

não considerando as despesas de transporte e alimentação.

As constatações do auditor e sugestões de melhorias devem constar no Relatório de

Avaliação de Fornecedores, facilitando, assim, a implementação dos requisitos não atendidos.

Este relatório pode ajudar a Voith Paper em futuras auditorias, caso estas sejam necessárias.

5.2.3 Subfornecedores de Peças Fundidas

Fundição é o processo de fabricação de peças metálicas que consiste em encher com

metal líquido a cavidade de um molde com formato e medidas correspondentes aos da peça a

ser fabricada. Para a confecção das peças podem ser utilizados os mais variados tipos de ligas

metálicas, tais como: ferro cinzento, ferro nodular, aço carbono, aço inoxidável, aços ligados,

etc.

Considerou-se que os requisitos a serem utilizados na avaliação de subfornecedores de

peças fundidas para atingirem os objetivos da empresa em estudo são os requisitos gerais da

seção 4.3.3 mais os pertinentes a este processo, descrito a seguir:

− O fornecedor deve realizar os processos de fundição sob condições controladas.

− Os funcionários envolvidos no processo devem ser qualificados.

− A infra-estrutura do fornecedor deve ser capaz de assegurar o atendimento às

especificações dos materiais a serem fornecidos. Ela inclui equipamentos de produção, de

Page 63: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

57

manuseio e transporte, equipamentos de medição para análise química e ensaios

mecânicos, entre outros.

Na realização da avaliação o auditor deve verificar como o processo de fundição é

planejado, de que maneira ele é realizado e o sistema de controle adotado pela empresa.

Atenção especial deve ser dada para:

− A influência dos diferentes materiais e tipos de moldes na seleção dos processos de

fundição e os parâmetros para cada tipo de material;

− A avaliação do peso da carga, qualidade da sucata e escória, temperatura de vazamento e

das demais etapas do processo e a escolha do tipo de forno;

− Nos resfriadores e aquecedores, posicionamento de canais, vida útil do molde, dos

lubrificantes e revestimentos.

Para o registro do atendimento ou não a estas atividades e das obserções pertinentes a

estes parâmetros, o auditor deve fazer uso da Lista de Avaliação de Processos, anexo 1.

Além disso, o auditor deve registrar no campo informações adicionais os seguintes

dados:

− Materiais e ligas produzidos pela empresa;

− A capacidade de fundição destes materiais;

− Qualidade da sucata e matéria-prima utilizada na fundição das peças;

− Os fornos em utilização pelo fundidor, sua marcas e capacidade, exemplo: forno a arco

elétrico, capacidade para 17 toneladas;

− Materiais utilizados nos moldes: areia, cerâmica, metálico, etc., e qual o reaproveitamento

deste material após desmoldagem;

− Fornos de tratamento térmico empregados no processo, suas aplicações e dimensões; tais

como: forno a óleo para alivio de tensões, forno elétrico para normalização, etc;

− Os equipamentos de teste utilizados para garantir o atendimento a especificação do cliente

ou os laboratórios utilizados para a realização destes testes. Entre os equipamentos

utilizados podemos citar: máquina universal de tração, máquina para ensaio de impacto,

espectrômetro óptico, aparelho para ensaio de dureza Brinell, etc.

O auditor deve emitir o Relatório de Avaliação de Fornecedores citando suas

constatações e propondo melhorias ao processo. Este relatório deve permitir a adequação por

Page 64: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

58

parte dos fornecedores das não conformidades detectadas e auxiliar a Voith Paper em futuras

auditorias.

Esta auditoria deve ser realizada por um engenheiro metalúrgico com vivência em

fundição e que dominem os principais conceitos do processo. A realização de auditoria em

uma fundição, de acordo com o recomendado, está na ordem de R$ 960,00 por empresa, mais

despesas com transporte e alimentação, conforme consulta a empresa especialista nesta

atividade.

5.3 Qualificação

A certificação dos subfornecedores busca garantir que as matérias-primas fornecidas e

os serviços de tratamento-térmico prestados atendam aos requisitos estabelecidos pela Voith

Paper, atingindo assim a qualidade especificada.

Após a conclusão das auditorias e finalização dos relatórios demonstrando o grau de

avaliação de cada empresa, deve ser analisado e decidido em reunião entre o auditor e o

departamento da Qualidade qual empresa deverá ser qualificada.

O critério para aprovação das empresas deve ser definido em relação à importância

que cada requisito tem para a garantia da qualidade e confiabilidade do produto. A empresa

será considerada aprovada quando atender a totalidade dos requisitos, porém, quando o

atendimento for parcial, ela poderá ser considerada aprovada se demonstrar um bom

atendimento à maioria dos requisitos e se, na opinião das partes, estas pendências não

comprometem a qualidade do produto.

Os fornecedores não aprovados ficam impossibilitados de fornecer para os parceiros

da Voith Paper.

Deve ser preparada e enviada a todos os parceiros da empresa em estudo uma carta

informando que, para os pedidos colocados a partir do quarto mês após a data de emissão da

carta, não será mais aceito matéria-prima ou peças tratadas procedentes de subfornecedores

não aprovadas. A relação das empresas aprovada e reprovada deve ser enviada anexa à carta.

Os quatro meses são necessários para a adequação dos parceiros, os quais deverão analisar a

relação e, se julgarem necessário, poderão solicitar à Voith Paper a qualificação de novas

empresas.

Este processo de qualificação se iniciará com o envio pela Voith Paper do formulário

Lista de Avaliação de Processos ou Avaliação de Fornecedor de Matéria-prima ao

Page 65: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

59

subfornecedor, para que este analise, avalie sua empresa e responda o questionário,

demonstrando quais requisitos estão implementados e quais precisam de melhorias. Este

formulário deve retornar à Voith Paper para análise.

Quando a análise do formulário demonstrar que a empresa tem seus processos

controlados, a Voith Paper designará um auditor para realizar sua avaliação e qualificação. Se

os processos do subfornecedor não atenderem aos requisitos estabelecidos, será solicitado do

mesmo ações de melhoria e, após a implementação destas, o preenchimento do formulário e a

repetição do procedimento.

As empresas consideradas reprovadas poderão ser novamente auditadas, desde que

haja interesse por parte dos parceiros da organização. Neste caso os parceiros devem

formalizar e justificar junto à Voith Paper o interesse em ter aquele subfornecedor

qualificado. Se a empresa em estudo considerar coerente a solicitação, procederá a avaliação

como no caso de um novo subfornecedor.

A relação dos subfornecedores aprovados e reprovados deve ser atualizada e

distribuída conforme a necessidade.

Page 66: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

60

6 CONCLUSÕES

A crescente competitividade existente no mercado e a pressão a que todas as empresas

estão submetidas gera a necessidade pela busca de soluções para sobrevivência. Procurando

adequar-se à situação imposta pela globalização e por este mercado altamente competitivo,

sujeito às variações de demanda, a Voith Paper tem utilizado como uma de suas estratégias a

terceirização de produtos antes fabricados internamente. Ao mesmo tempo em que esta

estratégia possibilita um ganho financeiro e maior flexibilidade, traz consigo uma série de

problemas. O principal problema detectado foi a queda da qualidade dos produtos

terceirizados, em comparação aos produzidos internamente.

O trabalho, iniciado em decorrência deste cenário, apresenta uma proposta de melhoria

da qualidade dos produtos terceirizados por meio do desenvolvimento de integrantes da

cadeia de suprimentos da empresa. Inicialmente visitaram-se diversas áreas da empresa em

estudo envolvidas no processo de terceirização buscando um melhor conhecimento do

problema existente. Em seguida realizaram-se pesquisas bibliográficas sobre os principais

temas envolvidos. A partir desta pesquisa e dos dados levantados na Voith Paper, iniciou-se

um estudo para a definição da abrangência do programa a ser empregado.

O resultado apresentou um programa de avaliação, desenvolvimento e homologação

de trinta fornecedores de outsourcing, e outro de avaliação e qualificação de cem

subfornecedores de matéria-prima, dez de tratamento térmico e nove de peças fundidas. Neles

foram desenvolvidos métodos com a finalidade de propiciar a execução de auditorias de

avaliação técnica, treinamento sobre aspectos visuais, definições de ações de melhorias e

critérios para credenciamento ou não de empresas na cadeia de suprimento da Voith Paper.

A implementação de requisitos, muitos deles por meio de simples soluções, sem

grandes investimentos e em curto espaço de tempo, por parte das parceiras, bem como pelos

seus fornecedores, permitirá à Voith Paper obter melhorias na qualidade dos produtos

adquiridos, ficando evidente a importância do trabalho desenvolvido.

A homologação das empresas como parceiras evidenciarão uma melhora na

confiabilidade destas, propiciando à Voith Paper adotar um novo plano de inspeção com

redução das atividades tanto no site do fornecedor como no recebimento do produto. O

volume de inspeções indicados neste novo plano deverá estar atrelado aos novos valores de

desempenho obtidos pelos parceiros no indicador “Índice de Qualidade e Pontualidade”.

Page 67: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

61

Em relação ao objetivo principal do presente trabalho, ou seja, preparar um programa

de desenvolvimento da cadeia de suprimentos com base nos requisitos na norma NBR ISO

9001, pode-se afirmar que tal proposta foi atingida, pois a empresa em estudo iniciou a

implementação do programa de avaliação de fornecedores, sendo que houve, por parte destes,

uma boa aceitação em função de interesses na manutenção dos negócios a longo prazo e pela

pressão exercida pela Voith Paper no sentido de que empresas que não atendessem aos

requisitos solicitados seriam penalizadas com o descredenciamento como fornecedores.

No desenvolvimento deste trabalho foi fundamental a colaboração e, principalmente, o

conhecimento dos funcionários da empresa em estudo, o que proporcionou uma ampla visão

sobre o processo de terceirização, a qualidade requerida em produto sob encomenda para a

indústria de máquina de papel e requisitos da norma de gestão da qualidade NBR ISO 9001.

Page 68: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

62

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos

Page 69: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

63

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos (cont.)

Page 70: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

64

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos (cont.)

Page 71: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

65

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos (cont.)

Page 72: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

66

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos (cont.)

Page 73: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

67

ANEXO 1: Lista de Avaliação de Processos (cont.)

Page 74: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

68

ANEXO 2: Relatório de Avaliação de Fornecedores

Page 75: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

69

ANEXO 3: Relatório de Análise de Fornecedores

Relatório de Análise de Fornecedores

FORNECEDOR FCM

Atendimento aos Requisitos

Análise das áreas

QualidadeFornecedor não atendeu 100% dos requisitos aplicáveis, porém demonstrou grande evolução e será

aprovado mediante estabelecimento de plano de ação.

Resultado Aprovado Reprovado Resp./Data 27.11.2006

Outsourcing Fornecedor estratégico para a Voith Paper no fornecimento de mancais para rolos.

Seus produtos não vêm apresentando a qualidade esperada, porém muito bom quanto ao prazo

de entrega e preço.

Resultado Aprovado Reprovado Resp./Data 28.11.2006

Fábrica Fornecedor atende bem a parte técnica.

Resultado Aprovado Reprovado Resp./Data 29.11.2006

Observações Finais

Fornecedor considerado aprovado com pendências. Deve implementar as ações do plano.

Resultado Final Aprovado Reprovado Resp./Data 30.11.2006

Voith Paper

Evolução durante o Plano

20,69% 20,69%

0,00%0,00%

93,10%

6,90%

79,31%79,31%

0,00%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2A FASE 3A FASE 4A FASE

Situação Atual - 3a Fase

93,10%

0,00%

6,90%

ATENDE PARC NÃO ATENDE

1ª FASE 3ª FASE2ª FASE

Page 76: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

70

ANEXO 4: Formulário de Relação de Subfornecedores

Page 77: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

71

ANEXO 5: Formulário de Avaliação de Fornecedores de Matéria-prima

Page 78: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

72

ANEXO 5: Formulário de Avaliação de Matéria-prima (cont.)

Page 79: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVAREZ, M. S. B. Terceirização, Parceria e Qualidade. Rio de Janeiro: Editora Campus,

1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR ISO-9001: sistemas de

gestão da qualidade: requisitos. Rio de janeiro, 2000. ______. NBR 12966: avaliação técnica de fornecedores. Rio de Janeiro, 1993. CAMPOS, V.F. Controle da Qualidade Total. Belo Horizonte: Bloch Editores, 1992. CHIAVENATO, I. Recursos humanos São Paulo: Editora Atlas, 1992. CHRISTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias

para a redução de custos e melhoria de serviços. São Paulo: Editora Pioneira, 1997. CROSBY, Philip B. Qualidade é Investimento. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1986. DORNIER, P. P.; ERNST, R.; FENDER, M.; KOUVELIS, P. Logística e Operações

Globais: textos e casos. São Paulo: Editora Atlas, 2000. FERREIRA, M.A. T. e SOUZA, I. N. Estratégias de Terceirização na Indústria Mineira:

Características e Impactos. 18o ENANPAD, v. 9, 1994, p.127-141. GARVIN, D. A. Gerenciando a Qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de

Janeiro: Editora Qualitymark, 1992. GOLDSTEIN, I. L. Training in organizations. California: Pacific Grove, 1993. GRIFFITHS, J.; MARGETTS D., Variation in Production Schedules - Implications for Both

the Company and its Suppliers. Journal of Materials Processing Technology, v.103, n.1, 2000, p.155-159.

HARRINGTON, H. James. O Processo do Aperfeiçoamento. São Paulo: Editora McGraw-

Hill, 1988. HARTLEY, J. J. and JONES, G. E., Process Oriented Supplier Development: Building the

Capability for Change. International Journal of Purchasing and Materials Management, v.33, n.3, 1997, p.24 – 29.

JURAN, J. M. Controle da Qualidade Handbook. São Paulo: Editora Makron Books, 1992,

v. 6. LEENDERS, M. R. Supplier Development. Journal of Purchasing and Material

Management v.25, n.1, 1989, p.47-55.

Page 80: MELHORIA NA QUALIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA ...vanzolini.org.br/download/TCC_trabalho5_Nivaldo.pdf · critério para qualificação destes ... Figura 4.1 Fornecedores

74

LEI nº. 8.078 Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/pdf/cdc.pdf> Acesso em: 30 de outubro de 2006.

MERLI, G. Comakership, a Nova Estratégia para os Suprimentos. Rio de Janeiro: Editora

Qualitymark, 1998. MOREIRA, D. A. Dimensões do Desempenho em Manufatura e Serviços. São Paulo

Editora Pioneira, 1996. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro:

Editora Campus, 1997. OPHIR, C. J. A Terceirização das Relações Laborais. São Paulo: Editora LTR, 1996. PEGNONCELLI, D. Terceirização e Parceirização: estratégia para o sucesso

empresarial. Rio de Janeiro: Editora D. Pegnoncelli, 1993. PIRES, S. R. I., Supply Chain Management - Conceitos Básicos. Disponível em: <http://

www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/supply_chain_v5.html>. Acesso em: 30 de agosto de 2006.

QUEIROZ, C. A. R. S. Manual de terceirização. São Paulo: Editora STS, 1992. SHINGO, S., Sistemas de Produção com Estoque Zero: O sistema Shingo para melhorias

contínuas. Porto Alegre: Editora Bookmann, 1996. SILVA, J. E. As relações entre os fornecedores e as montadoras automobilísticas na década de

90. Dissertação (Mestrado). São Paulo, PUC, 1997, 117p. SLACK, N., Vantagem Competitiva em Manufatura. São Paulo: Editora Atlas, 2002. TEBOUL, J. Gerenciando a Dinâmica da Qualidade. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark,

1991. TRACEY, M.; TAN, C. L. Empirical Analysis of Supplier Selection and Involvement,

Customer Satisfaction, and Firm Performance. Supply Chain Mangement: an International Journal v.6, n.4, 2001, p.174-188.

WATKINS M. Negociação. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.