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MEMÓRIAS DE DOCENTES E DISCENTES: VIVENDO A E NA ESCOLA Silvânia Santana Costa 1 (PUCRS/UNIT) [email protected] Cultura material escolar; História da Educação; memórias Le Goff (1990, p. 535), classifica os elementos constitutivos da memória em monumentos e documentos. O primeiro corresponde a herança do passado que involuntariamente ou voluntariamente está veiculado ao poder de perpetuação. O segundo está ligado à escolha do historiador, visto que a análise, seleção obedecem às ideias preconcebidas. De acordo com Rusen (2001), somente pelas fontes fica impossível reconhecer o passado e são as conjunturas conjecturais e interrogativas que possibilitam a interpretação de uma história. Assim, os interesses e as ideias são fatores do pensamento histórico. Ele elenca os 5 fatores para os fundamentos da ciência histórica: 1º a matriz disciplinar: as carências fundamentais de orientação da prática humana na vida no tempo; 2º as ideias que transformam as carências em interesses; 3º os métodos da pesquisa que possibilita a produção fundamentada; 4º a historiografia que consiste nas formas de apresentação; 5º orientação existencial. Os cinco fatores articulados é o que faz a diferença entre o pensamento histórico cientifico e o comum. “Sem tais perspectivas determinantes do que queremos propriamente saber, ao pesquisar as fontes do passado, estas em nada podem ajudar quanto ao que é ou foi a história que tencionamos fazer ou emergir delas.” (RUSEN, 2001, p. 32). Assim, a narrativa histórica segue padrões de ciência exigidos para dar legitimidade ao discurso de reconstrução do passado. Esta construída dentro da ótica do pesquisador, seguindo as preleções, as seleções, as críticas e as próprias definições assumidas. Dessa forma, o conceito de História como “um saber universalmente aceitável, “científico”, sendo a memória “conduzida pelas exigências das comunidades para as quais a presença do passado no presente é um elemento essencial da construção de seu ser coletivo.” (CHARTIER, 2009, p. 21). É justamente por meio desses lugares de memória que o 1 Coordenadora de Estágio dos cursos a distância da Universidade Tiradentes (UNIT/NEAD). Possui graduação em História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialização em Magistério Superior pela Universidade Tiradentes (UNIT). Mestre em Educação pelo Núcleo de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Doutoranda em Educação pela PUCRS. É líder do grupo de pesquisa Educação, Sociedade e Direito, membro do grupo de Pesquisa em História da Educação: intelectuais da educação, instituições educacionais e práticas escolares (UFS). E também membro como pesquisadora do Grupo de Pesquisa Sociedade, Educação, História e Memória – UNIT e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História, Cultura e Identidade – UNIT. E-mail: [email protected].

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MEMÓRIAS DE DOCENTES E DISCENTES: VIVENDO A E NA ESCOLA

Silvânia Santana Costa1 (PUCRS/UNIT)

[email protected]

Cultura material escolar; História da Educação; memórias

Le Goff (1990, p. 535), classifica os elementos constitutivos da memória em

monumentos e documentos. O primeiro corresponde a herança do passado que

involuntariamente ou voluntariamente está veiculado ao poder de perpetuação. O segundo

está ligado à escolha do historiador, visto que a análise, seleção obedecem às ideias

preconcebidas.

De acordo com Rusen (2001), somente pelas fontes fica impossível reconhecer o

passado e são as conjunturas conjecturais e interrogativas que possibilitam a interpretação de

uma história. Assim, os interesses e as ideias são fatores do pensamento histórico. Ele elenca

os 5 fatores para os fundamentos da ciência histórica: 1º a matriz disciplinar: as carências

fundamentais de orientação da prática humana na vida no tempo; 2º as ideias que

transformam as carências em interesses; 3º os métodos da pesquisa que possibilita a produção

fundamentada; 4º a historiografia que consiste nas formas de apresentação; 5º orientação

existencial. Os cinco fatores articulados é o que faz a diferença entre o pensamento histórico

cientifico e o comum. “Sem tais perspectivas determinantes do que queremos propriamente

saber, ao pesquisar as fontes do passado, estas em nada podem ajudar quanto ao que é ou foi a

história que tencionamos fazer ou emergir delas.” (RUSEN, 2001, p. 32).

Assim, a narrativa histórica segue padrões de ciência exigidos para dar

legitimidade ao discurso de reconstrução do passado. Esta construída dentro da ótica do

pesquisador, seguindo as preleções, as seleções, as críticas e as próprias definições assumidas.

Dessa forma, o conceito de História como “um saber universalmente aceitável,

“científico”, sendo a memória “conduzida pelas exigências das comunidades para as quais a

presença do passado no presente é um elemento essencial da construção de seu ser coletivo.”

(CHARTIER, 2009, p. 21). É justamente por meio desses lugares de memória que o

1 Coordenadora de Estágio dos cursos a distância da Universidade Tiradentes (UNIT/NEAD). Possui graduação

em História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialização em Magistério Superior pela

Universidade Tiradentes (UNIT). Mestre em Educação pelo Núcleo de Pós-Graduação em Educação da

Universidade Federal de Sergipe (UFS). Doutoranda em Educação pela PUCRS. É líder do grupo de pesquisa

Educação, Sociedade e Direito, membro do grupo de Pesquisa em História da Educação: intelectuais da

educação, instituições educacionais e práticas escolares (UFS). E também membro como pesquisadora do Grupo

de Pesquisa Sociedade, Educação, História e Memória – UNIT e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História,

Cultura e Identidade – UNIT. E-mail: [email protected].

historiador busca registrar e evidenciar as informações selecionadas. Assim de acordo com

Chartier, 2009, p. 24,

sem dúvida, entre história e memória as relações são claras. O saber

histórico pode contribuir para dissipar as ilusões ou os desconhecimentos

que durante longo tempo desorientaram as memórias coletivas. E, ao

contrário, as cerimônias de rememoração e a institucionalização dos lugares

da memória deram origem repetidas vezes a pesquisas históricas.

Diante disso, é fundamental pensar sobre os diversos objetos que compõe as

possibilidades de estudos, que precisam ser rememorados e evidenciados. Dentre tantos

outros: o discurso vigente, as práticas cotidianas da escola, o processo de escolarização

abordado por Faria Filho (2007, p. 198), pelo qual os sujeitos submetidos à organização dos

programas e das políticas educacionais se articulam construindo sentido a partir de suas

experiências e de sua interação com outros espaços e tempo que não se configuram com o da

escola, mas que estão associados.

Essa interação entre os diversos agentes escolares possibilita a construção da

cultura escolar que não é formada a partir de leis e programas de ensino. São as experiências,

as ações e as apropriações que constituem um campo fértil para o desenvolvimento educativo.

Assim, a cultura material toma corpo a partir das experiências empreendidas e trocadas pelos

diversos sujeitos. Tomando a perspectiva de cultura escolar definida por Julia (2001, p. 10)

como:

um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a

inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses

conhecimentos e a incorporação desses comportamentos; normas e práticas

coordenadas a finalidades que podem variar segundo as épocas (finalidades

religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização).

Ela permite visualizar a escola além dos aspectos legislativos e das reformas

educacionais. Uma vez concebida de forma hegemônica, limita o entender das práticas sociais

dentro e fora de seu âmbito, visto que é formada por sujeitos integrantes de um grupo

heterogêneo que apresentam características próprias decorrentes das relações estabelecidas

com seu meio.

A perspectiva da cultura escolar é fundamental por observar diversos elementos

do contexto escolar como forma de conhecer social e historicamente a incorporação do

habitus, esse reconhecido como “sistema de esquemas adquiridos que funciona no nível

prático como categorias de percepção e apreciação, ou como princípios de classificação e

simultaneamente como principal organizadores da ação” (BOURDIEU, 1990, p. 26).

O objeto deste estudo será a cultura material escolar do Instituto de Educação Rui

Barbosa (IERB) no período de 1971 a 1996, antiga Escola Normal Rui Barbosa. A escolha

pela temática foi despertada no período de Mestrado, ao estudar a atuação docente de José

Calasans Brandão da Silva nas instituições de ensino em Sergipe. Ele lecionou no Instituto de

Educação Rui Barbosa (IERB), antiga Escola Normal.

Ao fazer pesquisa no acervo dessa instituição me deparei com um acervo

documental disposto em um local insalubre, sem condições de pesquisa, como medida,

resolvemos criar um projeto de extensão universitária/UNIT com o intuito de organizar os

documentos, para posteriormente a Secretaria de Educação do Estado criar um arquivo para

preservação da memória escolar.

O marco histórico pretendido neste estudo (1971 a 1996) consiste em dois

momentos de reconfiguração legal para o ensino normal: 1971, ano no qual a Lei 5.692/71

estabeleceu as habilitações específicas de grau superior e de 2º Grau para exercer a docência;

E 1996, quando a Lei 9.394/96 instituiu que a condição mínima para o exercício do

magistério seria possuir nível médio na modalidade normal, priorizando a formação em nível

superior. São momentos de mudanças ocasionadas por definições legais, que é fundamental

perceber como elas foram vivenciadas, apropriadas e executadas por todos envolvidos no

funcionamento do Instituto de Educação Rui Barbosa, neste período. Esse trabalho consiste na

proposta de pesquisa que está sendo desenvolvida como aluna do Doutorado em Educação da

PUCRS.

Com o intuito de situar a pesquisa no cenário de estudos acerca da cultura material

escolar foi realizada consultas no site da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa

em Educação (ANPED) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), a análise nesses dois espaços de difusão das pesquisas auxiliou na seleção de

trabalhos que serviram de subsídios para a narrativa. Partindo do seguinte questionamento:

Como a abordagem da cultura material escolar está sendo discutida nos grupos de trabalhos e

estudos promovidos pelos programas de pós-graduação?

A produção científica na área da História da Educação assumiu dimensões

maiores a partir da difusão dos conhecimentos produzidos pelas universidades, nos cursos de

pós-graduação Stricto Sensu e pelos grupos de pesquisas. De acordo com Morosini (2012) “o

cenário nacional, refletor do cenário globalizado, é marcado pela expansão acentuada do

sistema de educação superior e também de sua função pesquisa [...].” Essa atribuição constitui

em um dos pilares da universidade encarregada de promover o ensino, a extensão e a

pesquisa.

Na perspectiva de incentivo a pesquisa, as instituições são obrigadas a mostrar

produtividade, a fim de ser reconhecida por instituições nacionais e internacionais. Esse

reconhecimento, marca a disputa das áreas do conhecimento a fim de garantir sua

continuidade no campo. A área do conhecimento que mais se expandiu foi a das humanas, na

qual a educação está inserida.

Bourdieu (1976) faz uma análise de como a disputa no campo científico se

processa, no jogo para reconhecimento, permanência e manutenção é necessária à aceitação

pelos seus pares concorrentes. Produzir para esses atores obtendo deles a aceitabilidade da

produção é um dos pontos cruciais para a expansão da pesquisa nas diversas áreas do

conhecimento. Podemos verificar que Bourdieu (1976, p. 10) afirma que:

O reconhecimento, marcado e garantido socialmente por todo um conjunto

de sinais específicos de consagração que os pares-concorrentes concedem a

cada um de seus membros, é função do valor distintivo de seus produtos e da

originalidade (no sentido da teoria da informação) que se reconhece

coletivamente à contribuição que ele traz aos recursos científicos já

acumulados [...].

Nessa ótica, podemos pensar sobre outros elementos essenciais também para o

crescimento e expansão da pesquisa, analisando seus pontos positivos e negativos. Visto que,

a Nova História possibilitou: a ampliação gradual das diversas abordagens; a incorporação

pelos historiadores da Educação de um leque de objetos de estudos; a expansão dos conceitos

de análises; os quais permitem analisar todos os aspectos nos quais a escola está envolvida.

Essa visão mais ampla possibilitou verificar os espaços da escola sob outras dimensões

incorporando elementos que também constituem o viver escolar.

A inserção da cultura escolar como categoria de análise e campo de pesquisa para

os historiadores da educação é recente, dentre outros fatores, ocorreu da necessidade de

ampliar o campo de pesquisa e analisar outras dimensões do espaço escolar, limitadas a

legislação ou a reformas educacionais. Portanto, ao verificar as produções que tratam da

cultura material escolar nos grupos de trabalho e estudos da pós-graduação constatou-se que

os grupos de trabalhos da ANPED são constituídos por vinte e três áreas de estudo: História

da Educação, Movimentos Sociais e Educação, Didática, Estado e Política Educacional,

Educação Popular, Educação de crianças de 0 a 6 anos, Formação de Professores, Trabalho

e Educação, Alfabetização, Leitura e Escrita, Política de Educação Superior, Currículo,

Educação Fundamental, Sociologia da Educação, Educação Especial, Educação e

Comunicação, Filosofia da Educação, Educação de Pessoas Jovens e Adultas, Educação

Matemática, Psicologia da Educação, Afro-Brasileiros e Educação, Educação Ambiental,

Gênero, Sexualidade e Educação, Educação e Arte2.

Dentre os GTs elencados acima, foram destacados os seguintes grupos: História

da Educação; Formação de professores e currículo. Como critério para a seleção dos trabalhos

nesses grupos foi inicialmente verificado o título, o resumo, as palavras-chave, a instituição

que o autor estava vinculado e a instituição financiadora. A leitura do texto teve a intensão de

identificar se o autor (a) utilizou a cultura escolar como categoria de análise, identificando as

fontes consultadas e o aporte teórico utilizado na compreensão do objeto escolhido. No

quadro a seguir foram listados os trabalhos pesquisados e apresentados por: ano de realização

da Reunião anual da ANPED; grupo de trabalho (GT) identificado por nome e número; o

título do trabalho e as palavras-chave apresentadas no resumo; o nome do (s) autor (es); a

instituição de vínculo do (s) autor (es) e a agência financiadora.

Quadro 1. Trabalhos encontrados nas reuniões anuais da ANPED

Ano

Grupo de Trabalho

(Gt) Título do trabalho / palavras-chave Autor

(es)

Instituição /

agência

financiadora Nome/Número

2007

História da

Educação/GT 02 -

3441

Culturas da escola: as festas escolares

em São Paulo (1890-1930) / sem

palavras-chave

Renata

Marcílio

Cândido

USP / CAPES

História da

Educação/GT 02 -

3693

Movimento de inserção da ginástica

como constitutiva da cultura escolar

do ginásio mineiro (internato e

externato) – 1890-1916 / sem

palavras-chave

Aleluia

Heringer

Teixeira

Lisboa Fundação

Helena Antipoff

/Sem

Financiamento

2008 Currículo/GT-12 -

4497

Uniformes entre imagens do

pensamento e narrativas dos meus

cotidianos / Uniforme; Currículo;

Superfície e Sociabilidade

Marcio

Romeu

Ribas de

Oliveira

UERJ / CAPES

2009

História da

Educação/GT 02 -

5110

Cultura escolar: prescrevendo regras

de bom comportamento / Gênero;

Cultura Escolar; História da Educação

Claricia

Otto UFSC / CNPq

História da

Educação/GT02 -

5430

Propagandas das instituições de ensino

de Pelotas-Rs: visibilidade ao espaço

escolar (1875-1910) / História da

Educação; Cultura Material Escolar;

Propaganda; Arquitetura Escolar

Helena

de

Araujo

Neves

UFPel /

CAPES

2010

Formação de

professores/ Gt 08 -

6095

Representações da profissão docente

no compêndio de pedagogia escolar do

Dr. Feliciano Pinheiro Bittencourt /

sem palavras-chave

Tatiane

Tanaka

Perez

USP /Sem

Financiamento

Fonte: ANPED3: reuniões anuais

2 Nos anos de 2007 e 2008 correspondentes a 30ª e 31ª reunião anual, o GT 24 aparecia separado com a sigla

GE. A partir de 2009 consta na lista dos demais GTs.

A trigésima reunião anual da ANPED intitulada ANPED: 30 anos de pesquisa e

compromisso social foi realizada de 07 a 10 de outubro de 2007 em Caxambu, Minas Gerais.

Analisando os trabalhos selecionados constata-se que dois estudos inseridos no GT: História

da Educação abordam a cultura escolar e a utilizam como categoria de análise, o de Cândido

(2007) e o de Teixeira. Cândido (2007) estuda as festas escolas em São Paulo, no período de

1890 a 1930 como elemento da cultura, com o objetivo de verificar como elas contribuíram

para a formação de uma ideia de escola e de república. O trabalho é em nível de Mestrado e

financiado pela CAPES. A autora utiliza o conceito de cultura escolar de Dominique Julia

(2001), embora na referência cite Vinão Frago (1996) não o utiliza no texto, também cita o

estudo de Vidal (2005). Como aporte teórico se fundamenta no discurso da História Cultural

fazendo referencia a Chartieu (1990). Como fontes para obtenção das informações foram

utilizadas os periódicos, os relatórios, os anuários, a legislação e as fotografias. Ela evidencia

que as festas não foram incorporadas pelas escolas da mesma forma, havia um sentido próprio

dado pela instituição de ensino.

Já Teixeira (2007) evidencia como a ginástica consistia em um elemento

constituinte da cultura escolar. O estudo tem como local de pesquisa o Ginásio Mineiro no

período de 1890 a 1916. O conceito de cultura escolar empregado é o de Frago (2000). Como

fonte de pesquisa documental utilizou os relatórios, a legislação, as Atas da Congregação. O

aporte teórico foi o da História Cultural com o uso da obra de Chartieu (1990).

A trigésima primeira reunião aconteceu de 19 a 22 de outubro de 2008 em Minas

Gerais, na cidade de Caxambu, denominada de Constituição Brasileira Direitos Humanos e

educação. Dentre os trabalhos vistos foi selecionado o texto de Oliveira (2008), o título

chamou a atenção por mencionar o uniforme, um elemento da cultura material escolar.

Entretanto, ele não emprega a categoria cultura escolar para analisar o uso cotidiano do

uniforme no Colégio Estadual Regente Feijó. O autor o aborda como parte do âmbito da

escola e apresenta significados tanto dentro como fora dos muros da instituição. O aporte

teórico da Nova História é usado para analisar o cotidiano trazendo referência a Certeau

(1994).

Com o tema Sociedade, cultura e educação: novas regulações? a trigésima

segunda reunião aconteceu em Minas Gerais, Caxambu Nesta, foram selecionados os

trabalhos de Otto (2009) e Araujo (2009). Otto (2009) analisa a cartilha A menina italiana na

escola, um instrumento da cultura escolar com a função disciplinadora, civilizatória e de

3 Quadro elaborado a partir da seleção dos trabalhos das reuniões anuais da ANPED: 30ª (2007); 31ª (2008); 32ª

(2009); 33ª (2010); 34ª (2011).

reafirmar a cultura italiana. Na capa havia a indicação de que era feita para escolas italianas

no exterior. O marco temporal consiste no final do século XIX e as três primeiras décadas do

século XX. Como suporte teórico para o conceito de cultura escolar utiliza Frago (2000) e

Forquin (1993). O referencial teórico da História Cultural está presente com os estudos de

Chartier (1990) e Ginsburg (2001).

Araujo (2009) estuda os espaços físicos das instituições de ensino de Pelotas no

Rio Grande do Sul tendo como marco temporal a segunda metade do XIX e início do século

XX. Utiliza o referencial teórico da História cultural e a categoria de análise da cultura escolar

são apontados Chartier (1990); Frago (1995). As fontes consultadas consistiram em

propagandas nos periódicos.

Educação no Brasil: o balanço de uma década foi o tema da trigésima terceira

reunião da ANPED realizada no ano de 2010. Perez (2010) apresentou um estudo sobre o

Compêndio de Pedagogia Escolar – precedido d’um resumo de Psychologia aplicada à

educação, escrito em 1908, por Dr. Feliciano Pinheiro Bittencourt e adotado no programa da

Escola Normal a fim de perceber como a imagem do professor era representada no manual

utilizado no curso de formação de professores primários. Utilizando o conceito de cultura

escolar de Julia (2001) e do aporte da História Cultural de Chartier (1991); Certeau (1982;

1994).

Outro local de pesquisa foi o banco de teses da CAPES, como critério para

seleção foram instituídos os anos de 2007 a 2011 e escolhido os trabalhos em nível de

Doutorado. A pesquisa no site foi norteada pelas seguintes palavras: Cultura escolar; Cultura

material escolar; Escola Normal; Memórias; Instituto de Educação; Currículo. O site da

CAPES não possui um sistema integrado com bibliotecas, o que dificulta na consulta da obra

completa, pois muitos resumos não dão conta de informar a abrangência do tema, dificultando

o leitor na seleção. No caso dos resumos bem elaborados facilita o leitor, pois apresenta o

todo do trabalho: objeto, objetivos, justificativa, metodologia, categorias de análise,

referencial teórico, entre outros elementos esclarecedores da pesquisa. O resultado da consulta

foi listado em um quadro informando o ano e a temática pesquisada, o autor, o título da tese e

a instituição formadora.

Quadro 2. Resultado da consulta ao site da CAPES

Ano Temática Autor Título Instituição

2010

Cultura

material

escolar

Alessandra

Aparecida de

Souza Gibello

Rastros da civilização escolar:

cultura e práticas da escola

primária paulista (1960-1980)

Universidade Estadual

Paulista Júlio de

Mesquita Filho

2007

Cultura

escolar

Alessandra

Cristina

Furtado

Por uma história das práticas de

formação docente: um estudo

comparado entre duas escolas

normais de Ribeirão Preto - SP

(1944-1964)

Universidade de São

Paulo

Daiane

Antunes Vieira

Pincinato

Homens e masculinidades na

cultura do magistério: uma

escolha pelo possível, um lugar

para brilhar (São Paulo, 1950 -

1989)

Universidade de São

Paulo

2008 Beatriz Gomes

Nadal

Cultura escolar: um olhar sobre a

vida na escola

Pontifícia

Universidade Católica

de São Paulo

2010 Nivia Gordo

História da Escola de Aplicação

da FEUSP (1976-1986): a

contribuição de José Mário Pires

Azanha para a cultura escolar

Universidade de São

Paulo

2007

Escola

Normal

Luciene

Chaves de

Aquino

De Escola Normal de Natal a

Instituto de Educação Presidente

Kennedy (1950-1965):

configurações, limites e

possibilidades da formação

docente

Universidade Federal

do Rio Grande do

Norte

2009 Jane Bezerra

de Sousa.

Ser e fazer-se professora no Piauí

no século XX: a história de vida

de Nevinha Santos

Universidade Federal

de Uberlândia

2011

Eunice Maria

Ferreira Silva

Escola Normal de formação de

professoras na baixada

Fluminense: Práticas Político-

Pedagógicas Cotidianas

Universidade Federal

Fluminense

Sandra

Herszkowicz

Frankfurt.

Da Escola Normal à habilitação

específica para o magistério em 2°

grau: práticas e apropriações

(1961-1981)

Pontifícia

Universidade Católica

de São Paulo

2007

Memórias

Gilson de

Almeida

Pereira

No fio da História: Uma análise

da (re) construção identitária dos

professores, entrecruzando

tempos, memórias e espaços

Pontifícia

Universidade Católica

do Rio Grande do Sul

2009

José Roberto

Gomes

Rodrigues

Formas de escolarização

secundária e sócio-gênese de uma

instituição escolar: o Ginásio Ruy

Barbosa em Juazeiro

Universidade de São

Paulo

2010 Charles

Moreira Cunha

Memórias de professores:

convocações do presente

Universidade Federal

de Minas Gerais

2007 Currículo Eduardo

Arriada

A Educação Secundária na

Província de São Pedro do Rio

Grande do Sul: a desoficialização

do ensino público

Pontifícia

Universidade Católica

do Rio Grande do Sul

Fonte: Elaborada a partir do banco de tese da CAPES

Como pode ser verificado no quadro 2, as temáticas que serviram como norte para

esse trabalho aparecem mais presente em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de

Janeiro. No nordeste, aparece a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os resultados

apresentam uma maior incorporação das temáticas na área sul e sudeste, entretanto, outras

pesquisas poderão completar essa análise a fim de apresentar um quadro mais abrangente da

inserção em outros espaços e tempos.

Sendo assim, servindo como proposta para pesquisas posteriores, outros pontos a

serem considerados são: como é a abordagem em nível de Mestrados em Educação? Quais os

programas Stricto Sensu em nível de Doutorado em Educação existentes no Brasil? Quais as

temáticas e abordagem utilizadas em suas pesquisas? Por exemplo, o programa de Doutorado

em Sergipe foi implantado 2008 alguns trabalhos já foram defendidos até o momento da

escrita deste artigo. A tese de Simone Silveira Amorin intitulada Configuração do trabalho

docente e a instrução primária em Sergipe no século XIX (1827-1880) foi defendida em

março de 2012, orientada pela Dr. Anamaria Goncalves Bueno de Freitas apresenta como

conceitos de análise o aporte teórico da História Cultural de Bourdieu, Roger Chartier e o

conceito de civilização de Norbert Elias.

Pensando sobre a perspectiva da Nova História podemos compreender como a

História Cultural assumiu presença nas pesquisas e como os historiadores da educação

incorporaram a cultura escolar em suas análises. No ano de 2004, pesquisadores da

Universidade Federal de Minas Gerais, Luciano Mendes de Faria Filho, Irlen Antônio

Gonçalves e da Universidade de São Paulo, Diana Gonçalves Vidal, André Luiz Paulilo

publicaram na Revista Educação e Pesquisa um estudo intitulado A cultura escolar como

categoria de análise e como campo de investigação da educação brasileira, pelo qual eles

apresentam como a cultura escolar passou a se incorporar no campo da História da Educação

como “categoria de análise e campo de investigação” sendo apontados Dominique Julia,

André Chervel, Jean-Claude Forquin e António Vinão Frago. Farias Filho; Gonçalves; Vidal;

Paulilo (2004) afirmaram que:

Não por acaso a emergência e consolidação do tema cultura escolar nas

pesquisas em história da educação se dá ao mesmo tempo em que se amplia

o diálogo com a chamada história cultural francesa. Uma das explicações

para isso é que tanto a temática — a cultura escolar — quanto a abordagem

— a história cultural — contribuam para a criação de lugar confortável para

a educação no terreno da cultura, não mais ancorado nos estudos

sociológicos, mas historiográficos.

Desta forma, analisando as teses elencadas no quadro dos treze trabalhos

selecionados estão mais presentes nas pesquisas os estudos sobre a cultura escolar (5),

memória (3), Escola Normal (3) currículo (1) e Instituto de Educação (1). A categoria de

análise cultura escolar de Dominique Julia (2001) e Vinão Frago (1993; 1995; 2001; 2008);

Forquim (1992, 1993); Chervel (1992, 1990, 1998) presentes nos textos são usadas para

compreender o contexto educacional e as práticas existentes. O aporte teórico recorrente nos

textos é o da História Cultural com os estudos de Chartier (1988; 1990; 1991; 2001; 2002;

2007), Bloch (s/d), Burke (1992; 2002; 2005), Certeau (1982,2000 ), Le Goff (1995; 1992;

1990), Ginzburg (2002).

Portanto, se percebe ao analisar os trabalhos apresentados nas reuniões da

ANPED e nas teses selecionadas no portal da CAPES, que a temática cultura escolar foi

incorporada as pesquisas na área de educação recentemente, sendo ainda um campo fértil para

os pesquisadores. Pode afirmar que isso ocorreu em virtude da difusão das ideias da Nova

História que possibilitou a ampliação das fontes e objetos de estudos, sendo incorporadas as

propostas de análise ao campo de pesquisa em educação, principalmente sob a perspectiva da

História Cultural. Acredito que outros trabalhos em nível de mestrado, apresentados em

outros eventos científicos também possam contribuir para perceber essa expansão nos

trabalhos ficando para estudos posteriores. Assim, a seleção e a análise inicial dos GTs da

ANPED e do banco de dados de teses da CAPES contribuiu para a escrita desse artigo, a

partir do momento que permitiu entrar o contato com estudos que se delinearam nas propostas

de análise da categoria cultura escolar dentro dos conceitos e abordagens da História Cultural.

Em cada contexto histórico a representação da escola é construída a partir dos

sujeitos envolvidos, tanto no processo de ensino e aprendizagem, quanto da imagem social,

funcionando como um espaço legitimado, capaz de formar indivíduos e integrá-los na

sociedade. Nessa conjuntura, podemos inferir as Escolas Normais que foram responsáveis

pela formação de vários profissionais que atuaram no magistério primário.

A Lei 5692 de 11 de agosto de 1971 fixou as “diretrizes e bases para o ensino de

1º e 2º graus” estabelecendo em seu artigo 30 as exigências de formação para o magistério.

Poderiam lecionar no ensino de 1º grau, correspondente as 1ª à 4ª séries as pessoas com

habilitação de 2º grau, podendo lecionar de 5ª a 6ª série os que possuírem estudos adicionais.

Seria obrigatória para a docência de 1ª à 8ª séries a formação superior em licenciatura de curta

duração. Para o ensino de 1º e 2º graus deveria apresentar formação em cursos de licenciatura

plena.

Em Sergipe, nesse período, tínhamos a formação de professores pelos cursos da

Universidade Federal de Sergipe e pelos cursos normais. Analisando o impresso Gazeta de

Sergipe, jornal de circulação local do estado de Sergipe, verificou-se a situação da educação,

há registros de reivindicação salarial por parte dos professores, denúncias das péssimas

condições do ensino primário, o atraso do pagamento de salários, a acusação de que os cursos

de formação de professores não estavam preparando para o exercício do magistério dentro dos

padrões exigidos no período.

Apontava também que, os jovens não estavam preparados para o ingresso no

vestibular, isso em virtude do despreparo e da falta de integração desde o ensino primário até

o curso secundário. Quanto a prática de ensino afirmou que as aulas não exigiam pesquisa e

priorizava a memorização. “Feitas essas observações deveria se exigir maior preparo do

pessoal docente dando oportunidade aos mais capazes de especialização”. (GAZETA DE

SERGIPE, 1971).

Enfatizava a necessidade de investir no ensino primário a partir da formação para

o exercício do magistério, pois a estrutura não possibilitava o preparo para a profissão. “A

problemática educacional em matéria de ensino primário em Aracaju é simplesmente

alarmante. Isto porque há um círculo vicioso difícil de ser quebrado. A estudantesinha de hoje

é a professôra de amanhã”. Práticas como castigos físicos eram aplicados nas crianças

evidenciando que os procedimentos didáticos estariam distantes das discussões da Psicologia

escolar e das Práticas Pedagógicas. Faz menção a escolinha dinâmica instalada como modelo

no Rio de Janeiro “em que toda a aprendizagem é feita em grupos, a liberdade da criança

respeitada e o espírito de cooperação incentivado” (GAZETA DE SERGIPE, 1971).

No ano de 1972, foi autorizado o ingresso de rapazes no curso normal do Instituto

de Educação Rui Barbosa. Para atender a essa nova realizada foi mudado o fardamento, sendo

adotada uma vestimenta unissex: calça brim e camisa de malha. O secretario de Educação de

Cultura, Marcos Pinheiro concedeu a abertura em virtude da dificuldade de deslocamento dos

professores para o interior sergipano.

Para incentivar os professores no deslocamento para o interior, era concedida uma

gratificação pelo raio de ação, essa era proveniente de um convênio entre o MEC e o governo

estadual. Era contemplado com esse benefício, os docentes que lecionavam distante da capital

a partir de 5 km, essa gratificação era progressiva à medida que a distância aumentava

chegavam a 25%, 50%, 80%, 110% dos vencimentos.

Como parte integrante do programa para atender as exigências da legislação e da

deficiência na formação de professores, foram adotadas medidas como os Cursos de Didática

Geral ministrada por Giselda Morais e Didática Especial por Maria Cecília, em 1971, que

ocorreram no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, promovidos pela Inspetoria Seccional do

Ensino Secundário de Aracaju, financiado pelo Departamento do Ensino Fundamental do

Ministério da Educação e Cultura, tendo o professor José Silvério Leite Fontes como

coordenador. A professora Celina Oliveira Lima informou que os professores da capital e do

interior participariam. O curso durou dez dias, como exigência para participar, os docentes

deveriam possuir registro no MEC e na Inspetoria Seccional do Ensino Secundário.

Outro curso, de Especialização de professores para surdos, realizado no Instituto

Educacional da Guanabara, para a participação, foram abertas duas bolsas de estudos. No

Ninota Garcia existia o ensino para surdos e o número de professores era reduzido. Os

professores interessados, ao terminarem o curso deveriam prestar serviços no Centro de

Reabilitação da Capital.

O estudo em andamento, por se constituir em parte da pesquisa que será realizada

durante o ano de doutoramento pela PUCRS, permitirá, a partir das memórias dos docentes e

discentes, dos documentos oficiais, dos impressos compreender a dinâmica cotidiana da

instituição; as práticas desenvolvidas; os aspectos legais; as mudanças nas exigências de

formação; os reflexos da promulgação da implantação da Lei 5692/71 em plena Ditadura

Militar, e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, enfim, todos os

elementos que constituíram a escola, bem como a formação para o magistério no período

assinalado.

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FONTE DOCUMENTAL

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