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Mensagem da Diretoria

Prezados (as) Srs. (as) Presidentes, Diretores (as), Gerentes, Executivos (as) e Contadores (as) das

Cooperativas Capixabas

O Sistema OCB/ES, como entidade de defesa, assessoria e representação do Sistema Cooperativista

no âmbito Estadual, cumprindo seu papel de assessorar, representar, defender e orientar as

Cooperativas deste Estado, vem por meio desta encaminhar um consolidado de todos os Pareceres

Contábeis e Tributários emitidos e divulgados ao longo do ano de 2017.

Ressaltamos que os Pareceres, aqui consolidados, são emitidos por membros da nossa equipe

técnica e direcionado, apenas, para a demandante da consulta. Com isso, destacamos que foram

suprimidos alguns Pareceres, por tratarem de assuntos específicos (confidenciais) e quaisquer

informações que poderia ser identificada a cooperativa demandante.

Nosso intuito, ao estar compartilhando este material, é que o conteúdo aqui apresentado, possa

agregar valor e conhecimento no futuro. Sendo este, um ponto de partida para futuras buscas de

aprendizado e, futuras discussões nos temas que tiverem novos entendimentos.

Saudações Cooperativistas,

PEDRO SCARPI MELHORIM CARLOS ANDRÉ SANTOS DE OLIVEIRA

Presidente Superintendente

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Sumário

PTC0001-17.TEC .......................................................................................................................................................... 6 Tributação sobre poupança (TRANSPORTE)

PTC0002-17.TEC .........................................................................................................................................................11 Aproveitamento de crédito de ICMS, PIS e COFINS na aquisição de combustível para uso e consumo (TRANSPORTE)

PTC0003-17.TEC .........................................................................................................................................................14 Controle de Capital Social das Cooperativas (TRANSPORTE)

PTC0006-17.TEC .........................................................................................................................................................17 Aquisição e fornecimento de insumos aos cooperados (TRANSPORTE)

PTC0007-17.TEC .........................................................................................................................................................19 Ativo Imobilizado e o diferencial de alíquota, como tratar? (AGROPECUÁRIO)

PTC0009-17.TEC .........................................................................................................................................................21 Tributação em Cooperativa de Infraestrutura em Soluções Energéticas (GRUPO EM CONSTITUIÇÃO)

PTC0011-17.TEC .........................................................................................................................................................28 Créditos de ICMS, conforme art. 99 do RICMS/ES (TRANSPORTE)

PTC0012-17.TEC .........................................................................................................................................................30 Receitas oriundas de sinistro - Tributação e contabilização (AGROPECUÁRIO)

PTC0013-17.TEC .........................................................................................................................................................33 Utilização do FATES - contabilização e saldo das sobras à disposição Assemblear após sua utilização (AGROPECUÁRIO)

PTC0014-17.TEC .........................................................................................................................................................37 Utilização do FATES - Despesas de intercâmbio das Cooperativas de Transporte (TRANSPORTE)

PTC0015-17.TEC .........................................................................................................................................................39 Descontos incondicionais - Base de Cálculo do PIS e da COFINS (EDUCACIONAL)

PTC0019-17.TEC .........................................................................................................................................................41 Destinação de Ato Cooperativo (TRANSPORTE)

PTC0020-17.TEC .........................................................................................................................................................43 Incidência do PIS e da COFINS sobre aplicação financeira - Cumulatividade ou não-cumulatividade (TRANSPORTE)

PTC0021-17.TEC .........................................................................................................................................................46 Inclusão de nova atividade - CNAE (EDUCACIONAL)

PTC0023-17.TEC .........................................................................................................................................................48 Exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS (TRANSPORTE)

PTC0024-17.TEC .........................................................................................................................................................50 Ressarcimento/Restituição de créditos PIS e da COFINS - PER/DCOMP (AGROPECUÁRIO)

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PTC0025 -17.TEC ........................................................................................................................................................53 Isenção de imposto sobre serviços de transporte no Município de Cariacica (TRANSPORTE)

PTC0026 -17.TEC ........................................................................................................................................................55 Crédito de ICMS na alienação de imobilizado (TRANSPORTE)

PTC0027 -17.TEC ........................................................................................................................................................58 Incidência de IOF sobre refinanciamento (CRÉDITO)

PTC0028 -17.TEC ........................................................................................................................................................61 Utilização das Reservas Legais (SAÚDE)

PTC0029 -17.TEC ........................................................................................................................................................63 Reconhecimento da receita de ganho de capital (imobilizado) e sua tributação (TRANSPORTE)

PTC0033 -17.TEC ........................................................................................................................................................67 Tributação Estadual e Interestadual do Café e destinação de Sobras ou Perdas apuradas (AGROPECUÁRIO CAFÉ)

PTC0034 -17.TEC ........................................................................................................................................................72 Tributação Estadual, Interestadual e Federal de frutas in natura - Sobras e Perdas apuradas (AGROPECUÁRIO)

PTC0038-17.TEC .........................................................................................................................................................80 Tributação incidente sobre doação de Bens Imóveis (COOPERATIVAS EM GERAL)

PTC0040 -17.TEC ........................................................................................................................................................83 Tributação sobre alienação de Ativo Imobilizado (TRANSPORTE)

PTC0041 -17.TEC ........................................................................................................................................................85 Pagamento de produção a cooperados PF e PJ (TRABALHO MÉDICO)

PTC0042 -17.TEC ........................................................................................................................................................90 Alcance da Solução de consulta 288 COSIT - Transporte de passageiros municipal e intermunicipal, este quando

praticado em centros urbanos (TRANSPORTE DE PASSAGEIROS)

PTC0043 -17.TEC ........................................................................................................................................................93 Incidência do FUNRURAL na Exportação (AGROPECUÁRIO)

PTC0044 -17.TEC ........................................................................................................................................................95 Regime de tributação de cooperados PJ, quando de receitas oriundas de Exportação (AGROPECUÁRIO)

PTC0046 -17.TEC ........................................................................................................................................................99 Procedimento adequado para emissão do documento fiscal em transações por conta e ordem (CFOP) (AGROPECUÁRIO

CAF)

PTC0048 -17.TEC ...................................................................................................................................................... 102 Recuperação de créditos do INSS sobre aviso prévio (base de cálculo) após alteração da IN 925/2009 (GERAL)

PTC0049 -17.TEC ...................................................................................................................................................... 106 Cotação de dólar no fechamento de câmbio (GERAL)

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PTC0053-17.TEC ....................................................................................................................................................... 108 Utilização de crédito na matéria prima direcionada, posteriormente, para Venda Interestadual (AGROPECUÁRIO)

PTC0054-17.TEC ....................................................................................................................................................... 110 Depreciação de Bens Imobilizados, usados. (GERAL)

PTC0056-17.TEC ....................................................................................................................................................... 113 Não incidência do PIS e da COFINS sobre receitas oriundas de Atos Cooperados (TRANSPORTE)

PTC0058-17.TEC ....................................................................................................................................................... 117 Definição de Faturamento em cooperativas de Crédito (CRÉDITO)

PTC0059 -17.TEC ...................................................................................................................................................... 120 Tributação de vendas interestaduais de frutas in natura e Fundo de combate à fome (AGROPECUÁRIO)

PTC0061-17.TEC ....................................................................................................................................................... 124 Procedimentos adotados na industrialização do Leite (AGROPECUÁRIO LEITE)

PTC0062-17.TEC ....................................................................................................................................................... 128 Créditos presumidos do PIS e da COFINS de produtos agropecuários utilizados como insumos (AGROPECUÁRIO)

PTC0065-17.TEC ....................................................................................................................................................... 131 Tributação na alienação de Ativo imobilizado (TRANSPORTE)

PTC0066-17.TEC ....................................................................................................................................................... 136 Tributação do PIS e da COFINS na ração bovina (AGROPECUÁRIO)

CONCLUSÃO............................................................................................................................................................. 140

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PTC0001-17.TEC

CONSULTA

Conforme contato telefônico me esclareça estas duvidas:

*Tributo IRPJ/CSLL sobre rendimentos de poupança?

*Tendo retenção de IR na poupança posso aproveitar?

Sem mais agradeço, tenha uma boa tarde!

PARECER

Em atenção à consulta formulada, nos cabe esclarecer:

Inicialmente, para fins de esclarecimentos, os rendimentos de caderneta de poupança obtidos por

pessoa física são isentos do imposto sobre a renda, conforme Art. 39, inciso VIII do Decreto nº

3.000/1999, o qual destacamos adiante:

Decreto nº 3.000/1999

Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:

VIII - os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança (Lei nº 8.981,

de 1995, art. 68, inciso III); (grifo nosso)

Ainda,

Lei nº 8.981/1995

Art. 68. São isentos do Imposto de Renda:

[...]

III - os rendimentos auferidos por pessoa física em contas de depósitos de

poupança, de Depósitos Especiais Remunerados (DER) e sobre os juros produzidos

por letras hipotecárias. (grifo nosso)

Art. 69. Ficam revogadas as isenções previstas na legislação do Imposto de Renda

sobre os rendimentos auferidos por pessoas jurídicas em contas de depósitos de

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poupança, de Depósitos Especiais Remunerados (DER) e sobre os juros produzidos

por letras hipotecárias. (grifo nosso)

Parágrafo único. O imposto devido sobre os rendimentos de que trata este artigo será

retido por ocasião do crédito ou pagamento do rendimento.

Com base nas citações acima, proferimos nosso entendimento quanto à tributação do rendimento

de poupança auferido por pessoa jurídica.

A Instrução Normativa RFB nº 1515, de 24 de Novembro de 2014, que “Dispõe sobre a determinação

e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas

jurídicas, disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se

refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, e dá outras

providências”, prevê seu Art. 6º que os ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda fixa e

variável não integram a base de cálculo do imposto. Vide:

Art. 6º Ressalvado o disposto no inciso I do § 12 do art. 4º, não integram a base de cálculo do imposto sobre a renda mensal, de que trata este Capítulo:

I - os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e de renda variável; (grifo nosso) [...] Parágrafo único. Os rendimentos e ganhos a que se refere o inciso I do caput deste artigo serão considerados na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda mensal quando não houverem sido submetidos à incidência na fonte ou ao recolhimento mensal previstos nas regras específicas de tributação a que estão sujeitos. (grifo nosso)

De forma complementar ao exposto, destacamos a Instrução Normativa RFB Nº 1585, DE 31 de

agosto de 2015, nos seguintes pontos:

CAPÍTULO II DA TRIBUTAÇÃO DAS APLICAÇÕES EM TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS DE RENDA FIXA OU DE RENDA VARIÁVEL DE RESIDENTES OU DOMICILIADOS NO PAÍS. Seção I Das Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários de Renda Fixa e de Renda Variável Art. 45. Esta Seção dispõe sobre as normas de tributação das aplicações financeiras em títulos de renda fixa e de renda variável sujeitos à retenção de imposto sobre a renda na fonte, com exceção das operações realizadas em bolsas de valores, de

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mercadorias, de futuros e assemelhadas, que serão tributadas na forma prevista na Seção II. Parágrafo único. O disposto nesta Seção inclui títulos públicos e privados, operações com ouro, equiparado a operações de renda fixa, títulos de capitalização, operações de swap e COE. Art. 46. Os rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável, auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte às seguintes alíquotas: I - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; (grifo nosso) II - 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias; III - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias; IV - 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias. (...) § 4º Os rendimentos periódicos produzidos por título ou aplicação, bem como qualquer remuneração adicional aos rendimentos prefixados, serão submetidos à incidência do imposto sobre a renda na fonte por ocasião de seu pagamento, aplicando-se as alíquotas previstas neste artigo, conforme a data de início da aplicação ou de aquisição do título ou valor mobiliário. § 5º O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos periódicos a que se refere o § 4º incidirá, pro rata tempore, sobre a parcela do rendimento produzido entre a data de aquisição ou a data do pagamento periódico anterior e a data de sua percepção. Art. 47. São também tributados como aplicações financeiras de renda fixa os rendimentos auferidos: (...) II - pela entrega de recursos a pessoa jurídica, sob qualquer forma e a qualquer título, independentemente de a fonte pagadora ser ou não instituição autorizada a funcionar pelo Bacen;

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Com base nas bases legais apresentadas, especificamente aos parágrafos 4° e 5° da IN 1.585/2015,

destacamos que na poupança, por possuir características de remuneração mensal, de acordo com

a data de aniversário do investimento e liquidez imediata, por meio de depósito bancário, sempre

haverá a incidência da alíquota de 22,5% sobre seus rendimentos, não sendo alcançada pelas

alíquotas regressivas que se aplicação à outros tipos de investimentos, sejam pré ou pós fixados.

Em relação à segunda pergunta, ainda na IN Nº 1515/2014, o § 1º do Art. 9º prevê que o imposto

retido não poderá ser deduzido.

Art. 9º Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir, do imposto devido no mês:

[...] § 1º Excetuando-se o disposto no § 12 do art. 4º, em nenhuma hipótese

poderão ser deduzidos o imposto sobre a renda retido na fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável ou pago sobre os ganhos líquidos. (grifo nosso)

[...]

Ainda, com base na Instrução Normativa RFB Nº 1585, DE 31 de agosto de 2015

Art. 70. O imposto sobre a renda retido na fonte sobre os rendimentos de aplicações

financeiras de renda fixa e de renda variável ou pago sobre os ganhos líquidos

mensais será:

(...)

§ 9º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado:

I - o imposto de que trata o art. 56 será pago em separado nos 2 (dois) meses

anteriores ao do encerramento do período de apuração;

II - os rendimentos auferidos em aplicações financeiras serão adicionados ao lucro

presumido ou arbitrado somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão do

título ou aplicação (regime de caixa); (grifo nosso)

III - as perdas apuradas nas operações de que tratam os arts. 58 e 60 a 62 somente

podem ser compensadas com os ganhos auferidos nas mesmas operações,

observado o disposto no art. 64.

§ 10. A compensação do imposto sobre a renda retido em aplicações financeiras da

pessoa jurídica deverá ser feita de acordo com o comprovante de rendimentos,

mensal ou trimestral, fornecido pela instituição financeira.

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Logo, com base no caso apresentado, caso seja optante pelo Lucro Presumido ou Arbitrado, a

referida instituição somente poderá se creditar do imposto sobre o rendimento efetivamente

tributado, nas condições ora expostas.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0002-17.TEC

Vitória-ES, 06 de Janeiro de 2017.

CONSULTA

Minha dúvida é com relação ao valor do crédito de "ICMS, PIS, COFINS" sobre a compra de combustível para uso e consumo das cooperativas de transporte.

PARECER

O que tange a utilização dos créditos em fatura ou nota de combustível, exclusivamente àqueles

que são gerados por veículos que compõe a frota própria da cooperativa, o RICMS/ES estabelece:

Art. 99. A empresa prestadora de serviços de transporte poderá abater do imposto

incidente sobre as prestações que realizar em cada período de apuração, sob forma

de crédito, o valor do imposto relativo à aquisição dos itens abaixo relacionados e

fretes correspondentes, empregados ou utilizados em veículos próprios, assim

considerados conforme o disposto no art. 16, parágrafo único, do Convênio SINIEF N.º

06/89, ainda que o imposto tenha sido retido anteriormente pelo substituto tributário,

na hipótese do art. 185, II:

I - Combustível;

II - lubrificantes;

III - pneus;

IV - câmaras-de-ar de reposição;

V - lonas de freio;

VI - filtros de ar;

VII - lâmpadas;

VIII - correias em geral;

IX - ajustadores automáticos de freio (catraca);

X - bombas d’água O-500;

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XI - bombas de óleo diesel OM 457;

XII - bombas hidráulicas;

XIII - eixos dianteiros;

XIV - eixos traseiros;

XV - polias estriadas O-500;

XVI - polias lisas O-500;

XVII - polias tensoras; e

XVIII - servo de embreagem.

§ 1.º O aproveitamento do crédito de que trata o caput será limitado ao mesmo

percentual correspondente, no faturamento da empresa, ao valor das prestações

alcançadas pelo imposto. (grifo nosso)

§ 2.º Para fins de aproveitamento do crédito de que trata o caput:

I - Apurar-se-á o percentual das prestações tributadas em relação ao total das

prestações tributadas e não tributadas, tomando-se, para esta comparação,

informações do mesmo período de apuração do referido crédito, relativamente a

todos os estabelecimentos da mesma empresa neste Estado; e

II - Aplicar-se-á o percentual apurado sobre o valor dos créditos do imposto,

conforme a definição contida neste artigo, que resultará no valor do crédito a ser

aproveitado. (grifo nosso)

(...)

§ 4.º Relativamente ao disposto na parte final do caput, tratando-se de veículos

utilizados sob o regime jurídico de comodato, aluguel, arrendamento, ou qualquer

outro, será exigido, para os respectivos contratos, o registro no competente Cartório

de Títulos e Documentos, sem o que ficará vedado o direito de crédito previsto neste

artigo.

E, em se tratando de PIS e COFINS, deve-se observar o que estabelecem as Leis nº 10.637/2002 e

10.833/2003:

Lei 10.637 - PIS:

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Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar

créditos calculados em relação a:

(...)

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção

ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e

lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485,

de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela

intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da

TIPI; (grifo nosso)

Já na Lei 10.833, há semelhante previsão para aproveitamento. Desta forma, para os veículos de

posse da Cooperativa, há previsão para tal aproveitamento.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0003-17.TEC

Vitória/ES, 11 de Janeiro de 2017.

CONSULTA

Conforme já conversamos, venho comunicar minhas dúvidas com relação aos resultados solicitados pela OCB/SESCOOP-ES em relação ao Capital Social dos cooperados perante a cooperativa. Devido a documentação de dezembro, chega com um certo atraso ao escritório, entre (05 a 10 de janeiro) após é feito o processamento, com isso, tendo integração de cooperados ou afastamento em dezembro o resultado passado será incompleto. Logo venho buscar orientações quanto aos serviços prestados as Cooperativas/OCB/SESCOOP-ES.

PARECER

No que tange à movimentação de admissão, demissão e exclusão de cooperados no quadro social,

sugerimos que seja avaliado pela cooperativa demandante o volume de tais operações, haja vista

que é importante adotar medidas que visem o controle e eficiência das informações.

O fato de haver movimentação entre o período de envio da informação para contabilidade e o

processamento de tal, entendemos estar dentro da normalidade, podendo ser ajustado mediante

ajuste nos processos administrativos entre a cooperativa e sua assessoria contábil.

Pode-se adotar medidas preventivas semelhantes ao fechamento da folha de pagamento, cujas

informações devem ser passadas até determinada data, evitando desta forma divergência de

informações.

Cabe destacar ainda a observância do Art. 21, inciso III da Lei nº 5.764/71, o qual estabelece os

procedimentos a serem observados e estabelecidos em estatuto social, como segue:

[...]

Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao disposto no artigo 4º, deverá

indicar:

[...]

III - o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser

subscrito pelo associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como as

condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do

associado;

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[...]

Importante observar ainda os seguintes pontos, com base na Lei nº 5.764/71:

Da admissão

[...]

Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os

serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e

preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o disposto no artigo

4º, item I, desta Lei. (grifo nosso)

§ 1° A admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do órgão normativo

respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou profissão, ou estejam

vinculadas a determinada entidade.

[...]

§ 4° Não poderão ingressar no quadro das cooperativas os agentes de comércio e

empresários que operem no mesmo campo econômico da sociedade.

Art. 30. À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas mistas com seção de

crédito, a admissão de associados, que se efetive mediante aprovação de seu

pedido de ingresso pelo órgão de administração, complementa-se com a subscrição

das quotas-partes de capital social e a sua assinatura no Livro de Matrícula. (grifo

nosso)

[...]

Da demissão

[...]

Art. 32. A demissão do associado será unicamente a seu pedido. (grifo nosso)

Art. 33. A eliminação do associado é aplicada em virtude de infração legal ou

estatutária, ou por fato especial previsto no estatuto, mediante termo firmado por

quem de direito no Livro de Matrícula, com os motivos que a determinaram.

Art. 34. A diretoria da cooperativa tem o prazo de 30 (trinta) dias para comunicar

ao interessado a sua eliminação. (grifo nosso)

Parágrafo único. Da eliminação cabe recurso, com efeito suspensivo à primeira

Assembleia Geral.

[...]

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Da exclusão

[...]

Art. 35. A exclusão do associado será feita:

I - por dissolução da pessoa jurídica;

II - por morte da pessoa física;

III - por incapacidade civil não suprida;

IV - por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência

na cooperativa.

Art. 36. A responsabilidade do associado perante terceiros, por compromissos da

sociedade, perdura para os demitidos, eliminados ou excluídos até quando

aprovadas as contas do exercício em que se deu o desligamento. (grifo nosso)

Parágrafo único. As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a sociedade,

e as oriundas de sua responsabilidade como associado em face de terceiros, passam

aos herdeiros, prescrevendo, porém, após um ano contado do dia da abertura da

sucessão, ressalvados os aspectos peculiares das cooperativas de eletrificação rural

e habitacionais.

[...]

Destarte, orientamos que seja avaliado junto à cooperativa demandante o melhor formato de

gestão do capital de cooperados, provenientes da admissão, demissão ou exclusão, de forma que

tal movimentação não venha influenciar significativamente na apuração dos indicadores

econômicos em virtude de uma possível redução de capital oriundo do procedimento descrito pela

consulente.

S.M.J. este é o nosso parecer

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PTC0006-17.TEC

Vitória/ES, 25 de Janeiro de 2017.

CONSULTA

É comprado, para os cooperados, peças e combustíveis e entrega a mercadoria pelo valor de

compra, ou seja, sem nenhuma cobrança adicional. Essa operação é feita sem nenhuma

documentação fiscal (como não houve ganho, não ficou caracterizada como revenda) e a

cooperativa adquire as peças como consumidor final.

Em contato com outras cooperativas, foi observado que o procedimento é diferente, uma vez que

as cooperativas cobram uma taxa de serviço sobre o produto. Com isso gostaríamos de adotar o

mesmo procedimento.

Entendo que a partir do momento que existe um ganho sobre o repasse, essa operação deixa de

ser um simples repasse e passa a ser uma operação de revenda de mercadoria, exigindo que a

cooperativa emita o documento fiscal e recolha os tributos cabíveis. No entanto, a prática entre

algumas cooperativas que fazem a revenda continua sendo sem nenhuma documentação fiscal e

consequentemente sem o recolhimento dos tributos.

Com essas informações, gostaria de um parecer sobre qual o procedimento deverá ser adotado

nessa situação.

PARECER

Ao adquirir insumos e fornecer aos seus cooperados, esta operação é caracterizada como “operação

de repasse”, a qual deve ser formalizada, legal e tecnicamente, com a emissão de nota fiscal.

Importante destacar que a incidência tributária, se tratando de repasse à cooperado em atividade,

é caracterizado como “Ato cooperativo”.

Nos casos que forem aplicados uma margem a título de taxa administrativa, procedimento legal,

haverá incidência tributária sobre a operação.

Importante destacar ainda que há a necessidade do cooperado estar atuando com a atividade de

transporte, de forma que o repasse de insumos seja caracterizado como fomento às operações

deste.

No que tange ao controle das mercadorias adquiridas para revenda aos cooperados, orientamos

que as mesmas sejam registradas no estoque e quando emitida a nota fiscal de venda seja

apropriado nas contas de resultado, ou seja, reconhecer a receita/ingresso no ato da emissão da

nota fiscal de venda.

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Em complemento às informações inseridas acima, destacamos os seguintes materiais, disponíveis

no site do Sistema OCB/ES e Nacional, sendo alguns elaborados pelos analistas contábeis do Sistema

OCB/ES, os quais listamos os links de acesso abaixo:

• Manuais Operacional, Contábil e Tributário

• Compêndio de Pareceres emitidos em 2016 pela equipe contábil do Sistema OCB/ES

• Cartilha Contábil - Comentários à Norma Contábil NBC T 10.8 - Aspectos Contábeis em entidades cooperativas

• Orientações Contábeis - Rotinas de encerramento do exercício 2016

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0007-17.TEC

Vitória/ES, 24 de Janeiro de 2017.

CONSULTA

Está sendo considerado como imobilizado somente o valor da nota fiscal de aquisição do bem,

acrescido de IPI e frete, quando tem.

Entretanto, no período que a cooperativa ficou com a contabilidade no sistema interno, foi

considerado o valor do ICMS diferencial de alíquota no imobilizado.

Gostaria de saber se esta situação está correta ou não, pois até hoje não imobilizamos o diferencial,

consideramos como despesa.

PARECER

Em atenção à vossa consulta, nos cabe esclarecer:

Todos os gastos com a aquisição do bem, assim como os gastos necessários para colocar o bem em

condições de uso para o fim o qual se destina, devem integrar o custo do bem destinado ao Ativo

Permanente.

Dentre esses gastos, incluem-se os impostos, sejam esses pagos pelo vendedor e repassados ao

adquirente, embutidos ou adicionados no preço, ou pagos pelo próprio adquirente.

Assim sendo, a diferença de alíquota de ICMS paga pelo adquirente de bens destinados ao ativo

permanente ou para consumo próprio, procedente de outros Estados, inclui-se como parcela

integrante do custo de aquisição.

Baseando-se no Regulamento do Imposto de Renda, Decreto Nº 3.000, de 26 de Março de 1999,

especificamente no § 4º do art. 344, o imposto pago poderá, a critério da cooperativa, compor o

custo de aquisição ou ser deduzido do resultado como despesa operacional, conforme destacado

adiante:

Art. 344. Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real,

segundo o regime de competência (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41).

[...]

§ 4º Os impostos pagos pela pessoa jurídica na aquisição de bens do ativo

permanente poderão, a seu critério, ser registrados como custo de aquisição ou

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deduzidos como despesas operacionais, salvo os pagos na importação de bens que

se acrescerão ao custo de aquisição (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, § 4º). (grifo nosso)

[...]

Cabe ressaltar que, no caso de contribuinte que paga o DIFAL e tem direito ao crédito desse valor

na aquisição de imobilizado, o valor deverá ser registrado em conta de “ICMS a Recuperar – Crédito

do Ativo Imobilizado”.

Destacamos abaixo um exemplo de lançamento contábil para a operação:

Cooperativa adquiriu um bem para o seu ativo imobilizado, de fornecedor localizado em outro

Estado pelo preço total de R$ 40.000,00.

Na origem do estabelecimento fornecedor incidiu o ICMS à alíquota de 12% e no Estado onde se

localiza a cooperativa a alíquota do ICMS prevista para operações internas é de 17%, sendo devida

à diferença de imposto de 5% (17% - 12%) sobre R$ 40.000,00 = R$ 2.000,00.

Pela natureza do bem, alheio à atividade do estabelecimento, a título de exemplo, a cooperativa

não poderá creditar-se do ICMS sobre imobilizado.

Desta forma, teremos 2 alternativas de lançamentos contábeis:

1 - Lançamento do ICMS como custo de aquisição do bem:

D - Imobilizado (Ativo Permanente)

C – ICMS a Recolher (Passivo Circulante)

R$ 2.000,00

OU

2 - Lançamento do ICMS como despesa operacional:

D - ICMS Incidente na Aquisição de Bens (Resultado)

C - ICMS a Recolher (Passivo Circulante)

R$ 2.000,00

Sendo essas as nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0009-17.TEC

Vitória/ES, 27 de janeiro de 2017.

CONSULTA

A presente demanda visa um maior esclarecimento quanto aos procedimentos inerentes à tratativa

tributária das operações da cooperativa, de geração e compartilhamento de energia proveniente

de fontes renováveis.

PARECER

Em atenção à consulta demandada, nos cabe esclarecer:

O projeto visa a constituição de cooperativa de geração e compartilhamento de energia gerada

através de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa...).

O interesse nesse modelo de negócio surgiu após a publicação da Resolução ANEEL nº 687/2015,

que alterou a Resolução nº 482/2012, que dentre as alterações foi incluso a seguinte alínea:

Art. 1º Alterar o art. 2º da Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, que

passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 2º...........................................................................................................................

[...]

VII – geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores, dentro

da mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa,

composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com

microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades

consumidoras nas quais a energia excedente será compensada;

[...]

Importante destacar que a constituição da cooperativa não visa a comercialização de energia, e sim

a geração e compartilhamento dessa energia entre os cooperados, uma vez que a comercialização

é papel da permissionária para esse fim, que no nosso estado, em grande parte da extensão

territorial, é a EDP-Escelsa.

Em suma, constitui-se a cooperativa, constrói-se a usina, e a energia gerada nesta usina é

compartilhada entre os cooperados, conforme as necessidades de cada envolvido.

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Havendo excedente de energia gerada, este é injetado na rede da EDP-Escelsa, que fica disponível

por 60 (sessenta) meses para utilização na rede por este mesmo grupo, ou seja, a cooperativa não

pode comercializar este crédito excedente.

Cabe salientar que, os cooperados que irão participar da geração da sua própria energia não

deixarão de pagar a conta à EDP-Escelsa, pois há um “Custo de Disponibilidade” mínimo exigido pela

utilização da rede onde será injetada esta energia.

Da análise tributária na fatura de energia

Embora o objetivo do projeto seja reduzir o custo no consumo da energia gerada, a fatura gerada

pela permissionária da região a qual sediará a cooperativa será composta também com os encargos

tributários, pois o consumo total desta energia (gerada + custo de Disponibilidade) é tributado na

fonte (PIS, COFINS e ICMS).

No que tange ao PIS/PASEP e Cofins, insta destacar que a metodologia utilizada na apuração dos

referidos tributos, os quais compõem a formação de preço da conta de energia elétrica, tem sua

fundamentação exposta na Nota Técnica nº 115/2005–SFF/SRE/ANEEL, o qual expõe todo histórico

dos referidos encargos a título de fornecimento de energia elétrica.

A referida Nota Técnica esclarece os motivos pelos quais a ANEEL aprovou a exclusão do PIS/PASEP

e da COFINS do cálculo das receitas das concessionárias, permissionárias e autorizadas de

distribuição de energia elétrica, doravante denominadas como “agentes de distribuição”.

Em relação ao ICMS, não iremos entrar na discussão da forma equivocada como o imposto é

calculado na fatura de energia, como vem sendo questionado por muitos tributaristas, os quais

questionam a inclusão da Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD) na base de

cálculo.

A intenção é chamar a atenção para a alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) nas operações

internas referente à circulação de energia elétrica, sendo que o Conselho Nacional de Política

Fazendária – CONFAZ, por meio do Convênio ICMS Nº 16/2015, possibilita a concessão de isenção

do ICMS “incidente sobre a energia elétrica fornecida pela distribuidora à unidade consumidora, na

quantidade correspondente à soma da energia elétrica injetada na rede de distribuição pela mesma

unidade consumidora com os créditos de energia ativa originados na própria unidade consumidora

no mesmo mês, em meses anteriores ou em outra unidade consumidora do mesmo titular, nos

termos do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, estabelecido pela Resolução Normativa nº

482, de 17 de abril de 2012”, porém, o Estado do Espirito Santo é um dos “poucos” estados que não

aderiu ao referido convênio, fato este que nos remete ao entendimento que há necessidade dos

entes envolvidos se unirem no objetivo de levar o pleito ao Governo do Estado do Espirito Santo.

Da análise tributária nas operações da cooperativa

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Inicialmente, tomaremos como base legal a Lei nº 5.764/1971 (Lei do Cooperativismo) visando dar

ampla divulgação às tratativas adequadas quanto à tributação nas operações da cooperativa.

Levando em consideração que a manutenção da cooperativa se baseia nas atividades realizadas por

esta e seus cooperados, mediante a aplicação de uma taxa de administração, o caso exposto, face

à atividade que será desenvolvida, limita-se ao rateio das despesas entre seus associados, para

consecução dos objetivos propostos. Enfatizamos que a taxa de administração e os atos não

cooperativos são, de fato, suas únicas receitas.

Desta forma, destacamos o disposto no Art. 80 da Lei nº 5.764/71:

Art. 80. As despesas da sociedade serão cobertas pelos associados mediante rateio

na proporção direta da fruição de serviços.

Parágrafo único. A cooperativa poderá, para melhor atender à equanimidade de

cobertura das despesas da sociedade, estabelecer:

I - rateio, em partes iguais, das despesas gerais da sociedade entre todos os

associados, quer tenham ou não, no ano, usufruído dos serviços por ela prestados,

conforme definidas no estatuto;

II - rateio, em razão diretamente proporcional, entre os associados que tenham

usufruído dos serviços durante o ano, das sobras líquidas ou dos prejuízos verificados

no balanço do exercício, excluídas as despesas gerais já atendidas na forma do item

anterior.

O rateio citado no artigo acima resume-se na implementação de uma taxa administrativa mínima

exigível para manutenção das atividades, e, com base nos dispositivos vigentes, a mesma é

caracterizada como um ingresso, enquadrado no campo de incidência do PIS e Cofins, conforme

preconiza a Instrução Normativa SRF Nº 635, de 24 de março DE 2006.

Art. 1º As sociedades cooperativas devem observar as disposições desta Instrução

Normativa na apuração:

I - da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre o faturamento; (grifo nosso)

II - da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação; e

III - da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários.

[...]

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Art. 4º O fato gerador da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre

o faturamento é o auferimento de receita. (grifo nosso)

[...]

De acordo com o Art. 6° da IN SRF 635/2006 a base de cálculo do PIS e da COFINS para as

cooperativas é o Faturamento Total:

“Art. 6º A base de cálculo da Contribuição para PIS/Pasep e da COFINS é o

faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das

receitas auferidas pelas sociedades cooperativas, independentemente da atividade

por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das

receitas.” (grifo nosso)

A IN SRF 635/2006 não traz, em nenhum de seus artigos, a possibilidade de exclusões da base de

cálculo do PIS e da COFINS os valores correspondentes ao repasse da produção dos cooperados para

as cooperativas. As Exclusões e Deduções da Base de Cálculo do PIS e da COFINS das Cooperativas

em Geral estão definidas pelos artigos 9° e 10° da IN SRF 635/2006, conforme segue:

Art. 9º A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, apurada pelas

sociedades cooperativas, pode ser ajustada pela exclusão:

I- das vendas canceladas;

II- dos descontos incondicionais concedidos;

III- do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

IV- do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicações (ICMS), quando cobrado do vendedor dos bens ou prestador de

serviços na condição de substituto tributário;

V- das reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados

como perda, que não representem ingressos de novas receitas;

VI- das receitas decorrentes da venda de bens do ativo permanente; e

VII- dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio

líquido e dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de

aquisição, que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de

empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP).

Art. 10. As sociedades cooperativas em geral, além do disposto no art. 9º, podem

deduzir da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS o valor das

sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, destinadas à

constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e

Social (FATES), previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 1971.

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§1º É vedado deduzir da base de cálculo das contribuições de que trata o caput os

valores destinados à formação de outros fundos, inclusive rotativos, ainda que com

fins específicos e independentemente do objeto da sociedade cooperativa.

§2º As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e

fornecimento de bens aos consumidores, podem efetuar somente as exclusões gerais

de que trata o art. 9º, não se lhes aplicando a dedução prevista no caput.

Destacamos ainda que a referida instrução normativa prevê entre seus artigos 12 e 14 a

possibilidade de ajuste da base de cálculo para cooperativas de eletrificação rural, porém não há a

mesma prerrogativa para cooperativa de geração compartilhada de energia, prevista na Resolução

ANEEL nº 482/2012, alterada pela Resolução ANEEL nº 687/2015, ocasião a qual não há venda da

energia gerada.

Art. 12. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada pelas

sociedades cooperativas de eletrificação rural, pode ser ajustada, além do disposto

no art. 9º, pela: (grifo nosso)

I -dedução dos custos dos serviços prestados aos associados, observado o disposto

no § 2º;

II -exclusão da receita referente aos bens vendidos aos associados, vinculados às

atividades destes;

III -dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do

Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo

de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei nº

5.764, de 1971.

§ 1º Os custos dos serviços prestados pela cooperativa de eletrificação rural, referidos

no inciso I do caput, abrangem os gastos de geração, transmissão, manutenção,

distribuição e comercialização de energia elétrica, quando repassados aos

associados. (grifo nosso)

§ 2º Quando o custo dos serviços prestados for repassado a prazo, a cooperativa

poderá deduzir da receita bruta mensal o valor correspondente ao pagamento a ser

efetuado pelo associado, em cada período de apuração.

§ 3º A sociedade cooperativa de eletrificação rural, nos meses em que fizer uso de

qualquer das exclusões ou deduções previstas nos incisos I a III do caput, deverá,

também, efetuar o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a

folha de salários, conforme disposto no art. 28.

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§ 4º A dedução e a exclusão previstas, respectivamente, nos incisos I e II do caput:

I - ocorrerão no mês da emissão da nota fiscal correspondente a venda de bens e e/ou

prestação de serviços pela cooperativa; e

II - terão as operações que as originaram contabilizadas destacadamente, sujeitas à

comprovação mediante documentação hábil e idônea, com a identificação do

associado, do valor, da espécie e quantidade dos bens, ou serviços vendidos.

§ 5º As disposições dos incisos I a III do caput aplicam-se aos fatos geradores

ocorridos a partir de 1º de novembro de 1999.

§ 6º As sobras líquidas, apuradas após a destinação para constituição dos fundos a

que se refere o inciso III do caput, somente serão computadas na receita bruta do

cooperado pessoa jurídica, para fins de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep

e da Cofins, quando a ele creditadas, distribuídas ou capitalizadas.

§ 7º A dedução de que trata o inciso III do caput poderá ser efetivada a partir do mês

de sua formação, devendo o excesso ser aproveitado nos meses subseqüentes.

Art. 13 Considera-se sociedade cooperativa de eletrificação rural aquela que realiza

a transmissão, manutenção, distribuição e comercialização de energia elétrica de

produção própria ou adquirida de concessionárias, com o objetivo de atender à

demanda de seus associados, pessoas físicas ou jurídicas. (grifo nosso)

Art. 14 As sociedades cooperativas de eletrificação rural que realizarem

cumulativamente atividades idênticas às cooperativas de produção agropecuária e

de consumo, objetivando atender aos interesses de seus associados, deverão

contabilizar as operações delas decorrentes separadamente, a fim de permitir, na

apuração da base de cálculo, a utilização das deduções e exclusões específicas, e

aproveitamento dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins

correspondentes à incidência não-cumulativa.

No que tange ao IRPJ e CSLL, tomaremos como base o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, o

qual prevê:

Art. 182. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica não terão incidência do imposto sobre suas atividades econômicas, de proveito comum, sem objetivo de lucro (Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, art. 3º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 69). (grifo nosso)

§ 1º É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não,

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em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuados os juros até o máximo de doze por cento ao ano atribuídos ao capital integralizado (Lei nº 5.764, de 1971, art. 24, § 3º).

§ 2º A inobservância do disposto no parágrafo anterior importará tributação dos resultados, na forma prevista neste Decreto.

Art. 183. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica pagarão o imposto calculado sobre os resultados positivos das operações e atividades estranhas à sua finalidade, tais como (Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85, 86, 88 e 111, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º):

I - de comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais;

II - de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais;

III - de participação em sociedades não cooperativas, públicas ou privadas, para atendimento de objetivos acessórios ou complementares. (grifo nosso)

Portanto, diante das premissas apresentadas neste parecer, salientamos que o modelo de

cooperativa apresentado, o qual terá a participação dos cooperados no rateio dos dispêndios

mensais através de uma taxa de manutenção, sob a referida taxa incidirá PIS e Cofins, e no caso de

operações com não associados, incidirá ainda IRPJ e CSLL. Cabe ainda destacar que, havendo a

prestação de serviços incidirá o Imposto Sobre Serviços – ISS.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0011-17.TEC

CONSULTA

Nas compras de produtos para prestação de serviços de veículos próprio, diante do Artigo 99 do

RICMS pode se aproveitar o crédito corresponde ao ICMS de saída, como procedo com os

lançamentos contábeis?

Aguardo reposta o mais rápido possível.

PARECER

Conforme estabelece o Regulamente de ICMS em seu art. 99, a empresa prestadora de serviços de

transporte poderá abater do imposto incidente sobre as prestações que realizar em cada período

de apuração sob forma de crédito, o valor do imposto relativo à aquisição dos itens. Sendo assim, a

seguir, apresentamos os lançamentos envolvidos no reconhecimento do crédito em questão:

Na aquisição dos materiais descritos no art. em questão, de veículos de propriedade da Cooperativa:

Provisão:

D – Estoque de Materiais (quando estes são constituídos) - (AC)

D – ICMS a Recuperar (AC)

C – Fornecedores a Pagar (PC) / Caixa (AC) / Banco (AC)

Ou

D – Dispêndios com XXX (combustível, pneus, lona etc.)

D – ICMS a Recuperar (AC)

C – Fornecedores a Pagar (PC) / Caixa (AC) / Banco (AC)

Reconhecimento do Imposto.

D – ICMS(AC)

C – ICMS a Recolher(PC)

D – ICMS a Recolher(PC)

C – ICMS a Recuperar(AC)

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Ressaltamos ainda, a impossibilidade quanto ao reconhecimento dos créditos provenientes das

compras para utilização em veículos de cooperados, uma vez que estes não encontram-se em nome

da Cooperativa. E, sendo assim, não se enquadram no critério de frota própria exigida pelo

RICMS/ES.

De forma complementar, informamos que, até o momento, apenas a legislação do Estado do

Paraná, contempla o item em questão.

RICM/PR

Art. 239. Para os efeitos de prestação de serviço de transporte, considera-se veículo próprio,

além do registrado em nome da pessoa, aquele por ela operado em regime de locação, de

cooperação, no caso de cooperativa de transporte, com Registro Nacional de

Transportadores Rodoviários de Cargas – RNTRC, ou qualquer outra forma (artigos 10 e 16

do Convênio SINIEF 06/1989; Ajuste SINIEF 14/1989).

RICMS/ES

Art. 99. A empresa prestadora de serviços de transporte poderá abater do imposto incidente

sobre as prestações que realizar em cada período de apuração, sob forma de crédito, o valor

do imposto relativo à aquisição dos itens abaixo relacionados e fretes correspondentes,

empregados ou utilizados em veículos próprios, assim considerados conforme o disposto no

art. 16, parágrafo único, do Convênio SINIEF N.º 06/89, ainda que o imposto tenha sido retido

anteriormente pelo substituto tributário, na hipótese do art. 185, II: (grifo nosso)

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0012-17.TEC

CONSULTA

Foi recebido um valor de Sinistro, onde devida a uma tempestade, trouxe alguns prejuízos e a

Cooperativa foi reembolsada pela seguradora.

Minha dúvida é a seguinte: este valor que creditou na conta corrente da cooperativa deverá incidir

Pis , COFINS, IRPJ e CSLL ?

PARECER

Uma vez que este recebimento se caracteriza como sendo um ato estranho a atividade fim da

Cooperativa, este se enquadra como Ato Não Cooperativo.

Lei 5.764/1971

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus

associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a

consecução dos objetivos sociais. (grifo nosso)

Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de

compra e venda de produto ou mercadoria.

Não obstante a este fato, o Decreto 3.000/1999 apresenta:

Art. 182. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica

não terão incidência do imposto sobre suas atividades econômicas, de proveito comum,

sem objetivo de lucro (Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, art. 3º, e Lei nº 9.532, de

1997, art. 69). (grifo nosso)

Desta forma, destaca-se a incidência de IRPJ e CSL, sobre o resultado positivo no processo em

questão (Ato Não Cooperado), ao qual exemplifica-se:

D - Resultado de Sinistro com Imobilizado (Conta de Resultado)

C - Ativo Imobilizado R$ 22.500,00

D - Depreciação Acumulada (Ativo Imobilizado)

C - Resultado de Sinistro com Imobilizado (Conta de Resultado) R$ 5.500,00

D - Indenização de Sinistro a Receber (Ativo Circulante)

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C - Resultado com Sinistro com Imobilizado (Conta de Resultado) R$ 20.000,00

D - Caixa/Banco (Disponível)

C - Indenização de Sinistro a Receber (Ativo Circulante) R$ 20.000,00

Com base nos lançamentos hipotéticos, verificasse que o saldo contábil do Ativo Imobilizado (valor

contábil deduzido de sua depreciação) é de R$ 17.000,00 e, o respectivo valor recebido da

seguradora foi de R$ 20.000,00, resultando em um ganho de R$ 3.000,00.

Destaca-se ainda que tal resultado positivo, do exemplo anterior, será considerado ganho de

capital, passível de apuração de IRPJ, conforme Decreto 3.000/1999 e da CSL, conforme art. 2º da

Lei nº 7.689/1988.

Decreto 3.000/1999

Art. 418. Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na

determinação do lucro real, os resultados na alienação, na desapropriação, na baixa por

perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do

ativo permanente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31).

§ 1º Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou perda de capital terá

por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na escrituração

do contribuinte e diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão

acumulada (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 1º).

Apesar das incidências apresentadas, observa-se que, no que se refere ao PIS e COFINS, não há

incidência sobre o resultado positivo da operação em questão. A seguir destaque quanto aos

dispositivos que norteiam a referida não incidência.

Lei nº 9.718/1998 – PIS/COFINS

Art. 3o O faturamento a que se refere o art. 2o compreende a receita bruta de que trata o art.

12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977. (Redação dada pela Lei nº

12.973, de 2014)

§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º,

excluem-se da receita bruta:

IV - as receitas de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro

de 1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como

investimento, imobilizado ou intangível; e (Redação dada pela Lei nº 13.043 de 2014)

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Lei nº 10.637/2002 - PIS NÃO-CUMULATIVIDADE

Art. 1o A Contribuição para o PIS/Pasep, com a incidência não cumulativa, incide sobre o total

das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação

ou classificação contábil. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)

§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas:

VI - de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,

decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento,

imobilizado ou intangível; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)

Lei nº 10.833/2003 - COFINS NÃO-CUMULATIVIDADE

Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, com a incidência

não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica,

independentemente de sua denominação ou classificação contábil. (Redação dada pela Lei

nº 12.973, de 2014)

§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas:

II - de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,

decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento,

imobilizado ou intangível; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0013-17.TEC

CONSULTA

A cooperativa fechou com um resultado positivo do ato cooperado em 2016 no valor “X” onde foi

feita a sua destinação obrigatórias da Reserva Legal e Reserva do Fates ficando um saldo de “X - 1”

e do ato não cooperado fechou com prejuízo de “Y” que abatemos este valor direto da reserva legal.

Em 31/12/2016 foi revertido o valor total da reserva do Fates 2016 de “Z” para cobrir as despesas

dedutíveis do Fates onde este valor aumentou meu saldo da reserva a disposição da assembleia de

“(X - 1)” para “(X - 1) + Z”. Como que temos que dispor esta informação nas demonstrações? O saldo

que deve constar em ata será o de “(X – 1)” ou “(X – 1) + Z”?

PARECER

Em caso de resultado negativo, no que se refere aos Atos Não Cooperativos, estes devem ser

abatidos da Reserva Legal, quando há saldo suficiente na rubrica.

Ainda, buscando a transparência e a lisura dos fatos apresentados aos cooperados, sugere-se que,

o saldo positivo de sobras, antes da reversão do RATES, seja apresentado a Assembleia e,

posteriormente, que sejam revertidos os gastos passiveis de reversão, inerentes a esta reserva.

Desta forma, somente após a reversão é que a Cooperativa identificara seu saldo disponível para

deliberação da Assembleia (destacando-se a obrigatoriedade quanto a destinação para as reservas

obrigatórias, nas alíquotas mínimas previstas por Lei e/ou Estatuto Social).

A seguir, apresento informações extraídas do Manual Contábil do Ramo Transporte (neste item

aplicáveis ao Ramo Agropecuário), contendo alguns exemplos para acompanhamento e

interpretação das informações.

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Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0014-17.TEC

CONSULTA

Posso estar aproveitando do RATES as despesas (aluguel de locação, brindes) ocorridas no

Intercâmbio entre cooperativas (conselho administrativo)?

PARECER

O FATES - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previsto legalmente através do art.

28, II da Lei 5764/71, tem sua destinação específica à prestação de assistência aos associados, seus

familiares e, quando previsto no estatuto, aos empregados da cooperativa, constituído de 5%

(cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício, bem como, dos resultados

das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86 da Lei

5.764/1971 (atos não cooperativos). Além disso, um aspecto importante a ser destacado é quanto

à indivisibilidade do FATES, conforme previsto no art. 4º da Lei 5.764/1971

Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir:

(...)

II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de

assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos

empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das

sobras líquidas apuradas no exercício. (grifo nosso)

(...)

Ainda:

Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica

próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços

aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes

características:

(...)

VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e

Social;

(...)

Sendo assim, a destinação de recursos ao FATES serve de subsídio para o custeio de políticas

coletivas, ligadas à “Assistência Técnica, Educacional e Social”.

Em linhas gerais, o FATES pode ser aplicado nas seguintes finalidades:

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Assistência Técnica: gastos realizados visando o aumento da produtividade e a melhoria da

qualidade dos produtos e serviços que os associados produzem. Numa Cooperativa do ramo

agropecuário, por exemplo, seria a assistência agronômica e veterinária ao agricultor, para a adoção

de técnicas e manejos adequados visando melhorar a qualidade, eficiência e produtividades, com

menores custos.

Assistência Educacional: gastos voltados à educação dos associados, seus familiares e também aos

empregados, quando previsto no estatuto da Cooperativa. A Cooperativa pode subsidiar os gastos

com educação em todos os níveis, mas principalmente àqueles que podem reverter em benefício

de toda a sociedade.

Assistência Social: corresponde aos gastos relacionados com promoção e integração social dos

cooperados, respectivos dependentes e empregados da cooperativa, além da promoção e

integração associativista, englobando neste, eventos sociais.

Com base nas informações apresentadas, caso as informações adquiridas no decorrer do

Intercambio em questão tenham resultado em melhoria nas práticas e/ou processos internos da

Cooperativa, verifica-se seu alinhamento aos preceitos apresentados bem como no que se refere a

promoção da COOPTAC. Sendo assim, cabe a ressalva em Notas Explicativas, destacando os

desdobramentos do referido momento de troca entre as cooperativas capixabas.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0015-17.TEC

CONSULTA

Como serão calculados os tributos? Sobre o valor total ou sobre o valor líquido com desconto? Por exemplo: Se um pai possui um filho paga mensalidade de R$ 500,00 e se possui 2 filhos tem desconto. Como será calculado os impostos? PARECER

No que tange a base de cálculo para o PIS e COFINS a Lei nº 9.718/1998 destaca:

CAPÍTULO I

DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS

Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de

direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação

vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 2.158-35, de

2001)

Art. 3o O faturamento a que se refere o art. 2o compreende a receita bruta de que trata o art.

12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977. (Redação dada pela Lei nº

12.973, de 2014)

§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art.

2º, excluem-se da receita bruta: (grifo nosso)

I - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; (Redação dada pela Lei

nº 12.973, de 2014) (grifo nosso)

Observa-se ainda que, a presente redação, encontra-se também na Lei nº 10.637/2002, que

normatiza o PIS em regime de não-cumulatividade, bem como na Lei nº 10.833/2003 que disciplina

sobre o COFINS no mesmo regime. Desta forma, com base no exposto, torna-se necessária a

definição e aprofundamento quanto ao termo: descontos incondicionais concedidos.

Descontos incondicionais são aqueles que independem de fato posterior a emissão da nota fiscal e

ou fatura de prestação de serviços, ou seja, independe de seu pagamento no prazo determinado ou

antes do mesmo.

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Descontos condicionais são aqueles que dependem de fato posterior a emissão da nota fiscal e ou

fatura de prestação de serviços, sendo eles: pagamento na data ou antes do vencimento,

pagamento em instituição de crédito definida pela Cooperativa etc. Destaca-se ainda que tais

descontos deverão ser computados como dispêndios financeiros para a COOPERATIVA.

Sendo assim, para exemplificar a questão, exemplificamos a seguir:

I ) Na negociação da matricula do aluno, foram apresentados os seguintes valores:

Valor para pagamento mensal: R$ 539,00.

Valor negociado (caso especial): R$ 485,10 (independente do prazo de pagamento)

Desconto para pagamento até o vencimento: R$ 24,25

Com base nos parâmetros apresentados, exclui-se da base de cálculo apenas a diferença entre o

valor mensal de R$ 539,00 e o valor acordado entre as partes de R$ 485,10, totalizando R$ 53,90.

Contudo, uma vez que o desconto de R$ 24,25 está condicionado ao pagamento, podendo ocorrer

ou não, este não entrará no somatório de valores a serem excluídos da base de cálculo.

II) Na negociação da matricula do aluno, foram apresentados os seguintes valores:

Valor para pagamento mensal: R$ 539,00.

Desconto para pagamento até na instituição de crédito definida pela Cooperativa: R$ 43,12

Para este caso, não haverá desconto em sua base de cálculo, uma vez que os cooperados podem

optar, ou não, pelo pagamento na referida instituição, sendo este fato posterior a emissão da nota

fiscal ou fatura de serviços.

II) Para o exemplo apresentado na consulta, verifica-se que esta situação, apesar de ser

condicionante a matrícula do segundo filho, seu pagamento ou emissão de documento fiscal não

dependerá de fato posterior. Sendo assim, seu valor poderá ser excluído da base de cálculo do PIS

e da COFINS.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0019-17.TEC

CONSULTA

Questionamento realizado por telefone, acerca da destinação de Atos Não Cooperados.

PARECER

Conforme estabelece a Lei Geral do Cooperativismo, Lei 5.764/1971, denominam-se como sendo

Atos Cooperados:

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus

associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a

consecução dos objetivos sociais.

Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de

compra e venda de produto ou mercadoria.

Em suma, denominam-se como sendo Atos Não Cooperados, aqueles estranhos a atividade fim da

cooperativa e/ou exercidos por terceiros, bem como aqueles que impliquem em operação de

mercado ou que visem o lucro. Conforme estabelece o Art. 88 do mesmo dispositivo:

Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos

artigos 85 e 86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social"

e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos.

Ainda, com base na NBC T 10.8, temos:

10.8.2.6 – O resultado líquido decorrente do ato não-cooperativo, quando positivo, deve ser

destinado para a Reserva de Assistência Técnica, Educacional e Social, não podendo ser

objeto de rateio entre os associados. Quando negativo, deve ser levado à Reserva Legal e, se

insuficiente sua cobertura, será rateado entre os associados.

Desta forma, observando-se que a remuneração de capital não representa a atividade fim da

Cooperativa, entendemos que o resultado advindo desta, deverá ser integralmente destinado ao

RATES, conforme normativos aqui demonstrados.

Sabedores da Resolução de nº 29/1986 Conselho Nacional De Cooperativismo – CNC, entendemos

que, presente órgão encontra-se em desuso, não tendo sido formalmente extinto, mas, contudo,

verifica-se que até a conclusão dos estudos relativos a validade, ou não, dos dispositivos deste ente,

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somos de entendimento que, pelo princípio da prudência, tais recursos devem ser destinados ao

RATES, desconsiderando-se a resolução em questão.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0020-17.TEC

CONSULTA

Cooperativa de Transporte tributada pelo lucro real, para cálculo do PIS e COFINS irá usar a Cumulatividade (0,65% e 3%), correto? Nos Casos de Receitas Financeiras irá ser tributado utilizando a não cumulatividade (0,65% e 4%)? Deverá ser gerado dois DARF’S um para cálculo da cumulatividade e outro para receitas financeiras não cumulatividade? Poderá ser utilizado créditos sobre a Receita financeiras (não cumulatividade)? Aguardo Retorno Breve, sendo que o EFD contribuições tem para até 14/03 para competência de janeiro/2017.

PARECER

Com base nos questionamentos ora apresentados, passaremos aos esclarecimentos, ponto a ponto:

I) Cooperativa de Transporte tributada pelo lucro real, para cálculo do PIS e COFINS irá usar a

Cumulatividade (0,65% e 3%), correto?

Exatamente. De acordo com as Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, as Cooperativas de

Transporte encontram-se no roll daquelas sujeitas ao regime não cumulativo de apuração. E, desta

forma, as alíquotas são as apresentadas na consulta.

II) Nos Casos de Receitas Financeiras irá ser tributado utilizando a não cumulatividade (0,65% e

4%)?

Conforme informação extraída da IOB, temos:

“Diante disso, as receitas financeiras que não decorrerem da atividade ou do objeto principal

da pessoa jurídica não serão tributadas no regime de incidência cumulativo da contribuição

para o PIS-Pasep e da Cofins, por não se enquadrarem no conceito de faturamento.”

“Porém, valendo-se da prerrogativa legal concedida ao Poder Executivo, por meio do Decreto

nº 8.426/2015, desde 1º.07.2015, ficaram restabelecidas as alíquotas para 4,65%, sendo

0,65% em relação à contribuição para o PIS-Pasep e 4% da Cofins, incidentes sobre as receitas

financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por meio de nota explicativa, publicada em

seu site na Internet (www.receita.fazenda.gov.br), observou, ainda, "que o restabelecimento

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de alíquotas é apenas parcial, eis que o teto legal permite que a elevação alcance o patamar

de 9,25%, sendo 1,65% em relação ao PIS-Pasep e de 7,6% em relação à Cofins".”

III) Deverá ser gerado dois DARF’S um para cálculo da cumulatividade e outro para receitas

financeiras não cumulatividade?

Com base nas disposições do item anterior, em decorrência da divergência dos regimes, os códigos

a serem adotados são:

PIS e a COFINS Não Cumulativo: Códigos de Receita 6912 e 5856

PIS e a COFINS Cumulativos: Códigos 8109 e 2172

IV) Poderá ser utilizado créditos sobre a Receita financeiras (não cumulatividade)?

Para este item, temos:

Nesse caso, a pessoa jurídica fará jus aos créditos apenas em relação à parcela de custos,

despesas e encargos vinculados à parcela da receita sujeita ao regime não cumulativo da

contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins.

Para esse efeito, a pessoa jurídica deve alocar, a cada mês, separadamente, os custos, as

despesas e os encargos vinculados às receitas sujeitas ao regime não cumulativo e os custos,

despesas e encargos vinculados às receitas sujeitas ao regime cumulativo das contribuições,

utilizando a seu critério um dos seguintes métodos:

a) apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade

de custos integrado e coordenado com a escrituração; ou

b) rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns a relação

percentual existente entre a receita bruta sujeita ao regime não cumulativo e a receita bruta

total, auferida em cada mês.

Para apuração do crédito decorrente de encargos comuns, na hipótese de utilização do

método de apropriação direta, aplica-se, sobre o valor de aquisição de insumos, dos custos e

das despesas, referentes ao mês de apuração, a relação percentual existente entre os custos

vinculados à receita sujeita ao regime não cumulativo e os custos totais incorridos no mês.

O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do crédito deve ser aplicado

consistentemente por todo o ano-calendário e, igualmente, adotado tanto na apuração do

crédito relativo à contribuição para o PIS-Pasep, quanto à Cofins.

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(Lei nº 10.637/2002, art. 3º, §§ 7º, 8º e 9º; Lei nº 10.833/2003, art. 3º, §§ 7º, 8º e 9º; IN SRF

nº 247/2002, art. 100; IN SRF nº 404/2004, art. 21; IN SRF nº 594/2005, art. 40)

Para maiores esclarecimentos, solicitamos maior detalhamento das questões apresentas,

permanecendo a disposição para auxilia-los no que for necessário.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0021-17.TEC

CONSULTA

Conforme conversamos, a cooperativa está buscando novas áreas de atuação. Área de Atuação em cursinhos As dúvidas com relação aos procedimentos para iniciar os trabalhos são: 1º Como proceder para atuar em outros municípios? 2º Possui CNAE específico de atuação? 3º Cooperados envolvidos nos processo deverá ter clausulas específicas no estatuto ou contrato?

PARECER

Em atenção a vossa consulta, passamos aos seguintes esclarecimentos:

1º Como proceder para atuar em outros municípios? Para atuação em outras localidades, destacamos a necessidade quanto a observância da área de atuação da cooperativa, disposta em seu Estatuto Social, bem como nas atividades previstas no referido dispositivo. Ex. b) área de admissão de cooperados restrita ao Estado do Espírito Santo, podendo atuar em todo o território nacional; Para o exemplo em questão nota-se que a Cooperativa deverá admitir cooperados apenas no Espírito Santo, contudo, poder atuar em todo o Brasil. Contudo, destaca-se ainda que, no que se refere a constituição de filiais, estas dependerão da necessidade quanto a prestação dos serviços. 2º Possui CNAE específico de atuação? Em análise ao banco de CNAE’s, a seguir os que julgamos melhor se adequarem a atividade proposta:

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3º Cooperados envolvidos nos processos deverá ter cláusulas específicas no estatuto ou contrato?

A Cooperativa poderá ter várias frentes de trabalho e, para sua organização, poderá criar regras

para condução do processo. Tais regras poderão estar descritas em Regimento Interno e/ou

Estatuto Social, como forma de esclarecer os possíveis critérios para escolha dos envolvidos em cada

uma das atividades da Cooperativa.

Destacando-se ainda que, conforme disposto no Estatuto Social da Cooperativa, no que se refere a

admissão, para associar-se, o candidato deverá estar apto a execução do objeto desta sociedade.

Art. 4º. Poderá associar-se à Cooperativa, salvo se houver impossibilidade técnica de

prestação de serviços, qualquer pessoa que se dedique à atividade objeto desta sociedade,

ou seja, profissionais da área de educação, dentro da área de admissão da Cooperativa,

podendo dispor livremente de si e de seus bens, sem prejudicar os interesses e objetivos da

Cooperativa, nem colidir com os mesmos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0023-17.TEC

CONSULTA

Qto a esse Boletim, me surgiram as seguintes dúvidas: 1) Com base nesta decisão já podemos começar a excluir o ICMS da BC do PIS/COFINS já na competência 03/2017? 2) Se sim, qual o valor a ser excluído. O valor do débito do ICMS, ou o valor do ICMS pago ao Estado (Débito menos crédito)? Desde já agradeço.

PARECER

Em atenção a vossa consulta que faz referência ao boletim informativo 07-2017 SESCOOP/ES, que

trata da exclusão do ICMS da Base de Cálculo do PIS e da COFINS respondemos de forma objetiva

as perguntas apresentadas:

1) Com base nesta decisão já podemos começar a excluir o ICMS da BC do PIS/COFINS já na competência 03/2017?

Não. Uma vez que, recomenda-se aos contribuintes aguardarem a posição do Supremo Tribunal

Federal – STF quanto à eventual modulação de efeitos dessa decisão pois, somente após esta, será

possível saber se esses terão direito a recuperação do montante recolhido indevidamente.

2) Se sim, qual o valor a ser excluído. O valor do débito do ICMS, ou o valor do ICMS pago ao Estado (Débito menos crédito)?

Apenas o montante de ICMS deduzidos dos créditos presumidos existentes. Destacamos que, como

no Estado do Espírito Santo, o setor de transportes até Maio/2016 possuía crédito presumido de

ICMS 20% sobre os débitos do imposto e hoje, tais créditos se resumem à 5% sobre o volume de

saídas interestaduais nos serviços de transportes de cargas, conforme Lei 10.568/2016.

Desta forma, quando possível após modulação de efeitos da decisão, a cooperativa não deve se

aproveitar da alíquota integral do imposto pois, possui um benefício Estadual que reduz

parcialmente o Débito de ICMS a pagar gerando a possibilidade e excluírem somente do valor

líquido do ICMS nas operações interestaduais, assim como apenas 7% nas operações internas sobre

os serviços de transporte de cargas.

Para melhor ilustrar, encaminhamos uma simulação de apuração do PIS e da COFINS, antes e após

a decisão do STF:

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Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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Operações Internas

Base de Cálculo Valor da Mercadoria ICMS Operação Própria Valor Total da Nota Base de Cálculo PIS COFINS

Antes da Decisão do STF 1.000,00 70,00 1.000,00 1.000,00 16,50 30,00

Após da Decisão do STF 1.000,00 70,00 1.000,00 930,00 15,35 27,90

Regime Cumulativo de PIS (1,65%) e COFINS (3,00%)

Operações Interestaduais

Base de Cálculo Valor da Mercadoria ICMS Operação Própria Crédito Presumido Valor Total da Nota Base de Cálculo PIS COFINS

Antes da Decisão do STF 1.000,00 120,00 50,00 1.000,00 1.000,00 16,50 30,00

Após da Decisão do STF 1.000,00 120,00 50,00 880,00 930,00 15,35 27,90

Regime Cumulativo de PIS (1,65%) e COFINS (3,00%)

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PTC0024-17.TEC

CONSULTA

O pedido de restituição de credito de Pis/Cofins, referente aquisição de matérias primas utilizadas

na fabricação da ração, do 4º trimestre de 2016, deve ser feito pela Per/Dcomp? Tentei preenche-

la, mas esbarrei na ficha de valores apurados do credito, que me dá três situações, toda referente a

créditos presumido da indústria do álcool e petroquímica, que não é o caso.

Preciso de orientação de como vou fazer para restituir este credito, e até mesmo como preencher

a Per/Dcomp se eu estiver fazendo errado.

PARECER

Em atenção ao vossa consulta sobre orientações de preenchimento da Declaração Acessória

PER/DCOMP, mais especificamente sobre Pedido de restituição de crédito de PIS/COFINS –

referente aquisição de matérias primas para fabricação de ração, segue orientações:

O pedido de restituição de credito de Pis/Cofins, referente aquisição de matérias primas utilizadas

na fabricação da ração, do 4º trimestre de 2016, deve ser feito pela Per/Dcomp?

Em consulta à IN RFB 1300/12 que estabelece os procedimentos necessários para pedido de

ressarcimento, restituição e/ou compensação, em seu art. 27, nos diz que:

“...Os créditos da Contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da

Lei nº 10.637/2002 e do art. 3º da Lei nº 10.833/2003, que não puderem ser utilizados na

dedução de débitos das respectivas contribuições, poderão ser objeto de ressarcimento,

somente depois do encerramento do trimestre-calendário, se decorrentes de custos,

despesas e encargos vinculados:

I – às receitas resultantes das operações de exportação de mercadorias para o exterior,

prestação de serviços a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo

pagamento represente ingresso de divisas, e vendas a empresa comercial exportadora, com

o fim específico de exportação, observando-se que a empresa comercial exportadora que

tenha adquirido mercadorias com o fim específico de exportação é vedado apurar créditos

vinculados a essas aquisições;

II – às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência;

III – às receitas decorrentes da venda de álcool, inclusive para fins carburantes, nos termos

do art. 1º da Lei nº 12.859/2013; ou

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IV – às receitas decorrentes da venda dos produtos classificados na posição 30.03, exceto no

código 3003.90.56, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2,

3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20,

3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00, todos da TIPI, tributados na forma do

inciso I do art. 1º, da Lei nº 10.147/2000, e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46,

da TIPI...”

A referida IN RFB, na mesma Seção em seus art. 28 à 33 trata do ressarcimento a créditos

presumidos das contribuições do Pis e da Cofins.

Face ao exposto, caso o saldo apurado dos créditos do PIS e da Cofins não forem decorrentes das

situações mencionadas e, este for de natureza CREDORA, deve ser compensado, com débitos das

próprias contribuições para o PIS e para a COFINS, em períodos futuros. Vale ressaltar o que o

período de prescrição de saldo a restituir, ressarcir e/ou compensar junto à Receita Federal do Brasil

é de 5 (cinco) anos, devendo ser observado cuidadosamente o prazo de prescrição.

Vale ressaltar - ainda IN RFB 1300/12 – a Seção III, Art. 12 §§ 1º 2º 3º 4º, estabelece normas de

tratamento para restituição das contribuições Pis e da Cofins retidas na Fonte, o que não se aplica

ao questionado.

Tentei preenchê-la, mas esbarrei na ficha de valores apurados do crédito, que me dá três

situações, toda referente a créditos presumido da indústria do álcool e petroquímica, que não é

o caso. Preciso de orientação de como vou fazer para restituir este credito, e até mesmo como

preencher a Per/Dcomp se eu estiver fazendo errado.

Em resposta a orientação solicitada sobre como preencher a Declaração Acessória “Per/Dcomp”,

solicito vossa atenção para as seguintes situações, quando o contribuinte Pessoa Jurídica e crédito

não são originários de ação Judicial.

Na opção de PIS e da Cofins não cumulativo na exportação: Selecionar essa opção na hipótese de

créditos do PIS-Pasep e Cofins não cumulativos que não puderam ser deduzidos na forma do inciso

I do § 1º do art. 5º da Lei nº 10.637/2002 e inciso I do § 1º do art. 6º da Lei nº 10.833/2003 ,

respectivamente, referentes a custos, despesas e encargos vinculados a receitas decorrentes de

operações de exportação de mercadorias para o exterior, prestação de serviços a pessoa física ou

jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas e

vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação.

Na opção de PIS e da Cofins não cumulativo no mercado interno: selecionar essa opção na hipótese

de créditos do PIS/Pasep e da Cofins não cumulativos acumulados ao final de cada trimestre-

calendário, referentes a custos, despesas e encargos vinculados às vendas efetuadas com

suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, na forma do art. 17 da Lei nº 11.033, de

21.12.2004.

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Na opção de PIS e da Cofins Embalagens: Selecionar essa opção na hipótese de compensação de

créditos do PIS-Pasep e Cofins não cumulativos referentes a aquisições de embalagens para revenda

pelas pessoas jurídicas comerciais a que se referem os §§ 3º e 4º do art. 51 da Lei nº 10.833/2003,

apurados a partir de 1º.04.2005 e acumulados ao final do trimestre-calendário. – Fonte:

Orientações do programa PER/DCOMP 6.7.

Em teste de preenchimento de Pedido de Ressarcimento, junto ao Programa PER/DCOMP 6.7, pode

ser verificado que, provavelmente, a opção de preenchimento adotada foi “PIS e da Cofins não

cumulativo no mercado interno”, combinada com o código de crédito apurado no trimestre “101

– Créditos vinculados à receita tributada no mercado interno – Alíquota básica”. Observa-se que

este enquadramento de tipo de crédito deve estar em consonância com a escrituração da EFD

Contribuições.

Caso tenham sido estes os enquadramentos utilizados no preenchimento do PERDCOMP, cabe

observar, com base nas determinações previstas no art. 27 da IN RFB nº 1.300/12, acima descritas,

que não há previsão legal para solicitar a restituição das referidas contribuições.

Alternativamente, cabe avaliar se os enquadramentos utilizados na apuração dos créditos, junto a

EFD Contribuições estão corretos ou de acordo com o tipo de receita gerada.

Caso nenhuma das situações esteja de acordo com o procedimento realizado pela cooperativa,

orientamos que maiores informações sejam tomadas diretamente com a Receita Federal.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0025 -17.TEC

CONSULTA

Cooperativa de Transporte prestando serviço para SEDU no município de Cariacica. Gostaria de saber se há previsão legal de isenção de ISS para cooperativas prestando serviços de transporte de passageiros para o município de Cariacica. De acordo com o contador da Cooperativa, tem isenção, porém não consegui localizar, poderia me ajudar, por favor? Em contato com o setor de fiscalização também não me informaram, somente me passaram a LEI COMPLEMENTAR Nº 027, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009. Grata pela atenção. PARECER

Em atenção a vossa solicitação e, quanto a natureza de uma Cooperativa de Transporte Escolar e/ou

Transporte Intermunicipal de passageiros, nos cabe esclarecer:

Tomando como base a Lei Complementar n° 27/2009, constatamos que o serviço de transporte de

natureza municipal, conforme previsto no Item 16.01 da lista de serviços, o imposto é devido para

esta localidade, conforme Art. 93 Inciso XVII da referida Lei, independente se o estabelecimento do

prestador está ou não estabelecido neste Município. E, sobre esta prestação de serviços não estará

sujeito a cobrança de ICMS.

Art.86 O Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza tem como hipótese

de incidência a prestação de serviços, previstos na lista constante do Anexo I deste

Código ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do

prestador.

Item 16.01 – Serviços de transporte de natureza municipal. (Lista de Serviços)

§ 2° Ressalvadas as exceções expressas na lista de serviços, os serviços nela

mencionados não ficam sujeitos ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação

de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação, ainda que sua prestação envolva fornecimento

de mercadorias. (Grifo nosso).

Art.93 O serviço considera-se prestado e o imposto devido estabelecimento

prestador ou, na falta do estabelecimento, no local de domicílio do prestador, exceto

nas hipóteses previstas nos incisos I a XX, quando o imposto será devido neste

Município, ainda que os prestadores não estejam nele estabelecidos ou domiciliados:

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XVII - da execução dos serviços de transportes, no caso dos serviços descritos pelo

subitem 16.01; (Grifo nosso).

Vale ressaltar que, sobre a Prestação de Serviços de Transporte Intermunicipal, incide o ICMS, e

está sob a competência dos Estados e do Distrito Federal – Art. 1° Lei Complementar n° 87/1996 –

quando realizado entre dois ou mais municípios, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias

ou valores. E, para efeitos da cobrança do referido imposto estabelece-se o local onde tenha

iniciado a prestação do serviço – Art. 11 Inciso II alínea “a” Lei 87/1996.

Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:

II - tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação;

Após consulta e análise da Legislação específica, para melhor entendimento, se faz necessário,

definição dos termos:

Isenção é a dispensa legal do pagamento da obrigação. Da mesma forma, que Ente

Político tem a competência para instituir a obrigação, opta por dispensar seu

pagamento.

Não incidência é quando não há hipótese tributa para tal fato, ou seja, não há fato

gerador para cobrança de obrigação, criadas por lei.

Imunidade é uma proteção Federal, ou seja, a instituição tem o direito de realizar

ação que configura fato gerador, mas estão resguardadas de sofrerem a tributação.

Com base no conteúdo exposto, não foi constatado previsão legal de isenção, imunidade ou não

incidência para o Imposto sobre Serviço – ISS e/ou Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços – ICMS para cooperativas de Transporte quando na prestação de Serviços de Transporte

de Passageiros, seja ele de natureza municipal ou interestadual.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0026 -17.TEC

CONSULTA

Cooperativa de Transporte vendeu um ônibus, uma dúvida: Na aquisição desse veículo a Cooperativa não aproveitou o crédito de ICMS, na Saída posso estornar o crédito dizendo que a cooperativa não aproveitou o crédito?

Atenciosamente,

PARECER

Em atenção a vossa consulta, nos cabe esclarecer:

Considera-se com direito ao crédito fiscal do ICMS na aquisição de bens destinados ao Ativo

Imobilizado, desde que este bem seja um “bem instrumental”, ou seja, que sua utilização esteja

relacionada diretamente com à produção e/ou comercialização de suas mercadorias ou prestação

de serviços. Com isso, o contribuinte que tenha recolhido em operação anterior, terá direito ao

crédito do ICMS em operações subsequentes tributadas pelo imposto, resguardando algumas

considerações conforme determina o Decreto 1090-R/2002 – RICMS/ES, mais especificamente o

Art. 83 § 1° Inciso I, II e III, conforme detalhado abaixo:

[...] Art. 83. Para a compensação a que se refere o art. 73, é assegurado ao

sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em

operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no

estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo

permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal ou de comunicação. (grifo nosso)

§ 1º Além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da

compensação prevista neste artigo e no art. 82, os créditos resultantes de operações

de que decorra entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente serão objeto

de outro lançamento, em livro próprio, devendo ser observado: (grifo nosso)

I - a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês,

devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no

estabelecimento;

II - não será admitido em cada período de apuração do imposto, o

creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas

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ou prestações isentas ou não tributadas, sobre o total das operações de saídas ou

prestações efetuadas no mesmo período.

III – para aplicação do disposto nos incisos I e II, o montante do crédito a ser

apropriado será o obtido, multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo

fator igual a um quarenta e oito avos da relação entre o valor das operações de saídas

e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período,

equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com

destino ao exterior;...]

[...V – na hipótese de alienação de bens do ativo permanente, antes de

decorrido o prazo de quatro anos, contados da data de sua aquisição, não será

admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo,

em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio;

VI – ao final do quadragésimo oitavo mês, contado da data da entrada do bem

no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado;...]

Desta forma, tendo como base o questionamento da consulente, conforme dispõe o Art. 73, o

imposto é não-cumulativo, devendo ser compensado quando for assegurado ao sujeito passivo o

direito, anteriormente cobrado, nas operações de entradas – real ou simbólica – sendo seu fato

gerador a entrada do bem no estabelecimento do contribuinte. Contudo, o Art. 82 Incisos I, II e III

assegura ao contribuinte obrigado a escrituração fiscal, a apuração por meio e regime de apuração

mensal, conforme detalhado abaixo:

[...Art. 82 – Salvo determinação legal em contrário, o imposto a recolher,

devido pelos estabelecimentos obrigados à escrituração fiscal, será apurado por meio

do regime de apuração mensal, ressalvado o disposto no § 2º, considerando se

vencidas as obrigações na data em que termina o período de apuração, as quais serão

liquidadas por compensação, ou mediante pagamento em dinheiro, observado o

seguinte:

I – as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante

dos créditos escriturados no mesmo período mais o saldo credor de período ou

períodos anteriores, se for o caso;

II – se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença

será liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado; ou

III – se o montante dos créditos superar o dos débitos, a diferença será

transportada para o período seguinte. ...] (grifo nosso)

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Portanto, caso a parcela de crédito de ICMS do CIAP for superior ao montante do saldo devedor do

período apurado, o saldo remanescente deverá ser transferido para compensação do débito do

período posterior. Deve ser observado, nos termos do Inciso VI § 1° do Art. 83, quando o crédito de

ICMS permanecer acumulado - transferidos de outros períodos – relativos ao CIAP, deverá ser

estornado no final do 48° mês, contados da entrada do bem no estabelecimento.

Ressalvamos que, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da sua

compensação, o valor do imposto incidente nas operações relativas à entrada do bem no Ativo

Imobilizado e, seu crédito correspondente devem ser escriturados e controlados, obrigatoriamente,

no documento “Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente” – CIAP instituído pelo Ajuste

SINIEF n° 8/1997, entretanto para os contribuintes obrigados a apresentação da EFD, passa a ser

obrigatória a partir de 1° de janeiro de 2011, a escrituração do documento CIAP conforme modelo

previsto no Ajuste Sinief n° 2/2009, na EFD não sendo permitido a apresentação por outro meio que

não seja este.

Diante de todo exposto, concluímos que somente será possível a compensação do crédito da

aquisição deste veículo, desde que seja realizado toda escrituração e controle do documento CIAP

desde seu fato gerador, ou seja, a entrada do bem no estabelecimento do contribuinte.

Salientamos a importância e averiguação das informações enviadas até o momento, pois todas as

declarações acessórias e a apuração do imposto até a data da alienação do bem deveram ser

retificadas observando as orientações legais para compensação do referido crédito. Ressaltamos

ainda que, a partir da data de alienação, caso o tempo decorrido for inferior a 48 (quarenta e oito)

meses, o contribuinte não poderá se creditar da fração 1/48 restante, conforme disposto no § 1°

Inciso V do Art. 83.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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PTC0027 -17.TEC

CONSULTA

Temos operações (empréstimos) em andamento com os cooperados, cuja a alíquota de IOF era 0%(zero) + o adicional de 0,38%. Estas operações são refinanciadas pelos cooperados. Exemplo: Saldo devedor atual: R$2.000,00 É feito um refinanciamento e liberado um novo contrato de R$5.000,00. Ou seja, o cooperado toma um crédito de R$5.000,00 e nós abatemos/liquidamos o contrato anterior (saldo de R$2.000,00) e ele leva líquido R$3.000,00. A dúvida está na base do IOF. Nós entendemos que a operação anterior (saldo de R$2.000,00) já foi tributada pela alíquota da época da liberação (0,00% + 0,38% do adicional), e que somente deve ser tributado neste momento o montante "novo" liberado para o cooperado de R$3.000,00. Favor emitir parecer para que possamos atender de forma segura o que rege a legislação. PARECER

Em atenção a vossa consulta sobre incidência do IOF, após publicação do Decreto 9.017 de 30 de

Março de 2017, que revogou o inciso II do caput do art. 8º do Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro

de 2007, apresentamos os seguintes argumentos para embasar esta consulta:

Precisamos inicialmente buscar o conceito de fato gerador, que conforme Código Tributário

Nacional (CTN), em seus artigos 114 e 116, define:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e

suficiente à sua ocorrência;

[...]

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os

seus efeitos:

I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias

materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,

nos termos de direito aplicável.

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Segundo Oliveira (2010, pg. 394) “A hipótese de incidência de um tributo é de ser examinada sob os

seus aspectos material, subjetivo, valorativo, espacial e temporal, sendo o material, o dado

central.”

Conforme o item I, do Artigo 116, fica claro que a ocorrência do fato gerador depende das

circunstâncias materiais necessárias, na oportunidade, a realização dos serviços, o contrato

previamente assinado que estipula valores, prazos direitos e deveres das partes e período de

ocorrência. Com isso, caracteriza-se Receita/Ingresso, que por sua vez, caracteriza também o fato

gerador para fins fiscais na cooperativa.

Em relação à legislação que regulamenta o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro,

ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF, Decreto 6.306, 14/12/2007, destacamos o

seguinte:

Art. 7° [...]

[...]

§7° Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação,

confissão de dívida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que

não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não

liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação

considerada complementar à anteriormente feita, aplicando-se a alíquota

em vigor à época da operação inicial. (Grifo nosso)

Com a revogação do inciso II do caput do Art. 8º do Decreto nº 6.306, 14/12/2007, por meio do

Decreto nº 9.017, de 30/03/2017, a partir de 03/04/2017, há obrigatoriedade de recolhimento

integral do IOF nas operações que as cooperativas realizarem com seus associados pois, o Art. 3°

deste decreto retira o benefício de redução a zero do IOF em tais operações.

O caso apresentado, considera a existência de um saldo devedor de R$ 2.000,00, que será quitado

em sua totalidade, após contratação de um novo valor, por meio de um novo instrumento

contratual de empréstimo ou financiamento, no valor de R$ 5.000,00. Ou seja, a operação configura

a contratação de um novo empréstimo ou financiamento, tendo como premissa (obrigatoriedade)

a quitação do saldo devedor anterior, mesmo havendo menção no novo contrato dos dados

referente ao contrato anterior.

Sendo essas considerações, concluímos que a opção por tributar somente a diferença entre o valor

do saldo devedor e o valor acrescido ao contrato (o troco), carece de embasamento legal e

segurança jurídica. Desta forma, apresentamos os seguintes pontos como sugestão:

a) Caso a operação tenha sido contratada antes do dia 03/04/2017, Conforme Dec. nº 9.017, de 30/03/2017, haverá incidência somente do IOF Adicional (§ 15, Art. 7°, Decreto 6.306, 14/12/2007) sobre o valor do novo contrato;

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b) Caso a operação tenha sido contratada a partir do dia 03/04/2017, Conforme Dec. nº 9.017, de 30/03/2017, haverá incidência somente do IOF Adicional (§ 15, Art. 7°, Decreto 6.306, 14/12/2007) e da alíquota integral do imposto (Decreto Nº 9.017, de 30 de Março de 2017), nas operações contratadas entre cooperativas financeiras e seus associados, sobre o valor do novo contrato.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0028 -17.TEC

CONSULTA

Um cooperado me solicitou se havia possibilidade de usar o valor que é lançado em despesa com

depreciação (da depreciação de equipamentos e máquinas) para investimento (fundo de reserva).

Estou formalizando, pois, o mesmo pediu retorno junto a OCB/ES.

Atenciosamente.

PARECER

Em atenção a vossa consulta, relacionada principalmente a forma de utilização da Reserva Legal,

nos cabe esclarecer:

Os Fundos Estatutários são obrigatórios conforme a Lei Federal 5.764/71, e estão previstos em seu

Art. 28:

Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir:

I - Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas

atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;

II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de assistência

aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da

cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas

no exercício.

§ 1° Além dos previstos neste artigo, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive

rotativos, com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação

e liquidação.

§ 2º Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social

poderão ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas.

Cabe ressaltar, que os limites previstos na legislação, são limites mínimos, sendo que as sociedades

Cooperativas, podem, por deliberação assemblear, aumentar os percentuais do resultado que serão

destinados para tais fundos.

Conforme a própria Lei, as finalidades específicas do Fundo de Reserva são: reparar perdas futuras

e desenvolver as atividades operacionais das sociedades cooperativas. Sobre esta última, aplica-se

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o conceito das origens e aplicações de recursos de uma sociedade. E, como a composição do Fundo

se dá mediante destinação de resultado do exercício (sobras), o acréscimo e/ou decréscimo

patrimonial resultante, já se encontra reconhecido nas contas do grupo do Ativo da Cooperativa,

neste caso, a Depreciação do Maquinário. Destaca-se ainda que, nas sobras, base de cálculo para

apuração da destinação às reservas obrigatórias, o valor das depreciações já foi computado, desta

forma, abate-lo novamente dos montantes ora descritos, duplicaria os valores em questão.

Sendo assim, somente haverá diminuição nesta conta patrimonial, a Reserva Legal, em caso de

serem apuradas perdas futuras.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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PTC0029 -17.TEC

CONSULTA

Conforme nossa conversa por telefone me esclareça:

1- Venda de Imobilizado é ato cooperado ou ato não cooperado?

2- Juros recebidos por quebra de contrato de prestação de serviços é ato não cooperado? Incide

impostos sobre o mesmo?

3- Digamos que comprei o bem por R$150.000,00 vendi o mesmo por R$ 160.000,00 teve

depreciação até o momento da venda R$7.500,00, tenho que pagar impostos sobre o ato? Quais

impostos? Qual o cálculo a ser feito? Me informa o Decreto que consta o mesmo.

Atenciosamente,

PARECER

Em atenção ao vosso questionamento, passamos aos seguintes esclarecimentos, item a item:

1) Conforme estabelece a Lei Geral do Cooperativismo, Lei 5.764/1971, denominam-se como sendo Atos Cooperados:

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus

associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a

consecução dos objetivos sociais.

Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de

compra e venda de produto ou mercadoria.

Em suma, denominam-se como sendo Atos Não Cooperados, aqueles estranhos a atividade fim

da cooperativa e/ou exercidos por terceiros, bem como aqueles que impliquem em operação

de mercado ou que visem o lucro.

Sendo está uma atividade estranha a finalidade da Cooperativa, a venda de ativos, classifica-se

como ATO NÃO COOPERADO, observando-se ainda que este tem por finalidade o lucro para a

instituição.

2) Situação análoga ao exposto no item anterior. Observar ainda, o disposto no Decreto 3.000/1999, com ênfase ao item inerente ao Lucro Presumido, regime adotado pela Cooperativa:

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Art. 681. Estão sujeitas ao imposto na fonte, à alíquota de quinze por cento, as multas ou

quaisquer outras vantagens pagas ou creditadas por pessoa jurídica, ainda que a título de

indenização, a beneficiária pessoa física ou jurídica, inclusive isenta, em virtude de rescisão

de contrato (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70).

§ 1º A responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da pessoa jurídica que

efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70, § 1º).

§ 2º O imposto deverá ser retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem e

será recolhido no prazo a que se refere o inciso II do art. 865 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70,

§ 2º).

§ 3º O valor da multa ou vantagem será (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70, § 3º):

I - computado na apuração da base de cálculo do imposto devido na declaração de ajuste

anual da pessoa física;

II - computado como receita, na determinação do lucro real;

III - acrescido ao lucro presumido ou arbitrado, para determinação da base de cálculo do

imposto devido pela pessoa jurídica.

§ 4º O imposto retido na fonte será considerado como antecipação do devido em cada

período de apuração, nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, ou como tributação

definitiva, no caso de pessoa jurídica isenta (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70, § 4º).

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica às indenizações pagas ou creditadas em

conformidade com a legislação trabalhista e àquelas destinadas a reparar danos

patrimoniais (Lei nº 9.430, de 1996, art. 70, § 5º).

3) No que se refere a sociedades que tenham adotado a tributação pelo Lucro Presumido temos, conforme estabelece o Decreto 3.000/1999 (RIR 99), no que tange ao IRPJ:

CAPÍTULO II

GANHOS DE CAPITAL E OUTRAS RECEITAS

Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não

abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base de cálculo de que trata este Subtítulo,

para efeito de incidência do imposto e do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e

240 e no § 3º do art. 243, quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II).

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§ 1º O ganho de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de aplicações em

ouro não tributadas como renda variável corresponderá à diferença positiva verificada

entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil.

§ 2º Os juros e as multas por rescisão contratual de que tratam, respectivamente, os arts.

347 e 681 serão adicionados à base de cálculo (Lei nº 9.430, de 1996, arts. 51 e 70, § 3º,

inciso III).

§ 3º Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no

recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido para determinação do

imposto, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual

tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a

período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido

ou arbitrado (Lei nº 9.430, de 1996, art. 53).

§ 4º Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação

somente poderão ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e

direitos se a empresa comprovar que os valores acrescidos foram computados na

determinação da base de cálculo do imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 52).

No que se refere a CSLL, esta observa as disposições da LEI Nº 9.430/1996, sendo elas:

Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas

jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais empresas

dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores:

I - de que trata o art. 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não

abrangidas pelo inciso I do caput, com os respectivos valores decorrentes do ajuste a valor

presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro

de 1976, e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período.

(Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)

Com base no exemplo apresentado observa-se que o valor contábil resultante da operação é R$

142.500,00 (a diferença entre o valor de aquisição – R$ 150.000,00 e o valor depreciado até a

data de venda – R$ 7.500,00). Para o Cálculo do Ganho de Capital verifica-se o resultado da

subtração entre o valor contábil do bem e o valor de venda (R$ 160.000,00), sendo este o valor

passível de tributação (R$ 17.500,00).

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Ainda, no que se refere ao PIS e COFINS, nota-se sua não incidência, com base nas disposições

do DECRETO Nº 4.524/2002:

Art. 22. Para efeito de apuração da base de cálculo de que trata este capítulo, observado o

disposto no art. 23, podem ser excluídos ou deduzidos da receita bruta, quando a tenham

integrado, os valores (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º):

VIII - das receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0033 -17.TEC

CONSULTA

Gostaria de parecer técnico da OCB/ES quanto à TRIBUTAÇÃO RECORRENTE NA COMERCIALIZAÇÃO

DO CAFÉ para os casos de:

• Operações estaduais cooperadas: • Operações interestaduais cooperadas • Operações estaduais não cooperadas • Operações interestaduais não cooperadas

Ainda sobre o assunto, existe tributação específica para as sobras em algum destes casos?

Desde já agradeço o esclarecimento.

PARECER

Para esclarecimentos de suas dúvidas, tomamos como base o RICMS-ES/2002.

1. OPERAÇÕES INTERNAS:

No que tange as operações com café cru, em coco ou em grão conforme o Cap. VI – Das operações

com café cru, o pagamento do imposto incidente sobre suas sucessivas saídas fica diferido de

acordo com disposições do Art. 289 e Item 11 Anexo III:

a) para o momento em que ocorrer a saída para outra unidade

da Federação ou para consumidor final ou, quando destinado a

estabelecimento industrial situado neste Estado, para o

momento em que ocorrer a saída do produto resultante de sua

industrialização; e

Em relação a utilização de créditos, conforme Art. 290 § 1°, o contribuinte poderá utilizar créditos

relativos à:

I - entrada tributada de café cru;

II - entrada tributada de sacaria vazia para acondicionamento

de café cru; ou

III - utilização da prestação de serviço de transporte de café cru.

O contribuinte que possui operações com outras mercadorias, os débitos e créditos relativos às

operações com café, devem ser apurados em separado, e por estabelecimento.

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De acordo com o § 3° do Art. 290, o estabelecimento cujo objetivo seja a comercialização ou o

armazenamento de café, e que no mesmo período de apuração realizarem operações com as

espécies arábica e conilon, deverão apurar e recolher separadamente o imposto devido, vedada a

compensação de créditos em operações:

I – com as diferentes espécies, observado o disposto nos §§ 4° a

6°; e

II – originárias de estabelecimentos situados em unidade da

Federação não signatária do protocolo ICMS 55/13.

https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/20

13/pt055_13

§ 4° Para os fins de que trata § 3.º o contribuinte deverá recolher o imposto devido, em documento

de arrecadação distinto para cada espécie de café que comercializar, utilizando o código de receita

288-7 para operações com café conilon e código de receita 287-9 para operações com café arábica;

§ 5° Na apropriação de crédito do imposto relativo à prestação de serviço de transporte e à aquisição

de sacaria, observar-se-á o seguinte:

I - na hipótese de o documento relativo ao serviço de transporte

referir-se a mais de uma espécie de café, o crédito relativo a

cada espécie deverá ser proporcional à quantidade de sacas

transportadas; e

II - na aquisição de sacaria, o crédito relativo a cada espécie de

café deverá ser proporcional à quantidade de sacas das

operações de saída da espécie, em relação à quantidade de

sacas das operações totais de saída, no respectivo período de

apuração

Nas operações com café torrado e moído, a base de cálculo será reduzida, conforme alínea “l” do

Art. 70, In. IX:

Nas operações internas, de forma que a carga tributária efetiva

resulte no percentual de sete por cento, devendo o crédito

relativo às aquisições destes produtos ou dos insumos utilizados

para a sua fabricação ser limitado ao percentual de sete por

cento (Convênio ICMS 128/94)

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2. OPERAÇÕES INTERESTADUAIS:

A base de cálculo será reduzida, nas operações com café arábica cru, em coco ou em grão, conforme

Art. 70, Inc. LXX:

LXX - nas saídas interestaduais de café arábica cru, em coco ou

em grão, Desde que produzido neste Estado, exceto para os

Estados das regiões Sul e Sudeste, destinadas a contribuinte do

imposto, de forma que a carga tributária efetiva resulte no

percentual de sete por cento, observado o seguinte:

a) o imposto destacado na respectiva nota fiscal deverá ser

recolhido mediante DUA, antes de iniciada a remessa;

b) o pagamento do imposto devido será efetuado a cada

operação, não sendo considerados quaisquer créditos para a

sua quitação; e

c) será emitida NF-e, devendo o transporte ser acompanhado

dos respectivos Danfe e DUA, sendo obrigatória a aposição do

número da nota fiscal no campo “Informações

Complementares” do DUA.

Ressaltamos que, conforme nova redação dada à cláusula 1ª pelo Protocolo ICMS 08/17 com efeitos

a partir de 01/06/2017 (que faz referência aos Protocolos 55/2013 e 66/2016), as Unidades

Federativas do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás e São Paulo acordaram em

implementar mecanismos de controle na circulação de café em coco e café em grão cru, nas

operações entre contribuintes sediados em seus respectivos territórios, que obriga as empresas que

comercializam café em grão cru ou em coco, entre os Estados signatários dos protocolos, a

recolherem antecipadamente do ICMS e anexar a guia de pagamento às Notas Fiscais da mercadoria

https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2013/pt055_13

https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2015/PT066_15

https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2017-1/pt008_17

Destacamos ainda que haverá suspensão do pagamento de ICMS, das remessas de mercadoria para

industrialização, desde que retorne ao estabelecimento do remetente no prazo de 180 dias,

podendo, esse prazo ser prorrogado a critério da autoridade fazendária, por mais 180 dias,

ressalvada a remessa e retorno de outro Estado de sucata e de produtos primários de origem

animal, vegetal ou mineral. (RICMS-ES/2002, Art. 9º; e Anexo II, item 1)

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3. SOBRAS OU PERDAS APURADAS:

Em relação as Sobras apuradas, não há tributação específica acerca dos atos cooperativos, já em

relação aos lucros apurados em relação aos atos não cooperativos, sua tributação está embasada

nas disposições previstas no Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99). Para melhor

entendimento é necessário conceituar alguns termos:

Atos Cooperados: são aqueles praticados entre as sociedades cooperativas e seus associados e,

pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. O ato

cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou

mercadoria.

Atos não Cooperados: são aqueles estranhos a atividade fim da cooperativa e/ou exercidos por

terceiros, bem como aqueles que impliquem em operação de mercado ou que visem o lucro.

RATES: Reserva de constituição obrigatória, destinada a prestação de assistência aos seus

cooperados, familiares e quando previsto no Estatuto Social aos colaboradores da cooperativa. É

um fundo de assistência técnica, educacional e social. É constituída, minimamente, de 5% das

Sobras líquidas do exercício, conforme Inc. II da Lei 5764/71.

Os dispêndios de RATES devem ser registrados nas contas de resultado e, absorvidos pela rubrica

da Reserva de RATES – no PL – no período de apuração do resultado. Ressaltamos que este

montante utilizado a título de RATES no período, deve ser adicionado ao Resultado Exercício, para

assim ser oferecido as destinações legais e estatutárias.

Reserva Legal: Reserva de constituição obrigatória, destinada a reparar perdas e atender ao

desenvolvimento de suas operações, constituído com 10%, minimamente, das sobras líquidas do

exercício, conforme Inc. I da Lei 5764/71.

Sobras ou Perdas: Toda movimentação econômico-financeira decorrentes dos Atos Cooperativos,

sejam suas receitas incorridas – recebidas ou não de seus cooperados – ganhos e demais rendas são

denominadas de ingressos e, todas as despesas incorridas, pagas ou não por conta de seus

cooperados, custos de mercadorias ou serviços, encargos são denominados de dispêndios. No final

de cada exercício no momento da apuração do resultado, o resultado apurado do confronto dos

ingressos e dos dispêndios, se positivo é denominado Sobra e, se negativo é denominado Perda.

As Sobras Brutas apuradas são adicionadas as reversões do RATES e demais adições antes das

destinações das Reservas Legais e Estatutárias. Após as destinações legais, as Sobras líquidas devem

ser postas à disposição da Assembleia Geral.

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As Perdas líquidas, quando a Reserva Legal for insuficiente para sua cobertura, serão rateadas entre

os cooperados da forma estabelecida no Estatuto Social. Ressaltamos que, não deve haver saldo

pendente ou acumulado de Exercício anterior na rubrica de “Sobras/Perdas à disposição da AGO”

Em detrimento, toda movimentação econômico-financeira decorrente de Atos não cooperativos, o

seu resultado apurado, ou seja, o confronto das receitas e despesas, se positivo é denominado de

Lucro e, se negativo é denominado de Prejuízo.

Sobre O Lucro apurado é devido IRPJ e CSLL, conforme disposições do RIR/99, que regulamenta a

tributação e arrecadação do imposto sobre a renda. Contudo, a destinação do resultado líquido dos

Atos não cooperativos tem destinações “pré-definidas”. Este, deve ser levado ao conhecimento dos

cooperados, em Assembleia Geral, entretanto Lucro líquido sobre Atos não cooperativos não

podem ser objeto de rateio entre os cooperados, deve ser totalmente transferido para a Reserva

de RATES, obrigatoriamente. E, o Prejuízo apurado poderá ser absorvido pelas Sobras líquidas do

período, caso contrário serão absorvidas pela Reserva Legal e, se insuficiente são rateadas entre os

cooperados.

Para melhor entendimento dos assuntos abordados neste parecer, sugerimos a leitura das

legislações: Lei Federal 5.764/71 – Define a Política Nacional de Cooperativismo, a NBC T 10.8 –

Entidades Cooperativas e o Manual Contábil do Ramo Agropecuário

(http://manuais.brasilcooperativo.coop.br/manual/4/manual-contabil-ramo-agropecuario).

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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PTC0034 -17.TEC

CONSULTA

Tributação de ICMS

Cooperativa comprando de Associado e vendendo para escola de dentro do Estado:

Polpa (sendo que compra a fruta e remete para outra empresa industrializar), frutas in natura e

frutas congeladas. No meu entendimento é isento conforme artigo Artigo 5º Inciso C do decreto

1090-R-ES de 2002.

Cooperativa comprando de Associado e vendendo para escola de fora do Estado:

Polpa (Sendo que compra a fruta e remete para outra empresa industrializar): Para fora do Estado

Também seria isento? Qual embasamento legal?

Frutas in natura: No meu entendimento é isento conforme Artigo 5º Inciso XIII alínea e, ou seja,

quando não destinado a industrialização. E caso a venda seja para pessoa jurídica que vai usar essa

fruta para industrializar perde a isenção, e por ser cooperativa existe algum outro embasamento

legal de isenção nessa operação?

Frutas congeladas: Para fora do Estado também seria isento? Qual embasamento legal?

Cooperativa comprando de Associado e vendendo para Pessoa Jurídica de dentro do Estado:

Polpa (sendo que compra a fruta e remete para outra empresa industrializar), no meu entendimento

perde a isenção, caso ao contrario favor me enviar o embasamento legal.

Frutas in natura: Desde que não seja vendido para industrialização é isento conforme 5º Inciso XIII

alínea e

Frutas congeladas: no meu entendimento perde a isenção, caso ao contrario favor me enviar o

embasamento legal.

Cooperativa comprando de Associado e vendendo para Pessoa Jurídica de fora do Estado:

Polpa (sendo que compra a fruta e remete para outra empresa industrializar), no meu entendimento

perde a isenção, caso ao contrario favor me enviar o embasamento legal.

Frutas in natura: Desde que não seja vendido para industrialização é isento conforme 5º Inciso XIII

alínea e

Frutas congeladas: no meu entendimento perde a isenção, caso ao contrario favor me enviar o

embasamento legal.

E caso a compra seja de feita de não associado, no ICMS sigo a mesma regra de compras feita através

de associados?

TRIBUTAÇÃO DE PIS E COFINS

Se a cooperativa comprar de não associado ela pagará o PIS E COFINS?

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73

Qual a alíquota por ela ser lucro Real estimativa, o pagamento vai ser quando ela vender o produto?

Seja para qualquer estabelecimento? O crédito da comprar poderá ser aproveitado?

TRIBUTAÇÃO DE CSLL E IRPJ

Se a cooperativa comprar de não associado ela pagará o CSLL E IRPJ?

Qual a alíquota por ela ser lucro Real estimativa? Seja para qualquer estabelecimento?

Atenciosamente,

PARECER

Em atenção aos vossos questionamentos, tomamos como base o RICMS-ES/02 e, esclarecemos:

4) OPERAÇÕES INTERNAS:

O tratamento tributável para frutas in natura, é isento conforme o Art. 5° Inc. X:

Art. 5.º Ficam isentas do imposto as operações e as prestações

a seguir indicadas:

[...]

X - saída, exceto quando destinada à industrialização, e a

respectiva prestação de serviços de transporte, de (Convênio

ICM 44/75 e Convênios ICMS 68/90 e 124/93):

[... b) funcho e frutas frescas, nacionais ou provenientes dos

países membros da Associação Latino-americana de Livre

Comércio – ALALC –, exceto de amêndoas, avelãs, castanhas e

nozes, devendo o crédito relativo à aquisição ser estornado

integralmente; ...]

Entretanto, quando a fruta fresca (in natura) for direcionada da Cooperativa para um

estabelecimento industrial, o pagamento do imposto, fica diferido para o momento em que ocorrer

a saída do produto resultante de sua industrialização, conforme anexo III, Item 21 do RICMS/ES:

Nas sucessivas saídas de frutas frescas in natura produzidas no

Estado, promovidas por estabelecimento produtor, com destino

a estabelecimento industrial situado no Estado, para o

momento em que ocorrer a saída do produto resultante de sua

industrialização.

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74

Ressaltamos que conforme o Inciso CLIX, Art. 5° - As operações internas com gêneros alimentícios

regionais destinados à merenda escolar da rede pública de ensino, são isentas, observado o

seguinte:

a) o benefício somente se aplica às pessoas físicas produtoras

rurais, às cooperativas de produtores ou às associações que as

representem;

Diante do exposto, o artigo 5° trata a exceção, logo entendemos que todos os produtos não citados

são tributados conforme o Art. 1°. Com isso ratificamos que Polpa de frutas e Frutas congeladas,

por passarem por processos de beneficiamento, são tributadas.

5) OPERAÇÕES INTERESTADUAIS (ICMS)

Sim, seu entendimento está correto.

Entendemos que tributação serão aplicados os mesmos procedimentos supramencionados, para as

operações internas, com exceção do disposto no Inc. CLIX, que trata do benefício das operações

internas com gêneros alimentícios destinados a merenda escolar. Neste caso, será tributada, de

acordo com a alíquota interestadual a ser aplicada conforme abaixo:

a) operações/prestações realizadas por contribuintes das Regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste

e do Estado do Espírito Santo:

a.1) a alíquota será de 12%, qualquer que seja a região em que estiver localizado o destinatário;

b) operações/prestações realizadas por contribuintes das Regiões Sul e Sudeste, excepcionado o

Estado do Espírito Santo:

b.1) aplicar a alíquota de 12% quando o destinatário também estiver localizado na Região Sudeste

ou Sul;

b.2) aplicar a alíquota de 7% quando o destinatário estiver localizado nas Regiões Norte, Nordeste

ou Centro-Oeste ou no Estado do Espírito Santo.

6) E caso a compra seja de feita de não associado, no ICMS sigo a mesma regra de compras feita através de associados?

Sim. Independentemente de onde advém a matéria-prima ou produto, seja de cooperado ou não

cooperado, o tratamento fiscal do ICMS, em âmbito Estadual/Interestadual será o mesmo.

7) Se a cooperativa comprar de não associado ela pagará o PIS E COFINS?

Sim. A sociedade cooperativa pagará os tributos sobre o faturamento dos produtos captados do

cooperado e do não cooperado, entretanto, existem benefícios para captação quando esta é

realizada com cooperados.

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75

Para esclarecimentos acerca dos questionamentos sobre o assunto, tomamos como base a IN

635/2006. Em seu art. 33, § 1°, temos a seguinte redação:

§ 1º As sociedades cooperativas de produção agropecuária e as

de consumo apuram a Contribuição para PIS/Pasep e da

COFINS no regime de incidência:

I - cumulativa, para os fatos geradores ocorridos até 31 de julho

de 2004; e

II- não-cumulativa, para fatos geradores ocorridos a partir de

1º de agosto de 2004. (grifo nosso)

§ 2º As sociedades cooperativas que efetuaram a opção de

antecipação do regime de não-cumulatividade de que trata o

art. 4º da Lei nº 10.892, de 2004, devem apurar as contribuições

nesse regime a partir de 1º de maio de 2004.

O fato gerador das contribuições do PIS e da COFINS incidentes sobre o faturamento é o

auferimento de Ingressos/Receitas. E, as alíquotas devidas para o PIS e a COFINS são,

respectivamente, 1,65% e 7,6%.

Ressaltamos que, as receitas financeiras que foram reduzidas a alíquota 0 (zero) pelo Decreto

5.164/04, posteriormente valendo-se da prerrogativa legal concedida ao Poder Executivo, foi

revogado pelo Decreto 8.426/15, desde 1° de Julho de 2015 foram restabelecidas as alíquotas para

4,65%, sendo 0,65% em relação à contribuição para o PIS/Pasep e 4% da COFINS, incidentes sobre

as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas, ou a elas equiparadas, sujeitas ao regime

de apuração não cumulativa.

A base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS é o faturamento – receita bruta – entendida

a totalidade das receitas auferidas pelas sociedades cooperativas, independente da atividade por

elas exercidas e do regime de tributação adotado. Da Base de cálculo pode ser ajustada pela

exclusão, conforme disposto no Art. 9° A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da

COFINS, apurada pelas sociedades cooperativas, pode ser ajustada:

I - das vendas canceladas;

II - dos descontos incondicionais concedidos;

III - do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

IV - do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de

Mercadorias e sobre a Prestações de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS),

quando cobrado do vendedor dos bens ou prestador de serviços

na condição de substituto tributário;

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V - das reversões de provisões operacionais e recuperações de

créditos baixados como perda, que não representem ingressos

de novas receitas;

VI - das receitas decorrentes da venda de bens do ativo

permanente; e

VII - dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo

valor do patrimônio líquido e dos lucros e dividendos derivados

de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que

tenham sido computados como receita, inclusive os derivados

de empreendimento objeto de Sociedade em Conta de

Participação (SCP).

Além dos Incisos dispostos no Art. 9°, as sociedades cooperativas de produção agropecuária, pode

ajustar sua base de cálculo, pelos benefícios constantes no Art. 11° através dos Incisos:

I - exclusão do valor repassado ao associado, decorrente da

comercialização, no mercado interno, de produtos por ele

entregues à cooperativa;

II - exclusão das receitas de venda de bens e mercadorias ao

associado;

III - exclusão das receitas decorrentes da prestação, ao

associado, de serviços especializados aplicáveis na atividade

rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação

profissional e assemelhadas;

IV - exclusão das receitas decorrentes do beneficiamento,

armazenamento e industrialização de produto do associado;

V - dedução dos custos agregados ao produto agropecuário dos

associados, quando da sua comercialização;

VI - exclusão das receitas financeiras decorrentes de repasse de

empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras,

até o limite dos encargos a estas devidos, na hipótese de

apuração das contribuições no regime cumulativo; e

VII - dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do

Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição

do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica,

Educacional e Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei nº 5.764,

de 1971.

A sociedades Cooperativa de produção agropecuária deverão efetuar o pagamento da

contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários, nos meses em que fizer o uso

das exclusões ou deduções de que tratam os Incisos I a VII conforme dispõe o Inciso III Art. 28 –

redação do § 6° Art. 11 IN 635/2006.

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Das bases de cálculos do PIS e da COFINS, da sociedade cooperativa de produção agropecuária, pode

ser descontado os créditos calculados em relação a:

II - Aquisições efetuadas no mês, de não associados, de bens e

serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na

produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à

venda, inclusive combustíveis e lubrificantes;

III - despesas e custos incorridos no mês, relativos a:

a) energia elétrica consumida nos estabelecimentos da

sociedade cooperativa;

b) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à

pessoa jurídica, utilizados nas atividades da sociedade

cooperativa;

c) contraprestações de operações de arrendamento mercantil,

pagas ou creditadas a pessoa jurídica, exceto quando esta for

optante pelo Simples;

d) armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda,

quando o ônus for suportado pelo vendedor;

IV -bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha

integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada

conforme o disposto na Lei nº 10.637, de 2002, e na Lei nº

10.833, de 2003.

§ 1º Os créditos de que trata o Art. 23 serão determinados

mediante a aplicação das alíquotas de 1,65% (um inteiro e

sessenta e cinco centésimos por cento) para a Contribuição

para o PIS/Pasep e de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por

cento) para a COFINS sobre o valor das aquisições de bens e

serviços e das despesas e custos incorridos no mês.

8) Se a cooperativa comprar de não associado ela pagará o CSLL E IRPJ?

Para melhor embasamento desta questão, se faz necessário conceituar alguns termos:

Atos Cooperados: são aqueles praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e

aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais.

O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto

ou mercadoria. (Art. 79, Lei 5.764/71)

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Atos não Cooperados: aqueles estranhos a atividade fim da cooperativa e/ou exercidos por

terceiros, bem como aqueles que impliquem em operação de mercado ou que visem o lucro. (Art.

85 e 86, Lei 5.764/71)

RATES: Reserva de assistência técnica, educacional e social destinados a prestação de assistência

aos cooperados, seus familiares e, quando previsto no Estatuto Social aos colaboradores da

cooperativa. É constituído, minimamente, de 5% das Sobras líquidas do exercício, conforme Inciso

II, Art. 28, Lei 5764/71.

Os dispêndios de RATES devem ser registrados nas contas de resultado e, absorvidos pela rubrica

da Reserva – PL – no período de apuração do resultado. Ressaltamos que este o montante utilizado

a título de RATES, no período, deve ser adicionado ao Resultado Exercício, para assim ser oferecido

as destinações legais.

Reserva Legal: reserva de constituição obrigatória, destinada a reparar perdas e atender ao

desenvolvimento de suas operações, constituído com 10%, minimamente, das sobras líquidas do

exercício, conforme Inciso I, Art. 28, Lei 5764/71.

Sobras ou Perdas: Toda movimentação econômico-financeira decorrentes dos Atos Cooperativos,

sejam suas receitas incorridas – recebidas ou não de seus cooperados – ganhos e demais rendas são

denominadas de ingressos e, todas as despesas incorridas, pagas ou não por conta de seus

cooperados, custos de mercadorias ou serviços, encargos são denominados de dispêndios. No final

de cada exercício no momento da apuração do resultado, o resultado apurado do confronto dos

ingressos e dos dispêndios, se positivo é denominado Sobra e, se negativo é denominado Perda.

As Sobras Brutas apuradas são adicionadas as reversões do RATES e demais adições antes das

destinações das Reservas Legais e Estatutárias. Após as destinações legais, as Sobras líquidas devem

ser postas à disposição da Assembleia Geral.

As Perdas líquidas, quando a reserva legal for insuficiente para sua cobertura, serão rateadas entre

os cooperados da forma estabelecida no Estatuto Social. Ressaltamos que, não deve haver saldo

pendente ou acumulado de Exercício anterior na rubrica de “Sobras/Perdas à disposição da AGO”

Em detrimento, toda movimentação econômico-financeira decorrente de Atos não cooperativos, o

seu resultado apurado, ou seja, o confronto das receitas e despesas, se positivo é denominado de

Lucro e, se negativo é denominado de Prejuízo.

Sobre O Lucro apurado é devido IRPJ e CSLL, conforme disposições do RIR/99, que regulamenta a

tributação e arrecadação do imposto sobre a renda. Contudo, a destinação do resultado líquido dos

Atos não cooperativos tem destinações “pré-definidas”. Este, deve ser levado ao conhecimento dos

cooperados, em Assembleia Geral, entretanto Lucro líquido sobre Atos não cooperativos não

podem ser objeto de rateio entre os cooperados, deve ser totalmente transferido para a Reserva

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79

de RATES. E, o Prejuízo apurado poderá ser absorvido pelas Sobras líquidas do período, caso

contrário serão absorvidas pela Reserva Legal e, se insuficiente são rateadas entre os cooperados.

Para melhor entendimento dos assuntos abordados neste parecer, sugerimos a leitura das

legislações: Lei Federal 5.764/71 – Define a Política Nacional de Cooperativismo, a NBC T 10.8 –

Entidades Cooperativas, da IN 635/06 – Dispõe sobre o PIS e a COFINS, devidas pelas Sociedades

Cooperativas e o Manual Contábil do Ramo Agropecuário

(http://manuais.brasilcooperativo.coop.br/manual/4/manual-contabil-ramo-agropecuario).

Sendo estes nossos entendimentos, em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0038-17.TEC

CONSULTA

A cooperativa ganhou um terreno. Esse terreno será da cooperativa enquanto ela existir, caso a cooperativa seja dissolvida o terreno volta para o dono que fez a doação. Quando registro esse terreno, haverá alguma tributação de PIS, COFINS, CSLL e IRPJ? Grata pela atenção

PARECER

Antes de sanar as dúvidas da consulente, se faz necessário conceituar “Doação” e “Concessão de

Direitos Real de Uso”:

Tomando a Lei 10.406/2002 – Institui o Código Civil como base para contextuar o assunto, em seu

art. 538, diz que:

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por

liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

(grifo nosso)

...

Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.

No que tange o âmbito fiscal, doações recebidas, por entidades tributadas no Lucro Presumido o

valor da doação deverá ser acrescido à base de cálculo do IRPJ e da CSLL, sendo tributado como

outras receitas. Entretanto, para incidência do PIS/Pasep e da COFINS, o valor da doação não

integrará a receita bruta, conforme Lei 12.973/14, art. 12:

Art. 12. A receita bruta compreende:

I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

II - o preço da prestação de serviços em geral;

III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e

IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não

compreendidas nos incisos I a III.

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Além dos tributos federais, é necessário observar também a legislação Estadual, no que se refere às

doações. A lei em questão, na Lei 10.011, de 20 de Maio de 2013, que dispõe sobre o Imposto sobre

Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), em seu item d), Inciso

II, Art. 7°:

II - a doação:

a) de imóvel rural com o objetivo de implantar o programa da reforma agrária

instituído pelo governo;

b) a entidades beneficentes;

c) a pessoas carentes, promovidas pela União, pelo Estado ou pelos

Municípios, de acordo com programas de assistência social previstos em suas

legislações específicas;

d) cujo valor não ultrapassar cinco mil VRTEs, observado o disposto no art.

10, § 6.º.

Ainda com base no código Civil, em seu art. 1.225 - Inciso XII, diz que:

XII - a concessão de direito real de uso;

[...]

Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por

atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de

Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos

neste Código.

Conforme exposto acima, a doação tem como característica principal a transferência do bem para

outrem, ou seja, transfere-se a propriedade do bem. Todavia na concessão de direito real de uso,

não se transfere a propriedade, ou seja, transfere-se os deveres e direitos, entretanto a posse do

bem continua em poder do proprietário.

No que tange o âmbito fiscal para a Concessão de Direito Real de Uso, não há incidência do

PIS/Pasep, COFINS, IRPJ e CSLL, uma vez que a posse do bem não pertence a Cooperativa.

Diante de todo exposto, entendemos que a transação deve ser pactuada com um Contrato de

Concessão de Direito Real de Uso, o que, essencialmente descreve a operação em questão, visto

que, em caso de liquidação da instituição, tal imóvel deverá ser devolvido.

Destacamos ainda que, o registro em cartório apresentado (datado de 16 de Maio de 2016),

descreve uma operação de doação, e não de concessão de direito real de uso, sendo assim,

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82

juntamente com a assessoria jurídica sugerimos a retificação da escritura de doação, inserindo uma

cláusula de reversão, conforme citado na consulta realizada pela consulente.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0040 -17.TEC

CONSULTA

Poderia me ajudar na seguinte dúvida?

Cooperativa tributada pelo Lucro Presumido efetuou venda de Ativo Imobilizado - ônibus. Na venda

desse bem o mesmo gerou rendimento de R$ 15.241,94.

Quais os tributos vão incidir na venda desse bem?

PIS

COFINS

CSLL e IRPJ? No CSLL e IRPJ vai haver base cálculo de 32% ou 12%?

Grata pela atenção.

PARECER

Em atenção ao vosso questionamento, segue nossas considerações:

No que se refere a sociedades que tenham adotado a tributação pelo Lucro Presumido temos,

conforme estabelece o Decreto 3.000/1999 (RIR 99), no que tange ao IRPJ:

CAPÍTULO II

GANHOS DE CAPITAL E OUTRAS RECEITAS

Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em

aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos

decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base

de cálculo de que trata este Subtítulo, para efeito de incidência do imposto

e do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e 240 e no § 3º do art. 243,

quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II).

§ 1º O ganho de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de

aplicações em ouro não tributadas como renda variável corresponderá à

diferença positiva verificada entre o valor da alienação e o respectivo valor

contábil.

...

No que se refere a CSLL, esta observa as disposições da LEI Nº 9.430/1996, sendo elas:

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Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida

pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado

e pelas demais empresas dispensadas de escrituração contábil, corresponderá

à soma dos valores:

I - de que trata o art. 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em

aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados positivos

decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso I do caput, com os

respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso

VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e demais

valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período. (Redação

dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)

Em destarte ao exposto acima, no ganho de capital não se aplica redução de base de cálculo, ou

seja, o montante passível de tributação é a diferença positiva entre o valor da alienação do bem

e seu valor contábil (valor de aquisição subtraído de sua depreciação acumulada) na data da

alienação.

Em detrimento ao exposto acima, em relação ao PIS e COFINS, nota-se sua não incidência, com

base nas disposições do DECRETO Nº 4.524/2002:

Art. 22. Para efeito de apuração da base de cálculo de que trata este capítulo,

observado o disposto no art. 23, podem ser excluídos ou deduzidos da receita

bruta, quando a tenham integrado, os valores (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º):

[...]

VIII - das receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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PTC0041 -17.TEC

CONSULTA

Precisamos complementar a consultoria feita nos seguintes aspectos:

Condição da cooperativa:

• Cooperativa de especialidade médica cuja remuneração dos médicos é calculada com base

na produção (número de plantões médicos realizados);

• Atualmente a cooperativa paga aos seus cooperados 100% da produção cooperativista via

pessoa física dos cooperados;

Transformação dos pagamentos:

• Suponha-se que seja aprovado em assembleia que o pagamento médico a partir de

determinada data se dê por meio de Pessoas Jurídicas (cooperadas), assumindo que neste caso

manter-se-á uma proporção de pagamento médico sendo (60% PJ e 40% PF) em número de pessoas,

sustentando a característica da natureza societária. Neste caso mantendo-se que haja 100% de atos

cooperados no momento do pagamento médico.

Situações/Questionamentos:

• Tendo-se em vista que hoje recolhe-se o Imposto de Renda dos cooperados (DARF 0588) em

valores aproximados de R$ 500 mil/mês, notadamente nos meses subsequentes a mudança para

pagamento em PJ, haveria significativa redução deste imposto. Tal discrepância não sinalizaria para

Receita Federal indícios de alguma irregularidade? Neste aspecto estaríamos infringindo algum

dispositivo legal, ou normativo técnico da Receita Federal?

• Assumindo que por exemplo, uma PJ tenha em seu quadro 5 sócios (todos cooperados) e a

própria PJ seja cooperada, poderá na assembleia um dos sócios (cooperado) ter direito a votar por

sua PF e pela PJ que é cooperada?

• Considerando que as PJ’s (cooperadas) tem em seu contrato social a distribuição de ações

normalmente equitativas, e que a cooperativa fará o pagamento da produção cooperativista tendo

por base produção efetivamente realizada pelos médicos (dado que cada um dos médicos/sócios

tem número de plantões diferentes) pergunta-se: Há implicações para a cooperativa, caso os

médicos em suas empresas repartam os valores em forma diferenciada daquela estabelecida em

seus contratos sociais?

Considerações importantes

• A direção da cooperativa precisa desses subsídios para sustentar arguição em assembleia,

tendo-se em vista que existe significativa parcela de cooperados que desejam receber por PJ.

Reconhecemos que essa modalidade traz consigo diversos riscos e desafios para a gestão, assim

somos favoráveis a manutenção de pagamentos via PF, contudo faz-se necessária a fundamentação

de nossa posição através desse parecer.

Atenciosamente,

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PARECER

Em atenção aos vossos questionamentos, a seguir nossas considerações, item a item:

1. Tendo-se em vista que hoje recolhe-se o Imposto de Renda dos cooperados (DARF 0588) em valores aproximados de R$ 500 mil/mês, notadamente nos meses subsequentes a mudança para pagamento em PJ, haveria significativa redução deste imposto. Tal discrepância não sinalizaria para Receita Federal indícios de alguma irregularidade? Neste aspecto estaríamos infringindo algum dispositivo legal, ou normativo técnico da Receita Federal?

A mera redução na arrecadação de impostos e/ou contribuições, não caracteriza por si só, fato

contraditório às disposições legais. Contudo há de se destacar a possibilidade quanto a deflagração

de processos fiscalizatórios, por parte do ente fiscal, a Receita Federal, visto que, em análise aos

diversos arquivos digitais encaminhados verificar-se-á que a diferenciação na arrecadação não se

originou em queda na arrecadação ou mesmo créditos tributários, mas unicamente de mudança de

credor. Dentre os arquivos digitais mencionados anteriormente, destacam-se: ECD, ECF, EFD, DIRF

entre outros.

A luz dos questionamentos apresentados, destacamos ainda o que rege a Lei 5.764/71, em seu art.

6° Inciso I:

Art. 6º As sociedades cooperativas são consideradas:

I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas,

sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que

tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das

pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;

A admissão de uma Pessoa Jurídica em cooperativas, é um ato excepcional. Desta forma, esta

excepcionalidade, deve ser justificada, analisada e com o aval dos Conselhos de Administração e

Fiscal, com o intuito de apurar a real necessidade, viabilidade e os riscos envolvidos para tal

mudança.

Ressaltamos que para tal mudança, a Cooperativa deve se precaver de alguns riscos inerentes ao

ato de admitir sócios PJ e, resguardar nos seguintes aspectos:

a. Ter a pessoa jurídica as mesmas ou correlatas atividades das pessoas físicas, de modo a concretizar o ato cooperativo.

b. A pessoas jurídica não concorrer no mesmo campo econômico com a própria cooperativa.

Diz a Lei 5764/71 em seu art. 29 §§ 1° 4°:

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87

Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os

serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e

preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o disposto no

artigo 4º, item I, desta Lei.

§ 1° A admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do órgão

normativo respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou

profissão, ou estejam vinculadas a determinada entidade.

Ressaltamos que, mesmo no associado PJ, é de responsabilidade da cooperativa se resguardar

quanto à qualidade, responsabilidade e segurança dos serviços prestados. Ou seja, a prestação de

serviços deve ser executada por profissional qualificado e que preencham as condições

estabelecidas no Estatuto Social da Cooperativa.

Com isso no que tange, riscos envolvidos, alertamos em se cometer crime contra a ordem tributária

– previstos na Lei 8.137/99 – uma vez que a mudança, da forma de pagamento aos cooperados (PF),

possa ser entendida como prática relacionada a possível sonegação de impostos, ou até mesmo,

evasão fiscal, podendo, oportunamente, caracterizar que a sociedade cooperativa, surgiu com

finalidade alheia a seu fim. Desta forma, podendo resultar numa possível descaracterização de sua

natureza societária.

Diante do exposto, nos resguardamos quanto a uma possível, mudança na forma de pagamento aos

cooperados – 60% PJ e 40% PF – atualmente sendo realizado em sua totalidade para os cooperados

em suas PF. Na proporção supracitada, a realização das atividades econômicas passaria a ser, em

sua maioria, proveniente de cooperados Pessoa Jurídica, sendo tal situação, passível de

questionamentos.

2. Assumindo que por exemplo, uma PJ tenha em seu quadro 5 sócios (todos cooperados) e a própria PJ seja cooperada, poderá na assembleia um dos sócios (cooperado) ter direito a votar por sua PF e pela PJ que é cooperada?

Não. O voto é singular, ou seja, “um indivíduo um voto”, independente de representá-lo

particularmente e ainda pessoa jurídica, ou seja, teoricamente, dois cooperados.

A admissão na cooperativa de uma PJ, deve ser excepcional e necessária. Caso em seu quadro social,

conste apenas profissionais já cooperados, não vemos viabilidade quanto a sua admissão via PJ,

uma vez que, os interessados (associados), são os mesmos.

Sugerimos que as admissões sejam de Pessoas físicas ou pessoas Jurídicas, independentes.

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88

É importante alertar que, como não há pessoalidade na relação cooperativa da pessoa jurídica

cooperada, o seu representante, apenas enquanto representante desta, não poderá assumir

qualquer cargo social, sendo este exclusivo para cooperado pessoa física.

3. Considerando que as PJ’s (cooperadas) tem em seu contrato social a distribuição de ações normalmente equitativas, e que a cooperativa fará o pagamento da produção cooperativista tendo por base produção efetivamente realizada pelos médicos (dado que cada um dos médicos/sócios tem número de plantões diferentes) pergunta-se: Há implicações para a cooperativa, caso os médicos em suas empresas repartam os valores em forma diferenciada daquela estabelecida em seus contratos sociais?

Quando da admissão de uma PJ, entendemos que a relação entre “Cooperativa x Pessoa Jurídica”

será regida de acordo com o disposto em seu Estatuto Social, bem como com as diretrizes da Lei

5.764/71. O profissional que realizará o serviço – PF - é de responsabilidade da PJ – associada – a

responsabilidade da cooperativa é na identificação do executor do serviço, na qualidade e se este

está de acordo com os requisitos exigidos pelo regimento interno para execução do serviço. Sendo

assim, a relação entre a Pessoa Jurídica e seus prestadores de serviços, mesmo que em nome da

Cooperativa, desde que estejam de acordo com os normativos em questão, não são de

responsabilidade da Cooperativa. Ou seja, a forma de pagamento, cobrança de possíveis taxas ou

outras formas de desconto, devem ser estabelecidas pela Pessoa Jurídica em questão.

Sendo assim, ratificamos que, A relação de trabalho existente entre “a cooperada PJ” x prestador

de serviços, que será o executor do procedimento, é de responsabilidade única da PJ, da mesma

forma que a administração da mesma não se confunde com a da Cooperativa.

4. CONCLUSÃO

O objeto principal dos questionamentos da consulente é acerca de admissão de Pessoa Jurídica.

Conforme supracitados a legislação é bem clara. “Cooperativas singulares, são constituídas

minimamente por 20 pessoas físicas, sendo excepcional a admissão de Pessoa Jurídica”. Com isso,

sugerimos se atentarem as seguintes questões:

a. Uma cooperativa singular, ao admitir que seu quadro de cooperados uma proporção de maioria de “pessoas jurídicas”, estará descaracterizando sua natureza de “Cooperativa”. Ou seja, a excepcionalidade prevista em Lei passará a ser, praticamente, absoluta.

b. O intuito de existência de uma cooperativa é prestar serviços a seu associado, de tal forma que possibilite o exercício de uma atividade econômica comum. Em uma Cooperativa médica e/ou especialidades médicas, esta atividade comum é uma prestação de serviços.

Entendemos que quando a atividade comum é uma prestação de serviços – principalmente na área

médica – esta, deve ser executada por pessoas físicas, ou seja, o atendimento, responsabilidade,

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tratamento e atendimento à pacientes são realizados de forma pessoal. Estas são características de

cunho pessoal, capacidade de agir, tomar decisões, exercer direitos e contrair obrigações, ou seja,

por si só assume seu senso de responsabilidade.

Em detrimento a isso, uma “pessoa jurídica” tem sua forma abstrata, formada por seu patrimônio,

com personalidade, constituída por Lei, jurídica própria. Esta não tem capacidade, por si só, de

assumir responsabilidades, exercer direitos de defesa ou contrair obrigações. Com isso,

entendemos que não há sentido uma intermediação, por uma “pessoa jurídica”, na execução de

serviços médicos e/ou especialidades, pois estas não podem ser diretamente responsabilizadas por

sua execução.

Por fim, alertamos e advertimos que existe grande possibilidade desta “manobra” ser vista como

elisão fiscal, trazendo para a cooperativa todas as penalidades advindas desta.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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PTC0042 -17.TEC CONSULTA

EM RELAÇÃO A SOLUÇÃO DE CONSULTA 288 COSIT, DE 9-6-2017, PODERÁ AS COOPERATIVAS DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS (TRANSPORTE ESCOLAR) ADOTAR A MESMA?

SOLUÇÃO DE CONSULTA 288 COSIT, DE 9-6-2017 (DO-U DE 28-7-2017)

ALÍQUOTA – Redução a Zero

Cosit esclarece a redução a zero do PIS/Cofins no transporte municipal de passageiros

A Cosit – Coordenação-Geral de Tributação, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovou as

seguintes ementas da Solução de Consulta em referência:

“A redução a zero da alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

restringe-se às receitas decorrentes da prestação dos serviços regulares de transporte coletivo

municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros, e, também,

intermunicipal, quando prestado entre Municípios com perímetros urbanos contíguos ou no

território de região metropolitana regularmente constituída. Tal redução não alcança as receitas

decorrentes da prestação de serviços de transporte que, ainda que contratados pelo Município, não

são oferecidos à população em geral, de forma contínua, em intervalos de tempo preestabelecidos,

e, como regra, mediante o pagamento de tarifa pelo usuário final.

DISPOSITIVOS LEGAIS: CF, de 1988, art. 25, § 3º; Lei nº 5.172, de 1966, art. 111; Lei nº 12.587, de

2012, art. 4º, XI a XIII; e Lei nº 12.860, de 2013, com redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014.

..................................................................................

A redução a zero da alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep restringe-se às receitas decorrentes

da prestação dos serviços regulares de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário,

ferroviário e aquaviário de passageiros, e, também, intermunicipal, quando prestado entre

Municípios com perímetros urbanos contíguos ou no território de região metropolitana

regularmente constituída. Tal redução não alcança as receitas decorrentes da prestação de serviços

de transporte que, ainda que contratados pelo Município, não são oferecidos à população em geral,

de forma contínua, em intervalos de tempo preestabelecidos, e, como regra, mediante o

pagamento de tarifa pelo usuário final.

DISPOSITIVOS LEGAIS: CF, de 1988, art. 25, § 3º; Lei nº 5.172, de 1966, art. 111; Lei nº 12.587, de

2012, art. 4º, XI a XIII; e Lei nº 12.860, de 2013, com redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014. ”

Íntegra da Solução de Consulta.

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PARECER

Em atenção ao questionamento de V. Sas., emitimos nosso entendimento sobre a Solução de

Consulta 288 COSIT, reproduzida a seguir:

Conforme supracitado acima, destacamos o seguinte trecho:

[...]

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“Tal redução não alcança as receitas decorrentes da prestação de serviços de

transporte que, ainda que contratados pelo Município, não são oferecidos à

população em geral, de forma contínua, em intervalos de tempo pré-

estabelecido, e, como regra, mediante o pagamento de tarifa pelo usuário

final”

[...]

Entendemos que a solução de consulta não se aplica os serviços de transporte de passageiros –

Transporte Escolar - atende a um público específico e, segue horários estabelecidos decorrente da

demanda, ou seja, da instituição educacional.

A solução de consulta abrange o serviço de transporte de passageiros que atende a população em

geral, de forma contínua, ou seja, rotineira com horários pré-definidos e, mediante pagamento de

tarifa pelo seu consumidor final.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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93

PTC0043 -17.TEC

CONSULTA

As operações acontecem da seguinte forma:

1. O Cooperado emite uma nota fiscal para a Cooperativa de Remessa para Beneficiamento (o produto chega em coco, é beneficiado e embalado);

2. Depois desse procedimento é emitida uma nota de Retorno de Remessa de Beneficiamento para o Cooperado, com a mesma quantidade em quilos e valor;

3. Quando a Cooperativa vai exportar o produto, é solicitado ao cooperado que emita uma nota fiscal de Remessa com Fim Específico de Exportação destinado a cooperativa;

4. E, então, a Cooperativa emite a Nota de Exportação para o cliente.

A nossa dúvida é quanto ao Funrural:

1. É devido? Caso positivo, em qual das etapas listadas acima o Funrural é devido?

Aguardamos retorno e permanecemos à disposição para os esclarecimentos que forem necessários.

PARECER

Após análise do processo citado nos passos “1”, “2”, “3” e “4”, onde acontece o beneficiamento da

fruta in natura e, após a comercialização, quanto ao vosso questionamento, nos cabe esclarecer:

A contribuição do FUNRURAL, neste processo, é devida no ato da comercialização, ou seja, no ato

de venda do fruto beneficiado, conforme disposto na Lei Complementar n° 11/71 Art. 15:

Art. 15. Os recursos para o custeio do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural provirão

das seguintes fontes:

I - da contribuição de 2% (dois por cento) devida pelo produtor sobre o valor comercial dos

produtos rurais, e recolhida:

a) pelo adquirente, consignatário ou cooperativa que ficam sub-rogados, para esse

fim, em todas as obrigações do produtor;

b) pelo produtor, quando ele próprio industrializar seus produtos vendê-los ao

consumidor, no varejo, ou a adquirente domiciliado no exterior;

II - da contribuição de que trata o art. 3º do Decreto-lei nº 1.146, de 31 de dezembro de 1970,

a qual fica elevada para 2,6% (dois e seis décimos por cento), cabendo 2,4% (dois e quatro

décimos por cento) ao FUNRURAL.

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[...] § 2º O recolhimento da contribuição estabelecida no item I deverá ser feito até o

último dia do mês seguinte àquele em que haja ocorrido a operação de venda ou

transformação industrial.

Ressaltamos que mesmo que o produto for destinado para fora do País, se a comercialização for

feita com uma empresa constituída e em funcionamento no País, esta transação é considerada

interna e, a contribuição é devida conforme exposto acima.

Em detrimento ao supracitado, conforme disposto na IN RFB 971/09 Art. 170, se a comercialização

se der com empresa no Exterior, digo, constituída e em funcionamento fora do País, nesta operação

não há incidência das contribuições sociais.

Art. 170. Não incidem as contribuições sociais de que trata este Capítulo sobre as receitas

decorrentes de exportação de produtos, cuja comercialização ocorra a partir de 12 de

dezembro de 2001, por força do disposto no inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição

Federal, alterado pela Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de 2001.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente quando a produção é

comercializada diretamente com adquirente domiciliado no exterior.

§ 2º A receita decorrente de comercialização com empresa constituída e em

funcionamento no País é considerada receita proveniente do comércio interno e não

de exportação, independentemente da destinação que esta dará ao produto.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0044 -17.TEC

CONSULTA

Surgiu uma dúvida com relação ao enquadramento tributário de 03 cooperados PJ.,

1 - Hoje os cooperados enviam o produto in natura, para beneficiamento e a recebem de volta, em

seguida é emitido NF-e de remessa para exportação para a cooperativa (que é quem efetua a

exportação de forma indireta).

2 - A cooperativa está enquadrada no lucro real.

3 - Estamos reconhecendo na contabilidade dos cooperados PJ a saída de remessa de exportação

como receita de venda de produtos para exportação.

4 - Os três cooperados PJ da cooperativa, hoje, estão enquadrados no lucro presumido.

De acordo com a IN 1700 são obrigados a optar pelo lucro real as seguintes PJ:

CAPÍTULO I

DAS PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL E NO

RESULTADO AJUSTADO

Art. 59. São obrigadas ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real as pessoas jurídicas:

I - cuja receita total no ano-calendário anterior tenha excedido o limite de R$ 78.000.000,00 (setenta

e oito milhões de reais) ou de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número

de meses de atividade no período, quando inferior a 12 (doze) meses;

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de

desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e

investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,

distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,

empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruem de benefícios fiscais relativos à isenção

ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de

estimativa, na forma prevista nos arts. 33 e 34;

VI - que exploram as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria

creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,

compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços

(factoring); ou

VII - que exploram as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do

agronegócio.

§ 1º Considera-se receita total o somatório:

I - da receita bruta mensal;

II - dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e

futuros e em mercado de balcão organizado;

III - dos rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável;

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96

IV - das demais receitas e ganhos de capital;

V - das parcelas de receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com

tributação favorecida que excederem o valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma prevista na

Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro de 2012; e

VI - dos juros sobre o capital próprio que não tenham sido contabilizados como receita, conforme

disposto no parágrafo único do art. 76.

§ 2º A obrigatoriedade a que se refere o inciso III do caput não se aplica à pessoa jurídica que

auferir receita de exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior.

§ 3º Para fins do disposto no § 2º, não se considera direta a prestação de serviços realizada no

exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras

unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. § 4º São obrigadas ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real as pessoas jurídicas que

exploram atividades de compra de direitos creditórios, ainda que se destinem à formação de lastro de valores

mobiliários.

A minha pergunta é: Em decorrência da forma como ocorre as operações de comercialização dos

produtos dos cooperados da Cooperativa (EXPORTAÇÃO), os cooperados PJ poderiam optar pelo lucro

presumido? Ou seria obrigatório a opção pelo lucro real?

Aguardo retorno assim que for possível.

PARECER

Em vossa demanda, primeiramente, nos esclarece como é realizado o processo de beneficiamento

até o momento da exportação das frutas in natura dos cooperados, por intermédio da cooperativa.

Defronte a isso, nos cabe esclarecer qual o enquadramento tributário dos cooperados PJ, cujo opção

foi feita pela Tributação no Lucro Presumido, constantes no quadro de cooperados da referida

Cooperativa.

Quanto a isso, segue os esclarecimentos:

A Cooperativa é uma extensão do cooperado, logo a “sociedade cooperativa” possui forma e

natureza jurídica própria, entretanto com a finalidade específica de prestar serviços aos seus

cooperados, conforme dispõe o Art. 4° da Lei 5764/71:

As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias,

de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos

associados.

Em seu Art. 7°, vem ratificar o supracitado acima:

As cooperativas singulares se caracterizam pela prestação direta de serviços aos

associados.

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Portanto, conforme todo o exposto acima, entendemos que a Sociedade cooperativa nada mais é

que a extensão do cooperado. Logo, toda comercialização realizada por intermédio da cooperativa,

mesmo que esta emita o documento fiscal e, receba todo montante proveniente da transação

comercial, por si só, esta transação é de “responsabilidade” do cooperado, ou seja, a sociedade

cooperativa é intermediária na transação econômica.

O que tange o enquadramento tributário quando o cooperado for PJ, o RIR/1999 art. 246, dispõe

que estão obrigadas à apuração do Lucro Real, portanto ficam impedidas de optar pelo Lucro

Presumido, as PJ:

a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$

48.000.000,00, ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo

número de meses de atividades no ano, se inferior a 12 meses;

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de

desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e

investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,

valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas

de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e

de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

Ratificando o supracitado, a IN RFB 1700/17 Art. 59 Inciso III, dispõe que:

Art. 59. São obrigadas ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real as

pessoas jurídicas:

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

§ 2º A obrigatoriedade a que se refere o inciso III do caput não se aplica à pessoa

jurídica que auferir receita de exportação de mercadorias e da prestação direta de

serviços no exterior.

§ 3º Para fins do disposto no § 2º, não se considera direta a prestação de serviços

realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações,

coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes

sejam assemelhadas.

Art. 60. Estarão sujeitas ao regime de tributação da CSLL sobre o resultado ajustado

as pessoas jurídicas que adotarem o regime de tributação do IRPJ com base no lucro

real.

Diante de todo exposto, a cooperativa é o agente intermediário que representa os cooperados e,

com isso caso os repasses entre a Cooperativas e os cooperados PJ’s, seja exclusivamente de

receitas de exportação, não identificamos evidências legais que obriguem tais cooperados (PJ’s) ao

enquadramento no Lucro Real.

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Portanto, caso os mesmos cooperados tenham faturamento inferior a 78 milhões, poderão optar

pelo regime de apuração presumido ou até mesmo o Lucro Real.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0046 -17.TEC

CONSULTA

É fornecida alimentação para merenda escolar. Atualmente a mesma emite NF- e com o CFOP 5.119

e 5.923 onde consta o produto filé de tilápia:

5.119 - Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros entregue ao destinatário por conta

e ordem do adquirente originário, em venda à ordem.

Classificam-se neste código as vendas à ordem de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros,

que não tenham sido objeto de qualquer processo industrial no estabelecimento, entregues ao

destinatário por conta e ordem do adquirente originário.

5.923 - Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiros, em venda à ordem ou em operações

com armazém geral ou depósito fechado.

Classificam-se neste código as saídas correspondentes à entrega de mercadorias por conta e ordem

de terceiros, em vendas à ordem, cuja venda ao adquirente originário, foi classificada nos códigos

“5.118 - Venda de produção do estabelecimento entregue ao destinatário por conta e ordem do

adquirente originário, em venda à ordem” ou “5.119 - Venda de mercadoria adquirida ou recebida

de terceiros entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à

ordem”.

Quando a cooperativa realiza a entrega da mercadoria nas escolas, a mesma emite uma NF para

cada escola com o CFOP 5.923, na NF o destinatário é a SEDU e nas observações é informado a

escola de destino;

E para que a SEDU possa realizar o pagamento a cooperativa é emitida a NF com o CFOP 5.119, onde

também consta o filé de tilápia.

Minha dúvida: Esse procedimento está correto?

Poderia me ajudar por favor?

Grata pela atenção.

PARECER

Em atenção a vossa consulta, a transação descrita pela consulente, onde a Cooperativa executa à

venda de merenda escolar à SEDU e, entrega diretamente ao destinatário que são escolas da Região.

Segundo a Legislação Estadual esta operação é caracterizada pelo envolvimento de 3

estabelecimentos distintos (estabelecimento vendedor, estabelecimento destinatário e

estabelecimento adquirente), ou seja, é uma transação por conta e ordem do estabelecimento

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adquirente, onde o estabelecimento vendedor efetua a entrega física da mercadoria para o

estabelecimento destinatário.

Com base no RICMS-ES/2002 art. 506, que regulamenta as vendas a ordem ou para entrega futura,

esclarecemos:

Art. 506. Nas vendas a ordem ou para entrega futura, poderá ser emitida nota fiscal,

para simples faturamento, com lançamento do IPI, vedado o destaque do ICMS.

§ 4.º No caso de venda para entrega futura, por ocasião da efetiva saída, global ou

parcial, das mercadorias, o vendedor emitirá nota fiscal em nome do adquirente, com

destaque do valor do imposto, quando devido, indicando-se, além dos demais

requisitos, como natureza da operação, a expressão "Remessa - entrega futura"; o

número, a data e o valor da nota relativa ao simples faturamento.

§ 5.º No caso de venda a ordem, por ocasião da entrega global ou parcial das

mercadorias a terceiros, deverá ser emitida nota fiscal:

I - Pelo adquirente originário, com destaque do imposto, quando devido, em nome

do destinatário das mercadorias, consignando-se, além dos demais requisitos, o nome

do titular, o endereço e as inscrições, estadual e no CNPJ, do estabelecimento que irá

promover a remessa das mercadorias; e

II - pelo vendedor remetente:

a) em nome do destinatário, para acompanhar o transporte das mercadorias,

sem destaque do valor do imposto, na qual, além dos demais requisitos,

constarão, como natureza da operação, a expressão "Remessa por conta e

ordem de terceiros"; o número, a série e a data da nota fiscal de que trata o

inciso I, bem como o nome, o endereço e as inscrições, estadual e no CNPJ, do

seu emitente; e

b) em nome do adquirente originário, com destaque do imposto, quando

devido, na qual, além dos demais requisitos, constarão, como natureza da

operação, a expressão "Remessa simbólica - venda a ordem"; o número e a

série da nota fiscal prevista na alínea a.

Conforme supracitado, sem prejuízo dos demais requisitos, o estabelecimento vendedor na entrega

das mercadorias, sejam elas global ou parcial, deverá emitir 2 (dois) documentos fiscais, sendo:

a) o primeiro para o estabelecimento destinatário, para o acompanhar a circulação das mercadorias sem destaque do imposto, cuja natureza da operação deve constar “Remessa por conta e ordem de terceiros” e CFOP 5.923 ou 6.923.

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101

Deverá constar neste documento fiscal número, série e a data da Nota Fiscal que o estabelecimento

adquirente emitiu para o estabelecimento destinatário.

b) o segundo para o estabelecimento adquirente, com o devido destaque do imposto, se devido for, cuja natureza da operação deve constar “Remessa simbólica – Venda à ordem” com o CFOP 5.119 ou 6.119 e número e série da Nota Fiscal emitida para o estabelecimento destinatário.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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102

PTC0048 -17.TEC

CONSULTA

Visando a recuperação de créditos referente à retenção de INSS sobre o Aviso Prévio Indenizado,

exceto seu reflexo no 13º salário, que passou a não integrar à base de cálculo para incidência das

contribuições sociais previdenciárias. Solicitamos parecer e análise de dúvida sobre os

procedimentos operacionais, se a forma que iremos proceder via compensação SEFIP, conforme

apuração em anexo, estaria em conformidade para o pedido de compensação em relação aos

valores recolhidos em GPS sobre a referida verba indenizatória, nos últimos cinco anos.

Não obstante, as ferramentas via restituição pelo programa PERDCOMP ou por Declaração de

Compensação da Receita Federal, também pertinentes a recuperação, tornaria o retorno pela RFB

dispendioso quanto a espera pelo retorno desses créditos.

Os procedimentos dos cálculos para recuperação dos créditos das contribuições previdenciárias, via

compensação SEFIP, foram apurados com base na IN RFB nº 1717, de 17/07/2017, em que

estabelece normas sobre restituição, compensação, ressarcimento e reembolso, no âmbito da

Secretaria da Receita Federal do Brasil.

No aguardo de sua prestimosa atenção.

PARECER

Em atenção ao vosso questionamento, emitimos nosso entendimento sobre os procedimentos para

recuperação dos valores de INSS recolhidos sobre verbas indenizatórias.

Inicialmente, é necessário cautela ao analisarmos a possibilidade de recuperação dos valores, num

prazo temporal de 5 anos pois, a Instrução Normativa (IN) 1.730/2016, que alterou a IN 925/2009,

apresenta orientações distintas para os períodos até 05/2016 e a partir de 06/2016:

Art. 1º Os arts. 6º e 7º da Instrução Normativa RFB nº 925, de 6 de março de 2009, passam a

vigorar com a seguinte redação:

“Art. 6º ….................................................................................

...................................................................................................

Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste artigo:

I - até a competência maio de 2016, a GPS gerada pelo Sefip deverá ser desprezada, e os

valores efetivamente devidos, incluindo as contribuições incidentes sobre o aviso prévio

indenizado e sobre o 13º (décimo terceiro) salário correspondente ao aviso prévio

indenizado, devem ser recolhidos mediante GPS, preenchida manualmente, observado o

disposto no art. 7º;

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103

II - a partir da competência junho de 2016, o valor do aviso prévio indenizado não deve ser

computado para fins de preenchimento da GPS, podendo ser utilizada a GPS gerada pelo

Sefip.” (NR)

“Art. 7º Para fins de cálculo das contribuições e de enquadramento na Tabela de Salário de

Contribuição, o valor do aviso prévio indenizado:

I - até a competência maio de 2016, deverá ser somado, no mês em que o empregado for

desligado da empresa, às outras verbas rescisórias, sobre as quais incidem contribuições

previdenciárias;

II - a partir da competência junho de 2016, não deverá ser computado na base de cálculo

das contribuições previdenciárias, exceto na base de cálculo das contribuições incidentes

sobre o 13º (décimo terceiro) salário, pelo valor correspondente a 1/12 (um doze avos) do

valor do aviso prévio indenizado.

Destacamos que, a alteração deixa claro que a partir do mês 06/2016, o aviso prévio (verba com

caráter indenizatório), não deve compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias.

Em relação à períodos anteriores à 06/2016, em uma breve busca, é possível encontrar algumas

decisões por parte do Superior Tribunal de Justiça – STJ, no que tange o pagamento de contribuições

previdenciárias sobre tais verbas, como o caso do Aviso Prévio Indenizado, uma vez que sua

natureza é indenizatória e não salarial:

STJ - RECURSO ESPECIAL: Resp 1526498 CE 2015/0079314-6

Decisão

RECURSO ESPECIAL Nº 1.526.498 - CE (2015/0079314-6) RELATOR: MINISTRO HUMBERTO

MARTINS RECORRENTE: FAZENDA NACIONAL RECORRIDO: MARCUS LEVY MOITAS

RECORRIDO: N Y COMÉRCIO DE PRESENTES LTDA RECORRIDO: A P AGUIAR COMERCIO LTDA

RECORRIDO: RITA DE KÁTIA MOITAS KRAMER DE MESQUITA RECORRIDO: MP COMERCIAL DE

ELETRO-ELETRÔNICOS LTDA ADVOGADOS: NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES E OUTRO

(S) FRANCISCO LUIS GADELHA SANTOS TIBÉRIO CARLOS SOARES PINTO TRIBUTÁRIO.

PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. NÃO INCIDÊNCIA. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

PROPORCIONAL. INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO Vistos.

Cuida-se de recurso especial interposto por FAZENDA NACIONAL, com fundamento no art.

105, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo Tribunal

Regional Federal da 5ª Região. O julgado deu parcial provimento à remessa necessária e ao

recurso de apelação da recorrente e negou provimento ao recurso dos recorridos nos termos

da seguinte ementa (fl. 265, e-STJ): "TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

PATRONAL. PRESCRIÇÃO. AVISO PRÉVIO INDENIZADO E O SEU RESPECTIVO 130 SALÁRIO

PROPORCIONAL. COMPENSAÇÃO. PRECEDENTES. 1. 0 Pretório Excelso, em recente

julgamento (RE nº 566621/RS, julgado em 04/08/20110 e publicado no DJe 1111012011),

decidiu acerca da aplicação da prescrição de 05 anos estabelecida pela LC nº 118/05 às ações

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104

ajuizadas após a sua vacatio legis. 2. A insigne Relatora, Mina' Ellen Gracie, destacou no voto

que 'Vencida a vacatio legis de 120 dias, é válida a aplicação do prazo de cinco anos às ações

ajuizadas a partir de então, restando inconstitucional apenas sua aplicação às ações ajuizadas

anteriormente a esta data". 3. Ação ajuizada em 07/06/2010. Pretensão de compensar

valores indevidamente pagos. Prescrição dos créditos anteriores a 07/06/2005. 4. Incide a

contribuição previdenciária, em face da natureza salarial, sobre: a) férias gozadas, b) 130

salário, c) horas-extras (pagas aos segurados empregados vinculados ao RGPS); d) salário-

maternidade; e) adicionais noturno, de insalubridade e de sobreaviso; f) abono pecuniário;

g) auxilio-fardamento. 5. Não incide a referida exação, por se tratarem de verbas

indenizatórias, sobre: a) abono constitucional de 1/3 de férias, b) valores pagos ao

empregado nos primeiros 15 dias de seu afastamento em razão de doença ou acidente, c)

férias não-gozadas (indenizadas); d) aviso prévio indenizado; e) 13º salário proporcional ao

aviso prévio indenizado; f) vale-transporte e vale-alimentação em dinheiro; g) prêmio em

pecúnia por dispensa incentivada; h) licenças-prêmio convertidas em pecúnia; i) auxílios

natalidade e funeral; j) diárias; k) ajuda de custo; 1) gratificação de compensação; m)

adicional de prestação de serviços extraordinários. 6. Precedentes do colendo STJ e desta

Corte Regional. 7. Compensação autorizada nos termos do art. 20, caput, da Lei nº 11.457/07,

tendo em vista o disposto no parágrafo único do seu art. 26, ou seja, com os da mesma

espécime, após o trânsito em julgado da decisão judicial (art. 170-A do CTN). 8. Aplicação da

Taxa SELIC. [...]

DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO A

Primeira Seção do STJ, no julgamento do Resp 1.230.957/RS, de relatoria do Min. Mauro

Campbell Marques (DJe de 18/3/2014), apreciado sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou o

entendimento de que não incide contribuição previdenciária sobre as verbas pagas pelo

empregador a título de auxílio-doença nos 15 primeiros dias de afastamento, terço

constitucional de férias e aviso prévio indenizado, dada sua natureza indenizatória, e não

salarial. A propósito, os seguintes julgados: "TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. REGIME GERAL DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL. DISCUSSÃO A RESPEITO DA INCIDÊNCIA OU NÃO SOBRE AS SEGUINTES

VERBAS: TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS; SALÁRIO MATERNIDADE; SALÁRIO

PATERNIDADE; AVISO PRÉVIO INDENIZADO; IMPORTÂNCIA PAGA NOS QUINZE DIAS QUE

ANTECEDEM O AUXÍLIO-DOENÇA. FÉRIAS GOZADAS. PROCESSO JULGADO SOB O RITO DO

543-C DO CPC (RESP 1.230.957/RS). PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. [...]

De forma complementar, recentemente a Receita Federal, por meio da Solução de Consulta n°

99.101, de 18 de Agosto de 2017, manifestou seu entendimento sobre a não incidência das

contribuições sociais previdenciárias sobre o aviso prévio indenizado. Segue link para acesso a

Solução de Consulta:

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=85487

É importante lembrar que o Decreto 6.727, de 12 de Janeiro de 2009, que alterou o Regulamento

da Previdência Social (Decreto n° 3.048, de 06 de Maio de 1999), retirou do conceito de salário

contribuição, o aviso prévio indenizado:

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105

Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição:

[...]

V - as importâncias recebidas a título de:

[...]

f) aviso prévio indenizado; (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009) (grifo nosso)

Com base nos argumentos apresentados, concluímos que identificamos maior segurança jurídica

para pedidos de compensação dos valores de INSS recolhidos sobre Aviso Prévio Indenizado,

somente a partir de 06/2016. Sendo nossa sugestão, realizarem procedimento administrativo,

diretamente por meio de retificações no Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações

à Previdência Social (SEFIP), habilitando assim os créditos que serão atualizados pela taxa SELIC

acumulada do período e, em seguida, realizam as compensações nas guias dos períodos seguintes.

Sobre os recolhimentos realizados antes de 06/2016, não recomendamos que sigam procedimentos

administrativos pois, há apenas decisões em âmbito do STJ que sinalizam a não tributação. Sendo

assim, o caminho mais seguro, deverá ser a esfera judicial.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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106

PTC0049 -17.TEC

CONSULTA

Prezados, boa tarde!

As operações de exportação, realizadas pela cooperativa, de seus cooperados, onde é feito o

travamento de câmbio no momento em que se fecha o negócio.

Entretanto, a nota fiscal só é emitida quando efetivamente a mercadoria será exportada, que é

sempre posterior à data do travamento do câmbio.

Gostaria de saber se a nota fiscal deve ser emitida de acordo com a cotação do dólar conforme o

travamento de câmbio ou se obrigatoriamente tem que ser com a cotação do dólar do dia anterior

à exportação.

Atualmente a Cooperativa está seguindo a solução de consulta abaixo, o que tem gerado variação

cambial na apuração fiscal/contábil, que de fato não ocorre, devido ao travamento de câmbio.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 23 de 30 de Marco de 2012

ASSUNTO: Obrigações Acessórias

EMENTA: NOTA FISCAL DE EXPORTAÇÃO. VALOR DE EMISSÃO EM MOEDA NACIONAL. A taxa de

câmbio a ser utilizada deverá ser aquela de fechamento PTAX800, opção 5, oficialmente publicada

pelo Banco Central do Brasil e disponível no SISBACEN, relativa ao dia útil imediatamente anterior

ao da emissão da nota fiscal.

Aguardo retorno e permaneço à disposição para os esclarecimentos que forem necessários.

PARECER

Em atenção ao questionamento da consulente, nos cabe esclarecer:

Toda operação de exportação é realizada em moeda estrangeira, da mesma forma toda

documentação que acompanha a operação é emitida na moeda que foi fechada a operação

comercial. Entretanto após desembaraço, e posterior embarque para o exterior, o documento fiscal

para acompanhar a mercadoria em circulação deve ter seu valor expresso em moeda corrente

nacional e, para isso se faz necessário a taxa para ser efetivada esta conversão.

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107

Como não há legislação que defina com precisão qual taxa deve ser utilizada na conversão e,

normalmente a transferência da propriedade de mercadorias exportadas ocorre por ocasião do

embarque, tem-se o entendimento que a taxa a ser utilizada deve ser a vigente na data de

embarque da mercadoria, ou seja, quando se dá o registro da receita de exportação.

Ratificando o supracitado, a Portaria MF 356/1988 e 81/1982, define:

I - A receita bruta de vendas nas exportações de produtos manufaturados nacionais será

determinada pela conversão, em cruzados, de seu valor expresso em moeda estrangeira à

taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Banco Central do Brasil, para compra, em

vigor na data de embarque dos produtos para o exterior.

I.1 Entende-se como data de embarque dos produtos para o exterior aquela averbada pela

autoridade competente, na Guia de Exportação ou documento de efeito equivalente.

II - As diferenças decorrentes de alteração na taxa de câmbio, ocorridas entre a data do

fechamento do contrato de câmbio e a data do embarque, serão consideradas como

variações monetárias passivas ou ativas.

Respaldando ainda mais a questão, temos o conhecimento que a Receita Federal através de Solução

de Consulta n° 23/2012 - “EMENTA: NOTA FISCAL DE EXPORTAÇÃO. VALOR DE EMISSÃO EM MOEDA

NACIONAL. A taxa de câmbio a ser utilizada deverá ser aquela de fechamento PTAX800, opção 5,

oficialmente publicada pelo Banco Central do Brasil e disponível no SISBACEN, relativa ao dia útil

imediatamente anterior ao da emissão da nota fiscal.”

Diante de todo exposto, como o fechamento PTAX800 é uma cotação apurada pela média

ponderada do fechamento do câmbio de negócios realizados no mercado interbancário com

liquidação em dois dias úteis, entendemos que a taxa a ser utilizada para conversão é a taxa do dia

útil anterior da saída da mercadoria, ou seja, a da emissão da nota fiscal.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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108

PTC0053-17.TEC

CONSULTA

Começamos a revender o milho em grão para uma cooperativa do Rio de Janeiro. O milho tem

redução da base de cálculo conforme art. 70, inciso VIII, alínea "b" do RICMS/ES.

Neste caso, esse não é um produto que industrializamos, ele é ensacado e limpo na cooperativa.

Como essa venda interestadual vai gerar debito de ICMS, no que a cooperativa poderá aproveitar

credito? Alguns itens como as etiquetas, as sacarias permitem aproveitamento de credito, mas não

sei de poderei aproveitar tudo, ou se será proporcional. Mas para este caso de revenda, preciso

saber se nos produtos que vão para a indústria será permitido o aproveitamento de credito.

PARECER

Conforme embasamento legal, RICMS-ES/2002, art. 70:

Art. 70. A base de cálculo será reduzida:

[...]

VIII - até 31 de outubro de 2017, em trinta por cento, nas saídas interestaduais dos produtos

a seguir relacionados, não se exigindo a anulação do crédito relativo à aquisição dos produtos

(Convênios ICMS 100/97 e 49/17):

a) farelos e tortas de soja e de canola, cascas e farelos de cascas de soja e de canola, sojas desativadas e seus farelos, quando destinados à alimentação animal ou ao emprego na fabricação de ração animal;

b) milho, quando destinado a produtor, a cooperativa de produtores, a indústria de ração animal ou a órgão oficial de fomento e desenvolvimento agropecuário deste Estado [grifo nosso]

Como o próprio regulamento trata, caso a compra do milho seja com finalidade de revenda, haverá

possibilidade de aproveitamento do crédito oriundo das entradas de ICMS, respeitando os

percentuais de benefícios aplicados na entrada, como por exemplo, a própria redução de base de

cálculo.

Como a compra desses insumos, muitas vezes possui finalidade tanto para fins de industrialização

como para fins de revenda, orientamos que a cooperativa realize os devidos controles para realizar

apurações corretas, conforme natureza da operação (CFOP).

Lembramos ainda que, as saídas internas do milho são isentas, conforme previsto no Artigo 5º,

inciso LV, alínea "l", do RICMS/ES, dispensada também a anulação do crédito das entradas. Desta

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109

forma, caso a revenda seja realizada dentro do território capixaba, o tratamento também será

diferente.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos

S.M.J. este é o nosso parecer.

Início do Documento

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110

PTC0054-17.TEC

CONSULTA

Quanto a aquisição de bens usados, tenho algumas situações:

1- Foi adquirido um caminhão usado ano 1973, e um veículo utilitário ano 2012, ambos adquiridos

de outras empresas, devo depreciá-los em 2 anos e meio conforme o art. 311 do RIR?

2- Maquinário usado adquirido para a indústria, todo reformado pelo vendedor, não temos

documentos que comprovem a utilização deste bem pelo antigo proprietário, como definir a vida

útil deste bem e o percentual de depreciação?

Desde já agradeço,

PARECER

Em atenção à demanda enviada pela consulente, nos cabe esclarecer.

O que tange, depreciação sobre de bens adquiridos usados, a serem incorporados ao Ativo

Imobilizado, tomaremos como base legal o RIR/99, art. 311

Art. 311. A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista

o maior dos seguintes prazos:

I - metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo;

II - restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização

do bem.

Conforme supracitado, a taxa de depreciação a ser utilizado no bem adquirido usado, deve ser

observado a data de aquisição do bem, primeiro proprietário, quando este ainda era novo e, o prazo

de vida útil admissível do bem estabelecido no Anexo III – Taxas anuais de depreciação da IN RFB

1.700/2017, dentre as duas, a maior.

Deste modo, ratificamos que é imprescindível ao adquirir um bem usado, munir-se de documento

para comprovação da época da sua aquisição como novo ou a que ele foi instalado para utilização

pela primeira vez, porque se desta data até a que foi adquirido pela segunda vez, tiver decorrido

um período inferior à metade da sua vida útil, admitida para um bem novo, para efeito de

depreciação, deve prevalecer o prazo restante da vida útil. Caso o período seja superior ou igual à

metade da vida útil normal, prevalecerá o prazo correspondente à metade da vida útil admissível

para o bem novo.

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111

Ressaltamos que quando se fala em “Depreciação”, as instituições que apuram o PIS e a COFINS

com incidência não-cumulativa conforme as Leis 10.637/2002 e 10.833/2005 respectivamente,

pode descontar créditos calculados em relação a máquinas, equipamentos e outros bens

incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para

utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços (art. 3° Inciso VI).

Todavia, a partir de maio de 2004, a IN SRF 457/2004, veda a utilização do crédito para aquisição

de bens usados, conforme § 3° Inciso II:

§ 3º Fica vedada a utilização de créditos:

I - sobre encargos de depreciação acelerada incentivada, apurados na forma do art. 313 do

Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda (RIR de 1999);

e

II - na hipótese de aquisição de bens usados.

Ressaltamos ainda que é vedado, a partir de 1° de agosto de 2004, o desconto de créditos de

depreciação ou amortização de bens e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de

2004, IN SRF 457/2004 art. 6°.

De forma adicional às disposições apresentadas nos regulamentos acima, destacam-se também

aqueles elaborados pelo Conselho Regional de Contabilidade, principalmente a NBCTG27(R3). No

que se refere ao normativo em questão, destacamos:

57. A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a

entidade. A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de ativos

após um período determinado ou após o consumo de uma proporção específica de benefícios

econômicos futuros incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor

do que a sua vida econômica. A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de

julgamento baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes.

Ainda, no que se refere a Depreciação, destacamos no mesmo normativo:

60. O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos

benefícios econômicos futuros.

61. O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo menos ao final de

cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão de consumo previsto, o

método de depreciação deve ser alterado para refletir essa mudança. Tal mudança deve

ser registrada como mudança na estimativa contábil, de acordo com a NBC TG 23.

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112

Como forma de monitorar as possíveis mudanças inerentes ao ativo em questão, ressaltamos a

necessidade quanto a observância de seu valor residual, que nada mais é do que o valor que se

espera que o ativo atinja ao final de sua vida útil.

51. O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada

exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser

contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo a NBC TG 23 – Políticas

Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.

Sabedores das possíveis implicações inerentes a interpretações relacionadas ao fisco,

principalmente a dedutibilidade dos valores provenientes da depreciação, bem como atualização

de seus ativos, aconselhamos especial atenção a representação fidedigna dos fatos contábeis, em

detrimento às disposições de Leis Tributárias, cabendo ao profissional contábil o papel da

interpretação e aplicação dos normativos contábeis em evidencia, bem como daqueles não

apresentados neste parecer.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos

S.M.J. este é o nosso parecer.

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113

PTC0056-17.TEC CONSULTA

Boa tarde! Senhor David, gostaria de uma análise em relação ao PIS/COFINS, em ser depositado em juízo, ver se a possibilidade de ser isento.

PARECER

Vem sendo pauta de discussões, há algum tempo, entre estudiosos e conhecedores do assunto a

não incidência do PIS e da COFINS sobre receitas oriunda dos atos cooperados ou cooperativos

realizados entre cooperativa e seus cooperados.

Para melhor compreensão desta discussão, trazemos o conceito de ato cooperativo ou cooperado,

conforme disposto no art. 79 da Lei 5764/71:

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e

seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando

associados, para a consecução dos objetivos sociais.

Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem

contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.

A discussão ganha corpo, quando se tem plena consciência da essência do cooperativismo e a

vivência com sua doutrina. Tomando como base, o conceito de que o ato cooperativo não implica

em operação de mercado, pois a cooperativa atua como intermediária, apenas defendendo os

interesses de seus cooperados.

Destacamos que a defesa da não tributação sobre os atos, não se insurge a favor de privilégio fiscal,

haja vista que a incidência tributária já ocorre na pessoa física do cooperado. Mister destacar que

nesses casos, a Cooperativa atua apenas como representante dos interesses de seus associados e o

associado, como dono do negócio por sua vez é tributado como pessoa física, como já citado.

Nesse interim, funda-se o fenômeno da duplicidade no pagamento dos tributos, nesse sentido

acompanha-nos o ilustre Dr. João Caetano Muzzi Filho, in verbis:

“(...) o que se busca evitar e, assim, garantir o “adequado tratamento tributário”

ao ato cooperativo, é a incidência em duplicidade da tributação, tanto na

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114

cooperativa, quanto no cooperado, o que fatalmente aniquilaria o sistema

cooperativista.”1 (grifo nosso)

Recentemente o Superior Tribunal de Justiça – STJ2 manifestou-se no mesmo sentido ao reconhecer

a procedência da não tributação do ato cooperativo pelo PIS e Cofins, conforme se verifica nos

julgados abaixo:

“(...) O RE nº 1.164.716 foi interposto pela Fazenda Nacional contra a decisão do Tribunal Regional Federal

1ª Região, que entendeu que os atos praticados pela Cooperativa de Trabalho dos Consultores e Instrutores

de Formação Profissional, Promoção Social e Econômica (COOPIFOR), diretamente relacionados com o seu

objeto social e que não se traduzem em lucro, receita ou faturamento, não sofrem incidência da Cofins.”

(grifo nosso)

“(...) O RE nº 1.141.667 foi interposto pela Cooperativa dos Citricultores Ecológicos

do Vale do Caí (Ecocitrus), contra decisão do Tribunal Regional Federal 4ª Região,

que entendeu não existir previsão legal para a isenção das sociedades cooperativas

ao recolhimento do PIS e da Cofins, o que deveria ser feito mediante Lei

Complementar.”

Desta feita, por tratar-se de questões idênticas e de efetiva controvérsia, a decisão do Superior

Tribunal de Justiça – STJ servirá de orientação aos tribunais inferiores que julgarem questões que

versem sobre o mesmo conteúdo.

Entretanto, ressaltamos o mesmo não se aplica as receitas oriundas dos atos não cooperativos, ou

seja, os atos provenientes das operações realizadas com pessoas jurídicas e/ou físicas não

cooperadas. Estas receitas são consideradas operações de mercado, devem ser devidamente

segregadas, contabilmente, para identificação e tributação conforme determina legislação vigente.

Contudo, em relação ao questionamento inicial acerca da incidência do PIS e da COFINS sobre

receitas oriunda dos atos cooperados ou cooperativos realizados entre cooperativa e seus

cooperados, ressaltamos a necessidade de ser discutir judicialmente o fato.

A respeito da discussão judicial, esclarecemos a necessidade de observar integralmente o que

dispõe o Código Tributário Nacional – CTN 3 , haja vista sua clareza ao dispor os comandos

1 <http://www.mundocoop.com.br/gestao/entrevista-com-joao-c-muzzi-esperanca-e-atencao-recados-para-as-cooperativas.html >. Acesso em out. 2017 2 <https://www.rolimvlc.com/conhecimento/stj-encerra-controversia-acerca-da-nao-incidencia-de-pis-e-cofins-sobre-os-atos-cooperativos-proprios>. Acesso em out. 2017 3 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em out. 2017

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115

necessários a insurgir-se quanto a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme

abaixo:

“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I – moratória;

II – o depósito do seu montante integral;

III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo

tributário administrativo;

IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies

de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das

obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja

suspenso, ou dela consequentes.” (grifo nosso)

Em análise ao inciso V do artigo 151 do CTN, verifica-se que a simples discussão judicial, não é

motivo para suspender o pagamento dos referidos tributos. Cabendo tal prerrogativa a concessão

de medida liminar ou tutela antecipada nas ações judiciais, de sorte que a não observância ao

dispositivo poderá acarretar problemas a cooperativas, principalmente as que participam

regularmente de licitações e, necessitam ter saúde financeira idônea.

Face o exposto, ressaltamos que caso a Cooperativa obtenha êxito na concessão da medida liminar

ou tutela antecipada, permanece a obrigatoriedade do envio das obrigações acessórias, bem como

a observância a inserção de dados inverídicos na DCTF – Declaração de Débitos e Créditos

Tributários Federais, haja vista que tal conduta poderá configurar crime contra a ordem tributária,

conforme inciso I art. 1° da Lei 8.137/1990.

Reiteramos que caso a Cooperativa promova ação judicial e obtenha êxito em concessão de liminar

ou tutela antecipada, a “suspensão” da exigibilidade não a isenta de provisionar a despesa, mesmo

que em forma de depósito, os débitos deverão ser apurados e provisionados contabilmente e,

efetuados em uma conta na CEF – Caixa Econômica Federal – mediante DARF com código específico,

conforme art. 1° da Lei 9703/98 IN SRF 421/2004Lei 9.703/98 e Decreto 2.850/98.

Desta forma, ao transitar em julgado a ação judicial da Cooperativa em decisão negativa ao

pleiteado, os tributos encontram-se pagos e, não serão devidas moras sobre os débitos.

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116

E caso seja julgado procedente a pretensão da Cooperativa, a mesma terá direito a reaver o

montante depositado.

Por fim, ressalvamos que estar “amparado” por uma liminar ou antecipação de tutela judicial com

o gozo da suspensão da exigibilidade do crédito tributário sem ter a obrigação do depósito em

juízo, não isentará a Cooperativa do pagamento, isto é, findo o tramite processual com o transito

em julgado em decisão desfavorável, caberá a Cooperativa pagar todos os créditos tributários com

as devidas correções legais.

Sendo essas as considerações, permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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117

PTC0058-17.TEC CONSULTA

Gostaríamos submeter a seguinte pergunta aos consultores da OCB:

Qual é o conceito de faturamento para as Cooperativas de Crédito, para fins de atendimento das regras do e-Social e da EFD-Reinf, que estabelecem inicio do cumprimento da obrigação a partir de 01/2018 para as pessoas jurídicas com faturamento superior a R$ 78.000.000,00 no ano calendário de 2016?

Contando com a costumeira atenção, subscrevemo-nos,

PARECER

Em atenção à demanda enviada pela consulente, esclarecemos:

A Instrução Normativa RFB N° 1.701, 14/03/2017, estabeleceu a obrigatoriedade da Escrituração

Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), conforme prazo:

Art. 2°

[...]

§ 1º A obrigação prevista no caput deve ser cumprida:

I - a partir de 1º de janeiro de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016 tenha

sido superior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); ou

II - a partir de 1º de julho de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no ano de 2016 tenha sido

de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais).

Em relação ao e-Social, a Circular MF/CAIXA nº 761/17, tratou dos novos prazos para envio do a

partir de janeiro/2018:

1. Referente aos eventos aplicáveis ao FGTS declara aprovado o cronograma e prazo de envio de informações

definidos na Resolução Comitê Diretivo do eSocial nº 2, de 30 de agosto de 2016 (DOU de 31.08.2016), definindo o início da obrigatoriedade de transmissão dos eventos que se dará conforme descrito abaixo:

1.1. Em 1º de Janeiro de 2018 para o empregador com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00

(setenta e oito milhões reais), exceto para os eventos relativos a saúde e segurança do trabalhador (SST) que

serão obrigatórios após os 6 (seis) primeiros meses do início da obrigatoriedade.

Quando faturamento é mencionado, entendemos previamente que a dúvida está relacionada ao

disposto no Art. 79, da Lei 5.764/71, que em seu parágrafo único destaca que o ato cooperativo

não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.

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A própria Constituição Federal, diferencia Receita de Faturamento com base em seu art. 195 que se

refere ao financiamento da Seguridade Social:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos

termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

Com base nos normativos citados e referenciados na consulta, destacamos que o enfoque se baseia

no conceito literal e normativo de faturamento. Receita e Faturamento não se confundem, pode

haver convergência ou sobreposição de conceitos na medida que faturamento é visto como receita,

mas unicamente RECEITA proveniente de vendas de mercadorias e serviços. A reciproca é falsa, pois

nem toda receita é faturamento, como por exemplo os juros ou dividendos recebidos. (LÓPEZ, M.

Teresa Martínez, 2014)

A Lei 12.973/2014, que alterou a Lei 9.718/1998, estabeleceu o novo conceito de Faturamento, com

base na receita auferida para fins de contribuição do PIS e da COFINS:

Art. 52. A Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, passa a vigorar com as seguintes alterações:

(Vigência)

“Art. 3° O faturamento a que se refere o art. 2o compreende a receita bruta de que trata o art. 12

do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977.

“Art. 12. A receita bruta compreende:

I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

II - o preço da prestação de serviços em geral;

III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e

IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I

a III.

Quando analisamos legislações específicas das sociedades cooperativas, como por exemplo, a

Instrução Normativa SRF n° 635, 24/03/2006 que dispõe sobre a Contribuição para o PIS/Pasep e a

Cofins, cumulativas e não-cumulativas, devidas pelas sociedades cooperativas em geral, seu artigo

6° trata:

Art. 6º A base de cálculo da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins é o faturamento, que corresponde

à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pelas sociedades cooperativas,

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119

independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a

escrituração das receitas.

Sendo que, no artigo 15, especificamente para Cooperativas de Crédito, a instrução menciona:

Art. 15 A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apurada pelas sociedades

cooperativas de crédito, pode ser ajustada, além do disposto no art. 9º, pela:

I - dedução das despesas incorridas nas operações de intermediação financeira;

II - dedução dos encargos com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de recursos

de órgãos e instituições oficiais ou de direito privado;

III - dedução das perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações;

IV - dedução das perdas com ativos financeiros e mercadorias em operações de hedge;

V - exclusão dos ingressos decorrentes de ato cooperativo; e

[...]

§ 6º Para efeito do inciso V do caput, entende-se como ato cooperativo:

I - receitas de juros e encargos recebidas diretamente dos associados;

II - receitas da prestação de serviços realizados aos associados e recebidas diretamente dos mesmos;

III - receitas financeiras recebidas de aplicações efetuadas em confederação, federação e cooperativa

singular de que seja associada;

IV - valores arrecadados com a venda de bens móveis e imóveis recebidos de associados para

pagamento de empréstimo contraído junto à cooperativa, até o valor do montante do principal e

encargos da dívida; e

V - valores recebidos de órgãos públicos ou de seguradoras para a liquidação parcial ou total de

empréstimos contraídos por associados, em decorrência de perda de produção agropecuária, no caso

de cooperativas de crédito rural.

Nota-se que a própria Receita Federal, quando se trata de faturamento em sociedades cooperativas,

considera como faturamento total tanto as receitas do ato não cooperativo e também os próprios

ingressos provenientes do ato cooperativo. A prova disso é que posteriormente, é permitida a

exclusão do ato cooperativo na base de cálculo o que não significa que o mesmo não compreende

o faturamento da instituição.

Sobras em sociedades cooperativas, expressam o resultado positivos pelo confronto entre

Ingressos, Custos e Dispêndios em determinado período que por sua vez, representam acréscimo

patrimonial para a Sociedade, assim como acontece com as Receitas nas sociedades empresariais

fortalecem seu patrimônio por meio dos lucros auferidos.

Neste sentido, Ingressos do Ato Cooperativo e Receitas em sociedades mercantis produzem o

mesmo efeito econômico nas pessoas jurídicas que os realizam, argumento esse que contribui para

concluirmos que o ingresso do ato cooperativo atende os requisitos de faturamento.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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120

PTC0059 -17.TEC CONSULTA

Os produtos estarão sendo vendidos para escolas.

1. Venda para fora do Estado (RJ), para órgãos públicos tem algum benefício, tributado em 12% ou isento?

2. Fundo de combate a pobreza, por ser operações interestaduais, se ficaria isento de tributação.

PARECER

Conforme já demandado anteriormente, nos reportaremos ao Parecer PTC0034-17. DEC, emitido em 06 de junho de 2017, onde foi feito todo embasamento em relação a demanda da consulente, acerca da Tributação de vendas em operações interestaduais. Diante disto ratificamos, todo o embasamento feito na ocasião, uma vez que a legislação vigente não sofreu alterações. Em detrimento a isto, o questionamento acerca do Fundo de combate à fome e pobreza, que não foi tratado na ocasião, o faremos neste momento. O Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, foi criado pelo art. 79 do ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, à princípio, a vigorar até o ano de 2010. Entretanto, a Ementa Constitucional n° 67/2010 prorroga por tempo indeterminado. Para melhor entendimento, explanaremos qual o intuito/objetivo da criação deste Fundo. Conforme o art. 1° da Lei Complementar n° 111/20011, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza tem como objetivo:

Art. 1° ... viabilizar a todos os brasileiros o acesso a níveis dignos de subsistência e seus recursos serão aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, saúde, educação, reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse social, voltados para a melhoria da qualidade de vida.

Diante disto, foi criado o Fundo Estadual de combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais por meio da Lei complementar 336/20052, onde os recursos provenientes deste fundo, segundo o art. 2°, deverão ser aplicados em ações a suplementação de nutrição, habitação, educação e saúde, dentre outros programas voltados a interesse social. Conforme o art. 3° o fundo é constituído de:

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp111.htm 2 http://www.al.es.gov.br/novo_portal/

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Art. 3º Constituem recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais: I - o produto da arrecadação equivalente a 2 (dois) pontos percentuais adicionais à alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidentes sobre bebidas alcoólicas, derivados do fumo, armas e munições não se aplicando, sobre esse percentual, o disposto no artigo 158, IV da Constituição Federal; II - outros recursos eventuais ou que legalmente lhe sejam atribuídos. Parágrafo único. Os recursos orçamentários do Fundo serão identificados com fonte própria, conforme previsto no § 2° do artigo 2° desta Lei Complementar.

Conforme supracitado, entendemos que o percentual de 2%, se aplica apenas, as vendas internas de mercadorias e, não se aplica a circulação de gêneros alimentícios, conforme disposições do RICMS/ES, em seus artigos 71 e 71 A, destacado a seguir:

Art. 71-A. As alíquotas incidentes nas operações internas, inclusive de importação,

com os produtos indicados no art. 71, IV, d e, serão adicionadas de dois pontos

percentuais, cuja arrecadação será inteiramente vinculada ao Fundo Estadual de

Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais, observado o disposto no art. 82-A.

Parágrafo único. O adicional de alíquota de que trata o caput não incidirá nas

operações com cigarros enquadrados nas classes fiscais I, II e III pela legislação do IPI.

Art. 71. As alíquotas do imposto são:

IV - vinte e cinco por cento, nas prestações de serviço de comunicação realizadas no

território deste Estado e nas operações internas, inclusive de importação, realizadas

com bens e mercadorias a seguir indicados, classificados segundo os respectivos

códigos da NBM/SH:

a) Revogada

Redação original, efeitos até 09.10.12

a) motocicletas de cilindrada igual ou superior a cento e oitenta centímetros cúbicos

- 8711.20.9900 e 8711.30 a 87.11.50.0000;

b) armas e munições, suas partes e acessórios - capítulo 93;

c) embarcações de esportes e recreação - posição 8903;

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122

Nova redação dada à alínea “d” pelo Decreto n.º 1.261-R, de 29.12.03, efeitos a partir

de 01.01.04:

d) bebidas alcoólicas - posições 2203 a 2206, 2207.20 e 2208;”

Redação original, efeitos até 31.12.03:

d) bebidas alcoólicas - posições 2204, 2205, 2206, 2207.20 e 2208;

e) fumo e seus sucedâneos manufaturados - capítulo 24;

f) jóias e bijuterias - posições 7113, 7114, 7116 e 7117;

g) perfumes e cosméticos - posições 3303, 3304, 3305 e 3307;

h) peleteria e suas obras e peleteria artificial - 4303.10.9900 e 4303.90.9900;

i) asas-delta, balões e dirigíveis - 8801.10.0200 e 8801.90.0100;

j) fogos de artifícios - posição 3604.10;

k) aparelhos de saunas elétricos - 85169.79.0800;

l) aparelhos transmissores e receptores do tipo walkie-talkie - 8525.20.0104;

m) binóculos - posição 9905.10;

n) jogos eletrônicos de vídeo (vídeo-jogo) - 9504.10.0100;

o) bolas e tacos de bilhar - 9504.20.0202;

p) cartas para jogar - posição 9504.40;

q) confete e serpentinas - 9505.90.0100;

r) raquetes de tênis - posição 9506.51;

s) bolas de tênis - posição 9506.61;

t) esquis aquáticos - 95.29.0200;

u) tacos para golfe - posição 9506.31;

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123

v) bolas para golfe - posição 9506.32;

w) cachimbos - posição 9614.20;

x) piteiras - posição 9614.90; ou

Nova redação dada à alínea “y” pelo Decreto n.º 1.618-R, de 18.01.06, efeitos a partir

de 19.01.06:

y) querosene de aviação, classificado no código 2710.00.0401;

Sendo estes nossos entendimentos, em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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124

PTC0061-17.TEC

CONSULTA

Consulta-nos a Cooperativa sobre procedimentos adotados atualmente no processo de

industrialização por encomenda referente ao leite.

PARECER

Em atenção à demanda enviada pela consulente, inicialmente, esclareceremos os procedimentos

fiscais e operacionais que devem ser adotados para o processo de industrialização por encomenda:

Muitos são os casos em que o contribuinte não tem condições ou não lhe é interessante

efetuar, no todo ou em parte, o processo de industrialização de uma mercadoria em seu

próprio estabelecimento e, por essa razão, adquire insumos e remete-os a outro

estabelecimento para que este proceda à industrialização dessa mercadoria.

Esse procedimento é o que conhecemos como industrialização por encomenda, cujos

aspectos fiscais trataremos neste texto, com base no RICMS-ES/2002, aprovado pelo Decreto

nº 1.090-R/2002. (Fonte: IOB)

Desta forma, destacaremos a seguir um mapeamento dos códigos CFOP’s que devem ser utilizados

na operação de industrialização por encomenda:

Saída do produto para industrialização Entrada do produto a ser industrializado

5.901

(operações

internas) ou

6.901(operações

interestaduais)

Saída de insumos destinados à

industrialização em

estabelecimento da mesma

empresa ou de terceiro

1.901

(operações

internas) ou

2.901

(operações

interestaduais)

Entrada de insumos de

outro estabelecimento

destinado à

industrialização

5.124

(operações

internas)

ou

6.124

(operações

interestaduais)

Saídas de mercadorias

industrializadas para terceiros,

compreendendo os valores

referentes aos serviços

prestados e os das mercadorias

de propriedade do

industrializador empregadas

no processo

industrial.

1.124

(operações

internas)

ou 2.124

(operações

interestaduais)

Entradas de mercadorias

industrializadas por

terceiros,

compreendendo os

valores referentes aos

serviços prestados e os

das mercadorias de

propriedade do

industrializador

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125

empregadas no processo

industrial

5.125/6.125 Saídas de mercadorias

industrializadas para outras

empresas, em que as

mercadorias recebidas para

utilização no processo de

industrialização não tenham

transitado pelo

estabelecimento do adquirente

das mercadorias

1.125

(operações

internas) ou

2.125

(operações

interestaduais)

Entradas de mercadorias

industrializadas por

outras empresas, em que

as mercadorias remetidas

para utilização no

processo de

industrialização não

transitaram pelo

estabelecimento do

adquirente

Das mercadorias,

compreendendo os

valores referentes aos

serviços prestados e os

das mercadorias de

propriedade do

industrializador

empregadas no processo

industrial

5.902

(operações

internas) ou

6.902

(operações

interestaduais)

Retorno simbólico dos

insumos utilizados na

industrialização.

1.902

(operações

internas)

ou

2.902

(operações

interestaduais)

Retorno simbólico dos

insumos utilizados na

industrialização

5.903

(operações

internas) ou

6.903

(operações

interestaduais)

Retorno das mercadorias

recebidas para industrialização

e não aplicadas nesse

Processo.

1.903

(operações

internas)

2.903

(operações

interestaduais)

Retorno das mercadorias

remetidas para

industrialização e não

aplicadas nesse processo

Importante observar que demos destaque para o item que trata no retorno simbólico das

mercadorias que foram anteriormente, remetidas para industrialização. Com esse retorno, cabe à

Cooperativa, dar entrada em seu sistema, dos insumos que retornaram simbolicamente e, em

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seguida, gerar um lote de produção em seu sistema para conseguir gerar o produto final bem como,

baixar os insumos na proporção que foram utilizados no processo industrial.

Sobre este procedimento, ainda é importante frisar que haverá suspensão do ICMS nas remessas

de mercadorias que são remetidas para industrialização:

Critérios para suspensão do ICMS:

O lançamento do imposto incidente na saída de mercadoria com destino a outro estabelecimento

ou a trabalhador autônomo ou avulso que prestar serviço pessoal, num ou noutro caso, para

industrialização fica suspenso e deverá ser efetivado no momento em que, após o retorno dos

produtos industrializados ao estabelecimento encomendante, por este for promovida a

subsequente saída desses produtos.

O citado favor fiscal não se aplica, exceto nos casos regulados por regime especial, às operações de

remessa e retorno de sucata e de produto primário de origem animal, vegetal ou mineral. (RICMS-

ES/2002 , art. 9º e Anexo II , item 1)

O uso da suspensão do imposto fica condicionado ao retorno da mercadoria industrializada ao

estabelecimento encomendante no prazo de 180 dias contados da data da respectiva remessa,

prorrogável, por igual período, a critério da autoridade competente. (RICMS-ES/2002, art. 9º e

Anexo II, item 1)

Retorno – Estabelecimento Industrializador:

Nas saídas de mercadorias em retorno ao estabelecimento autor da encomenda, que as tiver

remetido para industrialização com suspensão do imposto, o estabelecimento industrializador

deverá:

a) emitir nota fiscal para o estabelecimento autor da encomenda, na qual, além dos demais

requisitos, constarão:

a.1) o número, a série e a data da nota fiscal pela qual foram as mercadorias recebidas em seu

estabelecimento, o nome, o endereço e as inscrições, estadual e no CNPJ, do seu emitente; e

a.2) o valor das mercadorias recebidas para industrialização e o valor total cobrado do autor da

encomenda, destacando deste o valor das mercadorias empregadas;

b) efetuar, na nota fiscal citada na letra "a", o destaque do valor do imposto sobre o valor total

cobrado do autor da encomenda.

(RICMS-ES/2002, art. 500)

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Em caso de dúvidas, favor retornar o contato.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0062-17.TEC

CONSULTA

As operações com fruta in natura acontecem da seguinte forma:

A cooperativa compra a fruta in natura do cooperado. A nota fiscal é registrada na entrada com o

CFOP 1.501 (remessa com fim específico de exportação);

A cooperativa realiza a separação, peneira, limpa, classifica, padroniza e embala nas sacarias;

3- Por fim, a cooperativa exporta para o cliente, e a nota fiscal de saída é emitida com o CFOP 7.501

(exportação de mercadoria recebida com fim específico de exportação) e com o NCM 0904.11.00.

A Instrução Normativa SRF 660/06 prevê, em seu artigo 5º, §1º, o direito ao desconto de créditos

presumidos calculados sobre o valor dos produtos agropecuários utilizados como insumos na

fabricação de produtos, à sociedade cooperativa que exerça atividade agroindustrial, para os

produtos relacionados, nos quais a pimenta do reino se enquadra (Art. 5º, inciso I, alínea "d).

Diante do exposto, gostaríamos de um parecer da OCB sobre a possibilidade da cooperativa se

beneficiar da utilização dos créditos presumidos de PIS e COFINS na aquisição da pimenta do reino.

Permanecemos à disposição para os esclarecimentos que forem necessários e aguardamos retorno.

PARECER

Em atenção à demanda enviada pela consulente, inicialmente, citaremos toda a base legal que

norteia a possibilidade de utilização dos créditos presumidos:

LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966.

Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato

gerador:

[...]

Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que

tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade,

ou o aperfeiçoe para o consumo.

DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE 2010.

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[...]

Art. 4° Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o

funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe

para consumo, tal como (Lei nº 5.172, de 1966, art. 46, parágrafo único, e Lei nº 4.502, de

1964, art. 3º, parágrafo único):

I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção

de espécie nova (transformação);

II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o

funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);

LEI 10.925/2004, DE 23 DE JULHO DE 2004.

Art. 8° As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem

animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo,

e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00,

0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19,

0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00,

1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação

humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas

em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos

no inciso II do caput do art. 3º das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003, adquiridos de pessoa

física ou recebidos de cooperado pessoa física.

§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às aquisições efetuadas de:

[...]

III - pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção

agropecuária.

Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de

venda: ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei nº 11.051, de 29/12/2004)

[...]

III - de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8º desta

Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1º do

mencionado artigo. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.051, de 29/12/2004).

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Com isso, diante do questionamento apresentado, destaco a já citada IN SRF n° 660/2006 art. 5° §

[...]

Art. 5º A pessoa jurídica que exerça atividade agroindustrial, na determinação do valor da

Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a pagar no regime de não-cumulatividade, pode

descontar créditos presumidos calculados sobre o valor dos produtos agropecuários

utilizados como insumos na fabricação de produtos:

[...]

§ 1º O direito ao desconto de créditos presumidos na forma do caput aplica-se, também, à

sociedade cooperativa que exerça atividade agroindustrial.

Ressaltamos que o crédito presumido alcança somente as sociedades cooperativas de produção

agropecuária que fizeram a opção, antecipadamente, do regime de incidência não-cumulativa,

conforme determina o art. 4° da Lei 10.892/2004, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1°

de maio de 2004.

Diante do apresentado, e considerando que os insumos são aplicados diretamente, na fabricação

de produtos e, estes pertencente a classificação NCM “Capítulo 9 – café, chá, mate e especiarias”,

não observamos impedimento quanto a cooperativa se beneficiar da utilização de créditos

presumidos, uma vez que estes são utilizado no beneficiamento do produto.

No mais, sugerimos análise do art. 3° das leis 10.833/2003 e 10.637/2002, para verificação dos

insumos que a cooperativa poderá se beneficiar com o aproveitamento de créditos.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0065-17.TEC

CONSULTA

Foi realizada a venda de bem imobilizado (Ônibus) para cooperado no valor de R$ 160.000,00. Em relação a emissão da Nota Fiscal, quais serão os tributos que vão incidir? *Em relação ao ICMS: A base de cálculo será reduzida? *Em relação ao PIS e COFINS, há incidência? *Em relação ao IRPJ e CSLL, há incidência? Grata pela atenção.

Atenciosamente,

PARECER

Em atenção a vossa demanda, acerca de alienação de bens do ativo permanente, esclarecemos:

Em âmbito Estadual:

Tomaremos como base o RICMS/2002. Todavia, inicialmente, vejamos qual o tratamento para o

bem no momento de sua aquisição:

Art. 2° O imposto incide sobre:

§ 1° O imposto incide, também, sobre:

[...]

IV - a entrada, no estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outra unidade

da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo;

Ainda em relação sobre bens do ativo permanente, a legislação prevê que o imposto é não-

cumulativo, compensando-se o que for de direito em cada operação relativa à circulação de

mercadorias ou prestação de serviços, conforme art. 73:

Art. 73. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação

relativa à circulação de mercadorias ou à prestação de serviços de transporte interestadual

e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado, nas operações anteriores, por

esta ou por outra unidade da Federação, relativamente à mercadoria entrada ou à prestação

de serviço recebida, acompanhada de documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em

situação regular perante o Fisco.

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Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considera-se:

I - documento fiscal hábil, aquele que atenda a todas as exigências da legislação de regência

do imposto e que:

a) seja emitido por contribuinte em situação regular perante o Fisco; e

b) esteja acompanhado, quando exigido, de comprovante do recolhimento do imposto;

Diante disto, entendemos que o contribuinte tem o direito ao crédito do imposto, desde que

cobrado anteriormente em operações que tenham resultado entrada de mercadorias.

Ressaltamos que os créditos, decorrente a entrada de um bem no ativo permanente, serão objeto

de lançamento, em livro próprio – instituído pelo ajuste Sinief 8/1997 - com observações previstas

no art. 83 §1° Incisos I a IV:

Art. 83. Para a compensação a que se refere o art. 73, é assegurado ao sujeito passivo o

direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha

resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a

destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços

de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. (grifo nosso)

§ 1° Além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da compensação

prevista neste artigo e no art. 82, os créditos resultantes de operações de que decorra

entrada de mercadorias destinadas ao ativo permanente serão objeto de outro lançamento,

em livro próprio, devendo ser observado:

I - a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira

fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;

II - não será admitido em cada período de apuração do imposto, o creditamento de que trata

o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não

tributadas, sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo

período;

III - para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser

apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a

um quarenta e oito avos da relação entre o valor das operações de saídas e prestações

tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período, equiparando-se às

tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com destino ao exterior e as saídas

de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos;

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IV - o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou

diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês;

Em detrimento ao relatado acima, poderá haver restrições relativas à apropriação dos créditos de

ICMS nas entradas de mercadorias/utilização de serviços, o contribuinte deverá observar:

se os créditos são resultantes de operações ou prestações de serviços isentas ou não tributadas;

alheios à atividade do estabelecimento.

Ao que se refere ao Ativo permanente, consideram-se alheios à atividade do contribuinte, aqueles

bens que não se destinam à utilização na sua atividade fim, conforme art. 101 Inciso I.

Para tanto, vejamos o tratamento a ser aplicado no bem, ao ser desincorporado do ativo

permanente do contribuinte, ressaltando que esta saída ocorra após o uso normal a que se destina

e, que tenha decorrido um período, minimamente, de 12 meses a sua data de aquisição, conforme

previsto no art. 70 inciso V, VI:

Art. 70. A base de cálculo será reduzida:

[...]

VI - em noventa e cinco por cento, nas saídas de aparelhos, máquinas e veículos usados e,

em oitenta por cento, nas saídas de motores, móveis e vestuários usados, observado o

seguinte (Convênios ICM 15/81; Convênios ICMS 50/90 e 151/94):

a) o benefício só se aplica às saídas de mercadorias adquiridas na condição de usadas,

quando a operação de que houver decorrido a sua entrada no estabelecimento não tiver sido

onerada pelo imposto, ou este tiver sido calculado sobre base de cálculo reduzida, na forma

deste inciso; e

b) não terá aplicação:

1. quando as entradas e saídas das referidas mercadorias não se realizarem mediante

emissão dos documentos fiscais próprios, ou deixarem de ser regularmente escrituradas nos

livros fiscais próprios;

Vale ressaltar, para as alienações de bens do ativo permanente, que ocorrerem antes de decorrido

um período de 4 anos, contados da data de sua aquisição, não será admitido o creditamento da

fração 1/48 correspondente ao período, após a data de alienação do bem.

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Diante do supracitado, entendemos uma vez que o bem do ativo permanente, esteja regularmente

escriturado e amparado por documento fiscal próprio e idôneo, em sua alienação deverá pagar o

imposto com redução de 95% da sua base de cálculo.

Em âmbito Federal:

No que se refere a sociedades que tenham adotado a tributação pelo Lucro Presumido temos,

conforme estabelece o Decreto 3.000/1999 art. 521 §1°, no que se refere ao IRPJ:

Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não

abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base de cálculo de que trata este Subtítulo, para

efeito de incidência do imposto e do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e 240 e no

§ 3º do art. 243, quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II).

§ 1º O ganho de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de aplicações em ouro

não tributadas como renda variável corresponderá à diferença positiva verificada entre o

valor da alienação e o respectivo valor contábil.

[...]

No que se refere a CSLL, observamos o que estabelece a LEI Nº 9.430/1996 art. 29 Incisos I e II:

Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas

jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais empresas

dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores:

I - de que trata o art. 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não

abrangidas pelo inciso I do caput, com os respectivos valores decorrentes do ajuste a valor

presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro

de 1976, e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período.

(Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)

Destarte ao exposto acima, no ganho de capital não se aplica redução de base de cálculo, ou seja, o

montante passível de tributação é a diferença positiva entre o valor da alienação do bem e seu valor

contábil (valor de aquisição subtraído de sua depreciação acumulada) na data da alienação.

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Contudo, em relação ao PIS e COFINS, quando é adotado pelas sociedades a tributação pelo Lucro

Presumido, com base no Decreto n° 4.524/2002 art. 22 Inciso VIII, observamos que não há incidência

quando na alienação de bens do ativo permanente.

Art. 22. Para efeito de apuração da base de cálculo de que trata este capítulo, observado o

disposto no art. 23, podem ser excluídos ou deduzidos da receita bruta, quando a tenham

integrado, os valores (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, Inciso IV):

VIII - das receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

Em caso de dúvidas, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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PTC0066-17.TEC

PARECER

Bom dia,

A Cooperativa compra Milho e Soja que possuem suspensão do Pis e COFINS para produzir a ração para

Bovinos. Entretanto, também adquire outros itens da produção da qual aproveita crédito de Pis e COFINS

como o núcleo bovino, sal, trigo, ureia, embalagens etc.

A Soja e o Milho compõem quase 60% da ração para bovinos, e a mesma é tributada pelo Pis e COFINS.

Minha Dúvida: Mesmo com itens de composição da Ração para bovinos, que possuem suspensão do PIS e

COFINS devo tributá-la integralmente?

Aguardo retorno,

CONSULTA

Em atenção a vossa demanda sobre tratamento do PIS e COFINS incidentes sobre compra de milho

e soja para produção de ração, esclarecemos:

Conforme disposto no Art. 54°, I, “a” e “b”, da Lei 12.350/2010 e do Art. 3°, I e 4°, I, “a” e “b” da

Instrução Normativa SRF Nº 1.157/2011, haverá suspensão de PIS e COFINS quando se tratar de

receita bruta decorrente, dentre outros produtos, de milho e soja, quando utilizados na produção

de alimentação animal classificados nas posições da TIPI 01.03 (Suínos) e 01.05 (Aves):

Lei nº 12.350, de 20.12.2010 - DOU de 21.12.2010

[...]

Art. 54. Fica suspenso o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS incidente sobre a

receita bruta da venda, no mercado interno, de:

I - insumos de origem vegetal classificados nas posições 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20

e 1006.30, e na posição 23.06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), quando efetuada por

pessoa jurídica, inclusive cooperativa, vendidos:

[...]

b) para pessoas jurídicas que produzam preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais

vivos classificados nas posições 01.03 e 01.05, classificadas no código 2309.90 da NCM; e

Referência da TIPI:

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01.03: Animais vivos da espécie suína.

01.05: Aves da espécie Gallus domesticus, patos, gansos, perus, peruas e galinhas-d'angola (pintadas),

das espécies domésticas, vivos.

Como não há referência para bovinos na legislação, entendemos que não há suspensão na entrada

e nem na saída do PIS e COFINS na compra desses insumos (CST 01), sendo necessário apurar o

crédito da entrada e posteriormente abater no débito gerados pela venda das rações para bovinos.

Já para Suínos e Aves, a própria legislação possibilita aplicar a suspensão sobre e a compra dos

insumos (milho e soja) como também sobre as saídas das rações que serão utilizadas na alimentação

desses animais, conforme (Lei nº 12.350/2010, art. 54, II e Instrução Normativa RFB nº 1.157/2011,

art. 2º, II):

Lei nº 12.350, de 20.12.2010 - DOU de 21.12.2010

[...]

Art. 54. Fica suspenso o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS incidente sobre a

receita bruta da venda, no mercado interno, de:

I - insumos de origem vegetal classificados nas posições 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20

e 1006.30, e na posição 23.06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), quando efetuada por

pessoa jurídica, inclusive cooperativa, vendidos:

[...]

II - preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais vivos classificados nas posições 01.03

e 01.05, classificadas no código 2309.90 da NCM;

Destacamos que, caso a empresa produza em maior escala para bovinos, conforme informado pela

consulente, é necessário controlar separadamente os insumos que são aplicados em cada tipo de

produto. Caso ainda assim não for possível fazer tal separação e controle, a empresa deve fazer um

rateio proporcional, conforme percentual definido e, em seguida, realizar um ajuste tanto na escrita

contábil como também no EFD Contribuições, de forma a diferenciar o que foi direcionado para

Aves e Suínos, como também para Bovinos.

Importante observar os requisitos condicionais para aplicação da suspensão previstos nos Art. 3° e

4° da Instrução Normativa 660/2006.

De forma complementar, lembramos ainda das deduções possíveis que podem ser realizadas na

Base de Cálculo do PIS e da COFINS, conforme disposto na IN 635/2006:

Art. 11. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, apurada pelas sociedades

cooperativas de produção agropecuária, pode ser ajustada, além do disposto no art. 9º, pela:

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138

I - exclusão do valor repassado ao associado, decorrente da comercialização, no mercado interno, de

produtos por ele entregues à cooperativa;

II - exclusão das receitas de venda de bens e mercadorias ao associado;

III - exclusão das receitas decorrentes da prestação, ao associado, de serviços especializados aplicáveis

na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e

assemelhadas;

IV - exclusão das receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de

produto do associado;

V - dedução dos custos agregados ao produto agropecuário dos associados, quando da sua

comercialização;

VI - exclusão das receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto

a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos, na hipótese de apuração das

contribuições no regime cumulativo; e

VII -dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da

destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e

Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 1971.

§ 1º Para os fins do disposto no inciso I do caput:

I - na comercialização de produtos agropecuários realizados a prazo, assim como aqueles produtos

ainda não adquiridos do associado, a cooperativa poderá excluir da receita bruta mensal o valor

correspondente ao repasse a ser efetuado ao associado; e,

II - os adiantamentos efetuados aos associados, relativos à produção entregue, somente poderão ser

excluídos quando da comercialização dos referidos produtos.

§ 2º Para os fins do disposto no inciso II do caput, a exclusão alcançará somente as receitas decorrentes

da venda de bens e mercadorias vinculadas diretamente à atividade econômica desenvolvida pelo

associado e que seja objeto da cooperativa, e serão contabilizadas destacadamente pela cooperativa,

sujeitas à comprovação mediante documentação hábil e idônea, com a identificação do associado, do

valor da operação, da espécie e quantidade dos bens ou mercadorias vendidos.

§ 3º As exclusões previstas nos incisos II a IV do caput:

I -ocorrerão no mês da emissão da nota fiscal correspondente a venda de bens e mercadorias e/ou

prestação de serviços pela cooperativa; e

II -terão as operações que as originaram contabilizadas destacadamente, sujeitas à comprovação

mediante documentação hábil e idônea, com a identificação do associado, do valor, da espécie e

quantidade dos bens, mercadorias ou serviços vendidos.

§ 4º O disposto no inciso VII do caput aplica-se aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de

novembro de 1999.

§ 5º As sobras líquidas, apuradas após a destinação para constituição dos fundos a que se refere o

inciso VII do caput, somente serão computadas na receita bruta da atividade rural do cooperado

quando a ele creditadas, distribuídas ou capitalizadas.

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§ 6º A sociedade cooperativa de produção agropecuária, nos meses em que fizer uso de qualquer das

exclusões ou deduções de que tratam os incisos I a VII do caput, deverá, também, efetuar o pagamento

da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários, conforme disposto no art. 28.

§ 7º A entrega de produção à cooperativa, para fins de beneficiamento, armazenamento,

industrialização ou comercialização, não configura receita do associado.

§ 8º Considera-se custo agregado ao produto agropecuário, a que se refere o inciso V do caput, os

dispêndios pagos ou incorridos com matéria-prima, mão-de-obra, encargos sociais, locação,

manutenção, depreciação e demais bens aplicados na produção, beneficiamento ou

acondicionamento e os decorrentes de operações de parcerias e integração entre a cooperativa e o

associado, bem assim os de comercialização ou armazenamento do produto entregue pelo cooperado.

§ 9º A dedução de que trata o inciso VII do caput poderá ser efetivada a partir do mês de sua formação,

devendo o excesso ser aproveitado nos meses subsequentes.

Sendo este nosso entendimento e nossas considerações, permanecemos à disposição.

S.M.J. este é o nosso parecer.

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CONCLUSÃO

A presente circular é a consolidação dos Pareceres Contábeis emitidos no Exercício de 2017. Os que

os entendimentos aqui apresentados, estão embasados nas legislações e/ou normativos vigentes,

na época, que a Equipe do Sistema OCB/Es fomos demandados.

Ressaltamos, que em 2017, a Equipe do Sistema OCB/ES, contou com a honrosa contribuição do

Analista Raphael Ramos Martins.

Esta circular foi elaborada pelos Analistas Contábeis Andréa Zóboli Silvério (Contadora, CRC/RJ T-ES n° 102.764/O) [email protected], Gustavo Antônio Faleiro Bernardes (Contador, CRC/ES n° 018.280/O) [email protected] e Victor Henrique Ribeiro Lima (Contador, CRC/ES nº 017.308/O) [email protected], os quais encontram-se à disposição para dirimir dúvidas através de consultas formais, preferencialmente via e-mail, e sempre repassadas através desta Superintendência. Os assuntos e pareceres são sigilosos e apenas socializados quando realmente são de interesse geral, mesmo assim omitindo o nome da cooperativa que realizou a consulta.

PEDRO SCARPI MELHORIM CARLOS ANDRÉ SANTOS DE OLIVEIRA

PRESIDENTE SUPERINTENDENTE

RAYNER DA SILVA SANTOS

GERENTE

GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO COOPERATIVISTA

Andrea Silvério Gustavo Bernardes Victor Lima

Analista Contábil Analista Contábil Analista Contábil

CRC-RJ-102.764/O-0 T-ES CRC-ES 018.280/O-2 CRC-ES 17.308/O-0