Upload
hoangxuyen
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – DCC
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
IVES MARCEL OLIVEIRA PINHEIRO
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS
DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFRN
NATAL/RN
2016
IVES MARCEL OLIVEIRA PINHEIRO
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS
DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFRN
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito
parcial para obtenção do título de
bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Felipe da Silva
Moreira
NATAL/RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Pinheiro, Ives Marcel Oliveira.
Mercado financeiro e de capitais: uma análise da percepção dos discentes do Curso de Ciências Contábeis da UFRN/ Ives Marcel Oliveira Pinheiro. - Natal, RN, 2016.
80f. : il. Orientador: Prof. Felipe da Silva Moreira.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.
1. Educação Universitária - Monografia. 2. Curso de Ciências Contábeis - UFRN - Monografia. 3. Mercado financeiro - Monografia. 4. Mercado de capitais - Monografia. I. Moreira, Felipe da Silva. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 378:657
IVES MARCEL OLIVEIRA PINHEIRO
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS
DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFRN
Essa monografia foi julgada adequada para obtenção do grau de bacharel em
Ciências Contábeis e aprovada em sua forma final pelo Departamento de Ciências
Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Aprovado em 12 de Dezembro de 2016.
Banca examinadora:
______________________________________
Prof. Felipe da Silva Moreira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
______________________________________
Prof. Rodolfo Maia Rosado Cascudo Rodrigues
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
_____________________________________
Prof. Clayton Levy Lima De Melo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
Natal, 12 de Dezembro de 2016.
AGRADECIMENTOS
Sou agradecido a Deus, por das infinitas possibilidades da vida, ter me dado
algumas delas, e nelas, rodeado de pessoas maravilhosas, assim como a água
cerca a ilha.
Agradeço à minha avó Aurelina de Freitas Oliveira (in memorian), que sempre
me deu bons ensinamentos, orou por mim e me deu muitíssimo carinho
acompanhado sempre de bons conselhos. Também agradeço aos meus avós
Gumercindo Feitosa Pinheiro e Maria Almerinda Pinheiro pelo carinho e pelas
orações, sempre me ajudando no que fosse preciso e me guiando no melhor
caminho.
Agradeço a minha família, meus pais José Ivam Pinheiro e minha mãe Iara de
Freitas Oliveira Pinheiro e minha irmã mais velha Iris Mayara Oliveira Pinheiro. Sem
o apoio e ensinamentos deles eu não teria conseguido chegar aonde cheguei e nem
seria a pessoa que sou hoje.
Um agradecimento especial ao meu pai José Ivam Pinheiro, que leu
minuciosamente o meu trabalho, críticas quando cabia e dicas quando eu precisei.
Também a minha prima Lílian Vieira que me ajudou a organizar as minhas ideias e
estabelecer metas para o trabalho. Agradeço também a outra prima: Thaíze
Fernandes que me ajudou nas questões estatísticas e me ensinou a usar as
ferramentas disponíveis, tornando este trabalho possível. Da mesma forma,
agradeço minha prima Maíra Dal’Maz por ter me ajudado nas correções ortográficas
e normativas da ABNT.
Aos demais familiares, muito obrigado a todos vocês por sempre acreditarem
no meu potencial e ao apoio incondicional em mim depositado. Agradeço a
confiança e o amor presente na minha família.
A minha namorada (Marinna), aos meus amigos daquele subway de toda
quarta-feira ou do boteco da sexta, tive os melhores momentos da faculdade com
vocês (Renan, Fábio, Lívio, Gabriel e Kermeson). Além de todas as pessoas com
que tive contato nesses anos de aprendizagem e aos que me ajudaram de alguma
forma a alcançar esse objetivo tão desejado, agradeço os momentos que tive com
vocês na UFRN.
Ao meu orientador, Felipe da Silva Moreira, gostaria de agradecer os
ensinamentos, a paciência e também toda a confiança em mim depositada.
Obrigado professor!
A todos vocês, deixo aqui meu muito obrigado!
“To be yourself in a world that is constantly trying to make you something else is the greatest accomplishment.” Ralph Waldo Emerson
RESUMO
A necessidade em se analisar a formação do profissional contábil no que diz
respeito ao mercado financeiro e de capitais do Brasil levanta uma discussão de
urgência. Tal discussão é onde está proposto o objetivo central do atual trabalho,
numa tentativa de identificar a percepção dos discentes do curso de ciências
contábeis sobre essa temática. Este trabalho tem como objetivos específicos:
evidenciar a relevância do estudo de mercado financeiro para o curso de Ciências
Contábeis; entender o papel do contador do sistema financeiro nacional; analisar se
o curso apresenta noções de mercado financeiro em seus componentes curriculares
ou em projetos pedagógicos alternativos; observar qual interesse dos alunos do
Curso de Ciências Contábeis quanto ao aprendizado sobre o Mercado de Capitais e
Finanças; e registrar o grau de expectativa de atuação dos discentes do curso de
contabilidade no mercado financeiro. Para tanto, utilizou-se da metodologia de
pesquisa descritiva, além de quantitativa, através de uma coleta de dados
padronizada utilizando-se o procedimento de interrogação/comunicação mediante
aplicação de questionário. A análise dos resultados demonstrou que os discentes
demonstram possuir interesse no tema, porém não têm conhecimento suficiente
para atuar ou até mesmo investir no mercado. Além disso, eles têm como principais
áreas visadas para atuação as seguintes: Concurso público, Auditoria e
Contabilidade Privada – áreas cujo conhecimento do Mercado financeiro e de
Capitais é de extrema importância. Dessa forma, é possível relacionar a relevância
de repensar determinados componentes curriculares do curso no sentido de atingir,
ainda mais, as motivações pessoais nesta profissão.
Palavras-chave: Mercado de Capitais. Educação Universitária. Ciências Contábeis.
ABSTRACT
The need to analyze the formation of the professional on Accounting Sciences
regarding Brazil’s financial market and capital raises an urgent discussion. Such
discussion is a proposal for the main goal of the present work; an attempt to identify
the perception of the students of accounting sciences for this subject. This
assignment has specific objectives: to highlight the relevance of the study of financial
market of the course of Accounting Sciences; to understand the role of the
accountant of the national financial system; to analyze if the course has presented
notions of financial market in its curricular components or in alternative pedagogical
projects; to observe the interest of the students of the Course of Accounting Sciences
regarding the learning about the Capital Market and Finances; to register the degree
of expectation of the actuation of the students of the course of accounting in the
financial market. For this one, it was used the descriptive and quantitative research
methodology, through a standardized data collection using the interrogation /
communication procedure by questionnaire application. The analysis of the results
showed that the speeches show a non-thematic interest, but do not have enough
knowledge to update or even invest in the market. In addition, they have as main
areas to act as follows: Public Tender, Audit and Private Accounting - areas of
knowledge of the financial market and capital of extreme importance. In this way, it is
possible to relate a relevance of rethinking the curricular components of a course
with the sense of reaching, even more, personal motivations in the profession.
Keywords: Capital Markets. University Education. Accounting Sciences.
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
FIGURAS
Figura 1 – Composição da Análise Fundamentalista ........................................... 17
Figura 2 – Funções desempenhadas pelo Controller ........................................... 18
Figura 3 – Governança Corporativa e seus mecanismos ..................................... 21
Figura 4 – Novo papel da Auditoria em Governança Corporativa ........................ 22
Figura 5 – Eixos pedagógicos na graduação em Ciências Contábeis, contemplando
as áreas de conhecimentos.................................................................................. 27
Figura 6 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional .......................................... 29
Figura 7 – Organograma do Sistema Financeiro Nacional ................................... 30
Figura 8 – Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional ............... 30
Figura 9 – Clusters ............................................................................................... 64
Figura 10 – Escalonamento Multidimensional ...................................................... 66
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Gênero ............................................................................................... 39
Gráfico 2 - Estado Civil ......................................................................................... 40
Gráfico 3 – Filhos ................................................................................................. 41
Gráfico 4 - Renda Familiar ................................................................................... 43
Gráfico 5 - Ano de ingresso .................................................................................. 43
Gráfico 6 – Turno ................................................................................................. 43
Gráfico 7 – Possui Investimentos? ....................................................................... 44
Gráfico 8 – Investimentos ..................................................................................... 46
Gráfico 9 – Investidor ........................................................................................... 46
Gráfico 10 - Assessoria de investimentos ............................................................ 49
Gráfico 11 - Conhece investidor em mercado de capitais? .................................. 50
Gráfico 12 - Expectativas de áreas de atuação .................................................... 50
Gráfico 13 - Conhecimento de Mercado Financeiro e de Capitais Brasileiro ....... 52
Gráfico 14 - Interesse em Mercado Financeiro e de Capitais............................... 52
Gráfico 15 - Relevância do estudo acadêmico ..................................................... 53
Gráfico 16 - Preparação para investir ou atuar..................................................... 54
Gráfico 17 - Conteúdo Curricular .......................................................................... 55
Gráfico 18 - Importância para o profissional ......................................................... 56
Gráfico 19 - Lote padrão e lote fracionário ........................................................... 57
Gráfico 20 - Operações day-trade e swing trade .................................................. 58
Gráfico 21 - Contratos futuros BM&F ................................................................... 59
Gráfico 22 - Home broker ..................................................................................... 59
Gráfico 23 - Ações ordinárias e preferenciais....................................................... 60
Gráfico 24 – Acertos ............................................................................................. 61
TABELAS
Tabela 1 – Efeitos do mercado no cenário acadêmico ......................................... 25
Tabela 2 – Idade .................................................................................................. 39
Tabela 3 - Filhos, Quantos? ................................................................................. 40
Tabela 4 - Período do curso ................................................................................. 42
Tabela 5 - Tabulação cruzada Investimentos ....................................................... 45
Tabela 6 – Investidores e investimentos .............................................................. 47
Tabela 7 - Expectativas em outras áreas de atuação .......................................... 51
Tabela 8 – Quantidade de Acertos ....................................................................... 62
Tabela 9 – Quantidade de Acertos ....................................................................... 63
Tabela 10 – Quantidade de Acertos x Período..................................................... 63
Tabela 11 – Coordenadas Escalonamento Multidimensional ............................... 66
Tabela 12 – Distâncias de proximidade ............................................................... 66
Tabela 13 – Quantidade de Acertos ..................................................................... 70
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 Objetivo do trabalho ..................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo geral......................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 15
2.1 O mercado financeiro como campo de atuação do profissional contábil ..... 15
2.2 Noções de Mercado Financeiro apresentados no curso de Ciências Contábeis da UFRN: Análise dos Componentes Pedagógicos. ............................. 23
2.2.1 O sistema financeiro nacional ................................................................ 28
2.2.2 Mercado Financeiro: Alguns conceitos, produtos e operações inerentes 32
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 35
3.1 Abordagem teórico-metodológica ................................................................ 35
3.2 Instrumentação de coleta de dados ............................................................. 35
3.3 Universo e Amostra ...................................................................................... 36
3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS DADOS ................................................................... 37
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 38
4.1 Perfil do respondente ................................................................................... 39
4.2 Percepções gerais sobre o mercado financeiro e de capitais no curso de Ciências Contábeis ................................................................................................ 54
4.3 Percepções gerais sobre o profissional no mercado financeiro e de capitais 58
4.4 Percepções técnicas e específicas inerentes ao mercado financeiro e de capitais ................................................................................................................... 64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 72
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75
APÊNDICES .............................................................................................................. 78
12
1 INTRODUÇÃO
O profissional contábil tem um papel importantíssimo para a sociedade,
pois, em seu estudo das variações patrimoniais das entidades, este pode
prover o máximo de informações úteis para as tomadas de decisões,
dedicando todo seu conhecimento ao registrar as movimentações existentes no
patrimônio, ao aplicar conhecimentos, métodos, normas, princípios, aferindo,
analisando e informando, assim, todas as partes interessadas e influenciando
diretamente na tomada de decisão.
Em sua história, a contabilidade no Brasil já estava presente desde o
período colonial, quando havia uma preocupação por parte de Portugal para
com o controle das contas públicas e as receitas do estado a partir da
implantação do Erário Régio, assim como a introdução das partidas dobradas
com objetivo de inibir a possibilidade de fraudes ou erros (SILVA; REIS, 2008).
De acordo com Passos (2004), a profissão contábil no inicio de trajetória
era reconhecida em sua essência como uma função basicamente técnica,
voltada apenas para escrituração dos livros contábeis e obediência da
legislação vigente. Apenas em momentos depois, a partir da expansão do
mercado de capitais no Brasil, que o profissional dessa área tornou-se
necessário, assim como com a obrigatoriedade das demonstrações financeiras
e do parecer de um auditor independente possuidor do título de Bacharel em
Ciências Contábeis, o que pôde trazer credibilidade à profissão.
Moraes Júnior e Araújo (2009) legitimando a prática interdisciplinar no
curso de ciências contábeis observaram que na pedagogia do curso o que é
priorizada é a transmissão dos conhecimentos técnicos associados a
conteúdos mecanicistas, de forma a formar um profissional dentro dos padrões
da racionalidade técnica em inconsonância ao senso crítico.
Na necessidade constante do mercado financeiro de manter informações
fidedignas, atualizadas e que atendam diferentes exigências dos stakeholders,
a necessidade do profissional contábil multitarefa é imperativa, visto que este
fornece informações contábeis para diferentes usuários, com diferentes
objetivos. A pedagogia interdisciplinar é o que ajuda ao discente a distinguir
cada realidade e problemática, seja ela acadêmica ou profissional, com uma
13
visão sistêmica a partir de uma visão múltipla, indivisível e crítica, assim como
conclui Porto (2008), destacando-se a relevância da interdisciplinaridade no
ensino superior de contabilidade pela forte inter-relação desta com outras áreas
do conhecimento.
Hendriksen e Van Breda (1999) identificam a área de atuação do
profissional contábil de maneira bastante diversificada, a qual, a partir de uma
perspectiva mais abrangente do profissional, é possível abrir um leque de
possibilidades, em que o conhecimento adquirido pode ser utilizado em cada
nicho de mercado através de um panorama sistêmico.
KÜHL et al. (2008) reconhece que o mercado financeiro e de o de
capitais desempenham um papel fundamental na economia, já que são estes
responsáveis por canalizar os recursos dos poupadores de recursos para
aqueles que desejam utilizar mais do que sua disponibilidade, quer seja na
forma de consumo ou investimento. Desta forma, o esses mercados assumem
importância singular no desenvolvimento econômico de um país, já que o
crescimento econômico tem sido associado ao desenvolvimento financeiro
desde a então revolução industrial.
Assim, o desenvolvimento do mercado financeiro e de capital é
extremamente relevante para o crescimento econômico da sociedade, já que
esses mercados assumem grande importância na medida mobilizam recursos
da poupança popular e transferem esses recursos para investimentos
(ANDREZO e LIMA, 2002).
Com os currículos adequados às necessidades do mercado, buscando
dos profissionais um conhecimento amplo nas diversas áreas de domínio assim
como é discutido por Burns, Hopper E Yazdifar (2004), é apontado que o papel
do contador vem sofrendo mudanças e o mercado começa exigir cada vez
mais do profissional contábil algumas funções, habilidades e conhecimentos na
área de gestão de negócios.
Destaca-se no presente trabalho o mercado financeiro e de capitais,
segmento cujas necessidades particulares são muitas vezes pouco exploradas,
que representa o diferencial ou vantagem competitiva a quem o tirar proveito.
Diante do exposto, a presente pesquisa tem como problemática a seguinte
questão: Qual a percepção dos estudantes de ciências contábeis da
14
Universidade Federal do Rio Grande do Norte acerca do mercado financeiro e
de capitais brasileiro? A expectativa por intermédio deste trabalho é de que a
discussão abordada seja capaz de desenvolver o debate sobre o ensino
superior em contabilidade e seus aspectos, sob o prisma do mercado financeiro
e de capitais, condicionando na formação de um profissional de excelência e
bem preparado para o mercado.
1.1 Objetivo do trabalho
1.1.1 Objetivo geral
Identificar a percepção dos discentes do curso de ciências contábeis
sobre o mercado financeiro e de capitais do Brasil.
1.1.2 Objetivos específicos
1. Evidenciar a relevância do estudo de mercado financeiro para o
curso de Ciências Contábeis.
2. Entender o papel do contador do sistema financeiro nacional.
3. Analisar se o curso apresenta noções de mercado financeiro em
seus componentes curriculares ou em projetos pedagógicos alternativos.
4. Observar qual interesse dos alunos do Curso de Ciências
Contábeis quanto ao aprendizado sobre o Mercado de Capitais e Finanças.
5. Registrar o grau de expectativa de atuação dos discentes do
curso de contabilidade no mercado financeiro.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O mercado financeiro como campo de atuação do profissional
contábil
Hendriksen e Van Breda (1999) afirmam que a contabilidade tem sido
aplicada a partir de diferentes perspectivas, cada uma contribuindo de sua
diferente maneira e que quando essas perspectivas são aplicadas de forma
conjunta possibilita uma visão sistêmica a ser empregada a fim de favorecer
uma boa tomada de decisão. Para este nicho de mercado em específico, cujas
necessidades particulares são pouco exploradas, pode representar o
diferencial ou vantagem competitiva a quem souber e tirar proveito. Assim, para
que um profissional contábil se sobressaia dentro do segmento de Mercado
Financeiro, deve-se ter uma percepção complexa do meio.
Pela importância exercida pelo sistema financeiro na economia e sua
influência direta no segmento empresarial do país, ao longo do tempo o
conhecimento do mercado financeiro e de capitais vêm a se tornar cada vez
mais necessários para os profissionais da área contábil, uma vez que a
complexidade de suas operações também vem a crescer exponencialmente,
como assim corroborado por Assaf Neto (2012).
Conforme o Conselho Federal de Contabilidade – CFC (2016),
primeiramente o profissional contábil é um profissional eclético, que pode atuar
de diferentes formas no mercado, seja como autônomo, empresário de
contabilidade, auditor independente, auditor interno, consultor tributário,
controller, auditor fiscal, perito contábil, membro de conselho fiscal de
administração, árbitro em câmaras especializadas, atuar na área acadêmica, e
até como membro de comitês de auditoria, membro de entidade de classe, ou
executivo de instituições financeiras, acadêmicas e empresariais, dentre outras.
Tamanha abrangência demonstra a sua responsabilidade social, atuação
técnica e instrumental a favor da sociedade, trabalhando com ética, e na
elaboração dos valores voltados à cidadania. Este estudo particularmente
aborda a atuação do profissional contábil nas seguintes perspectivas: Da
Contabilidade, propriamente dita; Da Controladoria e sua utilização; e Da
16
Auditoria. Todas essas perspectivas são aqui abordadas no âmbito do Mercado
Financeiro e de Capitais.
Saito e Savoia (2009) explicam a relevância da relação da contabilidade
e o mercado financeiro, nos diferentes interesses entre investidores, acionistas,
gestores, credores, governo e outros stakeholders assim como suas diversas
necessidades específicas de informação imediata, confiável e fidedigna à
realidade da entidade, relação em que o profissional contábil desempenha
diferentes papeis dentro do Mercado Financeiro e atua como uma conexão da
informação a cada usuário distinto, atendendo suas necessidades específicas.
Desta forma, o presente trabalho leva em consideração o ponto de vista
dos mesmos autores supracitados quanto ao reconhecimento da correlação
existente entre Finanças e a Teoria da Contabilidade, o desenvolvimento dos
profissionais do segmento e seu papel no mercado e a importância da
influência das informações contábeis bem como sua segurança para os
agentes econômicos.
2.1.1 Análises contábeis no mercado financeiro e de capitais
Através da análise de relatórios e demonstrativos financeiros que o
profissional contábil propicia ao mercado uma maior compreensão quanto às
empresas e seu setor. Hendriksen e Breda (1999) justificam que, quanto for
maior o grau de informações dos usuários da informação sobre a situação
econômico-financeira das organizações, maior é a eficiência e menor a
assimetria da informação; e a redução do risco dos mercados de modo que o
volume de investimentos e transações se amplie de forma saudável favorece a
dinâmica do mercado e beneficia os investidores.
Ao se observar um investimento, as maneiras mais comuns de avaliação
se dão por meio da análise gráfica, a qual se observa tendências a partir de
dados históricos relativos a preços e volume de ativos, de forma que o analista
possa prever os padrões de mercado assim como do investimento pretendido.
A outra forma de avaliação de investimento se dá através da análise
fundamentalista, a qual se baseia em informações contábeis, projeções futuras,
panorama de mercado assim como outras influências externas. Observa-se na
17
figura a seguir, conforme citam Palepu, Healy e Bernard (2004) apud Tavares
(2010) que a Análise Fundamentalista se faz composta pelas seguintes
análises:
Figura 1 – Composição da Análise Fundamentalista
Fonte: Elaboração do autor, adaptado a partir de Tavares (2010, p. 25).
No caso das Análises Estratégicas de Negócios, o envolvimento nesta
análise dar-se-á por intermédio da identificação de direcionadores-chave do
lucro, assim como os riscos de negócio, de forma a avaliar o potencial de
geração de recursos financeiros da entidade (Tavares, 2010).
Da mesma forma, o envolvimento da Análise Contábil na análise
fundamentalista, Palepu, Healy e Bernard (2004) registram que esta relevante
análise têm por finalidade mensurar a realidade implícita dos negócios da
entidade. Essas referências são obtidas através do estudo das políticas,
índices e estimativas contábeis da empresa, sendo que, quanto mais precisas
forem estas informações, mais seguras e fidedignas serão os resultados
advindos nas análises financeiras.
No que trata do envolvimento da Análise Financeira com a Análise
Fundamentalista, os mesmos autores consideram que as ferramentas mais
adotadas neste tipo de análise se dão através do estudo dos índices e dos
fluxos de caixa, de forma que na avaliação dos dados financeiros sejam
auferidas suas performances financeiras passadas e situação atual, bem como
sua sustentabilidade para com o mercado (Palepu, Healy e Bernard, 2004).
Deste modo, esta análise deve ser feita sistemática e eficiente de forma que o
uso dos dados financeiros permitam aos stakeholders a perfeita e ampla
análise das oportunidades de negócios.
Ao discorrer a respeito de forma breve sobre a Análise Prospectiva e
sua interrelação com a análise fundamentalista, Palepu, Healy e Bernard
(2004) citados em Tavares (2010), determinam que esta análise parte de uma
síntese formada pelo analista na qual a partir de suas expectativas
ANÁLISE ESTRATÉGICA ANÁLISE CONTÁBIL
ANÁLISE FINANCEIRA ANÁLISE PROSPECTIVA
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
18
Estratégicas, Contábeis e Financeiras, projetando o futuro da entidade e a
valorando a empresa.
Tavares (2008) conclui em seu trabalho que a Análise Financeira
Fundamentalista apesar de suas limitações contribui de forma significativa na
diminuição dos riscos envolvidos na escolha de investimentos, auxiliando os
interessados a prever variações no valor da empresa, assim como nos
investimentos assim como produzindo informações para o processo decisório.
2.1.2 Controladoria no mercado financeiro e de capitais
Saito e Savoia (2009) expõem que o papel exercido pelo profissional
contábil no mercado financeiro apresentou expansão, não mais se
concentrando apenas na contabilização dos fatos contábeis, mas se expandiu
para a coordenação de esforços, de maneira que possibilite proporcionar
informações econômico-financeiras relevantes e confiáveis para os
stakeholders da organização. Função essa exercida pelo controller, que atua
mais ativamente no processo de decisão e de gerenciamento dos negócios.
Figura 2 – Funções desempenhadas pelo Controller
Fonte: Elaboração do autor, adaptado a partir de Siqueira e Soltelinho (2001, p. 68).
CONTROLADORIA
PLANEJAMENTO PARA O
CONTROLE
RELATÓRIOS E INTERMPRETAÇÃO
AVALIAÇÃO E ASSESSORAMENTO
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
RELATÓRIOS PARA O GOVERNO
PROTEÇÃO DE ATIVOS
AVALIAÇÃO ECONÔMICA
19
A controladoria cumpre um papel estratégico imprescindível dentro das
organizações, assim como determinante para o sucesso da entidade, afinal o
controller é o profissional da informação estratégica, estando presente e
assumindo diferentes posturas em grandes companhias atuantes no mercado
financeiro e, inevitavelmente, a controladoria torna-se umas das funções com
maior prestígio da profissão contábil. Dividindo o planejamento dentro das
organizações, bem como o processo de controle, Chiavenato (1985) apud
Siqueira e Soltelinho (2001) contempla uma distribuição em três seções:
estratégica, tática e operacional. Na seção com maior nível hierárquico
organizacional e com maior influência sobre os destinos da organização,
encontra-se o planejamento estratégico. Planejamento este que será
operacionalizado, a posteriori, através dos planejamentos tático e finalmente
operacional.
A função de planejamento para o controle de Anderson & Schmidt
(1963, apud SIQUEIRA; SOLTELINHO, 2001) é de através do gerenciamento
autorizado, planejar, coordenar e manter um plano para o controle das
operações da entidade.
Já a aplicação de relatórios e interpretação de acordo com Heckert &
Wilson (1963, apud SIQUEIRA; SOLTELINHO, 2001) verifica o desempenho
entre os planos operacionais e interpreta os resultados das operações para
comunicar para os diversos níveis gerenciais.
Os autores (SIQUEIRA; SOLTELINHO, 2001) definem por Avaliação e
assessoramento a função de considerar a legitimidade das intenções
empresariais que lhe são colocadas, seja ele jurídico, ético ou de utilidade para
a entidade, assim como meios disponíveis para alcançá-los através de uma
visão crítica.
Os autores supracitados ainda se referem sobre a Administração
tributária, alegando que para exercer adequadamente essa função é
necessário um amplo conhecimento na área de legislação tributária, e que uma
gestão e planejamento tributário pode ser o diferencial para uma organização
tornar-se bem-sucedida.
Sendo também para o profissional controller, valer-se de conhecimentos
contábeis sobre a legislação societária assim como outros relacionados e
20
específicos, é fundamental para geração de relatórios para o governo
fidedignos com a realidade da organização. Destacando-se como exemplo as
entidades financeiras, as quais são submetidas a um tratamento societário
assim como tributário, diferente das demais entidades.
Na seguinte função de proteção dos ativos, a controladoria
desempenha o controle interno na organização, devendo ser este controle
interno constituído no que cerne aos objetivos empresariais, suas
necessidades e sua cultura organizacional. Função do controle interno também
é descrita na resolução nº (321/1972) do CFC no seguinte item que discorre
sobre Sistema Contábil e Controle Interno.
“3. O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e o grau de confiança de seus dados contábeis, bem como promover a eficiência operacional.”
Por fim, tem-se a avaliação econômica, que é interpretada por
Yoshitake (1984 apud SIQUEIRA; SOLTELINHO, 2001) como a função de
acompanhar as influências econômicas e sociais exercidas pelo mercado ou
governo e interpretar os seus impactos sobre a atividade empresarial. Além
disso, trabalha com cenários e com uma visão prospectiva como foi possível
ver na análise fundamentalista.
2.1.3 Auditoria no mercado financeiro e de capitais
Saito e Savoia (2009) evidenciam a existência de severos conflitos de
interesse nas organizações e a necessidade de ampliar os mecanismos de
controle avaliando que o conceito de Governança Corporativa surge como
resposta à incompatibilidade da relação entre os fornecedores de recursos e os
agentes de gestão, sendo que esses podem obter benefícios privados na
utilização de recursos.
Na abordagem de Denis e McConnell (2003 apud SAITO; SAVOIA,
2009), a Governança Corporativa é identificada como um conjunto de
mecanismos que conduzem os gestores na tomada de decisão em
concordância com a maximização do valor da empresa para os seus
21
proprietários, acionistas e fornecedores de recursos financeiros. Corroborando
com esse pensamento, observa-se Shleifer e Vishny (1997) os quais entendem
que a Governança Corporativa serve como um método ou sistema estabelecido
pelos fornecedores de capital de modo a garantir o retorno sobre os
investimentos realizados.
Figura 3 – Governança Corporativa e seus mecanismos
Fonte: Saito e Savoia (2009 p. 10).
Como observado na figura acima, conforme Saito e Savoia (2009)
adaptado de Shleifer e Vishny (1997) e de Silveira, Barros e Fama (2003), os
mecanismos observados inerentes à empresa podem ser de caráter interno ou
externo. Destaca-se, dentro dos mecanismos externos, a função exercida pelas
auditorias independentes, cujos Relatórios Contábeis Periódicos Fiscalizados
Externamente são de extrema importância ao mercado, no sentido de
viabilizarem credibilidade para as decisões presentes na Governança
Corporativa.
Quanto à importância referente à divulgação de informações financeiras
pelas firmas têm para a gestão e a governança da companhia aos
stakeholders, Healy e Palepu (2001) revelam que o disclosure corporativo é
uma ferramenta fundamental para o funcionamento eficiente de um mercado de
capitais. O disclosure dá-se por intermédio da divulgação dos relatórios
financeiros, demonstrações contábeis, relatórios de gestão, notas explicativas,
previsões de analistas, comunicados ao mercado, entre outros mantendo os
MECANISMOS INTERNOS
CONSELHO FISCAL
ESTRUTURA DE PROPRIEDADE
SISTEMA DE REMUNERAÇÃO
MECANISMOS EXTERNOS
MERCADO DE TAKEOVERS E MERCADO DE TRABALHO
COMPETITIVO
SISTEMA LEGAL
RELATÓRIOS CONTÁBEIS PERIÓDICOS FISCALIZADOS
EXTERNAMENTE
22
stackholders e os órgãos fiscalizadores informados das questões pertinentes à
organização e suas finanças.
A contabilidade, o controle organizacional e a auditoria, de acordo com
Baker e Owsen (2002), ao comentar sobre a pesquisa que relaciona a
contabilidade, auditoria e controle das organizações de negócios, afirmam que
as pesquisas que predominam na contabilidade, nas finanças e na gestão
atualmente têm demonstrado um aumento significativo no que tange as
questões que envolvem a governança corporativa.
Esses autores apresentam uma visão alternativa da governança
corporativa expondo o papel da auditoria no âmbito da governança corporativa
a qual vai além do papel já exercido pela auditoria de assegurar informações
contábeis fidedignas e com razoável segurança para os agentes econômicos.
De forma que, a atuação da auditoria pode e deve ser aumentada, de maneira
que o papel da auditoria tenha o objetivo de favorecer o controle das
corporações em favor dos stakeholders assim como a sociedade em geral.
No contexto dos indicadores financeiros e a influência exercida por
esses na maneira com a qual a empresa é vista pelo mercado e os
stakeholders, observar a maneira com a qual as informações contábeis são
avaliadas e atestar as mesmas com a finalidade de evitar erros ou fraudes é de
extrema importância para a Governança Corporativa. Saito e Savoia (2009)
destacam que, em razão disso, a função exercida pela Auditoria Independente
na avaliação dos sistemas de controle da organização se torna indispensável.
Figura 4 – Novo papel da Auditoria em Governança Corporativa Fonte: Baker e Owsen (2002 p. 10).
23
Os mesmos autores argumentam também que o papel da auditoria em
governança corporativa não precisa ser restrito dentro dos limites de tomada de
decisão do investidor, mas deve ser vista em relação às necessidades mais
amplas de vários interessados bem como a sociedade em geral para uma
maior transparência e prestação de contas. Além disso, para reforçar o controle
democrático sobre as corporações concluindo que é razoável esperar que os
gestores assumam algumas responsabilidades, e que, além disso, a
administração deve fazer afirmações específicas de modo a garantir que
tenham cumprido essas responsabilidades.
O Mercado Financeiro têm carências específicas pouco exploradas, as
quais o profissional contábil ao exercer suas funções com expressivo domínio,
com base em sua bagagem e conhecimento adquiridos, desempenha
habilidades e competências convenientes a esse nicho de mercado, expondo a
sua atuação técnica e instrumental. Dessa forma, o profissional contábil, pode
se sobressair a partir de uma percepção complexa do Mercado Financeiro e de
Capitais, sendo por esse, de acordo com as oportunidades, como um campo
de atuação privilegiado.
2.2 Noções de Mercado Financeiro apresentados no curso de Ciências
Contábeis da UFRN: Análise dos Componentes Pedagógicos.
Para o Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2016) é indispensável
o domínio de habilidades e competências multi e interdisplinares ao profissional
Bacharel em Ciências Contábeis, compondo às seguintes atribuições;
Quanto às competências e habilidades, os bacharéis em Ciências Contabilistas deverão ser capazes de: a) Utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem próprias das Ciências Contábeis e Atuariais; b) Demonstrar uma visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil; c) Elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais; d) Aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis; e) Desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos, à
24
geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão; f) Exercer suas funções com expressivo domínio das funções contábeis e atuariais que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento da sua responsabilidade quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de contas da sua gestão perante a sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania; g) Desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial; h) Exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos organizacionais.
O que Chabrak e Craig (2013) observaram foi que muitos dos discentes
de contabilidade avaliam a graduação na área contabilidade como uma porta
de entrada para o trabalho rentável. No entanto, não são desprovidos de
ideologias próprias ou vocação aos estudos da área. Muitos desses estudantes
realmente procuram conhecimento intelectualmente estimulante. Dessa
maneira, os docentes responsáveis são confrontados com uma série de
expectativas dos alunos, que podem ser mutáveis enquanto sua permanência
na universidade.
A missão do ensino contábil e a aprendizagem podem não ser sobre
inventar novas ferramentas inteligentes, nem tanto a subversão ou revolução
da contabilidade ou a graduação. Hill (2002) vê o benefício do papel
pedagógico para contabilidade social em trazer o "social" no currículo contábil
ao trazer o pensamento crítico aos alunos da graduação de forma que a
profissão não volte simplesmente à contabilidade costumeira.
Para Chabrak e Craigs (2013), a maior problemática é que a pedagogia
contábil convencional negligencia o pensamento crítico. Isso faz com que a
arbitrariedade da ideologia capitalista e sua estrutura de poder parecer natural,
perpetuando certas percepções da realidade e entravando alternativas do que
é possível, a educação contábil deve ir além do ensino da técnica; teorizar
contabilidade e não apenas através das lentes da economia neoclássica em
análises holísticas e multidisciplinares, examinando a base ética e moral da
contabilidade e se serve ao interesse público. Em seguida, a contabilidade
25
subjacente poderá desafiar a hegemonia econômica prevalecente e as
perspectivas e sistemas mais emancipados irão evoluir. Juntamente nessa
perspectiva, Boyce (2004) vê que isso exigiria um redesenho dramático dos
horizontes da contabilidade e a graduação procurando algo mais da educação
em contabilidade nas universidades do que mero desenvolvimento de
habilidades para a prática contábil.
Afirmando que não só as universidades tendem a acatar as
necessidades de negócio como sua missão principal, mas afirmando que as
universidades tendem cada vez mais assemelharem-se como empresas, os
seguintes estudiosos Alexander (1996); Klein (2001); Marginson (2000);
Saravanamuthu e Tinker (2002), apud Boyce (2004) defendem que todos os
aspectos da atividade acadêmica e as condições em que as atividades de
ensino e pedagogia ocorrem, são afetadas pela influência de fatores externos
como relacionados em Boyce (2004) a partir de conclusões gerais baseadas
nos demais estudos supracitados. A tabela abaixo foi elaborada de forma que
contempla a citação dos tópicos referentes aos fatores externos e seus
impactos na atividade acadêmica, presente nos estudos elencados:
Aspectos da atuação
acadêmica Fatores de mudança e influência
Conceito do curso Influência crescente de interesses profissionais e comerciais;
Conteúdo do curso Aumento da mercantilização dos currículos e a influência dos
editores de livros didáticos multinacionais;
Relação discente e
assistência
Turmas significativamente maiores e diminuição do apoio ao
estudante;
Número de alunos Crescimento maciço, transformando muitas instituições em
provedores de educação de massa;
Profissionalização Mudança para treinamento baseado vocacionalmente com um
declínio das funções socialmente críticas;
Prestação de serviços Subcontração e custo de deslocamento para os estudantes e
departamentos acadêmicos;
Trabalhos acadêmicos Reduzida autonomia acadêmica e as restrições à liberdade
acadêmica;
Segurança do
emprego A precarização do trabalho e do ensino universitário contratado;
26
Infraestrutura
Ampla influência de padrões culturais ocidentais de pensamento sem
referência a adequação para estudantes de uma variedade de
configurações do país.
Tabela 1 – Efeitos do mercado no cenário acadêmico
Fonte: Elaboração do autor, adaptado a partir do artigo de Boyce (2004, p. 567).
Passos (2004) percebe analisando as problemáticas enfrentadas pelo
curso de ciências contábeis. Neste ponto, o autor compara as adversidades
atualmente enfrentadas pelo curso com os problemas citados pelo autor Lanaro
Júnior (1946) apud Machado (1982) e constata a presença destas mesmas
deficiências e que já são as mesmas discutidas de longa data. Problemas
esses os quais ainda se veem enfrentados pela academia, como grande
número de alunos por turma, a falta de docentes bem titulados (o que termina
por trazer uma visão mais técnica ao curso do que cientifica), disciplinas
desatualizadas e até mesmo falta de ensino prático. Tudo isso pode ser
validado através de Burns, Hopper e Yazdifar (2004), em que demonstram que
a educação contábil muito excessivamente inculca habilidades técnicas e tem
sua aprendizagem baseada em regras maquinais as quais influencia o curso de
uma forma negativa, negligenciando teorias e sendo excessivamente
concentrada nos interesses do capital privado.
Boyce (2004) fala que uma reforma pedagógica eficaz deve ser
correlacionada às mudanças em outras esferas sociais, sendo qualquer projeto
de mudança dentro das universidades, contextualizado dentro da situação
sócio-política existente, em toda a sua complexidade.
No que tange a interdisciplinaridade no curso de ciências contábeis,
Moraes Júnior e Araújo (2009) através de sua pesquisa na UFRN, constatam
que a adoção à atitude multidisciplinar está presente nas ações de professores
com maior titulação e experiência profissional. Estes profissionais trazem mais
ênfase na utilização de referências a disciplinas conjuntas, de forma que se
utiliza uma metodologia interdisciplinar, mas não se adota a pesquisa e a
extensão para colocar o estudante em situações práticas de uso dos conteúdos
discutidos.
O Conselho Federal de Contabilidade – CFC aponta que os cursos de
graduação em Ciências Contábeis devem contemplar em sua organização
27
curricular e em seus projetos pedagógicos conteúdos que atendam aos
seguintes eixos interligados de formação, abrangendo os seus conteúdos em
três núcleos principais, separando os eixos na forma seguir: a) Formação
Básica; b) Formação Profissional; e, c) Formação Teórico-Prática, conforme
Figura 3, apresentada a seguir:
Figura 5 – Eixos pedagógicos na graduação em Ciências Contábeis, contemplando as áreas de conhecimentos.
Fonte: Elaboração do autor, adaptado a partir do CFC (2016).
Gabriel (2016), sobre o curso de Ciências Contábeis e seus 55 anos de
história, expõe que houve grandes mudanças em sua dinâmica de curso,
destacando entre os progressos mais recentes principalmente aqueles que se
deram através de convênios e programas institucionais de coparticipação entre
universidades parceiras, de forma a capacitar os professores e suprir certa
carência de programas de pós-graduação stricto sensu na área de Ciências
Contábeis. Isso acabou desempenhando papel importantíssimo na formação
de docentes e pesquisadores, beneficiando os novos discentes e fortalecendo
o ambiente acadêmico.
O presente estudo visa o Mercado Financeiro e seus aspectos ao
analisar a estrutura curricular do curso de Ciências Contábeis da UFRN (2015),
o qual se faz presente principalmente nos seguintes componentes
pedagógicos: CON3201 - Matemática Financeira; CON3203 - Introdução à
Ciência Atuarial; CON3405 - Finanças Corporativas; CON3701 - Introdução ao
Conteúdos de Formação Básica
Administração
Economia
Direito
Métodos Quantitativos
Matemática
Estatística
Outras áreas
Conteúdos de Formação
Profissional
Teorias da Contabilidade
Atuária
Auditoria
Controladoria
Aplicações ao setor público
Aplicações ao setor privado
Conteúdos de Formação Teórico-
PráticaEstágio Curricular
Supervisionado
Atividades Complementares
Estudos Independentes
Conteúdos Optativos
Prática em Laboratório
28
Mercado de Capitais; e a ADM0515 - Análise e Composição de Carteira de
Investimento, apesar de que demais aspectos do Mercado Financeiro se fazem
presente em disciplinas não específicas como CON3107 - Análise das
Demonstrações Contábeis; CON3502 - Auditoria Empresarial; CON3204 -
Análise de Dados Contábeis, CON3404 - Controladoria Empresarial, entre
outras.
2.2.1 O sistema financeiro nacional
Fortuna (2015) conceitua o sistema financeiro como um conjunto de
instituições que proporcionam condições apropriadas para a manutenção de
um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. De maneira abrangente,
Assaf Neto (2012) descreve o sistema financeiro nacional como um conjunto de
instituições financeiras, compostas com o dever de permitir nas melhores
condições possíveis, manejo de fundos entre os tomadores e os poupadores
de recursos.
Dentro desse contexto, no que toca às instituições financeiras, a Lei do
Sistema Financeiro Nacional (4.595/64), em seu Artigo 17, define quais
características são tocantes às instituições financeiras:
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.
É possível verificar no organograma a seguir (Figura 6), em que Assaf
Neto (2012) apresenta o Sistema Financeiro Nacional dividido em dois
subgrupos: Subsistemas de Intermediação e Subsistemas Normativos.
29
Figura 6 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Assaf Neto (2012, p. 40)
Em relação à sua estrutura, Fortuna (2015) semelhantemente a Assaf
Neto (2012) partilha o sistema financeiro em dois subgrupos principais: Os
intermediários financeiros e as instituições auxiliares.
30
Figura 7 – Organograma do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Fortuna, 2015, p. 18
Os intermediários financeiros são distinguidos por Fortuna (2015) ao
emitirem seus próprios passivos, captando recursos diretamente do público por
iniciativa e responsabilidade própria, assim como aplicando esses recursos
junto às empresas através de financiamentos e empréstimos. E as instituições
31
auxiliares funcionam como uma ponte, propondo colocar em contato os
poupadores com os investidores e facilitando o acesso destes àqueles,
figurando nesses casos, as bolsas de valores. Já Assaf Neto (2012) retrata
esses subsistemas com a seguinte distinção: O subsistema normativo sendo
responsável pela manutenção do mercado financeiro e suas instituições,
fiscalizando e regulamentando suas atividades.
Na Figura 7, Fortuna (2015) divide sistema financeiro nacional em dois
subsistemas assim como Assaf Neto (2012). Porém autor divide então o
subsistema de intermediação em dois subgrupos: no subgrupo das demais
instituições bancárias, não bancárias e incluindo o subgrupo auxiliares e
incluindo o de agentes especiais, os quais se relacionam com o subsistema
normativo.
Figura 8 – Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Página do Banco Central do Brasil
32
O Banco Central do Brasil, em sua página, retrata a composição do
Sistema Financeiro Nacional identificando os órgãos normativos como aqueles
que determinam regras gerais para o funcionamento do Sistema Financeiro
Nacional; as entidades supervisoras como aquelas que trabalham os
integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos
normativos; e os operadores como as instituições que lidam diretamente com o
público, no papel de intermediário financeiro.
Da mesma forma o BCB fraciona os mercados em mercado monetário
ao qual fornece à economia papel-moeda e moeda escritural, o de crédito que
fornece capital para o consumo em geral e para o funcionamento das
empresas, de capitais qual permite às empresas em geral captar recursos de
terceiros compartilhando os ganhos e os riscos e, por fim, o mercado de
câmbio que compra e vende moeda estrangeira. No ramo de Seguros Privados
são reunidos os seguros privados, contratos de capitalização e previdência
complementar aberta. Já a parte de Previdência fechada, é voltada para
funcionários de empresas e organizações no ramo dos fundos de pensão.
2.2.2 Mercado Financeiro: Alguns conceitos, produtos e operações
inerentes
Neste capítulo são abordados conceitos, produtos e operações do
mercado financeiro e de capitais. Como base de conhecimentos para o tema,
foram buscadas obras de referência como Assaf Neto (2012), Fortuna (2015)
bem como as obras da Comissão de Valores Mobiliários (2015) de forma a
cobrir diversas matérias afeitas ao mercado de capitais, como, por exemplo, o
Sistema Financeiro Nacional e os conceitos, produtos e operações.
No que se refere aos títulos públicos federais, Fortuna (2015) explana
que o Banco Central, para lançar um título no mercado, realiza um leilão formal
e este título é então lançado no mercado primário. Já o mercado Secundário
também chamado open market é onde são negociados esses títulos já emitidos
anteriormente e comercializados. O mesmo autor conta que Banco Central
utiliza as operações no mercado secundário para influenciar a taxa de juros,
33
vendendo títulos quando há excesso de recursos na economia ou resgatando-
os quando há ausência e é necessário aumentar a liquidez do estado.
A Comissão de Valores Mobiliários (2015) identifica Swap como um
instrumento que permite troca ou permuta a uma operação consistindo em um
acordo entre duas partes para troca de risco de uma posição ativa (credora) ou
passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabelecidos. No
mercado de swap, é negociada a troca de rentabilidade entre dois bens
(mercadorias ou ativos financeiros), a partir da aplicação da rentabilidade de
ambos a um valor definido.
A Comissão de Valores Mobiliários (2015) conceitua o Hedge como uma
ferramenta que visa proteger o participante do mercado de um bem ou ativo
contra variações adversas de taxas, moedas ou preços. Equivale a ter uma
posição em mercado de derivativos oposta posição assumida no resto do
mercado de forma a minimizar o risco de perda financeira decorrente de
alteração adversa de preços. A forma que o Hedge atua não é propriamente
eliminando o risco de variações adversas de preços e, sim, transferindo esse
risco a outro participante.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são títulos de renda fixa isentos de
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e que conferem aos seus titulares
direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização
monetária. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (2014), as “LCI” são
emitidas por instituições financeiras e lastreadas em financiamentos
habitacionais ou empréstimos garantidos por hipoteca ou alienação imobiliária
de bens imóveis, podendo ser remuneradas por taxa pré ou pós-fixada. Tal
ativo não pode ser resgatado a qualquer momento, mas é possível negociá-lo
no mercado secundário.
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e a Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) atuam no mercado financeiro e de
capitais bem como no mercado cambial intermediando a negociação de títulos
e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. Estas são
supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores
Mobiliários. As corretoras/distribuidoras de valores mobiliários oferecem
serviços como plataformas de investimento pela internet (home broker), e,
34
segundo Fortuna (2015), outros serviços como consultoria financeira, clubes de
investimentos, financiamento para compra de ações e administração e custódia
de títulos e valores mobiliários dos clientes cobrando comissões e taxas.
Quanto às ações presentes no mercado financeiro, são divididas
basicamente em dois tipos: ações ordinárias e ações preferenciais. Assaf Neto
(2012) caracteriza as ações ordinárias como aquelas que são desprovidas de
privilégios e possuem o direito de voto, ou seja, que têm influência nas
decisões da empresa de forma que essas deliberam sobre a atividade da
companhia, aprovam as demonstrações contábeis, decidem sobre a destinação
dos resultados e são responsáveis pela eleição da Diretoria e pelas alterações
nos estatutos. Já as Preferenciais têm prioridade no recebimento de dividendos
além da vantagem da fixação de um dividendo mínimo ou fixo assim como
também possuem prioridade no reembolso do capital em caso da dissolução da
sociedade.
Unit, ou certificado de depósito de ações, não é uma ação, mas sim um
“pacote” de classes de ativos, que pode ser formado por ações ordinárias,
preferenciais, bônus de subscrição, etc. (INVESTPEDIA, 2016).
No mercado de opções são negociados contratos que garantem o direito
de compra ou de venda de uma determinada ação dentro de um prazo
estipulado, a um valor prefixado. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários
(2015) em uma opção de compra, é adquirido o direito de comprar e em uma
opção de venda bem como o direito de vender conforme as demais
características do contrato e, para isso, é pago um prêmio. Por outro lado, os
vendedores dos contratos recebem esse prêmio e assumem a obrigação de,
caso o comprador exerça o seu direito, vender ou comprar o ativo nas
condições previamente estipuladas.
35
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Abordagem teórico-metodológica
O estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva quanto aos objetivos,
visto que a pesquisa busca descrever a percepção dos discentes do curso de
ciências contábeis sobre o mercado financeiro e de capitais do Brasil. A
pesquisa descritiva descreve aspectos ou comportamentos de determinada
população analisada através de uma coleta de dados padronizada utilizando-se
o procedimento de interrogação/comunicação mediante aplicação de
questionário (BEUREN, 2004). Considerando as características descritas, a
seguir detalham-se os procedimentos adotados na presente pesquisa.
3.2 Instrumentação de coleta de dados
Para a coleta de dados foi utilizado survey na forma de questionário de
elaboração própria e dividido em quatro partes; Parte I - Perfil do respondente;
Parte II - Percepções gerais sobre o mercado financeiro e de capitais no Curso
de Ciências Contábeis; Parte III - Percepções gerais sobre o profissional no
mercado financeiro e de capitais; Parte IV - Percepções técnicas e específicas
inerentes ao mercado financeiro e de capitais (de forma a ser avaliado o
conhecimento do discente questionando sobre alguns conceitos, produtos e
operações inerentes ao mercado financeiro e de capitais). Sendo este
questionário aplicado de forma física e para os alunos do Curso de Ciências
Contábeis.
Malhotra (2001 apud Antonovz, 2010) destaca que nas surveys o
pesquisador precisa se basear no que os entrevistados declaram nos
formulários de pesquisa, sem que haja a possibilidade de que se saiba se isso
é verdadeiro ou não. Entretanto, para Cooper e Schindler (2003 apud
Antonovz, 2010) este método permite alcançar pessoas que não seriam
incluídas por outros meios de pesquisa e, além disso, por serem percebidas
como mais impessoais, garantem anonimato e a imparcialidade de uma forma
melhor do que outros métodos muitas vezes adotados.
36
3.3 Universo e Amostra
Para Beuren (2004), uma amostra deve representar a população,
contendo características não conflitantes com as características da população
a qual ela foi retirada, sendo qualquer subconjunto do conjunto universal ou da
população a qual se integra. Assim sendo, a população alvo desta pesquisa
são os discentes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
O Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte possui 751 discentes ativos quando iniciados os procedimentos de
coleta de dados da presente pesquisa. De acordo com a Coordenação do
Curso, desse total, 86 são considerados “formandos” matriculados no último
período do curso.
Assim, a partir dessas informações consideradas, pôde-se elaborar um
plano amostral, entretanto, como não há informação de quantos discentes
estavam matriculados por semestre, apenas os alunos formandos, para obter-
se uma amostra representativa, e tratando-se uma população finita, utilizou-se
a formula para o dimensionamento amostral através do método de cálculo da
Amostragem Aleatória Simples representada na fórmula abaixo:
� = �������
��� − 1� +������
De forma que:
Z = Nível de Confiança 96,6%
P = Quantidade de Acerto esperado 25%
Q = Quantidade de Erro esperado 75%
N = População Total 751
e = Nível de Precisão 5%
Tamanho da amostra (n) = 232,87
Quanto à quantidade de Acerto e Erro esperado, foi levado em
consideração que na Parte IV - Percepções técnicas e específicas inerentes ao
mercado financeiro e de capitais das alternativas, apenas uma é correta. Sendo
assim, o discente possui apenas 25% de chance de acerto.
37
Portanto, considerando um nível de confiança de 95% a pesquisa
utilizou uma amostra de um total de 233 respondentes.
Desta forma, foi então utilizado um pré-teste com 15 alunos a fim de
avaliar o tempo de respostas bem como verificar possíveis falhas nas
perguntas e entendimentos quanto às questões elencadas, no qual foi
observado que o tempo médio de respostas foi de 12 minutos bem como
possíveis dúvidas e dificuldades de interpretação as quais foram corrigidas e
ajustadas para a versão final do survey, a fim de garantir que as perguntas
apresentadas sejam claras e facilitar o entendimento conforme sugerido por
Beuren (2004).
Da coleta dos questionários junto aos alunos, foram descartando-se os
faltantes nos dias da realização da pesquisa bem como os com respostas
rasuradas ou em branco, os quais foram obtidos 233 questionários válidos de
um total de 242 questionários aplicados.
3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS DADOS
Foram utilizados para identificação e análise dos resultados os seguintes
softwares: IBM SPSS Statistics 21 para tabulação dos dados bem como a
análise descritiva, Microsoft Excel 2010 para formulação de gráficos descritivos
e, por fim, a análise de agrupamentos (ou cluster analysis) e de escalonamento
multidimensional com o auxílio do software IBM SPSS Statistics 21, fazendo-se
necessária a escolha de variáveis a partir das quais os grupos similares são
formados. Para a formação dos agrupamentos, utilizou-se a regra da ligação
simples (single linkage) semelhantes e medidas de distâncias Euclidianas
(Euclidean distances) de forma a melhor analisar a similaridade dos grupos,
quanto maior o valor respectivo, mais os objetos são “parecidos”, de forma que
essa classificação é dada pelo coeficiente de correlação e pela distância
Euclidiana.
38
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Após a coleta de dados, Rampazzo (2009) observa que é necessário
que a análise dos dados deva ser feita com o objetivo de identificar se há a
ocorrência algum fenômeno a partir da ordenação, organização, análise e
interpretação desse amontoado de respostas a qual o pesquisador terá em
mãos.
Em relação à abordagem do problema, trata-se de um estudo do tipo
quantitativo empregando instrumentos estatísticos quanto para o tratamento
dos dados.
Nesta seção, faz-se uma análise descritiva dos dados obtidos mediante
a aplicação do survey. Esses dados referem-se aos perfis dos discentes do
curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
tendo obtido um total de 233 questionários válidos.
Beuren (2004) recomenda que o pesquisador encontre meios de
organizar seu material coletado de forma a possibilitar que este sintetize essas
informações para sustentar um raciocínio conclusivo sobre o problema
proposto.
Para maior compreensão, o autor utilizou-se da Análise de
Agrupamentos (ou cluster analysis) além do Escalonamento Multidimensional,
nos quais a base de dados utilizou-se dos coeficientes de similaridade.
Dessa forma, Hair et al. (2005) define a Análise de Agrupamentos como
uma técnica multivariada de redução de dados muito útil, podendo ser uma
valiosa ferramenta para identificar padrões latentes pela sugestão de
agrupamentos úteis de objetos que não são discerníveis por meio de outras
técnicas multivariadas. Também é definida pelos mesmos autores como um
grupo de procedimentos cuja finalidade primária é agregar objetos com base
nas características que estes possuem, classificando estes com base na sua
similaridade.
Deste modo, na formação dos agrupamentos é necessário que se tenha
uma medida de similaridade. No método de ligação simples utilizou-se a
distância euclidiana, segmento de linha reta entre cada par de observações,
para medir a proximidade de acertos das questões observadas no universo da
39
amostra; verifica-se que quanto menor a distância entre as questões, maior a
similaridade entre elas (Hair et al., 2005). Para a partição dos grupos faz-se
necessário um procedimento de agrupamento, neste caso o procedimento
escolhido foi o hierárquico, onde a sua representação é chamada de
dendrograma.
Hair et al. (2005) define o escalonamento multidimensional como
conjunto de procedimentos que permitem determinar a imagem relativa
percebida de um conjunto de objetos como um mapeamento perceptual,
através de distâncias de similaridades ou preferências representadas em
espaço multidimensional se baseando na comparação de objetos.
4.1 Perfil do respondente
O presente trabalho tem como objetivo identificar a percepção dos
alunos formandos do curso de ciências contábeis sobre o mercado financeiro e
de capitais do Brasil. A primeira seção dos questionários objetivou caracterizar
os respondentes da pesquisa quanto ao seu perfil.
Gráfico 1 - Gênero
Fonte: Elaboração do autor 2016
A amostra estudada é composta de 233 alunos, na qual 125 são do sexo
masculino representando 53,6%, e 108 do sexo feminino indicando 46,4% da
amostra como demonstrada no gráfico anterior.
53,6%46,4% Masculino
Feminino
40
No que se refere ao terceiro questionamento da Parte I - Perfil do
respondente, a Idade, o autor delimitou o quesito em cinco diferentes grupos,
primeiramente o grupo de discentes de até 20 anos, em seguida de 20 a 25
anos, 25 a 30 anos, de 30 a 35 anos e, por fim, acima de 35 anos. A partir da
utilização do software IBM SPSS Statistics 21 quanto à estatística descritiva
analisada por frequência, a distribuição dos dados é representada na tabela a
seguir:
Frequência Porcentual Porcentagem
válida Porcentagem acumulativa
Válido
Até 20 anos 52 22,3 22,3 22,3 De 20 a 25 anos 115 49,4 49,4 71,7 De 25 a 30 anos 37 15,9 15,9 87,6 De 30 a 35 anos 13 5,6 5,6 93,1 Acima de 35 anos 16 6,9 6,9 100,0 Total 233 100,0 100,0
Tabela 2 – Idade Fonte: Elaboração do autor 2016
Quanto ao estado civil, a amostra de 233 discentes pôde ser dividida nos
seguintes grupos: Solteiro, com frequência de 192 vezes representando 82,4%
da amostra, Casado/União Estável indicando 14,6% esteve presente em 34
questionários, Separado/Divorciado apresentou 1,7% a partir de 4
questionários e Outros representando 1,3 com 3 ocorrências.
41
Gráfico 2 - Estado Civil Fonte: Elaboração do autor 2016
Quanto ao seguinte questionamento, o autor buscando uma análise de
perfil mais profunda, buscou saber se os respondentes tinham filhos, e caso
sim, que fossem indicados quantos. Dos 233 discentes, 204 indicaram que não
tinham filhos, o que representa 87,6% da amostra, enquanto 29 respondentes
assinalaram que possuem filhos, participando em 12,4% da amostra como é
indicado no gráfico a seguir:
Gráfico 3 - Filhos
Fonte: Elaboração do autor 2016
82,4%
14,6%
1,7%
1,3%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0%
Solteiro
Casado
Divorciado
Outros
204 29Não
Sim
42
Quanto aos discentes que assinalaram que sim, possuíam filhos, foi
deixado um espaço em aberto para que colocassem a quantidade de filhos
assim como indicado na Tabela 3 - Filhos, Quantos?
Filhos * Quantos? Tabulação cruzada
Contagem
Quantos?
Total 1 2 3
Filhos Sim 20 8 1 29 Total 20 8 1 29
Tabela 3 - Filhos, Quantos? Fonte: Elaboração do autor 2016
Continuando a construção do perfil do respondente, o autor procura
classificar os respondentes por poder aquisitivo, questionando-os quanto a sua
renda familiar e subdividindo-os em cinco grupos. Até um salário mínimo, de
um a 3 salários mínimos, de 3 a 6 salários mínimos, de 6 a 10 salários mínimos
e acima de 10 salários mínimos. Assim como é identificado no Gráfico 4.
Gráfico 4 - Renda Familiar
Fonte: Elaboração do autor 2016
No que se refere ao período do curso, o autor fracciona em cinco
subgrupos. Do 1º ao 2º período presente em 42 questionários, do 3º ao 4º
período presente 52 vezes, do 5º ao 6º período em 52 vezes identificado, 7º ao
8º período com 57 frequências e do 9º ao 10º período identificado em 30 dos
12
83
55
51
32
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Até 1 salário mínimo
De 1 a 3 salários mínimos
De 3 a 6 salários mínimos
De 6 a 10 salários mínimos
Acima de 10 salários mínimos
43
233 questionários válidos. Assim como identificado na Tabela 3 - Período do
curso.
Idade
Frequência Porcentual Porcentagem
válida Porcentagem acumulativa
Válido
Até 20 anos 52 22,3 22,3 22,3
De 20 a 25 anos 115 49,4 49,4 71,7
De 25 a 30 anos 37 15,9 15,9 87,6
De 30 a 35 anos 13 5,6 5,6 93,1
Acima de 35 anos 16 6,9 6,9 100,0
Total 233 100,0 100,0
Tabela 4 - Período do curso Fonte: Elaboração do autor 2016
Assim também foi identificado o ano de ingresso no curso, no qual,
através de uma pergunta aberta, é indagado ao respondente qual foi o ano de
seu ingresso no curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte tendo sido identificados alunos ingressantes desde o ano de
2009 até o ano de 2016 bem como é possível ver no gráfico a seguir.
Gráfico 5 - Ano de ingresso
Fonte: Elaboração do autor 2016
No que se refere ao Turno a qual os discentes da amostra fazem parte,
dos 233 questionários válidos foi identificado que 129 discentes (55,36%) são
1 2
10
45
4042
47 46
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
44
do turno Matutino enquanto 104 respondentes (44,64%) são do Noturno assim
como exposto no Gráfico 6 - Turno.
Gráfico 6 - Turno
Fonte: Elaboração do autor 2016
No questionamento seguinte é indagado se o respondente possui ou
pretende possuir algum investimento financeiro em investimentos. É perceptível
no gráfico abaixo qual distribuição de respostas foi obtida bem como a
representatividade de cada uma em relação à amostra.
Gráfico 7 – Possui investimentos? Fonte: Elaboração do autor 2016
Enquanto 81 dos respondentes (34,76% da amostra) possuem algum
recurso financeiro em investimento. J 128 discentes afirmaram que não
Manhã55,36%
Noite44,64%
34,76%
54,94%
10,30%Sim
Não, mas pretendo poupar einvestir em breve
Não e nem pretendo poupar ouinvestir em breve
45
possuem investimento no momento, porém pretendem investir em breve
representando 54,94% da amostra, e por fim, 10,30% dos respondentes
presentes em 24 dos 233 questionários válidos não possuem investimento nem
pretendem investir em breve.
No que se refere ao tipo de investimentos conforme o Gráfico 8 -
Investimentos, é possível observar que dos respondentes que têm recursos
financeiros investidos ou pretendem investir em breve o maior investimento
visado é em Poupança, presente em 154 questionários representando 47,8%
dos investimentos seguido dos investimentos em Títulos de renda fixa presente
em 38 casos e Previdência privada também presente em 38 casos, o que
representa 11,8% dos investimentos. Logo depois tem-se investimentos em
Fundos de investimento/Fundos imobiliários como investimentos em 30 casos
da amostra (9,3%). Ações/Debêntures esteve presente em 9,0% (29 casos),
dos quais o respondente possui ou pretende possuir em breve em
investimento. Títulos públicos estiveram presentes em 27 casos representando
8,4% desses. Por fim, 6 casos assinalaram que possuem outros tipos de
investimentos (1,9%) em que estiveram presentes: Consórcio, Imóveis,
Terrenos e Títulos de capitalização. Na referida questão foi aplicado o método
de múltiplas respostas com um total de 233 questionários foram obtidos 322
casos. Desta forma, assim fica a distribuição da Questão 10, Qual tipo de
investimento possui atualmente ou pretende possuir em breve?
Gráfico 8 - Investimentos
Fonte: Elaboração do autor 2016
154
30
38
27
38
29
6
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Poupança
Fundos de investimento/Fundos imobiliários
Previdência Privada
Títulos Públicos
Títulos de renda fixa (CDB, LCI, LCS, Outros)
Ações, Debêntures
Outros
46
Desta forma, foi feita uma análise de tabulação cruzada que possibilita
classificar e distinguir o tipo de respondente ao qual possui ou se não possui,
pretende investir em breve demonstrando seus investimentos presentes ou
visados. Foi aplicado o método de múltiplas respostas em tabulação cruzada
com um total de 233 questionários, eliminando 26 aos quais as respostas foram
que não possuem nem pretendem possuir investimentos em breve. Restando
207 questionários aos quais responderam que possuem ou pretendem possuir
algum investimento em breve e classificando por tipo de investimento.
47
x9*$x10 Tabulação cruzada
Questão 10a
Total Poupança
Fundos de investimento /
Fundos imobiliários
Previdência Privada
Títulos Públicos
Títulos de renda fixa (CDB, LCI, LCS, Outros)
Ações, Debêntures Outros
Possui algum recurso
financeiro em investimentos?
Sim Contagem 63 7 11 6 12 7 3 79
Não, mas pretendo poupar e investir em breve
Contagem 91 23 27 21 26 22 3 128
Total Contagem 154 30 38 27 38 29 6 207
Tabela 5 - Tabulação cruzada Investimentos Fonte: Elaboração do autor 2016
48
Considerando a questão de múltiplas respostas, o que é possível
observar é que a maior parte dos respondentes não possuem investimentos,
porém pretendem poupar e investir em breve (observado em 128
questionários) representando 61,8%, enquanto 38,2% (79 respondentes)
assinalaram que possuem recursos financeiros em investimentos. O
investimento mais visado é o de poupança, estando presente em 154
questionários de forma que 74,4% dos discentes que possuem ou pretendem
investir algum recurso financeiro visam poupança, enquanto apenas 29
discentes (14%) visam investir em ações, sendo que apenas 7 possuem
investimentos em ações e outros 22 pretendem investir em breve. Enquanto
36,7% estão divididos igualmente entre os investimentos em forma que 11
possuem Previdência privada enquanto 27 pretendem possuir, totalizando 38
casos e Títulos de renda fixa (CDB, LCI, LCS, Outros) à medida que 12
possuem e 26 pretendem possuir tal investimento.
No que se referem ao investidor, as respostas obtidas refletem que na
amostra de 233 discentes do curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio grande do Norte, há predominância de investidores
conservadores (40,3%) assim como os que não são se consideram
investidores (39,5% dos respondentes) o que pode representar 79,8% de toda
a amostra.
Gráfico 9 - Investidor
Fonte: Elaboração do autor 2016
39,5%
40,3%
18,5%
1,3%
0,4%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0%
Não sou investidor
Conservador
Moderado
Agressivo
Muito Agressivo
Gráfico 9 - Investidor
49
Para corroborar com a questão, Ferreira Júnior (2012) conclui que os
indivíduos que aderem aos princípios contábeis tendem a serem mais
conservadores do que aqueles que não aderem. Da mesma forma, os
contadores tendem a ser mais conservadores do que os profissionais de outras
áreas em situações de perda e menos conservadores em situações de ganho,
onde neste caso, a maior parte é conservador ou não se considera investidor.
É constatado também que apenas uma pequena parcela da amostra é
representada por investidores considerados Agressivos (1,3% da amostra) ou
Muito Agressivos (0,4% dos questionários válidos), de modo que apenas 4 dos
respondentes assinalaram essas duas categorias. Por fim, os que se
consideram investidores Moderados foram observados em 43 questionários
válidos, o que representa 18,5% da amostra dos 233 questionários válidos.
Desta forma, na tabela seguinte é analisada a frequência presente na
amostra através de tabulação cruzada com múltiplas respostas relacionando os
Investidores e os Investimentos, de modo a discernir os Investidores ou Não
investidores relacionando-os com seus investimentos visados bem como eles
se consideram como investidores.
50
x11*$x10*x9 Tabulação cruzada
Possui algum recurso financeiro em investimentos?
Questão 10a
Total Poupança
Fundos de investimento
/ Fundos imobiliários
Previdência Privada
Títulos Públicos
Títulos de renda fixa
(CDB, LCI, LCS, Outros)
Ações, Debêntures Outros
Sim
Que tipo de investidor você se
considera?
Não sou investidor Contagem 10 0 1 1 1 1 1 12
Conservador Contagem 41 4 7 3 8 1 1 47
Moderado Contagem 11 3 3 2 3 4 1 18
Agressivo Contagem 1 0 0 0 0 0 0 1
Muito Agressivo Contagem 0 0 0 0 0 1 0 1
Total Contagem 63 7 11 6 12 7 3 79
Não, mas pretendo poupar e
investir em breve
Que tipo de investidor você se
considera?
Não sou investidor Contagem 42 6 11 7 10 8 0 58
Conservador Contagem 35 7 12 6 11 1 1 44
Moderado Contagem 14 10 4 7 4 12 1 24
Agressivo Contagem 0 0 0 1 1 1 1 2
Total Contagem 91 23 27 21 26 22 3 128
Tabela 6 – Investidores e investimentos Fonte: Elaboração do autor 2016
51
Vê-se que a maior parte da amostra de múltiplas respostas está
concentrada em não investidores (128 respondentes) dos quais avaliados
através da porcentagem de casos, 71,1% têm preferência por investimentos
em poupança (presente em 91 questionários) seguidos por investimentos em
previdência privada com 21,1% das respostas e títulos de renda fixa em 20,3%
(observados em 27 e 26 casos respectivamente) seguidos 18% em fundos de
investimento/fundos imobiliários, 17,2% ações e debêntures, 16,4% títulos
públicos e por fim, 2,3% em outros investimentos. Observando a
predominância de respondentes que se consideram não investidores (45,3%)
visto em 58 questionários e conservadores em 34,4% (presente em 44 casos).
A opção “Moderada” (18,8%) foi assinalada em 24 questionários dos 128 não
investidores enquanto “Agressivo” foi observada em apenas 2 (1,6% dos não
investidores).
Na seção dos que possuem algum recurso financeiro em investimento
com 79 indivíduos, 47 desses se posicionou como investidor “Conservador”
representando 59,5% dos investidores enquanto 18 (22,8% de investidores) se
consideraram “Moderado”. Já os 12 que se consideraram “Não sou investidor”
representam 15,2% desta parcela. Os outros 2,5% estão divididos em dois
respondentes autointitulados como “Agressivo” e “Muito Agressivo”.
Considerando a amostra de múltiplas respostas e porcentagem dos casos, os
investimentos que prevalecem entre os investidores são de poupança (79,7%)
apresentada em 63 casos, 12 investidores com títulos de renda fixa (15,2%) e
11 respondentes com investimentos em previdência privada (13,9%). Enquanto
fundos de investimento/fundos imobiliários (8,9%), ações/debêntures (8,9%) e
títulos públicos (7,6%) obtiveram 7, 7 e 6 respostas respectivamente. Outros
investimentos foram assinalados em 3 casos correspondendo a 3,8% dos
respondentes que possuem recursos financeiros em investimentos.
No questionamento de número 12 é pedido ao respondente que avalie
de 0 a 5 o quanto ele já prestou ou presta de assessoria de investimento para
amigos, para familiares ou terceiros. Foram então avaliadas as respostas da
seguinte forma 0-1 para pouco, 2-3 Intermediário e 4-5 para muito sendo
distribuídas no gráfico 10 que trata de assessoria de investimentos.
52
De tal forma, 64,8% dos respondentes assinalaram que prestaram pouca
assessoria de investimentos para amigos, familiares ou terceiros. Com
frequência intermediária 29,2% dos discentes prestam tal assessoria e apenas
6,0% prestam muita assessoria de investimentos assim indicado. O que indica
que a maior parte dos discentes do curso de ciências contábeis presta com
pouca frequência assessoria de investimentos ou não visam prestar tal serviço
para amigos, familiares ou terceiros.
Gráfico 10 - Assessoria de investimentos
Fonte: Elaboração do autor 2016
Na pergunta de numero 11 é questionado se o respondente conhece
algum amigo ou familiar que tem investimento em mercado de capitais como
observado no gráfico a seguir.
Gráfico 11 - Conhece investidor em mercado de capitais?
Fonte: Elaboração do autor 2016
151
68
14
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Pouco
Intermediário
Muito
44,21%55,79%
Sim
Não
53
Assim, é verificado que 130 (55,8%) dos respondentes não conhecem
algum amigo ou familiar que tem investimento em mercado de capitais
enquanto 103 (44,2%) não conhecem.
E encerrando a Parte I - Perfil do respondente, tem-se como indagação
“quais são suas expectativas de área de atuação” em que o respondente
possui 9 possíveis áreas, de forma a se assinalar múltiplas respostas além de
uma décima alternativa de forma a indicar outra área de atuação não indicada
nas alternativas assim observadas no gráfico 12. Enquanto apresentada de
forma de pergunta aberta, a alternativa “Outra” foi disposta para que fosse
possível exibir uma área que não estava entre as opções evidenciadas
podendo ser esta observada na Tabela 6.
Gráfico 12 - Expectativas de áreas de atuação
Fonte: Elaboração do autor 2016
Desta forma, como se observa no gráfico acima, através da
porcentagem de casos a representatividade da distribuição de expectativas em
áreas de atuação da amostra foi a seguinte: Concurso Público com 48,5% dos
casos, de forma que o “concurso público” se mistura com as outras áreas
apresentadas por ser um meio de ingresso nestas, Auditoria em 29,6% seguido
por Contabilidade Privada (25,8%), a Contabilidade Pública (21,9%),
Consultoria Contábil com 19,7%, então a Contabilidade Tributária 15,9%,
enquanto Perícia Contábil 14,6% Área Acadêmica com frequência de 12,4%
em relação aos casos, a Controladoria (8,2%) e em 2,6% dos casos foi
assinalado pelos respondentes na opção “Outra” área de atuação, as quais
69
60
19
34
29
46
51
37
113
6
0 20 40 60 80 100 120
Auditoria
Contabilidade Privada
Controladoria
Perícia Contábil
Área acadêmica
Consultoria Contábil
Contabilidade Pública
Contabilidade Tributária
Concurso
Outra
54
foram identificadas como as áreas bancária presente em 1 (um) caso, área
financeira presente em 2 (dois) questionários, não sabe encontrada em 1 (uma)
resposta, terceiro setor identificado em 1 (um) dos casos, e na área trabalhista
também identificada em 1 (um) caso, que estão registradas e distribuídas na
tabela 7 – Expectativas em outras áreas de atuação:
Quais são suas expectativas de área de atuação?
Frequência Porcentual
Válido
Acumulado 227 97,5%
Bancária 1 0,4%
Financeira 2 0,9%
Não sabe 1 0,4%
Terceiro Setor 1 0,4%
Trabalhista 1 0,4%
Total 233 100,0
Tabela 7 - Expectativas em outras áreas de atuação Fonte: Elaboração do autor 2016
De forma que dos 227 questionários válidos, apenas 6 assinalaram
outras áreas de atuação somando 2,6% da porcentagem de casos e 1,3% da
porcentagem acumulada.
4.2 Percepções gerais sobre o mercado financeiro e de capitais no
curso de Ciências Contábeis
Na segunda seção dos questionários, o objetivo é de caracterizar os
respondentes da pesquisa quanto ao seu perfil. Foram então avaliadas as
respostas da seguinte forma: 0-1 para conhecimento insuficiente, 2-3
conhecimento intermediário e 4-5 para excelente conhecimento, assim
distribuídos no Gráfico 13 sendo então observada uma concentração de 96,1%
entre conhecimento intermediário e insuficiente, estando fracionados em 34,8%
para conhecimento insuficiente e 61,4% de forma que apenas 3,9% (presente
em 9 questionários) assinalaram que tinham excelente conhecimento. Também
foram verificadas a média de 1,9 (entre 0 a 5) e desvio padrão da amostra em
1,014. Deste modo, na questão de número quinze teve o seguinte
questionamento seguinte “Como você se sente a respeito dos seus
55
conhecimentos relacionados ao mercado financeiro e de capitais brasileiro?” a
serem analisadas suas frequências no gráfico a seguir:
Gráfico 13 - Conhecimento de Mercado Financeiro e de Capitais Brasileiro
Fonte: Elaboração do autor 2016
No que se refere questão seguinte, foi solicitado que o respondente
identificasse entre 0 a 5 qual seu nível de interesse, como aluno de Ciências
Contábeis acerca de conhecimentos relacionados ao mercado financeiro e de
capitais. Desta forma, assim foi distribuída a amostra em três subgrupos, 0-1
para pouco interesse, 2-3 interesse intermediário e 4-5 para muito interesse.
Gráfico 14 - Interesse em Mercado Financeiro e de Capitais
Fonte: Elaboração do autor 2016
Foi identificado que 54,1% da amostra têm muito interesse no assunto,
enquanto apenas 5,6% demonstram pouco interesse e 40,3% indicam
81
143
9
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
13
94
126
0
20
40
60
80
100
120
140
Pouco interesse Interesse intermediário Muito interesse
56
interesse intermediário em conhecimentos relacionados ao mercado financeiro
e de capitais. Constatando também uma média de 3,48 das respostas de 0 a 5
com um desvio padrão de 1,193 entre os questionários válidos.
Também foi avaliada pelo respondente a relevância do estudo
acadêmico da temática acerca do mercado financeiro e de capitais para o
curso de Ciências Contábeis como analisada no próximo gráfico.
Gráfico 15 - Relevância do estudo acadêmico
Fonte: Elaboração do autor 2016
Desse modo, 64,8% dos respondentes indicaram (entre 0 a 5) que há
muita relevância no estudo acadêmico da temática do mercado financeiro e de
capitais para o curso de Ciências Contábeis, tendo sido a amostra dividida em
três subgrupos, 0-1 para pouca relevância, 2-3 relevância intermediária e 4-5
para muita relevância. Apenas 5,6% avaliaram que há pouca relevância do
estudo acadêmico da temática em questão para o curso de ciências contábeis
enquanto 29,6% (presente em 69 questionários válidos). Entre 0 a 5 das
escolhas dos respondentes, a média foi de 3,82 apresentando um desvio
padrão de 1,228.
Na seguinte questão (de número 18) foi avaliada pelo respondente a
preparação dos estudantes de Ciências Contábeis para investirem/atuarem
com mercado de ações e derivativos.
13
69
151
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Pouca relevância Relevância intermediária Muita relevância
57
Gráfico 16 - Preparação para investir ou atuar
Fonte: Elaboração do autor 2016
Observa-se que a maior concentração está em “preparação
intermediária” presente em 116 dos 233 questionários válidos e totalizando
49,8% da amostra. Enquanto os que avaliaram por pouca preparação do
estudante de ciências contábeis para investirem / atuarem com mercado de
ações e derivativos foram de 29,6% (69 casos) e os outros 20,6% foram
identificados em 48 casos avaliaram como “muita preparação”. Enquanto a
amostra foi fracionada em três partes, vermelho para 0-1 para pouca
relevância, azul para 2-3 Relevância intermediária e 4-5 para muita relevância
na cor verde. A média apresentada na questão indicada foi de 2,37 e desvio
padrão observado de 1,333.
Para corroborar com o assunto, Lima (2011) ao identificar os
componentes curriculares do curso de Ciências Contábeis das instituições
federais de ensino superior do Brasil, observou que estas possuíam disciplinas
com foco nas empresas, todavia com conteúdo útil a ser adaptado para auxiliar
pessoas físicas nas tomadas de decisões de caráter financeiro. Deste modo, o
mesmo autor trata o curso de ciências contábeis como um dos principais no
que se refere à educação financeira, porém como ciência social, tem
contribuído pouco para o tema.
Por fim, na questão 19, o respondente avalia entre 0 a 5 o conteúdo
curricular atualmente apresentado no curso de Ciências Contábeis, no que se
69
116
48
0
20
40
60
80
100
120
140
Pouca preparação Preparação intermediária Muita preparação
58
refere ao tema de Mercado Financeiro e de Capitais. Foi observada uma média
de 2,16 bem como um desvio padrão de 1,214 na amostra avaliada.
Gráfico 17 - Conteúdo Curricular Fonte: Elaboração do autor 2016
Desta forma, foi observado que a maior parte dos alunos avalia o
conteúdo curricular dos temas de mercado financeiro e de capitais atualmente
apresentados no curso de ciências contábeis como intermediário, presente em
126 dos 233 questionários válidos e representando 54,1% da amostra. Quanto
aos que avaliaram o conteúdo como “insuficiente” foram identificados em 75
casos, representando 32,2% enquanto apenas 13,7% avaliaram o conteúdo
com excelente.
4.3 Percepções gerais sobre o profissional no mercado financeiro e de
capitais
Nas análises referentes à identificação das intensidades das
“percepções gerais que o aluno tem e opina sobre a importância do
conhecimento sobre o mercado financeiro e de capitais, enquanto atuando
como profissional contábil”, a abordagem formulada na questão “20 –
Importância do conhecimento acerca do mercado financeiro e de capitais na
formação contábil”, o resultado registrado está posto no Gráfico 18.
No supracitado gráfico, a seguir apresentado, o que se vê é o registro de
que na amostra dos alunos pesquisados que responderam a esta questão, a
grande maioria representada por 71,7% (167 entrevistados) opinam que acham
importante o “conhecimento acerca do mercado financeiro e de capitais na
75
126
32
0
20
40
60
80
100
120
140
Conteúdo insuficiente Conteúdo intermediário Excelente conteúdo
59
formação do profissional contábil”, ou seja, acreditam que na formação
enquanto aluno, é necessário o repasse e a assimilação dos conhecimentos
que versam sobre o mercado financeiro e de capitais, para que o profissional
tenha êxito, quando for fazer os investimentos e proceder com o seu trabalho
nesta área, enquanto contabilista.
Gráfico 18 - Importância para o profissional
Fonte: Elaboração do autor 2016
É relevante ressaltar que da porção complementar que resta na amostra
dos respondentes para esta questão, a indicação relativa à “Importância
intermediária registrou a marca percentual de 27,0% (63 respondentes),
enquanto somente o equivalente a 1,3% (3 casos) que consideraram de pouca
importância ou nenhuma importância o conhecimento que envolve o mercado
financeiro e de capitais.
Para colaborar com o resultado acima, se faz necessário citar os
estudos de Saito e Savoia (2009), que possibilitam a compreensão sistêmica
da relevância do conhecimento que forma o profissional contábil, sendo que na
opinião dos dois pesquisadores, esta compreensão sistêmica está sustentada
por três pilares, a saber: (a) a relação existente entre a Teoria de Finanças e da
Contabilidade; (b) a evolução da função desempenhada pelos profissionais da
área; (c) a relevância dos impactos das informações contábeis sobre os
agentes econômicos.
Diante da afirmação anterior de Saito e Savoia (2009), o que se pode
extrair como afirmação é que o discente como futuro profissional contábil
necessita de uma visão sistêmica de conhecimentos para enfrentar o mercado
financeiro e de capitais, de forma que, quando na sua formação acadêmica o
3
63
167
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Pouca importância Importância intermediária Muita importância
60
conteúdo curricular das disciplinas contemple conhecimentos necessários para
que este futuro profissional, adquira essa compreensão dialética tão necessária
para a sua atuação.
Nas cinco perguntas seguintes o respondente indica em termos de
percepção, qual seu nível de conhecimento a cerca de alguns termos
relacionados diretamente ao mercado financeiro e de capitais.
Na questão de número 21 foi indicado pelo respondente qual seu
conhecimento no que se refere a lote padrão e lote fracionário, de maneira a
ser indicado entre 0 a 5 sendo avaliado o conjunto de dados da seguinte forma:
0-1 para conhecimento insuficiente, 2-3 conhecimento intermediário e 4-5 para
excelente conhecimento. Nos resultados obtidos verificou-se uma média de
0,79 e um desvio padrão de 1,216, refletindo uma avaliação baixa em termos
de conhecimento da amostra no que se refere a lote padrão e lote fracionário.
Gráfico 19 - Lote padrão e lote fracionário
Fonte: Elaboração do autor 2016
É possível observar que a maior concentração dos dados está
categorizada em “conhecimento insuficiente” representando 43,8% da amostra
e assim presente em 181 dos questionários válidos. Conhecimento
intermediário esteve presente em 44 casos e representa 31,3% da amostra,
enquanto apenas 24,9% assinalaram um excelente conhecimento acerca de
lote padrão e lote fracionário.
Na questão seguinte, foi assinalada a percepção de conhecimento sobre
operações em day-trade e swing trade (variando de 0 a 5) a qual foi obtida uma
média de 0,81 com um desvio padrão apresentado em 1,286, demonstrando
181
44
8
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
61
que a amostra não avalia seus conhecimentos sobre o tema com um bom
nível. O conjunto de dados foi organizado da seguinte forma: 0-1 para
conhecimento insuficiente, 2-3 conhecimento intermediário e 4-5 para
excelente conhecimento assim como observado no gráfico 20.
Gráfico 20 - Operações day-trade e swing trade
Fonte: Elaboração do autor 2016
Na questão 22, 184 discentes do curso de ciências contábeis da UFRN
avaliaram que possuem conhecimento insuficiente em relação ao tema, o que
representa 79,0% da amostra. Enquanto 15,5% (36 respondentes)
demonstraram ter conhecimento intermediário e apenas 13 casos (5,6%)
assinalaram possuir excelente conhecimento no que se refere a operações
day-trade e swing trade.
Referindo-se às percepções de conhecimento sobre contratos futuros
BM&F, a questão seguinte foi escalada entre 0 a 5, de forma que o
respondente avaliasse seu conhecimento sobre o tema. Foi encontrada uma
média de 1,23 entre os 233 questionários válidos e com um desvio padrão
avaliado em 1,326. No gráfico seguinte, observa-se a concentração da amostra
agrupada em três grupos (0-1 para conhecimento insuficiente, 2-3
conhecimento intermediário e 4-5 para excelente conhecimento).
184
36
13
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
62
Gráfico 21 - Contratos futuros BM&F
Fonte: Elaboração do autor 2016
Dessa forma, é observável que a maior concentração (66,1%) dos
discentes está avaliada em conhecimento insuficiente, observada em 154
casos, enquanto 27% assinalaram que possuem conhecimento intermediário
(63 questionários) e apenas 16 (6,9%) respostas identificadas como excelente
conhecimento sobre Contratos Futuros BM&F.
Quanto a percepção relacionada ao qual seria o conhecimento sobre o
termo home brooker por parte do respondente, e considerando a distribuição
de 0 a 5, a amostra foi distribuída em três grupos 0-1 para conhecimento
insuficiente, 2-3 conhecimento intermediário e 4-5 para excelente
conhecimento.
Gráfico 22 - Home broker
Fonte: Elaboração do autor 2016
154
63
16
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
178
38
17
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
63
Como observado no gráfico acima, a maior parte da amostra se
concentra no grupo de conhecimento insuficiente, representada em 76,4%
quando observada em 178 casos, enquanto 38 dos discentes (16,3%)
avaliados são identificados por conhecimento intermediário quanto ao termo
“home broker”. Por fim, 17 dos questionários válidos assinalaram que possuem
excelente conhecimento quanto ao termo apresentado, representando apenas
7,3% da amostra analisada. Foi também identificada a média da amostra (0,88)
bem como desvio padrão de 1,360 das alternativas avaliadas em 0 a 5.
Por fim, na questão 25 “Qual seu grau de conhecimento sobre ações
ordinárias e preferenciais?”, traz o resultado registrado no Gráfico 23, conforme
agrupamento nos seguintes grupos de resposta: 0-1 para conhecimento
insuficiente, 2-3 conhecimento intermediário e 4-5 para excelente
conhecimento.
Gráfico 23 - Ações ordinárias e preferenciais Fonte: Elaboração do autor 2016
É possível observar que o gráfico está com uma melhor distribuição em
relação aos das questões 21 a 24, de forma que a amostra avalia possuir um
conhecimento maior sobre as ações ordinárias e preferenciais do que em
relação a outros termos identificados no mercado financeiro e de capitais, com
uma média de 2,11 e um desvio padrão avaliado em 1,690 de forma que o
maior grupo continua a ser o de “conhecimento insuficiente” que nessa questão
foi observado em 102 casos, representando 43,8% da amostra. Sendo
102
73
58
0
20
40
60
80
100
120
Conhecimento insuficiente Conhecimento intermediário Excelente conhecimento
64
identificados 73 casos como conhecimento intermediário (31,3%) e excelente
conhecimento em 24,9% da amostra (58 questionários válidos).
4.4 Percepções técnicas e específicas inerentes ao mercado financeiro
e de capitais
No que se refere à “Parte IV – Percepções técnicas e específicas
inerentes ao mercado financeiro e de capitais”, o que foi analisado foi o
conhecimento do respondente quando questionado sobre assuntos específicos
e técnicos relacionados ao mercado financeiro e de capitais, de forma que cada
pergunta possui quatro alternativas, onde apenas uma das alternativas é a
correta, duas são erradas e a quarta alternativa se identifica por “não sei
responder”.
Nesta parte, o que é analisado é a quantidade de acertos das questões
e a relação dos acertos com o perfil do respondente da forma a ser distribuída
a seguir:
Gráfico 24 - Acertos
Fonte: Elaboração do autor 2016
É possível reconhecer que as questões que obtiveram menos acertos
foram as questões 28 e 32 relacionadas a Hedge e Units respectivamente,
demonstrando pouca familiaridade com o assunto com 6 e 8 acertos
respectivamente, enquanto as questões 26 (Mercado de Títulos), 27 (Swaps),
29 (LCI) e 33 (Mercado de Opções) tiveram uma média de 46 acertos. Já as
53
8
90
150
47
6
39
45
0 20 40 60 80 100 120 140 160
33.
32.
31.
30.
29.
28.
27.
26.
33. 32. 31. 30. 29. 28. 27. 26.
65
questões 30 e 31, onde foi questionado sobre a supervisão de Comissão de
Valores Mobiliários (sobre as sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários) e sobre as Ações Ordinárias obtiveram 150 e 90 acertos
respectivamente, demonstrando familiaridade da amostra quanto aos temas
relacionados, foram essas questões com mais acertos, de forma que entre os
233 questionários, foram obtidos um total de 438 acertos entre as 8 questões.
A seguir, é analisado como estão distribuídos os números de acertos por
indivíduo na tabela abaixo:
Frequência Porcentual Porcentagem acumulativa
Válido
0 49 21,0 21,0 1 59 25,3 46,4 2 52 22,3 68,7 3 35 15,0 83,7 4 25 10,7 94,4 5 9 3,9 98,3 6 3 1,3 99,6 7 1 ,4 100,0 Total 233 100,0
Tabela 8 – Quantidade de Acertos Fonte: Elaboração do autor 2016
É observado que 83,7% da amostra acertaram três ou menos das
questões. Desta forma, 49 dos questionários válidos erraram ou não souberam
responder nenhuma das oito questões dispostas no questionário aplicado
representando 21% da amostra. Em 59 casos foi identificado um acerto, o que
representa 25,3% da amostra. 52 discentes do curso (22,3%) acertaram duas
questões, enquanto erraram ou não souberam responder as outras seis. 15%
dos casos (35 casos) acertaram três questões enquanto erraram ou
assinalaram que não saberiam responder. Apenas 16,3% da amostra obteve
quatro até sete acertos, de forma que nenhum dos indivíduos acertou as oito
questões dispostas nos questionários: 25 discentes (10,7%) acertaram quatro,
3,9% (9 casos) acertaram cinco, 1,3% acertaram seis questões (3 indivíduos) e
apenas 1 dos estudantes acertou sete questões, representando apenas 0,4%
da amostra.
Foi também observada uma média de 137 casos assinalados (59% das
vezes) como “Não sei responder” por questão entre as oito questões aplicadas,
de forma a ser distribuída na tabela a seguir:
66
x26 x27 x28 x29 x30 x31 x32 x33 Média
Total válidos 233 233 233 233 233 233 233 233 -
Não sei responder 129 138 175 170 58 88 175 166 137,38
Percentual 55,4% 59,2% 75,1% 73,0% 24,9% 37,8% 75,1% 71,2% 59,0% Tabela 9 – Quantidade de Acertos Fonte: Elaboração do autor 2016
Para corroborar com o tema, observa-se que no trabalho realizado por
Dantas (2015) foi observado entre os alunos concluintes do curso de ciências
contábeis do CERES - Caicó e nos resultados obtidos com a pesquisa que o
conhecimento dos alunos sobre Valor Justo é baixo e que os mesmos
discentes entendem que a contribuição do CERES para que o aluno conheça o
tema é baixa. Diante disso, torna-se, assim, um fato que merece atenção na
Academia, assim como os outros pronunciamentos, da mesma forma com que
nesta pesquisa é observado no caso dos alunos do curso de Ciências
Contábeis de Natal, conforme item 4.2 da nossa análise, que os alunos
afirmam que há pouco ou intermediário conhecimento, muito interesse, muita
relevância para o estudo do tema, porém o conteúdo é “intermediário”.
Quantidade de acertos Período do curso
Total 1º ao 2º 3º ao 4º 5º ao 6º 7º ao 8º 9º ao 10º
0 11 12 12 8 6 49 1 15 15 17 7 5 59 2 8 13 10 16 5 52 3 5 7 6 12 5 35 4 2 2 4 12 5 25 5 1 2 3 1 2 9 6 0 1 0 1 1 3 7 0 0 0 0 1 1
Total 42 52 52 57 30 233 Tabela 10 – Quantidade de Acertos x Período
Fonte: Elaboração do autor 2016
Na tabela acima, analisa-se a distribuição dos acertos através da tabela
de referência cruzada, na qual observa-se que a 93% dos discentes (39 casos)
do 1º ao 2º período não conseguiram acertar mais do que 3 das questões
propostas. Esta proporção cai um pouco para o grupo do 3º ao 4º período,
onde 90% erraram ou não souberam (47 questionários) responder 5 ou mais
questões. Nos períodos seguintes essa proporção continua a cair, de modo
que do 5º ao 6º período 87% dos indivíduos dispostos nesse grupo acertaram
67
até 3 questões propostas (45 dos casos). Do 7º ao 8º período 43 discentes
(75% do grupo) só conseguiram acertar até 3 questões, enquanto erraram ou
não souberam responder as demais questões, o que mostra que 25% destes
obtiveram 4 a 6 acertos. Por fim, no grupo relacionado aos discentes incluídos
do 9º ao 10º período 30% desses (9 discentes) conseguiram acertar de 4 a 7
questões, sendo 7 a maior quantidade de acertos observada na amostra,
enquanto nos que acertaram um máximo de até 3 questões propostas e dos
que erraram ou não souberam responder as demais perguntas caiu para 70%
da proporção (21 discentes). Isso demonstra que, com o passar do curso, o
discente adquire conhecimento aplicável, já que o número de erros ou
abstenções diminui gradativamente com o passar dos grupos analisados.
Através da análise de agrupamento (clusters), foi possível a elaboração
do dendrograma a ser analisado a seguir, de forma a identificar os
agrupamentos entre as questões identificadas através do número de acertos "A
análise de agrupamentos (ou cluster analysis) foi realizada com o auxílio do
software IBM SPSS Statistics versão 21.0, fazendo-se necessária a escolha de
variáveis a partir das quais os grupos similares são formados. Para a formação
dos agrupamentos, utilizou-se a regra da ligação simples (single linkage)
semelhantes e medidas de distâncias Euclidianas (Euclidean distances)”.
68
Figura 9 - Clusters
Fonte: Elaboração do autor 2016
Através da análise do Dendrograma (Figura 9) e adotando um corte na
Distância Euclidiana no ponto 19, obtém-se a definição de um agrupamento
mais abrangente que engloba as seguintes questões: 28, 32, 27, 26, 29 e 33,
referente a quantidade de acertos - baixos e médios. Na mesma figura, e
resultante deste corte no ponto 19, a análise registra a formação de dois outros
agrupamentos (que se caracterizam pela presença de apenas uma só variável,
em cada agrupamento), ou seja, o agrupamento referente a questão 30
(sobre a CVM), e o agrupamento da questão 31 (relacionada a Ações
Ordinárias) que se apresentam como temas mais familiares aos respondentes,
ou seja, são vistos com frequência pelos discentes, e em consequência, com
acertos relativamente maiores. Esses resultados mostram que as questões que
obtiveram um maior número de acertos (90 e 150 respectivamente) foram as
que ficaram mais longe do grupo formado pelas outras questões agrupadas, ou
seja, para este corte determinam os dois agrupamentos com maiores
69
quantidades de acerto, no caso, as questões que tratam sobre a CVM e sobre
Ações Ordinárias.
Se adotado um corte na Distância Euclidiana no ponto 5, obtém-se então
a definição de um agrupamento, entre as questões 28 e 32, justamente aquelas
com temas menos familiares aos discentes do Curso de Ciências Contábeis,
questões estas que tratavam sobre Hedge (questão 28) e relacionada a
Units (questão 32), enquanto as demais questões formam agrupamentos
únicos isolados. Resultados esses que demonstram que as questões que
obtiveram um menor número de acertos (6 e 8 acertos respectivamente) foram
deste agrupamento analisado formado por estas duas variáveis (x28.1 e
x32.1), apontando dificuldades no assunto relacionado ao tema abordado.
Foi também utilizado Escalonamento Multidimensional, na qual a base
de dados utilizou-se os coeficientes de similaridade. O resultado da análise é
semelhante ao resultado da análise de clusters com as seguintes coordenadas
de distribuição:
Coordenadas finais
Dimensão 1 2
26 0,081 -0,525 27 -0,298 0,488 28 -0,536 0,141 29 -0,415 -0,512 30 1,002 -0,250 31 0,437 0,649 32 -0,491 -0,022 33 0,220 0,030
Tabela 11 – Coordenadas Escalonamento Multidimensional Fonte: Elaboração do autor 2016
Foi utilizada a matriz de distância euclidiana por proximidade (com os
mesmos coeficientes adotados para a análise de agrupamentos em clusters),
onde as distâncias entre as variáveis (Questões) são identificadas a seguir:
70
Matriz de proximidade
Entrada de arquivo de matriz 26 27 28 29 30 31 32 33
26 0,000 7,746 7,000 8,000 10,724 9,434 6,856 7,746 27 7,746 0,000 5,916 7,616 11,180 9,000 6,083 8,124 28 7,000 5,916 0,000 7,000 12,083 9,381 3,162 7,280 29 8,000 7,616 7,000 0,000 11,269 9,327 7,000 8,000 30 10,724 11,180 12,083 11,269 0,000 9,695 12,083 10,909 31 9,434 9,000 9,381 9,327 9,695 0,000 9,381 9,110 32 6,856 6,083 3,162 7,000 12,083 9,381 0,000 7,141 33 7,746 8,124 7,280 8,000 10,909 9,110 7,141 0,000
Tabela 12 – Distâncias de proximidade Fonte: Elaboração do autor 2016
Onde são usadas como parâmetro as seguintes medidas de stress e
ajuste: Stress bruto normalizado 0,05091; Stress-I 0,22564; Stress-II 0,60893;
Stress S 0,13257; Dispersão contabilizada para (D.A.F.) 0,94909; Coeficiente
de congruência de Tucker 0,97421. O valor “Stress bruto normalizado" é
próximo de zero (que neste caso foi 0,05091) e o valor "Coeficiente de
congruência de Tucker” foi próximo de um (que neste caso foi 0,97421), desta
forma, tem-se um bom ajuste.
Figura 10 – Escalonamento Multidimensional
Fonte: Elaboração do autor 2016
71
Observe que na coluna "dimensão 1" os valores que correspondem as
questões 28 e 32 que abordavam temas sobre Hedge e Units
respectivamente, são os menores (-0,536 e -0,491 respectivamente), assim no
eixo y (dimensão 2) os pontos que correspondem a essas questões estão mais
próximos, por outro lado, os pontos que obtiveram maior número de acertos
está mais distante do eixo y (dimensão 2), são os pontos correspondentes as
questões 30 e 31 são os maiores (1,002 e 0,437 respectivamente). Enquanto
os demais pontos são distribuídos entre estes, porém mais próximos do eixo y
(dimensão 2) o que mostra que os demais grupos estão mais próximos dos
pontos x28 e x32.
É possível observar que as questões 30 (relacionada a CVM) e 31
(sobre Units) ficaram mais distantes das demais questões assim como na
análise anterior, da mesma forma que o ponto x30.1 está em um ponto mais
distante dos outros, já que foi a questão com maior número de acertos e ao
mesmo tempo distante do ponto x31.1 demonstrando que não formam o
mesmo agrupamento.
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É indiscutível a influência do Mercado Financeiro e de Capitais sobre a
vida das pessoas, do mesmo modo, tem-se contabilidade a exercer sua
influência sobre esses, na medida quanto mais o mercado se desenvolve, a
evolução da contabilidade é cada vez mais visível. O trabalho realizou uma
análise ao relacionar a contabilidade e mercado financeiro e de capitais de
forma que os pilares dessa relação se dão através da análise de informações
contábeis (Análise fundamentalista), contabilidade na tomada de decisões das
empresas (Controladoria) e através da validação das informações contábeis
asseguração de informações contábeis fidedignas, defendendo a ampliação do
papel da Auditoria na governança corporativa.
Dessa forma, é de extrema importância o estudo acadêmico de Mercado
Financeiro no de Ciências Contábeis, visto que os discentes demonstram
possuir interesse no tema, porém não têm conhecimento suficiente para atuar
ou até mesmo investir no mercado.
O primeiro objetivo específico proposto foi de evidenciar a relevância do
estudo de mercado financeiro para o curso de Ciências Contábeis,
desenvolvendo fundamentação teórica para isso, como também dos
componentes curriculares do curso (estando presentes temas relacionados)
tendo este objetivo atingido.
Da mesma forma, entender o papel do contador do sistema financeiro
nacional é crucial para esta pesquisa, já que o curso de ciências contábeis
forma o profissional para atuar neste segmento cujas necessidades particulares
são muitas vezes pouco exploradas, trazendo para o profissional bem
preparado vantagens particulares.
É observada também a presença de temas relacionados ao Mercado
Financeiro e de Capitais na grade curricular do curso, porém nenhuma dessas
disciplinas obrigatórias com foco para pessoa física e investimentos.
Entretanto, o curso apresenta noções de Mercado Financeiro e de Capitais em
seus componentes curriculares obrigatórios, optativos e/ou em projetos
pedagógicos alternativos, mas voltado para empresas. Sendo possível analisar
também que os discentes adquirem conhecimento com o passar do curso, visto
73
que a média de acertos cresce à medida que se passam os períodos
estudados assim como observado na tabela abaixo:
Período do curso Média N Desvio padrão 1º ao 2º período 1,40 42 1,270
3º ao 4º período 1,65 52 1,440
5º ao 6º período 1,65 52 1,454
7º ao 8º período 2,35 57 1,445
9º ao 10º período 2,43 30 1,924
Total 1,88 233 1,527
Tabela 13 – Quantidade de Acertos Fonte: Elaboração do autor 2016
Entre um total de 8 perguntas aplicadas, a média da amostra foi de 1,88
de tal modo que há um crescimento visível na média de acertos com o passar
dos períodos analisados, onde os primeiros períodos tiveram uma menor média
de acertos (1,40) enquanto cresce para 1,65 nos 3º ao 6º período, no 7º e 8º a
média de acertos sobe para 2,35 e nos últimos períodos é identificada a maior
média (2,43). Ou seja, é agregado conhecimento sobre mercado financeiro e
de capitais para os alunos no decorrer do curso.
Os discentes do curso de Ciências Contábeis têm como principais áreas
visadas para atuação as seguintes: Concurso público, Auditoria e Contabilidade
Privada, sendo essas áreas onde o conhecimento acerca de Mercado
Financeiro e de Capitais pode ser muito útil para estes alunos, e podendo
trazer competitividade maior para aqueles que dominarem o tema.
É observado interesse dos alunos pela temática abordada, porém é
registrado um baixo grau de conhecimento principalmente para os temas pouco
familiares aos discentes, como por exemplo, Hedge e Units, enquanto outros
temas que são usualmente tratados no Mercado Financeiro e de Capitais
inclusive no decorrer do curso e no dia a dia, através de notícias em meios de
comunicação são mais familiares aos discentes e consequentemente tiveram
maiores frequências de acertos entre a amostra como, por exemplo, CVM e
Ações Ordinárias, enquanto os outros temas obtiveram um resultado de
acertos médio dentre os resultados (Mercados de Títulos, Swaps, LCI e
Mercado de Opções). É necessário que o curso leve em consideração esses
resultados a fim de aprimorar os conhecimentos oferecidos aos alunos da
74
graduação quanto ao tema de Mercado Financeiro e de Capitais, considerando
que foi registrado entre a amostra muito interesse para com o tema, porém
conhecimento insuficiente.
Para pesquisas futuras, recomenda-se a ampliação do universo da
pesquisa, buscando outras Instituições de Ensino Superior, bem como a
verificação da influência cultural quanto ao tema, comparando os ambientes
culturais envolvidos com os interesses dos alunos de Ciências Contábeis de
diferentes regiões e instituições acadêmicas, conteúdos curriculares e outras
percepções aqui analisadas, comparando os resultados encontrados.
75
REFERÊNCIAS
ANDREZO, Andrea Fernandes. LIMA, Iran Siqueira. Mercado Financeiro: aspectos históricos e conceituais. Pioneira Thomson Learning, 2. ed. 2002. ANTONOVZ, Tatiane. Atitudes éticas dos contadores: evidências recentes de uma pesquisa com alunos e profissionais. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná, 2010. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. - 11. ed. - São Paulo: Atlas, 2012. BAKER, C. Richard; OWSEN, Dwight M. Increasing the role of auditing in corporate governance. Critical Perspectives on Accounting, v. 13, n. 5, p. 783-795, 2002. BEUREN, Ilse Maria [et. al.]. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática, v. 3, p. 76-97. São Paulo: Atlas, 2004. BOYCE, Gordon. Critical accounting education: teaching and learning outside the circle. Critical perspectives on Accounting, v. 15, n. 4, p. 565-586, 2004. BRASIL. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, bacharelado. _______. Conselho Federal de Contabilidade, Normas e os Procedimentos de Auditoria. Resolução n° 321/1972. _______. Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras Providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 1964. BURNS, John; HOPPER, Trevor; YAZDIFAR, Hassan. Management accounting education and training: putting management in and taking accounting out. Qualitative Research in Accounting & Management, v. 1, n. 1, p. 1-29, 2004. CHABRAK, Nihel; CRAIG, Russell. Student imaginings, cognitive dissonance and critical thinking. Critical Perspectives on Accounting, v. 24, n. 2, p. 91-104, 2013. Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Mercado de derivativos no Brasil: Conceitos, produtos e operações. 1ª ed. Rio de Janeiro: BM&FBOVESPA; – CVM, 2015. Comissão de Valores Mobiliários – CVM. O mercado de valores mobiliários brasileiro. 3ª ed. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 2014.
76
Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: < http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp > Acesso em 28 de outubro de 2016. DANTAS, Mariana de Barros. Valor Justo: uma análise da percepção dos alunos concluintes do curso de Ciências Contábeis do CERES-Caicó. Monografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015. FERREIRA JÚNIOR, Gerson. Contador conservador ou ser humano conservador? Um estudo sob a perspectitiva da contabilidade comportamental. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Bahia 2012. FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. - 20. ed. - Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2015. GABRIEL, Mayanna Leny Gomes. 55 Anos do curso de ciências contábeis (UFRN): O passado, o presente e o futuro a partir do perfil dos seus docentes. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016. HAIR, Joseph F. et al. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2005. HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da contabilidade; tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. - 1. ed. - 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012. HILL, Wan Ying. I know where I am going: An essay of changing culture and value perspectives. Critical Perspectives on Accounting, v. 13, n. 5, p. 705-717, 2002. INVESTPEDIA. Ações e Derivativos: O que são Units? Disponível em: <http://www.investpedia.com.br/artigo/O+que+sao+Units.aspx> Acesso em 30 de outubro de 2016. KÜHL, Marcos Roberto; CHEROBIM, A. P. M. S.; SANTOS, A. Contabilidade gerencial e mercado de capitais: O preço das ações em mercado é mais bem explicado por indicadores internos da empresa ou por indicadores externos?. Revista Capital Científico, v. 6, n. 1, 2008. LIMA, Clauderson Fransuylly. Os cursos de ciências contábeis e educação financeira: uma investigação dos componentes curriculares das universidades federais no Brasil. Monografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011. MARTINS, Eliseu [et. al.]. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades, de acordo com as normas internacionais e do CPC. - 2 ed. - São Paulo: Atlas, 2013.
77
MORAES JÚNIOR, Valdério Freire; ARAUJO, Aneide Oliveira. A interdisciplinaridade no curso de Ciências Contábeis: práticas docentes nas universidades do estado do Rio Grande do Norte. 2009. PASSOS, Ivan Carlin. A interdisciplinaridade no ensino e na pesquisa contábil: um estudo do município de São Paulo. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2004. Portal CFC, Conselho Federal de Contabilidade - CFC. Fiscalização, Ética e Disciplina: Maiores Informações sobre a Profissão Contábil. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/coordenadorias/fiscalizacao/faq/faq.php?id=6370> Acesso em 19 de setembro de 2016. PORTO, Maria Alice. Interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis. 2008. RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós graduação. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2009. REIS, Aline de Jesus; DA SILVA, Selma Leal. A história da contabilidade no Brasil. Seminário Estudantil de Produção Acadêmica, v. 11, n. 1, 2008. SAITO, André Taue; SAVOIA, José Roberto Ferreira. O papel da contabilidade e o mercado financeiro. Porto Alegre: Gestão Contemporânea, ano 6, n. 6, 2009. SHLEIFER, Andrei; VISHNY, Robert W. A survey of corporate governance. The journal of finance, v. 52, n. 2, p. 737-783, 1997. SIQUEIRA, José Ricardo Maia de; SOLTELINHO, Wagner. O profissional de controladoria no mercado brasileiro: do surgimento da profissão aos dias atuais. Revista Contabilidade & Finanças, v. 12, n. 27, p. 66-77, 2001. TAVARES, Adilson de Lima. A eficiência da análise financeira fundamentalista na previsão de variações no valor da empresa. 2010.
78
APÊNDICES
APÊNDICE A - Questionário - A percepção dos discentes de contabilidade sobre o mercado de capitais
Este é um instrumento utilizado para coleta de dados da pesquisa de Ives Marcel Oliveira Pinheiro, aluno do Curso de Ciências Contábeis da UFRN, orientada pelo Professor Felipe da Silva Moreira, que objetiva avaliar a percepção dos discentes de contabilidade acerca do mercado financeiro e de capitais. Para alcançar os objetivos, solicitamos a colaboração do (a) senhor (a), para responder o questionário. O tempo médio de resposta esperado é de 12 minutos. Além disso, informamos que garantimos o anonimato do respondente, já que todos os dados serão tratados em conjunto. Solicitamos que responda com maior fidelidade possível a uma situação real.
Parte I – Perfil do respondente
1- Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino 2- Idade ( ) Até 20 anos ( ) De 20 a 25 anos ( ) De 25 a 30 anos ( ) De 30 a 35 anos ( ) Acima de 35 anos 3- Estado Civil ( ) Solteiro ( ) Casado/União Estável ( ) Separado/Divorciado ( ) Outros. 4- Filhos ( ) Não ( ) Sim. Quantos_____. 5- Renda Familiar ( ) Até 1 salário mínimo ( ) De 1 a 3 salários mínimos ( ) De 3 a 6 salários mínimos ( ) De 6 a 10 salários mínimos ( ) Acima de 10 salários mínimos
6- Período do curso ( ) 1º ou 2º período ( ) 3º ou 4º período ( ) 5º ou 6º período ( ) 7º ou 8º período ( ) 9º ou 10º período
7- Ano de ingresso no curso
Ano: ______________ 8- Turno ( ) Manhã ( ) Noite 9- Possui algum recurso financeiro em investimentos? ( ) Sim ( ) Não, mas pretendo poupar e investir em breve ( ) Não e nem pretendo poupar ou investir em breve 10- Qual tipo de investimento possui atualmente ou pretende possuir em breve? (marcar mais de uma opção para vários investimentos) ( ) Poupança ( ) Fundos de investimento/fundos imobiliários ( ) Previdência privada ( ) Títulos públicos ( ) Títulos de renda fixa (CDB, LCI, LCS, Outros) ( ) Ações, Debêntures ( ) Outros. Quais: _____________________ 11- Que tipo de investidor você se considera? ( ) Não sou investidor ( ) Conservador ( ) Moderado ( ) Agressivo ( ) Muito agressivo.
12- De 0 a 5 quanto você já prestou ou presta de assessoria de investimentos para amigos, familiares ou terceiros? (0 – Nunca; 5 – Sempre)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
79
13- Você conhece algum amigo ou familiar que tem investimentos em mercado de capitais? ( ) Sim ( ) Não 14- Quais são suas expectativas de área de atuação? ( ) Auditoria ( ) Contabilidade Privada ( ) Consultoria Contábil ( ) Contabilidade Pública ( ) Controladoria
( ) Perícia Contábil ( ) Área acadêmica ( ) Contabilidade Tributária ( ) Concurso ( ) Outra. Qual: _________________________
Parte II – Percepções gerais sobre o mercado financeiro e de capitais no curso de Ciências Contábeis 15- Como você se sente a respeito dos seus conhecimentos relacionados ao mercado financeiro e de capitais brasileiro? (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
16- Qual é seu interesse como aluno de Ciências Contábeis acerca de conhecimentos relacionados ao mercado financeiro e de capitais? (0 – nenhum interesse; 5 – total interesse)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
17- Como você avalia, em termos de relevância, o estudo acadêmico da temática do mercado financeiro e de capitais, para o curso de Ciências Contábeis? (0 – nenhuma relevância; 5 – total relevância)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
18- Como você avalia a preparação do estudante de Ciências Contábeis para investir/atuar com mercado de ações e derivativos. (0 – nenhuma preparação; 5 – preparação total)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
19- Como você avalia o conteúdo curricular atualmente apresentado no curso de Ciências Contábeis, no que se refere ao tema de Mercado Financeiro e de Capitais? (0 – péssimo; 5 – excelente)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
Parte III – Percepções gerais sobre o profissional no mercado financeiro e de capitais 20- Importância do conhecimento acerca de mercado financeiro e de capitais na formação profissional contábil? (0 – nenhuma importância; 5 – total importância)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
21- Na sua percepção qual seu conhecimento sobre lote padrão e lote fracionário? (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
22- Na sua percepção qual seu conhecimento sobre operações em day-trade e swing trade? (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
23- Na sua percepção qual seu conhecimento sobre contratos futuros BM&F. (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
24- Na sua percepção qual seu conhecimento sobre home broker? (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
25- Qual seu grau de conhecimento sobre ações ordinárias e preferenciais? (0 – nenhum conhecimento; 5 – total conhecimento)
( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
80
Parte IV – Percepções técnicas e específicas inerentes ao mercado financeiro e de capitais
26- Um título de renda fixa, emitido pelo governo federal há três meses, pode ser revendido pelo seu dono no seguinte mercado: a) Mercado primário de títulos b) Mercado de ações c) Mercado secundário de títulos d) Não sei responder 27- Em relação aos derivativos, os contratos que preveem a troca de obrigações de pagamentos periódicos ou fluxos de caixa futuros, por certo período de tempo, são denominados contratos de: a) Hedge b) Swaps c) Opções d) Não sei responder 28- É uma cláusula acessória ao contrato de comissão, no qual o comissário assume o gravame de responder solidariamente pela insolvência das pessoas com quem contratar em nome do comitente. Essa cláusula é denominada. a) Pacto comissório b) Hedge c) Cláusula de swap d) Não sei responder 29- A respeito da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), marque a alternativa correta: a) Possui isenção de IR e prazo mínimo para recompra e resgate. b) Investimento com aplicação máxima de R$ 50.000,00. c) Tributação de IR com alíquota mais alta que outros investimentos. d) Não sei responder 30- As Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVM’s) são supervisionadas pelo seguinte órgão: a) CVM b) CRC c) Bovespa d) Não sei responder 31- Ações comuns, desprovidas de quaisquer restrições, porém não dotadas de privilégios, salvo o direito ao voto. a) Ações nominais b) Ações preferenciais c) Ações ordinárias d) Não sei responder 32- Uma “unit” é formada por: a) Ação ordinária única b) Composição de ações podendo ser ordinárias, preferenciais, entre outras. c) Títulos do governo d) Não sei responder 33- É característica do mercado de opções realizadas em bolsas a: a) Ausência de intermediações por corretoras de valores b) Possibilidade de negociações day trade c) Impossibilidade de hedge d) Não sei responder