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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12 Mercados: Economia Brasileira terá Papel de Destaque em 2013 Apresentamos neste relatório a nossa meta para o Ibovespa, bem como as estimativas para os lucros das empresas de nosso universo de cobertura no ano de 2013. Ao longo dos próximos 12 meses, vemos um cenário ainda com riscos importantes para o mercado de ações (provenientes da China e da Europa) mas, por outro lado, com a diminuição de riscos extremos, tais como o default de países da periferia da Europa, considerando nossa visão de que o BCE agirá para impedi-los. Neste cenário, vemos a dinâmica da economia brasileira desempenhando um papel muito mais importante, conduzindo a recuperação dos lucros e, até mesmo, ajudando a dissipar os temores de mudanças de regras em importantes setores econômicos nos últimos meses de 2012. O mercado de ações brasileiro passou por um ano difícil em 2012, com alta volatilidade e um retorno acumulado no ano de apenas 0,6%, até outubro, em reais e, um ainda pior, -7,1% em dólares. Por outro lado, analisando o desempenho das 150 ações mais líquidas no Brasil, encontraremos alguns números animadores: enquanto 48 ações mostram desempenho inferior ao do Ibovespa, 102 superam o Índice, sendo que 74 tiveram valorização 20% acima do Ibovespa, no acumulado no ano. Olhando para vencedores e perdedores no acumulado no ano, podemos destacar dentre os perdedores as ações dos setores de construção civil, concessionárias de energia elétrica, petróleo, siderurgia, mineração, telecomunicações e bancos, enquanto os vencedores são representados, em grande parte, por ações do segmento de varejo, bens de consumo e outros setores impulsionados pela economia doméstica. Até a divulgação das condições para a renovação de concessões de usinas de energia, as concessionárias de energia elétrica estavam entre os melhores desempenhos em Bolsa - tal como o setor de telecomunicações, que registrou forte realização quando a autoridade reguladora (Anatel) apontou e exigiu providências das empresas, com a necessidade de melhorias da qualidade de serviço. Desconsiderando as surpresas recentes, como a inesperada mudança de regras em certos setores (energia elétrica, telecomunicações e bancos), a estratégia vencedora foi claramente aquela com o foco em casos de investimento expostos à economia doméstica, que tem apresentado performance destacada desde 2010. O pano de fundo econômico para essa estratégia é baseado no atualmente robusto nível de renda real do Brasil e nas taxas de desemprego baixas, que têm mantido as vendas no varejo relativamente fortes, apesar de uma economia fraca. Adicionalmente, para impulsionar o desempenho com base em crescimento dos lucros, esses setores também apresentaram expansão de múltiplos significativa, uma vez que os investidores se mantêm presos a esta estratégia, mesmo com múltiplos elevados. Nossa expectativa é de um crescimento significativo nos lucros das empresas brasileiras em 2013, depois de um ano difícil em 2012. Considerando o LPA do Ibovespa, estimamos expansão de 33,7% no ano de 2013 na comparação com 2012, impulsionada, principalmente, pelo setor imobiliário e por empresas ligadas a commodities industriais. Esperamos este crescimento depois de uma queda nos lucros em 2012 (estimada em -11,4% na comparação anual), em razão das perdas financeiras relacionadas à depreciação do real. A perspectiva de lucro para 2012 parece ainda pior, considerando que a queda esperada se dá na sequência de uma base de comparação já fraca em 2011, devido às perdas registradas por grandes companhias como a Gol e a Gafisa. Com base em uma meta de P/L de 12.8x para 2013 (média do P/L desde 2005), estamos definindo a nossa nova meta para o Ibovespa em 72.000 pontos no final de 2013, com potencial de valorização de 24,8% em relação aos níveis atuais. outubro 12 meses Ibovespa -3,56% -2,18% Dow Jones -2,54% 9,55% Nasdaq -4,46% 10,91% FTSE 100 0,71% 4,30% PCAC 2,22% 5,75% DAX 0,62% 18,23% Fonte: Bloomberg outubro 12 meses Real (R$/US$) 0,22% 18,37% Euro (US$/€) 0,77% -6,49% Índices Performance Moedas Performance

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Mercados: Economia Brasileira terá Papel de Destaque em 2013

Apresentamos neste relatório a nossa meta para o Ibovespa, bem como as estimativas para os lucros das empresas de nosso universo de cobertura no ano de 2013. Ao longo dos próximos 12 meses, vemos um cenário ainda com riscos importantes para o mercado de ações (provenientes da China e da Europa) mas, por outro lado, com a diminuição de riscos extremos, tais como o default de países da periferia da Europa, considerando nossa visão de que o BCE agirá para impedi-los. Neste cenário, vemos a dinâmica da economia brasileira desempenhando um papel muito mais importante, conduzindo a recuperação dos lucros e, até mesmo, ajudando a dissipar os temores de mudanças de regras em importantes setores econômicos nos últimos meses de 2012. O mercado de ações brasileiro passou por um ano difícil em 2012, com alta volatilidade e um retorno acumulado no ano de apenas 0,6%, até outubro, em reais e, um ainda pior, -7,1% em dólares. Por outro lado, analisando o desempenho das 150 ações mais líquidas no Brasil, encontraremos alguns números animadores: enquanto 48 ações mostram desempenho inferior ao do Ibovespa, 102 superam o Índice, sendo que 74 tiveram valorização 20% acima do Ibovespa, no acumulado no ano. Olhando para vencedores e perdedores no acumulado no ano, podemos destacar dentre os perdedores as ações dos setores de construção civil, concessionárias de energia elétrica, petróleo, siderurgia, mineração, telecomunicações e bancos, enquanto os vencedores são representados, em grande parte, por ações do segmento de varejo, bens de consumo e outros setores impulsionados pela economia doméstica. Até a divulgação das condições para a renovação de concessões de usinas de energia, as concessionárias de energia elétrica estavam entre os melhores desempenhos em Bolsa - tal como o setor de telecomunicações, que registrou forte realização quando a autoridade reguladora (Anatel) apontou e exigiu providências das empresas, com a necessidade de melhorias da qualidade de serviço. Desconsiderando as surpresas recentes, como a inesperada mudança de regras em certos setores (energia elétrica, telecomunicações e bancos), a estratégia vencedora foi claramente aquela com o foco em casos de investimento expostos à economia doméstica, que tem apresentado performance destacada desde 2010. O pano de fundo econômico para essa estratégia é baseado no atualmente robusto nível de renda real do Brasil e nas taxas de desemprego baixas, que têm mantido as vendas no varejo relativamente fortes, apesar de uma economia fraca. Adicionalmente, para impulsionar o desempenho com base em crescimento dos lucros, esses setores também apresentaram expansão de múltiplos significativa, uma vez que os investidores se mantêm presos a esta estratégia, mesmo com múltiplos elevados. Nossa expectativa é de um crescimento significativo nos lucros das empresas brasileiras em 2013, depois de um ano difícil em 2012. Considerando o LPA do Ibovespa, estimamos expansão de 33,7% no ano de 2013 na comparação com 2012, impulsionada, principalmente, pelo setor imobiliário e por empresas ligadas a commodities industriais. Esperamos este crescimento depois de uma queda nos lucros em 2012 (estimada em -11,4% na comparação anual), em razão das perdas financeiras relacionadas à depreciação do real. A perspectiva de lucro para 2012 parece ainda pior, considerando que a queda esperada se dá na sequência de uma base de comparação já fraca em 2011, devido às perdas registradas por grandes companhias como a Gol e a Gafisa. Com base em uma meta de P/L de 12.8x para 2013 (média do P/L desde 2005), estamos definindo a nossa nova meta para o Ibovespa em 72.000 pontos no final de 2013, com potencial de valorização de 24,8% em relação aos níveis atuais.

outubro 12 meses

Ibovespa -3,56% -2,18%

Dow Jones -2,54% 9,55%

Nasdaq -4,46% 10,91%

FTSE 100 0,71% 4,30%

PCAC 2,22% 5,75%

DAX 0,62% 18,23%Fonte: Bloomberg

outubro 12 meses

Real (R$/US$) 0,22% 18,37%

Euro (US$/€) 0,77% -6,49%

ÍndicesPerformance

MoedasPerformance

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Performance Histórica

No mês de Outubro todas as nossas carteiras performaram bem acima do Índice Bovespa, fechando no campo positivo contra a queda do índice. Os destaques de alta ficaram com a Dividendos e Arrojada, seguidas pela Top 10. Apesar da performance abaixo das demais carteiras, em Outubro, a Top 10 acumula a maior alta nos últimos 12 meses, impressionantes 40,2%, bem como no acumulado de 2012.

Estratégia Para Novembro: Mercados Devem Permanecer de Lado

A recuperação dos mercados globais, registrada nos últimos meses, reduziu seu vigor em outubro e, neste cenário, em novembro, também não deverão ocorrer reações expressivas das bolsas internacionais.

Nos Estados Unidos, os indicadores do mercado imobiliário surpreenderam positivamente os economistas, embora outros dados econômicos revelem que o país permanece em recuperação modesta. O cenário mais provável para o País ainda aponta para um crescimento baixo. Na Europa, as principais expectativas do mercado continuam voltadas para a Espanha, que ainda não solicitou o pedido formal de ajuda à sua economia. Neste cenário, o prêmio de risco oferecido pelo mercado para os títulos soberanos do governo espanhol se estabilizou ou até recuou. A China, por sua vez, segue relutante em implementar grandes planos de estímulo o que, provavelmente, resultará em uma desaceleração no ritmo de crescimento apresentado pelo país.

Já a recuperação da economia brasileira deverá ser o principal direcionador da valorização da bolsa nacional nos próximos meses. Sendo assim, o crescimento dos lucros corporativos e a evolução da confiança no mercado doméstico deverão compensar as turbulências internacionais e o ambiente adverso presente em alguns setores. O país já demonstra recuperação e projetamos crescimento de 3,5% para o PIB em 2013.

Considerando apenas as ações do Ibovespa, os setores que apresentaram os melhores desempenhos em outubro foram: saúde, bolsas (BM&F Bovespa e Cetip), açúcar & álcool e mineração. Por outro lado, os destaques negativos ficaram por conta das ações de petróleo e construção civil, que também apresentam as piores performances ao longo do ano. Vale ressaltar que as ações defensivas, com menores riscos regulatórios, registram as maiores valorizações em 2012, como saneamento (água e esgoto) e concessões rodoviárias.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 12 meses out/12

Ibovespa 32,9% 43,6% -41,1% 82,7% 1,0% -18,1% 0,6% -2,2% -3,6%

Arrojada 33,3% 41,6% -55,7% 124,4% 19,0% -13,6% 12,8% 23,0% 4,6%Dividendos 37,2% 47,2% -19,3% 52,0% 39,0% 26,8% 13,5% 27,4% 5,2%Top 10 - - - 123,2% 28,5% -13,6% 22,2% 40,2% 2,3%Fonte: B radesco Correto ra e Ágora Correto ra

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Conteúdo

CARTEIRAS RECOMENDADAS 5

Carteira Top 10 5

Carteira de Dividendos 8

Carteira Arrojada 10

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA 2013 11

Nível De Atividade 11

Inflação 12

Resultado Fiscal 13

Balanço De Pagamentos 14

Cenário Global 15

Mercado Acionário 18

Juros/Títulos/Copom 20

Câmbio 21

GUIA DE AÇÕES 22

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

CARTEIRAS RECOMENDADAS

Carteira Top 10

Constituída por 10 ações e com revisão da composição realizada ao final de cada mês, a Carteira Top 10 possui um nível de risco intermediário entre o perfil defensivo (dividendos) e o arrojado.

O destaque de alta da carteira Top 10 ficou por conta das ações da Dasa. A proposta de fechamento de capital da Amil, após a venda de participação relevante do controlador Edson Bueno para o grupo norte-americano United Health, reduz potencial conflito de interesses que havia na situação anterior, uma vez que a Dasa pertence ao mesmo controlador e tinha na Amil um dos seus principais clientes.

O pior desempenho da carteira Top 10, em outubro, consistiu nas ações da Ultrapar, que recuaram 6,60% no mês. Tal queda pode ser explicada por possíveis mudanças no setor, que resultariam, possivelmente, em uma redução das margens de lucro do segmento de distribuição de combustíveis no Brasil.

Nosso critério para a escolha de ativos na carteira é, na maior parte das vezes, baseado em uma análise corporativa, incluindo expectativas de resultados. Porém, para algumas escolhas, o cenário macroeconômico e setorial tem um peso maior. Para novembro realizamos três alterações na carteira: removemos Anhanguera, Ultrapar e Dasa, e incluímos Estácio, Localiza e Cosan.

ABC Brasil (ABCB4): O cenário continua difícil para os bancos menores que operam no segmento de pequenas e médias empresas, com o foco das preocupações voltado para a qualidade do crédito e com o baixo crescimento. Porém, acreditamos que este segmento é o nicho mais apropriado para os bancos médios e que sempre oferecerá oportunidades. O casamento entre ativos e passivos é mais favorável para esses bancos (empréstimos de curto prazo com funding adequado) e os spreads são atrativos. Os bancos no momento estão mais líquidos, com um excesso de caixa que até penaliza suas rentabilidades, porém os protegem de um cenário de alto risco. Vemos o ABC Brasil como principal destaque no segmento e as principais variáveis positivas são: (i) melhora das condições na qualidade do crédito; (ii) condições mais propícias para expansão da carteira de crédito; e (iii) melhora do cenário de risco, o que permite trabalhar com uma liquidez menor. Os riscos a considerar envolvem a qualidade do crédito para pequenas e médias empresas, que estão mais

Vol. Méd. Peso na Potencial de Yield3m R$mn carteira Último Alvo Valorização 2012 2013 2012 2013 2012E

Top 10 - Novembro

ABC Brasil ABCB4 COMPRA 3,4 10,0% R$ 11,54 R$ 18,60 61,2% 6,8 5,6 - - 5,7%BM&F Bovespa BVMF3 COMPRA 149,8 10,0% R$ 13,00 R$ 15,10 16,2% 20,6 18,8 15,7 14,6 4,0%BR Properties BRPR3 COMPRA 31,0 10,0% R$ 26,60 R$ 34,00 27,8% 9,3 20,9 21,9 12,9 0,5%Brazil Pharma BPHA3 COMPRA 10,4 10,0% R$ 12,35 R$ 16,30 32,0% - 24,8 17,4 11,9 0,3%Cosan CSAN3 COMPRA 43,5 10,0% R$ 38,95 R$ 47,80 22,7% 6,1 32,3 9,1 8,0 0,3%Estácio ESTC3 COMPRA 14,6 10,0% R$ 38,70 R$ 47,00 21,4% 28,1 17,8 15,3 10,3 0,9%Helbor HBOR3 COMPRA 3,4 10,0% R$ 11,45 R$ 14,30 24,9% 8,1 7,3 8,2 6,9 4,0%Localiza RENT3 COMPRA 34,7 10,0% R$ 35,60 R$ 44,50 25,0% 28,5 18,9 9,2 7,9 0,9%Pão de Açucar PCAR4 COMPRA 43,3 10,0% R$ 93,20 R$ 111,00 19,1% 24,2 21,0 11,2 9,9 1,0%Telefônica Brasil VIVT4 COMPRA 53,6 10,0% R$ 45,00 R$ 55,50 23,3% 10,0 9,8 4,2 4,1 9,5%

Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora e Bradesco Corretora

Empresa Ticker RecomendaçãoPreço P/L EV/EBITDA

10,7%6,1% 5,6% 5,5%

2,9% 1,6% 1,6% 0,6%

-3,6% -4,6% -6,6%

-40,00%

-30,00%

-20,00%

-10,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%Performance Top 10

Outubro

Fonte: Broadcast

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alavancadas, a maior competição no segmento de empresas pequenas e médias e a tendência geral de spreads mais apertados.

BM&F Bovespa (BVMF3): As principais motivações para a recomendação da BM&FBovespa são: (i) perspectiva de um ambiente melhor para os mercados de ações, derivativos e futuros no Brasil, a partir da expectativa de maior crescimento econômico e por conta da nova realidade da taxa básica de juros, no menor nível histórico; (ii) expectativa de despesas operacionais mais estáveis e previsíveis nos próximos três anos; (iii) possibilidade de melhora das margens operacionais da empresa, até como consequência dos itens anteriores; e (iv) atratividade pela ótica dos dividendos. Além dos pontos citados, há sinais claros de que o ambiente competitivo não será um problema pelo menos até 2014 (potencialmente mais tarde). Dentre os pontos de risco, apontamos a instabilidade regulatória no Brasil (exemplo: IOF sobre derivativos) e uma eventual piora no cenário do mercado de capitais internacional.

BR Properties (BRPR3): A BR Properties é a maior companhia aberta de investimento em imóveis comerciais em área bruta locável (ABL) do Brasil. Seu portfólio é de 122 propriedades, que somam 2.182 mil m² de ABL, localizadas em 13 estados. Atualmente, cerca de 80% do seu portfólio está localizado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo os imóveis destas localidades os mais líquidos e procurados, ou seja, os que apresentam menor taxa de vacância. Após a incorporação da BTG/WTORRE e sua incorporação por completa, a BR Properties deverá chegar a um cap rate de 8,0% em 2013, contra 7,9% das empresas comparáveis no Brasil. Dentre os principais direcionadores que vemos para a empresa, está a possibilidade de novas aquisições, assim com a taxa de juros vigente no país. Entre os principais riscos, vemos o possível aumento das taxas de juros, a não renovação de contratos de aluguel e contingências inesperadas nas aquisições.

Brazil Pharma (BPHA3): A empresa opera em um setor defensivo (3/4 das vendas são de medicamentos) que vem crescendo de forma agressiva e, no qual as grandes consolidações ainda estão por vir. Acreditamos que a empresa esteja bem posicionada no segmento farmacêutico varejista, que esta experimentando um crescimento rápido, e que possui um forte reconhecimento da marca nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As sinergias do processo de integração com as aquisições recentes das redes Big Ben e Sant’ana, devem começar a ter um efeito positivo nas despesas gerais e administrativas nos próximos trimestres.

Cosan (CSAN3): Em nossa visão, a Cosan tem uma estratégia sólida para crescer nos segmentos de açúcar e álcool, distribuição de combustíveis e logística. A empresa vem mostrando excelentes resultados no segmento de distribuição, devido às sinergias que estão sendo criadas com a fusão da Esso com a Shell. A contribuição da aquisição do controle acionário da Comgás e ALL Logística ainda não está clara. No entanto, acreditamos que a aquisição provavelmente irá ajudar a manter os bons resultados da divisão de logística (Rumo). Na divisão açúcar e álcool, esperamos resultados fracos para 2012, mas com bom potencial de melhoria nos próximos anos. Os principais direcionadores para empresa devem se dar através da melhora das margens no segmento de distribuição de combustíveis, em função da conversão dos postos de gasolina para a marca Shell, além de um bom desempenho na linha de lubrificantes e também da Rumo. Também esperamos alguma recuperação nos canaviais e um efeito positivo sobre os preços do etanol a partir de um possível ajuste da gasolina. Dentre os principais riscos que vemos estão: Os preços do açúcar e álcool, as sinergias entre Esso e Shell, a entrega de resultados da Rumo, a taxa de câmbio, a quebra de safra e o volume de consumo de combustíveis.

Estácio (ESTC3): A tese de investimento da Estácio é baseada em uma combinação de crescimento orgânico sólido, melhoria das margens e crescimento inorgânico. Além disso, a empresa tem reportado resultados sólidos, levando-nos a acreditar que os direcionadores de médio prazo da empresa implicam em um risco de execução menor do que um ano atrás. Além disso, acreditamos que a abertura de novos centros de ensino (no aguardo de autorização do Ministério da Educação) e o uso mais agressivo do programa governamental de financiamento para estudantes (FIES) devem impulsionar o ciclo de matriculas de novos alunos e aumentam o potencial não incluído em nossas estimativas, que já incluem um considerável crescimento médio ponderado do lucro líquido CAGR12-15 de 43,5%. Como principais riscos destacamos: i) alta exposição a fusões e aquisições (cerca de 13% do nosso preço alvo), especialmente porque a

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velocidade de entrega de aquisições tem sido mais lenta do que o esperado, e ii) maior exposição ao Rio de Janeiro, onde a concorrência é alta e o crescimento tem sido mais suave nos últimos anos. A Estácio ainda tem os menores múltiplos entre as empresas brasileiras de ensino superior, tendo inclusive elevado sua expectativa para os próximos resultados. Embora ainda acreditemos que a Estácio tem maior risco de execução do que a Anhanguera e a Kroton, esperamos que reduza o desconto dos múltiplos.

Helbor (HBOR3): A plataforma de diversificação da empresa faz com que a mesma seja menos afetada pelos atrasos nas aprovações de licenças para construção, que ocorrem em algumas cidades como São Paulo. A empresa também apresenta a melhor rentabilidade entre as companhias do setor de construção civil, com o ROE (lucro líquido sobre patrimônio líquido) esperado de 29,3% para 2012. Além disso, a Helbor possui uma política de dividendos atrativa (Dividend yield esperado para 2013 de 5,2%), com perspectiva de evolução, tendo em vista a estimativa de maior distribuição dos lucros aos acionistas (pay out) nos próximos anos. Vale ressaltar que os acionistas controladores da empresa apresentam acordos de compromisso de longo prazo com a mesma e contém conhecimento sobre os processos do setor de construção civil. Os riscos da HBOR3 envolvem: (i) desafios de execuções dos projetos, inerentes ao setor; e (ii) aumento dos custos referentes a serviços de execução terceirizados.

Localiza (RENT3): A Localiza é a maior empresa brasileira de aluguel de automóveis e líder no seu mercado de atuação. No período que compreende de 2000 a 2011, o número de empresas deste setor caiu quase 20%, enquanto a Localiza subiu o seu market share, que passou de 13% para cerca de 30%. Em nossa opinião, nada deve mudar na estratégia da empresa, levando a alcançar resultados positivos e reconhecimento de mercado. A Localiza foi negativamente afetada pela decisão do governo de reduzir o IPI dos veículos novos, uma vez que isso também reduz o preço do veículo usado, tornando mais difícil a renovação de sua frota, ao mesmo tempo em que, a empresa deve aproveitar para comprar veículos a preços mais baixos. Os principais catalisadores para a empresa são: crescimento de volume, crescimento do setor aéreo e o desempenho da economia doméstica. Os principais riscos associados com a empresa são: desaquecimento da economia brasileira e a queda de preço dos veículos usados.

Pão de Açúcar (PCAR4): O Pão de Açúcar é a maior empresa brasileira de varejo, atuando nos segmentos de supermercados, bens duráveis e comércio eletrônico. No segmento de supermercados, a empresa vem apresentando um desempenho acima de seus concorrentes e entregando um forte crescimento nas vendas. No segmento de bens duráveis, a empresa possui uma forte escala através da união entre Ponto Frio e Casas Bahia. No comércio eletrônico, o Pão de Açúcar possui importantes vantagens competitivas, através da escala e da moderna e eficiente plataforma.

Os principais catalisadores para a empresa são: crescimento nas vendas, melhora no segmento de bens duráveis com a integração entre Ponto Frio e Casas Bahia e melhora da divisão de comércio eletrônico.

Os principais riscos associados com a empresa são: piora do capital de giro, problemas com a integração entre Ponto Frio e Casas Bahia, aumento da competição no setor e possíveis disputas entre os controladores (Grupo Casino, Abílio Diniz e família Klein).

Telefônica Brasil (VIVT4): Acreditamos que a VIVT4 está com um bom ponto de entrada, tendo em vista a fraca performance apresentada por suas ações recentemente. A companhia é a atual líder do mercado de telefonia móvel brasileiro e apresenta uma boa distribuição de clientes, além de oferecer uma reconhecida qualidade em seus serviços. Ademais, estimamos um elevado dividend yield para a Telefônica Brasil em 2012 (aproximadamente 9,5%), uma vez que a companhia apresenta baixa necessidade de investimentos, baixo nível de endividamento e forte geração de caixa. Vale ressaltar que a empresa ainda têm sinergias a serem aproveitadas, decorrentes da integração entre a Vivo e a Telesp. Os riscos da VIVT4 envolvem: (i) uma possível aceleração da migração de usuários da telefonia fixa para a móvel; (ii) aumento da competitividade no mercado de telefonia móvel (Oi e Claro), bem como nos segmentos de banda larga e telefonia fixa (GVT e NET); (iii) investimentos maiores do que os esperados no que se refere à implementação da tecnologia 4G; e (iv) riscos regulatórios.

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Carteira de Dividendos

Focada na alta previsibilidade do fluxo de caixa gerado pelas empresas de sua composição, a carteira é a mais indicada para o investidor com perfil mais conservador. Ressaltamos a expectativa de retorno médio via dividendos de 5,0% para 2012 (medida pelo Dividend Yield médio da carteira).

O destaque positivo da carteira de dividendos foi o desempenho das ações da Contax PN. A expressiva valorização no mês refletiu o bom resultado apresentado no 3T12. O Ebitda totalizou R$ 125,4 milhões, ficando 98,4% acima do registrado no igual período de 2011. Atribuímos o forte crescimento da geração de caixa da empresa, principalmente, ao aumento nos ganhos de produtividade (relacionado a investimentos em tecnologia), e a um melhor mix de receitas no trimestre. Além desses fatores, também beneficiou o resultado da Contax, o Plano Brasil Maior, através da desoneração da folha de pagamento

As ações da Light, por sua vez, registraram queda de 7,0%, sendo impactadas negativamente pelo ambiente adverso vigente no setor de energia elétrica.

Para Novembro, retiramos Light e incluímos Ambev.

Contax (CTAX4): A Contax é a empresa líder no mercado brasileiro de Contact Center, especializada na gestão do relacionamento com o consumidor (Customer Relationship Management - CRM). Além do Brasil, a empresa detém operações na Argentina, Colombia, Peru, e Espanha. Dentre os catalisadores, vemos o crescimento do setor de Contact Center no Brasil, assim como o crescimento dos seus serviços nos demais países da América Latina, além de novos contratos junto a outros clientes. Entre os principais riscos, vemos a não renovação dos contratos vigentes, o possível aumento da concorrência e a necessidade de constantes investimentos em tecnologia. O dividend yield da Contax é da ordem de 5,4%.

Ambev (AMBV4): Acreditamos que o sólido modelo de negócio e a forte geração de caixa são aspectos relevantes, além da empresa continuar vivenciando um cenário positivo de crescimento. O aumento de impostos anunciado este ano é um fator de risco no que se refere aos volumes de vendas e margens, porém acreditamos que a empresa possui poder de barganha para lidar com estas questões, considerando a força das suas marcas. Além disso, a estratégia da Ambev continua focada no desenvolvimento de cervejas de marcas premiuns, o que permite o crescimento continuado atrelado ao aumento de rentabilidade.

Vol. Méd. Peso na Potencial de Yield3m R$mn carteira Último Alvo Valorização 2012 2013 2012 2013 2012E

Carteira Dividendos - Novembro

Ambev AMBV4 COMPRA 109,2 20,1% R$ 83,00 R$ 96,40 16,1% 25,8 23,3 16,7 15,0 3,2%BM&F Bovespa BVMF3 COMPRA 149,8 19,1% R$ 13,00 R$ 15,10 16,2% 20,6 18,8 15,7 14,6 4,0%Contax CTAX4 COMPRA 1,8 17,0% R$ 23,97 R$ 30,00 25,2% 18,6 10,0 6,0 4,5 5,4%Sabesp SBSP3 COMPRA 39,1 19,7% R$ 85,98 R$ 104,00 21,0% 9,6 8,9 7,0 6,5 3,1%Telefônica Brasil VIVT4 COMPRA 53,6 24,1% R$ 45,00 R$ 55,50 23,3% 10,0 9,8 4,2 4,1 9,5%

Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora e Bradesco Corretora

Empresa Ticker RecomendaçãoPreço P/L EV/EBITDA

25,50%

6,12%3,60%

1,60%

-3,56%-7,06%-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

Contax BM&F Bovespa

Sabesp Telefônica Brasil

Ibovespa Light

Performance DividendosOutubro

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Os principais riscos do ativo são: (i) aumento de impostos pode ter impacto negativo no crescimento do volume, (ii) deterioração potencial do ambiente competitivo e (iii) um novo aumento de impostos pode representar um desafio para a estratégia da AmBev.

Sabesp (SBSP3): A Sabesp, que é uma das maiores empresas listadas do mundo em valor de mercado no segmento de saneamento básico, possui excelentes perspectivas de crescimento e grandes investimentos previstos. A empresa poderá se beneficiar também da definição de um marco regulatório específico para o setor. Sua primeira revisão tarifária deverá ocorrer ainda em 2012 e os primeiros indícios das regras que serão aplicadas, que foram divulgadas pelo órgão regulador (ARSESP), devem proporcionar retornos satisfatórios para os investimentos realizados no passado e ao longo do tempo. Além disso, o processo de revisão tarifária trará adiante maior previsibilidade e estabilidade para os resultados da empresa. O principal risco é o adiamento do processo de revisão tarifária.

BM&F Bovespa (BVMF3): As principais motivações para a recomendação da BM&FBovespa são: (i) perspectiva de um ambiente melhor para os mercados de ações, derivativos e futuros no Brasil, a partir da expectativa de maior crescimento econômico e por conta da nova realidade da taxa básica de juros, em seu menor nível histórico; (ii) expectativa de despesas operacionais mais estáveis e previsíveis nos próximos três anos; (iii) possibilidade de melhora das margens operacionais da empresa, até como consequência dos itens anteriores; e (iv) atratividade pela ótica dos dividendos. Além dos pontos citados, há sinais claros de que o ambiente competitivo não será um problema pelo menos até 2014 (potencialmente, mais tarde). Dentre os pontos de risco, apontamos a instabilidade regulatória no Brasil (exemplo: IOF sobre derivativos) e uma eventual piora no cenário do mercado de capitais internacional.

Telefônica Brasil (VIVT4): Acreditamos que a VIVT4 está com um bom ponto de entrada, tendo em vista a fraca performance apresentada por suas ações recentemente. A companhia é a atual líder do mercado de telefonia móvel brasileiro e apresenta uma boa distribuição de clientes, além de oferecer uma reconhecida qualidade em seus serviços. Ademais, estimamos um elevado dividend yield para a Telefônica Brasil em 2012 (aproximadamente 9,5%), uma vez que a companhia apresenta baixa necessidade de investimentos, baixo nível de endividamento e forte geração de caixa. Vale ressaltar que a empresa ainda têm sinergias a serem aproveitadas, decorrentes da integração entre a Vivo e a Telesp. Os riscos da VIVT4 envolvem: (i) uma possível aceleração da migração de usuários da telefonia fixa para a móvel; (ii) aumento da competitividade no mercado de telefonia móvel (Oi e Claro), bem como nos segmentos de banda larga e telefonia fixa (GVT e NET); (iii) investimentos maiores do que os esperados no que se refere à implementação da tecnologia 4G; e (iv) riscos regulatórios.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Carteira Arrojada

Constituída por cinco ações, é a carteira que normalmente apresenta o maior nível de risco e também o maior potencial de valorização, em um cenário positivo para a bolsa.

Todos os ativos recomendados na Carteira Arrojada fecharam o mês em alta, tendo como destaque as ações da Dasa, conforme já explicado no desempenho da carteira Top 10 acima.

Para novembro, retiramos Anhanguera e Dasa e incluímos Cosan e Estácio.

A Carteira Arrojada é constituída por cinco ativos da Carteira TOP 10, já descritos acima.

Vol. Méd. Peso na Potencial de Yield3m R$mn carteira Último Alvo Valorização 2011 2012 2011 2012 2012E

Carteira Arrojada - Novembro

Cosan CSAN3 COMPRA 43,5 22,6% R$ 38,95 R$ 47,80 22,7% 6,1 32,3 9,1 8,0 0,3%BR Properties BRPR3 COMPRA 31,0 23,6% R$ 26,60 R$ 34,00 27,8% 9,3 20,9 21,9 12,9 0,5%Helbor HBOR3 COMPRA 3,4 18,0% R$ 11,45 R$ 14,30 24,9% 8,1 7,3 8,2 6,9 4,0%Estácio ESTC3 COMPRA 14,6 17,0% R$ 38,70 R$ 47,00 21,4% 28,1 17,8 15,3 10,3 0,9%Pão de Açucar PCAR4 COMPRA 43,3 18,8% R$ 93,20 R$ 111,00 19,1% 24,2 21,0 11,2 9,9 1,0%

Fonte: Bloomberg; Ágora Corretora e Bradesco Corretora

Empresa Ticker RecomendaçãoPreço P/L EV/EBITDA

10,66%

5,64% 5,53%2,93%

0,57%

-3,00%

2,00%

7,00%

12,00%

17,00%

22,00%

Performance ArrojadaOutubro

Fonte: Broadcast

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

O desafio de se ter uma recuperação

duradoura

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA 2013

Nível De Atividade

A recuperação da atividade econômica brasileira já era aguardada pelos economistas. O consenso de mercado, bem como o Banco Central, sempre apontou para um reaquecimento da economia durante o segundo semestre de 2012, com taxas de crescimento mais elevadas em relação ao 1S12.

Os economistas divergiam, contudo, sobre quais seriam as razões para tal reaquecimento. A maioria apontava para o impulso gerado pela redução da taxa de juros. Outros analistas, por sua vez, acreditavam que o crescimento seria proporcionado por estímulos fiscais. Nós, por outro lado, sempre adotamos uma visão mais conservadora. As medidas de estímulo foram direcionadas para incentivar a demanda. Sendo assim, a oferta, principal entrave ao crescimento brasileiro, permaneceu fraca – em decorrência, principalmente, da baixa competitividade da indústria nacional.

Essa falta de competitividade nacional deriva, principalmente, do elevado custo da mão de obra. Esse custo, por sua vez, sofre os impactos das políticas de incentivo por parte do governo, cujas atenções estão sendo direcionadas à geração de empregos desde o início da crise. Neste cenário, o setor de serviços, que não apresenta concorrência externa, é forçado a pagar salários mais elevados. Vale ressaltar que tal ampliação nos salários tende a ser repassada para os consumidores através de aumentos nos preços. Já o setor industrial não pode recorrer à elevação dos preços de seus produtos, uma vez que as indústrias dos países desenvolvidos apresentam capacidade ociosa, pressionando para baixo os preços globais. Ou seja, o recuo dos preços dos produtos industriais vem compensando, parcialmente, o aumento da inflação dos serviços.

Neste ano, contudo, houve desenvolvimento das condições para a expansão da oferta. A taxa de câmbio estabilizou-se em patamar mais favorável, com certa desvalorização do real frente ao dólar e, além disso, alguns setores da economia brasileira apresentaram benefícios advindos de reduções na carga tributária.

É difícil distinguir, entretanto, qual o crescimento proporcionado pelas ações de estímulos adotadas pelo governo. As medidas de incentivo não conseguem compensar os efeitos da crise internacional, principalmente europeia, que representam entraves a um maior crescimento brasileiro. Assim, a mensuração de como a desaceleração da economia global afetou a China e também o Brasil torna-se muito complexa.

Acreditamos, contudo, que o PIB apresentará expansão no terceiro trimestre de 2012. Os dados divulgados até agora indicam que a economia deverá crescer em uma taxa próxima a 1,5%, na comparação trimestral. Apesar de tal recuperação no 3T12, as incertezas que envolvem a manutenção do crescimento brasileiro permanecem.

O nível dos investimentos na economia nacional representará um importante indicador para o crescimento do país nos próximos trimestres. Sem investimentos elevados, a economia não poderá permanecer crescendo a taxas elevadas, tendo em vista o aquecido mercado de trabalho, as preocupações em torno da inflação e o conturbado ambiente internacional. Neste cenário, é difícil avaliar se os investimentos no país acompanharão a recuperação de outros indicadores econômicos.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Ajuste na gasolina e expansão do crédito podem pressionar 2013

Inflação

No inicio deste ano, uma série de fatores favoreceu a desinflação. Ocorreu uma pausa na expansão monetária dos principais bancos centrais globais, que não chegou a compensar a desalavancagem em curso nas economias desenvolvidas.

Os sinais de fadiga no crescimento chinês se tornaram mais evidentes o que, combinado com a desalavancagem nos Estados Unidos e na Europa, teve impacto sobre os preços das commodities. Enquanto isso, o crédito (especialmente para consumo) continuou a apresentar desaceleração no Brasil, apesar do movimento na direção oposta, promovido pelos bancos públicos.

Ao longo do ano, foram implementadas medidas de redução dos impostos para bens de consumo duráveis (automóveis, principalmente), levando a um impacto direto de pelo menos 0,25 p.p sobre a inflação no ano. No entanto, o índice chegou a seu menor nível em julho, quando apontava para +4,9%, ainda assim, acima do teto da meta de 4,5%, estabelecido pelo Banco Central do Brasil.

Os efeitos da seca nos Estados Unidos já começam a incidir sobre os preços dos alimentos brasileiros, que devem seguir pressionados. Desta forma, acreditamos que a inflação para o ano de 2012 deva sofrer nova pressão de alta no último bimestre.

Outro ponto importante diz respeito à estabilidade no balanço de pagamentos do Fed e do BCE que está próxima do fim, com a liquidez extra pressionando a inflação (pelo menos temporariamente). Além disso, a economia brasileira interrompeu o período de estabilidade registrado anteriormente. O crescimento verificado no terceiro trimestre de 2012, contudo, não deverá se manter nos próximos trimestres.

É verdade que os cortes anunciados nos preços da energia elétrica só terão efeito sobre a inflação a partir do primeiro trimestre de 2013, o que pode levar a uma redução de 0,50 p.p. no IPCA. No entanto, outras pressões podem surgir no período como, por exemplo, um eventual ajuste nos preços da gasolina, o que poderia forçar um aumento de 0,25p.p na inflação.

Adicionalmente, os sinais de melhora na carteira de credito do setor privado continuam a se acumular, criando espaço para uma expansão mais vigorosa do credito no próximo ano, o que pode trazer pressão sobre a inflação. Até o presente momento, projetamos em 6,0% o IPCA de 2013.

-0,25%

0,00%

0,25%

0,50%

0,75%

1,00%

-2%

0%

2%

4%

6%

8%

set-09 mar-10 set-10 mar-11 set-11 mar-12 set-12

IPCA

Variação sobre o mesmo mês do ano anterior (%)

Variação sobre o mês anterior (%)

Fonte: IBGE

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Estímulos moderados

Resultado Fiscal

O desempenho fiscal do Brasil tem se deteriorado e os 3,1% de meta de superavit para 2012 parece fora do alcance. Até agosto, a variação em 12 meses mostrava saldo positivo de 2,5% do PIB, num decréscimo significativo na comparação com o superavit de 3,1% do final do ano passado.

A queda foi atribuída ao baixo volume de receitas do governo, ao mesmo tempo em que os gastos estiveram elevados.

O crescimento das receitas declinou sob influência do menor ritmo da atividade econômica. As receitas de arrecadação junto às empresas, por exemplo, sentiram o declínio dos lucros corporativos. Além disso, as ações de estímulo fiscal por parte do Governo para setores considerados chaves (como o automobilístico) provocou redução das receitas fiscais.

Já as despesas foram impactadas pelo reajuste do salário mínimo e pelo aumento dos investimentos públicos. Os gastos de investimento do governo (exemplo: habitação) cresceram mais de 20% em base anualizada, considerando os nove primeiros meses do ano. Ao mesmo tempo, o aumento de 14% do salário mínimo, no início deste ano, impulsionou os gastos com a previdência social, que são indexados ao salário mínimo.

Dada a fraca performance fiscal registrada até o momento, a meta de superavit primário pode ser perdida, atingindo-se somente 2,8% do PIB. Contudo, tal fato poderá implicar ainda que a dívida líquida mostrará tendência de queda, saindo de uma relação de 36,5% em 2011 para 34,7% em 2012.

A retomada do crescimento econômico poderá sustentar a performance fiscal em 2013. Entretanto, isto não deve impedir que sejam feitos cortes nas metas para 2013 em diante. Taxas de juros em queda indicam que haverá mais espaço para um resultado primário menor, enquanto a dívida líquida mantém uma tendência de queda.

Isto poderá propiciar condições para novas reduções de impostos e medidas específicas setoriais voltadas para sustentar o crescimento da demanda. No curto prazo, o afrouxamento da política monetária deve significar mais estímulos e mais inflação.

-1,5%

0,0%

1,5%

3,0%

4,5%

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

set-09 mar-10 set-10 mar-11 set-11 mar-12 set-12

Superávit Primário do Setor Público

Superávit Primário (R$ bilhões) Superávit Primário / PIB (%) em 12 meses

Fonte: Banco Central

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Relaxamento quantitativo

mundial pode melhorar o cenário

Balanço De Pagamentos

Desde o início do ano, o Balanço de Pagamentos brasileiro tem se mostrado surpreendentemente fraco, mesmo com a abundância de liquidez internacional. Em uma base anual, o superávit do Balanço caiu para meros 1,1% do PIB em agosto, contra 3,5% no ano anterior. Este declínio se deu pela retração nos fluxos financeiros: a conta de capital e financeira caiu em 2,6 pontos percentuais no último ano (para 3,2% do PIB), enquanto o déficit em conta corrente permaneceu estável em 2,1% do PIB.

A forte queda nos fluxos financeiros foi uma consequência do decréscimo nos fluxos de portfólio líquidos, que quase foram interrompidos, caindo de 2,5% do PIB em agosto de 2011 para 0,4% no mesmo período de 2012. Tal declínio foi parcialmente causado por um movimento de controle de capitais aplicado por autoridades internacionais no ano passado, mas o pessimismo acerca da lucratividade das empresas e da desaceleração chinesa provavelmente pesaram sobre o fluxo de capitais.

Por outro lado, o fluxo de investimento direto denota otimismo. O Investimento Externo Direto permaneceu estável em 2,9% do PIB durante este ano, continuando a sugerir boas perspectivas para a economia brasileira no longo prazo. Outro ponto positivo no Balanço de Pagamentos tem sido a estabilidade da Conta Corrente, mesmo com a leve queda no superávit comercial (para 1,0% do PIB). Este efeito foi parcialmente compensado por uma diminuição nas remessas de lucro para o exterior.

Por fim, esperamos que o Balanço de Pagamentos mostre melhora nos próximos meses, devido a fatores externos e internos favoráveis. Primeiramente, a expectativa de aceleração econômica no curto prazo deve trazer otimismo às estimativas de rentabilidade das empresas e comportamento do mercado, podendo impulsionar os fluxos de capital positivamente. Além disso, as medidas de relaxamento quantitativo ao redor do mundo injetarão liquidez nos mercados internacionais e, fatalmente, parte desta liquidez será direcionada para países emergentes como o Brasil. Tal fato somado ao provável crescimento chinês deve compensar um enfraquecimento na Balança Comercial.

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

set-10 dez-10 mar-11 jun-11 set-11 dez-11 mar-12 jun-12 set-12

Balanço de Pagamentos(US$ bilhões)

Balanço de Pagamentos

Conta Corrente

Investimento Estrangeiro Direto

Fonte: Banco Central

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Espanha ainda resiste a pedir

socorro

2013: repetição de 2012?

Cenário Global

A terceira etapa do programa de flexibilização quantitativa (QE3) foi anunciada oficialmente, enquanto que o BCE continua aguardando o pedido oficial de auxílio por parte da Espanha e o Banco do Japão (BoJ) também anunciou a expansão do seu programa monetário. O segundo trimestre de 2012, foi marcado pelas expectativas acerca das atitudes que os bancos centrais tomariam. Agora, a expectativa será sobre os efeitos que esse “dinheiro novo” terá sobre a economia global.

A atitude do Banco Central Europeu (BCE) de “fazer o que for necessário para proteger o euro” e o anuncio do terceiro ciclo de afrouxamento quantitativo (QE3) nos EUA, juntos, tornaram-se a maior injeção de liquidez no mundo, desde o final de 2010.

Transcorrido mais de um mês do anúncio do BCE e algumas semanas desde o anúncio do Fed, é aceitável assumir uma diminuição dos retornos obtidos com esses programas. Não acreditamos que esses programas quantitativos sejam a solução dos problemas da economia global, porém nos parece que essas notícias trarão calmaria aos mercados nos próximos meses.

De acordo com o noticiário recente, para que o governo espanhol faça um pedido formal de resgate financeiro, os spreads dos títulos ainda precisam apresentar um crescimento forte. Quando isto acontecer, o BCE terá meios para agir (comprando os títulos de dívida do governo espanhol). Atualmente, os mercados já conhecem os prazos e os próximos passos da crise europeia - dois ingredientes estabilizadores que faltavam no mês anterior.

Nos EUA, os indicadores imobiliários estão apresentando melhoras, porém esta tendência não foi seguida por outros dados relevantes. A economia norte-americana prosseguiu em seu esforço de crescimento, o que não foi ruim para a economia global. A próxima rodada de volatilidade no mercado deve acontecer no inicio de 2013 com o debate sobre o Fiscal Cliff (risco de retirada de estímulos e aumento da carga tributária).

Quanto à China, não nos parece que o país esteja com pressa para anunciar medidas mais efetivas para estimular sua economia, considerando que a maior parte dos esforços feitos em 2009/2010 revelarem-se muito problemáticos. Embora este seja o cenário base, acreditamos que serão tomadas medidas gradativas durante o quarto trimestre de 2012. Os investidores devem entender que não existe opção fácil para a China (se o país insistir em aumentar o afrouxamento, corre o risco de fazer com que a situação piore, dado os desequilíbrios já existentes). A diminuição do crescimento será inevitável em 2013 - em torno de 6%.

Estados Unidos Os economistas e estrategistas aprendem com a crise e sabem muito mais hoje do que há dois meses. Atualmente, temos noção do formato e da extensão do terceiro afrouxamento quantitativo do Federal Reserve. As medidas que o Fed adotou foram previsíveis, assegurando as condições de liquidez para os bancos e fixando as taxas de juros próximas a zero, além da promessa de que ficarão vigentes até 2015. Não existem, praticamente, novas notícias nas ultimas declarações, o que motivou a inércia dos mercados, sem nenhuma movimentação clara em tendência de alta. Os mercados precisavam de algo inesperado e não obtiveram.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Tensões devem permanecer

Temos expectativa de que a economia norte americana apresentará uma performance um pouco melhor no 4T12 e em 2013. Isto significa que os investidores devem esperar taxas de crescimento de cerca de 1,5%-2,0%. Esta taxa não inspira muito o quinto ano de “recuperação” econômica, especialmente dado o grau de estímulo criado no mesmo período. Não acreditamos que a economia americana irá decolar em 2013, e sim que será uma repetição de 2012. A diferença estará, talvez, na ausência de expectativas positivas no inicio do ano.

A surpresa positiva no setor imobiliário é real, e deve ser celebrada com grau moderado de otimismo. Isto porque as ações do mercado estão em alta, porém o crescimento da renda e o forte crescimento econômico ainda não são fatores presentes. Estruturalmente, existe a necessidade de retirar alguns excessos, o que pode atrasar a recuperação imobiliária. Entretanto, os preços das ações parecem importantes para passar aos investidores a mensagem que os preços se estabilizaram e estão finalmente com leve tendência de alta. Compartilhamos com os investidores as dúvidas em relação ao Fiscal Cliff, porém acreditamos que até o ultimo minuto os legisladores vão se comprometer com a questão, mesmo se o resultado no congresso americano não for favorável ao programa. O ajuste fiscal nos Estados Unidos apenas começou, sendo um processo de longo prazo.

Europa Após a adoção do programa de intervenção nos mercados de títulos soberanos ou Outright Monetary Transaction (na sigla em inglês OMT), a configuração dos mercados tornou-se mais previsível do que há seis ou nove meses atrás. A Espanha necessita realizar uma "rolagem" de dívida nos próximos meses e a consolidação fiscal não se mostrou capaz de impactar positivamente a economia, já que nenhuma reforma estrutural foi adotada. Sendo assim, os mercados estão aguardando a Espanha realizar o pedido formal de ajuda. Esta situação configura uma circunstância parecida com uma “opção de venda” na qual o preço de exercício, de modo grosseiro, é o yield de 6% dos títulos soberanos espanhóis. Se os mercados tornarem-se estressados e mostrarem relutância em financiar o país, o processo já é conhecido: a Espanha irá fazer o pedido formal de assistência (componente condicionante do OMT). Existe um certo consenso de que a Espanha fará o pedido, se necessário for. Quando isto acontecer, os mercados saberão qual é o limite mínimo. Suspeitamos que, dado o tamanho da dívida e o risco envolvido na demora deste longo processo, este limite nos mercados não está longe dos níveis atuais. O intervalo de tempo, contudo, parece bastante curto (três meses). Dada a formalidade do pedido de assistência, a análise das condições pelo Banco Central Europeu (BCE), as aprovações dos países e, finalmente, o desembolso, este processo poderá exceder os três meses previstos.

Este cenário situa a calmaria em que os mercados se encontram no momento. Acreditamos que esta seja a lógica de curto prazo. O ano de 2013, porém, ainda está exposto a riscos de ruptura provenientes da deterioração financeira, seguido de assistência e depois alívio. O limite máximo deste processo é referente aos problemas naturais decorrentes da estrutura da União Europeia, o que não deve mudar no médio prazo. Não deverá ocorrer união fiscal nem bancária nos próximos doze meses. As tensões e o alto risco ainda devem permanecer em tal cenário.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Medidas de expansão

monetária já implementadas não são solução

Medidas de incentivo

expressivas não devem ocorrer

Cenário internacional reduz risco inflacionário

Políticas do Banco Central Europeu e Federal Reserve A postura do Banco Central Europeu (BCE), de fazer o que for necessário para proteger o Euro, e o afrouxamento quantitativo (QE3) feito pelos Estados Unidos, foram, em conjunto, os impulsos à economia mais fortes desde o final de 2010. Embora, isoladamente, nenhum desses movimentos (por parte do BCE, ou do FED) tenha representado um movimento inovador, o impacto das ações de forma conjunta foi algo novo. Além dessas medidas, é importante destacar os estímulos feitos pelos demais bancos centrais, por exemplo, o Banco do Japão, que vem adotando uma espécie de “flexibilização monetária” (embora de forma muito mais tímida). Para que o afrouxamento quantitativo (QE3) seja eficaz, o Federal Reserve necessita de uma política de expansão monetária mais ativa. No entanto, a ampliação das políticas monetárias pelos principais bancos centrais precisa de uma maior aprovação política. A título de exemplo, a reunião do FMI mostrou a falta de consenso sobre a direção da economia global. Em nossa visão, seguimos com a posição de que o “quanto” destes programas não são fundamentalmente a solução para a economia global. Com resultado, os spreads de títulos espanhóis precisam aumentar muito mais para o governo conseguir capitalizar (solicitando formalmente auxilio financeiro). Quando isso acontecer, o BCE terá meios para agir, através da compra destes títulos espanhóis com garantias formais.

China Acreditamos que não existe sentido de urgência, na China, para a adoção de medidas de impacto com objetivo de impulsionar a economia do país. Tal situação decorre, em nossa visão, dos efeitos negativos das ações com igual propósito, efetuadas em 2009 e 2010. Progressivamente, contudo, o país deverá adotar medidas de incentivo, ainda que brandas, que poderão ocorrer ainda durante o último trimestre de 2012 e no primeiro semestre de 2013. As decisões embutem alguma complexidade: impulsionar a economia e conformar-se com seus consequentes desequilíbrios ou aceitar uma redução no ritmo da atividade econômica? Neste cenário, acreditamos que a segunda opção tende a ser mais adotada em 2013, com um menor crescimento para o país no próximo ano.

Brasil O Brasil poderá ser influenciado pelo cenário internacional que, segundo nossa visão, não deverá apresentar descontinuidade em relação ao ritmo do crescimento na China, nem surpresas provenientes dos Estados Unidos. A Europa, por outro lado, deverá seguir representando maior risco. As incertezas quanto ao futuro da zona do euro ainda persistem e devem continuar afetando o Brasil em 2013. Neste contexto, acreditamos que o mercado internacional tende a apresentar impactos desinflacionários ou até deflacionários. Tal fato deverá mitigar os efeitos negativos advindos das medidas monetárias expansionistas adotadas pelo Banco Central brasileiro.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Foco no mercado

doméstico

Mercado Acionário

De um lado, o mercado de ações brasileiro passou por um ano difícil em 2012, com alta volatilidade e um tímido retorno acumulado no ano de 0,6% em real, e -7,1% em dólar. Por outro lado, analisando o desempenho das 150 ações mais líquidas negociadas no Brasil, encontramos alguns números animadores: enquanto 48 ações tiveram desempenho inferior ao do benchmark Ibovespa, 102 superaram o Índice e 74 subiram mais de 20% no acumulado do ano. Olhando para as empresas vencedoras e perdedoras nesse período, destacamos dentre os perdedores as ações dos setores: construção civil, concessionárias de energia elétrica, petróleo, aço, mineração, telecomunicações e bancos, enquanto entre os vencedores estão: varejo, bens de consumo e outros setores impulsionados pela economia doméstica. Até o anúncio da divulgação das condições para a renovação das concessões das usinas hidrelétricas, as ações das empresas concessionárias de energia elétrica estavam entre aquelas com performance superior ao Ibovespa - como foi também o caso do setor de telecomunicações, até que a autoridade reguladora (Anatel) exigiu a melhoria da qualidade dos serviços, o que impactou as ações das referidas empresas.

Além das surpresas recentes com a mudança de regras inesperada em certos setores (serviços públicos de eletricidade e telecomunicações dentre outros), a estratégia bem sucedida desde 2010 tem sido claramente o foco em casos de investimento expostos à economia doméstica. O cenário econômico “pano de fundo” para esta estratégia é baseado nos atuais níveis de renda real e baixas taxas de desemprego no Brasil, que têm mantido as vendas no varejo relativamente fortes, apesar de um fraco patamar de crescimento da economia.

Adicionalmente, tomando por base o crescimento dos lucros, esses setores também sofreram expansão de múltiplos importante, estando os investidores ainda expostos a esse segmento, mesmo com múltiplos elevados. Olhando para 2013, a nossa visão é de que a estratégia vencedora deve continuar a ser um foco em empresas impulsionadas pela economia doméstica. Apesar do desempenho fraco das ações de empresas ligadas a commodities em Bolsa, ainda vemos incertezas importantes para estes ativos - especialmente as relacionadas com o desempenho da economia chinesa.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Expectativas de melhoras operacionais em 2013

Perspectivas para as empresas brasileiras

Após um ano difícil em 2012, esperamos um crescimento significativo nos lucros das empresas brasileiras em 2013. Considerando o LPA do Ibovespa, estimamos expansão de 33,7% no ano de 2013 na comparação com 2012, impulsionado, principalmente, pelo setor imobiliário e de empresas ligadas a commodities industriais, conforme pode ser visto na tabela abaixo:

O melhor cenário esperado, para 2013, em termos de lucro das empresas é atribuído não apenas a um efeito cambial, mas também as melhorias operacionais das empresas. Desta forma, esperamos um crescimento médio de 30,2% do Ebitda das empresas do Ibovespa (excluindo bancos e holdings). Pelo lado negativo, as empresas de energia elétrica deverão ser um entrave sobre os lucros da bolsa, com a maioria das empresas do setor registrando uma queda relevante nos lucros, devido aos processos de revisão tarifária das empresas de distribuição e da renovação das concessões das empresas de geração.

Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora

Petroquimico

SetorContribuiçao do crescimento do LPA

2012 2013Imobiliário

PetroleoSiderurgia

BancosBens de Consumo

Açúcar&Alcool

VarejoMineração

TransportesTelecomunicaçoes

CredenciadoresSaúde

-0,7%-4,8%-0,4%0,6%1,7%

1,3%

0,0%0,3%0,0%0,2%

0,1%0,2%

-10,6%-0,1%

17,6%9,4%2,7%2,4%2,1%

0,2%

3,7%-0,9%1,2%-2,0%

-0,1%0,2%

0,8%0,6%0,5%0,2%0,2%

-2,9%TOTAL -11,4% 33,7%

0,1%0,1%0,0%-0,1%-0,1%-1,5%

Energia Elétrica

Concessoes RodoviariasExchange

SaneamentoAviação

Papel&Celulose

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Resultados corporativos

deverão ser os principais

direcionadores

Estabilidade por período

considerável

Expectativas sobre a performance do mercado

Baseado num índice Preço/Lucro (P/L) alvo de 12,8x para 2013 (seguindo a trajetória média de P/L desde 2005, de acordo com a Bloomberg), estamos estabelecendo nossa estimativa para o Ibovespa em 72.000 pontos para 2013, com potencial de valorização de 24,8%, em relação aos níveis atuais. Baseado em uma análise bottom-up (aplicando nossos preços alvo para cada empresa que compõe o índice), a nossa estimativa para o Ibovespa seria de 74.700 pontos.

O gráfico acima mostra que o ponto atual do P/L do Ibovespa está próximo da máxima histórica. Mesmo considerando o retorno para o patamar médio (12,8x), ainda vemos potencial de valorização, baseado na taxa média esperada de crescimento dos lucros corporativos em 2013 (33%). Portanto, vemos os resultados trimestrais como um dos principais direcionadores para as performances das ações em 2013, pois confirmarão, pouco a pouco, a melhora estimada para o desempenho das empresas.

Os setores que apresentam os maiores potenciais de valorização são os de companhias aéreas e de transportes, enquanto outros setores, como de papel e celulose e de concessões rodoviárias, parecem estar precificados. Todavia, os maiores contribuintes para o potencial de valorização do Ibovespa de 24,8% em nossa análise bottom-up seriam os setores de petróleo, bancos, mineração e siderurgia.

Juros/Títulos/Copom

Acreditamos que a taxa Selic continuará em 7,25% por um longo período. Consideramos provável, contudo, que o Banco Central irá aumentá-la, caso a inflação se mostre preocupantemente alta. Assim, a nossa projeção aponta para Selic em 8,5% ao término de 2013. Em relação ao 3T12, vislumbramos um bom desempenho para o PIB brasileiro, acompanhado de um aumento da inflação. Tais fatores deverão ampliar a volatilidade do mercado de juros.

0

5

10

15

20

25

Jun-05 Jun-06 Jun-07 Jun-08 Jun-09 Jun-10 Jun-11 Jun-12

IbovespaP/L historico

P/L Media historica P/L

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Câmbio

Acreditamos que a taxa de câmbio deverá permanecer no intervalo entre R$ 2,00 / US 1,00 e R$ 2,10 / US$ 1,00 nos próximos meses. Assim, para o final de 2012, projetamos a taxa de R$ 2,00 / US 1,00. Já para dezembro de 2013, estimamos o câmbio em R$ 2,05 / US 1,00.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

GUIA DE AÇÕES

* Preço-Alvo para Dez/2013

C = Compra; V = Vender; M = Manter; E.R = Em Revisão; R = Restrito Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora

Empresa Código Rec.Preço Alvo Preço Upside

Volume (R$ mm) Máximo Mínimo

Div. Yield (%)

Valor de Mercado

dez-12 Último (%) Média 3m 12m 12m 12E 13E 12E 13E 12E (R$ mm)

A ÇÚC A R E Á LC OOL

Cosan* CSAN3 C 47,80 38,95 22,7% 43,5 38,95 24,58 6,0 32,0 8,9 8,9 0,3% 15.736

São M art inho* SM TO3 C 33,80 25,38 33,2% 3,2 25,63 16,21 22,4 17,9 6,3 5,6 1,1% 2.843

A VIA ÇÃ O

Embraer EM BR3 M 15,00 14,20 5,6% 28,9 16,60 10,26 13,8 13,3 6,5 6,0 1,8% 5.078

Go l GOLL4 C 22,00 10,15 116,7% 25,3 16,30 7,58 11,4 12,4 6,7 6,2 2,2% 2.791

B A N C OS E SEGUR OS

Bradesco BBDC4 R - 32,00 - 199,6 36,28 26,33 - - - - - -

ABC Brasil * ABCB4 C 18,60 11,54 61,2% 3,4 14,50 9,00 7,0 5,8 - - 5,7% 1.604

Banco do Brasil * BBAS3 R - 21,67 - 170,6 28,48 17,70 - - - - - -

BTG Pactual * BBTG11 C 39,90 32,00 24,7% 11,6 33,20 23,91 9,1 8,3 - - 2,8% 28.250

Bicbanco * B ICB4 C 10,00 6,66 50,2% 0,9 7,90 5,06 10,3 6,0 - - 6,8% 1.638

Daycoval * DAYC4 M 12,00 10,59 13,3% 0,8 11,57 7,66 6,8 6,2 - - 6,7% 2.287

Itaú * ITUB4 M 41,40 29,70 39,4% 298,3 38,47 26,43 9,3 8,2 - - 3,3% 134.185

Itausa * ITSA4 M 12,19 8,90 37,0% 123,2 11,45 7,96 - - - - - 43.138

Sofisa * SFSA4 M 4,20 3,57 17,6% 0,1 3,93 2,72 12,0 6,8 - - 2,1% 493

Porto Seguro* PSSA3 M 23,00 21,60 6,5% 11,1 23,33 16,16 11,1 10,3 - - 4,1% 6.977

Santander * SANB11 M 20,30 13,95 45,5% 38,2 19,05 11,93 8,2 6,9 - - 5,0% 52.874

SulAmérica* SULA11 M 18,00 16,00 12,5% 7,9 18,12 11,74 12,4 9,8 - - 4,0% 4.507

C ON ST R UÇÃ O C IVIL

Brookfield* BISA3 M 3,90 3,55 9,9% 25,5 6,61 2,51 neg 5,8 60,2 7,2 - 2.024

Cyrela* CYRE3 C 24,20 17,22 40,5% 59,7 19,37 13,06 9,4 6,9 9,7 7,3 2,7% 7.077

Direcional* DIRR3 C 15,20 12,16 25,0% 4,9 12,45 8,22 8,1 7,0 8,2 6,6 0,4% 1.873

Gafisa* GFSA3 M 4,70 3,73 26,0% 67,5 6,48 2,09 - 6,8 14,6 10,0 0,5% 1.611

Helbo r* HBOR3 C 14,30 11,45 24,9% 3,4 11,87 6,37 8,1 7,3 8,2 6,9 4,0% 2.233

JHSF* JHSF3 C 10,70 8,82 21,3% 3,6 8,82 3,82 20,2 16,6 16,2 13,0 0,0% 3.793

Viver* VIVR3 V 1,20 1,23 -2,4% 0,6 2,56 1,06 neg neg neg 57,0 - 412

M RV* M RVE3 M 14,20 10,30 37,9% 64,6 14,89 7,82 8,0 6,6 8,8 7,1 3,3% 4.923

Rossi* RSID3 M 6,10 4,27 42,9% 32,7 11,44 3,66 6,7 3,2 9,2 5,9 3,7% 1.157

PDG Realty* PDGR3 M 4,10 3,42 19,9% 116,5 7,91 2,85 neg 7,1 neg 8,9 - 4.562

Lopes* LPSB3 M 39,50 34,90 13,2% 4,5 39,51 23,20 17,1 11,6 10,8 6,5 7,5% -

BR Brokers* BBRK3 C 9,10 5,75 58,3% 6,7 7,75 4,95 11,6 10,1 5,5 4,6 4,8% -

C ON SUM O

Alpargatas * ALPA4 C 17,40 15,38 13,1% 5,3 15,71 9,29 21,2 15,2 15,4 10,8 1,9% 5.891

AmBev * AM BV4 C 96,40 83,00 16,1% 109,2 85,58 55,05 25,8 23,3 16,7 15,0 3,2% 258.794

Arezzo & Co * ARZZ3 C 42,30 36,25 16,7% 5,8 37,98 21,17 31,9 23,7 22,4 16,2 2,3% 3.226

B2W * BTOW3 M 9,20 9,88 -6,9% 11,5 14,49 5,05 neg neg 7,4 5,3 - 1.551

Brazil Pharma * BPHA3 C 16,30 12,35 32,0% 10,4 13,10 6,85 - 24,8 14,9 10,9 0,3% 3.149

RaiaDrogasil * RADL3 C 27,60 22,35 23,5% 21,6 24,46 10,36 44,7 27,5 19,7 14,3 0,7% 7.376

Lo jas Americanas * LAM E4 M 17,40 17,00 2,4% 32,6 18,22 10,59 42,3 29,8 11,9 9,3 0,6% 16.235

Le Lis B lanc * LLIS3 C 13,00 8,66 50,1% 10,0 12,80 7,90 43,6 17,4 13,8 7,8 0,6% 1.481

Pão de Açucar * PCAR4 C 111,00 93,20 19,1% 43,3 98,90 57,87 24,2 21,0 9,4 8,3 1,0% 24.512

Lo jas Renner * LREN3 C 83,80 75,20 11,4% 69,6 78,15 43,02 25,6 20,6 14,0 11,2 2,9% 9.250

Hypermarcas * HYPE3 C 18,00 16,15 11,5% 57,2 17,10 7,41 - 29,7 15,1 12,8 0,4% 10.110

Natura * NATU3 C 62,00 54,15 14,5% 64,6 56,99 31,11 26,5 22,9 15,6 13,6 3,7% 23.230

JBS * JBSS3 M 8,00 6,57 21,8% 23,8 8,50 4,73 16,9 10,7 7,8 6,3 1,5% 18.913

M arfrig * M RFG3 R - 10,50 - 32,9 12,65 6,30 - - - - - -

M inerva * BEEF3 M 14,00 11,00 27,3% 6,8 12,74 4,41 neg 22,2 6,6 5,5 - 1.508

BRF Foods * BRFS3 C 45,10 36,95 22,1% 81,2 38,52 27,53 43,8 17,0 16,1 10,2 1,6% 32.110

P/L EV/EBITDA

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

* Preço-Alvo para Dez/2013

C = Compra; V = Vender; M = Manter; E.R = Em Revisão; R = Restrito Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora

Empresa Código Rec.Preço Alvo

Preço UpsideVolume

(R$ mm)Máximo Mínimo

Div. Yield (%)

Valor de Mercado

dez-12 Último (%) Média 3m 12m 12m 12E 13E 12E 13E 12E (R$ mm)

ED UC A ÇÃ O

Kro ton* KROT11 C 43,50 40,60 7,1% 12,8 40,60 17,03 29,3 21,7 19,2 13,7 0,9% 5.423

Abril Educação* ABRE11 C 42,00 36,70 14,4% 1,8 37,79 19,00 - - 33,2 26,1 0,4% 8.294

Anhanguera* AEDU3 C 44,00 35,60 23,6% 23,6 35,90 15,20 31,1 20,1 18,6 14,9 0,0% 5.198

Estacio * ESTC3 C 47,00 38,70 21,4% 14,6 38,70 16,68 28,1 17,8 16,9 11,3 0,9% 3.173

EN ER GIA ELÉT R IC A

Cemig * CM IG4 M 33,40 24,30 37,4% 106,2 40,39 20,44 5,8 28,5 5,5 9,3 8,6% 20.728

Cesp * CESP6 V 22,10 18,25 21,1% 41,4 38,76 18,25 6,5 neg 3,2 9,1 10,5% 5.986

Copel * CPLE6 M 41,10 30,00 37,0% 24,2 48,29 28,05 11,3 10,3 6,4 6,5 3,1% 8.220

CPFL * CPFE3 R - 23,60 - 20,3 28,11 19,76 - - - - - -

Energias do Brasil * ENBR3 M 16,90 12,70 33,1% 21,8 14,14 11,18 15,9 11,8 6,5 5,2 3,8% 6.045

Tractebel * TBLE3 V 34,50 35,00 -1,4% 22,2 36,91 25,05 17,3 14,0 8,4 8,4 4,3% 22.855

AES Tietê * GETI4 V 27,65 23,07 19,9% 19,6 30,27 20,01 9,5 9,2 5,5 5,5 11,7% 8.790

Eletrobras ON * ELET3 E.R - 11,15 - 23,0 17,92 10,95 - - - - - -

Eletrobras PNB * ELET6 E.R - 16,15 - 21,3 25,35 16,15 - - - - - -

Eletropaulo* ELPL4 M 24,50 16,13 51,9% 23,6 35,14 16,13 5,4 8,7 4,2 5,1 4,6% 2.694

Light * LIGT3 M 28,70 21,85 31,4% 17,1 29,56 21,40 14,4 6,5 6,4 4,7 5,6% 4.457

M PX * M PXE3 M 14,90 10,73 38,9% 13,3 14,30 9,49 neg neg neg 14,9 - 6.202

LOGÍ ST IC A & C ONC ESSÃ O R OD OVIÁ RIA

ALL Logíst ica ALLL3 C 16,00 9,24 73,2% 35,7 11,58 7,62 20,1 14,0 7,3 6,5 1,2% 6.292

CCR CCRO3 C 17,40 17,86 -2,6% 35,7 18,77 10,48 23,3 19,9 10,7 9,3 3,4% 31.541

EcoRodovias ECOR3 C 18,80 17,74 6,0% 35,7 18,37 11,94 23,0 17,7 9,9 8,4 2,2% 9.899

JSL* JSLG3 C 18,00 11,80 52,5% 2,3 12,99 7,28 26,3 20,7 8,1 6,7 0,9% 2.537

Localiza* RENT3 C 44,50 35,60 25,0% 34,7 37,57 23,57 28,7 19,1 9,2 7,9 0,9% 7.084

Login LOGN3 C 14,00 6,00 133,3% 1,0 8,70 4,90 17,9 5,9 8,8 5,5 1,4% 516

Santos Brasil STBP11 C 38,00 29,20 30,1% 8,8 35,70 21,37 19,3 15,5 8,7 7,7 1,3% 3.878

Tegma TGM A3 C 36,50 35,00 4,3% 4,1 35,20 20,74 15,1 12,7 8,7 7,5 5,3% 2.310

Wilson Sons WSON11 M 35,50 28,20 25,9% 1,4 31,50 21,65 16,2 13,3 7,6 6,7 1,8% 986

OHL Brasil OHLB3 C 19,50 19,10 2,1% 26,8 19,96 10,76 13,6 12,1 7,5 6,6 2,2% 6.570

M ID IA E EN T R ETEN IM EN T O

Time fo r Fun * SHOW3 C 21,20 11,50 84,3% 2,8 18,20 10,84 8,9 7,0 4,7 4,1 2,8% 794

M IN ERA ÇÃ O

Vale VALE3 E.R - 37,45 - 184,2 43,95 31,21 - - - - - -

Vale VALE5 E.R - 36,35 - 685,8 41,80 30,71 - - - - - -

M M X M M XM 3 E.R - 4,02 - 36,1 10,15 3,97 - - - - - -

P A P EL & C ELULOSE

Fibria FIBR3 V 15,00 17,24 -13,0% 30,2 19,94 12,34 neg - 7,1 7,9 - 9.551

Klabin KLBN4 C 11,00 11,93 -7,8% 24,8 12,03 5,86 15,5 12,7 10,2 8,9 1,6% 10.594

Suzano* SUZB5 C 7,00 5,28 32,6% 34,4 8,81 3,73 neg neg 10,6 10,4 - 5.849

P ET R ÓLEO

Lupatech LUPA3 E.R - 2,58 - 0,3 7,67 2,58 - - - - - -

OGX* OGXP3 C 9,50 4,71 101,7% 199,5 18,41 4,42 neg 25,5 neg 14,8 - 15.242

HRT HRTP3 C 11,00 6,10 80,3% 30,4 18,24 3,51 neg neg neg neg - 1.793

Petrobras* PETR4 M 28,50 20,80 37,0% 496,1 25,50 17,42 12,2 7,7 7,4 5,3 2,0% 276.535

OSX* OSXB3 C 24,00 11,45 109,6% 14,3 17,46 8,65 neg neg 213,5 294,8 - 3.366

Queiroz Galvão* QGEP3 C 17,40 12,56 38,5% 7,4 17,75 6,78 33,3 12,5 16,3 6,9 0,8% 3.328

P ET R OQUÍ M IC O

Braskem* BRKM 5 M 20,10 13,42 49,8% 20,5 16,65 10,48 neg 12,1 6,8 5,4 - 10.682

Ultrapar * UGPA3 M 52,20 42,60 22,5% 45,7 48,66 28,89 24,5 19,9 11,7 10,0 2,4% 22.834

P/L EV/EBITDA

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

* Preço-Alvo para Dez/2013

C = Compra; V = Vender; M = Manter; E.R = Em Revisão; R = Restrito Fonte: Bradesco Corretora e Ágora Corretora

Empresa Código Rec.Preço Alvo Preço Upside

Volume (R$ mm) Máximo Mínimo

Div. Yield (%)

Valor de Mercado

dez-12 Último (%) Média 3m 12m 12m 12E 13E 12E 13E 12E (R$ mm)

SA ÚD E

Amil * AM IL3 M 22,30 30,55 -27,0% 41,9 30,55 15,59 45,2 29,6 19,0 15,2 0,7% 10.937

Cremer * CREM 3 M 19,60 13,98 40,2% 1,5 20,75 12,97 22,4 11,8 5,5 4,1 1,9% 447

Dasa * DASA3 C 16,60 13,50 23,0% 27,8 17,46 10,80 25,2 17,7 9,7 8,1 1,0% 4.211

Fleury * FLRY3 M 28,00 23,89 17,2% 3,9 27,01 20,27 27,6 17,6 10,3 8,3 0,9% 3.727

Odontoprev * ODPV3 M 11,60 10,50 10,5% 16,0 12,30 7,41 30,8 24,8 22,4 17,6 3,0% 5.576

Qualico rp * QUAL3 C 24,70 20,84 18,5% 15,2 21,32 14,25 27,5 17,8 16,5 12,3 1,0% 5.481

SH OP P IN GS E IM OBILIÁ R IO C OM ER C IA L

Aliansce* ALSC3 R - 23,10 - 7,2 24,89 12,48 - - - - - -

BR M alls* BRM L3 C 33,00 26,70 23,6% 62,0 29,78 17,26 14,4 21,3 9,4 13,5 0,6% 12.095

BR Propert ies* BRPR3 C 34,00 26,60 27,8% 31,0 28,15 16,67 9,3 20,9 21,4 12,6 0,5% 8.246

Iguatemi* IGTA3 C 64,00 25,80 148,1% 9,9 28,50 14,70 12,6 22,1 16,5 13,6 1,5% 4.076

M ultiplan* M ULT3 C 63,00 59,50 5,9% 17,2 63,24 32,41 29,2 21,0 19,7 14,9 1,3% 10.591

SID ER UR GIA

CSN* CSNA3 M 14,50 11,23 29,1% 72,0 18,60 9,00 neg 14,5 7,9 5,9 - 16.373

Gerdau GGBR4 C 22,00 17,75 23,9% 129,0 21,67 12,74 14,2 12,3 8,2 6,5 1,8% 30.211

Usiminas USIM 3 E.R - 10,62 - 8,0 24,87 6,51 - - - - - -

Usiminas USIM 5 E.R - 9,81 - 101,9 13,70 5,57 - - - - - -

T EC N OLOGIA , IN T ER N ET E C A LL C EN T ER

Contax PN CTAX4 C 30,00 23,97 25,2% 1,8 25,19 16,89 18,6 10,0 6,0 4,5 5,4% 1.558

Positivo Informática* POSI3 C 7,90 5,26 50,2% 1,3 7,80 4,89 6,4 4,5 5,7 4,7 5,5% 452

To tvs* TOTS3 M 46,00 41,30 11,4% 13,8 43,89 27,35 29,9 23,1 16,7 14,3 2,0% 6.608

T ELEC OM UN IC A ÇÕES

Telefonica Brasil* VIVT4 C 55,50 45,00 23,3% 53,6 56,19 42,78 10,0 9,8 4,2 4,1 9,5% 50.535

Oi ON* OIBR3 C 12,40 9,60 29,2% 5,7 11,41 7,66 17,8 18,7 4,9 4,5 12,6% -

Oi PN* OIBR4 C 10,30 8,14 26,5% 48,1 9,64 6,60 17,8 18,7 4,9 4,5 12,6% -

Tim Part. ON* TIM P3 C 12,00 7,20 66,7% 2,2 11,76 6,66 11,8 9,5 3,6 3,3 4,3% 17.402

SA N EA M ENT O

Sabesp* SBSP3 C 104,00 85,98 21,0% 39,1 92,76 43,60 9,6 8,9 7,0 6,5 3,1% 19.603

Copasa* CSM G3 M 55,20 47,94 15,1% 11,8 52,72 28,79 10,8 9,3 7,2 6,7 3,2% 5.705

SER VIÇOS F IN A N C EIR OS

Cielo * CIEL3 M 67,40 50,25 34,1% 137,5 62,87 35,43 14,2 12,7 8,6 7,8 4,9% 32.864

Cetip* CTIP3 M 33,20 23,40 41,9% 46,9 33,64 22,43 16,7 14,4 10,3 9,4 2,4% 5.967

BM &Fbovespa * BVM F3 C 15,10 13,00 16,2% 149,8 13,69 8,75 22,3 20,1 17,2 15,6 4,0% 25.090

M ultiplus M PLU3 M 53,00 47,19 12,3% 16,3 50,98 26,73 37,8 28,6 36,0 26,9 0,2% 7.598

P/L EV/EBITDA

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

Este relatório foi preparado pela equipe de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (“Ágora”), que é uma sociedade controlada pelo Banco Bradesco BBI S.A. (“BBI”), mesmo controlador da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (“Bradesco

Corretora”). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, fotocopiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora ou da Bradesco Corretora.

Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento, envolvido(s) na elaboração deste relatório (“analistas de investimento”) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado.

Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório, limitadas às companhias objeto de sua análise, nos

termos do art. 17 da Instrução CVM 483:

Os analistas de investimento declaram que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco.

A remuneração dos analistas de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI.

Declarações nos termos do art. 18 da Instrução CVM 483, referentes às empresas cobertas pelos analistas de investimento da Ágora e Bradesco Corretora:

O Bradesco tem participação direta acima de 5% nas empresas Cielo S.A. e Odontoprev S.A. A Bradseg Participações Ltda., empresa do

Grupo Bradesco, tem participação indireta acima de 5% no Fleury S.A. A BRADESPAR S.A., cujo grupo controlador é composto pelos mesmos acionistas que controlam o Bradesco, tem participação indireta acima de 5% na VALE S.A..

Ágora, Bradesco Corretora, Bradesco BBI e demais empresas do grupo Bradesco têm interesses financeiros e comerciais relevantes em relação ao emissor ou aos valores mobiliários objeto de análise.

O Bradesco BBI está participando como coordenador na oferta de distribuição pública de ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE, CPFL Energias Renováveis S.A., Equatorial Energia S.A., VIX Logística S.A., de debêntures da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil, Concessionária Auto Raposo Tavares S.A., Triângulo do Sol Auto Estradas S.A., de cotas do Fundo de Investimento Imobiliário – FII BTG Pactual Corporate Office Fund, BB Progressivo II Fundo de Investimento Imobiliário - FII e do Gávea Crédito Estruturado Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. O Bradesco BBI está atuando como assessor financeiro de Alpargatas na aquisição da Osklen, conforme anúncio de 10 de outubro de 2012. A Ágora e a Bradesco Corretora estão participando como instituições intermediárias na oferta de distribuição pública de cotas de Fundo de Investimento Imobiliário – FII BTG Pactual Corporate Office Fund, Rio Bravo Crédito Imobiliário II Fundo de Investimento Imobiliário - FII, SDI Logística Rio - Fundo de Investimento Imobiliário - FII e TRX Edifícios Corporativos Fundo de Investimento Imobiliário - FII.

Nos últimos 12 meses, o Bradesco BBI participou como coordenador nas ofertas públicas de distribuição de títulos e valores mobiliários das companhias:

Ampla, Azul Linhas Aéreas, Banco BTG Pactual, Banco do Brasil, BNDESPAR, BR Pharma, Bradespar, Brasil Telecom, Brookfield Incorporações, BTG Pactual Holding, BTG Pactual Participations Ltd, BTG Pactual Pharma, CCR Viaoeste, CEDAE, Claro, Comgás, Companhia Brasileira de Distribuição, EcoRodovias,

Editora Abril, Eletropaulo, Embratel, Energest, Fleury, Gafisa, Galvão Participações, GFV Holding, Gráfica e Editora Anglo, Iguatemi, Inbrands, JBS, Marfrig, Marisol, Mills, MMX Mineração, MRV Engenharia, OAS, OGX, OI, Petrobras, Petropar, Prosegur, Qualicorp, Queiroz Galvão, Rede Do´r São Luiz, Restoque

(Le Lis Blanc), Rodobens, Sonae Sierra, Suzano Papel e Celulose, Ultrapar e Vale. Também atuou como assessor financeiro da JSL na aquisição da Rodoviário Shio Ltda.

Nos últimos 12 meses, a Ágora e/ou a Bradesco Corretora participaram, como instituições intermediárias, das ofertas públicas de títulos e valores mobiliários das companhias: BNDESPAR, Banco BTG Pactual, BR Pharma, BTG Pactual Participations Ltd, Fibria, FII Vila Olimpia Corporate, Fundo de Índice

ICO2, FII Maxi Renda, Locamérica, Qualicorp, Suzano Papel e Celulose, Taesa, TIM e Unicasa.

A Bradesco Corretora recebe remuneração por serviços prestados como formador de mercado de ações da Alpargatas (ALPA4) e Odontoprev (ODPV3) e de debêntures da USIMINAS e BNDESPAR.

Informações adicionais sobre quaisquer ações recomendadas podem ser obtidas por meio de solicitação. Os relatórios publicados pela equipe de análise de investimento da Ágora também podem ser encontrados no site https://www.agorainvest.com.br.

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ESTRATÉGIA MENSAL 01/11/12

ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Diretor de Research

Dalton Gardimam [email protected]

Estrategista de Análise Varejo

Jose Francisco Cataldo Ferreira +55 21 2529-0808 [email protected]

Supervisor, Petróleo, Petroquímico, Papel & Celulose e Logística

Luiz Otávio Broad +55 21 2529-3390 [email protected]

Mineração, Siderurgia, Bancos, Seguros & Serviços Financeiros

Aloisio Villeth Lemos +55 21 2529-0807 [email protected]

Assistente de Análise

Aline Tavares da Silva +55 21 2529-0924 [email protected]

Gabriel Valente Coutinho +55 21 2529-3425 [email protected]

Marcel Chamarelli Gutierrez +55 21 2529 3465 [email protected]

Ricardo Faria França +55 21 2529-3428 [email protected]

MESA DE OPERAÇÕES – REGIÃO METROPOLITANA (RJ e SP) 4004-8282

MESA DE OPERAÇÕES – DEMAIS REGIÕES DO BRASIL 0800 724 8282

MESA DE OPERAÇÕES – LIGAÇÕES INTERNACIONAIS +55 21 2529-0810