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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE PROCESSAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO METODOLOGIA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA, COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Prof. Leandro Michels Santa Maria, 2010

METODOLOGIA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA, … que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE PROCESSAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

METODOLOGIA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA,  COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 

 

 

 

Prof. Leandro Michels 

 

 

 Santa Maria, 2010

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Prof. Leandro Michels  

2Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

Sumário  

1.  Introdução ....................................................................................................................................... 5 

1.1.  Conselho aos formandos.... ................................................................................................. 6 

2.  Comportamento Profissional .......................................................................................................... 8 

2.1.  Comportamento Social e Etiqueta Profissional....................................................................... 8 

2.2.  Aparência Profissional ........................................................................................................... 10 

2.2.1.  Use a aparência a seu favor .......................................................................................... 10 

2.2.5.  Roupa de trabalho ......................................................................................................... 14 

2.3.  Assepsia ................................................................................................................................. 18 

2.3.1.  Banho ............................................................................................................................ 18 

2.3.2.  Controle do suor e mau‐cheiro ..................................................................................... 18 

2.3.3.  Assepsia bucal ............................................................................................................... 18 

2.3.4.  Maquiagem feminina .................................................................................................... 19 

2.3.5.  Assepsia de roupas e calçados ...................................................................................... 19 

2.4.  Etiqueta social ....................................................................................................................... 19 

2.4.1.  Regras para cumprimentar e apresentar pessoas ........................................................ 19 

2.4.2.  Regras ao abrir a porta .................................................................................................. 20 

2.4.3.  Regras no elevador ........................................................................................................ 20 

2.4.4.  Regras para uso do telefone ......................................................................................... 20 

2.4.5.  Regras no uso de secretária eletrônica ......................................................................... 21 

2.4.6.  Regras no uso da internet ............................................................................................. 21 

2.4.7.  Regras para almoço e jantar de negócios ..................................................................... 21 

2.4.8.  Dicas e regras para o dia‐a‐dia ...................................................................................... 22 

2.4.9.  Etiqueta na vida profissional ......................................................................................... 23 

3.  Comunicação e expressão ............................................................................................................. 25 

3.1.  Redação oficial ...................................................................................................................... 25 

3.1.1.  Qualidade e características fundamentais de texto ...................................................... 26 

3.1.1.1.  Clareza ....................................................................................................................... 26 

3.1.1.2.  Coesão ....................................................................................................................... 27 

3.1.1.3.  Concisão .................................................................................................................... 27 

3.1.1.4.  Correção gramatical .................................................................................................. 29 

3.1.1.5.  Formalidade e uniformidade ..................................................................................... 29 

3.1.1.6.  Impessoalidade ......................................................................................................... 29 

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Prof. Leandro Michels  

3Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

3.1.2.  Orientações básicas do ato de escrever ........................................................................ 30 

3.1.2.1.  Estilo .......................................................................................................................... 30 

3.1.2.2.  Qualidades da harmonia e da polidez ....................................................................... 30 

3.1.3.  Técnicas de redação das comunicações oficiais ............................................................ 34 

3.1.3.1.  Pronomes de Tratamento ......................................................................................... 35 

3.1.3.2.  Fechos para Comunicações ....................................................................................... 37 

3.1.3.3.  Identificação do Signatário ........................................................................................ 38 

3.1.3.4.  Formato padrão de redação oficial ........................................................................... 38 

3.1.4.  Tipos e modelos de documentos oficiais ...................................................................... 40 

3.2.  Redação comercial ................................................................................................................ 41 

3.2.1.  Técnicas de redação dos textos comerciais .................................................................. 41 

3.2.2.  Regras básicas para confecção de textos comerciais .................................................... 41 

3.2.3.  Registros de documentos em cartório .......................................................................... 42 

3.3.  Redação acadêmica ............................................................................................................... 44 

3.3.1.  Tipos de trabalhos científicos ........................................................................................ 44 

3.3.2.  Estrutura dos trabalhos científicos ................................................................................ 46 

3.3.2.1.  Elementos pré‐textuais ............................................................................................. 46 

3.3.2.2.  Elementos textuais .................................................................................................... 47 

3.3.2.3.  Elementos pós‐textuais ............................................................................................. 48 

3.4.  Currículo Vitae ....................................................................................................................... 48 

3.4.1.  Currículo Vitae Acadêmico – Plataforma Lattes ............................................................ 48 

3.5.  Comunicação oral .................................................................................................................. 49 

3.5.1.  Obstáculos a compreensão da informação falada ........................................................ 49 

3.5.1.1.  Ruídos ........................................................................................................................ 50 

3.5.1.2.  Falta de conhecimento e experiência comum .......................................................... 50 

3.5.1.3.  Confusão entre símbolo e objeto simbolizado.......................................................... 50 

3.5.1.4.  Uso exagerado de abstrações ................................................................................... 51 

3.5.2.  Como se comunicar adequadamente ........................................................................... 51 

3.5.2.1.  Uso da voz ................................................................................................................. 53 

3.5.2.2.  Movimento ................................................................................................................ 53 

3.5.2.3.  Gestos ........................................................................................................................ 53 

3.5.2.4.  Contato visual ............................................................................................................ 54 

3.5.2.5.  Atitudes ..................................................................................................................... 55 

3.6.  Apresentação oral ................................................................................................................. 55 

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Prof. Leandro Michels  

4Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

3.6.1.  Estruturação de uma apresentação .............................................................................. 55 

3.6.1.1.  Organização do assunto ............................................................................................ 56 

3.6.1.2.  Estruturação .............................................................................................................. 56 

3.6.1.3.  Recursos audiovisuais................................................................................................ 57 

3.6.1.4.  Estratégia para criação de transparências ................................................................ 59 

3.6.2.  Dicas para uma boa apresentação oral ......................................................................... 60 

4.  Metodologia Científica e Tecnológica ........................................................................................... 66 

4.1.  Ciência ................................................................................................................................... 66 

4.1.4.1.  Classificação quanto ao objeto de estudo ................................................................ 68 

4.1.4.2.  Classificação quanto à finalidade do estudo ............................................................. 69 

4.1.4.3.  Classificação quanto ao grau de precisão dos resultados ......................................... 69 

4.2.  Conhecimento científico ....................................................................................................... 70 

4.2.4.1.  Hipótese .................................................................................................................... 71 

4.2.4.2.  Achado ....................................................................................................................... 73 

4.2.4.3.  Modelo ...................................................................................................................... 73 

4.2.4.4.  Teoria ......................................................................................................................... 74 

4.2.4.5.  Lei .............................................................................................................................. 74 

4.2.4.6.  Hierarquia do saber científico ................................................................................... 74 

4.3.  Método científico .................................................................................................................. 75 

4.3.1.  Método dedutivo .......................................................................................................... 76 

4.3.2.  Método indutivo ........................................................................................................... 76 

4.4.  Técnicas de procedimentos ................................................................................................... 77 

4.5.  Pesquisa ................................................................................................................................. 78 

4.5.1.  Classificações da pesquisa ............................................................................................. 78 

4.6.  Pesquisa tecnológica ............................................................................................................. 81 

4.6.1.  Tecnologia ..................................................................................................................... 81 

4.6.2.  Inovação tecnológica ..................................................................................................... 81 

4.7.  Projetos ................................................................................................................................. 83 

5.  Bibliografia .................................................................................................................................... 84 

Anexo I: Documentos oficiais ................................................................................................................ 85 

Anexo II: Documentos comerciais ......................................................................................................... 86 

Anexo III: Redação de documentos acadêmicos ................................................................................... 87 

 

 

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Prof. Leandro Michels  

5Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

1. Introdução  

As competências profissionais desejáveis um engenheiro, em suas diferentes modalidades, vai muito além de um conjunto de conhecimentos técnicos envolvendo matemática, física, e suas aplicações a sistemas técnicos.  O exercício profissional de um engenheiro, descrito pelo artigo 1º da RESOLUÇÃO Nº218, de 29 Junho 1973, designa as seguintes atividades para os engenheiros: 

Artigo  1º:  Para  efeito  de  fiscalização  do  exercício  profissional  correspondente  às  diferentes  modalidades  da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: 

Atividade 01: Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02: Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03: Estudo de viabilidade técnica‐comercial; Atividade 04: Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05: Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06: Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07: Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08: Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09: Elaboração de orçamento; Atividade 10: Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11: Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12: Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13: Produção técnica e especializada; Atividade 14: Condução de trabalho técnico; Atividade 15: Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16: Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17: Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18: Execução de desenho técnico.  

Como se pode constatar, para exercer a profissão em sua plenitude, os engenheiros precisam ter as seguintes competências, cujos conceitos principais são ministrados nesta disciplina: 

• Comunicação e expressão 

• Postura profissional 

• Metodologia científica e tecnológica 

• Propriedade intelectual 

Os materiais de apoio a esta disciplina, com relação a parte de comunicação e expressão e postura profissional,  são baseados  em  textos,  livros  e  apostilas  empregados por profissionais do  setor de recursos  humanos  e  recrutamento,  empresas  e  organizações.  Desta  forma,  tenta‐se  repassar  o pensamento do mercado de trabalho com relação as estas questões, que por vezes são controversas.  

 

   

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Prof. Leandro Michels  

6Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

1.1. Conselho aos formandos.... 

Nizan Guanaes Discursando como paraninfo na formatura de uma turma na FAAP – 10 de novembro de 2003 Publicitário, fundador do IG e das agências DM9 e África http://www.supertextos.com/texto/Discurso_De_Formatura/752  

Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos. 

Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. 

Quem pensa  só  em dinheiro não  consegue  sequer  ser nem um  grande bandido, nem um  grande canalha. Napoleão não  invadiu  a  Europa por dinheiro. Hitler não matou  6 milhões de  judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi antes construído na alma. 

A propósito disso,  lembro‐me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira  americana  cuidando  de  leprosos  no  Pacífico  e  um milionário  texano. O milionário,  vendo‐a tratar  daqueles  leprosos,  disse:  "Freira,  eu  não  faria  isso  por  dinheiro  nenhum  no mundo".  E  ela responde: "Eu também não, filho". 

Não estou  fazendo  com  isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. 

Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. 

O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem  refinamento, não chega a viver como homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu. 

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito". É exatamente  isso que está escrito na carta de Laudicéia: seja quente ou seja  frio, não seja morno que eu  te vomito. É preferível o erro à omissão; o  fracasso, ao  tédio; o escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. 

Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo: faça, erre,  tente,  falhe,  lute.  Mas,  por  favor,  não  jogue  fora,  se  acomodando,  a  extraordinária oportunidade de ter vivido. 

Tenho consciência que cada homem  foi  feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz  em  si  uma  evolução.  Que  é mais  do  que  sexo  ou  dinheiro.  Você  foi  criado  para  construir pirâmides  e  versos,  descobrir  continentes  e  mundos,  caminhando  sempre  com  um  saco  de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. 

Não use Rider: não dê férias a seus pés. 

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!" 

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Prof. Leandro Michels  

7Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

Toda  família  tem um  tio batalhador e bem de  vida que, durante o  almoço de domingo,  tem que agüentar aquele outro tio muito  inteligente e fracassado contar tudo o que faria, se fizesse alguma coisa. 

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque  não  sabem  ansiar,  não  sabem  perder  a  pose,  não  sabem  recomeçar.  Porque  não  sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. Das 8 às 12, das 12 às 8, e mais, se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. 

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em  tudo,  tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas, que trabalham de sol a sol ,construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos,  construímos uma das maiores impotências do trabalho. 

Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai  trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior,  conversar  as mesmas  conversas; mas  o  tempo,  que  é mesmo  o  senhor  da  razão,  vai bendizer  o  fruto  do  seu  esforço,  e  só  o  trabalho  lhe  leva  a  conhecer  pessoas  e mundos  que  os acomodados não conhecerão. 

E isso se chama "sucesso". 

 

   

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Prof. Leandro Michels  

8Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

2. Comportamento Profissional   

Ter  comportamento  profissional  condizente  com  a  profissão  é  fundamental  para  a  carreira  de qualquer  profissional.  Esta  necessidade  é  também  fundamental  aos  engenheiros,  cuja  atividade profissional transcende das atividades técnicas. Os engenheiros precisam se relacionar com pessoas, comunicar‐se  adequadamente,  ter  uma  aparência  e  vestimenta  condizente  com  a  posição profissional, além de  ter uma  conduta ética  condizente  com  sua  importância  social. Para destacar esta  importância,  nesta  apostila  são  apresentados  uma  série  de  textos  criados  por  profissionais especializados em  recursos humanos, para demonstrar o que o mercado profissional  com  relação este assunto. 

 

2.1. Comportamento Social e Etiqueta Profissional Rogério Martins [email protected]  Graduado em Psicologia e possui Pós‐Graduação em Recursos Humanos e Psicodrama http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=p7b5zyrji  

É curioso como ultimamente as empresas tem se preocupado com a formação ética e social dos seus colaboradores. Isto denota que há algo de "podre" no reino das organizações brasileiras. Tem surgido uma  demanda muito  significativa  para  formação  e  desenvolvimento  da  postura  social  e  etiqueta profissional. Será que nossos funcionários desaprenderam sobre convívio social e boas maneiras no trato profissional? Parece que sim!  

Com o crescente nível de exigências de conhecimento técnico para o preenchimento das ofertas de trabalho, algumas vezes os profissionais de RH e as próprias chefias esquecem‐se do fundamental: o ser humano. Dominar determinada área técnica não é mais o único  fator relevante para o sucesso profissional. Daniel Goleman e muitos outros consultores que estudam o comportamento social nas organizações modernas alertam sobre a importância de utilizarmos corretamente nossa inteligência emocional, ou seja, tirarmos o melhor proveito de nossa capacidade de relacionar‐se com as pessoas. Saber como se portar em uma reunião, em um almoço de negócios, em um coquetel, ou mesmo no dia‐a‐dia  da  empresa  tornou‐se  fundamental  para  o  futuro  da  carreira  dos  jovens  e  experientes profissionais.  

A seguir relaciono  três práticas de etiqueta profissional e comportamento social que, muitas vezes esquecidas  ou  não  exercitadas  por  nós,  podem  causar  situações  embaraçosas  ou  até  mesmo prejudicar o futuro profissional. 

Cuide, em primeiro  lugar, de  si mesmo, da  sua apresentação pessoal.  Invista na  sua  imagem e na auto‐imagem. Valorize‐se! Existem pessoas que marcam  sua existência pela elegância, outras pela total falta de bom senso na hora de se vestir e se portar. Portanto, quando  for trabalhar deixe em casa as roupas coloridas, transparentes e decotadas, as saias justas, as bijuterias grandes e pesadas, os  saltos  muito  finos  e  altos,  as  gravatas  de  bichinhos,  aquele  terno  pink,  o  sapato  velho  e desgastado. Lembre‐se do famoso ditado que diz: "a primeira impressão é a que fica". Reflita sobre a imagem que quer transmitir para as outras pessoas e o que tem feito para isto. Peça a seus amigos um feedback sincero sobre sua apresentação pessoal. Vale aqui uma ressalva de que apresentação pessoal não tem a ver com beleza, raça ou tipo físico. 

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Outro  fator que está diretamente relacionado com sua  imagem é a comunicação. De nada adianta estar muito bem vestido, andar corretamente, cumprimentar as pessoas adequadamente se na hora de expor suas  idéias, ou participar de uma reunião, só ouve‐se erros de concordância verbal, gírias, piadinhas de mau gosto, interrupções constantes para contar vantagem, etc. Ouça mais as pessoas e exercite sua comunicação. Leia mais, participe de cursos, escreva com freqüência, pratique, pratique, pratique! 

Evite fofocas. Conheça a história do funcionário que foi transferido de projeto. Logo no primeiro dia, para fazer média com o chefe, saiu‐se com esta:  

‐ Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram que ele...  

Nem chegou a terminar a frase, o chefe aparteou:  

‐ Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?  

‐ Peneiras? Que peneiras, chefe?  

‐  A  primeira,  Olavo,  é  a  da  VERDADE.  Você  tem  certeza  de  que  esse  fato  é  absolutamente verdadeiro?  

‐ Não. Não tenho não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram – completou. 

‐ Então  sua história  já vazou a primeira peneira. Vamos então para a  segunda peneira que é a da BONDADE. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito? – o chefe questionou.  

‐ Claro que não! Nem pensar, Chefe.  

‐ Então, sua historia vazou a segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira que é a UTILIDADE. Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passá‐lo adiante?  

‐ Não, chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi que não sobrou nada do que  iria contar  ‐ fala Olavo, surpreendido.  

‐ Pois é, Olavo. Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras? ‐ diz o chefe sorrindo e continua:  ‐ Da próxima vez em que surgir um boato por ai, submeta‐o ao crivo dessas  três peneiras: VERDADE, BONDADE, UTILIDADE, antes de obedecer ao  impulso de passá‐lo adiante.  

Na  vida  representamos diversos papéis: de  filho‐filha, de pai‐mãe, de  empregado‐patrão,  etc.  Em cada  um  deles  devemos  ter  o  bom  senso  de  nos  adequarmos  conforme  as  normas  e  regras existentes. Para este conjunto de normas e regras é dado o nome de sociedade. Uns dizem que as regras  foram  feitas para  serem quebradas, mas que  confuso  seria  se não  as  tivéssemos para nos orientar?  

 

   

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2.2. Aparência Profissional  

2.2.1. Use a aparência a seu favor  

José Antônio Rosa Professor de pós‐graduação em Administração no Instituto Nacional de Pós‐Graduação, jornalista, editor e consultor da Manager Assessoria em Recursos Humanos. http://www.manager.com.br/reportagem/reportagem.php?id_reportagem=783  Ninguém  vê  mais  anúncios  pedindo  gente  com  boa  aparência,  pois  é  politicamente  incorreto formalizá‐la. Porém, é óbvio que a aparência é levada em conta na hora da contratação, assim como o é em  todas as circunstâncias da vida. O ser humano aprendeu a  julgar por meio da visão e, se é verdade que esta leva eventualmente a erros de julgamento, é verdade também que o que os olhos dizem são, no mínimo, um dado a mais para o bom avaliador. Isso é profissional. Um bom psicólogo extrai  insights  sobre  o  cliente  a  partir  do  que  está  vendo  em  seu  rosto,  assim  como  faz  o  bom médico, o juiz, enfim, todos os que têm de avaliar. Então, aparência conta ‐ e muito. 

Sendo assim, é bom investir na aparência. Quando não por vaidade ou por interesse, pelo menos por respeito aos outros com quem se vai relacionar.  Isso não quer dizer, naturalmente, sofisticação no trajar, beleza, estilo  fashion ou qualquer  coisa que o  valha, mas  simplesmente  cuidados pessoais, zelo, preocupação em evitar itens que comprometem o bom visual. 

Ao pensar em aparência, imagem, temos sempre de levar em conta a seguinte pergunta: Para quê? Assim, se o objetivo for divertir‐se em uma danceteria, a imagem adequada é uma; quando se trata de trabalho, é outra completamente diferente. No que diz respeito ao trabalho, alguns pontos que devem ser observados: 

• Roupas ‐ adequadas ao trabalho, discretas, bem cuidadas. • Cabelos  ‐  aparência de  limpeza  e  cuidado,  corte  em dia,  ausência de  itens  controvertidos 

(rabo‐de‐cavalo, cores estranhas). • Sapatos ‐ de trabalho, engraxados. • Adereços  ‐  proibidos  para  homens  (brinco,  pulseira,  piercing,  exceto  em  algumas  poucas 

profissões); para mulheres são permitidos, mas vale o bom senso e a ausência de exageros no uso. 

• Rosto ‐ é fundamental cuidar de espinhas, pêlos e outro itens do gênero. • Óculos ‐ limpíssimos, bem ajustados, discretos e profissionais. 

Usualmente essas coisas não são uma questão de dinheiro, mas de cuidado e zelo. Um pouquinho de atenção resulta em melhora em termos da carreira. 

 

2.2.2. Trabalho exige bom senso na hora de se vestir 

(Folha de S. Paulo ‐ 16/09/02) 

Saltos muito  altos,  decotes  exagerados,  camisa  de manga  curta  com  gravata, meias  brancas  com calça social. São muitos os erros que profissionais podem cometer na escolha da roupa de trabalho. Para driblá‐los, consultores tentam ajudar na difícil escolha diária da roupa que deve ser usada. 

Na opinião de Luciane Robic, diretora de moda do IBModa (Instituto Brasileiro de Moda), homens e mulheres  têm  dificuldades  ao  tentar  adaptar  as  últimas  tendências  ao  trabalho.  "Acabam 

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preocupando‐se  demais  com  a  moda  quando  deveriam  vestir‐se  de  acordo  com  a  cultura corporativa", afirma. 

O problema é maior para as mulheres,  já que  têm mais possibilidades de escolha, e, portanto, de errar. "As brasileiras têm pouco critério sobre o que favorece ou desfavorece sua imagem de acordo com seu tipo físico", avalia Inês de Castro, autora do livro "Moda no Trabalho" (Editora Panda), que dá dicas sobre como se vestir em diferentes situações do cotidiano profissional. 

As  roupas  transmitem mensagens,  e  é  preciso  cuidar  da  aparência.  Aquele  corte moderno  nem sempre é o mais adequado ou confortável para as funções exercidas no dia‐a‐dia. O mesmo vale para sandálias, sapatos de salto alto ruidosos, gravatas e adereços chamativos, que dispersam a atenção dos colegas. 

"O profissional deve levar em conta que não se veste para si, e sim para seu cliente e seus parceiros de  trabalho",  opina  Ilana  Berenholc,  consultora  de  moda  ligada  ao  Senac  (Serviço  Nacional  de Aprendizagem Comercial). 

Apesar de as empresas não deixarem de promover funcionários que consideram malvestidos, Andrea Huggard‐Caine,  sócia‐diretora  da  Hewitt  Associates,  ressalta  que  quem  se  veste  adequadamente demonstra saber a importância que a companhia dá para a imagem que ele passa. 

"Estar bem‐vestido denota que o profissional pode representar bem a empresa, além de demonstrar o valor que dá a si mesmo", completa Nora‐ney Cerneviva, diretora de RH do Citibank. 

Para os consultores, a escolha da roupa de trabalho deve levar em conta a cultura da companhia ‐se é mais  conservadora  ou mais  arrojada‐  e  a  agenda  de  cada  um.  Os  gostos  pessoais  podem  ser adaptados com sutileza ao visual. 

Estar alinhado, entretanto, não é  sinônimo de  ser chique. Cada vez mais as empresas aceitam um vestuário mais  informal,  como  camisas pólo para homens."Se  a  companhia não  tem uma política definida  de  vestuário,  deve‐se  observar  como  se  vestem  os  superiores",  opina  Berenholc, acrescentando  que  "quanto  mais  o  profissional  repete  um  padrão  de  se  vestir,  torna‐se  mais consistente e ganha credibilidade". 

Geralmente,  secretárias,  vendedores  e  executivos  precisam  manter‐se  alinhados,  pois  também representam a imagem da empresa. Como nem sempre é possível prever o que vai acontecer no dia, consultoras recomendam reservar acessórios (como ternos, blazers e gravatas em tons neutros) para ocasiões inusitadas, como uma reunião de última hora com o chefe ou com um cliente. 

Estar  não  quer  dizer  acertar  sempre.  "Se  você  aparece  chique  para  encontrar  um  cliente  mais descontraído, pode passar um ar de arrogância", comenta Huggard‐Caine. Em outros casos, vestir‐se de modo despojado é a regra. "Nas profissões em que se espera um retorno criativo, recomenda‐se criatividade  nas  roupas,  mesmo  nas  reuniões",  diz  Fawsia  Borralho,  estilista  e  professora  da Universidade Anhembi Morumbi. 

 

 

 

 

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2.2.3. Vestuário: Ambiente de Trabalho 

Rubem Queiroz Cobra http://www.cobra.pages.nom.br/bmp‐vesttrab.html 

A adequação do traje de trabalho tem a ver com a atividade, com o  local e o horário em que será usado.  Se  não  for  um  uniforme  obrigatório,  segue  o  que  se  recomenda  para  o  traje  em  geral: considerar a  idade e o  físico da pessoa, combinar com a cor dos  seus cabelos e da  sua pele. Mas neste caso a roupa de trabalho, sofre ainda mais alguns controles: deve guardar uma certa harmonia de nível entre os empregados no  sentido de que algum deles não exceda em  luxo aos  colegas, e sobretudo  ao  chefe.  Porém,  não  há medidas  para  o  bom  gosto.  Este  não  depende  de  luxo  nem precisa respeitar hierarquias.  

O funcionário irá vestir‐se com o cuidado de não exceder em luxo, e também não usar um padrão de roupas  inferior ao da média do que usam os colegas. Não esnobar, nem ficar por baixo Porém, não há limites para o bom gosto. Este não depende de luxo nem precisa respeitar hierarquias. É uma boa idéia manter‐se a roupa para uso no trabalho sempre separada das que se usará para outros fins, em casa e na rua.  

Roupa‐de‐trabalho, mulher. No  trabalho,  são consideradas  inadequadas para a mulher  roupas que são coladas ao corpo, curtas e sem mangas, com decotes grandes ou em  tecidos  transparentes ou brilhantes; a blusa deve  ser opaca o bastante para esconder as  costuras e alças do  sutiã. Tecidos grossos demais, certos conjuntos de jeans, roupa de couro ou veludo, dão aparecia de ineficiência e pouco dinamismo.  

São mais próprias roupas fartas, dentro do seu figurino, evitando cores baratas (preto, marrom, ou coloridos  ralos,  de  pouca  tinta),  como  também  estamparia  de  desenho  muito  graúdo  (grandes retângulos, grandes círculos, grandes folhas, etc.).  

Roupa, sapatos e bolsa de cor branca devem ser evitados nos meses frios ou nos dias chuvosos. 

Salvo quando a natureza do trabalho recomendar o contrário, é mais conservador e clássico o uso de saias,  em  vez  de  calças  compridas. Os  caprichos  da  última moda  sempre  parecem,  inicialmente, extravagantes, e chocam as pessoas que não lêem revistas francesas e italianas. Por isso não é uma boa idéia para a mulher, ser muito vanguardeira em seus trajes de trabalho. 

As meias compridas são um acessório importante para a elegância, desde que não sejam espessas e chamem atenção como se fossem meias ortopédicas.  

Quanto a  jóias e bijuterias, no  trabalho é  conveniente usar o mínimo em  tamanho e quantidade. Brincos  discretos  e  pequenos,  cintos  não muito  largos,  principalmente  se  forem  de  couro  cru  ou cadeia de metais. 

Certa vez fui atendido em uma  livraria pela própria dona da  loja. Usava em uma das mãos um anel com  uma  grande  pedra,  e  na  outra  um  chuveiro  com  cinco  brilhantes  de meio  quilate  cada  um. Elogiei a beleza da ametista, mas ela respondeu secamente: "É um rubi." Abstive‐me de comentários sobre os brilhantes, mas pensei no quanto ela parecia ter vindo de uma grande noitada diretamente para sua livraria.  

Os sapatos nunca são de plataforma alta, ou de salto muito alto; melhor que sejam delicados e de salto médio, e estejam  sempre  limpos, assim como a bolsa. Se a mulher  tem que caminhar muito entre o local onde estaciona seu carro ou desembarca do transporte coletivo, e o local do trabalho, 

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não  precisa  estragar  pelas  calçadas  os  sapatos  de  sua  toilete.  Pode  utilizar  um  calçado  robusto, adequado para a caminhada, que não prejudique muito a sua elegância, e  levar em uma pequena sacola o par que usará no trabalho. Porém, usar para esse trajeto um tenis e meias brancas e curtas – um  costume  das  americanas  que  chama  a  atenção  em  Nova  York  –,  é  um  contraste  muito desagradável de se ver. 

Não  é  uma  boa  idéia  para  a  mulher,  ser  muito  vanguardeira  em  seus  trajes  de  trabalho,  e surpreender os colegas com as extravagâncias da última moda. Porém; usar roupas velhas e muito fora de moda, e sapatos deformados e sujos, é igualmente ruim. 

Roupa‐de‐trabalho, homem. Para o homem valem recomendações bem parecidas. O uso de paletó e gravata é praticamente obrigatório como paramento da autoridade, tanto pública como privada. O modo  de  vestir‐se  de  uma  autoridade  é  sempre  conservador.  Os  ternos  são  em  cores  escuras, listados  ou  não,  a  camisa  branca,  raramente  azul  claro,  com  punhos  simples  ou  duplos,  sapatos clássicos, de  laço ou de  fivelas, meias escuras e gravatas conservadoras. Tanto no governo quanto em empresas privadas os  funcionários do  alto escalão de  chefia, podem usar blazer, mantendo  a gravata. Em qualquer dos casos, a camisa a ser usada com o paletó é sempre de mangas compridas. O punho deve ultrapassar  a ponta da manga do paletó  cerca de  1  a  1,5  cm,  ficando  cobertas  as abotoaduras  ou  o  botão  do  punho  da  camisa.  Esta,  ao  nível  das  assessorias,  pode  variar  a  cor, mantendo‐se o bom gosto da combinação; os sapatos podem ser mocassins com borlas. 

Fora do escalão das autoridades, públicas ou privadas, e das suas assessorias, os homens comumente usam, no máximo, paletó esporte de  cor e padrão discretos,  com gravata  ,até apenas  camisas de mangas curtas ou compridas com gravata, sem paletó.. As camisas sociais coloridas, com colarinho e punhos brancos, são um tanto pretensiosas e por isso o seu uso resvala para os limites do mau gosto, e as camisetas de barras coloridas e tenis também não são recomendaveis.. 

Jalecos  e  acessórios. Os  homens  usam  o  jaleco  sobre  a  camisa  de  gola  com  ou  sem  gravata,  as mulheres usam diretamente sobre o vestido ou blusa preferencialmente que tenham gola  . Ao sair do ambiente de  trabalho, o  jaleco ou o guarda‐pó deve  ser despido, porque não é parte do  traje social  e  sua  função  é  restrita  ao  local  da  atividade.  Jalecos  usados  em  consultórios,  hospitais, laboratórios e oficinas não interferem na vestimenta, exceto por dispensarem o paletó ou o blazer.   

Os  suspensórios  são  pouco  usados  atualmente,  e  as  calças  vêm  com  alças  para  os  cintos.  Se  o homem prefere manter as calças em posição com o uso de suspensórios, deve usar um cinto folgado para ocupar as alças, ou então mandar removê‐las, ou encomendar calças a um alfaiate, sem esse detalhe 

Os jeans nunca deixam de trair suas origens; ficam melhor para o trabalho no campo, no quintal, ou no  jardim e nas oficinas. Sequer para o  trabalho em um atelier de arte, um estúdio de  fotografia, balcão de loja, ficam lá muito bem. 

Não se usam meias claras ou brancas com sapatos escuros. As meias nunca devem ser de cano curto, pois deixam parte das pernas à vista quando o homem se senta. Sapatos engraxados – não se deve dar chance a alguém de saber de onde o outro vem, pelo barro nos seus sapatos –, roupas limpas e passadas, sem manchas, rasgos ou falta de botões, é um mandamento básico. 

 

   

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2.2.4. Como se vestir bem para uma apresentação de sucesso 

Marcos Paulo Peitl http://www.artigonal.com/marketing‐pessoal‐artigos/como‐se‐vestir‐bem‐para‐uma‐apresentacao‐de‐sucesso‐521022.html  

A  comunicação é  tudo e  começa  com a aparência. Estar bem vestido, alinhado e  coerente  com a circunstância é fundamental para o sucesso da sua apresentação. 

Donald  Trump,  exímio  comunicador, milionário,  espelho  da maioria  dos  executivos  do mundo  e estrela do reality show americano "O Aprendiz", afirma categoricamente em seu  livro "How  to get rich" ( Como ficar rico): 

"A maneira como nos vestimos diz muito a nosso respeito, muito antes de dizermos uma só palavra" 

O que você quer dizer ao se vestir? Organização ou desleixo? Confiança ou insegurança? 

Muitas  apresentações  começam  fadadas  ao  insucesso  devido  à  má  aparência.  Temos  poucos segundos  para  causar  uma  impressão,  negativa  ou  positiva.  A  sociedade  e  a  grande maioria  das pessoas  que  nos  assistem  e  que  conversam  conosco  dão muito  valor  a  embalagem,  faz  parte  da essência  humana  gerar  preconceitos,  resistência  e  julgamentos  em  poucos  instantes.  Sem  uma embalagem bonita e atraente, provavelmente ninguém irá se arriscar a conhecer o conteúdo. Antes da sua próxima reunião, entrevista ou apresentação, lembre‐se disso. 

 

2.2.5. Roupa de trabalho 

http://cursoschafic.com/etiquetasocial.pdf 

Competência é o que  interessa, mas o  jeito de se vestir soma pontos na carreira. Se você quer ser uma pessoa de sucesso, tenha a aparência de uma pessoa de sucesso. Um guarda‐roupa com peças adequadas e de boa qualidade não é  vaidade, mas uma  ferramenta de  trabalho que  categoriza o profissional. 

Qualquer um pode  controlar a aparência em benefício próprio. Encare a  roupa de  trabalho  como uma forma de exibir conceitos e códigos de valores seus e da sua empresa.  

A chamada roupa de trabalho é diferente das escolhas para o final de semana ou lazer, onde incluir toques de moda é obrigação. A roupa profissional tem a tarefa de passar o conceito da empresa e um depoimento da pessoa que a esta usando.  

Porém,  liberdade significa responsabilidade. Portanto, mesmo com o casual ditando algumas regras na  hora  de  se  vestir  para  trabalhar,  o  bom  senso  sempre  valoriza  o  curriculum.  Como  no  ditado romano: “A mulher de César não basta ser honesta, mas também parecer honesta”. 

A roupa de trabalho pode não fazer o monge, mas ajuda a conquistar os locais sagrados. A maneira como uma pessoa se veste pode ser uma pista para saber se ela se respeita, se é desleixada, se tem disciplina, é social ou introvertida, dinâmica, moderna, clássica ou até um narcisista de plantão. 

    

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 Dicas importantes ao vestir no ambiente de trabalho: 

• na dúvida opte pelo clássico; cuidado com a moda e os modismos • cores  escuras  emagrecem  e  passam  sobriedade  e  segurança;  cores  claras  engordam  e 

passam descontração; faça uma composição que equilibre estes dois fatores • roupas discretas em cores harmoniosas • fuja à tentação do jeans • escolha relógio e acessórios que complementam sua roupa; cuidado com os excessos • gravata também é um acessório 

 Para o homem: 

• prefira ternos escuros • pesquise tecidos que melhor se adaptam à sua região e estilo pessoal • a meia é uma extensão da calça • evite gravatas de bichinhos, de crochê ou frouxa no colarinho... • evite camisa quadriculada ou listrada • a barba deve ser feita todos os dias • cuidado com a combinação calçado e calça 

 Para a mulher: 

• evite decotes e transparências • prefira batom e esmalte claros, saias na altura do joelho e tailleurs • cuidado com babados e rendas; nunca deixe o sutiã visível • prefira cores discretas, sem estampas fortes • maquiagem deve ser discreta e funcional • opte por sapatos fechados • cuidado com o pescoço e colo à mostra 

  Peças básicas de um guarda‐roupa formal (homem): 

O  figurino  básico  ideal  para  um  executivo  pode  ter  cinco  ternos  ou  costumes  (dois marinhos  de modelos diferentes, um cinza escuro, um preto e outro mais claro para ocasiões menos formais), dez ou doze  camisas  sociais  (quatro ou  cinco brancas) e  sete gravatas, para  variar durante a  semana. Lembre‐se: blazer é um coringa para homens e mulheres.   Peças básicas de um guarda‐roupa informal (homem): 

Com  uma  seleção  de  roupas  básicas  ninguém  fica mal  vestido  no  trabalho.  Essas  peças  também aceitam um toque pessoal ou de moda, de acordo com o gosto ou estilo de vida de cada um. Elas também são roupas adequadas ao "Casual Friday". 

• Camisas sociais em tom de branco e azul‐claro. • Camisetas brancas, pretas e mescla cinza, sem estampa. • Camisas brancas ou pretas esportivas em algodão. • Camisas pólo de tecidos firmes em tons neutros. • Calça de alfaiataria cinza ou bege escuro. • Calça esporte em sarja cáqui . • Calça esporte preta. • Suéteres decote “V”, redondo ou malha de tricô, em marinho, bege ou azul. • Sapatos pretos (amarrados e esportes), ou castanhos esportivos, com bico fino ou quadrado. 

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 Combinação de cores (homem): 

• Homens de cabelos e olhos escuros e tez morena combinam com trajes marinho, verde musgo ou castanho. As camisas são em marfim, azul claro, branca, bege claro  

• Homens de cabelos, pele e olhos claros: trajes em qualquer tom de azul, verde escuro ou de cinza, com camisas em tons de azul médio, beges e cinza pálido.  

• Homens de cabelo grisalho devem usar trajes em tons de cinza, marinho bem escuro ou preto, com camisas brancas, rosa ou listrada em cinza. 

• Para homens de pele escura, afro‐brasileiros, use traje azul médio, marinho, cinza médio e preto (risca‐de‐giz), combinando com camisas brancas, marfim ou azul‐claro.  

• Para homens orientais, os ideais são os ternos marinhos, castanhos e cinza asfalto, usados com camisas claras que não sejam variantes do cáqui ou amarelo. 

 Evite sempre que puder (homem): 

• Meias claras e brancas com trajes escuros. A meia deve ser um prolongamento da calça ou do sapato. 

• Mangas e calças curtas ou volumes exagerados. • Sapato esporte com traje completo. • Roupas variando muito de acordo com a ocasião. • Prendedor de gravata está em desuso. • Gravata muito curta ou longa. A gravata deve chegar até a altura do cinto. 

  Os dez mandamentos para não errar na roupa de trabalho (homem): 

1. Os colarinhos sociais e esportivos são os sinais mais visíveis da elegância de um homem. Maiores que o pescoço desabam qualquer rosto. Apertados, sufocam o visual. 

2. A  combinação da  camisa  com  a  gravata pode demonstrar  atitude moderna ou decepcionar de cara. Estes itens devem ser atualizados a cada estação, como as bijuterias femininas. 

3. Os ombros do paletó devem  ser naturais. Maiores ou menores  criam um  ar  "desmontado" ou desconfortável. 

4.  As mangas  devem  cair  impecáveis  em  camisas  e  paletós  com  os  comprimentos  certos.  Curtas deixam  qualquer  um  deselegante  ou mesmo  cafona.  Compridas,  acabam  com  qualquer  sinal  de elegância.  E  não  basta  dobrar  as  mangas  para  dentro.  O  conserto  deve  ser  feito  por  pessoas especializadas. 

5. A largura do casaco deve ser do tamanho do corpo. Justo demais parece que encolheu na lavagem. Largos, engordam e deixam a silhueta mais baixa. 

6. Use botões discretos e, sempre que possível, abotoados. 

7. O comprimento dos casacos não deve passar muito das nádegas e nem ser muito curto. Quanto mais longo, menores aparecem as pernas. 

8. Calças também definem a elegância. As modelagens de volume moderadas para o ajustado são as que vestem eternamente bem. 

9. O comprimento das calças, especialmente as  formais, deve  ter a bainha marcada corretamente. Curtas comprometem, longas demais acabam com o visual. 

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10. Escolha sapatos adequados ao tipo de roupa. Os amarrados combinam com tudo, até com roupas informais. Os esportivos  só  se prestam a produções  informais. Atenção  com  as meias. Na dúvida, combine com os sapatos. 

Dicas importantes ao vestir no ambiente de trabalho (mulher): 

• Aposte nos básicos modernos, peças combináveis entre si, tecidos que não amassem e nem atrapalhem os movimentos. 

• Escolha peças práticas, econômicas e versáteis, que não interfiram no estilo individual e tipo de trabalho. 

• Adote tendências com critério, sem carregar na sobriedade e nem escorregar nos exageros. • Tempo é dinheiro.  Invista em roupas que enfrentem qualquer ocasião e dispensem o  ferro 

de passar. • Aprenda a avaliar  se o que mostram as vitrines de moda de  fato  combinam  com  seu  tipo 

físico e seu ambiente de trabalho. • Roupas  clássicas  de  boa  qualidade  duram  até  cinco  anos  impecáveis  e,  por  isto,  valem  o 

preço. • Vista‐se para  se  sentir  confortável, apreciada e adequada. Opte por  roupas que priorizem 

versatilidade, e não só a beleza. • Profissionalmente, sempre é melhor chamar a atenção pela elegância do que pela ousadia 

ou irreverência. • Prefira  cores discretas, neutras e  sem estampas marcantes e  também peças ou  conjuntos 

inteiros, fáceis de vestir e melhor para combinar. • Imprima  as  tendências  da moda  nos  acessórios  e  use  roupas  básicas  fáceis  de  portar  e 

econômicas na manutenção. • Use sapatos confortáveis e com saltos médios ou sandálias mais fechadas. • Se  você  lida  com  o  público,  sua  imagem  deve  comunicar  eficiência  e  gentileza  (roupas 

básicas, poucos complementos). • Se trabalha num escritório de advocacia ou em outro ambiente sóbrio, sua imagem pede 

maneiras discretas e roupas mais formais. • Agências de publicidade, empresas de marketing, o mundo da moda e escritórios de  

arquitetura permitem trajes criativos e aceitam estilos mais ousados. • Para negociar com clientes conservadores, um tailleur ou roupa escura e acessórios discretos 

transmitirão seriedade e segurança. • Já a apresentação de um projeto inovador pede roupas de corte moderno, cores fortes e 

acessórios inventivos para imagem e idéia não colidirem. • Para se adaptar a ambientes mais sóbrios, as mais jovens podem dar um toque nas roupas 

básicas, inventando combinações inéditas e usando acessórios leves e coloridos. • De modo geral, quem escolhe peças básicas para trabalhar pode imprimir o tom de cada 

estação aos acessórios, mas não deve exagerar nos complementos.  

Vestimenta formal (mulher): 

• Para a mulher que ocupa posição de destaque, a roupa clássica é sempre a grande solução. Mas  não  confunda  clássico  com  antigo:  o  estilo  vale  sempre, mas  deve  ser  renovado  e atualizado. 

• Até mesmo  a moda  clássica  das  executivas  acompanha  as mudanças  no  comportamento. Com a valorização do corpo, as formas ajustadas trazem saias sensatas, na altura do joelho, e paletós mais acinturados. 

• As  cores  claras  são  energéticas, mas  as  escuras  tradicionalmente  projetam  uma  aura  de poder. 

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• Austeridade demais também pesa. Amenize, jogando acessórios ou desmembrando o tailleur com novas parcerias. Lembre‐se: os acessórios e complementos podem ser arrojados, mas a peça principal deve ser comportada. 

• Um bom paletó é  indispensável. Pode  ser usado  sobre uma  saia, calça ou vestido. Roupas mais estruturadas, de linhas rígidas, impõem autoridade. 

• Se o seu  trabalho permite, use e abuse das calças. Elas escondem e  insinuam as pernas e, usadas com paletó e camisa aberta, são modernas e discretas. 

• Lembre‐se  de  que  seu  colega  homem  não  comparece  ao  trabalho  usando  sandálias  ou sapatos chamativos  (além de não reclamar por ter que usar sapatos fechados!). Para dar o mesmo  pique  ao  visual,  escolha  escarpins,  mocassins  e  uma  coleção  de  sapatos  mais fechados.  

 

 

2.3. Assepsia  

Além  de  estar  adequadamente  vestido,  é  fundamental  que  o  profissional  tenha  uma  assepsia compatível com a atividade profissional desempenhada. Segue algumas regras básicas: 

2.3.1. Banho  • Preferencialmente duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. No mínimo, uma vez ao dia. • Lavar  os  cabelos  com  freqüência  (de  preferência  diariamente),  usando  shampoo  e 

condicionador e cremes de acordo com seu tipo de cabelo • Deve‐se evitar a oleosidade no cabelo, e garantir que o cabelo não possua caspa. • Para os homens, manter a barba aparada (pode‐se usar barba, mas mantê‐la cortada). • Para as mulheres, manter as axilas depiladas. • As unhas devem estar absolutamente limpas, lavando‐as com a maior freqüência possível. • As unhas devem ser permanentemente aparadas, polidas e limpas. • Pessoas com acne devem ter um cuidado permanente para evitar a má‐impressão causada 

por  oleosidade  de  pele  e  feridas  abertas. Neste  caso,  lavar  freqüentemente  o  rosto  com sabonete apropriado para pele com acne. 

• Os cabelos devem estar sempre bem cortados, penteados. O uso de gel para homens e de cabelos presos para mulheres é bem‐vindo. 

2.3.2. Controle do suor e mau­cheiro • Usar desodorante antitranspirante preferencialmente neutro  (ou com perfume suave) para 

evitar o mal‐cheiro provocado pelo suor (em especial, nas axilas). • Controle o uso de especiarias,  café,  chocolate, etc. que elevam a  temperatura do  corpo e 

tendem a aumentar o mau‐cheiro. • Rosto suado: lave‐o pelo menos 3 vezes ao dia. • Nunca enxugue o suor na manga da camisa ou barra da saia. • Usar  perfume  preferencialmente  do  tipo  deo‐colônia,  que  dá  a  sensação  de  frescor  e 

limpeza.  Em  locais  de  clima  frio,  é  possível  usar‐se  perfumes  mais  fortes  no  inverno. Contudo, deve‐se  tomar o  cuidado para não  exagerar.  Evite perfumes doces  e de  cheiros forte. 

• Usar talco para os pés, evitando o chulé. 

2.3.3. Assepsia bucal  O sorriso de uma pessoa é o seu cartão de visitas isso não existe como negar, afinal a primeira coisa que  reparamos  no  primeiro  contato  com  uma  pessoa  e  o  seu  sorriso,  e  um  sorriso  com  dentes 

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brancos e bonitos é realmente cativante e envolvente. Por isso, é desagradável conhecer uma pessoa que tem os dentes feios, amarelos e mau cuidados.  

Por este motivo, sugere‐se os seguintes cuidados: 

• Escovar os dentes após as refeições. Se não for possível, ao menos masque um chiclete para reduzir o mau‐hálito. 

• Use fio dental antes das escovações, para evitar que restos de alimentos fiquem aparentes, causando uma péssima imagem. 

• Visite  o  dentista  anualmente.  A  falta  de  limpeza  gera  tártaro,  cáries,  infecções  nas gengivas,etc. que podem provocar mau‐hálito. 

• Se  o  mal  hálito  for  forte  e  persistente,  procure  ajuda  médica,  pois  é  extremamente desagradável às demais pessoas e pode indicar um problema de saúde. 

2.3.4.  Maquiagem feminina A maquiagem deve seguir a seguinte regras: 

• Deve ser discreta, em tons claros. • A pele deve estar limpa e as sombracelhas aparadas. • Evitar batons de tons escuros e chamativos (vermelho, lilás, etc). • Usar base discreta ou pan‐cake. 

2.3.5. Assepsia de roupas e calçados A vestimenta, além de adequada ao padrão profissional, deve: 

• Estar  em  perfeito  estado  de  uso  (não  possuir manchas,  rasgos, marcas  fortes,  com  golas estragadas, etc.).  

• Estar devidamente limpa e não‐amassada. • Devem ser trocadas diariamente. • Os sapatos devem estar sempre limpos e engraxados, e em perfeito estado de uso. 

 

2.4. Etiqueta social  As  regras de etiqueta  são uma espécie de código através do qual nós  informamos aos outros que somos preparados para conviver harmoniosamente no grupo. Essas  regras  tratam basicamente do comportamento social, e englobam desde o modo de vestir‐se adequadamente às diversas ocasiões, até os modos de comer, de freqüentar ambientes públicos e, principalmente, de como se relacionar com as pessoas.   

2.4.1. Regras para cumprimentar e apresentar pessoas Há uma regra básica para todos os tipos de apresentação: quem quer que esteja se apresentando ou sendo apresentado, deve sorrir e olhar a pessoa nos olhos. Seriedade e tensão não funcionam bem nas apresentações.  

Algumas regras: 

• A pessoa mais  importante é quem recebe a outra e  tem seu nome dito primeiro. No meio empresarial, é interessante dar ao cliente essa importância maior."  

• O  tapinha nas costas e os beijinhos devem ser evitados sempre, a menos que haja grande intimidade entre eles e a ocasião permita esse tipo de carinho.  

• Caso a pessoa apresentada — por uma questão de descortesia — não estique a mão para receber o cumprimento. O que fazer? Se ao esticar a mão para apresentar‐se a alguém, ela não retribuir esse gesto, retire a mão mas continue a apresentação. 

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20Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

• Para  apresentar  alguém  a um  grupo,  aproveite o momento  em que  estiverem  reunidos  e diga  algo mais  ou menos  assim:  "Oi,  pessoal,  queria  apresentar  a  vocês  a  Luciana  Forli, designer da Briattore, em Milão."  

• Nas apresentações para um grupo de pessoas são dispensados os apertos de mão.  • Homens, se estiverem sentados ao ser apresentado, devem se levantar para cumprimentar. 

Por  outro  lado,  as mulheres,  caso  estejam  sentadas,  só  devem  levantar‐se  se  a  pessoa apresentada for a anfitriã ou uma senhora de idade. 

• As mulheres também se cumprimentam apertando as mãos. • Quando lhe cabe apresentar alguém, diga o nome completo da pessoa e algo que propicie o 

início de uma conversa. • O  "olá!" e o  "como  vai?"  são  considerados  cumprimentos padrões. Você não precisa usar 

aquele tradicional "muito prazer!" • Ao apresentar o  cônjuge,  independentemente  se  são  casados ou não, o mais adequado é 

apresentar o parceiro como meu marido, ou minha mulher. Algo do tipo: "Olá, esta é minha mulher, Denise." É de bom tom e evita constrangimentos. 

• Quando você se apresentar a alguém, não se  intitule doutor, professor, engenheiro, etc. Se você é doutor, professor ou magistrado, todos saberão no momento oportuno. Isso não é de bom tom na hora da apresentação. Você deve apenas dizer o seu nome. 

2.4.2. Regras ao abrir a porta • Quando vier alguém atrás de você, segure a porta até que a pessoa possa segura‐lá, mas só 

se ela estiver bem próxima 

• Se  você  for  o  primeiro  de  um  grupo  que  chegar  à  porta,  abra‐a  segurando‐a  o  tempo necessário para que ela não feche em cima de quem vem atrás de você. 

2.4.3. Regras no elevador • Nos elevadores, o homem  sempre deve  segurar a porta para a entrada da mulher. Da 

mesma forma, os idosos têm a preferência. • Se duas pessoas forem descer no mesmo andar, o homem, ou a pessoa mais jovem, deve 

abrir a porta para que a mulher ou o mais idoso saia do elevador. • Em elevadores de empresas, o homem deve entrar após a mulher e permitir a passagem 

para  que  ela  saia  primeiro.  Se  o  elevador  estiver  muito  cheio  e  essa  delicadeza representar incômodo para as pessoas, o homem deve pedir licença e sair primeiro. 

• Qualquer pessoa que entra no elevador deve cumprimentar aqueles que já estão dentro. 

2.4.4. Regras para uso do telefone Ter bons modos ao  telefone pode  fazer uma diferença enorme na carreira de uma pessoa. Veja a seguir  como  evitar  alguns  erros  muito  comuns,  que  são  cometidos,  inclusive  por  executivos experientes: 

• Tenha sempre papel e caneta e anote os  recados; pergunte se o outro pode  falar naquele momento; desligue o celular em  reuniões, eventos e  locais públicos – a menos que esteja aguardando uma ligação urgente! 

• Se o celular de outra pessoa tocar nunca atenda! • Ao  atender  ao  telefone,  diga  o  seu  nome  e  pergunte  "em  que  posso  ajudar?".  Evite 

perguntar  "quem  fala?".  Só  faça  esta  pergunta  se  não  conseguir  identificar  quem  está falando. 

• Se  a  pessoa  se  identificar  usando  o  título  de  doutor,  professor,  etc.,  trate‐o  pelo  título,  nunca somente pelo nome. 

• Enquanto estiver falando ao telefone, não faça outras coisas como digitar, mexer com papéis etc. A pessoa do outro  lado, com certeza, vai perceber e pode achar que você não está  lhe dando a devida atenção. 

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• Não  coma  enquanto  estiver  ao  telefone. Mesmo o  som de uma  simples  bala,  chiclete ou pastilha é percebido pelo interlocutor e pode ser interpretado como pouco caso seu. 

• Não tussa, espirre nem assoe o nariz diretamente diante do telefone. Desculpe‐se e afaste‐se do aparelho por alguns instantes. 

• Se precisar deixar o aparelho por alguns instantes, coloque‐o com cuidado sobre a mesa para não fazer barulho. 

• Durante uma reunião na sua sala, se o telefone tocar, peça licença aos demais, atenda e, ao desligar, desculpe‐se pela interrupção. 

• Se você recebeu a ligação e precisa de algum tempo para dar uma resposta, comprometa‐se a ligar, informando quando e a que horas telefonará. 

• Já se foi você que fez a ligação, e a outra pessoa precisa de um tempo para dar uma resposta, pergunte quando e a que hora você pode voltar a ligar. 

• Sempre que ligar ou atender o telefone, esqueça seus problemas pessoais. • Sua voz deve soar calma e agradável, por mais que esteja sobrecarregado de trabalho. 

 E  lembre‐se: quem  faz a  ligação deve desligar primeiro. Esta regra só deve ser quebrada quando o outro estende demais a conversa e não percebe que está na hora de desligar, mesmo depois de você dizer  que  está muito  ocupado  ou  que  tem  um  compromisso  urgente  naquela  hora.  Uma  saída educada  é  interromper  a  conversa  dizendo  "foi  um  prazer  receber  sua  ligação, mas  eu  preciso desligar". Se ele mesmo assim não desligar antes, você pode desligar primeiro. 

2.4.5. Regras no uso de secretária eletrônica Os recados e as mensagens de gravação devem ser curtos. É inconveniente gravar uma trilha sonora demorada, ou deixar recados engraçadinhos. Da mesma forma, ao ser atendido por uma secretária eletrônica, as mensagens devem  ser breves. Deixe  registrado  seu nome, dia e hora que  ligou, um telefone  de  contato,  e,  se  necessário,  um  resumo  do  assunto  a  ser  tratado.  Veja  um  exemplo: Mensagem gravada: "Olá, eu sou Rodrigo Pádova e esta é uma gravação. Por favor, deixe seu nome e telefone que eu retornarei a ligação em breve. Obrigado!" Como deixar o recado: "Dr. Rodrigo, aqui é Otacílio Câmara, da GrafiSul. Preciso falar a respeito do Seminário em Brasília. Meu telefone é 60008888. Obrigado!"  

2.4.6. Regras no uso da internet • Não repasse e‐mails duvidosos, correntes, piadas e boatos;  • Responda todos os e‐mails rapidamente.  • Não faça spam (propaganda sem prévia aceitação pelo receptor);  • Preste atenção na gramática, ortografia e na pontuação. • Lembre‐se: nas empresas, geralmente todo o conteúdo dos emails é monitorado. Evite o uso 

pessoal do email corporativo.  

2.4.7. Regras para almoço e jantar de negócios 

Regras básicas: • Almoço ou jantar de negócios: quem convida paga a conta; • Opte por refeições e bebidas leves; lembre‐se que a finalidade é comercial e não nutricional; • Evite:  palitar  os  dentes, mastigar  com  a  boca  aberta,  cotovelos  na mesa,  olhar  só  para  o 

prato, arrastar a cadeira, comer antes de todos estarem servidos, chamar o garçom por outro nome, usar o celular.  

O uso dos talheres segue, normalmente, as normas da etiqueta européia: 

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• Garfo sempre na mão esquerda, faca na direita; 

• Faca só se usa para cortar; 

• Quando garfo e faca não estiverem sendo usados, devem ser colocados sobre o prato, e nunca com o cabo apoiado na mesa; 

• Terminada a refeição, coloque garfo e faca lado a lado, sobre o meio do prato no sentido vertical. 

• Quando a refeição tiver vários pratos e a mesa se mostrar com talheres, sempre comece o uso pelos talheres mais externos indo para os mais internos. 

• Caso tenha guardanapo de pano, a primeira coisa  a  fazer  ao  se  sentar  é  colocar  o guardanapo no colo. Se estiver engomado, mantenha‐o dobrado na horizontal pelos vincos. Sempre que por levar o copo à boca, passe antes o guardanapo nos lábios. Caso você precise se  levantar durante a refeição, coloque‐o sobre a toalha, à esquerda do prato, sem dobrar. Quando terminar de comer, faça o mesmo. 

 

• O talher usado nunca é deixado sobre o forro da mesa.  

• Se você descansa ambos os talheres por algum motivo, como para usar o guardanapo, partir o pão, etc., o  garfo é  colocado  fazendo um  triângulo com a faca.  

• Ao  terminar  uma  refeição,  a  pessoa  deixa  o  garfo  e  a  faca  unidos  em paralelo, dentro do prato, com os cabos apoiados na borda do lado direito, aproximadamente na direção 4:20 horas. 

• A etiqueta  recomenda que o  lado cortante da  faca esteja voltado para o interior do prato e o garfo com os dentes para cima.  

2.4.8. Dicas e regras para o dia­a­dia 

• Nunca fume em reuniões, visitas ou locais fechados. • Cuidado para não exceder nas  festas de empresa, happy hours,  jantares e almoços sociais, 

comemorações, etc.; • Nunca seja o último a sair dos eventos. • Esteja atento e seja cordial com todos, afinal somos todos iguais e merecemos respeito. • Jamais chame o cliente de querido, meu bem, benzinho. • Sempre ande com cartões de visita atualizados. • Conheça os usos e costumes de cada local e preste atenção aos detalhes. • Na dúvida, observe primeiro e pergunte depois. • Nunca trate de assuntos particulares próximo a clientes. • Lembre‐se  que  cada  cargo  ou  função  demanda  algumas  posturas  e  responsabilidades 

diferentes. • Nunca reclame ou fale mal da empresa em que trabalha perto de clientes e fornecedores. 

 

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Evite sempre: • Chegar e não cumprimentar. • Ler enquanto outros estão conversando. • Conversar enquanto outros estão lendo. • Dar gargalhadas ruidosas. • Criticar alguém na frente dos outros. • Falar mal de uma pessoa ausente. • Cortar unhas na presença de outras pessoas. • Sussurrar ou rir em um templo religioso. • Deixar um convidado sem lugar para sentar. • Tocar numa obra de arte sem estar autorizado. • Não expressar gratidão ao receber um presente. • Rir dos erros alheios. • Começar a comer logo depois de sentar à mesa. • Falar enquanto um artista se apresenta. • Não retribuir um sorriso. • Não agradecer um elogio. 

 

2.4.9. Etiqueta na vida profissional 

As novas  exigências da  realidade  empresarial  estão  levando o profissional deste  final de  século  a relacionar‐se com um número cada vez maior de pessoas, com menor formalismo. Nesse ambiente, saber  comportar‐se  adequadamente  em  almoço  de  negócios,  reuniões  ou  mesmo  no  local  de trabalho passou a contar pontos valiosos na construção da  imagem profissional. A proliferação dos manuais  de  boas maneiras  para  executivos mostra  que,  apesar  dessas  exigências,  o mundo  dos negócios é um terreno fértil para as gafes, e quem quiser manter‐se competitivo no mercado deve aprender rapidinho a evitá‐las. 

"Ninguém duvide da importância da etiqueta na vida profissional", aconselha Célia Ribeiro, autora do livro Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios. "Até mesmo na competição por uma vaga no mercado e  trabalho,  entre  dois  candidatos  igualmente  capacitados,  tem maiores  chances  aquele  com  boa apresentação e que  saiba  comportar‐se". As dicas  são muitas e  variadas. Algumas  situações, pela freqüência com que ocorrem na vida profissional, exigem maior cuidado. Entre elas:  

(1) Cartão de Visitas ‐ Seu uso é freqüente e, muitas vezes, inadequado. Em um encontro de negócios nunca se deve sair distribuindo cartões a  torto e a direito. Deve‐se entregar apenas a uma pessoa que se acabou de conhecer e nunca, nunca mesmo, deve‐se dobrar a ponta. 

(2) Pontualidade nos Compromissos ‐ Uma regra básica que, apesar de indispensável, é uma das mais desrespeitadas. Para profissionais e executivos atrasar‐se em um encontro ou reunião de negócios é uma atitude  injustificável. Segundo Célia, simplesmente não se pode atrasar, salvo se ocorrer uma situação absolutamente imprevisível. E, neste caso, é preciso telefonar avisando. 

(3) Uso do Celular  ‐ Telefonar, aliás, é um verbo que costuma ocupar pelo menos um capítulo nos manuais para executivos, por ser um campo vastíssimo de  infrações às boas maneiras. Em almoços de  negócios,  reuniões  de  empresas  ou  encontros  com  clientes  deve‐se  evitar  sacar  o  celular  e engatar um bate‐papo, deixando os presentes como espectadores de um "show" que não pediram para ver. A única exceção pode  ser aberta quando  se está aguardando uma notícia  importante e, mesmo  assim,  as  pessoas  em  volta  devem  ser  avisadas  e  se  deve  pedir  licença  para  atender  a chamada. Percy Barnevick, presidente mundial da Asea Brown Boveri, tem uma definição gramática para  isso:  "só  se  justifica  deixar  o  celular  ligado  durante  um  almoço  de  negócios  se  você  estiver esperando a notícia da morte de sua mãe". 

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(4) Telefonemas ‐ Ainda no quesito telefonemas, é importante lembrar‐se sempre de retornar todas as  ligações recebidas que não se pôde atender pessoalmente. Não fazer  isto é considerado falta de educação e pode vir a atrapalhar as relações profissionais. 

(5) Desatenção  ‐ Ser desatento com o  interlocutor, olhando  insistentemente para os  lados durante um almoço ou evento, como se não se pudesse perder um lance do que acontece em volta, é um dos pecados mais graves. Gafe gravíssima. 

(6) Memória  Falha  ‐ Ninguém  está  livre  de  esquecer  o  nome  da  pessoa  com  quem  está  falando. Nesses casos, a regra é apenas uma: esforçar‐se para lembrar ou conseguir a informação de alguma maneira. Deve‐se evitar a pergunta clássica: "qual é mesmo o seu nome?". Para o esquecido, é uma desatenção muito grande. 

(7) Estrangeiros ‐ Regras de etiqueta são como moeda, mudam de país para país. O ideal, para quem vai  ter  contato  com  profissionais  de  outros  países,  é  procurar  informar‐se  sobre  alguns  hábitos culturais dos visitantes. Um dos erros mais comuns dos brasileiros é saldar americanos, japoneses ou europeus  com  beijos  e  abraços.  Para  eles,  esse  tipo  de  atitude  é  embaraçosa,  além  de  não  ter significado algum. O correto é esperar que os visitantes estendam a mão.  

 

   

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3. Comunicação e expressão  

A  comunicação  tem  lugar quando uma pessoa  transmite  idéias ou  sentimentos a outra ou outras pessoas, sendo a sua eficiência avaliada pela semelhança entre a idéia transmitida e a idéia recebida. No entanto, comunicar não  significa apenas  falar às pessoas;  significa  também ouvi‐las, posto que ouvir como  falar é um ato de comunicação. Assim comunicação não é apenas a transmissão duma mensagem, mas  sim a  transmissão dessa mensagem com  fim de  suscitar uma  resposta específica. Pelo que se pode definir comunicação como sendo o processo e pelo qual um emissor se relaciona comum receptor através duma mensagem transmitida em código por um canal. 

Ao definir‐se comunicação fez‐se referência a alguns elementos que permitem a sua realização. Estes elementos  são  designados  por  elementos  do  processo  de  comunicação  e  que  são:  o  emissor,  o receptor, a mensagem, o código, o canal e o contexto. 

O emissor é o que emite uma mensagem num determinado código. A atividade do emissor é a de traduzir  num  código  o  que  vai  transmitir  e  a  do  receptor  e  de  receber  de  descodificar  o  código utilizado. A mensagem é o conteúdo da comunicação ‐ o que se comunica ou se quer comunicar.  

O  código  não  é  mais  que  símbolos  que  quando  agrupados  e  combinados  formam  conjuntos significativos. As letras do alfabeto duma língua são símbolos que agrupados em palavras constituem um código, os idiomas, o sistema morse, o sistema Braille, os sinais de bandeiras, etc., são exemplos de códigos utilizados na comunicação. 

Torna‐se evidente que havendo um emissor, um receptor e uma mensagem elaborada num código comum a ambos é necessário um meio pelo qual a mensagem seja transmitida e ponha em contacto o emissor com o receptor. Esse meio é o canal que poderá ser na comunicação através de linguagem verbal, as ondas sonoras propagadas através de vibração do ar na comunicação oral frente a frente ou  os  materiais  de  transmissão,  aparelhos  de  televisão,  rádio  telefone,  etc.  na  comunicação  à distância e o papel na comunicação escrita.  

Por outro  lado  e  embora  a mensagem  esteja bem  elaborada  e num  código  comum  ao  emissor  e receptor  é necessário que  estes  estejam  integrados no mesmo  contexto  e que  a mensagem  faça referência a objetos desse contexto. 

Resumindo, para haver comunicação entre emissor e receptor é necessário que: exista um canal de comunicação, a mensagem esteja bem elaborada, ambos conheçam o código e estejam  integrados no mesmo contexto. 

 

3.1. Redação oficial  

Redação  oficial  é  a maneira  de  redigir  própria  da  Administração  Pública.  Sua  finalidade  básica  é possibilitar a elaboração de comunicações e normativos oficiais claros e impessoais, pois o objetivo é transmitir a mensagem com eficácia, permitindo entendimento imediato.  

A  eficácia  da  comunicação  oficial  depende  basicamente  do  uso  de  linguagem  simples  e  direta, chegando ao assunto que se deseja expor sem passar, por exemplo, pelos atalhos das  fórmulas de 

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refinada cortesia usuais no século passado. Ontem o estilo tendia ao rebuscamento, aos rodeios ou aos circunlóquios; hoje, a vida moderna obriga a uma redação mais objetiva e concisa. 

Considere‐se, entretanto, que não há uma  forma específica de  linguagem administrativa, mas  sim qualidades  comuns a qualquer bom  texto,  seja ele oficial ou  literário, aplicáveis à  redação oficial: clareza,  coesão,  concisão,  correção  gramatical.  Além  disso,  merecem  destaque  algumas características  peculiares  identificáveis  na  forma  oficial  de  redigir:  formalidade,  uniformidade  e impessoalidade. 

A seguir, apresenta‐se análise pormenorizada de cada uma dessas qualidades e características. 

 

3.1.1. Qualidade e características fundamentais de texto 

3.1.1.1. Clareza 

Clareza é a qualidade do que é  inteligível, facilmente compreensível. Já que se busca, então, com a clareza, fazer‐se facilmente entendido, é preciso que o pensamento de quem comunica também seja claro,  com  as  idéias,  ordenadas;  a  pontuação,  correta;  as  palavras,  bem  dispostas  na  frase;  as intercalações, reduzidas a um mínimo; a precisão vocabular, uma constante. 

Da mesma forma, a indispensável releitura do texto contribui para obtenção da clareza. A ocorrência de  trechos  obscuros  e  de  erros  gramaticais  em  textos  oficiais  provém  principalmente  da  falta  da releitura, que torna possível sua correção. 

Além  disso,  a  falsa  idéia  de  que  “escreve  bem  quem  escreve  difícil”  também  contribui  para  a obscuridade  do  texto. Ora,  quem  escreve  difícil  dificilmente  é  compreendido.  Cada  palavra  dessa natureza é um tropeço para a leitura e só pode desvalorizar o que se escreve. 

Alguns preceitos para a redação de textos claros:

a) utilizar preferencialmente a ordem direta ou lógica (sujeito, verbo, complementos); às vezes essa ordem precisa ser alterada em benefício da própria clareza; 

b) usar as palavras e as expressões em seu sentido mais comum; 

c) evitar períodos com negativas múltiplas; 

d) transformar as orações negativas em positivas, sempre que possível; 

e) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; 

f) escolher com cuidado o vocabulário, evitando o jargão técnico; 

g) evitar neologismos (palavras, frases ou expressões novas, ou palavras antigas com sentidos novos), preciosismos (delicadeza ou sutileza excessiva no escrever) e regionalismos; 

h) utilizar palavras ou expressões de língua estrangeira somente quando indispensável. 

Exemplos de textos obscuros, que devem ser evitados:

a)  mudança  de  sentido  com  a  mudança  da  pontuação:  Aprovas?  Não  discordo.  (Compare‐se: Aprovas? Não! Discordo.); 

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b) má disposição das palavras na frase: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores para casal de lã. (Compare‐se: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores de lã para casal.); 

c) ambigüidade: Ela pensava no tempo em que trabalhara com o Cassiano e concluía que a sua falta de  visão  teria  contribuído para o  fracasso do projeto.  (Ambigüidade ocasionada pelo emprego do pronome sua, que é válido tanto para ela como para ele; falta de visão dele ou dela?); 

d) excesso de intercalações: O planejamento estratégico, que é um instrumento valioso para a gestão da empresa pública, e esta, uma alavanca indispensável ao desenvolvimento econômico‐social, deve periodicamente passar por um processo de revisão, que o atualiza perante as velozes mudanças do mundo moderno.  (Compare‐se:  O  planejamento  estratégico  deve  periodicamente  passar  por  um processo de revisão.).

 

3.1.1.2. Coesão 

O termo coesão pode ser conceituado como a união  íntima das partes de um todo. Assim, o texto coeso  é  aquele  em  que  as  palavras,  as  orações, os  períodos  e  os  parágrafos  estão  interligados  e coerentemente dispostos. 

Às vezes, o cuidado com a estrutura do parágrafo pode induzir ao equívoco de encará‐lo como redação autônoma, bastante em si mesmo. Apesar de ser uma unidade lógica completa (começo, meio e fim), não pode estar solto do restante do texto.  

Para que esse desligamento não ocorra, temos de trabalhar com mecanismos de ligação entre os parágrafos. A utilização desses mecanismos chama‐se transição ou coesão.  

A transição não é necessariamente feita por partículas ou expressões. Ela pode ocorrer, por exemplo, com a utilização do mesmo sujeito da oração precedente. O importante nos mecanismos de transição é manter a fluência do texto. 

Exemplos de algumas partículas e expressões de transição: da mesma forma, aliás, também, mas, por fim, pouco depois, pelo contrário, assim, enquanto isso, além disso, a propósito, em primeiro lugar,  o entanto, finalmente, em resumo, portanto, por isso, em seguida, então, já que, ora, daí, dessa forma, além do mais. 

 

3.1.1.3. Concisão 

A concisão consiste em expressar com um mínimo de palavras um máximo de  informações, desde que não  se  abuse da  síntese  a  tal ponto que  a  idéia  se  torne  incompreensível. Afinal, o  tempo é  precioso, e quanto menos se rechear a frase com adjetivos, imagens, pormenores desnecessários ou perífrases (rodeios de palavras), mais o leitor se sentirá respeitado. 

Para que se redija um texto conciso, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual  se escreve, o  tempo necessário para  revisá‐lo depois de pronto. É nessa  revisão que muitas vezes se percebem eventuais  redundâncias ou repetições desnecessárias de  idéias. Veja‐se, por exemplo, o seguinte texto: 

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A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de desempregados,  problema  que  aflige  principalmente  os  países  em  desenvolvimento, tem alarmado as autoridades governamentais, guardiãs perenes do bem‐estar social, principalmente pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana que aterroriza a família, esteio e célula‐mater da sociedade. 

Se  esse mesmo  trecho  for  reescrito  sem  a  carga  informativa  desnecessária,  obtém‐se  um  texto conciso e não prolixo: 

O  número  cada  vez  maior  de  desempregados  tem  alarmado  as  autoridades governamentais, pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana. 

Vê‐se,  assim,  como  é  importante o  texto  enxuto.  Economizar palavras  traz benefícios  ao  texto: o primeiro é errar menos; o segundo, poupar tempo; o terceiro, respeitar a paciência do leitor. Pode‐se adotar como regra não dizer mais nem menos do que precisa ser dito. Isso não significa fazer breves todas  as  frases,  nem  evitar  todo  o  detalhe,  nem  tratar  os  temas  apenas  na  superfície;  significa, apenas que cada palavra é importante.) 

Procedimentos para redigir textos concisos: 

a)  eliminar  palavras  ou  expressões  desnecessárias:  ato  de  natureza  hostil  =>  ato  hostil;  decisão tomada no âmbito da diretoria => decisão da diretoria; pessoa sem discrição => pessoa  indiscreta; neste momento nós acreditamos => acreditamos; travar uma discussão => discutir; na eventualidade de => se; com o objetivo de => para; 

b) evitar o emprego de adjetivação excessiva: o difícil e alarmante problema da seca => o problema da seca;  

c) dispensar, nas datas, os substantivos dia, mês e ano: no dia 12 de janeiro => em 12 de janeiro; no mês de fevereiro => em fevereiro; no ano de 2000 = > em 2000; 

d) trocar a  locução verbo + substantivo pelo verbo: fazer uma viagem => viajar; fazer uma redação => redigir; pôr as idéias em ordem => ordenar as idéias; pôr moedas em circulação => emitir moedas; 

e) usar o aposto em lugar da oração apositiva: O contrato previa a construção da ponte em um ano, que era prazo mais do que suficiente => O contrato previa a construção da ponte em um ano, prazo mais do que suficiente. O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos => O que se tem é a anarquia, bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos; 

f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações: Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto => Explicado o título, passo a escrever o texto. Depois de terminar o trabalho, ligo pra você => Terminado o trabalho, ligo pra você. Quando terminar o preâmbulo, passarei ao assunto principal => Terminado o preâmbulo, passarei ao assunto principal; 

g) eliminar,  sempre que possível, os  indefinidos um e uma: Dante quer  (um)  inquérito  rigoroso e rápido. Timor‐Leste se torna (uma) terra de ninguém. A cultura da paz é (uma) iniciativa coletiva. 

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3.1.1.4. Correção gramatical 

Correção  gramatical  é  a  utilização  do  padrão  culto  de  linguagem,  ou  seja,  é  escrever  sem desrespeitar  os  fatos  particulares  da  língua  e  as  regras  apropriadas  para  o  seu  perfeito  uso.  As incorreções gramaticais desmerecem o redator e põem em dúvida sua autoridade para  falar sobre qualquer assunto. 

Além disso, conhecer a própria  língua não é privilégio de gramáticos, senão dever de todos aqueles que  dela  se  utilizam.  É  erro  de  conseqüências  imprevisíveis  acreditar  que  só  os  escritores profissionais  têm  a  obrigação  de  saber  escrever.  Saber  escrever  a  própria  língua  faz  parte  dos deveres cívicos. A língua é a mais viva expressão da nacionalidade 

 

3.1.1.5. Formalidade e uniformidade 

A formalidade consiste na observância das normas de tratamento usuais na correspondência oficial. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (ver tópico 19.2 – Pronomes pessoais, em especial a parte que trata do uso dos pronomes de tratamento, e Anexo IV); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no tratamento do assunto do qual cuida a comunicação. 

É  importante  salientar  que  a  formalidade  de  tratamento  vinculase,  também,  à  necessária uniformidade das  comunicações. Ora,  se a Administração Pública  (municipal, estadual, distrital ou federal) é una, é natural que suas comunicações sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão exige atenção a todas as características da redação oficial e cuidado com a apresentação dos textos.  O  uso  de  papéis  uniformes  e  a  correta  diagramação  do  texto  são  indispensáveis  para  a padronização das comunicações oficiais. 

 

3.1.1.6. Impessoalidade 

A finalidade pública está sempre presente na redação oficial, daí a necessidade de ser ela  isenta de interferência da individualidade de quem a elabora. O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos constantes das comunicações oficiais decorre: 

a)  da  ausência  de  impressões  individuais  da  pessoa  que  comunica:  independentemente  de  quem assina um expediente, a comunicação é sempre feita em nome do serviço público; 

b) da  impessoalidade de quem  recebe a  comunicação:  seja um  cidadão,  seja um órgão público, o destinatário é sempre considerado de forma homogênea e impessoal; 

c)  do  caráter  impessoal  do  próprio  assunto  tratado:  as  comunicações  oficiais  restringem‐se  a questões  referentes  ao  interesse  público;  não  cabe  nelas,  portanto,  qualquer  tom  particular  ou pessoal. 

Desse modo, não há  lugar na redação oficial para  impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma  carta  a um  amigo, ou de um  artigo  assinado de  jornal, ou mesmo de um  texto literário. É importante salientar que o caráter impessoal do texto é mantido pela utilização do verbo na terceira pessoa do singular ou plural, ou ainda na primeira pessoa do plural. 

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3.1.2. Orientações básicas do ato de escrever 

3.1.2.1. Estilo 

Tudo que o ser humano faz tem a marca de sua individualidade. Essa maneira pessoal de as pessoas expressarem‐se, dentro de uma determinada época, por meio da música, da literatura, da pintura, da escultura é o que se chama estilo. Em relação ao ato de redigir, estilo é, portanto, a maneira peculiar de cada escritor expressar os seus pensamentos. 

Também nos textos oficiais pode‐se  identificar o estilo de cada pessoa. Convém respeitá‐lo, apenas requerendo  do  redator  a  observância  das  qualidades  e  características  fundamentais  da  redação oficial, já explicitadas nos tópicos anteriores. 

3.1.2.2. Qualidades da harmonia e da polidez 

As qualidades tradicionalmente conhecidas da expressão verbal — a clareza, a coesão, a concisão, a correção  gramatical,  a  harmonia,  a  polidez —  adquirem  proeminência  indiscutível  na  redação.  A clareza, a coesão, a concisão e a correção gramatical  já  foram comentadas nos  tópicos anteriores; resta fazer breves observações a respeito da harmonia e da polidez. 

Harmonia: 

Uma mensagem  é harmoniosa quando  é  elegante, ou  seja, quando  soa bem  aos nossos ouvidos. Muitos fatores prejudicam a harmonia na redação oficial, tais como: 

a) a aliteração (repetição do mesmo fonema): Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção: ... (aliteração do fonema s); 

b) a emenda de vogais (ou hiatismo): Obedeça à autoridade; 

c) a cacofonia (encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo com sentido torpe ou ridículo) : Dê‐me já aquela garrafa; 

d) a rima: O diretor chamou, com muita dor, o assessor, dizendo‐lhe que, embora reconhecendo ser o mesmo trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor; 

e) a repetição excessiva de palavras: O presidente da nossa empresa é primo do presidente daquela transportadora, sendo um presidente muito ativo; 

f) o excesso de que: Solicitei‐lhe que me  remetesse o parecer que me prometera a  fim de que eu pudesse concluir a análise que me fora solicitada. Obs.: Observe‐se que esse excesso de que confere ao período um estilo arrastado e deselegante; além disso, demonstra que o autor não conhece bem o manejo do idioma quanto à substituição das orações desenvolvidas por expressões equivalentes. 

Polidez: 

O texto polido revela civilidade, cortesia. A finalidade, especialmente nas correspondências oficiais, é impressionar  o  destinatário  de  forma  favorável,  evitando  frases  grosseiras  ou  insultuosas, expressando respeito sem rebaixamento próprio. Expressar consideração pelo outro, sem ao mesmo tempo  rebaixar‐se,  por  vezes  até  compensa  falhas  nas  outras  qualidades  fundamentais  do  texto antes examinadas. Correspondência é contato humano e, como tal, deve ser pautada pelos mesmos princípios de convivência pacífica da vida social. 

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3.1.2.3. Uso elegante de pronomes oblíquos 

Os pronomes oblíquos  (me,  lhe, nos) substituem muito elegantemente os possessivos  (minha, sua) em frases como as seguintes:  

O barulho perturba‐me as idéias (em vez de: O barulho perturbaas minhas idéias).  

Ninguém lhe ouvia as propostas (em vez de: Ninguém ouvia assuas propostas).  

A solução do problema nos tomou o dia (em vez de: A solução do problema tomou o nosso dia). 

 

3.1.2.4. Uso de cacófatos, chavões e pleonasmos 

Cacófato (ou cacofonia): 

É o som desagradável, ou a palavra obscena, proveniente da união das sílabas finais de uma palavra com as iniciais da seguinte: Metalúrgica gaúcha espera crescer 40%. Eva e Adão. Ela trina muito bem. Uma prima minha. Dê‐me  já. Só haverá cacofonia quando a palavra produzida  for  torpe, obscena, ridícula. É  infundado o exagerado escrúpulo de quem diz haver cacófato em por cada, ela tinha, só linha. Citem‐se, a propósito, os dizeres de Rui Barbosa: “Se a idéia de ‘porta’, suscitada em ‘por tal’, irrita  a  cacofatomania  desses  críticos...  outras  locuções  vernáculas  têm  de  ser,  como  essa, refugadas”. 

Chavão: 

É  lugar comum, clichê. É o que  se  faz,  se diz ou  se escreve por costume. De  tanto  ser  repetido, o  chavão perde a força original, envelhece o texto. Recorrer a eles poderá denotar falta de imaginação, preguiça ou pobreza vocabular. Por isso, deve‐se procurar evitá‐los. Exemplos de chavões: 

a cada dia que passa a olhos vistos abrir com chave de ouro acertar os ponteiros ao apagar das luzes assolar o país astro‐rei (sol) baixar a guarda cair como uma bomba calor escaldante crítica construtiva depois de longo e tenebroso inverno dizer cobras e lagartos em sã consciência estar no fundo do poço 

hora da verdade inflação galopante inserido no contexto mestre Aurélio (dicionário) obra faraônica óbvio ululante parece que foi ontem passar em brancas nuvens perda irreparável perder o bonde da história pomo da discórdia silêncio sepulcral singela homenagem tábua de salvação vaias estrepitosas voltar à estaca zero 

 

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Pleonasmo: 

Indica  redundância  de  expressão,  ou  seja,  repetição  de  uma  mesma  idéia,  mediante  palavras diferentes. Quando a repetição de idéia não traz nenhuma energia à expressão, o pleonasmo passa a ser vício, devendo, nesse caso, ser evitado. Exemplos de pleonasmos indesejáveis: 

acabamento final a razão é porque a seu critério pessoal certeza absoluta comer com a boca conviver junto criação nova descer para baixo destaque excepcional elo de ligação em duas metades iguais empréstimo temporário encarar de frente 

expressamente proibido fato real há anos atrás meu amigo particular multidão de pessoas planejar antecipadamente relações bilaterais entre dois países sintomas indicativos subir para cima surpresa inesperada todos foram unânimes ver com os olhos 

 

3.1.2.5. Problemas na construção de frases 

A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da frase. Alguns problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à utilização do sujeito da oração como complemento, à ambigüidade da  idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos e aos erros de comparação, conforme exemplificado a seguir. 

Uso indevido do sujeito como complemento: 

Sujeito  é  o  ser  de  quem  se  fala  ou  que  executa  a  ação  enunciada  na  oração.  Ele  pode  ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como: 

Errado: É tempo dos parlamentares votarem o projeto. Certo: É tempo de os parlamentares votarem o projeto. 

Errado: Antes desses requisitos serem cumpridos... Certo: Antes de esses requisitos serem cumpridos... 

Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo... Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo... 

Ambigüidade: 

Ambígua  é  a  frase  ou  oração  que  pode  ser  tomada  em mais  de  um  sentido.  Como  a  clareza  é requisito  básico  de  todo  texto  oficial,  deve‐se  atentar  para  as  construções  que  possam  gerar equívocos de compreensão. A ambigüidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar‐se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Outro tipo de ambigüidade decorre da dúvida sobre a que se refere a oração reduzida. Exemplos: 

Ambíguo: O Chefe de Gabinete  comunicou ao Diretor que ele  seria exonerado.  (Quem seria exonerado? O Chefe de Gabinete? O Diretor?) 

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Claro:  O  Chefe  de  Gabinete  comunicou  a  exoneração  dele  ao  Diretor.  (O  Chefe  de Gabinete foi exonerado.) 

Claro: O  Chefe  de Gabinete  comunicou  ao Diretor  a  exoneração  deste.  (O Diretor  foi exonerado.) 

Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas  isso não o surpreendeu. (Discurso de quem? Estado de quem? Quem não se surpreendeu?) 

Claro:  Em  seu  discurso,  o  Deputado  saudou  o  Presidente  da  República.  No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o 

Presidente.  (Discurso  do  Deputado.  Estado  do  Deputado.  O  Presidente  não  se surpreendeu.) 

Ambíguo:  Sendo  indisciplinado,  o  Chefe  admoestou  o  funcionário.  (Quem  é indisciplinado?) 

Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado. 

Erros de paralelismo: 

Uma das convenções estabelecidas na  língua escrita consiste em apresentar  idéias  similares numa forma  gramatical  idêntica, o que  se  chama de paralelismo. Assim,  incorre‐se  em  erro  ao  conferir forma não paralela a elementos paralelos. Exemplos: 

Errado:  Pelo  aviso  circular  recomendou‐se  às  unidades  economizar  energia  e  que elaborassem planos de redução de despesas. 

Certo:  Pelo  aviso  circular,  recomendou‐se  às  unidades  que  economizassem  energia  e (que) elaborassem planos para redução de despesas. 

Certo:  Pelo  aviso  circular,  recomendou‐se  às  unidades  economizar  energia  e  elaborar planos para redução de despesas. 

Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição. 

Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição. 

Certo:  No  discurso  de  posse,  mostrou  ser  determinado  e  seguro,  ter  inteligência  e ambição. 

Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica. 

Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica. 

Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica. 

Errado: Sugere‐se que o egrégio Plenário:  I – tome conhecimento da ............;  

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II – autorizar a devolução de .........; 

Certo: Sugere‐se que o egrégio Plenário:  I – tome conhecimento da ............; II – autorize a devolução de .........; 

Certo: Sugere‐se ao egrégio Plenário: I – tomar conhecimento da ............; II – autorizar a devolução de .........; 

Erros de comparação: 

A  omissão  de  certos  termos  ao  se  fazer  uma  comparação  deve  ser  evitada  ao  redigir,  pois compromete  a  clareza  do  texto:  nem  sempre  é  possível  identificar,  pelo  contexto,  qual  o  termo omitido. A ausência  indevida de um  termo pode  impossibilitar o entendimento do  sentido que  se quer dar a uma frase: 

Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico. 

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico. 

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico. 

Errado: O alcance da Resolução é diferente da Portaria. 

Certo: O alcance da Resolução é diferente do alcance da Portaria. 

Certo: O alcance da Resolução é diferente do da Portaria. 

Errado:  A  Secretaria  de  Educação  dispõe  de  mais  verbas  do  que  as  Secretarias  do Governo. 

Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as outras Secretarias do Governo. 

Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as demais Secretarias do Governo. 

 

3.1.3. Técnicas de redação das comunicações oficiais A  redação  das  comunicações  oficiais  deve,  antes  de  tudo,  seguir  os  preceitos  explicitados anteriormente.  Além  disso,  há  características  específicas  de  cada  tipo  de  expediente,  que  serão tratadas  em  detalhe  neste  capítulo.  Antes  de  passarmos  à  sua  análise,  vejamos  outros  aspectos comuns  a  quase  todas  as  modalidades  de  comunicação  oficial:  o  emprego  dos  pronomes  de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário. 

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3.1.3.1. Pronomes de Tratamento  

 Breve História dos Pronomes de Tratamento O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. Após serem  incorporados ao português os pronomes  latinos  tu e vos, “como  tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou‐se a empregar, como expediente lingüístico de  distinção  e  de  respeito,  a  segunda  pessoa  do  plural  no  tratamento  de  pessoas  de  hierarquia superior. Prossegue o autor: 

“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou  qualidade  eminente  da  pessoa  de  categoria  superior,  e  não  a  ela  própria.  Assim aproximavam‐se os  vassalos de  seu  rei  com o  tratamento de  vossa mercê,  vossa  senhoria (...);  assim  usou‐se  o  tratamento  ducal  de  vossa  excelência  e  adotaram‐se  na  hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.” 

A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes de  tratamento  indireto como  forma de dirigirmo‐nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. 

 

Concordância com os Pronomes de Tratamento Os  pronomes  de  tratamento  (ou  de  segunda  pessoa  indireta)  apresentam  certas  peculiaridades quanto  à  concordância  verbal,  nominal  e  pronominal.  Embora  se  refiram  à  segunda  pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação),  levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que  integra a  locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. 

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”). 

á quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. 

 

Emprego dos Pronomes de Tratamento Como  visto,  o  emprego  dos  pronomes  de  tratamento  obedece  a  secular  tradição.  São  de  uso consagrado: 

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: 

• Poder Executivo: 

Presidente da República; 

Vice‐Presidente da República; 

Ministros de Estado; 

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Governadores e Vice‐Governadores de Estado e do Distrito Federal; 

Oficiais‐Generais das Forças Armadas; 

Embaixadores; 

Secretários‐Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; 

Secretários de Estado dos Governos Estaduais; 

Prefeitos Municipais. 

• Poder Legislativo: 

Deputados Federais e Senadores; 

Ministros do Tribunal de Contas da União; 

Deputados Estaduais e Distritais; 

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; 

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. 

• Poder Judiciário: 

Ministros dos Tribunais Superiores; 

Membros de Tribunais; 

Juízes; 

Auditores da Justiça Militar. 

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: 

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, 

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. 

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: 

Senhor Senador, 

Senhor Juiz, 

Senhor Ministro, 

Senhor Governador, 

No  envelope,  o  endereçamento  das  comunicações  dirigidas  às  autoridades  tratadas  por  Vossa Excelência, terá a seguinte forma: 

A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70064‐900 – Brasília. DF  

A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70165‐900 – Brasília. DF  

A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123 01010‐000 – São Paulo. SP  

Em  comunicações  oficiais,  está  abolido  o  uso  do  tratamento  digníssimo  (DD),  às  autoridades arroladas na  lista  anterior. A dignidade  é pressuposto para que  se ocupe qualquer  cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação. 

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Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: 

Senhor Fulano de Tal, (...)  

No envelope, deve constar do endereçamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, no 123 12345‐000 – Curitiba. PR  

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. 

Acrescente‐se  que  doutor  não  é  forma  de  tratamento,  e  sim  título  acadêmico.  Evite  usá‐lo indiscriminadamente. Como  regra geral, empregue‐o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor  os  bacharéis,  especialmente  os  bacharéis  em Direito  e  em Medicina. Nos  demais  casos,  o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações. 

Mencionemos,  ainda,  a  forma  Vossa  Magnificência,  empregada  por  força  da  tradição,  em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde‐lhe o vocativo: 

Magnífico Reitor, (...) Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são: Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre, (...) 

 Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde‐lhe o vocativo: 

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...) 

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em  comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima  ou  Vossa  Senhoria  Reverendíssima  para  Monsenhores,  Cônegos  e  superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. 

 

3.1.3.2.  Fechos para Comunicações  

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da  Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o  fito de simplificá‐los e uniformizá‐los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: 

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a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: 

  Respeitosamente, 

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: 

  Atenciosamente, 

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito  e  tradição  próprios,  devidamente  disciplinados  no  Manual  de  Redação  do  Ministério  das Relações Exteriores. 

 

3.1.3.3.  Identificação do Signatário  

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,  todas as demais comunicações oficiais  devem  trazer  o  nome  e  o  cargo  da  autoridade  que  as  expede,  abaixo  do  local  de  sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: 

 (espaço para assinatura) 

NOME Chefe da Secretaria‐Geral da Presidência da República 

 (espaço para assinatura) 

NOME Ministro de Estado da Justiça 

  

Para  evitar  equívocos,  recomenda‐se  não  deixar  a  assinatura  em  página  isolada  do  expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. 

 

3.1.3.4.   Formato padrão de redação oficial  

Os documentos oficiais possuem um padrão definido por  cada órgão da  administração pública. A maior parte destes padrões segue o padrão da Presidência da República, descrita a baixo 

Partes do documento  

O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: 

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:  

Exemplos:  Mem. 123/2002‐MF    Aviso 123/2002‐SG    Of. 123/2002‐MME 

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita: 

Exemplo:  Brasília, 15 de março de 1991. 

c) assunto: resumo do teor do documento 

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Exemplos: Assunto: Produtividade do órgão em 2002. Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. 

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. 

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: 

•  introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre‐me informar que”, empregue a forma direta; 

•  desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; 

• conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. 

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. 

Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte: 

• introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: 

“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.” 

ou 

 “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” 

• desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. 

f) fecho  

g) assinatura do autor da comunicação; e 

h) identificação do signatário  

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 Forma de diagramação 

Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:  

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; 

b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder‐se‐á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página; 

d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”); 

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; 

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; 

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 

h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; 

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; 

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; 

l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A‐4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; 

m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; 

n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; 

o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras‐chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 ‐ relatório produtividade ano 2002” 

 

3.1.4.  Tipos e modelos de documentos oficiais  

Os documentos oficiais são diferenciados, tanto em seu nome quanto em sua estrutura, para facilitar do  assunto  do  quais  tratam. Os  principais  tipos  e modelos,  com  base  no  documento  criado  pela Agência Nacional das Águas (ANA), são apresentados no Anexo I. 

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3.2. Redação comercial  

Diversos tipos de documentos técnicos de uso comercial foram desenvolvidos. Estes documentos se diferem  dos  documentos  de  redação  oficial  por  serem mais  simples,  e menos  rebuscados.  Além disso, no meio privado existem alguns tipos de documentos que não existem no meio público devido aos objetivos distintos entre eles. Assim como no meio público, estes documentos são diferenciados, tanto em seu nome quanto em sua estrutura, para facilitar do assunto do quais tratam. Os principais tipos e modelos são apresentados no Anexo II. 

É importante destacar que muitos destes documentos possuem valor jurídico, devendo, neste caso, serem confeccionados para estar em consonância com a  legislação em vigor. Em caso contrário, o documento pode perder sua validade, o que gera prejuízos para uma ou ambas as partes envolvidas. 

 

3.2.1.  Técnicas de redação dos textos comerciais  

A carta comercial, também chamada de correspondência técnica, é um documento com objetivo de se  fazer  uma  comunicação  comercial,  empresarial. A  redação  comercial  tem  como  características comuns:  

a)  clareza:  o  texto,  além  de  ser  claro,  deve  ser  objetivo,  como  forma  de  evitar  múltiplas interpretações, o que prejudica os comunicados e negócios. 

b)  estética:  a  fim  de  causar  boa  impressão,  o  texto  deve  estar  bem  organizado  e  dentro  da estruturação cabível. Não pode haver rasuras ou “sujeiras” impregnadas ao papel. 

c)  linguagem:  seja  conciso  e  objetivo:  passe  as  informações  necessárias,  sem  ficar  usufruindo  de recursos estilísticos. Seja  impessoal, ou seja, não faça uso da subjetividade e de sentimentalismo. E por fim, escreva com simplicidade, mas observando a norma culta da língua. 

 

3.2.2. Regras básicas para confecção de textos comerciais  01  –  Podemos  dizer  que  escrever  bem  é  o mesmo  que  “falar  no  papel”,  de maneira  simples  e organizada. Evite usar uma linguagem rebuscada ou expressões que você não usa no dia‐a‐dia. Evite usar  palavras  ou  estilo  excessivamente  formais. Mas  também  não  caia  no  outro  extremo,  sendo coloquial em excesso ou usando gírias. O ideal é o equilíbrio. 

02  ‐ Não repita a mesma palavra muitas vezes ao  longo do texto. Ao escrever, evite usar o mesmo termo repetidamente. Use sinônimos adequados aos contextos. 

03  ‐  Use  uma  linguagem  que  seja  entendida  por  todos,  evitando  o  uso  de  jargões.  Ninguém  é obrigado a saber o que é job, default, market share, data venia, barriga, downsizing ou press release. Sempre  que  puder,  prefira  escrever  uma  palavra  portuguesa  a  um  termo  estrangeiro.  Evita mal‐entendidos e um pedantismo desnecessário. 

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04  ‐ Não use  abreviaturas ou  siglas.  Escreva por  extenso, principalmente  se  a  abreviação não  for muito conhecida. Você pode escrever sem problemas: "A pesquisa  foi  realizada pelo  IBGE".  Já "Os questionários serão aplicados pela ACVP" não quer dizer muita coisa. 

05  ‐ Desenvolva o  texto em  três partes coerentes  ‐  início, meio e  fim. Ou  seja, apresente o  tema, desenvolva‐o e faça uma conclusão sobre o que foi tratado. Antes de começar a escrever, faça um breve resumo, listando as principais idéias, tópicos e argumentos do texto. Procure não se desviar do assunto central. 

06 ‐ Seja objetivo. Se puder passar seu recado em um parágrafo, não escreva dois. Quanto menor e mais "enxuto"  for o seu  texto, mais chance ele  terá de ser  totalmente. Parágrafos curtos são mais fáceis e agradáveis de  ler do que  longos. Da mesma  forma, não escreva  frases  longas, de  três ou quatro linhas. A simplicidade é uma virtude. 

07  ‐ Prefira a ordem direta e a voz ativa. Evite frases  intercaladas. No  lugar de "os novos produtos serão  lançados,  em  dezembro,  pela  empresa,  em  todo  o  Brasil,  através  do  departamento  de marketing", escreva:  "o departamento de marketing da empresa  irá  lançar os novos produtos em todo o Brasil, em dezembro". 

08 ‐ Procure utilizar informações precisas a lançar mão de advérbios vagos. Compare as duas frases: "As  informações  devem  ser  enviadas  rapidamente"  e  "As  informações  devem  ser  enviadas  até  a próxima quarta‐feira". Ou: "Os resultados ficaram sensivelmente abaixo da meta estabelecida" e "Os resultados  ficaram 18% abaixo da meta estabelecida". Seja objetivo e passe  seu  recado  com mais eficiência. 

09 ‐ Seja moderado no emprego de pontos de interrogação ou exclamação. Um texto com perguntas em excesso  cansa o  leitor.  "Você  sabia que  sua opinião é muito  importante para nós? Que o  seu bem‐estar  é  nosso objetivo? Que nossos produtos  foram  feitos para  tornar  sua  vida mais  fácil?". Muito chato e sem criatividade. Da mesma forma, os pontos de exclamação devem ser utilizados em casos bastante específicos. 

10  ‐ Seja perfeccionista. Nunca se contente com o primeiro rascunho. Reescreva. Revise. Acima de tudo,  corte. Quando  se  tratar  de  um  trabalho  importante,  faça  uma  pausa,  entre  o  primeiro  e  o segundo rascunho, de pelo menos uma noite. Volte a ele com um olhar crítico e imparcial. 

 

3.2.3. Registros de documentos em cartório  

Muitos documentos com caráter  jurídico somente  tem validade se  forem devidamente  registrados em cartório. Cartório é um nome genérico que designa uma repartição pública ou privada que tem a custódia de documentos (cartas) e que lhes dá fé pública. 

A palavra cartório foi cunhada em Portugal para designar o local de trabalho do notário ou tabelião. No Brasil, a palavra passou a designar uma gama maior de competências, incluindo o registro civil de pessoas físicas e jurídicas, o registro de imóveis, o registro de títulos e documentos, o tabelionato de notas, os ofícios de protesto de títulos e também os cartórios  judiciais onde tramitam os processos de fóruns de qualquer natureza. 

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O responsável pelo cartório chama‐se notário ou tabelião. Este é um profissional do Direito, dotado de fé pública, ao qual compete, por delegação do Poder Público, formalizar juridicamente a vontade das partes, intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os  instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo e autenticar fatos. Dividem‐se em Tabeliães de Notas, Tabeliães de Protesto de Título e Tabeliães de Contratos Marítimos. Embora exerçam suas atividades  em  caráter  privado,  estão  sujeitos  à  fiscalização  do  Poder  Judiciário,  pelas  suas Corregedorias‐Gerais de Justiça, que lhes podem impor penalidades. 

Os cartórios têm finalidades e competências distintas, por  isto é  importante saber quais os serviços prestados por cada um dos tipos de cartórios existentes, senão vejamos: 

Cartório  de  Registro  Civil  de  Pessoas Naturais:  é  o  responsável  pelo  registro  de  nascimento,  de casamento, de óbito etc., e por fornecer as certidões desses atos. Cuidam dos assuntos referentes às pessoas físicas, como:  

• Registros de nascimento, de casamento e de óbito;  

• Emancipações de menores de idade;  

• Opções de nacionalidade;  

• Averbam sentenças judiciais como de anulação de casamento, de divórcio e de alterações ou correções de nome.  

Cartório de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas: Cuidam dos registros dos atos constitutivos e contratos societários das pessoas jurídicas não comerciais ou industriais, como as sociedades  civis,  religiosas,  científicas,  literárias,  fundações,  associações  de  utilidade  pública, partidos políticos, empresas de radiodifusão, agências de notícias e oficinas impressoras.  Já no caso das  empresas  comerciais  ou  industriais,  o  órgão  que  cuida  do  registro  de  suas  documentações societárias é a Junta Comercial estadual.  

Cartório de Títulos e Documentos: Cabe a estes  cartórios a  realização de quaisquer  registros não atribuídos por  lei a outro cartório. Assim, sempre que se desejar dar publicidade a um documento, para que não se possa alegar desconhecimento de sua existência ou para a sua conservação em caso de  extravio  ou  danificação  do  original,  deve‐se  solicitar  seu  registro  em  cartório  de  títulos  e documentos.  Há  documentos  que,  obrigatoriamente,  devem  ser  levados  a  registro  em  títulos  e documentos, para que  tenham validade contra  terceiros, como os contratos que criam obrigações entre as partes,que podem ser exemplificados com os de locação de imóveis e o de caução de títulos.  

Cartório  de  Notas:  Destinam‐se  a  escriturar  e  registrar  instrumentos  como  contrato,  escritura, procuração, testamento e declaração ou quaisquer outros em que haja a necessidade, por lei ou por vontade  das  partes,  de  torná‐lo  público,  isto  é,  acessível  a  qualquer  pessoa.  Efetuam  também  o reconhecimento de firmas e a autenticação de cópias. Alguns documentos somente têm valor  legal se efetuados através de um cartório de notas, como por exemplo:  

• Adoção e reconhecimento de filho tido fora do casamento;  

• Cessão de direito ou renúncia de herança;  

• Escrituras definitivas de compra, venda ou transferência de imóvel;  

• Instrumento particular em que analfabeto ou menor de idade seja parte;  

• Pacto Antenupcial;  

• Quitação de títulos sem sua entrega ao pagador;  

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Cartório  de  Registro  de  Imóveis:  registra  os  títulos  de  propriedade  de  imóveis  e  respectivas averbações.  Promovem  o  registro  da  documentação  da  propriedade  imobiliária,  assegurando  os direitos de propriedade ou os direitos reais sobre ela incidentes, como, por exemplo, uma hipoteca.  Para que se possa saber quem é o proprietário de um  imóvel é necessário consultar o  registro do imóvel  nesse  cartório.  É  importante  saber  que  a  escritura  de  um  imóvel  pode  ser  lavrada  em qualquer cartório de notas, inclusive de outra cidade ou estado, mas deve ser registrada no cartório que jurisdiciona o endereço do imóvel. 

Cartório  de  Protestos  de  Títulos:  Estes  cartórios  procedem  à  intimação  de  cobrança  de  títulos vencidos, como cheque, duplicata, letra de câmbio e nota promissória, fazendo seu recebimento, ou, caso isto não ocorra, efetuam seu protesto por falta de pagamento. Fornecem certidões de protesto, utilizadas na análise de fichas cadastrais dos tomadores de empréstimo. 

Cartório  de  Registro  de  Contratos  Marítimos  e  de  Distribuição:  restritos  a  alguns  estados,  os primeiros  tratam  exclusivamente  de  atos  relativos  a  transações  de  embarcações  marítimas;  os segundos  respondem pela distribuição eqüitativa de  serviços cartoriais de que  trata a Lei 8.935, e atos complementares à função. 

Para consultar os cartórios disponíveis no Brasil, acesse: 

http://portal.mj.gov.br/CartorioInterConsulta/ 

 

3.3. Redação acadêmica  

Os  documentos  acadêmicos  procuram  atender  a  objetivos  diferentes  e  a  níveis  de  comunicação variados, mas, de maneira genérica, visam difundir avanços científicos. Com relação a sua natureza, possuem  algumas  características  de  normatização  peculiares  a  cada  tipo  de  documento  e  outras comuns a todos eles. 

3.3.1. Tipos de trabalhos científicos 

Os  principais  tipos  de  trabalhos  científicos,  resultantes  de  pesquisa,  são  definidos  pela  ABNT,  da seguinte forma: 

a) monografia: trata‐se de um estudo que versa sobre um assunto/tema, seguindo uma metodologia, apresentado mediante  uma  revisão  bibliográfica  ou  revisão  de  literatura.  É mais  um  trabalho  de assimilação de conteúdos e de prática de iniciação na reflexão científica. Esta Comissão sugere que a monografia não exceda oitenta páginas; 

b)  dissertação:  é  o  resultado  de  um  estudo  no  qual  não  há  a  preocupação  em  apresentar  novas descobertas,  como em uma  tese de doutorado, mas expor novas  formas de  ver uma  realidade  já conhecida com rigor metodológico. Sugere‐se que esse tipo de trabalho não ultrapasse o número de cento e cinqüenta páginas. A NBR 14724  (ABNT, 2005, p. 2) define esse  tipo de  trabalho científico como: 

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Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo  científico  respectivo de  tema único  e bem delimitado  em  sua  extensão,  com o objetivo de  reunir, analisar e  interpretar  informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito  sob  a  coordenação  de  um  orientador  (doutor),  visando  à  obtenção  do  título  de mestre. 

c)  tese: aconselha‐se que o número máximo de páginas não ultrapasse  trezentas. Segundo a NBR 14724 (ABNT, 2005, p. 3), tese é: 

Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo  científico  de  tema  único  bem  delimitado.  Deve  ser  elaborado  com  base  em investigação  original,  constituindo‐se  em  real  contribuição  para  a  especialidade  em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção de título de doutor ou similar. 

d)  artigo  científico:  "é  um  texto  com  autoria  declarada  que  apresenta  e  discute  idéias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas de conhecimento" (ABNT, 2003a, p. 2); 

e)  trabalhos acadêmicos ou  similares: documento que  representa o  resultado de estudo, devendo expressar  conhecimento  do  assunto  escolhido,  que  deve  ser  obrigatoriamente  emanado  da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador (ABNT, 2005, p. 3); 

f) resenha: pode ser crítica ou científica e informativa. A chamada resenha crítica ou científica requer um  conhecimento  aprofundado  da  obra/autor  e  da  temática  por  ela  abordada  por  parte  do resenhista. A resenha poderá ser apresentada por meio de um texto único ou subdividido em partes, devendo  constar  (LAKATOS;  MARCONI,  1999,  p.  243‐253):  Nome  e  biografia  acadêmica  do(s) autor(es); Título e resumo da obra; Fundamentação teórica do(s) autor(es); Fundamentação teórica do  resenhista; Metodologia adotada; Conclusão do(s) autor(es); Crítica do  resenhista;  Indicação do resenhista (para que área tal obra é sugerida). A resenha informativa é um breve comentário geral da obra, sobre o autor e para quem ela é  indicada. Geralmente, tal resenha é usada pelas editoras ou periódicos de divulgação; 

g) resumo crítico: é a síntese e análise das idéias do autor do texto (livro, capítulo, artigo, tese, etc.) feita pelo leitor. 

h)  livros  e  folhetos:  são  publicações  avulsas,  formadas  por  um  conjunto  seqüenciado  de  folhas impressas e revestidas por capas. O folheto distingue‐se do livro pelo número de páginas, que deve ser entre 5 e 48.  

Destacam‐se também outros tipos de documentos científicos muito comuns no meio acadêmico: 

a)  Relatório  técnico‐científico:  documento  que  relata  formalmente  os  resultados  ou  progressos obtidos em investigação de pesquisa e desenvolvimento, ou que descreve a situação de uma questão técnica ou científica. 

b) Trabalho didático: pequenos  textos exigidos nos  cursos de graduação,  sobre estudos  realizados pelos alunos, com o objetivo de induzir e fixar o aprendizado. 

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c) Projetos de pesquisa: documento que descreve os planos, fases e procedimentos de um processo de investigação científica a ser realizado 

 

3.3.2. Estrutura dos trabalhos científicos 

A  estrutura  física  de  um  trabalho  científico,  em  sua  caracterização  geral,  compreende  três elementos: 

a) pré‐textuais: são elementos que antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho; 

b) textuais: constituem o núcleo central do trabalho; 

c) pós‐textuais: complementam o trabalho. 

A UFSM possui uma norma para confecção de trabalhos científicos de cunho  interno (monografias, dissertações, teses e trabalhos de conclusão de curso) denominada MDT, disponível no link abaixo: 

http://prpgp.prumoshost.com.br/sistemas/updown.public/arquivos/arq_MDT_156.pdf 

 

3.3.2.1. Elementos pré­textuais  Os  elementos  pré‐textuais  não  são  iguais  para  todos  os  textos  científicos.  Nas  monografias, dissertações e teses  (MDT) eles são compostos de uma série de páginas, enquanto que nos artigos científicos  são muito  resumidos.  A  figura  abaixo  ilustra  a  sequencia  dos  diversos  elementos  pré‐textuais existentes no Manual MDT da UFSM: 

 

De  um  modo  geral,  os  seguintes  elementos  pré‐textuais  estão  sempre  presentes  nos  textos científicos: 

Identificação  

É o elemento que contém os dados básicos necessários à identificação do trabalho e de seus autores. É composto de vários elementos, dentre os quais: 

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a) Título do trabalho b) Nome do autores c) Nome da instituição dos autores d) Natureza do trabalho e) Local e data de publicação 

Resumo 

O  resumo  é  a  recapitulação  concisa  do  texto  do  trabalho,  no  qual  são  destacados  os  elementos significativos  e  as  novidades.  É  uma  condensação  do  conteúdo  e  deve  expor  as  finalidades,  a metodologia,  os  resultados  e  as  conclusões  do  trabalho  em  parágrafo  único.  É  preciso  que  os resumos  tenham, no máximo, 250 palavras para monografias  (trabalhos de conclusão de curso de graduação, aperfeiçoamento, especialização) e até 500 palavras para dissertações e  teses. O  ideal seria  que  todas  as  informações  básicas  referentes  ao  trabalho  (título,  nome  do  autor,  nome  do orientador, nome da  instituição e  centro de ensino, nome do  curso ou programa,  local e data de defesa e o resumo, propriamente dito) se alojassem em uma única página, apenas. Em face disso, o resumo poderá ser escrito, excepcionalmente, em letras de tamanho inferior às do corpo do texto e com entrelinhamento simples. Abaixo deste deverão constar, no mínimo, três palavras‐chave, onde cada termo separado dos demais por ponto e vírgula (;). 

Resumo em língua estrangeira (quando escrito em português) 

O  resumo  em  língua  estrangeira,  normalmente  em  inglês,  é  obrigatório  e  deve  ter  as mesmas características do  resumo em  língua  vernácula, digitado em  folha  separada. Deve  ser  seguido das palavras‐chave. 

 

3.3.2.2. Elementos textuais 

Correspondem ao conteúdo do trabalho em si. Divide‐se o trabalho sempre em três principais partes: 

Introdução 

É  o  primeiro  capítulo  da MDT,  no  qual  deve  constar  a  delimitação  do  tema,  a  problemática,  os objetivos, a justificativa, o referencial teórico e uma síntese relacionando as partes constituintes do trabalho. Não deverá apresentar resultados nem conclusões. 

Desenvolvimento 

Parte  principal  do  texto  que  contém  a  exposição  ordenada  e  pormenorizada  do  assunto.  Sua subdivisão varia em razão da forma de abordagem do tema e do método. O desenvolvimento pode ser organizado por capítulos, seções e subseções, dependendo do modelo adotado pelo veículo de divulgação (artigo, tese, livro, etc). 

Conclusão 

Parte final do texto, na qual são apresentadas as conclusões das reflexões realizadas no trabalho e em  que  medidas  os  objetivos  propostos  foram  alcançados.  Poderá  conter  sugestões  e recomendações para novas pesquisas. 

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3.3.2.3. Elementos pós­textuais 

Os elementos pós‐textuais complementam o trabalho. São constituídos por referências, glossário, apêndices e anexos. 

Referências 

Elemento obrigatório que consiste em um “conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um documento que permite sua  identificação  individual”, mesmo que mencionado em nota de rodapé. O sistema de ordenação das Referências, adotado por esta MDT, é o de ordem alfabética, sendo reunidas no final do trabalho (após o capítulo CONCLUSÃO) em uma única ordem alfabética. As referências devem ser alinhadas somente à margem esquerda do texto, de forma a se identificar cada documento, em espaço simples e separado entre si por espaço duplo. 

Glossário 

É também opcional. Consiste em uma  lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições. 

Apêndice 

É um elemento opcional que consiste em um  texto ou documento elaborado pelo autor, a  fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.  

Anexo 

Elemento opcional que consiste em um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,  comprovação  e  ilustração.  Os  anexos  são  também  identificados  por  letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. 

3.4. Currículo Vitae  

O curriculum vitae (também chamado de currículo ou CV) é um documento que agrupa informações pessoais de um profissional junto a sua formação acadêmica e sua trajetória no mercado de trabalho, visando demonstrar  suas qualificações,  competências  e habilidades. De uma  forma mais direta, o curriculum descreve quem você é e quais qualidades e experiências profissionais você possui. 

Um bom curriculum, bem apresentável e redigido, pode não garantir um emprego mas é sem sombra de dúvidas, um passo  importantíssimo para alcançá‐lo. Grande parte das pessoas  tem dúvidas em como  criar  seu  curriculum,  principalmente  aquelas  que  estão  entrando  agora  no  mercado  de trabalho. 

Para maiores informações sobre como fazer um currículo vitae profissional, vide: http://www.meucurriculum.com/ 

3.4.1. Currículo Vitae Acadêmico – Plataforma Lattes 

O CNPq desenvolveu um formato‐padrão eletrônico para coleta de informações curriculares adotado pelo meio acadêmico do país. Este formato é chamado de Currículo Lattes, em homenagem a Cesare Lattes, renomado físico brasileiro, que ajudou a fundar o CNPq. 

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49Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

O  currículo  lattes é usado pela maioria das  instituições de  fomento, universidades e  institutos de pesquisa  do  País.  Para  buscar  o  currículo  de  qualquer  pesquisador  (acesso  livre),  acesse: http://lattes.cnpq.br/. 

Para criar o seu Currículo Lattes, acesse o site da Plataforma Lattes e vá para o  link Cadastrar‐se. O cadastro é todo eletrônico, e o processo é bem simples. Destaca‐se que as informações ali contidas são consideradas oficiais. Por isso, caso o usuário inclua de informações falsas no seu currículo, está passível de responsabilidade criminal por falso testemunho. 

 

3.5. Comunicação oral  

A  linguagem  é  o  conjunto  de meios  que  permitem  ou  realizem  a  comunicação  e  na  qual  há  a considerar a linguagem verbal e não verbal. 

A  linguagem  verbal  é  a  palavra  falada  ou  escrita,  em  que  a  primeira  pode  ser  utilizada  na comunicação  oral  frente  a  frente  ou  à  distância  (telefone,  rádio,  televisão,  etc.)  e  a  segunda  na comunicação escrita através de livros, revistas e jornais, entre outros… 

Na linguagem não verbal há a considerar os sinais visuais, sonoros e visuais sonoros. Os sinais visuais como  dança,  os  gestos  do  sinaleiro,  a mímica,  os  sinais  de  trânsito,  de  bandeiras,  de  ajudas  de instrução visuais, etc., permitem comunicar através de linguagem não verbal. Do mesmo modo sinais sonoros de navios, sinos, sirenes, a música, etc., são outra forma de se comunicar. 

No agrupamento de sinais sonoros e visuais resulta outra forma de se comunicar através de som e da imagem que no campo da instrução tem particular utilização com as ajudas audiovisuais. 

A  comunicação  através  da  palavra  falada  ou  escrita  tem  características  diferentes.  A  primeira permite  a  transmissão  imediata  da mensagem  e  a  clarificação  desta  pela  entoação/entusiasmo, ritmo,  gestos,  etc.,  utilizados  pelo  emissor,  o  emissor  e  receptor  também  conhecem  o  contexto situacional que os rodeia e a comunicação  torna‐se mais breve que na comunicação escrita. Nesta não  há  transmissão  imediata  de mensagem,  desde  o momento  em  que  o  emissor  escreve  até  à leitura pelo receptor há um dispêndio de tempo.  

Os  sentimentos do emissor que na comunicação oral  são  transmitidos pela entoação, gestos, etc., são aqui caracterizados pelo uso de pontuação. Por outro lado, como é do conhecimento comum do emissor e receptor o contexto situacional, o primeiro tem que o descrever ao segundo para que este possa receber e compreender a mensagem, tornando a comunicação mais longa. 

 

3.5.1. Obstáculos a compreensão da informação falada 

São muitos e variados os problemas que surgem na comunicação de entre os quais salienta‐se:  

 

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3.5.1.1. Ruídos 

Ruídos  são as perturbações que  têm por efeito  impedir que a mensagem chegue ao  receptor. Em termos de comunicação, não  são  só os  sonoros, há  também  ruídos visuais que  se  fazem  sentir na comunicação visual. 

Para superar os ocasionados pelos ruídos o emissor pode aumentar o volume de emissão, mas até certo  ponto,  sse  o  ruído  for  muito  forte  será  preferível  parar  a  exposição  até  que  aquele  se desvaneça. Pode‐se  ainda utilizar  a  repetição da mensagem do mesmo modo que  foi emitida, ou repeti‐la com algumas variações que não façam alterar o seu sentido. 

A distorção da mensagem em virtude do tipo de personalidade de quem a recebe é outra das formas sob a qual se pode apresentar o ruído. Pode atingir níveis tais que se compreenda ao contrário aquilo que  na  realidade  foi  expresso.  O  ideal  seria  que  o  emissor  pudesse  atingir  o  nível  ótimo  de comunicação, adaptando as mensagens ao nível de compreensão do receptor. Quando isso acontece diz‐se que há uma boa sintonização. 

 

3.5.1.2. Falta de conhecimento e experiência comum 

A dificuldade em se atingir a sintonização resulta da falta de conhecimento e experiência recíproca entre o emissor e o receptor. Esta é uma das grandes barreiras à eficiência da comunicação, porque esta pode ser efetiva somente até um certo ponto e desde que as experiências –  física, mental ou emocional – das pessoas intervenientes sejam similares. 

Muitas pessoas acreditam que as palavras transportam significados do emissor para o receptor, tal como  um  ônibus  transporta  passageiros  duma  localidade  para  a  outra.  Contudo  as  palavras  não transportam precisamente o mesmo significado da mente do emissor para a do receptor, porque as palavras não transferem qualquer significado. 

As  palavras  faladas  ou  escritas  são meros  estímulos  que  o  emissor  estabelece  para  suscitar  uma resposta do mesmo gênero no receptor. A natureza desta resposta é determinada pelas experiências anteriores  do  receptor  com  as  palavras  e  as  coisas  que  elas  referem.  Estas  experiências  dão  às palavras o seu significado, o qual é formado na mente do receptor, não nas palavras em si. Assim o emissor  pelas  palavras  comunicadas  não  comunica  significados  aos  receptores  a menos  que  elas possuam algum conhecimento Ou experiência dos objetivos ou conceitos que as palavras referem. 

 

3.5.1.3. Confusão entre símbolo e objeto simbolizado 

Outro  aspecto  a  considerar  é  que  as  palavras  são  meras  representações.  Elas  representam  ou correspondem a alguma coisa que existe, que é palpável ou de que as pessoas falam. A  linguagem serve  como  um mapa  e  tal  como  um mapa bem  elaborado  representa  um  território  específico  a linguagem  corresponde  a  objetivo  ou  conceitos  por  si  representados. Assim  como  um mapa  que contenha erros, um enunciado que contenha inexatidões implica uma relação que não existe.  

Nada na natureza da  linguagem  limita que as palavras não sejam usadas pelo emissor nos sentidos que desejar, ainda que as palavras e a realidade sejam diferentes, as pessoas falham algumas vezes em fazer a distinção. Por exemplo, um homem pode perder o seu emprego apenas por alguém  lhe 

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chamar  ladrão.  Se  as  pessoas  atuaram  de modo  a  que  ser  chamado  de  ladrão  e  ser  ladrão  é  o mesmo, estarão a confundir a palavra com o que ela representa. 

Os  emissores  devem  ter  sempre  presente  o  perigo  em  confundir  os  símbolos  com  os  objetos  ou conceitos que eles simbolizam, dando especial atenção à propriedade de linguagem de modo a evitar que na mente dos  receptores  sejam  formados  significados diferentes dos que o emissor pretende como resposta à sua mensagem. 

 

3.5.1.4. Uso exagerado de abstrações 

As  palavras  concretas  referem‐se  a  objetos  que  o  ser  humano  pode  experimentar  diretamente, enquanto que as palavras abstratas  sugerem  idéias que  se podem experimentar diretamente, por coisas que não provocam  imagens mentais nos receptores. As palavras abstratas são necessárias e úteis,  embora  a  sua  finalidade  não  seja  a  de  provocar  imagens  específicas  nas  mentes  dos receptores, elas servem como um encadear de símbolos que conduzem a várias áreas de experiência. 

No entanto, o perigo do seu uso exagerado é o de não averbar no receptor, a experiência específica que o receptor pretende a mal entendidos. Quando se utiliza este tipo de palavras na comunicação e fundamentalmente  quando  essa  comunicação  é  para  fins  de  instrução  deve  ser  apoiada  com experiências específicas que através de exemplos e  ilustrações de forma a clarificar o significado da mensagem que encerram. 

 

3.5.2.  Como se comunicar adequadamente  

Para que qualquer comunicação tenha sucesso é necessário que tenha um objetivo claro e definido de forma a provocar na audiência a reação pretendida. Todas as comunicações orais são geralmente classificadas em três áreas distintas de acordo com o seu objetivo: informar, persuadir e entreter.  

Informar:  Caracteriza‐se  pela  ajuda  dada  à  audiência  na  compreensão  dum  processo,  idéia  ou conceito ou na elevação do seu nível atual de conhecimentos. 

Persuadir:  Quando  a  finalidade  da  comunicação  é  modificar  ou  reforçar  idéias  já  existentes, estimular  atividades  ou  aumentar  o  envolvimento  emocional  da  audiência. Nesta  comunicação  o conteúdo da mensagem e a atitude do orador é o apelar para as emoções da audiência em vez de apelar para o seu raciocínio. Um exemplo característico é o conteúdo da mensagem e atividade dum candidato em vésperas de eleições. 

Entreter  é  aquela  em  que  a  informação  é  destinada  a  divertir  a  audiência,  embora  não  seja necessário que o humor esteja sempre presente. Informação interessante, não usual ou humorística caracterizam este tipo de comunicação. 

 

O  profissional  atuando  como  emissor  que  é,  deve  ter  sempre  presente  qual  o  objetivo  de  sua comunicação. Como se constata, esta estará  integrada nas comunicações como fim de  informar de modo a ajudar o receptor a compreenderem processos, idéias ou conceitos e levá‐los a aumentar o nível de conhecimentos que possuam. 

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Assim tendo em mente a finalidade da exposição o professor deverá coletar informações necessárias à exposição, pesquisando em qualquer publicação que contenha a matéria e recorrendo também à sua experiência sobre o assunto a apresentar. Se o emissor não conhecer bem o assunto a expor, a comunicação  não  será  efetiva. Um  bom  conhecimento  do  assunto  é  um  auxiliar  precioso  para  a qualidade da exposição. 

Após coletada a informação necessária, esta deverá ser analisada de forma a selecionar aquela e só aquela que seja  importante para os alunos, dando‐lhe de seguida um ordenamento seqüenciado e logo sob a forma de plano guia da  lição que o orientará durante a exposição, evitando desvios que conduziriam a prejuízos na compreensão da platéia. 

Durante a exposição na aula o emissor deve ser direto e claro. Um dos  fins a atingir é conseguir o sentido da comunicação direta com os receptores. Tanto o emissor como os receptores devem sentir que estão em contato entre  si. Podemos considerar neste  tipo de comunicação, uma conversação com  concentrações mútuas e ambas  são  sensíveis ao  retorno da  comunicação, estimulando pelas suas idéias. Se um não compreender o outro, este com rapidez tenta explicar as coisas em detalhe. 

Uma  exposição  oral  é  uma  conversação  alargada.  A  audiência  responde  nesta  conversação  por franzimento de sobrancelhas, acenar de cabeça afirmativo ou negativo, ou sorrisos, impassibilidade, etc... O emissor deve, através destes  sinais de  retorno da  sua  comunicação, ajustá‐la ou mantê‐la sempre que esses sinais sejam de retorno negativo ou positivo. Verifica‐se aqui quanto é importante ao emissor manter contato visual correto de modo a aperceber‐se das reações dos alunos. 

Outro aspecto  importante a considerar pelo emissor durante a exposição é a convicção. O emissor deve  acreditar  no  conteúdo  da  comunicação  e  na  necessidade  de  comunicá‐la.  A  convicção  é transmitida à turma através da voz, movimentos, gestos e atitude do emissor. 

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3.5.2.1. Uso da voz 

Pela  voz  o  emissor  revela  as  suas  intenções  e  reflete  o  seu  estado  emocional  e  físico.  A  platéia apercebe‐se quando o emissor está cansado, nervoso, aborrecido, satisfeito ou triste.  

A  variação de  volume da  voz e de  ritmo é um  atributo para  a  exposição efetiva. O emissor deve modelar o  volume de  voz e  ritmo de exposição  sempre e de  acordo  com o  significado,  conteúdo emocional e ênfase a dar a determinado ponto. O volume da voz deve ser sempre de modo a ouvir‐se facilmente a comunicação em qualquer ponto da platéia, mas um abrandamento ou aumento de volume transmitirá ritmo de exposição mais baixo, quando se aborda partes importantes ou difíceis da matéria.  

A média aproximada de 100 a 150 palavras por minutos é considerada satisfatória para a  instrução oral. Ainda que muitas pessoas consigam falar claramente a uma média superior a 150 palavras por minuto, as pessoas têm normalmente dificuldade em receber e compreender acima dessa média.  

Outro aspecto que o apresentador deve considerar é o de fazer pausas freqüentes, a fim de permitir a  platéia  ordene  as  suas  idéias  e  terem  espaço  para  expor  alguma  dúvida  que  tiveram  ou  para formulação de perguntas orais por parte do apresentador.  

Para além do volume, modulação e ritmo o apresentador deve ter especial cuidado no vocabulário empregue e na sua enunciação, pelo que se deve esforçar numa construção e pronunciação correta.  

Na exposição o apresentador deve manter a  sua continuidade  fazendo  transições cuidadosas dum ponto a outro, de forma a que todas as idéias expressas tenham uma relação definida com o assunto abordado, evitando repetir excessivamente a mesma palavra. 

 

3.5.2.2. Movimento 

Numa apresentação, movimento refere‐se a mudar todo o corpo de posição ou movimento de partes específicas que se designa por gestos. 

Um dos efeitos do movimento é o da platéia tender em seguir o apresentador quando ele se move. Este  efeito  pode  ser  utilizado  para  captar  a  atenção  ou  ajudar  na  transição  dum  ponto  para  o seguinte. Por exemplo, o movimento do apresentador da sua mesa para o local de apresentação dum ponto para o outro. 

Todos os movimentos devem ter uma finalidade. A aproximação da platéia é usada para dar ênfase a certos  pontos,  enquanto  a movimentação  para  longe  ajuda  a  relaxar,  etc.  Contudo,  deve‐se  ter sempre  em  atenção  que  demasiado movimento  é  fator  de  distração,  enquanto  que manter  uma posição estática aborrece a platéia por falta de alteração de estímulo visual.  

 

3.5.2.3. Gestos 

Os gestos são uma  forma de  linguagem não verbal pelo qual é possível  realizar‐se a comunicação. Contudo, na comunicação oral, o orador pode produzir dois tipos de gestos: os gestos propositados e os gestos ao acaso ou maneirismos. 

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54Metodologia Científica, Tecnológica, Comunicação e Expressão

Enquanto que os gestos propositados têm por finalidade transmitir alguma emoção ou pensamento a fim de clarificar e reforçar a exposição oral, os gestos ao acaso não  têm qualquer  finalidade. Estes ocorrem sem o orador se aperceber, tornando‐se fator de distração e prejudicando grandemente a eficácia da comunicação. 

Os gestos devem ser naturais, definidos e executados no momento oportuno, sem nunca desviarem a atenção do ponto que com eles se pretende dar ênfase. O orador pode utilizar as suas mãos em gestos  propositados  a  fim  de  ajudar  a  descrever  formas,  tamanhos,  movimentos  ou  vincar enfaticamente qualquer ponto do assunto, etc... Por outro lado, brincar com chaves nas mãos ou nos bolsos, com óculos, ponteiro, etc...., são gestos que provocam a distração na platéia. 

Assim  tanto  os  movimentos  como  os  gestos  do  apresentador  devem  ser  naturais,  nem  muito enfáticos nem muito desleixados. Não há qualquer razão para se manter numa posição estática com as mãos  fixas ao  longo do corpo, mas  também não há nenhuma para  se mover ou gesticular  sem significado. 

 

3.5.2.4. Contato visual 

Definiu‐se, atrás, que o contacto visual correto é o meio pelo qual o orador se apercebe das diversas reações  na  audiência  à  sua  comunicação. Muitas  pessoas  desconfiam  daquelas  que  não  olham diretamente enquanto falam. É através do olhar direto para toda a turma que o orador lhes faz sentir que também participam na comunicação, que provoca a sua audição e se apercebe das suas reações dessa comunicação. 

Ao manter sempre a platéia no seu campo visual, fixando por momentos o seu olhar em cada pessoa, o orador personaliza a sua exposição fazendo sentir a platéia que fala para cada individualmente. 

Pela observação  individual de cada espectador, o apresentador apercebe‐se das reações de dúvida, incompreensão, falta de interesse, fadiga, desejo de participar, compreensão, etc... 

Esta  observação  permitirá  ao  orador  tornar  a  atitude mais  adequada,  introduzindo  na  exposição algum exemplo ou ilustração que clarifique alguma incompreensão demonstrada, usar um pouco de humor ou  imprimir mais volume à voz para despertar a platéia, caso a sinta fatigada ou sonolenta, etc. 

Um dos procedimentos que o orador deverá  sempre evitar é o do privilegiar  com o  seu  contacto visual uma pessoa, grupo de pessoas ou área da sala. O olhar do orador deve vaguear por todas as pessoas, e nunca  falar  sem estar  virado para estes.  Se necessitar de escrever no quadro, apontar numa ajuda de instrução ou outra tarefa em que tenha de ficar de costas para a platéia, deve fazer uma pausa e retomar a exposição quando virado para todos. 

O plano da apresentação onde o expositor estruturou a apresentação é um auxiliar precioso para o ordenamento e seqüência da exposição. Contudo, este deverá ser utilizado durante a exposição não para  leitura do seu conteúdo por parte do orador, pois provoca um distanciamento entre emissor‐receptor, mas para uma consulta breve de modo a que os tópicos ali escritos sejam por essa ordem desenvolvidos. Desta forma, consegue‐se continuidade e encaminhamento mais lógico à mensagem a comunicar. 

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3.5.2.5. Atitudes 

A atitude do emissor durante a exposição do assunto influenciará em grande parte a compreensão e aprendizagem pela platéia. É normal do ser humano sentir mais simpatia por um assunto do que por outro.  Contudo,  lembre‐se  que  a  sua  atitude  deve  sempre  transmitir  entusiasmo,  despertando interesse na platéia e motivando‐os para a aprendizagem. 

Se  o  orador  demonstra  uma  atitude  de  aversão  por  qualquer matéria  que  transmita,  desde  uma sensação de desinteresse ou apatia na sua transmissão, estará a diminuir grandemente a atenção da platéia com a sua atitude. 

A mensagem é compreendida pelos receptores se o emissor for conhecedor da matéria que ensina e a mesma  for apresentada de  forma adequada.  Logo, para a  sua  comunicação  ser efetiva, deve‐se saber escolher e utilizar os métodos e técnicas de adequadas. 

Outra atitude  importante que o professor deve observar é a de evitar  favoritismos para qualquer pessoa, tratando‐os todos de igual. Desta atitude, da sua capacidade de se fazer respeitar pelo modo como expõe o assunto resultará um ambiente de respeito mútuo na platéia.  A tentativa de se impor pela posição que ocupa resultará em indisciplina e conseqüentemente quebra na aprendizagem. 

 

3.6. Apresentação oral  

O uso de técnicas adequadas para apresentação oral é muito  importante para se atingir a platéia e seus objetivos. Para tanto, vale‐se dá oratória, que é a arte de como falar em público ou o conjunto de  regras  e  técnicas que permitem  apurar  as qualidades pessoais de quem  se destina  a  falar  em público. A oratória é uma parte da retórica, que é a técnica de convencer o  interlocutor através da oratória, ou outros meios de comunicação.  

Para  tanto,  desenvolveu‐se  um  conjunto  de  técnicas  para  facilitar  a  compreensão  por  parte  do público. Algumas destas técnicas serão brevemente apresentadas a seguir: 

 

3.6.1. Estruturação de uma apresentação  

Apesar de parecer simples, estruturar uma apresentação oral é uma tarefa que exige uma adequada preparação.  Para  tanto,  é  preciso  conhecer  e  empregar  adequadamente  os  recursos  audiovisuais disponíveis e se planejar uma estratégia para a apresentação. Ao contrário do que muitos pensam, não é fácil se construir uma apresentação que convença a platéia sobre o que se está abordando na apresentação.  

Muitos estudos foram realizados com relação à cognição humana e aos fatores que atraem a atenção das pessoas. Com base nestes estudos, criaram‐se um conjunto de regras práticas que auxiliam na preparação de uma apresentação de elevada qualidade e que atinja seus propósitos. A seguir, são apresentadas algumas linhas gerais para se obter uma boa apresentação. 

 

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3.6.1.1. Organização do assunto 

Inicialmente,  organize  suas  idéias:  determine  seus  objetivos  (ensinar  algo,  vender  um  produto, conquistar  novos  membros  para  sua  causa),  depois  enumere  os  principais  tópicos  de  sua apresentação  e,  finalmente,  detalhe  cada  uma  delas.  Esse  roteiro  pode  ser  a  base  das  telas  que formarão a apresentação. 

Uma forma interessante é responder as seguintes questões quando formula uma apresentação: 

• Quem? 

• O que? 

• Para quem? 

• Com que efeito? 

• Quando? 

• Onde? 

• Como? 

É  importante  se  gerar  um material  de  suporte  para  embasar  uma  apresentação.  Estes materiais podem ser organizados em três grupos: 

• Fatos, estatísticas, gráficos e definições. 

• Descrições, narrativas, exemplos, testemunhos. 

• Comparações, contrastes, reafirmações, figuras.  

3.6.1.2. Estruturação  

Para  estruturar  a  apresentação,  liste  os  objetivos  (introdução),  seguida  pelo  conteúdo  principal (desenvolvimento) que normalmente  termina com uma  revisão  resumida  (conclusão). Feito  isso, é comum reservar um tempo para uma sessão de perguntas e respostas. 

Uma forma clássica de organizar‐se uma apresentação segue a seguinte forma: 

• Introdução (abertura) o Apresentação dos objetivos, das motivações e das justificativas do tema abordado na 

apresentação o É  importante  se  ganhar  a  atenção  da  platéia  neste  momento,  pois  são 

posteriormente não se consegue mais o Para tanto é importante mostrar entusiasmo 

• Desenvolvimento (sustentação) o Apresenta o assunto em si o Deve‐se  destacar  os  pontos  principais,  fundamentar  idéias  e  fazer  transições 

adequadas entre os diferentes assuntos abordados 

• Conclusão (fechamento) o Deve‐se revisar o assunto e reforçar o tema central o Apresentar  uma  reflexão  sobre  o  que  foi  apresentado,  explicitando  a mensagem 

conclusiva que o apresentador quer passar para a platéia o Dar mensagem final e despedir‐se da  platéia 

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Importante: no início da apresentação, seja enfático com relação ao assunto abordado e os objetivos da  apresentação.  Isso  é  fundamental  porque  o  ser  humano  aprende  com  base  na  associação  de conhecimentos, além de possuir uma memória seletiva que descarta  informações das quais não se interessa. 

 

3.6.1.3. Recursos audiovisuais 

Os recursos audiovisuais têm os seguintes objetivos: 

• Facilitar compreensão • Reforçar pontos relevantes • Orientar raciocínio • Despertar/ prender atenção • Concretizar / ilustrar idéias • Dar dinamismo à exposição • Ampliar retenção 

Logo, os recursos audiovisuais devem priorizar os seguintes critérios: 

• Visibilidade • Relevância • Pertinência • Clareza • Praticidade • Qualidade 

Para tanto, serão apresentados um conjunto de estratégias normalmente empregadas para se atingir estes objetivos. 

Na hora de desenhar as telas de sua apresentação, procure utilizar o padrão visual da organização que  você  faz  parte  (seja  universidade  ou  empresa).  Para  tanto,  empregue  fundos  ou  logotipos padronizados  em  todas  elas,  de  modo  a  manter  a  uniformidade  visual  em  todas  as  suas apresentações – presentes e  futuras – uma prática  freqüente no mundo corporativo e acadêmico.  Seja previdente: mantenha sempre um desses fundos à mão já que nunca se sabe quando você deve preparar uma apresentação para ontem. 

Uso  de  cores:  Use  SEMPRE  cores  contrastantes.  Em  transparências  usa‐se  fundo  claro  e  letras escuras, enquanto que em apresentações na tela do computador usa‐se fundo escuro e letras claras. Somente arrisque combinar cores sem tanto contraste se você conhecer muito bem o local onde fará a apresentação, pois a luminosidade pode alterar as cores projetadas. Por exemplo, nunca use fundo amarelo com letras brancas! 

Para  não  errar  nunca  (em  transparências),  use  fundo  branco  com  letras  pretas.  Caso  queira  usar cores,  saiba  que  as  cores  básicas,  vivas  e  chapadas  produzem melhor  visibilidade  do  que  cores secundárias, efeitos de sombra ou texturas complexas. Não se esqueça também de que as cores por si só também transmitem mensagens. O exemplo clássico é o vermelho que, no mundo financeiro, é associado a perdas ou algum tipo de prejuízo.  Outro exemplo é empregar as cores do semáforo para destacar itens positivos e negativos (ou vantagens e desvantagens): VERDE = POSITIVO, AMARELO = 

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INDIFERENTE, VERMELHO = NEGATIVO. A transmissão da mensagem fica facilmente assimilada pela platéia. 

Use cores vibrantes, mas não abuse. Um contraste forte entre palavras, imagens e o fundo pode ser bastante eficaz na transmissão de mensagens e emoções. De um modo geral, as cores transmitem o seguinte sentimento: 

PRETO:  Percebido  com  algo  neutro  e  final.  Ótima  opção  para  a  base  do  texto  da apresentação (fundo branco). 

AZUL: Indica calma, credibilidade ou uma visão conservadora de certa informação. 

VERDE: Apresentações que  requerem uma  resposta da platéia  são mais eficientes  com essa cor. 

VERMELHO: Estimula uma forte resposta emocional. Pode motivar uma platéia. 

AMARELO: Associado com otimismo, mas seu brilho pode distrair ou cansar a platéia. 

VIOLETA: Associado com irresponsabilidade. Pode ser usado para brincadeiras. 

Uso de símbolos:  Símbolos e ícones podem ser usados para ressaltar uma mensagem.  

Uso da tela: Use somente os 2/3 superiores da tela. Se o local for grande ou o telão não estiver bem posicionado, as pessoas que sentam atrás terão dificuldade de enxergar a parte de baixo dos slides. Por  isso,  use  somente  os  2/3  superiores  dos  slides.  Deixe  a  parte  de  baixo  para  informações secundárias: número do slide, data, etc. 

Uso de fontes:   Use apenas as fontes mais comuns em todos os computadores, ou seja, Times New Roman, Arial, Verdana e Tahoma. Sua apresentação não vai ficar pior por causa disso. Ao contrário, você terá a certeza que todos a verão da mesma forma como você elaborou, pois estas fontes estão instaladas em todos os computadores.  

Além disso, evite usar mais de duas fontes numa mesma apresentação. O uso de muitas fontes gera uma confusão mental na platéia, tirando o foco na apresentação. Para ser legível, use fontes grandes (maior  que  24,  preferencialmente  28  ou  maior)  e  textos  curtos.  Lembre‐se:  o  conteúdo  da apresentação deve estar na fala do apresentador, não no texto. 

Uso de figuras: As figuras são um excelente meio de explicação. Mas tome cuidado: as figuras devem ser objetivas, nítidas e bem visíveis à platéia. Nas figuras, você tem  liberdade para usar mais cores para explicitar o que foi explicado. Tome cuidado para não usar linhas muito finas, cores com pouco contraste e legendas pequenas, pois podem não aparecer adequadamente quando projetadas. Evite usar figuras prontas: faça‐as você mesmo, pois a qualidade fica sempre melhor.  

Se  possível,  valha‐se  dos  recursos  de  animação  do  software  de  apresentação  para  facilitar  a  sua explicação.  Para  tanto,  divida  a  figura  (ou  diagrama)  em  partes,  de  forma  a  ser  mostrado  ou destacado, os elementos que seqüencialmente serão destacados na apresentação. 

Uso de  tabelas: As  tabelas  são  recursos  excelentes de  exposição de  informações  e de  análise. As análises  comparativas,  se  possível,  devem  ser  feitas  com  base  em  resultados  tabelados  ou  em 

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gráficos, mesmo para  resultados qualitativos  (bom/ruim, certo/errado, etc). Desta  forma, a platéia consegue ver o todo e compreender a análise efetuada. 

Uso  de  gráficos:  Assim  como  as  tabelas,  os  gráficos  são  excelentes  formas  de  visualização  de resultados.  Gráficos  em  histogramas  (barras)  e  em  fatias  (pizza)  são  excelentes  formas  de visualização de  resultados numéricos. Os  gráficos  em pizza  são  excelentes  para mostrar  a divisão percentual de determinada grandeza.  

Uso  de  equações:  São  elementos  muito  empregados  nas  análise  matemáticas  em  engenharia. Contudo, evite ao máximo apresentar deduções matemáticas em apresentações. Portanto, apenas apresente  as  equações mais  importantes,  que  expressem  a  base  dos  resultados  obtidos.  Analise criteriosamente  se  é  a  equação  é  realmente  necessária,  pois  uma  apresentação  com  muitas equações se torna maçante à platéia. 

 

3.6.1.4. Estratégia para criação de transparências 

Antes  de  preparar  qualquer  apresentação,  você  deve  estruturar  uma  estratégia  de  apresentação.  Várias  técnicas  diferentes  podem  ser  empregadas,  dependendo  do  tipo  e  do  objetivo  da apresentação. A  seguir  são  apresentadas  algumas destas  técnicas que podem  ser  empregadas na apresentação: 

1. Regra de 3 

Normalmente as pessoas têm facilidade de assimilar até três itens de uma lista. Quer ver? “Pai, Filho e Espírito Santo”, “Ontem, hoje e amanhã”, “Save Our Souls (SOS)”, “Pare, Olhe e Escute”, etc. Por isso, tente apresentar no máximo três conceitos em um slide. Tente fazer  listas de no máximo três itens, para que sua audiência  lembre‐se deles. Se houver mais  itens,  liste somente os essenciais ou divida‐os em mais slides. 

2. Regra 10, 20, 30 

Essa dica do “10, 20, 30″ é bem útil para  resumir  sua palestra e colocar em prática o princípio da “Regra de 3″, apresentado acima: 

•  Limite sua apresentação em 10 slides de conteúdo (excluindo o slide de boas vindas e o de agradecimento); 

•  Ela não deveria demorar mais do que 20 minutos; 

•  Use fontes tamanho 30. 

Aqui, vemos uma dica ajudando a outra. Se você usar a regra de 3, vai apresentar somente os itens realmente  importantes. Dessa  forma,  você  vai  conseguir  limitar  em  10  slides,  20 minutos  e  usar fontes tamanho 30.  

OBS.: Sempre saiba o tempo disponível para a apresentação, e nunca o ultrapasse, seja ele de 5min ou 50min. 

 

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3. Texto seletivo repetido três vezes 

Quando estiver elaborando o conteúdo das telas da apresentação, prepare um texto voltado para os espectadores mais informados, reservando sua capacidade de explicar verbalmente para as pessoas menos informadas. 

Uma  estratégia  muito  usada  em  apresentações  é  a  técnica  de  transmitir  o  principal  de  sua apresentação  pelo menos  três  vezes,  sempre  com  a  preocupação  de  enriquecer  cada  um  desses passos com novos detalhes, de modo que isso não pareça muito repetitivo. 

Evidente que há necessidade de apresentações mais longas, como é o caso de palestras e cursos, que podem durar várias horas. Ainda assim, vale a regra de 3. 

4. Dicas complementares 

Numere os slides, pois ficará mais fácil se um ouvinte tiver alguma dúvida sobre o assunto ou pedir para  voltar  a  ele.    Se o  assunto  for pesado, use  imagens  e  elementos  gráficos para  relaxar  ‐ Use imagens  e  elementos  gráficos  externos  para  variar  e  atrair  visualmente,  inclusive  vídeo.  "Isso acrescenta humor, transmite uma mensagem e relaxa o público". 

 

3.6.2. Dicas para uma boa apresentação oral 

1. Faça a sua parte usando material cativante ‐ Por mais simples e envolvente que seja criar slides e imagens cativantes, lembre‐se de que o programa de apresentações (PowerPoint, etc) não funciona por conta própria. O público veio para ouvi‐lo e não para fitar  imagens projetadas na tela, por  isso mas  não  deixe  que  suas  observações  orais  sejam menos  atraentes.  Lembre‐se  de  que  você  está criando slides como apoio de uma apresentação oral. 

2. Conheça o assunto. Não fale sobre o que você não conhece (e conheça bem os slides). Use os itens da apresentação apenas  como guia.  Se  você  ficar  lendo os  slides a  sua platéia  fará a  leitura mais rapidamente do que você pode falar. Isso tira a atenção deles.   Lembre‐se: se você tem dificuldade de explicar algo de forma simples, é porque você não entende bem o assunto. Evite isso. 

3. Simplifique ‐ As apresentações usando transparências mais eficazes são simples — gráficos de fácil compreensão e  imagens que  refletem a  fala do orador. Alguns especialistas  sugerem não mais do que cinco palavras por  linha e não mais do que cinco  linhas por  slide.  "Não deixe o  trabalho  ficar lotado de palavras e imagens. Você precisa realmente mostrar tudo na tela?" 

4. Minimize o uso de números nos slides  ‐ O grande atrativo dos programas de apresentação é sua capacidade de  transmitir  idéias e  servir de apoio às observações do palestrante de  forma concisa. Isso se torna difícil diante de uma grande quantidade de números e estatísticas. Deixe isso para uma etapa  posterior, mais  abrangente,  através  de  apostilas  distribuídas  no  final  da  apresentação.  Se desejar enfatizar uma estatística no PowerPoint, considere o uso de um elemento gráfico ou imagem para transmitir a idéia. 

5.  Não  imite  a  transparência  ‐  Um  dos  hábitos  mais  comuns  e  prejudiciais  de  usuários  de transparências  é  fazer  uma  leitura  simples  da  apresentação  visual  para  o  público.  Isso  não  só  é redundante — exceto pelo uso do controle, qual o motivo da sua presença? — como transforma a 

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mais  linda apresentação em um  tédio absoluto. A apresentação  funciona melhor com observações orais  que  ampliam  e  discutem,  em  vez  de  reproduzir  o  que  está  na  tela.  "Mesmo  com  as transparências,  você  precisa  de  contato  visual  com  o  público".  "Essas  pessoas  não  foram  a  sua apresentação para ver sua nuca". 

6. Faça observações no tempo certo ‐ Outra armadilha potencial são os comentários do apresentador que  coincidem  precisamente  com  a  apresentação  de  um  novo  slide.  Isso  só  divide  a  atenção  do público. Uma apresentação bem planejada mostra um novo slide, dá ao público a oportunidade de ler  e  digerir  o material  e,  em  seguida,  permite  a  apresentação  de  comentários  que  ampliam  a imagem na tela. "É uma questão de tempo. Nunca fale junto com o slide". 

7. Faça pausas ‐ Novamente, a transparência é mais eficaz como acompanhamento visual do discurso oral. Os apresentadores experientes não se acanham em deixar a tela vazia de vez em quando. Isso não só permite um descanso visual, como também é eficaz para concentrar a atenção em trocas mais orais, como uma discussão em grupo ou sessão de perguntas e respostas. 

Durante a apresentação de slides, você pode deixar a tela totalmente preta ou totalmente branca. Esse  recurso é útil para, por exemplo,  fazer os expectadores prestarem atenção em algo que você tem em mãos. Para isso, faça o seguinte (no PowerPoint): 

• Para deixar a tela toda preta, pressione a tecla E em seu teclado; • Para deixar a tela toda branca, pressione a tecla C em seu teclado. • Para voltar à apresentação de onde ela parou, simplesmente pressione qualquer tecla. 

8. Use  ilustrações  ‐ Use uma  ilustração ou um objeto de  foco, para o qual haverá uma puxada no início ou  final da palestra.  Isso  traz a possibilidade de uma aplicação mais prática para o que você está falando. Os ouvintes conseguem materializar seu discurso.  

Lembre‐se:  uma  imagem  vale mais  do  que mil  palavras.  Isso  não  é  nenhuma  novidade.  Por  isso, sempre que possível demonstre sua fala em gráficos. 83% do que aprendemos é visual. Da mesma forma, use imagens para demonstrar reações ou situações. 

 

3.6.3. Oratória nas apresentações 

As  apresentações orais que usam  adequadamente  as  técnicas de oratória normalmente  atraem  a platéia. Estas técnicas empregam as seguintes formas de linguagem: 

• Linguagem verbal: A palavras proferidas pelo apresentador • Linguagem não‐verbal: Conjunto de sinais usados pelo apresentador para se comunicar sem 

a voz. Incluem: o Aparência física o Tempo e espaço pessoal o Gestos, postura e movimentos o Expressões faciais o Olhar o Sinais vocais = paralinguagem 

• Recursos audiovisuais de suporte  

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3.6.3.1. Recursos de oratória mais importantes 

Alguns dos pontos mais importantes para uma apresentação oral são os seguintes: 

1. Contato visual com o público 

O contato visual com o público é fundamental numa apresentação oral. Através dele, é possível se identificar  se o assunto está  sendo compreendido ou não pela platéia,  se está agradando ou não, entre  outras  coisas.  Além  disso,  transmite  credibilidade,  atrai  a  atenção  e  intimida  os desinteressados. Mas  tome cuidado:  tente cobrir  toda a platéia com a visão, não se restringindo a algumas  pessoas  apenas.  Além  disso, mantenha‐se  concentrado,  pois  a maioria  das  pessoas  têm dificuldade de manter a linha de raciocínio olhando para o público. A melhor forma de se aprender é exercitando‐se.  

2. Uso da voz 

Use adequadamente a sua voz para atrair a atenção do público. Fale pausadamente, abrindo bem a boca para a voz sair  limpa e as palavras bem discerníveis. Evite falar de costas para o público, pois sua voz fica mais difícil de ser compreendida, uma vez que a leitura labial é perdida. Além disso, use os recursos de entonação e alteração de volume da voz para dar ênfase a partes da apresentação, deixando‐a mais atraente. Apresentações monotônicas são muito tediosas. 

Caso  a  platéia  seja  grande,  use  microfone. Mas  tome  cuidado:  sua  voz  seja  captada  de  forma uniforme pelo microfone! Caso contrário, torna‐se extremamente desagradável pelo ouvinte. Além disso, cuide para não surgir microfonias e nem distorções por falar demasiadamente alto diante do microfone.  

Tome muito cuidado!!! Evite falar repetidamente os seguintes chavões: 

• né • tá • viu • bom • humm • ta me entendendo • sei la • pô • tipo assim.. • bem • que nem • estar enviando, fazendo • a nível de • não e por aí • tá ligado 

   

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3. Gesticulação 

O uso de gestos é uma  ferramenta  importante na apresentação oral. Ao gesticular, o orador deve sempre  usar  de  naturalidade  e  elegância.  Deve  sempre  se  lembrar  de  que  o  gesto  é  apenas  a essência do que se quer exprimir.  

Deve, portanto,  ter os seguintes cuidados: O gesto deve sempre preceder,  isto é, acontecer antes, adiantar‐se  à  palavra,  ou  então,  pelo menos,  acompanhá‐la.  Nunca  suceder,  ou  seja,  acontecer depois. Por que? Porque se acontecer antes, o gesto prepara o efeito da palavra: se acompanhá‐la reforça a palavra, porém, se acontecer depois, faz a palavra perder a sua força. Ou seja: 

• Antes ‐ dá força, maior efeito; • Acompanhando ‐ dá‐lhe reforço; • Depois ‐ tira a força da palavra.  

O orador deve sempre agir com espontaneidade. Não deve prender as mãos  tornando‐as  imóveis, lançando‐as para trás, imobilizando‐as, nem adotar gesticulação teatral exagerada. A melhor atitude com  relação aos próprios gestos, é esquecer as mãos,  falando  com naturalidade procedendo  com elas, da mesma forma como quando conversamos comumente. 

4. Postura 

O  orador  deve  sempre  evitar  a  postura  displicente,  por  exemplo,  falar  sentado  na  cadeira  ou encostado em alguma coisa, bem como,  jamais sentar‐se sobre a mesa. O olhar do expositor deve percorrer sempre a platéia inteira, não se circunscrevendo, ou mantendo, a sua atenção para este ou aquele  lado, em especial. Deve,  também, evitar os maneirismos,  isto é,  torcer os dedos, mexer na roupa,  estalar  os  dedos,  esfregar  as mãos,  bater  palmas  ou  tocar  amiudamente  objetos  sobre  a mesa. 

5. Uso de apontadores 

O uso de apontadores  (laser pointers) pode ser um grande aliado para  identificar algum ponto em especial  em  figuras  de  uma  apresentação  com  transparências.  Contudo,  se mal  usado,  torna‐se extremamente  irritante,  principalmente  se  movimentado  com  muita  velocidade.  Lembre‐se: somente use o pointer para destacar uma posição em figura ou tabela. Regra geral: o pointer deve ser usado em, no máximo, 10% do tempo da apresentação. 

 

3.6.3.2. Erros comuns 

A seguir, serão apresentados os erros mais comuns em apresentações orais, que devem ser evitados: 

1. Uso inadequado de cores de fonte 

Não escolha cores que prejudiquem a  legibilidade do  slide. Ao criar um  slide dê a atenção devida para a cor da fonte a ser escolhida. Também é importante escolher neste mesmo momento o plano de fundo, afinal a cor da fonte vai contrastar com o plano de fundo. Cores parecidas podem dificultar na hora da leitura. 

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2.  Textos extensos 

Evite colocar textos muito extensos no slide. Prefira a utilização de palavras‐chave que sirvam como um guia para a sua apresentação. Tópicos com mais 6 linhas de texto explicativo são desnecessários. Lembre‐se que o foco deve ser muito mais no apresentador que no slide. Textos grandes distanciam o apresentador da platéia. E, teoricamente, os ouvintes não precisam de um simples leitor. Toda vez que precisar  se desculpar por  ter um  slide muito carregado,  lembre‐se que  talvez ele não deveria estar ali ou então ele poderia ser divido em vários. 

3. Relação inadequada entre o texto e o tamanho da tela 

Evite usar o slide inteiro para colocar o texto. Ou seja, sempre é melhor em termos estéticos deixar uma margem em relação à borda do slide. No caso de diagramas e esquemas pode ser interessante ocupar todo o slide no sentido de aumentar a figura e facilitar a visualização. 

4. Enquadramento/Estética/Centralização inadequados 

Não deixe a caixa de texto desalinhada. Esteticamente a caixa de texto geralmente se encaixa melhor quando for disposta centralizada. Uma caixa "grudada" em uma das bordas do slide não parece ter um efeito estético bom. 

5. Uso exagerado de animações  

Use animações para enfatizar o que você quer dizer ou para quebrar a monotonia da apresentação. Use transição de slides para causar um efeito de diferenciação ótica nos ouvintes. Mas cuidado. Sua platéia não está interessada em um show pirotécnico. 

6. Tamanho de fonte com legibilidade ruim 

Não coloque fonte muito pequena. Geralmente o leitor gosta de ler o que está escrito no slide e na hora  de  criar  o  slide  é  importante  lembrar  que  os  leitores  não  estarão  tão  próximos  da  tela  de projeção como o apresentador, então se o lugar da apresentação é grande é importante que todos, ou a grande maioria consiga ler com facilidade o conteúdo escrito do slide. 

7. Plano de fundo com padrão confuso 

Não escolha um plano de  fundo que prejudique a  leitura do slide. Geralmente opto por  fazer esta escolha antes de  começar a  fazer a apresentação,  juntamente  com a  cor da  fonte. Existem várias opções de design de slide disponíveis no PowerPoint, e muitas outras opções disponíveis na internet a serem baixadas. Também há a possibilidade de se usar uma simples cor de fundo ou mesmo uma foto. No caso de fotos uma boa saída pode ser usá‐la como marca d'água (muito cuidado para não ficar poluído visualmente). Lembre‐se: Dê preferência para fundos claros e de cor uniforme. 

8. Erros de português 

Não deixe passar NENHUM erro de português. Deve‐se sempre revisar uma apresentação com olhar crítico  para  erros  de  português.  Erros  grosseiros  podem  fazer  com  que  o  prestígio  de  quem  está apresentando vá por água abaixo, perdendo crédito e respeito de quem está assistindo. Não confie no corretor do Power Point, que sublinha as palavras grafadas erradas, muitas vezes a palavra pode estar certa, mas fora de contexto, cuidado. Revise, revise e revise. 

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9. Uso de abreviações não tão comuns 

Não  use  abreviações  desconhecidas.  Como  disse  na  outra  dica,  palavras‐chave  são  sempre  bem vindas, porém  elas devem  ser  entendidas. Algumas pessoas  acham que  as palavras que  estão na apresentação são apenas para guiar o apresentador e acabam colocando abreviações que para ele pode  ser muito  óbvio, mas  para  os  que  estão  assistindo  nem  tanto.  Então  na  hora  de  usar  uma abreviação tenha certeza de que ela é conhecida pela maioria das pessoas que vão te assistir. 

10. Uso inadequado de sons durante a apresentação 

Evite colocar músicas de fundo na apresentação. Quando se faz uma apresentação as pessoas podem pensar  que  os  sons  irão  ficar  legais  e  dinâmicos,  porém  muitas  vezes  se  tornam  irritantes, principalmente se forem freqüentes, como uma música de fundo, por exemplo. Além disso, os sons podem passar um ar de amadorismo. 

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4. Metodologia Científica e Tecnológica  

4.1. Ciência  

Etimologicamente,  ciência  significa  conhecimento.  Mas,  nem  todos  os  tipos  de  conhecimento pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar e outros. 

Ciência  é  a  atividade  que  propõe  a  aquisição  sistemática  de  conhecimentos  sobre  a  natureza biológica,  social  e  tecnológica  com  a  finalidade  de melhoria  da  qualidade  de  vida,  intelectual  ou material. 

Segue uma definição de ciência: 

Trata‐se do estudo, com critérios metodológicos, das  relações existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos  fatos  e  suas  aplicações  práticas.  É  uma  forma  de  conhecimento  sistemático,  dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos biológicos, matemáticos, físicos  e  químicos,  para  se  chegar  a  um  conjunto  de  conclusões  verdadeiras,  lógicas, exatas, demonstráveis por meio da pesquisa e dos testes (Oliveira, 2002).  

A partir de tal afirmação constata‐se que tudo aquilo que compõe a natureza é objeto de observação e  experimentação  para  se  obter  novos  conhecimentos.  Toda  a  matéria  em  qualquer  forma  e composição molecular pode ser objeto de estudo. Assim, pode‐se  referir que  todos os  fenômenos relacionados a natureza social, biológica e tecnológica são objetos da ciência. 

 

4.1.1. Ciência versus Senso Comum 

O senso comum, enquanto conhecimento aprendido à luz das experiências e observações imediatas do mundo circundante, é uma forma de conhecimento que permanece no nível das crenças vividas, segundo uma  interpretação previamente estabelecida e adotada pelo grupo social. Ao contrário do conhecimento científico, o senso comum leva a pensar de forma assistemática, sensitiva e subjetiva, sem atribuir o rigor e a utilização do método científico. 

Por outro lado, no conhecimento científico, o pensar é sistemático, obtido através de verificação  de  uma  hipótese  (ou  conjunto  de  hipóteses),  empregando‐se  o  rigor  na  utilização  de  métodos científicos.  Dessa  forma,  o  trabalho  científico  configura‐se  na  produção  elaborada  a  partir  de questões específicas de estudo. 

Contudo, o  conhecimento do  senso  comum pode  ser  tornar  conhecimento  científico.  Isto porque muitos ditos populares podem gerar questões que levam à pesquisa e à investigação científica, onde se busca uma resposta científica para aquilo a que o senso comum não responde. 

Para  exemplificar,  pense  nos  tratamentos  médicos.  Muitos  remédios  foram  desenvolvidos, inicialmente, por índios, advindo do senso comum, que também chamamos de conhecimento vulgar. Muitos  deles  possuíam  realmente  poder  de  cura, mas  não  eram  cientificamente  comprovados. A 

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comprovação científica permite desmitificar o “achismo” da cura e demonstrar quando este remédio cura e quando não cura, como ele deve ser preparado para ter mais efeito, e a dose a ser tomada para ampliar o poder de cura.  

 

4.1.2. Classificação do conhecimento 

Existem pelo menos quatro níveis de conhecimento  fundamentais: empírico, científico,  filosófico e teológico. Destaca‐se que apenas o conhecimento científico é objeto de estudo da ciência. 

Cada tipo de conhecimento pode ser assim classificado: 

• Empírico: é o conhecimento popular (vulgar), guiado somente pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo‐nos da experiência do outro, às vezes ensinando, às vezes aprendendo,  num  processo  intenso  de  interação  humana  e  social.  É  assistemático,  está relacionado com as crenças e os valores,  faz parte de antigas  tradições. Como exemplo de conhecimento empírico, você já deve ter ouvido o dito popular de que tomar chá de macela, mais conhecida como marcela, cura dor de estômago, mas ela precisa ser colhida na Sexta‐feira Santa, antes do sol nascer. 

• Científico:  é  o  conhecimento  real  e  sistemático,  próximo  ao  exato,  procurando  conhecer além do fenômeno em si, as causas e  leis. Por meio da classificação, comparação, aplicação dos métodos,  análise  e  síntese,  o  pesquisador  extrai  do  contexto  social,  ou  do  universo, princípios e  leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal. Neste, são  feitos  questionamentos  e  procuradas  explicações  sobre  os  fatos,  através  de procedimentos que possam  levar ao  resultado  com  comprovação. Não é  considerado algo pronto,  acabado  e  definitivo,  busca  constantemente  explicações,  soluções,  revisões  e reavaliações de seus resultados, pois a ciência é um processo em contínua construção. 

• Filosófico: procura conhecer a realidade em seu contexto universal, sem soluções definitivas para  a  maioria  das  questões;  busca  constantemente  o  sentido  da  justificação  e  a possibilidade de  interpretação a respeito do homem e de sua existência concreta. A  tarefa principal da filosofia resume‐se na reflexão. A filosofia procura compreender a realidade em seu  contexto universal. Não produz  soluções definitivas para grande número de questões, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida, concretamente. 

• Teológico:  é  o  estudo  de  questões  referentes  ao  conhecimento  da  divindade,  implicando sempre  em  uma  atitude  de  fé  diante  de  revelações  de  um  mistério  ou  sobrenatural, interpretados  como  mensagem  ou  manifestação  divina.  Esse  conhecimento  está intimamente relacionado a um Deus, seja este Jesus Cristo, Buda, Maomé, um ser  invisível, ou qualquer entidade entendida como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por  intermédio da fé religiosa. 

 

   

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4.1.3. Objetivos da ciência 

A ciência tem por função: 

 “[...] A principal é o aperfeiçoamento do conhecimento em todas as áreas para tornar a existência humana mais significativa” (OLIVEIRA, 2000). 

Na área da  tecnologia a ciência  tem por objetivo estabelecer conceitos, definições e parâmetros a partir de novas descobertas experimentais de materiais, componentes e métodos, possibilitando a aplicação destes conhecimentos científicos na produção e obtenção de novos produtos e processos. 

Nas  áreas,  industrial,  comercial  e  de  serviços,  a  ciência  tem  uma  função  vital,  possibilitando  o aumento  da  competitividade  empresarial  e  a  conseqüente melhoria  dos  sistemas  produtivos.  As novas descobertas originam novos produtos e processos, que beneficiam a humanidade  tanto nas áreas da saúde, educação, transportes, comunicação como em qualquer outra que esteja relacionada a vida cotidiana. 

 

4.1.4. Classificação da ciência 

A  ciência  tem  diversas  formas  de  classificação  distintas,  que  não  são  unânimes.  A  seguir,  serão apresentadas algumas classificações utilizadas na literatura. 

 

4.1.4.1. Classificação quanto ao objeto de estudo 

Quanto ao objeto de estudo, as ciências são assim classificadas: 

• Ciências  formais:  Estudam  as  idéias, ou  seja,  o  estudo  de  processos  puramente  lógicos  e matemáticos.  São  objetos  de  estudo  das  ciências  formais  os  sistemas  formais,  como  por exemplo,  a  lógica,  matemática,  teoria  dos  sistemas  e  os  aspectos  teóricos  da  ciência computacional,  teoria  da  informação,  microeconomia,  teoria  da  decisão,  estatística  e lingüística. 

• Ciências factuais: Também chamadas de ciências reais, fáticas ou empíricas, se encarregam de  estudar  os  feitos  auxiliando‐se  na  observação  e  na  experimentação.  Essas  ciências estudam feitos que ocorrem na realidade e, conseqüentemente, precisam usar o exame de evidência empírica para comprová‐los. Dividem‐se em: 

o Ciências naturais: Estudam o universo, que é entendido como regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos e não humanos. Isso inclui os subcampos astronomia, biologia, física, química, geografia e ciências da terra. 

o Ciências sociais: Estudam os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui antropologia, estudos da comunicação, economia, geografia humana, história, lingüística, ciências políticas, psicologia e sociologia.     

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4.1.4.2. Classificação quanto à finalidade do estudo 

Quanto a finalidade do estudo, as ciências são assim classificadas: 

• Ciências  puras  (ou  ciências  fundamentais):  São  a  parte  da  ciência  que  descreve  os mais básicos objetos,  forças e relações entre eles e as  leis que os governam, como por exemplo que  todos os outros  fenômenos podem  ser em princípio  ser derivados desses,  seguindo a lógica do reducionismo científico.  

• Ciências  aplicadas:  Visam  a  aplicação  do  conhecimento  para  a  solução  de  problemas práticos. As ciências aplicadas são importantes para o desenvolvimento tecnológico. Seu uso no cenário industrial é normalmente referenciado como pesquisa e desenvolvimento (P&D). 

Há  uma  diferença  entre  ciência  pura  e  ciência  aplicada.  As  ciências  puras,  em  contraste  com  as ciências aplicadas, são definidas como o conhecimento básico que elas desenvolvem. A ciência básica é o  coração de  todas as descobertas, e o progresso é  feito em experimentos bem  controlados. A ciência  pura  é  dependente  de  deduções  a  partir  de  verdades  demonstradas,  ou  estudos  sem preocupação com aplicações práticas. 

 

4.1.4.3. Classificação quanto ao grau de precisão dos resultados 

Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão dos seus resultados: 

• Ciências exatas: É qualquer campo da ciência capaz de expressões quantitativas e predições precisas  e  métodos  rigorosos  de  testar  hipóteses,  especialmente  os  experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis. Matemática, Física, Química, assim  como  partes  da  Biologia,  Psicologia  e  Economia  podem  ser  consideradas  ciências exatas nesse sentido. 

• Ciências inexatas: Em geral são os campos da ciência baseados no uso de definições e análise qualitativas para  testar  as hipóteses propostas. Desta  forma, os  resultados não  são muito precisos,  pois muitas  vezes  em  experimentos  que  não  podem  ser  reproduzíveis  de  forma idêntica. 

A engenharia, de um modo geral, está relacionada as ciências factuais, naturais, aplicadas e exatas. O quadro abaixo mostra uma classificação geral das ciências: 

 

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4.2.  Conhecimento científico  

4.2.1. Princípios 

A ciência baseia‐se nos seguintes princípios: 

• Utiliza métodos objetivos e confiáveis para se chegar a “verdade”; 

• Descreve a natureza através de “modelos” que podem ser Quantitativos ou Qualitativos; 

• O  conhecimento  científico  nunca  é  absoluto  ou  final,  pode  ser  sempre  modificado  ou substituído; 

• A  exatidão  sobre  um  conhecimento  nunca  é  obtida  integralmente, mas  sim,  através  de modelos sucessivamente mais próximos; 

• Um conhecimento é válido até que novas observações ou experimentações o substituam. 

 4.2.2. Características 

“O  conhecimento  científico  é  um  produto  resultante  da  investigação  científica.  Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida  diária,  característica  essa  do  conhecimento  do  senso  comum, mas  do  desejo  de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas e da discussão intersubjetiva” (Köche 2000). 

Ao conhecimento científico podem ser atribuídas as seguintes características:  

• Racional:  constituído  por  conceitos,  tendo  como  ponto  de  partida  e  ponto  de  chegada apenas idéias (hipóteses), não os fatos. 

• Metódico:  segue  etapas,  normas  e  técnicas,  cuja  aplicação  obedece  a  um  método preestabelecido. 

• Sistemático:  constitui‐se  de  um  sistema  de  idéias  interligadas  logicamente  que  se apresentam  como  um  conjunto  de  princípios  fundamentais,  adequados  a  uma  classe  de fatos, que compõem uma teoria. 

• Verificável:  o  conhecimento  é  válido,  quando  passa  pela  prova  da  experiência  ou,  da demonstração. 

• Falível:  não  existe  verdade  absoluta,  pois  novas  proposições  podem  mudar  as  teorias existentes. 

• Real: lida com o real, conforme ocorrência dos fatos. 

 

4.2.3. Processo de aquisição de conhecimento 

O  processo  de  obtenção  de  conhecimentos  científicos  utiliza  três  formas  fundamentais  para  sua aquisição: 

• Intuição: É uma função especial da mente humana, que age pelo pensamento, independente da pessoa  ter  formação científica ou  técnica. É um modo onde é considerado o  fenômeno 

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psíquico natural que todos os seres humanos possuem, alguns em maior ou menor grau que outros, de obter conhecimentos sem a utilização da experiência ou da razão. 

• Empirismo:  Consiste  na  aquisição  do  conhecimento  através  da  experimentação,  ou  seja, através de montagens, construções, testes, medições, entre outros.  

• Razão: É o conjunto das faculdades anímicas que distinguem o homem dos outros animais. É a  faculdade de compreender as relações das coisas e de distinguir o verdadeiro do  falso, o bem do mal. Para tanto, vale‐se do raciocínio, pensamento, opinião, reflexão,  julgamento e juízo.  

Em geral, o conhecimento científico é o adquirido através do conjunto destas três formas, ou seja: 

Ciência   =   Intuição + Empirismo + Razão 

Em engenharia, este processo de aquisição de conhecimento científico é melhor descrito por: 

Intuição Ter criatividade,  Gerar novas idéias 

+  +

Experimentação Projetar, Experimentar, Montar,Testar, Construir 

+  +

Razão Descrever matematicamente, 

Explicar como funciona fisicamente  

4.2.4. Fundamentos científicos 

É a forma como a ciência é estruturada do ponto de vista conceitual e com relação à profundidade dos resultados. 

4.2.4.1. Hipótese 

Um  conjunto  estruturado  de  argumentos  e  explicações  que  possivelmente  justificam  dados  e informações, porém, que ainda não foi confirmado ou refutado por observação ou experimentação. 

As hipóteses podem ser divididas, basicamente, em três tipos: 

Hipótese afirmativa positiva 

Ex.: “A temperatura máxima atingida por um condutor elétrico, em um dia quente, é maior que em um dia frio.” (O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação) 

Hipótese afirmativa negativa 

 “Não ocorrem danos elétricos aos sistemas elétricos que possuem aterramento  igual ou menor a 2 Ohms de resistência” (O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação) 

Hipótese condicional 

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“Se  for  usado  um  dissipador  de  calor  com  resistência  térmica  menor  que  0,1oC/W  e  uma temperatura ambiente o processador não queimará.” (O resultado da pesquisa é condicionado aos resultados do experimento) 

Classificação das hipóteses 

Hipótese de Ocorrência 

São hipóteses que não  encontram  apoio nas  evidências  experimentais dos  fatos ou  fenômenos  e nem  fundamentação  no  conjunto  das  teorias  existentes.  São  palpites  ou  especulações  sem fundamentação científica . 

Ex.: “Acho que a bala do revólver não o matou porque um espírito sobrenatural atuou como um escudo.” 

Hipótese Empírica 

São hipóteses que têm a seu  favor algumas evidências experimentais preliminares que  justificam a escolha  das  suposições  e  das  correlações  estabelecidas  com  as  teorias  e  leis  existentes.  Estas hipóteses não possuem consistência lógica.  

Ex.: “Acho que o sistema foi danificado hoje porque fazem dois meses que caíram muitos raios nas cidades próximas” 

Hipótese Plausível 

São hipóteses que se inter‐relacionam de forma consistente com as teorias existentes. As hipóteses plausíveis são produto da dedução lógica do conhecimento científico universalmente aceito. 

Contudo, se estas hipóteses não podem ser verificadas, o evento referido não poderá ser repetido exatamente como ocorrido. 

Ex.:  “Possivelmente este  raio  caiu a menos de 700 metros da nossa  localização, pois, observei no relógio  que  o  som  do  trovão  levou menos  de  2  segundos  para  ser  ouvido  a  partir  do  clarão  do relâmpago”. 

Hipótese Convalidada 

São hipóteses que se fundamentam em um sistema de teorias, assim como as plausíveis, e ao mesmo tempo encontram apoio em evidências experimentais que ocorrem na realidade factual. Podem ser passíveis  de  verificação  (testagem)  oportunizando  a  análise  de  suas  conseqüências,  possuindo embasamento em um referencial teórico, sendo consistentes, coerentes e razoáveis. 

Ex.: “O microprocessador MT455, quando  instalado com seus dissipadores de calor original, aquece mais que o MT556 quando ambos  são  instalados em um gabinete  com dimensões  inferiores a 30 cm³”. 

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4.2.4.2. Achado 

Informações produzidas a partir de dados  coletados em estudos  científicos,  sendo um  saber mais descritivo  do  que  explicativo.  São  essencialmente  narrativas  científicas  de  acontecimentos verificados por observação ou experimentação. 

Ex.: Descobertas arqueológicas. 

 

4.2.4.3. Modelo 

É uma representação  lógica, um conjunto de mecanismos virtuais que permite a representação de um fenômeno. Pode ser avaliado segundo a sua semelhança com o sistema físico real.  A validade do modelo consiste em efetivamente descrever aquilo que  se propõe a descrever e, depende do  seu grau de precisão. 

Os  modelos  são  utilizados  para  representar  os  conhecimentos  científicos  obtidos  através  da experimentação ou observação dos fenômenos da natureza, bem como produtos e processos 

Os modelos são de  fundamental  importância para a engenharia. É através deles que se descreve e projeta  estruturas,  sistemas,  circuitos,  mecanismos,  pois  possibilita  se  descrever  o  seu comportamento, de forma simplificada, sem precisar montá‐lo 

Ex. Modelo comportamental de um circuito elétrico, modelo equivalente de um sistema massa‐mola 

Para  ilustrar as diversas  formas de modelo, a  seguir  serão mostrados modelos que  representam a estrutura e comportamento de um painel fotovoltaico. 

Representação icônica (imagem) 

 

Circuito equivalente (modelo)  

   

Representação gráfica (modelo)  Representação matemática (modelo)   

 

 

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4.2.4.4. Teoria 

A teoria tem um caráter explicativo mais universal do que a  lei científica, abrangendo um espectro mais  amplo.  As  teorias  possuem  a  característica  de  estruturar  as  uniformidades  e  regularidades explicadas pelas leis científicas.  

As  teorias  nunca  atingem  a  totalidade  de  aspectos  dos  fenômenos  da  realidade.  Estabelecem relações entre aspectos não diretamente observáveis. 

Ex.: Teoria da relatividade, teoria de circuitos elétricos 

 

4.2.4.5. Lei 

Uma relação entre fenômenos, uma seqüência de acontecimentos, um mecanismo natural, que se manifesta sempre da mesma forma em inúmeros estudos independentes, com grande precisão e sem exceções. É o objetivo máximo, a suprema realização, da Ciência. 

Ex.: Lei da conservação de energia, lei de gravitação universal. 

 

4.2.4.6. Hierarquia do saber científico 

Com base nas definições acima, obtém‐se o seguinte quadro comparativo: 

Saber Extensão dos resultados 

Descrição 

Hipótese  Menor 

É o nível mais baixo do saber científico, diferenciando‐se da especulação filosófica apenas pela produção de expectativas plausíveis e passíveis de verificação 

empírica. 

Achado  Baixo 

Tem vantagem sobre as hipóteses por serem resultados efetivamente constatados via observação ou experimentação, e não apenas possibilidades 

plausíveis. 

Modelo  Intermediário 

Apresentam superioridade aos achados por apresentarem uma estrutura lógica mapeada ao resultado empírico, permitindo previsões cuja 

confiabilidade pode ser aferida. 

Teoria  Alto Mostram‐se superiores aos modelos por permitirem 

previsões acerca de um dado fenômeno com confirmação experimental. 

Lei  Maior 

É o nível mais alto do saber científico, tendo todo o alcance funcional de uma teoria, mas com um grau 

muito maior de confirmação empírica e, conseqüentemente, de confiabilidade e robustez. 

 

 

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4.3. Método científico  

O conhecimento científico passou por várias etapas sempre questionando a maneira de obtenção do saber,  ou  seja,  o Método.  De  origem  grega,  a  palavra método  significa  o  conjunto  de  etapas  e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade. 

O método não é único e nem uma  receita  infalível para o cientista obter a verdade dos  fatos. Ele apenas tem a intenção de facilitar o planejamento, investigação, experimentação e conclusão de um determinado trabalho científico. 

A  ciência  é  constituída  de  um  conhecimento  racional,  metódico  e  sistemático,  capaz  de  ser submetido à verificação, buscado através de métodos e  técnicas diversas, ou  seja, por passos nos quais  se  descobrem  novas  relações  entre  fenômenos  que  interessam  a  um  determinado  ramo científico ou aspectos ainda não revelados de um determinado fenômeno. 

Dentre os métodos mais usuais para o desenvolvimento e a ordenação do raciocínio, se destacam: 

• Dedutivo  (Descartes):  descobre  uma  verdade  a  partir  de  outras  verdades  que  já conhecemos. Realiza a aplicação de princípios gerais a casos particulares  (do macro para o micro). Ex.: Todos os metais são condutores de eletricidade. A prata é um metal, logo, é condutor de eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade e  se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal. 

• Indução (Galileu e Bacon): parte da enumeração de experiência ou casos particulares, para chegar  a  conclusões  de  ordem  universal.  Inclui  quatro  etapas:  observação,  hipótese, experimentação  e  a  constatação  de  que  a  hipótese  levantada,  para  explicar  o  fato observado,  é  confirmada  pela  experimentação  e  transformada  em  teoria  ou  lei. Ou  seja, promove a descoberta de princípios gerais a partir de conhecimentos particulares (do micro para o macro). Ex.: partindo da observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Logo se infere, por análise indutiva, que a prata é condutora de eletricidade. 

Dentre técnicas empregadas pelos métodos científicos para fazer ciência, se destacam: 

• Observação:  Quando  se  utiliza  os  sentidos  na  obtenção  de  determinados  aspectos  da realidade.    Forma  de  aquisição  do  conhecimento  em  que  o  pesquisador  não  interfere  no objeto do estudo Ex.: astronomia, comportamento animal 

• Experimentação: Forma de aquisição do conhecimento em que o pesquisador fixa, manipula e  introduz  variáveis  no  objeto  do  estudo.    Ex.:  química,  física  engenharia,  etc.  A experimentação pode classificada em: 

o Em campo: Os dados são  registrados a partir das  reações  resultantes das variáveis que  o  pesquisador  introduz  no  experimento.  Todos  os  eventos  são  realizados  no ambiente externo não controlado.  

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o Em  laboratório:  Onde  todas  as  variáveis  e  condições  são  controladas  e,  são introduzidas  pelo  pesquisador.  O  ambiente  para  a  realização  da  experiência  é controlado. 

4.3.1. Método dedutivo 

Este método foi proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, pressupõe que só a razão é capaz  de  levar  ao  conhecimento  verdadeiro.  O  raciocínio  dedutivo  tem  o  objetivo  de  explicar  o conteúdo das premissas que, quando verdadeiras, levarão inevitavelmente a conclusões verdadeiras, visto que, por  intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega‐se a uma conclusão. Ou seja, a resposta já estava dentro da pergunta. Essa forma de  raciocínio é  chamada  silogismo, construção  lógica que a partir de duas premissas,  retira uma  terceira  logicamente  decorrente  das  duas  primeiras,  denominada  de  conclusão.  Veja  um exemplo de raciocínio dedutivo: 

Todo homem é mortal (premissa maior) 

Pedro é homem (premissa menor) 

Logo, Pedro é mortal. (conclusão) 

Pode‐se definir duas características básicas do método dedutivo, segundo Salmon (1978): 

• Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira. • Toda a informação ou conteúdo da conclusão já estava implicitamente nas premissas. 

Pode‐se determinar quatro regras fundamentais do método dedutivo de Descartes: 

• Evidência:  Não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e  só  ter por  verdadeiro o que  for  claro e distinto,  isto é, o que  "eu não  se  tem  a menor oportunidade de duvidar". 

• Análise:  “Dividir  cada  uma  das  dificuldades  em  tantas  partes  necessárias  para  melhor  compreendê‐las e  resolvê‐las”. Consiste em  fracionar o problema em partes menores para facilitar a investigação.  

• Síntese: "Concluir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de  conhecer para,  aos poucos, ascender,  como que por meio de degraus,  aos mais complexos". Ou  seja,  consiste  em  distinguir  os  problemas mais  simples  (independentes  e absolutos) dos problemas mais complexos (condicionados ou relativos) 

• Enumeração: “ Realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões gerais que se possa ter certeza  de  nada  haver  omitido”. Ou  seja,  realizar  “desmembramentos  tão  complexos...  a ponto de estar certo de se ter omitido nada".  

4.3.2. Método indutivo 

A  indução  já existia desde Sócrates, entretanto seus expoentes modernos são os empiristas Bacon, Hobbes,  Locke  e  Hume.  Considera  que  o  conhecimento  é  fundamentado  na  experiência,  não  se levando em conta princípios preestabelecidos.  

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Assim como no método dedutivo, na  indução o raciocínio é fundamentado em premissas, contudo, diferentemente do anterior, premissas verdadeiras  levam a conclusões provavelmente verdadeiras. No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. 

Pode‐se determinar três etapas fundamentais para toda a indução: 

a) Observação dos fenômenos; b) Descoberta da relação entre eles; c) Generalização da relação. 

Veja um exemplo de raciocínio indutivo: 

a) Antônio é mortal. a) João é mortal. a) Paulo é mortal. 

... 

a) Carlos é mortal. b) Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens. c) Logo, (todos) os homens são mortais. 

Define‐se assim, duas características básicas do método indutivo: 

• Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira. • A conclusão inclui informações que não estavam nas premissas. 

O método indutivo de Galileu sustenta que a pesquisa científica acontece por dois momentos:  

• Analítico:  consiste na observação do fenômeno e proposição das hipóteses. 

• Sintético:  consiste na experimentação e se a hipótese for confirmada, transforma‐se em lei. 

Logo, uma pesquisa empregando o método indutivo de Galileu emprega as seguintes etapas: 

1. Observação: Coletar de dados sobre o fenômeno em questão. 2. Análise: Estabelecer uma relação quantitativa entre os elementos do fenômeno. 3. Hipótese: Pressuposição do conhecimento do fenômeno. 4. Teste: Comprovação das hipóteses através de experimentos. 5. Modelo: Representação do conhecimento. 6. Generalização: Extensão do conhecimento para todos os fenômenos da mesma espécie. 

 

4.4. Técnicas de procedimentos  

Além dos métodos de abordagem descritos acima, existem técnicas de procedimento, que por vezes também  tomadas  por métodos,  que  são  etapas mais  concretas  da  investigação  científica.  Estas técnicas têm uma finalidade mais restrita em termos de explicação geral do fenômeno. 

Essas técnicas são freqüentemente utilizadas de forma associada, podendo ser descritas como:  

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• Histórico:  investigação  de  acontecimentos,  processos  e  instituições  no  passado  para  a verificação de sua influência na atualidade; 

• Comparativo: estudo de semelhanças ou diferenças entre diversos elementos em análise; 

• Monográfico  (ou  estudo  de  caso):  estudo  de  certos  elementos,  indivíduos,  empresas, profissões, grupos, etc., com vistas à obtenção de generalização; 

• Estatístico:  redução  de  fenômenos  variáveis  (estocásticos)  à  representação  quantitativa  e aplicação de instrumentos estatísticos de análise; 

• Tipológico:  construção  idealizada  de  um  elemento  que  consiste  em  modelo  ideal  (ou perfeito), contra o qual, os dados da realidade são analisados; 

• Funcionalista: estudo do sistema a partir das funções de cada elemento que o compõe; • Estruturalista:  preocupa‐se  a  estrutura  do  sistema  como  um  todo  para  explicar  o 

comportamento de partes mais específicas ou de indivíduos.  

4.5. Pesquisa  

Segundo pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite ser esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a  solução desta, quando não há  teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão aptas para fazê‐lo.  Portanto, pesquisar é descobrir, e assim sendo, é um  fato natural a todos os  indivíduos. Contudo, considera‐se que pesquisa científica é a realização completa de uma  investigação, desenvolvida e  redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas pela ciência. 

Para  que  uma  pesquisa  seja  considerada  científica,  ela  deve  seguir  uma  metodologia  que compreenda uma  seqüência de etapas  logicamente encadeadas, de  forma que possa ser  repetida, obtendo‐se os mesmos resultados.   Dessa maneira, os dados obtidos contribuirão para a ampliação do conhecimento já acumulado, bem como para a sua reformulação ou criação. 

 

4.5.1. Classificações da pesquisa 

Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação serão apresentadas a seguir, conforme Gil (1991): 

Quanto a sua natureza: 

• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.  

• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. 

Quanto a forma de abordagem: 

• Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá‐los e analisá‐los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...). 

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• Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode  ser  traduzido  em  números.  A  interpretação  dos  fenômenos  e  a  atribuição  de significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas  estatísticas.  O  ambiente  natural  é  a  fonte  direta  para  coleta  de  dados  e  o pesquisador é o  instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores  tendem a analisar  seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. 

Quanto a seus objetivos: 

• Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná‐lo explícito ou a  construir hipóteses. Envolve  levantamento bibliográfico; entrevistas com  pessoas  que  tiveram  experiências  práticas  com  o  problema  pesquisado;  análise  de exemplos  que  estimulem  a  compreensão.  Assume,  em  geral,  as  formas  de  Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. 

• Pesquisa  Descritiva:  visa  descrever  as  características  de  determinada  população  ou fenômeno  ou  o  estabelecimento  de  relações  entre  variáveis.  Requer  o  uso  de  técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.  

• Pesquisa  Explicativa:  visa  identificar  os  fatores  que  determinam  ou  contribuem  para  a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o  porquê  das  coisas.  Quando  realizada  nas  ciências  naturais  requer  o  uso  do  método experimental e nas ciências  sociais, o uso do método observacional. Assume, em geral, as formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex‐post‐facto. 

Quanto aos procedimentos técnicos: 

• Pesquisa  Bibliográfica:  utiliza  material  já  publicado,  constituído  basicamente  de  livros, artigos  de  periódicos  e  atualmente  com  informações  disponibilizadas  na  Internet.  Quase todos  os  estudos  fazem  uso  do  levantamento  bibliográfico  e  algumas  pesquisas  são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao  investigador  a  cobertura  de  uma  gama  de  acontecimentos muito mais  ampla  do  que aquela que poderia pesquisar diretamente. A  técnica bibliográfica visa encontrar as  fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do  trabalho  científico  ou  técnico‐científico.  Realizada  em  bibliotecas  públicas,  faculdades, universidades  e,  atualmente,  nos  acervos  que  fazem  parte  de  catálogo  coletivo  e  das bibliotecas virtuais.  

• Pesquisa  Documental:  quando  elaborada  a  partir  de  materiais  que  não  receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou ainda documentos de  segunda  mão,  que  de  alguma  forma  já  foram  analisados,  tais  como:  relatórios  de pesquisa,  relatórios  de  empresas,  tabelas  estatísticas,  etc.  e  os  localizados  no  interior  de órgãos públicos ou privados, como: manuais, relatórios, balancetes e outros. 

• Levantamento:  envolve  a  interrogação  direta  de  pessoas  cujo  comportamento  se  deseja conhecer  acerca  do  problema  estudado  para,  em  seguida, mediante  análise  quantitativa, chegar  as  conclusões  correspondentes  aos  dados  coletados.  O  levantamento  feito  com informações  de  todos  os  integrantes  do  universo  da  pesquisa  origina  um  censo.  O 

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levantamento  usa  técnicas  estatísticas,  análise  quantitativa  e  permite  a  generalização  das conclusões  para  o  total  da  população  e  assim  para  o  universo  pesquisado,  permitindo  o cálculo da margem de erro. Os dados são mais descritivos que explicativos.  

• Estudo  de  Caso:  envolve  o  estudo  profundo  e  exaustivo  de  um  ou  poucos  objetos,  de maneira que  se permita  o  seu  amplo  e detalhado  conhecimento. O  estudo de  caso pode abranger  análise  de  exame  de  registros,  observação  de  acontecimentos,  entrevistas estruturadas e não‐estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma situação. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua  flexibilidade,  é  sugerido  nas  fases  iniciais  da  pesquisa  de  temas  complexos,  para  a construção de hipóteses ou  reformulação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A coleta de dados geralmente é feita por mais de um procedimento, entre os mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e a história da vida.  

• Pesquisa‐Ação:  concebida  e  realizada  em  estreita  associação  com  uma  ação  ou  com  a resolução  de  um  problema  coletivo. Os  pesquisadores  e  participantes  representativos  da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Objetiva definir  o  campo  de  investigação,  as  expectativas  dos  interessados,  bem  como  o  tipo  de auxílio  que  estes  poderão  exercer  ao  longo  do  processo  de  pesquisa.  Implica  no  contato direto  com  o  campo  de  estudo  envolvendo  o  reconhecimento  visual  do  local,  consulta  a documentos diversos  e,  sobretudo,  a discussão  com  representantes das  categorias  sociais envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa, e recomenda‐se a seleção de uma amostra. O critério de  representatividade dos grupos  investigados na pesquisa‐ação é mais  qualitativo  do  que  quantitativo.  É  importante  a  elaboração  de  um  plano  de  ação, envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de  medidas,  procedimentos  e  formas  de  controle  do  processo  e  de  avaliação  de  seus resultados.  Não  segue  um  plano  rigoroso  de  pesquisa,  pois  o  plano  é  readequado constantemente  de  acordo  com  a  necessidade,  dos  resultados  e  do  andamento  das pesquisas. O  investigador  se  envolve no processo  e  sua  intenção  é  agir  sobre  a  realidade pesquisada.  

• Pesquisa Participante: Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré‐definida de ação. A  intenção  é  adquirir  conhecimento mais  profundo  do  grupo.  O  grupo  investigado  tem ciência da  finalidade, dos objetivos da pesquisa e da  identidade do pesquisador. Permite a observação  das  ações  no  próprio momento  em  que  ocorrem.  Esta  pesquisa  necessita  de dados  objetivos  sobre  a  situação  da  população.  Isso  envolve  a  coleta  de  informações socioeconômicas e tecnológicas que são de natureza  idêntica às adquiridas nos tradicionais estudos  de  comunidades.  Esses  dados  podem  ser  agrupados  por  categorias,  como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais, educacionais, e outros.  

• Pesquisa  Experimental:  quando  se  determina  um  objeto  de  estudo,  selecionam‐se  as variáveis  que  seriam  capazes  de  influenciá‐lo,  definem‐se  as  formas  de  controle  e  de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas, como também o seu controle e por isso, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos colaterais do uso de um determinado medicamento em crianças de até 8 anos.  

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• Pesquisa Ex‐Post‐Facto: quando o experimento  se  realiza depois dos  fatos. O pesquisador não  tem  controle  sobre  as  variáveis.  É  um  tipo  de  pesquisa  experimental, mas  difere  da experimental propriamente dita pelo fato de o fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador  tenha  controle  sobre  ele, ou  seja, nesse  caso, o pesquisador passa  a  ser um mero  observador  do  acontecimento.  Por  exemplo:  a  verificação  do  processo  de  erosão sofrido por uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar. Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais. 

 

4.6. Pesquisa tecnológica  

4.6.1. Tecnologia  Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser: 

• As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas; 

• As  técnicas,  conhecimentos,  métodos,  materiais,  ferramentas  e  processos  usados  para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos; 

• Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infra‐estrutura ou a tecnologia espacial); 

• A aplicação de recursos para a resolução de problemas; 

• O  termo  tecnologia  também  pode  ser  usado  para  descrever  o  nível  de  conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura; 

• Na  economia,  a  tecnologia  é  o  estado  atual  de  nosso  conhecimento  de  como  combinar recursos  para  produzir  produtos  desejados  (e  nosso  conhecimento  do  que  pode  ser produzido). 

A  tecnologia é, de uma  forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um  termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da  uva,  até  as  ferramentas  e  processos mais  complexos  já  criados  pelo  ser  humano,  tal  como  a Estação  Espacial  Internacional  e  a  dessalinização  da  água  do mar.  Freqüentemente,  a  tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas. 

 

4.6.2. Inovação tecnológica  Inovações  tecnológicas  a  concepção  de  novo  produto  ou  processo  de  fabricação,  bem  como  a agregação  de  novas  funcionalidades  ou  características  ao  produto  ou  processo  que  implique melhorias  incrementais  e  efetivo  ganho  de  qualidade  ou  produtividade,  resultando  maior competitividade no mercado. 

As atividades de inovação podem ser classificadas em: 

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• Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é a união da pesquisa, que é utilizada para a descoberta de  novos  conhecimentos,  com  o  desenvolvimento,  que  é  a  aplicação  destes  novos conhecimentos para  se obter  resultados práticos. Atividades de P&D podem  ser  realizadas nas diferentes  fases do processo de  inovação, agindo não apenas como a  fonte original de idéias inventivas, mas também como uma forma de eliminação de problemas.  

• Ferramentaria e a engenharia  industrial abrangem a aquisição e a troca do equipamento e das  ferramentas  de  produção  e  dos  procedimentos  de  controle  de  qualidade, métodos  e padrões necessários para fabricar o novo produto ou para utilizar o novo processo. 

• Início da  fabricação e o desenvolvimento da pré‐produção podem  incluir modificações no produto ou no processo, com treinamento de pessoal para as novas técnicas ou no uso do novo equipamento, e produção de testes se isto implicar em outro projeto e engenharia. 

• Marketing de novos produtos abrange as atividades relacionadas com o lançamento de um novo  produto.  Isto  pode  incluir  testes  de mercado,  adaptação  do  produto  em mercados diferentes  e  propaganda  de  lançamento,  mas  irá  excluir  a  construção  de  redes  de distribuição para inovações do mercado. 

• Aquisição de tecnologia independente inclui a aquisição de tecnologia externa na forma de patentes, invenções não patenteadas, licenças, divulgação de know‐how, marcas registradas, designs, padrões e serviços com um conteúdo tecnológico. 

• Aquisição de tecnologia agregada abrange a aquisição de maquinário e equipamentos com conteúdo tecnológico no que diz respeito às inovações de produto ou processos introduzidos pela empresa. 

• Design abrange plantas e desenhos com o objetivo de definir procedimentos, especificações técnicas e características operacionais necessárias para a concepção, o desenvolvimento, a fabricação  e marketing  de  novos  produtos  e  processos.  Ele  deve  ser  parte  da  concepção inicial  do  produto  ou  processo,  isto  é,  pesquisa  e  desenvolvimento  experimental,  mas também  pode  estar  relacionado  com  a  ferramentaria,  engenharia  industrial,  início  da fabricação e marketing de novos produtos. 

Embora  todas estas  sejam atividades de  inovação, apenas as atividades de P&D  são normalmente mencionadas pelas empresas. Para fins de estatística, utiliza‐se: gastos com P&D e pessoal de P&D, embora envolta todas as outras formas de inovação.  

As principais atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de  inovação tecnológica são as seguintes: 

• Pesquisa básica dirigida: os trabalhos executados com o objetivo de adquirir conhecimentos quanto à compreensão de novos  fenômenos, com vistas ao desenvolvimento de produtos, processos ou sistemas inovadores. 

• Pesquisa  aplicada:  os  trabalhos  executados  com  o  objetivo  de  adquirir  novos conhecimentos, com vistas ao desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, processos e sistemas. 

• Desenvolvimento  experimental:  os  trabalhos  sistemáticos  delineados  a  partir  de conhecimentos  pré‐existentes,  visando  a  comprovação  ou  demonstração  da  viabilidade técnica  ou  funcional  de  novos  produtos,  processos,  sistemas  e  serviços  ou,  ainda,  um evidente aperfeiçoamento dos já produzidos ou estabelecidos. 

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• Tecnologia  industrial  básica:  aquelas  tais  como  a  aferição  e  calibração  de  máquinas  e equipamentos, o projeto e a confecção de instrumentos de medida específicos, a certificação de conformidade, inclusive os ensaios correspondentes, a normalização ou a documentação técnica gerada e o patente amento do produto ou processo desenvolvido. 

• Serviços de apoio técnico: aqueles que sejam indispensáveis à implantação e à manutenção das instalações ou dos equipamentos destinados, exclusivamente, à execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento ou  inovação  tecnológica, bem como à capacitação dos recursos humanos a eles dedicados. 

São exemplos de pesquisa básica dirigida: física dos semicondutores empregados para fabricação de chips, estudo de materiais cerâmicos  supercondutores,  seqüenciamento do DNA do  trypanossoma cruzi. Por outro lado, são exemplos de pesquisa aplicada: desenvolvimento de novos medicamentos para cura da malária, estudo do uso de novos materiais em motores automotivos. 

 

4.7. Projetos  

A maioria das atividades de pesquisa e de inovação tecnológica é realizada através de projetos. Um projeto consiste em um conjunto de etapas sistematicamente ordenadas que  tenha por  finalidade detalhar  um  conjunto  de  ações  a  serem  executadas  para  se  atingir  a  finalidade  requerida.  São características de um projeto: 

• ter objetivo e objeto definido; 

• possuir metas exeqüíveis; 

• ser passível de análise de viabilidade; 

• ser limitado no tempo; 

• viabilizar uma nova atividade; 

• prever resultados. 

Os principais tipos de projetos são os seguintes:  

• Projeto  de  pesquisa:  Destina‐se  a  detalhar  as  ações  a  serem  empreendidas  desde  a identificação  de  uma  necessidade  até  a  possível  obtenção  de  um modelo  científico  (que represente os resultados a serem obtidos (novos conhecimentos tecnológicos). 

• Projeto de desenvolvimento: Tem por objetivo “dizer como” materializar o modelo científico em forma de protótipo ou instalação piloto. O resultado do projeto de desenvolvimento é na verdade  a  representação  do  detalhamento  do  processo  necessário  para  a  obtenção  do primeiro produto (protótipo). 

• Projeto  de  engenharia:  A  função  é  elaborar  e  formatar  um  conjunto  de  informações destinadas  a  execução  ou  fabricação  de  um  produto,  a  partir  dos  dados  (parâmetros  e características) obtidos pelo processo inicial de produção do protótipo. Essencialmente este projeto visa planejar o processo de fabricação ou sistemática para execução de uma obra. 

• Projetos  mistos:  são  a  fusão  de  dois  ou  mais  tios:  Pesquisa  e  Desenvolvimento  (P&D); Desenvolvimento e Engenharia (D&E); Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia (P,D&E). 

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5. Bibliografia  

Agência Nacional de Águas, Manual de redação e de atos oficiais. Brasília: ANA, SGE, CDOC, 2005. 

CAVALCANTE, M. B., Informativo conceitual, http://www.rededeinovacao.org.br/LeiturasRecomendadas/Defini%C3%A7%C3%A3o%20Basica%20Pesquisa_%20Desenvolvimento_Engenharia_Inova%C3%A7%C3%A3o.pdf, data de acesso:  09/06/2010. 

COBRA, R. Q., Vestuário: Ambiente de Trabalho, http://www.cobra.pages.nom.br/bmp‐vesttrab.html, data de acesso:  09/06/2010. 

GUANAES, N.,  Conselho aos formandos...., http://www.supertextos.com/texto/Discurso_De_Formatura/752, data de acesso:  09/06/2010. 

JUNG, C. F., Metodologia científica, http://www.jung.pro.br/moodle/, data de acesso:  09/06/2010. 

MARTINS, R.,  Comportamento Social e Etiqueta Profissional, http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=p7b5zyrji, data de acesso:  09/06/2010. 

MENDES, G. F. e FORSTER Jr., N. J., Manual de redação da Presidência da República /. – 2. ed. rev. e atual. – Brasília: Presidência da República, 2002. 

OLIVEIRA, S. L., Tratado de Metodologia Científica: Projetos de pesquisas,TGI,TCC,monografias, dissertações e teses, Ed. Pioneira Thomson Learning, São Paulo, 2004. 

PEITL, M. P., Como se vestir bem para uma apresentação de sucesso, http://www.artigonal.com/marketing‐pessoal‐artigos/como‐se‐vestir‐bem‐para‐uma‐apresentacao‐de‐sucesso‐521022.html, data de acesso:  09/06/2010. 

ROSA, J. A., Use a aparência a seu favor, http://www.manager.com.br/reportagem/reportagem.php?id_reportagem=783, data de acesso:  09/06/2010. 

Roupa de trabalho, http://cursoschafic.com/etiquetasocial.pdf, data de acesso:  09/06/2010. 

ROVER, A. (coord.),  Metodologia científica : educação a distânciA – Joaçaba : UNOESC, 2006. http://www2.unoescsmo.edu.br/portal/biblioteca/arq/Apost_Metod_Cient‐1.pdf, data de acesso:  09/06/2010. 

TAFNER, E. P. e SILVA, R., Apostila De Metodologia Científica, http://www.assevim.edu.br/assevim/htm/academicos/apostilas/apmetodologia02‐2007.pdf, data de acesso:  09/06/2010. 

Tribunal de Contas do Distrito Federal. Manual de Redação Oficial. — Brasília: DIPLAN, 2003. 

UFSM, Estrutura e Apresentação de Monografias, Dissertações e Teses, http://prpgp.prumoshost.com.br/sistemas/updown.public/arquivos/arq_MDT_156.pdf, data de acesso:  09/06/2010. 

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Anexo I: Documentos oficiais  

 

   

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Anexo II: Documentos comerciais  

   

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Anexo III: Redação de documentos acadêmicos