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METODOLOGIADEGESTÃODEACTIVOSBASEADANOESTADO
ImranZulquifalMamade
DissertaçãoparaobtençãodoGraudeMestreem
Orientador:DoutorEng.ºAnteroMiguelLopesMoreiradaSilva
Eng.ºPedroMonteiro
Júri
Presidente:Prof.DoutorRuiManuelGameiroCastro
Orientador:DoutorEng.ºAnteroMiguelLopesMoreiradaSilva
Vogal:Prof.DoutorPedroManuelSantosdeCarvalho
EngenhariaElectrotécnicaedeComputadores
Novembro2016
Resumo
Nadécadade70asutilitiesdosectoreléctricoconstituíammonopóliosverticalmente integradossendo
responsáveispelatotalidadedoprocessodegeração,transmissãoedistribuiçãodeenergiaeléctrica.Oconsumo
aumentava anualmente e as utilities expandiam as suas redes de forma a alcançar elevados níveis de
desempenho.Noentanto,ocontextoactualdossistemasdeenergiaempaísesdesenvolvidosécaracterizado
pelaestagnaçãodocrescimentodoconsumo (devidoaoarrefecimentodaactividadeeconómicaglobalena
sequênciademedidasdeeficiênciaenergética)eporumníveljámaduronadescarbonizaçãodaelectricidade.
Como resultado, empresas comoosOperadores de Redes de Transporte (ORT) de energia eléctrica estão a
observarumareduçãodosníveisdeinvestimentodedicadoàexpansãodarede,ecomeçamafocaroseuesforço
nagestãodeactivos(devidoaoenvelhecimentodarede).
Oobjectivodopresentetrabalhodepesquisaconsisteemdesenvolverumametodologiademanutenção
baseada no estado para umactivo físico de umOperador da Rede de Transporte, no sentido de auxiliar os
gestores de activos na tomada de decisões fundamentadas no que respeita a manutenção e substituição.
Propõe-se um indicador de estado baseado nométodo de pesos relativos que tem em contametodologias
relativasaoactivofísicoescolhido–transformadordepotência(TP).Oestadodostransformadoresdepotência
temumimpactosignificativonafiabilidadeoperacionaldaredeeléctrica,sendodoconhecimentogeralqueo
transformador de potência é o activo físico que requermaior investimento na categoria dos activos físicos
instaladosnassubestaçõesdealtatensão.
OindicadordeestadopropostoparaoTPtememcontaquatroatributosprincipais.Emprimeirolugar,a
condiçãodoTP,queéexploradaatravésdeumasériedetesteseinspecçõesrealizadasaoactivo.Estestestes
podemserdenaturezaquímica,eléctricaetérmica.Étambémconsideradaaidadesendoesteumimportante
atributoparaváriosactivosfísicos,eemparticularparaoTP.OdesempenhoecontextooperacionaldoTPsão
consideradosepossibilitamaanálisedediferentesaspectosquepodeminfluenciaracondiçãodoactivo.
Propõe-setambémumametodologiadeprevisãodoestadodotransformadordepotênciatendoemconta
osatributosanteriormentereferidos.Ométododeprevisãovariaentreatributosconsiderados.Umaferramenta
deaprendizagemdeRedesBayesianasDinâmicaséapresentadaparapreverasaúdedoactivoenquantouma
outraabordagemésugeridaparaestimarocontextooperacionalfuturo.
Palavras-chave:GestãodeActivosFísicos,TransformadordePotência, IndicadordeEstado,Previsãode
Estado,AnáliseaosGasesDissolvidosnoÓleo,RedesBayesianasDinâmicas.
Abstract
Backonthe1970s,electricutilitieswerevertically integratedmonopoliesresponsiblefortheprocessof
generation,transmissionanddistribution.Loadrateswereincreasingannuallyandutilitieswereexpandingtheir
grids to achieve high levels of performance. However, today’s power systems in developed countries are
characterizedbyaplateauinloadgrowth(duetoglobaleconomicslowdownandenergyefficiencymeasures)
andanalreadymature stageofelectricitydecarbonization.Asa result, grid companies suchas transmission
systemoperators(TSO)arewitnessinglowerlevelsofinvestmentingridexpansionandstarttofocustheireffort
inassetmanagement(duetogridageing).
The goal of the current research work is to develop an asset condition index to be applied in power
transmission grids, and an innovative condition forecastingmethodology that enhances thedecision-making
process inmaintenanceandassetreplacement.Thiscondition index isbasedonaweightedsummodel that
takes intoaccount state-of-the-artmethodologies regarding thephysical asset chosen–power transformers
(PT).Theconditionofpowertransformershasasignificantimpactontheoperationreliabilityoftheelectrical
powergrid.ItisalsowellknownthatthePThavethesinglehighestvalueoftheequipmentinstalledinhigh-
voltagesubstation.
AconditionindexforthePTisproposedtakingintoconsiderationfourfactors.Firstly,thePTconditionis
exploredthroughaseriesoftestsperformedtothephysicalasset.Thesetestsmaybefromchemical,electrical
andthermalnature.Ageisalsoconsideredsinceit´sanimportantfactorforseveralphysicalassets,inparticular
forthePowerTransformer.PerformanceandoperationalcontextofthePTexaminedandallowawholedifferent
rangeofanalysisonthephysicalasset.
The PT condition forecasting methodology is also proposed considering the prediction of the
abovementioned factors. The forecastingmethod variesbetween the factors considered.A tool for learning
Dynamic BayesianNetworks is presented to forecast the statewhile another approach is suggested for the
performancefactor.
Keywords: Physical Asset Management, Power Transformer, Condition Index, Condition Forecasting,
DissolvedGasAnalysis,DynamicBayesianNetworks
Agradecimentos
AgradeçoemprimeirolugaraoInstitutoSuperiorTécnicoqueduranteestescincosanosfoiumasegunda
casaquepotenciouomeucrescimentonãosóacademicomastambémpessoal.
Gostariade tambémdeixaromeuagradecimentoaoDepartamentodeEngenharia Electrótecnicaede
Computadores e a todos os docentes que fazem parte deste. Em particular, apresento um especial
agradecimentoaoDepartamentodeEnergia.
Ao Professor Miguel Moreira da Silva e ao Engº Pedro Monteiro pela disponibilidade, orientação e
dedicação,semaqualarealizaçãodestetrabalhonãoteriasidopossivel.
Porúltimo,gostariadeagradeceràminhafamilia,emparticularaosmeuspaiseirmã.Nãotenhopalavras
paraexpressaromeuagradecimentoportudo.Apessoaquehojesoudevoaosprincipios,valoresecarinhoque
mederam.
i
Índice1. Introdução..............................................................................................................1
1.1Enquadramentonaáreacientífica.......................................................................................1
1.2Motivação...........................................................................................................................1
1.3Objectivos...........................................................................................................................2
2. Estadodaarte.........................................................................................................3
2.1 Introdução..........................................................................................................................3
2.2PolíticasdeManutenção.....................................................................................................4
2.2.1 PolíticadeManutençãoCorrectiva............................................................................5
2.2.2 PolíticadeManutençãoPreventiva............................................................................6
2.2.2.1 ManutençãoPreventivaPeriódica......................................................................................72.2.2.2 ManutençãoPreventivabaseadanoEstado.......................................................................92.2.2.3 ManutençãoPreventivabaseadanaFiabilidade..............................................................122.2.2.4 ManutençãoPreventivabaseadanoRisco.......................................................................14
2.3PolíticasdeSubstituição....................................................................................................17
2.4 Síntese..............................................................................................................................19
3. Metodologiasparaaavaliaçãoeprevisãodoestadodeumactivofísico...............21
3.1 Introdução........................................................................................................................21
3.2RedesNeuronaisArtificiais(RNA)......................................................................................21
3.3 LógicaDifusa(FuzzyLogic).................................................................................................22
3.4AlgoritmosGenéticos(GA)................................................................................................25
3.5ModeloocultodeMarkov(HMM).....................................................................................27
3.6RedesBayesianasDinâmicas.............................................................................................28
3.7MétododosPesos(WeightedSumModel)........................................................................31
4. Caracterizaçãodarede..........................................................................................33
4.1 Introdução........................................................................................................................33
4.2 LinhasAéreasdeMuitoAltaTensão(MAT).......................................................................34
4.3Disjuntores........................................................................................................................36
4.4Descarregadoresdesobretensão.......................................................................................37
4.5 Seccionadores...................................................................................................................38
4.6 Sistemasdeprotecção.......................................................................................................39
4.7TransformadoresdePotência............................................................................................41
ii
4.8CaracterizaçãodaRNT.......................................................................................................46
5. IndicadordoEstadodoActivo:ocasodoTransformadordePotência...................49
5.1 Introdução........................................................................................................................49
5.2 IndicadordeSaúdedoActivo............................................................................................49
5.2.1 Avaliaçãodoestadodopapelisolante.....................................................................50
5.2.2 Análiseaosgasesdissolvidosnoóleoisolante(DGA)..............................................53
5.2.3 AnálisedeTravessias................................................................................................58
5.2.4 OLTC–diferençadetemperaturas...........................................................................59
5.2.5 OLTC–mediçãodaresistênciaestática...................................................................61
5.2.6 Índicedepolarização:ResistênciadosenrolamentosdoTP....................................62
5.2.7 AvaliaçãodaqualidadedoóleoisolantedoTP........................................................63
5.2.8 OLTC–DGA..............................................................................................................66
5.2.9 OLTC–Acústicaevibração.......................................................................................67
5.2.10 OLTC–Potênciaactivadomotor.............................................................................68
5.3 Indicadordeidade............................................................................................................69
5.4 Indicadordedesempenho.................................................................................................70
5.5 Indicadoroperacional........................................................................................................71
6. PrevisãodoIndicadordoEstadodoActivo:ocasodoTransformadordePotência75
6.1 Introdução........................................................................................................................75
6.2PrevisãodoIndicadordeEstadodoTransformadordePotência........................................75
6.2.1 Indicadordesaúdedoactivo-Previsão.................................................................76
6.2.1.1 Descriçãodaferramentadesenvolvida.............................................................................766.2.1.2 Aplicaçãodaferramentadesenvolvidaparaaprevisãodoindicadordesaúdedoactivo80
6.2.2 Indicadordeidade–Previsão.................................................................................82
6.2.3 Indicadordedesempenho-Previsão......................................................................82
6.2.4 Indicadoroperacional-Previsão.............................................................................82
7. Conclusõesetrabalhofuturo.................................................................................85
Bibliografia.................................................................................................................87
AnexoA–UMLdaferramentadesenvolvidanoâmbitodaUCdeProgramação
OrientadaaObjectos.........................................................................................................I
iii
Listadefiguras
Figura2.1–Políticasdemanutenção.....................................................................................................................4
Figura2.2–Curvadabanheira(adaptadode[8])...................................................................................................8
Figura2.3–Processodeavaliaçãodoestadoactualdoequipamento(adaptadode[8])....................................11
Figura2.4–Processodeavaliaçãodoestadofuturodoequipamento(adaptadode[8])...................................11
Figura2.5–Healthindex(retiradode[9])............................................................................................................12
Figura2.6–Matrizderisco(retiradode[9])........................................................................................................15
Figura2.7–AbordagemgeraldoRBM(adaptadode[1]).....................................................................................16
Figura3.1–Estruturacaracterísticadeumaredeneuronaldediversascamadas(retiradode[13])..................21
Figura3.2–Regiõesdifusasparaavariáveltemperatura(adaptadode[15]).....................................................23
Figura 3.3 – Resultado das operações de concentração, dilatação e intensificação sobre um conjunto “A”
exemplificativo(retiradode[17])................................................................................................................24
Figura3.4–Exemplodemodelobaseadona lógicadifusaparaestimaro tempodevida restantedeumTP
(retiradode[18]).........................................................................................................................................25
Figura3.5–Regiõesdifusasparaavariávelcompostosfurânicosnoóleoisolante(retiradode[18])................25
Figura3.6–Estruturadeumalgoritmogenético(retiradode[21]).....................................................................26
Figura3.7–Representaçãodoexemplodedoisdados,umequilibradoeoutrofraudulentoeassuasdistribuições
probabilísticas(retiradode[24]).................................................................................................................27
Figura3.8–ModelográficodaindependênciacondicionaldasvariáveisXeYfaceaZ(retiradode[30])..........29
Figura3.9–RedeBayesianasimples(retiradode[30])........................................................................................29
Figura3.10–Diagramailustrativodoprocessodeevoluçãotemporalassociadoaredesbayesianasdinâmicas
(retiradode[30]).........................................................................................................................................30
Figura4.1–MapadaRedeNacionaldeTransporte(retiradode[40])................................................................33
Figura4.2–Caboscondutoresecabosdeguarda(retiradode[41])...................................................................34
iv
Figura4.3–Isoladoresdotipocampânulaeespigão(retiradode[41])...............................................................35
Figura4.4–Isoladoresdemateriaiscompósitos(retiradode[41]).....................................................................35
Figura4.5–Apoiosdelinhaduplaesimples(adaptadode[43]).........................................................................36
Figura4.6–Disjuntoresdediferentestecnologias(óleo,arcomprimidoeSF6)(retiradode[44]).....................37
Figura4.7–Descarregadordesobretensãodelinha(retiradode[50])...............................................................38
Figura4.8-Exemplodeseccionadores(adaptadode[53])..................................................................................39
Figura4.9–ArquitecturacaracterísticadosistemadeprotecçãoSPT3(retiradode[38])..................................40
Figura4.10–Arquitecturacaracterísticadeumsistemadeprotecçãodebarramento(retiradode[38])..........40
Figura4.11–TransformadordotipoShell(retiradode[54])...............................................................................42
Figura4.12–ElementosassociadosàcubadoTP(retiradode[54])....................................................................43
Figura4.13–Enrolamentoconstituídoporcobre(retiradode[54])....................................................................44
Figura4.14–Operaçãodecomutaçãodatomadadecarga(retiradode[57])....................................................45
Figura4.15–Estruturatípicadeumreguladordetomadasdecarga(retiradode[54])......................................45
Figura4.16–DistribuiçãodosactivosfísicosqueintegramassubestaçõesdaRNTporidade(retiradode[2]).47
Figura5.1-Correlaçãoentreograudepolimerizaçãodopapeleaconcentraçãodefurfuraldeído(ppm)segundo
Chendong,Vuarchex,Burton,DePablo......................................................................................................52
Figura5.2–TriângulodeDuval(retiradode[70])................................................................................................55
Figura5.3–DistribuiçãodefalhasporcomponentenoTP(retiradode[73])......................................................60
Figura5.4–SinalacústicoexemplificativorespeitanteàoperaçãodeumOLTC(retiradode[56]).....................68
Figura5.5–VariaçãodapotênciaactivaconsumidapelomotornoOLTCemcontextooperacional(retiradode
[56]).............................................................................................................................................................69
Figura6.1–Metodologiapropostaparaprevisãodoindicadordesaúdedoactivo(as)......................................76
Figura6.2–InterfacegráficadaferramentadesenvolvidaemambienteWindows............................................81
Figura6.3–InterfacegráficadaferramentadesenvolvidaemambienteMAC....................................................81
v
FiguraA1–UMLdaferramenta.............................................................................................................................I
vii
Listadetabelas
Tabela1-Tabelacomparativaentreasdiferentespolíticasdemanutençãopreventiva....................................19
Tabela2-Comprimentodaslinhasdetransportedeenergiaporníveldetensão(retiradode[42])..................46
Tabela3–Correlaçãodediversosinvestigadoresentreograudepolimerizaçãodopapeleaconcentraçãode
furfuraldeído(ppm)(adaptadode[62])......................................................................................................51
Tabela4–ComparaçãodosdiferentesmétodosdediagnósticoparaoDGA(adaptadode[70]).......................54
Tabela5–FalhasidentificadasatravésdométododotriângulodeDuval(adaptadode[70])............................56
ix
Listadeabreviações
Abreviação Significado
CBM Condition-basedmaintenance
CEI ComissãoElectrotécnicaInternacional
CIGRÉ ConseilInternationaldesGrandsRéseauxÉlectriques
DAG GrafoDireccionadoAcíclico
DP GraudePolimerização
GHC GreedyHill-Climbing
HMM HiddenMarkovModel
IEEE InstitutodeEngenheirosElectricistaseElectrónicos
LF LoadFactor
LL Log-Likelihood
MAT MuitoAltaTensão
MDL MinimumDescriptionLenght
OLTC On-LoadTapChanger
ORT OperadoresdeRedesdeTransporte
RBM Risk-basedmaintenance
RCM Reliabilitycenteredmaintenance
RNA RedesNeuronaisArtificiais
RNT RedeNacionaldeTransporte
STM SériesTemporaisMultivariadas
TBM Time-basedmaintenance
x
TDCG TotalDissolvedCombustibleGas
TP TransformadordePotência
TT TransformadorTrifásico
UC UnidadeCurricular
1
1. Introdução
1.1 Enquadramentonaáreacientífica
Oprincipalelementodeestudodadissertaçãoemcurso refere-seaoplaneamentoegestãodeactivos
físicos que compõem uma Rede de Transporte de Energia Eléctrica, nomeadamente: transformadores de
potência;disjuntores;seccionadores;transformadoresdemedida;entreoutros.Emtermosdeadequaçãodo
tema de estudo à área científica de Energia, importa referir que os activos anteriormente referidos foram
estudados em diversas unidades curriculares que integram a área científica de energia, nomeadamente
FundamentosdeEnergiaEléctrica,AnálisedeRedeseMaquinasEléctricas.
OestudorespeitanteaoscomponentesdeumaRededeTransportevaialémdosconhecimentosobtidos
nasunidadescurricularesacimareferidas,umavezquecertoscomponentesserãoanalisadosdeformaintensiva,
emprocessosdecaracterizaçãoeanálisedeestadoedefalhas,aspectosquenecessariamenterepresentamuma
mais-valiaemtermosdeconhecimentonaáreacientíficaemquestão.
Este tema permite tambémexplorar e aplicar conceitos já estudados noutras unidades curriculares da
licenciatura, nomeadamente Probabilidades e Estatística, uma vez que parte do esforço inerente a esta
dissertaçãoconsistenodesenvolvimentodeindicadoresdeestadoquepressupõemoestudoaprofundadodas
técnicasemecanismosdeavaliaçãoparaumdosactivosfísicosdaRededeTransporte.
Oestudodediferentesabordagensepolíticasdegestãodeactivosambicionaacriaçãodeumametodologia
degestãodeactivosfísicos.Paraoefeito,énecessáriorecorreraconhecimentosapreendidosnoâmbitodas
unidadescurricularesdeProgramaçãoeProgramaçãoOrientadaaObjectos.
1.2 Motivação
“Plantandequipment,howeverwelldesigned,willnotremainsafeorreliableifitisnotmaintained.
Thegeneralobjectiveofthemaintenanceprocessistomakeuseoftheknowledgeoffailuresandaccidentsto
achievethepossiblesafetywiththelowestpossiblecost”.[1]
Agestãodeactivosfísicostemsidoumdospontosmaisdesafiantesnosvariadossectoresdeactividade,
emparticularnosectordasutilities.Oenvelhecimentodosactivosfísicosaumentaoriscodefalha,diminuindo
afiabilidadeeasegurançaoperacionaldossistemas.
Actualmente,aspolíticasimplementadasparamanutençãodeactivosfísicossãodenaturezapreventiva
periódica (time-based maintenance - TBM). No entanto, as recentes políticas de manutenção como a
2
manutençãobaseadanoestado(CBM)erisco(RBM)podem,emcertoscasos,apresentarpotenciaismelhorias
operacionais faceàTBM,dadaacuidadaanálisedoestadoedo riscoqueosactivosdeuma infra-estrutura
energéticaapresentamparaasegurançadoabastecimentoequalidadedoserviço.
NocasoespecíficodaconcessionáriadaRedeNacionaldeTransporte(RNT),encontra-seemprocessode
implementaçãoumaabordagemdegestãodeactivosbaseadanoestadoenacriticidadedasinstalações.Esta
filosofiadegestãopromovearacionalidadeeconómicadosinvestimentosdemodernizaçãodaRNT,assimcomo
aeficiênciaoperacionalinerenteàgestãodociclodevidadosactivos.[2]
Agestãodosactivos físicosbaseadaquernoestadocomonorisco,aindaqueconsideradascomplexas,
representamumpassoimportanteatomarnofuturopróximoparatodasasutilities,anívelmundial.Assim,a
oportunidadededesenvolvereimplementarmetodologiasdemanutençãodeactivosbaseadasnoestado(CBM)
constituiaprincipalmotivaçãodadissertaçãoemcurso.
1.3 Objectivos
Comodesenvolvimentodadissertaçãopretende-seapresentarumametodologiademanutençãobaseada
noestado,quepermitaoptimizarociclodevidadeumactivofísicoqueintegreumaRededeTransportede
EnergiaEléctrica,tendoemconsideraçãoasboaspráticasinternacionaisdeassetmanagement.
Comefeito,apresentedissertaçãopretenderesponderàsseguintesresearchquestions?
§ RQ1:Quaissãoosactivosprincipaisqueconstituemumarededetransportedeenergiaeléctrica?
§ RQ2:Quaissãoaspolíticaseestratégiasmaisadequadasparaumaeficientegestãodeactivosde
umarededetransportedeenergiaeléctrica?
§ RQ3:Quaissãoastendênciasdenegócioedetecnologias,associadasàgestãodeactivosfísicos
deredeseléctricas?
§ RQ4:Dequeformasepodeconstruirumametodologiaparaavaliaçãodoestadodeactivoscríticos
paraumarededetransportedeenergiaeléctrica?
3
2. Estadodaarte
2.1 Introdução
Nestecapítuloapresenta-seumarevisãosobreoestadodaartedaspolíticasdegestãodeactivosfísicos,
comprincipalfoconaspolíticasdemanutenção.Sãotambémabordadaspolíticasrelevantesnoqueconcernea
substituição,aindaquedeformamaisbrevefaceàspolíticasdemanutenção.
As diferentes políticas demanutenção constituem uma área de elevada importância que possibilita o
estudoparaacorrecta implementaçãodemetodologiasqueauxiliamagestãodosactivos físicos.Paraalém
disso,podempermitiraoptimizaçãodocustodeciclodevidadosactivosfísicos.
Acompreensãodaspolíticasaquimencionadastemcomopressupostoalgumconhecimentosobreotema
dagestãodeactivosfísicos(sistemasdeenergia),fiabilidadeerisco,modelaçãoprobabilísticaeemparticular,a
contextualizaçãodotemaparaoscomponentesqueintegramaRNT.
Assim,nestecapítuloserãoabordadasdiversaspolíticasdemanutençãoquetêmcomoobjectivoencontrar
soluçãoparaaoptimizaçãodecustosdeoperaçãoemanutenção.Entreasdiversaspolíticasdemanutenção
destacam-seaspolíticasbaseadasnoestadoenorisco,apresentando-serespectivamenteassuasvantagense
desvantagenseaspectosquedevemsertidosemcontanocontextooperacional.
Para além das políticas de manutenção, são considerados alguns aspectos importantes a ter em
consideraçãorelativamenteàspolíticasdesubstituiçãodeequipamentos,nomeadamentefactoresquepodem
motivarasubstituiçãonão-planeada.Destemodo,aspolíticasdesubstituiçãoserãoabordadascomoobjectivo
deconsciencializaroleitorparafactoresimportantesnoqueconcerneagestãodeactivos.AFigura2.1sintetiza
umdigramadaspolíticasdemanutençãoestudadas.
4
Figura2.1–Políticasdemanutenção
2.2 PolíticasdeManutenção
Amanutençãoabrangeumconjuntodeprocessosdediagnóstico,reparaçãoouprevençãodefalhasnum
dadosistema.Asintervençõesdemanutençãopodemvariardesdesimplesinspecçõesperiódicasareparações
estruturaisdecomponentes,sendoestasdistintasnasuanatureza.Nestarevisãosãoabordadasduasnaturezas
de manutenção: a manutenção correctiva que pretende responder a falhas casuais e imprevisíveis, e a
manutençãopreventivaquediz respeitoaosmecanismosdeprevençãode falhas resultantesdadegradação
progressivadoequipamento.
A manutenção preventiva divide-se em manutenção preventiva sistemática e manutenção preventiva
condicionada. As intervenções sistemáticas ocorrem de forma periódica, normalmente com base no
conhecimentodadegradaçãotemporaldoequipamentoenasfalhasconsideradascomuns.Jáamanutenção
preventivacondicionadatemcomoprincípioaobservaçãodoestadodoequipamentoparadefiniranecessidade
derealizaracçõesdemanutençãosobreomesmo.Namanutençãocondicionadaécomumrecorreratécnicas
deprevisãodoestadodoequipamentoatravésdaobservaçãodaevoluçãodecertasvariáveisquereflectema
degradaçãodoequipamento.[3]
Em suma, a correcta implementação de uma política de manutenção deve garantir os mecanismos
necessáriosparaasseguraradisponibilidadeefiabilidadedosequipamentos,bemcomoocontrolodecustos
inerentesàoperaçãoemanutençãodainfra-estrutura,paraqueasutilitiessejamcapazesdecumprircomos
seuscompromissos.
Manutenção
Reactiva
Correctiva
Preventiva
Sistemática
Periódica
Condicionada
Estado Fiabilidade Risco
5
2.2.1 PolíticadeManutençãoCorrectiva
Amanutençãocorrectivaéumtipodemanutençãoefectuadaemrespostaàs falhasqueocorremnum
dadoequipamento,independentementedasuagravidadeemododedetecção.Estetipodemanutençãotem
comoprincipalobjectivorestaurarasfunçõesdesempenhadasporumdadoequipamentonoestadoanteriorà
falha.Por formaa restaurar as funçõesdesempenhas,pode sernecessário intervir sobreoequipamentode
diversasformas,e,emúltimainstância,procederàsubstituiçãodomesmo.
Aimplementaçãodepolíticasdemanutençãocorrectivadeverárecairsobreequipamentoscujasfunções
nãoafectemoprodutofinaldoactivoecasoasdiversastécnicaspreventivastestadasseverifiquemineficazes.
Peranteineficáciasemtécnicaspreventivas,casoexistamequipamentosessenciaisaocorrectofuncionamento
do sistema é necessário redesenhá-los ou substituí-los, uma vez que as consequências de uma falha nestes
podemserdesdeoperacionaisatéaocomprometimentodasegurançaedoambiente,sendoestasúltimasas
maispreocupantes.[3],[4]
Otempomédiodemanutençãocorrectivaéasomaaritméticadetodasasactividadesnecessáriaspara
quesejamrepostasascondiçõesoperacionaisdoequipamentoemfalha.Nesseconjuntodeactividadesinclui-
senormalmenteotempodedetecçãodefalha,aidentificaçãodositensfalhados,preparaçãodolocalerecursos
necessáriosparaqueseprocedaàacçãodemanutenção,podendodestaresultarareparaçãoousubstituiçãodo
equipamentoemfalha.Otempomédiodemanutençãocorrectivaéumparâmetrorelevanteconsideradono
estudodastécnicascorrectivas.[3]
Assim,amanutençãocorrectivaéevidentementeumapoliticaqueenvolvemenosesforçoseestudossobre
oequipamento,umavezquetemcomobaseafilosofiadeintervirsobreoactivoapenasquandoesteavaria.No
entanto,salienta-sequeemtermoseconómicosarelaçãoanteriornãopodeseraplicada,dadoqueoscustosde
manutençãoparaestetipodepolíticatendemaserelevadoseoprodutofinalépornormaafectado.
Aafectaçãodoproduto final trazconsequênciaseconómicasparaaempresa,umavezqueaprodução
podeserinterrompida(down-time),comotambémpodeoriginarunidadesdefeituosasnocasodaindústria.Para
a rede eléctrica, as consequências de falhas deste tipo podem originar cortes no fornecimento de energia
eléctricaparaumadeterminadaregiãopondoemcausaaqualidadedeserviçodapopulaçãoezonasdecomércio
ouatéaavariadeequipamentosqueintegramredeeléctrica,situaçõesqueresultamemprejuízossignificativos.
Umoutro factor inerenteàmanutençãocorrectivaéanecessidadedearmazenamentodeunidadesde
substituiçãocomointuitodediminuirainactividadedosistema.Verifica-sequeestamedidaincorreemcustos
acrescidosfaceaoutraspolíticasdemanutenção.Portanto,amanutençãocorrectivaassentanoprincípio“fixit
whenbroke”,emqueprincipalpreocupaçãoérestabelecerascondiçõesoperacionaisanterioresaoestadode
falha.[4],[5]
6
2.2.2 PolíticadeManutençãoPreventiva
Amanutençãopreventiva,introduzidanoprincípiodosanos50,éumanaturezadequetemcomoprincipal
objectivomanterumdeterminadoníveldedesempenhoparaumactivoouequipamento.Concretiza-seatravés
deacçõesdemanutençãoperiódicasoucondicionadas,comoprincipalobjectivodereduziraprobabilidadede
falhadoactivo,antesdeumaavariaoudegradaçãosignificativadoestadodoequipamento.Acçõespreventivas
podememalgunscasosrealizar-seenquantooactivoseencontranoestadooperacional,factorquereduzou
extingueotempoinoperacionaldoactivoparamanutenção(down-time).[3],[6]
As acções de manutenção são normalmente planeadas para que os recursos necessários à acção de
manutenção estejam disponíveis. Tal planeamento representa umamais-valia, dado que permite reduzir os
custosdemanutençãoinerentesaoprocessodegestãodeactivosfísicos.
Umdosparâmetrosimportantesaquandoaavaliaçãodediferentestécnicasdemanutençãopreventivasé
otempomédiodemanutençãopreventiva.Esteparâmetrodizrespeitoaotempomédiodespendidoemacções
queserevelemnecessáriasparamanterumdeterminadoníveldedesempenhoparaumdadoactivo.Asacções
referidas podem variar desde simples inspecções e calibrações a acções planeadas de substituição de
componentescríticos.
Deve-seteremconsideraçãoquecertascaracterísticasdoequipamentopodemounãoinfluenciaraforma
como a manutenção preventiva deve ser aplicada. São exemplo desta influência o envelhecimento do
equipamento e a consequente deterioraçãodomesmo, as condições de operação (temperatura, humidade,
pressão),entreoutrosfactores.[3]
Emdiferentespolíticasdemanutençãopreventivasconsideram-sefactorescomoaperiodicidadetemporal
eacondiçãodoactivoenquantoelementosquepermitemregulareestabeleceranecessidadedeintervirsobre
um equipamento. A escolha de uma dada periodicidade remete para o estudo da manutenção preventiva
periódica, tambémdesignada por time-basedmaintenance (TBM). Relativamente ao estudo da condição do
activoparaefeitosdemanutençãosãotrêsasvariantesestudadas:
• Manutençãobaseadanoestado(condition-basedmaintenance–CBM)
• Manutençãobaseadanafiabilidade(reliabilitycenteredmaintenance–RCM)
• Manutençãobaseadanorisco(risk-basedmaintenance-RBM)[5]
Num contexto geral, as políticas de manutenção preventiva condicionada acima referidas têm sido
gradualmenteimplementadasnasempresas,ondeoseuusoresultaemvantagensconsideráveis.Segundo[4],
estima-sequeaaplicaçãodaTBMresulta,emmédia,numareduçãodecustosnaordemdos12a18%faceà
manutenção correctiva. Para as políticas demanutenção preventiva condicionada a redução revela-semais
significativapodendovariarentreos30eos40%.[4]
7
2.2.2.1 ManutençãoPreventivaPeriódica
Amanutençãobaseadanotempooumanutençãopreventivaperiódica(TBM)érealizadaatravésdeacções
de manutenção sobre um dado activo físico ou equipamento. Estas acções de manutenção são realizadas
segundoumaperiodicidadepré-estabelecidaquenormalmentetemporbasedoistiposdeparâmetros:tempo
ounúmerodeoperações.
A periodicidade temporal traduz-se na execução de uma ou mais acções de manutenção sobre o
equipamento com base num dado período de tempo que deve ser estudado tendo em conta o tipo de
equipamento.Naperiocidade combasenonúmerodeoperações as acções demanutenção são efectuadas
quandoaquantidadedeoperações realizadaspeloactivoexcedeonúmerodeoperaçõespré-estipuladona
políticademanutençãodoactivo.Tambémé frequentecombinarosdoisparâmetrosparaqueasacçõesde
manutençãosejamrealizadaslogoqueumdosvalorespré-estabelecidossejaalcançado.[7]
Nosentidodedefinirotipodeparâmetroautilizareestabelecerovalordeperiodicidadepretendidoé
normalmentefeitaumaanálisecuidadaaoequipamentoeàssuascaracterísticasporformaaencontrarumvalor
quetraduzamelhorrelaçãoentreocustodemanutençãoeaprobabilidadedefalha.[8]
Destemodo,aTBMdeveráaplicar-seemequipamentosondeoprocessodedegradaçãoeenvelhecimento
ébemconhecidoeprevisível,umavezquetaiscaracterísticaspermitemdefinircommaiorrigorumvalorde
periodicidade.Paraalémdarelaçãocustodemanutençãoeprobabilidadedefalha,existemoutrosfactoresque
influenciam o processo de decisão da periodicidade como as recomendações dos fabricantes, histórico de
operaçãoepareceresdostécnicoseresponsáveisdemanutenção.Peranteosfactoresanteriormentereferidos,
podeserpossívelreduziraprobabilidadedefalhasocasionaiseacçõesdemanutençãonãoplaneadas.[7]
Noentanto,podemexistiraspectosnegativos inerentesaestapolíticademanutenção,dadoquenãoé
consideradaacondiçãorealdoequipamento:
• Possibilidadede intervir sobre o equipamentonãohavendoqualquer necessidade, sendoque
neste caso o equipamento ou activo desempenha na totalidade as funções para as quais foi
concebido,incorrendoassimemcustosdesnecessáriosedown-timenaoperação.
• Acções de manutenção tardias, que podem degradar significativamente o estado do
equipamento,levandoaoestadodefalhadoequipamento.Assim,todooprocessodeprevenção
defalharepresentaumcustosembenefício.[8]
De seguida, é detalhado um processo que permite obter a periodicidade para um dado activo ou
equipamento.
Conformejáfoireferidotodooprocessodemanutençãobaseadanotempoassentanaescolhadeuma
dada periodicidade que é definida através de uma análise criteriosa, sendo para tal necessária informação
respeitanteaoenvelhecimentoedegradaçãodoactivo.Oenvelhecimentopodeserestimadocombasenataxa
8
defalhasdoactivoaolongodotempo,podendoesterepresentar-sesobaformadeumacurvatemporaldetaxa
de falhas do activo. Entre as diversas curvas características que permitem descrever o processo de
envelhecimentodestaca-sea“curvadabanheira”.[3]
A“curvadabanheira”(Figura2.2)consistenumarepresentaçãodaevoluçãotemporaldataxadefalhasdo
activo que se divide em três instantes principais: período de infância, período dematuridade e período de
degradação.Noprimeiro instante(períodode infância)ataxadefalhasdecrescerapidamenteparaumvalor
estável. Terminadooperíodode infância,o activoatravessauma faseestável (períododematuridade) com
pequenas oscilações na taxa de falhas. Por fim, no último instante (período de degradação) ocorre um
crescimentogradualnataxadefalhasdoactivo.
Figura2.2–Curvadabanheira(adaptadode[8])
Obtidaacurvaquecaracterizaoenvelhecimentodoactivo,atravésdosdiversosprocessosempíricose
modelaçãoestatística,prossegue-separaaidentificaçãoecaracterizaçãodefalhasquepermiteescolheracções
demanutençãomaiscuidadas.Acorrectaidentificaçãoecaracterizaçãodefalhaséessencial,dadoquenesta
fasesãoconhecidosostiposdefalhamaisfrequentes,etalconhecimentoacercadoactivopermiteoptimizaro
seudesempenhodeformaareduziroscustosinerentesàmanutenção.
Porfim,torna-senecessáriodefinirumperíodotemporaloucombasenonúmerodeoperaçõesrealizadas
quepermitareduzirocustodeciclodevidadoactivoatravésdeacçõesdemanutençãonazonaestável,por
formaaprolongarotempodevidaútildoequipamento.
A escolhadaperiodicidadedeumaoumais acçõesdemanutenção sobreo activodeve aindapermitir
minimizar os custos de manutenção do activo para um dado desempenho pretendido. Por vezes torna-se
necessárioteremcontaalgumasvariáveisquepermitemagilizaresteprocesso,porexemplo:tempomédioentre
falhas,garantiadefiabilidade,disponibilidadedoequipamentoeasegurançanodesempenhodetarefas.[8]
9
2.2.2.2 ManutençãoPreventivabaseadanoEstado
Amanutençãobaseadanoestadooucondition-basedmaintenance(CBM),introduzidaem1975,tempor
princípio a execução de acções de reparação ou a substituição do activo físico perante um conjunto de
indicadores.Estesindicadoresintrinsecamentedependentesdasvariáveisdeestadodoactivodevempermitir
verificaraalteraçãonodesempenhodomesmo,possíveldeterioraçãoeporvezessituaçõesde iminênciade
falha.[8]
Nocasoparticulardotransformadordepotência,activoimportantenaRNT,asvariáveisdeestadodeste
podemvariarderesultadosdoensaioaoóleoisolante,ensaiosdieléctricoseaindaresultadosprovenientesde
ensaiosmecânicos.Assim,asvariáveispreviamentemencionadasretractamaspectosrelativosaodesempenho
eestadodoTPqueconstitueminformaçãoessencialparaaclassificaçãodoestadodoactivo.
ACBMtemcomoprincipalpropósitoprolongarotempodevidaútildoactivo,aumentarasuafiabilidade
edisponibilidadealiadaàpossívelreduçãodoscustosoperacionais.Umfactoimportantedizrespeitoa99%das
falhasregistadasemactivosserprecedidadeumconjuntodesinais,condiçõesouindicadoresqueindiciama
iminênciadafalha,aspectoquemotivaaaplicaçãodestetipodefilosofia.[8]
Intervençõessobreumdadoactivofísicoqueserevelemdesnecessárias,porvezesobrigatóriasempolíticas
demanutençãoperiódicas,representamumdesperdícioderecursos.Nosentidodecolmatartaisineficiências,
tendocomobaseosprincípiosdaCBM,estapolíticademanutençãocondicionaanecessidadedeintervenção
sobreoactivoàalteraçãonoestadoe/oudesempenhodomesmo,podendotais intervençõesseremounão
priorizadasmedianteasalteraçõesverificadas.[7]
No que concerne a implementação, esta política demanutenção requer a monitorização do estado e
comportamento do activo. Para que tal possa ser alcançado, torna-se necessário recorrer a soluções de
monitorizaçãoque,podemvariardesdeprocessosdemonitorizaçãoconstanteainspecçõesperiódicas,sendo
queestasacçõespodemdecorrerdeformaonlineouoffline.
Amonitorizaçãoonline é realizadanodecorrer do funcionamentodo activo enquanto amonitorização
offline requerqueomesmoencontre-se foradeoperação.Relativamenteàmonitorizaçãoconstante,estaé
caracterizada pela existência de informação contínua relativamente ao estado do activo. A monitorização
constanteénormalmenteimplementadacomrecursoatécnicaseferramentasquepermitemobterregistosde
certaformacontínuos,e,paratalamesmaérealizadasempredeformaonline.Porsuavez,paraamonitorização
periódicaconsidera-sequeainformaçãosobreoestadodoactivonãoécontínua,massimdiscreta,fixando-se
umintervaloperiódicoemqueéobtidaainformaçãonecessária,podendoamesmaserrealizadadeformaonline
ouoffline.
Umdos aspectos quepode condicionar a escolha entre as técnicas demonitorizaçãoprende-se coma
robustezecustoacrescidoqueassoluçõesdemonitorizaçãoconstantepodemapresentarfaceàsinspecções
10
periódicas.Deve-seteremcontaqueasinspecçõesvisuais,enquantoinspecçõesperiódicas,sãofalíveis,dado
queoerrohumanoénormalmentesuperioraoserrosdeleituraeregistocontínuos.[8]
Obterinformaçãodeformacontínuatrazevidentementevantagensacrescidassejaatravésdapossibilidade
daprevisãode falhasouatémesmonadetecçãodashidden failures (falhasocultas), que sãoumproblema
existentenamatériaquedizrespeitoàdetecçãodefalhas.
Todaainformaçãoobtidarelativamenteaoestadoecomportamentodoactivodeveserarmazenadacom
oobjectivodenãosópossibilitaraimplementaçãodestafilosofiademanutenção,mastambémdeaumentara
suaeficácia.Oarmazenamentode informaçãoamédioprazopermitemelhoraro conhecimento relativo ao
activofísicoemquestão,aspectoquepodepermitiraposteriorreduçãodoscustosdemanutençãoeoperação.
[8]
Conforme já referido, parte integrante do processo de manutenção baseada no estado consiste na
monitorizaçãodeumactivo,quetemcomofundamentoarecolhadeinformaçãodoestadodoactivosejade
forma contínua ou discreta podendo ser utilizados sensores, indicadores ou dispositivos para o efeito.
Relativamenteàdecisãodeefectuarumaacçãodemanutençãosobreoequipamentodevemosteremcontaos
processosdediagnósticoeprognóstico,querepresentametapasfundamentaisnestametodologia.
O diagnóstico é o processo em que se procura a origem da falha, enquanto o prognóstico foca-se na
estimativa/previsãodeocorrênciadeumafalha.Oprincipalobjectivododiagnósticoéobtersinaisdealertaque
precedemafalhadoequipamentoencontrando-seestejánumestadodefuncionamentoanormal,emboraainda
nãotenhaocorridoumafalha.
Oprognósticovaialémdodiagnósticoumavezqueéefectuadonosentidodepermitirestimare/ouprever
quandoocorreráafalha,resultandonormalmenteenquantoprincipalvantagemdesteprocessoaobtençãode
umajanelatemporalnaqualoequipamentoseencontraaindafuncional.Aobtençãodeumajanelatemporal
possibilitaoplaneamentodeacçõesdemanutençãotendoemcontaocontextooperacionaleeconómicoda
empresadetentoradoactivo.[8],[7]
Oprognósticopodeaindasersubdivididoemduaspartes,umaquedizrespeitoàavaliaçãodoestadoactual
doequipamentoeaoutrareferenteàprevisãodoestadofuturodoequipamento,sendoqueaavaliaçãodo
estadoactualdoequipamentoestánormalmenteassociadaaequipamentosondedecorreumamonitorização
periódica.
Relativamente à avaliação do estado actual do activo, em primeiro lugar, é recolhida a informação
consideradarelevanteparainferiroestadoactualdoactivoedeseguidaprocede-seàmodelaçãodoprocesso
deestimaçãodomesmoestado.Umavezobtidooestadoactualdoactivo,esteéposteriormentecomparado
comumlimitedefalhapreviamentedefinido.Oprocessodecomparaçãoapresenta-senaFigura2.3.Casoo
11
estadoactualdoactivoexcedaolimitedefalhadeveseremitidaumaordemdemanutençãosobreomesmo,
casocontrárioassume-sequeoequipamentoestáemboascondiçõesdefuncionamento.
Figura2.3–Processodeavaliaçãodoestadoactualdoequipamento(adaptadode[8])
Aavaliaçãodoestadodoactivotendoemcontaaprevisãodoseuestadofuturoéummétodoquepermite
estimaraevoluçãodoestadodoequipamento.Talcomofoianteriormentedescrito,efectua-seumaacçãode
manutençãoplaneadaquandoseverificaqueoestadoprevistoexcederáolimitedefalhaconsiderado,conforme
representadonaFigura2.4.Éderealçarqueesteprocessopodeserrealizadoqueratravésdeumamonitorização
contínuaouperiódica,aindaquesejacomumverificarapresençadesteemaplicaçõesdemonitorizaçãocontínua
doestadodoactivofísico.Oprognósticorevela-sesuperioraodiagnósticoumavezquepermiteprevenirfalhas
inesperadas,e,destemodoreduziroscustosquandoverificadoodevidoplaneamentodaacçãodemanutenção.
[8]
Figura2.4–Processodeavaliaçãodoestadofuturodoequipamento(adaptadode[8])
Porvezesarepresentaçãodosresultadosobtidosdaanálisedoestadoéfeitaatravésdeumindicadorde
saúdeouhealthindex,apresentadonaFigura2.5.Umindicadordestetipopermitedeformailustrativaeatravés
deumagamadecores,representaracondiçãodeumactivofaceaodesempenhoetempodevidaesperado,
facilitando a tarefa do gestor de activos físicos, dada a simplicidade de interpretação dos resultados. É
importantedenotar que a apresentaçãoda condiçãodo activo atravésdeste indicador é algo adoptadopor
diversasutilities.[9]
12
Figura2.5–Healthindex(retiradode[9])
Segundo[2],podemserconsideradososseguintesfactoresparaaformulaçãodeumindicadordeestado
do activo (IE) que deve representar a condição técnica de um equipamento, e, indirectamente dá conta da
probabilidadedefalhadeste:
1. Idade
2. Estadodoactivo
3. Disponibilidadetecnológica
4. Know-howinternoeexterno
5. Disponibilidadedepeçasarmazenadas
6. Desempenho
Assim,épossívelidentificarosactivosdemaiorcriticidade,apresentandoestesoIEmaisreduzidonaescala
de“0”a“10”,sendoque“0”representaopiornívele“10”omelhor.[2]
2.2.2.3 ManutençãoPreventivabaseadanaFiabilidade
Amanutençãopreventivabaseadanafiabilidadeoureliabilitycenteredmaintenance(RCM)foicriadapor
NowlaneHeapem1978,tendosidodesenvolvidacomointuitodesuportaraindústriaaeronáuticacomercial
dosEstadosUnidosdaAmérica(EUA).
A RCM permite de forma sistemática determinar quais os requisitos de manutenção necessários que
permitemassegurarquequalqueractivoouequipamentomantémodesempenhoefiabilidadepretendidosno
contextooperacionalemqueseinsere.Entende-seporfiabilidadeaprobabilidadedeumdadoequipamento
funcionarsatisfatoriamente,cumprindoassuasfunçõesoperacionaisduranteumcertointervalodetemposob
condiçõesespecificadas[3].
13
ARCMprocuraencontrarrespostaparasetequestõesquedevemseraplicadasacadaórgão,activofísico,
equipamentoousistema:
1. Quaisasfunçõesdoequipamentoeosníveisdedesempenhorequeridos?
2. Dequeformapodemestasfunçõesfalhar?
3. Quaissãoascausasdecadafalha?
4. Quandoocorreumafalha,oqueacontece?
5. Paracadafalhaqualaimportânciadasconsequênciasdesta?
6. Dequemodoépossívelevitarcadafalha?
7. Nãosendopossíveloujustificávelaplicarumapolíticademanutençãopreventiva,oquesedeve
fazer?[3],[9]
Numcontextogeral,aplicam-seasseguintesferramentasetécnicasparaaprocurarrespostaàsquestões
acimaenunciadas:
§ Identificaçãodosmodosdefalha,efeitoseanálisecritica(FMECA-FailureModes,Effectsand
CriticalityAnalysis)pararesponderàsquestõescompreendidasnospontos1a5;
§ DiagramadedecisãocaracterísticodeRCMqueajudaaencontrarrespostaàsquestões6e7;
§ Conhecimentotécnicoeoperacionaldosistema;
§ Técnicasdemonitorizaçãodoestadodoequipamento.
É importante realçarqueométodoanteriormente referidoFMECA,exploraosmodosde falhaquesão
prováveisdecausarumafalhafuncionalepermitetambémdeterminarosefeitosdefalhaassociadosacada
mododefalha,permitindoassimresponderaquestõesessenciaisnoprocessodeaplicaçãodestametodologia.
OFMECApodeserrealizadosegundoduasabordagens:
• Análisedefalhasdeumdadoequipamentoedeterminaçãodosefeitosdafalhaparaosistema–
Bottom-UpFMECA.
• Análisedasfalhasfuncionaisdosistemaededeterminaçãodoscomponentesouequipamentos
responsáveispelaocorrênciadefalha–Top-DownFMECA.
NaBottom-UpFMECAtodososequipamentossãoanalisadosetodasasfalhasaoníveldoequipamento
sãoconsideradas,resultandocomoprodutofinaldestaanáliseumalistademodosdefalhadetalhadaparaos
equipamentos do sistema. Este processo é normalmente demorado e complexo. Por sua vez, noTop-Down
FMECAsãoconsideradasasfalhasfuncionaisdosistema,e,paraestassãoestudadossomenteoconjuntode
equipamentosresponsáveispelafalha.Destemodo,torna-sepossíveldiminuirtempodeanálise,emboraqueo
conhecimentoobtidosejainferiorfaceaoBottom-UpFMECA.
As duas abordagens relativas ao FMECA conduzem à análise dosmodos de falha de forma correcta e
detalhadaqueconsequentementepossibilitamaimplementaçãodoRCM.Noentanto,cadaumaapresentaos
14
seuspontosfracosefortes,devendoaescolhadeumaemdetrimentodeoutraserponderadatendoemconta
asnecessidadeserecursosdaempresa.[10]
Assim, amanutençãobaseadana fiabilidade consistenumametodologia quepermitedefinir tempos e
critérios de manutenção de forma optimizada através de factores como a função do equipamento, a sua
importâncianosistemaeoseuestado.Estetipodemanutençãoéabrangentefaceàsduasmetodologiasde
manutençãoexpostasanteriormente,umavezquepermiteincorporarambas(TBMeCBM),permitindotambém
identificaras falhasnoequipamentoe falhas funcionaisdosistemabemcomoosmecanismosderespostaà
iminênciadefalhaatravésdosmétodosetécnicasreferidos.[5]
ARCMfoca-senobinómiofunçõesdoequipamentoeprevençãodasconsequênciasdasfalhas,aspectos
quepodempermitirareduçãodoscustosdemanutençãodeformasubstancialfaceàmanutençãotradicional.
AsprincipaisdesvantagensdaRCMprendem-secomasuaimplementaçãoqueépornormacomplexaedifícil,
dadaanecessidadederecursoscomplexosparaotratamentodedados,ouaindapelatotalausênciadehistórico
consistente, visto que se trata de uma metodologia que começou a ser recentemente implementada nas
empresas.[3]
Particularmente,dadaadiversidadedeactivospresentesnumaRededeTransportedeEnergiaEléctricaa
implementaçãodestametodologiaédispendiosa,umavezqueanecessidadedecaracterizarosmodosdefalha
deformaexaustivaeosprocedimentosoperacionaisconstituemprocessoscomplexosepodendoexistiractivos
sobreosquaisainformaçãodemododefalhaépraticamenteinexistente.
2.2.2.4 ManutençãoPreventivabaseadanoRisco
Amanutenção baseada no risco ou risk-basedmaintenance (RBM) é uma política demanutenção que
favoreceacçõesdemanutençãosobreosactivosfísicosqueapresentammaiorriscoparaosistemaemcasode
falha. O principal objectivo desta metodologia é reduzir o risco geral resultante das falhas de operação
inesperadas,e,destemodo,asacçõesdeinspecçãoemanutençãosãopriorizadascombasenaquantificaçãodo
riscoassociadoàfalhadoscomponentes.
ARBMefectua-seemduasfasesprincipais:aavaliaçãodoriscoeasdecisõesdemanutençãobaseadasno
risco.Aavaliaçãodoriscoéafasemaiscríticadestametodologiasendocombasenestaquesãoefectuadasas
decisõesdemanutenção.
15
O risco pode ser definido como a perda esperada ou danos associados à ocorrência de um evento
indesejado (falha)ea suaavaliação integraa fiabilidadeeaanálisedasconsequênciasde falha,procurando
responderàsseguintesquestões:
1. Quefalhaspodemacontecer?
2. Comopodemocorrerasfalhas?
3. Qualaprobabilidadedeocorrência?
4. Quaisseriamasconsequênciasassociadasàfalha?
Aavaliaçãodoriscopodeserqualitativaouquantitativa,aplicando-sepornormaumaanálisequalitativa
emsituaçõesondeo riscoépequenoebemconhecido. Jánoquediz respeitoà análisequantitativaestaé
efectuadacomoobjectivodeestimarafrequênciaeconsequênciadefalhas,umavezqueograuderisconãoé
conhecido, sendo para tal necessária informação e dados suficientes que permitam a realização desta. Os
resultados desta análise podem eventualmente representar-se através de uma matriz de risco, conforme
apresentadonaFigura2.6.[1],[9]
Figura2.6–Matrizderisco(retiradode[9])
Asdecisõesdemanutençãobaseadasnoriscotêmcomoprincipalobjectivodiminuiroriscodeumdado
equipamentoporformaasatisfazerocritérioderiscoaceitáveleaprobabilidadedeocorrênciadefalha.Nesta
fasedaRBMrealiza-seaestimaçãodointervaloóptimodemanutençãoeaavaliaçãodorisconovamente,por
formaasatisfazerosobjectivospretendidos.
Estimarointervaloóptimodemanutençãoéumprocessoquepoderealizar-seatravésdoestudoindividual
dascausasdefalha.Aúltimaetapadizrespeitoàverificaçãodaeficáciadoplanodemanutençãonareduçãodo
riscototalaceitávelparaosistema.[11]
16
Por forma a facilitar a compreensão desta metodologia apresenta-se na Figura 2.7 um diagrama que
representa uma abordagem geral do RBM. Constata-se a possibilidade de existir seismódulos que definem
etapasimportantesnestametodologia:
1. Análisederisco-consistenaidentificaçãodoscenáriosdefalhapossíveis,sendoestaefectuada
combasenascaracterísticasoperacionaisdosistema(condiçõesdeoperaçãoeprocedimentosde
segurança).
2. Avaliação da probabilidade – actividade onde se calculada a ocorrência do evento indesejado
(frequênciadefalha).
3. Avaliação das consequências – actividade onde são quantificadas as potenciais consequências
associadasaocenáriodefalha,comoresultadopode-seobterperdasdedesempenho,benseaté
perdasambientaisedesegurança.
4. Estimativaderisco–combasenoresultadodasduasetapasanteriores,nestaetapaefectua-sea
estimaçãoderiscoparacadaunidade.
5. Aceitaçãodorisco–comparaçãodoriscocalculadocomoscritériosderiscoaceitáveis,e,casoo
riscoparaumadadaunidadeexcederos riscosaceitáveisprocede-seàmanutençãonecessária
parareduzirorisco.
6. Planodemanutenção–planoqueincluiosprocedimentosedecisõesdemanutençãoadoptados
parareduzirorisco.
Figura2.7–AbordagemgeraldoRBM(adaptadode[1])
17
Os valores emissão da empresa tendema desempenhar umpapel crítico na escolha do nível de risco
aceitável, uma vez que dada empresa pode aceitar certas consequências ambientais e operacionais em
detrimentodeoutraquedefinequeasconsequênciasambientaisinerentesaqualquermododefalhadevem
serevitadasaqualquercusto.[1]
2.3 PolíticasdeSubstituição
Aspolíticasde substituição sãoaplicadasquandoasacçõesdemanutençãoe reparaçãodeixamde ser
viáveisqueremtermoseconómicosoutécnicos,sendoimpossívelassegurarosrequisitosfuncionaisdosactivos
paraumdadoníveldefiabilidadeoperacionalpretendido.Reunidasascondiçõesanteriorestorna-senecessário
proceder à substituição dos activos ou equipamentos no sentido de restabelecer o nível de desempenho e
operaçãodosistema.Porvezes,asubstituiçãopodeocorrerdadaanecessidadedeassegurarnovosníveisde
desempenhopretendidosparaoactivofísicoouequipamentoemespecífico.[12]
Noquerespeitaasestratégiasdesubstituição, talcomonaspolíticasdemanutenção,épossíveldefinir
duasnaturezas:
• Substituiçãoreactiva
• Substituiçãopreventiva.
Asubstituiçãoreactivaconsistenasubstituiçãodeumdadoequipamentoapósumafalhaqueinviabilize
permanentemente a operação do equipamento. Esta natureza de substituição pode ser de dois tipos: o
equipamentoésubstituídosomenteapósaocorrênciadeumafalha(RTF–RuntoFailure);osegundotipodiz
respeitoaumaempresaqueaceitaqueumdadoactivofísico,apenasdeformainesperada,atinjaumestadode
falha(UFR–UnintendedFailureReplacement).
Asubstituiçãopreventivapodetambémserdedoistipos:sistemáticaoucondicionada.Particularmente,
nestanaturezadesubstituiçãopressupõe-seasubstituiçãodeoequipamentoantesdeafalhaocorrer,paraque
a empresa não seja afectada pelas consequências de uma falha que danifique o sistema. A substituição
sistemáticaconsistenasubstituiçãodeumdadoactivoouequipamentoterminadoumperíodopré-definido.
Esteperíodopodeserumnúmerodeanospara substituiçãoouumasériedeacontecimentosde falha. Jáa
substituiçãocondicionadatemcomoprincipioaanálisedoestadodoactivofísicoouequipamento,níveisde
fiabilidadeeidadedomesmo,entreoutrosparâmetrosquepermitaminferiracercadacondiçãorealdoactivo
porformaadecidirsobreasubstituiçãodomesmo.[2]
18
É importante introduzir o conceito de custo de ciclo de vida, que diz respeito à soma dos custos
compreendidosentreaaquisiçãodoequipamentoatéoseudescomissionamentoeabate,incluindotodosos
custosdeoperação.Aanálisedestecustoparaumdadoactivofísicoouequipamentoéimportanteumavezque
permiteretirarconclusõesimportantesacercadodesempenhoenecessidadesdemanutençãodoequipamento
ao longo seu tempo de vida, critérios que são imperativos quando é necessário encontrar uma solução de
substituição.[12]
Assim, a idade, condição do equipamento, disponibilidade tecnológica e de peças de reserva, grau de
obsolescência,desempenho,fiabilidade,custosdemanutenção,possívelincompatibilidadecomnovossistemas
eanecessidadedecumprirnovosrequisitosfuncionaisdosistemasãofactoresquedevemserconsiderados
aquandoaanálisedasubstituiçãodeumequipamento.[2]
Aentidadedetentoradoactivo temumpapelpreponderantenaspolíticasde substituição,dadoquea
acçãode substituiçãodeve teremcontao contextooperacional e financeiropor formaa garantiromelhor
investimentoparaaempresa.
Particularmente,aconcessionáriadaRNTplaneiaasubstituiçãodeactivostendoemconsideraçãodiversos
factores,deentreosquais anecessidadedeanteveros futuros investimentos, a informação transparentee
sustentadarelativaànecessidadedesubstituiçãoeoenvolvimentodosdiversosfornecedorestecnológicosno
planeamentodoinvestimento.[2]
19
2.4 Síntese
Oestudoefectuadonopresentecapítulopermitiuobterconhecimentorelativoàspolíticasdemanutenção
existentes, resultando na consciencialização das vantagens e desvantagens associadas a cada tipo de
manutenção.ATabela1apresenta-seumconjuntodevantagens,desvantagenseprincípiosassociadosacada
tipodemanutençãopreventivaexplorados.
Tabela1-Tabelacomparativaentreasdiferentespolíticasdemanutençãopreventiva
CRITÉRIODE
COMPARAÇÃO
TBM CBM RCM RBM
INFORMAÇÃO
RECOLHIDA
§ Recomendaçõesdofabricant
e
§ Históricodeoperação
§ Parecerestécnicos
§ Variáveisdeestadoque
permitaminferirsobreo
estadodoequipamento
§ Níveisdefiabilidade
pretendidos
§ Tememcontaa
informaçãorecolhidano
TBMeCBM
§ Riscoqueoactivorepresentaparao
sistema
§ Tememcontaainformação
recolhidanoTBMeCBM
ANÁLISE DA
INFORMAÇÃO
§ Curvaestimadaparaataxa
defalhasdoactivo
§ Evoluçãodoestadorealdo
activoeprevisãodeestado
futuro
§ FMECA
§ Análisederiscotendoemcontao
estadodoactivoebinómio
probabilidadeconsequênciade
falha
CRITÉRIO DE
DECISÃO
§ Periodicidade
§ Estadodoactivo
§ Graudefiabilidade
pretendido
§ Limitederiscoaceitável
VANTAGENS § Baixocustode
implementação
§ Baixacomplexidade
§ Verificaçãodoestado
actualdoactivo
§ Previsãodoestadodo
equipamento
§ Permitedetectarfalhas
numafaseinicial
§ Identificaçãoprecisados
modosdefalhae
consequências
§ Garanteafiabilidadee
disponibilidadepretendida
numactivo
§ Avaliaçãoprecisadobinómio
probabilidadeeconsequênciade
falha
§ Garantiadoriscoaceitávelna
operaçãodeumdadoactivo
DESVANTAGENS § Acçõesdemanutenção
desnecessárias
§ Manutençãotardia
§ Falhasinesperadas
§ Implementaçãode
processosde
monitorização
dispendiosos
§ Certasvariáveisdeestado
doactivosãodifíceisde
monitorizar
§ Elevadoscustosna
implementação
§ Abordagem
complexaeextensa
§ Ausênciadehistórico
consistente
§ Cálculodoriscopodeserdedifícil
implementação
§ Elevadoscustos
naimplementação
20
O estudo realizadopermitiu tambémverificar a tendência para a adopçãode políticas demanutenção
baseadasnoestadoerisconosdiversossectoresdeactividade,sendoestaspolíticasdemanutençãopreferíveis
pelos aspectos anteriormente explicados. Para além disso, permitiu definir e priorizar amanutenção sobre
equipamentosqueapresentamdegradaçãoacentuadaouriscoparaosistema.
Perante os factores mencionados no parágrafo anterior e na análise cuidada dos diferentes tipos de
manutenção,decidiudesenvolver-se,napresentedissertação,umametodologiademanutençãobaseadano
estado.
21
3. Metodologiasparaaavaliaçãoeprevisãodoestadodeumactivo
físico
3.1 Introdução
Estecapítuloapresentaumabreverevisãodealgumasmetodologiasutilizadasnaavaliaçãoeprevisãodo
estadodeumactivofísico.Nassecçõesqueseseguemserãoabordadosaspectosimportantesrelativosacada
metodologia,bemcomoalgunsexemplosdeaplicação.
3.2 RedesNeuronaisArtificiais(RNA)
AsRedesNeuronaisArtificiaisconstituemummodeloquepermitecaracterizarsistemascomplexoscom
poucoconhecimentoacercadosmesmos.Aaplicaçãodestemodeloocorreemdiversasáreasdeestudocomoa
saúde,controloeautomação,processamentodedados,entreoutros.
Omodeloderedesneuronaisartificiaisdediversascamadaséconstituídoportrêscamadasprincipais:a
entrada(inputlayer),saída(outputlayer)etodaaestruturaderedeneuronalqueénormalmentedesignadapor
camadaoculta(hiddenlayer).Cadacamadaéconstituídapornósouneurónios,comorepresentadonaFigura
3.1.[13]
Figura3.1–Estruturacaracterísticadeumaredeneuronaldediversascamadas(retiradode[13])
22
ConformerepresentadonaFigura3.1,cadaneurónioencontra-seligadoaumneuróniodacamadaseguinte
porumpeso(𝑤"#),e,paraosneuróniosnacamadaocultarealiza-seoseguintecálculo:
𝑠# = 𝑓 𝑥"𝑤"# + ∅#
*
"+,
(3.1)
onde𝑥"designaai-ésimaentradanarede,𝑤"# representaopesodarelaçãoentreosnósdeentrada𝑖eos
nós 𝑗 da camada oculta.∅# é o bias do j-ésimo neurónio da camada oculta e𝑓(. ) é a função de activação
associadaaoneurónio.[13]
Paracalcularoresultadonasaídacadaneurónionaoutputlayerérealizadooseguintecálculo:
𝑦3 = 𝑔 𝛽#3𝑠# + ∅3
6
#+,
(3.2)
onde𝑔(. ) tal comononeurónio da camadaoculta representa a funçãode activaçãodoneurónio,𝛽#3
representaopesodarelaçãoentreoneurónio𝑗dacamadaocultaeoneurónio𝑘dasaída,∅3éobiasdok-
ésimoneuróniodasaída.[13]
No caso particular do transformador de potência, enquanto activo físico da RNT, as relações entre os
diversosparâmetrosdeanálisedoTPeasfalhasresultantespodemsertreinadascomaaplicaçãodestemodelo.
Umexemplocaracterísticodizrespeitoàaprendizagemdarelaçãoentreasconcentraçõesdosgasesdissolvidos
noóleoisolanteeasfalhasinerentes.[14]
Por vezes, umadasprincipais desvantagensnousodasRNAé a ausênciadeexplicaçãonos resultados
obtidos,aindaqueestesestejamcorrectos.IstoocorreumavezqueasRNAapresentam-secomocaixasnegras
nahiddenlayer,logoasrelaçõesnacamadaocultanãosãocompreendidas,e,consequentementeaaplicação
destemodelodebilitaosresultadosobtidosporespecialistasnasdiferentesáreasemqueoconhecimentoé
imperativo.[13]
3.3 LógicaDifusa(FuzzyLogic)
A lógica difusa foi introduzida em 1965 por Lofti A. Zahed, à data um professor da Universidade de
Califórnia, tendo obtido uma vasta aceitação principalmente nas áreas do Controlo, Automação e Sistemas
Inteligentes.
A lógica difusa confere graus de verdade intermédios para todas as afirmações, i.e., as afirmações são
classificadasdeacordocomníveisdeverdadeintermédiosentreoverdadeiroeofalso.Tome-secomoexemplo
apergunta:“Atemperaturade28℃seráagradável?”.Asrespostasàperguntaanteriorpodemservariadasde
23
acordocomaopiniãodecadapessoa.Assim,paraalgumaspessoasatemperaturade28℃podeseragradável,
mas para outras pessoas quente. Esta lógica é bastante útil neste tipo de problemas uma vez que permite
representarconhecimentosimprecisosepossibilitaobterconclusõesbaseadasnestetipodeconhecimentovago
ouimpreciso.[15]
Na Figura 3.2 apresentam-se as regiões difusas que ilustram os níveis de verdade intermédios para a
variáveltemperaturaexpostanoproblemaanterior.
Figura3.2–Regiõesdifusasparaavariáveltemperatura(adaptadode[15])
Estametodologiaconstituiumaformasimplesdeobterconclusõestendodisponívelinformaçãoimprecisa,
distorcidaeambígua.Apresentaacapacidadedemodelarocomportamentodesistemasdeformacontínuaao
contráriodotradicionalusodevaloresdiscretos,i.e.,permitedefinirvaloresintermédiosparacertasvariáveis
queconvencionalmentetomamumdedoispossíveisvalores.[7]
Osconjuntosdifusosquesãoparteimportanteemtodaalógicadifusa,foramtambémpropostosporLofti
A.Zahed.Deseguidaapresenta-sedefiniçãoparaumdadoconjuntodifuso:
“Seja𝑋umconjuntodepontosnoqualumpontogenéricodesseconjuntoérepresentadopor𝑥.Temos
que𝑋 = 𝑥 .
Assim,umconjuntodifuso𝐴em𝑋écaracterizadopelafunçãodeassociação𝑓<(𝑥)queassociacadaponto
doconjunto𝑋aumnúmerorealnointervalo 0,1 ,emqueosvaloresdepossíveisde𝑓<(𝑥)paraumdado𝑥
representamograudeassociaçãode𝑥em𝐴.Portanto,quantomaispróximo𝑓<(𝑥)dovalor1,maiorograude
associaçãode𝑥em𝐴.”[16]
Umavezdefinidososdiversosconjuntosdifusos,podemrealizar-sediversasoperaçõessobreosmesmos,
i.e.,operaçõesdeuniãoeintersecção.Noentanto,existemoperaçõesespecíficasàteoriadeconjuntosdifusos
sendoestasaconcentração,dilataçãoeintensificaçãodeumdadoconjuntodifuso.NaFigura3.3apresenta-se
oresultadodasoperaçõesespecíficasàteoriadeconjuntosdifusos,paraumdadoconjuntoexemplo.[17]
24
Figura3.3–Resultadodasoperaçõesdeconcentração,dilataçãoeintensificaçãosobreumconjunto“A”
exemplificativo(retiradode[17])
Nalógicadifusaarelaçãoentreasvariáveisdeumdadosistemapoderealizar-secomrecursoàsregras
condicionais“SE-ENTÃO”daseguinteforma:
𝑅𝐸𝐺𝑅𝐴𝑅1: 𝑆𝐸𝑣,é𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙𝑎𝐶,K, … 𝑒𝑣*é𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙𝑎𝐶*K
𝐸𝑁𝑇Ã𝑂𝑦K = 𝑡 𝑣,, … , 𝑣*
onde𝑣designaumvectordeentradado sistema,𝐶"K representaumconjuntodifusoe𝑡 éa funçãode
entradaquepermiteobterasaída𝑦K.Éimportanterealçarquenossistemasdifusosépossívelqueváriasregras
seencontremsimultaneamenteactivas,i.e.,épossívelterváriasfunçõesdesaída,cadaumacomumgraude
incertezaassociado.[13],[17]
Aexperiênciaeconhecimentodosprofissionaisnasdiferentesáreasdeaplicaçãoédeterminantenacriação
dosconjuntosdifusosetodooprocessoinerenteàlogicadifusa.Aafirmaçãoanteriorésustentadanoprincípio
de que esta metodologia permite codificar as técnicas e mecanismos de diagnóstico que têm por base a
experiência dos especialistas na áreapossibilitandoo desenvolvimentode estratégias, no casoparticular da
gestãodeactivos,queconferemmaiorfiabilidadeedisponibilidade.Esteúltimoaspectorevelaumavantagem
importantefaceàteoriadeRNAnoqueconcernearepresentaçãodeconhecimentodeformaexplícita.[13],
[18]
Tomandoocasoparticulardotransformadordepotência,aaplicaçãodalógicadifusapoderevelar-seuma
ferramentaeficaznagestãodoactivofísicoatravésdaidentificaçãodataxadeenvelhecimento,criticidadee
previsãodotempodevidarestante.[18]
NaFigura3.4,apresenta-seumexemplodeummodelodeaplicaçãodalógicadifusaparaestimarotempo
de vida restante de um dado transformador de potência tendo como base dois parâmetros de entrada: a
25
concentraçãodecompostosfurânicosnoóleoisolanteeograudeisolamentodoTP.NaFigura3.5,apresenta-
seoprocessodecaracterizaçãodavariáveldeentrada,concentraçãodecompostosfurânicosnoóleoisolante,
segundoograudeassociaçãocorrespondente.
Figura3.4–ExemplodemodelobaseadonalógicadifusaparaestimarotempodevidarestantedeumTP(retirado
de[18])
Figura3.5–Regiõesdifusasparaavariávelcompostosfurânicosnoóleoisolante(retiradode[18])
3.4 AlgoritmosGenéticos(GA)
Osalgoritmosgenéticos,propostosporJohnHollandem1975,sãoummétodoheurísticoquepermitede
formagenéricaresolverproblemasdeoptimização,inspiradosnoprincípiodeselecçãonaturaldeDarwin.
AideiaprincipalnoprincípiodaselecçãonaturaldeDarwinéasobrevivênciadosorganismosmaisaptos,
i.e., os organismos que apresentam as melhores características hereditárias à sobrevivência têm
consequentementemelhoreshipótesesdereproduçãooquelevaaqueessasmesmascaracterísticaspassem
com maior frequência para as gerações seguintes. Eventualmente ocorrem mutações genéticas num dado
organismodapopulaçãoquepodempassarparaageraçãoseguinte,e,verificando-seestasvantajosasasua
presençanasgeraçõesseguintesaumenta.
Nosalgoritmosgenéticosoprincípiodaselecçãonaturalreflecte-senasoluçãodeumdadoproblema.Para
umdadoproblemaexisteumapopulaçãodepossíveissoluções.Destapopulaçãosãoescolhidosdoiselementos
edá-seacombinaçãodeaspectosdecadaelemento,talcomonoprocessodereprodução.Oresultadoconsiste
26
numnovoelemento com características quepodemounão representar uma soluçãomais favorável para o
problema.Esteprocessorepete-secontinuamenteatéqueseobtenhaumasoluçãoconsideradaóptimaparao
problemaemquestão.Achavedesteprocessoconsistenaescolhadoselementosparareproduçãocombasena
suaaptidãopararesolveroproblemaemquestão.Assim,oselementoscommaioraptidãosãoescolhidoscom
maiorfrequência.[19]
NaFigura3.6,apresenta-seaestruturacaracterísticadeumalgoritmogenético.Existemalgumaslimitações
com uso deste tipo de algoritmos na sua formamais simples que se prendem essencialmente com a baixa
velocidadedeconvergênciaparaasoluçãoóptimaeaescalabilidadeparaproblemasdeelevadacomplexidade.
[20]
Figura3.6–Estruturadeumalgoritmogenético(retiradode[21])
Nocasoparticulardotransformadordepotência,sãoporvezesutilizadosalgoritmosgenéticosemconjunto
comoutrasmetodologias,comoasredesneuronais,quepermitemdetectarfalhasassociadasaoreferidoactivo.
[20],[22],[23]
A aplicação dos algoritmos genéticos ocorre em diversas áreas que variam desde a saúde às áreas
financeiras. Tratando-se de um algoritmo bastante utilizado em optimização, vários processos de gestão,
planeamento,desenvolvimentodeestruturasecomponentesnasmaisdiversasáreasdaengenhariarecorrem
aousodosalgoritmosgenéticos.[19]
27
3.5 ModeloocultodeMarkov(HMM)
OmodelodeMarkovéummodeloestocásticoquepermitemodelarsistemasquesealteramdeforma
aleatóriaemqueseassumeapropriedadedeMarkov,i.e.,osestadosfuturosdosistemadependemapenasdo
estadoactualenãodeestadosanteriores.
OmodeloocultodeMarkovéummodeloestatísticoemqueosistemaamodelarassumeaspropriedades
de um processo de Markov com parâmetros desconhecidos, i.e., existem estados ocultos que não são
directamente observáveis ao contrário do que se sucede nummodelo regular deMarkov em que todos os
estadospossíveisdosistemasãovisíveis.[24]
UmexemploclássicoquepermiteintroduzirosmodelosocultosdeMarkovéocasinoporvezesdesonesto.
Considere-sequeexistemdoisdadosdisponíveisnumjogodecasino,umdosdadoséfraudulentoeooutroé
equilibrado.Podemosmodelarosresultadosobtidosnodadoequilibradoatravésdeumadistribuiçãouniforme,
contrariamenteaodadofraudulentoemqueumdosnúmerostemmaiorprobabilidadedeocorrer.Tendoem
contaquenãoépossívelsaberqualdosdadosfoilançadoasituaçãoexpostapodesermodeladaporummodelo
ocultodeMarkovconsiderandoquecadadadoéumestadoquetemcomoresultadoumnúmero.AFigura3.7
permitemodelarasituaçãoanteriormenteexposta.
Figura3.7–Representaçãodoexemplodedoisdados,umequilibradoeoutrofraudulentoeassuasdistribuições
probabilísticas(retiradode[24])
UmmodeloocultodeMarkovpermiterepresentardistribuiçõesprobabilísticascombasenumconjuntode
observaçõessequências.Considere-sequeocorreumadadaobservaçãonuminstantedesignado𝑡sendoesta
observaçãorepresentadapelavariável𝑌T.Avariável𝑌Tpodeserdotipointeiro,alfabético,simbólico,ououtro,
desdequesejapossíveldefinirumadistribuiçãoprobabilísticasobreovalordestavariável.Assume-sequeas
observaçõesocorrememperíodosdetempoigualmenteespaçados.[25]
28
OmodeloocultodeMarkov tomaduaspropriedades importantes.Emprimeiro lugar,assume-sequea
observaçãorealizadanoinstante𝑡foigeradaporumprocesso𝑆Tqueéocultoaoobservador,i.e.,oobservador
vê apenas 𝑌T , o resultado. Em segundo lugar, toma-se como verdade que este processo oculto satisfaz a
propriedadedeMarkovjáreferida.Assim,podemosenunciarqueaprobabilidadeconjuntadeumasequência
deestadoseobservaçõesdaseguinteforma:
𝑃 𝑆,:V, 𝑌,:V = 𝑃 𝑆, 𝑃 𝑌,|𝑆, 𝑃 𝑆T|𝑆TX, 𝑃 𝑌T|𝑌TX,
V
T+Y
, (3.3)
onde𝑋,:Vrepresenta𝑋,, 𝑋Y, … , 𝑋V.[25]
AsaplicaçõesdomodeloocultodeMarkovtêmespecialreconhecimentonasáreasdoreconhecimentoda
fala,biologia computacional,particularmente,naprevisãogenéticaemodelaçãodeerrosnas sequênciasde
ADN.Asaplicaçõesdestametodologiarevelam-setambémimportantesnadetecçãoeidentificaçãodefalhas.
[26],[27],[28]
3.6 RedesBayesianasDinâmicas
Asredesbayesianasdinâmicaspertencemàfamíliadasredesbayesianas.Estametodologiarepresentaum
modeloprobabilísticotemporal,naformadeprocessosestocásticosatravésdasequênciadedadosouséries
temporais.[29]
Estemodeloprobabilísticopermitedescreverumsistemadinâmico,i.e.,umsistemaqueevoluiaolongo
dotempo,namedidaemquepermitedescrevereactualizarumdadosistemaàmedidaqueotempopassa,e
ainda,possibilitaaprevisãodaevoluçãodessemesmosistema.[30]
Antesdecompreenderasredesbayesianasdinâmicas,énecessáriointroduziralgunsaspectosimportantes
relativosàsredesbayesianas.Asredesbayesianassãorepresentaçõesdesistemasqueenvolvemrelaçõesde
incertezaentreumgrupodevariáveisaleatórias.[30]
Arepresentaçãodasredesbayesianasérealizadacomrecursoaumgrafodireccionadoacíclico(DAG).Os
nósdaDAGsãovariáveisdo sistemaouestadoseas ligaçõesentrenós (arcos) representamadependência
condicionalentrediferentesvariáveis.Aintensidadedasrelaçõesestabelecidasnarede,i.e.,aintensidadedos
arcosqueligamdoisnósécalculadacomrecursoaousodeprobabilidades,sendoarepresentaçãodeincerteza
de forma gráfica uma das vantagens desta metodologia. A Figura 3.8 representa uma rede que ilustra a
independênciacondicionalentrevariáveis.[29]
29
Figura3.8–ModelográficodaindependênciacondicionaldasvariáveisXeYfaceaZ(retiradode[30])
Asrelaçõescausaisnumaredesãorepresentadasatravésdeumarcodireccionalcominícionavariávelque
causaumdadoefeitoefimnavariávelafectada.AFigura3.9mostraadependênciacausalentreasvariáveisZe
XeZeY,exemploderedebayesianasimples.[30]
Figura3.9–RedeBayesianasimples(retiradode[30])
Ateoriadaprobabilidadebaseia-seemtrêsaxiomasprincipais:
1. 0 ≤ 𝑃 𝑋 ≤ 1
2. 𝑃 𝛺 = 1, 𝑒𝑚𝑞𝑢𝑒𝛺𝑑𝑒𝑠𝑖𝑔𝑛𝑎𝑜𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜𝑑𝑒𝑎𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
3. SeosacontecimentosXeYsãomutuamenteexclusivos,então𝑃 𝑋 ∨ 𝑌 = 𝑃 𝑋 + 𝑃 𝑌
Aregrafundamentaldocálculoprobabilísticoédadapeloseguinte:
𝑃 𝑋 ∧ 𝑌 = 𝑃 𝑋|𝑌 𝑃 𝑌 (3.4)
𝑃 𝑋|𝑌 =
𝑃 𝑌|𝑋 𝑃 𝑋𝑃 𝑌
(3.5)
Naexpressão(3.5),𝑋representaahipótese,𝑌aevidênciae𝑃 𝑌 éofactordenormalizaçãoquepodeser
determinadopeloseguinte:
𝑃 𝑌 = 𝑃 𝑌|𝑋 𝑃 𝑌 + 𝑃 𝑌|𝑋 𝑃 𝑋 . (3.6)
30
AsRedesBayesianastêmapropriedadedequeografo(DAG)podeserconsideradocomoarepresentação
daprobabilidadeconjuntaparatodasasvariáveis,denominadaporchainrule:
𝑃 𝑋,, … , 𝑋* = 𝑃 𝑋"|𝑃𝑎 𝑋"
*
"+,
, (3.7)
onde𝑃𝑎 𝑋" representaoconjuntodepaisdonó𝑋".[29],[30]
Assim,atopologiadeumaredebayesianapermiterepresentarumconjuntodevariáveissobaformade
nóseatravésdeumaDAGpossibilitaarepresentaçãodasrelaçõesentreasvariáveis.Estatopologiapermite
descrever de forma qualitativa e quantitativa um domínio estabelecendo uma estrutura de controlo para a
inferênciaeaprendizagem,característicasimportantesdestametodologia.[29],[31]
As redes bayesianas dinâmicas podem ser definidas como uma repetição das redes bayesianas
convencionaisondeseadicionaadimensãotemporalentreasredes.Destemodo,umaredebayesianadinâmica
define-secomoumaredecompostaporumasequênciade𝑇variáveisdeestadoocultaseobserváveisemque
𝑇representaolimitedetempodoprocessoestudado.[31]
AFigura3.10apresentaoprocessodeevoluçãotemporaldasredesbayesianas.NaFigura3.10,verifica-se
apresençadasdenominadastime-slice,queidentificamdiferentesinstantesdetempoparaaredebayesiana.
Tambémépossívelverificarrelaçõesintra-temporais,relaçõesentrevariáveisdeestadoconformeabordadonas
redesbayesinaserelaçõesinter-temporaisquedescrevemrelaçõestemporaisentrenós.[30],[31]
Oparágrafoanteriorpodesertraduzidodeformamatemáticaatravésdoseguinte:
𝑃 𝑋, 𝑌 = 𝑃 𝑋"|𝑋"X,
VX,
"+,
𝑃 𝑌"|𝑋"
VX,
"+f
𝑃 𝑋f (3.8)
onde T representa o instante que pretendemos estudar. Na Figura 3.10 apresenta-se um diagrama que
representa de forma ilustrativa um processo de evolução temporal característico das redes bayesianas
dinâmicas.[30]
Figura3.10–Diagramailustrativodoprocessodeevoluçãotemporalassociadoaredesbayesianasdinâmicas
(retiradode[30])
31
Trêsconjuntosdeparâmetrospermitemespecificarumaredebayesianadinâmica:
1. Distribuiçõesprobabilísticasdetransiçãoentreestados,𝑃 𝑋"|𝑋"X, ,queespecificamrelações
entreinstantestemporais;
2. Distribuições probabilísticas de observação ,𝑃 𝑌"|𝑋" , que especificam as relações entre nós
observáveiseoutrosnósnumdadoinstantedetempo𝑡;
3. Distribuiçãoinicial,𝑃(𝑋f),queapresentaadistribuiçãoprobabilísticanoiníciodoprocesso.
Osprimeirosdoisparâmetrosdevemserdeterminadosparatodasastime-slices,existindoapossibilidade
deobterdistribuiçõesinvariantesnotempooudistribuiçõesvariantesnotempo.Osseguintesprocessos
representam tarefas importantes, regularmente utilizadas na procura e criação de uma rede dinâmica
bayesiana:
§ Inferência: permite estimar as funções de probabilidadedos estados desconhecidos dadoum
conjuntodeobservaçõesedeterminarumapossíveldistribuiçãoinicial;
§ Descodificação:permiteencontrarosvaloresdeprobabilidadequemelhorseadequamauma
sequenciadeestadosnão-observáveisquegeraramumasequênciadeobservações;
§ Aprendizagem: permite estimar os parâmetros de uma rede bayesiana dinâmica quemelhor
representamumasequênciadeobservações,eassimpermitemmodelaro sistemademelhor
forma;
• Supressão:esteprocessopermitedistinguirosnósquetêmmaiorimportânciaparaainferência
naredebayesianadinâmica,eliminandoosquenãoseadequamàrede.[30],[31]
3.7 MétododosPesos(WeightedSumModel)
Ométodo dos pesos também conhecido comoweighting and scoring constitui ummétodo de análise
multicritériooudeváriosatributos.Estemétodoenvolveaidentificaçãodeatributosrelevantesparaumdado
projectoeconsequentealocaçãodepesosacadaatributodeacordocomoseugraudeimportânciarelativa.No
casoparticulardagestãodeactivosfísicos,umdadoactivofísicoquecontém𝑁atributosrelevantesparaasua
correcta gestão. Os atributos relevantes são avaliados segundo uma escala de pontuações que reflectem o
desempenhodoatributoemquestão.[32]
Ométodo dos pesos é ummétodo de análise simples emproblemas unidimensionais. Na hipótese de
existirem𝑎alternativase𝑛 critériosdeavaliação,asalternativassãoclassificadasdeacordocomaseguinte
expressão:
𝜙 = 𝑎"#𝑤#
#
"
(3.9)
32
Naexpressãoacimaenunciada,𝜙representaapontuaçãoobtidasegundoaexpressão.Umdadovalorda
i-ésimaalternativaérepresentadopor𝑎"# eorespectivopesopor𝑤#.Apontuaçãototaldecadaalternativa
correspondeàsomadosprodutosconformeindicaaexpressãoacima.Umdosaspectosnegativosdestemétodo
prende-secomasuaaplicaçãoaproblemasdedecisãomultidimensionalquesetornadifícil,umavezqueao
combinardiferentesdimensõeseunidadesopressupostodapropriedadeaditivaéviolado.[33]
O resultadodestemétodo consiste assimnumaúnica pontuaçãoponderadaquepermite comparar de
formageralodesempenhodediversasopções.Naperspectivadegestãodeactivosfísicos,estemétodopermite
avaliardeformageraleunívocaodesempenhodeumdadoactivofísico.[32]
A classificação de um dado atributo é um processo que atribui um dado valor numérico ou de outra
naturezaaumdadojulgamento.Nosentidodesustentarafiabilidadedestemétodo,osjulgamentosnãodevem
de qualquer forma ser aleatórios ou subjectivos, devendo reflectir opiniões de especialistas e informação
objectivarelevantenaáreadoproblema.[32]
Dadaanatureza intuitivaesimplistadestemétodoasaplicaçõesdomesmosãovariadasemdiferentes
áreas,desdeasáreasfinanceirasaossistemasdeenergia.Nocasodesistemasdeenergiarenovávelpodemos
encontrardiversasaplicaçõesem[34],[35],[36]e[37].
33
4. Caracterizaçãodarede
4.1 Introdução
NestecapítuloérealizadaumabreveapresentaçãodaconstituiçãodaRedeNacionaldeTransporte,alguns
dosseusactivosfísicosconstituintes,comespecialdestaquenaanálisedostransformadoresdepotência,que
sãooprincipalobjectodeestudonapresentedissertação.
ARNTasseguraemPortugalotransportedeenergiaeléctricaemmuitoaltatensão.Aredeéconstituída
por um conjunto de infra-estruturas que incluem subestações, linhas aéreas de muito alta tensão,
transformadoresdepotência,disjuntoresdepotência,entreoutrosactivosfísicos.ARNTapresentaumarede
malhadacomsubestaçõesmaioritariamentededuplobarramentoedisjuntoremeio[38].
NaFigura4.1,apresenta-seummapadaconstituiçãodaRNTondeseverificaapresençadosdiversosníveis
detensãonarede,bemcomoaexistênciademaisdemeiacentenadesubestaçõesquepermitemdireccionare
controlarofluxoenergético.[39]
Figura4.1–MapadaRedeNacionaldeTransporte(retiradode[40])
34
4.2 LinhasAéreasdeMuitoAltaTensão(MAT)
AslinhasaéreasdeMATpermitemestabelecerinterligaçõesentrediversospontosdaredee,destemodo,
assegurarotransportedeenergiaentreestesparatrêsníveisdetensão(150,220e400kV).
AslinhasaéreasdeMATsãoconstituídasporquatroelementosprincipais:
§ Caboscondutores
§ Cabosdeguarda
§ Apoios
§ Isoladores
Oscaboscondutoresconstituemomeiodeconduçãodaenergiaeléctricaatéaoslocaispretendidos.Dadas
as características das redes de transporte, em particular, os elevados níveis de tensão, estes cabos são
criteriosamenteescolhidos.Estaescolhatemcomoprincipalobjectivoassegurarascaracterísticasmecânicase
eléctricasnecessáriasparasuportarcorrentesdedefeitoeacapacidadedetransportedeenergiaespecíficadas
linhasdeMAT.[41]
Oscabosdeguardadesempenhamfunçõesdeprotecçãodoscaboscondutoresepermiteminterligaras
terras dos diversos apoios da linha e das respectivas subestações terminais. Dado que se encontram
directamente ligados à terra através da estrutura metálica dos apoios, esta ligação permite normalmente
eliminarascorrentesdedefeito.[41]
AFigura4.2apresentaumexemploondeoscaboscondutoresecabosdeguardaencontram-sepresentes
numapoiopertencenteaumalinhadeMAT.
Figura4.2–Caboscondutoresecabosdeguarda(retiradode[41])
35
Osisoladorespermitemasseguraroisolamentoeléctricoentreoscaboscondutoreseaestruturametálica
dos apoios. Para além de isolamento, também conferem suporte mecânico para os cabos condutores. Os
isoladores presentes em linhas deMAT podem ser essencialmente de três tipos: campânula, espigão e de
materiaiscompósitos.
Isoladoresdotipocampânulaeespigãopodemserconstituídosporvidrotemperadooucerâmica,talcomo
representadonaFigura4.3.AFigura4.4apresentaumconjuntodeisoladoresdemateriaiscompósitos.
Figura4.3–Isoladoresdotipocampânulaeespigão(retiradode[41])
Figura4.4–Isoladoresdemateriaiscompósitos(retiradode[41])
Porfim,noquedizrespeitoaelementosconstituintesdaslinhasdeMAT,osapoiostêmcomoprincipal
objectivo suportar emanteros restanteselementosdas linhas. Estespodemser constituídosporestruturas
reticuladasoutubularesemaço.Osapoiospermitemgarantirocumprimentodasdistânciasmínimasentreas
linhasdeMATeosobjectosmateriaisqueasrodeiam:estradas,edifícios,árvores,entreoutros.[41]
Relativamente ao tipo de configurações de apoios presentes em redes de transporte, na Figura 4.5 é
apresentadoumapoiodelinhasimplesedelinhadupla.Paraalémdelinhasaéreas,aRNTcontaaindacomuma
pequenaporçãodelinhassubterrâneasquenãoexcede100km.[42]
36
Figura4.5–Apoiosdelinhaduplaesimples(adaptadode[43])
4.3 Disjuntores
OsdisjuntoressãoelementosfundamentaisparaocorrectofuncionamentodaRNT.Sãoactivosfísicosque
permitem o controlo manual ou automático do fluxo de corrente. Podem estar fechados (à condução)
permitindoassimapassagemdecorrenteouabertos(aocorte)inibindoassimofluxodeenergia.
Osdisjuntores encontram-senormalmente fechados, alterandoo seuestado somenteem situaçõesde
defeito na rede, com o objectivo de proteger os restantes componentes da rede. Estes são normalmente
chamadosaactuarcombaixafrequência,masquenecessariamentetêmdeapresentarrapidezeprecisãonasua
actuação,umavezquetêmcomoprincipal funçãoprotegerosrestanteselementosconstituintesdaRNTem
situaçõesanómalas.[44]
Paraalémdasfunçõesdesegurançanocontextodesituaçõesanómalasosdisjuntoresprestamauxílioem
eventos de manutenção da RNT, por exemplo a manutenção de linhas deMAT e criação de condições de
segurançaparaarealizaçãodetrabalhos.[44]
Osprimeirosdisjuntoresquesurgiramoperavamcomrecursoaágua.Posteriormente,surgiramdisjuntores
aóleoearcomprimido,e,sómaistardeapareceramosdisjuntoresavácuoehexafluoretodeenxofre(SF6).Na
Figura4.6encontram-serepresentadosalgunsdostiposdedisjuntoresacimareferidos.[2],[44],[45]
37
Figura4.6–Disjuntoresdediferentestecnologias(óleo,arcomprimidoeSF6)(retiradode[44])
4.4 Descarregadoresdesobretensão
Uma Rede de Transporte de Energia Eléctrica é normalmente constituída por descarregadores de
sobretensãodelinha,sendoestesactivosfísicosutilizadoscomointuitodeaumentarafiabilidadenaprotecção
daslinhasdetransmissãodeenergiaeléctricaquandoocorremdedescargasatmosféricasecurto-circuitos.[46],
[47],[48]
Osdescarregadoresdesobretensãodelinhapodemapresentardoistiposdeestruturas.Aprimeirarefere-
se a descarregadores sem explosores, que, são directamente ligados ao cabo condutor e apresentam como
principalvantagemaausênciadeatrasosnaabsorçãodaenergiadasobretensão.Asegundadizrespeitoaos
descarregadorescomexplosores,emqueosexplosoressãoinseridosentreodescarregadoreocabocondutor.
[49]
Osdescarregadores semexplosoresgeralmenteoperamde formacontínuaeapresentamumaelevada
resistêncianaausênciadedescargas.Porsuavez,osdescarregadorescomexplosoresoperamapenasperante
umadescargaatmosféricaqueafectealinha.Esteúltimoaspectodosdescarregadorescomexplosoresreflecte-
se normalmente num aumento do tempo de vida de forma significativa deste activo físico. Na Figura 4.7,
apresenta-seumdescarregadordesobretensãodelinha.[49]
38
Figura4.7–Descarregadordesobretensãodelinha(retiradode[50])
Historicamente,osprimeirosdescarregadoresdesobretensãoeramconstituídosporexplosoresligadosem
série e discos de carboneto de silício (SiC). Posteriormente surgiram os descarregadores de sobretensão
constituídosporvaristoresdeóxidodezinco(ZnO),queactualmenteconstituemamaioriadosdescarregadores
existentesnaRNT.[49]
4.5 Seccionadores
Segundo[51],umseccionadorétodootipodedispositivomecânicoutilizadoparaalterarasligaçõesou
isolamentodeumdado circuitoouequipamentoda fontedeenergia.Os seccionadoresdevempermitir, de
forma fiável, a abertura e fecho do circuito e a passagem de corrente ininterruptamente sem que ocorra
sobreaquecimento.
Aalteraçãodoestadodoseccionadorparaaposiçãoondenãoocorrepassagemdecorrente(estadoaberto)
dásegeralmenteperanteduassituações.Aprimeiradizrespeitoàsoperaçõesdiáriasrealizadasnosistemaem
queesteactivose insere,quereflectemtodootipodeacçõescomunsnodespacho.Asegundasituaçãodiz
respeitoaacçõesdemanutençãonaslinhasdeMATouemequipamentosdasubestação.[52]
Osseccionadoresnãosãoutilizadosnormalmenteutilizadospararealizaroperaçõesdecontrolo,massim
para assegurar a segurança operacional. Deste modo, devem operar somente quando a corrente já foi
interrompida por um dispositivo de controlo, por exemplo um disjuntor. Destacam-se alguns tipos de
seccionadoresdealta-tensão:seccionadordecortevertical,corteaocentro,pantógrafoeseccionadordeduplo
corte. Sujeitos ao espaço em cada subestação, o seccionador pode ainda ser montado segundo diversas
orientações.[52]
39
NaFigura4.8,apresentam-sealgunsexemplosdeseccionadores.Daesquerdaparaadireitapodemosver
respectivamenteumseccionadordotipoduplocorte,verticaleumseccionadordotipopantógrafo.[53]
Figura4.8-Exemplodeseccionadores(adaptadode[53])
Algunsaspectoscaracterísticosdecadatipodeseccionadorreferidosãoenumeradosdeseguida.Segundo
[52],osseccionadoresdecorteverticalsãonormalmenteutilizadosemclimasmaisfriosepropíciosàformação
degelodadoquesãoconstituídosporlâminasrotativas.Porsuavez,osseccionadoresdotipocorteaocentro
são frequentemente inseridos perante a falta de espaço imediatamente acima destes, embora que em
comparaçãoaosseccionadoresdecorteverticalnecessitamdeumespaçamentoporfasesuperior.
Osseccionadoresdeduplocorteproporcionamduasáreasseparadasdeinterrupçãoporfase,e,talcomo
oseccionadorvertical,assuaslaminasrotativasadequam-seaambientesfrios.Porfimosseccionadoresdotipo
pantógrafoencontram-seentreosmaisutilizadosdadoquerequeremousodemenosespaçofísico,e,asua
aplicaçãoestende-seaníveisdetensãomaiselevados.[52]
4.6 Sistemasdeprotecção
Umsistemadeprotecçãoénormalmenteconstituídoportransformadoresdemedida,relésdeprotecção,
cabosde ligação, disjuntor ebaterias.Aprincipal funçãodeste sistema consistenadetecçãodedefeitosou
anomaliasearespectivacorrecçãocomsegurança,semprequepossível.
Ascaracterísticasessenciaisnumsistemadeprotecçãopassampelaselectividade, fiabilidade, rapideze
disponibilidade. Para alémdestas, a disponibilidade do sistema, flexibilidade e compatibilidade são também
aspectosquedevem fazerpartedos sistemasdeprotecçãopresentesnaRNT,dadaaelevadaquantidadee
variedadedeactivospresentesnarede.[38]
Umsistemadeprotecçãopodeserconstituídoporsubsistemasindependentes.Doissubsistemasintegram
funçõesexclusivasdeprotecção, controloemonitorizaçãodoselementosda rede,denominadosporSPT1e
SPT2. Existe ainda um sistema de protecção, SPT3, que assegura funções de protecção ao nível global da
subestação.NaFigura4.9,apresenta-seumbrevediagramadaarquitecturadesteúltimo.[38]
40
Figura4.9–ArquitecturacaracterísticadosistemadeprotecçãoSPT3(retiradode[38])
Verifica-senaFigura4.9queossistemasdeprotecçãosãoconstituídosporpainéis(UP).Cadapainel(UP)
adquire informações relativasaumactivo, comunicandoessa informaçãoaumaunidade central (UC).AUC
efectuaagestãodessainformação,e,casonecessárioprocedeaacçõesderesposta.
Paraalémdostrêssistemasdeprotecçãoanteriormentereferidos,nossistemasdeprotecçãoqueintegram
aRNT,podeexistirumsistemadeprotecçãodebarramentocentralizado(SPB).OSPBassumeumfuncionamento
semelhante ao apresentado para o SPT3, com a particularidade de apresentar uma tipologia de sistema
centralizado,i.e.,recebedirectamenteinformaçõesdosdiversosactivosmonitorizadoseefectuaagestãodessa
informação.[38]
O SPB realiza funções de protecção do barramento que monitoriza. Na Figura 4.10, apresenta-se a
arquitecturacaracterísticadeumSPB.Verifica-senaFigura4.10apresençadeArmáriosHqueexecutamas
decisõestomadaspeloSPB.
Figura4.10–Arquitecturacaracterísticadeumsistemadeprotecçãodebarramento(retiradode[38])
Ossistemasapresentadosexecutamdiversasfunçõesdeprotecção.Noentanto,umavezqueestasnão
pertencemaoâmbitodeestudodestadissertação,apenasserãoreferidasalgumasfunçõesdeprotecção.
Emprimeiro lugar, uma funçãodeprotecção é caracterizadapela capacidadedeprocessar informação
relativaatensões,correnteseestadodosequipamentoscomoprincipalobjectivodedetectaranomaliasnarede
41
edesencadearasrespectivasacçõesderesposta.Asfunçõesdeprotecçãoexistentessãodiversaseparatalvaria
tambémainformaçãonecessária,aalgoritmiaimplementada,entreoutrosaspectos.[38]
NoâmbitodaunidadecurriculardeProtecçõeseAutomaçãoemSistemasdeEnergia foramestudadas
algumas destas funções de protecção como a protecção diferencial, protecção de distância com recurso a
diferentes escalões de protecção, máxima intensidade homopolar, entre outras. As funções anteriormente
referidaspodempertenceraoconjuntodefunçõesqueintegramossistemasdeprotecçãodeumORT.
4.7 TransformadoresdePotência
Ostransformadoresdepotência(TP)sãoactivosfísicosmuitoimportantesemtodaaRNT.Sãonecessários
aolongodetodaainfra-estruturaepermitemmodificarosníveisdetensãoaolongodetodaarede.Paraalém
daelevadaimportânciadasfunçõesdesempenhadas,esteactivoétambémomaisdispendioso(naordemdos
milhõesdedólares).[54],[55]
Os transformadoresdepotênciavariamemníveisde tensãodeentradae saída.Estesníveisde tensão
podemvariardesdedezenasdekVnamédia tensãoatéàscentenasdekVnamuitoalta tensão.Tambéma
potênciadesaídapodevariardesdecentenasdekVAatéàscentenasMVA.NocasoparticulardaRNT,onível
de tensãonoprimáriodesteactivovariaentreos400,220ou150kVeapotênciaaparente trifásicaatéaos
450MVA.[2]
NaRNT,paraalémdostransformadorestrifásicosqueconstituemamaiorpartedosTPdaRNT,existem
tambémautotransformadoresquepermitemrealizarainterligaçãodosdiferentesníveisdetensãonaRNT.Na
família de transformadores depotência existemaindabancosde transformadoresmonofásicos, tambémde
enrolamentosseparados,talcomoostransformadorestrifásicosquefazemaligaçãoàredededistribuiçãode
altatensão.[54]
EmtermosconstrutivosoTPénecessariamenteconstituídoporumnúcleoeenrolamentos,queconstituem
aparteactivadoTP.Onúcleoégeralmenteconstituídopormaterialferromagnéticoquepermiteatransferência
de corrente induzida do enrolamento primário para o secundário. Os enrolamentos formam normalmente
bobinasdematerialdecobre.
Os transformadores de potência que integram a RNT são complexos e constituídos por diversos
componentes.EsteestudoserádetalhadoparaacategoriadetransformadorestrifásicosUmavezqueamaior
partedafamíliadeTPéconstituídaportransformadorestrifásicos,oestudoserádetalhadonestacategoriade
TP.[2]
42
Ostransformadorestrifásicos(TT)sãogeralmenteclassificadosdeacordocomaconfiguraçãodocircuito
magnéticoedisposiçãodosenrolamentos.Destacam-seduassoluções,ostransformadoresdotipoShelledo
tipoCore.NaFigura4.11,apresenta-seaconstituiçãodeumtransformadordotipoShell.
Figura4.11–TransformadordotipoShell(retiradode[54])
OTPapresentadonaFigura4.11éconstituídoportravessias,cuba,enrolamentos,núcleo,entreoutros
componentes.Astravessiasasseguramoisolamentoentreoscondutoresexterioreseoscondutoresinteriores
queseencontramligadosaosenrolamentosnointeriordoTP.Paraalémdasuafunçãoisolante,permitemo
controlodocampoeléctriconoexterioreinteriordatravessia.
As travessias distinguem-se pela sua construção, podendo esta ser capacitiva ou não-capacitiva. As
travessiasdotiponão-capacitivo integramapenasalgumas ligaçõesdeenrolamentosterciários,dadaabaixa
criticidadedestasligações.Asrestantesligações,níveisdeMAT(400,220e150kV),sãosempreefectuadascom
recursoatravessiasdotipocapacitivoqueapresentamníveisdeisolamentosuperior.
Acubaéodepósitoondecirculaoóleoisolanteelocalondeencontra-sesubmersaaparteactivadoTP.
Enquanto componente dos TP que integram a RNT, a cuba assegura a protecção mecânica e suporte dos
restantescomponentes.Emtermosconstrutivos,acubadeveapresentarestanquicidade,resistênciaestrutural
eaovácuobemcomoa corrosão,por formaagarantirumcorrectodesempenhooperacionaldos restantes
componentes.[54]
Aestanquicidadeéumaspectoimportantequedeveseracondicionado,dadaaimportânciaemminimizar
as fugas de óleo isolante bem como a presença de humidade proveniente do ambiente exterior ao TP. A
resistênciaaovácuorepresentatambémumfactorimportanteumavezqueénecessáriocolocaroTPsobvácuo
apósamontagemouoperaçõesdemanutenção.Para alémdas funçõesda cubaanteriormente referidas, é
atravésdacubaqueseefectuaaligaçãoàterradediversoscomponentespresentesnoTP.
43
Existem também alguns elementos associados à cuba que são de particular importância como os
radiadores,válvulas,juntas,conservador,entreoutros.NaFigura4.12,apresentam-seesteselementosnumTP.
AsválvulaspermitemoacessoaoTPdeformanão-intrusiva,essencialemacçõesdemanutençãoerecolhade
amostrasdeóleoisolanteeasseguramtambémoisolamentodoconservador,radiadoreseoutroselementos.
Figura4.12–ElementosassociadosàcubadoTP(retiradode[54])
Os radiadores desempenham essencialmente a função de circulação do óleo isolante, garantindo as
condiçõesderefrigeraçãoprojectadas.Asjuntassãoelementosessenciaisparapreservardaestanquicidadedo
TP,podendoapresentar formatoplanoou toroidalenormalmenteconstituídasporelastómeroquepermite
suportartemperaturasaté120°C.
Porfim,noquedizrespeitoaelementosassociadosàcuba,oconservadoréumdepósitodeóleo,quese
encontranapartesuperiordoTP.Oconservadoréumelementoreactivoquefaceàvariaçãodatemperatura
operacionaldoTPepermitecompensarasdilataçõesecontracçõesnovolumedeóleo.[54]
OsenrolamentosenquantocomponenteondesedáapassagemdecorrentepeloTPdevemapresentar
impreterivelmente elevados níveis de condutividade eléctrica, para que a sua resistência seja mínima, e,
consequentementeasperdasnoTPsejamminimizadas.Osenrolamentossãogeralmenteconstituídosporcobre
dealtacondutividadeisoladoscompapelkraft,comoapresentadonaFigura4.13.
44
Figura4.13–Enrolamentoconstituídoporcobre(retiradode[54])
Oóleo isolanteé fundamentalna refrigeraçãode todooTP.As suas capacidades térmicaspermitema
absorçãodecalorprovenientedaparteactivadoTPtransmitindo-oparasuperfíciesexternas,podendoestasser
arrefecidasporcirculaçãoforçadaounatural.Paraalémdisso,oóleoéessencialnoisolamentodoTP,umavez
quepreenchealgunsespaçosvaziosnointeriordomesmo.
As competências do óleo são também evidentes no seu uso para a detecção de defeitos no TP. São
realizadosdiversostestesaestecomponente,nomeadamenteaanáliseaosgasesdissolvidosnoóleoeanálise
decompostosfurânicospresentesnoóleoqueserãoabordadosemdetalhenasecção5.2.[54]
Oreguladordastomadasdecargadeumtransformadordepotência(OLTC)éumelementofundamental,
umavezquepermitealterararelaçãodetransformaçãodoTP,motivadapelavariaçãodacarga,semqueocorra
interrupçãonacorrentedesaída.
AalteraçãodarelaçãodetransformaçãodoTPdá-secomrecursoàvariaçãodonúmerodeespirasnos
enrolamentosqueconstituemoTP.NãopodendohaverinterrupçãonacorrentedesaídadoTPemcontexto
operacional,aalteraçãodarelaçãodetransformaçãodoTPrealiza-seatravésdeimpedânciasdetransiçãoque
permitem suavizar a operação demudança bem como assegurar a continuidade na corrente de saída. Esta
operaçãodealteraçãodatomadaseleccionadapodeserentendidadeformavisualatravésdaFigura4.14.[56]
45
Figura4.14–Operaçãodecomutaçãodatomadadecarga(retiradode[57])
Assim,umreguladordetomadasdecargaégeralmenteconstituídoporumruptorqueactuaenquanto
comutadorentrediferentestomadaseumselectordetomadasquedácontadaselecçãodatomadaparaum
dadoperíododetempo.NaFigura4.15apresenta-seoesquematípicodestecomponentecomidentificaçãodos
elementosreferidos.
Figura4.15–Estruturatípicadeumreguladordetomadasdecarga(retiradode[54])
TalcomooTPéconstituídoporumacubaqueacondicionaoóleoisolante,oreguladordetomadasdecarga
temgeralmenteasuaprópriacubanaqualcirculaóleoisolante.EstaseparaçãodeóleosentreoTPeoregulador
dá-se com objectivo de evitar a contaminação dos óleos e propiciar resultados mais esclarecedores nas
diferentes análises realizadas ao óleo. Actualmente, os transformadores de potência que constituem a RNT
apresentamoperfildeidadesexpostonaFigura4.16.[54],[56]
46
4.8 CaracterizaçãodaRNT
Segundo[2],a31deDezembrode2014existiamcercade67subestaçõesemserviço,8630kmdelinhas
detransportedeenergiaemconjuntocom11postosdecorte,2deseccionamentoeumdetransição.Apotência
de transformação em serviço à data era de 35 574 MVA, valor de potência que inclui a presença de
autotransformadoresetransformadoresdeduascategorias.
Relativamenteàslinhasdetransportedeenergiaestasdistinguem-sesegundodiferentesníveisdetensão
conformefoidetalhadonasecção4.2.NaTabela2apresentam-seosdiferentesníveisdetensãoexistentesna
RNTorespectivocomprimentodelinhasdeMAT.ParaalémdaslinhasaRNTcontacomapresençadecercade
18000apoiosemtodooterritórionacionalquesustentamaslinhasaéreasdetransporte.[42]
Tabela2-Comprimentodaslinhasdetransportedeenergiaporníveldetensão(retiradode[42])
Níveldetensãodalinha(kV) Comprimento(km)
400 2467
220 3601
150 2561
ComobjectivodecompensarofactordepotênciaaRNTdispõedebateriasdecondensadoresereactâncias
shunt instaladas que, no final de 2014 totalizavam cerca de 2 370 Mvar e 515 Mvar de potência reactiva
respectivamente. Na Figura 4.16, apresenta-se a distribuição de idades dos activos físicos que integram as
subestaçõesnaRNT.[42]
49
5. IndicadordoEstadodoActivo:ocasodoTransformadordePotência
5.1 Introdução
Oprincipalobjectivodapresentedissertação,consisteemelaborarumametodologiadegestãodeactivos
físicosbaseadanoestadoqueterácomoprincipalfocooestudodostransformadordepotência,sendoesteum
elemento-chavenasredesdetransporte.Estaescolhaémotivadapordoisaspectosessenciais:oTPéumactivo
físicoqueapresentaumelevadocustodeaquisiçãoemanutenção;autilidadedoTPemtodaarederevela-se
muitosignificativaconformedescritonasecção4.7.[58],[59]
“Theconditionofpowertransformershasasignificantimpactonthereliableoperationoftheelectric
powergrid.”[60]
Para realizar a análise do estado de um dado TP é, em primeiro lugar, necessário ter em conta a sua
condição enquanto activo, i.e., obter um indicador ou conjunto de indicadores que reflictam, de forma
aproximada,oestadoactualdoTP.Destemodo,torna-senecessárioprocederàimplementaçãodeumIndicador
doEstadodoactivo,propondo-sequeestesejacompostoporquatroatributosprincipais:
§ Indicadordesaúdedoactivo(as);
§ Indicadordeidade(ai);
§ Indicadordedesempenho(ad);
§ Indicadoroperacional(ao).
OIndicadordoEstadodoactivoinoanot,éentãoformuladodaseguinteforma.
𝐼𝐸"T = 𝑎#×𝑝#
j
#
(5.1)
Emque,
§ ajrefere-seàavaliaçãodoatributoj(indicadordiscretoquepodevariarentre1e5);
§ pjrefere-seaopesodoatributoj(em%);
5.2 IndicadordeSaúdedoActivo
Asaúdedeumactivo representaumamedidaaproximadadasuacondição internae individual,obtida
atravésdaanálisedeumconjuntodeinspecçõeseensaiosaoequipamento.
Paraconhecerasaúdedoactivo físico,procede-seàrealizaçãoeanálisedeumconjuntodetestesque
permitemverificaralteraçõescomportamentais.Nestaenassecçõesseguintesserãoestudadasumconjuntode
50
técnicasetestesquepodemserrealizadosnocontextooperacionaldotransformadordepotência,nosentido
detornarpossívelecompreensívelaformulaçãodoindicadordesaúdedotransformadordepotência.
Esteatributo,as,éformuladodaseguinteforma:
𝑎k = 𝑠K×𝑤K
j
K
(5.2)
Emque,
§ slrefere-seàavaliaçãodoatributol(indicadordiscretoquepodevariarentre1e5);
§ wlrefere-seaopesodoatributoj(em%);
Propõe-sequeslsejacompostopelaanáliseresultantedeoitotestesquepodemserrealizadosaoTP:
§ Análiserealizadaaoscompostosfurânicospresentesnoóleo(sDP)
§ Análiserealizadaaosgasesdissolvidosnoóleoisolante(sDGA)
§ Análiseaoestadodastravessias(sB)
§ Análiserealizadaàdiferençadetemperaturasnoóleodoreguladordetomadasdecargaetanque
principal(sRT)
§ Análiseaoestadodoscontactosdoreguladordetomadasdecarga(sRC)
§ Análiserealizadaaosgasesdissolvidosnoóleoisolantedoreguladordetomadasdecarga(sRDGA)
§ Índicedepolarizaçãodaresistêncianosenrolamentos(sPI)
§ Análiseàqualidadedoóleoisolante(sOleo)
5.2.1 Avaliaçãodoestadodopapelisolante
Aolongodosanossurgiramdiversastécnicasdemonitorizaçãodoestadodopapelisolantecomoprincipal
objectivo de prolongar a vida útil do transformador, através da implementação de técnicas demanutenção
condicionada.Noentanto,oprocessodeenvelhecimentodotransformadorrevelou-sebastantecomplexooque
permitiuconcluirquenenhumatécnicadeformaisoladapermiteaprevençãodetodootipodefalhas.[61]
Acondiçãodotransformadordepotênciaéfortementeinfluenciadapeloestadodaresistênciamecânica
dopapelisolante,encontrando-seesteelementoisolantepresentenosenrolamentosdotransformador.Esta
resistênciapodeserestimadaatravésdaanálisedograudepolimerizaçãodopapel(DP).
OpapelisolanteutilizadonosTPéconstituídoporcercade90%decelulosee,normalmenteparaaplicações
demuitoaltatensãoopapelépraticamentesecoporformaagarantirasnecessidadesdeisolamento.Ograude
polimerizaçãodopapeldizrespeitoàquantidadedemonómerospresentesnumacadeiapolimérica.Emtermos
51
conceptuais,adegradaçãodopapelisolantepodeocorreratravésdetrêsfenómenosprincipais:adegradação
térmica,aoxidaçãoereacçõesdehidrólise.[61]
PararealizarumaanálisedirectaaoDP,énecessáriorecolheramostrasdopapelisolante.Noentanto,esta
éumapráticaintrusivaqueimpossibilitaasuaaplicaçãoparaasempresasquedetêmestesactivos.Assim,surgiu
anecessidadedeprocurartécnicasquepermitissemestimarograudepolimerizaçãodopapelisolante.Após
diversos testes, verificou-se que a degradação do papel tem como consequência a formação de compostos
furânicos. Destemodo, começaram a ser realizados os primeiros estudos à correlação entre os compostos
furânicosdissolvidosnoóleoeorespectivograudepolimerizaçãodopapel,sendofrequenteousodestemétodo
paraestimaroDPnosdiasdehoje.[62]
A análise de compostos furânicos dissolvidos noóleo consiste na determinaçãodas concentrações dos
mesmos compostos (furfuraldeído, álcool furfurólico, 5-hidroximetilfur-furaldeído, 5-metil-2-furfuraldeído,
2acetilfurano) e a sua respectiva correlação como grau de polimerização.De entre os compostos furânicos
mencionadosofurfuraldeído(2-FAL)revelouamaiorestabilidadeetaxadeproduçãonoóleopassandoasero
maispopularparaestimaraoDP.[63]
Asconclusõesreferidasnoparágrafoanterior levaramaquediversos investigadoresformulassemasua
correlaçãoentreaconcentraçãode2-FALeoDP,destacando-sealgunscomoChendong,Vuarchex,BurtoneDe
Pablo. Na Tabela 3 apresentam-se as correlações formuladas por cada investigador, e, na Figura 5.1 está
representada a variação dessa mesma correlação de forma visual, de acordo com o proposto por cada
investigador.[62]
Tabela 3 – Correlação de diversos investigadores entre o grau de polimerização do papel e a concentração de
furfuraldeído(ppm)(adaptadode[62])
Investigador CorrelaçãoentreDPe2-FAL
Chendong𝐷𝑃mno*pq*r =
1.51 − log,f 2𝐹𝐴𝐿0.0035
Vuarchex𝐷𝑃|}~��no� =
2.6 − log,f 2𝐹𝐴𝐿0.0049
Burton𝐷𝑃�}�Tq* =
2.5 − log,f 2𝐹𝐴𝐿0.005
DePablo 𝐷𝑃�o�~�Kq =7100
2𝐹𝐴𝐿 + 8.88
2FAL–concentraçãodofurfuraldeídonoóleoexpressaem(ppm)
52
Figura 5.1 - Correlação entre o graude polimerizaçãodopapel e a concentraçãode furfuraldeído (ppm) segundo
Chendong,Vuarchex,Burton,DePablo
Para estimar o DP de um determinado transformador de potência decidiu usar-se a correlação de
Chendong,umavezquesegundoesta,épossívelatingirvaloresdeDPinferioresàmedidaqueaumentamas
concentraçõesde2-FAL,deformamaisimediatafaceàsrestantescorrelações.Estacorrelaçãorevela-semais
conservadoranoquedizrespeitoàavaliaçãodoanteriormenteexpostoe,segundo[61]conclui-sequeexiste
umaelevadaaceitaçãonousodafórmuladeChendongparaestimaroDPdeumtransformadordepotência.
Porformaaclassificaroestadodopapelisolantecombasenaconcentraçãode2-FALpresentenoóleoé
necessário,emprimeirolugar,escolherumlimiarinferiordeclassificação,i.e.,umvalorconsideradoinaceitável
oudeelevadaprecauçãooperacional.Segundo[64],estima-sequeparaumDPdevalor200otempodevida
restantedeumTPénulo.Paraalémdoanteriormenteexpostoverifica-seumaconcordâncianoquedizrespeito
àescolhadeumDPdevalor200.[65],[66]
Segundo[64]estima-sequeotempodevidarestantedeumdadoTPéde100%,ouseja,esteencontra-se
emcondiçõesoperacionaisóptimas,paraumvalordeDPde800.Assim,propõe-sequeparaqualquervalorde
DPestimadodevalorigualousuperiora800aclassificaçãodoestadodopapelisolantesejaconsideradaóptima.
Tendoemcontaoexpostoem[61],[62]e[64]foipossívelobteralgumasensibilizaçãotendoemcontaas
propostas e resultados apresentados nas citações referidas, permitindo propor e formular em detalhe a
constituiçãodoparâmetroconstituintedoindicadordesaúdedoactivo,𝑠��.
𝑠�� ∈ 1,2,3,4,5 (5.3)
Antesdeseprocederàformulaçãode𝑠��énecessáriointroduzirumavariávelqueindicaaconcentração
defurfuraldeído(2-FAL),resultantedaanálisedaconcentraçãodestemesmocompostonoóleoisolantedoTP.
0
200
400
600
800
1000
1200
0,01 0,10 1,00 10,00
DP
2-FAL(ppm)
DP(2FAL)
ChendongVuarchexBurtonDePablo
53
Considere-seaseguintevariável,𝑐Y�<�,quedenotaaconcentraçãode2-FALnumaamostradeóleoisolantede
umdadoTP.
𝑐�� ∈ ℚ (5.4)
Propõe-seque,𝑠��sejaformuladosegundo:
𝑠�� =
5,𝑐Y�<� < 0,054,0,05 ≤ 𝑐Y�<� < 0,173,0,17 ≤ 𝑐Y�<� < 0,862,0,86 ≤ 𝑐Y�<� < 2,881,2,88 ≤ 𝑐Y�<� < 6,45
(5.5)
Éimportantereferirqueemsituaçõesondeoóleodotransformadortenhasidorecentementesubstituído
ou recondicionado, os resultadosprovenientes desta análise nãopermitem fazer uma correcta avaliaçãodo
estadodopapel,umavezquepresençado2-FALnoóleoéadulterada.[67]
5.2.2 Análiseaosgasesdissolvidosnoóleoisolante(DGA)
A análise aos gases dissolvidos no óleo isolante surgiu pela primeira vez em 1928. É considerado um
importanteindicadorquereflectedeformageralasaúdedotransformador.Asuaimportânciaeabrangênciana
detecçãodefalhasnotransformadorrevelou-sefundamental.Porisso,tornou-seumprocedimentoadoptado
pordiversasutilitiesemtodoomundo.[68]
AtravésdoDGAépossível identificaredistinguir falhas internasdoTP tais comoa formaçãodearcos,
descargasparciais,sobrecargasesobreaquecimentodosistemadeisolamento.Comoobjectivodeinterpretar
osresultadosdaanálisedosgasesdissolvidosnoóleosurgiramdiversosmétodos:otriângulodeDuval,método
Rogers,Dornenburg,entreoutros.[68]
O DGA consiste na identificação das concentrações de cada um dos seguintes gases, apresentando-se
tambémdemodogeralasfalhasquepermitemidentificar:
§ 𝐻Y(Hidrogénio)-Formaçãodearcos,sobreaquecimentodoóleo;
§ 𝐶𝐻�(Metano)–Formaçãodearcos;
§ 𝐶Y𝐻Y(Acetileno)–Falhatérmicaacimade700°Cedescargasdeenergia;
§ 𝐶Y𝐻�(Etileno)-Falhatérmicaacimade300°C;
§ 𝐶Y𝐻�(Etano)–Falhatérmicaabaixode300°C;
§ 𝐶𝑂(MonóxidodeCarbono)–Diminuiçãodograudeisolamentodopapel;
§ 𝐶𝑂Y(DióxidodeCarbono)–Diminuiçãodograudeisolamentodopapel.[55]
54
Amaioriadastécnicasdeanáliseanteriormentereferidasprocedemàanálisederáciosdeconcentrações
de gases por forma a inferir resultados concretos acerca de possíveis falhas no transformador. Verificam-se
alguns rácios mais importantes e assim mais utilizados como aqueles que se apresentam de seguida:��������
, �����
, ��������
.[69]
OtriângulodeDuvalfoipelaprimeiravezapresentadoem1974,destacando-sedosrestantesmétodosna
altura. Uma das suas particularidades diz respeito ao facto de apresentar um sistema fechado (proporções
relativas)emdetrimentodesistemasabertos(ráciosabsolutos)propostosporRogerseDornenburg.
OsmétodosdeRogerseDornenburg,baseiam-seemráciosabsolutostêmcomoprincipaldesvantagema
apresentaçãodediagnósticosimprecisosemsituaçõesqueaspropriedadesdesistemasabertosnãoseaplicam.
ATabela4,adaptadade[69],apresentaacomparaçãoentrediferentesmétodostendoemcontaaanálise
dediagnósticosimprecisoseerradosparaumdadoconjuntodeamostras.Verifica-seaeficáciaeprecisãona
correctadetecçãodefalhasdométododeDuvalfaceaosrestantesmétodosapresentadosnaTabela4.[69]
Tabela4–ComparaçãodosdiferentesmétodosdediagnósticoparaoDGA(adaptadode[69])
Métodosdediagnóstico Diagnósticosimprecisos(%) Diagnósticoserrados(%) Total(%)
KeyGases 0 58 58
Rogers 33 5 38
Dornenburg 26 3 29
IEC 15 8 23
TriângulodeDuval 0 4 4
OtriângulodeDuvalpermiteanalisarasproporçõesrelativasentretrêsgasesdiferentes(CH4,C2H2eC2H4).
Esta análise possibilita a correlação entre diferentes níveis de energia necessários para gerar os gases no
transformadoremserviço.Apresenta-senaFigura5.2,otriângulodeDuvalpropostoporMichelDuval.
55
Figura5.2–TriângulodeDuval(retiradode[69])
OmétodopropostoporDuval,representadonaFigura5.2,consisteemsetezonas,sendoqueseisdestas
zonaspermitemidentificardeformaprecisaotipodefalhaapresentadoconformeconstanaTabela5.Azona
(DT)dizrespeitoafalhasdenaturezaquereléctricacomotérmicanoTP.
AaplicaçãodométododeDuvalpermiteidentificardeformaprecisaotipodefalhadeumdadoTPeograu
deseveridadedamesma,sejaestadotipotérmico,eléctricoouambas.NaTabela5encontra-seumabreve
caracterizaçãodecadazonapropostaporDuvaleaindaumexemplocaracterísticodefalhanarespectivazona.
56
Tabela5–FalhasidentificadasatravésdométododotriângulodeDuval(adaptadode[69])
Códigodefalha Designaçãodafalha Exemplo
PD Descargaparcial Descargasdeplasmafrio(corona)sobaformadebolhasdegás,com
a possível formação de cera, proveniente da polimerização de
partículasdoóleo,nopapel.
D1 Baixadescarga
energética
Descargasparciaissobaformadefaíscaseburacoscarbonizadosno
papel.Formaçãodepartículasdecarbononoóleo.
D2 Elevadadescarga
energética
Descargas no papel ou no óleo com consequências severas na
degradaçãodopapeleóleo.
T1 Falhatérmica
(T<300°C)
Estetipodefalhaéevidenciadopelopapelquesetornaacastanhado
(>200°C)oucarbonizado(>300°C).
T2 Falhatérmica
(300°C<T<700°C)
Carbonizaçãodopapel.Formaçãodepartículasdecarbononoóleo.
T3 Falhatérmica
(T>700°C)
Taxaelevadadeformaçãodepartículasdecarbononoóleo,coloração
metálica(800°C)efusãometálica(1000°C).[69]
Verifica-seaimportânciaeabrangênciadométodopropostoporM.DuvalnaidentificaçãodefalhasnoTP
atravésdoDGA.Noentanto,porformaaclassificarasaúdedoTPsegundoestatécnica,objectivoprincipaldo
IEproposto,énecessárioprocederàanálisedevalorestípicosdeconcentraçãoparaosdiferentesgasesnoDGA.
Procede-seàanalisecomparativadasclassificaçõespropostasparaosdiversosgasespresentesnoDGA,em
[54],[68]e[70].Comoresultadodaanálisecomparativarealizadafoipossívelobtersensibilidadenaclassificação
dediferentesvaloresdeconcentraçãoparacadagáspresentenoDGA.Aanálisecomparativarealizadapermitiu
assimformularsDGA.
AntesdeprocederàformulaçãodesDGA,énecessáriointroduzirumparâmetrodenominadoportotalde
gases combustíveisdissolvidos (TDCG).Esteparâmetrodiz respeitoà somadas concentraçõespresentesem
todososgasespresentesnaanálisedeDGA,comexcepçãododióxidodecarbono(CO2),umavezqueestenão
éumgáscombustível.[70]
57
Considerando a concentração em ppm dos gases presentes no DGA denominados por 𝛽", em que 𝑖
representaogásaconsiderarnoDGA,procede-seàclassificaçãodaconcentraçãodecadagáscombaseno
resultadodaanálisecomparativaanteriormentereferida.
Sejam𝛽��,𝛽m��,𝛽m���,𝛽m���,𝛽m���,𝛽m�,𝛽m�Yrespectivamenteasconcentraçõesemppmdohidrogénio,
metano,acetileno,etileno,etano,monóxidodecarbonoedióxidodecarbono.Considere-se𝛾"querepresenta
aclassificaçãoparacadaumdosgasesnoDGA.
𝛽��, 𝛽m��, 𝛽m���, 𝛽m���, 𝛽m���, 𝛽m�, 𝛽m�Y ∈ ℚ (5.6)
𝛾��, 𝛾m��, 𝛾m���, 𝛾m���, 𝛾m���, 𝛾m�, 𝛾m�Y ∈ 1,2,3,4,5 (5.7)
SejaasomadasconcentraçõesemppmdosgasesnãocombustíveispresentesnoDGAeasuaclassificação
respectivamenterepresentadaspor𝛽V�m�e𝛾V�m�.
𝛽V�m� ∈ ℚ (5.8)
𝛾V�m� ∈ 1,2,3,4,5 (5.9)
𝛽V�m� = 𝛽"
j\{� ¡�}
"
(5.10)
Propõe-sedeseguidaaclassificaçãoparaosgasesnoDGAeoparaoparâmetroTDCG:
𝛾�� =
5,𝛽�� ≤ 1004,100 < 𝛽�� ≤ 4003,400 < 𝛽�� ≤ 7002,700 < 𝛽�� ≤ 18001,𝛽�� > 1800
(5.11)
𝛾m�� =
5,𝛽m�� ≤ 1254,125 < 𝛽m�� ≤ 2753,275 < 𝛽m�� ≤ 4002,400 < 𝛽m�� ≤ 10001,𝛽m�� > 1000
(5.12)
𝛾m��� =
5,𝛽m��� ≤ 24,2 < 𝛽m��� ≤ 93,9 < 𝛽m��� ≤ 352,35 < 𝛽m��� ≤ 801,𝛽m��� > 80
(5.13)
58
𝛾m��� =
5,𝛽m��� ≤ 504,50 < 𝛽m��� ≤ 1003,100 < 𝛽m��� ≤ 1502,150 < 𝛽m��� ≤ 2001,𝛽m��� > 200
(5.14)
𝛾m��� =
5,𝛽m��� ≤ 654,65 < 𝛽m��� ≤ 1003,100 < 𝛽m��� ≤ 1502,150 < 𝛽m��� ≤ 4001,𝛽m��� > 400
(5.15)
𝛾m� =
5,𝛽m� ≤ 3504,350 < 𝛽m� ≤ 7003,700 < 𝛽m� ≤ 9002,900 < 𝛽m� ≤ 14001,𝛽m� > 1400
(5.16)
𝛾m�Y =
5,𝛽m�Y ≤ 25004,2500 < 𝛽m�Y ≤ 40003,4000 < 𝛽m�Y ≤ 100002,10000 < 𝛽m�Y ≤ 300001,𝛽m�Y > 30000
(5.17)
𝛾V�m� =
5,𝛽V�m� ≤ 25004,2500 < 𝛽V�m� ≤ 40003,4000 < 𝛽V�m� ≤ 100002,10000 < 𝛽V�m� ≤ 300001,𝛽V�m� > 30000
(5.18)
Uma vez formulada a classificação segundo a concentração de cada um dos gases no DGA, é possível
formular o parâmetro 𝑠��<. Considere-se os pesos relativos de cada𝛾" respectivamente representados por
𝑞"(%).
𝑠��< ∈ 1,2,3,4,5 (5.19)
𝑠��< = 𝑖𝑛𝑡 𝛾"×𝑞"
"
(5.20)
5.2.3 AnálisedeTravessias
Astravessiassãocomponentesdotransformadordepotênciaresponsáveispeloisolamentonapassagem
de condutores entre o interior e exterior do TP.A fiabilidadedos TPdependeemgrandeparte donível de
desempenhodassuastravessias.Otempodevidamédiodeumatravessiaéinfluenciadopelatemperaturado
pontomaisquentenoTP.Esteaumentolevaaoconsequenteaumentodofactordedissipaçãonocondutorda
travessia.[54],[71]
59
Oprocessodedegradaçãodoestadodatravessiareflecte-senormalmentenaalteraçãodosparâmetros
dieléctricosenoaparecimentodedescargasparciais,sendoestespossíveisdeidentificaratravésdealterações
verificadasno factordedissipaçãodo condutorda travessia (𝑝¤).Amonitorizaçãodo valordas capacidades
revela-setambémumatécnicaimportantequepermiteidentificaralteraçõesaoestadodastravessias.[54]
Tendoemcontaoexpostonoparágrafoanterior,verifica-seaimportânciaenecessidadedeefectuaruma
análisecuidadaparaestecomponentedotransformador.Destemodo,paraavaliaroestadodastravessiasde
umdadoTP,propõe-seaanálisedofactordepotênciarelacionadocomfactordedissipaçãonocondutorda
travessiapreviamentereferido.
Atravésdaanálisede[55],[68]foipossíveladquiriralgumasensibilidadeaoníveldosvaloresdefactorde
potênciaaceitáveiseacercarelevânciadosmesmosnaanáliseàdegradaçãodasaúdedastravessias.Tendoem
contatodaaabordagemanteriormenterealizadaacercadoestadoedegradaçãodastravessias,propõesea
avaliação deste activo segundo o parâmetro 𝑠�, com recurso à análise do factor de potência 𝑝¤, ambos
formuladosdeseguida:
𝑠� ∈ 1,2,3,4,5 (5.21)
𝑝¤ ∈ ℚ ∶ 𝑝¤ ∈ 0; 100,0 (5.22)
Considere-seadiferençaentreoângulodatensãocomplexaecorrentecomplexarepresentadopor𝜃.
𝜃 ∈ ℚ ∶ 𝜃 ∈ 0; 360,0 (5.23)
𝜃 = 𝐴𝑟𝑔 𝑈 − 𝐴𝑟𝑔 𝐼 (5.24)
𝑝¤ = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ×100 (5.25)
Emque𝑈representaatensãoe𝐼acorrenteemvalorcomplexo.[68]
𝑠� =
5,𝑝¤ < 0,54,0,5 ≤ 𝑝¤ < 0,73,0,7 ≤ 𝑝¤ < 1,02,1,0 ≤ 𝑝¤ < 2,01,𝑝¤ ≥ 2,0
(5.26)
5.2.4 OLTC–diferençadetemperaturas
Oreguladordastomadasdecargadeumtransformadordepotênciaéumelementofundamental,umavez
que permite alterar a relação de transformação do TP, motivada pela variação da carga, sem que ocorra
interrupçãonacorrentedesaída[56].
60
Tal comooTPnumtodo,o reguladorde tomadasdecargaapresentageralmenteumelevadonívelde
fiabilidade.Estedesempenhafunçõesdeelevadaimportânciaconformereferidoem4.7,edestemodo,torna-
senecessáriorealizarumaanálisecuidadaaoestadodoreguladordetomadasdecargadoTP.
Dadosestatísticosrevelamqueamaiorpartedasfalhasocorridasnostransformadoresdepotênciatêm
origemnafalhaaoníveldestecomponente.Ofactoanteriorencontra-sedevidamenteilustradonaFigura5.3.
[56]
Figura5.3–DistribuiçãodefalhasporcomponentenoTP(retiradode[72])
Ocontextooperacionalaquesesubmeteoreguladordetomadasdecargavariaconsoanteamaiorou
menornecessidadedeefectuaralteraçõesnapotênciadesaídadoTP.Nestesentido,onúmerodeoperações
realizadas no OLTC leva ao consequente desgaste dos contactos que realizam as diferentes ligações. Tal
acontecimentolevaaogradualaumentodaresistênciadoscontactos,quenormalmenteresultanoaumentodas
perdasdepotênciaqueocorremnoTP.
OstransformadoresdepotênciaqueintegramaRNTapresentamelevadosníveisdepotência,sendoque
algunspodematingiraté450MVA.Oelevadoníveldepotênciaaqueesteactivotrabalhamotivaoaparecimento
de elevados níveis térmicos que são acondicionados pêlos sistemas de refrigeração de que o TP dispõe.No
entanto, os materiais e o óleo que compõem o TP acabam por absorver parte desse calor, resultando no
aparecimentodepontosquentes (hotspots).Paraalémda formaçãodehotspots,verifica-seumaumentoda
temperaturadoóleoisolante,emparticularnoOLTCfaceaoóleonotanqueprincipal.[42],[56]
A diferença de temperaturas referida no parágrafo anterior permite propor ummétodo de análise do
estado do OLTC. Recorde-se que conforme foi mencionado na secção 5.2 a avaliação da diferença de
temperaturas no regulador de tomadas de carga, designada por, 𝑠«V é um parâmetro que pertence a 𝑎k,
indicadordesaúdedoactivo.Emseguidaapresenta-seaformulaçãode𝑠«V.
𝑠«V ∈ 1, 2, 3, 4, 5 (5.27)
61
SejamatemperaturadoóleoisolantepresentenotanqueprincipaldoTPeatemperaturadoóleoisolante
presentenoOLTCrespectivamentedesignadaspor𝑇V�e𝑇��Vm ,medidasem℃.Considere-seadiferençaentre
astemperaturasanteriormentereferidasàqualdenominamospor𝑇p"¤.Tem-seoseguinte:
𝑇V� ∈ ℚ (5.28)
𝑇��Vm ∈ ℚ (5.29)
𝑇p"¤ ∈ ℚ (5.30)
𝑇p"¤ = 𝑇��Vm − 𝑇V� (5.31)
𝑠«V =
5,𝑇p"¤ < 104,10 ≤ 𝑇p"¤ < 203,20 ≤ 𝑇p"¤ < 402,40 ≤ 𝑇p"¤ < 501,𝑇p"¤ < 50
(5.32)
Apropostarealizadapara𝑠«V , tevecomoprincipiooestudodediferentesmétodosquecontemplama
análisedadiferençadetemperaturas,emparticular[56].
5.2.5 OLTC–mediçãodaresistênciaestática
Nassecções4.7e5.2.4,foramreferidasasprincipaiscaracterísticasdoOLTCefunçõesdesempenhadas.
Destacou-setambémarelevânciadestecomponentedoTPnoquedizrespeitoaonúmerodefalhasocorridas
porcomponente.
Amedição da resistência estática é uma técnica permite avaliar o estado dos contactos doOLTC. Este
método revela-se importante uma vez permite classificar o estado de todos os contactos do OLTC. Em
comparação com a técnica proposta em 5.2.4, que tem como principal objectivo analisar a diferença de
temperaturas,amediçãodaresistênciaestáticaéumatécnicaquepermiteretirarconclusõesdirectasacercado
estadodedegradaçãodecadacontactopresentenoOLTC.
UmdosinconvenientesnamediçãodaresistênciaestáticaésemdúvidaanecessidadedecolocaroTPfora-
de-serviço,paraquesejapossívelobterasmediçõesemquestão.Dadaavariedadedereguladoresdetomadas
decargaexistentes,esuasdiferençasdeanálise,verificou-seque,paraprocederàavaliaçãosegundoatécnica
referida seria necessário ter presente todos os valores de resistência definidos pelo fabricante, assim, este
aspectorepresentaumobstáculonaimplementaçãodestemétododeformageneralizada.[56]
62
ComoprincipalobjectivoderealizarumaavaliaçãocuidadadoscontactospresentesnoOLTCpropõe-se
𝑠«m . Para formular 𝑠«m é, em primeiro lugar, necessário ter em conta as resistências dos contactos, i.e., a
resistênciamedidaatravésdoensaio,aresistênciacalculadaàtemperaturadereferênciaearesistênciainicial
aquandoainstalaçãodoTPsendoestasrespectivamentedesignadaspor𝑅¬,𝑅e𝑅®,emohm.
Considere-sedeseguidaadiferençaentreasresistênciasàtemperaturadereferência,𝑅e𝑅",designada
por∆𝑅".Paracalcular𝑅emfunçãode𝑅¬éimperativoconsideraratemperaturadereferência,atemperatura
a que a medição𝑅¬ é realizada e ainda o coeficiente de temperatura que depende do tipo de material,
respectivamentedesignadospor𝑇,𝑇¬,𝑇°:
𝑅¬, 𝑅, 𝑅® ∈ ℚ (5.33)
∆𝑅" ∈ ℚ (5.34)
∆𝑅" = 𝑅 − 𝑅® (5.35)
𝑇, 𝑇¬, 𝑇° ∈ ℚ (5.36)
Apresenta-sedeseguidaocálculode𝑅emfunçãodaresistênciamedidaàtemperaturademedição,𝑇¬.
𝑅 = 𝑅¬
𝑇 + 𝑇°𝑇¬ + 𝑇°
(5.37)
Umavezobtidoumconjuntodevaloresde∆𝑅"oparaosdiferentescontactosdoOLTC,deveráconsiderar-
seopior,i.e.,aquelequeapresentamaiorvalornumérico.Considere-seomaiordoconjuntodevaloresde∆𝑅"
anteriormentecalculadosdesignadopor∆𝑅6.
∆𝑅6 = max ∆𝑅" (5.38)
Perante o trabalho de pesquisa realizado, não foi possível obter um conjunto de valores (∆𝑅6) que
permitisseavaliaroTPparaoparâmetroproposto.Destemodo,porformaaclassificaroTPquantoàmedição
daresistênciaestáticaserianecessáriorealizarestudosquepermitissemaferirumaescaladeavaliação.[56]
5.2.6 Índicedepolarização:ResistênciadosenrolamentosdoTP
AmediçãodaresistênciadosenrolamentosdoTPéconsideradaumadastécnicasmaissimplesdeaplicação
nafamíliadostesteseléctricosaoTP.Emboraqueconsideradaumatécnicasimples,revela-sebastanteútilpara
identificarapresençadehumidadeedegradaçãodoobjectodeestudo[73]
63
Aresistênciapodesermedidadeacordocomtrêstiposdetestesrealizados:
1. Resistênciaentreosenrolamentosdealtatensãoebaixatensão(H/L)
2. Resistênciaentreoenrolamentodealtatensãoeterra(H/G)
3. Resistênciaentreoenrolamentodebaixatensãoeterra(L/G)
Amediçãodaresistênciapodeserefectuadaparaostrêstestesacimareferidoseobtendo-seosvaloresde
resistênciaaofimdedezminutosdetesteeaofimdeumminutodotesteatensãoconstante.[74],[75]
Arazãoentreosvaloresmedidosaofimdedezminutosdetesteeumminutodetesteédesignadapor
índicedepolarização.Atravésdaanálisede[74]e [75],épossível formular𝑠�®queconsideraaavaliaçãodo
estadodedegradaçãodos enrolamentos do TP. Para efeitos de avaliação considera-se apenasomenor dos
índicesdepolarizaçãoobtidodostrêstestesacimareferidos.
Sejam 𝑅, e 𝑅,f as resistências medidas nos testes acima referidos que designam respectivamente a
resistênciaobtidaaofimdeumminutoatensãoconstanteearesistênciaobtidaaofimdedezminutosdeteste.
Considere-seainda𝑃𝐼arazãoentreasduasresistênciasmedidas.Procede-seàformulaçãode𝑠�®:
𝑠�® ∈ 1,2,3,4,5 (5.39)
𝑅,, 𝑅,f, 𝑃𝐼 ∈ ℚ (5.40)
𝑃𝐼 = 𝑅,f𝑅,
(5.41)
𝑠�® =
5,𝑃𝐼 ≥ 2,04,2,0 < 𝑃𝐼 ≤ 1,253,1,25 < 𝑃𝐼 ≤ 1,102,1,10 < 𝑃𝐼 ≤ 1,01,𝑃𝐼 < 1,0
(5.42)
5.2.7 AvaliaçãodaqualidadedoóleoisolantedoTP
AqualidadedoóleoisolantedotransformadordepotênciaétambémumbomindicadordasaúdedoTP.
AspropriedadeseléctricasequímicasdoóleopermitemidentificaradegradaçãointernadoTPeoseuestadoé
umfactorimportantequeinfluênciaodesempenhoetempodevidadoTP.[55],[76]
ComoobjectivodeavaliaraqualidadedoóleoisolantedoTP,realiza-seumconjuntodetestesdenatureza
eléctrica,químicaefísicaparadeterminaralteraçõesnaspropriedadeseléctricaseevoluçãodacontaminaçãoe
degradaçãodoóleoisolante.[55]
A realização dos ensaios para avaliar a qualidade do óleo deve ser realizada de forma periódica. Os
resultadosobtidossãoregularmenteutilizadosparadefinirprocedimentosdemanutençãopreventivacomo
64
objectivo de prevenir falhas prematuras que consequentemente podem levar à indisponibilidade ainda que
temporáriadoTP.[54],[55]
Tendo em conta o presente na norma CEI 60422 distinguem-se três tipos de ensaios quanto à sua
necessidadederealização:ensaiosderotina,ensaioscomplementareseensaiosespeciais.Osensaiosderotina
devemserrealizadoscomaperiodicidadedeumaquatroanos.Osensaioscomplementaressãorealizadoscom
o principal objectivo de complementar o diagnóstico do estado do óleo. Por fim, os ensaios especiais são
reservadosasituaçõesdeinvestigaçãoouparadefinirpatamaresdereferênciaparaaavaliação.[54]
Osensaiosderotinaincluemaavaliaçãodacoreaspectodoóleo,tensãodisruptiva,teordeáguanoóleo,
acidezdoóleo,entreoutrosparâmetros.Osensaioscomplementaresincluemaavaliaçãodealgunsaspectos
importantes como a tensão interfacial, quantificação de sedimentos e lamas e presença de partículas em
suspensãonoóleo.[54]
Tendoemcontaaimportânciadaavaliaçãodaqualidadedoóleo,procede-seàanalisecomparativadas
classificações e testes propostos em [54], [59], [77], [78] para avaliar o óleo isolante. Resultado da análise
comparativa realizada foi possível obter sensibilidade na classificação de diferentes valores para os testes
considerados.AanálisecomparativarealizadapermitiuassimformularsOleo.
AindaantesdeprocederàformulaçãodesOleoénecessáriointroduzirostestesaconsiderarnaavaliaçãoda
qualidadedoóleoisolantedoTP.Foramconsideradoscincotestesefectuadosaoóleonosentidodeavaliara
qualidadedomesmo:
1. Tensãodisruptivadoóleo–Permiteavaliaracapacidadedieléctricadoóleo;
2. Teordeáguanoóleo–Determinaaquantidadedehumidadepresentenoóleo;
3. Índicedeacidezdoóleo–Apresençadeácidosnoóleoindicaoenvelhecimentodoóleo;
4. Factor de dissipação (90°C) – Avalia a capacidade dieléctrica do óleo e a presença de
contaminantes;
5. Tensãointerfacial–Permitedetectarapresençadecontaminantespolareseprodutosresultantes
dadegradaçãodosisolantes.[54]
Osresultadosdecadaumdoscincotestesenumeradosanteriormenterespectivamentedesignadospor
𝛽V, 𝛽<, 𝛽<m, 𝛽�e𝛽®�V.Note-sequeatensãodisruptivadoóleoémedidaemkV,oteordeáguaéporsuavez
medidoemmgH2O/kg.Aacidez,ofactordedissipaçãoeatensãointerfacialsãorespectivamentemedidosem
mgKOH/g,percentagem(%)emN/m.Sejamasclassificaçõesatribuídasparacadatesterepresentadas𝛾",em
que𝑖indicaotesteemquestãoconformeenunciadopara𝛽.Segue-seaformulaçãoparaaavaliaçãodoestado
doóleo.
65
𝛽V, 𝛽<, 𝛽<m, 𝛽� ∈ ℚ (5.43)
𝛾V, 𝛾<, 𝛾<m, 𝛾� ∈ 1,2,3,4,5 (5.44)
𝛾V =
5,𝛽V > 704,60 < 𝛽V ≤ 703,50 < 𝛽V ≤ 602,40 < 𝛽V ≤ 501,𝛽V < 40
(5.45)
𝛾< =
5,𝛽< ≤ 104,10 < 𝛽< ≤ 153,15 < 𝛽< ≤ 202,20 < 𝛽< ≤ 251,𝛽< > 25
(5.46)
𝛾<m =
5,𝛽<m ≤ 0,034,0,03 < 𝛽<m ≤ 0,073,0,07 < 𝛽<m ≤ 0,12,0,1 < 𝛽<m ≤ 0,21,𝛽<m > 0,2
(5.47)
𝛾� =
5,𝛽� ≤ 0,054,0,05 < 𝛽� ≤ 0,073,0,07 < 𝛽� ≤ 0,12,0,1 < 𝛽� ≤ 0,51,𝛽� > 1,2
(5.48)
𝛾®�V =
5,𝛽®�V > 354,30 < 𝛽®�V ≤ 353,25 < 𝛽®�V ≤ 302,20 < 𝛽®�V ≤ 251,𝛽®�V < 20
(5.49)
Umavezformuladaaclassificaçãosegundoaosvaloresobtidosparacadatesterealizadoaoóleo,épossível
formularoparâmetro𝑠�Koq.DadoqueoparâmetroqueclassificaasaúdedoTPtendoemcontaaavaliaçãoda
qualidadedoóleoéumasomaponderadadecadaumadasclassificaçõesanteriormentepropostas.,torna-se
necessário considerar os pesos relativos para cada𝛾". Sejamos pesos relativos de cada𝛾" respectivamente
representadospor𝑞"(%).
𝑠�Koq ∈ 1,2,3,4,5 (5.50)
𝑠�Koq = 𝑖𝑛𝑡 𝛾"×𝑞""
(5.51)
66
5.2.8 OLTC–DGA
Em5.2.2,verificou-seaimportânciadaanálisedosgasesdissolvidosnoóleoparaumacuidadaavaliação
do estado geral do TP. É importante denotar que o óleo que circula no OLTC é diferente do presente no
transformador, destemodo, é necessário efectuar esta distinção quando se realiza a análise aoDGA coma
finalidadedeinferirasaúdedoTPatravésdoestadodoOLTC.
Assim, decidiu-se adoptar a estratégia presente em [68]. Considere-se as concentrações em ppm do
metano,acetileno,etilenoeetanorespectivamenterepresentadospor:𝛽𝑂m��,𝛽𝑂m���,𝛽𝑂m��� e𝛽𝑂m���.Sejam
asclassificaçõesatribuídasacadagásanteriormentereferidodesignadaspor𝛾",emqueidesignaogásreferido.
Segue-seaformulaçãoparaaavaliaçãodosRDGA:
𝛽𝑂m��, 𝛽𝑂m���, 𝛽𝑂m���, 𝛽𝑂m��� ∈ ℚ (5.52)
𝛾m��, 𝛾m���, 𝛾m���, 𝛾m��� ∈ 1,2,3,4 (5.53)
𝑠«��< = 𝑖𝑛𝑡 𝛾"×𝑞"
"
(5.54)
𝛾m�� =
4,𝛽𝑂m�� ≤ 303,30 < 𝛽𝑂m�� ≤ 502,50 < 𝛽𝑂m�� ≤ 1001,𝛽𝑂m�� > 100
(5.55)
𝛾m��� =
4,𝛽𝑂m��� ≤ 33,3 < 𝛽𝑂m��� ≤ 42,4 < 𝛽𝑂m��� ≤ 51,𝛽𝑂m��� > 5
(5.56)
𝛾m��� =
4,𝛽𝑂m��� ≤ 503,50 < 𝛽𝑂m��� ≤ 1002,100 < 𝛽𝑂m��� ≤ 2001,𝛽𝑂m��� > 200
(5.57)
67
𝛾m��� =
4,𝛽𝑂m��� ≤ 203,20 < 𝛽𝑂m��� ≤ 302,30 < 𝛽𝑂m��� ≤ 501,𝛽𝑂m��� > 50
(5.58)
Considere-seaindaospesosrelativosdecada𝛾"representadospor𝑞"(%):
𝑠«��< = 𝑖𝑛𝑡 𝛾"×𝑞"
"
(5.59)
5.2.9 OLTC–Acústicaevibração
No que diz respeito ao regulador de tomadas de carga, foram já mencionadas algumas técnicas de
verificaçãodoestadodestecomponentequedesempenhafunçõesimportantesnoTP.Noentanto,osmétodos
exploradospermitemverificarapenasfalhasdenaturezaeléctricaetérmica.
Assim,énecessárioconhecertécnicasquepermitemidentificarfalhasmecânicasinerentesàoperaçãodo
OLTC.NaoperaçãodoreguladoraspartesmóveispresentesnoOLTCproduzemvibraçõescaracterísticas.Os
reguladores com problemas mecânicos ou eléctricos produzem vibrações que se distinguem das que se
encontramnumOLTCconsideradosaudável.[56]
AsvibraçõesanteriormentereferidaspermitemestabelecerumsinalacústicooperacionaldoOLTC.Através
daanálisedaquantidadedesobreelevaçõespresentesnosinalacústico,oespaçamentoentreestas,aforçado
sinal,entreoutrosaspectosépossívelobterinformaçãorelevanteparaaidentificaçãodefalhas.[79]
NaFigura5.4,apresenta-seumexemplodesinalacústicooperacionaldeumreguladordecarga.Podemos
verificar a existência de sobreelevações anteriormentemencionadas bem comoos diferentesmomentos de
operaçãoassociados.Étambémpossívelmedirotempoentresobreelevaçõesqueseencontradirectamente
relacionadocomaoperaçãodoOLTC.
68
Figura5.4–SinalacústicoexemplificativorespeitanteàoperaçãodeumOLTC(retiradode[56])
Porformaarealizaraavaliaçãosegundoestatécnicaénecessárioestabelecerouterpresenteumregisto
desinalacústicocaracterísticodaoperaçãodoOLTCemcondiçõessaudáveis,paraque,possaexistircomparação
eassimidentificardiferenças.
Ainda que promissor, este método revela-se difícil de implementar, dada a existência de diversos
fabricantesetiposdeOLTC.PorconseguintecadaOLTCteráasuaprópriaassinaturaacústicasendonecessário
umestudoparticularpormodelodeOLTC.[56]
NaFigura5.4estãopresentesdoissinais,umdizrespeitoaumestadoenergéticoeoutronão-energético
aquandoasuaaquisição.Acomparaçãoentreosdiferentessinaisobtidospermitedeformadistintaexplorar
falhaseléctricasemecânicas,sendoasúltimasdemaiorinteressenestetipodetécnica.
Emsituaçõesdesinaisacústicosmaiscomplexospodeverificar-seanecessidadederecorreramecanismos
detransformaçãodeinformação,atravésdousodatransformadaFourrieroutransformadadeWavelet.[56]
5.2.10 OLTC–Potênciaactivadomotor
Umreguladordetomadasdecargaégeralmenteconstituídoporummotordebaixapotênciaqueauxilia
naoperaçãodemudançadetomada.Adetecçãodeirregularidadesnapotênciaactivaconsumidapelomotor
permite identificar a presença de falhas no sistemamecânico ligado aomotor. A análise da potência activa
consumidanoarranquedomotorpermitetambémfornecerinformaçãorelevanteacercadoestadodoOLTC.
[56]
NaFigura5.5,encontra-seumexemplodevariaçãodapotênciaactivanaoperaçãodoOLTC.Podemos
verificar o consumo de potência activa numa situação de operação do motor presente no OLTC e
consequentementeapassagemparaumasituaçãoestável.
69
Figura5.5–VariaçãodapotênciaactivaconsumidapelomotornoOLTCemcontextooperacional(retiradode[56])
Talcomoem5.2.9,estatécnicarevela-sedifícildeimplementardeformalinearumavezqueavariaçãoda
potênciaactivapelomotorpresentenoOLTCédistintaemdiferentesmodelosexistentesnomercado.Assim,
estatécnicaexigeumestudocuidadoeparticularparacadaOLTC.[56]
5.3 Indicadordeidade
Oatributorelativoàidadedoequipamentoé,namaioriadoscasos,umaspectoimportantenaavaliação
doestadodequalqueractivofísico.Existemaspectosesituaçõesnosactivos,emparticularnotransformadorde
potência,quenãosãopossíveisdeavaliar.Porvezes,existemtambémsituaçõesquesãoconvenientemente
ignoradasdevidoàsuainviabilidadedeanáliseeamostragemnoqueconcerneaavaliaçãodoestadodoactivo.
Assim,torna-senecessáriocolmatarestainsuficiênciadeinformaçãopodendorecorrer-seàanálisedaidadedo
equipamento.
Tendo em conta a motivação exposta no parágrafo anterior, procedeu-se à pesquisa em literatura
adequadacomprincipalobjectivodecompreenderainfluênciadaidadenoestadodotransformadordepotência
queconsequentementeinfluênciaoseudesempenhooperacional.Foipossívelconstataraexistênciadediversas
opiniõese abordagens relativamenteaoexpostoanteriormente.Destacam-seduasperspectivasque tomam
comovidaútildoTPaidadede30e40,sendoqueparaambasainfluênciadaidadenoestadodoactivoem
questãovariadeformalinear.[2],[55],[80],[81]
Posteriormente, procedeu-se a uma análise criteriosa das duas perspectiva verificando-se que ambas
apresentam pontos fortes e fracos, em particular, o facto de quando considerada a vida útil do TP de
aproximadamente30anosrevelar-seumaatitudedemasiadoconservadora.Paraalémdofactoanteriormente
expostoocritériode40anosencontra-seemconcordânciacomasboaspráticasinternacionais.[80],[81]
70
Assim,paraaavaliaçãodaidadedeumdadoTPéconsideradaaperspectivadevidaútildoactivode40
anoscomvariaçãolineardainfluênciadaidadenoestadodomesmo.Seguidamenteapresenta-seaformulação
doindicadordeidade,denominadopor𝑎":
𝑓 𝑖V�f = 5 −
110𝑖V�f ,0 < 𝑖V�f ≤ 40
1,𝑖V�f > 40 (5.60)
Considere-seaidadeactualdeumdadotransformadordepotênciarepresentadapor𝑖V�f .
𝑖V�f ∈ ℚ (5.61)
𝑓 𝑖V�f = 5 −
110𝑖V�f ,0 < 𝑖V�f ≤ 40
1,𝑖V�f > 40 (5.62)
𝑎" = 𝑖𝑛𝑡 𝑓(𝑖V�f ) (5.63)
5.4 Indicadordedesempenho
ParaosORT,adisponibilidadedosseusactivosfísicoséumaspectodeelevadaimportância,umavezque,
écombasenesteeemoutrosaspectosquesãoreconhecidasasboaspráticasnoassetmanagement.Oindicador
dedesempenhodotransformadordepotênciaindicaoníveldedesempenhoedefiabilidadedoTPtendoem
consideraçãoadisponibilidadequeesteapresentanosistema.
Nosentidodecompreenderadisponibilidade,torna-senecessário,emprimeirolugar,tomarconsciência
dequeaindisponibilidadeconsistenoquocienteentreototaldetempoemqueumdadoactivointerrompeo
seufuncionamentoeoseutempodevida.Aindisponibilidadepodetambémsermedidaparaoutrosintervalos
detempo:umano,cincoanos,entreoutrosperíodos.[82]
Por sua vez, a disponibilidade, tendo em consideração a definição de indisponibilidade exposta no
parágrafoanterior,ésimplesmentecalculadadaseguinteforma:
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1 − 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (5.64)
Assim,emtermosconceptuais,adisponibilidadedizrespeitoàrazãoentreotempooperacionaldoactivo
e o seu tempo de vida. Também neste caso podem ser considerados outros intervalos de tempo para a
determinaçãodadisponibilidadedeumactivofísiconosistema.Note-separaofactodesercomumapresentar
percentualmenteadisponibilidadeeindisponibilidadedeumdadoactivofísico.[82]
71
Tendoemcontaopresenteem[83]torna-sepossívelganharalgumasensibilidadenoquedizrespeitoàs
taxas de disponibilidade dos transformadores de potência que integram a RNT e consequentemente a
formulaçãodoindicadordedesempenho(𝑎p)proposto,considerandoovalordereferênciapresenteem[83].
Sejaotempooperacionaldeumdadotransformadordepotênciaeumperíododetempoconsiderado,
ambosemhoras,respectivamentedesignadospor𝑡qe𝑡~.Considere-seadisponibilidadedoTPempercentagem
representadapor𝑑.
𝑡q, 𝑡~ ∈ ℚ (5.65)
𝑑 ∈ ℚ ∶ 𝑑 ∈ 0,0; 100,0 (5.66)
𝑑 = 𝑡q𝑡~ (5.67)
Assim,define-seoindicadordedesempenho,𝑎T,daseguinteforma:
𝑎T ∈ 1,2,3,4,5 (5.68)
𝑓 𝑑 = 0,8𝑥 − 75,95,0 ≤ 𝑑 ≤ 100,01,𝑑 < 95,0 (5.69)
𝑎p = 𝑖𝑛𝑡{𝑓 𝑑 } (5.70)
5.5 Indicadoroperacional
OatributooperacionaldeumTPdizrespeitoàanálisedocontextooperacionalemqueotransformadorse
encontraeo seuhistóricodeoperação.Em termos teóricos,podemser consideradasdiversasvariáveisque
permitamtomarconhecimentodasituaçãoparticulardeumdadotransformador.Peranteapesquisarealizada
nesteâmbitocomintençãodeformularumindicadoroperacionaldoTPfoipossíveldestacaralgumasvariáveis
comoaanálisedohistóricodecargadoTP,duraçãodeperíodosdecargaintensivaeohistóricodereparações.
[68],[84]
Porformaaavaliarocontextooperacionaldeumdadotransformadordepotênciadecidiu-seprocederà
análisedohistóricodecargadoTP.Ametodologiadeavaliaçãoquesepropõedeseguidatemcomoprincípioa
classificaçãodecadaperíododetempopertencenteaohistóricodecargadoTP,i.e.,cadaperíodooperacional
seráclassificadocombasenumconjuntodecondições.Apresenta-sedeseguidaaformulaçãodestaprimeira
etapanaavaliaçãodocontextooperacionaldeumdadoTP.[84]
Considere-sequeasdiversascategoriasquepermitemclassificarumdadotempooperacionaldoTPsão
representadaspor𝑖,sendo𝑖umnúmerointeiropositivoquetomavaloresentre1e5.
72
𝑖 ∈ 1,2,3,4,5 (5.71)
Sejaassimovalordepotênciadecargamáximanumdeterminadoperíododetempoeovalordapotência
debasedeumdadoTPrespectivamenterepresentadospor𝑆µe𝑆�.Considere-setambém𝑃sendoestavariável
definidapeladivisãonuméricadasduasvariáveisanteriormentereferidas.
𝑆µ ∈ ℚ;𝑆� ∈ ℚ (5.72)
𝑃 ∈ ℚ (5.73)
𝑃 = 𝑆µ𝑆� (5.74)
𝑖 =
5,𝑃 ≤ 0.24, 0.2 < 𝑃 ≤ 0.43, 0.4 < 𝑃 ≤ 0.62, 0.6 < 𝑃 ≤ 0.81,𝑃 > 0.8
(5.75)
Para que seja possível avaliar o contexto operacional do transformador com base na classificação dos
diversosperíodosdeoperaçãodoTPénecessárioconsiderarasomadosdiversosperíodosdetempoquese
identificamsegundoascategoriasacimadefinidas.Considere-se𝑁"asomadosperíodosdetempoclassificados
segundoacategoria𝑖.
𝑁" ∈ ℕ (5.76)
Realizadaaclassificaçãodosdiversosperíodosnohistóricodecargaetendopresenteonúmerodeperíodos
queseinseremnasdiferentescategoriasprocede-seàavaliaçãodoestadodoTP.Propõe-seaavaliaçãodoTP
segundoummétodolinearqueédevidamenteformuladodeseguida.[84]
Seja 𝐿𝐹 uma variável geral de avaliação do histórico de carga que permite compreender o contexto
operacionaldotransformadordefinidapor:
𝐿𝐹 ∈ ℚ ∶ 𝐿𝐹 ∈ 0; 4,0 (5.77)
𝐿𝐹 = (𝑖 − 1)×𝑁""+·
"+,
𝑁""+·"+,
(5.78)
73
Segundo[84],umavezdefinidaavariávelgeraldeavaliaçãodohistóricodecargatorna-sepossívelformular
oindicadoroperacional.Assim,propõe-seaodaseguinteforma:
𝑎" ∈ 1, 2, 3, 4, 5 (5.79)
𝑎q =
5,𝐿𝐹 ≥ 3,64, 3,6 > 𝐿𝐹 ≥ 3,23, 3,2 > 𝐿𝐹 ≥ 2,82, 2,8 > 𝐿𝐹 ≥ 2,41, 2,4 > 𝐿𝐹 ≥ 2,0
(5.80)
75
6. PrevisãodoIndicadordoEstadodoActivo:ocasodoTransformador
dePotência
6.1 Introdução
Neste capítulo apresenta-se uma abordagem à previsão do estado de um activo físico a médio prazo
(máximo5anos),nestecasoparticular,tratamosotransformadordepotência.Paraoefeitoserãoconsiderados
aspectosimportantesreferidosnocapítulo5,umavezqueaprevisãodoestadofuturodoactivoserárealizada
tendocomoprincípiooindicadordeestadodotransformadordepotênciadefinido.
No capítulo 3 foram introduzidas algumasmetodologias deprevisãode estadodeumactivo físico.No
sentidoderealizaraprevisãodoestadofuturodoTP,aabordagemseráparcialmenterealizadacomrecursoàs
redesbayesianasdinâmicasconvenientementeintroduzidasem3.6.
Nassecçõesqueseseguemseráapresentadaemdetalheametodologiapropostaparaaprevisãodoestado
dotransformadordepotência.Introduzir-se-áumaferramentadeaprendizagemderedesbayesianasdinâmicas,
desenvolvida no âmbito do projecto final da unidade curricular de Programação Orientada a Objectos em
conjuntocomoutrosaspectosimportantesnatentativadeatingiroobjectivoanteriormenteproposto.
6.2 PrevisãodoIndicadordeEstadodoTransformadordePotência
Conformejáreferido,nasecção6.1,aprevisãodoestadodoTPserárealizadatendocomobaseoindicador
geraldeestadopropostonocapítulo5.Recorde-sequeoindicadorpropostoéconstituídoporquatroatributos
principais:
§ Indicadordesaúdedoactivo(as);
§ Indicadordeidade(ai);
§ Indicadordedesempenho(ad);
§ Indicadoroperacional(ao).
Propõe-sequecadaumdosatributosprincipaisdoindicadorgeraldeestadodotransformadordepotência
sejaestudadodeformaisoladanosentidodefacilitaracompreensãodosdiversosfactoresquecondicionama
suaevolução.Pretende-sedestemododividirumproblemagrandeempequenosproblemasparatornarpossível
oalcancederesultadosdevidamentesustentados.Assim,aprevisãodoindicadordoestadodotransformador
para o instante 𝑡, 𝐼𝐸"T¸ deverá também ser calculada conforme formulado em 5.1, neste caso com os
respectivosatributosprincipais:𝑎kT¸, 𝑎"
T¸,𝑎pT¸ e𝑎"
T¸ eosseuspesospj.
76
𝐼𝐸"
T¸ = 𝑎#T¸×𝑝#
j
#
(6.1)
6.2.1 Indicadordesaúdedoactivo-Previsão
Oindicadordesaúdedoactivo(as)éconstituídopelaanáliseresultanteaumconjuntodetestesrealizados
ao transformador de potência. A análise realizada encontra-se devidamente descrita em 5.2, deste modo,
propõe-sequesejarealizadoumestudoàevoluçãodasvariáveisdeestadoqueintegramcadaumdestestestes
tendocomobaseainformaçãoactualdoactivo.Umaveztratadaainformaçãoreferenteàevoluçãodasvariáveis
de estadode cada teste espera-se obter o valor estimadopara cada variável de estado, valor quedeve ser
respeitanteaoinstantedetempofuturonoqualpretendemosavaliaroactivo.Posteriormente,propõe-seque
sejamnovamenteaplicadososcritériosdefinidosem5.2paraquesejapossívelavaliaroestadofuturodoactivo.
AFigura6.1ilustraoraciocínioproposto.
Figura6.1–Metodologiapropostaparaprevisãodoindicadordesaúdedoactivo(as)
Relativamenteàprevisãodeevoluçãodasvariáveisdeestadopropõe-sequeestaetapasejarealizadacom
recursoàaprendizagememredesbayesianas.NoâmbitodaUCdeProgramaçãoOrientadaaObjectosfoicriada
umaferramentadeaprendizagemderedesbayesianasdinâmicasquepermiterealizaraaprendizagemderedes
e inferênciamultivariada de um instante futuro. Na secção seguinte apresenta-se a descrição detalhada da
ferramentadesenvolvida.
6.2.1.1 Descriçãodaferramentadesenvolvida
A ferramenta criada tem como principal objectivo modelar séries temporais multivariadas (STM) com
recursoàsredesbayesianasdinâmicas,quepermitemmodelarosprocessos invariantesnotempo.Parauma
compreensãoaprofundadadaferramentasugere-sealeiturade[30],[85]e[86].
77
Considere-seaseguintenotação:
§ 𝑋 = 𝑋,, … , 𝑋* representaumvectoraleatóriocompostoporvariáveisaleatórias𝑋",cadauma
contendoumdomínio𝜒" ⊂ ℝ
§ Oselementosde𝜒"sãorepresentadospor𝑥",, … , 𝑥"�¼ onde𝑟"designaonúmerodevaloresque𝑋"
podetomar.
§ Umgrafodireccional,emque𝑢designaonópaide𝑣,casoexistaumarcode𝑢para𝑣.Oconjunto
depaisdeumnó𝑋édenotadodaforma𝑝𝑎 𝑋 .
Aredebayesianaéarepresentaçãográficadadistribuiçãodeprobabilidadeconjuntasobreumconjunto
devariáveisaleatóriassendoaquidefinidapor𝐵 = 𝑋, 𝐺, 𝜃 onde:
§ 𝑋 = 𝑋,, … , 𝑋* ,representaumvectoraleatório
§ 𝐺 = 𝑋, 𝐸 ,representaumgrafodireccionalacíclico(DAG)cujosnóscorrespondemaelementos
de𝑋eosarcos(𝐸)especificamrelaçõescondicionaisentrevariáveis.
§ 𝜃 = 𝜃"#3 , representa um conjunto de parâmetros que especificam as distribuições de
probabilidadelocaisdaredeatravésde:
𝜃"#3 = 𝑃 𝑋" = 𝑥"3|𝑝𝑎 𝑋" = 𝑤"# (6.2)
com 𝑖 ∈ 1, … , 𝑛 ,𝑗 ∈ 1, … , 𝑞" e𝑘 ∈ 1, … , 𝑟" .Oconjuntodeconfiguraçõespossíveisde
𝑝𝑎 𝑋" , i.e.,oconjuntodediferentescombinaçõesdevalorqueospaisde𝑋"podemtomaré
denotadopor 𝑤",, … , 𝑤"¾¼ ,onde𝑞" = 𝑟#¿À∈µ~ ¿¼ designaonúmerodetodasaconfigurações
possíveis.
Temosqueparaumadadaredebayesiana,𝐵,adistribuiçãodeprobabilidadeconjuntasobre𝑋édefinida
por:
𝑃 𝑋,, … , 𝑋* = 𝑃 𝑋"|𝑝𝑎 𝑋"
*
"+,
. (6.3)
OproblemadeaprendizagemnasredesbayesianasperanteumconjuntodedadosDconsisteemencontrar
aredequemelhorcaracterizaD.Assim,aferramentadesenvolvidafoca-senumaabordagemdeaprendizagem
baseadaempontuação(score-based),ondeocritériodepontuação∅éconsideradoporformaaquantificara
redequemelhorseadequa.Pretende-seportantoencontrararedebayesianaquemaximiza∅ 𝐵, 𝐷 ,quevem
daseguinteforma:
∅ 𝐵, 𝐷 = ∅" 𝑝𝑎 𝑋" , 𝐷
*
"+,
(6.4)
78
emque∅"designaapontuaçãolocalquedependesomentedeumdadonó𝑋".
Ainda no contexto de redes bayesianas o processo de aprendizagem é frequentemente repartido em
aprendizagemdeestruturaseparâmetros.Oprocessodeaprendizagemdeestruturasconsistenaprocurada
estrutura de rede enquanto DAG que melhor permite representar as relações entre variáveis tendo como
principiooscore-based,principioquesupõeaavaliaçãosobaformadeatribuiçãodeumapontuaçãonestecaso
acadaestrutura.
O algoritmo utilizado na aprendizagem de estruturas, Greedy Hill-Climbing (GHC), encontra-se
detalhadamenteexplicadoem[85].Aferramentadesenvolvidautilizaumaversãooptimizadadestealgoritmo
quepermitecontornaroproblemaqueresidenoGHC,problemaessedenominadoporlocaloptimaqueconsiste
napossibilidadedeobteramelhorestruturaapenasrelativamenteàsquesãolocalmentevizinhas.
AsmelhoriasrealizadasaoGHCpossibilitamousodelistasdeestruturasvisitadasemodificaçõesaleatórias
aquandoapresençadeuma“localoptima”.Estasalteraçõespermitemnãosósolucionaroproblemadescrito,
bemcomooptimizaraprocurademelhoresestruturasumavezquenãosãovisitadasestruturasjáconhecidas.
Asegundaetapadoprocessodeaprendizagem,aaprendizagemdeparâmetrosouparameter learning,
consisteemmaximizaraverossimilhançadosparâmetrosperanteainformaçãopresente.Nestecasoespecifico
averossimilhançamáxima(ML)dosparâmetrosésimplesmenteafrequênciadasestimativasobservadas(FEO)
𝜃"#3 = 𝑃 𝑋" = 𝑥"3|𝑝𝑎 𝑋" = 𝑤"# =
𝑁"#3 + 𝑁´𝑁"# + 𝑟"×𝑁´
(6.5)
onde:
§ 𝑁"#3representamonúmerodeocorrênciasnosdadosDemqueavariável𝑋"tomaok-ésimovalor
𝑥"3easvaráveisnoconjuntodepaisde𝑋",𝑝𝑎 𝑋" ,tomamaj-ésimaconfiguração𝑤"#;
§ 𝑁"# representaonúmerodeocorrênciasnosdadosDemqueasvariáveispertencentesaoconjunto
depaisde𝑋",𝑝𝑎 𝑋" ,apresentamconfiguração𝑤"#;
§ representaototaldeocorrênciaspresentesnosdadosD;
§ 𝑁´representampseudo-contagensquepermitemevitaroatribuirprobabilidadenulaaumevento
queémuitoimprováveldeocorrer,aindaassimpossível(considerou-se𝑁´=0.5).
Noprojectodesenvolvidoforamconsideradosdoismétodosdeavaliaçãoscoringcriteria,olog-likelihood
(LL)eominimumdescriptionlenght(MDL).OLLeoMDLsãorespectivamentedefinidosdaseguinteforma:
𝐿𝐿 𝐵|𝐷 = 𝑁"#3𝑙𝑜𝑔
𝑁"#3𝑁"#
�¼
3+,
¾¼
#+,
*
"+,
(6.6)
79
𝑀𝐷𝐿 𝐵|𝐷 = 𝐿𝐿 𝐵|𝐷 −12𝑙𝑜𝑔 𝑁 𝐵 (6.7)
onde 𝐵 designaacomplexidadedarede,i.e.,onúmerodeparâmetrosemΘparaaredebayesianaBdado
por:
𝐵 = 𝑟" − 1 𝑞"
*
"+,
(6.8)
Relativamenteaosscoringcriteriaapresentados,valeapenareferirqueoLL favorecetendencialmente
redes que apresentamuma estrutura completa. Por sua vez, oMDL permite umamelhor representação de
independênciasnaredeaprendida.[85]
Atéentão,foidetalhadaaimplementaçãorealizadanoâmbitodasredesbayesianas.Noentanto,importa
tambémaprenderasrelaçõesinter-temporaisquesãodevidamenteacondicionadaspelasredesbayesianasna
suacomponentedinâmica.Considere-se:
§ 𝑋 = 𝑋,, … , 𝑋* representaumvectoraleatóriocompostoporatributosquesãoalteradospor
umdadoprocesso;
§ 𝑋 𝑡 = 𝑋, 𝑡 , … , 𝑋* 𝑡 representaumvectoraleatórioquedesignaasinstânciasdosatributos
numinstante𝑡;
§ Seja𝑋 𝑡,: 𝑡Y umconjuntodevectoresaleatóriodotipo𝑋 𝑡 para𝑡, ≤ 𝑡 ≤ 𝑡Y.Tome-seoseguinte
exemplo,
𝑋 0: 𝑇 = 𝑋 0 ∪ …∪ 𝑋 𝑇 , 𝑐𝑜𝑚𝑇 ≥ 0;
§ 𝑃 𝑋 0 , … , 𝑋 𝑇 tambémrepresentadapor𝑃 𝑋 0: 𝑇 ,designaadistribuiçãodeprobabilidade
conjuntasobreatrajectóriadeumprocessotemporalde𝑋 0 a𝑋 𝑇 .
Conforme tratado em 3.6, recorde-se aqui que as redes bayesianas dinâmicas constituem uma
representação de distribuições de probabilidade conjunta tendo presente todas as hipóteses de um dado
processo.Assimumaredebayesianadinâmicaéconstituídapor:
§ 𝐵f,umaprimeiraredequeespecificaadistribuiçãosobreosestadosiniciais𝑋 0 ;
§ umconjuntoderedesdetransição𝐵fT sobreasvariáveis𝑋 0: 𝑇 ,queespecificamasprobabilidades;
paraastransiçõesentreestadospara0 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇.
Nosentidodesimplificaracomplexidadeassociadaàsredesdinâmicasbayesianasassumiram-separao
efeitoduaspremissas. Emprimeiro lugar, consideraram-seprocessosdeMarkovdeprimeiraordem, i.e., os
valoresfuturosdependemapenasdosvalorespresentes.
𝑃 𝑋 𝑡 + 1 |𝑋 0: 𝑡 = 𝑃 𝑋 𝑡 + 1 |𝑋 𝑡 (6.9)
80
Emsegundo lugar,para simplificação considera-seahipótesedequeasprobabilidadespara transições
entreestadosnãosãodependentesde𝑡.
Porformaarealizaraaprendizagemderedesbayesianasdinâmicasrecorre-seaoalgoritmoGHCcomas
devidas alterações.A aprendizagempermiteobter a redede transição𝐵TTÅ,. Com𝐵TTÅ, presente, épossível
realizara inferência,processoquepermiteestimarovalorde𝑋" 𝑡 + 1 tendoemcontaoconhecimentodos
valoresde𝑋 𝑡 .Paratal,énecessáriocalculartodososvalorespossíveisde𝑥"3em𝑋" 𝑡 + 1 ,escolhendoaquele
queapresentamaiorprobabilidadesegundoaexpressão:
𝑃 𝑋" 𝑡 + 1 = 𝑥"3|𝑋 𝑡 = 𝑣,, … , 𝑣*
= … 𝑃 𝑋 𝑡 + 1�Æ
pÆ+,
�¼Ç¸
p¼Ç¸+,
�¼È¸
p¼È¸+,
�̧
p¸+,
= 𝑑,, … , 𝑑"X,, 𝑥"3, 𝑑"Å,, … , 𝑑* |𝑋 𝑡 = 𝑣,, … , 𝑣* .
(6.10)
6.2.1.2 Aplicaçãodaferramentadesenvolvidaparaaprevisãodoindicadordesaúdedoactivo
Conformeexplicadotorna-sepossível inferirvaloresfuturosdevariáveisdeentradatendocomobasea
aprendizagemderedesbayesianasdinâmicas.Umavezqueoprincipalobjectivonaprevisãodeestadodeum
activo,particularmenteno indicadordesaúdedoactivo,éestimarovalor futurodevariáveisdeestadoque
sustentamomesmoindicador,aferramentaanteriormentedescritavaiaoencontrodoproposto.
Considere-sequeasvariáveisaleatóriasqueconstituemovector𝑋 = 𝑋,, … , 𝑋* sãoasdiversasvariáveis
aleatóriasqueconstituemcadatesterealizadoaoTP,encontrando-seestasdevidamentedetalhadasem5.2.
Ovector𝑋éconstituídodaseguinteforma:
𝑋
= 𝑐Y𝐹𝐴𝐿, 𝛽��, 𝛽m��, 𝛽m���, 𝛽m���, 𝛽m���, 𝛽m�, 𝛽m�Y, 𝛽V�m�, 𝑝¤, 𝑇p"¤, ∆𝑅6, 𝑃𝐼, 𝛽V, 𝛽<, 𝛽<m, 𝛽�, 𝛽𝑂m��, 𝛽𝑂m���, 𝛽𝑂m���, 𝛽𝑂m��� (6.11)
Temosenquantodadosdeentrada:
𝑋, 0: 𝑇 , (6.12)
𝑋Y 0: 𝑇 , (6.13)
…
𝑋j 0: 𝑇 , (6.14)
querepresentamasdiversasamostrasdedadosdeentrada.
Definida a estrutura daMTS, encontram-se reunidas as condições para inferir o valor de𝑋 𝑇 + 1 na
ferramentadesenvolvida.Aferramentadesenvolvidarealizaaaprendizagemeinferênciaemredesbayesianas
81
dinâmicasquepermiteestimar𝑋 𝑇 + 1 .Retome-seoindicadordesaúdedoactivodefinidoem5.2,𝑋 𝑇 + 1
permitecalcularovalorde𝑎kT¸ querepresentaaprevisãodoindicadordeestadonoinstante𝑡,.
Note-sequeosinstantesdetemposãoigualmenteespaçados,i.e.,adistânciatemporalentreosinstantes
𝑡 = 0e𝑡 = 1éamesmade𝑡 = 𝑇e𝑡 = 𝑇 + 1.Assim,quandoinferimossobreoinstante𝑇 + 1inferimosna
realidadeacercadoinstantefuturoseguintenaMTS.Esteaspectopermiterealizaraprevisãoa6meses,1ano,
5anos,umavezqueo instante futuroestimadodependedoespaçamento temporalpresentenosdadosde
entrada.NaFigura6.2eFigura6.3apresenta-serespectivamenteainterfacegráficadaferramentadesenvolvida
nossistemasoperativosWindowseMACOS.NaFiguraA1doanexoAapresenta-seoUML(UnifiedModeling
Language)daferramenta.
Figura6.2–InterfacegráficadaferramentadesenvolvidaemambienteWindows
Figura6.3–InterfacegráficadaferramentadesenvolvidaemambienteMAC
82
6.2.2 Indicadordeidade–Previsão
Nasecção5.3descreve-seoindicadordeidadedoactivo 𝑎" quetemcomoúnicoparâmetrodeavaliação
aidadedoactivofísicoaestudar.Noqueconcerneàprevisãodoestadodoactivofísico,particularmenteno
indicadordeidade,oparâmetroidadeébemdeterminadoumavezque,segundoaprevisãoarealizar,aidade
domesmonoinstantefuturoésimplesmentedadapelasomaentreidadedoactivoaquandoarealizaçãoda
avaliaçãodeestadoactualdoactivoetempoarealizaraprevisão,i.e.,6meses,1ano,5anos,entreoutros.
Considere-se assim 𝑖V�T¸ , 𝑖V�f e 𝑡, em anos, que designam respectivamente a idade do activo à data de
previsão,aidadedoactivoactualeotempoarealizaraprevisão.Temososeguinte:
𝑖V�T¸ = 𝑖V�f + 𝑡 (6.15)
Determinadootempoarealizaraprevisãoeobtido𝑖V�T¸ ,restasimplesmenteaplicaropresenteem5.3por
formaadeterminar𝑎"T¸.
6.2.3 Indicadordedesempenho-Previsão
Oindicadordedesempenhodotransformadordepotênciafoidetalhadamentepropostonasecção5.4.
EsteindicadortomacomoprincipalatributoadisponibilidadedoTPnumdadoperíododetempoconsiderado,
aplicandoumaclassificaçãoàvariáveldisponibilidadedoTP tendoemcontao valorde referênciapara taxa
combinadadedisponibilidadedosactivosfísicosem[83].
Combasenapremissadequeométodogeralpropostotemcomoprincipalobjectivoplanearacçõesde
manutençãoeinvestimentoamédioprazo(máximode5anos)assume-seassimqueaavaliaçãorealizadaao
desempenhodoactivonoinstanteactualdeverámanter-seconstanteaolongodoperíodoarealizaraprevisão.
Nessesentidotemosque:
𝑎pT¸ = 𝑎p, (6.16)
emque𝑎pT¸ e𝑎prepresentamrespectivamenteaprevisãodoindicadordedesempenhoeoindicadorde
desempenhonoinstanteactual.
6.2.4 Indicadoroperacional-Previsão
O indicador operacional desenvolvido em 5.5 é intrinsecamente fundamentado no valor relativo da
potência máxima de carga num dado período de tempo considerado face à potência base de um dado
transformadordepotência,variávelem5.5denominada𝑃.
83
A potência máxima de transformação registada num dado TP para um dado período de tempo é
dependentedacargaàsaídadeste.Algunsdosfactoresqueinfluenciamavariaçãodaponta,sãoaconjectura
económica,avariaçãodoconsumoenergético,aevoluçãotecnológica,entreoutros.
A nível do indicador operacional proposto, o investimento na rede de transporte influência também a
variação deste indicador dado que alterações estruturais na rede potenciam o aumento ou decréscimo da
potênciamáximaregistadaportransformadordepotência.
Tendopresenteaprevisãodataxadevariaçãoanualdapotênciasíncronaeassumindoquetalvariação
reflecte-seuniformementeportransformadordepotênciaanalisadosegundooindicadorproposto,propõe-se
deseguidaométodoparaprevisãodomesmoindicadortendopresenteaformulaçãoem5.5.
Considere-seataxadevariaçãoanualdapontasíncronarepresentadapor𝑡𝑐�.Porformaaestimar𝑎qT¸
propõe-seaseguintealteraçãoaométodoproposto:
𝑃 =
𝑆µ𝑆�,𝑡 ≤ 𝑡~�T}~K
𝑆µ6~�,~�T× 1 + 𝑡𝑐� TXTÉÊËÌÉÍ
𝑆�,𝑡 > 𝑡~�T}~K
, (6.17)
emque𝑡,𝑡~�T}~Ke𝑆µ6~�,~�Tdesignamrespectivamenteoinstantedetempoconsideradoeoinstantede
tempoactualeapotênciamáximaregistadanointervaloquecompreendeoinstanteactual.
Note-sequeperanteaformulaçãoefectuadaconsideram-seinstantestemporaisemanos.Noentanto,o
métodoéaplicávelaoutrasbasesdetempo,devendoataxadevariaçãodapontasíncronaseralteradaparaa
respectivabasetemporal.
Umavezcalculado𝑃paraosdiferentesperíodosdetempo,estescategorizam-sesegundo:
𝑖 =
5,𝑃 ≤ 0.24, 0.2 < 𝑃 ≤ 0.43, 0.4 < 𝑃 ≤ 0.62, 0.6 < 𝑃 ≤ 0.81,𝑃 > 0.8
. (6.18)
Posteriormentedáseocalculodo𝐿𝐹talcomoem5.5.Porfim,aplica-se:
𝑎fT¸ =
5,𝐿𝐹 ≥ 3,64, 3,6 > 𝐿𝐹 ≥ 3,23, 3,2 > 𝐿𝐹 ≥ 2,82, 2,8 > 𝐿𝐹 ≥ 2,41, 2,4 > 𝐿𝐹 ≥ 2,0
. (6.19)
85
7. Conclusõesetrabalhofuturo
Oobjectivodapresentedissertaçãoeradesenvolverumametodologiademanutençãobaseadanoestado
quepossibilitasseaoptimizaçãodociclodevidadeumactivofísicoque integreumaRededeTransportede
EnergiaEléctrica.Esteobjectivofoiatingidoatravésdapropostadeumindicadordeestadodotransformador
de potência, activo físico fundamental numa redede transporte.No capítulo 1, encontram-se estabelecidas
orientaçõesrelativamenteaoutrosaspectosquecomplementamoobjectivodapresentedissertação.
Nocapítulo2apresentou-seumarevisãodaspolíticasdegestãodeactivosfísicos,comprincipalfoconas
políticasdemanutenção.Aintroduçãodepolíticasdemanutençãodenaturezareactivaepreventivapermitiu
estabelecerumpontodepartidaquepossibilitouacompreensãodasvantagensedesvantagensassociadasa
cadatipodepolíticademanutençãoabordados.
Posteriormente,nocapítulo3foramrevistasmetodologiasutilizadasnaavaliaçãoeprevisãodoestadode
umactivofísico,tendosidoapresentadosexemplosdeaplicaçãodasmesmasemsituaçõesqueconcernemo
assuntodapresentedissertação.
Emrespostaaumaresearchquestion,realizou-seumabrevecaracterizaçãodosactivosfísicosqueintegram
a Rede Nacional de Transporte. Este estudo permitiu aprofundar os conhecimentos em matéria de
transformadoresdepotência,disjuntores, linhasdemuitoaltatensão,entreoutrosactivosfundamentaisem
qualquerrededetransportedeenergiaeléctrica.Desteestudoresultoutambémaescolhadotransformadorde
potênciaenquantoactivofísicoadesenvolverametodologiademanutençãobaseadanoestado.
Reunidasas condiçõesnecessárias àpropostadeumametodologiademanutenção, foidesenvolvidoo
indicador de estado do transformador de potência que teve como base um estudo intensivo das diversas
práticas,propostasexistenteseparecerdeespecialistasnaáreaemquatroatributosprincipais:
§ Indicador de saúde do activo – representa uma medida aproximada da condição interna e
individualdoactivofísicoobtidaatravésdaanálisedeumconjuntode inspecçõeseensaiosao
transformadordepotência;
§ Indicadordeidadedoactivo–consistenaavaliaçãodaidadedotransformadordepotência;
§ Indicadordedesempenho–consistenaanáliseeavaliaçãodadisponibilidadedotransformador
depotência,umimportanteparâmetroparaosváriosORTetambémrelevanteparaaentidade
reguladoradosectorenergéticoanívelnacional;
§ Indicadoroperacional–consistenaanálisedocontextooperacionalemqueotransformadorde
potênciaseencontratendopresenteoseuhistóricodeoperação.
86
Paraalémdoindicadordeestado,otrabalhorealizadonapresentedissertaçãoincluiaprevisãodeestado
do activo amédio prazo que permite estimar alterações comportamentais no estado do transformador de
potência,aspectoqueserevelaimportantenumaperspectivadeplaneamentodeacçõesdemanutenção.
Aprevisãodeestadodoactivotevecomoprincípioosatributosestabelecidosnoindicadordeestado,sendo
que, em particular, no sentido de prever a evolução da saúde do activo recorreu-se uma ferramenta de
aprendizagemdeRedesBayesianasDinâmicasdesenvolvidanoâmbitodaunidadecurriculardeProgramação
OrientadaaObjectos.
Os resultados do trabalho desenvolvido no âmbito da presente dissertação servem de inspiração para
outrosestudos.Portanto,sugere-seumconjuntodedesenvolvimentos futurosquepodemseradicionadosa
estetrabalho:
§ Aplicarametodologiademanutençãopropostaaumcasodeestudoprático.
§ Desenvolver indicadores de risco que considerem a criticidade das instalações/activos, em
complementoàanálisedoestado.
§ Desenvolvermetodologias demanutenção baseadas no estado para outros activos físicos que
integramaRedeNacionaldeTransporte(emespecial,disjuntoreselinhasdemuitoaltatensão).
87
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