13
UNIVERSIDADE DE ÉVORA METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PROJECTO Ano Académico: 2007/08 Semestre Par Proposta final do projecto de trabalho de pesquisa Nome: Nuno Potes Cordovil Área: Contabilidade e Gestão Número: m 15907 Turma: B Data de entrega: 28 de Junho de 2008 E-mail: [email protected] Telefone: 266739690 / 966286682

Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresenta um projecto de tese no ambito da Responsabilidade Social em PME

Citation preview

Page 1: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PROJECTO

Ano Académico: 2007/08 Semestre Par

Proposta final do projecto de trabalho de pesquisa

Nome: Nuno Potes Cordovil Área: Contabilidade e Gestão

Número: m 15907 Turma: B

Data de entrega: 28 de Junho de 2008 E-mail: [email protected]

Telefone: 266739690 / 966286682

Page 2: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

2

1. Introdução 3 1.1. Enquadramento Geral 3 1.2. Problema de Estudo 4 1.3. Objectivos 4 2. Revisão da Literatura 5 3. Metodologia 8 3.1. Fundamentação Teórica 8 3.2. Abordagem 9 4. Processo de recolha de dados 10 5. Conclusão 11 6. Bibliografia 11 7. Glossário 13 8. Anexos 13

Resumo: O presente trabalho responde à proposta final do projecto de trabalho de

pesquisa da cadeira de Metodologia de Elaboração do Projecto do Mestrado em Gestão

da Universidade de Évora. Nele se propõe implementar no Alentejo, um inquérito

utilizado no Brasil pela Ethos- Sebrae para medir a consciencialização das PME ao

problema da Responsabilidade Social das Organizações. Fazendo a análise dos

resultados a obter desenvolver-se-à a estratégia de incentivação e fomento junto das

entidades interessadas.

Palavras-chave: RSO/RSER; sustentabilidade; benchmarking; auto-formação

Page 3: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

3

1. Introdução

1.1. Enquadramento Geral

“Defendo que o maior e mais sensato gestor não deverá almejar a maximização dos

lucros, antes sim, a ‘optimização’ dos mesmos” (Bigio, Joseph, 2002).

Verifica-se que vão aparecendo cada vez mais empresas a apresentar relatórios de

sustentabilidade, seja como complemento dos relatórios anuais de cariz financeiro, seja

como anexo aos mesmos, ou ainda apresentados independentemente daqueles e até com

periodicidade diferente.

É principalmente nas grandes empresas multinacionais que este fenómeno mais toma

forma, um pouco como moda ou corrente de pensamento, e dando ainda os primeiros

passos no caminho de uma formatação homogénea tanto na qualidade quanto na

quantidade de informação divulgada pelas administrações.

Poderá até acontecer que algumas destas entidades o façam de uma forma pretensiosa,

algo como marketing social, que ‘fica bem’. Outras, por ventura são pressionadas pelas

valorizações bolsistas, pois um dos indicadores com elevado peso nas ponderações de

cotação é a classificação da entidade pelas várias normas segundo as quais há que

divulgar se estão a ser praticados diversos pontos considerados em grelhas de

comparação.

A normalização mais difundida a nível internacional é a GRI – Global Report Initiative.

Apresenta três classificações conforme o grau de aplicabilidade e ainda uma outra

classificação relativa à certificação por uma terceira entidade quanto à aplicação das

referidas normas.

Tanto a tarefa de demonstração, por parte da empresa relatora, como a de conferência,

por parte da certificadora, são em todo o caso trabalhos que parecem ser bastante

dispendiosos pela exigência do serviço de pessoal altamente especializado.

Suscita-se assim a interrogação se apenas as grandes empresas multinacionais deverão

ponderar o caminho que estão a seguir nesta nova área de gestão e que tem a ver com o

desempenho a nível económico, social e ambiental. Parece que não!

Todos não serão de mais para tentar modificar o desequilíbrio que aparece entre países

ricos, do Norte ou pobres, do Sul;

Todos estão chamados a compreender que as empresas já não são entidades estanques

aos interesses externos aos seus proprietários e que mesmo dentro dos accionistas há

uma diferença abismal entre os capitais sociais de hoje em dia, com milhões de acções

Page 4: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

4

espalhadas por pessoas que nunca se verão, das velhas empresas familiares em que os

sócios eram os administradores e não se vislumbravam divergências de interesses entre

eles;

Nesta aldeia global, um problema na gestão de uma empresa pode ter repercussões

terríveis nos accionistas mas também nos seus trabalhadores, nas empresas a montante

ou mesmo a jusante, nos vizinhos que suportarão externalidades, sejam negativas ou

mesmo positivas, daí provenientes, etc.

É pois necessário implementar a nível mais generalizado esta problemática que começa

a ser objecto de preocupação por alguns extractos da população mundial atentos aos

sinais dos tempos: as intempéries incontroladas, os fluxos migratórios humanos, o fosso

entre aqueles cada vez mais ricos com a pobreza generalizada que se vê, não apenas a

nível internacional mas também entre regiões ou mesmo entre bairros da mesma cidade.

1.2. Problema de Estudo

A curto prazo pretende-se aplicar no Alentejo uma bateria de questões idealizadas pelo

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e pelo Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) “Indicadores Ethos-Sebrae de

Responsabilidade Empresarial Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas

2007” de modo a poder utilizar os resultados da amostra como plataforma sustentadora

de hipóteses a tratar numa segunda fase de trabalho .

Em seguida, compreendendo as necessidades dos gestores de pequenas e médias

empresas em se formarem nesta área, aplicar uma acção de formação de maneira

inovadora por ser pro-activa, isto é, sem formador mas apenas com um coordenador de

formação pois os próprios utentes encontrarão o seu caminho em conjunto.

A adaptação às empresas associadas nesta acção, de forma faseada, da metodologia

GRI, e a continuação de aplicação da bateria de testes Ethos- Sebrae a novas empresas

em Portugal para comparabilidade regional e temporal são outros pontos a acrescentar

ao objectivo principal.

1.3. Objectivos

- ajudar pequenas entidades a sensibilizar-se para a sustentabilidade;

- inquirir, através da adaptação do inquérito da Ethos-Sebrae o posicionamento de

empresas alentejanas;

Page 5: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

5

- comparar os resultados com os estudos no Brasil ( e, se possível, com os estudos

KPMG1) ;

- formar parceiros sociais nas empresas associadas nesta acção.

2. Revisão da Literatura

“Não parece haver dúvida que os clientes, os poderes públicos, os investidores, as

entidades ambientais, e a sociedade em geral projectam hoje sobre a vida das

organizações um enlenco vasto de desafios e requisitos que recomendam velada

atenção às RSE” (Moreira et. al, 2003, p.100) .

recorda que o debate a nível europeu acerca desta questão, começou em Lisboa, na época da cimeira europeia de Lisboa, em Março de 2000. Houve um apelo lançado pelos Chefes de Estado e de Governo acerca da RS das empresas, e este foi, a nível europeu, um ponto de viragem. A Agenda de Lisboa vai neste sentido de alertar, de chamar a atenção dos responsáveis, seja a que nível for, como recorda Dominique Be, um alto responsável pelos Assuntos Socais da União Europeia, ao discursar no Seminário RSO, promovido pelo IDICT em Junho de 2003. Mas não é possível ficar de braços cruzados à espera que algo se modifique se cada um não se questionar sobre o tipo de colaboração possível. Já o Protocolo de Quioto e Conferências como Toronto, Rio de Janeiro, Copenhaga e outras grandes reuniões sobre esta temática chamaram a atenção de governantes para a necessidade da Responsabilidade Social, seja de entidades públicas ou privadas. Entidades em todo o mundo começam a despertar para a problemática como o ISEA –

Institute of Social and Ethical Accountability”, de Londres , o CEPAA – Council for

Economic Priorities Accreditation Agency ( Órgão de Credenciamento do Conselho de

Prioridades Económicas), o CERES (Coalition for Environmentally Responsible

Economies) em associação com o UNEP (United Nations Environment Programme),

que criam normas para generalizar este empenho. A International Organization for

Standardization está a desenvolver a ISO26000, como norma a utilizar na

implementação da responsabilidade social por parte das organizações, prevendo tê-la

completamente testada e pronta a aplicar em 20102.

1 Terá algum interesse comparar os resultados ora propostos em que a população é essencialmente a

PME, no Alentejo, com os resultados da KPMG essencialmente baseados em grandes empresas

multinacionais. Será interessante ver a diferença de dificuldades apontadas por uns e por outros.

2 “ISO has chosen SIS, Swedish Standards Institute and ABNT, Brazilian Association of Technical

Standards to provide the joint leadership of the ISO Working Group on Social Responsibility (WG SR).

The WG SR has been given the task of drafting an International Standard for social responsibility that will

be published in 2010 as ISO 26000.” http://www.sis.se/ e http://www.abtn.org.br/

Page 6: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

6

“A sustentabilidade passa assim pela implementação empresarial de uma nova maneira

de gerir empresas. Uma empresa sustentável assentará em três pilares: ambiente,

social e económico. Estas três áreas terão de agir interactivamente, e o

desenvolvimento económico sustentável da empresa ocorrerá na intercepção dos

interesses de cada um dos pilares.”( Ramos, 2006 ).

No trabalho efectuado para Gestão Ética e Responsabilidade Social Organizacional,

Piteira e Cordovil (2008) levantaram igualmente este problema comparando realidades

distintas de empresas dos novos países da União Europeia e do Alentejo baseados

fundamentalmente em duas autoras com trabalhos neste campo, Petia Koleva (2005) e

Florbela Nunes (2005).

Foram igualmente consultados várias páginas digitais como Ethos, no Brasil:

“Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas Passo a Passo”,

Delloite, em Portugal: “O Desafio do Desenvolvimento Sustentável nas Empresas

Portuguesas”, estudo segundo metodologia internacional de inquéritos, KPMG em todo

o mundo, mas através de uma página portuguesa. Também foi consultada a página do

IAPMEI que efectuou há bem pouco tempo um seminário no final da 2ª fase do projecto

“Ser PME Responsável”, enquadrado na iniciativa comunitária EQUAL. “Adaptado do

questionário de sensibilização "Empresas Responsáveis", desenvolvido pela Campanha

Pan Europeia de sensibilização para a responsabilidade social das empresas, iniciativa

da Direcção Geral da Empresa da Comissão Europeia” tem um pequeno inquérito de

pré-diagnóstico.

Do Seminário promovido em Junho de 2003 pelo IDICT podemos retirar algumas afirmações que mostram a actualidade desta preocupação:

“Há empresas que não têm ainda a percepção do interesse da adopção destas práticas. Daí que o que queiramos fazer seja «vender» a RS às empresas, como um instrumento de gestão e não pedir-lhes filantropia ou caridade pública. Ajudar a que vejam na RS um instrumento de boa gestão, que permite tratar as novas questões com que as empresas se deparam hoje em dia”( Dominique Be ); “A RS das organizações constitui uma enorme oportunidade para as empresas, porque altera o patamar competitivo, permite aos ganhadores aumentarem a vantagem, permite aos perdedores voltarem a entrar em jogo, porque constitui uma ferramenta de soft management e, hoje, as empresas com sucesso, são pilotadas com estas ferramentas” (José Carlos Zorrinho ). “E quando se pergunta por que é que, apesar de tudo, algumas organizações não adoptam esta postura, as respostas que encontramos no Relatório da Comissão Europeia sobre as Pequenas e Médias Empresas e a responsabilidade social e ambiental, (Observatório das PME europeias, 2002, nº 4), são estas: falta de

Page 7: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

7

sensibilidade ou desconhecimento da problemática, escassez de recursos (quer tempo,

quer dinheiro) e ausência de ligação com as actividades da empresa.” (José Neves (Professor do ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa)

Arménio Rego, José Manuel Moreira e Cláudia Sarrico, professores na Universidade de

Aveiro escreveram em 2003 um livro intitulado “Gestão Ética e Responsabilidade

Social das Empresas” que aborda a problemática da responsabilidade social com um

estudo envolvendo as melhores empresas para se trabalhar em Portugal, cotejando

trabalho semelhante efectuado em Espanha pela Forética – Foro para la Evaluación de

la Gestion Ética. Neste livro levantam-se algumas questões interessantes a que iremos

tentar dar resposta no presente estudo como “parece ser necessário que estudos

posteriores permitam:

• Atender às particularidades de cada empresa, designadamente no que concerne

às relações com países de cultura e práticas económicas e empresariais sui

generis;

• Compreender as especificidades das empresas instaladas em solo português que,

cada vez mais significativamente, empregam mão-de-obra culturalmente

diversificada;

• Atentar na especificidade das empresas de pequena e média dimensão e

compreender, por exemplo, que os mecanismos de certificação ambiental podem

ser para elas especialmente dispendiosos. Daí resulta a necessidade de edificar

quadros de actuação pública mais condizentes com tais especificidades.”

Taiane Campos, professora no Intituto de Ciências Gerenciais da PUC Minas e Suzana

Rodrigues, professora em Administração no Cepead/UFMG e Birmingham Business

School, fazem um breve estudo onde se relata o estado da arte da Responsabilidade

Social, no seu artigo “Performance social corporativa e performance económica:

algumas contribuições para o debate”, publicado na revista Economia e Gestão, em Belo

Horizonte. Baseiam a sua tese em “dois conjuntos de teorias, a saber: Teoria da

Estratégia Competitiva, proposta por Barney (1991) e a Teoria dos Custos de

Transacção (Willamson, 1975,1985) . Relatam que Cannon (1994) constatou que “a

indiferença é a resposta dominante especialmente entre as pequenas e médias

empresas”, discutindo assim “as contribuições e limitações de debate acerca da

responsabilidade social e os impactos sobre o desempenho económico-financeiro das

organizações, desenvolvidos ao longo dos anos 80 e 90”.

Page 8: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

8

Igualmente interessante foi o artigo lido de Archie B. Carroll, da Universidade da

Geórgia, “Corporate Social Responsability: Evolution of a Definitional Construct” , por

dar um historial, desde 1950 até 1990, da evolução conceptual da responsabilidade

social corporativa, num contexto teórico da gestão ética.

Ir-se-á, pois, no presente estudo constatar se há indiferença entre as pequenas e médias

empresas dos problemas de RSO, ou, se o que se constata é apenas desconhecimento do

modo de abordagem viável.

3. Metodologia

3.1. Fundamentação Teórica

A Responsabilidade Social Organizacional – RSO irá ser ‘medida’ através de um

inquérito que existe e está testado no Brasil. Partindo do principio que não se pretende

descobrir nada de novo mas apenas constatar da possibilidade de os pequenos

empresários se interessarem, no Alentejo, por esta problemática, da mesma forma como

se começaram a interessar no Brasil quando foram confrontados com a dinâmica

transmitida pelo inquérito, poderemos dizer que a fase de observação pode ser

ultrapassada com a associação ao projecto Ethos- Sebrae.

Foi convidado para orientar a dissertação o Professor José Roberto, com estudos

efectuados na área da Ética empresarial, que para tal se disponibilizou .

Desenvolver-se-á o método hipotético-dedutivo com base na conjectura de que os

resultados serão semelhantes aos apurados na realidade brasileira para as PME, tentando

corroborar esses resultados.

O paradigma de que se parte é que há um certo desinteresse por parte dos pequenos

empresários em se debruçarem sobre a problemática da RSO, mas que esse desinteresse

desaparece quando se lhes explica as vantagens económicas, sociais e ambientais.

Define-se esta pesquisa como:

Aplicada – através do questionário;

Descritiva – com as actas das reuniões dos grupos;

De Campo – recolhendo os dados onde são produzidos, na entidade, e por levantamento

por utilizar o inquérito.

A pesquisa bibliográfica será continua ao longo de todo o processo para acompanhar a

evolução do estado da arte, principalmente a nível do processamento da Ethos no Brasil

e da ISO26000.

A abordagem será quantitativa, estatística;

Page 9: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

9

A fonte de recolha é directa;

A técnica de recolha é o inquérito com amostragem aleatória simples.

3.2. Abordagem

O trabalho que se pretende construir tem várias fases:

1- Levantamento do problema, amadurecimento da ideia, percepção do que está feito

nesta área, e que se está a efectuar, entre Abril e Junho deste ano. Serão seleccionadas

as questões base da pesquisa, baseadas na RSERe na consciencialização das populações

alvo para o problema; Serão delineadas as hipóteses de partida, que tudo leva a crer

passarão pela comparação entre as realidades portuguesa e brasileira nesta área; quanto

à definição dos objectivos propõem-se os acima enunciados esperando que conforme os

resultados dos inquéritos assim se desenvolva a formação de sensibilização; Com os

actuais guiões de trabalho em Metodologia espera-se obter um suporte base válido para

iniciar verdadeiramente o estudo da dissertação, redigindo um relatório a ser entregue

ao professor orientador em Setembro 2008.

2- Selecção da técnica documental, basicamente apoiada na metodologia levada há

vários anos pela Ethos; adaptação do inquérito. No Brasil este inquérito é respondido ao

longo de um período de tempo, em grupo dentro de cada entidade associada,

envolvendo a administração, trabalhadores, sócios e outros parceiros sociais. Uma vez

que não existe aqui a experiência brasileira, considera-se a hipótese de, pelo menos num

primeiro grupo de teste, acompanhar a resposta ao questionário, sendo portanto uma

investigação/ observação participante. A questão coloca-se em ser-se mero observador

ou integrar a feitura ou resposta a cada uma das 30 questões em que se divide o

inquérito. A inexperiência nesta área exigirá por ventura mais ponderação na primeira

fase. Dizendo por outra palavras, será preferível obter as respostas à totalidade do

inquérito e após isso dar a formação em role- playing, ou, pelo contrário, ir dando a

formação e ir obtendo as respostas?

3- Definição da População e da amostra incidente: Pretende-se obter junto da

Associação Comercial de Évora, da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de

Mercadorias– Alentejo, da Associação de Agricultores e de outros organismos

sectoriais, listas de PME com sede no distrito de Évora e com mais de 5 trabalhadores.

Prevê-se enviar uma mensagem circular – se possível por meios informáticos,

solicitando uma entrevista pessoal para apresentação do projecto. Das respostas obtidas

Page 10: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

10

positivamente criar-se-á uma amostra que deverá ir até às 60 entidades3, sendo que

numa primeira fase será formada pelos primeiros seis interessados. Interessa, para

questão da formação, que o número de entidades a integrar em cada grupo ande entre as

quatro e as seis (para cada entidade é necessário juntar um responsável, um trabalhador

e um parceiro externo da referida entidade, pelo menos, o que provoca que cada grupo

reúna entre 12 e 18 pessoas, a partir do que começa a ser difícil de gerir o trabalho de

grupo).

O questionário formado por 30 questões abertas e várias questões fechadas, ligadas a

cada uma das abertas, será entregue a cada entidade. Pretende-se que o questionário não

seja preenchido de uma só vez para dar tempo de amadurecimento das respostas, dadas

em grupo (empresário+ trabalhador+ parceiro social). À medida que o questionário se

vai desenvolvendo fomenta-se a parceria inter-entidades, com quatro encontros / visitas

em que se desenvolve a formação ( cada entidade deve mostrar-se aos parceiros).

A recolha dos dados será feita pessoalmente pelo investigador junto do responsável da

entidade, prevendo-se utilizar uma das seguintes estratégias: ou directa e

individualmente, ou nos encontros das várias entidades.

4- Processo de recolha de dados

Tratamento dos dados: elaborando quadros estatísticos para leitura quantitativa dos

resultados e posterior interpretação. Este processo está facilitado pois a Ethos utiliza um

software especial onde são introduzidos os dados, saindo logo uma listagem com

arrumações facilitadoras da análise. Far-se-á a análise da situação portuguesa, a

respectiva comparação com a brasileira, através do mesmo software e com a realidade

portuguesa estudada por outras entidades ;

Validação- Analisando as respostas obtidas e a congruência entre elas, tirar-se-ão as

conclusões .

À partida prevê-se uma baixa consciencialização pelos problemas que irão ser

apresentados o que deverá modificar com a referida formação.

33

Este número estará dependente da homogeneidade das entidades que se disponibilizem e dos

sectores de actividade a que pertençam.

Page 11: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

11

5- Conclusão

Parece chegado ao fim o cumprimento do segundo guião de Metodologia de Elaboração

do Projecto.

Ao longo dos trabalhos efectuados verificou-se a consistência entre a análise da “Dupla

Hélice” e o raciocínio necessário para levar por diante um trabalho científico.

Apreendidas três noções:

1ª- é mais importante o método do que a inteligência;

2ª- não há trabalhos individuais mas de equipes;

3ª- deve-se sempre ir aprendendo com os erros, sejam próprios ou alheios.

Uma 4ª noção fecha a conclusão: é a de que um trabalho científico não cai do céu. É

faseado no tempo. O trabalho de dissertação que o autor se propõe efectuar no próximo

ano, tem muitos cientistas por detrás que já estudaram o assunto sob várias perspectivas

ao longo dos anos, como está expresso na revisão da literatura. Mas tem também os dois

guiões de “Metodologia” que ajudaram a ancorar as ideias necessárias.

Grato.

6- Bibliografia BIGIO, Joseph, 2002, “Capital de Responsabilidade Social – mitigar a globalização”, UAL –Lisboa CAMPOS, Taiane e RODRIGUES, Suzana, 2003, ”Performance social corporative e performance económica: algumas contribuições para o debate”, Economia & Gestão,Belo Horizonte, v. 2e 3, nº4 e 5, p. 27- 43, Dez2002/Jul2003 CARROLL, Archie, 1999, “Corporate Social Responsability: Evolution of a Definitional Construct”, Business & Society, vol 38, n.3, 268-295 Educadores por la Sostenibilidad , jornal : http://www.oei.es/decada/boletin025.htm GAGO, C.; Cardoso, E.; Campos, J.; Vicente, L.; Santos, M. – “Responsabilidade Social das Empresas Portuguesas – 25 Casos de Referência”, Companhia das Cores, 2005 Global Reporting Initiative, Directrizes para Relatório de Sustentabilidade, 2006, www.globalreporting.org Indicadores Ethos-Sebrae, www.ethos.org.br e www.sebrae.com.br http://www.uniethos.org.br/_Uniethos/Documents/IndicadoresEtho-Sebrae2007-PORTUGUES.pdf KOLEVA, Petia “La responsabilité sociale des entreprises dans les pays européens en transition : Réalité et limites ‘’ , La Revue des Sciences de Gestion, Direction et Gestion, nº 211-212 –RSE- (Maio 2005)

Page 12: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

12

KPMG, 2000, “Business Ethics Survey Report‘’, Toronto www.apcer.pt/index.php?cat=62&item=138&hrq=...cd03ac71a10b3967 MOREIRA, José; REGO, Arménio; SARRICO, Cláudia – “Gestão Ética e Responsabilidade Social das Empresas: Um estudo da situação portuguesa”, Principia, 2003 NUNES Florbela – “Responsabilidade social das empresas – contributos para a construção de uma ferramenta de gestão”, Economia e Sociologia, n.º 79 , 2005 PITEIRA, António e CORDOVIL, Nuno ,2008 “Análise comparativa de dois artigos científicos”, não publicado RAMOS, André, 2006, “Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, Revista da Qualidade da Ibertype, edição nº 15, Nov/Dez 2006 REGO, A.; MOREIRA, JM; SARRICO, Cláudia, 2003 “Gestão Ética e Responsabilidade Social das Empresas – Um Estudo da Situação Portuguesa”, Principia, Cascais. Seminário “A Responsabilidade Social das Organizações”, Lisboa, 16 e 17 de Junho de 2003, www.ishst.pt/downloads/content/Sintese_final_Seminario_RSO_2.pdf

Page 13: Metodologia do Projecto de Responsabilidade Social

O Debute da Responsabilidade Social das Pequenas e Médias Empresas

13

7- Glossário CEPAA – Council for Economic Priorities Accreditation Agency ( Órgão de Credenciamento do Conselho de Prioridades Económicas) CERES (Coalition for Environmentally Responsible Economies) EQUAL - iniciativa comunitária de Desenvolvimento Ethos de Empresas e Responsabilidade Social GRI – Global Report Initiative ISA - International Organization for Standardization ISEA – Institute of Social and Ethical Accountability”, de Londres RSE/RSO – Responsabilidade Social da empresa ou da organização; Sebrae- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas UNEP - United Nations Environment Programme 8- Anexos O Cronograma, em grelha cedida pelo Professor José Roberto, está em Excel pelo que é um documento anexo. Está feito um pouco empiricamente por desconhecimento do tempo necessário a cada etapa. Será uma das primeiras acções a desenvolver com o docente, ainda em Julho, se possível. Neste cronograma pretende-se preparar o inquérito até Dezembro e efectuar o trabalho de campo até Fevereiro para terminar a análise em Abril e preparar a entrega final para Maio. Também não existe muita prática na conjectura dos custos inerentes a um trabalho desta envergadura, nem tão pouco de possíveis fontes de financiamento. Despesas: ( em Euros) Impressão dos inquéritos 100 exemplares 100 Circularização e distribuição 500 exemplares 500 Comunicações telefónicas 10 meses 500 Deslocações terrestres 10 meses 500 Possível deslocação ao Brasil 800 Trabalho de secretariado 4 meses * 200 800 Divulgação dos resultados 300 Despesas de representação 500

Soma 4.000

Receitas: Deus providenciará . Há bolsas de estudo para jovens, mas para seniores… Ir-se-á contactar alguma das Fundações com sede em Évora. –