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Ingeniería Industrial. Actualidad y Nuevas Tendencias Año 10, Vol. V, N° 18 ISSN: 1856-8327 Bortolosso et al., Métodos de auditoria de sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho, p. 45-58 45 Métodos de auditoria de sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho: uma revisão sistemática da literatura Auditing methods of occupational health and safety management systems: a systematic review of the literature Heleia Bortolosso; Simone Lorenzi Rossi; Graciela Pelegrini; Francieli Dalcanton; Marcelo Fabiano Castella Palavras chave: sistemas de gestão de segurança e saúde, métodos de auditoria, revisão sistemática da literatura Key words: health and safety management systems, audit methods, systematic review of the literature RESUMO Este artigo apresenta uma síntese de 6 métodos de auditoria de sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho (SGSST), apresentando aspectos relevantes em relacão a cada um deles. Os métodos abordados são: An interpretive model of occupational safety performance for Small-and Medium-sized Enterprises (PME), Soft Systems Methodology (SSM), ARAMIS, Methodology For The Implementation And Monitoring Of Occupational Safety (MIMOSA), Safety Diagnosis Criteria (SDC) e Método de Avaliação de Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (MASST). Um quadro foi elaborado englobando os seguintes aspectos de cada método: base conceitual, critérios de análise, método de avaliação e características principais. Entre os métodos analisados, o MASST destaca-se, pois apresenta dois aspectos inovadores que são a conciliação das abordagens estrutural, operacional e por desempenho e a adoção do enfoque da engenharia de resiliência (ER) sobre a segurança e saúde do trabalhador. No MASST foram identificados quatro princípios da ER (comprometimento da alta direção, flexibilidade, aprendizagem e consciência). ABSTRACT This article presents a synthesis of 6 methods of audit safety management systems and health (HSMS), presenting relevant aspects for each of them. The methods discussed are: An interpretive model of occupational safety performance for Small- and Medium-sized Enterprises (PME), Soft Systems Methodology (SSM), ARAMIS, Methodology For The Implementation And Monitoring Of Occupational Safety (MIMOSA), Safety Diagnosis Criteria (SDC) and the Método de Avaliação de Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (MASST). A framework was developed comprising the following aspects of each method: conceptual basis, analysis criteria, evaluation method and main characteristics. Among the methods under study, MASST stands out because it presents two innovative aspects: a conciliation between structural, operational and performance approaches; and the adoption of a focus on resilience engineering (RE) for occupational health and safety. Four RE principles were identified in MASST (commitment of senior management, flexibility, learning and awareness).

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ISSN: 1856-8327

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Métodos de auditoria de sistemas de gestão de segurança e

saúde no trabalho: uma revisão sistemática da literatura

Auditing methods of occupational health and safety management systems: a

systematic review of the literature

Heleia Bortolosso; Simone Lorenzi Rossi; Graciela Pelegrini;

Francieli Dalcanton; Marcelo Fabiano Castella

Palavras chave: sistemas de gestão de segurança e saúde, métodos de auditoria, revisão sistemática da

literatura

Key words: health and safety management systems, audit methods, systematic review of the literature

RESUMO

Este artigo apresenta uma síntese de 6

métodos de auditoria de sistemas de gestão de

segurança e saúde no trabalho (SGSST),

apresentando aspectos relevantes em relacão a

cada um deles. Os métodos abordados são: An

interpretive model of occupational safety

performance for Small-and Medium-sized

Enterprises (PME), Soft Systems Methodology

(SSM), ARAMIS, Methodology For The

Implementation And Monitoring Of

Occupational Safety (MIMOSA), Safety

Diagnosis Criteria (SDC) e Método de

Avaliação de Sistemas de Gestão de Segurança

e Saúde no Trabalho (MASST). Um quadro foi

elaborado englobando os seguintes aspectos

de cada método: base conceitual, critérios de

análise, método de avaliação e características

principais. Entre os métodos analisados, o

MASST destaca-se, pois apresenta dois

aspectos inovadores que são a conciliação das

abordagens estrutural, operacional e por

desempenho e a adoção do enfoque da

engenharia de resiliência (ER) sobre a

segurança e saúde do trabalhador. No MASST

foram identificados quatro princípios da ER

(comprometimento da alta direção,

flexibilidade, aprendizagem e consciência).

ABSTRACT

This article presents a synthesis of 6 methods

of audit safety management systems and

health (HSMS), presenting relevant aspects for

each of them. The methods discussed are: An

interpretive model of occupational safety

performance for Small- and Medium-sized

Enterprises (PME), Soft Systems Methodology

(SSM), ARAMIS, Methodology For The

Implementation And Monitoring Of

Occupational Safety (MIMOSA), Safety

Diagnosis Criteria (SDC) and the Método de

Avaliação de Sistemas de Gestão de Segurança

e Saúde no Trabalho (MASST). A framework

was developed comprising the following

aspects of each method: conceptual basis,

analysis criteria, evaluation method and main

characteristics. Among the methods under

study, MASST stands out because it presents

two innovative aspects: a conciliation between

structural, operational and performance

approaches; and the adoption of a focus on

resilience engineering (RE) for occupational

health and safety. Four RE principles were

identified in MASST (commitment of senior

management, flexibility, learning and

awareness).

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INTRODUÇÃO

Um sistema de gestão de segurança e

saúde no trabalho (SGSST) é um conjunto

de políticas, estratégias, práticas,

procedimentos, papéis e funções

interligadas (Fernández-Muñiz; Montes-

Peón; Vàzquez-Ordás, 2007; OHSAS,

2007). Cabe destacar que as organizações

com um sistema de gestão de SST mais

maduro tem demonstrado um melhor

desempenho em segurança e saúde do que

as organizações sem ou com um sistema

de gestão de SST de um nível menos

experiente (Bottani; Monica; Vignali,

2009).

Em se tratando de competitividade, um

sistema de gestão de segurança e saúde no

trabalho pode conduzir uma organização

de forma positiva sobre a imagem, a

reputação, a produtividade e a inovação,

tendo um efeito positivo sobre o clima e o

desempenho de segurança e sobre a

redução dos custos de acidentes (Robson

et al., 2007). Nessa linha, para Battaglia,

Passetti e Frey (2015), a promoção de uma

política de SST é uma forma importante de

informar consciência e metas,

disseminando-a em todas as áreas da

organização, sendo que a utilização dos

modelos de desempenho de SGSST devem

propor intervenções de eficácia

comprovada e possibilitar o

desenvolvimento de programas de

intervenções específicos e bem

estruturados.

Entretanto, a eficácia da gestão de SST

depende de fatores gerenciais, culturais e

fatores normativos, os quais são difíceis de

medir. Por isso, este artigo tem como

objetivo demonstrar seis métodos de

auditorias de sistemas de gestão de

segurança e saúde no trabalho, fornecendo

subsídios para organizações e

pesquisadores que objetivam aplicar,

melhorar ou desenvolver métodos nessa

linha de atuação. Os métodos foram

escolhidos também com o intuito de

fornecer informações para a busca

completa das metodologias, instigando a

melhoria e o desenvolvimento de novos

métodos para disseminação no meio

acadêmico e profissional.

A síntese dos métodos é apresentada

através de um quadro elaborado para

facilitar a visão geral dos aspectos de cada

método de auditoria de SGSST, que foram

resumidos, abordando os aspectos

relevantes, tais quais: base conceitual,

critérios de análise, método de avaliação

(forma de análise) e características

principais.

MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada em artigos e

periódicos científicos, dissertações e teses,

com base em uma revisão bibliográfica

que abrange 54 referências entre os anos

de 2000 a 2015, sendo que destas 92,59%

em língua inglesa, totalizando 11 métodos

pesquisados. Destes realizou-se uma

análise da fundamentação teórica,

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abrangência e diversidade dos métodos

encontrados, culminando na seleção de

seis métodos de avaliação de sistemas de

gestão de segurança e saúde no trabalho

(SGSST). Os critérios de seleção foram:

referências de 2000 em diante, métodos

citados por mais de um autor e

apresentação do método de avaliação.

As bases de dados consultadas para a

elaboração do artigo científico foram o

SciELO - Scientific Electronic Library

Online e Science Direct, sendo delimitada

a área de pesquisa como segurança e

saúde no trabalho. As palavras chaves

utilizadas foram sistemas de gestão de

segurança e saúde no trabalho, auditorias

em segurança e saúde no trabalho,

modelos de auditoria de segurança e

saúde no trabalho e métodos de auditoria

de segurança e saúde no trabalho. Todos

os métodos de auditorias encontrados e

escolhidos foram artigos em inglês,

disponíveis no Science Direct.

Os 6 métodos escolhidos após a análise

foram: An interpretive model of

occupational safety performance for

Small-and Medium-sized Enterprises

(PME), Soft Systems Methodology (SSM),

ARAMIS, Methodology For The

Implementation And Monitoring Of

Occupational Safety (MIMOSA), Safety

Diagnosis Criteria (SDC) e Método de

Avaliação de Sistemas de Gestão de

Segurança e Saúde no Trabalho (MASST).

Para cada um foi realizada uma síntese

com os principais aspectos de cada

método em um quadro abordando: (a)

base conceitual; (b) critérios de análise; (c)

método de avaliação; e (d) características

principais, fornecendo assim subsídios

para a escolha dos referidos para

aplicações e estudos futuros no meio

acadêmico e profissional.

An interpretive model of occupational

safety performance for Small-and

Medium-sized Enterprises (PME -

Modelo interpretativo de desempenho de

segurança no trabalho para as pequenas e

médias empresas)

O modelo de auditoria de SGSST possui

três características principais: a) sistêmica;

b) permite alocação de recursos para

melhorar o desempenho, priorizando

intervenções; e c) específicas para

pequenas e médias empresas (PME)

(Cagno; Micheli; Perotti, 2011).

Para a definição do modelo duas etapas

foram definidas: todos os fatores

relevantes de SST para as PME foram

identificados e modificados com uma

abordagem em grupos focados, que

permite pesquisa quantitativa, articulação

de crenças, valores, desejos, preocupações,

aspirações e necessidades, de forma que

representa mais a comunidade e o

estímulo de ideias. Por último, que pode

ser rica em detalhes e contexto, integrando

perspectivas, descrevendo pontos de vista

e entendimento de como as pessoas

realizam a interpretação de eventos

(Cagno et al., 2014). O grupo foco inclui

MÉTODOS DE AUDITORIA

DE SGSST

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profissionais que conhecem e vivenciam a

realidade das PME tendo uma visão

estreita do problema com conhecimento

em SST.

Segundo Cagno et al. (2014), o modelo

PME considera os seguintes fatores: a

cultura da empresa, o comportamento

pessoal, o ambiente de trabalho, as

características da força de trabalho, a

gestão do trabalho e o nível risco.

As discussões foram divididas em 24

sessões de 3 horas cada, representando um

total de 72 horas de negociação. O objetivo

das discussões é a definição de todos os

fatores que determinam a segurança

desempenho dentro das PME, a definição

de subfatores e a identificação das relações

entre os próprios fatores (Cagno et al.,

2014).

A ferramenta analítica aplicada foi o

modelo estrutural interpretativo (ISM –

Interpretive Structural Model), que é um

processo assistido de computador que

permite que indivíduos ou grupos de

aprendizagem possam desenvolver um

mapa total das relações existentes entre os

diversos elementos de um sistema

complexo. A ideia básica do modelo ISM é

aproveitar o conhecimento e a

experiências dos especialistas e, em

seguida, construir um modelo estrutural

multi-nível (Anantatmula; Kanungo, 2005;

Singh; Kant, 2008).

O mapeamento das interações lógicas

juntamente com o conteúdo avaliado

constitui a OSH (Factor Framework) que é

o esqueleto da estrutura hierárquica que

as PME podem utilizar como orientação.

A partir daqui todos devem ser capazes de

fazer o seu próprio diagnóstico local da

situação de SST e identificar seus próprios

pontos fortes e deficiências em termos de

desempenho, sendo que a ideia principal é

concentrar esforços e recursos sobre

aqueles mais propensos a trazer benefícios

visíveis (Cagno et al., 2014).

O modelo fornece uma hierarquia o que

permite compreender claramente relações

diretas e indiretas de causa e efeito entre

os fatores e descreve cada fator com base

em três diferentes níveis de detalhe. Desta

forma os tomadores de decisão podem

identificar as melhores escolhas entre as

várias intervenções possíveis, priorizando-

as de forma coerente (Cagno et al., 2014).

Soft Systems Methodology (SSM -

Metodologia sistema fácil)

O SSM é realizado com base nos conceitos

de monitorar e controlar um sistema de

gestão através de um conjunto de critérios

para mensuração do desempenho

(Checkland; Scholes, 1999). São três os

critérios: (a) execução; (b) a quantidade de

saída pela quantidade de recursos

utilizados; (c) cumprir o objetivo em longo

prazo. A metodologia proporciona

informações a respeito das diferentes

perspectivas das partes envolvidas sobre o

desempenho de SST e cria motivação

através do processo de aprendizagem

(Sgourou et al., 2012).

O SSM pode ser utilizado para avaliação

sistêmica do desempenho do SGSST e

apoio para elaboração de programas de

melhoria da SST. Foi implementado em

uma grande organização com função

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pública grega, exigindo avaliação global

do desempenho de SST. A implementação

do SSM proporcionou uma visão holística

da situação atual demonstrando os fatores

problemáticos e diversas perspectivas para

os mesmos fatores (Sgourou et al., 2012).

As principais etapas deste modelo são: (a)

informar-se sobre a situação do problema:

análise de dados e análise cultural,

examinando a própria intervenção, o

sistema social e também do sistema

político, fornecendo uma visão holística do

problema; (b) construção de modelos

conceituais: sistemas de atividades

humanas intencionais que são

considerados relevantes para a situação

problemática; (c) na comparação dos

modelos com a realidade sugerem-se

mudanças: os modelos conceituais

elaborados na fase anterior são um meio

para discussão sobre as mudanças para

melhorar ou resolver a situação-problema;

(d) realizar medidas para melhorias: esta

última etapa do SSM é a implementação

de propostas para modificar a cultura

existente (Sgourou et al., 2012).

Os três critérios do SSM são avaliados

através da mensuração quantitativa, tanto

na seleção dos indicadores como na

correspondência com os níveis

qualitativos, porém o SSM representa uma

abordagem qualitativa, de natureza

subjetiva, onde as partes interessadas

definem níveis de realização em termos

qualitativos, onde os resultados subjetivos

de um processo participativo que tentam

acomodar diferentes pontos de vista e

perspectivas de todas as partes

envolvidas.

O SSM propõe análises proativas e

reativas com análise de metas e resultados

de medição de dados de segurança e de

gestão da segurança de sistemas,

juntamente com a análise da cultura.

Apoiar as decisões de melhoria é inerente

ao SSM, sendo que as ações de melhoria

definidas no SSM como "mudanças

sistemicamente desejáveis e culturalmente

viáveis", leva em comparação os modelos

conceituais com a situação do mundo real

(Sgourou et al., 2012).

Os modelos conceituais do SSM são

desenvolvidos com os elementos

CATWOE (Customer, Actors,

Transformation, Worldview, Owner,

Environmental Constraints): os clientes

que são vítimas ou beneficiários de

transformação; os atores que fariam a

transformação; a transformação da

entrada a saída; a visão de mundo, pontos

de vista e pressupostos que fazem a

transformação significativa; proprietário,

para quem o sistema é responsável e as

restrições ambientais, que influenciam,

mas não controlam o sistema (Sgourou et

al., 2012).

ARAMIS

A metodologia ARAMIS tem por base o

estudo de métodos para o julgamento

aprofundado das necessidades de gestão

de segurança para a concepção, operação e

manutenção de perigos de grandes usinas,

propondo ferramentas para avaliar a

cultura de segurança e para vincular a sua

qualidade com o desempenho do sistema

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de gestão, tendo como objetivo buscar a

aproximação do SGSST e a cultura de

segurança, fornecer ferramentas para

avaliar o sistema de gestão de segurança e

ajudar os operadores a identificar as

oportunidades de melhoria de gestão de

segurança (Salvi; Debray, 2006).

A aplicação do método ARAMIS está

dividida nas seguintes etapas: (a)

identificação dos principais riscos de

acidentes (MIMAH); (b) identificação das

barreiras de segurança e avaliação de seu

desempenho; (c) avaliação da gestão da

segurança; (d) identificação dos cenários

de acidentes de referência (MIRAS); (e)

avaliação e mapeamento da gravidade do

risco em cenários de referência; e, (f)

avaliação e mapeamento da

vulnerabilidade do entorno da usina

(Delvosalle; Fiévez; Pipart, 2006).

Segundo Salvi e Debray (2006), o

questionário é composto por 11 fatores

culturais que caracterizam a cultura de

segurança de uma empresa. Cada cenário

de acidente de referência (RAS) é definido

por um evento inicial que leva a um

evento crítico. Para cada fenômeno, um

índice de gravidade é definido. O objetivo

é medir e comparar a gravidade de

qualquer efeito perigoso com uma única

escala que varia de 0 a 100, o que permite

a comparação de riscos de natureza

diferentes. Dependendo do fenômeno,

diferentes níveis de severidade foram

associados a diferentes amplitudes do

fenômeno considerado. A quantificação

dos fatores Hi é normalizada para encaixar

em uma escala de 0 a 1.

A aplicação da metodologia gerou um

questionário que pode ser usado ou

adaptado muito localmente para extrair de

qualquer julgamento de partes

interessadas a sua própria percepção de

vulnerabilidade (Salvi; Debray, 2006).

Methodology For The Implementation

And Monitoring Of Occupational Safety

(MIMOSA - Metodologia para a

implementação e monitoramento de

segurança do trabalho)

Segundo Saracino et al. (2015), a

metodologia foi testada em uma empresa

italiana responsável pela gestão de

veículos rodoviários. O objetivo do

método MIMOSA é construir um sistema

de avaliação de modelos organizacionais e

de gestão de saúde e segurança no local de

trabalho, através do uso de listas de

verificação e indicadores, sendo este

método aplicado em empresas de pequeno

e grande porte (Saracino, 2014).

No método MIMOSA são introduzidas

três categorias de OHSMS que derivam

dos requisitos legais e das normas técnicas

de diferentes setores. Em suma, a

metodologia MIMOSA identifica as

seguintes classes de sistemas de gestão: (a)

OHSMS derivado da legislação italiana

sobre saúde e segurança no local de

trabalho (DL81/2008); (b) OHSMS

elaborado com base em normas nacionais

e internacionais desenvolvido pelo

técnico-científico e agências reguladoras,

como a OHSAS 18001, ou diretrizes para a

sua implementação; e (c) Empresas

OHSMS derivadas da legislação Italiana

sobre a responsabilidade em segurança no

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trabalho (DL 231/2001) (Saracino et al.,

2015).

A metodologia MIMOSA é apresentada na

estrutura de árvore, onde na parte

superior há os elementos-chave que são

descritos através de um número diferente

de temas e em seguida cada tema é

derivado da caracterização de listas de

verificação e/ou indicadores chave de

desempenho (KPIs), que juntos formam as

''folhas'' da árvore (Saracino et al., 2015).

Conforme Saracino (2014), a metodologia

MIMOSA identifica seis elementos chave

de um sistema de gestão através do qual é

possível avaliar a conformidade e a

eficácia do sistema através de questões

específicas, sendo elas: (a) liderança e

coerência com as metas; (b) orientação

para a redução do risco e proteção de

pessoas em conformidade com a lei; (c)

participação, aprendizagem e

desenvolvimento da educação pessoal; (d)

melhoria e inovação contínua; (e) o

cumprimento formal e geral; e (6)

responsabilidade social.

O processo de avaliação inicia-se com a

quantificação de cada lista e de cada KPI,

onde requer apenas uma resposta sim, não

ou não se aplica (NA). Uma vez que são

quantificadas, um único valor numérico

pode ser obtido para cada tema e cada KPI

e finalmente para a empresa como uma

possível representação do desempenho

geral do SGSST. Este valor tem sido

chamado IPESHE - Índice de

Desempenho de Saúde e Segurança

(Saracino et al., 2015). Para responder às

perguntas dos checklists têm sido

utilizadas duas abordagens diferentes:

entrevista direta e a entrevista indireta

(Saracino et al., 2015).

A liderança exercida pela alta

administração influencia os

comportamentos dos membros da

empresa. Ela consiste na interação

profunda entre empregados,

trabalhadores, executivos e gerentes

(Saracino et al., 2015).

Safety Diagnosis Criteria (SDC –

Critérios de diagnóstico de segurança)

O método Safety Diagnosis Criteria (SDC)

foi desenvolvido nos moldes do método

SMORT para ajudar as organizações

industriais na avaliação de segurança e

funções de controle (Sgourou et al., 2010).

Este método proporciona um sistema para

desdobramento de fatores causais

relevantes, iniciando com a identificação

de riscos que contribuem no trabalho,

prosseguindo através de níveis gerenciais.

Todos os níveis hierárquicos devem

realizar uma subjetiva avaliação de 13

elementos agrupados em duas categorias:

fatores gerais de gestão e fatores de gestão

específica de segurança. Cada elemento de

avaliação corresponde a uma quantidade

de sub-elementos, avaliados como

adequados ou não adequados. Os

elementos de avaliação envolvem aspectos

técnicos, fatores humanos e

organizacionais, sendo de ordem

prospectiva, sem resultados de

indicadores (Sgourou et al., 2010). O

trabalho de desenvolvimento é composto

para esclarecer as diferentes categorias de

segurança e desenvolver a lista de

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verificação do diagnóstico de segurança

(Tinmannsvik; Hovden, 2003).

Segundo Tinmannsvik e Hovden (2003), os

critérios na lista de verificação do

diagnóstico de segurança foram

desenvolvidos em duas etapas: a)

identificação de fatores de gestão da

segurança; e b) identificação dos

indicadores de segurança, que

correspondem as perguntas simples na

lista de verificação. O questionário tem um

projeto cascata em três níveis, sendo: (a)

nível I, que é avaliação de indicadores de

segurança; (b) nível II, que é uma

avaliação da gestão de fatores; e (c) nível

III, que é uma única pergunta sobre a

avaliação geral de segurança

(Tinmannsvik; Hovden, 2003).

Os fatores de gestão da segurança com

maior validade de conteúdo são

comunicação, preparação para

emergências, liderança e administração do

trabalho e educação / formação

(Tinmannsvik; Hovden 2003). O método é

simples e pode ser utilizado em uma

grande variedade de indústrias de

produção para auto avaliação, podendo

ser desenvolvido um plano de ações de

melhorias através dos sub-elementos

identificados como adequado ou não

adequado (Sgourou et al., 2010).

MASST - Método de Avaliação de

Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde

no Trabalho

O MASST é um sistema de avaliação

global de SGSST que foi desenvolvido

para aplicação no setor industrial, sendo

aplicado em uma empresa fabricante de

sistemas de exaustão para automóveis

(Costella; Saurin; Guimarães, 2009).

É um método de avaliação de SGSST com

duas características inovadoras: a) a

conciliação das abordagens estrutural,

operacional e por desempenho; b) a

adoção do enfoque da engenharia de

resiliência (ER) sobre a segurança e saúde.

Para o MASST foram identificados quatro

princípios da engenharia de resiliência:

comprometimento da alta direção,

flexibilidade, aprendizagem e consciência.

Através do método foram identificados os

pontos positivos do SGSST, as causas

sistêmicas da falta de segurança e a

identificação de prioridades de ação em

termos de segurança e saúde no trabalho

(Costella, 2008).

Para Hollnagel, Woods e Leveson (2006), a

engenharia de resiliência é uma forma de

gestão da segurança baseada na ajuda

para com as pessoas, rompendo barreiras

junto à complexidade dos sistemas, busca

contribuir para a melhoria e compreensão

da resiliência dos sistemas em nível

individual, na equipe ou organizacional.

Nestes níveis a resiliência possui três

dimensões: (a) a capacidade de evitar que

um acidente ocorra; (b) a capacidade de

evitar que um acidente já ocorrido

dissemine seus impactos; e (c) a

capacidade de recuperação ao estado

normal após um acidente (Westrum, 2006).

Um sistema é dito resiliente quando é

capaz de acertar seu funcionamento antes,

durante ou após alterações e perturbações,

podendo manter as operações necessárias

mesmo após um acidente de grandes

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proporções ou na presença de stress

contínuo (Hollnagel, 2006).

Assim, as evidências do MASST são:

entrevistas, análise de documentos e

observação direta. O método é constituído

por 7 critérios e 27 itens, sendo que cada

item possui um conjunto de requisitos. Os

critérios foram elaborados com base nas

normas OHSAS 18001, ILO-OSH 2001,

Agência Europeia de Segurança e Saúde

no Trabalho e princípios da engenharia de

resiliência, bem como elementos do ciclo

PDCA, possuindo um enfoque sistêmico

(Costella, 2008).

Para cada item são apresentados os

requisitos, os quais requerem a avaliação

de práticas da gestão da organização. As

práticas devem ser avaliadas conforme as

pontuações definidas pelo Prêmio

Nacional da Qualidade (PNQ), avaliando

se as mesmas são refinadas, proativas e ou

inovadoras, se há continuidade, integração

e o grau de disseminação pelas áreas,

processos, produtos e ou pelas partes

interessadas em que as práticas estão

implantadas. Quantos aos

questionamentos, para cada item são

explicados o tipo de abordagem de

avaliação (por desempenho, estrutural ou

operacional) e as fontes de evidências

recomendadas para a avaliação de cada

requisito (Costella, 2008).

O método MASST possui vantagens

conceituais como conciliar as abordagens

estrutural, operacional e de desempenho

adotando de forma explícita o enfoque na

engenharia de resiliência (Costella; Saurin;

Guimarães, 2008). Os resultados do estudo

de Carim Junior et al., (2010) corroboram

que o método MASST auxilia para a

identificação da resiliência no sistema

formal do SGSST da empresa.

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Cuadro 1.- Síntese dos métodos

Método

Base conceitual

Critérios de Análise

Método de Avaliação Características principais

PME Fatores relevantes da SST para pequenas e médias empresas.

Fatores; Subfatores; Áreas.

Abordagem de grupos focados; Qualitativo e quantitativo; Ferramenta analítica ISM.

Sistêmico e específico para médias e pequenas empresas; Orientado para a intervenção e prioridades, fornece uma hierarquia; Estabelece relações diretas e indiretas de causa e efeito entre os fatores; Três níveis de detalhe e identificação de pontos fortes e deficiências, concentrando recursos sobre os que trazem benefícios.

SSM Elementos CATWOE (Customer, Actors, Transformation, Worldview, Owner, Environmental constraints).

3 critérios. Qualitativo e quantitativo; 04 etapas: informar-se sobre a situação problema; construção de modelos conceituais; comparação de modelos com a realidade sugere-se mudanças; realização de medidas para melhorias.

Avalia sistematicamente o desempenho do SGSST e apoia programas de melhorias; Análises proativas e reativas com análise de metas e resultados de medição de dados de segurança e de gestão da segurança de sistemas, juntamente com a análise de cultura; Participativo, imagem holística da situação atual, maior variedade de fatores problemáticos e diversas perspectivas para os mesmos fatores.

ARAMIS

Cultura de segurança.

Questionário composto por 11 fatores culturais.

Dividido em 06 etapas; Qualitativo e quantitativo; Questionário.

Avalia a necessidade de gestão de segurança para concepção, operação e manutenção de perigos de grandes usinas, propondo ferramentas para avaliar a cultura de segurança e vincular a sua qualidade com o desempenho do SGSST; Permite a comparação de riscos de natureza diferentes, fornece ferramentas para avaliar o SGSST e ajuda os operadores a identificar as oportunidades de melhoria de gestão de segurança.

MIMOSA

OHSMS (OHSAS 18001, DL231, DL81) e práticas de legislação e negócios técnicos.

06 elementos-chave.

Qualitativo e quantitativo; Entrevistas diretas e indiretas; Formulários; Observação direta; Listas de verificação e/ou KPIs. Cada indicador é formado por 7 campos.

Três diferentes perspectivas de análise para a avaliação do nível de uma empresa: tornar obrigatório o cumprimento da lei; melhoria contínua e a prevenção da criminalidade; Gera índice de desempenho de segurança (IPESHE); Hierarquia da eficácia, avalia a conformidade e eficácia do sistema; Considera a alta administração como influência direta.

SDC Método SMORT, lógica da árvore de investigação de acidentes MORT.

13 elementos agrupados em 2 categorias e subelementos.

Lista de verificação; Questionário em três níveis: avaliação de indicadores de segurança, avaliação da gestão de fatores e avaliação geral de segurança.

Desenvolvimento de um plano de ações de melhorias através dos subelementos identificados como adequado ou não adequado; Auxilia as organizações na avaliação de segurança e funções de controle; Desdobra fatores causais relevantes, iniciando com a identificação de riscos, prosseguindo em níveis gerenciais.

MASST

Princípios da engenharia de resiliência (ER); OHSAS 18001; ILO-OSH.

7 critérios e 27 itens de avaliação; cada item possui um conjunto de perguntas.

Entrevistas; Análise da documentação; Observação direta; Avaliação conforme as pontuações definidas no PNQ.

Inovador (foto na ER sobre SST); Sistêmico; Abrangente; Avalia o que acontece na prática (trabalho normal x trabalho prescrito); Busca pela melhoria contínua; Concilia as abordagens estrutural, operacional e por desempenho.

Ingeniería Industrial.

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Na escolha e aplicação de um método de

avaliação de SGSST, a organização deve

considerar quais são os aspectos mais

relevantes e quais características se

aproximam mais do tipo de atividade

realizada e dos riscos envolvidos, bem

como seu porte e sua linha de atuação.

Para aplicação de qualquer método de

SGSST é importante que haja

comprometimento de todas as partes

envolvidas para que os resultados sejam

verdadeiros e que através dos mesmos as

intervenções possam ser seguras e

assertivas estrategicamente para

prevenção de acidentes e doenças do

trabalho.

A partir da análise dos métodos de

auditoria apresentados no quadro síntese

evidenciam-se algumas diferenças

significativas entre eles, sendo que os

métodos SEM, MIMOSA e MASST

possuem em comum o fato de que as

análises também são realizadas através

de entrevistas. Os métodos que se

preocupam com a melhoria contínua dos

processos e do próprio sistema de gestão

são o SSM, SDC e o MASST. Uma base

conceitual interessante é do método

MIMOSA que considera a alta

administração como influência direta.

Quanto ao método ARAMIS, este que

possuí uma preocupação especial em

aproximar a cultura de segurança com o

SGSST.

Observa-se que a maior parte dos

métodos de auditoria de SGSST

apresentados neste artigo utiliza análises

qualitativas e quantitativas buscando

associações para avaliação do

desempenho.

O método PME utiliza como base

conceitual fatores relevantes para SST

para pequenas empresas e o SSM se

baseia nos elementos CATWOE. O

ARAMIS foca mais na cultura de

segurança e o MIMOSA em práticas de

legislação e negócios técnicos. O SDC no

método SMORT, lógica da árvore de

investigação de acidentes MORT e o

MASST nos princípios da ER, OHSAS

18001 e ILHO – OSH. Analisando essas

bases conceituas observa-se o quanto

diversificados são os métodos de

auditorias de SGSST apresentados neste

trabalho e como este assunto é vasto e

interessante para futuras análises.

Entre os métodos analisados, o MASST

destaca-se, pois apresenta dois aspectos

inovadores que são a conciliação das

abordagens estrutural (sistema

prescrito), operacional (o que está

acontecendo na prática) e por

desempenho (resultados de indicadores)

e a adoção do enfoque da engenharia de

resiliência (ER) sobre a segurança e

saúde do trabalhador. No MASST foram

identificados quatro princípios da ER

(comprometimento da alta direção,

flexibilidade, aprendizagem e

consciência).

O MASST traz a engenharia de

resiliência como algo capaz de melhorar

o desempenho, pois aborda questões que

por diversas vezes não são observadas

Considerações finais

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como recuperar o controle após um

acidente, mitigar efeitos de situações

adversas, capacidade de se antecipar aos

eventos e tomar a decisão correta. Nos

novos conceitos da ER, deve-se analisar o

que deu certo, ou seja, os sucessos e não

somente as falhas, como na abordagem

tradicional.

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ISSN: 1856-8327

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Autores

Heleia Bortolosso. Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó, Brasil.

Email: [email protected]

Simone Lorenzi Rossi. Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó, Brasil.

Email: [email protected]

Graciela Aparecida Pelegrini;. Instutito Federal de Santa Catarina - IFSC, Brasil.

Email: [email protected]

Francieli Dalcanton. Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó, Brasil.

Email: [email protected]

Marcelo Fabiano Costella. Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó,

Brasil.

Email: [email protected]

Recibido: 19-06-2016 Aceptado: 23-03-2017