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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Tecnologia e Recursos Naturais Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas Programa de Pós-Graduação em Meteorologia Disciplina: Métodos de Modelagem Numérica Enilson Palmeira Cavalcanti [email protected]

Métodos de Modelagem Numérica · 2015-10-26 · Métodos de Modelagem Numérica Enilson Palmeira Cavalcanti ... Assimilação de dados extrai o ruído das observações (filtro),

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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais

Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas

Programa de Pós-Graduação em Meteorologia

Disciplina:

Métodos de Modelagem Numérica

Enilson Palmeira Cavalcanti

[email protected]

Pré-Processamento Processamento Pós-Processamento

Execução do MODELAPreparação das

condições iniciais e de contorno

Estado inicialANÁLISE

MODELOIntegração no tempo

Estado futuroPREVISÃO

Preparação dos campos de saídas para visualização

)(AFt

A

tAFAA inicialfuturo )(

Equações prognósticas

Pré-Processamento

Preparação das condições iniciais e de

contorno

Estado inicialANÁLISE

Sistema Observacional

Sistema Observacional

Sistema Observacional

Sistema Observacional

Topografia Tipo de Vegetação

Umidade do soloe tipo de solo

?Temp. do Mar - TSM

Sistema Observacional

Representação Espacial

Modelo Global

Área limitada(Modelo Regional)

GRADE

Representação Espacial

Área limitada (Modelo Regional)

1. Embora haja a possibilidade de

iniciar o Modelo Regional com

dados meteorológicos observados

é comum a utilização de dados de

Modelo Global (Âncora).

2. Os Modelos Regionais permitem,

também, o aninhamento de grade

(Zoom).

3. A melhoria da resolução deve ser

feita numa proporção de 1/6 a

1/8 da resolução anterior.

Processamento de alto desempenho

Melhoria do processadorMáquinas com múltiplos processadores (barramento)Várias máquinas trabalhando como uma única máquina (Cluster)Super Computador

O ENIAC (Electrical NumericalIntegrator and Computer)

1946 PCs CLUSTER

Earth Simulator

Assimilação de dados

Dados observacionais não podem ser utilizados diretamente para inicializar ummodelo de PNT. Deve-se executar um processamento de maneira dinamicamenteconsistente para se obter um conjunto apropriado de observações para ainicialização do modelo.

•Controle de qualidade: as informações meteorológicas contém erros dediferentes tipos e magnitudes .

•Análise objetiva: as observações meteorológicas em geral apresentam-seirregularmente distribuídas no tempo e no espaço.

•Inicialização: quando os modelos são integrados a partir de análises, produzidasa partir de observações, oscilações de alta frequência com amplitudes muitomaiores que as observadas podem ser excitadas.

•Primeira suposição (first guess): Os resultados obtidos na inicialização sãosubmetidos a um modelo numérico que gera uma previsão de curto prazo(geralmente 6 horas) obtendo campos dinamicamente consistentes.

Assimilação de dados

Assimilação de dados extrai o ruído das observações (filtro), interpola no

espaço e no tempo (interpolação) e reconstrói as variáveis de estado que

são amostradas pela rede de observações.

Técnicas de Assimilação de Dados

• Relaxação Newtoniana (Nudging) – BRAMS

• Interpolação Ótima (OI) –

• Physical-space Statistical Analysis System (PSAS) – CPTEC e NASA

• Filtro de Kalman: EKF, EnKF, LETKF – Canadá e UMD

• Análise Variacional: 3D-Var – NCEP, 4D-Var – ECMWF

Assimilação de dados

Assimilação de dados extrai o ruído das observações (filtro), interpola no

espaço e no tempo (interpolação) e reconstrói as variáveis de estado que

são amostradas pela rede de observações.

Assimilação de dados

Observação(+/- 3 horas)

Background/First Guess

Análise Global(Interpolação Estatística)

e Balanceamento

Previsão peloModelo Global

(Previsão Operacional)

Previsão de 6 h

Condições Iniciais

Assimilação de dados

Projeto Reanálise NCEP/NCAR

Neste projeto usa-se o estado da arte em análise de sistema de

previsão para realizar a assimilação usando dados do passado a partir

de 1948 até o presente. Um grande subconjunto desses dados está

disponível no seu formato original 4 vezes ao dia e, também, as médias

diárias e mensais. No entanto, os dados de 1948-1957 são um pouco

diferentes, visto que, as entradas disponíveis naquela época referem-se

as 3Z, 9Z, 15Z e 21Z, já os demais está disponível em 0Z, 6Z, 12Z e

18Z.Robert Kistler, Eugenia Kalnay, William Collins, et all. The NCEP–NCAR 50-Year Reanalysis: Monthly

Means CD-ROM and Documentation Bulletin of the American Meteorological Society. Vol. 82, No. 2,

February , 247-268. 2001.

A qualidade da previsão ou simulação depende:

1. da resolução do modelo;

2. da capacidade de representar os processos físicos e dinâmicos e

3. das condições iniciais e de contorno.

História da Previsão do Tempo e a MNA

Segundo Reed, (1977)a história da previsão do tempo divide-se em Era

Empírica, Era de Transição e Era Científica.

Termômetro: cerca de 1631 Galileu Galilei – Italiano (1564-1642)

Barômetro: cerca de 1643 Torricelli Evangelista – Italiano (1608-1647)

Mapa Sinótico: cerca de 1820, definiu-se a forma de análise

Telégrafo: cerca de 1845, possibilitou a transferência das observações

1. Primeiro alerta do tempo feito por um serviço Nacional de

Meteorologia – 1860.Análise da pressão, temperatura e

nuvens.

2. Surgimento das Leis da Mecânica e Termodinâmica e

aplicações à atmosfera.

3. Reconhecimento da importância da Meteorologia para

atividades como: Navegação marítima, navegação Aérea,

agricultura, etc.

Eras Empírica (1860 a 1920)

História da Previsão do Tempo e a MNA

Eras de Transição (1920 a 1950)

1. Surgimento de conceitos físicos importantes, destaque para as

publicações:

2. Jack Bjerknes “On the Structure of Moving Cyclones”. Neste

trabalho foi discutido pela primeira vez as frentes quentes e frentes

frias (evidentemente, ainda não tinham essa denominação).

Relatou a distribuição de nuvens e precipitação associada.

3. Bjerknes & Salberg “ Life Cycle of Cyclones and thePolar Front

Theory of Atmospheric Circulation”. Neste trabalho foi introduzido a

idéia de que ciclones formam-se de distúrbios ondulatórios na

superfície pela separação de massas de ar tropical e polar –

FRENTES.

História da Previsão do Tempo e a MNA

Eras de Transição (1920 a 1950)

Outros fatos importantes (continuação)

1. Desenvolvimento de redes de estações, inclusive de ar superior

(surgimento das radiossondagens 1930).

2. Introdução do RADAR em práticas meteorológicas.

3. Uso do rádio em transmissão de dados do mar, obtidos por

navios.

4. As análises de superfície foram revolucionadas pela introdução

do conceito de frentes.

5. As sondagens aerológicas adicionaram novas dimensões as

análises.

6. Princípios dinâmicos foram aplicados quantitativamente, pela

primeira vez, em prognóstico de movimentos de sistemas.

História da Previsão do Tempo e a MNA

Era Científica (de 1950 até o presente)

1. Aumento permanente da capacidade computacional.2. Melhor representação dos processos físicos e dinâmicos (do modelo

barotrópico passou-se para modelos baroclinicos complexos, previsõesde 1 dia passou para cerca de até 5 dias).

3. Introdução do satélite meteorológico (Utilização de dados gerados porsatélite, exemplo: TOVS) possibilitando a cobertura de áreas com poucaou sem cobertura de informações.

Com o surgimento do computador eletrônico veio o desenvolvimento da

previsão numérica do tempo, já pensada por Bjerknes e implementada sem

sucesso por Richardson em 1922, dada a limitação de máquina para

cálculo.

Fatos que contribuíram para o crescente melhoramento da previsão do

tempo e do uso operacional da previsão numérica do tempo:

Elementos do progresso

Inovação tecnológica.

Conhecimento observacional.

Entendimento teórico.

Isso nos faz acreditar no

crescente desenvolvimento da

Previsão Numérica do Tempo.

Processamento

Execução do MODELA

MODELOIntegração no tempo

Sistema de Equações

Equação do Movimento.

Equação da Continuidade de Massa

Equação da Energia Termodinâmica

Equação da Substância Água

Equação de Estado

Sistema de Equações

Equação do movimento

xFfvx

p

Dt

Du 1

yFfuy

p

Dt

Dv 1

zFgz

p

Dt

Dw 1

vFgVpDt

VD

x 21

m

F

Dt

VD

zw

yv

xu

tDt

D

senf 2

Em que

Sistema de Equações

Equação da Termodinâmica

Equação da substância água

Equação de estado

Em que:

HDt

Dp

Dt

DTcp

PEDt

Dq

TRp

zw

yv

xu

tDt

D

Equação da continuidade

VDt

D .

1

Solução do Sistema de Equações

( )A

F At

Solução analítica: Só são possíveis para casos específicos

(simplificações) e lineares (método das perturbações). Exemplo:

Onda de Som, Onda de Gravidade, Onda de Gravidade Interna e

Onda de Rossby.

Solução numérica: As variáveis são representadas discretamente

em pontos fixos (GRADE) e os termos avaliados por método

numérico.

Pr ( ).evisto InicialA A F A t

Principais fontes de erros

• Os erros de Discretização, ou de Aproximação, ou Truncamento são os

erros cometidos quando se substitui qualquer processo infinito por um

processo finito ou discreto.

• Os erros de Arredondamento surgem quando trabalhamos com máquinas

digitais para representar os números reais.

Em que “c” é a velocidade máxima do domínio

Critério C.F.L. (Courante-Friedrichs-Levy)

Instabilidade Computacional

1x

tc

Equação prognóstica do vento - Componente x

Taxa de variação local da componente zonal do vento.

Advecção da componente zonal do vento.

Convecção da componente Zonal do vento.

Balanço Geostrófico em x – Força de Coriolis e Força do Gradiente de Pressãopor unidade de massa.

Outros processos físicos, como: fricção da superfície e mistura turbulenta.

xfvu u

u vx

u

p

u

t xyF

Equação prognóstica do vento - Componente y

yfuv v

u vx

v

p

v

t yyF

Taxa de variação local da componente meridional do vento.

Advecção da componente meridional do vento.

Convecção da componente meridional do vento.

Balanço Geostrófico em y – Força de Coriolis e Força do Gradiente de Pressãopor unidade de massa.

Outros processos físicos, como: fricção da superfície e mistura turbulenta.

Equação prognóstica da temperatura

Taxa de variação local da temperatura do ar.

Advecção de temperatura pelo vento.

Diferença entre convecção de temperatura e processos adiabáticos causadospor compressão ou expansão da parcela de ar (proporcional entre a diferençado lapse rate previsto e o lapse rate adiabático seco).

O efeito de outros processos: radiação, umidade condensação; incluindoefeitos de convecção e de microfísica de nuvens.

( )p p

T Tu v

T RT

x y

T

t

H

p c p c

Equação prognóstica de umidade (substância água)

Taxa de variação local da umidade específica do ar.

Advecção de umidade específica do ar pelo vento.

Convecção de umidade do ar.

Evaporação de água líquida ou sublimação de cristais de gelo.

Condensação (Precipitação) os modelos tem complexos esquemas para estimara condensação e a consequente precipitação (P=PL+PC).

Essa equação é utilizada para todas as fases da substância água.

q qu

q

t pyPE

qv

x

Equações Diagnósticas (simplificações)

0u v

x y p

RT

p p

Continuidade de massaHidrostática

zFgz

p

Dt

Dw 1V

Dt

D .

1

Fim do Módulo 1