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Métodos e Técnicas de Pesquisa Social Autor: Antonio Carlos Gil Descrição: Graduado em Ciências Políticas e Sociais e doutor em Ciência pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Editora: Atlas – São Paulo Ano: 1995 Pontos Marcante: Métodos Científicos Gerais (28); Formulação do Problema (53); Cálculo do Tamanho da Amostra e Erro (100). Registro: 303.8 / G463m 1. A Natureza da Ciência Social 2. Os Métodos das Ciências Sociais 3. A Pesquisa Social 4. Formulação do Problema 5. Construção de Hipóteses 6. O Delineamento da Pesquisa 7. Operacionalização das Variáveis 8. A Amostragem na Pesquisa Social 9. A Observação 10. A Entrevista 11. Questionário 12. As Escalas Sociais 13. Os Testes 14. A Utilização de Documentos

Métodos e técnicas de pesquisa social

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Métodos e Técnicas de Pesquisa Social

Autor: Antonio Carlos Gil

Descrição: Graduado em Ciências Políticas e Sociais e doutor em Ciência pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Editora: Atlas – São Paulo

Ano: 1995

Pontos Marcante: Métodos Científicos Gerais (28); Formulação do Problema (53); Cálculo do Tamanho da Amostra e Erro (100).

Registro: 303.8 / G463m

1. A Natureza da Ciência Social 2. Os Métodos das Ciências Sociais 3. A Pesquisa Social 4. Formulação do Problema 5. Construção de Hipóteses 6. O Delineamento da Pesquisa 7. Operacionalização das Variáveis 8. A Amostragem na Pesquisa Social 9. A Observação 10. A Entrevista 11. Questionário 12. As Escalas Sociais 13. Os Testes 14. A Utilização de Documentos 15. A Análise e a Interpretação 16. O Relatório de Pesquisa

1. A Natureza da Ciência Social

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O Conhecimento do Mundo (19)

O homem procura conhecer o mundo que o rodeia, desenvolvendo sistemas que lhe permitam conhecer a natureza das coisas e o comportamento do homem. Formas de conhecimento variadas não satisfazem aos espíritos mais críticos: a observação casual pode levar a equívocos, as religiões fornecem informações contraditórias, a poesia é subjetiva, as autoridades podem ser frágeis, e o conhecimento filosófico pode levar a conhecimentos sem possibilidade adequada de verificação.

A partir da necessidade de obtenção de conhecimentos mais seguros que os fornecidos por outros meios, desenvolveu-se a ciência que constitui um dos mais importantes componentes intelectuais do mundo contemporâneo.

A Natureza da Ciência (20)

A ciência pode ser caracterizada por uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível. Há situações, entretanto, em que torna possível determinar com toda clareza se determinado conhecimento pertence à ciência ou à filosofia, o que ocorre sobretudo no domínio das ciências humanas.

Peculiaridades das Ciências Sociais (22)

Há autores que não consideram-nas como verdadeiras ciências, afirmando que:

a. Os fenômenos humanos não ocorrem do mesmo modo que os naturais, tornando impossível sua previsibilidade.

b. As ciências humanas lidam com entidades que não são passíveis de quantificação.

c. Os pesquisadores sociais são humanos, prejudicando o resultado das pesquisas.

d. A ciência, valendo-se de métodos experimentais, exige o controle das variáveis que podem interferir no fenômeno estudado, enquanto que os fenômenos sociais envolvem muitos fatores que não permitem uma pesquisa rigidamente experimental.

Com o apoio de pesquisadores e estudiosos da Filosofia da Ciência, pode-se proceder a defesa do caráter científico das ciências sociais:

a. O determinismo absoluto das ciências naturais é hoje bastante questionado, sendo as ciências sociais apenas mais probabilísticas que as naturais.

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b. As variáveis sociais são de difícil quantificação, com menor precisão, mas que permitem a aplicação de escalas menos sofisticadas.

c. Um dos grandes obstáculos reside no fato de o pesquisador estar, de algum modo, envolvido com o fenômeno sob investigação. O que não deve indicar, entretanto, que devam relegar ao esquecimento todas as questões de valor, pois estas podem auxiliar na promoção do ser humano.

d. O experimento em investigações sociais é bem pouco utilizado, mas a experimentação representa uma das mais notáveis contribuições ao desenvolvimento da ciência.

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2. Os Métodos das Ciências Sociais

Método Científico (27)

É o método de verificação do conhecimento científico. Considerando um grande número de métodos científicos, surge o interesse de classificá-los em gerais e específicos.

Métodos Gerais das Ciências Sociais (28)

Procuram garantir ao pesquisador a objetividade necessária ao tratamento dos fatos sociais, oferecendo soluções para os problemas epistemológicos da investigação científica. Três são os métodos gerais mais adotados nas ciências humanas: o hipotético-dedutivo, o dialético e o fenomológico.

Método Hipotético-Dedutivo (28)

Tentativa de superação das limitações dos dois métodos clássicos: o dedutivo e o indutivo.

No dedutivo parte-se do geral para o particular, partindo de princípios tidos como verdades absolutas para a obtenção de soluções puramente formais. O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que, a partir de duas proposições chamadas premissas, retira uma terceira, nelas logicamente implicadas, chamada conclusão.

No indutivo parte-se do particular para o geral. A generalização deve ser constatada a partir da observação de um número de casos concretos suficientemente confirmadores da suposta realidade. Com a aparecimento dos empiricistas passou a ser visto como o método por excelência das ciências

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naturais. Com o advento do positivismo, sua importância foi reforçada e passou a ser proposto também como método de investigação nas ciências humanas. Os indutivistas afirmam que a dedução apresenta, de forma diferente, a mesma coisa e, que depende de verdades absolutas.

No método hipotético-dedutivo, o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado; daí deduzindo as conseqüências observáveis; e verificando essas conseqüências por meio de experimentação, refutando ou substituindo os postulados, quando necessário, por outros e assim prosseguindo.

Este método goza de notável aceitação, sobretudo nas ciências naturais. Nos círculos neopositivistas chega mesmo a ser considerado como o único método rigorosamente lógico. Mas sua aplicação às ciências sociais apresenta sérias limitações, devido a sua ligação à experimentação. Ainda assim, muitos autores o consideram suficiente para a construção de modelo lógicos de investigação em ciências sociais.

Método Dialético (31)

Pode-se, fundamentalmente, considerar a dialética sob três aspectos, sendo considerado aqui o terceiro: como mérito de investigação da realidade. A dialética, enquanto metodologia, é compreendida de maneira diversa, segundo os autores. É possível, porém, identificar alguns princípios que são comuns a toda abordagem dialética:

a. Princípio da unidade e luta dos contrários, que constitui a fonte do desenvolvimento da realidade.

b. Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas.c. Princípio da negação da negação. O desenvolvimento processa-se em

espiral, com a repetição em estágios superiores de certos aspectos e traços dos estágios inferiores.

Para conhecer realmente um objeto é preciso estudá-lo em todos os seus aspectos, relações e conexões. E a dialética é contrária a todo conhecimento rígido. Tudo é visto em constante mudança: sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega e transforma. Milita contra a quantificação e a matematização de um lado, e, do outro, contra o positivismo e o empirismo.

Método Fenomenológico (33)

Propõe a estabelecer uma base segura, liberta de pressuposições, para todas as ciências. Não explica mediante leis nem deduz a partir de princípios, mas

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considera imediatamente o que está presente à consciência, o objeto, tendendo ao objetivo. Sua adoção implica uma mudança radical de atitude em relação à investigação científica. Por isso, embora comentado, ainda não vem sendo muito empregado na pesquisa social. Mas á medida que procura captar o essencial, o pesquisador evitará o parcelamento da pesquisa e a atomização dos dados. A reflexão fenomenológica poderá também auxiliar o pesquisador na formulação de problemas, na construção de hipóteses e na definição de conceitos com vistas à fundamentação teórica de pesquisa.

Métodos Específicos das Ciências Sociais (34)

Objetivam proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais.

Método Experimental – Consiste essencialmente em submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis, em condições controladas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto. Pode-se considerá-lo como o método por excelência das ciências naturais nos últimos três século, o que não se repete nas sociais.

Método Observacional – Um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns aspectos curiosos. Pode ser considerado o mais primitivo e, portanto, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais.

Método Comparativo – Investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles. Algumas vezes, é visto como o mais superficial em relação a outros. No entanto, há situações em que seus procedimentos são desenvolvidos mediante rigoroso controle e seus resultados proporcionam elevado grau de generalização.

Método Estatístico – Importante auxílio para a investigação em ciências sociais. No entanto, suas explicações não podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas com probabilidade de o serem, com certa margem de erro, o que o torna bastante aceito por parte dos pesquisadores com preocupações de ordem quantitativa.

Método Clínico – Apoia-se numa relação profunda entre pesquisador e pesquisado, sendo utilizado principalmente na pesquisa psicológica. Este pesquisador deve cercar-se de muitos cuidados ao propor generalizações, visto que este método se apoia em casos individuais e envolve experiências subjetivas.

Quadros de Referência (37)

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Teorias e Quadros de Referência (37)

Na ciência, teoria pode ser vista como um conjunto de hipóteses que formam um sistema dedutivo, ou seja, um sistema organizado de maneira que, considerando como premissas algumas hipóteses, destas decorram logicamente todas as outras. As teorias proporcionam a adequada definição de conceitos e sistemas conceituais; indicam lacunas no conhecimento; auxiliam na construção de hipóteses; explicam, generalizam e sistematizam os conhecimentos e sugerem a metodologia apropriada de investigação.

Boa parte das teorias no âmbito das ciências sociais pode ser chamada de "teorias de médio alcance", já que desempenham papel limitado na investigação científica. Outras, no entanto, encontram-se elaboradas de tal forma que ambicionam constituir-se como "quadros de referência", subordinando outras teorias e sugerindo normas de procedimento científico. Alguns chegam mesmo a ser designados de métodos. É o caso do funcionalismo, do estruturalismo e da "compreensão".

Funcionalismo – Corrente das ciências humanas que enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura ou sociedade. De origem positivista, o enfoque funcionalista leva a admitir que toda atividade social e cultural é funcional ou desempenha funções e é indispensável. A função de toda atividade recorrente é seu papel na vida social e sua contribuição para sustentar as estruturas. Em alguns meios o funcionalismo sofre restrições, em virtude de estar identificado, em suas origens, com ideologias conservadoras.

Estruturalismo – Correntes de pensamento que recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os seus níveis, onde cada sistema é um jogo de oposições, presenças e ausências. A oposição do estruturalismo ao empirismo é evidente, pois o fato isolado, enquanto tal, não possui significado. Parte-se da investigação de um fenômeno concreto, atingindo o nível do abstrato pela indicação de um modelo representativo, para retornar ao concreto como uma realidade estruturada.

Compreensão – Apreensão simpática do sentido finalista de uma ação, oriunda de motivações irracionais, envolvendo a reconstrução no sentido subjetivo original da ação e o reconhecimento da parcialidade da visão do observador. Para Max Weber, é importante que os cientistas sociais apreendam o mundo social sem eliminarem a integridade subjetiva dos atores que atribuem significado. Ele define três tipos ideais: domínio lega, tradicional e carismático.

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3. A Pesquisa Social

Processo que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social. Esta envolve todos os aspectos relativos ao homem em seus múltiplos relacionamentos com outros homens e instituições sociais.

Finalidade da Pesquisa (43)

A pesquisa pura busca o progresso da ciência, enquanto a aplicada, que depende da pura, apresenta o interesse na aplicação, utilização e conseqüências práticas do conhecimento.

Níveis de Pesquisa (44)

Pesquisas Exploratórias – Com menor rigidez de planejamento, procuram desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, para a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Proporcionam visão geral, do tipo aproximativo, de determinado fato. O produto final passa a ser um problema mais esclarecido.

Pesquisas Descritivas – Procuram descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações (e/ou de sua natureza) entre variáveis. Uma de suas características mais marcantes está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Juntamente com as anteriores, as mais utilizadas no envolvimento prático.

Pesquisas Explicativas – Procuram identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porque das coisas, sendo, por isso, o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de erros é muito maior.

Envolvimento do Pesquisador na Pesquisa (46)

Segundo a influência positivista, deve-se buscar a objetividade na pesquisa, que não é facilmente obtida por causa de sua sutileza e implicações complexas. Para evitar problemas de subjetividade, os positivistas sugerem que se restrinja os fenômenos sociais ao que pode ser efetivamente observado com neutralidade.

As críticas concretas a esse procedimentos clássicos têm sido motivadas por razões de ordem prática ou ideológica. As primeiras afirmando que os

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resultados não levam a uma qualidade muito superior ao próprio senso comum, mas com grande gasto de recursos, inclusive de tempo. Já os argumentos ideológicos indicam tal forma de pesquisa como forma de controle social.

Como alternativas surgem:

Pesquisa Ação – Pesquisa social com base empírica concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Pesquisa Participante – Responde especialmente às necessidades de populações que compreendem as classes mais carentes nas estruturas sociais contemporâneas, levando em conta suas aspirações e potencialidades de conhecer e agir. Metodologia que procura incentivar o desenvolvimento autônomo (autoconfiante) a partir das bases e uma relativa independência do exterior.

Etapas da Pesquisa (49)

Até o momento não foi possível definir um modelo que apresente, de forma precisa e sistemática, os passos da pesquisa, nem há teoria suficiente para tal, sendo esta uma aproximação: Formulação do Problema; Construção de Hipóteses ou Determinação dos Objetivos; Delineamento da Pesquisa; Operacionalização dos Conceitos e Variáveis; Seleção da Amostra; Elaboração dos Instrumentos de Coleta de Dados; Coleta de Dados; Análise e Interpretação dos Resultados; Redação do Relatório.

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4. Formulação do Problema

Problema é qualquer questão não solvida e que é objetivo de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de "engenharia" e de valor, porque sua correção ou incorreção não é passível de verificação empírica. Um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas.

Escolha do Problema de Pesquisa (53)

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A escolha do problema decorre de grupos, instituições, comunidades ou ideologias em que o pesquisador se move, de modo que podem ser verificadas muitas implicações, tais como, relevância, atraência, oportunidade e comprometimento.

Relevância – Será relevante cientificamente à medida que conduzir à obtenção de novos conhecimentos. Sua relevância prática, em contrapartida, está nos benefícios que podem decorrer de sua solução.

Oportunidade – Dada por determinadas instituições, em termos de financiamento e/ou condições materiais, dependendo da capacidade de adequação do pesquisador.

Comprometimento – À organizações, ideológicos, culturais etc.

Modismo – Proveniente dos países desenvolvidos ou de assuntos da moda.

Regras para Adequada Formulação do Problema (57)

Tarefa difícil, com algumas balizas:

a. Formulação como pergunta, tornando-o mais objetivo.b. Dimensão viável (especificidade).c. Clareza de conceitos e temos.d. Precisão nos limites de aplicabilidade.e. Deve apresentar referências empíricas.

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5. Construção de Hipóteses

O papel fundamental da hipótese na pesquisa é sugerir explicações para os fatos, que podem ser a solução do problema e que bem elaboradas conduzem a uma verificação empírica. Normalmente se originam da observação de fatos, de outras pesquisas, de teorias e da intuição.

Tipos de Hipóteses (60)

Casuísticas – Referem-se a algo que ocorre em determinado caso; afirmam que um objeto, ou uma pessoa, ou um fato específico tem determinada característica. São muito freqüentes na pesquisa histórica, em que os fatos são tidos como "únicos".

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Que se Referem à Freqüência de Acontecimentos – Antecipam que determinada característica ocorre, com menor ou maior intensidade, num grupo, sociedade ou cultura.

Que Estabelecem Relações entre Variáveis – Enunciado conjetural das relações entre duas ou mais variáveis (coisas que podem ser classificadas em duas ou mais categorias).

Relações entre Variáveis (61)

Causal – Entre uma variável dependente e outra independente, em função da necessidade e suficiência. Não é muito adequado às ciências sociais, em virtude do grande número e da complexidade das variáveis.

Assimétrica – Quando uma variável influência outra: Estímulo e uma resposta (adolescentes  auto-estima menor quando pais se casam novamente); Disposição e uma resposta (Pessoas autoritárias  Preconceito racial); Propriedade e uma disposição (Católico  Menos divórcio); Ato necessário (Desenvolvimento tecnológico  Bomba Atômica); Evolução (Urbanização  Secularização); Meios e fins (Estudo  notas).

Simétrica – Quando não há influência. Variáveis com causas comuns ou totalmente independentes.

Recíprocas – Se influenciam mutuamente.

Características da Hipótese Aplicável (67)

Nem todas são testáveis, seguindo-se alguns requisitos que permitem realizar esta avaliação:

a. Deve ser conceitualmente clara, devendo-se preferir definições operacionais, ou seja, que indiquem as operações particulares que definem o conceito.

b. Deve ser específica, permitindo a verificação.c. Deve ter referências empíricas, contornando os julgamentos de valor,

ou seja, permitindo a verificação pela observação.d. Deve ser parcimoniosa, buscando o mais simples, se equivalente.e. Deve estar relacionada com as técnicas disponíveis.f. Deve estar relacionada com uma teoria.

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6. O Delineamento da Pesquisa (70)

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Torna-se necessário para confrontar a visão teórica do problema com os dados da realidade, definir o delineamento da pesquisa, que refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto sua diagramação quanto previsão de análise e interpretação dos dados.

Geralmente, a solução dos problemas de pesquisa ocorre mediante o teste das hipóteses, que pode se dar de muitas formas, donde pode-se dizer que cada pesquise possui um delineamento próprio. O elemento mais importante nesta tarefa é o procedimento adotado para a coleta de dados, que pode ser baseado em papel ou pessoas.

Pesquisa Bibliográfica – Principalmente de livros e artigos científicos. Permite uma cobertura muito mais ampla do que na pesquisa direta, mas que depende da validade dos dados coletados, que podem ser equivocados, tendendo seus eventuais erros a serem ampliados. O procedimento é o seguinte: Levantamento, Leitura, Elaboração de Fichas, Ordenação e Análise das Fichas e Conclusões.

Pesquisa Documental – As fontes são documentos sem tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornais, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc. Também que já tiveram alguma análise como: relatórios de pesquisa, de empresas, tabelas estatísticas etc.

Pesquisa Experimental – Experimentos "Apenas depois" com dois grupos homogeneizados, um experimentado e outro de referência. Experimentos "Antes depois" com um único grupo. Experimentos "Antes depois" com dois grupos, tido como o mais completo.

Pesquisa Ex-post-facto – Semelhante ao anterior, mas sobre fatos espontâneos como a abertura de uma grande indústria.

Levantamento – Interrogação direta às pessoas com comportamento de interesse.

Estudo de Caso – Estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos.

Levantamento (76)

Quando recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um senso. Na maioria dos levantamentos não pesquisados todos, mas seleciona-se, através de procedimentos estatísticos, uma amostra significativa do universo, com a posterior aplicação de uma margem de erro sobre a amostra. Vantagens: conhecimento direto da realidade; economia e rapidez; quantificação. Limitações: ênfase nos aspectos perceptivos das pessoas (que são subjetivos); pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos

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sociais; limitada apreensão do processo de mudança (dinâmica). São muito úteis para o estudo de opiniões e atitudes, porém pouco indicados no estudo de problemas referentes a relações e estruturas sociais complexas.

Estudo de Caso (78)

Relativamente simples e econômico, apresenta dificuldades de generalização (grau de validação do caso escolhido), sendo muito utilizado em pesquisas exploratórias. É recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se aplica nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido. Os critérios para a seleção dos casos: buscar casos típicos; selecionar casos extremos; tomar casos marginais (atípicos).

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7. Operacionalização das Variáveis (81)

Processo que sofre uma variável ou conceito a fim de se encontrar os correlatos empíricos que possibilitem sua mensuração ou classificação. Requer sua definição teórica e enumeração de suas dimensões, no caso de ser muito complexa. Então cria-se outra definição, a empírica, que se refere a seus indicadores na forma prática.

A tarefa de seleção dos indicadores, embora simples, é bastante delicada e exige do investigador muita argúcia e experiência. Para bem decidir acerca dos indicadores é necessário que o investigador seja dotado de grande intuição e que possua sólidos conhecimentos sobre o tema pesquisado, evitando-se os resultados equivocados.

Mensuração nas Ciências Sociais (83)

A mensuração é sempre feita por comparação, que em variáveis físicas é simples, mas nas sociais a complexidade é maior, pois as escalas não são tão simples nem sujeitas a padrões de medida universalmente definidos e aceitos.

Para que uma escala seja considerada adequada, deve: apresentar resultados iguais para amostras iguais; medir a variável a que se propõe. Elas podem ser nominais (classificação), ordinais (comparação), de intervalo (linear sem zero) e de razão (linear com zero, permitindo operações).

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8. A Amostragem na Pesquisa Social (91)

A amostragem se fundamenta em leis estatísticas que lhe conferem fundamentação científica. A lei dos grandes números afirma que quanto maior a repetição de um evento mais próximo o resultado da probabilidade efetiva. A lei da regularidade afirma que um subconjunto aleatório tende a ter as mesmas características do grupo maior. A lei da inércia assegura que, na maioria dos fenômenos uma ação em um sentido corresponde a reação equivalente em sentido oposto. A lei da permanência dos pequenos números afirma que duas amostras significativas de igual magnitude tendem aos mesmos resultados.

Tipos de Amostragem (93)

Existem dois grandes grupos: a probabilística e a não-probabilística, sendo que os primeiros são rigorosamente científicos e se baseiam nas leis estatísticas.

Amostragem Aleatória Simples – Procedimento básico que consiste em elementos aleatoriamente, através de tábuas de números aleatórios. Nem sempre é fácil, pois exige a atribuição de cada elemento a um número, e despreza conhecimentos prévios que porventura o pesquisador possa ter.

Amostragem Sistemática – Divide-se a escala de elementos em intervalos no número da amostra a ser retirada. Serão escolhidos os elementos de determinada posição aleatória em todos os intervalos. De aplicação simples, mas que depende da ordenação da população através, por exemplo, de um número de matrícula.

Amostragem Estratificada – Amostras de cada subgrupo, que pode ser proporcional, mantendo as características do grupo maior, ou não proporcional, para comparar os subgrupos.

Amostragem por Conglomerados – Por pedaços do grupo maior, como certos quarteirões de uma cidade.

Amostragem por Etapas – Em níveis de grupos, como no Exército, mas que depende de homogeneidade.

Amostragem por Acessibilidade – Escolhe o que está mais disponível.

Amostragem por Tipicidade – Como Fpolis para o teatro (modelo reduzido).

Amostragem por Cotas – Fixação de cotas para cada classe e para cada pesquisador, encarregado da seleção para manter a proporção inicial.

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Determinação do Tamanho da Amostra (98)

A amostra deve ser composta de um número suficiente de casos, que dependem dos seguintes fatores:

Amplitude do Universo – Finitos (até 100.000) ou infinitos, onde o tamanho da amostragem já não precisa mais aumentar.

Nível de Confiança Estabelecido – Refere-se à área da curva normal definida a partir dos desvios-padrão em relação a sua média.

Erro Máximo Permitido na Pesquisa – Normalmente entre 3 e 5%. Percentagem com que o Fenômeno se Verifica no Universo Maior.

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9. A Observação (104)

É o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. Pode, porém ser utilizada como procedimento científico, á medida que serve a um objetivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planejada, é sistematicamente registrada e ligada a proposições mais gerais, e é submetida a verificação e controles de validade e precisão. Apresenta como principal vantagem a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação, reduzindo a subjetividade.

O principal inconveniente está em que a presença do pesquisador pode provocar alterações de comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco confiáveis. As pessoas tendem a ocultar seu comportamento, pois temem ameaças à sua privacidade.

Observação Simples – O pesquisador observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem, sendo mais um expectador que um ator, sendo chamada de observação-reportagem, pela similaridade com as técnicas jornalísticas. Vantagens: possibilita a obtenção de elementos para a delimitação de problemas de pesquisa, favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisado, facilita a obtenção de dados sem maiores reações subjetivas. Limitações: Canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador, depende da memória do investigador, dá ampla margem à interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno estudado. É mais indicada para hábitos mais públicos, e estudos qualitativos, sobretudo os de caráter exploratório. Pela própria natureza da observação, o pesquisador precisa estar atento para acontecimentos não previstos. Regras fixas para a tarefa de observação não

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existem e as anotações podem ser feitas na hora ou depois, através de diferentes formas de memorização.

Observação Participante – O observador assume, até certo ponto, o papel de membro do grupo, como no caso de antropólogos em sociedades primitivas, podendo ser natural (ele é um membro do grupo) ou artificial. É preciso decidir se será ou não disfarçado, e se for, se seu disfarce pode ser prejudicial a algum membro do grupo. Vantagens: facilita o acesso a dados sobre situações habituais, possibilita o acesso a dados de domínio privado, possibilita captar as palavras de esclarecimento que acompanham o comportamento dos observados. As limitações referem-se às restrições pela assunção de papéis pelo pesquisador, que pode dificultar o acesso a outros níveis da sociedade ou promovê-lo com desconfiança.

Observação Sistemática – O pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos, elaborando previamente um plano de observação. Pode ocorrer em campo ou laboratório. Pela utilização de mecanismos como cronômetros e outros recursos técnicos, o observador não consegue esconder que está fazendo pesquisa, tornando-se necessário convencer os observados que o comportamento dos observadores não representa qualquer ameaça ao grupo.

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10. A Entrevista (113)

Técnica em que o investigador se apresenta ao investigado e lhe formula perguntas para a obtenção de dados de interesse.

Vantagens: Possibilita o acesso referentes aos mais diversos aspectos da vida social, permite a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano, os dados são suscetíveis de classificação e quantificação. Com relação ao questionário: não exige que o entrevistado saiba ler ou escrever, possibilita um maior número de respostas pois é mais difícil negar-se, oferece maior flexibilidade e adaptação pelo contato, possibilita captar a expressão corporal bem como a tonalidade de voz e a ênfase nas respostas.

Limitações: falta de motivação do entrevistado para responder, inadequada compreensão do significado das perguntas, fornecimento de respostas falsas (por razões conscientes ou não), inabilidade em responder adequadamente por insuficiência vocabular ou problemas psicológicos, influência pelo aspecto

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pessoal do entrevistador, influências das opiniões pessoais do entrevistador, custos no treinamento de pessoal e aplicação das entrevistas.

Classificação das Entrevistas (115)

Classificando-as de acordo com seu grau de estruturação:

Entrevista Informal – Simples conversação na obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado. Indicado em estudos exploratórios em realidades pouco conhecidas pelo pesquisador. Se recorre a ela na investigação de certos problemas psicológicos, onde é importante a livre expressão de suas opiniões e atitudes em relação ao objeto da pesquisa.

Entrevista Focalizada – Tão livre como a anterior, mas abordando um tema específico, de modo que o entrevistador evita a fuga do tema pelo entrevistado.

Entrevista por Pautas – Se guia por uma relação de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. As perguntas são poucas. Indicada para entrevistados avessos a uma maior rigidez.

Entrevista Estruturada – Através de um maior número de perguntas que obedecem ordem rígida.

Condução da Entrevista

É necessário, antes de mais nada, que o entrevistador seja bem recebido, indicando as razões da entrevista e que a mesma tem caráter estritamente confidencial. Deve-se criar uma atmosfera favorável. As perguntas: devem ser padronizadas, ser iniciadas com algumas que não provoquem negativismo, devem ser seqüenciais (uma de cada vez), não devem deixar implícitas as respostas.

Se a pergunta provoca uma resposta incompleta ou obscura, o entrevistador precisa buscar uma resposta mais completa sendo imparcial. Se a resposta for "não sei", o entrevistador deve incentivar o entrevistado a pensar mais.

A entrevista deve, se possível, ser terminada quando o entrevistado ainda demonstrar interesse pela entrevista, mantendo a possibilidade de entrevistas futuras.

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11. Questionário (124)

Técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.

Vantagens: possibilita atingir grande número de pessoas, implica menores gastos com pessoal, garante o anonimato das respostas, permite a resposta no momento de conveniência das pessoas, não expõe os pesquisado à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

Limitações: exclui os analfabetos, impede o auxílio ao pesquisado, impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, não garante que a maioria das pessoas desenvolvam-no devidamente preenchido, os itens podem ter significado distinto para cada sujeito pesquisado.

A Construção do Questionário (126)

Consiste na tradução dos objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos. As perguntas podem ser: abertas, fechadas ou duplas (uma aberta e uma fechada em conjunto). Elas podem ser sobre:

Fatos – Geralmente respondidas com sinceridade, tais como sexo, idade etc.

Crenças – Referem-se às experiências subjetivas das pessoas, ou seja, do que as pessoas acreditam que sejam os fatos.

Sentimentos – Sobre as reações emocionais. Padrões de Ação – Padrões éticos, podendo envolver considerações

práticas. Dirigidas a Comportamento Presente ou Passado – Indicador

expressivo de seu comportamento em situações futuras. Referentes a Razões Conscientes – Para descobris os "porquês".

As perguntas devem ser formuladas segunda algumas normas: devem ser claras, concretas e precisas; deve-se considerar o sistema de referência do interrogado e seu nível de instrução; não deve ser ambígua; deve ser neutra; devem referir-se a uma única idéia de cada vez.

O número de perguntas depende do interesse do pesquisado, não devendo passar de trinta. Deve-se ter o cuidado de dispersar perguntas suscetíveis de contágio por outras, assim como evitar a mudança brusca de tema, nem que seja necessária uma parada para preparar para a fase seguinte.

Deve-se evitar as deformações:

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Defesa de Fachada – Evitar o início com perguntas que a induzam, e permitindo que se infira a veracidade das respostas.

Defesa contra Pergunta Personalizada – Utilizar perguntas indiretas. Deformação Conservadora – Preocupação com o "tom" das perguntas. Efeito de Palavras Estereotipadas – Troca por equivalente menos

carregados. Influência de Referência a Pessoas de Destaque.

O questionário deve conter uma introdução e instruções acerca do correto preenchimento.

Antes de sua aplicação efetiva, deve-se aplicar um pré-teste em membros da população (de 10 a 20) para a detecção de possíveis falhas em sua construção. Para tanto, os escolhidos devem ser típicos e dispor de maior tempo que os respondentes definitivos, pois serão entrevistados a posteriori para a observação das dificuldades encontradas. Este pré-teste deve assegurar que o questionário esteja bem elaborado, sobretudo no referente a: clareza e precisão dos termos, forma das questões, desmembramento das questões, ordem das questões, introdução do questionário.

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12. As Escalas Sociais (134)

Instrumentos construídos com o objetivo de medir a intensidade das opiniões e atitudes da maneira mais objetiva possível. Consiste basicamente em solicitar ao indivíduo pesquisado que assinale dentro de uma série graduada de itens, aqueles que melhor correspondam à sua percepção acerca do fato pesquisado.

A opinião refere-se a um julgamento e crença em relação a determinada pessoa, fato ou objeto. Já atitude é uma tendência à ação que inclina o indivíduo a reagir de forma específica em relação a determinadas pessoas, objetos ou situações. Pode-se afirmar que nas opiniões predomina o componente cognitivo sobre o afetivo; nas atitudes ocorre o inverso.

Assim, fatos qualitativos são transformados em quantitativos, daí decorrendo vários problemas:

Definição de um Contínuo – Difícil e que exige exaustivo conhecimento do assunto, dependendo também do grupo em questão.

Fidedignidade – A escala é fidedigna quando produz resultados consistentes.

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Validade – Quando mede realmente o que se propõe a medir, o que é difícil de ser constatado. Existem dois modos de fazê-lo: opinião de um júri ou aplicação a grupos conhecidos.

Ponderação dos Itens para gerar a variável quantitativa. Natureza dos itens – Diretos ou projetivos. Igualdade das Unidades – Linearidade da escala.

Escalas Sociais Mais Utilizadas (138)

De Ordenação – Série de palavras ou enunciados que devem ser ordenados pela aceitação ou rejeição.

De Graduação – Enunciados de atitudes correspondentes a graus, que indicam maior ou menor favorabilidade. Apresentam geralmente cinco graus com o central neutro.

De Distância Social – Para estabelecer relações de distância entre as atitudes em relação a determinados grupos sociais.

De Thurstone – Primeira experiência de mensuração de atitudes com base numa escala de intervalos baseados em frases.

De Likert – Semelhante a anterior, mas com as opções: concordo plenamente, concordo, indeciso, discordo e discordo plenamente.

Diferencial Semântico – Mede o sentido que determinado objeto tem para as pessoas, como uma escala de atitudes.

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13. Os Testes (146)

Aplicar um teste significa fazer uma prova. Nas ciências, aplicar um teste significa medir, isto é, comparar a um critério determinado. Pode-se definir teste psicológico como uma situação experimental que serve de estímulo a um comportamento.

Requisitos de um Teste (147)

1. Validade – Se mede realmente aquilo que se propõe. Recomenda-se que os testes mais complexos, sobretudo os de personalidade, sejam submetidos a provas empíricas depois da análise de conteúdo e da validação de "construto" (investiga as qualidades psicológicas que o teste mede).

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2. Precisão – Refere-se à sua qualidade de medir com acuracidade o que se propõe, com procedimentos semelhantes aos de escala de atitude.

3. Padronização – Diz respeito à uniformidade no processo de aplicação, análise e interpretação.

4. Aferição – Refere-se ao estabelecimento de normas para avaliação e interpretação dos resultados, estando contida na padronização do teste.

Classificação dos Teste (149)

Segundo o uso: individuais, coletivos e auto-administrados.

Segundo a modalidade de apresentação: de lápis e papel, verbais, não-verbais, mistos, de realização ou execução e com o uso de projeções ou televisão.

Segundo a abordagem: analíticos, sintéticos e sincréticos.

Segundo o objeto: de eficiência, personalidade ou escolaridade.

Segundo a natureza da função: da capacidade, involução e deterioração.

Aplicação na Pesquisa Social (150)

De natureza fundamentalmente voltada para diagnósticos psicológicos, podem servir para a investigação de certos tipos de problemas em pesquisa social. Aqui serão mencionados os testes mais utilizados: os projetivos e os sociométricos.

Testes Projetivos

Fundamentam-se na apresentação de uma situação estimulante, a partir da qual o sujeito se pronuncia indicando suas visões das coisas:

1. Testes Visuais – Complexos. Uma das possibilidades são imagens que permitem interpretações ambíguas (boas ou ruins).

2. Testes Verbais – Através de associações de palavras com reações, complementação de frases ou estórias.

3. Teste Gráficos – O sujeito desenha todo ou completa.4. Testes Lúdicos – Jogo com bonecos para crianças pequenas.

Testes Sociométricos

Procura captar e mapear as relações de atração e repulsão entre os membros de um grupo social, através da investigação das preferências de cada elemento do grupo. Possibilita a obtenção, com bastante precisão, dos seguintes dados: a) a posição que cada um ocupa no grupo, bem como a que julga ocupar; b) as relações de afinidade e de conflito entre os componentes do grupo; c) a

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estrutura sociométrica do grupo, rede de comunicações, focos de tensões, subgrupos etc.; d) a dinâmica dos grupos:modificações dos quadros e evolução dos processos grupais.

Constitui-se basicamente por um questionário com questões projetivas (preferências e rejeições para com outros membros) ou perceptivas (preferências e rejeições que acredita receber).

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14. A Utilização de Documentos (158)

As fontes escritas muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamento de campo, sem contar que em muitos casos só se torna possível a investigação social a partir de documentos.

Podem ser: os registros estatísticos, principalmente os públicos; os documentos pessoais e a comunicação de massa.

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15. A Análise e a Interpretação (166)

A análise tem por objetivo organizar e sumarizar os dados para fornecerem as respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação busca o sentido mais amplo das respostas, com a ligação à outros conhecimentos previamente obtidos. A despeito de sua variabilidade, é possível afirmar que em boa parte das pesquisas sociais são observados os seguintes passo:

1. Estabelecimento de Categorias – Agrupamento das respostas em certo número de categorias que devem seguir regras como estas: a) as categorias devem derivar de um único princípio de classificação; b) o conjunto de categorias deve ser exaustivo; c) as categorias devem ser mutuamente exclusivas. Para evitar o excesso de categorias é conveniente a inclusão de uma categoria residual.

2. Codificação – Antes (perguntas fechadas) ou depois da coleta de dados.3. Tabulação – Processo de agrupar e contar os dados nas várias

categorias, do modo simples ou cruzado (entre duas categorias).4. Descrição dos Dados – Para caracterizar o que é típico no grupo (por

valores médios ); indicar a variabilidade dos indivíduos do grupo

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(medidas de dispersão); distribuir indivíduos em relação a determinadas variáveis; determinação da força da relação entre variáveis (entre –1 e +1).

5. Avaliação das Generalizações Obtidas com os Dados – Com teste de hipóteses ou testes de significância, partindo-se da hipótese nula para ser rejeitada ou não.

6. Inferência de Relações Causais.7. Interpretação dos Dados – Através do equilíbrio entre a teoria e as

pesquisas.

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16. O Relatório de Pesquisa (191)

O relatório é absolutamente indispensável, pois leva os resultados ao público de interesse:

1. Estrutura do Texto – Deve indicar o problema, a metodologia, os resultados e as conclusões e sugestões.

2. Estilo do Relatório – Impessoalidade, objetividade, clareza, precisão e concisão.

3. Aspectos Gráficos – Divisão em partes etc.