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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA INSTITUTO CIBERESPACIAL CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO ALINNE SARMENTO DO ESPÍRITO SANTO CLÍVIA GABRIELA RESQUE NUNES MET@SPER: UMA PROPOSTA PARA O AUXILIO DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM PRAGMÁTICA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE ASPERGER Belém PA 2018

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO CIBERESPACIAL CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

ALINNE SARMENTO DO ESPÍRITO SANTO CLÍVIA GABRIELA RESQUE NUNES

MET@SPER: UMA PROPOSTA PARA O AUXILIO DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM PRAGMÁTICA EM CRIANÇAS

COM SÍNDROME DE ASPERGER

Belém – PA 2018

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ALINNE SARMENTO DO ESPÍRITO SANTO CLÍVIA GABRIELA RESQUE NUNES

MET@SPER: UMA PROPOSTA PARA O AUXILIO DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM PRAGMÁTICA EM CRIANÇAS

COM SÍNDROME DE ASPERGER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Computação pela Universidade Federal Rural da Amazônia.

Orientadora: Profª. M.Sc. Larissa Sato Elisiário.

Belém – PA 2018

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Bibliotecária-Documentalista: Letícia Lima de Sousa – CRB2/1549

Espírito Santo, Alinne Sarmento do

Met@sper: uma proposta para o auxílio do desenvolvimento da

linguagem pragmática em crianças com síndrome de asperger / Alinne

Sarmento do Espírito Santo,Clívia Gabriela Resque Nunes. – Belém,

2018.

66 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Computação) –

Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2018.

Orientadora: MSc. Larissa Sato Elisiário.

1. Educação primária – Uso de software 2. Educação – Linguagem

pragmática 3. Crianças - Síndrome de Asperger 4. Crianças -

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento I. Nunes, Clívia Gabriela

Resque II. Elisário, Larissa Sato (orient.) III. Título.

CDD – 372.358

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Dedico este trabalho para minha mãe Cláudia Sarmento

e minha tia Kátia Costa que me ensinaram a nunca

desistir e sempre lutar para conseguir alcançar todos os

meus sonhos.

Alinne Sarmento

Dedico esse trabalho ao meu filho Lucas Gabriel e todas

as crianças com Síndrome de Asperger.

Clívia Resque

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Agradecimentos

Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a

Deus e a Nossa Senhora de Nazaré por toda força, ânimo e coragem que me

ofereceu para ter alcançado minha meta.

À minha família, que sempre me apoiou e esteve ao meu lado durante muitos

problemas enfrentados ao decorrer desta formação.

Aos meus pais, Cláudia Sarmento e Elias Costa, que sempre sonharam em

me verem em uma universidade, sempre tiveram orgulho e acreditaram no meu

potencial.

À minha madrinha, Kátia Costa, a quem serei grata por tudo, eternamente,

pois me recebeu de braços abertos em sua casa quando vim do interior de

Marapanim, me deu a oportunidade para que eu continuasse meus estudos e

sempre me apoiou durante a minha formação.

Ao meu primo João Pedro Costa, que se disponibilizou para desenhar todas

as figuras presentes neste trabalho.

À minha irmã Amanda Costa e meu primo Bruno Sarmento, que sempre

acreditaram em meus sonhos, nunca deixaram eu desistir.

Aos meus amigos Clívia Resque e Marcelo Ferreira, que são amigos que a

universidade me deu, que estiveram ao meu lado em todos os momentos bons e

difíceis da minha vida acadêmica, principalmente à Clívia que é minha parceira

neste trabalho e espero levar essas amizades para a eternidade.

À nossa orientadora Profª. M.Sc. Larissa Sato Elisiário, por toda a paciência

que teve e que, mesmo com o tempo corrido, conseguiu nos dar atenção para

concluirmos um excelente trabalho.

Por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram diretamente ou

indiretamente de alguma forma durante o desenvolvimento deste trabalho.

Alinne Sarmento

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Primeiramente quero agradecer a Hashem (D’us), que com sua eterna

benevolência me permitiu chegar até aqui, me fortalecendo ao ponto de superar as

dificuldades e também por toda saúde que me deu e que permitiu alcançar esta

etapa tão importante da minha vida.

Quero agradecer também ao meu marido, Alexandre Nunes, que não mediu

esforços para que eu pudesse chegar até aqui, sempre me apoiando, sendo um

companheiro nas batalhas que enfrentei nessa longa jornada. A você expresso toda

a minha gratidão pelo apoio, carinho e dedicação.

Agradeço imensamente a minha família, que esteve sempre comigo, me

auxiliando com meu filho e me apoiando em todos momentos difíceis.

Aos meus companheiros de equipe e amigos Alinne Sarmento e Marcelo

Ferreira quero deixar um agradecimento especial, pois considero eles meus

neurônios externos, sem a ajuda e o companheirismo de vocês não teria conseguido

sozinha.

Agradeço a nossa orientadora Profª. M.Sc. Larissa Sato Elisiário por todo

apoio, dedicação e pelos conhecimentos repassados, para que esse trabalho fosse

finalizado.

E por fim, meu muito obrigada a todos que de alguma forma me ajudaram a

chegar até aqui.

Clívia Resque

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RESUMO

A Síndrome de Asperger (SA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a

capacidade de socializar e de se comunicar.Atualmente enquadra-se no Transtorno

do Espectro Autista (TEA), o SA,também conhecido como Transtorno Invasivo do

Desenvolvimento (TID). As crianças com Síndrome de Asperger possuem uma

dificuldade com a linguagem pragmática.Por isso, este estudo objetivou-se a propor

um aplicativo que auxilie no desenvolvimento da linguagem pragmática em crianças

com Síndrome de Asperger (SA) para dispositivos móveis. Para tanto, foi utilizado

como método para coleta de dados a pesquisa bibliográfica, por meio de estudos

levantados no referencial teórico sobre a Síndrome de Asperger, conhecimento das

áreas tecnológicas, educacional e da saúde. O protótipo do software foi proposto

mediante a técnica Wireframe, que permite a visualização da plataforma de forma

simples. A partir da análise de dados foi possível entender a importância da

linguagem pragmática em crianças com Síndrome de Asperger, pois a falta de

compreensão dessa linguagem pode interferir diretamente em suas habilidades

sociais. Então, buscou-se, através dos métodos terapêuticos e os recursos

tecnológicos existentes, apresentar o protótipo do aplicativo MET@SPER que, por

meio de histórias estruturadas em metáforas, auxiliem o usuário a adquirir um novo

conceito sobre determinada palavra, além de submetê-lo a um teste de fixação. O

MET@SPER usa o recurso do jogo para promover não só a aprendizagem,mas o

entretenimento. Por meio de todo o estudo realizado, foi possível confirmar que uso

das tecnologias, juntamente com a técnica Behaviorista apresentada, podem formar

uma excelente ferramenta educacional e social para auxiliar o desenvolvimento da

linguagem pragmática em crianças com Síndrome de Asperger, assim estimulando

mais interação, dinâmica e autonomia.

Palavras-chaves: Síndrome de Asperger, TIC, Protótipo, Linguagem Pragmática.

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ABSTRACT

This work proposed an applicative to aims in the development of the pragmatic

language, for mobile devices, in children with Asperger's Syndrome (A.S.), as well to

understand the Asperger's Syndrome and to indentify the pragmatic difficulties of

these children; to explicit methods of therapeutic interventions and to expose

different forms and possibilities of use of TIC in special education. For this, the

bibliographic research was used as a method for collecting data, using the study

based on the theoretical reference on Asperger's Syndrome, knowledge of the

technological, educational and health areas. The prototype of the Software was

proposed through the Wireframe technique, which allows the simple visualization of

the platform. From the data analysis it was possible to verify the importance of the

pragmatic language in children with Asperger's Syndrome, the lack of understanding

of this language can interfere directly in their social skills. Therefore, through the

therapeutic methods and the existing technological resources, the MET@SPER

application prototype was presented and, through histories structured in metaphors,

helps the user to acquire a new concept about a particular word, besides subjecting it

to a fixation test. The MET@SPER uses the game feature to promote not only the

learning as well as the entertainment. Throughout the study, it was possible to

confirm that the use of the technologies, together with the pedagogical methods

presented, can form an excellent educational and social tool to assist the

development of pragmatic language in children with Asperger's Syndrome, thus

stimulating more interaction, dynamics and autonomy.

Key words: Asperger's Syndrome. TIC. Prototype. Pragmatic Language.

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LISTA DE SIGLAS

ABA: Applied Behavior Analysis.

AEE: Atendimento Educacional Especializado.

CAA: Comunicação Aumentativa e Alternativa.

CID: Classificação Internacional de Doenças.

NEE: Necessidades Educativas Especiais.

PECS: Picture Exchange Communication System.

SA: Síndrome de Asperger.

TA: Tecnologia Assistiva.

TEA: Transtorno do Espectro Autista;

TEACCH: Treatment and Education of Autistic and Related Communication-

Handicapped Children.

TGD: Transtornos Globais do Desenvolvimento.

TIC: Tecnologia da Informação e Comunicação.

TID: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tela inicial do jogo Tá na Norma?............................................................. 37

Figura 2 - Tabuleiro do jogo Tá na Norma? .............................................................. 37

Figura 3 - Tela inicial do jogo Uma viagem a Hogwarts. ........................................... 38

Figura 4 - Pergunta do jogo Uma Viagem a Hogwarts. ............................................. 38

Figura 5 - Desenhe e Aprenda a Escrever ................................................................ 39

Figura 6 - Minha Rotina Especial .............................................................................. 40

Figura 7 - FirstThen (Primeiro e Depois) ................................................................... 40

Figura 8 - Go Sequencing ......................................................................................... 41

Figura 9 - ABC Autismo ............................................................................................. 42

Figura 10 - Livox ........................................................................................................ 42

Figura 11 - Que-Fala ................................................................................................. 43

Figura 12 - Wireframe do MET@ASPER .................................................................. 48

Figura 13 - Tela Inicial do MET@SPER .................................................................... 52

Figura 14 - Telas de Configuração do MET@SPER ................................................. 52

Figura 15 - Historinha do "Carro deu Prego" ............................................................. 53

Figura 16 - Explicação do "Carro deu Prego" ............................................................ 53

Figura 17 - Atividade do "Carro deu Prego" .............................................................. 54

Figura 18 - Tela do Acerto ......................................................................................... 55

Figura 19 - Historinha da "Espinha" .......................................................................... 55

Figura 20 - Explicação da "Espinha" ......................................................................... 56

Figura 21 - Atividade da "Espinha". ........................................................................... 56

Figura 22 - Tela do Erro ............................................................................................ 57

Figura 23 - Placar do MET@SPER ........................................................................... 57

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 13

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 13

1.3 SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................... 14

2. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: COMPREENDENDO A

SÍNDROME DE ASPERGER .................................................................................... 15

2.1 DIFICULDADES NA LINGUAGEM PRAGMATICA ......................................... 17

2.1.1. Conceitos gerais de linguagem.............................................................. 20

2.2. INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS NO DESENVOLVIMENTO DA

LINGUAGEM ......................................................................................................... 22

2.2.1. Método PECS e TEACCH ..................................................................... 25

3. UTILIZAÇÃO DA TIC......................................................................................... 27

3.1. A TIC NA EDUCAÇÃO ................................................................................. 27

3.2. TIC NA LINGUAGEM ................................................................................... 29

3.3. TECNOLOGIA ASSISTIVA .......................................................................... 32

3.4. JOGOS EDUCACIONAIS E DISPOSITIVOS MÓVEIS ................................ 33

3.4.1. Exemplos de jogos para crianças atípicas e típicas .............................. 35

4. PROPOSTA DA FERRAMENTA MET@SPER ................................................. 44

4.1TÉCNICA WIREFRAME ................................................................................... 46

4.2 TÉCNICA BEHAVIORISTA .............................................................................. 48

4.3. MET@SPER ................................................................................................ 51

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 59

5.1. DIFICULDADES ENCONTRADAS............................................................... 60

5.2. TRABALHOS FUTUROS ............................................................................. 60

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61

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1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Asperger enquadra-se dentro do grupo conhecido por

Transtorno do Espectro Autista (TEA). O "Espectro do Autismo" recebe esta

nomenclatura por contar com várias síndromes do comportamento neurobiológicos,

também conhecido como Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID). O

Autismo e a Síndrome de Asperger estão entre os mais comuns TIDs. O Transtorno

do Espectro Autista (TEA) compreende-se por apresentar condições e situações

semelhantes, porém, podendo variar tanto nos sintomas quanto nos graus, que

podem ser do mais leve ao mais alto.

O TEA está caracterizado pela falta de três áreas bem especificas,

conhecidas como a tríade autista. As três áreas são: interação social, comunicação

e comportamento e interesses restritos e repetitivos. A presença dessas

características está diretamente relacionada ao seu diagnóstico.

Os SA possuem dificuldades de socialização; logo, essas crianças

apresentam a falta de empatia, ou seja, não conseguem se colocar no lugar do

outro. As crianças com SA, diferentemente dos autistas, tem a consciência das suas

diferenças, elas sofrem e sentem frustrações.

A criança com Síndrome de Asperger (SA) costuma desenvolver uma

linguagem gramaticalmente correta, contudo tem a dificuldade compreensão e

interpretar mentiras, metáforas, o duplo sentido das frases e ironias, fazendo que

estas sejam interpretadas literalmente. Essa falta da compreensão da linguagem

pragmática pode gerar desconforto, causando estranhamento diante dos seus pares.

Observando que esses desconfortos causados pela falta da compreensão da

linguagem pragmática podem causar sofrimento e constrangimentos, podemos levar

em consideração que tais sentimentos podem interferir no processo de ensino e

aprendizagem no ambiente escolar, já que esses fatores interferem na

aprendizagem.

Assim a pesquisa buscou reunir dados e informações com o propósito de

responder aos seguintes problemas: A ferramenta digital baseada na terapia

tradicional ajudaria os profissionais da saúde a reforçar o uso correto da linguagem

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pragmática? Seria importante que pais e professores tivessem acesso a essa

ferramenta para ajudar no reforço dessa dificuldade fora do momento da terapia?

Segunda a ONU (2015), estima-se que atualmente o TEA afeta 1% da

população mundial.A Síndrome de Asperger tem índice de prevalência de 2 a 4 em

10.000, sendo mais comum em meninos do que em meninas, na proporção 9 para 1

(KLIN, 2006).

Em função disso e por experiências vividas por uma das autoras deste

trabalho, que tem um filho com SA, identificou-se a necessidade de ter uma

ferramenta digital que auxilie no desenvolvimento do uso da linguagem pragmática

fora do consultório terapêutico, pois essa dificuldade tem uma abrangência

significativa na rotina de uma criança com SA e das pessoas que a cercam, como:

pais, professores e amigos que integram sua vida e não sabem lidar com essa

dificuldade. Então, neste contexto, surgiu a proposta da criação de uma ferramenta

digital que esteja embasada nas teorias terapêuticas já existentes e na utilização das

TIC como aliadas nesse processo.

Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas pesquisas

bibliográficas, a partir de: livros, artigos científicos, revistas, documentos eletrônicos

e enciclopédias na busca e alocação do conhecimento das áreas tecnológicas,

educacional e da saúde, com abordagem qualitativa e proposito descritivo. O

protótipo do jogoserá exposto por meio da técnica Wireframe, que permite a

visualização dofluxograma de forma simples.

1.1 OBJETIVO GERAL

Propor um aplicativo que auxilie no desenvolvimento da linguagem pragmática

em crianças com Síndrome de Asperger.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Compreender a Síndrome de Asperger;

• Identificar as dificuldades pragmáticas das crianças com SA;

• Explicitar os métodos de intervenções terapêuticas;

• Expor diferentes formas e possibilidades de uso das TIC na educação

especial.

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1.3 SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em cinco capítulos:

O primeiro inclui a introdução, os objetivos gerais e específicos e a

metodologia de pesquisa realizada;

O segundo capítulo apresenta estudos sobre a Síndrome de Asperger, as

dificuldades que os SA têm na linguagem pragmática, os conceitos gerais linguagem

e os métodos de intervenções terapêuticas;

O terceiro capítulo será abordada a utilização da TIC, como: a TIC

na educação e na linguagem, tecnologia assistiva, jogos educacionais e dispositivos;

O quarto capítulo irá apresentar a proposta da ferramenta MET@SPER, bem

como as metodologias, técnica Wireframe e as telas do protótipo; e

O quinto capítulo apresenta as considerações finais e sugestões para trabalhos

futuros.

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2. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: COMPREENDENDO A SÍNDROME

DE ASPERGER

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) consiste na apresentação de

algumas alterações demonstradas na primeira infância, por volta dos três anos de

idade, podendo também ser percebidas ao longo dos anos, dependendo de cada

criança. Os sintomas desta síndrome são: dificuldades na comunicação social, nas

interações sociais, certos padrões de comportamento repetitivos e restritos e área

de interesse em atividades especificas (DSM-V, 2014).

O TEA abrange o autismo, a Síndrome de Asperger, o Transtorno Global do

Desenvolvimento sem outra especificação, o Transtorno Desintegrativo da infância

e o Transtorno de Rett (DSM-V, 2014). Importante ressaltar que essas síndromes

fazem parte dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TDI), onde o autismo e

a síndrome de Asperger estão entre os mais comuns (KLIN, 2006).

Conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), o Autismo e a

Síndrome de Asperger fazem parte de um conjunto de transtornos do

neurodesenvolvimento (são um grupo de condições com início no período do

desenvolvimento), que podem ser conhecidos como: Transtornos Globais do

Desenvolvimento (TGD), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) ou

Transtornos do Espectro do Autismo (TEA).

A história do primeiro diagnóstico de autismo começa a ser relatada em

1943, quando o Dr. Léo Kanner descreve um estudo de onze casos, relacionados a

um fenômeno da linha da esquizofrenia, pois apresentaram quadros de isolamento

excessivo, obsessividade, estereotipias e ecolalia(KANNER, 1943). Constatou-se

nos casos observados, que as crianças estudadas tinham desde o início de sua

infância uma deficiência em manter contato com o mundo exterior, gerando um

isolamento excessivo(KLIN, 2006).

Quase em paralelo a Kanner, Hans Asperger, em 1944, descreve uma

condição como “psicopatia autística”. O médico pediatra relata o caso de quatro

crianças com dificuldade de interação social em grupos “indicando um transtorno

estável de personalidade marcado pelo isolamento social”.Hans Asperger afirma

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queessas crianças possuíam habilidades intelectuais preservadas, assim trazendo

novas informações(KLIN, 2006).

Ritvo e Ornitz(1976)trazem uma nova concepção de autismo, abandonando o

conceito de Psicose Infantil1 e atribuindo ao transtorno do desenvolvimento, pois

sugerem uma alteração no Sistema Nervoso Central.

Ainda de acordo com Bossa (2001, p. 283):

As pessoas com autismo experienciaram uma sobrecarga sensorial durante a interação social, considerando-se que o ser humano é uma das fontes mais ricas de estimulação simultâneas: tom da voz (estímulos auditivos); expressão facial (estímulo visual); gestos (estímulo visual periférico) e referência a objetos e eventos ao redor (estímulo visual e auditivo periférico). O retraimento social e as estereotipias seriam formas de fugir dessa sobrecarga

Nos anos 70, a psiquiatra LornaWing, em seus estudos, concluiu que, apesar

das crianças com autismo apresentarem diversas dificuldades, “havia incapacidade

em três áreas bem identificadas, como a linguagem e comunicação, competências

sociais e flexibilidade de pensamento ou de imaginação”. Com base nessas

dificuldades, denominou de “Tríade de incapacidade”, criando a expressão

“Espectro do autismo”(PATRÍCIO, 2013, p. 39).

De acordo com Rodrigues & Oliveira (2013, p. 2-3):

Dificuldades de comunicação: Caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal: gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. Dificuldade de socialização: Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Dificuldade no uso da imaginação: Caracteriza-se por rigidez e inflexibilidade e se estende as várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança.

Em uma visão atual de Gillberg(1990), o autismo é considerado uma

síndrome comportamental com múltiplas etiologias e com um distúrbio de

desenvolvimento que se caracteriza por um déficit na interação social, com

perturbações de linguagem e alterações de comportamento, tratando-se de quadros

neurológicos e genéticos.

1Psicose Infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente

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Santos & Grillo (2015, p. 32) afirmam que o transtorno traz atrasos na

comunicação, fala e até mesmo em movimentos no comportamento físico, podendo

apresentar-se do grau leve a elevado e, dependendo deste grau, "pessoas que

possuem o transtorno do espectro autista têm a capacidade de se desenvolver

como outras que não possuem este transtorno”.

Ao longo dos anos, o conceito de autismo foi sofrendo importantes

alterações, e os termos dados por Kanner e Asperger foram evoluindo até os dias

atuais, podemos perceber que ao longo desses anos os estudos foram

desencadeando e descobrindo novas concepção de autismo, conforme explicado

acima e que hoje são enquadradas dentro do TEA.

A Síndrome de Asperger hoje é considerada um autismo de “alta

funcionalidade”, ou seja, são autistas com inteligência preservada. Assim o autismo

se apresenta em: autismo de desempenho ou alta funcionalidade, como explicado

acima, e o autismo clássico. (SANTOS e GRILLO, 2015).

Para Vila, Diogo e Siqueira (2009, p. 10), os sujeitos com Síndrome de

Asperger normalmente possuem notáveis “habilidades cognitivas (Q.I. normal e por

vezes até às faixas mais altas) e funções de linguagem normais e muitas vezes

demasiado elaboradas, estando incapacitadas de o utilizar socialmente, já que não

são capazes de perceber para que serve a simples conversação".

Portando, visando uma melhor compreensão do transtorno do espectro

autista, optamos por estudar e demonstrar a Síndrome de Asperger, como o foco

desta pesquisa, tratando especificadamente da dificuldade que os SA possuem em

relação a linguagem pragmática.

2.1 DIFICULDADES NA LINGUAGEM PRAGMATICA

A linguagem pragmática serve para entender uma comunicação em contexto

funcional. Como citado anteriormente, os indivíduos com SA apresentam algumas

alterações, entre elas: a falta de interação social, interesses restritos, a linguagem e

a comunicação.

De acordo com Bossa(2001, p. 284):

Os déficits de linguagem seriam uma consequência da incapacidade destas crianças para se comunicarem com outras pessoas a respeito de estados mentais; os distúrbios no comportamento social refletiriam a

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dificuldade em dar um sentido ao que as pessoas pensam e ao modo como se comportam.

Como bem nos assegura a DSM-V (2014), pode-se dizer que a dificuldade

na linguagem pragmática acarreta danos no entendimento da comunicação verbal e

não verbal. Neste contexto, ficam claros que os déficits causados por essa falta de

compreensão das regras sociais causam danos. O mais preocupante, contudo, é

constatar os prejuízos em contextos naturais no entendimento nas conversas, e em

contar histórias. Destaca se também uma deficiência na compreensão e

interpretação de texto, podendo ter expressões inadequadas (MOUSINHO, 2010).

A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que apesar

das crianças com SA apresentarem uma linguagem aparentemente perfeita

gramaticalmente, elas podem não compreender contextos básicos. Não se trata de

desenvolver uma linguagem correta do ponto de vista gramatical e sim de reagirem

de forma inapropriada por não compreenderem o valor do contexto (KLIN, 2006).

Segundo Roballo (2001), as crianças com síndrome de Asperger possuem

dificuldade de interpretação por terem um "déficit cognitivo específico" no

desenvolvimento da teoria da mente, que por definiçãoé a capacidade de o

indivíduo compreender uma representação secundária.

Roballo (2001, p. 23) deixa claro que o déficit cognitivo "transforma a

capacidade para desenvolver o faz-de-conta, o jogo simbólico e a criatividade e

originalidade, alterando também a adaptação pragmática do mundo".Crianças com

Síndrome de Asperger tem muitas dificuldades com essa linguagem pragmática,

pois há um bloqueio de entender metáforas, dificultando assim a comunicação em

contexto funcional.

Segundo Mousinho (2010, p. 386), "falar de forma gramaticalmente correta é

insuficiente para ser uma pessoa hábil socialmente, a linguagem usada em contexto

social exige habilidades interacionais e cognitivas". Os sujeitos portadores da

síndrome de Asperger possuem uma grande habilidade em usar frases e

expressões que aparentemente estão perfeitas, porém costumam apresentar

dificuldades em sua interpretação, por exemplo, se na frase contar palavras de

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duplo sentido, os SA irão interpretar as palavras literalmente, assim não

compreendendo o real sentido da palavra na frase.

Conforme Tamanha& Colaboradores (1997, p. 29), facilmente os SA usam

linguagens "rebuscadas, contrapõe-se, frequentemente a dificuldade na

compreensão de palavras muito simples de uso corriqueiro”. As crianças com SA

têm grande dificuldade na comunicação social (pragmática).

De acordo com Pratis& Martins (2011, p. 54):

A comunicação é um meio pelo qual o indivíduo recebe e expressa a linguagem, sendo um elemento essencial para a socialização e integração na comunidade. Portanto, os distúrbios da comunicação causam impacto direto sobre a vida social da criança e sobre o sucesso acadêmico e ocupacional, sendo reconhecidos como importantes questões de saúde pública.

Os autores deixam claroe ressaltam a importância da comunicação funcional,

assim como a falta de certas habilidades comunicacionais, que acabam acarretando

diretamente na vida social do indivíduo. Esse é o motivo pelo qual devemos frisar a

necessidade de uma aplicação tecnológica que auxilie no desenvolvimento da

linguagem pragmática, colaborando juntamente com as intervenções terapêuticas

existentes.

Essas informações são de grande relevância aos profissionais da educação

e que é de extrema importância para buscar novas tecnologias, afim de poder

minimizar os prejuízos sofridos por esse transtorno. Como bem nos assegura

Cassemiro& Colegas (2017), a tecnologia pode ajudar no processo de ensino e

aprendizagem, como, por exemplo, na criação de um software que ajude no auxilio

no desenvolvimento dessa linguagem.

Perante as dificuldades vistas no desenvolvimento da linguagem pragmática

que essas crianças enfrentam, fica claro o quanto são limitadas socialmente por

conta da falta dessa condição linguística, que é primordial em nosso cotidiano, pois

a compreensão e interpretação nos promove a interação social. Portanto vale

ressaltar que minimizar tais prejuízos linguísticos, trazem a essas crianças

benefícios, em uma das suas fases mais importante da vida, que é a infância, pois

todo cuidado e investimentos para o melhoramento no desenvolvimento de

particularidades se fazem necessários. (CASSEMIRO, MARTINIANO, et al., 2017).

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2.1.1. Conceitos gerais de linguagem

Visto que, a linguagem pragmática está presente em nossa habilidade social

em compreender e interpretar o contexto, porém consideramos importante

contextualizar e conceituar as definições de linguagem, assim, deixando clara a

importância de cada tipo de linguagem.

A linguagem se associa à comunicação “através de códigos simbólicos

utilizados para expressão de ideias, significados e emoções constituídos por

palavras” (MUSZKAT e MELLO, 2009),sendo um componente fundamental “para a

socialização e integração na comunidade” (PRATES e MARTINS, 2011).

Minuzzi e Fachin(2011) afirmam que “a linguagem é um fenômeno humano

e, por conseguinte, está intrinsecamente relacionado com práticas sociais”.

O DSM-V da Associação Americana de Psiquiatria (APA, 2014) conceitua a

linguagem como “a função e o uso de um sistema convencional de símbolos (i.e.,

palavras faladas, linguagem de sinais, palavras escritas, figuras), com um conjunto

de regras para a comunicação”.

Para Pratis e Martins (2011)a linguagem verbal abrange quatro sistemas

relacionados ao seu o processo de aquisição, sendo eles: o fonológico (sons da

língua), semântico (vocabulário), gramatical ou morfológico (formação e

classificação das palavras) e o pragmático (sentido contextual das palavras) e ainda

se incluem mais duas aquisições: a prosódia (entonação) e a sintaxe (organização

das palavras na frase).

Conforme explicado acima, a linguagem se apresenta em eixos, onde cada

um tem sua estrutura bem definida. Portanto, a linguagem se torna um sistema de

representações gráfica, simbólica e cultural.

Segundo Muszkat e Mello (2009)a linguagem nos traz parâmetros distintos,

cheios de ambiguidades, plasticidade e subjetividade, trazendo a relação entre o

sentido e a percepção, fazendo o jogo simbólico entre a memória e o pensamento.

Nesse sentido, Muszkat e Mello (2009), afirmam que "antes do

desenvolvimento da linguagem verbal o pensamento traduz-se em fragmentos

sensório motores, carregados de emocionalidade, com a mediação da linguagem,

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este protopensamento transcende a níveis mais complexos de abstração e

metacognição”.

O site NeuroSaber (2017), em seu artigo “Linguagem na pessoa com

Transtorno de Asperger: quais as características?”define "a linguagem como a

forma, o meio, o mecanismo o qual nos comunicamos. Ela requer diversas

maneiras que as pessoas usam para estabelecer a comunicação”.

Diante do exposto, a linguagem pragmática está dentro dos eixos

demonstrados na linguagem humana, sendo definida como "uma daquelas palavras

que dão a impressão de que se está falando algo inteiramente específico e técnico,

quando, na verdade, muitas vezes, ela não tem nenhum significado claro” (LINS,

2008, p. 4).

E ainda conforme Lins (2008), a linguagem pragmática tem muitas

definições. Segundo Oliveira (2004, p. 1)"A Pragmática é a ciência do uso da

linguagem nos contextos sociais. Nesses termos, a pragmática pode ser expressa

como o uso da linguagem na comunicação, ou seja: ao igualar uso com uso

comunicativo".

Conforme explicado acima, a pragmática estuda o significado que está por

trás do sentido literal. Estuda, por exemplo, o implícito, o que não ficou dito por via

direta e indireta (SCHUSTER, POLLA e MENGARDA, 2008). Segundo Oliveira

(2004), o uso da pragmática é a explicação na inter-relação existente entre o

homem e a comunicação que pode estar empregada no contexto.

De acordo com Crystal (1985, p. 379):

A pragmática é o estudo da linguagem do ponto de vista de seus usuários, particularmente das escolhas que eles fazem, das restrições que eles encontram ao usar a linguagem em interações sociais, e dos efeitos que o uso da linguagem, por parte desses usuários, têm sobre os outros

participantes no ato da comunicação.2

Podemos constatar que o êxito da comunicação se dá pela dependência do

entendimento da mensagem entres os sujeitos, que terão que cooperar para passar

a mensagem de modo apropriado. Ter problemas com essas linguagens pode-se

considerar se um transtorno.

2 Tradução Livre

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De acordo com DSM-V(2014, p. 92):

O transtorno da comunicação social (pragmática) caracteriza-se por uma dificuldade primária com a pragmática, ou o uso social da linguagem e da comunicação, conforme evidenciado por déficits em compreender e seguir regras sociais de comunicação verbal e não verbal em contextos naturais, adaptar a linguagem conforme as necessidades do ouvinte ou da situação

e seguir as regras para conversar e contar histórias.

Como nos relata O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

da Associação Americana de Psiquiatria, o transtorno da pragmática nos traz

constante dificuldades no contexto social, de seguir regras, participação social e

afetiva, relações sociais, entre outros. São inúmeros os prejuízos causados pela

falta do entendimento da pragmática.

Podemos concluir que o entendimento e compreensão da linguagem

pragmática está diretamente ligado à vida social. A forma como utilizamos a

linguagem na comunicação, tanto verbal como não verbal, traz mais qualidade de

vida em nossa socialização porque "a forma como se comunica é tão importante

quanto o que se comunica”(SCHUSTER, POLLA e MENGARDA, 2008).

Portanto, “a comunicação é um meio pelo qual o indivíduo recebe e expressa

a linguagem, sendo um elemento essencial para a socialização e integração na

comunidade”(PRATES e MARTINS, 2011).

Mousinho (2010) conclui que “a linguagem pragmática está direta e

intimamente relacionada às habilidades sociais. Em Autistas de Alto Desempenho

estas são questões que se evidenciam”.

2.2. INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS NO DESENVOLVIMENTO DA

LINGUAGEM

Antecedentemente, a criança com SA possui uma dificuldade linguística

específica e causando um bloqueio no entendimento da linguagem pragmática

acarreta diretamente em sua vida social, trazendo assim diversos prejuízos tanto

nas interações sociais, quanto na sua vida familiar e escolar.

Para minimizar essas perdas, os SA se submetem a procedimentos

terapêuticos, psicológicos e fonoaudiólogos, podendo também ser acompanhado de

Neuropediátricos. Esses processos de intervenção trazem benefícios à sua

interação social, comportamental, em sua comunicação social, entre outras áreas.

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Atualmente existem alguns “programas de intervenção onde são utilizados

para a melhora na linguagem de pessoas com TEA, como o Picture Exchange

Communication System (PECS), o

TreatmentandEducationofAutisticandRelatedCommunication-HandicappedChildren

(TEACCH), o AppliedBehaviorAnalysis (ABA)”, todos se objetivam à comunicação

prática (SANTANA e TOSCHI, 2015).

Esses programas se baseiam na Psicologia Behaviorista, que estuda a

interação entre o ambiente (estímulos) e o indivíduo (respostas). Dentro dessa

perspectiva, o comportamento não é visto como algo isolado, e sim, como

consequência de sua resposta diante dos estímulos (ambiente) em que ele faz

acontecer (SANTANA e TOSCHI, 2015).

O método de Análise do Comportamento Aplicada (do inglês,

AppliedBehaviorAnalysis) consiste na observação e análise, entre o comportamento

do indivíduo, o ambiente e a aprendizagem. (LEAR, 2004).

Os programas baseados no estudo da ABA vêm contribuindo de diversas

maneiras para a vida das crianças com SA e para as pessoas que fazem parte do

seu cotidiano, como família, amigos, professores e os profissionais da saúde.

Dentro da ABA, existem vários recursos de ensino, tornando-se base das

demais terapias, sendo “baseada nas consequências favoráveis ou positivas

(reforços positivos) ”, tendo por objetivo “consequências naturais (intrínsecas) que

produzidas pelo próprio comportamento sejam suficientemente consistentes para

manterem a criança aprendendo”. O método consiste em registrar o comportamento

apresentado pela criança para que, com o tempo, possa fazer avaliações do seu

progresso no processo de ensino (SANTOS, 2015).

O psicólogo Ivar Lovaas foi o primeiro a empregar o método ABA, com

aplicações de DTT (Tentativas Discretas/DiscreteTrialTeaching). O DTT é uma

metodologia de ensino usada dentro do ABA. Lovaas (1987) fez sua primeira

publicação com os resultados “sobre o tratamento de modificação comportamental

em crianças pequenas com autismo” de longo prazo. Neste estudo, o autor deixa

claro que de um grupo de 19 crianças que receberam o tratamento ABA, 47%

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apresentaram avanços compatíveis com suas idades e atingiram desempenhos

normais na escola pública, passando de série. (LEAR, 2004).

Segundo Santos (2015, p. 07), “todos os seres humanos aprendem por

associações e modificações através das consequências de nossas ações". Nesse

sentido, ABA é composta em um plano de ação estruturado para modificação de

comportamento e, ainda conforme mencionado pelo autor, traz excelentes

resultados na interação social, aprendizagem e linguagem. Logo, quando esse

resultado é negativo, compreende-se que ele não será repetido novamente.

Em sua obra “Ajude-nos a aprender” (“Help Us Learn Self-Paced Training

Program for ABA”), Lear (2004) sintetiza os principais elementos da terapia ABA e

cria um programa de treinamento, visando tornar a terapia de fácil acesso a famílias

ou professores que não tenham como custear o tratamento com um psicólogo, por

exemplo.

A ABA é um método eficaz e promissor, pois sua compreensão não se dá em

procurar curas e sim, desenvolver um conjunto de comportamentos por meio de

procedimentos especiais. E através dos estímulos tanto positivos quanto negativos,

aprendendo com as respostas das consequências desse ambiente. (PEREIRA &

SILVA, 2016).

De acordo com Lear (2004, p. 4-8):

Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser implementado para modificar aquele comportamento. O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento observável e mensurável em oposição, por exemplo, à abordagem psicanalítica, que assume que muito do nosso comportamento deve-se a processos inconscientes. (Lembre-se de Freud!). [...] Skinner acreditava que nós aprendemos linguagem através de associações e reforçamento.

Em face do exposto, pôde-se aprender e adquirir uma linguagem completa

em todos os por meio do reforçamento e associação. Importante ressaltar que

esses estímulos podem se dar quando a resposta for positiva, como "recompensa",

quanto for negativa, ou seja, a falta de um comportamento a uma "retirada"

causando um descontentamento, a fim de que essa resposta ou comportamento

não seja repetido.

Sendo assim, o foco da ABA pode auxiliar no desenvolvimento não só da

linguagem pragmática e todos os seus eixos, bem como no seu cognitivo. A técnica

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é uma das mais indicadas no tratamento de crianças com TEA, podendo trazer

excelentes resultados para o bem-estar de quem possui o transtorno.

2.2.1. Método PECS e TEACCH

O método PECS (Picture Exchange Communication System/Sistema de

Comunicação através da troca de Figuras) “é uma forma de comunicação que treina

a criança com autismo a trocar símbolos para se comunicar”, por meio de trocas de

figuras, para que possam desenvolver habilidades, e assim podendo se comunicar

com uma variedade de pessoas. (UniversoAutista, 2018).

O PECS é composto por fases, com pontuações de ordem hierárquica, que

começa com a troca física de figuras até a construção de comentários em resposta

à uma pergunta.

Assim sendo, a criança é estimulada a iniciar a interação, trocando figuras

pelos seus correspondentes concretos, generalizar esta habilidade, discriminar as

figuras, estruturar sentenças, responder perguntas e fazer comentários. “Todas

essas habilidades contribuem para o desenvolvimento de uma comunicação

funcional dentro de um contexto social”(SANTANA e TOSCHI, 2015).

O uso do PECS “tem impacto tanto sobre a fala quanto sobre a comunicação

funcional, além de diminuir os comportamentos mal adaptativos daqueles que o

utilizam”, bem como tem trazido resultados favoráveis em outras patologias

(SANTANA e TOSCHI, 2015).

Como bem nos assegura Mello & Sganzerla (2013), pode-se dizer que o

método PECS promove a comunicação. Neste contexto, fica claro que esse

progresso é adquirido por meio de figuras, nas quais objetos e ações são

simbolizadas. O mais importante é constatar que mediante esta técnica a criança

têm alcançado o objetivo, que é de expressão das suas necessidades.

Neste mesmo contexto, o método TEACCH

(TreatmentandofAutisticandRelated Communication HandicappedChildren), em

português Tratamento e Educação para Crianças Autistas e com Distúrbios

Correlatos da Comunicação; é um programa de comunicação de intervenção

terapêutica criado por Eric Shopler e colaboradores, em 1964, na Universidade da

Carolina do Norte - (EUA)(MELLO e SGANZERLA, 2013).

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Ainda segundo Mello & Sganzerla (2013), o programa TEACCH é flexível a

todos níveis de habilidade e idades, tendo um ambiente estruturado, sempre

buscando tarefas que empreguem uma rotina totalmente adaptada a crianças com

transtorno de comunicação, conforme explicado anteriormente.

Ainda de acordo com Mello &Sganzela(2013, p. 234):

Aliado a tudo isso estão: a valorização das descrições de comportamentos observáveis, a utilização de programas de aprendizado passo a passo e o uso de esquemas de reforço de condutas socialmente apropriadas, deixando evidentes as influências comportamentais.

De acordo com Araújo (2015, p. 8):

Por meio da utilização do Método TEACCH é possível a organização e sistematização de tarefas a serem realizadas, de modo que o aprendizado das crianças seja mais eficaz e fácil, ajudando a criança modificar seus comportamentos de distração, resistência a mudança e na falta de motivação. Destacando a importância de todas as instruções serem faladas em alto e bom tom, fazendo com que elas entendam o porquê de se fazer certas atividades, onde elas devem ficar, como fazer e o que fazer, independente de seus pais.

Sendo assim, o método tem objetivos bem definidos e remete à metodologia

do reforçamento, sempre buscando atuar através de comportamento direcionado.

Portanto, o método ajuda crianças com autismo ou com alguma deficiência

relacionada à comunicação, através desses estímulos, aumentando a probabilidade

das condutas entendidas como adequadas e negativas para serem realizadas na

convivência social. (ARAÚJO, 2015).

Por fim, podemos chegar à conclusão de que os métodos apresentam

excelentes resultados no desenvolvimento de crianças com SA. Logo, é indiscutível

sua eficácia. Nesse sentido, é possível implementar uma aplicação tecnológica com

base nesses métodos que já foram testados e aprovados em sua área de origem.

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3. UTILIZAÇÃO DA TIC

Neste capítulo e seus subitens serão abordadas ascontribuições das

tecnologias na educação, como essas tecnologias têm auxiliado crianças típicas3 e

atípicas4, e que tipos de recursos são utilizados para o seu desenvolvimento, pois é

interessanteobservar como a evolução da tecnologia tem contribuído para o

progressodesses sujeitos e como a TIC é utilizada com eficiência para auxiliar no

desenvolvimentode pessoas com Síndrome de Asperger.

3.1. A TIC NA EDUCAÇÃO

A TIC está presente e modificando vários setores da sociedade, inclusive a

educação, como já foi mencionado anteriormente. Aqui serão expostas algumas

modificações causadas pela TIC na educação.

Neste contexto, para Oliveiraet al. (2015),ficam claras as transformações que

as tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão causando, principalmente

na educação, uma vez que estão muito presentes na vida dos alunos, já que a TIC

é um conjunto de equipamentos tecnológicos que ajudam a difundir a informação de

forma rápida e promover a comunicação entre as pessoas.

Nesse sentido, faz-se necessário compreender que estamos na era das

conexões, onde a maioria das pessoas, mesmo crianças e jovens, passam a maior

parte do seu tempo online, seja vendo televisão, redes sociais, usando celulares ou

jogando. “Sendo assim a escola não deve fica a margem destes avanços

tecnológicos, mas sim internalizar essas ferramentas em seu processo de ensino

aprendizagem.”(CASSEMIRO, MARTINIANO, et al., 2017).

A inclusão da TIC no ambiente escolar “anima o desenvolvimento do

pensamento crítico criativo, e a aprendizagem cooperativa”, proporcionado a

3 Considerou-se neste trabalho o termo “típico” para crianças que têm o seu desenvolvimento geral conforme o padrão de referência, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (2005), dentro do esperado para sua idade cronológica, incluindo relacionamento, comportamento e aprendizagem escolar.

4 Considerou-se neste trabalho o termo “atípico” para crianças cujo desenvolvimento se afasta da média geral da população, do característico, apresentando atraso no que se espera para sua idade cronológica, incluindo relacionamento, comportamento e aprendizagem escolar, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (2005).

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utilização de atividades interativas e assim sendo possível alcançar novos padrões

de relações (OLIVEIRA, MOURA e SOUSA, 2015, p. 80).

Nessa perspectiva, o uso da informática trouxe diversos recursos

tecnológicos (computadores e celulares, internet e ferramentas) aprimorando a

comunicação, melhorando a ligação entre as pessoas no seu convívio social e

auxiliando no desenvolvimento de ensino e aprendizagem (OLIVEIRA, MOURA e

SOUSA, 2015).

Os recursos tecnológicos (computadores e celulares, internet e ferramentas)

compõem um ambiente virtual que auxiliam crianças atípicas também e as crianças

que estão inclusas na educação especial, mas para isso esses recursos

tecnológicos precisamestar disponíveis em todos os âmbitos educacionais por meio

do Atendimento Educacional Especializado (AEE). O AEE tem o objetivo de

amparar na escolarização dos alunos atípicos na escola comum, para que estes

alunos tenham a mesma educação dos alunos típicos (CASSEMIRO,

MARTINIANO, et al., 2017).

O mais interessante é constatar que além de contribuir para a educação das

crianças típicas, a TIC também pode amparar as crianças atípicas. Contudo, sem

os recursos, estratégias e materiais adaptados, a participação e interação entre

aluno e professores se torna prejudicada, causando assim a falta de validação nas

atividades propostas (CASSEMIRO, MARTINIANO, et al., 2017).

Oliveira (2016), em seus estudos, observou que a TIC melhorou os

resultados do ensino nas escolas, comparando com as que não contam com o

apoio da TIC.Mostrou que os alunos se revelam mais dispostos a aprender quando

o professor faz uso da TIC, incluindo os alunos com necessidades educativas

especiais (NEE). Trata-se inegavelmente das vantagens que as tecnologias de

informação e comunicação proporcionam para a educação.

De acordo com Oliveiraet al.(2015, p. 25):

[...]as TIC conseguem mudar o ritmo das aulas, uma vez que as crianças precisam de desenvolver o seu potencial de modo a que fiquem habilitadas a tirar plenas vantagens das novas oportunidades que as TIC têm para

oferecer. [...]Face às evidências apresentadas, a utilização das TIC no

ensino já está admitida como vantajosa aos demais níveis, contudo é necessário apenas que ganhe o seu espaço para que seja considerada uma componente fundamental no processo de ensino e aprendizagem.

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Conforme citado acima, o autor deixa claro que a TICproporciona aos alunos

mais motivação em aprender quando estão presentes na escola. Estudos já

mostraram que a TIC melhora o desempenho dos alunos, pois cria uma nova

maneira de ensino aprendizagem com exercícios práticos, com simulação,

atividades exploratórias, dentre outras(FERNÁNDEZ-LÓPEZ, RODRÍGUEZ-

FÓRTIZ, et al., 2013).

Outra contribuição muito eficiente da TIC na educação é em relação à

aprendizagem e à comunicação de pessoas com deficiências sensoriais como, por

exemplo, a deficiência visual e a deficiência auditiva, que utilizam recursos

tecnológicos como meio de comunicação e aprendizagem da leitura (SOMBRIO e

RODRIGUES, 2011).

Além dessas contribuições, também podemos ressaltar que de acordo com

Rosa e Cecílio (2010), o uso da TIC enriquece os conhecimentos, favorece o

“desenvolvimento humano, cultural, social e educacional”, e ainda destacam o

crescente melhoramento na promoção da interdisciplinaridade.

Portanto, pode-se dizer que a TIC pode trazer resultados positivos na

educação, não só dos alunos típicos, como também atípicos, favorecendo “a

inclusão social, através da melhora na educação, assistência médica e

administração pública, bem como a superação da exclusão social, no mundo digital”

(SOMBRIO e RODRIGUES, 2011).

E neste contexto fica claro que é muito importante que se tenha a TIC

presente, pois ela viabiliza a independência, uma aprendizagem de qualidade e a

inclusão dos alunos atípicos.

A TIC viabiliza o melhoramento da aprendizagem em qualquer área do

ensino, principalmente na linguagem, que é o foco desse trabalho, como será

discutido no subitem a seguir.

3.2. TIC NA LINGUAGEM

No capítulo 2 foi exposto o conceito de linguagem, que possui quatro

sistemas: o fonoaudiólogo, o semântico, o gramatical ou morfológico e o pragmático

e suas complexidades e as dificuldades que as crianças com a Síndrome de

Asperger enfrentam para entender a linguagem pragmática. Também neste capítulo

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foi mostrado que existem estudos das contribuições da TIC no processo de ensino

aprendizagem. Portanto, vem o questionamento: será que a TIC podem ajudar na

linguagem também?.

Para Chiapinoto(2010, p. 74), fica claro que a associação das TIC com a

linguagem é muito grande:

A gama de linguagens presentes nas TICs é grande. Com o advento dos recursos multimidiáticos, o vídeo e o áudio foram incorporados às já onipresentes linguagens verbal escrita e linguagem visual. Desse modo, a profusão de ferramentas tem proporcionado combinações bastante diversas de linguagens sob a forma de textos igualmente diversos.

O autor deixa claro que as diversas possibilidades de combinação da TIC

para apoiar o ensino aprendizagem dos alunos, que potencializam no processo de

ensino-aprendizagem (CHIAPINOTO, 2010).

Para Dias (2008), a sociedade contemporânea com os avanços tecnológicos

vem exigindo cada vez maisleitores que tenham várias habilidades linguísticas, pois

com a união da TIC, os textos, imagens e uma variada gama de leituras múltiplas,

vêm construindo uma estrutura de leitura diversificada.

Ainda de acordo com Dias (2008, p. 95):

[...] a concepção de língua como prática social que se realiza nas interações do cotidiano no contexto da socialização. A incorporação das tecnologias de informação ao processo de concepção, desenvolvimento e produção de textos agrega valor, versatilidade e qualidade estética e funcional à página impressa, além de contribuir para o desenvolvimento do

letramento do aluno.

Como exemplo dessa TIC que auxiliam no desenvolvimento da linguagem e

escrita é relatada a experiência de uma professora do 5° ano do ensino

fundamental que realizou um trabalho com seus alunos na criação do blog da

turma. O objetivo era promover o interesse na leitura e escrita das crianças. A

professora descreve o projeto:

[...] No blog, criamos o espaço “circuito de leitura”, onde os alunos podiam visualizar os livros que cada um está valendo no momento. Havia também um “mural de recados” onde os alunos iam comentando, escrevendo sobre os textos que estavam lendo, dicas de outros sites que eles gostavam, etc. [...] Bom foi quando pedimos que cada aluno tentasse construir a sua própria biografia. [...] Aí foi um tal de “Xiii, não sei fazer isso não! Ah, essa tarefa é muito complicada”. Mas quando dissemos que os textos deles seriam publicados no blog da turma, parece que a coisa mudou de foco. O trabalho foi finalizado com a exposição do blog em uma feira de conhecimento da escola. Acho que a internet ajudou motivou os alunos a escrever entender melhor a importância da escrita(SILVA, 2012, p. 25).

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Conforme relatado pela professora, só houve interesse por parte dos alunos

quando os mesmos foram informados que seria utilizado o blog. Dessa forma, os

alunos trabalharam vários sistemas, principalmente a gramática e a sintaxe.

Dessa forma, vê-se que quando os professores superam os desafios e

tentam trabalhar em conjunto com a TIC disponíveis a seu favor o objetivo é

alcançado. O uso da TIC permite entender e aprender sobre a linguagem, que é tão

importante para se viver em sociedade (CHIAPINOTO, 2010).

Porém, o importante, é constatar que a TIC facilita o processo da

aprendizagem e quepode ser utilizada em sala de aula para reforçar as habilidades

de compreensão da língua.

Sendo assim, é possível identificar as contribuições que a TIC proporciona,

podendoser utilizada como ferramenta de ensino da linguagem para criança com

TEA ou, especificamente, Síndrome de Asperger.

De acordo com Medeiros et al.(2016, p. 1440):

As Tecnologias Digitais podem contribuir para a comunicação e relacionamento dos portadores de TEA. Estudos vêm demonstrando como a comunicação alternativa pode ter uma ação potencializadora no desenvolvimento de sujeitos com autismo, tornando-os cada vez mais incluídos tanto no ambiente escolar, na sociedade e na vida de uma forma geral.

E ainda de acordo com Silva(2012, p. 21):

As TIC podem ser exploradas nas atividades permanentes trabalhadas com as crianças, no sentido de oportunizar as práticas de leitura e escrita não apenas em meio impresso, interação. Assim, as rodas de leitura, os jogos de escrita, a contação de histórias além de várias outras atividades podem se revelar ainda mais lúdicas para as crianças em contato com videos, celulares, computadores.

Os autores acima expõem os resultados obtidos quando se introduz a TIC na

educação e que é possível ajudar no desenvolvimento da linguagem, seja com

alunos típicos, como foi mostrado no relato da professora que usou o blog ou o

aplicativo que pode ser utilizado para ajudar alunos com dificuldades na linguagem,

trazendo assim resultados satisfatórios.

Entretanto, existem tecnologias específicas que foram elaboradas para

facilitar a vida de pessoas com algumas deficiências. São as chamadas

Tecnologias Assistivas, que serão abordadas no subitem a seguir.

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3.3. TECNOLOGIA ASSISTIVA

Tecnologia Assistiva (TA) é uma TIC que possibilitar a realização de alguma

função que esteja sendo impedida por conta de algum tipo de deficiência, pois

segundo Bersch (2017, p. 02), a Tecnologia Assistiva (TA) “é um termo ainda novo,

utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para

proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e

consequentemente promover vida independente e inclusão”.

Sendo assim, é qualquer tecnologia que ajude a melhorar a vida das pessoas

com alguma deficiência de forma fácil para que supere as barreiras e consiga a sua

independência (CARLO e BARTALOTTI, 2001).

Para que a tecnologia seja considerada uma tecnologia assistiva, ela deve

ser “recurso do usuário”, ajudar o usuário na sua autonomia como, por exemplo, a

lente para ajudar pessoas com baixa visão a enxergar melhor, e não “recurso do

profissional”, como a lente que o dentista usa para ver os dentes do paciente

(BERSCH, 2017).

De acordo com Bersch (2017), os recursos e serviços da tecnologia assistiva

são classificados por classes ou categorias, como, por exemplo, na CAA -

Comunicação Aumentativa e Alternativa5, em que se utiliza recursos como otablet

ou o computador com softwares específicospara auxiliar na comunicação. Com

isso, é notória a presença da TICna contribuição na vida das pessoas com alguma

necessidade especial.

De acordo com Damasceno e Galvão Filho (2002, p. 29):

As dificuldades de muitas pessoas com necessidades educacionais especiais no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem têm encontrado uma ajuda eficaz na utilização das TIC como ferramenta ou ambiente de aprendizagem. Diferentes pesquisas têm demonstrado a importância dessas tecnologias no processo de construção dos conhecimentos desses alunos.

Portanto, a tecnologia assistiva possui vários serviços (fisioterapia,

fonoaudiologia, psicologia, etc.) e recursos (brinquedos, computadores, softwares,

hardwares especiais, etc.) que visam contribuir para facilitar a inclusão e a

5 É um conjunto de ferramentas e estratégias que o indivíduo utiliza para resolver os desafios de comunicação do dia-a-dia

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autonomia das pessoas com deficiências. A TIC faz parte do arsenal da TA para

ajudar essas pessoas que possuem alguma delimitação e eliminar as barreiras que

encontram no seu cotidiano.

Com base em todos esses conceitos foi propostaa criação de um jogo que

auxilie na linguagem pragmática das crianças com a Síndrome de Asperger, já que

os jogos podem contribuir de forma positiva no ensino aprendizagem dos alunos,

como exposto no item 3.4.

3.4. JOGOS EDUCACIONAIS E DISPOSITIVOS MÓVEIS

Nos itens anteriores foi relatada a importância da TIC e como ela tem

auxiliado no desenvolvimento da linguagem de crianças em geral. Neste tópico

abordaremos como o jogo ou gamificação vem se portando na TIC e como esse

recurso (jogo educativo) tem mostrado resultados positivos no desenvolvimento das

crianças típicas e atípicas.

Para Moratori(2003, p. 09), o jogo é um meio educacional importante, pois é

através dele que se constrói em crianças e adolescentes “um desenvolvimento

integral e dinâmico nas áreas cognitiva, afetiva, linguística, social, moral e motora,

além de contribuir para a construção da autonomia, criticidade, criatividade,

responsabilidade e cooperação”.

Os Jogos Educativos são desenvolvidos com intuito de auxiliar no processo

de ensino aprendizagem de forma lúdica e trabalhando habilidades de raciocínio

lógico, associação de ideias, entre outras. Além disso, os games são bem aceitos

pelas crianças, isso porque os jogos apresentam telas visuais atrativas, competição

de níveis diferenciados, atividades e muito mais. Com isso, aumenta o interesse do

usuário em explorar mais jogos (MORATORI, 2003).

É importante ressaltar que os jogos são atividades prazerosas presentes na

vida das crianças, então eles colaboram com o desenvolvimento emocional, mental

e social.

Neste sentido, o jogo precisa de uma metodologia para ser aplicado, "pois, o

mesmo trata-se de um conteúdo necessário para o crescimento psicomotor,

cognitivo e afetivo-social, valorizando sempre as experiências e limitações, e, além

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disso, permitir uma interação e proporcionar cooperação entre os alunos". (LUIZ,

SANTOS, et al., 2014, p. 02).

No ensino tradicional, o professor é o responsável em transmitir o

conhecimento para o aluno, que “absorve” esse conhecimento. Com a utilização do

jogo, “ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua

personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à

condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem” (MORATORI,

2003, p. 02).

Para que o jogo educacional tenha utilidade, precisa estar contido nele

desafios interessantes e desafiadores, que permitam que os usuários possam

resolver os problemas e também um índice de avaliação, isso traz a garantia que o

usuário vai participar de todas as etapas, assim o professor, através destas etapas,

poderá medir o desenvolvimento do aluno(MORATORI, 2003).

Além do crescimento do uso de jogos como ferramenta educacional,

podemos destacar o crescimento do uso de dispositivos móveis. Pesquisas

realizadas pela IDC Brasil 2014 apontam que se somarem a venda de Smartphone,

tablets e computadores em uma mesma categoria irão ultrapassar os 72 milhões de

aparelhos vendidos, sendo 55 milhões apenas de aparelhos celulares, ou seja 71%

das vendas é de Smartphone, e 91% destes Smartphone possuem sistema

Android(AZEVEDO e PERREIRA, 2018).

A comodidade dos dispositivos móveis só aumenta devido ao uso da rede

sem fio, dando acesso a várias informações em qualquer lugar. Com isso, a

popularidade dessa tecnologia só faz crescer, principalmente entre os jovens

(MELLO e SGANZERLA, 2013).

Diante da comodidade que os dispositivos móveis proporcionam, "cada vez

mais, vê-se que as pessoas estão fazendo uso destas facilidades tecnológicas

disponíveis no mercado" (MELLO e SGANZERLA, 2013, p. 233).

Assim sendo, fica evidente que o jogo tem suas particularidades e seus

propósitos diferentes para contribuir da melhor forma no aprendizado das crianças e

ajudam a organizar a rotina de forma clara e auxiliam na aprendizagem

proporcionando a sua independência, pois quando a criança atípica tem segurança

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e conhece a sua rotina, tem mais confiança e autonomia (CASSEMIRO,

MARTINIANO, et al., 2017).

Podemos entender que os jogos estão em nosso cotidiano e bem presentes

na área da educação, pois suas funcionalidades têm correspondido às expectativas

do ensino aprendizagem de crianças típicas e atípicas de forma prazerosa.

Hoje existem jogos em diversas áreas, de custo comercial alto e sem

metodologias pedagógicas (MORATORI, 2003). Portanto, torna-se desafiador

encontrar jogos educativos que ajudem no desenvolvimento da linguagem

pragmática em crianças com Síndrome de Asperger.No entanto, encontram-se no

mercado alguns jogos direcionados ao desenvolvimento da linguagem de forma

geral, educacional (alfabetização) e que utilizam os métodos PECS e TEACCH para

ajudar crianças com Autismo clássico.

Então, para uma melhor compreensão, elencamos alguns jogos educativos,

com suas funcionalidades, encontrados no mercado no subitem 3.4.1, bem como o

Quadro 1 mostrando seus objetivos e público alvo.

3.4.1. Exemplos de jogos para crianças atípicas e típicas

Neste trabalho foram pesquisados jogos que auxiliasse no ensino

aprendizagem das crianças atípicas e típicas, que serão exibidos no quadro 1 com

seu objetivo e seu público-alvo e, em seguida, uma descrição de cada jogo.

Quadro 1 - Os jogos com seus objetivos e público alvo.

JOGO OBJETIVO PÚBLICO ALVO PLATAFORMA

Tá na norma?

Promover a revisão gramatical e a solução de dúvidas de uso diário da Língua Portuguesa.

Alunos da Educação Básica

WINDOWS

Uma viagem a Hogwarts

Promover uma reflexão a respeito daquilo que foi trabalhado em sala de aula e de como a leitura de Harry Potter e a Pedra Filosofal contribuiu para ampliar o repertório de leitura dos discentes.

Alunos da Educação Básica

WINDOWS

Desenhe e Aprenda a Escrever

Auxilia no desenvolvimento da motricidade fina e ajuda a criança a aprender a escrever palavras, que são desenhadas na tela do aparelho em formatos divertidos.

Crianças com Autismo IOS

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Minha Rotina Especial

Estimular o desenvolvimento, integrando informações e deixando a rotina mais clara e organizada.

Crianças com deficiência, síndromes,

autismo ou déficits diversos.

ANDROID e IOS

FirstThen

Aumentar a independência da criança, ordenar as atividades diárias e diminuir a ansiedade duração à transição das atividades.

Crianças com Autismo IOS

Go Sequencing

Estimular habilidades de sequência, leitura e interpretação de texto e ainda auxilia na interação social.

Terapia fonoaudiológica ou terapia ocupacional.

IOS

ABC autismo

Auxiliar no processo de alfabetização de crianças com o transtorno de desenvolvimento baseado na metodologia TEACCH.

Crianças com Autismo ANDROID

Livox

Viabilizar uma comunicação alternativa para crianças, adolescentes e adultos que ainda não têm total domínio da comunicação verbal. O Livox transforma símbolos selecionados e tocados na tela do aparelho em falas emitidas com clareza.

Crianças com Autismo ANDROID e IOS

QUE-FALA

Possibilitar a interação do usuário/paciente com o interlocutor sem precisar de intermediários.

Pessoas com deficiência com dificuldades de se

comunicar. ANDROID

Fonte: Própria (2018).

• TÁ NA NORMA? (figura 1): É um jogo desenvolvido no software PowerPoint,

por isso só disponível em computadores. O jogo é um tabuleiro colorido e

dinâmico (figura 2) que contém perguntas sobre a norma culta da Língua

Portuguesa.

É possível jogar individualmente ou em grupo, sendo mais interessante em

grupo porque estimula a interação social das crianças típicas com as atípicas e

o trabalho em equipe para responder as perguntas sobre a norma culta da

Língua Portuguesa ao longo do jogo.

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Figura 1 - Tela inicial do jogo Tá na Norma?

Fonte: Andrade, Quesada e Martins(2016)

Figura 2 - Tabuleiro do jogo Tá na Norma?

Fonte: Andrade, Quesada e Martins (2016)

• UMA VIAGEM A HOGWARTS (figura 3): foi desenvolvido no software

PowerPoint e consiste em um tabuleiro com perguntas e respostas (figura 4),

igual ao jogo “Tá na norma? ”. A diferença está no conteúdo, pois aborda

sobre a leitura feita em uma aula anterior do livro Harry Potter e a Pedra

Filosofal, da autora britânica J.K. Rowling. Apesar de o jogo ter dado ênfase

no livro da autora britânica, é possível trabalhar outros livros também, porém

será necessária a troca das imagens e das perguntas, fazendo uma

adaptação de acordo com livro e assim, possibilita de ser trabalhados

gêneros de leitura que as crianças atípicas mais gostem.

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Figura 3 - Tela inicial do jogo Uma viagem a Hogwarts.

Fonte: Andrade, Quesada e Martins (2016)

Figura 4 - Pergunta do jogo Uma Viagem a Hogwarts.

Fonte: Andrade, Quesada e Martins (2016)

• DESENHE E APRENDA A ESCREVER (figura 5): é um aplicativo para

dispositivos móveis que possui sistema IOS e foi desenvolvido para crianças

com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na idade de alfabetização. O

aplicativo tem 28 opções de fundo, ou seja, papéis de fundo com texturas e

estampas diferentes e inclui listas de conteúdos variados, com temas como

letras, números, alimentos, animais, natureza, etc. Com isso, o jogo possibilita

que os pais ou responsáveis criem listas específicas personalizadas de

palavras, por exemplo, com os temas prediletos da criança ou com itens que ela

está interessada em aprender no momento.A criança atípica escreve a letra na

tela do dispositivo com a textura que ela escolheu e, enquanto escreve, as

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letras desenhadas são comparadas com as da palavra de referência, dando à

criança a oportunidade de comparar seu desempenho com o padrão.

Figura 5 - Desenhe e Aprenda a Escrever

Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br

• MINHA ROTINA ESPECIAL (figura 6): É um aplicativo disponível tanto para

o sistema Android como para o IOS. O aplicativo foi criado para facilitar o

desenvolvimento das atividades do dia a dia. O aplicativo pode ser

personalizado com as imagens e áudios reais do cotidiano da criança,

deixando assim a criança mais familiarizada com ele. Além disso, possibilita

que os pais e terapeutas possam planejar antes as atividades que ajudem a

organizar a criança para aquela mudança na rotina. As crianças atípicas,

tendo segurança da sua rotina, são mais confiantes e autônomas no seu dia

a dia.

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Figura 6 - Minha Rotina Especial

Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br

• FIRSTTHEN (Primeiro e Depois) (figura 7): A exemplo do aplicativo “Minha

Rotina Especial”, o FirstThen também foi elaborado para dispositivo móveis,

porém só para IOS. O aplicativo oferece suporte às pessoas com autismo

através do uso de imagens/falas da metodologia PECS, que informam sobre

os acontecimentos diários ou sobre as diferentes etapas necessárias para

completar uma atividade específica (por exemplo, lavar as mãos antes de

comer).

Figura 7 - FirstThen (Primeiro e Depois)

Fonte:www.inspiradospeloautismo.com.br

• GO SEQUENCING (figura 8): Desenvolvido para dispositivos móveis do

sistema IOS, o jogo possui vários níveis e cada nível contém uma história

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sobre sua realidade. Em seguida, o usuário é exposto a uma atividade para

testar se ele entendeu o conteúdo da história. Nos níveis iniciais, as

atividades são simples, com auxílio da narração, imagem e texto. Nos níveis

mais elevados, as imagens são retiradas, sempre tentando fazer com que o

usuário preste muito atenção no que a história quer passar. O aplicativo, por

trabalhar a linguagem por passos, ajuda também a praticar as habilidades de

conversação, reforçando a interação social, uma das dificuldades das

crianças com SA.

Figura 8 - Go Sequencing

Fonte: Leite (2016)

• ABC AUTISMO (figura 9): É uma ferramenta para dispositivos móveis do

sistema Android, com o intuito de ajudar crianças com autismo, utilizando a

metodologia TEACCH com atividades que possuem níveis de dificuldade.

O jogo tem quatro níveis, onde, nos dois primeiros, a criança aprende

habilidades como transposição e discriminação. A partir do terceiro nível, as

atividades ficam mais complexas, exigindo um maior raciocínio por parte do

usuário. O quarto e último nível do aplicativo, que está de acordo com o

quarto nível do TEACCH, aborda a questão do letramento, onde é ensinada

a divisão de sílabas, o conhecimento de vogais e a formação de palavras.

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Figura 9 - ABC Autismo

Fonte: Greenme(2015)

• LIVOX (figura 10): É um aplicativodisponível para sistema IOS e Android,

criado por brasileiros com base na metodologia PECS. O aplicativo oferece

uma plataforma amigável que ajuda as crianças, adolescentes e adultos a

dizerem o que estão sentindo, o que querem fazer, comer, beber, ajuda a

aprender a ler e etc., tudo por meio do toque na tela do dispositivo móvel,

selecionando figuras, textos ou vídeos.O aplicativo é indicado para pessoas

com Autismo, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down e outras deficiências ou

doenças que impeçam comunicação oral

Figura 10 - Livox

Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br

• QUE-FALA (figura 11): Aplicativo que, como o Livox, foi desenvolvido com

base na metodologia PECS, disponível para dispositivos móveis que

possuem Android. Trata-se de uma tecnologia assistiva de alto impacto

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baseada nos conceitos técnicos e científicos da Comunicação Suplementar

e/ou Alternativa (CSA). Com o aplicativo, as pessoas atípicas podem

interagir diretamente com interlocutores por meio de seus equipamentos,

sem a necessidade de intermediários.

Figura 11 - Que-Fala

Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br

Por fim, podemos concluir que existem aplicativos para ajudar as crianças

com Asperger para desenvolver a linguagem e a interação social, mas são poucos,

não são específicos para a Pragmática.

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4. PROPOSTA DA FERRAMENTA MET@SPER

Com embasamento nos capítulos anteriores, este trabalho tem por objetivo

propor um aplicativo que auxilie no desenvolvimento da linguagem pragmática em

crianças com Síndrome de Asperger, compatível com dispositivos móveis, a partir

de uma prototipação baseada em Wireframe, técnica esta que consiste em um

esboço em desenho simples para fácil visualização do protótipo, juntamente com as

técnicas específicas da Psicologia Behaviorista, que embasa-se nos resultados do

comportamento das interações entre o ambiente e o indivíduo, visando auxiliar no

desenvolvimento.

O público alvo é composto por crianças com Síndrome de Asperger, podendo

ser utilizado também por docentes, pais, terapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos,

pedagogos ou qualquer outro profissional que julgar necessário para complemento

de apoio, pois a ferramenta servirá para compor o processo de aprendizagem.

A ferramenta irá permitir a interação usuário X máquinadurante a

aprendizagem de metáforas contadas por histórias, levando ao usuário

conhecimento e entretenimento por meio do jogo e, assim, proporcionando uma

maior conectividade com o usuário.

A ferramenta proposta lança mão da tecnologia assistiva, recursos

interfaciais e funcionais, dados pelo retorno entre usuário e sistema, assim sedo

definido como “dispositivo que garante a comunicação entre dois sistemas

informáticos distintos ou um sistema informático e uma rede de

comunicação"(LÉVY, 1998, p. 108).

A ferramenta vai possibilitar um diálogo entre sistema e usuário, usando a

tecnologia assistiva como apoio, pois, como já exposto no capitulo 3, essa

tecnologia permite o uso de vários recursos disponíveis para benefício da educação

especial e visando a promoção da inclusão, ampliação das habilidades funcionais e

autonomia.

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Seguindo essa perspectiva, o aplicativo propõe-se a utilizar ambientes de

jogos com interfaces multitoques6. Bem como nos assegura Ribeiro &

Colaboradores (2013)foram encontrados em trabalhos anteriores que esses

ambientes promoveram em crianças com TEA comportamentos de mais interação e

colaboração, onde observou-se que além dessas melhorias, houve bastante

interesse nessa tecnologia.

A proposta apresentada neste trabalho de conclusão de curso irá buscar,

através do jogo, não só auxiliar no desenvolvimento do uso da pragmática, mas

estimular outras características presentes na Síndrome de Asperger como, por

exemplo, a coordenação motora fina, pois o jogo terá atividades que trabalharão

essas habilidades através das telas multitoques com o usuário.

Consequentemente, o aplicativo vai servir de suporte para o desenvolvimento

das suas habilidades sociais, reforçando positivamente outras áreas de

comprometimento, como cita acima. Para Mello & Sganzerla, as atividades em

forma de jogo trazem benefícios:

Seja o uso deste reforçado pelo interesse do próprio sujeito, por orientação de profissionais (fonoaudiólogos, terapeutas, professores) ou por incentivo dos pais, acredita-se que, a partir de atividades divertidas, bem direcionadas e variadas, possa-se ajudar o autista na conquista da comunicação, resultando numa maior autonomia nas situações cotidianas (2013, p. 231).

Os autores deixam claro as contribuições que esses aplicativos, trazem à

vida dessas crianças com dificuldades linguísticas e interacionais. Estes reforçam a

importância de haver aplicações que utilizem métodos que visam as instruções por

meio de imagens "devido a facilidade que elas apresentam no pensamento

concreto, memorização e compreensão de relações viso espaciais, e dificuldades

no pensamento abstrato, cognição social, comunicações e atenção"(RIBEIRO,

BRAZ e SILVA, 2013, p. 73).

Há alguns trabalhos envolvendo aplicações para o desenvolvimento

cognitivo, de linguagem, aprendizagem e habilidades sociais de crianças com TEA,

contudo a maioria desses aplicativos encontram-se em plataforma do sistema IOS

6 Multitoques são capazes de reconhecer toques simultâneos em diferentes pontos da superfície da tela do dispositivo móvel, permitindo executar comandos tocando na tela, rolar listas com o deslizar do dedo e ampliar e reduzir imagens com o movimento de pinça do polegar e do indicador.

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ou em outras línguas, conforme exposto no quadro 1,assim impossibilitando o uso

desses aplicativos pela maioria das crianças brasileiras com TEA (MELLO e

SGANZERLA, 2013).

Em consideração ao fato de que a maioria dos usuários brasileiros possui

celulares com sistema Android, como referenciado no capitulo 4, a proposta se

baseará em uma aplicação de uma ferramenta compatível com os dispositivos

móveis.

No jogo estará implícita a técnica da Psicologia Behaviorista nas histórias

associadas as imagens, como forma de transmitir os conceitos sobre metáforas

presente no dia a dia das crianças com SA, dado que por meio de associações e

modificações serão realizadas as aprendizagens, como garante a ABA, já descrita

no capítulo 2, bem como uso de imagens referentes ao método PECS e ambiente

estruturado da técnica TEACCH, conforme item 2.2.1. Os detalhes dessa estrutura

do jogo serão melhor apresentados no item 4.2.

E para que possam ter uma melhor visualização do protótipo do sistema,

usaremos a técnica Wireframe, visto que esta técnica consiste no passo a passo do

projeto para implementação do sistema, e o modelo está detalhado no item 4.1.

4.1TÉCNICA WIREFRAME

Como já mencionado anteriormente, será utilizado neste trabalho

o Wireframe para criar o desing do protótipo do MET@SPER.

Wireframe é um desenho simples, um esboço, um esqueleto de como um

protótipo deve ser desenvolvido, que contém informações para a sua estruturação,

como os elementos, hierarquia e relacionamento de cada tela que o protótipo deve

possuir (BRUNNET, 2015).

O Wireframe é uma técnica para coleta de requisitos, um rascunho do

protótipo que permite a melhor visualização de como pode ser o aplicativo, quais as

modificações necessárias e prever eventuais falhas (MASSARI, 2018).

A técnica Wireframe foi a melhor escolha para demostrar o fluxograma do

MET@SPER, pelas vantagens de feedback presentes na técnica, conforme

explicado acima. Com esta técnica será possível visualizar o passo a passo de

como o aplicativo deve funcionar para que as crianças atípicas possam aprender as

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metáforas presentes no jogo, assim como o detalhamento de cada tela que o

MET@SPER possui.

De acordo com Goularte et al. (2013, p. 06):

Essa etapa consiste em facilitar o entendimento de como as informações estarão dispostas na aplicação. Normalmente, um wireframe parece como um rascunho, porém contém claramente os principais grupos de conteúdo, a estrutura da informação e uma descrição e visualização básica de uma interface de interação.

Portanto, todas as informações de como o MET@SPER funcionará com as

histórias envolvendo a metáfora, de como as perguntas surgirão para o usuário

durante o jogo serão detalhadas pela técnica Wireframe que,de acordo com a figura

12, ilustra as opções que o MET@SPER contém.

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Figura 12 - Wireframe do MET@ASPER

Fonte: Própria (2018)

Com o Wireframe do jogo, é possível observar como o fluxograma do

programa é simples, para que em trabalhos futuros sejamimplementados o

protótipo,em razão de que essa técnica é concebível a melhor maneira de

compartilhar a ideia e visualizar as possíveis melhorias do aplicativo.

4.2 TÉCNICA BEHAVIORISTA

Como ressaltado no capítulo 2, os portadores da Síndrome de Asperger

possuem notáveis prejuízos na sua comunicação funcional e nas interações sociais,

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interferindo nos processos de aprendizagem escolar. Segundo Mello & Sganzerla

(2013, p. 232), "percebe-se que o comprometimento da comunicação e da interação

social pode interferir no aprendizado, já que a interação com o meio se faz

necessária, mas, neste caso, está afetada".

A psicóloga Simone Roballo (2001, p. 10), em sua tese de Mestrado, relata

sua experiência com crianças com Síndrome de Asperger.Segundo a psicóloga a

"principal queixa era das escolas em relação à linguagem, no que se refere à

interpretação e compreensão de textos orais e escritos, apontando este como um

dos principais fatores responsável pelo problema de aprendizagem e de

dificuldades de relacionamento".

Os SA têm acompanhamento de diversos profissionais, como, por exemplo,

o terapeuta ocupacional, afim de que os prejuízos causados pela síndrome sejam

minimizados. Esses profissionais buscam, em suas metodologias, incluir trabalhos

que possam estar envolvidos no âmbito escolar, pois as alterações no

desenvolvimento da fala e da linguagem podem causar sérios problemas no

desenvolvimento cognitivo e socioemocional na idade escolar ou adolescência

(PRATES e MARTINS, 2011).

Para Mazzo&Gongora(2009, p. 233), o "repertório comportamental alude a

diferentes comportamentos resultantes de uma história de relações que o indivíduo

estabeleceu com as diferentes instâncias de seu ambiente, ao longo de toda sua

vida".

Portanto, para que o MET@SPER tenha finalidade de auxilio terapêutico e

educacional, foi destacada a importância da teoria Behaviorista nesse processo de

ensino, visto que durante esse processo existem várias fases do desenvolvimento

nos diferentes ambientes.

Para que o MET@SPER possa servir de auxílio no desenvolvimento da

linguagem pragmática em crianças a partir de 5 anos de idade, para diversos meios

como: escolar, familiar, terapêutico e outros, a plataforma contará com o uso de um

ambiente lúdico, associado a “contação” de histórias sobre metáforas que são

recorrentes em nosso cotidiano.

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Sendo assim, o MET@SPER lançará mão de uso de imagens associadas a

essas histórias, como mencionado no item 2.2.1, onde os símbolos ajudam a

desenvolver habilidades comunicacionais.

De acordo com Silva & Neto (2015, p. 01):

A exposição de imagens em obras didáticas ajuda no entendimento do conteúdo abordado pelo professor. A importância do uso de imagens no desenvolvimento da aprendizagem do aluno é sem dúvida um método incontestável, pois a imagem consegue despertar apreensão e facilidade no armazenamento do conteúdo trabalhado. Além de tudo a imagem pode contribuir para o processo de formação e reformulação de conceitos.

E sobre o contar história, Rodrigues ressalta que:

A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real (2005, p. 04).

Como o MET@SPER é lúdico, logo, após a história envolvendo a metáfora, o

usuário será submetido ao teste de perguntas e respostas. Esse teste tem como

propósito identificar se o sujeito compreendeu a metáfora contida na história, pois, o

objetivo do MET@SPER é que a criança com Síndrome de Asperger possa, a partir

do conhecimento adquirido na história, ter retorno de um comportamento positivo

diante de uma provável situação real.

Para Ogasawara (2009, p. 19), "faz-se necessário também que, após a

aquisição de um comportamento, sejam feitos exercícios que repitam a sua

emissão, para que assim seja possível ao aluno uma manutenção, bem como a sua

fixação enquanto ação para situações similares", da mesma forma que nos

assegura a psicologia comportamentalista já descrita nos itens anteriores, pois o

comportamento apropriado ou positivo se dá por meio dos reforçadores (positivos

ou negativos).

O MET@SPER vem buscar, ao longo do jogo de perguntas e respostas,

estimular esses comportamentos. Neste contexto, fica clara a necessidade de

"montar um ambiente que estimule e propicie o aluno a compreender e executar os

comportamentos que se pretende ensinar" (OGASAWARA, 2009, p. 19).

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Conforme citado acima, a estruturação de um ambiente de aprendizagem

com estímulos (no caso do MET@SPER) se torna imprescindível para se obter

resultados satisfatórios no ensino, pois “ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem;

quem é ensinado aprende mais rapidamente do que quem não é” (SKINNER, 1972,

p. 04).

Portanto, a proposta é que por meio desta plataforma possam ser criados

ambientes favoráveis para o desenvolvimento desses ensinamentos sobre as

metáforas, podendo auxiliar no desenvolvimento do uso da linguagem pragmática e

com isso estimulando o imaginário da criança para o abstrato. Logo, é indiscutível o

fato de que o uso de imagens associadas à história contribui para esse processo de

ensino e aprendizagem.

Portanto para que isso seja possível, o MET@SPER contará com atividades

projetadas e personalizadas, para que assim possam ser utilizadas por qualquer

sujeito que deseje utilizar, como forma de aprendizagem.

4.3. MET@SPER

Nesta seção, serãoexibidos os detalhes do MET@SPER, sua tela e o seu

fluxograma exposto peloWireframe que foi exibido no subitem anterior.

A tela inicial (figura 13) do MET@SPER é uma tela colorida que contém as

opções iniciais, como a opção “JOGAR” que é onde começam as historinhas com

as metáforase as atividades. Abaixo, existe a opção “CONFIGURAR”, onde, ao

clicar,é possível ajustar o jogo do gosto do usuário. O usuário poderá ajustar o

brilho da tela, o volume do jogo, configurar vídeo e idioma, como ilustra a figura 14.

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Figura 13 - Tela Inicial do MET@SPER

Fonte: Própria (2018)

O MET@SPER possui cores e desenhos simples para atrair a criança e para

melhor visualização do jogo dando total autonomia para que ela possa jogar e

aprender sem a necessidade de um adulto instruindo-lhe. Além disso, existe a

opção para que o usuário possa configurar o jogo da forma que melhor o agrade.

Figura 14 - Telas de Configuração do MET@SPER

Fonte: Própria (2018)

Ao iniciar o jogo, o MET@ASPER apresenta as histórias que são curtas e

objetivas e contam as dúvidas que o menino Miguel encontra no seu dia a dia com

as metáforas (figuras 15 e 17). Em seguida, vem a explicação da metáfora e o real

sentido da palavra no contexto da historinha (figuras 16 e 18).

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Figura 15 - Historinha do "Carro deu Prego"

Fonte: Própria (2018)

Os usuários possuemo auxílio visual com as imagens; o auxílio auditivo, pois

as histórias são narradas; e a leitura para que os jogadores possam acompanhar

ashistorinhas e as explicações das metáforas de forma clara e com tempo suficiente

para que os usuários possam acompanhar a leitura.

Figura 16 - Explicação do "Carro deu Prego"

Fonte: Própria (2018)

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Após a historinha, vem a explicação da metáfora, como já mostrado no

Wireframe (figura 12), de forma clara e objetiva com o auxílio das imagens e da

narração, explicando o real sentindo na metáfora no contexto da história contada

anteriormente.

Ao final de cada explicação, vem as atividades que tem o objetivo de saber

se a criança com SA aprendeu a metáfora apresentada na historinha. A atividade é

simples, é feita a pergunta, onde o usuário pode ler ou ouvir, e escolher uma das

opções que aparecerão em imagens conforme a figura 17.

Figura 17 - Atividade do "Carro deu Prego"

Fonte: Própria (2018)

Posteriormente à atividade, vem a mensagem se o usuário acertou ou

não a pergunta. Se ele acerta,automaticamente aparecerá a imagem do troféu, o

áudio dando parabéns e a mensagem escrita informando que ele acertou a

pergunta, como mostra a figura 18.

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Figura 18 - Tela do Acerto

Fonte: Própria (2018)

Depois da mensagem, começa uma nova historinha abordando uma nova

metáfora, mas com a mesma estrutura da historinha anterior: com imagens,

narração (figura 19), explicação da metáfora (figura 20), atividade (figura 21) e a

mensagem informando se ele errou ou acertou (figura 22).

Figura 19 - Historinha da "Espinha"

Fonte: Própria (2018)

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Figura 20 - Explicação da "Espinha"

Fonte: Própria (2018)

Figura 21 - Atividade da "Espinha".

Fonte: Própria (2018)

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Figura 22 - Tela do Erro

Fonte: Própria (2018)

Se a criança errar a pergunta, ela não ganha troféu (figura 22) e passa para a

próxima historinha e a estrutura se repete.

Ao final do jogo, será exibido o total de acertos e erros da criança e dará a

possibilidade de ela reiniciar as atividades e corrigir as que ela errou (figura 23).

Figura 23 - Placar do MET@SPER

Fonte: Própria (2018)

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Durante todo o jogo, o usuário poderá contar com auxílio do áudio, das

imagens e do texto para entender as histórias. Dessa forma, o usuário poderá

utilizar o MET@SPER sozinho, mesmo que ele não saiba ler.Esse recurso do jogo

visaa acessibilidade, para que todos sejam inclusos e aprendam.

Conforme explicitado nos itens anteriores, a técnica de contar histórias

associadas a imagens proporciona a interaçãoentre o ambiente (estímulos) e o

indivíduo (respostas). Dentro dessa perspectiva, o jogo busca o comportamento

positivo, como consequência de sua resposta diante dos estímulos (ambiente),

conforme nos garante a ABA,assim servindo de reforçador na aprendizagem.

Portanto,a proposta busca por meio das técnicas existentes e aprovadas em

conjunto com a TIC, proporcionaràs crianças com Síndrome de Aspergeruma

melhor qualidade de vida, facilitando a compreensão, estimulando o abstrato e

auxiliando na linguagem pragmática, para que a criança tenha a oportunidade de ter

um desempenho melhor em seus relacionamentos familiar, escolar e social.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para desenvolver este trabalho foi necessário compreender a Síndrome de

Asperger e as dificuldades que as pessoas com essa síndrome têm em relação à

linguagem pragmática e analisar os métodos que são utilizados para ajudar pessoas

com SA. Além disso, também permitiu uma reflexão sobre a utilização da TIC e

como ela poderá ajudar as crianças com SA.

De um modo geral, todas as crianças atípicas apresentam dificuldades em

compreender a linguagem, mas as com SA apresentam uma dificuldade acentuada

com a pragmática, que interfere na sua socialização e no seu aprendizado. Existem

métodos que trabalham esse bloqueio com a linguagem e até TIC que intervêm para

amenizar esse bloqueio.

Entretanto, não foi encontrada nenhuma TIC que ajudasse na aprendizagem

da linguagem da pragmática para os SA especificamente, uma TIC que assistisse

os pais fora da terapia para reforçar o tratamento.

Pensando em tal necessidade, o trabalho apresenta um protótipo inovador de

um jogo para dispositivos móveis denominado MET@SPER direcionado

especificamente para crianças com Síndrome de Asperger e que tem o objetivo de

ser uma ferramenta a mais para ajudar essas crianças a superar a dificuldade na

linguagem pragmática.

Dada a importância do tema, torna-se necessário o desenvolvimento do jogo

e disponibilizá-lo para que todos tenham acesso, pois o MET@SPER visa à

continuação da terapia fora do consultório médico, visa desencadear competências

e habilidades para garantir um ensino de maior qualidade em relação a linguagem

pragmática.

Nesse sentido, a utilização da TIC permite aos pais, à escola e aos

terapeutas, mediarem o processo ensino/aprendizagem de uma forma mais

enriquecedora, motivando as crianças com SA a terem mais vontade de aprender e

contribuir para que a aprendizagem seja realmente significativa.

Espera-se que com a junção das técnicas Behavioristas e a TIC, o

MET@SPER consiga não só auxiliar no desenvolvimento da linguagem

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pragmáticaem crianças com SA, bem como inserindo-as mais facilmente nos

assuntos e conversas, mas também adquirindo novos conhecimentos, autonomia e

o melhoramento da relação social.

E que esses estudos nos encaminhem a sempre debater a importância de

conhecer melhor essas crianças e compreender suas necessidades, pois o tema é

de suma importância não só para a área educacional, mas para todos os contextos.

5.1. DIFICULDADES ENCONTRADAS

Em virtude deste trabalho foram realizadas várias pesquisas no intuito de

encontrar jogos com o mesmo objetivo do MET@SPER. Porém, as objeções que

ocorreram foram:

• Não foramlocalizados aplicativos que ajudassem a compreender a linguagem

pragmática.

• Não foram localizados aplicativos específicos desenvolvidos para crianças

com Síndrome de Asperger.

• Os jogos que foram desenvolvidos para auxiliar as crianças com TEA não

estão disponíveis em todas as plataformas dos dispositivos móveis.

5.2. TRABALHOS FUTUROS

Com o propósito de promover a continuidade do protótipo apresentado neste

trabalho, serão elencados os trabalhos para desenvolvimento do MET@SPER

futuramente.

• Validação do protótipo com crianças com Síndrome de Asperger e

especialistas na área terapêutica.

• Implementação da ferramenta, o MET@SPER.

• Pesquisa sobre os impactos do uso do MET@SPER como auxílio no

desenvolvimento de linguagem pragmática para crianças com Síndrome de

Asperger.

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