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MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA INSPEÇÃO MCA 121-2 MANUAL DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO 2011

MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA · SISCEAB, bem como lhe proporciona o acesso irrestrito a locais e a documentos do provedor de serviços. 1.3.5 CHEFE DE EQUIPE DE INSPEÇÃO

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MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA

INSPEÇÃO

MCA 121-2

MANUAL DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO SISTEMA DE CONTROLE DO

ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

2011

MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA

ASSESSORIA DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

INSPEÇÃO

MCA 121-2

MANUAL DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO SISTEMA DECONTROLE DO

ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

2011

(Publicado no BCA 079, de 27 de abril de 2011)

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SUMÁRIO

1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .................................................................................9 1.1 FINALIDADE ................................................................................................................9 1.2 ÂMBITO.........................................................................................................................9 1.3 CONCEITUAÇÕES.......................................................................................................9 1.4 ABREVIATURAS .......................................................................................................16 2 APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA INSPEÇÃO....................................................18 2.1 GENERALIDADES .....................................................................................................18 2.2 O USO DOS PRINCÍPIOS EM SUPORTE À DECISÃO...........................................18 3 ELEMENTOS CRÍTICOS E REQUISITOS DA ORGANIZAÇÃO........................22 3.1 ELEMENTOS CRÍTICOS (EC)...................................................................................22 3.2 REQUISITOS FUNDAMENTAIS (RF) DO PROVEDOR DE SERVIÇOS ..............23 3.3 CORRELAÇÃO ENTRE CE E RF..............................................................................24 4 PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DAS INSPEÇÕES .............................................26 4.1 PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES .............................................................................26 4.2 CONTROLE E ESCALA DOS INSPCEA ..................................................................26 5 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO REGULAR .....................................................28 5.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO .........................................................28 5.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL....................................................30 5.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO .........................................................32 6 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO SISTÊMICA...................................................34 6.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO .........................................................34 6.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL....................................................34 6.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO .........................................................35 7 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO DE SEGUIMENTO.......................................36 7.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO .........................................................36 7.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL....................................................36 7.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO .........................................................37 8 APLICAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE INSPEÇÃO ...............................................38 8.1 APLICAÇÃO DOS PROTOCOLOS ...........................................................................38 8.2 PROTOCOLOS VIGENTES........................................................................................38 8.3 CONTEÚDO DO PROTOCOLO DE INSPEÇÃO......................................................39 8.4 EVIDÊNCIAS ..............................................................................................................40 9 CONFECÇÃO DA FICHA DE NÃO-CONFORMIDADE ........................................41 9.1 IDENTIFICAÇÃO DA NÃO-CONFORMIDADE......................................................41 9.2 RECOMENDAÇÕES...................................................................................................41 10 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO .................................................................................43 10.1 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO REGULAR.................................................................43 10.2 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO SISTÊMICA ..............................................................44 10.3 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO DE SEGUIMENTO ...................................................45 10.4 RESPONSABILIDADES.............................................................................................45 11 AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL ..................46 11.1 INFORMAÇÕES GERAIS ..........................................................................................46 11.2 FATOR SEVERIDADE ...............................................................................................46 11.3 FATOR EXPOSIÇÃO..................................................................................................47 11.4 FATOR PROBABILIDADE ........................................................................................48 11.5 IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL.......................................................49 12 NOTIFICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO PROVEDORA DE SERVIÇOS...............51

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12.1 RESPONSABILIDADES DO PROVEDOR DE SERVIÇOS.....................................51 12.2 RELATO DO INSPCEA DE POSSÍVEL INFRAÇÃO...............................................51 13 TRAMITAÇÃO DOS DOCUMENTOS DEPOIS DE CONCLUÍDA A INSPEÇÃO..............................................................................................................................53 13.1 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO E PLANO DE AÇÕES CORRETIVAS.....................53 13.2 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES CORRETIVAS ................................53 14 FORMAÇÃO E TREINAMENTO DO INSPCEA .................................................55 14.1 INCLUSÃO NA PROGRAMAÇÃO DE FORMAÇÃO .............................................55 14.2 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOS INSPCEA .................................................55 14.3 CAPACITAÇÃO TEÓRICA INICIAL........................................................................56 14.4 TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO (TPT) .............................................57 14.5 CAPACITAÇÃO CONTÍNUA ....................................................................................57 14.6 CAPACITAÇÃO ESPECIALIZADA..........................................................................58 14.7 REGISTROS DE CAPACITAÇÃO.............................................................................58 14.8 CONSELHO DE INSPETORES..................................................................................59 15 CIRCULAR DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL.....................60 15.1 OBJETIVO E EMISSÃO .............................................................................................60 15.2 MODIFICAÇÃO DA ICA 121-10 OU DO MCA 121-2 .............................................60 16 DISPOSIÇÕES FINAIS.............................................................................................61 ANEXO A – FORMULÁRIO DE PROPOSTA DE INSPEÇÕES ....................................63 ANEXO B – MODELO DE PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES.......................................64 ANEXO C – LISTA DE VERIFICAÇÃO DA ASOCEA ...................................................65 ANEXO D – EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO DE INSPEÇÃO ....................................66 ANEXO E – MODELO DE PLANEJAMENTO DE INSPEÇÃO SISTÊMICA .............67 ANEXO F – LISTAS DE VERIFICAÇÃO DO CHEFE DE EQUIPE .............................68 ANEXO G – LISTAS DE VERIFICAÇÃO DE MEMBRO DA EQUIPE........................70 ANEXO H – MODELO DE RELATO DE POSSÍVEL INFRAÇÃO ...............................72 ANEXO I – FICHA DE CRÍTICAS DA INSPEÇÃO – ORGANIZAÇÃO INSPECIONADA ...................................................................................................................74 ANEXO J – FICHA DE CRÍTICAS DA INSPEÇÃO – CHEFE DE EQUIPE/INSPETOR .............................................................................................................77 ANEXO K – PREENCHIMENTO DO PROTOCOLO DE INSPEÇÃO .........................80 ANEXO L – EXEMPLO DE FICHA DE NÃO-CONFORMIDADE PREENCHIDA....82 ANEXO M – EXEMPLO DO CORPO PRINCIPAL DO RELATÓRIO DE INSPEÇÃO..................................................................................................................................................84 ANEXO N – EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO DO IS .........................................................87 ANEXO O – FORMULÁRIO DO TPT................................................................................93 ÍNDICE..................................................................................................................................109

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PREFÁCIO

Sob a ótica dos 8 elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional, após o Estado autorizar uma organização ou um profissional a desempenhar atividades de interesse do controle do espaço aéreo na prestação de serviços de navegação aérea, faz-se necessário o estabelecimento de uma rotina de verificações periódicas para avaliar se aquela organização ou aquele profissional mantém a competência que comprovou possuir, antes de iniciar a prestação dos serviços. Trata-se do elemento crítico que versa sobre as ações de vigilância (ou supervisão) da segurança operacional por parte do Estado.

A ICA 121-10 (Inspeções de Segurança Operacional do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) define as linhas mestras do processo de inspeção gerenciado pela ASOCEA. No entanto, os Inspetores do Controle do Espaço Aéreo (INSPCEA) necessitam de orientações específicas e detalhadas sobre como devem cumprir com suas obrigações, ao avaliar um provedor de serviços, nos diferentes tipos de inspeção.

Tais orientações devem estar em consonância com os Princípios do Processo de Inspeção, que precisam ser absorvidos pelo Inspetor, pautando e orientando suas decisões em todas as fases de uma inspeção.

Reveste-se, também, de fundamental importância a busca pela padronização nos procedimentos de identificação do impacto na segurança operacional decorrente de cada não-conformidade, uniformizando os critérios para a definição dos prazos máximos que devem ser cumpridos pelos inspecionados para o restabelecimento da situação de conformidade e proporcionando uma referência para o planejamento dos gestores das organizações envolvidas com a solução dessas deficiências.

Com foco nesses objetivos, foi elaborado o presente Manual, sistematizando as tarefas de vigilância da segurança operacional dos serviços de navegação aérea e subsidiando a permanente evolução dos níveis da segurança operacional praticada pelos componentes do SISCEAB.

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1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1.1 FINALIDADE

1.1.1 O presente Manual tem por finalidade estabelecer os procedimentos, diretrizes e orientações para os Inspetores do Controle do Espaço Aéreo (INSPCEA) no desempenho de suas tarefas, na atividade de inspeção de segurança operacional.

1.1.2 As inspeções nos provedores de serviços avaliarão os níveis de segurança operacional praticados, em conformidade com os regulamentos aplicáveis, utilizando-se Protocolos de Inspeção.

1.1.3 As inspeções no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) avaliarão o nível de implementação dos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional e das provisões constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e de documentos complementares, com base nos Protocolos de Auditoria da OACI.

1.2 ÂMBITO

Este Manual aplica-se à ASOCEA, aos PSNA e aos INSPCEA, bem como às Organizações do COMAER que contribuem para o SISCEAB com a formação e o treinamento de pessoal para o Sistema e através da avaliação dos requisitos de capacitação física destes profissionais.

1.3 CONCEITUAÇÕES

Os termos empregados neste Manual são de uso corrente no Comando da Aeronáutica e similares aos que se encontram nos Anexos à Convenção de Chicago e em outros documentos da OACI pertinentes ao assunto, como o Manual de Vigilância da Segurança Operacional (Doc 9734/2ª ed. - 2006) e o Manual sobre Auditoria da Vigilância da Segurança Operacional (Doc 9735/2ª ed. – 2006).

1.3.1 ACIDENTE AERONÁUTICO

Toda ocorrência relacionada com a operação de uma aeronave, havida entre o período em que uma pessoa nela embarca com a intenção de realizar um voo, até o momento em que todas as pessoas tenham dela desembarcado e, durante o qual, pelo menos uma das situações abaixo ocorra:

a) qualquer pessoa sofra lesão grave ou morra como resultado de estar na aeronave, em contato direto com qualquer uma de suas partes, incluindo aquelas que dela tenham se desprendido, ou submetida à exposição direta do sopro de hélice, rotor ou escapamento de jato, ou às suas consequências. Exceção é feita quando as lesões resultem de causas naturais, forem auto ou por terceiros infligidas, ou forem causadas a pessoas que embarcaram clandestinamente e se acomodaram em área que não as destinadas aos passageiros e tripulantes;

b) a aeronave sofra dano ou falha estrutural que afete adversamente a resistência estrutural, o seu desempenho ou as suas características de voo; exija a substituição de grandes componentes ou a realização de grandes reparos no componente afetado. Exceção é feita para falha ou danos limitados ao motor, suas carenagens

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ou acessórios; ou para danos limitados a hélices, pontas de asa, antenas, pneus, freios, carenagens do trem, amassamentos leves e pequenas perfurações no revestimento da aeronave;

c) a aeronave seja considerada desaparecida ou o local onde se encontre seja absolutamente inacessível.

Nota 1 - Em observância ao Anexo 13 da OACI, as lesões decorrentes de um Acidente Aeronáutico que resultem em fatalidade até 30 dias da data da ocorrência são consideradas lesões fatais.

Nota 2 - Uma aeronave será considerada desaparecida quando as buscas oficiais forem encerradas e os destroços não forem encontrados.

1.3.2 ASSESSORIA DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

Órgão da Estrutura Regimental do COMAER ao qual compete assessorar o Comandante da Aeronáutica nos assuntos relativos à supervisão da segurança operacional do Serviço de Navegação Aérea, coordenar e controlar as atividades de inspeção do Serviço de Navegação Aérea, no que tange à segurança operacional, e gerenciar o Programa de Vigilância da Segurança Operacional do Serviço de Navegação Aérea.

1.3.3 AUDITORIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Processo de verificação realizado pela Organização de Aviação Civil Internacional na estrutura de aviação civil dos Estados, para a verificação de sua conformidade em relação às provisões de segurança operacional constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e documentos complementares, bem como de avaliação do nível de implantação dos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional.

1.3.4 CARTEIRA FUNCIONAL

Documento funcional do INSPCEA que confirma sua autoridade delegada pelo Comandante da Aeronáutica, para o exercício de suas responsabilidades nas inspeções no SISCEAB, bem como lhe proporciona o acesso irrestrito a locais e a documentos do provedor de serviços.

1.3.5 CHEFE DE EQUIPE DE INSPEÇÃO

Inspetor do Controle do Espaço Aéreo designado como responsável pela condução da inspeção e pela tarefa de compilar e formatar o correspondente Relatório.

1.3.6 CONTRAPARTES

Profissionais, pertencentes ao efetivo da organização inspecionada, designados por esta para representar tecnicamente as áreas de serviço que serão inspecionadas e responder aos questionamentos dos INSPCEA.

1.3.7 ELO SOCEA

Profissional, com habilitação INSPCEA, que atua como elemento de ligação com a ASOCEA, para a coordenação de atividades pertinentes à vigilância da segurança operacional

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em sua organização e naquelas a ela jurisdicionadas administrativamente.

1.3.8 EVENTO INDESEJÁVEL

É a ocorrência indesejável deflagrada por uma situação perigosa.

1.3.9 FICHA DE CRÍTICAS

Questionário padronizado para a coleta de informações e sugestões dos Inspetores e das organizações inspecionadas, objetivando o aperfeiçoamento do processo de inspeção.

1.3.10 FICHAS DE NÃO-CONFORMIDADES

Fichas de modelo padronizado, onde são descritas as não-conformidades encontradas na avaliação de um provedor de serviços ou do DECEA com suas respectivas recomendações.

1.3.11 HABILITAÇÃO DO INSPETOR DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

É o ato formal do Chefe da ASOCEA para a expedição da carteira funcional do Inspetor do Controle do Espaço Aéreo (INSPCEA), após a comprovação do atendimento aos requisitos essenciais de formação e treinamento que asseguram a competência técnica do Inspetor.

1.3.12 IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL

Classificação da magnitude do risco de uma não-conformidade que define prazos máximos para a sua correção e, quando aplicável, sua atenuação.

1.3.13 INCIDENTE AERONÁUTICO

Toda ocorrência, inclusive de tráfego aéreo, associada à operação de uma aeronave, havendo intenção de voo, que não chegue a se caracterizar como um acidente, mas que afete ou possa afetar a segurança da operação.

1.3.14 INCIDENTE GRAVE

Incidente ocorrido sob circunstâncias em que um acidente quase ocorreu. A diferença entre o incidente grave e o acidente está apenas nas consequências. Dentre outras, as seguintes ocorrências caracterizam-se como incidente grave:

a) fogo ou fumaça no compartimento de passageiros, de carga ou fogo no motor, ainda que tenha sido extinto com a utilização de extintores de incêndio;

b) situações que exijam o uso emergencial de oxigênio por tripulante;

c) falha estrutural da aeronave ou desintegração de motor em voo, que não configurem um acidente;

d) quase colisão em voo que requereu a realização de uma manobra evasiva;

e) CFIT marginalmente evitado;

f) decolagem interrompida em pista fechada ou ocupada por outra aeronave;

g) decolagem de pista ocupada por outra aeronave, sem separação segura;

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h) pouso ou tentativa de pouso em pista fechada ou ocupada por outra aeronave;

i) falha múltipla de um ou mais sistemas que afetem seriamente a operação da aeronave;

j) baixo nível de combustível, exigindo a declaração de emergência;

k) utilização da aeronave fora do seu envelope de voo devido a condições meteorológicas adversas ou à falha de sistemas que tenham causado dificuldade de controle da mesma;

l) falha de mais de um sistema de navegação, ainda que duplicado;

m) diferenças significativas na performance prevista da aeronave durante a decolagem ou segmento inicial de subida;

n) incapacitação de tripulante em voo; e

o) incidentes durante a decolagem ou pouso, tais como: ultrapassagem da cabeceira oposta, pouso antes da pista ou saída da pista pelas laterais.

1.3.15 INSPEÇÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL

Processo de verificação da conformidade normativa das atividades desenvolvidas pelos órgãos provedores de Serviço de Navegação Aérea quanto ao que estabelece a legislação brasileira. No DECEA, este processo verifica a conformidade com as disposições constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e do nível de implementação dos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional.

1.3.16 INSPEÇÃO DE SEGUIMENTO

Inspeção Não-Programada com o objetivo de verificar o cumprimento do Plano de Ações Corretivas relativas à inspeção anterior.

1.3.17 INSPEÇÃO LOCAL

Coleta de evidências objetivas e observadas, por meio do emprego dos questionários denominados Protocolos de Inspeção, e da apresentação das recomendações do Inspetor para a correção das não-conformidades detectadas.

1.3.18 INSPEÇÃO NÃO-PROGRAMADA

Inspeção que não foi prevista no Plano Anual de Inspeções.

1.3.19 INSPEÇÃO PROGRAMADA

Inspeção que consta do Plano Anual de Inspeções.

1.3.20 INSPEÇÃO REGULAR

Inspeção programada em um provedor de serviço, realizada por uma equipe composta somente por INSPCEA e INSPCEA-Credenciados.

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1.3.21 INSPEÇÃO SISTÊMICA

Inspeção em um provedor de serviço onde os levantamentos da fase de Inspeção Local são realizados por pessoal técnico da própria organização inspecionada. A equipe da Inspeção Sistêmica é composta por, pelo menos, um INSPCEA, que realiza as tarefas de Chefe de Equipe.

1.3.22 INSPETOR DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

Servidor público civil ou militar (da ativa ou da reserva) do COMAER, habilitado pela ASOCEA para o exercício da função.

1.3.23 INSPETOR DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO CREDENCIADO

Técnico sem vínculo empregatício com a União, habilitado pela ASOCEA para o exercício da função.

1.3.24 LESÃO

Ofensa à integridade corporal ou à saúde de outrem. As lesões são classificadas em: a) Lesão fatal - é a que resulta na morte de quem sofreu a lesão. b) Lesão grave - é a que resulta em:

- incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; - perigo de vida; - debilidade permanente de membro, sentido ou função; - aceleração de parto; - incapacidade permanente para o trabalho; - enfermidade incurável; - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; - deformidade permanente; e - aborto.

c) Lesão leve - é a que não resulta nas consequências características das lesões grave ou fatal.

1.3.25 NÃO-CONFORMIDADE

Condição observada durante inspeção ou auditoria em que há descumprimento de norma(s) ou recomendação(ões) constante(s) da legislação brasileira em vigor.

1.3.26 ORGANIZAÇÃO INSPECIONADA

Organização submetida à inspeção, sob a coordenação da ASOCEA.

1.3.27 ORGANIZAÇÃO REGIONAL

Organização do Comando da Aeronáutica subordinada ao DECEA, componente do SISCEAB, com jurisdição sobre uma determinada região (os CINDACTA e o SRPV-SP).

1.3.28 ÓRGÃO REGULADOR

Organização responsável pela elaboração das normas nacionais que aplicam no País as

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provisões constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e seus documentos complementares. No caso dos Serviços de Navegação Aérea, o órgão regulador brasileiro é o DECEA.

1.3.29 PERIGO

Fonte ou situação com potencial para provocar danos e/ou lesões.

1.3.30 PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES

Planejamento em que a ASOCEA prevê a realização de Inspeções Programadas ao DECEA e às demais organizações do SISCEAB, para um período de um ano.

1.3.31 PLANO DE AÇÕES CORRETIVAS

Plano elaborado pela organização inspecionada, após submeter-se a uma Inspeção, que se destina a corrigir as não-conformidades relativas à segurança operacional observadas e indicadas pela Equipe de Inspeção em seus relatórios.

1.3.32 PÓS-INSPEÇÃO

Período caracterizado pela elaboração do Plano de Ações Corretivas e pela consolidação do Relatório de Inspeção.

1.3.33 PRÉ-INSPEÇÃO

Período caracterizado pela comunicação aos provedores de Serviço de Navegação Aérea a serem inspecionados, por intermédio de um Formulário de Comunicação de Inspeção, e a preparação da equipe escalada para a realização da inspeção.

1.3.34 PRENOTAM

Documento assinado por autoridade do SISCEAB que contém informações de interesse da navegação aérea, ou seja, aquelas que possam influir direta ou indiretamente na segurança, eficiência e regularidade da navegação aérea.

1.3.35 PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL DO SERVIÇO DE NAVEGAÇÃO AÉREA

Conjunto de ações permanentes e sistemáticas destinadas à avaliação do nível de cumprimento dos requisitos de segurança operacional dos serviços de navegação aérea, ao acompanhamento da correção das deficiências identificadas e à avaliação dos resultados obtidos, com o objetivo de assegurar a existência de níveis adequados de segurança operacional e de proporcionar subsídios que contribuam para o aperfeiçoamento do SISCEAB.

1.3.36 PROTOCOLOS DE AUDITORIA

Listas de verificação padronizadas, elaboradas pela OACI, que orientam os questionamentos do Inspetor na avaliação do nível de implementação dos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional, de modo a assegurar o atendimento às

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normas e práticas recomendadas constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e documentos complementares.

1.3.37 PROTOCOLOS DE INSPEÇÃO

Listas de verificação padronizadas, organizadas por área do Serviço de Navegação Aérea, que orientam os questionamentos do Inspetor na avaliação do cumprimento das normas nacionais e apresenta exemplos de evidências a serem coletadas para a confirmação da efetiva implementação dessas normas.

1.3.38 PROVEDOR DE SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA

Organização que recebeu do órgão regulador a autorização para a prestação de serviços, após comprovar o atendimento aos requisitos estabelecidos na legislação e na regulamentação nacional.

1.3.39 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Documento resultante da juntada das Fichas de Não-Conformidades produzidas na inspeção com as considerações do Chefe da Equipe.

1.3.40 RISCO

Quantificação da insegurança através da combinação da severidade, da exposição e da probabilidade de ocorrência de um evento indesejável.

1.3.41 SEGURANÇA OPERACIONAL DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

Estado no qual o risco de lesões às pessoas ou danos aos bens resultantes das atividades do controle do espaço aéreo reduz-se e mantém-se em um nível aceitável, ou abaixo deste, por meio de um processo contínuo de identificação de perigos e gestão de riscos. Embora conjugando o mesmo objetivo, as atividades desenvolvidas em prol da segurança operacional não podem ser confundidas com aquelas regidas pelos princípios do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER).

1.3.42 SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA

Conjunto de serviços prestados pelo SISCEAB, observando as disposições normativas do DECEA, órgão central e regulador do sistema, que compreendem os equipamentos terrestres e satelitais de rádio-navegação de ajuda para aproximação. Por convenção, no Brasil, tal conjunto de serviços é simplesmente conhecido como “Controle do Espaço Aéreo”, embora abrangendo outros serviços como o de tráfego aéreo de informação aeronáutica, de comunicações, navegação e vigilância, de meteorologia aeronáutica, de cartografia e de busca e salvamento.

1.3.43 SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO – SISCEAB

Estrutura que integra os órgãos e sistemas que participam do controle da Circulação Aérea Nacional, nos limites das suas respectivas atribuições.

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1.3.44 SITUAÇÃO PERIGOSA

Combinação de um perigo com alguma atividade ou pessoa que deflagra uma sequência de eventos que pode culminar com um evento indesejável.

1.3.45 TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO

Instrução ministrada por um Inspetor habilitado a um profissional depois de concluir com aproveitamento o Curso de Inspeção da Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo ou a um INSPCEA como parte de sua capacitação contínua.

1.3.46 TREINAMENTO RECORRENTE

Instrução que tem a finalidade de atualizar, periodicamente, a habilitação técnica dos INSPCEA.

1.4 ABREVIATURAS

AIS: Serviço de Informação Aeronáutica

ALTCEA: Alto-Comando do DECEA

ANS: Serviço de Navegação Aérea

ASOCEA: Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo

ATS: Serviço de Tráfego Aéreo

CFIT: Colisão com o terreno, ou água, em voo controlado (Controlled Flight Into Terrain)

CINDACTA: Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo

CNS: Serviço de Comunicação, Navegação e Vigilância

COMAER: Comando da Aeronáutica

CTG: Serviço de Cartografia

DECEA: Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DGCEA: Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DTCEA: Destacamento de Controle do Espaço Aéreo

EEAR: Escola de Especialistas de Aeronáutica

ENS: Serviço de Ensino

EPTA: Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo

GEIV: Grupo Especial de Inspeção em Voo

GNA: Grupamento de Navegação Aérea da INFRAERO

ICA: Instituto de Cartografia da Aeronáutica

ICEA: Instituto de Controle do Espaço Aéreo

INFRAERO: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

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INSPCEA: Inspetor do Controle do Espaço Aéreo

IS: Impacto sobre a Segurança Operacional

MET: Serviço de Meteorologia Aeronáutica

NA: Provedor de serviços de navegação aérea não pertencente à estrutura do COMAER

OACI: Organização de Aviação Civil Internacional

PANS-OPS: Serviço de Elaboração de Procedimentos de Navegação Aérea

PRENOTAM: Documento assinado por Autoridade do SISCEAB de solicitação de emissão de NOTAM, cuja confecção é disciplinada pela ICA 53-4

SAR: Serviço de Busca e Salvamento

SRPV: Serviço Regional de Proteção ao Voo

SARP: Normas e Práticas Recomendadas da OACI

SISCEAB: Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

SRPV: Serviço Regional de Proteção ao Voo

SAU: Serviço de Saúde

SOCEA: Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo

TPT: Treinamento no Posto de Trabalho

USOAP: Programa Universal de Auditoria de Segurança Operacional da OACI

UT: Unidades de Telecomunicações

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2 APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA INSPEÇÃO

2.1 GENERALIDADES

2.1.1 Os princípios são os alicerces e as disposições fundamentais que se irradiam sobre diferentes normas, definindo a lógica e a racionalidade de um sistema normativo."Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos (...) representa insurgência contra todo o sistema" (Princípios Gerais de Direito Constitucional Moderno, Vol. 1. 5a.ed. – São Paulo: RT, 1971, p. 50-51).

2.1.2 Referente ao assunto, o jurista Germano R. Carrió conclui que a idéia de princípio ou a sua conceituação, seja lá qual for o campo do saber que se tenha em mente, designa a estruturação de um sistema de idéias por uma idéia mestra de onde todas as demais idéias, pensamentos ou normas derivam.

2.1.3 Os princípios dos processos de inspeção de segurança operacional estão baseados nos princípios da Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

2.1.4 Aos princípios constitucionais acima relacionados, são acrescentados os princípios da oportunidade e da razoabilidade.

2.1.5 O princípio da oportunidade deriva da importância em se permitir, já durante a fase de inspeção, que as medidas que restabeleçam os níveis adequados de segurança operacional sejam definidas e executadas satisfatoriamente pela organização inspecionada em tempo compatível com a gravidade das deficiências identificadas.

2.1.6 O princípio da razoabilidade deve ser utilizado como forma de limitar o exercício da competência discricionária do Inspetor. Este princípio foi estabelecido, principalmente, para garantir o entendimento, por todos os envolvidos no processo de inspeção, que a principal interessada e primariamente responsável por garantir o nível desejado de segurança operacional, durante a prestação dos aplicáveis serviços de navegação aérea, é a organização inspecionada. O Inspetor, entretanto, no desempenho de suas funções de verificação do cumprimento dos requisitos regulamentares e, eventualmente, de imposição de medidas que garantam o restabelecimento dos níveis desejados de segurança operacional, dispõe de poderes para melhor atender às necessidades do Estado Regulador e Fiscalizador e às necessidades coletivas da sociedade pela segurança operacional nas operações. Assim, há que se admitir que o correto cumprimento da regulamentação pode ser alcançado de formas distintas, permitindo ao provedor de serviços a adoção da alternativa que julgar mais conveniente para atender a finalidade desejada. A imposição de medidas que extrapolem os objetivos mínimos pretendidos pelas normas nacionais e que possam representar ônus desnecessário fere o princípio da razoabilidade.

2.2 O USO DOS PRINCÍPIOS EM SUPORTE À DECISÃO

2.2.1 A formação técnica especializada de Inspetores e o uso de ferramentas padronizadas nos processos de inspeção buscam, dentre outros objetivos, minimizar a ocorrência de situações imprevistas. No entanto, quando ocorrerem situações imprevistas em uma inspeção,

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compete ao Inspetor tomar a decisão, balizando-se pelos princípios preconizados para este processo.

2.2.2 Pelo princípio da legalidade, o Inspetor deve amparar suas avaliações e exigências unicamente nas publicações oficiais atualizadas que estabelecem os requisitos e procedimentos nacionais aplicáveis à organização inspecionada, conforme referenciado em cada pergunta dos protocolos de inspeção.

2.2.3 O INSPCEA deverá conhecer e ser capaz de interpretar cada requisito regulamentar a ser avaliado, devendo buscar amparo formal nos Regulamentos das Organizações, nos Certificados, nas Homologações ou nas autorizações concedidas pelos órgãos competentes, para atribuir, a uma determinada organização, pública ou privada, a responsabilidade pela solução de uma eventual não-conformidade identificada na inspeção.

2.2.4 Especificamente, no caso da inspeção no DECEA, o Inspetor deve buscar o amparo nos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional, nos Documentos complementares da OACI ou, até mesmo, em dispositivos nacionais editados por outros órgãos que possam requerer a compatibilização de disposições normativas do DECEA.

2.2.5 Ainda que a Equipe de Inspetores reúna profissionais com elevada competência técnica acerca das áreas avaliadas, a manifestação de tal conhecimento e experiência não devem ser suficientes, fazendo-se fundamental basear qualquer afirmação ou atribuição de responsabilidade em documentos oficiais e atualizados.

2.2.6 Ao assegurar a observância do princípio da impessoalidade, o INSPCEA deve estar atento a qualquer situação que possa representar um conflito de interesses, alertando a ASOCEA para que esta tome as providências cabíveis.

2.2.7 Na eventualidade de existirem vínculos profissionais ou familiares do INSPCEA com os responsáveis pela administração da organização inspecionada, o profissional deve se declarar impedido de realizar a inspeção, informando-o à ASOCEA, para que se proceda a sua substituição.

2.2.8 O Inspetor deve, preventivamente, também se declarar impedido, quando existirem interesses convergentes ou divergentes com a organização inspecionada, o que poderia gerar o comprometimento da equidade na avaliação, suscitando insegurança quanto à efetiva aplicação do princípio da impessoalidade.

2.2.9 Na situação citada no item anterior, a ASOCEA acatará a informação do INSPCEA que se declarar impedido, providenciando a sua substituição na Equipe de Inspeção.

2.2.10 Qualquer comportamento que se afaste do princípio da impessoalidade se sujeita à invalidação por desvio de finalidade, sem prejuízo das demais medidas cabíveis.

2.2.11 Quanto ao princípio da moralidade, o INSPCEA deve ter em mente que não é suficiente, apenas, o cumprimento da missão de inspeção, mas que isso aconteça em prol do interesse público, conforme os padrões éticos de lealdade em relação à Instituição que representa e aos anseios da sociedade.

2.2.12 O INSPCEA deve otimizar os recursos disponibilizados para a realização das

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inspeções, não onerando desnecessariamente a União, nem impondo dispêndios acima do necessário à Organização que está sendo avaliada.

2.2.13 O INSPCEA deve buscar o aproveitamento máximo do tempo da Equipe de Inspeção, bem como da Organização que está sendo avaliada, planejando suas atividades e o envolvimento dos técnicos que respondem às avaliações, na medida exata da necessidade.

2.2.14 O comportamento do INSPCEA, sua apresentação pessoal, seu linguajar e seu foco nos objetivos da inspeção devem distingui-lo e refletir os valores da Instituição que representa.

2.2.15 Os INSPCEA devem arcar com as despesas relativas à sua estadia e alimentação na localidade. Não se admite que tais despesas sejam custeadas pela organização inspecionada. Por outro lado, a Equipe de Inspeção pode aceitar uma eventual oferta de apoio de transporte pela organização inspecionada, como forma de assegurar o cumprimento das atividades da fase de Inspeção Local. No entanto, o suporte proporcionado pela organização inspecionada deve se restringir, exclusivamente, aos objetivos da missão de inspeção.

2.2.16 O princípio da publicidade deve ser aplicado pelo INSPCEA no esclarecimento de dúvidas, em especial, quanto à aplicabilidade e interpretação dos requisitos regulamentares que estão sendo avaliados e na prestação de todas as informações de que necessitar a organização inspecionada, durante as três fases da inspeção, bem como no encaminhamento do Relatório de Inspeção e do Plano de Ações Corretivas para as providências dos órgãos envolvidos.

2.2.17 Os contatos com a imprensa devem ser canalizados através dos elos do CECOMSAER, eximindo-se o INSPCEA de contato direto com a imprensa. Esta postura não representa um descumprimento do princípio da publicidade, já que a veiculação das informações colhidas em uma inspeção à sociedade não é atribuição do Inspetor.

2.2.18 Cabe ao INSPCEA, como parte do princípio da publicidade, assegurar-se de que informações de interesse para a segurança operacional sejam divulgadas através dos canais formais, dirigidas aos agentes que precisam ter conhecimento daquela informação. Enquadra-se nesta situação, a expedição de PRENOTAM para orientação e informação aos aeronavegantes.

2.2.19 As demais ações de atendimento ao princípio da publicidade estão a cargo da ASOCEA, da Organização Regional, do DECEA e do Comandante da Aeronáutica, devendo o INSPCEA estar atento para que não seja prematuramente divulgada informação que não tenha recebido o tratamento estabelecido pela ICA 121-10.

2.2.20 Na observância do princípio da eficiência, o INSPCEA deve zelar pelo conhecimento do assunto que está sendo avaliado, de forma a estar em condições de dirimir todas as dúvidas que lhe sejam apresentadas pela organização inspecionada.

2.2.21 É essencial que o INSPCEA prepare-se adequadamente, na fase de Pré-Inspeção, reunindo e analisando criticamente os dados, informações, documentos, normas internas, manuais de procedimentos, etc. a respeito da organização inspecionada, e atualizando-se sobre o conteúdo do protocolo e correspondentes referências normativas.

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2.2.22 Ajustes que possam ser realizados nas ferramentas disponibilizadas ao INSPCEA devem ser relatados à ASOCEA para avaliação, na Ficha de Críticas da Inspeção, visando ao aperfeiçoamento desses instrumentos.

2.2.23 O Chefe de Equipe deve supervisionar as tarefas da inspeção, em busca da máxima eficiência de todos os membros da Equipe.

2.2.24 A aplicação do princípio da oportunidade requer que o INSPCEA cumpra e faça cumprir os prazos estabelecidos em todas as fases da inspeção, assegurando as condições para que os demais órgãos intervenientes no processo possam adotar, em tempo hábil, as ações pertinentes. Ademais, a constatação da existência de problemas com a segurança operacional requer que sejam adotadas providências em prazo compatível com o seu grau de impacto na segurança operacional. Com isso, é preciso que a organização inspecionada, com o apoio do INSPCEA, avalie os potenciais riscos decorrentes das deficiências identificadas, definindo e implementado ações corretivas, mitigadoras ou preventivas, adequadas e efetivas, com vistas ao restabelecimento das condições desejadas.

2.2.25 Em relação ao princípio da razoabilidade, o INSPCEA deve ter em conta a responsabilidade e a competência técnica do provedor de serviços em identificar e aplicar as medidas que proporcionem a correção dos problemas identificados. Por isso, ao redigir sua recomendação para a eliminação de uma não-conformidade, o Inspetor deve se limitar a determinar “o que” deve ser feito. Normalmente, isso se resume em recomendar o cumprimento dos requisitos regulamentares cujo cumprimento está não conforme. Será no Plano de Ações Corretivas que o provedor de serviços detalhará “como” aquilo será feito.

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3 ELEMENTOS CRÍTICOS E REQUISITOS DA ORGANIZAÇÃO

3.1 ELEMENTOS CRÍTICOS (EC)

A capacidade de um Estado de supervisionar os provedores de serviços por ele certificados ou autorizados é garantida e demonstrada ao se estruturar seu órgão regulador de acordo com os 08 Elementos Críticos descritos no Doc. 9734 Parte A, emitido pela ICAO. Esses Elementos Críticos, conforme abaixo descritos, são instrumentos de defesa da segurança operacional cuja efetiva implementação é um indicativo da existência de um adequado sistema de vigilância da segurança operacional no Estado.

3.1.1 EC-1 – Legislação Aeronáutica Básica

Conjunto de dispositivos legais que discipline as atividades aeronáuticas no Estado, adequado à complexidade do sistema, em consonância com as disposições da Convenção de Aviação Civil Internacional.

3.1.2 EC-2 – Regulamentação Aeronáutica

Conjunto de regulamentos elaborados com o suporte da legislação aeronáutica básica e que contemplem os requisitos técnicos e operacionais das atividades aeronáuticas no Estado, em conformidade com as provisões de segurança operacional constantes dos Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e documentos complementares da Organização de Aviação Civil Internacional – OACI.

3.1.3 EC-3 – Organização do Sistema de Aviação Civil

Existência de uma administração de aviação civil ou de outras autoridades ou entidades governamentais que esteja encabeçada por um funcionário executivo principal e que conte com o apoio de pessoal técnico e administrativo, com recursos financeiros compatíveis com suas necessidades. A expressão “Sistema de Aviação Civil” engloba todas as autoridades responsáveis pela segurança operacional no âmbito das atividades aeronáuticas no Estado, incluindo autoridades aeroportuárias, autoridades responsáveis pelo tráfego aéreo, autoridades meteorológicas e etc.

3.1.4 EC-4 – Qualificação e Treinamento

São requisitos mínimos de conhecimento e experiência do pessoal técnico que desempenha as funções de vigilância da segurança operacional e a aplicação de instrução para manter o nível desejado.

3.1.5 EC-5 – Meios e Material de Apoio

Instruções Técnicas contendo as orientações para as atividades do pessoal técnico, os meios adequados para o desempenho de suas atividades, incluindo instalações e equipamentos, e o acesso a informações essenciais sobre segurança operacional, de forma a permitir ao corpo técnico cumprir com suas funções de vigilância da segurança operacional segundo os requisitos e normas estabelecidas pelo Estado.

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3.1.6 EC-6 – Autorizações e Licenças.

Existência de processos e procedimentos para assegurar que os detentores de licenças, certificados, autorizações e outras aprovações, expedidas pelas Autoridades do Estado, cumpram com os requisitos estabelecidos pela regulamentação nacional, antes de exercer o privilégio concedido pela licença, certificado, autorização ou por outras aprovações.

3.1.7 EC-7 – Obrigações de Vigilância

A implantação de mecanismos, como as inspeções e auditorias, que permitam avaliar se os titulares das licenças, certificados, autorizações e outras aprovações mantêm as competências que foram demonstradas por ocasião da concessão da licença, certificado, autorização ou outras aprovações.

3.1.8 EC-8 – Resolução de Problemas

Implantação de mecanismos e procedimentos para sanar as deficiências detectadas que possam repercutir na segurança operacional.

3.2 REQUISITOS FUNDAMENTAIS (RF) DO PROVEDOR DE SERVIÇOS

De maneira análoga aos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional, existe um conjunto de requisitos fundamentais cuja implementação, no âmbito das organizações provedoras de serviços, assegura o estabelecimento das condições para a existência dos níveis de segurança operacional desejados pelo Estado.

3.2.1 RF-1 – Autorizações e Responsabilidades

A organização é previamente avaliada quanto à sua competência técnica e operacional para a prestação de serviços de interesse para as atividades aeronáuticas. Os limites da autorização concedida pelo Órgão Regulador e as responsabilidades atreladas a tais autorizações devem estar registradas em documento formal e devem estar contempladas nos manuais, normas internas e documentos da organização provedora de serviços que definem a sua finalidade e a sua política.

3.2.2 RF-2 – Organização

A prestação de serviços requer a existência de uma estrutura organizacional composta por um administrador geral, gerentes de área e da gestão da segurança operacional assim como e por pessoal técnico e administrativo em quantidade e competência, em conformidade com a complexidade dos serviços prestados e com os requisitos da regulamentação nacional aplicáveis. Nesta estrutura, devem estar definidas as atribuições e responsabilidades do pessoal orgânico, especialmente, das posições chaves da organização, dos gerentes, técnicos, controladores, supervisores, operadores, etc. Deve, ainda, considerar a destinação do volume de recursos financeiros apropriados para a gestão da organização.

3.2.3 RF-3 – Capacitação e Treinamento

A manutenção da competência técnica e operacional do corpo técnico da organização provedora de serviços requer a elaboração e a implementação de um programa de capacitação definindo o contínuo provimento de cursos especializados, treinamentos em posto de trabalho

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e avaliações que proporcionem o acesso aos conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao cumprimento de suas responsabilidades e a confirmação de que a proficiência é mantida continuamente.

3.2.4 RF-4 – Meios e Material de Apoio

A prestação de serviços impõe a existência de instalações adequadas, tanto para o pessoal próprio da organização quanto para os beneficiários dos serviços prestados, bem como equipamentos e outras ferramentas adequadas e continuamente mantidas operacionais, conforme aplicável ao serviço oferecido. São também partes deste requisito, a disponibilidade de toda a regulamentação nacional pertinente, além do acesso às informações essenciais, tais como NOTAM, informações meteorológicas, etc.

3.2.5 RF-5 – Processos Internos

A aplicação da regulamentação nacional deve estar disciplinada em processos internos da organização que indiquem, com clareza, os fluxos e responsabilidades, e que sejam amplamente divulgados e permanentemente atualizados. É também parte deste requisito fundamental, a existência de guias, formulários, procedimentos internos, manuais de procedimentos e etc.

3.2.6 RF-6 – Verificações de Segurança Operacional

A organização deve possuir um procedimento próprio de avaliação quanto ao cumprimento dos processos internos, mediante listas de verificação e registro das discrepâncias que devam ser eliminadas. Tais verificações internas devem ser periódicas e sistemáticas.

3.2.7 RF-7 – Avaliação, Tratamento e Correção dos Problemas.

A organização deve atuar preventivamente na identificação de problemas que possam afetar a segurança operacional, adotando medidas mitigadoras, enquanto não se corrigem as deficiências apontadas pelas verificações internas ou pela Autoridade Aeronáutica. As ações corretivas identificadas pela organização devem receber prioridade compatível com o grau de impacto da deficiência na segurança operacional, inclusive com a alocação de recursos compatíveis para as despesas decorrentes.

3.3 CORRELAÇÃO ENTRE EC E RF

3.3.1 A identificação da correlação entre os Elementos Críticos e os Requisitos Fundamentais constitui-se em fator importante para uma melhor compreensão da atividade do Inspetor, quer seja durante a coleta de evidências objetivas de conformidade ou não-conformidade da atuação do provedor de serviços, quer seja durante a verificação da conformidade da atuação do Estado em relação aos compromissos assumidos perante a comunidade internacional.

3.3.2 Os Elementos Críticos (EC) de um sistema de vigilância da segurança operacional não se aplicam diretamente à orientação das ações do provedor de serviços, razão pela qual, neste Manual, são definidos os Requisitos Fundamentais (RF).

3.3.3 No âmbito do sistema do Estado, o documento balizador é a Convenção de Aviação

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Civil Internacional, que define os compromissos de cada Estado signatário com a uniformização da regulamentação das atividades aeronáuticas em escala mundial.

3.3.4 É no momento da concessão, pelo Estado, da atividade de prestação de serviço, a uma organização, que são estabelecidos os compromissos desta organização. Tais compromissos, aliados aos limites da autorização concedida pela Autoridade, são contemplados pelo RF-1.

3.3.5 O EC-3 (Organização do Sistema de Aviação Civil) engloba todas as ações estabelecidas pelo Estado, para o estabelecimento de uma ou mais organizações conduzidas por Autoridades que encontram suas delegações definidas na legislação aeronáutica básica.

3.3.6 O paralelo que se estabelece, no âmbito do provedor do serviço, está no RF-2 (Organização), que orienta a existência de uma estrutura organizacional compatível com as obrigações assumidas perante a Autoridade outorgadora, composta por técnicos e pessoal administrativo suficientes para todas as atividades que o provedor de serviço se compromete a executar, amparada pela existência de suficientes recursos financeiros.

3.3.7 Com respeito à manutenção da proficiência dos técnicos que atuam na prestação de serviços de navegação aérea, há estreita correlação do RF-3 (Capacitação e Treinamento) com o EC-4 (Qualificação e Treinamento do Pessoal Técnico). – Enquanto o primeiro indica a ação que precisa ser executada pelo provedor com o seu pessoal orgânico, o segundo aponta as obrigações da Autoridade do Estado com relação à manutenção da competência do pessoal técnico que exerce as atividades de vigilância da segurança operacional.

3.3.8 No EC-5 (Instruções Técnicas, Meios e Informações Essenciais sobre Segurança Operacional), são evidenciadas as ferramentas que o Estado deve proporcionar ao seu pessoal técnico e as que devem ser disponibilizadas aos provedores de serviços. Comparativamente, no âmbito das organizações provedoras de serviços, também deve existir suporte material para as tarefas de seu pessoal (RF-4), que sejam adequadas e ajustadas ao escopo de suas atuações.

3.3.9 O RF-5 (Processos Internos) trata da elaboração e implementação de procedimentos, normas internas e manuais, fluxos de informações e trâmites de documentos que orientem o corpo de funcionários no desenvolvimento de suas atividades, apresentando os métodos definidos pela organização provedora de serviço, visando garantir e demonstrar a implementação da Regulamentação Aeronáutica (EC-2).

3.3.10 Em relação às Verificações de Segurança Operacional (RF-6), evidencia-se uma das principais ações de responsabilidade da organização provedora de serviço, que busca se assegurar de que o resultado dos serviços prestados está em conformidade com as obrigações assumidas perante a Autoridade concedente. Este requisito fundamental está correlacionado com o EC-7 (Obrigações de Vigilância), sendo que este último refere-se a uma ação do Estado, enquanto que o primeiro é uma ferramenta do próprio provedor, para a verificação de conformidade.

3.3.11 Por fim, o RF-7 (Avaliação, Tratamento e Correção do Problema) impõe, à organização provedora de serviço, a existência de um procedimento de gestão de suas deficiências, independentemente das ações empreendidas pelo Estado. Além disso, o EC-8 (Resolução de Problemas de Segurança Operacional) vai além da atuação da Autoridade sobre o inspecionado, já que também envolve as ações corretivas que determinam ajustes no próprio sistema do Estado e em seus componentes.

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4 PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DAS INSPEÇÕES

4.1 PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES

4.1.1 As inspeções regulares e sistêmicas a serem realizadas em um determinado ano comporão o Plano Anual de Inspeções.

4.1.2 O Plano Anual de Inspeções considerará as propostas encaminhadas à ASOCEA pelos Subdepartamentos do DECEA.

4.1.3 As propostas deverão conter, no mínimo, as informações constantes do formulário para tal fim desenvolvido constante do Anexo A.

4.1.4 A ASOCEA, com base na periodicidade estabelecida na Tabela 2 da ICA 121-10, elaborará o Plano Anual de Inspeções de acordo com o modelo do Anexo B.

4.2 CONTROLE E ESCALA DOS INSPCEA

4.2.1 Todos os eventos de uma inspeção deverão ser acompanhados pela ASOCEA, seguindo a lista de verificação constante do Anexo C.

4.2.2 A ASOCEA é a organização responsável pela elaboração da escala e pela definição da equipe de inspeção, de acordo com os procedimentos e critérios estabelecidos em NPA específica, devendo manter um controle sobre a escala dos INSPCEA de forma a equilibrar a participação de cada Inspetor no cumprimento do Plano Anual de Inspeções.

4.2.3 O INSPCEA e sua Organização devem envidar esforços para acatar o Plano Anual de Inspeções, devendo, cada INSPCEA, participar de, no mínimo, duas inspeções no período de um ano.

4.2.4 Todos os INSPCEA deverão manter seus dados atualizados junto à ASOCEA, especialmente, os meios de contato, bem como, aqueles referentes à conclusão, com aproveitamento, de cursos de interesse do SISCEAB.

4.2.5 O controle da escala do INSPCEA distinguirá aqueles que atuarem como membros de uma equipe, daqueles que desempenharem as tarefas de Chefe de Equipe.

4.2.6 A definição da área a ser inspecionada pelo INSPCEA deverá estar em conformidade com a sua formação e especialização.

4.2.7 A ASOCEA coordenará, com as respectivas organizações, a liberação dos INSPCEA de seus efetivos para a formação da Equipe de Inspeção, com uma antecedência mínima de 30 dias em relação à data planejada para o início da fase de Inspeção Local.

4.2.8 O INSPCEA deverá informar, à ASOCEA, até o 1º dia útil de cada mês, a sua disponibilidade para participar de inspeções nos dois meses subsequentes.

4.2.9 Ao tomar conhecimento de sua cogitação para compor uma Equipe de Inspeção, o INSPCEA deverá estar atento ao que dispõe os itens 2.2.7 e 2.2.8, comunicando, à ASOCEA, o seu eventual impedimento para participar da inspeção de um determinado provedor de serviços.

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4.2.10 Depois de definida a Equipe de Inspeção, a ASOCEA expedirá a Comunicação de Inspeção (Anexo D) para a organização a ser inspecionada, onde constarão os nomes de seus membros.

4.2.11 Cópia da Comunicação de Inspeção será também enviada para a organização, empresa ou órgão a que a organização a ser inspecionada está subordinada.

4.2.12 No caso de Inspeção Sistêmica, a Comunicação de Inspeção será acompanhada pelo planejamento da inspeção, que deverá ser cumprido pela organização inspecionada, com base no modelo constante do Anexo E.

4.2.13 Depois de definida a Equipe de Inspeção e expedida a Comunicação de Inspeção, somente em casos excepcionais, poderá ocorrer mudança na composição da Equipe, o que deverá ser formalizado pelo Comandante/Chefe da Organização do INSPCEA à ASOCEA.

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5 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO REGULAR

5.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO

5.1.1 Nesta fase, o Chefe de Equipe de uma Inspeção Regular deve estabelecer estreito contato com a Organização a ser inspecionada e com os membros da Equipe de Inspeção, para assegurar-se de que sejam reunidas todas as informações necessárias à realização da fase de Inspeção Local.

5.1.2 Para orientar o cumprimento das ações preparatórias para a fase de Inspeção Local, é recomendável que o Chefe de Equipe e os demais Inspetores utilizem as Listas de Verificação constantes dos Anexos F e G, respectivamente.

5.1.3 Uma Reunião de Coordenação Inicial sempre deverá ser realizada com a presença de todos os membros da equipe, antes do início da fase de inspeção local.

5.1.3.1 O Chefe de Equipe deverá coordenar, com todos os membros da equipe, o local, a hora e a duração dessa reunião.

5.1.3.2 A duração da Reunião de Coordenação Inicial deve ser adequada à preparação e ao planejamento das atividades da inspeção local a cargo de toda a equipe.

5.1.4 Os inspetores deverão, antes do início das atividades de entrevistas da fase de inspeção local, revisar todos os requisitos regulamentares referenciados nas perguntas do Protocolo de sua área de atuação e familiarizar-se com todos os documentos e informações disponíveis. Os seguintes documentos e informações são fundamentais para um adequado processo de avaliação durante a realização de uma inspeção e, portanto, devem ser utilizados pela equipe de inspetores para a preparação da fase de inspeção local, caso estejam previamente disponíveis:

a) Os Protocolos de Inspeção preenchidos pela organização a ser inspecionada, caso ela os tenha preparado previamente, conforme estabelece o item 3.7.1 da ICA 121-10;

b) Os manuais e normas internas da organização a ser inspecionada ou suas referências, que apresentam os procedimentos implementados que serão considerados como evidências e referências para as respostas às perguntas dos Protocolos; e

c) O Relatório de Inspeção, os Protocolos de Inspeção e o Plano de Ações Corretivas da inspeção anterior.

5.1.4.1 O Chefe da Equipe deverá solicitar os documentos citados nas alíneas “a” e “b” do parágrafo anterior à organização a ser inspecionada, para distribuí-los aos inspetores da equipe para conhecimento, preferencialmente, antes da reunião de coordenação inicial, visando possibilitar uma adequada preparação e planejamento, por cada inspetor, das entrevistas e atividades de inspeção local de sua área de atuação. Do mesmo modo, os Inspetores devem acessar o Sistema Vigilante para conhecimento dos documentos citados na alínea “c’ do parágrafo anterior.

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5.1.5 O Chefe de Equipe deverá abordar, no mínimo, os seguintes tópicos, durante a Reunião de Coordenação Inicial:

a) princípios do processo de inspeção;

b) processo de definição e aplicação do Impacto na Segurança Operacional (IS);

c) responsabilidades dos Inspetores;

d) meios de contato com os Inspetores durante a inspeção;

e) substituto eventual do Chefe de Equipe, em caso de impedimentos;

f) planejamento da Inspeção Local, contendo:

i. horário das entrevistas;

ii. reuniões diárias da equipe;

iii. prazo limite para a apresentação de evidências por parte da organização inspecionada;

iv. prazos para a preparação e para a conclusão pelos INSPCEA das Fichas de Não-Conformidades, das Fichas de Críticas da Inspeção, dos Relatos de Possível Infração e dos Protocolos de Inspeção;

v. data, hora e local da Reunião de Coordenação Final; e

vi. data, hora e local da Reunião de Encerramento da Inspeção.

g) compartilhamento e discussão sobre dados ou informações disponíveis a respeito da organização inspecionada, incluindo os manuais e normas internas contendo os procedimentos operacionais e administrativos, os relatórios das inspeções anteriores e o Plano de Ações Corretivas em andamento, se aplicável.

5.1.6 Preferencialmente, a reunião de coordenação deverá ser realizada em local que permita à equipe discutir os assuntos relativos à inspeção, sem a possibilidade de comprometimento do sigilo dos assuntos tratados.

5.1.7 Considerando o item 3.7.1 da ICA 121-10, as Organizações Inspecionadas deverão se preparar para a inspeção local, utilizando os Protocolos de Inspeção de cada área de atuação a ser inspecionada. Tais protocolos estão disponíveis nas páginas da ASOCEA na INTRAER (www.asocea.intraer) e na INTERNET (www.asocea.aer.mil.br).

5.1.7.1 Essa preparação deverá ser feita por meio da resposta a cada pergunta dos Protocolos aplicáveis à organização, através do preenchimento da coluna “Resposta/Observações”, onde devem ser inseridas as referências a todos os documentos que serão apresentados como evidências de conformidade aos requisitos regulamentares, de acordo com os exemplos constantes na coluna “Exemplo de evidência a ser apresentada”.

5.1.7.2 A organização deverá, ainda, separar os documentos (cópias físicas ou eletrônicas),

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que foram referenciados nos Protocolos, para serem apresentados aos inspetores na fase de inspeção local.

5.1.7.3 As dúvidas quando à preparação para as inspeções podem ser dirimidas com a ASOCEA, com o ELO SOCEA alocado na Organização Regional ou com o Chefe de Equipe da inspeção.

5.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL

5.2.1 O Chefe de Equipe deve sempre realizar uma Reunião de Abertura da Inspeção com a presença da mais elevada autoridade gerencial da organização inspecionada e todas as contrapartes que estarão envolvidas, antes de iniciar as atividades da fase de inspeção local. Tal reunião deve abranger, no mínimo, os seguintes assuntos:

a) revisão dos objetivos, abrangência, características e princípios do processo de Inspeção, de acordo com a ICA 121-10 e este Manual;

b) revisão das atribuições da Organização Inspecionada de acordo com o item 3.7 da ICA 121-10;

c) definição e aplicação do impacto na Segurança Operacional (IS), conforme definido neste Manual;

d) apresentação e aceitação, por parte da organização inspecionada, do planejamento das atividades da Fase de Inspeção Local;

e) apresentação dos Protocolos e do modelo de Ficha de Não-Conformidade;

f) apresentação dos Membros da Equipe e respectivas áreas de atuação;

g) apresentação das Contrapartes designadas pela Organização Inspecionada para cada área de atuação;

h) data limite para a apresentação de evidências, ainda na fase de Inspeção Local; e

i) data, hora e local da Reunião de Encerramento.

5.2.2 O Chefe de Equipe deve se certificar do efetivo cumprimento do planejamento das atividades da Inspeção Local, coordenando as tarefas e resultados de cada membro da Equipe de Inspeção.

5.2.2.1 Quando a Organização Inspecionada estiver impossibilitada de disponibilizar uma contraparte para cada área, o Chefe de Equipe deverá coordenar o planejamento das atividades de cada área de atuação levando em consideração que o princípio da oportunidade impede que entrevistas sejam realizadas sem a presença da contraparte designada pela organização.

5.2.3 De posse das informações disponibilizadas pelo Vigilante sobre as inspeções anteriormente realizadas na organização inspecionada, cada INSPCEA deverá verificar o estágio do cumprimento das Ações Corretivas da área sob sua responsabilidade, de acordo com o estabelecido na CIRINSP 121-1 “Avaliação de Ações Corretivas”.

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5.2.4 Os inspetores deverão preencher os Protocolos de Inspeção, as Fichas de Não Conformidades e as Fichas de Críticas através do Sistema Vigilante. Assim como, em caso de análise do PAC, os inspetores deverão validar, conforme aplicável, cada ação corretiva, também através do Sistema Vigilante.

5.2.4.1 Caso haja indisponibilidade do Sistema Vigilante durante o período da inspeção local, os dados deverão ser inseridos no Sistema pelo Chefe de Equipe e pelo INSPCEA dentro de um prazo de 15 dias após a reunião de encerramento.

5.2.4.1.1. Nesse caso, as Fichas de Não-Conformidades deverão ser confeccionadas utilizando-se um editor de texto e impressas para o colhimento das devidas assinaturas ainda durante o período da inspeção local.

5.2.4.2 É recomendável que o INSPCEA, durante a fase de inspeção local, preencha os Protocolos em papel impresso ou em mídia eletrônica, passando suas anotações para o Sistema Vigilante apenas quando os questionamentos à Contraparte estiverem concluídos, ou durante algum tempo eventualmente ocioso durante a inspeção.

5.2.5 Concluídos os levantamentos da Inspeção Local, o Chefe de Equipe realizará a Reunião de Coordenação Final, com a presença de todos os membros da equipe, de modo a consolidar as Fichas de Não-Conformidades a serem entregues à organização inspecionada por ocasião da Reunião de Encerramento.

5.2.6 A Reunião de Coordenação Final visa garantir uma harmonização dos julgamentos e dos resultados entre as diversas áreas de atuação, devendo conter, no mínimo, os seguintes tópicos:

a) discussão das não-conformidades identificadas;

b) discussão e definição do Impacto na Segurança Operacional (IS) para cada Ficha de Não-Conformidade;

c) discussão e definição de relatos de possíveis infrações;

d) conclusão do preenchimento dos Protocolos de Inspeção, das Fichas de Não-Conformidade, das Fichas de Críticas da Inspeção (FCI) e dos Relatos de Possíveis Infrações; e

e) estágio do cumprimento das Ações Corretivas das Inspeções anteriores, se aplicável.

5.2.7 Caso permaneça uma condição inaceitável de Impacto na Segurança Operacional (IS = 1), o Chefe de Equipe deverá, juntamente com a organização inspecionada, realizar contato com a ASOCEA e com a Organização Regional com jurisdição na área em que se situa a organização inspecionada, para que sejam relatados os problemas e adotadas as necessárias providências, dentre as quais uma possível suspensão das atividades de prestação daquele serviço.

5.2.8 O contato com a Organização Regional tem por objetivo equacionar alternativas para superar os efeitos que a suspensão da prestação dos serviços possa representar para as atividades aeronáuticas.

5.2.9 A Reunião de Encerramento da Inspeção, a ser conduzida pelo Chefe de Equipe,

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deverá conter, no mínimo, o seguinte conteúdo:

a) entrega das Fichas de Não-Conformidades;

b) esclarecimentos sobre como elaborar o Plano de Ações Corretivas;

c) orientação sobre as próximas etapas do processo de inspeção e seus prazos; e

d) entrega da Ficha de Críticas da Inspeção (Anexo I) para preenchimento pela organização inspecionada.

5.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO

5.3.1 De posse das Fichas de Não-Conformidades, a Organização Inspecionada elaborará seu Plano de Ações Corretivas (PAC), utilizando o Sistema Vigilante, em um prazo máximo de 15 dias corridos, a contar da data da reunião de encerramento da fase de Inspeção Local.

5.3.2 A ASOCEA, em um prazo máximo de 15 dias corridos, avaliará o Plano de Ações Corretivas elaborado pela organização inspecionada, com vistas a:

a) confirmar se todas as não-conformidades estão contempladas nas ações corretivas planejadas pela organização inspecionada; e

b) verificar se, para cada não conformidade, foram definidas ações corretivas ou medidas mitigadoras, quando aplicável, que deverão estar concluídas dentro do prazo estabelecido por este Manual, em função do impacto da não-conformidade na segurança operacional (IS).

5.3.3 Em observância ao princípio da razoabilidade, a definição e aplicação das ações corretivas e sua eficácia na eliminação da não-conformidade apontada pela Equipe de Inspeção é responsabilidade da organização inspecionada. Por esta razão, compete à ASOCEA, apenas confirmar se o Plano apresentado contempla os aspectos listados no item anterior.

5.3.4 A critério da ASOCEA, poderá ser solicitada a participação dos membros da Equipe de Inspeção na verificação do Plano de Ações Corretivas, observadas as respectivas áreas de atuação.

5.3.5 Na hipótese de o Plano de Ações Corretivas não atender ao disposto no item 5.3.2, a organização inspecionada será informada visando à adequação do plano, adotando-se o mesmo prazo estabelecido em 5.3.1. Entretanto, a contagem dos prazos estabelecidos nas Fichas de Não-Conformidades, para a conclusão das ações corretivas, mantem-se a partir da data da reunião de encerramento da Inspeção Local.

5.3.6 A Organização Inspecionada poderá solicitar, ao Chefe da ASOCEA, a prorrogação dos prazos estabelecidos para a correção de não-conformidades, conforme definido neste Manual, para cada IS identificado pela Equipe de Inspeção, no entanto, não serão consideradas as solicitações que não sejam acompanhadas de justificativas fundamentadas que amparem tal solicitação.

5.3.7 No caso relatado em 5.3.6, a Ficha de Ação Corretiva objeto do pleito de prorrogação

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de prazo permanecerá compondo o Plano de Ações Corretivas.

5.3.8 A solicitação de prorrogação de prazos não suspende a obrigação de a organização inspecionada cumprir os prazos informados nas Fichas de Não-Conformidades e adotar medidas que mitiguem os riscos, enquanto não houver a manifestação formal favorável da ASOCEA.

5.3.9 Os novos prazos eventualmente concedidos somente passarão a vigorar a partir da expedição de manifestação formal favorável ao pleito, por parte da ASOCEA.

5.3.10 O Chefe de Equipe deverá preparar o Relatório da Inspeção utilizando o Sistema Vigilante, imprimindo-o para assinatura e envio à ASOCEA em até 15 dias corridos após a Reunião de Encerramento da Inspeção, juntamente com as Fichas de Não Conformidades assinadas pelas contrapartes e inspetores de cada área de atuação e os Relatos de Possíveis Infrações da Organização Inspecionada, se houver.

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6 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO SISTÊMICA

6.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO

6.1.1 O Chefe de Equipe da Inspeção Sistêmica deve estabelecer estreito contato com a organização inspecionada, de modo a orientá-la sobre o processo de inspeção.

6.1.2 A designação de técnicos para a realização dos levantamentos com base nos Protocolos de Inspeção aplicáveis é responsabilidade da organização inspecionada. Os nomes dos técnicos designados devem ser informados ao Chefe de Equipe.

6.1.3 Eventuais dúvidas da organização inspecionada sobre a interpretação das questões dos Protocolos de Inspeção deverão ser sanadas com o Chefe da Equipe, antes do período estabelecido para os levantamentos no local.

6.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL

6.2.1 Os técnicos designados pela organização inspecionada para o preenchimento dos Protocolos de Inspeção deverão responder todas as perguntas e encaminhá-los, devidamente assinados, para o Chefe de Equipe, dentro do prazo estabelecido.

6.2.2 Os Protocolos de Inspeção devem ser preenchidos com relatos claros e pertinentes, incluídas as referências a documentos e evidências aplicáveis, para subsidiar a elaboração das Fichas de Não-Conformidades, especialmente, nas perguntas com respostas não-satisfatórias.

6.2.3 A omissão de informações relevantes ou a prestação de informações incorretas ou inexatas ensejam a responsabilização do titular da organização inspecionada.

6.2.4 De posse dos Protocolos preenchidos, o INSPCEA confeccionará as Fichas de Não-Conformidades, através do Sistema Vigilante, imprimindo-o em duas vias originais, encaminhando uma destas à organização inspecionada, para a elaboração do Plano de Ações Corretivas.

6.2.5 As Fichas de Não-Conformidades da Inspeção Sistêmica são assinadas, apenas, pelo INSPCEA.

6.2.6 Independentemente da resposta provida pela organização inspecionada, compete ao INSPCEA decidir se a situação constitui ou não uma não-conformidade. Assim, apesar de a organização inspecionada registrar, no Protocolo de Inspeção, que atende a uma determinada pergunta do Protocolo, o INSPCEA poderá considerar a resposta não satisfatória, elaborando a correspondente Ficha de Não-Conformidade.

6.2.7 Apesar do disposto em 6.2.2, a organização inspecionada, ao identificar a existência de resposta não satisfatória aos Protocolos de Inspeção, deverá adotar as medidas pertinentes para a identificação e implementação de ações corretivas.

6.2.8 No caso de ser detectada uma condição de Impacto na Segurança Operacional inaceitável (IS = 1), o Chefe de Equipe deverá proceder como indicado em 5.2.7 e 5.2.8.

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6.2.9 O Chefe de Equipe deverá preparar o Relatório da Inspeção utilizando o Sistema Vigilante, imprimindo-o para assinatura e envio à ASOCEA em até 15 dias corridos, a contar da data em que receber os Protocolos de Inspeção, devidamente preenchidos pela organização inspecionada, com as Fichas de Não-conformidades em anexo, se houver.

6.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO

6.3.1 A organização inspecionada elaborará seu Plano de Ações Corretivas (PAC), utilizando o Sistema Vigilante, observando o prazo estabelecido no planejamento da inspeção.

6.3.2 A ASOCEA avaliará o Plano de Ações Corretivas elaborado pela organização inspecionada, com vistas a:

a) confirmar se todas as não-conformidades estão contempladas pelas ações corretivas planejadas pela organização inspecionada; e

b) verificar se, para cada não conformidade, foram definidas ações corretivas ou medidas mitigadoras, quando aplicável, que deverão estar concluídas dentro do prazo estabelecido por este Manual, em função do impacto da não-conformidade na segurança operacional (IS).

6.3.3 Em observância ao princípio da razoabilidade, a definição e aplicação das ações corretivas e sua eficácia na eliminação da não-conformidade apontada pela Equipe de Inspeção é responsabilidade da organização inspecionada. Por esta razão, compete à ASOCEA, apenas confirmar se o Plano apresentado contempla os aspectos listados no item anterior.

6.3.4 À critério da ASOCEA, poderá ser exigida a participação do Chefe da Equipe de Inspeção na verificação do Plano de Ações Corretivas.

6.3.5 Na hipótese de o Plano de Ações Corretivas não atender ao disposto no item 6.3.2, a organização inspecionada será informada visando à adequação do plano.

6.3.6 Ao encaminhar o seu Plano de Ações Corretivas, a organização inspecionada poderá solicitar, ao Chefe da ASOCEA, a revisão dos prazos estabelecidos pelo Chefe da Equipe de Inspeção para a correção das não-conformidades, conforme definido neste Manual, para cada IS identificado, no entanto não serão consideradas as solicitações que não sejam acompanhadas de justificativas fundamentadas que amparem tal solicitação.

6.3.7 No caso relatado em 6.3.6, a Ficha de Ação Corretiva objeto do pleito de prorrogação de prazo permanecerá compondo o Plano de Ações Corretivas.

6.3.8 A solicitação da revisão de prazos não suspende a obrigação de a organização inspecionada cumprir os prazos informados nas Fichas de Não-Conformidades.

6.3.9 Os novos prazos eventualmente concedidos somente passarão a vigorar a partir da expedição de manifestação formal favorável ao pleito, por parte da ASOCEA.

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7 PROCEDIMENTOS DA INSPEÇÃO DE SEGUIMENTO

7.1 ATIVIDADES DA FASE DE PRÉ-INSPEÇÃO

7.1.1 A Inspeção de Seguimento, diferente da inspeção regular, tem uma abrangência limitada à verificação da implementação, no todo ou em parte, do Plano de Ações Corretivas da organização inspecionada, decorrente de inspeção anterior.

7.1.2 Assim, exceto pela abrangência da inspeção, as atividades da fase de pré-inspeção são as mesmas de uma inspeção regular.

7.2 ATIVIDADES DA FASE DE INSPEÇÃO LOCAL

7.2.1 De posse das informações a respeito das inspeções anteriores realizadas na organização inspecionada, cada INSPCEA deverá verificar o estágio do cumprimento das ações corretivas da área sob sua responsabilidade, de acordo com o estabelecido na CIRINSP 121-1 “Avaliação de Ações Corretivas”.

7.2.2 Os INSPCEA deverão verificar se a implementação das ações corretivas eliminaram ou não as não-conformidades.

7.2.3 Para as ações corretivas que ainda não estão com seus prazos vencidos, os INSPCEA deverão verificar se as medidas mitigadoras, se houver, surtiram os efeitos desejados e se há indícios de que as ações corretivas serão concluídas no prazo estabelecido.

7.2.4 Os INSPCEA deverão verificar as ações corretivas que estão com os seus prazos vencidos e que não eliminaram as não-conformidades. Nesses casos, os INSPCEA deverão verificar se as medidas mitigadoras, se houver, surtiram os efeitos desejados.

7.2.5 Cada INSPCEA em sua área de atuação deverá validar, no Sistema Vigilante, as ações corretivas que efetivamente eliminaram as não-conformidades e transmitir, ao Chefe de Equipe, as informações sobre as ações corretivas em andamento, para inclusão no Relatório de Inspeção.

7.2.6 Concluídos os levantamentos da Inspeção Local, o Chefe de Equipe realizará a Reunião de Coordenação Final, de modo a discutir, com a Equipe, os resultados obtidos pelos INSPCEA e para consolidar as informações a serem prestadas à organização inspecionada por ocasião da Reunião de Encerramento, bem como as informações que serão registradas no Relatório de Inspeção.

7.2.7 A Reunião de Coordenação Final deverá conter, no mínimo, os seguintes tópicos:

a) consolidação do estágio de implementação das ações corretivas;

b) conclusão do preenchimento da situação de validação das ações corretivas no Sistema Vigilante; e

c) consolidação das orientações a serem transmitidas à organização inspecionada sobre o seu Plano de Ações Corretivas.

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7.2.8 A Reunião de Encerramento da Inspeção, a ser conduzida pelo Chefe de Equipe, deverá conter, no mínimo, o seguinte conteúdo:

a) explanação sobre as observações da Equipe de Inspeção quanto ao estágio de implementação do Plano de Ações Corretivas; e

b) orientações da Equipe de Inspeção à organização inspecionada quanto a eventuais ajustes no Plano de Ações Corretivas.

7.3 ATIVIDADES DA FASE DE PÓS-INSPEÇÃO

7.3.1 O Chefe da Equipe de Inspeção deverá preparar o Relatório de Inspeção, utilizando o Sistema Vigilante, contendo informações sobre o estágio em que se encontra o Plano de Ações Corretivas da organização inspecionada, imprimindo-o para assinatura e envio à ASOCEA em até 15 dias corridos após a reunião de encerramento da Inspeção.

7.3.2 As não-conformidades ainda não eliminadas e com os prazos das ações corretivas vencidos ensejarão a expedição de Notificações de Infração à organização inspecionada, por parte do Chefe da ASOCEA.

7.3.3 Cópias das Notificações de Infração expedidas à organização inspecionada serão anexadas ao Relatório de Inspeção antes de ser submetido à apreciação do DGCEA.

7.3.4 A organização inspecionada tem o prazo de quinze dias corridos a contar do recebimento da Notificação para apresentar, à ASOCEA, as justificativas da não eliminação da não-conformidade e propor nova ação corretiva para cada Notificação de Infração.

7.3.5 As justificativas ou as novas ações corretivas não aceitas pela ASOCEA, bem como as Notificações de Infração não respondidas serão remetidas ao DECEA para a aplicação das sanções que julgadas adequadas.

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8 APLICAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE INSPEÇÃO

8.1 APLICAÇÃO DOS PROTOCOLOS

8.1.1 Os Protocolos de Inspeção são ferramentas de apoio às tarefas do Inspetor, que direcionam a verificação do cumprimento das normas em vigor e proporcionam orientação sobre as evidências a serem obtidas.

8.1.2 Não é esperado, na fase de Inspeção Local, que o INSPCEA realize questionamentos à contraparte da organização inspecionada seguindo, exclusivamente, as perguntas do protocolo. Na busca por evidências, o INSPCEA deve realizar tantos questionamentos quanto julgue necessários, até cobrir o objetivo pretendido pela pergunta que está sendo aplicada.

8.1.3 Tendo em vista que a inspeção é limitada em tempo e que é extenso o conteúdo das normas editadas pelo DECEA, para efeito de padronização, o INSPCEA deve esforçar-se para cobrir todo o conteúdo do Protocolo de Inspeção. Eventuais requisitos não abrangidos pelo Protocolo deverão ser objeto de observação na Ficha de Críticas do INSPCEA, como sugestões para futura inclusão.

8.1.4 O Inspetor deve, em sua preparação na fase de Pré-Inspeção, familiarizar-se com os requisitos regulamentares envolvidos em cada pergunta dos Protocolos, antecipando às respostas através das informações já disponíveis e dedicando maior tempo às perguntas onde houver indícios de eventuais problemas ou preocupações.

8.2 PROTOCOLOS VIGENTES

8.2.1 Os Protocolos de Inspeção são ferramentas que devem estar permanentemente atualizadas em relação à normativa vigente, em virtude da necessidade de as providências do INSPCEA na inspeção dependerem do correto enquadramento de cada disposição normativa.

8.2.2 Para conceder maior flexibilidade para atualizações, os Protocolos de Inspeção não foram incluídos na ICA 121-10, nem no presente manual, e deverão ser disponibilizados pela ASOCEA, com indicação da versão vigente e a data de sua entrada em vigor.

8.2.3 A ASOCEA disponibilizará os seguintes Protocolos para aplicação pelos INSPCEA:

a) AIS – Informações Aeronáuticas;

b) ATS – Tráfego Aéreo;

c) CNS – Comunicação, Navegação e Vigilância;

d) CTG – Cartografia;

e) ENS – Ensino;

f) EPTA-B – Estações Provedoras de Serviços de Tráfego Aéreo e de Telecomunicações Aeronáuticas Classe B;

g) MET – Meteorologia Aeronáutica;

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h) MNT – Manutenção;

i) PANS-OPS – Procedimentos de Navegação Aérea.

j) SAU – Saúde; e

k) SUP – Suprimento.

8.2.4 O Chefe de Equipe deverá certificar-se de que os membros da Equipe de Inspeção empreguem as versões mais atualizadas dos Protocolos, registrando-as no Relatório de Inspeção.

8.3 CONTEÚDO DO PROTOCOLO DE INSPEÇÃO

8.3.1 O Protocolo de Inspeção consiste de uma tabela com 7 colunas que deve ser preenchido através Sistema Vigilante seguindo as orientações constantes do Anexo K e da CIRINSP 121-1.

8.3.2 A primeira coluna indica o requisito regulamentar que ampara a pergunta constante da segunda coluna. Esta pergunta não precisa ser formulada ao inspecionado, servindo, apenas, de guia ao Inspetor, na avaliação do provedor de serviços. Com isso, ao discorrer sobre o processo, durante as entrevistas da inspeção, o INSPCEA poderá acompanhar a exposição do inspecionado com questionamentos que contemplem todo o escopo do Protocolo.

8.3.3 Na terceira coluna, deve ser registrada a resposta da organização inspecionada à questão.

8.3.4 A quarta coluna apresenta exemplos de evidências que poderão ser pesquisadas pelo Inspetor em suporte à sua avaliação quanto ao cumprimento daquele requisito regulamentar, por parte da organização inspecionada.

8.3.5 A quinta coluna reflete o posicionamento do Inspetor em relação às evidências obtidas frente à pergunta do protocolo, existindo o espaço, na sexta coluna, para anotações do Inspetor. No caso de um requisito ou pergunta não poder ser observada durante a fase de inspeção local, o inspetor deverá informá-lo na sexta coluna do Protocolo.

8.3.6 A sexta coluna é a mais importante para o processo de inspeção dos PSNA. Nela, o inspetor responsável deve descrever ou indicar as evidências apresentadas pela organização inspecionada (veja item 8.4 deste Manual) que o levaram a chegar à conclusão indicada na quinta coluna. Esse procedimento deve ser efetuado tanto para as perguntas com respostas não-satisfatórias, quanto para as perguntas com respostas satisfatórias.

8.3.6.1 Nesta coluna, deve constar a observação de que foi confeccionado um Relato de Possível Infração, se houver.

8.3.7 A sétima coluna indica o Requisito Fundamental (RF) associado àquela pergunta, auxiliando o INSPCEA na busca da evidência que apóie seu parecer quanto à conformidade do inspecionado.

8.3.8 Os RF representam a parametrização que será utilizada pela ASOCEA na avaliação do desempenho da organização inspecionada, bem como na avaliação global do SISCEAB sobre

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a conformidade da prestação de serviços de navegação aérea.

8.4 EVIDÊNCIAS

8.4.1 O Inspetor deve obter e registrar todas as evidências que embasem suas conclusões com respeito a cada pergunta do protocolo.

8.4.2 A evidência pode ser:

a) Física: constatação da existência de elementos concretos pelo Inspetor, tais como as dimensões reduzidas de uma Sala AIS, um equipamento inoperante por problemas de manutenção, etc;

b) Documental: obtida através da verificação, pelo Inspetor, dos documentos e registros relacionados com as atividades do provedor de serviços;

c) Analítica: refere-se à realização de ensaios ou à execução de procedimentos por solicitação do Inspetor para a verificação de sua conformidade; e

d) Testemunhal: relato verbal ou por escrito, efetuado por terceiros, sobre eventual deficiência do provedor de serviços.

8.4.3 Ao coletar a evidência, o Inspetor deve se assegurar de sua pertinência e fidedignidade.

8.4.4 A pertinência indica o grau de correlação da evidência com o aspecto em análise. Desta forma, há que se verificar se a evidência identificada está diretamente associada ao perigo e/ou à situação perigosa, ou se existem outros aspectos relacionados que podem ter uma maior ou menor importância na existência do perigo ou na ocorrência da situação perigosa.

8.4.5 A fidedignidade está associada à autenticidade, à validade e à exatidão da evidência coletada. Uma evidência tem sua fidedignidade relacionada com a fonte de obtenção e sua natureza. Com isso, a evidência testemunhal deve ter menor prioridade ante as demais.

8.4.6 De modo a garantir a pertinência e comprovar a fidedignidade de uma evidência testemunhal, o Inspetor deve, sempre que possível, confirmar o relato recebido, quer seja verbal ou por escrito, mediante a coleta de evidência física, documental ou analítica.

8.4.7 Em vista do exposto em 8.4.5 e 8.4.6, são consideradas evidências testemunhais as informações constantes de Relatórios de Prevenção ou outras formas de coleta de contribuições de autores identificados ou anônimos. Tais evidências são importantes elementos para orientar uma análise mais pormenorizada de uma dada situação, porém não são suficientes para caracterizar uma não-conformidade.

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9 CONFECÇÃO DA FICHA DE NÃO-CONFORMIDADE

9.1 IDENTIFICAÇÃO DA NÃO-CONFORMIDADE

9.1.1 Os Protocolos de Inspeção apóiam o Inspetor na identificação de eventuais aspectos não-satisfatórios da atuação do provedor de serviços, em comparação com o disposto nas normas nacionais. O aspecto não-satisfatório está associado a cada pergunta do protocolo que tenha uma resposta classificada como não-satisfatória pelo Inspetor.

9.1.2 Diante disso, é possível existir uma não-conformidade associada a uma única pergunta do protocolo, mas, também, uma única não-conformidade gerada a partir de várias perguntas do protocolo.

9.1.3 No entanto, o grau de conformidade da organização inspecionada em relação às normas nacionais não está associado à quantidade de Fichas de Não-Conformidades e, sim, à quantidade de perguntas não satisfatórias e ao Impacto na Segurança Operacional das correspondentes não-conformidades.

9.1.4 Toda deficiência detectada deve ser registrada em Ficha de Não-Conformidade, inclusive, nos casos em que sua eliminação dependa, no entendimento do inspecionado, do apoio do DECEA ou órgão hierarquicamente superior ao inspecionado.

9.1.5 A Ficha de Não-Conformidade deve ser elaborada em duas vias originais. Uma das vias será entregue à organização inspecionada, na Reunião de Encerramento da Inspeção. A outra via comporá o Relatório de Inspeção.

9.1.6 As orientações para a avaliação do Impacto na Segurança Operacional (IS) de cada não conformidade encontram-se no item 11 deste Manual.

9.1.7 O Anexo L apresenta exemplo de Ficha de Não-Conformidade preenchida com um caso fictício.

9.2 RECOMENDAÇÕES

9.2.1 A recomendação que deve constar de cada Ficha de Não-Conformidade é a ação que deverá ser adotada pela organização inspecionada com o objetivo de eliminar a não-conformidade relatada.

9.2.2 A recomendação não se constitui na ação corretiva que será identificada e implementada pela organização inspecionada. Trata-se da descrição da providência que deverá culminar com a adoção de uma ou mais ações encadeadas para a eliminação da deficiência.

9.2.3 Com isso, em consonância com o princípio da razoabilidade, o Inspetor deve redigir uma recomendação que indique “o que” deverá ser feito, sendo providência de responsabilidade exclusiva da organização inspecionada identificar “como” fazê-lo.

9.2.4 Exemplificando a situação descrita no item anterior:

a) Não-conformidade identificada pelo Inspetor – O GNA ABC não realiza a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob sua responsabilidade.

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b) Recomendação do Inspetor – O GNA ABC deverá realizar a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob sua responsabilidade.

c) Ação Corretiva da organização inspecionada – Elaboração de procedimento de manutenção dos equipamentos NAV/COM, até 10 de março de 2008, e sua implementação pela Seção de Apoio da GNA ABC, a partir 15 de março de 2008.

d) Ação Corretiva que também poderia ser adotada – Contratação, até 10 de março de 2008, de empresa especializada para a realização de manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM, a partir de 15 de março de 2008.

9.2.5 O Inspetor deve ter cuidado especial ao redigir a recomendação, identificando a ação recomendada que seja atribuída à organização inspecionada. O exemplo abaixo ilustra uma situação fictícia em que, embora a ação para a efetiva eliminação da deficiência esteja fora da competência da organização, há providência que a mesma deve adotar, com o objetivo de promover sua correção.

Exemplo: Um determinado provedor de serviço tem sob sua responsabilidade um auxílio à navegação aérea que se encontra com sua operacionalidade comprometida em virtude da presença de uma implantação realizada, nas imediações do sítio do auxílio, pela municipalidade. Assim, embora a remoção da implantação que viola os gabaritos de proteção do auxílio não seja de responsabilidade da organização inspecionada, a ação recomendada pelo Inspetor deverá indicar: “A organização inspecionada deverá realizar gestões junto à Municipalidade, solicitando providências para a remoção da implantação que está prejudicando a operacionalidade do auxílio à navegação aérea”.

9.2.6 Na eventualidade de existir alguma não-conformidade cuja solução dependa, no entendimento da organização inspecionada, de alguma Organização Regional, do próprio DECEA ou de uma organização hierarquicamente superior, no todo ou em parte, o Inspetor deverá elaborar a Ficha de Não-Conformidade e registrar o fato na Ficha de Críticas de Inspeção, assim como transmitir os dados da não-conformidade ao Chefe de Equipe para que o fato seja também registrado no corpo principal do Relatório de Inspeção, em seu Capítulo III, conforme prevê a letra “a” do item 10.1.1 deste Manual.

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10 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

10.1 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO REGULAR

10.1.1 O Relatório da Inspeção Regular tem a seguinte composição:

a. Corpo Principal:

- Primeira Página: informações gerais resumidas, incluindo o número do Relatório, o nome da organização inspecionada, a data de conclusão do Relatório, a relação da Equipe de Inspetores e informações sobre a quantidade de perguntas aplicáveis e de perguntas com respostas não-satisfatórias, em cada protocolo aplicado;

- Segunda Página: precedendo o corpo do Relatório propriamente dito, são citados, o nome do responsável pela organização inspecionada e meios de contato;

- Páginas seguintes: O corpo do Relatório, com 4 Capítulos – Finalidade (I), Desenvolvimento da Inspeção (II), Fichas de Não-Conformidades (III) e Comentários Finais (IV).

i. O Capítulo II deve conter:

1. Dados da Comunicação de Inspeção expedida pela ASOCEA;

2. Protocolos aplicados e respectivas versões;

3. Resumo da programação seguida pela Equipe durante a inspeção;

4. Contrapartes da organização inspecionada em cada área avaliada;

5. Não-conformidades detectadas pela Equipe e que foram eliminadas durante a fase de Inspeção Local; e

6. Quando aplicável, o estágio em que se encontram as Ações Corretivas decorrentes de inspeções anteriores, ressaltando as que não foram validadas pela inspeção por não terem sido concluídas, de fato, as não conformidades.

ii. O Capítulo III deve indicar:

1. O conteúdo de cada anexo do Relatório;

2. A quantidade de Fichas de Não-Conformidades por área avaliada; e

3. Não-Conformidades cuja eliminação, no entendimento da organização inspecionada, dependa de ação do DECEA, de uma Organização Regional ou de organização hierarquicamente superior ao inspecionado.

iii. No Capítulo IV devem ser lançadas:

1. Qualquer outra informação que o Chefe de Equipe julgar que deva ser registrada no Relatório.

b. Anexos:

- As Fichas de Não-Conformidades originais, assinadas pelo INSPCEA da área e pelo responsável do setor avaliado da organização inspecionada, com numeração específica para cada área.

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10.1.2 Um exemplo do corpo principal do Relatório de Inspeção Regular encontra-se no Anexo M.

10.2 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO SISTÊMICA

10.2.1 O Relatório da Inspeção Sistêmica tem a seguinte composição:

a) Corpo Principal:

- Primeira Página: informações gerais resumidas, incluindo o número do Relatório, o nome da organização inspecionada, a data de conclusão do Relatório, a relação da Equipe de Inspetores e informações sobre a quantidade de perguntas aplicáveis e de perguntas com respostas não-satisfatórias, em cada protocolo aplicado;

- Segunda Página: precedendo o corpo do Relatório propriamente dito, são apresentadas informações sobre o nome do responsável pela organização inspecionada e seus meios de contato;

- Páginas seguintes: O corpo do Relatório, com 4 Capítulos – Finalidade (I), Desenvolvimento da Inspeção (II), Fichas de Não-Conformidades (III) e Comentários Finais (IV).

i. O Capítulo II deve conter:

1. Dados da Comunicação de Inspeção expedida pela ASOCEA;

2. Planejamento da Inspeção, conforme modelo do Anexo E; e

3. Protocolos aplicados e respectivas versões.

4. Quando aplicável, o estágio em que se encontram as Ações Corretivas decorrentes de inspeções anteriores, ressaltando as que não foram validadas pela inspeção por não terem sido concluídas.

ii. O Capítulo III deve indicar:

1. O conteúdo de cada anexo do Relatório;

2. A quantidade de Fichas de Não-Conformidades;

3. Orientações para a preparação do Plano de Ações Corretivas; e

4. Não-Conformidades cuja eliminação, no entendimento da organização inspecionada, depende de ação do DECEA ou de uma Organização Regional.

iii. No Capítulo IV devem ser lançadas:

1. Qualquer outra informação que o Chefe de Equipe julgar que deva ser registrada no Relatório

b) Anexos:

- Os Protocolos de Inspeção preenchidos pela organização inspecionada que serviram de base para a elaboração das Fichas de Não-Conformidades; e

- As Fichas de Não-Conformidades originais, assinadas pelo INSPCEA, com numeração específica para cada área.

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10.3 RELATÓRIO DA INSPEÇÃO DE SEGUIMENTO

10.3.1 O Relatório da Inspeção de Seguimento tem a seguinte composição:

a) Corpo Principal:

- Primeira Página: informações gerais resumidas, incluindo o número do Relatório, o nome da organização inspecionada, a data de conclusão do Relatório e a relação da Equipe de Inspetores;

- Segunda Página: precedendo o corpo do Relatório propriamente dito, são apresentadas informações sobre o nome do responsável pela organização inspecionada e seus dados de contato;

- Páginas seguintes: corpo do Relatório, com 4 Capítulos – Finalidade (I), Desenvolvimento da Inspeção (II), Situação das Ações Corretivas (III) e Comentários Finais (IV).

i. O Capítulo II deve conter:

1. Dados da Comunicação de Inspeção expedida pela ASOCEA;

2. Resumo da programação seguida pela Equipe durante a inspeção;

ii. O Capítulo III deve indicar o estágio de implementação de cada Ação Corretiva da correspondente não-conformidade, caso a mesma não tenha ainda sido eliminada.

iii. No Capítulo IV devem ser lançadas:

1. A orientação transmitida pelo Chefe de Equipe ao responsável da organização inspecionada sobre as providências concernentes às Ações Corretivas que não cumpriram o planejamento estabelecido; e

2. Qualquer outra informação que o Chefe de Equipe julgar que deva ser registrada no Relatório.

b) Como anexo, embora não sendo obrigatório, podem constar as evidências que o Chefe de Equipe julgar necessários.

10.4 RESPONSABILIDADES

10.4.1 Cada membro da Equipe de Inspeção é responsável pelo preenchimento adequado e completo do seu Protocolo de Inspeção e pela confecção de suas respectivas Fichas de Não-Conformidades, numerando-as sequencialmente e, quando se tratar de Inspeção Regular, por obter as assinaturas das contrapartes responsáveis pelos setores avaliados da organização inspecionada.

10.4.2 A coleta das assinaturas das contrapartes pelos setores avaliados das organizações inspecionadas deverá ser feita após a reunião de coordenação final da Equipe de Inspeção, quando deverão ser definidos os Impactos na Segurança Operacional (IS) de cada não-conformidade.

10.4.3 A preparação do Corpo Principal do Relatório de Inspeção é de responsabilidade do Chefe de Equipe.

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11 AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL

11.1 INFORMAÇÕES GERAIS

11.1.1 A identificação das não-conformidades durante uma inspeção por parte do INSPCEA é o ponto de partida para o encaminhamento de ações que conduzam ao restabelecimento das condições desejadas, buscando assegurar níveis aceitáveis de segurança operacional. De forma a melhor orientar tais ações, torna-se igualmente importante avaliar o quanto cada não-conformidade afeta a segurança operacional, propiciando uma priorização dos planejamentos dos agentes públicos e privados e definindo prazos máximos para a correção ou atenuação dos problemas.

11.1.2 Existem inúmeros instrumentos que podem ser empregados para o estabelecimento do grau de impacto que uma deficiência gera na segurança operacional. Desta forma, com o objetivo de uniformizar a atuação do INSPCEA, é necessário que o processo de inspeção do controle do espaço aéreo adote uma padronização.

11.1.3 Assumiu-se, desta forma, um procedimento baseado no trabalho de William T. Fine, publicado pelo Naval Ordnance Laboratory – NOLTR 71-31: “Mathematical Evaluation for Controlling Hazards”, de 8 de março de 1971.

11.1.4 Neste Manual, os ajustes realizados segundo a abordagem de William T. Fine buscam a compatibilização com as disposições constantes das Instruções emanadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em especial, com relação à avaliação da severidade de um evento indesejável, quando são utilizadas a nomenclaturas da NSMA 3-1 – Conceituação de Vocábulos, Expressões e Símbolos de uso no SIPAER.

11.1.5 O procedimento adotado consiste na identificação de três variáveis: o Fator Severidade (Fs), o Fator Exposição (Fe) e o Fator Probabilidade (Fp). O produto desses três fatores gera a Magnitude do Risco, que é associada a um Impacto na Segurança Operacional (IS), para aplicação pelo INSPCEA. De acordo com o IS, é definida a prioridade a ser dada na eliminação ou mitigação da não-conformidade, assim como os prazos máximos admissíveis para tais ações, a serem indicados pelos INSPCEA nas Fichas de Não-Conformidades. A identificação de cada fator dependerá do conhecimento e da experiência do INSPCEA, que proporá o correspondente IS, ao Chefe da Equipe de Inspeção.

11.1.6 O Chefe de Equipe deverá estar atento para que não sejam adotados valores que gerem uma indicação de IS não adequada à situação existente, quer seja por subestimar ou por superestimar os perigos avaliados.

11.2 FATOR SEVERIDADE

11.2.1 A constatação de uma não-conformidade, englobando uma ou mais perguntas do protocolo, deve ser avaliada quanto às suas eventuais consequências.

11.2.2 O perigo associado à não-conformidade revela a existência de potencial para a ocorrência de danos ou lesões, e a natureza dessas ocorrências qualifica o que vem a ser a severidade desses danos ou lesões. Desta forma, se, em uma dada situação extrema, os danos materiais são de grande vulto ou há perdas de vidas humanas, com a ocorrência do evento

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indesejável, a severidade é classificada como catastrófica. Por outro lado, quando não há danos materiais nem lesões às pessoas envolvidas, a severidade é considerada irrelevante.

11.2.3 Para obter o valor a ser atribuído ao Fator Severidade, a Equipe de Inspeção deverá identificar o perigo associado à não-conformidade e considerar que todas as demais defesas existentes na prevenção do evento indesejável tenham sido ultrapassadas, para, assim, identificar a severidade dos danos.

11.2.4 O Fs, após discussão da Equipe de Inspetores, é obtido a partir da Tabela 1 a seguir.

Fs FATOR SEVERIDADE 100 Catastrófico – lesões fatais e elevados prejuízos materiais 50 Grave – lesões graves e elevados prejuízos materiais 25 Crítico – lesões leves e elevados prejuízos materiais 15 Sério – não há ocorrência de lesões mas há prejuízos materiais de pequeno vulto 5 Marginal – incidente aeronáutico sem ocorrência de lesões ou prejuízos materiais 1 Irrelevante – não há

Tabela 1: Fator Severidade

11.3 FATOR EXPOSIÇÃO

11.3.1 Uma vez identificado o perigo que decorre da não-conformidade, é preciso avaliar a frequência com que a situação perigosa se repete, indicando o grau de exposição à ocorrência de incidentes ou acidentes.

11.3.2 O INSPCEA deverá colher informações sobre o processo que é afetado pela existência da não-conformidade que está associada a um perigo, de modo a obter uma ordem de grandeza da frequência com que o processo é realizado, amparando a definição do Fator Exposição – Fe.

11.3.3 Conhecendo a frequência com que o processo é realizado, deve-se observar a incidência de situações perigosas que podem gerar um evento indesejável, ou estimá-la, se não existir parâmetro para a sua definição.

11.3.4 O Fe é obtido a partir da Tabela 1 a seguir.

Fe FATOR EXPOSIÇÃO 10 Contínua – evento perigoso é repetido muitas vezes por dia 6 Frequente – evento perigoso ocorre aproximadamente 1 vez ao dia 5 Ocasional – evento perigoso ocorre mais que uma vez por semana 4 Irregular – evento perigoso ocorre mais que uma vez ao mês 1 Raro – evento perigoso ocorre mais que uma vez a cada 6 meses

0,5 Muito Raro– nunca ocorreu o evento perigoso, mas pode ocorrer

Tabela 2: Fator Exposição

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11.4 FATOR PROBABILIDADE

11.4.1 A constatação de uma não-conformidade, englobando uma ou mais perguntas do protocolo, deve ser avaliada quanto à possibilidade de gerar as seguintes consequências, dentre outras:

a) acidente ou incidente;

b) propagação de um dado crítico ou essencial para a segurança operacional;

c) contribuição para que o próximo passo do processo se torne o descrito na letra “a” acima;

d) contribuição para que o próximo passo do processo se torne o descrito na letra “b”;

e) falta de padronização de um registro; ou

f) existência de condições inadequadas (instalações e equipamentos) para o trabalho.

11.4.2 Ao avaliar o perigo decorrente da não-conformidade deve-se verificar se este pode envolver ações na própria organização inspecionada e em outras organizações. O encadeamento de ações que antecedem a situação perigosa e que a sucedem deve ser considerado na avaliação, de forma a se vislumbrar eventuais redundâncias que atenuem a deficiência, ou a ausência delas, que aumenta a possibilidade de ocorrência de um evento indesejável e o correspondente valor do Fator Probabilidade – Fp.

11.4.3 Toda situação perigosa que gere informação ou dado diretamente para a tripulação da aeronave deve ser criteriosamente estudada, existindo a possibilidade de tratar-se da última barreira da segurança e, portanto, com grande probabilidade de ocorrência do evento indesejável.

11.4.4 Os Relatórios de Perigo e o histórico de incidentes e acidentes que envolvem a organização inspecionada, colhidos pelos Inspetores nas fases de Pré-Inspeção e de Inspeção Local, são elementos de suporte que podem auxiliar o INSPCEA na atribuição do valor ao Fator Probabilidade.

11.4.5 O Fp é obtido a partir da Tabela 3 a seguir.

FP PROBABILIDADE DESCRIÇÃO 10 Altamente Provável Evento indesejável deverá ocorrer

6 Provável Grande possibilidade de ocorrer, havendo registro que já ocorreu algumas vezes.

3 Pouco Provável É pouco provável que ocorra, dependendo de uma sequência de erros ou coincidências. Situação similar já ocorreu.

0,5 Improvável

Muito baixa possibilidade de ocorrer, dependendo de uma incomum sequência de erros ou coincidências. Não há registro de que tenha ocorrido.

0,1 Altamente improvável Quase impossível ocorrer.

Tabela 3: Fator Probabilidade

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11.5 IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL

11.5.1 O IS é obtido a partir do produto dos três Fatores, conforme indicado na Tabela 4.

MAGNITUDE DO RISCO

(Fs x Fe x Fp) IS PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO

Maior que 400 1 Inaceitável Suspensão da atividade, se não for imediatamente adotada medida mitigadora. Sendo possível, sua correção deve ser imediata.

Maior que 200 e menor ou igual a 400

2 Alto Correção em, no máximo, 2 meses, porém deve ser adotada medida mitigadora em, no máximo, 48 horas.

Maior que 70 e menor ou igual a 200

3 Médio Correção em, no máximo, 4 meses e adoção de medida mitigadora em, no máximo, 5 dias.

Maior que 20 e menor ou igual a 70

4 Baixo Correção em, no máximo, 6 meses e adoção de medida mitigadora em, no máximo, 10 dias.

Menor ou igual a 20 5 Aceitável Correção em, no máximo, 1 ano. Não necessita medida mitigadora.

Tabela 4: Impacto na Segurança Operacional (IS)

11.5.2 Quando existir norma estabelecida pelo DECEA que determine a adoção de prazos diferentes dos prazos estabelecidos na Tabela 4, deverão prevalecer os menores prazos.

11.5.3 Em cumprimento ao Princípio da Razoabilidade, excetuando a condição descrita em 11.5.2, o INSPCEA não poderá estabelecer prazos mais restritivos do que os previstos na Tabela 4. Porém, a organização inspecionada, ao elaborar sua Ficha de Ação Corretiva, poderá planejar a eliminação e a mitigação das deficiências em prazos menores do que os estipulados.

11.5.4 No caso de Impacto na Segurança Operacional igual a 1 (IS = 1), o Chefe de Equipe deverá, juntamente com a organização inspecionada, realizar contato com a ASOCEA e com a Organização Regional com jurisdição na área em que se situa a organização inspecionada, para que sejam relatados os problemas e adotadas as providências decorrentes, dentre as quais uma possível suspensão das atividades de prestação do serviço que se encontra comprometido.

11.5.5 O contato com a Organização Regional tem por objetivo buscar o equacionamento de alternativas para superar os efeitos que a suspensão da prestação dos serviços possa representar para as atividades aeronáuticas.

11.5.6 As medidas mitigadoras de não-conformidades classificadas com IS 2, 3 ou 4 deverão ser identificadas e implementadas pela organização inspecionada em um prazo máximo de 48 horas, 5 dias ou 10 dias, respectivamente, a partir da comunicação da Equipe de Inspeção na Reunião de Encerramento da Inspeção, independentemente das providências de elaboração do Plano de Ações Corretivas.

11.5.7 Conforme estabelece a ICA 121-10, em seu item 4.10.13, as medidas corretivas e mitigadoras devem ser identificadas e implementadas pela organização inspecionada, que é a responsável pela eficácia dessas ações.

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11.5.8 A medida mitigadora a ser identificada e implementada pela organização inspecionada consiste da ação ou conjunto de ações que proporcione a atenuação de um ou mais dos fatores Severidade, Exposição ou Probabilidade. Compete à organização inspecionada, certificar-se da eficácia da medida mitigadora, com substancial redução de, ao menos, um dos referidos fatores que conduza, preferencialmente, a um IS “Aceitável”, conforme definido na Tabela 4.

11.5.9 O não cumprimento dos prazos definidos nas Fichas de Não-Conformidades enseja a emissão de Notificação à organização inspecionada pela ASOCEA, conforme modelo do Anexo H da ICA 121-10.

11.5.10 O Anexo N apresenta alguns exemplos de avaliação do IS.

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12 NOTIFICAÇÃO À ORGANIZAÇÃO PROVEDORA DE SERVIÇOS

12.1 RESPONSABILIDADES DO PROVEDOR DE SERVIÇOS

12.1.1 Todos os provedores de serviços do SISCEAB, antes de iniciarem suas atividades, demonstraram possuir as competências técnicas e operacionais e assumiram a responsabilidade de sua manutenção, em conformidade com as normas vigentes.

12.1.2 Portanto, não é esperada a existência de não-conformidades na avaliação dos órgãos provedores de serviços, excetuando-se as situações de transição para a adoção de novos requisitos.

12.1.3 Por outro lado, há fatores exógenos que fogem ao controle da organização e que geram não-conformidades, as quais devem ser tratadas mediante a adoção de medidas que atenuem o impacto na segurança operacional, até o restabelecimento da conformidade em relação às normas. Assim, as medidas mitigadoras devem ser adotadas pelo provedor de serviço, sempre que necessárias, independentemente da atuação fiscalizadora do Estado.

12.1.4 Em consequência, todo comprometimento da segurança operacional pode representar uma infração da organização provedora de serviço, se constatada a ação deliberada de inobservância dos requisitos estabelecidos ou a omissão dos seus responsáveis na gestão dos problemas de segurança operacional.

12.2 RELATO DO INSPCEA DE POSSÍVEL INFRAÇÃO

12.2.1 Realizar a apuração das responsabilidades sobre a ocorrência de não-conformidades não é o objetivo da inspeção mas, sim, identificá-las com vistas ao restabelecimento das condições desejadas, mediante a implementação de ações corretivas e, quando aplicável, com a adoção de medidas mitigadoras, até que se conclua a eliminação da deficiência.

12.2.2 No entanto, diante de uma possível infração à legislação ou à regulamentação nacional, cabe ao Inspetor dar andamento aos procedimentos para que seja realizada a devida apuração pelos setores competentes.

12.2.3 Neste contexto, o relato do INSPCEA sobre uma possível infração da organização inspecionada não representa uma sanção ao provedor de serviço e, sim, a oportunidade para que seus responsáveis demonstrem o cumprimento de suas responsabilidades perante a Autoridade Aeronáutica.

12.2.4 O INSPCEA deve relatar, à ASOCEA, as seguintes situações, dentre outras:

a) possível inobservância deliberada de requisito legal ou normativo, constatada por meio de resposta negativa a uma pergunta do protocolo para a qual a organização inspecionada não adotou medida mitigadora ou alternativa que atenda aos objetivos da respectiva disposição normativa;

b) descumprimento de orientações e prazos estabelecidos pelo DECEA ou pela ASOCEA;

c) ausência de providências para a solução de não-conformidades previamente identificadas pelo DECEA ou pela ASOCEA e formalmente comunicadas à organização provedora de serviços; e

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d) prestação de serviço deficiente, com inaceitável impacto na segurança operacional, conforme procedimento de avaliação descrito no item 11.5 deste Manual.

12.2.5 O Relato do INSPCEA deverá seguir o modelo do Anexo H, sendo requerida a assinatura do INSPCEA no campo relativo ao “Relator”.

12.2.6 O INSPCEA deverá preencher e assinar o seu Relato, entregando-o ao Chefe de Equipe, até a Reunião de Coordenação Final, e fazer isto constar no Protocolo de Inspeção, na pergunta correspondente.

12.2.7 O Chefe de Equipe deverá inteirar-se da pertinência do Relato do INSPCEA e efetuar seus comentários sobre a situação relatada, para posterior avaliação do Chefe da ASOCEA.

12.2.8 O Chefe de Equipe é o responsável por encaminhar o Relato para a ASOCEA, no entanto, este não se constituirá em anexo ao Relatório de Inspeção.

12.2.9 O Chefe de Equipe deverá informar à organização inspecionada, durante a reunião de encerramento, sobre os relatos de possíveis infrações emitidos pelos inspetores, orientando sobre a sequência do processo.

12.2.10 O Chefe da ASOCEA, na qualidade de Autoridade Notificadora, avaliará o Relato de Possível Infração e decidirá pela expedição da Notificação de Infração ou por medida administrativa que proporcione o adequado tratamento para a situação relatada.

12.2.10.1 A organização inspecionada que receber uma Notificação deverá encaminhar seus esclarecimentos à ASOCEA, em, no máximo, quinze dias corridos a contar do seu recebimento.

12.2.10.2 De posse dos esclarecimentos da organização notificada, a ASOCEA poderá arquivar o processo ou encaminhá-lo ao DECEA para as providências julgadas cabíveis.

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13 TRAMITAÇÃO DOS DOCUMENTOS DEPOIS DE CONCLUÍDA A INSPEÇÃO

13.1 RELATÓRIO DE INSPEÇÃO E PLANO DE AÇÕES CORRETIVAS

13.1.1 O Chefe da ASOCEA assinará o Relatório de Inspeção, tomando conhecimento do seu conteúdo, e o encaminhará ao DECEA, para conhecimento do DGCEA.

13.1.2 A via original do Relatório de Inspeção, assinado pelo Chefe da ASOCEA e pelo DGCEA, será arquivada na ASOCEA.

13.1.3 A ASOCEA encaminhará cópia do Relatório de Inspeção, conforme abaixo indicado:

a) Quando se tratar de organizações imediatamente subordinadas ao DECEA, uma cópia do Relatório será encaminhada diretamente para a organização inspecionada;

b) Quando se tratar de organização subordinada a um Órgão Regional, cópias do Relatório serão encaminhadas: i. diretamente para a organização inspecionada; e

ii. para o correspondente Órgão Regional do DECEA.

c) Quando se tratar de organização não pertencente à estrutura do COMAER, cópias do Relatório serão encaminhadas:

iii. diretamente para a organização inspecionada; iv. para o órgão ao qual estiver subordinada administrativamente a organização

inspecionada; e v. para o Órgão Regional do DECEA na qual a organização inspecionada estiver

jurisdicionada.

13.1.4 Além do disposto no item anterior, os Subdepartamentos do DECEA e os Órgãos Regionais terão acesso aos resultados das inspeções de segurança operacional coordenadas pela ASOCEA através do Sistema Vigilante.

13.2 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES CORRETIVAS

13.2.1 A organização inspecionada deverá comunicar, à ASOCEA, o cumprimento de cada etapa prevista no seu Plano de Ações Corretivas, nas datas previamente estabelecidas para a sua conclusão, oportunidade em que deverá informar, também, o estágio em que se encontram as ações do citado Plano ainda não concluídas.

13.2.1.1 A Organização Inspecionada deverá utilizar o Sistema Vigilante para manter atualizada a situação de conclusão de cada etapa das ações corretivas propostas no seu Plano de Ações Corretivas.

13.2.2 Na eventualidade de fato superveniente comprometer o cumprimento de parte ou da totalidade do Plano de Ações Corretivas, a organização inspecionada deverá apresentar as devidas justificativas à ASOCEA, bem como apresentar uma proposta de um novo cronograma, para análise.

13.2.3 A ASOCEA poderá acolher, para análise, a solicitação de alteração no cronograma proposto pela organização inspecionada, desde que a organização inspecionada:

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a) comprove a ocorrência do fato superveniente;

b) confirme a implementação de medidas mitigadoras, enquanto não se concretiza a eliminação da não-conformidade; e

c) apresente declaração formal, onde o responsável pela referida Organização assegura que foram adotadas, provisoriamente, as medidas necessárias para a manutenção dos níveis desejados de segurança operacional das atividades aeronáuticas, assumindo total responsabilidade pela situação decorrente da não-conformidade ainda não eliminada.

13.2.4 Caso a alteração do prazo para a eliminação da não-conformidade não extrapole os prazos máximos estabelecidos na Ficha de Não-Conformidade, a ASOCEA poderá autorizar a alteração proposta pela organização inspecionada.

13.2.5 Quando a proposta de alteração do prazo implicar em um prazo total superior ao prazo máximo estabelecido na Ficha de Não-Conformidade, a ASOCEA avaliará a pertinência das justificativas apresentadas, solicitando o parecer do DECEA, quando aplicável.

13.2.6 Especial atenção e prioridade deverá ser dada aos pleitos de revisão de prazos com IS menor ou igual a 2.

13.2.7 A organização inspecionada permanecerá em situação de não-conformidade com relação à implementação de seu Plano de Ações Corretivas, enquanto não for expedida a resposta formal ao pleito de alteração no cronograma.

13.2.8 Na eventualidade de não ser aceita a proposição de mudança do prazo e este já estiver vencido, a organização inspecionada poderá receber Notificação de Infração da ASOCEA, passando a estar sujeita às sanções que estabelecer o DECEA.

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14 FORMAÇÃO E TREINAMENTO DO INSPCEA

14.1 INCLUSÃO NA PROGRAMAÇÃO DE FORMAÇÃO

14.1.1 Os militares e funcionários civis do Comando da Aeronáutica, com formação pertinente e com conhecimento e experiência mínima comprovada de três anos em pelo menos uma das áreas de atuação, indicados pela cadeia sistêmica ou de comando e aceitos pelo Chefe da ASOCEA, poderão ser incluídos na programação para a formação, visando à futura habilitação como INSPCEA, em consonância com o que dispõe o item 5.3.1 da ICA 121-10.

14.1.2 Os demais técnicos do SISCEAB não abrangidos pelo item anterior, com formação pertinente e que também comprovem conhecimento e experiência de três anos em pelo menos uma das áreas de atuação, poderão ser incluídos na programação para a formação, condicionados à indicação pela cadeia sistêmica ou de comando, à aceitação pelo Chefe da ASOCEA e à disponibilidade de vagas nos cursos planejados pela ASOCEA.

14.1.3 Os casos que não se enquadrarem nas situações anteriores deverão ser submetidos à apreciação do Chefe da ASOCEA.

14.2 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOS INSPCEA

14.2.1 O Processo de Capacitação dos INSPCEA é composto por cinco etapas consecutivas e dependentes entre si: Seleção, Capacitação Teórica Inicial, Treinamento no Posto de Trabalho (TPT), Capacitação Especializada e Capacitação Contínua.

14.2.2 O Programa de Capacitação de INSPCEA, elaborado e implementado pela ASOCEA, garante a contínua competência dos INSPCEA para o desempenho da função, onde a competência necessária abrange conhecimentos, habilidades e atitudes específicas.

14.2.2.1 De uma forma geral, os conhecimentos requeridos para um INSPCEA incluem ter familiaridade com, no mínimo, os aspectos abaixo citados:

a) normas e práticas recomendadas (SARPS) dos Anexos à Convenção de Chicago; Documentos, Manuais e textos de orientação emitidos pela OACI, relacionados com os serviços de navegação aérea;

b) regulamentação de aviação civil brasileira dos serviços de navegação aérea;

c) conhecimento básico de utilização de equipamentos de informática e programas de computador contemporâneos; e

d) aplicativos de recursos de informática para Inspeção, como por exemplo: Sistema VIGILANTE.

14.2.2.2 Adicionalmente, todos os INSPCEA devem possuir habilidades e atitudes que envolvam, no mínimo, os seguintes aspectos:

a) preparação de relatórios e processos administrativos de forma clara e concisa;

b) uso apropriado de questionamentos;

c) interação com o ambiente regional (sensibilidade para as diferenças culturais, diplomacia, tato, julgamento, etc.);

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d) uso de adequadas técnicas de comunicação (ouvir sem interromper, clareza nas intervenções, habilidade para concatenar as idéias; habilidade em obter consenso; evitar conflitos em situações gerais);

e) ética na condução das atividades (sinceridade, integridade, confidencialidade e discrição);

f) honestidade e firmeza (honestidade de propósito e compromisso com a verdade dos fatos);

g) cortesia com imparcialidade;

h) objetividade (domínio das ferramentas preconizadas e total aderência aos princípios do processo de inspeção);

i) capacidade de observação;

j) comportamento flexível aberto a idéias;

k) bom senso (capacidade em discernir o que pode e o que não pode ser feito em sua atividade);

l) capacidade de análise;

m) trabalho em equipe (Interação com outros membros, trocas de pontos de vista, contribuição para o trabalho em equipe, cooperação, colaboração e comunicação com outros membros do grupo); e

n) habilidades para trabalhar sob “stress” e prazos.

14.2.3 O conhecimento específico necessário para o exercício das atividades de INSPCEA envolve os assuntos abaixo relacionados, que devem sofrer as atualizações necessárias em decorrência das alterações e evoluções regulamentárias e técnicas do SISCEAB e internacionais:

a) descrever as obrigações do Estado perante à Convenção de Chicago;

b) identificar as atividades da OACI de supervisão dos Estados signatários da Convenção de Chicago;

c) identificar as responsabilidades pelo sistema de vigilância da segurança operacional no SISCEAB;

d) descrever os procedimentos aplicados a uma inspeção; e

e) empregar as ferramentas disponíveis no processo de inspeção.

14.3 CAPACITAÇÃO TEÓRICA INICIAL

14.3.1 O Curso de Inspeção de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo (ANS-001) tem por objetivo agregar, ao técnico especializado do SISCEAB, o conhecimento do processo de inspeção e a competência para a aplicação das ferramentas desenvolvidas para as avaliações dos provedores de serviços de navegação aérea.

14.3.2 Em princípio, o curso ANS-001 será ministrado anualmente, nas instalações do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), sob a coordenação da ASOCEA, a menos que o quantitativo de INSPCEA em atividade não justifique sua realização.

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14.3.3 Dependendo da organização de origem dos candidatos à inscrição, por economicidade, a ASOCEA poderá planejar a realização do Curso ANS 001 em outras instalações além do ICEA.

14.4 TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO (TPT)

14.4.1 Depois de concluir com aproveitamento o Curso ANS-001, é necessária a realização de, pelo menos, um Treinamento no Posto de Trabalho (TPT), oportunidade em que o futuro INSPCEA atuará sob a supervisão de um Inspetor em atividade a pelo menos um ano, demonstrando sua competência na utilização das ferramentas do processo de inspeção e a habilidade de interagir com o inspecionado, na coleta das evidências que amparam a caracterização de não-conformidades.

14.4.2 O candidato a INSPCEA aprovado no curso ANS-01 será escalado para realizar um TPT na área de atuação que for mais aplicável à sua formação profissional e à sua experiência no SISCEAB. Os oficiais superiores serão inicialmente treinados como Chefe de Equipe, entretanto, poderão realizar um TPT em uma das áreas de atuação para atuação como INSPCEA, assim como, oficiais intermediários poderão realizar um TPT como Chefe de Equipe para assumirem tal função.

14.4.3 O desempenho no TPT é avaliado de acordo com a ficha do Anexo O, precedendo a decisão da ASOCEA quanto à habilitação e posterior emissão da Carteira Funcional do INSPCEA.

14.4.4 O futuro INSPCEA deverá concluir, com aproveitamento, o TPT dentro do prazo máximo de 6 (seis) meses após o término da Fase de Capacitação Teórica Inicial. Caso seja reprovado, o futuro INSPCEA pode repetir o TPT apenas uma vez.

14.5 CAPACITAÇÃO CONTÍNUA

14.5.1 Como parte da etapa de capacitação contínua, a ASOCEA poderá determinar a realização de um TPT aos Inspetores já habilitados, conforme seja observada a necessidade de aprimoramento profissional em serviço do INSPCEA.

14.5.1.1 A realização de um TPT fica obrigatória para os INSPCEA que não participarem de inspeções por um período superior a 18 meses.

14.5.2 Treinamento Recorrente

14.5.2.1 A ASOCEA ministrará, anualmente, treinamento recorrente para todos os INSPCEA e INSPCEA Credenciados habilitados. Os treinamentos ocorrerão na ASOCEA e em cada Organização Regional, com a finalidade de contribuir para a capacitação contínua dos INSPCEA de modo a manter a competência desejada para o exercício das atividades de inspeções de segurança operacional nos PSNA, padronizando os procedimentos inerentes ao Processo de Inspeção.

14.5.2.2 Os treinamentos serão preparados considerando, no mínimo, o seguinte:

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a) avaliação dos resultados das Inspeções realizadas no último ano;

b) problemas e dificuldades encontradas nas Inspeções;

c) propostas de Emendas aos Anexos da OACI em tramitação; e

d) atualizações da normativa do controle do espaço aéreo.

14.5.2.3 Um Plano de Treinamento Recorrente será elaborado pela ASOCEA, incluindo a definição do Programa de Trabalho, dos assuntos e tópicos envolvidos, e dos métodos de avaliação, de acordo com a necessidade de aprimoramento dos INSPCEA.

14.5.2.4 Os treinamentos recorrentes poderão ser realizados com o uso de ferramentas eletrônicas e à distância.

14.5.2.5 De modo a manter a padronização contínua do conhecimento do corpo de inspetores, o INSPCEA que não participar do treinamento recorrente anual promovido pela ASOCEA será excluído da escala da Inspeção, até que complete referido treinamento.

14.6 CAPACITAÇÃO ESPECIALIZADA

14.6.1 A capacitação especializada complementa os conhecimentos adquiridos na capacitação teórica inicial visando elevar o nível de competência desejado para o desempenho de uma função de INSPCEA na área de Segurança Operacional. Tal capacitação será obtida com a participação em cursos, seminários, workshop em entidades acadêmicas de ensino e em organismos de aviação civil nacionais, regionais e internacionais. Cursos e instruções de auditor da qualidade ISO, de Fatores Humanos nos serviços de navegação aérea, de Sistema de Gestão da Segurança Operacional (SGSO), da ISO 9001-2000 e de avaliação e de gestão de risco, são exemplos de especializações para o INSPCEA.

14.6.2 Caberá a ASOCEA planejar a capacitação especializada, conforme seja observada a necessidade de aprimoramento profissional dos INSPCEA.

14.7 REGISTROS DE CAPACITAÇÃO

14.7.1 O registro de capacitação de cada INSPCEA far-se-á por intermédio de pastas pessoais, que conterão as evidências necessárias para comprovar a realização dos cursos iniciais, contínuos, especializados e dos treinamentos em posto de trabalho (TPT) ocorridos durante seu processo de capacitação.

14.7.2 Cada Pasta Pessoal de Capacitação (PPC) conterá:

a) cópia da Ficha de Cadastro de INSPCEA e seus anexos;

b) Currículo Vitae;

c) cópia da Portaria de designação (e/ou revogação) do profissional como INSPCEA;

d) cópias dos Certificados de Conclusão do Curso ANS 01;

e) cópia dos registros de participação nos treinamentos recorrentes anuais e instruções ministradas pela ASOCEA.

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f) cópias dos Certificados de Cursos Especializados realizados;

g) cópia das Fichas de Treinamento no Posto de Trabalho (TPT) realizadas; e

h) cópia da Habilitação de INSPCEA.

14.7.3 A pasta pessoal com os registros de capacitação constitui a evidência da conformidade com o processo de capacitação estabelecido neste Manual, garantindo assim, a validade da designação para a função e do credenciamento do INSPCEA.

14.8 CONSELHO DE INSPETORES

14.8.1 O Chefe da ASOCEA possui um Conselho de Inspetores para assessorá-lo nas decisões de seleção, emissão, suspensão e revogação de habilitação dos INSPCEA, mediante avaliação do desempenho dos Inspetores, com base nas disposições da ICA 121-10 e deste Manual.

14.8.2 O Chefe da ASOCEA poderá convocar a reunião do Conselho de Inspetores para deliberar a cerca dos seguintes assuntos:

a) seleção, emissão, suspensão ou revogação da habilitação de um INSPCEA; e

b) situações excepcionais, envolvendo a atuação de um INSPCEA, ocorridas no âmbito do processo de inspeção.

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15 CIRCULAR DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL

15.1 OBJETIVO E EMISSÃO

15.1.1 A Circular de Inspeção de Segurança Operacional (CIRINSP) é uma publicação não-convencional da ASOCEA, com o objetivo de padronizar procedimentos da inspeção de segurança operacional.

15.1.2 A CIRINSP será aprovada mediante Portaria do Chefe da ASOCEA, publicada no Boletim do Comando da Aeronáutica e disponibilizada por intermédio da AISWEB.

15.2 MODIFICAÇÃO DA ICA 121-10 OU DO MCA 121-2

15.2.1 As publicações convencionais devem seguir o que dispõe a ICA 5-1, no que se refere às suas modificações, onde também se incluem a ICA 121-10 e o MCA 121-2.

15.2.2 A CIRINSP não poderá modificar disposição contida na ICA 121-10 ou no MCA 121-2.

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16 DISPOSIÇÕES FINAIS

16.1 As dificuldades de utilização do Sistema Vigilante no cumprimento das orientações e procedimentos estabelecidos neste Manual deverão ser informadas à ASOCEA para o fornecimento das orientações necessárias visando à continuidade das atividades do processo de inspeção.

16.2 Os casos não previstos neste Manual ou que suscitem dúvidas deverão ser submetidos à apreciação do Chefe da ASOCEA.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Estado-Maior da Aeronáutica, Inspeção no Comando da Aeronáutica. NSCA 121-1. [Brasília-DF], 2002.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Inspeções do Controle do Espaço Aéreo. ICA 121-10. [Brasília-DF], 2009.

CANADÁ. International Civil Aviation Organizacion (OACI). Resolução A32-11 da 32a Assembléia da OACI. Universal Safety Oversight Audit Programme (USOAP). [Montreal], 1999.

_________. _________. Resolução A35-6 da 35a Assembléia da OACI. Universal Safety Oversight Audit Programme (USOAP). [Montreal], 2004.

Fine, William T. Mathematical Evaluation for Controlling Hazards. Journal of Safety Research, 1971, Volume 3, No 4 – Pg 157-166.

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ANEXO A – Formulário de Proposta de Inspeções

PROPOSTA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES

Proponente: ________________________________ Ano de Referência do Plano: ____ (Subdepartamento)

Prio. Organização Classe Muncípio/UF Período Proposto Atuação

1 DTCEA-__ 3 dd/mm a dd/mm Sistêmica

2 GNA-__ 1 dd/mm a dd/mm Regular

3 EPTA-____ 3 dd/mm a dd/mm Sistêmica

Obs.: 1) Prio.: Designação da importância relativa (prioridade) da inspeção proposta na referida

organização, na avaliação do Subdepartamento, em relação às demais propostas. Preferencialmente, não deve ser indicado um mesmo número de prioridade para mais de uma organização.

2) Organização: Indicação da Organização que se propõe incluir no Plano; 3) Classe: Informação sobre a classe da organização, conforme definido pela Tabela 1 da

ICA 121-10/2009; 4) Período Proposto: Sugestão do período para a realização da inspeção; 5) Atuação: Indicação se a proposta é de uma Inspeção Regular ou Sistêmica.

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ANEXO B – MODELO DE PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES

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ANEXO C – LISTA DE VERIFICAÇÃO DA ASOCEA

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ANEXO D – EXEMPLO DE COMUNICAÇÃO DE INSPEÇÃO (Anexo A da ICA 121-10)

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ANEXO E – MODELO DE PLANEJAMENTO DE INSPEÇÃO SISTÊMICA

PLANO ANUAL DE INSPEÇÕES DE < a n o >

CRONOGRAMA DE EVENTOS DA INSPEÇÃO SISTÊMICA PARA CUMPRIMENTO PELA ORGANIZAÇÃO INSPECIONADA

Organização inspecionada: ___________________________________________________

Áreas da Inspeção – Protocolos aplicáveis: ______________________________________

EVENTO DATAS LIMITES

Preparação para o levantamento no local, com eliminação de eventuais dúvidas da organização inspecionada sobre os Protocolos, junto ao Chefe de Equipe.

Até <dia D> de <mês>

Organização inspecionada realiza o levantamento no local, com base nos Protocolos de Inspeção aplicáveis, empregando técnicos do seu efetivo.

De <dia D> a <dia D+2> de <mês>

Organização inspecionada remete ao Chefe de Equipe do Protocolo de Inspeção preenchido.

Até <dia D+5> de <mês>

Chefe de Equipe remete à organização inspecionada as Fichas de Não-Conformidades.

Até <dia D+15> de <mês>

O Chefe de Equipe elabora e remete o Relatório de Inspeção à ASOCEA.

Até <dia D+30> de <mês>

A organização inspecionada elabora e remete seu Plano de Ações Corretivas à ASOCEA.

Até <dia D+35> de <mês>

Obs.: A organização inspecionada deve cumprir as datas limites acima estabelecidas, em cumprimento à determinação da Autoridade Aeronáutica, ensejando a aplicação do que dispõe o Capítulo 7 da ICA 121-10, em caso de inobservância dos prazos estabelecidos.

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ANEXO F – LISTA DE VERIFICAÇÃO DO CHEFE DE EQUIPE

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ANEXO F – LISTA DE VERIFICAÇÃO DO CHEFE DE EQUIPE (Continuação)

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ANEXO G – LISTA DE VERIFICAÇÃO DE MEMBRO DA EQUIPE

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ANEXO G – LISTAS DE VERIFICAÇÃO DE MEMBRO DA EQUIPE (Continuação)

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ANEXO H – Modelo de Relato de Possível Infração

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ANEXO H – Modelo de Relato de Possível Infração (Continuação)

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO RELATO

� DADOS DO PROVEDOR DE SERVIÇOS

i. Nome da Organização: Lançar o mesmo nome da organização inspecionada constante do Relatório de Inspeção

ii. Endereço, Município e UF: Endereço completo, para correspondência postal, da organização inspecionada.

iii. Telefones: Telefones de contato do responsável local pela organização inspecionada.

iv. Data da Observação: Ainda que o Relato seja preenchido em data posterior, neste campo, deve ser indicada a data em que o INSPCEA verificou o fato.

� RELATO DA SITUAÇÃO OBSERVADA

i. Texto do Relato: Descrever, de forma clara e sucinta, a situação encontrada que pode caracterizar uma infração. Atentar para que esteja dentro das situações listadas no parágrafo 12.2.4 do MCA 121-2.

ii. Dispositivos provavelmente infringidos: Citar qual ou quais disposições normativas julga que estão sendo descumpridas.

iii. Data: Data de assinatura do Relato, que pode ser posterior à Data da observação.

� COMENTÁRIOS DO CHEFE DE EQUIPE

i. Texto do comentário: Depois de tomar ciência do Relato e realizar verificações próprias sobre o assunto, o Chefe de Equipe deve apor suas considerações sobre o Relato do INSPCEA.

ii. Data: Data de assinatura do comentário realizado pelo Chefe de Equipe.

� AVALIAÇÃO DA ASOCEA

i. O Relato reflete uma das condições descritas no parágrafo 12.2.4 do MCA 121-2? Marcar a opção, dentre as listadas de “a” a “d”, em que se enquadra o Relato em análise. IMPORTANTE: Este campo será respondido pela Divisão de Inspeções da ASOCEA, não devendo ser efetuada nenhuma marcação pelo INSPCEA, nem pelo Chefe de Equipe.

ii. Existe não-conformidade(s) associada(s) ao relato que consta(m) da base de dados? Registrar se o relato refere-se a uma não-conformidade da organização inspecionada constante dos registros da Divisão de Inspeção. Se a não-conformidade existe e foi detectada durante a inspeção em que foi feito o Relato, deve-se responder “sim”. IMPORTANTE: Este campo será respondido pela Divisão de Inspeções da ASOCEA, não devendo ser efetuada nenhuma marcação pelo INSPCEA, nem pelo Chefe de Equipe.

iii. Parecer da ASOCEA: Campo destinado para registro do parecer da ASOCEA sobre o relato, incluindo a providência a ser adotada que pode consistir na expedição de Notificação de Infração; no encaminhamento ao DECEA para as avaliações; no arquivamento, por não se constituir em infração; ou outra razão identificada no curso da análise.

iv. Data: Data em que o Chefe da ASOCEA assina o Relato, formalizando o parecer da Assessoria sobre o assunto.

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ANEXO I – Ficha de Críticas da Inspeção – Organização Inspecionada

FICHA DE CRÍTICAS DA INSPEÇÃO ORGANIZAÇÃO INSPECIONADA

Esta Ficha deve ser preenchida pela Organização Inspecionada e encaminhada à Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo – ASOCEA

Período da Inspeção: / / a / / .

Organização Inspecionada:

Abrangência da Inspeção: ________________ (Regular, Sistêmica ou Seguimento)

Serviços Inspecionados: Esta Ficha tem por finalidade obter os comentários dessa Organização Inspecionada com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo do processo de inspeção. As informações aqui proporcionadas deverão ser utilizadas primordialmente para melhorar o processo de inspeção e contribuir para o aperfeiçoamento da regulamentação brasileira, garantindo-se o sigilo das fontes e a sua proteção contra sanções administrativas. A ASOCEA agradece a colaboração prestada, reiterando o reconhecimento pelo esforço de toda a Organização em proveito do objetivo maior, perseguido por todo o SISCEAB, de constante aperfeiçoamento do nível de segurança operacional praticado no espaço aéreo sob a responsabilidade do Brasil. 1. ATIVIDADES DA PRÉ-INSPEÇÃO 1.1. Essa Organização Inspecionada recebeu a comunicação acerca da realização da inspeção em

tempo hábil, de modo a permitir sua preparação antes do início da inspeção? � Sim � Não Observações: 1.2 As demais comunicações da ASOCEA, do Chefe de Equipe ou de suporte para a inspeção

foram apresentadas em tempo hábil para as providências dessa Organização Inspecionada? (Caso negativo, especificar no campo “Observações” em que etapa dessa fase ocorreu alguma falha).

� Sim � Não

Observações:

1.3 Os contatos com a ASOCEA ou com o Chefe de Equipe, durante a fase de Pré-inspeção, foram realizados sem dificuldades?

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

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Continuação do ANEXO I Ficha de Críticas da Inspeção – Organização Inspecionada

1.4 Ao solicitar a assistência da ASOCEA ou do Chefe de Equipe, essa Organização Inspecionada

foi atendida em suas expectativas? (Caso negativo descreva no campo “Observações”, em que aspectos essa Organização Inspecionada deixou de ser atendida).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

1.5 O preenchimento prévio dos Protocolos de Inspeção foi feito sem dificuldades antes da fase de Inspeção Local? (Caso negativo descreva no campo “Observações”, as dificuldades encontradas).

� Sim � Não � Não aplicável Observações:

2 - ATIVIDADES DA INSPEÇÃO LOCAL

2.1 Foram claramente apresentados durante a Reunião de Abertura da inspeção os objetivos, os

princípios e o planejamento das atividades da inspeção? � Sim � Não � Não aplicável

Observações: 2.2 Foram apresentadas e clarificadas, na Reunião de Encerramento, as atividades seguintes à

Inspeção Local, elaboração do Plano de Ações Corretivas, prazos a serem cumpridos e as providências posteriores a cargo dessa Organização Inspecionada? (Caso negativo, comentar no campo “Observações” os assuntos que não foram abordados ou que deveriam ter sido considerados).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

2.3 As Reuniões de Abertura e de Encerramento da inspeção proporcionaram todas as

informações necessárias para o entendimento por parte dessa Organização Inspecionada sobre o processo de inspeção? (Caso negativo, comentar no campo “Observações” os assuntos que deveriam ser considerados).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

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Continuação do ANEXO I Ficha de Críticas da Inspeção – Organização Inspecionada

2.4 As avaliações realizadas pela Equipe de Inspeção cumpriram com os objetivos de avaliar essa

Organização Inspecionada em todo o escopo de sua área de atuação, relacionada com a segurança operacional do controle do espaço aéreo? (Caso negativo, descrever no campo “Observações” os aspectos não verificados ou as deficiências da avaliação realizada).

� Sim � Não

Observações:

2.5 As não-conformidades aplicadas e as recomendações decorrentes refletem a realidade dessa

Organização Inspecionada, contribuindo para o aperfeiçoamento dos serviços prestados, quanto à segurança operacional? (Caso negativo, justifique em que aspectos).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

2.6 Houve entendimento entre a Organização Inspecionada e os Inspetores envolvidos, não

necessitando de mediação para solução de conflitos entre as partes participantes do processo? (Caso negativo, favor descrever no campo “Observações” os fatos ocorridos).

� Sim � Não � Não aplicável Observações: 3. OBSERVAÇÕES GERAIS 3.1 Qual a sua impressão geral acerca de todo o processo de inspeção? 3.2 Existem áreas ou aspectos sobre os quais essa Organização Inspecionada gostaria de comentar

ou apresentar sugestões para melhoria do processo de inspeção? 3.3 Essa Organização Inspecionada sente a carência de alguma disposição normativa, do

estabelecimento de algum requisito, da provisão de alguma orientação que possa ser emitida pelo DECEA ou que requeira a atualização da regulamentação nacional?

3.4 Se aplicável, mencione as não-conformidades cujas ações corretivas para sua eliminação, no

seu entendimento, irão requerer providências do DECEA, do CINDACTA/SRPV ou de organização hierarquicamente superior à Organização Inspecionada.

_____________________________________ ___________________________________ _____________________

Nome e Cargo ou Função Assinatura Data

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ANEXO J – Ficha de Críticas da Inspeção – Chefe de Equipe/Inspetor

FICHA DE CRÍTICAS DA INSPEÇÃO CHEFE DE EQUIPE / INSPETOR

Esta Ficha deve ser preenchida pelo Chefe de Equipe e pelos Inspetores e encaminhada à Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo – ASOCEA

Nome do Inspetor:________________________________________________________________ (Nome completo, com nome de guerra sublinhado/posto ou graduação e especialidade) INSPCEA No: Data: / / . Organização Inspecionada: Período da Inspeção: / / a / / . Abrangência da Inspeção: ________________ (Regular, Sistêmica ou Seguimento) Serviços Inspecionados: Esta Ficha tem por finalidade obter os comentários do Chefe de Equipe e dos Inspetores com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo do processo de inspeção. As informações aqui proporcionadas deverão ser utilizadas primordialmente para melhorar o processo de inspeção e contribuir para o aperfeiçoamento da regulamentação brasileira, garantindo-se o sigilo das fontes e a sua proteção contra sanções administrativas. A ASOCEA agradece a colaboração prestada, reiterando o reconhecimento pelo seu esforço em proveito do objetivo maior, perseguido por todo o SISCEAB, de constante aperfeiçoamento do nível de segurança operacional praticado no espaço aéreo sob a responsabilidade do Brasil. 1. ATIVIDADES DA PRÉ-INSPEÇÃO 1.1. O(A) Senhor(a) recebeu a comunicação acerca da realização da inspeção em tempo hábil, de

modo a permitir sua preparação antes do início da inspeção? � Sim � Não Observações: 1.2. As demais comunicações da ASOCEA, do Chefe de Equipe ou de suporte para a inspeção

foram apresentadas em tempo hábil para as suas providências? (Caso negativo, especificar no campo “Observações” em que etapa dessa fase ocorreu alguma falha).

� Sim � Não

Observações:

1.3. Os contatos com a ASOCEA ou com o Chefe de Equipe, durante a fase de Pré-inspeção, foram realizados sem dificuldades?

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

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Continuação do ANEXO I Ficha de Críticas da Inspeção – Chefe de Equipe/Inspetor

1.4. Ao solicitar a assistência da ASOCEA ou do Chefe de Equipe, o Senhor(a) foi atendido(a) em

suas expectativas? (Caso negativo descreva no campo “Observações”, em que aspectos o Senhor(a) deixou de ser atendido(a)).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

1.5. O preenchimento prévio dos Protocolos de Inspeção foi feito sem dificuldades antes da fase de Inspeção Local? (Caso negativo descreva no campo “Observações”, as dificuldades encontradas).

� Sim � Não � Não aplicável Observações:

2 - ATIVIDADES DA INSPEÇÃO LOCAL

2.1 Durante a Reunião de Coordenação Inicial da inspeção ficaram claros os objetivos, os

princípios e o planejamento das atividades da inspeção? � Sim � Não

Observações: 2.2 Foram discutidos e concluídos, na Reunião de Coordenação Final, os aspectos mencionados

no item 5.2.6 do MCA 121-2? (Caso negativo, comentar no campo “Observações” os assuntos que não foram abordados ou que deveriam ter sido considerados).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

2.3 As avaliações realizadas pela Equipe de Inspetores cumpriram com os objetivos de avaliar a

Organização Inspecionada em todo o escopo de sua área de atuação, relacionada com a segurança operacional do controle do espaço aéreo? (Caso negativo, descrever no campo “Observações” os aspectos não verificados ou as deficiências da avaliação realizada).

� Sim � Não � Não aplicável

Observações:

2.4 Houve entendimento entre o(a) Senhor(a) e a Organização Inspecionada, não necessitando de

mediação para solução de conflitos entre as partes participantes do processo? (Caso negativo, descrever no campo “Observações” os fatos ocorridos).

� Sim � Não � Não aplicável Observações:

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Continuação do ANEXO I Ficha de Críticas da Inspeção – Chefe de Equipe/Inspetor

3. OBSERVAÇÕES GERAIS 3.1 Qual a sua impressão geral acerca de todo o processo de inspeção? 3.2 Quais suas sugestões para melhoria do processo de inspeção? 3.3 Quais suas sugestões para o estabelecimento ou revisão de algum requisito regulamentar ou

material de orientação que possa ser emitido pelo DECEA? 3.4 Se aplicável, quais as não-conformidades cujas ações corretivas para sua eliminação, no

entendimento da Organização Inspecionada e devidamente informada pela mesma, irão requerer providências do DECEA, do CINDACTA/SRPV ou de organização hierarquicamente superior à Organização Inspecionada?

___________________________________ _____________________ Assinatura Data

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ANEXO K – Preenchimento do Protocolo de Inspeção

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SIGNIFICADO DAS COLUNAS DO PROTOCOLOS ORIENTAÇÃO AO INSPCEA

1ª coluna Indica o requisito regulamentar que ampara a pergunta constante da segunda coluna. 2ª coluna Pergunta para verificação do cumprimento, pelo provedor, do requisito regulamentar indicado na primeira coluna. 3ª coluna Resposta da organização inspecionada à pergunta constante da segunda coluna. 4ª coluna Exemplos de evidências que poderão ser pesquisadas pelo Inspetor em suporte à sua avaliação quanto ao cumprimento daquele requisito regulamentar, por parte da organização inspecionada. 5ª coluna Posicionamento do Inspetor (satisfatório, não-satisfatório ou não aplicável) em relação à pergunta do protocolo, depois de avaliar as evidências obtidas. 6ª coluna Campo no qual o INSPCEA descreve ou indica as evidências apresentadas pela organização inspecionada que o levaram a chegar à conclusão indicada na quinta coluna. Esse procedimento deve ser efetuado tanto para as perguntas com respostas não-satisfatórias, quanto para as perguntas com respostas satisfatórias. 7ª coluna Requisito Fundamental associado à pergunta em análise. Tal classificação será utilizada pela ASOCEA nas análises dos resultados das inspeções de segurança operacional.

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RESERVADO

RESERVADO

FICHA DE NÃO-CONFORMIDADE

ANEXO L – Exemplo de Ficha de Não-Conformidade Preenchida

DATA SETOR INSPECIONADO GNA ABC

IMPACTO NA SEGURANÇA – IS

PERGUNTAS DO PROTOCOLO (Versão)

CNS 7.111 Versão 1

O GNA ABC não realiza a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob sua responsabilidade.

DESCRIÇÃO DA NÃO-CONFORMIDADE

O GNA ABC deverá realizar a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob sua responsabilidade.

Prazo máximo para correção: 6 meses Deve ser identificada e adotada medida mitigadora em prazo não superior a 10 dias.

RECOMENDAÇÃO DO INSPETOR

______________________________________________________________________

<NOME DO RESPONSÁVEL PELO SETOR INSPECIONADO>

______________________________________________________________________

<NOME DO INSPETOR> – INSPCEA No ______

NÃO CONFORMIDADE

NÚMERO CNS-01

<assinatura> <assinatura>

1 2 3 X 4 5

25 / 02 / 2009

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Instruções para preenchimento SETOR INSPECIONADO: Nome ou sigla do setor avaliado da organização inspecionada. Exemplos: Seção MET do GNA-ABC, MET/GNA-ABC, etc. DATA: Data (dd/mm/aa) da formalização da Ficha de Não-Conformidade, com assinatura do INSPCEA e do responsável do setor. NÃO-CONFORMIDADE NÚMERO: Número sequencial atribuído pelo INSPCEA para a não-conformidade, precedido pela abreviatura da área avaliada. Cada área terá sua própria sequência numérica. Exemplos: ANS-01, ANS-02, ANS-03, MET-01, MET-02, CNS-01, CNS-02, CNS-03, CNS-04, etc. PERGUNTAS DO PROTOCOLO (Versão): Transcrição dos números que identificam as perguntas do protocolo que geraram a não-conformidade, precedida pelos caracteres que designam a área da avaliação e precedida pela versão do Protocolo que foi aplicado. Toda não-conformidade deve estar associada a pelo menos uma pergunta do protocolo e uma pergunta não-satisfatória não poderá constar em mais de uma Ficha de Não-Conformidade. Exemplos: ANS 1.001, CNS1.121, MET 6.033, etc. IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL (IS): Indicação do valor do IS, entre 1 e 5, identificado após a aplicação dos procedimentos descritos no Capítulo 10, do MCA 121-2. DESCRIÇÃO DA NÃO-CONFORMIDADE: Texto explicativo gerado pelo INSPCEA que contemple o(s) aspecto(s) abordado(s) pela(s) correspondente(s) pergunta(s) não-satisfatória(s) do protocolo. A redação deve ser clara e concisa, sendo conveniente que seja inicialmente explanado o aspecto positivo encontrado, quando existir, seguindo-se a ressalva que constitui-se na não-conformidade. Exemplo: Embora a Organização possua um Plano de Manutenção Preventivo, o GNA-ABC não realiza a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob a sua responsabilidade. RECOMENDAÇÃO DO INSPETOR: Texto que oriente a ação da organização inspecionada no sentido de eliminar a não-conformidade relatada. Deve-se descrever “o que” deverá ser feito. A identificação de “como” será feito é responsabilidade da organização inspecionada. Deve ser informado o prazo máximo para a correção e a necessidade de aplicação de medida mitigadora, conforme descrito na Tabela 4 do MCA 121-2. Exemplo: O GNA-ABC deverá realizar a manutenção periódica dos equipamentos NAV/COM sob a sua responsabilidade. Prazo máximo para a correção: 6 meses; Prazo máximo para implementação de medida mitigadora: 10 dias.

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ANEXO M – Exemplo do Corpo Principal do Relatório de Inspeção

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ANEXO N – Exemplos de Avaliação do IS

PROBLEMA 1 O Aeródromo SXXX possui, há 10 anos, ligações regulares com 3 aeródromos: SXXY, SXXZ e SXXW. Em todos os 10 anos de operação, as tripulações ao elaborarem seus planos de voos indicam como alternativa, respectivamente, AXXY, AXXZ e AXXW. A Equipe MET do CMA, como o faz há 10 anos, coleta todas as informações meteorológicas sobre os aeródromos SXXY, SXXZ, SXXW, AXXY, AXXZ e AXXW, porém, não tem fornecido à Sala AIS as informações de todos os aeródromos sob a responsabilidade daquele Centro Meteorológico, às vezes, deixando de fornecer as condições do aeródromo TXXX. O aeródromo TXXX está na área de responsabilidade do CMA, porém, como não possui terminal de passageiros, nunca foi utilizado como alternativa pela aviação que se utiliza de SXXX. Uma possibilidade de evento perigoso seria ocorrer alguma condição meteorológica adversa em TXXX que deveria ser de conhecimento de uma tripulação que se dirige à Sala AIS e que não tenha sido divulgada pelo CMA. PASSOS PARA AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL– IS 1º Passo: Listar a sequência de eventos que podem resultar em um evento indesejável.

1. A tripulação de uma aeronave reporta a ocorrência de cortante de vento em TXXX; 2. O CMA não divulga a informação recebida para a Sala AIS; 3. A tripulação de uma aeronave com 3 tripulantes e 45 passageiros planeja voo para SXXY e declarando TXXX como alternativa, inferindo que as condições meteorológicas em TXXX são as mesmas que em SXXY devido a proximidade desses dois aeródromos; 4. SXXY suspende temporariamente as operações e a aeronave segue para a alternativa para aguardar a reabertura de SXXY; 5. Aeronave enfrenta perda de sustentação na final e choca-se com o solo imediatamente antes da cabeceira com perda total e morte de todos os ocupantes.

2º Passo: Determinar o valor da severidade a partir da Tabela 1.

Tendo em vista a ocorrência de destruição da aeronave com morte de seus ocupantes Fs=100.

3º Passo: Determinar o Fator Exposição a partir da Tabela 2.

Um evento perigoso dependeria de uma tripulação optar pela alternativa TXXX, no fechamento de SXXY. Esta situação ocorre muito raramente, não havendo registro de que isso tenha ocorrido nos últimos 5 anos, já que existem as alternativas SXXW e SXXZ usualmente utilizadas. Assim, Fe=0,5.

4º Passo: Determinar o Fator Probabilidade a partir da Tabela 3

Há registros de que no período de 1964 a 1985 ocorreram 26 acidentes que tiveram o windshear como fator contribuinte. Muitas aeronaves já são equipadas com dispositivos que permitem detectar a ocorrência desse fenômeno meteorológico. Além disso, a situação torna-se crítica quando o problema se dá em baixos níveis, na aproximação para o pouso, por exemplo. Tal situação pode ocorrer, porém, é pouco provável o que leva a um Fp=3.

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5º Passo: Obter a Magnitude do Risco a partir do produto dos três Fatores (Fs, Fe e Fp) e identificar o Impacto da Segurança Operacional – IS na Tabela 4.

Magnitude do Risco = 100 x 0,5 x 3 = 150 Com tal valor, na Tabela 4, identifica-se IS = 3, ou seja, é “Médio” o impacto na segurança operacional, requerendo a adoção de medida mitigadora em, no máximo, 72 horas e correção definitiva do problema em, no máximo, 4 meses.

PROBLEMA 2 Os aeródromos SXXX e TXXX estão afastados cerca de 30 km. Apesar da proximidade, existem procedimentos específicos para a operação por instrumento nos dois aeródromos, que permitem o máximo aproveitamento de suas capacidades. No entanto, o procedimento de aproximação para SXXX requer a existência de teto mínimo de 2500 pés na vertical da ATZ José Longo. Quando cancelado este procedimento, o circuito para SXXX e TXXX é único, restringindo a capacidade dos dois aeródromos. O Previsor MET, muito experiente na função e profundo conhecedor das condições da região, faz uso de observação visual das condições atmosféricas, não consultando regularmente os METAR para orientar suas informações quanto ao cancelamento ou liberação dos procedimentos de aproximação por instrumentos. Historicamente, há problemas de teto na vertical da ATZ, apenas, algumas vezes por semana no inverno. Uma possibilidade de evento perigoso seria ocorrer a melhoria das condições que permitisse a liberação do procedimento específico de SXXX e o Previsor, baseando-se em avaliações que não levem em conta informações oficiais, manter o procedimento cancelado, na hora pico dos aeródromos. PASSOS PARA AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL– IS 1º Passo: Listar a sequência de eventos que podem resultar no evento indesejável.

1. Previsor MET cancela procedimento baseado em informação do METAR; 2. Cancelamento do procedimento é mantido até a hora pico de operação em SXXX e TXXX; 3. Novo METAR indica teto acima de 2500 pés na vertical da ATZ José Longo mas Previsor não libera procedimento porque, baseando-se em sua experiência prática, enquanto o Morro do Vasco estiver encoberto o teto na ATZ José Longo seria inferior a 2500 pés; 4. Ocorre grande acúmulo de tráfego e atraso nas operações em SXXX e TXXX.

2º Passo: Determinar o valor da severidade a partir da Tabela 1.

Não risco há segurança operacional. O que ocorre é o comprometimento da regularidade das operações. Assim, Fs=1.

3º Passo: Determinar o Fator Exposição a partir da Tabela 2.

Considerando que o problema ocorre algumas vezes por semana, no período do inverno e que o evento perigoso se dá na hora pico, Fe=5.

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4º Passo: Determinar o Fator Probabilidade a partir da Tabela 3 Uma vez que o Previsor sempre faz uso de sua experiência, prescindindo a consulta aos METAR, trata-se de situação que certamente se repetirá na época do inverno, levando a um Fp=10 (Altamente provável).

5º Passo: Obter a Magnitude do Risco a partir do produto dos três Fatores (Fs, Fe e Fp) e identificar o Impacto na Segurança Operacional – IS na Tabela 4.

Magnitude do Risco = 1 x 5 x 10 = 50 Com tal valor, na Tabela 4, identifica-se IS = 4, ou seja, é “Baixo” o impacto na segurança operacional, requerendo a adoção de medida mitigadora em, no máximo, 10 dias e correção definitiva do problema em, no máximo, 6 meses.

PROBLEMA 3 Em SXXX existem diversos voos regulares destinados a 10 aeroportos. Embora exista um terminal de computador dedicado à consulta de NOTAM pela tripulação, a Sala AIS disponibiliza, antecipadamente, os NOTAM impressos, distribuídos em 10 pastas, uma para cada aeroporto, para facilitar a consulta da tripulação. No entanto, os operadores da Sala AIS estabeleceram uma rotina de atualizar as referidas pastas duas vezes ao dia: no início das operações da Sala, às 8 horas, e no início da tarde, às 13 horas. Uma possibilidade de evento perigoso seria uma tripulação efetuar o planejamento do seu voo sem o conhecimento de informação constante de NOTAM que não foi colocado na pasta correspondente. PASSOS PARA AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL– IS 1º Passo: Listar a sequência de eventos que podem resultar no evento indesejável.

1. Às 10 horas foi expedido um NOTAM, com efeito imediato, notificando que a pista de pouso e decolagem do aeródromo TXXX encontra-se escorregadia quando molhada, devido à existência de coeficiente de atrito abaixo do valor mínimo estabelecido pelas normas em vigor; 2. A tripulação da aeronave KKK, com 3 tripulantes e 29 passageiros, acostumada à facilidade criada pela Sala AIS, consulta, apenas, a pasta dos NOTAM vigentes do TXXX, não utilizando o sistema informatizado; 3. Às 11 horas a tripulação da aeronave KKK planeja seu voo para TXXX e considera, apenas, a informação da existência de chuva leve sobre o aeródromo TXXX, fazendo uso do máximo peso permitido pelas condições naquele aeródromo; 4. Durante o pouso no TXXX a tripulação enfrenta problemas de controle direcional e a aeronave derrapa, sai da pista lateralmente e ocorre o colapso do trem de pouso, danificando a asa esquerda e com derramamento de combustível, gerando incêndio e uma explosão que rompe a parte central da fuselagem. Resulta perda total da aeronave e falecimento de 20 dos 32 ocupantes.

2º Passo: Determinar o valor da severidade a partir da Tabela 1.

Tendo em vista a ocorrência de destruição da aeronave com morte de 20 dos seus ocupantes, Fs=100.

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3º Passo: Determinar o Fator Exposição a partir da Tabela 2. A disponibilização de NOTAM em pastas como facilidade para a tripulação e sua atualização 2 vezes ao dia gera a possibilidade de que a pasta não esteja atualizada em várias horas durante o dia. Com isso, o Fe=10.

4º Passo: Determinar o Fator Probabilidade a partir da Tabela 3

Considerando que é prática comum o procedimento da Sala AIS a ocorrência de acidente dependeria da existência de condições críticas da pista do aeroporto de destino e da perda do controle direcional da aeronave pela tripulação. Reconhecidamente, sabe-se que alguns aeródromos têm dificuldades em realizar os serviços de remoção de borracha, podendo significar, em alguns casos, que o atrito da pista seja comprometido. Adicionalmente, a condição de pista escorregadia precisaria estar conjugada com a existência de condições meteorológicas desfavoráveis. Trata-se de uma situação pouco provável, mas já ocorreu em anos anteriores, sendo o Fp=3.

5º Passo: Obter a Magnitude do Risco a partir do produto dos três Fatores (Fs, Fe e Fp) e identificar o Impacto na Segurança Operacional – IS na Tabela 4.

Magnitude do Risco = 100 x 10 x 3 = 3.000 Com tal valor, na Tabela 4, identifica-se IS = 1, ou seja, é “Inaceitável” o impacto na segurança operacional, requerendo a adoção de medida mitigadora, se não for possível a correção imediata, caso contrário as operações deverão ser suspensas.

PROBLEMA 4 Em uma TW há uma instrução interna que detalha o conteúdo do treinamento a ser ministrado aos controladores que são incorporados a equipe, antes de assumir posições operacionais, entretanto, o treinamento previsto não contempla o fornecimento de todas as informações operacionais específicas do setor, tal como a existência de acordo operacional que restringe a utilização simultânea da pista de táxi paralela e da pista de pouso e decolagem por aeronaves Classe D ou E. Naquele aeroporto, uma vez por semana (às sextas-feiras) existe a proximidade nos horários das operações de uma aeronave Classe E com outra Classe D. Uma possibilidade de evento perigoso seria a TW receber um novo controlador e ministrar seu treinamento, porém, a instrução não contemplar a orientação da existência do mencionado acordo operacional e o controlador, quando na posição operacional, autorizar a operação simultânea. PASSOS PARA AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SEGURANÇA OPERACIONAL– IS 1º Passo: Listar a sequência de eventos que podem resultar no evento indesejável.

1. A aeronave Classe E atrasa sua preparação para o voo e novo horário para decolagem está próximo do pouso da aeronave Classe D. 2. Novo controlador é integrado na equipe de uma TW, porém, o treinamento não contempla orientações sobre a observância do acordo operacional que restringe a utilização simultânea da pista de táxi paralela e da pista de pouso e decolagem por aeronaves classe D ou E. 3. O operador autoriza o taxiamento de uma aeronave classe E após já haver autorizado o pouso de uma outra aeronave classe D. 3. A aeronave no pouso enfrenta problemas de controle direcional e sai lateralmente da pista de pouso, ocorrendo um choque entre as pontas das asas das duas aeronaves.

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4. Ocorre derramamento de combustível de uma das aeronaves e inicia-se um incêndio, seguido de explosão em uma das aeronaves. Resulta perda total de uma aeronave, significativos danos na outra e morte de 5 dos 60 ocupantes da aeronave que efetuava o pouso.

2º Passo: Determinar o valor da severidade a partir da Tabela 1.

Tendo em vista a ocorrência de destruição em uma das aeronaves com morte de 5 dos seus ocupantes e danos significativos na outra, Fs=100.

3º Passo: Determinar o Fator Exposição a partir da Tabela 2.

O Controlador recém incorporado à equipe desconhece o acordo operacional e sempre autorizará a operação simultânea, quando estiver em serviço na TW. No entanto, a coincidência dos dois movimentos (taxi da Classe E e pouso da Classe D) é rara, ocorrendo algums pouquíssimas vezes no ano. Assim, o Fe=1.

4º Passo: Determinar o Fator Probabilidade a partir da Tabela 3

A possibilidade de ocorrer o desvio lateral da aeronave no pouso e seu deslocamento ocorrer de forma a gerar o impacto com uma aeronave no táxi é situação excepcional, que depende do encadeamento de situações raras, por exemplo, incluindo condições meteorológicas adversas e má condição de frenagem da pista. Desta forma, trata-se de situação improvável, sendo o Fp=0,5.

5º Passo: Obter a Magnitude do Risco a partir do produto dos três Fatores (Fs, Fe e Fp) e identificar o Impacto na Segurança Operacional – IS na Tabela 4.

Magnitude do Risco = 100 x 1 x 0,5 = 50 Com tal valor, na Tabela 4, identifica-se IS = 4, ou seja, é “Baixo” o impacto na segurança operacional, requerendo a adoção de medida mitigadora em, no máximo, 10 dias e a correção do problema, no máximo, em 6 meses.

PROBLEMA 5 Uma variação do Problema 4 anterior, considerando que o aeródromo é utilizado pela aviação regular com aeronaves classe C, apenas, e que ocorre, uma vez por semana a operação de uma aeronave cargueira classe D, teríamos mudanças a partir do 3º Passo, já que Fs permaneceria em 100, conforme descrito a seguir: 3º Passo: Determinar o Fator Exposição a partir da Tabela 2.

Não há qualquer referência de que tal situação tenha acontecido, nem há previsão da utilização periódica do aeródromo por aeronaves D e E. Assim, a possibilidade de o Controlador recém incorporado à equipe e que desconhece o acordo operacional autorizar a operação simultânea (evento perigoso) é muito raro e Fe=0,5.

4º Passo: Determinar o Fator Probabilidade a partir da Tabela 3

A possibilidade de ocorrer o desvio lateral da aeronave no pouso e seu deslocamento ocorrer de forma a gerar o impacto com uma aeronave no táxi é situação excepcional, que depende do encadeamento de situações raras, por exemplo, incluindo condições meteorológicas adversas e má condição de frenagem da pista. Desta forma, trata-se de situação improvável, sendo o Fp=0,5.

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5º Passo: Obter a Magnitude do Risco a partir do produto dos três Fatores (Fs, Fe e Fp) e identificar o Impacto na Segurança Operacional – IS na Tabela 4.

Magnitude do Risco = 100 x 0,5 x 0,5 = 25 Com tal valor, na Tabela 4, identifica-se IS = 4, ou seja, é “Baixo” o impacto na segurança operacional, requerendo a adoção de medida mitigadora em, no máximo, 10 dias e a correção do problema, no máximo, em 6 meses.

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ANEXO O – Formulário do TPT INSTRUÇÕES COMPLEMETARES PARA A REALIZAÇÃO DO TPT

Prezado companheiro,

O Formulário do TPT (Anexo O do MCA 121-2) apresenta um roteiro que tem por

objetivo avaliar o candidato que foi aprovado no Curso ANS-001, com vistas à sua habilitação como INPSCEA.

O formulário apresenta, propositalmente, redundâncias que buscam minimizar falhas de entendimento que possam comprometer aspectos julgados fundamentais para se caracterizar um técnico como capaz de realizar as tarefas de Inspetor.

Ademais, estas instruções também têm por objetivo reduzir falhas de entendimento das diferentes partes do formulário, orientando e padronizando o seu preenchimento.

Cabe ser salientado que as presentes instruções complementares e o Formulário do TPT devem ser conhecidos pelo Avaliado e o Avaliador deverá expor seus comentários (debriefing) ao Avaliado, ao final da avaliação, e o posicionamento final do Avaliador sobre o seu desempenho.

Embora seja crucial uma avaliação positiva no transcorrer da Inspeção Local, a aprovação no TPT é ato do Chefe da ASOCEA, baseado nas recomendações do Avaliador e do Coordenador do TPT.

Finalizando, a Coordenação do TPT é exercida pelo Chefe da Divisão de Inspeções da ASOCEA, com base na deliberação do Conselho de Inspetores.

Divisão de Inspeções da ASOCEA

Parte I – TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO (TPT) CHECKLIST Esta primeira parte do Formulário do TPT é de orientação ao Avaliador, devendo o Avaliador apor seu “visto” ao lado de cada aspecto mencionado, após abordá-lo com o Avaliado.

1. Assuntos Administrativos Gerais do TPT a. Explicação geral sobre a condução do TPT

O Avaliador deverá informar ao Avaliado que seu desempenho no treinamento estará sendo observado com vistas ao preenchimento do formulário do TPT. As respostas às perguntas do formulário dependem da observação da expertise e da habilidade do Avaliado, requerendo a comprovação mediante a realização de tarefas específicas que serão atribuídas pelo Avaliador no transcorrer da Inspeção Local. Especialmente, nos contatos com as contrapartes da organização inspecionada, a atuação do Avaliado será supervisionada pelo Avaliador. Entretanto, o Avaliador deverá empregar o Avaliado sem descuidar-se dos objetivos da inspeção, de verificar a atuação da organização inspecionada. Por outro lado, o Avaliado deverá submeter-se, sem questionamentos, às orientações do seu Avaliador no TPT.

b. Acesso às informações – utilização de “Websites”

O Avaliador deverá discorrer sobre os meios pelos quais obteve as informações, modelos e outros documentos para a realização de inspeção.

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O Avaliador deverá assegurar-se de que o Avaliado compreenda como terá acesso às informações necessárias para a realização da Inspeção, bem como sua responsabilidade de não agir passivamente, buscando junto à ASOCEA e através de quaisquer outras fontes coletar tudo que puder ser pertinente para emprego na avaliação da organização inspecionada.

c. Rever o conteúdo da Missão e as ferramentas utilizadas pelo Inspetor Discorrer sobre o escopo da inspeção, seus componentes e respectivas áreas a serem avaliadas. Verificar junto ao Avaliado a consciência de que precisa estar de posse de cada uma das ferramentas que serão empregadas na Inspeção Local: a) Apresentações modelo sugeridas pela ASOCEA (coordenação inicial, abertura e

encerramento da inspeção); b) Protocolo de Inspeção; c) Modelo de Ficha de Não-Conformidade; d) Modelo de Relato de possível infração; e e) Modelo de Ficha de Ação Corretiva.

2. Gerenciador Eletrônico da Inspeção – Sistema Vigilante O Vigilante é o banco de dados dos resultados do processo de inspeção da ASOCEA devendo ser dada total atenção nas informações nele inseridas. O sistema é a ferramenta eletrônica do inspetor para a execução da inspeção local. Os inspetores deverão preencher os Protocolos de Inspeção, as Fichas de Não Conformidades e as Fichas de Críticas através do Sistema Vigilante. Assim como, em caso de análise do PAC, os inspetores deverão validar, conforme aplicável, cada ação corretiva, também através do Sistema Vigilante. O Avaliador deve discorrer sobre os itens 2a, 2b, 2c, 2d, 2e, 2f, 2g e 2h de forma detalhada utilizando-se dos guias dos usuários do Vigilante.

3. Questionário A Reunião de Coordenação Inicial, para orientação de toda a Equipe de Inspeção, já possui um escopo que cobre todos os assuntos deste tópico. Apenas, o Avaliador deverá estar atento à retenção, por parte do Avaliado, das informações transmitidas. Em sua maioria, trata-se de aspectos que já foram apresentados no Curso ANS-001 e sua reapresentação proporciona uma revisão dos pontos principais e uma atualização, em caso de alterações no processo. a. Processo de Inspeção:

- Generalidades Inicia-se pelo conhecimento do amparo legal e regulamentar do processo de inspeção, desde a obrigação do Brasil como signatário da Convenção de Aviação Civil Internacional, passando pelas disposições do Código Brasileiro de Aeronáutica e da ICA 121-10. - Planejamento Deve ser enfatizada a importância da fase de Pré-Inspeção, como a preparação da Equipe de Inspeção para a avaliação da organização inspecionada. O Avaliado deverá estar ciente da importância dessa preparação e da necessidade de se planejar cada evento da fase de Inspeção Local, incluindo o cronograma das atividades dos INSPCEA em cada dia da Inspeção Local.

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- Ferramentas da Inspeção: documentações pertinentes, modelos operacionais, reportes, etc. Discorrer sobre o emprego dessas ferramentas, eliminado eventuais dúvidas porventura existentes no preenchimento dos modelos de documentos e padronizando procedimentos para a inspeção que será realizada.

b. Trabalho da Equipe (Participação na abertura, encerramento e reuniões de coordenação)

Orientar a efetiva participação do Avaliado, com total alinhamento às orientações do Chefe da Equipe de Inspeção. Ressaltar a necessidade de cumprimento de prazos e de comportamento da Equipe de Inspeção como um único corpo, tendo o Chefe de Equipe como elemento aglutinador e de referência das ações da Equipe.

c. Condução da Inspeção:

- Preparação da Inspeção – usando os protocolos e questionários Orientar o estudo prévio de cada pergunta a ser aplicada à organização inspecionada, incluindo o elenco de evidências a serem coletadas para julgamento do INSPCEA sobre o atendimento de cada disposição normativa avaliada. - Abertura Orientação sobre o consenso da Equipe de Inspeção sobre as colocações que fará o Chefe de Equipe na Reunião de Abertura da Inspeção. - Condução – Inspeção e técnica Esclarecimento ao Avaliado sobre o dia-a-dia da Inspeção Local, incluindo o estrito cumprimento dos horários estabelecidos no planejamento da Equipe e o planejamento específico de cada área, de modo a cumprir com a meta de se aplicar na organização inspecionada todas as perguntas aplicáveis do Protocolo de Inspeção. - Encerramento Relembrar ao Avaliado os objetivos da Reunião de Encerramento da Inspeção, não sendo pertinente a discussão sobre as não-conformidades já identificadas e redigidas nas pertinentes Fichas de Não-Conformidades. Focar a atenção do Avaliado na importância de se utilizar a Reunião de Encerramento para esgotar os esclarecimentos para a organização inspecionada sobre suas responsabilidades nas etapas seguintes do processo de inspeção, não deixando dúvidas que possam comprometer as ações de elaboração do Plano de Ações Corretivas e de acompanhamento da implementação deste Plano.

d. Visita na Organização

Ressaltar a importância de se reservar parte do tempo da Inspeção Local para a coleta de evidências analíticas ou observação “in loco” do Inspetor de informações coletadas no escritório com a contraparte. Salientar que alguns itens podem e devem ser corroborados pela observação do Inspetor, ainda que existam documentos que indiquem a conformidade. Entretanto, as visitas devem ser programadas de modo a não comprometer o planejamento estabelecido.

e. Preparação das Fichas de Não-Conformidades e do Relatório de Inspeção:

- Evidências da inspeção e recomendação Orientar o preenchimento das Fichas de Não-Conformidades com estrita observância das orientações contidas no MCA 121-2. Mostrar o conteúdo do modelo do Relatório

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de Inspeção, de responsabilidade do Chefe de Equipe, ainda que não seja tarefa do INSPCEA o exercício dessa função. - Relatório de Inspeção O conhecimento do conteúdo do Relatório de lnspeção ressalta a responsabilidade atribuída ao INSPCEA ao redigir as Fichas de Não-Conformidade e as informações que devem ser transmitidas ao Chefe de Equipe por todos os Inspetores.

4. Outros Comentários Discorrer sobre questões específicas que podem ocorrer nas diferentes inspeções. Variam as condicionantes da atuação do Inspetor em função do porte da organização inspecionada e sua estrutura administrativa. Eventuais situações passadas podem recomendar cuidados adicionais da Equipe de Inspeção, de forma a eliminar a possibilidades da ocorrência de conflitos com as contrapartes que venham a comprometer as avaliações da organização inspecionada ou podem orientar verificações mais criteriosas em aspectos específicos.

Parte II – AVALIAÇÃO Nesta Parte II do Formulário do TPT é que é feita a avaliação propriamente dita do candidato. Instruções gerais sobre seu preenchimento constam da primeira página do formulário.

1. CONHECIMENTO, EXPERIÊNCIA a. Conhecimento dos Anexos da OACI e documentos afins do SISCEAB

Verificar se o Avaliado conhece os documentos da OACI e as normas nacionais aplicáveis às áreas em que atuar. No caso de TPT aplicado para Chefe de Equipe, é preciso que se tenha uma idéia geral desses documentos em todas as áreas dos serviços de navegação aérea.

b. *Experiência na área do SISCEAB

Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá confirmar em contato com o Avaliado a sua experiência, atuando no SISCEAB. A experiência pode estar focada em áreas específicas, que não comprometem a adequabilidade de emprego do Avaliado como Inspetor, porém são informações importantes para a futura definição das áreas em que o mesmo irá atuar.

c. Conhecimentos gerais nas práticas do SISCEAB

O Avaliador deverá observar o conhecimento que demonstra possuir o Avaliado sobre a estrutura do SISCEAB, as relações operacionais, administrativas e sistêmicas dos órgãos que o compõem.

d. *Bom conhecimento na implementação de sistemas, processos e procedimentos na área do SISCEAB

Questão importante a ser avaliada. Na área em que estiver realizando o TPT, o Avaliado deverá demonstrar conhecer os sistemas, processos e outras ferramentas existentes. Não é necessário o perfeito domínio ou minucioso e detalhado conhecimento dessas ferramentas, porém, é preciso que o Avaliado

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demonstre ter condições de poder avaliar o desempenho da organização inspecionada na sua utilização, mediante coleta de evidências documentais ou analíticas.

2. HABILIDADES 2.1. Aplicação das técnicas de inspeção

a. *Maneira como questiona Questão importante a ser avaliada. É fundamental característica que deve demonstrar o Avaliado. Para verificar esta habilidade, o Avaliador deverá iniciar a aplicação do Protocolo, de modo a permitir a observação do Avaliado sobre a abordagem empregada pelo Inspetor em atividade e, a partir de momento previamente estabelecido, o Protocolo passar a ser aplicado pelo Avaliado, sob a supervisão do Avaliador. No entanto, o Avaliado pode possuir formas distintas de atuar, com obtenção dos mesmos resultados desejados. Não se deve impor uma abordagem, já que existem inúmeras formas de se extrair da contraparte as informações necessárias. Contudo, deve-se enfatizar a importância em ouvir a contraparte e em manter a interação focada nos objetivos da inspeção, especialmente, na busca do cumprimento do planejamento estabelecido. O Avaliador deve estar atento à habilidade do Avaliado em contornar situações que possam gerar conflitos e em empregar um vocabulário e expressões apropriadas para o contexto da avaliação e para a manutenção da formalidade da relação INSPCEA X Contraparte. O Avaliador deverá atuar sempre que julgar necessário re-orientar ou complementar as colocações que sejam feitas pelo Avaliado, porém, não se deve gerar situações de discordância entre Avaliador e Avaliado, na presença da contraparte. Caso surja discordância em qualquer momento, o Avaliado deve ter em mente que a responsabilidade pela Inspeção, naquele momento, é do Avaliado, reservando suas colocações para o momento oportuno. Também o Avaliador não deve expor o Avaliado a situações de constrangimento, com sucessivas intervenções. Para isso, o entendimento Avaliador X Avaliado sobre as perguntas que serão aplicadas pelo Avaliado, sua abordagem e evidências a serem coletadas devem ser previamente discutidos.

b. Uso apropriado das questões

Observar se o Avaliado utiliza as questões existentes no Protocolo para alcançar a verificação das disposições normativas a que as mesmas se referem. Deve, ainda, observar a visão crítica do Avaliado quanto a eventuais falhas no Protocolo que devem ser detectadas antes de sua aplicação no provedor de serviços.

c. *Interação com o inspecionado (Habilidade em ouvir as argumentações; explicar e

responder a argumentação, embasadamente; esclarecer a informação recebida; convencer a outra parte que as evidências são objetivas e consistentes) Questão importante a ser avaliada. Observar a capacidade de o Avaliado não consumir mais tempo do que o necessário para expor seu questionamento, deixando sua contraparte em condições de discorrer sobre o tema em análise. No entanto, frequentemente, é preciso agregar esclarecimentos adicionais à pergunta do Protocolo de Inspeção de modo a eliminar

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qualquer possibilidade de duplicidade de entendimento, facilitando a identificação da evidência que deve ser apresentada. Deve, ainda, ser observado a capacidade de o Avaliado convencer a contraparte sobre eventuais divergências de entendimento sobre a pertinência e adequabilidade das evidências apresentadas, fundamentando adequadamente suas colocações, especialmente, quando a evidência apresentada não for suficiente para que a resposta seja julgada satisfatória.

d. *Habilidade para atingir o nível de consenso

Questão importante a ser avaliada. O Avaliado deve demonstrar sua habilidade e expertise em convencer a contraparte quando do surgimento de discordâncias sobre a avaliação feita pelo Inspetor sobre uma determinada questão do Protocolo. É comum a contraparte opor-se a um julgamento desfavorável feito pelo INSPCEA, cabendo ao Inspetor, baseado nas normas em vigor, esclarecer a fragilidade detectada, levando a contraparte a reconhecer o equívoco no seu posicionamento e a pertinência da não-conformidade.

e. Habilidade para ter uma boa compreensão dos documentos utilizados e apresentados

O Avaliador deverá observar o correto entendimento do Avaliado sobre o uso de cada uma das ferramentas do processo de inspeção e seu efetivo emprego nas fases de uma inspeção.

f. *Habilidade para identificar as áreas afetas ao questionário

Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá observar a capacidade do Avaliado em identificar as perguntas aplicáveis à situação, existentes no Protocolo. É indesejável a utilização de perguntas que não são aplicáveis, levando a contraparte a questionar o conhecimento do Inspetor sobre a organização que está sendo inspecionada.

2.2. Uso das ferramentas e documentação

a. Uso de forma apropriada do questionário (seguindo as questões durante a inspeção, exemplificando as evidências, completando os protocolos com informações relevantes) O Avaliado deverá demonstrar o uso oportuno das informações disponíveis no Protocolo e da legislação em vigor, incluindo as referências às disposições da ICA 121-10. Todas as afirmações de um INSPCEA, devem ser fundamentadas.

b. Habilidade em usar o computador e o software usado na inspeção.

Quando for feita a utilização de computadores, deve ser observado o conhecimento e a habilidade com editores de texto eletrônicos.

c. Uso do Gerenciador Eletrônico

Deve ser observado o conhecimento e a habilidade no uso do Vigilante (sistema informatizado das inspeções).

2.3. Reportes (Clareza, Consistência, Objetividade, Qualidade)

a. *Habilidade para identificar as evidências Questão importante a ser avaliada.

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Observar a expertise do Avaliado na identificação das deficiências da organização inspecionada que resultam em não-conformidades, detectadas através da análise das evidências coletadas.

b. *Habilidade para escrever as evidências

Questão importante a ser avaliada. Observar a correção gramatical e a clareza dos textos elaborados pelo Avaliado. Para tanto, o Avaliador deverá atribuir ao Avaliado a redação de Fichas de Não-Conformidades. No caso de TPT para Chefe de Equipe, o Avaliado deverá preparar a minuta do Relatório de Inspeção.

c. *Habilidade para relatar, com o questionário, as evidências relevantes e as

recomendações Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá observar o uso que o Avaliado faz do Protocolo de Inspeção como auxílio na elaboração das Fichas de Não-Conformidades, mediante utilização das perguntas formuladas, nos exemplos de evidências e/ou nas referências normativas. Adicionalmente, deverá também ser observado e estimulado o exercício da crítica pelo Avaliado, mediante preenchimento de sua Ficha de Críticas da Inspeção, com o relato das deficiências que julga existir no processo de inspeção, incluindo suas ferramentas.

2.4. Habilidade na Comunicação

a. *Habilidade para interagir com o ambiente regional (sensibilidade para as diferenças culturais, diplomacia, tato, julgamento, etc.). Questão importante a ser avaliada. Observar a forma como se porta o Avaliado, de acordo com o ambiente em que se encontra. É indispensável a formalidade no trato com a contraparte, enquanto no exercício da função de Inspetor. Há que se ter em conta as características da organização, seus componentes e a necessária cortesia na relação com o inspecionado.

b. *Habilidade para usar as técnicas de comunicação (ouvir sem interromper, clareza

nas intervenções, evitar conflitos em situações gerais) Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deve estar atento à habilidade do Avaliado de bem utilizar as técnicas que auxiliam na comunicação com a contraparte. Eventuais intervenções do Avaliador sobre as ações do Avaliado deverão ser feitas em particular, sem a presença da contraparte.

c. Habilidade para concatenar as idéias no momento da apresentação.

Questão importante a ser avaliada. No caso do TPT para Chefe de Equipe, o Avaliador deverá orientar o Avaliado exercitar a apresentação para Equipe de Inspeção para poder avaliá-lo. As apresentações reais para a organização inspecionada deverão continuar a serem feitas pelo Chefe de Equipe. No caso de TPT para Inspetor de uma dada área, o Avaliador deve inferir a habilidade do Avaliado em apresentações, observando seu comportamento e suas práticas durante as entrevistas com a contraparte.

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3. ATRIBUTOS PESSOAIS a. *Ética na condução (sinceridade, integridade, confidencialidade, discrição)

Questão importante a ser avaliada. O Avaliador, ao final da fase de Inspeção Local, deverá manifestar-se sobre a condita ética do Avaliado durante a avaliação. O respeito profissional, pela competência da organização inspecionada, e o cuidado no tratamento de assuntos sigilosos ou sensíveis devem ser observados.

b. *Amistosidade com imparcialidade

Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá observar a habilidade do Avaliado em conjugar o estabelecimento de uma relação de cortesia com a contraparte, sem comprometimento de suas avaliações.

c. *Honestidade e firmeza Questão importante a ser avaliada. O Avaliado deve ser observado quanto à sua honestidade de propósito e seu compromisso com a verdade dos fatos, expondo toda e qualquer discrepância em relação às normas vigentes.

d. *Objetividade

Questão importante a ser avaliada. O Avaliado deverá ter domínio das ferramentas preconizadas e total submissão aos Princípios do processo de inspeção, atuando incessantemente com foco nas metas estabelecidas.

e. *Observador

Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá verificar a habilidade de o Avaliado saber extrair durante a Inspeção Local todas as informações e dados possíveis para o julgamento das diferentes questões do Protocolo de Inspeção.

f. Aberto a outras idéias

O Avaliador deverá ressaltar ao Avaliado e reorientá-lo quando necessário, sobre a importância de se considerar todas as possibilidades que envolvem as questões, não adotando um comportamento inflexível, baseado em idéias pré-concebidas. É preciso estar sempre atento às possibilidades de que as críticas e diferentes posicionamentos pode proporcionar ajustes no processo de inspeção e nas normas do sistema.

g. *Bom senso

Questão importante a ser avaliada. O Avaliado deve ser observado quanto à sua capacidade em discernir o que pode e o que não pode ser feito em sua atividade durante uma inspeção. O INSPCEA deve demonstrar a capacidade de tomar decisões considerando todos os fatores envolvidos e os riscos decorrentes de suas decisões, estando consciente de que sua decisão pode afetar negativamente a segurança operacional ou impor desnecessário ônus ao inspecionado. O bom senso está, também, intimamente ligado ao Princípio da Razoabilidade.

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h. *Analítico, lógico e consistente Questão importante a ser avaliada. O Avaliador deverá observar a capacidade de análise do Avaliado, especialmente no uso das evidências coletadas e na atuação diante situações imprevistas, baseando suas ações e conclusões em documentos formais, com uso racional dos meios e ferramentas disponíveis.

4. TRABALHO EM GRUPO a. *Trabalho em equipe (Interação com outros membros, trocas de pontos de vista,

contribuição para o trabalho em equipe, cooperação, colaboração e comunicação com outros membros do grupo) É essencial que o Avaliado reconheça a importância do trabalho coordenado da Equipe de Inspeção e na unicidade dos INSPCEA na busca dos objetivos da inspeção, com base nos mesmos princípios e com obediência à liderança do Chefe de Equipe.

b. *Participação nas reuniões e “briefings”

Na Reunião de Coordenação Inicial e na Reunião de Coordenação Final, bem como nas demais reuniões de trabalho da Equipe de Inspeção, o Avaliado deve ser estimulado e observado quanto à sua ativa participação, sempre observando a liderança do Chefe de Equipe.

c. *Habilidades para trabalhar sob “stress” e prazos

O Avaliador deverá observar a habilidade do Avaliado em lidar com situações de potencial conflito com as contrapartes e nas relações com a Equipe de Inspeção, além de orientar suas ações de forma a cumprir com o planejamento estabelecido. Diferentes situações podem onerar o tempo na fase de Inspeção Local e o INSPCEA deve estar atento àquelas que possam comprometer o objetivo de verificar da forma mais abrangente possível a atuação do provedor de serviços.

d. *Habilidade em sua performance como integrante de uma equipe (sinergia)

O Avaliado deve ser observado quanto à sua capacidade em atuar de forma coordenada para o objetivo comum da Equipe de Inspeção, privilegiando o valor do conjunto representado pela Equipe de Inspeção. A participação do Avaliado não deve restringir-se ao cumprimento das tarefas que lhe forem atribuídas mas, também, em sua ativa participação na colaboração do atendimento dos objetivos de cada Inspetor e de toda a equipe.

Parte III - RECOMENDAÇÕES DO AVALIADOR DO TPT Nesta Parte do Formulário do TPT são lançados as recomendações do Avaliador do TPT, bem como registrada a interação entre Avaliador e Avaliado, mediante assinaturas. 1. Recomendações do Avaliador do TPT:

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O Avaliador deverá marcar a opção que sintetiza o resultado de sua avaliação global sobre o Avaliado. Não poderá ser feita a marcação de mais de uma opção.

2. Áreas nas quais necessita de treinamento adicional

No espaço correspondente, o Avaliador deverá registrar, se aplicável, em que área (ou aspectos) é recomendável prover treinamento adicional ao Avaliado. O Avaliador somente deverá preencher este campo caso não tenha feito a marcação da opção “Qualificado a ser Inspetor”.

3. Avaliador do TPT:

Neste campo o Avaliador deverá sintetizar seu parecer final sobre o Avaliado e confirmar a realização do “debriefing” com o Avaliado. Deve, ainda, ser o Formulário assinado pelo Avaliador e pelo Avaliado, após o seu preenchimento completo.

Parte IV – DELIBERAÇÃO DA ASOCEA 1. Coordenador do TPT:

O Coordenador do TPT é o Chefe da Divisão de Inspeções da ASOCEA, que efetuará os registros pertinentes no formulário de acordo com a deliberação do Conselho de Inspetores.

2. Decisão do Chefe da ASOCEA

Campo destinado à manifestação final do Chefe da ASOCEA, após pareceres do Avaliador e do Coordenador do TPT.

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INSPEÇÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO (TPT)

Avaliador do TPT :________________________

Avaliado: _______________________________

Local Inspecionado: ___________________

Período da Inspeção: __________________

O propósito do TPT é fornecer uma perspectiva aos Inspetores, através de um treinamento prático, de como se processa a inspeção e um aperfeiçoamento na identificação de não-conformidades, bem como na confecção de suas recomendações e conclusões.

Este formulário está dividido em 4 partes:

- Parte I: Lista de verificação para ser utilizada como referência, a fim de garantir uma harmonização do treinamento fornecido com a inspeção efetiva;

- Parte II: Formulário de avaliação a ser preenchido pelo avaliador do TPT;

- ParteIII: Recomendações do avaliador e do coordenador do TPT; e

- Parte IV: Parecer do Chefe da ASOCEA

A Parte II, que versa a respeito da performance do avaliado, deverá ser preenchida pelo avaliador do TPT, utilizando as seguintes orientações:

- Colocar um X na coluna “S” se a avaliação for satisfatória;

- Colocar um X na coluna “N” se a avaliação for não satisfatória;

- Utilizar a coluna de comentários para indicar alguma observação relevante;

- O item marcado com asterisco é considerado muito importante; qualquer item deste marcado com “N” poderá desqualificar o avaliado para a obtenção da habilitação como INSPCEA;

- O grau “N” poderá indicar a necessidade de um treinamento adicional ou a realização de novo TPT, compulsando, neste caso, na coluna de “comentários”, as ações recomendadas (treinamento adicional, avaliação em próxima atividade, revisão das instruções, etc);

- Indicar na coluna de “comentários”, ou na Parte III, as áreas onde o avaliado do TPT foi além dos padrões exigidos.

O avaliado TPT deverá demonstrar que o nível de conhecimento, habilidade, perícia, atributos pessoais e trabalho em equipe são adequados para atingir o objetivo da missão de inspeção. Ao final da inspeção, é essencial que o avaliador forneça ao avaliado TPT uma explanação sobre seu desempenho, que deverá conter:

- Performance geral durante a inspeção;

- Progresso durante a inspeção;

- Aspectos satisfatórios, que não comprometem a avaliação, mas que podem ser aperfeiçoados; e

- Deficiências identificadas.

As questões que não forem aplicáveis ao TPT devem ser indicadas pela marcação “NA” no campo “Comentários”.

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Parte I – TREINAMENTO NO POSTO DE TRABALHO (TPT) CHECKLIST

Item A ser revisado com o Avaliado TPT Visto

1 Assuntos Administrativos Gerais do TPT a. Explicação geral sobre a condução do TPT b. Acesso às informações – utilização de “Websites” c. Rever o conteúdo da Missão e as ferramentas utilizadas pelo Inspetor

2 Gerenciador Eletrônico da Inspeção – Sistema Vigilante a. Aplicação do Protocolo

b. Abertura de uma Não Conformidade c. Preenchimento e impressão de uma Ficha de Não Conformidade d. Inserção de uma evidência de uma Ficha de Não Conformidade e. Preenchimento e impressão do Relatório de Inspeção (Chefe de Equipe) f. Preenchimento de uma Ficha de Crítica g. Validação do Plano de Ações Corretivas (PAC) anterior h. Resolver problemas

3 Questionário a. Processo de Inspeção: - Generalidades - Planejamento

- Ferramentas da Inspeção: documentações pertinentes, modelos operacionais,

reportes, etc.

b. Trabalho da Equipe (Participação na abertura, encerramento e reuniões de coordenação)

c. Condução da Inspeção: - Preparação da Inspeção – usando os protocolos e questionários - Abertura - Condução – Inspeção e técnica - Encerramento

d. Visita na Organização e. Preparação das Fichas de Não-Conformidades e do Relatório de Inspeção: - Evidências da inspeção e recomendação - Relatório final de inspeção

4 Outros Comentários

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Parte II – AVALIAÇÃO

Item Avaliação Comentários

1. CONHECIMENTO, EXPERIÊNCIA S N

a. Conhecimento dos Anexos da OACI e documentos afins do SISCEAB

b. *Experiência na área do SISCEAB

c. Conhecimentos gerais nas práticas do SISCEAB

d. *Bom conhecimento na implementação de sistemas, processos e procedimentos na área do SISCEAB

2. HABILIDADES S N 2.1. Aplicação das técnicas de inspeção

a. *Maneira como questiona

b. Uso apropriado das questões

c. *Interação com o inspecionado (Habilidade em ouvir as argumentações; explicar e responder a argumentação, embasadamente; esclarecer a informação recebida; convencer a outra parte que as evidências são objetivas e consistentes)

d. *Habilidade para atingir o nível de consenso

e. Habilidade para ter uma boa compreensão dos documentos utilizados e apresentados

f. *Habilidade para identificar as áreas afetas ao questionário

2.2. Uso das ferramentas e documentação a. Uso de forma apropriada do questionário

(seguindo as questões durante a inspeção, exemplificando as evidências, completando os protocolos com informações relevantes)

b. Habilidade em usar o computador e o software usado na inspeção.

c. Uso do Gerenciador Eletrônico – Sistema Vigilante

2.3. Reportes (Clareza, Consistência, Objetividade, Qualidade)

a. *Habilidade para identificar as evidências

b. *Habilidade para escrever as evidências

c. *Habilidade para relatar, com o questionário, as evidências relevantes e as recomendações

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Continuação da Parte II – AVALIAÇÃO

Item Avaliação Comentários

2.4. Habilidade na Comunicação

a. *Habilidade para interagir com o ambiente regional (sensibilidade para as diferenças culturais, diplomacia, tato, julgamento, etc.).

b. *Habilidade para usar as técnicas de comunicação (ouvir sem interromper, clareza nas intervenções, evitar conflitos em situações gerais)

c. Habilidade para concatenar as idéias no momento da apresentação.

3. ATRIBUTOS PESSOAIS S N

a.*Ética na condução (sinceridade, integridade, confidencialidade, discrição)

b.* Amistosidade com imparcialidade

c.*Honestidade e firmeza

d.*Objetividade

e.*Observador

f.Aberto a outras idéias

g.*Bom senso

h.*Analítico, lógico e consistente

4. TRABALHO EM GRUPO S N a. * Trabalho em equipe (Interação com outros

membros, trocas de pontos de vista, contribuição para o trabalho em equipe, cooperação, colaboração e comunicação com outros membros do grupo)

b. *Participação nas reuniões e “briefings”

c. *Habilidades para trabalhar sob “stress” e prazos

d. *Habilidade em sua performance como integrante de uma equipe (sinergia)

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Parte III - RECOMENDAÇÕES DO AVALIADOR

1. Recomendações do Avaliador do TPT:

� Qualificado a ser Inspetor

� Necessita de TPT adicional (especificar as áreas de deficiências baseado na avaliação da Parte II)

� Necessita de um treinamento adicional antes da próxima inspeção (especificar as áreas de deficiências baseado na avaliação da Parte II)

� Não deverá ser utilizado como Inspetor (especificar as áreas de deficiências baseado na avaliação da Parte II)

2. Áreas nas quais necessita de treinamento adicional:

3. AVALIADOR DO TPT:

Observações:

O TPT foi realizado e, ao final, foi realizado o debriefing acerca do desempenho do Avalaido, suas deficiências e apresentadas as observações para o seu aperfeiçoamento? � Sim � Não

Assinaturas:____________________________ _________________________ Data:____/____/_______ Avaliador do TPT Avaliado

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Parte IV – DELIBERAÇÃO DA ASOCEA

1 PARECER DO COORDENADOR DO TPT:

Observações:

Assinatura: _______________________________ Data: :______/______/_______ Coordenador do TPT 2. DECISÃO DO CHEFE DA ASOCEA:

� Deverá ser aprovado como Inspetor.

� Deverá ser agendado um TPT adicional.

� Deverá ser fornecido um treinamento adicional antes do próximo TPT.

� Não deverá ser aprovado para Inspetor.

Observações:

Assinatura: ________________________________ Data: ______/______/_______ Chefe da ASOCEA

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ÍNDICE

Elementos Críticos, 3.1 Evidências, 8.4 Fator,

Severidade, 11.2 Exposição, 11.3 Probabilidade, 11.4

Ficha de Não-Conformidade, 9 Impacto na Segurança Operacional, 11.5 INSPCEA,

Capacitação, 14.2 Formação, 14.1 Reciclagem, 14.3 TPT, 14.3

Inspeção, Regular, 5 Sistêmica, 6

Notificação, 12 Plano Anual de Inspeções, 4.1 Plano de Ações Corretivas,

da Inspeção Regular, 5.3.1 da Inspeção Sistêmica, 6.3.1

Princípios, eficiência, 2.2.20 impessoalidade, 2.2.6 legalidade, 2.2.2 moralidade, 2.2.11 oportunidade, 2.2.24 publicidade, 2.2.16 razoabilidade, 2.2.25

Protocolos de Inspeção, 8 Relato do INSPCEA, 12.2 Relatório da Inspeção,

Regular, 10.1 Sistêmica, 10.2 de Seguimento, 10.3