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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA
1º Ten Gabriel Thomé Brochado
Aluno Thadeu Laranja Aires
AVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE DECLIVIDADE
ORIGINADAS DO MODELO SRTM
Rio de Janeiro
2008
2
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
1º Ten Gabriel Thomé Brochado
Aluno Thadeu Laranja Aires
AVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE DECLIVIDADE
ORIGINADAS DO MODELO SRTM
Projeto de Fim de Curso apresentado ao Curso de
Graduação em Engenharia Cartográfica no Instituto Militar
de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do
título de Graduado em Engenharia Cartográfica.
Orientador: Maj José Wilson Cavalcante Parente Junior - M.C.
Rio de Janeiro
2008
3
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
1º Ten Gabriel Thomé Brochado
Aluno Thadeu Laranja Aires
AVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE DECLIVIDADE ORIGINADAS DO MODELO SRTM
Projeto de Fim de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia
Cartográfica no Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a
obtenção do título de Graduado em Engenharia Cartográfica.
Orientador: Maj José Wilson Cavalcante Parente Junior - M.C.
Aprovada em __ de _______ de 2008 pela seguinte Banca Examinadora:
____________________________________________________________________ Maj José Wilson Cavalcante Parente Junior - M.C.
____________________________________________________________________ Prof. Leonardo Castro de Oliveira - D.E.
____________________________________________________________________ Cap Francisco Roberto da Rocha Gomes - M.C.
____________________________________________________________________ Cap Marcos de Meneses Rocha - M.C.
Rio de Janeiro
2008
4
"Sejam quais forem os resultados, com êxito ou não, o importante
é que no final cada um possa dizer: ‘Fiz o que pude’."
LOUIS PASTEUR
5
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ..........................................................................................6
LISTA DE TABELAS....................................................................................................8
RESUMO.....................................................................................................................9
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................10
1.1 OBJETIVO................................................................................................... 10
1.2 MOTIVAÇÃO............................................................................................... 10
1.3 POSICIONAMENTO.................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................13
2.1 MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÕES (MDE) .............................................. 13
2.2 DECLIVIDADE............................................................................................. 15
2.3 SRTM .......................................................................................................... 18
3 METODOLOGIA.................................................................................................20
3.1 AQUISIÇÃO DOS DADOS .......................................................................... 20
3.1.1 IMAGEM DO SRTM.............................................................................. 21
3.1.2 MDE DO IBGE ...................................................................................... 23
3.1.3 CARTAS DO MAPEAMENTO SISTEMÁTICO ..................................... 25
3.1.4 MALHA RODOVIÁRIA .......................................................................... 26
3.2 PREPARAÇÃO DOS DADOS ..................................................................... 27
3.3 EXTRAÇÃO DAS DECLIVIDADES (MDE).................................................. 33
3.4 EXTRAÇÃO DAS DECLIVIDADES (CARTAS) ........................................... 36
4 RESULTADOS ...................................................................................................38
4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................. 38
4.2 ANÁLISE DAS CLASSIFICAÇÕES ............................................................. 39
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................45
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................47
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG 2.1 - Matriz de pixels e sua associação com as altitudes do terreno
representado. ............................................................................................................13
FIG 2.2 - Imagens representando altitudes em diferentes esquemas de cores.........14
FIG 2.3 - Modelo Digital de Elevações ......................................................................14
FIG 2.4 - Declividade.................................................................................................15
FIG 2.5 - Direção da declividade ...............................................................................16
FIG 2.6 - Declividade no ponto P...............................................................................16
FIG 2.7 - Declividade.................................................................................................17
FIG 2.8 - Esquema das antenas SRTM.....................................................................19
FIG 3.1 - Etapas da Metodologia...............................................................................20
FIG 3.2 - Menu Quadriculado com a Imagem Destacada..........................................21
FIG 3.3 - Imagem SF-23-Z-B.....................................................................................22
FIG 3.4 - Imagem SC-24-Z-C ....................................................................................22
FIG 3.5 - Posicionamento das imagens no mapa do Brasil .......................................23
FIG 3.6 - Posições dos MDE e Borda do Fuso..........................................................24
FIG 3.7 - Posições dos MDE em relação ao Brasil....................................................24
FIG 3.8 - Cartas 17924 (Itapicuru) e 27154 (Itaipava) ...............................................25
FIG 3.9 - Malha Rodoviária........................................................................................26
FIG 3.10 - Levantamentos Ecoplan e Threetek, respectivamente.............................27
FIG 3.11 - Interface: Função Projetar Raster.............................................................28
FIG 3.12 - Mapa-Índice..............................................................................................29
FIG 3.13 - Interface: Criação do Mosaico..................................................................29
FIG 3.14 - Mosaico ....................................................................................................30
FIG 3.15 - Interface: Função Projetar Feição ............................................................31
FIG 3.16 - Interface: Propriedades do “data frame” Camadas...................................32
FIG 3.17 - Interface: Fragmentação da Malha...........................................................33
FIG 3.18 - Interface: Criação do arquivo contendo os vértices da linha ....................34
FIG 3.19 - Extração da Altura ....................................................................................34
FIG 3.20 - Extrato da tabela de atributos...................................................................35
FIG 3.21 - Interface: RDBMerge Add-in.....................................................................36
FIG 3.22 - Extração da declividade nas cartas topográficas......................................37
7
FIG 4.1 - Distribuição das classes de declividade na região 1 ..................................40
FIG 4.2 - Distribuição das classes de declividade na região 2 ..................................41
FIG 4.3 - Distribuição das classes de declividade na região 3 ..................................41
FIG 4.4 - Amplitude da diferença para a região 1......................................................42
FIG 4.5 - Amplitude da diferença para a região 2......................................................43
FIG 4.6 - Amplitude da diferença para a região 3......................................................43
8
LISTA DE TABELAS
TAB 2.1 - Classes de Declividade do Terreno...........................................................18
TAB 4.1 - Média das declividades .............................................................................38
TAB 4.2 - Desvio-Padrão das declividades ...............................................................39
TAB 4.4 - Códigos das classes de declividade..........................................................40
9
RESUMO
Com o intuito de fomentar a utilização de dados de declividade gerados a partir
de MDE (Modelos Digitais de Elevação) do SRTM (Shuttle Radar Topography
MIssion), este trabalho se propôs a compará-los com dados mais acurados, oriundos
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), gerando um parecer técnico
contendo diretrizes norteadoras de um melhor aproveitamento de suas
potencialidades. Para tal foram selecionadas três regiões geomorfologicamente
distintas, de onde a declividade dos eixos rodoviários foi extraída a partir de ambas
as fontes: SRTM e IBGE. Os resultados obtidos foram destrinchados com auxílio de
ferramentas gráficas e estatísticas, permitindo-se concluir a respeito da eficácia do
emprego dos dados SRTM para aplicação em planejamento estratégico de infra-
estrutura de transporte
10
1 INTRODUÇÃO
O Brasil vive atualmente, em virtude do crescimento acelerado da economia,
uma fase propícia ao desenvolvimento, apresentando muitos indicadores que lhe
prometem um futuro promissor. Porém, diversos aspectos da infra-estrutura nacional
permanecem incompatíveis com um país de dimensões continentais, retardando o
processo de expansão econômica. A área de transportes, por exemplo, primordial
para o escoamento de minérios e produção agrícola, é uma das mais carentes.
Felizmente tem sido elaborados planos governamentais visando uma otimização da
infra-estrutura de transporte nacional. A complexidade de planejamentos com este
propósito exige que seja considerada toda uma gama de variáveis fÍsicas,
econômicas e sociais em sua concepção. Uma variável relevante em planejamentos
sobre o modal rodoviário é a declividade.
1.1 OBJETIVO
Avaliar as informações de declividade geradas a partir do processamento de
dados da SRTM (Shuttle Radar Topography Mission).
1.2 MOTIVAÇÃO
Havia a intenção de se realizar um projeto que atendesse a necessidades reais
de um problema de engenharia, onde a especialidade de cartografia fosse aplicada
como meio de solução, de forma que o resultado do trabalho fosse uma colaboração
factível ao problema abordado.
Partindo-se desta premissa, foi feito um contato com o CENTRAN (Centro de
Excelência em Engenharia de Transportes) para sondar as necessidades deste
órgão no que diz respeito à engenharia cartográfica, buscando-se nelas um
problema que, respeitando a dimensão de um projeto de final de curso, pudesse ser
11
solucionado neste trabalho.
Foi proposta, então, a realização de uma avaliação do uso de dados SRTM para
a extração da declividade de eixos rodoviários, já que esta ferramenta vinha sendo
utilizada em alguns trabalhos de planejamento de transporte, porém sem uma
apreciação cartográfica das reais possibilidades de seu emprego.
A oportunidade de efetuar esta validação, com o intento de expandir e regular o
uso de dados SRTM na engenharia de transporte, envolvendo uma questão
primordial para a mesma, como é a declividade, serviu de estímulo e motivação para
a execução deste trabalho, uma vez que o grupo se fez ciente da sua importância
em um contexto nacional.
1.3 POSICIONAMENTO
Este trabalho se afina com o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT)
no que tange ao suprimento de dados necessários para alcançar as metas que este
prima.
“Um primeiro e fundamental objetivo do PNLT é a retomada do processo de planejamento no Setor de Transporte, dotando-o de uma estrutura permanente de gestão e perenização deste processo, com base em um sistema de informações georreferenciadas contendo todos os principais dados de interesse do setor...”
(PNLT, 2007).
Dentro deste conjunto de informações é de relevante importância a
declividade do terreno, a qual compõe, juntamente com outras variáveis, o cálculo
dos níveis de serviço das principais rodovias federais. Resulta deste cálculo a
classificação das condições de operação da rodovia estudada, em seis níveis
denotados pelas letras A, B, C, D, E, F; onde a qualidade do serviço oferecido
diminui de A para F (ROESS et al,1998). Portanto, a declividade está correlacionada
com o planejamento da logística e do transporte em âmbito nacional.
12
A extração da declividade média foi feita a partir de dados SRTM no projeto
denominado Desenvolvimento de Plano de Transporte, que é um plano de
proposições de investimentos complementar ao PNLT, realizado pelo CENTRAN em
2007. Dessa forma, foi estimado um valor para cada trecho e inserida esta
informação na rede rodoviária para a utilização na metodologia empregada no Plano
de Investimentos. Porém, não houve uma avaliação da precisão desses dados de
declividade, suas capacidades e limitações para sua aplicação na questão vigente
de transportes, como é proposto neste projeto de final de curso.
Este Projeto Final de Curso, portanto, pretende preencher esta lacuna,
visando que os dados de declividade extraídos a partir dos MDE (Modelos Digitais
de Elevação) disponibilizados pelo SRTM possam ser utilizados de uma forma
controlada e consciente, e que a gratuidade e facilidade de acesso características
desse material possibilitem uma maior abrangência do uso destas informações; pelo
CENTRAN e de uma maneira geral na comunidade.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÕES (MDE)
Um MDE é uma representação numérica das altitudes do terreno a ser
representado. (BRITO & COELHO, 2002). Pode apresentar-se de duas formas: num
arquivo matricial (distribuição uniforme dos dados) ou numa rede irregular de pontos.
Neste trabalho serão utilizados apenas arquivos matriciais.
Num arquivo deste tipo, primeiramente se associa a cada pixel um número,
correspondente à altitude do ponto representado pelo centro do pixel, como ilustra a
FIG 2.1:
FIG 2.1 - Matriz de pixels e sua associação com as altitudes do terreno
representado.
Em seguida, há a possibilidade de visualização desses dados na forma de uma
imagem. Para isso, basta que ocorra uma vinculação dos valores das altitudes a
uma escala de cores. A FIG 2.2 ilustra este processo vinculando as altitudes
mostradas na FIG 2.1 a dois diferentes esquemas de cores:
14
FIG 2.2 - Imagens representando altitudes em diferentes esquemas de cores
A FIG 2.3 representa uma imagem de um MDE, num esquema de cores
variando do azul (baixas altitudes) ao vermelho (altas altitudes):
FIG 2.3 - Modelo Digital de Elevações (ABER, 2008)
Um MDE possui diversas utilidades, sendo uma delas a possibilidade de análise
da declividade do relevo.
15
2.2 DECLIVIDADE
A declividade é caracterizada pela máxima inclinação (ângulo vertical) de um
plano tangente a um ponto na superfície do terreno, em relação ao horizonte.
(EVANS, 1972 apud SANT’ANNA et al., 2007). Este conceito é ilustrado na FIG 2.4:
FIG 2.4 - Declividade
Ao considerar-se a altitude do terreno como uma função das coordenadas x e y,
ou seja, h(x,y), a inclinação numa determinada direção pode ser dada pela derivada
de h(x,y) naquela direção.
Logo, a declividade é o valor máximo da derivada da função h(x,y) num ponto.
Este máximo se dá numa direção perpendicular à curva de nível que passa pelo
ponto. (APOSTOL, 1969)
Este fato é exemplificado na FIG 2.5, onde se mostra em vermelho a direção de
máxima inclinação num ponto P. As curvas de nível são mostradas em preto
16
FIG 2.5 - Direção da declividade
A FIG 2.6 mostra o perfil do terreno ao longo da linha vermelha da FIG 2.5 e
ilustra o conceito de declividade no ponto P.
FIG 2.6 - Declividade no ponto P
A declividade é expressa usualmente em graus ou em percentual, seguindo as
formulações abaixo, de acordo com a FIG 2.7. (IBGE, 2007).
17
FIG 2.7 - Declividade (IBGE, 2007)
Declividade em graus:
Declividade em percentual:
As diversas declividades do terreno podem ser divididas em classes definidas
através de intervalos para seus valores, que podem ser moldadas às necessidades
que se apresentem. Usualmente empregam-se 5 (cinco) ou 6 (seis) classes para
atendê-las. Mediante a definição de uma classificação é possível gerar mapas de
declividade, permitindo a visualização dos padrões espaciais deste fator e também o
seu emprego em SIG. A TAB 2.1 demonstra um exemplo de classificação de
declividade.
Δz
α ΔH
18
TAB 2.1 - Classes de Declividade do Terreno
(SILVA et al.,1999 apud CENTRAN,2007)
2.3 SRTM
A Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), que voou a bordo da Endeavour
em fevereiro de 2000 e foi um projeto conjunto da NASA (National Aeronautics and
Space Administration), e da NGA (National Geospatial-Intelligence Agency), teve por
objetivo adquirir um MDE de todas as terras emersas entre as latitudes de 60ºN e
56ºS, o que corresponde a 80% da superfície seca do planeta. Em termos
quantitativos, os dados SRTM foram amostrados sobre um grid de 90m x 90m e
possuem um erro vertical absoluto de menos de 16m (JPL - JET PROPULSION
LABORATORY, 2007).
A SRTM utilizou dois sensores radar do tipo SAR (Synthetic Aperture Radar), um
sistema na banda C (comprimento de onda de 5,6 cm) e um na banda X
(comprimento de onda de 3,1 cm). O objetivo do radar na banda C foi de gerar o
mapeamento contínuo objetivado pela missão. Já a banda X gerou faixas discretas
de imageamento de 50 km de largura. O radar X foi incluído como uma
demonstração experimental. Por possuir melhore resolução espacial e relação sinal-
ruído que o radar C, pôde ser usado também para resolver problemas de
processamento na banda C e atuar como controle de qualidade (JPL, 2007).
Para operações de interferometria (processo pelo qual se extrai a altimetria com
sensores radar), cada um dos dois radares SRTM foi equipado com uma segunda
antena receptora, além da antena principal emissora/receptora situada no corpo
principal da nave. As antenas suplementares foram posicionadas no fim de um
mastro retrátil de 60m de comprimento (JPL, 2007).
Declividade (graus) Relevo Associado
0-3 plano
3-8 suave ondulado
8-20 ondulado
20-45 forte ondulado
>45 montanhoso
20
3 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida consistiu, em suma, na extração de dois valores de
declividade (um a partir dos MDE do IBGE e outro do MDE do SRTM) para
determinados trechos de rodovias. Com posse desse par de valores para cada
trecho, realizou-se a análise dos resultados, onde, pela observação de médias,
desvios-padrão e gráficos, pôde-se tecer um parecer técnico sobre a utilização de
dados SRTM para extração de declividades de eixos rodoviários. As etapas
desempenhadas para a geração dos resultados estão evidenciadas na FIG 3.1.
FIG 3.1 - Etapas da Metodologia
3.1 AQUISIÇÃO DOS DADOS
Para a execução do projeto foram utilizados:
03 (três) Imagens do SRTM,
73 (setenta e três) MDE do IBGE,
02 (dois) Cartas Topográficas de Mapeamento Sistemático
21
01 (uma) Malha Rodoviária do Brasil.
3.1.1 IMAGEM DO SRTM
A primeira imagem utilizada pertence à quarta versão dos dados SRTM
processados por JARVIS et al (2007). Foi adquirida no sítio http://srtm.csi.cgiar.org/
do CGIAR-CSI (Consortium for Spatial Information of the Consultative Group for
International Agricultural Research) em formato Geotiff, enquadrando a região
delimitada pelas latitudes de 15 a 20 graus sul e 45 a 50 graus oeste, em datum
WGS84 (World Geographic System 1984). Visualiza-se na FIG 3.1 um extrato do
menu de seleção do site citado, onde está destacada no quadriculado a imagem em
questão; e na FIG 3.2 uma miniatura da mesma.
FIG 3.2 - Menu Quadriculado com a Imagem Destacada (JARVIS et al., 2007)
As outras duas imagens foram utilizadas paralelamente à primeira, por
problemas na aquisição, junto ao CGIAR-CSI, dos dados SRTM relativos às outras
regiões de interesse.
As imagens foram adquiridas no sítio http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br, da
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Elas enquadram cada
22
qual a região delimitada pela carta 1:250000 da qual herdam suas nomenclaturas e
estão em datum WGS84. São elas:
SF-23-Z-B
SC-24-Z-C
As FIG 3.3 e FIG 3.4 mostram um extrato do menu de seleção do sítio
mencionado juntamente com uma miniatura de cada imagem; a FIG 3.5 ilustra o
posicionamento de ambas no mapa do Brasil.
FIG 3.3 - Imagem SF-23-Z-B (Adaptado de http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br)
FIG 3.4 - Imagem SC-24-Z-C (Adaptado de http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br)
23
FIG 3.5 - Posicionamento das imagens no mapa do Brasil
3.1.2 MDE DO IBGE
Os 73 (setenta e três) MDE foram adquiridos através do sítio do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) pelo caminho ftp://geoftp.ibge.gov.br/MDE/.
São imagens em formato TIF e cada um deles se refere a uma carta 1:50000 do
mapeamento sistemático de mesma nomenclatura (Mapa Índice).
O tamanho da célula para 09 (nove) destes MDE é de 40 (quarenta) metros
(MDE de nomenclaturas 23674, 23772, 23781, 24514, 24534, 24872, 24881, 24882,
25641) e para os 64 (sessenta e quatro) restantes é de 20 (vinte) metros.
As coordenadas dos MDE estão em sistema UTM e como a região coberta pelos
MDE intersecta a borda dos fusos 22 (vinte e dois) e 23 (vinte e três) sul, foi
necessário identificar individualmente, utilizando o mapa índice, o fuso de cada MDE
para que este fosse posicionado corretamente.
Na FIG 3.6 identifica-se a posição dos MDE de tamanho da célula igual a 20
24
(vinte) metros, de tamanho da célula igual a 40 (quarenta) metros e a borda de fuso
citada no parágrafo anterior. A FIG 3.7 mostra a posição da área coberta pelos MDE
em relação ao Brasil.
FIG 3.6 - Posições dos MDE e Borda do Fuso
FIG 3.7 - Posições dos MDE em relação ao Brasil
25
3.1.3 CARTAS DO MAPEAMENTO SISTEMÁTICO
Foram utilizadas as seguintes cartas topográficas vetorizadas, de escala
1:50000, segundo o mapa-índice do mapeamento sistemático: 17924 (Itapicuru) e
27154 (Itaipava). Ambas foram adquiridas no sítio
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/topograficos/topo50/vetor do IBGE. A FIG 3.8 exibe
miniaturas de cada carta.
FIG 3.8 - Cartas 17924 (Itapicuru) e 27154 (Itaipava)
Visando a simplificação do entendimento dos dados, utilizar-se-á a seguinte
notação para as regiões estudadas:
Região 1: Região coberta pelos MDE do IBGE, situa-se no chamado
Triângulo Mineiro, no Planalto Central da Bacia do Paraná.(IBGE)
Região 2: Situada no estado do Rio de Janeiro, na Serra do Mar,
corresponde à área representada na carta Itaipava.
Região 3: Área contida na carta Itapicuru, localiza-se na Bahia, próxima à
divisa com Sergipe. Seu relevo é descrito como Tabuleiro Interiorano
(IBGE), e é formado por baixas altitudes.
26
3.1.4 MALHA RODOVIÁRIA
A malha rodoviária foi concedida, em formato shapefile pelo CENTRAN para que
a avaliação proposta pelo projeto fosse executada sobre os mesmos dados
rodoviários empregados por este órgão nos planejamentos de infra-estrutura de
transporte.
FIG 3.9 - Malha Rodoviária
Esta malha é uma composição de levantamentos feitos por diferentes empresas
ou órgãos (Centran, Ecoplan, Gisplan, Sistema Estadual de Estatística e de
Informações Geográficas de Goiás, Sistema de Vigilância da Amazônia, Threetek), e
está dividida em trechos preconizados pelo PNV (Plano Nacional de Viação),
constando a cada um destes informações sobre:
código do PNV,
rodovia a qual pertencem,
tipo de pavimentação,
quilômetros inicial e final,
27
jurisdição,
executor do levantamento,
informações adicionais.
FIG 3.10 - Levantamentos Ecoplan e Threetek, respectivamente.
Pela falta de uniformidade nos métodos de levantamento da malha não é
possível atribuir a ela uma precisão posicional única para todo o conjunto de dados.
3.2 PREPARAÇÃO DOS DADOS
A preparação dos dados consistiu principalmente em compatibilizá-los com o
datum SAD69 (South American Datum 1969) e projetá-los para sistema de
projeções UTM (Universal Transverse Mercator). Este sistema de projeções foi
escolhido para o desenvolvimento do projeto, pois nele é possível trabalhar
diretamente em sistema métrico. Realizou-se, também, a fragmentação da malha
rodoviária na área coberta pelos MDE do IBGE e a mosaicagem desses últimos. O
programa ArcGIS 9.1 foi utilizado em todos os procedimentos executados nesta
etapa.
28
A compatibilização com o datum SAD69 e a projeção para o sistema UTM, tanto
dos MDE do IBGE como do SRTM, foram efetuadas pela função projetar raster do
programa ArcGIS (Arctoolbox > Data Management Tools > Projections and
Transformations > Project Raster). A FIG 3.11 mostra a interface do programa.
FIG 3.11 - Interface: Função Projetar Raster
Os MDE do IBGE já tinham sido previamente georreferenciados, porém em
relação apenas ao fuso do sistema UTM a que pertenciam. Entretanto, a região
coberta por eles continha a linha divisória dos fusos 22 e 23 do sistema UTM, o que
causaria erros no posicionamento dos MDE. Verificou-se, portanto, pela utilização do
mapa-índice, em qual fuso cada um estava, para que fossem projetados
corretamente. A FIG 3.12 mostra à esquerda o mapa-índice completo, e à direita,
em detalhe, a região coberta pelos MDE do IBGE.
29
FIG 3.12 - Mapa-Índice.
A criação do mosaico destes MDE foi efetuada pela função Mosaico (ArcToolbox
> Data Managemente Tools > Raster > Mosaic). Nas regiões de interseção entre
eles foi feita a média dos valores de altura. A FIG 3.13 ilustra a interface do
programa e a FIG 3.14 os MDE antes e depois do procedimento.
FIG 3.13 - Interface: Criação do Mosaico
30
FIG 3.14 - Mosaico
Os MDE do SRTM, oriundos da Embrapa e do CGIAR-CSI, haviam sido
previamente georreferenciados na projeção Plate Carré (vulgarmente conhecida
como “latlong”). Então, foi executada a transformação para o datum SAD69 e a
projeção para o sistema UTM.
A projeção de arquivos vetoriais foi realizada pela função Projetar Feição
(Arctoolbox > Data Management Tools > Projections and Transformations > Project
Feature), como ilustra a FIG 3.15.
31
FIG 3.15 - Interface: Função Projetar Feição
A malha rodoviária, igualmente às imagens do SRTM, estava em datum WGS84
e projeção Plate Carré, portanto foi tomado o mesmo procedimento quanto à
projeção.
As cartas topográficas vetoriais do mapeamento sistemático foram previamente
georreferenciadas, porém, da mesma maneira que os MDE do IBGE, tornou-se
necessário definir o fuso do sistema UTM na qual se encontravam. Porém não foi
possível fazer esta definição no programa, devido à natureza dos arquivos que
compõe a carta vetorial. Foi preciso, então, trabalhá-las individualmente, definindo a
projeção, o fuso e o datum diretamente no “data frame”. Outra peculiaridade é que
suas coordenadas estavam em quilômetros, portanto foi necessário alterar a
unidade padrão do sistema UTM no “data frame” para que não houvessem erros de
projeção. A FIG 3.16 ilustra a interface do programa na execução deste
procedimento no “data frame” chamado Camadas.
32
FIG 3.16 - Interface: Propriedades do “data frame” Camadas.
A fragmentação da malha rodoviária foi realizada separando-se cada PNV da
região coberta pelos MDE do IBGE em um arquivo shapefile distinto. Na FIG 3.17 o
PNV selecionado está sendo copiado para a camada denominada 000. Com a
execução deste procedimento foram gerados 249 (duzentos e quarenta e nove)
arquivos shapefile, que foram nomeados segundo a ordem de criação. Por exemplo:
000.shp, 001.shp e assim sucessivamente, até o 248.shp.
33
FIG 3.17 - Interface: Fragmentação da Malha
3.3 EXTRAÇÃO DAS DECLIVIDADES (MDE)
O procedimento detalhado nesta seção foi executado para os todos os arquivos
(de 000.shp até 248.shp), mas para uma melhor explanação do mesmo utilizou-se o
arquivo 000.shp como exemplo na descrição a seguir.
Primeiramente criou-se um arquivo de pontos (000p.shp), contendo os vértices
da linha do arquivo 000.shp, através da função Vértices de Feição para Pontos
(ArctoolBox > Data Management Tools > Features > Features Vertices to Points) .
A tabela de atributos 000p.dbf, relativa ao arquivo 000p.shp, sofre adição de
colunas no restante do procedimento.
34
FIG 3.18 - Interface: Criação do arquivo contendo os vértices da linha
Foi feita a extração dos valores altura relativa a cada ponto, segundo o mosaico
dos MDE do IBGE e, posteriomente, segundo os dados SRTM, ambos utilizando a
função Extrair Valor do Ponto (Arctoolbox > Spatial Analyst Tools > Extraction >
Extract Values to Points). Os resultados foram adicionados à tabela de atributos. A
FIG 3.19 ilustra a diferença entre as duas fontes de dados de elevação.
FIG 3.19 - Extração da Altura
Adicionou-se à tabela de atributos as coordenadas em sistema UTM de cada
ponto, aplicando a função Adicionar XY (Arctoolbox > Data Management Tools >
Features > Add XY Cordinates).
Ao final deste procedimento a tabela de atributos apresentava os as colunas
ALTURA_IBGE, ALTURA_SRTM, POINT_X, POINT_Y e estava disposta na ordem
35
dos vértices da linha da qual foram originados, ou seja, o primeiro vértice na primeira
linha, o segundo vértice na segunda linha e assim por diante.
Exportou-se, então, o arquivo 000p.dbf para o formato .xls, para que fosse
possível trabalhá-lo no Microsoft Excel. Esta exportação foi feita pela simples troca
do nome do arquivo, de 000p.dbf para 000.xls. Com os dados contidos na tabela foi
possível calcular a declividade dos trechos rodoviários compreendidos entre cada
par de pontos consecutivos. A FIG 3.20 mostra um extrato da tabela, onde os
campos DDD_IBGE e DDD_SRTM, são as declividades extraídas a partir dos dados
do IBGE e dos dados do SRTM, respectivamente.
FIG 3.20 - Extrato da tabela de atributos
A metodologia de extração foi detalhada para o arquivo 000.shp, porém foi
executada em todos os outros. Para tal, foram escritos programas que gerassem os
comandos a serem entrados na linha de comando do ArcGIS, pois trabalhar com
tantos dados, utilizando apenas a interface gráfica deste era inviável. Igualmente foi
necessário escrever um programa que re-nomeasse os 279(duzentos e setenta e
nove) arquivos no formato .DBF para o formato .XLS. Também foi necessário o uso
de um “plugin” do Microsoft Excel, chamado RDBMerge Add-in (FIG 3.21), para fazer
a união de todas as tabelas em uma só, de forma que os dados pudessem ser
trabalhados da maneira que se desejava.
36
FIG 3.21 - Interface: RDBMerge Add-in
3.4 EXTRAÇÃO DAS DECLIVIDADES (CARTAS)
A extração da declividade a partir de cartas vetoriais do mapeamento sistemático
foi executada, também, gerando uma tabela com as colunas ALTURA_IBGE,
ALTURA_SRTM, POINT_X, POINT_Y. Porém, diferentemente do procedimento
explanado na seção anterior a esta, os pontos de extração de alturas foram
escolhidos manualmente. O critério de escolha foi a interseção do trecho rodoviário
em questão com uma curva de nível, para que se pudesse saber a cota deste
segundo à altimetria da carta, e a extração da declividade a partir do dados SRTM
37
foi feita da mesma maneira que anteriormente. A FIG 3.22 ilustra o procedimento.
FIG 3.22 - Extração da declividade nas cartas topográficas
A extração da declividade a partir dos dados SRTM foi feita da mesma maneira
que na seção 3.3, apenas utilizando os pontos assinalados nas cartas.
38
4 RESULTADOS
Aplicando-se a metodologia explicada anteriormente chegou-se aos valores das
declividades, cuja análise é o conteúdo deste capítulo e se divide em duas etapas:
estatística e de classificações.
4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A TAB 4.1 mostra os valores (em graus) das médias das declividades dos
trechos contidos em cada região, para ambas as fontes de informação (IBGE e
SRTM). Os valores são satisfatoriamente próximos, sendo o maior erro relativo de
aproximadamente 13%, ocorrido entre as diferenças das médias dos trechos
contidos na região 2, o que indica uma maior tendência ao erro em regiões com
relevo mais acidentado. Para efeitos de classificação de declividade (vide TAB 2.1),
os erros são pequenos, extrapolando o valor de 10% da extensão da classe de
declividade em que se encontra somente na região 2 (erro = 1,4; 10% da extensão
da classe ‘ondulado’ = 1,2). Este fato reforça o indício já mencionado da tendência
do erro.
TAB 4.1 - Média das declividades
Declividade Absoluta IBGE - Média Declividade Absoluta SRTM - Média
Região 1 1,82 1,99
Região 2 10,52 9,13
Região 3 2,40 2,50
A TAB 4.2 mostra os valores (em graus) dos desvios-padrão das declividades
dos trechos contidos em cada região, para ambas as fontes de informação. Os
valores de desvio-padrão denotam a variação das declividades dos trechos em cada
39
região, ou seja, quanto maior o desvio-padrão mais acidentado o terreno. Ambas as
fontes de informação (IBGE e SRTM) apontaram através deste indicador a região 2
como mais acidentada, seguida pela região 1 e depois pela região 3. Esta foi
também a ordem descrente das diferenças das médias (vide TAB 4.1). Este fato
atesta a suspeita da tendência do erro aumentar com a irregularidade do terreno.
TAB 4.2 - Desvio-Padrão das declividades
Declividade Absoluta IBGE - Desvio-Padrão
Declividade Absoluta SRTM - Desvio-Padrão
Região 1 3,13 3,11
Região 2 10,24 8,01
Região 3 1,86 1,94
Esta análise estatística feita entre os valores das declividades foi útil para que se
tivesse uma idéia da coerência do processo como um todo, a qual se provou
satisfatória. Porém, cabe ressaltar que o foco do projeto é fornecer uma avaliação do
SRTM como insumo para auxiliar no planejamento estratégico do CENTRAN. E
nesse planejamento, a cada trecho de estrada é atribuída uma classe de declividade
(vide TAB 2.1). Com isso em vista, prosseguir-se-á com uma análise mais
aprofundada sobre os erros nas classificações das declividades.
4.2 ANÁLISE DAS CLASSIFICAÇÕES
Para facilitar esta etapa do processo, Será adicionada à TAB 2.1 uma coluna
contendo um código para cada uma das classes, como mostra a TAB 4.4:
40
TAB 4.4 - Códigos das classes de declividade Código Declividade (graus) Relevo Associado
1 0-3 plano
2 3-8 suave ondulado
3 8-20 ondulado
4 20-45 forte ondulado
5 >45 montanhoso
Os gráficos contidos nas FIG 4.1, FIG 4.2 e FIG 4.3 mostram a freqüência de
cada classe neste processo de extração:
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
freqüência IBGE 5721 1101 78 20 8
freqüência SRTM 5532 1227 153 23 3
1 2 3 4 5
FIG 4.1 - Distribuição das classes de declividade na região 1
41
0
5101520
253035
freqüência IBGE 22 24 29 13 0
freqüência SRTM 23 25 31 9 0
1 2 3 4 5
FIG 4.2 - Distribuição das classes de declividade na região 2
0
5
10
15
20
25
30
freqüência IBGE 24 13 0 0 0
freqüência SRTM 27 10 0 0 0
1 2 3 4 5
FIG 4.3 - Distribuição das classes de declividade na região 3
A análise das figuras confirma que relevo da região 2 é o mais acidentado. E
mais importante que isso, o número de classificações atribuídas baseando-se nos
dados SRTM se aproxima do obtido com os dados do IBGE, fato ainda mais
42
relevante na região 1, onde a maior quantidade de pontos permite inferências com
mais segurança que nas outras regiões.
Para reforçar esta idéia, será feita uma análise utilizando a amplitude das
diferenças entre as duas classificações. A medida dessa amplitude será feita através
de uma subtração dos valores dos códigos das classes de declividade obtidas via
SRTM e via IBGE. Por exemplo, se a classe atribuiída à declividade de um certo
trecho obtida com os dados do IBGE for 4 (forte ondulado) e para o mesmo trecho
for 1 (plano) com o SRTM, a amplitude da diferença é de três unidades.
Conseqüentemente, o valor dessa amplitude varia de -4 até +4. As FIG 4.4, FIG
4.5 e FIG 4.6 trazem os resultados decorrentes dessa análise:
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
freqüência 3 13 62 676 5690 422 49 16 7
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
FIG 4.4 - Amplitude da diferença para a região 1
43
0
5
10
15
20
25
30
35
freqüência 0 1 9 15 34 21 5 4 0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
FIG 4.5 - Amplitude da diferença para a região 2
0
5
10
15
20
25
30
freqüência 0 0 0 3 28 6 0 0 0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
FIG 4.6 - Amplitude da diferença para a região 3
44
Estas figuras vêm ilustrar um aspecto já abordado que é o fato da região 2, a
mais acidentada, apresentar uma precisão menor do processo que as outras duas
regiões, mais planas.
Deve-se ressaltar, porém, que os trechos utilizados no cálculo dessas
declividades são da ordem de 300m de comprimento. Para trechos maiores, estas
diferenças tendem a diminuir. Logo, esses dados podem ser usados para trechos
mais longos com um erro tolerável para esta aplicação específica de planejamento
estratégico.
45
5 CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos, puderam ser elaboradas considerações acerca
do uso do SRTM como insumo para a extração de declividades de eixos rodoviários.
A principal delas é a de que esse uso deve se restringir a aplicações nas quais os
erros explicitados no capítulo 4, que não são totalmente desprezíveis, sejam
toleráveis. Outra constatação foi a de que os erros aumentam com a irregularidade
do terreno, e que esta pode ser identificada com o cálculo de desvios-padrão das
declividades originadas do modelo SRTM e da criação de gráficos de classificação.
Para a utilização deste insumo pelo CENTRAN, em escala de planejamento
logístico de infra-estrutura de transporte, esta metodologia se mostrou eficaz. O
valor da média das declividades (originadas do modelo SRTM) de um conjunto de
trechos; que compõe um trecho maior, como os previstos pelo PNV e preconizados
pelos planejamentos do CENTRAN; foi classificado, nas classes de declividade, em
coerência com os dados do IBGE em todos os casos abordados neste trabalho.
Todavia, deve-se sempre considerar a irregularidade do terreno como uma fonte de
erros, mas como já foi dito, a metodologia de análise que foi aplicada propicia
formas de identificação de regiões onde este efeito pode ser relevante.
Um fruto deste trabalho digno de pesquisas mais aprofundadas é a metodologia
que utiliza como fonte de dados de elevação um MNE, como o modelo SRTM, por
exemplo, para o cálculo das declividades de trechos rodoviários, e de indicadores
estatísticos e gráficos para a análise dos resultados. Um estudo sobre o quanto uma
maior discretização em pontos de um trecho pode mitigar erros, como os causados
pela irregularidade do terreno, poderia agregar a esta metodologia uma maior
flexibilidade, possibilitando um uso mais abrangente. Uma pesquisa que buscasse
definir parâmetros para a discretização dos trechos rodoviários, considerando a
resposta dos indicadores de irregularidade do terreno, tornaria a metodologia,
também, mais efetiva.
E, por fim, recomenda-se o uso do modelo SRTM versão 4 para o emprego da
metodologia aplicada, e destaca-se a grande variedade de conhecimentos nas áreas
46
de Cartografia, Geodésia e Sensoriamento Remoto exigidos ao longo do projeto, o
que reforça a importância de dominar completamente esses conceitos quando do
término do Curso de Engenharia Cartográfica.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2008. Disponível em http://academic.emporia.edu/aberjame/map/design.htm.
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Engenharia. 1a Ed. Rio de Janeiro, Brasil: 2002
CENTRAN - Centro de Excelência em Engenharia de Transportes.
Desenvolvimento de Plano de Investimento em Transportes. Rio de
Janeiro. 2007.
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Geométrico de Rodovias Rurais. Rio de Janeiro. 1999.
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Acessado em 2007.
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Tropical Agriculture (CIAT). 2006. Disponível em http://srtm.csi.cgiar.org.
Acessado em 2007.
48
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California Institute of Technology. 2007. Disponível em
http://www2.jpl.nasa.gov/srtm/SRTM_paper.pdf. Acessado em 2007.
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2007.
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SANT’ANNA, Sidnei; et al. Avaliação do Modelo Digital do Terreno Extraído de Dados do SRTM. INPE. Florianópolis, 2007.