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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PROCURADORIA-GERAL ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Av. Presidente Getúlio Vargas, 690 Ed. Dr. Múcio Vilar Ribeiro Dantas, 8º andar CEP 59012-360 Petrópolis, Natal/RN Site: www.tce.rn.gov.br / E-mail: [email protected] / Fone: (84) 3642-7293 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: O PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, fazendo uso das prerrogativas institucionais que lhe são outorgadas pela Constituição Federal, especificamente em seus artigos 70, caput, e parágrafo único; 71, II e IX; e 130, bem assim, pela Lei Complementar nº 178/00, artigo 3º, I, II e IV, e ainda pelos artigos 65, III e 81, V, da Lei Complementar nº 464/2012 vem, perante Vossa Excelência, requerer que esta Corte determine a instauração de TOMADA DE CONTAS ESPECIAL A ser conduzida pela CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO CONTROL no âmbito do PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, englobando Administração Direta e Indireta a ele vinculadas, pelas razões fático-jurídicas apresentadas a seguir.

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DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

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___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Av. Presidente Getúlio Vargas, 690 – Ed. Dr. Múcio Vilar Ribeiro Dantas, 8º andar

CEP 59012-360 – Petrópolis, Natal/RN

Site: www.tce.rn.gov.br / E-mail: [email protected] / Fone: (84) 3642-7293

1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:

O PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE

CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, fazendo uso das

prerrogativas institucionais que lhe são outorgadas pela Constituição Federal,

especificamente em seus artigos 70, caput, e parágrafo único; 71, II e IX; e 130, bem

assim, pela Lei Complementar nº 178/00, artigo 3º, I, II e IV, e ainda pelos artigos 65, III e

81, V, da Lei Complementar nº 464/2012 vem, perante Vossa Excelência, requerer que esta

Corte determine a instauração de

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

A ser conduzida pela CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO – CONTROL no

âmbito do PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,

englobando Administração Direta e Indireta a ele vinculadas, pelas razões fático-jurídicas

apresentadas a seguir.

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I – DOS FATOS

Aos 02 dias de setembro de 2015, o Ministério Público Estadual deflagrou

operação denominada “Candeeiro”, por meio da qual se pretendeu desbaratar esquema de

desvio de recursos públicos no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente

do RN (IDEMA) entre os anos de 2013 e 2014.

No curso da investigação, foram constatadas irregularidades graves no

âmbito daquele órgão, tendo os investigados confessado em depoimento (vide DVD´s

anexo, com a íntegra do procedimento investigatório) o modus operandi para por em

prática o desvio de recursos públicos. Tal esquema se dava, segundo os depoimentos dos

ex-funcionários, na abertura de conta não informada no Sistema Integrado para

Administração Financeira do Estado (SIAFI), na qual recursos públicos eram captados e

utilizados para pagamentos irregulares.

Tais pagamentos, por sua vez, eram realizados mediante ofício à instituição

financeira (cf. ofícios e autorização para liberação de créditos ora anexadas), que efetivava

a transferência dos recursos públicos às empresas neles indicadas. As operações, no

entanto, não eram registradas no SIAFI, o que impedia o controle interno e externo de

verificar a correição da despesa pública.

Em depoimento nos autos do Procedimento de Investigação Criminal n.º

007/2015, da 46ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de

Natal/RN, a Sra. Zenilda de Carvalho Nunes, bolsista do IDEMA, apontou que (v. doc.

anexo):

“QUE quando se encaminha a prestação de contas anual ao

TCE, encaminha-se um extrato da conta, contudo, ele não é

detalhado (...) QUE não existe um detalhamento minucioso das

contas, vez que o balanço é alimentado unicamente com as

informações do SIAF; QUE acredita que, em havendo

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pagamentos não registrados no SIAF, para que as contas

batam ao final seria necessária a exclusão destes pagamentos

do balanço a ser apresentado; que o pagamento por ofício não

gera ordem bancária, sendo o procedimento correto a emissão

de ordem bancária regularizadora, via SIAF, para o registro

da despesa efetuada através do ofício”.

O Sr. Haroldo Ribeiro Dantas, gerente da agência setor público do Banco do

Brasil em Natal/RN, por sua vez, no mesmo procedimento de investigação criminal

supracitado (v. depoimento na íntegra em anexo), aduziu que:

“(...) sabe dizer que não chega a ser uma prática

excepcional [a movimentação financeira de contas

públicas através de ofícios]; QUE, em relação ao Banco

do Brasil, sabe dizer que há um produto para o Setor

Público chamado OBN, o qual possibilita a emissão de

ordens bancárias eletronicamente; QUE tal sistema exige

ainda algo chamado RE, que nada mais seria que a

autorização de liberação das ordens emitidas – sendo esta

a fase de checagem das assinaturas; QUE esse sistema é

disponibilizado aos órgãos públicos, mas não sabe dizer

se há qualquer obrigatoriedade, para os órgãos

estaduais, quanto à utilização dessa ferramenta; QUE a

gestão do órgão estadual encaminhava, via ofício, lista

das pessoas habilitadas a movimentar a conta, com a

respectiva portaria de nomeação, obviamente com base

em regulamento interno que discipline o funcionamento e

atribuição desses órgãos; QUE nesse caso da ordem de

pagamento via ofício, a transferência para outro banco é

feita, via TED, no caixa do banco (...)”.

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Como se vê, há grave fragilidade no sistema de controle desse tipo de gasto

público, qual seja, o pagamento mediante ofício, o que naquele caso específico acarretou

provável desvio de recursos públicos na ordem de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de

reais), e que enseja, necessariamente, a atuação desta Corte de Contas com vistas verificar

e prevenir a reincidência do mesmo tipo de prática.

A medida agora adotada pelo Ministério Público de Contas se dá, nesse

contexto, em virtude da necessidade de verificação da repetição desses procedimentos

irregulares em outros órgãos públicos estaduais, o que tem o condão de acarretar grave

dano ao erário, em volume muito superior aos quase R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de

reais) apontados pelo Ministério Público Estadual em sua meritória atuação já mencionada.

Destarte, tem-se nítido preenchimento de matriz de risco com grande

potencial danoso, pois é preciso averiguar se o procedimento ilícito que foi detectado no

IDEMA estaria a ocorrer também em outros órgãos do Estado do Rio Grande do Norte, o

que há de ensejar a diligente atuação desta Corte de Contas.

Feito tal retrospecto procedimental, o parquet de Contas passa a explanar as

razões fático-jurídicas pelas quais entende fundamental a determinação de instauração de

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL no presente caso.

II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:

II.1 – PRELIMINARMENTE: DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

DE CONTAS PARA REQUERER A INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS

ESPECIAL.

Prefacialmente, cumpre destacar ser outorgada ao Ministério Público de

Contas a prerrogativa de requerer a instauração da Tomada de Contas Especial, consoante

prescreve o art. 3º, IV da Lei Complementar Estadual nº 178/2000:

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Art. 3.º. Compete ao Ministério Público junto ao Tribunal de

Contas, no exercício de sua função institucional:

(...)

IV - provocar, motivadamente, a realização de inspeções,

instauração de processos de tomada de contas e tomada de

contas especial e de penalização por multa;

Sendo certa e indiscutível a atribuição do MPC para ultimar tal

requerimento, deve-se passar à exposição jurídica acerca da viabilidade de seu

processamento no caso trazido ao conhecimento de Vossas Excelências.

II.3 – DO CABIMENTO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL.

No âmbito do microssistema processual do TCE/RN, a Tomada de Contas

Especial tem espaço na hipótese prevista no art. 65, III e parágrafo único, da Lei Orgânica

desta Corte (LCE nº 464/2012):

“Art. 65. Para os efeitos deste Capítulo, consideram-se:

(...)

III - tomada de contas especial, a que, em caráter de urgência,

é determinada pelo Tribunal ao órgão central de controle

interno, à vista de alcance ou desvio de dinheiro, bens ou

valores públicos, ou de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou

antieconômico, lesivo ao erário, a fim de que, no prazo fixado

pela decisão, adote providências para apurar os fatos,

identificar os responsáveis e quantificar o dano.

Parágrafo único. No caso do inciso III, o resultado da tomada

de contas especial é encaminhado ao Tribunal, no prazo de

quarenta e oito horas, a contar de sua conclusão.”

Antes, porém, de ingressar precisamente no exame do enquadramento da

hipótese em tela na disciplina prevista no dispositivo transcrito, convém tecer breves

comentários acerca dos fatos que ensejaram a presente representação.

Em virtude da deflagração da operação ministerial anteriormente citada,

descortinou-se esquema grave de desvio de recursos públicos de grande monta, em

aparentemente fácil burla aos procedimentos de controle interno e externo da

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administração pública, permitindo a ocorrência de dano ao erário em grande monta. Essa

violação dos controles, repise-se, de aparência fácil, pode estar se repetindo nos diversos

órgãos da administração estadual, ensejando a atuação desta Corte de Contas com o fito de

identificar os pontos frágeis, aprimorando os mecanismos de fiscalização e da própria

gestão dos recursos públicos.

Feitas estas considerações, oportuno também é o registro de que, como se

sabe, o Estado do Rio Grande do Norte, de maneira generalizada, encontra-se em situação

crítica, na medida em que vem atravessando grave crise financeira e econômica, o que,

inclusive, impulsionou esta Procuradoria-Geral a instaurar uma série de procedimentos

junto a este Tribunal de Contas, justamente com o objetivo de promover o

restabelecimento do equilíbrio nas finanças públicas e, por conseguinte, do desempenho da

administração para que a prestação dos serviços públicos sejam eficazes e devidamente

prestados à população.

Por estas razões é que este Órgão Ministerial entende oportuna e

imprescindível a atuação no presente contexto.

Ora, consoante já exposto, as informações obtidas pelo Ministério Público

Estadual e compartilhadas com este Ministério Público de Contas, no tocante aos gastos

públicos e pagamentos mediante ofício, corroboram a fragilidade dos sistemas de controle,

não só no caso já citado, mas recentemente também no caso da contratação das Estruturas

Temporárias para o Estádio Arena das Dunas, quando da realização da Copa do Mundo de

2014 (processo nº 007320/2014-TC), o que ensejou o Acórdão nº 602/2014-TC, de 30 de

outubro de 2014, nos seguintes termos:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO.

REPRESENTAÇÃO MINISTERIAL. EXECUÇÃO DOS

CONTRATOS DECORRENTES DOS PROCEDIMENTOS

DE RDC Nº 001, 002 E 003/2014, DO DER/RN.

ESTRUTURAS TEMPORÁRIAS PARA A COPA DO

MUNDO FIFA 2014 EM NATAL. INSPEÇÃO

EXTRAORDINÁRIA IN LOCO. MEDIDA CAUTELAR DE

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BUSCA E APREENSÃO DECIDIDA

MONOCRATICAMENTE. SUBMISSÃO AO PLENÁRIO,

PARA FINS DE REFERENDUM. RESULTADO DA

INSPEÇÃO. PLEITO CAUTELAR DE SUSPENSÃO DE

PARTE DOS PAGAMENTOS. PREÇOS EM DESACORDO

COM OS DE REFERÊNCIA. EXECUÇÃO PARCIAL DOS

ITENS CONTRATADOS. PAGAMENTO REALIZADO

MEDIANTE OFÍCIO, SEM REGISTRO NO SIAF. RAZÕES DE DEFESAS PRELIMINARES

INSUBSISTENTES. PRESENÇA DE ELEMENTOS QUE

SINALIZAM SOBREPREÇO/SUPERFATURAMENTO.

PAGAMENTOS EM PROCESSAMENTO. RISCO DE DANO

AO ERÁRIO ESTADUAL. FUMUS BONI IN IURE E

PERICULUM IN MORA CONFIGURADOS. ORDEM DE

SUSPENSÃO CAUTELAR DE PARCELA DOS

PAGAMENTOS AO INVÉS DE PRESTAÇÃO DE

GARANTIA, DADO ATENDER MELHOR AO INTERESSE

PÚBLICO. DETERMINAÇÃO AO DER-RN QUE SE

ABSTENHA DE EFETUAR PAGAMENTOS POR

OFÍCIO, SOB PENA DE MULTA. EXPEDIENTES

NECESSÁRIOS.

Em vista disso, conclui-se que o Estado do Rio Grande do Norte, como um

todo, encontra-se sujeito à ocorrência das práticas ilegais vislumbradas no IDEMA,

mostrando-se, portanto, essencial, a realização de fiscalização no âmbito do controle

interno, fundando-se o pleito ora formulado no risco de o mesmo modus operandi

detectado naquele caso ter ou estar se repetindo em outros órgãos estaduais.

Destarte, resta demonstrado o enquadramento da situação exposta na

previsão contida no art. 65, inciso III, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado,

haja vista a facilidade na operacionalização de esquema de desvio de dinheiro público no

âmbito da administração indireta do RN, o qual pode estar a espraiar-se no âmbito de toda

a administração pública estadual, sendo patente a possibilidade de ocorrência de

ilegalidades aptas a ocasionarem grave dano ao patrimônio público.

Assim, se aquilo que se viu ocorrer no IDEMA não está ocorrendo nos

demais órgãos do Estado do Rio Grande do Norte, tem-se energia potencial elevada, pronta

para virar energia cinética. Ou seja, todos os elementos estão postos para que as mesmas

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irregularidades ocorram em outros órgãos – isto se o modus operandi registrado alhures já

não está ocorrendo, repita-se.

Neste contexto, ressalte-se a importância de ser averiguada na Tomada de

Contas Especial que ora se requer (i) as despesas públicas procedidas mediante ofícios

direcionados diretamente aos bancos, em detrimento das normas de Direito Financeiro

quanto ao controle da despesa pública e (ii) a existência ou não de “contas-fantasmas” na

Administração Pública Estadual, eventualmente desconhecidas pelo Sistema Integrado

para Administração Financeira do Estado (SIAFI).

De igual sorte, é imperioso apurar concretamente quais procedimentos são

adotados pelos órgãos da administração pública estadual tanto (i) para abertura de contas

movimento em instituições financeiras, quanto (ii) para a efetivação de pagamentos

mediante ofício, sendo que, neste último caso, é necessário apurar ainda (iii) quais os

procedimentos adotados também pelo banco detentor da conta quanto aos requisitos e

informações solicitadas e checadas no momento da efetivação do pagamento.

Desta feita, uma vez mais se manifesta o parquet de Contas, pugnando pela

realização de Tomada de Contas Especial, a fim de que seja averiguada a regularidade das

contas mantidas pela administração pública estadual em instituição financeira.

Diante de tais considerações e levando em conta as graves apurações feitas

pelo Ministério Público Estadual no âmbito do IDEMA, em virtude da falta de controle

interno exercido pelo órgão nos procedimentos em questão e, em consequência, nos

recursos envolvidos, aliada à necessidade de conhecimento, por esta Corte de Contas, dos

procedimentos em prática nos casos em tela, para fins de fiscalização da sua regularidade,

mostra-se imperiosa a instauração do procedimento ora requerido.

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II.4 – DA MEDIDA CAUTELAR.

De plano, observa-se, nitidamente, que concorrem nos presentes autos os

requisitos legais permissíveis à concessão medida cautelar, tornando apta a cessação dos

efeitos lesivos ao interesse e patrimônio públicos subsistentes conquanto permaneçam

sendo procedidos pagamentos mediante ofício

De fato, o fumus boni iuris resta caracterizado pelas inúmeras

irregularidades já detectadas no âmbito do IDEMA, mesmo no bojo de um juízo de

delibação, demonstrando cabalmente que a continuidade da mera possibilidade é

absolutamente contrária ao interesse público e violador dos princípios da economicidade,

eficiência e moralidade.

Consoante já dito linhas atrás, esta Corte de Contas já se deparou com

irregularidades operadas em pagamentos efetivados por ofícios diretos ao banco no caso da

contratação das Estruturas Temporárias para o Estádio Arena das Dunas, quando da

realização da Copa do Mundo de 2014 (processo nº 007320/2014-TC), o que ensejou o

Acórdão nº 602/2014-TC, de 30 de outubro de 2014, que determinou a suspensão, naquele

caso, dos pagamentos mediante ofício. Vejamos:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO.

REPRESENTAÇÃO MINISTERIAL. EXECUÇÃO DOS

CONTRATOS DECORRENTES DOS PROCEDIMENTOS

DE RDC Nº 001, 002 E 003/2014, DO DER/RN.

ESTRUTURAS TEMPORÁRIAS PARA A COPA DO

MUNDO FIFA 2014 EM NATAL. INSPEÇÃO

EXTRAORDINÁRIA IN LOCO. MEDIDA CAUTELAR DE

BUSCA E APREENSÃO DECIDIDA

MONOCRATICAMENTE. SUBMISSÃO AO PLENÁRIO,

PARA FINS DE REFERENDUM. RESULTADO DA

INSPEÇÃO. PLEITO CAUTELAR DE SUSPENSÃO DE

PARTE DOS PAGAMENTOS. PREÇOS EM DESACORDO

COM OS DE REFERÊNCIA. EXECUÇÃO PARCIAL DOS

ITENS CONTRATADOS. PAGAMENTO REALIZADO

MEDIANTE OFÍCIO, SEM REGISTRO NO SIAF. RAZÕES DE DEFESAS PRELIMINARES

INSUBSISTENTES. PRESENÇA DE ELEMENTOS QUE

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SINALIZAM SOBREPREÇO/SUPERFATURAMENTO.

PAGAMENTOS EM PROCESSAMENTO. RISCO DE DANO

AO ERÁRIO ESTADUAL. FUMUS BONI IN IURE E

PERICULUM IN MORA CONFIGURADOS. ORDEM DE

SUSPENSÃO CAUTELAR DE PARCELA DOS

PAGAMENTOS AO INVÉS DE PRESTAÇÃO DE

GARANTIA, DADO ATENDER MELHOR AO INTERESSE

PÚBLICO. DETERMINAÇÃO AO DER-RN QUE SE

ABSTENHA DE EFETUAR PAGAMENTOS POR

OFÍCIO, SOB PENA DE MULTA. EXPEDIENTES

NECESSÁRIOS.

À evidência, já ressalta a fumaça do bom direito o fato da ocorrência de

irregularidades no âmbito daquele órgão, que ensejaram desvios na ordem de R$

20.000.000,00 (vinte milhões de reais), o que se alia ao precedente ora citado.

Além disso, os próprios depoimentos prestados pelos agentes envolvidos

naquela fraude denotaram, como dito, uma facilidade no manejo de procedimentos

desvirtuados e fora dos controles internos e externos, fato que, de per si, permite a adoção

de medidas rígidas para retomar o bom controle dos gastos públicos.

Ou seja, há sim indícios de fraude, os quais deverão ser apurados no

momento oportuno, mas que desde já colocam em xeque a validade do procedimento de

pagamento mediante ofício diretamente ao banco, ensejando a concessão da medida

liminar.

Registre-se, por oportuno, que a concessão de medida cautelar pelo

Tribunal de Contas não constitui simples recomendação, mas, ao contrário, detém

força cogente determinatória à autoridade pública a que for dirigida seu cumprimento,

como objetivamente assinalado pelo Supremo Tribunal Federal, verbis:

“Reconheço que a deliberação do E. Tribunal de Contas da

União, no caso, analisada em seu conteúdo material, não

veicula mera recomendação (como sugere a ora impetrante),

mas consubstancia, no ponto versado na presente impetração

mandamental, clara determinação (v. itens ns. 9.4 e 9.5 do

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Acórdão 2338/2006 - fls. 58/59) dirigida à própria Companhia

das Docas do Estado da Bahia - CODEBA.

(...)

Ocorre, no entanto, tal como por mim precedentemente

assinalado, que a deliberação do E. Tribunal de Contas da

União, ora questionada nesta sede mandamental, traduz, na

espécie em exame, determinação, que, por efeito de sua

natureza mesma, revela-se impregnada de caráter impositivo

(MS 26547/DF, STF, Min. Relator Celso de Mello, DJU

29.5.2007).”

Diante de tudo quanto se extrai nestes autos, observa-se claramente que

existem fundados indícios de que a prática pode ser facilmente replicada em outros órgãos

da administração direta e indireta vinculados ao Poder Executivo Estadual, o que só traria

prejuízos ao Poder Público, restando configurado o fumus boni iuris a ensejar o

deferimento da medida cautelar.

No que tange ao periculum in mora, este se encontra igualmente presente

nos autos, inclusive em virtude do modus operandi já confessado pelos agentes envolvidos,

aduzindo que os sistemas de controle aparentemente são de fácil burla.

Para caracterizar bem a imperiosidade da concessão do provimento cautelar

ora requerido, vale enfatizar o escólio de Hely Lopes Meirelles1 que, embora inscrito em

obra sobre mandado de segurança, tem plena adequação à postulação cautelar aqui

articulada, in verbis:

“A liminar não é uma liberalidade da Justiça; é medida

acauteladora do direito do Impetrante, que não pode ser

negada quando ocorre seus pressupostos.” (...) “Se é certo que

a liminar não deve ser prodigalizada pelo judiciário, para não

entravar a atividade normal da administração, também não

deve ser negada quando se verifiquem seus pressupostos legais

para não se tornar inútil o pronunciamento final a favor do

impetrante. Casos há – e são frequentes – em que o tardio

reconhecimento do direito do postulante enseja tal

aniquilamento. Em tais hipóteses, a medida liminar impõe-se

como providência de política judiciária, deixada à prudente

discrição do juiz.”

1 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança. 27.ed. São Paulo: Malheiros, 2004.p.78-80.

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Ainda no âmbito da imperiosidade da suspensão dos procedimentos de

pagamentos mediante ofício no âmbito do Poder Executivo Estadual, deve-se dar

segurança jurídica para a sociedade, de onde emana todo o poder, para que os danos já

vistos no IDEMA, com escárnio pelos envolvidos, não será concretizado em novas

oportunidades. Portanto, resta preenchido o segundo requisito da medida cautelar.

III – DOS PEDIDOS:

Ante todo o exposto, e tendo em consideração todos os aspectos fáticos e os

fundamentos jurídicos explanados no corpo desta manifestação, REQUER este Órgão do

Ministério Público de Contas que atua perante o Pleno deste Egrégio Tribunal:

1) O devido recebimento e processamento desta representação pelo

Excelentíssimo Presidente do Tribunal de Contas do Estado, tendo

em vista que as investigações necessárias se espraiam por todos os entes

da Administração Direta e Indireta vinculados ao Poder Executivo do

Estado do Rio Grande do Norte;

2) A distribuição do processo decorrente desta representação, mediante

sorteio eletrônico, a um conselheiro relator responsável pela condução

do feito, requerendo-se o seu recebimento e processamento em caráter

SELETIVO E PRIORITÁRIO;

3) CAUTELARMENTE, ante a presença do periculum in mora e do

fumus boni iuris, nos termos do art. 120 da Lei Complementar nº

464/2012, que esta Corte de Contas determine ao Poder Executivo

Estadual a proibição de todo e qualquer pagamento por ofício, devendo

ser adotado nestes casos o procedimento de Ordem Bancária online;

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4) A intimação do Chefe do Poder Executivo Estadual para se manifestar,

no prazo de 72 (setenta e duas) horas, na forma do art. 120, § 1º, da LC

nº 464/2012, sobre o pleito cautelar do item 3 supra;

5) A realização de TOMADA DE CONTAS ESPECIAL a ser conduzida

pela Controladoria Geral do Estado – CONTROL, no âmbito do Poder

Executivo do Estado do Estado do Rio Grande do Norte, englobando

Administração Direta e Indireta vinculada a este Poder, na forma

prevista no art. 65, inciso III, da LCE nº 464/2012, com as seguintes

determinações a serem cumpridas pela CONTROL:

3.1) Averiguar a regularidade dos procedimentos de

pagamentos mediante ofícios direcionados pelos órgãos da

administração pública estadual diretamente aos bancos,

inclusive quanto aos procedimentos adotados pelo banco no

tocante aos requisitos e informações solicitadas e checadas no

momento da efetivação do pagamento;

3.2) Averiguar a existência de “contas-fantasmas” na

administração pública estadual, desconhecidas e/ou não

informadas no Sistema Integrado para Administração

Financeira do Estado (SIAFI);

3.3) Averiguar a regularidade dos procedimentos adotados

pelos órgãos da administração pública estadual para abertura

de contas movimento em instituições financeiras;

3.4) Elaborar lista contendo todos os órgãos da

Administração Direta do Estado e pessoas jurídicas da

Administração Indireta do Estado, em ambas hipóteses

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vinculados ao Poder Executivo do Estado do Rio Grande do

Norte, que utilizaram ou utilizam ofícios como mecanismo de

pagamento de despesas públicas diretamente direcionados

aos bancos, nos anos de 2014 e 2015;

3.5) Elaborar lista com a totalidade das contas bancárias

abertas a partir do CNPJ – e suas derivações na

Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual

– do Estado do Rio Grande do Norte nos anos de 2014 e

2015, com a identificação dos responsáveis por sua abertura,

bem como a quais órgãos da Administração Direta e pessoas

jurídicas da Administração Indireta estas contas bancárias

estão vinculadas;

6) Seja assinado prazo de SESSENTA DIAS para a conclusão da Toma

de Contas Especial e que seu resultado seja encaminhado ao Tribunal

de Contas do Estado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas após

sua finalização, na forma prevista pelo art. 65, III, parágrafo único, da

LCE nº 464/2012;

7) A imputação de multa diária para o caso de descumprimento do prazo

assinalado para a conclusão da Tomada de Contas Especial;

É neste sentido a postulação do Ministério Público de Contas.

Natal/RN, 14 de outubro de 2015.

Luciano Silva Costa Ramos

Procurador-Geral do Ministério Público de Contas