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 Ministérios e Estruturas da Igreja  Enfoque Bíblico e Teológico Compilação da apostila “ Estruturas da Igreja” de Jorge Himitian, do livro Verdades Atuais de K. R. Iverson e Bill Sheidler, e da apostila “Visão da Igreja de Jamê Nobre Esse material pode ser utilizado, impresso e distribuído livremente

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Ministérios e Estruturas da Igreja 

Enfoque Bíblico e Teológico

Compilação da apostila “Estruturas da Igreja” de Jorge Himitian,

do livro “Verdades Atuais ” de K. R. Iverson e Bill Sheidler,

e da apostila “Visão da Igreja ” de Jamê Nobre

Esse material pode ser utilizado,impresso e distribuído livremente

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I

Índice

ÍNDICE I 

Introdução 2 

1 8 

No primeiro século 8 

Ocidente e Oriente nos Séculos Posteriores 10 

Depois da Reforma 11 

2 12 

Apóstolos 13 

Profetas 15 

Evangelistas 16 

Pastores-Mestres 18 

Algumas Considerações sobre os Ministérios 19 

3 21 

1. O Princípio da Pluralidade 22 

2. O Principio da Unidade 22 

3. O Princípio da Autoridade 22 

4. O Princípio do Desenvolvimento Gradual 23 

4 25 

A Estrutura da Igreja Local 25 

A Estrutura da Igreja Extra-local 26 

Conclusão 28 

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Introdução 

Este não é um assunto novo para nós. Há aproximadamente 20 anos temos

começado a compreender que a restauração da igreja inclui a restauração de todos osdons e ministérios que são citados no Novo Testamento, e nessa direção temosavançado prudentemente. Nesta altura de nosso desenvolvimento, entendemos quenecessitamos abordar novamente o tema e progredir em direção a certas definiçõesque nossa situação atual requer.

Este é um dos temas em que há mais desigualdade de critérios nos diferentessetores da cristandade de nossos dias. Por que há tantas divergências? As Escriturasdefinem uma forma específica de governo e estrutura para a igreja? Creio que

responder a esta pergunta não é tão simples, e apontar qual poderia ser essaestrutura é tarefa ainda mais difícil.

Nas Sagradas Escrituras podemos descobrir modelos e princípios, mas não umesquema completo sobre organização e governo da igreja. Sua estrutura é dinâmica,cresce, desenvolve-se, evolui. Necessitamos humildade para aprender de Deus, e maishumildade ainda para não sermos sábios em nossa própria visão e aprender uns dosoutros. Como cremos que Deus tem se proposto restaurar sua igreja, cremos tambémque ele guiará a seus servos passo a passo até que alcancemos a plenitude comocorpo de Cristo.

Precisamos compreender, antes de mais nada, que a Igreja, como qualquerorganismo vivo, precisa de uma estrutura básica. As figuras usadas na Bíblia pararepresentar a Igreja mostram isso.

Algumas figuras que podemos citar:

Templo - Mostra a intenção de Deus em ter um povo queO adore e que seja Sua habitação - Ef 2:20-22

Corpo - Revela o padrão de relacionamento integrado,

sinconizado e participativo de cada membro - Ef 4:16

Noiva/Esposa - Com essa figura Deus estabelece o tipo derelacionamento que ele planeja ter: comprometido, íntimo eprofundo, que leva à produção de outras vidas - AP 21:2

Família - O plano de Deus é ter muitos filhos semelhantesa Jesus e que se relacionem como irmãos que se amam - Hb2:10 e Rm 8:17,28,29

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Cada uma dessas figuras tem o seu tipo de estrutura, sem o que nãofuncionaria.

O Templo tinha um tipo de funcionamento onde os sacerdotes serviam cada um

no seu turno e havia uma ordem estabelecida na qual as pessoas envolvidasrespondiam por seu trabalho. Não era algo voluntarioso, em que cada um agiacomforme pensasse ser o certo.

O Corpo  é completamente estruturado a partir do próprio esqueleto que osustenta, passando pelos sistemas respiratório, digestivo, circulatório, etc., onde sepode ver estruturas de funcionamento extremamente complexas, organizadas ehierarquizadas. E sabemos que a doença consiste, simplesmente, no maufuncionamento de uma dessas partes.

O relacionamento de marido e mulher somente caminha bem quando as partesconhecem o seu papel e o desempenha bem. O marido exercendo a responsabilidadede governar, suprindo as necessidades da esposa com amor, e ela edificando sua casacom sabedoria e inteligência. Isso não é estrutura?

A Família é a situação resultante do relacionamento de marido e mulher no qualforam agregadas outras pessoas ( filhos) que estão aprendendo com os pais numaestrutura que se expandiu e agora rege o relacionamento não mais de duas pessoasmas, de tantas quantas forem agregadas. Os membros têm responsabilidades entre si(estrutura). Cada um tem seu papel. Uns governam ( pai e mãe) e outros sãogovernados ( filhos), aprendendo, sendo informados e formados.

Deus estabeleceu uma cadeia de comando nos relacionamentos humanos eatravés dela governa o mundo. A cadeia de comando de Deus relaciona-se às trêsinstituições estabelecidas por Ele: governo nacional , família e Igreja.

Foi Deus quem estabeleceu os poderes que estão governando. Ele estabeleceuos reis nos seus tronos (Dn 2:21). O Governo tem a sua hierarquia ou cadeia decomando, mas Deus é o Cabeça de todas as coisas. Até os reis respondem diante deDeus por sua mordomia (Lc 16:2). E quando todos estão propriamente submissos àautoridade colocada por Deus, estão sob a Sombra do Onipotente, sob as asas de suaproteção e cobertos contra todas as tempestades. Se alguém sair de debaixo da suacobertura (cabeça) apropriada estará fora de proteção da nuvem de Deus.

A família é outra instituição ordenada por Deus. Ela tem sua cadeia decomando: o marido está submisso a Deus, a esposa ao marido, e os dois lideram osfilhos.

A Igreja, a terceira instituição ordenada por Deus, não é diferente. Ela tem umacadeia de comando apropriada. Deus, o Cabeça de Todas as coisas, deu ao Seu filho a

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chefia da Igreja (Ef 1:20-23).Cristo agora funciona em Seu corpo através do ministériodo Espírito Santo (Jo 14:18-26). Embaixo dea autoridade de Cristo trabalham ossupervisores encarregados de administrar e liderar a Igreja.

Como a natureza da Igreja é familiar, centrada na autoridade do Pai, todoaquele que exerce qualquer autoridade na Igreja o faz, primeiro, por delegação, isto é,sua autoridade não é sua, segundo, seu coração deve preservar a consciência defamília e sempre lembrar de sua condição de representante do Pai. Isso vai produzirno coração dos líderes um cuidado com os filhos de Deus como se eles fossem os paisdo rebanho, não somente líderes de uma organização.

Autoridade civil Rm 13:1-4 “Todo homem estejasujeito...” 

Autoridade na Família Ef 6:1-3 “Filhos, obedecei a vossospais...” 

Autoridade na Igreja Hb 13:17 “Obedecei a vossos

guias...”

 

O Senhor levanta (chama) homens, reconhecidos como presbíteros, parasupervisionar, pastoreando e apascentando o rebanho.

Esse grupo de homens, com ministérios diferentes entre si, formam opresbitério da localidade. (At 20:28; Ef 4:11)

Obs.: Entendemos por “localidade” o povo de Deus em uma cidade, ainda que

reconheçamos que na situação em que vivemos hoje a cidade está dividida emcongregações (parte da igreja) que muitas vezes assumem o papel da igreja(totalidade).

Presbitério A função do presbitério é, antes de tudo, ministrar ao Senhor. Logo após, deve

cuidar da vida dos seus componentes, de suas famílias, inclusive. Em decorrênciadessas duas atividades (ministrar ao Senhor e cuidar uns dos outros) ele está apto acuidar do povo, que é a razão de ser de um presbitério. Os discípulos foram chamados

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primeiro para estar com Jesus e depois para serem enviados a pregar (Mc 3:14; At 6:4;At 20:28) 

A estratégia para se atingir esses objetivos são as seguintes:

  Tempo de oração e meditação na Palavra de forma pessoal.

  Tempo de oração e estudo da Palavra em caráter coletivo. Na medida emque se estuda a palavra e se medita, existe mais condições de ouvir aoSenhor para que a congregação seja ordenada na forma que Deus deseja.

  Relacionamento estreito entre os presbíteros e suas famílias.

  Formação, pelo discipulado, de novos presbíteros, diáconos e outrosministérios necessários no serviço da igreja, para que ela atinja o seuobjetivo: IR A TODAS AS NAÇÕES E FAZER DISCÍPULOS (Mt 28:18,19).

  Trazer a visão de Deus ao povo (visão profética)

  Ensinar a discipular, trazer à disciplina.

Resumindo, um presbitério pode ser descrito da seguinte forma:

a. É um grupo de homens com MINISTÉRIOS DIFERENTES que são necessários àigreja local, que se completam como uma equipe, levantados para levar a Igreja àmaturidade, no relacionamento com Deus, no relacionamento com os irmãos e namultiplicação dos discípulos ( Ef 4:11-16).

b. São homens que foram levantados por outros presbíteros que viram, tiveramrevelação e discernimento de seu chamamento e capacitação pelo Senhor. Viram suasqualidades, interesse, potencial e livre trânsito no mio do povo (At 16:1-3).

c. Nessa revelação há o reconhecimento do chamamento de Deus ainda antesdo candidato ter convicção: a constante na Bíblia é que Deus revele primeiro paraaquele que está em posição de autoridade, depois para o que sendo preparado edepois para o povo. Exemplo: Moisés e Josué, Eli e Samuel, Samuel e Davi, Davi eSalomão, Barnabé e Saulo, Paulo e Timóteo, Jesus e seus discípulos. (Ex 18:25;35:30,31; Lc 6:12,13)

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Diferentes Formas de Governo no Contexto Atual

Existem três formas clássicas, vigentes especialmente nas igrejas históricas:

EPISCOPAL A autoridade principalreside no bispo. (IgrejaCatólica, IgrejasOrtodoxas, e algumasIgrejas Protestantes). Amaioria destas igrejas

reconhecem três graus deordenação ministerial:bispo, presbíteros ediáconos.

PRESBITERIANO A autoridade reside em umpresbitério. Este pode sernacional, regional ou local.

CONGREGACIONAL A autoridade reside nacongregação. Seusmembros elegemdemocraticamente seuspastores e demais cargos.

Além destas três formas principais ou clássicas de governo, existemdenominações onde estas três formas são combinadas. Na atualidade, há tambémigrejas ou movimentos estruturados ao redor de ministérios unipessoais de homens

carismáticos que são os fundadores e únicos líderes dessas obras.Também podemos ver da seguinte forma as diferentes estruturas no contexto

atual:

Estruturamundial ou universal 

Estrutura

nacional

Estrutura

congregacional ou local 

Estas diferentes estruturas, quanto a jurisdição, se combinam com as diferentesformas de governo mencionadas anteriormente, dando lugar a variadas formas deorganização e governo.

Definições

Consideremos agora a equivalência entre PRESBÍTEROS, BISPOS, PASTORES eMESTRES:

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PRESBÍTEROS: É o termo mais usado no NT para referir-se aos homens que osapóstolos estabeleciam à frente de novas comunidades. Atos 14.23 diz: "...designaram-lhes presbíteros em cada igreja...".

BISPOS: Em Atos 20.17, Paulo reúne os presbíteros de Mileto, e lhes diz: "...oEspírito Santo os colocou como bispos... (v. 28). Em 1 Tm 3.1-2 e Tito 1.5-9, usa ostermos bispo e presbítero indistintamente para referir-se ao mesmo cargo ministerial.

MESTRES: Entre os requisitos para reconhecer alguém como presbítero, alémdas qualidades de caráter, é básico que ele tenha um dom ministerial, que seja "aptopara ensinar". No grego, a palavra é "didaktikos". É daí que vem a nossa palavra"didático". Didaktikos é a qualidade que mostra um "didaskalós", quer dizer, ummestre. Em Tito 1.9, em outras palavras, destaca-se o mesmo requisito para o

reconhecimento dos presbíteros: saber ensinar.PASTOR: Em Atos 20.28, Paulo mostra aos presbíteros de Éfeso que sua função

é "apascentar" no grego "pastorear". Pedro diz o mesmo aos presbíteros: "Pastoreiemo rebanho de Deus que está aos seus cuidados, olhando por ele..." 1 Pe 5.2.

Com toda esta análise, levantamos as seguintes conclusões:

Pastor, mestre, presbítero e bispo, são diferentes termos para descrever ummesmo ministério, cargo ou função. Um mesmo homem pode ser visto de trêsdiferentes perspectivas:

segundo o

DOM 

segundo o

CARGO 

segundo a

FUNÇÃO 

MESTRE  Aquele que ensina

(didaskalos/

)

PRESBÍTERO OU BISPO Supervisor, superintendente(presbuteros/ 

episkopos/)

PASTOR  O que cuida da ovelha,que toca (aconselha)

(poimen/)

O dom ou a graça ministerial quem dá é o Senhor. Por isso, ao enumerar os ministérios conforme os dons usa-se o termo "mestre". Os apóstolos nãopodem estabelecer mestres sem reconhecer o dom de mestre que o Senhor tem dado a alguns. Se possuírem os outros requisitos, podem ser estabelecidos como presbíteros.

Todas as referências que encontramos quanto a este cargo ou ministérioestão no plural. Isto significa que sobre cada igreja havia um presbitério cujaresponsabilidade era ensinar, pregar, pastorear, cuidar e governar (1 Tm 3.2;Tt 1.9; 1 Tm 5.17; Hb 13.7; 1 Pe 5.1-4).

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1No primeiro século 

O Cabeça da Igreja

Cristo é a cabeça da igreja, o único que tem autoridade absoluta eplenipotenciária. Qualquer outra autoridade está subordinada à Cristo e sua palavra, eé uma autoridade delegada.

Os Doze

Cristo escolheu dentre seus discípulos a doze homens a quem chamou

APÓSTOLOS - Lc. 6.12-16. Deu-lhes autoridade para:  Pregar, curar e expulsar demônios - Mt 3.13-15

  Batizar e ensinar - Mt 28.18-20

  Perdoar pecados - Jo 20.21-23

  Excomungar aos que não se arrependem - Mt 18.15-18

  A tarefa de pregar o Evangelho a toda criatura, e fazer discípulos de todas asnações - Mc 16.15-16 e Mt 28.18-20.

  Em duas ocasiões fez uma menção pessoal a Pedro:

  prometeu dar-lhe as chaves do reino - Mt 16.18-20  pediu-lhe que pastoreasse as ovelhas do Senhor - Jo 21.15-19

Na recém-nascida comunidade de Jerusalém, o governo estava centralizado nosdoze apóstolos. Eles eram a única autoridade aqui na terra. Pedro era o primeiro entreos iguais. Todos eles pregavam o evangelho, ensinavam a doutrina, batizavam, faziammilagres, administravam as finanças, disciplinavam, convocavam a igreja, etc. (Atoscap. 2 a 5).

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Os Sete

Devido ao crescimento da igreja, foram escolhidos sete colaboradores dosapóstolos, à quem foi delegado a responsabilidade da administração e distribuição

diária de alimentos para as viúvas (At 6.1-7). Nasceu assim um segundo nível deministério. (O termo DIÁCONO não aparece nesta passagem para designá-los, aindaque são usadas as palavras diakonia (διακovια -substantivo) e diakonew - (διακovεω -verbo) - nos versos 1 e 2 respectivamente).

Profetas

Em Atos 11.27-28 menciona-se de "alguns profetas" que desceram deJerusalém à Antioquia, entre eles Ágabo. Em Atos 13.1 é relatado que na igreja em

Antioquia, havia "profetas e mestres". Em Atos 15.32 Judas e Silas são apresentadoscomo "profetas".

Presbíteros

Em Atos 11.30 aparece pela primeira vez o termo "presbíteros" (anciãos). EmAtos 15, fala-se definidamente dos apóstolos e presbíteros de Jerusalém.

Outros Apóstolos

A partir de Atos capítulo 14 (vs. 4 e 14) vemos surgir outros apóstolos, comoPaulo e Barnabé, os que, ao fundar novas comunidades em diferentes cidades,tornaram-se autoridade sobre elas.

Mas logo em seguida começaram a estabelecer "presbíteros" (no plural) sobre aigreja de cada cidade, à quem delegavam a tarefa de pastorear, ensinar e cuidar daigreja, sob a autoridade dos apóstolos - Atos 14.23, 20.28, 10 Tm 5.17, Tt 1.5 e 9.

Presbitérios

O governo das igrejas locais era exercido por um presbitério (pluralidade)estabelecido pelos apóstolos, à cujos integrantes chamavam-se insdistintamente"anciãos" ( gr. Presbuteros - πρεσβυτερoσ) ou "bispos" ( gr. Episkopos - επισκoπoσ);

eram os tinham a função de ensinar (mestres) e pastorear (pastores) - At 20.17,28; 10 Tm 3.2; Tt 1.5,7; At 13.1; Ef 4.11.

Diáconos

Devido ao crescimento das comunidades fez-se necessário um segundo nível deministério na igreja local: os "diáconos" ( palavra grega que significa "servidores"), Fp

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1.1; 1 Tm 3.8-12. Os diáconos eram colaboradores dos presbíteros nas diferentestarefas pastorais, administrativas, caritativas, litúrgicas, etc. Havia também diaconisas,

Rm 16.1.

Colaboradores dos Apóstolos

Ao estender-se a obra para novas regiões, e para evangelizar novas áreas, osapóstolos enviavam seus colaboradores, que em caráter de delegados apóstolicos,evangelizavam, fundavam comunidades, estabeleciam presbíteros, corrigiam erros,transmitiam os ensinos apostólicos, e zelavam pelo bom funcionamento das igrejas.Exemplo disto, foram Timóteo e Tito - 2 Tm 4.10-13; Tt 1.4 e 5, Epafras - Cl 1.7, e

vários mais - 2 Tm 4.9-12,20.

O Primeiro Entre os Iguais

No fim do primeiro século, ao ir desaparecendo os apóstolos fundadores, epossivelmente para que os presbitérios das igrejas locais não ficassem acéfalos, semdireção, foi dada a responsabilidade de presidir o presbitério à um dos presbíteros,que foi denominado o "primus inter pares" ou "o primeiro entre iguais".Provavelmente, depois de algum tempo, ele passou a ser distinguido dos demais como

o presbítero principal ou o mensageiro principal da igreja, ( "Ao ANJO da igreja de...escreve") Ap 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14. Anjo significa "mensageiro". Muitos vêemnestes textos de Ap 2 e 3 o primeiro indício do reconhecimento de um só ministro afrente de cada comunidade local, e a base para o que pouco depois de desenvolveriacomo o bispado monárquico sobre a igreja de cada cidade.

Bispo

No começo do Segundo Século, o termo "bispo" começou a ser usadoespecificamente para designar ao que presidia o presbitério da igreja local. Isto pode-

se concluir dos escritos de Inácio de Antioquia* ( 110 d.C.) e de outros. Com o tempoforam estabelecendo na igreja de cada cidade três níveis de ministros: o bispo, ospresbíteros e os diáconos.

(Isto é um desenvolvimento legítimo da estrutura eclesial ou um desvio?)

Ocidente e Oriente nos Séculos Posteriores

Os bispos das grandes cidades paulatinamente foram exercendo maior

influência e tendo maior ascendência sobre os demais bispos da região. Séculos

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depois, o bispo de Roma reclamava para si autoridade sobre os outros bispos. Estapretensão teve seu reconhecimento universal nas igrejas do Ocidente. As igrejas do

Oriente resistiram a esta reivindicação de Roma.

No ano 1054, houve o cisma entre Oriente e Ocidente. Desde então, as igrejasorientais ficaram estruturadas como igrejas nacionais sob um patriarca ou "catolicós"(por exemplo, a Igreja Ortodoxa Russa, a Ortodoxa Grega, etc.). As igrejas do Ocidenteadquiriram uma estrutura universal sob o bispo de Roma, o Papa, com o nome deIgreja Católica Apostólica Romana.

Depois da ReformaAs igrejas protestantes reagiram contra o centralismo e absolutismo de Roma e

foram adotando diferentes posições no que se refere a organização e governo daigreja, no meio de um complexo quadro de divisões, que aconteceram por diversasrazões:

  Por exercer o direito de discordar, fundamentado na "livre interpretação"das Escrituras, foram iniciadas novas igrejas.

  Excomunhões por intolerância religiosa.  Pelo surgimento de novos movimentos (alguns avivamentos sadios, outrosnão) que as igrejas tradicionais não conseguiram assimilar. Criou-se assimnovos grupos, denominações e missões para-eclesiásticas, com suasdoutrinas e características próprias.

  Por razões pouco nobres: ambições pessoais, ciúmes, contendas, etc.

Assim, nos últimos cinco séculos foram surgindo, um número cada vez maior dedenominações, organizações e missões. Estes têm levado suas diferenças aos camposmissionários em todo o mundo, com os mais variados critérios e práticas sobre ogoverno da igreja e outros pontos doutrinais.

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2Há duas passagens fundamentais nas quais se destacam os ministérios

principais estabelecidos pelo Senhor na igreja:

Ef4:11 "E ele designou alguns para APÓSTOLOS, outros para PROFETAS, outros paraEVANGELISTAS, e outros para PASTORES e MESTRES," ( NVI ).

"E ele é que 'concedeu' a uns ser apóstolos..." ( Bíblia de Jerusalém)

1Co12:28 "Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente APÓSTOLOS; em segundo lugar 

PROFETAS; em terceiro lugar, MESTRES; depois os que realizam milagres e também os que têm domde curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falamdiversas línguas." ( NVI ).

"E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundolugar, profetas; em terceiro lugar, doutores... Vêm, a seguir, os dons dos milagres (dunamiS), dascuras, da assistência, do governo e o de falar diversas línguas." ( Bíblia de Jerusalém ).

Por estes textos e pelo ensino geral do Novo Testamento, entendemos

que os PRINCIPAIS DONS MINISTERIAIS que Cristo deu à igreja são quatro,e na seguinte ordem:

APÓSTOLOS PROFETAS EVANGELISTAS PASTORES/MESTRES. (Mais adiante falarei porque entendemos que

pastor e mestre são um mesmo ministério).

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 Apóstolos

Conforme o que entendemos do Novo Testamento, há 3 classes de apóstolos:

1. Os Doze Apóstolos.

Eles tinham um caráter único por serem testemunhas oculares da vida,ministério, morte e ressurreição de Cristo. Além do mais, foram receptores diretos etransmissores dos ensinos de Jesus. Ao faltar um dos doze, Judas Iscariotes, osubstituto teve que ser alguém que havia estado com eles desde o batismo de Joãoaté a ascenção. (At 1.15-26).

2. Os Apóstolos Primitivos e fundadores da Igreja Universal.

O Senhor levantou outros apóstolos e profetas como Paulo, Barnabé, etc., que, junto com os doze, receberam pelo Espírito Santo a revelação do mistério de Cristo ede sua igreja ( Efésios 3.1-7). Obviamente o apóstolo Paulo foi usado como importantecanal de revelação para dar-nos a conhecer o mistério de Cristo.

Todos eles tiveram a FUNÇÃO PIONEIRA, EXCLUSIVA E IRREPETÍVEL DEESTABELECER O IMUTÁVEL FUNDAMENTO DOUTRINAL DA IGREJA PARA TODOS OS

SÉCULOS ( Ef. 2.20 ). Esta revelação encontra-se registrada nas Sagradas Escrituras doNovo Testamento, e não admite acréscimos nem modificações posteriores ao períododos primitivos apóstolos ( Gl 1.8-9 ).

3. O Ministério Apostólico de Caráter Permanente.

Conforme Ef4.11-16, Cristo continua dando à sua igreja apóstolos, profetas,evangelistas e pastores/mestres até que se complete a edificação do corpo de Cristo,até que todos cheguemos à unidade da fé, etc. Após distinguirmos o caráter único e

exclusivo dos primeiros apóstolos, resta-nos destacar em que consiste o ministérioapostólico em geral:

a) Evangelizar - Apóstolo quer dizer "enviado". É um enviado ao mundo. É ohomem que está mais perto do coração de Deus e arde com o mesmo desejo de Deusde que o evangelho chegue a todo o mundo e a toda criatura - Rm 1.1,5,14,15; 15.18-24.

b) Acompanhar a evangelização com prodígios, sinais e milagres - 2 Co 12.12;Rm 15.19.

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c) Fundar igrejas (1 Co 3.10-11) - A evangelização em novas áreas gera onascimento de novas igrejas. Esta tarefa requer o doutrinamento de novas

comunidades, a capacitação dos santos, a formação de novos obreiros, a ordenaçãode presbíteros, etc. Paulo mostra que o fato de ter sido ele o instrumento paralevantar a igreja em Corinto, é o selo de seu apostolado entre eles - 1 Co 9.2.

d) Supervisionar as igrejas com autoridade apostólica - interceder por elas,ensinar a sã doutrina, dar alento, instruir, corrigir erros, disciplinar os impenitentes,etc. Esta supervisão e ministração é realizada através de visitas pessoais, cartas, e oenvio de delegados apostólicos. O propósito desta cobertura apostólica é que asigrejas sejam sadias em sua fé, vivam em santidade, mantenham a unidade, sirvam em

amor e evangelizem ao mundo.e) Ser canais de revelação - Já temos mostrado que os apóstolos junto com os

profetas são canais de revelação ( Ef 3.5 ). A revelação no que se refere a khrigma(kerigma) e a didach (didakê), já nos foi dada pelos primeiros apóstolos e temos asmesmas registradas nas objetivamente nas Sagradas Escrituras. Mas hoje, comosempre, necessitamos ministérios de revelação em dois sentidos:

  Para ajudar aos santos compreender "o revelado". Deus, através dailuminação do Espírito, dá a alguns de seus servos luz sobre antigas

verdades da Palavra, as quais sempre estiveram ali, eram lidas, masmuitas vezes não compreendidas, devido à carga de tradições errôneas,pelos condicionamentos culturais e religiosos. Devido ainda a poucadependência do Espírito, ou por nossas limitações humanas naturais. Obom uso deste dom sempre produziu avivamento e renovação na igreja, eseu mau uso, heresias.

  Pela necessidade de uma palavra circunstancial e particular. Assim comoJesus Cristo deu a João uma mensagem específica para cada uma das seteigrejas da Ásia, hoje temos a mesma necessidade. Deus pode revelar a

seus servos uma palavra específica para certa igreja, nação, ou indivíduo.

f) Ser a autoridade principal na estrutura eclesial. Nas listas dos donsministeriais, sempre é mencionado em primeiro lugar. Em 1 Co 12.28, o texto gregodiz: "PRIMEIRO, apóstolos; SEGUNDO, profetas; TERCEIRO, mestres; DEPOIS..."Estaordem não é simplesmente cronológica, mas hierárquica. Os apóstolos são autoridadesobre os profetas, evangelistas, bispos, presbíteros e diáconos.

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Esta é a ordem de Deus para a igreja e é o que torna possível sua unidade. Éresponsabilidade dos apóstolos a condução geral da obra, sob a orientação do Espírito

Santo.

CONSIDERAÇÃO CONTEXTUAL: Em nosso contexto atual, dada a condição enecessidade da igreja, até aqui, a maior parte dos ministérios que cumprem umafunção apostólica têm sido orientados em direção a restauração das igrejas, atravésde restabelecer o fundamento apostólico, compartilhar a "revelação" recebida sobre orevelado uma vez e para sempre, transmitir a visão do reino, da unidade da igreja, etc.A nossa função têm sido uma função apostólica e profética de restauração.

Sem descuidar deste ministério de restauração, tão necessário para a igreja de

todo o mundo, devemos avançar em direção a um ministério apostólico evangelísticoe pioneiro sob a direção do Espírito Santo.

Profetas

São poucas as referências no Novo Testamento quanto a este ministério. Dentreas que existem podemos dizer o seguinte:

1. Ao falar sobre os apóstolos já destacamos que os profetas também são canais

de revelação. O que temos dito sobre a graça da revelação é aplicável igualmente aosprofetas. Pois ambos são mencionados no Novo Testamento como ministérios querecebem revelação (Ef 2.20; 3.5).

2. Na ordem dos dons ministeriais, ocupam o segundo lugar: "...em segundolugar, profetas..."(1 Co 12.28). Também ocupa o segundo lugar em Efésios 4.11.

. É evidente que o apóstolo tinha autoridade estrutural e espiritual sobre asigrejas que estavam sob seu ministério, enquanto o profeta parecia ter somenteautoridade espiritual.

4. Podemos perceber dois perfis diferentes de profeta: um com ascaracterísticas de Ágabo, que aparentemente se movia mais na "palavra deconhecimento". O Senhor revelou-lhe que viria fome sobre a terra habitada, por causadisso, os discípulos de Antioquia enviaram ajuda econômica aos irmãos da Judéia(Atos 11.27-30). Em outra ocasião revelou que Paulo seria aprisionado em Jerusalém(Atos 21.10-11). O outro perfil, com as características de Barnabé, Silas e Judas. Destesdois últimos diz Atos 15.32: "Judas e Silas, que eram profetas, encorajaram efortaleceram os irmãos com muitas palavras." Creio que este perfil difere um poucode Ágabo. Estes evidentemente, desenvolveram mais o ministério de edificação,

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consolação e confirmação nas igrejas. algo parecido é dito de Barnabé ao descreverseu ministério quando chegou em Antioquia (Atos 11.23-24). Voltando à Silas, ele é

quem acompanhou Paulo depois que este separou-se de Barnabé, e foi por um bomtempo integrante de sua equipe apostólica.

5. Como os apóstolos, sua atuação é tanto local como extra-local.

CONSIDERAÇÃO ESPECIAL: Um apóstolo exerce sua autoridade nas igrejas queestão sob sua responsabilidade apostólica, mas quando vai à outras igrejas, atua comoprofeta. Ou seja, exerce ali autoridade espiritual e não estrutural. Por isso a esfera deatuação profética de um apóstolo pode ser muito maior que sua esfera apostólica. Porexemplo, se um apóstolo da Inglaterra viesse ministrar-nos, exerceria entre nós uma

função profética, com uma autoridade espiritual e não estrutural.

Evangelistas

Este termo aparece somente três vezes no Novo Testamento: Uma em Efésios4.11, já transcrita aqui no início. As outras duas são:

 At21:8  "Partindo no dia seguinte, chegamos a Cesaréia e ficamos na casa de FILIPE, O

EVANGELISTA, um dos sete." 2Tm4:5 "Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, FAÇA A OBRA DE UM

EVANGELISTA, CUMPRA PLENAMENTE O SEU MINISTÉRIO." 

Paulo disse isto a Timóteo; e conforme esta declaração, não restam dúvidas deque para Paulo o ministério de Timóteo era o de um evangelista. Isto pode soar umtanto estranho ao mundo evangélico. Para esclarecer isto é necessário levar em contaque as palavras podem ter dois valores diferentes: um etimológico e outro semântico.Se analisarmos o valor etimológico do termo "evangelista" dentro de um contextoevangélico, deveríamos indicar que trata-se de um homem dedicado a fazercampanhas evangelísticas, com um ministério livre e independente, e dentro docírculo pentecostal, alguém que ora pelos enfermos, expulsa demônios, e quem sabefaz algumas poucas coisas mais. Mas nós necessitamos conhecer o valor semântico dapalavra "evangelista" nos tempos da igreja primitiva. A única maneira de sabermos, éestudando no Novo Testamento, o ministério de Filipe e especialmente o de Timóteo,sobre quem temos mais dados. Ao fazer isto, chegamos à conclusão de que osevangelistas tinham as seguintes características:

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1 - Eram colaboradores dos apóstolos e membros de uma equipe apostólica:Filipe foi colaborador dos apóstolos de Jerusalém (Atos 8.4-17); Timóteo foi do

apóstolo Paulo. Não eram homens independentes; trabalhavam sujeitos aos apóstolos(Fp 2.19-24)

2 - Eram os braços de extensão do ministério apostólico. Ao estender-se a obrapor muitos lugares, os apóstolos dar cobertura pessoalmente às diferentes regiões.Então enviavam alguns homens, que em caráter de delegados apostólicos atendiam asnecessidades das igrejas. Paulo tinha vários destes colaboradores. Ainda que o único aque se faz referência direta como evangelista seja Timóteo; no entanto tinha muitosoutros colaboradores que cumpriam funções similares, como por exemplo Epafrodito

(Fp 2.25-30). Em 21 Tm 4.9-20, Paulo menciona vários: "DEMAS ...abandonou-meCRESCENTE foi para a Galácia, TITO, para a Dalmácia. Só LUCAS está comigo. TragaMARCOS com você... Enviei TÍQUICO à Éfeso... ERASTO permaneceu em Corinto, masTRÓFIMO, deixei-o doente em Mileto".

3 - O ministério ou função específica que cumpriam era: Evangelizar (Epafras emColossos, Cl 1.5-7; 21 Tm 1.6-8; 4.1-5), batizar (Atos 8.12), ensinar, doutrinar a igreja(11 Tm 4.6,13; 21 Tm 1.6-8; 4.1-5), instruir homens fiéis (21 Tm 2.2), estabelecerpresbíteros (11 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9), corrigir deficiências (Tt 1.5). Fica evidente que no

campo de ação, exerciam as mesmas funções que um apóstolo, mas com autoridadedelegada.

4 - A diferença que existia entre um apóstolo e um evangelista consistia em queo evangelista não tinha a graça da revelação como tinham o apóstolo e o profeta. Porisso, ainda que na prática exercia as mesmas funções, no entanto deveria ser um fielcomunicador dos ensinamentos apostólicos. Paulo, escrevendo à Timóteo, enfatizou:"Retenha, ... o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim." (21 Tm 1.13). "E ascoisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie a homens fiéisque sejam também capazes de ensinar a outros." (21 Tm 2.2). Permita-meparafrasear, é como se ele tivesse dito: "Cumpre teu ministério, que é o deevangelista, não te faças apóstolo, limita-te à graça que Deus te deu, não fiqueinventando outras doutrinas, transmite com fidelidade a doutrina que aprendeste demim que sou um apóstolo." Paulo tomou o cuidado ao iniciar suas cartas de nãoincluir a Timóteo ou a outros com a designação de apóstolo. Veja 1 Co 1.1; 2 Co 1.1; Fp1.1; Cl 1.1; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1.

5 - A função de um evangelista é mais ampla que simplesmente pregar oevangelho aos pecadores. Por quê, então, chama-se evangelista? Como uma das

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funções primordiais de um apóstolo era evangelizar novas regiões, e por ser oevangelista seu colaborador, foi assim denominado por ser a evangelização uma de

suas tarefas principais. A igreja de Colossos estava sob a autoridade apostólica dePaulo, mas quando ele lhes escreveu a carta, ainda não havia estado com eles. A igrejasurgiu ali através do ministério evangelístico de Epafras (Cl 1.5-7).

6 - Na lista de 11 Co 12.28 não se menciona evangelista. Muito provavelmenteseja pelo surgimento paulatino dos ministérios. Estima-se que 1 Coríntios foi escritoao redor do ano 57 e Efésios por volta de 61-62. É possível que ao escrever 1 Coríntios,os colaboradores não eram assim denominados. Quando descreve-se a ação de Filipeem Samaria, Atos 8, não se faz menção à ele como evangelista. Em Atos 21.8 ele é

denominado "o evangelista", após terem se passado vários anos. Provavelmente estaclasse de ministério já estava atuando sem ter um nome específico até ali.

CONSIDERAÇÃO CONTEXTUAL: Devido à semântica atual do termo evangelistano mundo evangélico, nós devemos ter bem claros estes conceitos, mas ter o devidocuidado ao usar o termo externamente. Com graça, paciência e humildadecompartilharemos estas coisas fora de nossos círculos, no momento e no lugaradequado.

Pastores-MestresDevido as seguintes razões, temos chegado ao convencimento de que pastor e

mestre são uma mesma função e ministério:

1 - O texto de Efésios 4.11 não diz: "a outros pastores e a outros mestres"; otexto diz: "...alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, eoutros para pastores e mestres,".

2 - O termo "pastor" é uma expressão alegórica, cuja correlação literal seria"mestre". O pastor tem ovelhas; o mestre, discípulos.

3 - Este é o único texto em que a palavra "pastor" (poimenas) aparece no gregoreferindo-se a ministérios. Os outros três textos em que aparece a palavra "pastor" naversão Revista e Corrigida da Editora Vida, Hb 13.7, 17 e 24, aparece no original gregoa palavra "dirigente" - hgoumenos - . O verbo "pastorear" é que aparece várias vezesno grego.

4 - Na lista de 1 Coríntios 12.28, diz: primeiro apóstolos, segundo profetas,terceiro mestres. Não se menciona "pastores", ainda que pastorear era uma dasprincipais funções do ministério.

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5 - Lucas relata que na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, e nãomenciona pastores. Por acaso pode haver um rebanho sem pastores?

Por estas razões e algumas mais, entendemos que pastor e mestre são ummesmo ministério. E que os ministérios principais dentro do corpo de Cristo sãoquatro e não cinco. Esta é a única menção que faz o original do termo pastor. Se nãousássemos tanto este termo, ficaria mais fácil entender o contexto todo. Não estáerrado usá-lo, desde que não abusemos do termo, e que tenhamos a claracompreensão que pastor e mestre são o mesmo ministério.

 Algumas Considerações sobre os Ministérios

1 - Paulo diz em Efésios 4.7-8: "E a cada um de nós foi concedida a graça,conforme a medida repartida por Cristo. Por isso é que foi dito: 'Quando ele subiu aoalto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens'." O que outorga estesministérios é o Senhor, com base em sua soberania. Ele, por graça, escolhe algunshomens para certas funções; chama-os e lhes dá dons ou carismas para um ministérioespecífico. Esse dom é uma graça (capacidade ou habilidade) que alguém recebe paradesempenhar uma função determinada no corpo de Cristo.

Em Cristo habita a plenitude de todas as graças, dons e ministérios; e ele, de si

mesmo, dá a cada um o que ele quer, e na medida que ele determina. Ninguém podeser apóstolo, profeta, evangelista ou pastor/mestre por escolha própria. Ochamamento e o carisma para determinado ministério vem de Deus.

2 - Os dons ou ministérios podem crescer, desenvolver-se, ampliar-se segundo avontade de Deus. Filipe era um dos sete administradores em Atos 6, mais tarde foidenominado evangelista. Barnabé e Saulo foram mencionados entre os profetas emestres em Antioquia, mais tarde foram chamados apóstolos.

Devemos ter bem claro que estas mudanças estão sob a soberana mão de Deus.

Cada um de nós deve fugir da idéia mundana e carnal de buscar ascensão. Nossamaior ambição deve ser a de estar no centro da vontade de Deus. Se sua vontade éque eu seja um diácono até o fim de meus dias, o serei com muita alegria, paz efidelidade.

3 - A Bíblia declara que "...os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis"(Rm 11.29). No entanto, para exercer um ministério não é suficiente ter dons echamamento; é necessário, conforme as instruções do apóstolo Paulo, ter um carátercom virtudes cristãs, bom testemunho e uma boa trajetória. Por mais dons que uma

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pessoa tenha, pode ficar desqualificada para o ministério por não reunir os requisitosquanto a qualidade de vida.

4 - Outro aspecto a ter em conta é que aqueles que tem o mesmo ministério,não são necessariamente iguais; nem em desenvolvimento ministerial, nem emestatura espiritual, nem em nível de graça, nem em autoridade espiritual. Um profetapode ter um ministério muito mais abrangente e extenso que outro profeta. O mesmopodemos dizer acerca de cada um dos outros ministérios.

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31 - A estrutura da igreja é VIVA e DINÂMICA. O modelo de governo que

encontramos nas Escrituras não é o de uma estrutura rígida e estática, mas viva edinâmica. Um edifício tem uma estrutura, mas sua estrutura, seja de concretoarmado, ferro ou madeira, é estática, fixa. Não cresce, não se desenvolve. A estruturada igreja é como a estrutura de uma árvore, que cresce de um modo natural por causade sua vida. A igreja é um organismo, um corpo. Um organismo é um sistema vivo. Afigura que corresponde e a do corpo humano, com uma estrutura que tem vida ecresce.

2 - A estrutura da igreja é MINISTERIAL e FUNCIONAL. Das 24 vezes em queaparece o termo "ministério" no Novo Testamento, 21 vezes provém da tradução dapalavra grega "diakonia". Ministério quer dizer serviço. Todos os ministérios sãodiaconias. Todos os ministros são servidores. O "primeiro" (e há primeiros!) tem queser o servidor de todos (Mateus 20.25-27).

O propósito da autoridade é servir. A função da estrutura eclesial é unir todosos membros do corpo com a cabeça, que é Cristo para tornar possível sua nutrição,seu crescimento, sua capacitação, e seu conseqüente funcionamento.

3 - A estrutura é CARISMÁTICA. Jesus Cristo dota soberanamente algunshomens com diversos carismas e dons especiais para as diferentes funções dentro docorpo. Os diferentes ministérios não estão determinados pela vontade de cada um,mas sim pela vontade do Senhor. Não é uma vocação que alguém escolhe, mas umchamado ao qual a pessoa responde. Não é uma carreira de ascensões, é uma graçarecebida que capacita ao que a recebe para uma função determinada. Analisando odesenvolvimento na igreja do 11 século observamos QUATRO PRINCÍPIOSFUNDAMENTAIS NA ESTRUTURA ECLESIAL:

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1. O Princípio da Pluralidade

  Os apóstolos eram doze.  Os administradores em Atos 6 eram sete.

  O número mínimo requerido para uma pluralidade é de dois. Jesus enviou ossetenta de dois em dois (Lc 10.1). E disse: "Também lhes digo que se dois devocês concordarem na terra..." (Mt 18.19). "Pois onde se reunirem dois outrês..." (Mt 18.20).

  É mencionado Pedro e João, Barnabé e Saulo, Paulo e Silas, etc.

  Os apóstolos sempre estabeleciam "presbíteros" (plural) à frente de uma

igreja. Em Filipos fala-se de "bispos e diáconos" (Fp 1.1).  Paulo funcionava com uma equipe apostólica.

  Em Jerusalém reuniram-se os apóstolos e anciãos, no primeiro concílio daigreja, para discutir o tema da circuncisão (Atos 15). Nos séculos posterioresmuitos assuntos foram decididos por concílios.

2. O Principio da Unidade 

A pluralidade funcionava em unidade. Eram doze apóstolos, mas havia uma sóigreja em Jerusalém. Os doze formavam um só ministério, uma só equipe apostólica."Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração..." (Atos 4.32). Haviauma só igreja em cada cidade. Pluralidade de anciãos, mas um só presbitério sobre aúnica igreja da cidade. Diferentes apóstolos podem ministrar em uma mesma cidade,mas não estruturar diferentes igrejas em torno de seus ministérios ( 1 Co 1.10-13; 3.3-11). Este princípio de unidade devia estar vigente na igreja de cada cidade e domundo, e era um dos assuntos que com maior zelo observavam os apóstolos. Aunidade da estrutura é fundamental para a unidade do povo de Deus.

3. O Princípio da Autoridade

Este princípio torna possível que a igreja seja corpo. Cristo é a única autoridadeno corpo, é a única cabeça; os demais somos todos membros. Quanto a perdão,salvação, acesso a Deus, vida, privilégios, bençãos, todos somos iguais; mas quanto adons, carismas, ministérios, funções e responsabilidades, somos diferentes.

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Existe uma ordem de autoridade: primeiro os apóstolos, segundo os profetas,terceiro os mestres, etc. O corpo de Cristo funciona dentro de um organograma

vertical que vai desde a cabeça até o último membro, unindo-o num todo.

Mesmo entre os doze, sendo todos apóstolos, quer dizer, tendo o mesmo grauministerial, Pedro era o primeiro entre iguais. De modo que se combinavam os trêselementos: pluralidade, unidade e autoridade. Não cremos que Pedro foi o "Papa".Mas era a "ponta de lança" entre os doze e os presidia, ainda que, por sua vez, estavasujeito à eles. Também podemos notar que Pedro, Tiago e João se destacavam poruma maior influência entre os doze em Jerusalém.

Em nossos dias, ao escrever uma lista de homens, para que ninguém se ofenda,

geralmente o fazemos em ordem alfabético. Mas nos textos bíblicos comumente aordem era indicativo de certa influência. Das várias listas em que aparecem os doze,sempre o primeiro é Pedro e o último Judas. Em Atos 13, Barnabé encabeça a lista eSaulo a finaliza.

Ao iniciar a primeira viagem apostólica lê-se: "Barnabé e Saulo". Mas adiante,quando o ministério de Paulo torna-se mais importante, é mencionado então "Paulo eBarnabé". Não é acidental, mas intencional. Quando há dois ou mais, geralmente umtem maior graça e ascensão, e requer-se humildade para reconhecê-lo.

Os profetas reconheciam a superioridade dos apóstolos. Não havia evangelistasindependentes; eles eram de grande utilidade sujeitos aos apóstolos. Os presbíterosnão constituíam a autoridade final sobre as igrejas, mas estavam sob a autoridade dosapóstolos, e sujeitavam-se ainda a seus colaboradores enviados.

Os diáconos funcionavam sob a autoridade dos presbíteros, e eram de grandeajuda nas diferentes áreas de serviço. Este mesmo princípio poderia haver levado opresbitério ao reconhecimento de um presbítero principal entre eles.

4. O Princípio do Desenvolvimento Gradual

Já mostramos que a estrutura da igreja primitiva era vital e dinâmica, e quedesenvolveu-se naturalmente conforme foi crescendo e estendendo-se. Uma árvoregigantesca tem uma grande estrutura. Não necessitava desta estrutura quando eraum pequena árvore. Do mesmo modo, desde Atos 2, até Apocalipse 2 pode-seobservar como a estrutura da igreja foi crescendo e desenvolvendo-sepaulatinamente, conforme a necessidade. Ao princípio só havia apóstolos, logo,

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apareceu um segundo nível de sete homens. Depois surgem os profetas, ospresbíteros, etc.

É fundamental que tenhamos muito em conta este princípio dodesenvolvimento gradual da estrutura para não cometer o erro de tirar conclusões apartir de análises da estrutura da igreja primitiva retratando apenas momentosdeterminados de seu desenvolvimento. A análise correta surgirá ao estudar odesenvolvimento histórico da estrutura eclesial, pelo menos até onde permitam osregistros do Novo Testamento.

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4 A Estrutura da Igreja Local

Uma só igreja na cidade. Este tema já tem sido desenvolvido claramente porAngel Negro, concluindo-se que, de acordo com o ensinamento e prática apostólica, atotalidade dos crentes que vivem em uma localidade formam a única igreja dessacidade ou povoado: a igreja local.

Um só corpo na cidade. A unidade da igreja de uma determinada cidade nãoconsiste em ter um único lugar de reunião. De fato, os discípulos que vivem em umacidade podem reunir-se em um só lugar e/ou em muitas casas, em todos os bairros,segundo as circunstâncias próprias de cada época e lugar, e segundo o que sejafuncionalmente mais conveniente de acordo com os objetivos de Deus.

A unidade da igreja numa cidade consiste em ser um só corpo. E isto não é algo"espiritual". Ser um só corpo na cidade significa ter uma unidade orgânica, estrutural.Significa que todos os filhos de Deus da cidade são membros do mesmo corpo e estãounidos uns aos outros por conjunturas. Significa que todos os ministérios quefuncionam na cidade estão unidos. Significa diversidade em unidade. Há diversidadede dons, diversidade de ministérios, diversidade de operações, mas nunca diversidadede "corpos" numa mesma cidade. (1 Co 12).

Uma só estrutura na cidade. Funcionar como um só corpo em cada cidadesignifica ter uma só estrutura de ministério e governo. Um ministério unido, um sógoverno sobre a igreja local. Todos os pastores da cidade formam um só presbitériosobre a única igreja da cidade ou povoado (Atos 20.17,28).

Funcionamento interno do presbitério. Tendo em conta os 4 princípios daestrutura eclesial já destacados: unidade, pluralidade, autoridade e desenvolvimentogradual, podemos esboçar a maneira em que, possivelmente, foi progredindo aautoridade interna nos presbitérios:

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1.  Poucos presbíteros, TODOS IGUAIS em autoridade.2.  Um presbítero exercendo a função de COORDENADOR.3.  Alguém atuando como O PRIMEIRO ENTRE IGUAIS, ("primus inter pares"

em latim).4.  Um PRESBITÉRIO PRINCIPAL ou o "ANJO (mensageiro) da igreja de..." (Ap

2.1, etc).5.  Um BISPO (antes sinônimo de "presbítero") sobre o presbitério, quem

tem a autoridade principal sobre a igreja da cidade (começos do segundoséculo).

Os três graus ministeriais na igreja local. Na primeira etapa do trabalhoapostólico nas igrejas locais, havia um só nível ministerial: os presbíteros.Posteriormente se estabeleceram dois níveis oficiais de ministério: ospresbíteros/bispos e os diáconos. A partir do segundo século, as igrejas locais foramestruturando-se em três níveis: o BISPO, os PRESBÍTEROS, e os DIÁCONOS.

 

 A Estrutura da Igreja Extra-local

A unidade da igreja universal. Jesus Cristo disse: "...Edificarei a minha igreja..."(Mt 16.18), utilizando a palavra "igreja" no singular ao referir-se à igreja universal. Istonos dá a base para compreender que não só a igreja de cada cidade é uma, mastambém a igreja universal. Cristo tem uma só igreja, um só rebanho, um só povo, umasó nação, uma só família, um só corpo, uma só esposa. A totalidade dos redimidos detodas as idades, e de toda língua e nação, formam a IGREJA UNIVERSAL de Cristo;abarcando a todos os que estão nos céus e na terra (Ef 3.14-15). A unidade da igrejanesta dimensão também já foi exposto aqui por Cristian Romo.

A unidade da igreja extra-local. Com esta expressão nos referimos à igreja queestá mais além da localidade, e que pode estender-se às igrejas de uma região, deuma nação, do continente ou do mundo. Todas as igrejas locais são parte da únicaigreja universal de Cristo. Há muitas passagens no NT que se referem à igreja universalcomo um só corpo (Ef 1.22-23; Cl 1.18). O funcionamento da "igreja" em muitas"igrejas locais" é uma simples subdivisão geográfica e prática, e não afeta a suanatureza essencial. Não existe na visão apostólica nenhuma igreja "autônoma" ouindependente.

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Se todos formamos o corpo de Cristo no mundo, todas as partes do corpodevem estar unidas e funcionar de maneira interdependente. A forte ênfase que

recebemos de Watchman Nee sobre a unidade da igreja local nos desequilibrou eperdemos de vista esta dimensão da unidade da igreja universal.

Os ministérios extra-locais são a estrutura funcional da igreja extra-local. Jávimos que os apóstolos, profetas e evangelistas são os ministérios extra-locais outranslocais que unem o corpo de Cristo que está em diferentes lugares e osresponsáveis de velar sobre a saúde e o bom desenvolvimento das igrejas locais, e deestender o reino de Deus até o último da terra.

Estrutura Total da Igreja

Apóstolos

Profetas Ministérios Translocais

Evangelistas

Bispos

Presbíteros Ministérios ou Cargos Locais

Diáconos (sujeitos aos ministérios translocais )

Cristo é a única cabeça da igreja. Os apóstolos são a autoridade principal aqui naterra. Os profetas e evangelistas são parte da equipe apostólica. A unidade da igrejada cidade se dá pela unidade do presbitério e sua sujeição ao bispo. A unidade dasigrejas locais se dá pela sujeição dos bispos aos apóstolos ou a seus delegados. A

unidade da igreja extra-local realiza-se pela unidade dos apóstolos. Como podemosapreciar, a estrutura local continua na extra-local e assim se dá uma unidade funcionalno corpo de Cristo.

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Ministérios e Estruturas da Igreja

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Conclusão

É muito importante que mantenhamos uma atitude de abertura e permanentebusca diante de Deus e sua Palavra em todo este tema de MINISTÉRIOS, GOVERNO EESTRUTURA DA IGREJA. Como temos advertido, nas Escrituras não encontramos um"manual" com um esquema pronto e completo sobre a organização e o governo daigreja, mas princípios permanentes e modelos da igreja do primeiro século.

A nível de desenvolvimento que hoje tem alcançado a parte do corpo de Cristoonde temos um a responsabilidade ministerial direta, necessitamos fazer certasdefinições para um funcionamento mais ordenado, coerente e dinâmico. Mas por sua

vez necessitamos humildade para aprender de Deus, e mais humildade ainda paraaprender uns com os outros, sem importar de que setor da igreja nos vem maiorclareza.

Não cabe a mim fazer uma aplicação destes princípios a nossa realidade. Outroso farão. A tarefa que me foi designada é dar o enfoque bíblico e teológico do tema.

Ao concluir, quero expressar o seguinte: a divisão da igreja é um dos assuntosmais difíceis e críticos da atualidade no mundo protestante. Temos sobre nós 500anos de divisões. Mas somos um movimento de restauração e renovação da igreja.

Deus, por pura graça, tem nos dado luz sobre antigas verdades das Escrituras.Deixando de lado todo "complexo messiânico", "iluminismo" e orgulho,

devemos declarar com fé, simplicidade e unção a convicção que Deus tem forjado emnossos corações por sua Palavra e por seu Espírito:

1 - Reconhecemos que bíblica e teológicamente A UNIDADE É A ÚNICAALTERNATIVA VÁLIDA PARA A IGREJA.

2 - Reconhecemos com dor que a DIVISÃO DA IGREJA, realidade inegável eproblemática muito complexa, É UMA ANORMALIDADE, já que não obedece à

natureza da igreja; é contrária aos ensinamentos apostólicos; não contribui àedificação dos santos; e é um estorvo em nosso testemunho ante o mundo.

3 - Cremos firmemente que Deus quer restaurar a UNIDADE TOTAL E ASANTIDADE DE SUA IGREJA, e proclamamos que tem todo o poder de fazê-lo.

4 - Cremos que a restauração da igreja está intimamente relacionada àrestauração de todos os ministérios. Deus irá levantando ministérios apostólicos eproféticos até que todos alcancemos gradualmente a unidade do Espírito, a unidadeda fé, a unidade do corpo de Cristo, em cada cidade, em cada nação e no mundo.

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5 - Reconhecemos que esta obra é um milagre tão grande que só Deus podefazê-lo. E cremos que o fará. Mais ainda, que já está fazendo.

6 - Devemos ser solícitos em buscar a unidade com todo o povo de Deus, egradualmente ir unindo-nos com todos aqueles com quem o Senhor nos vai unindo.

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* pág 03: Até a época de Inácio

o, os anciãos (presbíteros) e os bispos estavam numa posição de igualdade, a partir de Inácio,o bispo passou a ocupar posição superior a dos presbíteros ou anciãos (Sênior). Inácio foi o primeiro asalientar esta diferença. Para Clemente de Roma (95 dC) os bispos eram sucessores diretos dosapóstolos. (Nota do Tradutor).

- As referências bíblicas citadas são do Novo Testamento na Nova Versão Internacional daSociedade Bíblica Internacional.